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diminuição do volume urinário acompanhado de ganho de peso, deu entrada no serviço com quadro de
desconforto epigástrico, tosse seca associada a dificuldade para respirar (dispneia progressiva).
Antecedentes pessoais
Diabetes tipo 2
Doença arterial coronariana – Lesão triarterial (marginal, circunflexa e diagonais) – com indicação
cirúrgica – Revascularização Miocárdica.
Durante o período apresentou piora da IC, revelada por congestão pulmonar não responsiva ao
tratamento farmacológico.
Exame físico
Abdome globoso, distendido, com fígado palpável a 5 cm do rebordo costal direito (RCD) e edema
importante de membros inferiores (MMII).
Má perfusão periférica. Ausculta pulmonar: roncos e estertores em bases pulmonares Ausculta cardíaca:
bulhas arrítmicas (taquicárdicas) normofonéticas, sopro sistólico em foco mitral e aórtico.
Procedimentos realizados:
Sonda nasoenteral e sonda vesical Foley.
Cineangiocoronariografia
Diagonal anterior tipo II, com lesão suboclusiva no terço proximal, leito distal de fino calibre e lesão de
75% no terço médio
Primeira diagonal (pequena importância anatômica) com lesão de 90% no terço proximal
Segunda diagonal (moderada importância anatômica) com lesão de 50% no terço médio
Circunflexa atinge terço distal do sulco atrioventricular, com lesão de 75 a 90% de terço distal
Primeira marginal (grande importância) bifurcada, com lesão suboclusiva em um sub-ramo e oclusão do
outro
Ramo de diagonal posterior (grande importância) com lesão de 75% no terço médio
Eletrocardiograma
Radiografia de tórax
Ecocardiograma
Disfunção diastólica
Analisando
A IC, considerada um problema de saúde pública, é uma síndrome progressiva na qual uma alteração
estrutural ou funcional leva à incapacidade do coração de ejetar o sangue (disfunção sistólica) em
volume satisfatório para atender as demandas orgânicas ou acomodar o sangue (disfunção diastólica)
dentro dos valores pressóricos fisiológicos.
Alterações complexas na função estrutural, funcional e biológica do coração são responsáveis pela
natureza progressiva da IC. Diversos mecanismos de compensação para melhorar o baixo débito
cardíaco são ativados, mediados pela ativação de hormônios, mediadores neurais e peptídeos com ação
sobre os rins, vasculatura periférica e miocárdio. Há também intensa reação imune com liberação de
citocinas, mediadores inflamatórios e fatores de crescimento com ativações sistêmicas e teciduais. Estes
mediadores perpetuam a disfunção ventricular e desempenham, assim, importante papel prognóstico.
(Souza, Pires e Rocha)
Dentre várias causas, as mais comuns são: doença de Chagas, doença arterial coronariana, doenças
valvulares (aórtica e mitral). Por ser considerada uma síndrome, apresenta um conjunto de sinais e
sintomas:
Taquipneia
Noctúria
Tosse
Cianose de extremidades
TFIII – atividade usual, causando fadiga ou dispneia com acentuada limitação, porém confortável em
repouso
TFIV – atividade usual, causando fadiga ou dispneia com acentuada limitação e total desconforto em
qualquer atividade executada
Fadiga (sensação opressiva e sustentada de exaustão e de capacidade diminuída para realizar trabalho
físico e mental no nível habitual) caracterizada por cansaço e falta de energia, relacionada à condição
física debilitada e estado da doença
Débito cardíaco diminuído (quantidade insuficiente de sangue bombeado pelo coração para atender às
demandas metabólicas corporais) caracterizado pela taquicardia, estase jugular, edema de MMII, má
perfusão periférica, relacionado à contratilidade, pré e pós-carga e volume de ejeção alterados
Volume excessivo de líquidos (retenção aumentada de líquidos isotônicos) caracterizada pelo edema,
estertores pulmonares, estase jugular, ganho de peso, hepatomegalia, relacionado aos mecanismos
reguladores comprometidos
Risco de infecção (risco aumentado de invasão por organismos patogênicos) relacionado às defesas
primárias inadequadas, à exposição ambiental a patógenos, à doença crônica e aos procedimentos
invasivos
Mobilidade no leito prejudicada (limitação para movimentar-se de forma independente de uma posição
para outra no leito) caracterizada pela impossibilidade de mudar de decúbito, relacionada à sedação.
Comunicação verbal prejudicada (habilidade diminuída, retardada ou ausente para receber, processar,
transmitir e/ou usar um sistema de símbolos) caracterizada pela diminuição do nível de consciência e
intubação orotraqueal (barreira física) relacionada à sedação
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal (risco de não conseguir manter a temperatura corporal
dentro dos parâmetros normais) relacionado à inatividade e sedação
Risco de aspiração (risco de entrada de secreções gastrointestinais, orofaríngeas, sólidos ou fluídos nas
vias traquebrônquicas) relacionado à sedação, presença do tubo orotraqueal e a alimentação por sonda
Terapia Medicamentosa
Diuréticos – diurético de alça (Furosemida) – grande capacidade de gerar excreção de sódio, existente
no filtrado glomerular. Provoca alto fluxo de urina. Inibe o transporte de cloreto de sódio (NaCl) para
fora do túbulo.
Nitratos – promovem redução significativa dos volumes e das pressões diastólicas e sistólicas do
ventrículo esquerdo. Ao reduzir as pressões de enchimento ventricular elevadas, a tensão parietal
diastólica e as pre-cargas excessivas na insuficiência cardíaca congestiva diminuem as pressões
venocapilares, a congestão pulmonar e o edema.
Inibidores da ECA – inibidor dos efeitos da angiotensina I, impedindo a conversão em Angiotensina II,
vasoconstritor potente. Atua nos leitos vasculares melhorando a perfusão de órgãos vitais.
Digitálicos – aumento da força de contração (aumento do inotropismo) causado por aumento do cálcio
intracelular, que gera forte elevação da tensão de contração, e funcionam ao contrário das
catecolaminas, não acelerando o relaxamento cardíaco.