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  • 1995 A Bacia Hidrográfica Do Ribeirão Do Feijão - Uma Proposta de Ordenação Das Sub-Bacias Através de Variáveis Limnológicas

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    BACIA HIDRGRÁFICA DO RIBEIRÃO FEIJÃO

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    1995 A Bacia Hidrográfica do Ribeirão do Feijão- uma proposta de ordenação das sub-bacias através de variáveis limnológicas

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    ta Linnologice Braviiensia vol VI! 151-161 1995, ABACIA HIDROGRAFICA DO RIBEIRAO DO FEIJAO: UMA PROPOSTA DE ORDENAGAO DAS SUB-BACIAS ATRAVES DE VARIAVEIS LIMNOLOGICAS LEONARDO RIOS* & MARIA DO CARMO CALUURI* *Depmtanet de Hie Sueaneno — CRHEA "Boe de Eat de Sto Caos — USP. ‘i Caf, SP RESUMO: A Bacia Hidrogréfica do Ribeirto do Feijfo: uma proposta de ordenacto dassub-bact- i através de varidvelslimnoldgicas. A bacia hidrogréfica do Ribeirko do Feijdo, localizad #ifo centro-leste do Estado de Sto Paulo, foi estudada como sistema ecol6gico, onde foram realizades Iredidas de alguns parimetros limnol6gicos, Essa baci hidrogréfica consitui-se no principal mansn- ial de captasto de égua superficial da cidade de Sto Carlos, além de receber os reeitoss6lidos urba- ‘ot dessa cidade. As amostragens foram realizadas menstimente no perfodo de um ano (novembro/90 ‘ outubro/91), em dez pontos distribufdos nos principais cOrregose ribeirbes formadores do sistem ‘Através dos dadosfIsieose quimicos (temperatura da gus alcalinidade, CO, livre, CO, total, HCO, condutividade, fosfato total disolvido,fosfato inorgtnico dissolvido, foro total, amnis,nitrto, nitrato,nitrogenio total, material em suspensto total, orginico e inorghnico, oxigenio dissolvido, va- Ho, pile slicato reativo) foram realizadas andlises de componentes principsis andlise de agrops- mento por similaridade. Essas andlizes possibilitaram agrupar as extagBes em trts gropos distintor de ford com o grau de trofia: extagbes 1, 2, 3 ¢ 7 como oligotrficas, extagber 4, 8, 9 ¢ 10 como mesotr6ficaseestagbes Se 6 como eutricas. Também foi possivel verficar que o Ribeirto do Feijto parece seguir es caracterfsticas te6rleas do concelto de contfauo fluvial, o mesmo nlo ocorrendo com b afluente Ribeiro Laranja Azeda, provavelmente devido aslo antrépica (polulcHo orghnice), PALAVRAS-CHAVE: Bacia hidrogréfie, ecossistemaslticot, gra de ofa, conte fluvial ABSTRACT: The watershed of Feijio Stream, located In central ester region of Sho Paulo state, was studied as an ecological system where limnological and ecological parameters were considered. This watershed constiies the main source of watering for S80 Carlos city; as well as receving the urban solid ‘wastes ofthe city. Ten stations within the main streams ofthe system were sampled monthly for one year from ‘November 1990 to October 1991. Principal component analysis and cluster analysis were applied to the ‘physical and chemical paramelers(water temperature, pH, dissolved orgen conductivity, total phosphoru, {organi dissolved phosphorus, alkalinity total nitrogen, norganic dissolved nitrogen, reactive silicate, total CO, free CO,, HCO, total organic andinorganic suspension matter. The multivariate analyses made it ‘porsibleo group the stations in three distinc groups according to trophy index: stations 1, 2, 3 and7 were ‘ligotrephie; stations 4, 8, 9and JO were mesotrophic and stations Sand 6 were eutrophic. The physical and ‘Chemical data suggest that Feijdo stream follow the predictions of the river continuum concept whichis not the case fora tributary stream (Lararfa Azeda stream) due to organic contamination. KEY WORDS: hidrographic basin, lotic ecosystems, rophic status, river continuum. 192 INTRODUCAO Um sistema fluvial consiste de seguimentos que convergem e se organizam em um sis tema de drenagem cada vex.com menor niimero de canais, existindo um efeito de estabili ‘glo quimica, biolégica ¢ hidrol6gica, rio abaixo. O efeito quimico se d& pela mistura dos afluentes cujas 4guas podem ser diferentes; obiolbgico, pela selegdo contfnuaexercida sobre o-aporte de representantes de populagdes nto idénticas; eo hidrolégico, por euniéo, em um canal, de fluxos procedentes de bacias distintas cuja contribuigio em égua nfo varia de ma- neira sincronizada (Margalef, 1983). ‘As caracterfsticas da bacia hidrogréfica tem a maior influéncia nas condicbes quimicas das 4guas dos rios. A litologia ¢ o declive determinam a disponibilidade dos maiores fons. O desenvolvimento da vegetagio 6 influenciado pelo clima ¢ 0 solo. A vegetagio e outros com- ponentes bidticos exercem uma maior influéncia no fornecimento de matéria orgdnica. To- dos esses fatores interagem para determinar a composig&o quimica das 4guas dos rios. O uso da terra eas caracteristicas morfométricas numa bacia hidrogréfica, também podem ter uma grande influéncia nas condigées fisicas, quimicas ¢ biol6gices do rio. Oconeeito de continuo fluvial ou “River Continuum Concept”, segundo Vannote et al (1980) e Minshall et af. (1985), tem enfatizado que a organizagho longitudinal nos ecossistemas de Sguas correntes é definida por um gradiente das variveis ambientais que sii afetadas pelos componentes quimicos e biol6gicos. Eles concordam que as caracterfsti- ‘cas emum local sto resultantes dos processos locais ¢ dos sitios acima (Sabater et al., 1990). ‘Segundo Margalef (1983). um ecossistema ndo ¢ governado totalmente por suas leis internas, e sim, forgado por agentes externos, respondendo aesta pressfo, através da modifi- cagdo no seu funcionamento, como se tentasse minimizar as consequéncias de tal tenso. Os ecossistemas periféricos exercem certa tensfo sobre os rios ¢ a contaminagdo é um sintoma do ecossistema forgado. Portanto, todos os ecossistemas contaminados ou eutrSficos sfo ecossistemas forgados; sendo assim, o sistema aqudtico expressa a tensto recebida pelos ecossistemas terrestres refletindo 0 “estado de sade” da bacia de drenagem. ‘Osestudos em pequenas bacias, tem mostrado a dependéncia da composicio das 4guas dos riachos eas caracteristicas dos ecossistemas terrestres (Margalef, 1983; Rios, 1993; San- 108, 1993; Sé, 1992; Teixeira, 1993). Portanto, atendéncia geral aolongo da baciaé oaumen- ‘toda mincralizagao e a estabilizagio da composigto quimica, a medida que aumenta a super- ficie drenada, Estas bacias tem, geralmente, apresentado um considerdvel aporte de material os rios. A presenga da matéria orginica e sua oxidagto, faz.com que ocorra mais respiragio do que produgio (PIR < 1). Sendo assim estes ambientes s8o considerados heterotrdficos (Margalef, 1983). Este trabalho foi realizado com o objetivo de ordenar e descrever os gradientes espaci ‘ais das sub-bacias estudadas, através de varidveis que avaliassem a qualidade d’égua © a5, ‘condig6es ecoldgicas, da Bacia Hidrografica do Ribeiro do Feijto, MATERIAL E METODOS ‘A Bacia Hidrografica do Ribeiro do Feijfio esté localizada na regio centro-leste do Estado de Sto Paulo (Marins, 1975), entre os paralelos 47°45'- 47°55' W de longitude ¢22°00" Figur — Baca dos d iro do Fela, poso decal lean wo Eta de Slo Palo edad Prd cl, 91). - 2215'S de latitude (Prado et al, 1981). Abrange uma érea de aproximadamente 22,8 km, tm suas nascentes no alto da Serra do Cuscuzciro, ¢ drena o planalto de Itirapina, correndo de NE para SW e de E para W. Bla faz a divisa dos municipios de Sfo Carlos, Analindia ¢ Itirapina (fig. 1). se ‘Arodovia Washington Luiz corta a0 meio a Bacia Hidrogréfica do Ribeirto do Feijso no sentido norte-sul. Nessa bacia, predomina a zona rural, com a utilizagio da terra para ppastagem (criagBo semi-intensivacextensiva de gado bovino). A agriculturatem uma grande diversidade de culturas, com predominio de pequenos ¢ médios agricultores, ocupando grande parte da érea. Ocorrem também algumas reas de reflorestamento por Pinus spe Eucalyptus sp. ‘Essa bacia hidrogréfica abriga parte da zona industrial da cidade de Sto Carlos. Porém, desuma importinciaé alocalizagio do depOsito de residuos s6lidos urbanos (tixBo) do muni cfpio de Sto Carlos (fig. 1), causando um dos maiores problemas potenciais de atuagio ‘antrOpica nesta bacia, visto que, a captagio d’égua para a cidade de So Carlos 6 feita abai x0 do lixdo. ara este trabalho, foram realizadas coletas mensais no perfodo de um ano (novembro de 1990 a outubro de 1991), sendo que para andlise de componentes principais ¢ de grupamento, visando a ordenaco espacial das estagdes de coleta (sub-bacias), foram utiliza- das as médias anuais, Os dados mensais, bem como uma caracterizagto fisica, quimica € biol6gica do sistema, podem ser encontrados em Rios (1993). ‘As seguintes varifveis foram utilizadas: temperatura da égua (‘C), oxigtnio dissolvido (gO, 1"), pH, alealinidade (meq.1”), condutividade elétrica (4S.cm"), CO, total (mg.1"), HCO, (mg.1") e CO, livre (mg.1"), material em suspensto (total, organico ¢ inorginico (mg.1"), amOnia (Ug. 1"), fosfato totale inorganico dissolvido (ig.1"), nitrato (g.1")enitrito (ag. 1"), silicatoreativo (mg. 1"), f6sforo e nitrogénio total (ig. 1") vaziio (m3.s") (Golterman ‘tal, 1978, Koraleff, 1976, Lima, 19R6, Mackereth etal., 1978, Strickland & Parsons. 1960. ‘Teixeira et al., 1965 ¢ Valderrama, 1981). ‘A Andlise de Componentes Principais tem sido descrita como um dos mais usados mé- todos de ordenagio para descriglo dos gradientes nos ecossistemas. Sendo assim, cla tem sido usada para explorar a ordenaglo espacial das sub-bacias (Sebater ef al, 1990). Para res- lizar a anélise de componentes principais bem como a andlise de grupamento, foi necessério fazer apadronizacio dos dados, para que estes pudessem ser comparados entre si. O proceso de padronizago consistiu na subtragio da média de cada varidvel edivisio da diferengs pelo

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