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ALÉM DAS BRINCADEIRAS

Bárbara Feitosa
Psicóloga CRP 19/002119

Aracaju-SE
2020
Mãe, pai/responsável, nesse material Despertem a “criança interior” e
vocês irão encontrar conteúdo científico que compartilhem desses instantes com
os deixarão informados sobre o porque das dedicação, respeito e afeto.
Eu estarei aqui para auxiliá-los também
brincadeiras e de todas atividades de cunho
nessa fase!
lúdico, serem tão importantes para o
desenvolvimento humano e processo de
ensino-aprendizagem.
Também irão poder visualizar ideias
práticas, para que as crianças exercitem-se e
mantenham-se em equilíbrio nesse momento
de tantas mudanças de hábitos.
Vale ressaltar, que é importante
organizar a rotina da criança, também nesse
período de quarentena, mas é fundamental
observá-la, escutá-la e praticar a flexibilidade
sempre que necessário.
Espero que possam fazer as atividades
juntos com seu(s) filho(a), estimulando a
criatividade, fornecendo o “alicerce …a atividade lúdica é o berço obrigatório
emocional” de grande valia na fase da das atividades intelectuais da criança,
infância e nesse momento o qual estamos sendo, por isso, indispensável à prática
vivenciando. educativa.– Jean Piaget
RECORTES TEÓRICOS SOBRE BRINCADEIRAS
(O LÚDICO), O BRINCAR E FASE DO
DESENVOLVIMENTO
ALÉM DAS BRINCADEIRAS
Uma das atividades fundamentais
para o desenvolvimento da identidade e
da autonomia é a brincadeira. A criança
pode comunicar-se por meio de gestos,
sons, e mais tarde representar
determinado papel no brincar, fazendo
com que ela desenvolva sua imaginação.
Nas brincadeiras, as crianças podem
desenvolver algumas capacidades
importantes, tais como imitação, a
memória, a imaginação além de
amadurecer algumas capacidades de
socialização por meio da integração e da
utilização e experimentação de regras e
papel social.
Para Mrech (1999) O uso da atividade lúdica como uma
das formas de revelar os conflitos interiores das crianças foi,
sem dúvida, uma das maiores descobertas da Psicanálise. É
brincando que a criança revela seus conflitos. De uma
forma muito parecida como os adultos revelariam falando. No
entanto, o brincar e as brincadeiras infantis não podem ser
tomados como processos iguais à linguagem e à fala. Eles
apresentam uma singularidade típica.
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer
dizer "jogo”. No dicionário escolar da Academia Brasileira de
Letras (2001), traz o significado de Lúdico como: “[...] que se
refere a jogos, brinquedos e divertimentos: o aspecto lúdico da
aprendizagem. ”

Durante o desenvolvimento da palavra "lúdico" no aspecto


educacional, não parou apenas nas suas origens. O lúdico
passou a ser reconhecido como algo essencial para o auxílio do
desenvolvimento e comportamento humano. Deste modo a
definição deixou de ser uma simples brincadeira ou jogo. Pois
os resultados do uso da ludicidade excedem os alcances do
brincar instintivo.
Brincadeira, de acordo com o dicionário Aurélio Júnior
(2011); “divertimento, sobretudo entre crianças”. E o jogo
“brinquedo, folguedo, divertimento”, ou seja, 6 brincar é algo
muito presente nas nossas vidas, e para a criança a brincadeira
e os jogos faz parte de sua realidade de vida.
A importância do lúdico para, Vygotsky:

É na atividade de jogo que a criança


desenvolve o seu conhecimento do mundo
adulto e é também nela que surgem os
primeiros sinais de uma capacidade
especificamente humana, a capacidade de
imaginar (…). Brincando a criança cria
situações fictícias, transformando com
algumas ações o significado de alguns
objetos”. (VYGOTSKY, 1991, p.122).
De acordo com o autor, a criança envolve-se em um
mundo imaginário, nos quais realizam todos os seus desejos,
usando o lúdico a criança demostra o mundo e é onde
vivencia suas fantasias. E os jogos conseguem despertar no
educando um grande interesse e atração, pois ao mesmo
tempo em que em que está se divertido também está
aprendendo e se desenvolvendo[...]

Enfim, utilização da brincadeira e do jogo, é um


instrumento para a aprendizagem da/o educanda/o, porque
ela aprende a lidar com o mundo, formando sua
personalidade, sentimentos a lidar com o medo. Para
Wajskop (2009) o lúdico proporciona um desenvolvimento
sadio e harmonioso, sendo uma maneira agradável dos/as
educandos/as aprender.
Através do brincar, o/a educando/o aumenta a sua
independência, estimula sua sensibilidade visual e auditiva,
valoriza a cultura popular e ainda desenvolve habilidades
motoras, diminuindo a agressividade e assim trabalhar a
imaginação e a criatividade, aprimorando a inteligência
emocional, aumentando a integração com os colegas,
promovendo assim, o desenvolvimento um crescimento
sadio.

Fonte: https://fapb.edu.br/wp-content/uploads/sites/13/2018/02/especial/10.pdf
CONTRIBUIÇÕES DAS BRINCADEIRAS NO PROCESSO
ENSINO-APRENDIZAGEM

A contribuição do lúdico é de grande valor para o processo


ensino-aprendizagem, para despertar a curiosidade, a
repetição, o raciocínio, o autocontrole e até solidariedade. Ele é
o meio da criança conhecer a realidade que a cerca e da qual
faz parte. Brincando e jogando ela manuseia a realidade,
explora, transforma, cria e recria, interpreta, e, nesse processo,
desenvolve suas estruturas mentais, progride socialmente,
realiza experiências de conteúdo emocional, além de por em
ação as habilidades físicas já desenvolvidas e exercitá-las para
um desenvolvimento maior (LOPES, 2004).
As brincadeiras contribuem para uma boa aprendizagem do
aluno, ajuda nos exercícios propostos e aplicados em sala de
aula, tornando um ensino prazeroso, no qual a criança sua
criatividade. Os brinquedos são objetos que convidam as
crianças a interagir com eles, e devem estar principalmente
adequados ao interesse, necessidades e as capacidades da
etapa de desenvolvimento em que a criança se encontra.
Brincando as crianças têm inúmeras oportunidades de explorar,
e, quando necessário, com pequena orientação do adulto,
resolvem problemas. A brincadeira tem um papel
preponderante na perspectiva de uma aprendizagem
exploratória (LOPES, 2004).
O desenvolvimento motor, da linguagem, do pensamento
lógico-matemático e até mesmo o desenvolvimento afetivo é
propiciado pelos jogos e brincadeiras. Eles contribuem ainda
para a formação do grupo e na participação coletiva, fazendo
com que todos colaborem para a vitória do grupo (LOPES,
2004).
No contexto da educação infantil, os jogos e brincadeiras
são tão importantes quanto o currículo que é elaborado nessa
base. Para a criança brincar é viver. O ato de jogar e brincar na
escola, dará as crianças à oportunidade de se transformar em
adultos criativos e dinâmicos (LOPES, 2004).
A psicologia vem mostrando que a brincadeira tem um
papel importante no desenvolvimento da criança e que ela
satisfaz algumas necessidades. As brincadeiras não são
apenas uma forma de alívio ou estreitamento para consumir
energia da criança, mas são meios que contribuem e
enriquecem o desenvolvimento intelectual da criança. Eles
não servem apenas para representar simbolicamente o
conjunto das realidades vividas pela criança (LOPES, 2004).

Para a construção do conhecimento da criança, as


atividades lúdicas podem contribuir nesse processo. Vários
estudos a esse respeito vêm comprovar que a brincadeira é
uma fonte de prazer e de descobertas para a criança (SOUZA,
2004).
Brincar é um fato intuitivo e espontâneo na infância de uma
criança, e um dos aspectos marcantes é o brinquedo, pois ele é
a essência da infância. Toda criança independentemente da
época, da cultura ou da classe social, se não possui o
brinquedo que deseja ela usa a imaginação (SOUZA, 2004).
O lúdico funciona como um regulador da angústia, da
separação, do crescer, da autonomia, dos limites, em fim da
constituição de criança no mundo. É através das atividades
lúdicas que adquirem marcas de referencias significativas que
lhes permitem interagir consigo mesma e com os outros, com o
mundo dos objetos, experimentando também situações de
aventuras, ação e exploração como características de infância
(SOUZA, 2004).

Através da brincadeira, enquanto atividade lúdica, os


discentes se apropriam do conhecimento coletivamente. Quem
impõe as regras é o próprio processo da atividade lúdica. O
aluno tem oportunidade de desfrutar intensamente da atividade
(SOUZA, 2004).
O ensino com as brincadeiras consiste no uso de
tempo gasto na sala de aula criando um ambiente
de experiências, e assim criando condições de
aprendizagem, pois são organizados com base em
objetos e procedimentos (SOUZA, 2004).

FONTES

LOPES, Maria das Graças Oliveira. Escola e


Educação Infantil- Contribuição dos Jogos e
Brincadeiras na Aprendizagem dos Alunos. Aracaju/
SE: Faculdade Pio Décimo, 2004.

SOUZA, Ivana Ribeiro. O Jogo como Atividade


Mediadora no Processo Ensino Aprendizagem.
Aracaju/ SE: Faculdade Pio Décimo, 2004.
Para uma criança conhecer o mundo e portanto se
desenvolver, sua motricidade precisa estar engajada nesse
projeto: de modo concreto, implica deslocamentos,
movimentações, coordenações sensoriais, manipulações. É a
inteligência sensorio-motora. Até 2 anos, a pura imagem, além
de não lhe ensinar nada (pois se traduz unicamente por
movimentos em frente aos seus olhos) dificulta-lhe a
aprendizagem quando economiza ou evita o engajamento do
corpo no projeto de conhecer o mundo, começar a movimentar
o corpo, engatinhar, andar, tocar objetos e alcançar com suas
pernas e braços o mundo ao redor..
De todos os sistemas sensoriais, a visão é o sistema mais
complexo. No começo da vida, o sistema visual precisa de
outros sistemas sensoriais para checar, confirmar e construir
as percepções multissensoriais : sensações do tato, da
audição, do calor/frio, além do gosto/paladar estão em
formação, no desenvolvimento cerebral e mental.
Os sons são vibrações do meio externo que se transmitem
ao órgão receptor da audição (ouvido), para o processamento
no sistema auditivo e cerebral, e a localização espacial do
som, é a identificação no espaço da fonte sonora, o que ajuda
na atenção e na memória.
A visão e audição por si só não são suficientes para o
desenvolvimento completo das habilidades de: alerta e
atenção; motoras, cognitivas; regulação emocional;
comunicação e interação social; organização do
comportamento e do movimento..
Para um Corpo sentir e o psiquismo poder representar o
mundo que entra pelas sensações, é preciso que todas as
sensações (visão, audição, olfato, paladar, vestibular,
propriocepção, tato) sejam percebidas, organizadas e
interpretadas. Se a Visão e a audição, se sobrepõem às
demais, haverá um processamento deficitário e que poderá
desenvolver sérios problemas para integrar todas essas
sensações, e portanto, dificuldades em se desenvolver de
modo integral, a seguir.
Os cuidadores principais, mãe, pai, avós, irmãos, familiares
e as pessoas do convívio contínuo, para além dos cuidados de
sobrevivência, oferecem os afetos e os significados
necessários para que um bebê possa fazer as leituras e
aprender a descobrir sobre o mundo à sua volta.
Sem palavras e sem intermediação do outro, as crianças
“de fraldas” expostas às telas, como uma babá eletrônica ou
robotizada, experimentam somente relações que passam a
serem investidas por imagens impessoais, sem afeto e que
como são padronizadas, serão invasivas e sempre presentes
na vida da criança, sem as flexibilidades ou regulações comuns
das relações humanas. É tudo ou nada (tela ligada x tela
desligada).
Fonte:
https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/A_CRIANCA_DE_0_A_3_ANOS_E_O_MUNDO_DIGITA
L.pdf
DOIS DOS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
SEGUNDO PIAGET
A partir de reflexos
neurológicos básicos, o bebê
começa a construir esquemas
de ação para assimilar
mentalmente o meio. A
inteligência é prática (fundo
hereditário, organização das
percepções e hábitos). As
noções de espaço e tempo
são construídas pela ação. O
contato com o meio é direto e
imediato, sem representação
ou pensamento.
• Desenvolvimento da
consciência do próprio corpo.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama"
o que é posto em sua boca; "vê" o que está
diante de si. Aprimorando esses esquemas, é
capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a
boca.
Também chamado de estágio
da Inteligência Simbólica Caracteriza-se,
principalmente, pela interiorização de
esquemas de ação construídos no estágio
anterior (sensório-motor).

A criança deste estágio:


É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se
colocar, abstratamente, no lugar do outro.
Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma
explicação- finalismo (é fase dos "por quês").
Já pode agir por simulação, "como se".
Possui percepção global sem discriminar detalhes.
Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
• Desenvolvimento da linguagem com três
conseqüências para vida mental:

A) Socialização da ação, com troca entre indivíduos;


B) Desenvolvimento do pensamento, a partir do
pensamento verbal: finalismo (porquês), animismo e
artificialismo;
C) Desenvolvimento da intuição; (Piletti, 1991).
Exemplos:

Mostram-se para a criança,


duas bolinhas de massa
iguais e dá-se a uma delas
a forma de salsicha. A
criança nega que a
quantidade de massa
continue igual, pois as
formas são diferentes. Não
relaciona as situações.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
SEGUNDA TERÇA
Como estou me sentindo- Baralho das Como estou me sentindo- Baralho das
Emoções ou Termômetro -Desenhar Emoções ou Termômetro -Desenhar

Assistir Desenhos Jogo de cartas

Conversar e desenhar o que mais gostou. Estátua

Estudar e ajudar nas tarefas de casa Estudar e ajudar nas tarefas de casa

Amarelinha/ Equilíbrio pés e mãos Assistir filme (família)

Cozinhar em família Desenhar o que mais gostou (todos)

Caça ao tesouro Jogo de montagem

Telefone sem fio Vivo e morto

Desenho livre Caça palavras


Conhecer as letrinhas através dos objetos
e animais
Jogo de Memória Passa a bola
QUARTA QUINTA
Mímicas Brincar de cabana
Bolhas de sabão Jogos de tabuleiro ou qualquer jogo de
acordo com a idade

Estudar e ajudar nas tarefas Domésticas Estudar e ajudar nas tarefas Domésticas

Ler livros/ Escutar histórias Interpretar personagens de uma história –


Teatro/Dedoche
Desenhar o que mais gostou do livro Estátua

Brincar de casinha/carrinhos Quebra-cabeça

Jogos de tabuleiro ou qualquer jogo de Forca/Jogo da velha


acordo com a idade

Interpretar personagens de uma história- Acampamento na sala


Teatro
Baile na sala/ dançar e cantar Dobradura de papéis
SEXTA
Como estou me sentindo- Baralho das Emoções ou Termômetro -Desenhar

O mestre mandou
Dança
Estudar e ajudar nas tarefas Domésticas

Repórter/Circo- Mágicas
Massinha
Desfile/ Festa do pijama
Pista de carrinhos/ Varal de tiras
Que música é essa? Balbuciando o som
Afunda ou flutua
Escolinha

Obs: Em alguns momentos é necessário deixar a criança livre para criar sua
própria brincadeira.
VÍDEOS

Filmes: Pequenos Filósofos - UM HIPOPÓTAMO PROCURA UM OLHO


(http://www.youtube.com/watch?v=w4xJFfJr4Yw);
Pequenos Filósofos - A MARCHA DOS COELHOS ASSUSTADOS
(http://www.youtube.com/watch?v=JZzcdzvO4Q4);
O Homem Relógio (PASSEIO NAS ESTRELAS)
(http://www.youtube.com/watch?v=GZ_APrVzZ9w);
Mônica o Anel da Coragem (http://www.youtube.com/watch?v=oAi5mXACYo4);
Medo do Escuro: https://www.youtube.com/watch?v=2ZsQSG1CCtw
Banho com o papai: https://www.youtube.com/watch?v=X72VrgIm1Yc
Quero ser como o papai: https://www.youtube.com/watch?v=fUAAxzWVzAw
Papai, papai...: https://www.youtube.com/watch?v=yJgG8ShKz5w
USAR O BANHEIRO:

Ai que vontade-Mundo Bita: https://www.youtube.com/watch?v=swFgd3rs7Gc


Ensinando usar o banheiro: https://www.youtube.com/watch?v=TlM8SiWjg5c
O troninho do Joãozinho: https://www.youtube.com/watch?v=9Lv3Tm0a0Lo
Aprendendo a pedir: https://www.youtube.com/watch?v=V_cSpbOnt-k
Treinamento de Banheiro-Daniel o Tigre:
https://www.youtube.com/watch?v=cQhaNpyHxgI

CORONA VÍRUS:
https://www.youtube.com/watch?v=2R9gyfbnP3I
https://www.youtube.com/watch?v=gl-F121r-PE&feature=emb_title

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