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PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – NEaD
Processo Decisório e
Negociação Empresarial
Livro-texto EaD
Natal/RN
2011
DIRIGENTES DA UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP
Reitoria
Sâmela Soraya Gomes de Oliveira
Processo Decisório e
Negociação Empresarial
1a Edição
Natal/RN
2011
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS DA UnP
Ilustração do Mascote
Lucio Masaaki Matsuno
Coordenação Pedagógica
Margarete Lazzaris Kleis
Coordenação de Editoração
Charlie Anderson Olsen
Larissa Kleis Pereira
Coordenação de Diagramação
Cristina Assumpção
Diagramação
Valdir Siqueira
Ilustrações
Alexandre Beck
CONHECENDO O AUTOR
KARLA GRILLO
Espero que você tenha tanto prazer em ler este livro como
tive em fazê-lo. Ótimos estudos!
Capítulo 1 - Introdução ao processo decisório empresarial .................... 13
SUMÁRIO
1.1 Contextualizando .......................................................................................................... 13
1.2 Conhecendo a teoria .................................................................................................... 14
1.2.1 Estrutura da tomada de decisão ..................................................................... 16
1.2.2 Vieses comuns: heurística da disponibilidade, da
representatividade, da ancoragem e ajustamento ................................. 21
1.2.3 Julgamento sob incerteza ................................................................................ 26
1.2.4 Vieses motivacionais e cognitivos do negociador ................................... 28
1.2.5 Comprometimento e justiça na tomada de decisão ............................... 30
1.2.6 Como aprimorar a tomada de decisão......................................................... 31
1.2.7 Reconhecer e diagnosticar ............................................................................... 34
1.3 Aplicando a teoria na prática .................................................................................... 37
1.4 Para saber mais .............................................................................................................. 38
1.5 Relembrando .................................................................................................................. 39
1.6 Testando os seus conhecimentos ............................................................................ 40
Onde encontrar ..................................................................................................................... 41
Referências ....................................................................................................................231
Capítulo 1
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO AO PROCESSO
DECISÓRIO EMPRESARIAL
1.1 Contextualizando
Olá! Neste capítulo teremos a oportunidade de introduzir a
disciplina Processo decisório e negociação empresarial. Vamos começar
tratando de um tema que passa por um desenvolvimento intenso nos
últimos tempos: a tomada de decisão. Afinal, as mudanças vivenciadas
no mercado de trabalho vêm criando novas exigências aos profissionais,
que têm necessidade de buscar aperfeiçoamentos para lidar com a atual
conjuntura e seu dinamismo.
CONCEITO
“Processo de decisão é o conjunto de princípios,
regras e procedimentos que permitem selecionar,
em determinados tipos de problemas, a linha de
ação, saída ou alternativa mais conveniente.”
(ANDRADE; ALYRIO; MACEDO, 2004, p. 134,
grifo nosso)
Andrade, Alyrio e Macedo (2004, p. 139) sugerem um teste que pode ser
resumido em cinco questões quando se trata de esboçar um planejamento
de cenário:
LEMBRETE
Decisões programadas ocorrem com certa
frequência, enquanto as decisões não programadas
são novas (sem precedentes) e requerem
tratamento especial (LACOMBE; HEILBORN, 2006).
FASE 1: FORMULAÇÃO
1. definir o problema e suas variáveis relevantes (parâmetros);
LEMBRETE
Você sabe a diferença entre objetividade e
subjetividade?
CONCEITO
A heurística é uma parte da epistemologia e
do método científico. A etimologia da palavra
heurística é a mesma que a palavra eureka, cuja
exclamação se atribui a Arquimedes no conhecido
episódio da descoberta de como medir o volume de
um objeto irregular utilizando água.
Os vieses podem ser afetados por alguns fatores, que mudam a nossa
percepção ou o nosso entendimento sobre os temas que envolvem os processos
de tomada de decisão.
Heurística da disponibilidade
Heurística da representatividade
Andrade, Alyrio e Macedo (2004) ainda destacam que a discussão acerca das
heurísticas e vieses do processo decisório possibilita que as pessoas verifiquem como
se dá seu processo de tomada de decisão para perceber e identificar quais vieses
lhes afetam, a fim de se conscientizar do processo e incrementar sua atuação.
REFLEXÃO
Você já parou para pensar como é o seu
processo de tomada de decisão? Você consegue
perceber em sua atuação como decisor a
predominância de alguma das heurísticas
apresentadas? Essa reflexão, sugerem Andrade,
Alyrio e Macedo (2004), permite nos ajudar a
“descongelar” nossos padrões de tomada de
decisão e perceber com mais facilidade como
as heurísticas se transformam em vieses quando são aplicadas de
forma inadequada. Ou seja, ao aprender a identificar os vieses, você
poderá melhorar a qualidade de suas decisões. Pense nisso e esteja
atento à continuidade deste capítulo!
Figura 3 – Incerteza
Fonte: <www.ultradownloads.uol.com.br>.
Parikh, Neubauer e Lank (2000 apud MACEDO et al., 2010) afirmam que
VIÉS DESCRIÇÃO
Falta de sensibilidade Os indivíduos, frequentemente, não são capazes de apreciar o papel do tamanho da
ao tamanho da amostra na avaliação da confiabilidade das informações da mesma.
amostra
Concepções errôneas Os indivíduos esperam que uma sequência de dados gerados por um processo aleatório
sobre o acaso pareça ser “aleatória”, mesmo quando for demasiado curta para que aquelas expectativas
sejam estatisticamente válidas.
Insuficiente Os indivíduos fazem estimativas para valores com base em um valor inicial (derivado
ajustamento da de eventos passados, atribuição aleatória ou qualquer outra informação que esteja
âncora disponível) e, em geral, fazem ajustes insuficientes daquela âncora quando do
estabelecimento de um valor final.
Viés de eventos Os indivíduos exibem um viés tendendo para a superestimação da probabilidade de eventos
conjuntivos e conjuntivos e para a subestimação da probabilidade de ventos disjuntivos.
disjuntivos
Excesso de confiança Os indivíduos tendem a ser excessivamente confiantes quanto à infalibilidade de seus
julgamentos ao responderem a perguntas de dificuldade variando de moderada a extrema.
Armadilha da Os indivíduos tendem a buscar informações de confirmação para o que consideram ser
confirmação verdadeiro e negligenciam a busca de indícios de não confirmação.
Vimos aqui a exploração dos vieses que emanam de cada tipo de heurística
quando mal utilizada, gerando a tomada de decisão enviesada e causando
impactos significativos. Então, como decisores em situações gerenciais,
devemos estar aptos a identificar as heurísticas (regras simplificadoras) e os
respectivos vieses que pairam sobre elas.
Figura 6 – Treinamento
Fonte: <http://www.freedigitalphotos.net>.
SAIBA QUE
Embora qualquer atividade prática envolva tanto
“decidir” quanto “fazer”, não tem sido comum
reconhecer que uma teoria da administração
deva se preocupar tanto com os processos de
decisão quanto com os processos de ação. Esse
desprezo talvez se baseie na noção de que a
tomada de decisão está confinada à formulação
da política global. Ao contrário, o processo de
decisão não termina quando o propósito geral
da organização tiver sido determinado.
Decisão:
necessidade e
diagnóstico
Avaliar os Gerar
resultados alternativas
Escolher a mais
adequada
Alternativas (I)
Soluções padrão são aquelas que vêm à mente sem muito esforço,
como coisas que o gerente ou a organização fizeram no passado.
Abordagens inovadoras podem ser desenvolvidas por meio de
estratégias como brainstorming – reunir pessoas e encorajá-las
a discutir soluções criativas de maneira livre e aberta para um
problema. As pessoas são encorajadas a deixar a imaginação
“correr solta” e a não zombar ou ridicularizar as sugestões dos
outros. Apesar de algumas dadas em sessões de brainstorming
terem pouco valor prático, um número surpreendente grande
pode ter aplicação potencial. (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER,
2005, p. 447).
Alternativas (II)
Programar a alternativa
Avaliando os resultados
E aí? Pensou? Você deve ter concluído que fazer um parceiro comercial
ou o consumidor esperar fazia parte da antiga mentalidade de negociação.
Não se recomenda mais o uso dessa estratégia.
Mas isso tudo não terá um final feliz se a cultura de rebaixar o oponente
continuar em vigor.
1.5 Relembrando
Onde encontrar
CAPÍTULO 2
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE O
PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
2.1 Contextualizando
Diz um ditado popular que “uma decisão só é boa quando é boa para
os dois lados envolvidos”, e é esta, justamente, a base de um bom processo de
negociação.
Ao fim deste capítulo, você deverá ter noção dos principais conceitos
e etapas do processo de negociação. Verá também que características e
habilidades são importantes na formação de um bom negociador, além de
situar a negociação no contexto empresarial.
Já com os japoneses,
Estas informações nos dão a real dimensão de que para sermos bons
negociadores não basta a técnica.
SAIBA QUE
Uma negociação não é algo que surgiu apenas
com a modernidade, sua origem é bem antiga e
vem do termo, em latim, negocium, oriundo da
junção dos termos nec (nem, não) + ocium (ócio,
repouso). Tanto no latim como no português,
temos como sinônimos comércio, tráfico,
relações comerciais, transação, combinação,
ajuste. Também encontramos a palavra utilizada
no sentido de estratagema ou truque, na língua
portuguesa. Para a academia, negociação é o
ato de negociar, transacionar.
CONCEITO
“A negociação como filosofia implica a aceitação
dos valores que embasam uma administração
participativa, os ideais de direitos humanos e
justiça social, bem como os pressupostos de
corresponsabilização dos resultados” (MATOS,
1989, p. 240 apud MADEIRA et al., 2002).
Figura 3 – Somente uma negociação em que ambas as partes saem satisfeitas tem
a possibilidade de gerar resultados
Fonte: <http://www.freedigitalphotos.net>.
Cada negociação deve ser avaliada e tratada de acordo com seus objetivos.
Isso exigirá do negociador “jogo de cintura”, além do conhecimento apurado
do processo de negociação.
Grau de
conflito que
se deseja
assumir BAIXO ALTO
Figura 4 - Matriz da estratégia
Fonte: Mello (2003).
Para que você possa entender muito bem este assunto, vamos explicar
ainda mais um pouquinho.
Você quer comprar azulejos para sua casa. Com a obra em andamento,
tudo que você precisa neste momento é escolher dentre as ofertas do mercado
aquela que atenda suas necessidades com o menor preço, com as melhores
condições de pagamento. Você não está nem um pouco preocupado com a
opinião do vendedor sobre você e sua compra, não existe interesse em manter
esta relação, da sua parte. E se ele não atender as suas exigências você irá
procurar na concorrência aquele que atenda as suas expectativas. Você também
não terá nenhum pudor em jogar uma empresa contra a outra, expondo as
condições e vantagens que cada fornecedor lhe dará, buscando cada vez mais,
vantagens para você ou sua empresa (MELLO, 2003).
Outra opção é reagir à altura, mas isso em geral não acaba bem e
dificilmente se chega a um acordo. O melhor mesmo é desmascarar a tática
utilizada e dizer que você não está disposto a isso. Controlando suas emoções,
evitando ataques pessoais e confrontos agressivos, você pode direcionar a
negociação para a forma correta de agir.
Negociar é uma arte antiga, que não deve ser apressada. Não
podemos simplesmente sentar numa mesa de negociações sem que se
esteja preparado para isso.
Preparação
• Histórico das relações – reveja tudo que você conhece sobre a pessoa
e sobre a empresa com que irá negociar. Lembre de como ela agia em
contatos anteriores, que assuntos gostava de falar, como se vestia e se
portava. Procure se lembrar de estratégias e negócios que não deram
certo para evitar repetir o problema. Às vezes pequenos detalhes nos
dão uma visão mais ampla da pessoa do que uma grande atitude. Por
exemplo, uma pessoa que se mostra muito amigável e gentil, mas
que deixa passar uma data importante “sem dar sinal de vida”, ou
uma pessoa que você considera amiga, mas que nunca a convida para
conhecer sua casa ou família, e assim por diante.
Abertura
• Defina seu objetivo – deixe claro para seu parceiro que você sabe por
que está ali: para ajudá-lo a resolver um problema, ou para satisfazer
uma necessidade de alguma área estratégica da empresa dele.
Demonstre empatia, colocando-se no lugar dele e tentando auxiliá-
lo na busca da melhor solução. Não fale ainda do seu produto ou
serviço e da solução que você pode oferecer, pelo contrário, fale dos
problemas que ele tem e que você está disposto a ajudar a solucionar.
Destaque os benefícios mútuos desta negociação.
Exploração
LEMBRETE
Não é à toa que temos dois ouvidos e uma
boca: durante uma negociação, ouça mais, fale
menos. Ouvindo, poderá ter tempo de pensar
em como ajustar suas argumentações, em como
encontrar uma forma de acabar com as objeções
e evitar conflitos de interesses.
Apresentação
Clarificação
Finalização
Controle/Avaliação
Figura 5 – Negociação
Fonte: <www.radiopub.unblog.fr>.
BIOGRAFIA
Peter Ferdinand Drucker (Viena, 1909-Claremont,
2005) foi um filósofo e economista de origem
austríaca, considerado o pai da administração
moderna, sendo o mais reconhecido dos pensadores
do fenómeno dos efeitos da globalização
na economia em geral e em particular nas
organizações – subentendendo-se a administração
moderna como “a ciência que trata sobre pessoas
nas organizações”, como dizia ele próprio.
Vamos começar devagar para que você possa “ir pegando o jeito”.
• Objetivos ideais e reais – defina o que você quer. O que você pode
oferecer para conseguir a vaga? Compare com o que mercado pede e
liste suas qualificações. Se você ficar muito distante do solicitado, veja
que outros benefícios você pode acrescentar ao cargo. Exemplo: falo
inglês fluentemente e estou estudando mandarim. Cursei dois anos
de design de embalagens.
2.5 Relembrando
Onde encontrar
MINTZBERG, H. The nature of managerial work. New York: Harper & Row,
1973.
POLLAN, S. M.; LEVINE, M. The total negotiator. New York: Avon Books, 1994.
THOMPSON, L. The mind and heart of negotiator. New Jersey: Prentice Hall,
1998.
CAPÍTULO 3
COMPREENDENDO A
NATUREZA DOS CONFLITOS
3.1 Contextualizando
Quando ouvimos a palavra conflito, a primeira coisa que nos vem à
cabeça é que temos pessoas pensando de maneira diferente sobre algo. Em
geral, a palavra vem com uma carga negativa, de um momento de crise, de
um provável rompimento, do final de algo. E fugimos dele, dizemos que não
queremos conflitos, como se isso – o fugir – fosse algo razoável, bom e até
possível.
Essa é a nossa discussão neste capítulo. Ao fim dele, você deverá saber
definir o que são conflitos, sua natureza, como administrá-los e como trabalhar
com eles numa negociação. E sem conflitos!
Bons estudos!
Mas o tema, até alguns anos atrás, não era discutido como algo positivo
dentro das organizações, pelo contrário, quando havia conflito era porque o
gestor não estava fazendo um trabalho eficiente. Hoje sabemos que conflitos
são inevitáveis e que podem ser até positivos se soubermos administrá-los.
Há tantas definições para conflito que fica difícil escolher. Para alguns,
“conflitos são situações que se caracterizam por uma escassez de recursos onde
se associa um sentimento de hostilidade” (GIL, 2008, p. 1). Outros definem
o conflito como um processo que principia quando uma das partes se sente
ameaçada/prejudicada por algo que alguém fez ou fará.
CONCEITO
O conflito só é possível por existirem pessoas e
interesses envolvidos, pois ele se apoia em ações
e reações de ambas as partes, ou seja, pela
interação entre elas. É preciso que pelo menos
uma destas se dê conta que o que está em jogo
é conflitante com os objetivos, metas, valores do
outro e que estas diferenças podem dificultar
ou inviabilizar o que se pretende (GIL, 2008).
Araújo (2010) observa que o conflito pode surgir por várias situações e
razões, tais como:
SAIBA QUE
Quando visto pelo lado positivo, o conflito é um
catalisador de mudanças, mudanças estas que
permitem que a empresa se mantenha ativa
e produtiva. Lembremos que o conflito gera
discussões, o olhar para vários lados de uma
questão, essenciais ao processo produtivo, por
mais paradoxal que pareça.
Para aqueles que optam pelo lado positivo do conflito, as vantagens são:
EXPLORANDO
Corações em conflito é um filme de Lukas
Moodysson, cuja história gira em torno de uma
família de classe média alta novaiorquina, em
que a mãe (Michelle Williams) é uma cirurgiã e o
pai (Gael García Bernal), o criador de um site de
sucesso. Ele parte para uma viagem de negócios
para a Tailândia, onde entra em contato com outra cultura e passa
a questionar sua própria vida; ela começa a notar que sua filha tem
mais carinho com a babá filipina, com quem passa a maior parte
do tempo, do que com ela própria. Está aí um bom cenário para
visualizarmos conflitos culturais típicos do processo de globalização.
Segundo Maitland (2000 apud FERNANDES NETO, 2005), estes são os seis
tipos de colaboradores que podemos ter:
Figura 4 – O passivo-agressivo
Fonte: <www.mundotecno.info>
Tipos de conflitos
Áreas de conflito
A história e a mídia nos mostram que o homem não tem sido muito
hábil em resolver seus problemas e divergências de forma amigável.
Com toda evolução do homem e do meio onde vivemos, a tecnologia,
somos ainda muito “bárbaros” em nossas negociações. Pode ser o nosso
“complexo de James Bond”. Brigamos e discutimos por diversos motivos,
tanto em casa com a família, como no trabalho, com colegas, superiores
e subordinados.
CONCEITO
Os conflitos na organização em geral se dão
entre duas pessoas, mas podem ocorrer situações
que envolvam mais. Acontecem por motivos
de diferenças de idade, sexo, valores, crenças,
por falta de recursos materiais, financeiros, por
diferenças de papéis, dentre outros.
Figura 5 – Hierarquia
• nível 5 - loss of face (ficar com a cara no chão) – o não querer “dar
o braço a torcer” , o “custe o que custar e lutarei até o fim” acabam
gerando dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire
dignamente;
• regras e objetivos – a equipe sabe para onde está indo e cada um dos
seus indivíduos sabe o que se espera dele, bem como o que deve fazer;
Crítica construtiva
Um dos fatores com potencial para gerar conflitos são as criticas sobre
trabalho e/ou desempenho. Para diminuir as chances de problemas, Bee (2000
Como visto pelo que foi exposto até agora, é muito difícil resolver um
conflito de forma pacífica. Na maioria das vezes o que se dá é a retirada ou
a rendição. Por vezes, os problemas chegam ao nível da solução jurídica e é
escolhido um terceiro, isento, para julgá-lo – no caso, um juiz.
SAIBA QUE
Arbitragem é um termo que faz parte do
vocabulário jurídico. Há décadas utilizadas
nos países desenvolvidos, é regulamentada
no Brasil pela Lei 9.307/96, a chamada Lei da
Arbitragem, e vem sendo reconhecida como o
método mais eficiente de resolução de conflitos,
contribuindo para o descongestionamento do
Poder Judiciário.
Na arbitragem impera a autonomia da vontade
das partes envolvidas, manifestada na medida em que são elas que
definem os procedimentos que disciplinarão esse processo, que
estipulam o prazo final para sua condução, que indicam os árbitros
que avaliarão e decidirão a controvérsia instaurada.
Resumidamente, é como se fossem criadas regras particulares
e de comum acordo entre os interessados. Isso garante, além de
uma boa solução para o caso, sigilo, economia, a certeza de que o
julgamento do problema será realizado por pessoas com profundo
conhecimento do assunto em questão e, além de tudo, rapidez, já
que a arbitragem deve ser concluída no prazo máximo legal de 180
dias, se outro prazo não for acertado pelas próprias partes.
Fonte: <www.camaradomercado.com.br>.
Mediação e conciliação
CONCEITO
Negociação é um processo de comunicação
com o propósito de se atingir um acordo
agradável sobre diferentes ideias e
necessidades (ACUFF, 1993, p. 21).
Que ações você, como diretor geral, tomaria para evitar o conflito?
Pensou?
Com Julia Roberts e Richard Gere, este filme apresenta diversas cenas
de negociação e conflito, das mais simples às mais complicadas. Veja
o filme na internet ou passe numa locadora. Além de se divertir,
você vai aprender bastante.
3.5 Relembrando
Neste capítulo:
Onde encontrar
CAPÍTULO 4
O PLANEJAMENTO DA NEGOCIAÇÃO
4.1 Contextualizando
Se eu tivesse nove horas para cortar uma
árvore, passaria seis afiando o machado.
Abraham Lincoln
LEMBRETE
Antes de iniciar o planejamento de uma
negociação, você deve:
• não misturar o pessoal com o profissional;
• separar o problema em questão das pessoas
envolvidas;
• preocupar-se com o objetivo da negociação,
não como os seus;
• ter em mãos um leque de possíveis soluções
para o problema.
(FISCHER; URY, 1995 apud MARTINELLI;
ALMEIDA, 2006).
Para Acuff (1993 apud MARTINELLI; ALMEIDA, 2006), existem etapas que
auxiliam os negociadores a se prepararem de forma adequada.
LEMBRETE
Nenhum planejamento acontece, e muito
menos tem sucesso se não soubermos o que
queremos realmente alcançar, as necessidades
que temos, e se não houver dos dois lados a
possibilidade de acordos. Traduzindo: motivação
e conhecimento, vitais a uma negociação de
sucesso (MARTINELLI; ALMEIDA, 2006).
Como toda moeda tem duas faces, não basta o negociador estar ciente
destes aspectos em relação a si e/ou a sua equipe, pois o conhecimento a
respeito do outro lado é necessário. Se não conhecermos o “pensamento”, as
fragilidades, nuances e vantagens do nosso oponente, tendemos a ficar numa
posição desconfortável e, possivelmente, desvantajosa.
Se o staff não for possível na sua empresa, não se preocupe, isso não
inviabiliza a sua negociação, apenas tornará seu trabalho e responsabilidades
maiores e mais complexos.
Figura 1 – Negociação
Fonte: <www.gettyimages.com>.
• abordagem;
• argumentação;
• superação das objeções;
• acordo;
• reforço;
• reabordagem.
• preparação;
• discussão;
• propostas;
• barganha;
• acordo.
• pré-formulação;
• formulação;
• tempestade;
• padronização;
• execução;
• controle de desempenho.
(R) Prepare-se
(R) Prepare-se
(E) Explore as necessidades
(S) Sinalize a movimentação
(P) Teste as propostas
(E) Troque concessões
(C) Feche o acordo
(T) Amarre as pontas soltas
Figura 3 – Ganha-ganha
Fonte: <www.gettyimages.com>.
As estratégias de negociação,
segundo Lewicki (apud MARTINELLI;
ALMEIDA, 2006):
• estratégia a evitar
(perde-perde);
• estratégia de
acomodação (perde-
ganha);
• estratégia competitiva
(ganhar a todo custo,
ganha-perde);
• estratégia colaborativa
(ganha-ganha);
• estratégia de
compromisso (separar
as diferenças).
Analise da situação em si
Situações que nos são conhecidas permitem que nos sintamos confortáveis,
portanto é perfeitamente normal que no caso de uma negociação escolhamos
aquela que já utilizamos mais vezes.
Experiência
Estilo
O jeito das pessoas serem influencia e muito nas estratégias que serão
escolhidas. Duas pessoas competitivas terão uma grande chance de escolherem
estratégias em que a competição é o forte, mas isso também irá gerar muito
mais atritos e dificuldades de entendimento.
Figura 4 – Avaliação
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Por fim, temos ainda a avaliação que deverá acontecer algum tempo
após a última avaliação, de forma a verificar como foi realizada a implantação
dos itens do acordo e como os negociadores melhoraram neste período.
Negociamos o tempo todo e na maior parte das vezes sequer nos damos
conta disso. Quando pedimos desconto numa compra à vista, quando queremos
mais prazo para pagar uma dívida, quando trocamos gentilezas com o vizinho
do lado, quando nossos filhos querem nossa atenção... Tudo isso são espécies
diárias de negociação.
Variável 1: poder
Poderes pessoais
Figura 5 – Poder
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Poderes circunstanciais
Variável 2: tempo
Figura 6 – Tempo
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Variável 3: informação
Figura 7 – Informação
Fonte: <www.gettyimages.com>.
SAIBA QUE
Um ponto importante é que toda negociação
é um processo que deve ser composto por três
momentos: preparação, execução e controle/
avaliação e que a negociação não acaba
quando o acordo foi firmado, mas sim quando
foi cumprido. E tem gente que esquece disto.
(WANDERLEY, 2009)
CURIOSIDADE
A propósito dos aspectos culturais, é importante
estar ciente de que o francês prefere que o
negociador olhe nos seus olhos no momento
de fechar o negócio. Já os orientais sentem
o “olho no olho” (que para nós, brasileiros,
inspira confiança) como desafiador e agressivo,
podendo até ser interpretado como um
confronto, e geralmente respondem a esses olhares com sorrisos
(que não significam alegria, mas sim constrangimento). Abordagens
agressivas assustam os portugueses, é o caso do controlador e
principal executivo da CSN, que perdeu diversas disputas no mercado
externo devido a sua falta de adequação de estratégias de acordo
com os aspectos culturais e políticos do outro país.
Para os chineses, mais importante do que “o que é dito”, é “o que
não é dito”. Eles cultuam o silêncio e ouvem, balançando a cabeça
enquanto analisam, mas isso não significa que estão concordando
(ZWIELEWSKI, 2011).
Você já deve ter se dado conta de que é lugar comum afirmar que
a preparação é a base do sucesso em qualquer negociação. Mas para
uma excelente preparação, Wanderley (2009) sugere: deve-se considerar
não apenas as óticas de todas as partes envolvidas, mas também as de
um observador neutro. Igualmente as perspectivas otimista, realista
e pessimista, o que significa que é preciso ter presente que a “Lei de
Murphy” existe.
Todo mundo conhece esta história: duas crianças estão brincando na rua
quando chega uma terceira, com uma bola. Ela propõe aos dois jogarem bola
com ela, mas à medida que o jogo avança e o dono da bola começa a perder
ele pega a bola e vai embora, emburrado.
Título: Changi
Autor: James Clavell Editora: Record Ano: 1962
4.5 Relembrando
Neste capítulo:
Onde encontrar
CAPÍTULO 5
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
5.1 Contextualizando
A comunicação como ferramenta – e depois como estratégia – dentro das
empresas nasceu da necessidade de uma mudança nas relações que vigoravam
entre empregadores e empregados.
Se olharmos pela linguística, Souza (1973 apud PERLES, 2011) sugere que esta
e a teoria da comunicação se ajudam reciprocamente, numa estreita correlação.
CONCEITO
A comunicação é um processo que envolve
estímulos (internos e externos) percepção,
preparação mental para comparar novas ideias
e/ou sensações, resposta e reação aos estímulos,
ações e consequências. Acredita-se, portanto,
que a comunicação tem de gerar uma reação;
se isso não ocorrer, é porque ela não se efetivou
(ANGELONI, 2008).
Codifi- Decodifi-
Emissor Canal Emissor
cação cação
Ruído
DEFINIÇÃO
• Emissor é aquele que produz e transmite a
mensagem.
• ao saber exatamente o que você quer comunicar, será mais fácil fazer
isso;
• após enviar uma mensagem, peça ao indivíduo com que você está se
comunicando para repetir a mensagem;
Nível interpessoal
Podemos perceber se uma pessoa esta calma, tranquila, pelo jeito que
ela nos olha, senta, mexe ou não no cabelo. Podemos passar amor, carinho,
desgosto e desprezo no modo de olhar. Como professores ou palestrantes,
percebemos claramente se estamos agradando ou não com nossa fala pela
postura corporal de quem nos ouve (REIS et al., 2011).
Nível intrapessoal
Veja, por exemplo, o que aconteceu com a Maison Dior e John Galliano,
que se pronunciou contra os judeus. A forma fascista de Galliano pensar e
se posicionar em público ofendeu a diversos segmentos da sociedade, o que
exigiu uma ação imediata da empresa para que o nome (e os negócios) desta
não fossem afetados pelas palavras do estilista.
Comunicação em massa
Para que isso ocorra como queremos, temos que lembrar que existem
dois tipos de comunicação: a objetiva e a subjetiva. Na comunicação objetiva
somos diretos e transmitimos dados, números, informações, gráficos, pesquisas
de forma a possibilitar uma melhor análise da situação. Já na comunicação
subjetiva os sentimentos são a tônica, e desta forma nos deixamos levar pelas
emoções, sejam estas em relação à pessoa com quem estamos negociando,
seja em relação à situação ou mesmo ao assunto.
Figura 3 – Vestuário
Fonte: <http://www.blogflaviopereira.com.br>.
LEMBRETE
• Gestos diretamente ligados à fala servem
para enfatizar ou ilustrar o discurso. As pessoas
usam menos quando falseiam uma informação.
• Movimentos de automanipulação, como
coçar o nariz, passar a mão no cabelo, esfregar
o queixo etc.
• A frequência de manipuladores aumenta
quando a pessoa está tensa (não necessariamente
quando está mentindo).
LEMBRETE
• Face – as pessoas possuem maior dificuldade de
mentir com a face do que com as palavras. Inibir
uma expressão facial espontânea pode ser muito
difícil, e nem sempre estamos atentos o suficiente
para antecipar sua ocorrência e controlá-la a
tempo de escondê-la com outra expressão.
• Expressões quebradas – aparecem para tentar controlar a
expressão facial dissimulada. Por exemplo, um sorriso ou outra
expressão falsa podem ser criados para encobrir a expressão facial
de frustração diante da proposta da outra parte.
• Timing – expressões verdadeiras são demonstradas rapidamente.
Se a expressão não é verdadeira, esta tende a permanecer por mais
tempo no rosto.
• Expressões assimétricas – expressões voluntárias (não espontâneas)
são assimétricas, enquanto que as involuntárias (espontâneas)
são simétricas. Por exemplo, um negociador pode dizer que está
satisfeito com o acordo proposto, enquanto exibe sinais de raiva em
um lado da face e, do outro, sinais de alegria.
• Falta de sincronia – se a expressão de uma emoção aparece
depois das palavras relativas a esta, provavelmente ela é falsa.
Normalmente, a expressão de uma emoção genuína aparece junto
com as palavras e até alguns segundos antes.
Comunicação verbal
Outros fatores pessoais que podem criar barreiras na comunicação são: ideias
preconcebidas, interpretações pessoais, preconceitos, inabilidades e dificuldades
de se comunicar, dificuldade com o idioma; pressa ou urgência, desatenção ou
negligência, desinteresse, laconismo ou superficialidade, motivação.
Como o cliente Como o líder do Como o analista Como o programador O que os beta testers Como o consultor de
explicou projeto entendeu planejou codificou receberam negócios descreveu
Valor que o Como foi O que a assistência Como foi Quando foi O que o cliente
cliente pagou documentado técnica instalou suportado entregue realmente necessitava
Figura 5 – Interferências
Fonte: <www.comunicaroque.blogs.sapo.pt>.
CONCEITO
A percepção é um modo de formar impressões
sobre si mesmo, sobre outra pessoa e sobre as
experiências diárias da vida. Também constitui um
filtro, por meio do qual a informação passa antes
de causar efeito sobre a pessoa (RAMOS, 2010).
LEMBRETE
Focalize o feedback:
• no comportamento, não na pessoa;
• em observações, não em interferências;
• em descrições, não em julgamento;
• no comportamento em termos relativos a uma
situação específica;
• na atitude de compartilhar ideias e informações, não em dar
conselhos;
• na exploração de alternativas, não em respostas ou soluções;
• no valor que ele possa ter para quem o recebe, não no valor que
ele proporciona a quem o dá;
• na quantidade de informações que a pessoa que o recebe pode
usar, não na quantidade que o emissor possa transmitir e gostaria
de fazê-lo;
• em um tempo e lugar nos quais dados pessoais possam ser
compartilhados em ocasiões apropriadas;
• naquilo que foi dito, não por quem foi dito (MARTINELLI;
ALMEIDA, 2006, p. 41).
5.5 Relembrando
Neste capítulo:
Onde encontrar
CAPÍTULO 6
TIPOS PSICOLÓGICOS EXISTENTES
NO PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
6.1 Contextualizando
Nos processos de negociação, vários são os elementos que se destacam:
habilidades técnicas, habilidades associadas ao conhecimento interpessoal
dos negociadores e o conhecimento do negócio, que é peculiar em cada
transação. Na maioria das vezes, a habilidade técnica tem recebido mais
atenção que a habilidade interpessoal, embora esta seja decisiva para o
sucesso ou fracasso na negociação.
ao negociar, mas não podemos dizer que exista um estilo melhor ou mais
adequado que outro, pois cada negociação tem suas peculiaridades.
Não existe um conceito único para estilos de negociação, visto que cada
pessoa detém um estilo predominante de negociar (PESSOA; SILVA; CALDAS, 2008).
Bons estudos!
SAIBA QUE
Em pesquisas realizadas durante a Primeira
Guerra Mundial, percebeu-se que fatores sociais
podem ser mais importantes do que fatores físicos
no desempenho do funcionário. Outros fatores
que influenciam o comportamento humano são
os antropológicos ou culturais (relacionados à
questão de cultura de um povo ou grupo social), os
ambientais e os psicológicos. Vinte anos depois, na
Segunda Guerra Mundial, os psicólogos já haviam
aprimorado suas técnicas, principalmente em seleção, treinamento e
desenvolvimento de líderes empresariais. Dos anos 40, do século 20,
até o momento, muitas mudanças ocorreram nas organizações, frente
a novos desafios e às exigências do mercado atual (WANDICK, 2009).
BIOGRAFIA
Jung classifica seus tipos de acordo com sua teoria, ou seja, ele “alia a
capacidade que o indivíduo tem de controlar ou aceitar o controle em relação
ao outros com o grau que ele tende a considerar ou desconsiderar nos outros
indivíduos com os quais se relaciona” (OLIVEIRA, 1994 apud PESSOA; SILVA;
CALDAS, 2008). Os modelos de negociadores são quatro. Vejamos.
Suas táticas são de usar outra pessoa na negociação enquanto ele fica
analisando a situação e o oponente, quando em posição inferior rebaixa o outro
para “obter igualdade” e usa uma tática de choque, pela qual age sem informar
seu oponente, desviando seu pensamento do que está sendo discutido.
Figura 2 – O restritivo
Fonte: <www.sol.sapo.pt>.
Figura 3 – O confrontador
Fonte: <www.vivereneagrama.com.br>.
Estilo duro
É aquele que tem uma postura dominante, agressiva, voltada para o poder.
Do ponto de vista positivo, podemos dizer que ele assume posições firmes e
claras, conhece seus objetivos e procura manter o controle durante o processo.
É dinâmico e não se deixa intimidar pelos conflitos e situações críticas. Assume
os riscos, é competitivo e gosta do jogo quando podem surgir surpresas.
Estilo caloroso
Pelo lado negativo, podemos acentuar sua falta de jeito com pessoas
e sentimentos, além da dificuldade para lidar com emoções. De postura fria,
pouco comunicativa até mesmo um pouco neurótica. Tem dificuldades em
decidir com rapidez, perdendo-se em detalhes. Tem necessidade de explicar
tudo muito bem e irrita-se com quem percebe seus pontos de vista. Pessimista,
resiste a mudanças e não gosta de surpresas. Numa primeira impressão, passa
um sentido de ordem e previsibilidade. Como negociador, precisa ser percebido
pelos colegas como competente (SOUZA, 2007).
Estilo negociador
SAIBA QUE
A teoria LIFO trabalha com a ideia de que a
força de uma pessoa, quando usada em excesso,
pode vir a ser uma fraqueza. Para resolver
este paradoxo, a solução seria a produtividade
ou a improdutividade oriunda do impacto do
comportamento individual no ambiente. Não
existem estilos ideais ou perfeitos. A teoria
propõe que os traços característicos da diferença
individual de personalidade de uma pessoa
sejam, em princípio, seu reduto básico de forças
pessoais (GODINHO; MACIOSKI, 2005).
Neste modelo, o norte é o concreto, a lógica dos dados e fatos. Seu ritmo é
mais lento, buscando muito mais a qualidade do trabalho sem se importar com a
quantidade. Evita tomar decisões durante uma discussão e examina com calma os
prós e contras de uma questão, encontrando pontos que os outros não perceberam.
Estilo afirmação
Estilo persuasão
Estilo ligação
Estilo atração
Estilo destensão
Este perfil busca convergência não para negar o conflito, mas para
observar todos os seus ângulos, abordando os pontos nos quais possa haver
acordo ou até interrupção da negociação, a fim de preservar sua efetividade.
CONCEITO
Destensionar significa buscar e obter a convergência
de uma situação, exigindo do negociador uma
leitura correta da situação de uso da criatividade
para intervir na hora certa (SOUZA, 2007).
Da pesquisa
• destes 683 executivos, 459 (67%) são homens e 224 (33%) mulheres;
• a idade da amostra varia de 24 a 74 anos, com uma média de 37 anos;
• quanto à experiência profissional, esta varia de 4 até 46 anos, com
uma média de 16 anos de experiência;
• a amostra foi limitada a negociadores com experiência, tendo
sido excluídos todos os participantes com menos de 4 anos de
experiência profissional;
• no que tange à distribuição geográfica, a amostra é constituída por
executivos de 22 estados brasileiros, 299 da região Sudeste, 145 do
Nordeste, 136 do Sul, 56 do Norte e 47 do Centro-Oeste.
Do instrumento
Dos resultados
Esta aparente ambiguidade pode ser explicada à luz do equilíbrio entre os valores
masculinos e femininos da cultura brasileira. Por um lado, valorizam-se as relações
interpessoais e a pertença a grupos e redes, mas, por outro, também se valoriza a
assertividade, a competição, o sucesso e o poder material. A coexistência entre esses
dois planos faz com que a negociação no Brasil seja uma atividade relacional, mas na
qual os resultados são igualmente valorizados. Cabe ainda destacar:
Este resultado pode ser explicado pelo fato de o Brasil ser uma cultura
não territorial, que mantém uma certa proximidade com os interlocutores,
sendo comum a linguagem gestual e os toques durante o processo.
Por outro lado, no que diz respeito à base de confiança entre as partes,
os respondentes consideram que a reputação e o convívio (74%) são mais
importantes do que a intuição e a empatia (26%).
Este resultado pode ser mais uma vez compreendido com base na dialética
“casa-rua” e na natureza hierárquica do poder da sociedade brasileira, que
induz ao tratamento diferenciado dos indivíduos que compartilham as mesmas
redes de convivência sociais. Por outro lado, sendo o Brasil uma cultura de
alto contexto, a informação é interpretada a partir de um conjunto de pistas,
nomeadamente a relação entre as partes e o contexto social.
Negociação internacional
Fonte: Case Negociação Internacional – Rondini Comércio Exterior. Disponível em: <www.solucaoconflitos.blogspot.com>.
Acesso em: 18 dez. 2010.
Dessa forma, pode-se verificar que o estilo da Rondini para lidar com o
impasse foi o confrontador, já que, como mediador, buscava o melhor acordo
global diante da circunstância dada, apreciando as necessidades e interesses
de cada um, e trabalhando com todos os envolvidos para chegar a um acordo
sólido. Outro estilo que pode ser detectado na empresa intermediadora é o
negociante, estando atenta à flexibilidade, ao compromisso e à integração e
orientação para resultados ganha-ganha, aproveitando as oportunidades que
surgem no momento em que se está negociando.
6.5 Relembrando
a) Dá e apoia (D/A).
b) Toma e controla (T/C).
c) Mantém e conserva (M/C).
d) Adapta e negocia (A/N).
e) Uma mistura de estilos.
a) Estilo restritivo.
b) Estilo ardiloso.
c) Estilo amigável.
d) Estilo confrontador.
e) Uma mistura de estilos.
Onde encontrar
CAPÍTULO 7
A UTILIZAÇÃO DOS DIFERENTES
ESTILOS NA SOLUÇÃO DE CONFLITOS
7.1 Contextualizando
No capítulo 3, tivemos a oportunidade de entender o que são conflitos,
como eles surgem e como gerir situações em que eles aparecem.
Figura 1 – Conflito
Fonte: <www.gettyimages.com>.
LEMBRETE
Figura 2 – Colaboração
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Figura 4 – Contestar
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Figura 5 – Aceitar
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Figura 6 – Retirar-se
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Figura 7 – Compromisso
Fonte: <www.gettyimages.com>.
LEMBRETE
SAIBA QUE
Diferentemente dos procedimentos do passado
em que o negociador visava atender às próprias
necessidades, sem se preocupar com o outro
envolvido na negociação, modernamente
é fundamental. Satisfazer a ambos os lados
e suprir as suas necessidades básicas. […] A
tendência atual deve ser de se procurar um
relacionamento duradouro, que leve a novas
negociações no futuro e que mantenha, ou
melhore, o contato entre as partes envolvidas
(MARTINELLI; ALMEIDA, 1998, p. 22).
• preparo;
• introdução;
• sondagem;
• exposição;
• confirmação;
• fechamento;
• avaliação;
• registro;
• acompanhamento.
Nesse viés, Prates (2011) nos dá algumas sugestões para iniciar uma
negociação. Vejamos.
Etapa da confirmação
Superando as objeções
A problemática da negociação
Junqueira (2007) destaca que autores como William Ury (1993) sustentam
que alguns problemas e questões permeiam todos os tipos de negociações. O
primeiro problema de um negociador, nesse caso, pode ser a falta de definição
clara do objetivo a ser alcançado, pois se torna improvável que ele chegue
onde deseja chegar, se não possuir uma definição clara deste objetivo.
Junqueira (2007) destaca ainda que autores como Stone, Patton e Heen
(1999) também sugerem que, apesar de haver infinitas variações, a maioria
das negociações possui elementos comuns. Mesmo considerando todo tipo de
assuntos, os autores percebem que alguns tipos de questões estão presentes
em muitas negociações, de forma explícita ou implícita, tais como:
• Quando você negociar, compreenda que a sua ação gera uma reação
igual, mas de sentido contrário. Isso significa que, se for agressivo,
obterá agressão, se propiciar confiança, criará uma predisposição
positiva e assim por diante.
• A negociação não pode ser sempre igual, você lida com pessoas de
características diferentes. Procure descobrir o perfil daquele com quem
está negociando e dirija a sua argumentação em função do mesmo.
LEMBRETE
É aquela negociação com alguém que não consegue ou não quer nos
entender. A tática da ignorância pode trazer benefícios a quem a usa, visto que
lhe dá tempo para pensar, para consultar alguém que entenda do assunto ou
ainda colocar seu oponente em cheque. É uma tática que pode ser colocada em
prática em determinadas ocasiões, desde que você tenha coragem para assumi-la.
Credibilidade
Figura 9 – Credibilidade
Fonte: <www.gettyimages.com>.
Exemplo: muitos negócios hoje são feitos via internet e via telefone.
Você não está ali olhando olho no olho do seu negociador, e isso pode ser uma
desvantagem. Ou não, dependendo do lado em que se está.
A manobra do ausente
A tática utilizada aqui é a falta de acesso à pessoa que irá tomar uma
decisão. E temos que esperar por ela. Esta tática serve quando queremos
postergar o não enquanto buscamos mais informações, ou protelar o acordo
para que as pretensões do outro diminuam, ou ainda para fazer um negócio
melhor com outra pessoa usando como base este outro.
LEMBRETE
Tática da avalanche
Tática da pechincha
no seu sistema de preços e queremos que ele tire essa “sobra”. Se a prática
for corrente, o que pode acontecer é que quando vierem negociar com a
sua empresa vão colocar uma “gordurinha” para poder baixar depois. Há
negociadores que a consideram uma tática antiética. Outros não.
Exemplo: por alguns anos, trabalhei num setor que tinha muito
relacionamento com fornecedores. Como era uma empresa grande, com muito
movimento de caixa, faziam fila na minha porta. E numa época que a inflação
mensal era de 10% a 20%. Para poder ter o melhor preço, de forma a viabilizar
produtos para meus clientes e para a empresa, eu orçava com dois ou três dos
melhores fornecedores. Pelo mesmo trabalho, condições técnicas e matéria-
prima, orçamentos bem diferentes apareciam, e caso quisessem me ter como
cliente, tinham que chegar ao preço que meus clientes tinham estipulado como
justo. Como a inflação era alta, era possível uma boa negociação antecipando
compras e fechando a garantia de trabalhos a longo prazo.
Técnica da confissão
Esta técnica está baseada no ato de se abrir, não dizendo tudo que
sabe, mas revelando motivações e suposições. É arriscada, mas muitas vezes
compensa. Confessando, muitas vezes nos tornamos mais simpáticos e
maleáveis ao nosso oponente, dando-lhe uma certa sensação de poder. O
preço é ouvir ou contar uma história.
LEMBRETE
Por fim, vale atentar para esta afirmação de Boehs (2002, p. 95):
O livro traz o lado prático das negociações e ensina as técnicas para obter
sucesso tanto no lado profissional como pessoal. Focando mais o lado
empresarial, o autor discorre de forma prática e objetiva, mostrando com
clareza como reagir diante dos oponentes. Além disso, todos os capítulos
possuem exemplos práticos que ajudam na compreensão das mensagens.
7.5 Relembrando
Neste capítulo:
Onde encontrar
BOEHS, A. E. Análise dos conceitos de negociação/acomodação da teoria de
M. Leininger. Revista Latino-Americana de Enfermagem, n. 10, jan./fev. 2002.
CAPÍTULO 8
ASPECTOS ÉTICOS ENVOLVIDOS
NAS NEGOCIAÇÕES
8.1 Contextualizando
Neste capítulo, iremos tratar da ética, seus conceitos e definições e como
ela atua – ou não – no mundo do trabalho. Buscaremos diferenciar ética de
moral e ver de que forma cada uma delas faz parte do nosso dia a dia e na
nossa formação e atuação como ser social.
Para um gestor, ser considerado ético não basta não roubar ou fraudar a
empresa, governo, comunidade. É necessário mais. E este mais inclui o respeito
pelos colaboradores, a forma como os clientes são tratados e até mesmo o
estilo de gestão.
aqueles que “passam a perna” num colega, que colam numa prova, que
“enfeitam” uma ação para ganhar elogios, que levam para casa folhas de
oficio, que fazem ligações interurbanas pessoais sem autorização.
Mas isso está acabando. Profissionais sérios se preocupam com sua imagem
e que não querem “se queimar” por bobagens, pelo contrário, querem ser
conhecidos pela sua postura correta e confiável. E as empresas cada vez mais
checam seus funcionários, usando inclusive redes de informações nas redes
sociais.
Munido destas informações, a escolha será por sua conta e risco. Vamos lá?
Singer (1994 apud GOLDIM, 2000, p. 1) definia ética como “um conjunto
de regras, princípios ou maneiras de pensar que guiam, ou chamam a si, a
DEFINIÇÃO
Ética é “o estudo dos juízos de apreciação que
se referem à conduta humana susceptível de
qualificação do ponto de vista do bem e do mal,
seja relativamente à determinada sociedade, seja
de modo absoluto” (HOLANDA, 1998, p. 203).
Morin (apud ALMEIDA, 2011, p. 1) diz que “é possível distinguir, mas não
isolar, nem contrapor, os domínios individuais, sociais e biológicos que juntos
configuram o paradigma aberto e inacabado da espécie humana, do sujeito e
da ética.” Na sua visão, devemos ter consciência de que não somos o centro de
tudo, mas sujeitos ligados a outros sujeitos.
LEMBRETE
• Ética é princípio, moral são aspectos de
condutas específicas.
• Ética é universal, moral é cultural.
• Ética é permanente, moral é temporal.
• Ética é teoria, moral é prática.
• Ética é regra, moral é conduta da regra.
Ética não pode ser apenas uma frase na missão, nos valores ou política
das empresas; deve ser um dos pilares das relações de trabalho e dos negócios.
Empresa que quer uma vida longa deve agir com transparência e ética, tanto
interna como externamente.
SAIBA QUE
CURIOSIDADE
Um exemplo de prejuízo foi de uma grande
empresa da área de tecnologia que, numa
atitude de tentar subordinar uma parte do
processo de negociação, teve um prejuízo de
1,4 bilhões de dólares. Quanto mais houver
obediência espontânea de ética, menos tempo
e dinheiro serão desviados para a defesa de
eventuais comportamentos não éticos.
Fonte: Dourado (2009).
EXPLORANDO
Neste site, você pode acessar os artigos da revista
Ética nos Negócios, publicação que traz vários
textos interessantes sobre o tema em pauta.
Confira em:
<http://www.revistaeticanosnegocios.org.br/>.
Como vimos, ética é um conceito quase atávico que o ser humano leva
para sua vida e seu grupo. A ética profissional propriamente dita é um reflexo
da particular e individual, bem como a de uma empresa, que reflete o caráter
de seus dirigentes, seu comprometimento com a comunidade, respeito pelos
seus clientes, colaboradores, fornecedores e parceiros.
Nos anos 80, o assunto ganha mais importância com estudos de professores
tanto norte-americanos como europeus sobre o tema, a abertura de grupos
de estudo universalizando o conceito e a criação e publicação de revistas
especializadas, como Business Ethics Quarterly e a Business Ethics: a European
Review. Nos anos 90, vemos como resultado dos estudos e publicações um
avanço tanto no estudo quanto na aplicação da ética nas empresas.
CURIOSIDADE
A lei de Gérson pode decidir a eleição na
Colômbia domingo. Nos anos 70, uma
campanha de cigarro que tinha o ex-jogador
Gérson como personagem talhou um termo
que passou a fazer parte da cultura do nosso
país. Com um sotaque de carioca marcado,
o campeão mundial dizia que gostava
de “levar vantagem em tudo” e por isso
fumava o tal cigarro. Nascia a Lei de Gérson.
Malandragem, corrupção, troca de favores, “jeitinho brasileiro”,
tudo isso estava englobado na infeliz frase dita pelo meia, que
depois, com a repercussão negativa do gesto, se disse arrependido
de ter participado da publicidade. Tarde demais. Sua imagem já
estava associada ao do “esperto” que não media esforços para se
dar bem – e boa parte dos brasileiros se identificou com sua postura.
Fonte: <http://www.notaderodape.com.br>.
CONCEITO
O dilema da confiança tem relação com o quanto
se pode acreditar no outro lado. Se eu acredito,
o outro lado pode ter vantagem, mas se eu não
acredito, dificilmente fecharei o negócio. O dilema
da honestidade relaciona-se com a veracidade
da informação recebida. Isto é, se colocamos todas as prioridades,
interesses e condições mínimas de negociação “na mesa”, nada nos
restará. Por outro lado, se houver mentira, podemos chegar a um
impasse (SOBRAL; CARVALHO, 2003).
Blefe
Figura 6 – Blefe
Fonte: <www.banein.com>.
Falsificação
Fraude
Figura 7 – Fraude
Fonte: Comstock <www.gettyimages.com>.
CONCEITO
Código de ética é uma declaração dos princípios,
visão e missão da empresa. Ele ajuda a orientar as
ações de seus colaboradores e especificar a postura
social da empresa perante seus diversos públicos. Ele
de nada servirá se o seu conteúdo não for refletido
nas atitudes e ações das pessoas, sejam colaboradores
ou da direção (WHITAKER; ARRUDA, 2010).
REFLEXÃO
Pense no seguinte cenário no qual estamos
vivendo: ao cair da noite de hoje, teremos um
planeta mais quente, com águas mais ácidas, ar
menos saudável e menor quantidade de terras
adequadas ao plantio. Nesse contexto, Vergara
e Branco nos questionam: por que é importante
questionar o papel da empresa, se ela é apenas
mais uma das tantas instituições que estão
definindo os contornos neste início de século?
Qual a parcela de responsabilidade delas neste
cenário? Precisamos reconhecer que elas são
as instituições mais influentes nos rumos da
sociedade. Você já pensou sobre isso?
Isso significa que mesmo que sejamos capazes de buscar outros universos,
atravessar mares e oceanos, barreiras e espaço, criar novas teorias científicas,
novas tecnologias e processos, pouco ainda conhecemos de nós mesmos e das
pessoas que nos rodeiam.
• valoriza o ser humano que, visto sob uma perspectiva integrada, não
pode ser considerado um recurso; mas antes, como um gerador de
recursos.
EXPLORANDO
Se você ficou curioso(a) e deseja saber mais sobre
a perspectiva de Fritjof Capra, físico e teórico de
sistemas, sugiro que você acesse o site <http://
www.abepro.org.br/arquivos/websites/1/AA_
Conex%C3%B5es_Ocultas.pdf>. Ali você terá
acesso a uma das obras do autor e a algumas de
suas principais ideias a propósito de uma ciência
visando uma vida sustentável no planeta.
Este novo olhar nos mostra que devemos superar as dicotomias entre aspectos
como competição, cooperação, dominação, parceria, quantidade, qualidade, etc.
Diversas iniciativas têm sido bem sucedidas ao discutir esta nova abordagem.
Mesmo assim, o poder econômico oriundo destas novas ações ainda vem
sendo obtido com um custo social inaceitável. Degradação da natureza, condições
de trabalho impróprias e produtos inadequados às necessidades humanas vêm
sendo tratados por meio da privatização dos ganhos e da socialização dos custos,
o que fica pior ainda quando consideramos a crescente competitividade que hoje
caracteriza o mundo dos negócios (VERGARA; BRANCO, 2001).
seus hábitos, porque eles se tornarão seu caráter... Vigie seu caráter, porque
ele se tornará seu destino.” Pense nisso e siga em frente em sua trajetória
acadêmica e profissional pautando-se por valores e princípios que se tornem
o seu grande diferencial.
Fonte: FARAH, F. Estudo de caso: ética e choque cultural na empresa. Ética empresarial. Disponível em: <http://www.eticaempresarial.
com.br>. Acesso em: 27 dez. 2010.
Filme: O informante
Direção: Michael Mann Ano: 1999
8.5 Relembrando
Neste capítulo:
3) Você pôde verificar neste capítulo que alguns autores defendem a ética nas
negociações e que outros admitem “uma certa mentirinha”. Em sua opinião,
quem você acha que está correto? Justifique sua resposta.
Onde encontrar
231
Referências
COHEN, H. Você pode negociar qualquer coisa. 8. ed. Rio de Janeiro: Record, 1980.
FULMER, I.; BARRY, B. The “smart negotiator”: cognitive ability and emotional
intelligence in negotiation. In: INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR CONFLICT
MANAGEMENT ANNUAL CONFERENCE. Salt Lake City: Proceedings, 2002.
MINTZBERG, H. The nature of managerial work. New York: Harper & Row,
1973.
POLLAN, S. M.; LEVINE, M. The total negotiator. New York: Avon Books, 1994.
THOMPSON, L. The mind and heart of negotiator. New Jersey: Prentice Hall,
1998.