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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

Felipe Nunes de Farias

METODOLOGIA PARA PROJETOS


DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.
ESTUDO DE CASO: QUARTEL DA
POLÍCIA MILITAR

Fortaleza
Junho de 2010
FELIPE NUNES DE FARIAS

METODOLOGIA PARA PROJETOS


DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.
ESTUDO DE CASO: QUARTEL DA
POLÍCIA MILITAR

Monografia apresentada junto ao Curso de Engenharia


Elétrica da Universidade Federal do Ceará, na área de
concentração de Instalações Elétricas Prediais, como
requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro
Eletricista.
Orientador: Prof. Carlos Gustavo Castelo Branco, Msc.

Fortaleza
Junho de 2010
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a


Deus, que me dá a graça, inspiração e
força para viver todos os dias.
Aos meus pais Sebastião e Rosimar
que sempre me apoiaram durante toda
a minha vida.
v

AGRADECIMENTOS

A Deus por ser minha fonte de vida. Por ter me dado força para superar os
momentos mais difíceis e nunca ter me abandonado. Agradeço a Ele por todas as graças
realizadas.
Aos meus pais que são exemplos de pessoas honestas e trabalhadoras que sempre
investiram e apoiaram na minha educação. A toda minha família pelo amor e atenção.
A todos os professores do curso de Engenharia Elétrica que fizeram parte da minha
formação acadêmica. Ao meu orientador, Professor Carlos Gustavo Castelo Branco, pela
disponibilidade e atenção em me orientar nesta monografia.
A todos os funcionários da Célula de Projetos em Edificações (CEPRE) do
Departamento de Edificações e Rodovias (DER), em especial aos engenheiros Francisco
Itaimbé Matias de Oliveira, Francisco Benício de Oliveira Filho e Francisco Gilcélio de
Assunção Moreira, que me ensinaram muitas coisas e contribuíram com meu trabalho.
Aos meus colegas de faculdade pelo companheirismo e ajuda em vários momentos
deste curso. Aos meus amigos pela ajuda nos bons e maus momentos e compreensão.
vi

Farias, F. N. de “Metodologia para Projetos de Instalação Elétrica”, Universidade Federal


do Ceará- UFC, 2010, 91p.

Esta monografia apresenta uma sequência de passos na elaboração de projetos de


instalações elétricas prediais. Tem como objetivo auxiliar o projetista a fazer um
planejamento básico para tornar um projeto elétrico mais objetivo e prático. São
apresentados as principais partes básicas de uma projeto elétrico predial. São propostas
soluções baseadas na experiência profissional visando uma otimização nos cálculos de
dimensionamento. É feito um estudo de caso onde é mostrado todos os passos adotados
durante a sua elaboração, a fim de ilustrar a metodologia.

Palavras-chave: Instalações Elétricas Prediais, Eletrotécnica, Subestação.


vii

Farias, F. N. de “Metodologia para Projetos de Instalação Elétrica”, Universidade Federal


do Ceará- UFC, 2010, 91p.

This monograph presents a sequence of steps in the drafting of wiring buildings. Aims to
help the designer to make a basic planning to make an electric bill more objective and
practical. It presents the main basic parts of a electrical design building. Solutions are
proposed based on professional experience in order to optimize a measured one. It made a
case study where it is shown all the steps taken during its preparation in order to illustrate
the methodology.

Keywords: Buildings Electrical Installations, Electotechnical, Sub-station.


viii

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... XIII

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... XV

ABREVIATURAS E SIGLAS .........................................................................................XVII

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

1.1. O SISTEMA ELÉTRICO E AS INSTALAÇÕES .................................................. 1


1.2. MOTIVAÇÃO ........................................................................................................ 2
1.3. APRESENTAÇÃO DO PROJETO ........................................................................ 4

2. ETAPAS DO PROJETO ................................................................................................ 5

3. FATORES DE PROJETO .............................................................................................. 7

3.1. ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS...................................................... 7


3.2. ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS INTERNAS ....................................................... 9

4. PROJETO DE ILUMINAÇÃO E TOMADAS ............................................................ 13

4.1. PROJETO DE ILUMINAÇÃO ............................................................................ 13


4.1.1. PROJETO DE ILUMINAÇÃO INTERNA ..................................................... 13
4.1.1.1. Seleção da Iluminância ............................................................................. 13
4.1.1.2. Seleção das lâmpadas e luminárias ........................................................... 15
4.1.1.3. Escolha do reator ...................................................................................... 18
4.1.1.4. Cálculo Luminotécnico............................................................................. 18
4.1.2. PROJETO DE ILUMINAÇÃO EXTERNA .................................................... 22
4.2. PROJETO DE TOMADAS DE USO GERAL (TUG) .......................................... 23
4.3. CRITÉRIO PARA DIVISÃO DOS CIRCUITOS ................................................ 24
4.4. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ..................................................... 24
4.4.1. CORRENTE NOMINAL DO CIRCUITO ...................................................... 24
4.4.2. CRITÉRIO DA CAPACIDADE DE CORRENTE .......................................... 25
ix

4.4.3. CRITÉRIO DA QUEDA DE TENSÃO ........................................................... 26


4.4.4. DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR NEUTRO E DE PROTEÇÃO ... 27
4.5. DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO ...................... 27
4.5.1. DISJUNTORES ................................................................................................ 28
4.5.2. DISPOSITIVOS A CORRENTE DIFERENCIAL-RESIDUAL (DR) ............ 28
4.5.3. DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS) ........................ 29
4.5.3.1. Definição e Classificação ......................................................................... 29
4.5.3.2. Instalação .................................................................................................. 29
4.5.3.3. Seleção dos DPS’s .................................................................................... 31
4.5.3.4. Disjuntor de Proteção contra sobrecorrentes (DP) ................................... 33
4.5.3.5. Especificação Técnica .............................................................................. 34
4.6. SIMPLIFICAÇÕES:............................................................................................. 34
4.7. ELABORAÇÃO DOS QUADROS DE CARGA (QDL) ..................................... 35
4.7.1. ELEMENTOS DO QUADRO ......................................................................... 35
4.8. ESPECIFICAÇÃO DE CONDUTORES E CONDUTOS.................................... 37
4.8.1. ESPECIFICAÇÃO DE CONDUTORES ......................................................... 37
4.8.2. ESPECIFICAÇÕES DE CONDUTOS ............................................................ 37
4.9. DIAGRAMA UNIFILAR (QDL) ......................................................................... 39
4.10. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 1 ........................................................................... 40
4.10.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS....................................................................... 40
4.10.2. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES E DISJUNTORES ............. 42
4.10.2.1. Corrente nominal ...................................................................................... 42
4.10.2.2. Capacidade de corrente............................................................................. 43
4.10.2.3. Critério da queda de tensão ...................................................................... 44
4.10.2.4. Condutor de Neutro e de Proteção ............................................................ 44
4.10.2.5. Dimensionamento do disjuntor................................................................. 45
4.10.3. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS ................................................. 45
4.11. CONSIDERAÇÕES ............................................................................................. 46

5. PROJETOS PARA TOMADAS DE COMPUTADORES .......................................... 47


x

5.1. LEVANTAMENTO DE CARGAS ...................................................................... 47


5.2. DIVISÃO DOS CIRCUITOS ............................................................................... 48
5.3. QUADROS DE CARGA (QFC) ........................................................................... 48
5.4. DETERMINAÇÃO DE CONDUTORES E CONDUTOS................................... 49
5.5. DIAGRAMA UNIFILAR (QFC) ......................................................................... 50
5.6. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2 ........................................................................... 50
5.6.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS........................................................................... 50
5.6.2. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES E DISJUNTORES ............... 52
5.6.2.1. Determinação da Corrente Nominal ......................................................... 52
5.6.2.2. Critério da capacidade de corrente e de proteção ..................................... 52
5.6.2.3. Critério da Queda de Tensão .................................................................... 52
5.6.2.4. Dimensionamento do condutor neutro e de proteção ............................... 53
5.6.2.5. Dimensionamento do disjuntor................................................................. 53
5.6.2.6. Dimensionamento de condutos................................................................. 53
5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 54

6. PROJETO PARA MÁQUINAS DE AR-CONDICIONADO ..................................... 55

6.1. CONDICIONADORES DE AR DO TIPO SPLIT................................................ 55


6.2. LEVANTAMENTO DE CARGAS ...................................................................... 56
6.3. DIVISÃO DOS CIRCUITOS ............................................................................... 57
6.4. QUADRO DE CARGAS (QFAC) ........................................................................ 57
6.5. DIAGRAMA UNIFILAR (QFAC)....................................................................... 58
6.6. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 3 ........................................................................... 58
6.6.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS........................................................................... 58
6.6.2. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES ................................................ 59
6.6.2.1. Determinação da Corrente Nominal ......................................................... 59
6.6.2.2. Critério da Capacidade de Corrente.......................................................... 60
6.6.2.3. Critério da Queda de Tensão .................................................................... 60
6.6.2.4. Dimensionamento do condutor neutro e de proteção ............................... 60
6.6.2.5. Dimensionamento do Disjuntor ................................................................ 60
xi

6.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 61

7. CIRCUITOS DE FORÇA MOTRIZ ............................................................................ 62

7.1. ELEVADOR ......................................................................................................... 62


7.2. BOMBAS DE RECALQUE E DE INCÊNDIO.................................................... 63

8. ALIMENTADORES .................................................................................................... 64

8.1. CARACTERÍSCAS DOS ALIMENTADORES .................................................. 64


8.1.1. CRITÉRIO DE CURTO-CIRCUITO............................................................... 65
8.1.1.1. Impedância Reduzida do Sistema (ZUS) ................................................... 66
8.1.1.2. Impedância dos Transformadores da Subestação (ZT) ............................. 66
8.1.1.3. Impedância do circuito que conecta o transformador ao QGBT .............. 67
8.1.1.4. Impedância do Barramento do QGBT ...................................................... 68
8.2. ALIMENTAÇÃO DOS QUADROS .................................................................... 68
8.2.1. SOLUÇÃO 1 .................................................................................................... 69
8.2.2. SOLUÇÃO 2 .................................................................................................... 71
8.2.3. SOLUÇÃO 3 .................................................................................................... 73
8.3. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 4 ........................................................................... 75
8.3.1. DETERMINAÇÃO DOS ALIMENTADORES E DISJUNTORES ............... 75
8.3.1.1. Determinação da Corrente Nominal ......................................................... 75
8.3.1.2. Critério da capacidade de corrente ........................................................... 75
8.3.1.3. Critério da queda de tensão ...................................................................... 76
8.3.1.4. Critério do curto-circuito .......................................................................... 76
8.3.1.5. Dimensionamento do Condutor Neutro e de Proteção ............................. 80
8.3.1.6. Dimensionamento do Disjuntores ............................................................ 80
A corrente nominal do CPG-COMP. é de 152,1A e a corrente máxima admissível
em um cabo de 120 é de 203A. Então o disjuntor utilizado será o de 175A. ........... 80
8.3.2. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTOS ................................................... 80
8.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 81

9. SUBESTAÇÃO ............................................................................................................ 82
xii

9.1. CARGA EXISTENTE .......................................................................................... 82


9.2. CÁLCULO DA DEMANDA ............................................................................... 84
9.2.1. PARCELA a ..................................................................................................... 84
9.2.2. PARCELA b ..................................................................................................... 85
9.2.3. PARCELA c ..................................................................................................... 85
9.2.4. PARCELA d ..................................................................................................... 86
9.2.5. PARCELA e ..................................................................................................... 86
9.2.6. PARCELAS f e g.............................................................................................. 86
9.3. ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ................................ 87
9.4. ATERRAMENTO ................................................................................................ 90

10. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 91

REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 92

ANEXOS .............................................................................................................................. 95
xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fachada do prédio Existente ................................................................................... 7


Figura 2: Prédio Existente ...................................................................................................... 8
Figura 3: Esboço da planta de situação .................................................................................. 9
Figura 4: Setor 1 dos pavimentos. ........................................................................................ 11
Figura 5: Setor 2 dos pavimentos. ........................................................................................ 12
Figura 6: Setor 3 dos pavimentos. ........................................................................................ 12
Figura 7: Luminária com aletas (2x32W) e sua curva de distribuição luminosa. ................ 16
Figura 8: Luminária sem aletas (2x32W) e sua curva de distribuição luminosa.................. 17
Figura 9: Luminária de (2x23W) e sua curva de distribuição luminosa. ............................. 17
Figura 10: Luminária hermética para 2 lâmpadas de 32W................................................... 18
Figura 11: Resultado final da simulação do cálculo luminotécnico. .................................... 19
Figura 12: Luminária com lâmpada de 250W. ..................................................................... 22
Figura 13: Luminária com lâmpada de 70W. ....................................................................... 22
Figura 14:Fluxograma para instalação de DPS's. ................................................................. 30
Figura 15: Posicionamento do DPS no quadro..................................................................... 33
Figura 16: Cabo Superastic Flex® da Prysmian® (Condutor isolado 750V) ...................... 37
Figura 17: Eletrocalha. ......................................................................................................... 38
Figura 18: Eletroduto em PVC Rígido. ................................................................................ 38
Figura 19: Simbologia adotada. ............................................................................................ 39
Figura 20: Diagrama unifilar QDL-1.3................................................................................. 39
Figura 21: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 22..... 43
Figura 22: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 24..... 43
Figura 23: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 7....... 43
Figura 24: Parte da tabela 36 da NBR 5410/2004. ............................................................... 44
Figura 25: Perfilado. ............................................................................................................. 49
Figura 26: Diagrama unifilar QFC-2.1 ................................................................................. 50
Figura 27: Sistema de dutos de um condicionador de ar. ..................................................... 55
xiv

Figura 28: Partes integrantes de um condicionador split. .................................................... 56


Figura 29: Diagrama unifilar QFAC- 2.1 ............................................................................. 58
Figura 30: Cabo Sintenax Flex® da Prysmian® (Condutor unipolar 0,6/1kV) .................. 64
Figura 31: Método de instalação dos alimentadores. ........................................................... 75
Figura 32: Subestação existente. .......................................................................................... 82
Figura 33: Transformador de 150kVA existente. ................................................................. 82
Figura 34: QGBT Existente. ................................................................................................. 83
Figura 35: Estrutura de medição com display (Entrada subterrânea). .................................. 88
Figura 36: Subestação abrigada. ........................................................................................... 89
Figura 37: Detalhe da ligação da subestação em corte. ........................................................ 89
Figura 38: Aterramento da Subestação. ................................................................................ 90
xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Etapas do Projeto. ................................................................................................... 5


Tabela 2: Iluminâncias por classes de tarefas visuais........................................................... 14
Tabela 3: Seleção de lâmpadas conforme a altura de instalação .......................................... 15
Tabela 4: Tipos de instalação e suas aplicações. .................................................................. 16
Tabela 5: Número de luminárias projetadas para o térreo. ................................................... 20
Tabela 6: Número de luminárias projetadas para o 1º pavimento. ....................................... 21
Tabela 7: Número de luminárias projetadas para o 2º pavimento. ....................................... 21
Tabela 8: Determinação da altura das tomadas. ................................................................... 23
Tabela 9: Coeficiente de queda de tensão para condutores isolados 70ºC em V.A/km. ...... 26
Tabela 10: Seção dos condutores de proteção ...................................................................... 27
Tabela 11: Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação .................. 31
Tabela 12: Valor mínimo de nível de proteção do DPS.[19] ............................................... 32
Tabela 13: Quadros de Cargas QDL-1.3 .............................................................................. 36
Tabela 14: Dimensões dos condutores isolados. [20]........................................................... 37
Tabela 15: Dimensões dos Eletrodutos. [22] ........................................................................ 38
Tabela 17: Quadro de cargas QFC-2.1 ................................................................................. 49
Tabela 18: Potências dos condicionadores de ar. ................................................................. 56
Tabela 19: Quadro de cargas QFAC-2.1 .............................................................................. 57
Tabela 21: Dimensões dos condutores unipolares. [21] ....................................................... 64
Tabela 22: Coeficiente de queda de tensão para condutores unipolares 70ºC em V.A/km. 65
Tabela 23: QGBT para a primeira situação. ......................................................................... 69
Tabela 24: Custo da implementação da primeira solução. ................................................... 70
Tabela 25: CPG para a segunda situação.............................................................................. 71
Tabela 26: Custo de implementação da segunda solução. ................................................... 72
Tabela 27: CPG-ILUM. ........................................................................................................ 73
Tabela 28: CPG-COMP. ....................................................................................................... 73
Tabela 29: CPG-AC. ............................................................................................................ 73
xvi

Tabela 30: Custo de implementação da terceira solução. ..................................................... 74


Tabela 31: Levantamento da carga de iluminação ............................................................... 84
Tabela 32: Levantamento da carga de tomadas. ................................................................... 84
Tabela 33: Levantamento dos condicionadores de ar. .......................................................... 85
Tabela 34: Levantamento das bombas do prédio. ................................................................ 86
xvii

ABREVIATURAS E SIGLAS

Coelce: Companhia de Energética do Ceará;

ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica;

SPDA: Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas;

QGLF: Quadro geral de Luz e Força;

CPG: Centro de Proteção Geral;

QGBT: Quadro Geral de Baixa Tensão;

TUG: Tomada de Uso Geral;

QDL: Quadro de Distribuição de Luz;

QFC: Quadro de Força para Computadores;

QFAC: Quadro de Força para Máquinas de Ar-Condicionado


1

1. INTRODUÇÃO

1.1. O SISTEMA ELÉTRICO E AS INSTALAÇÕES

A Eletricidade é um elemento fundamental em todos os ramos de atividades. Em


casas, comércios, indústrias, hospitais e em outras edificações a energia elétrica está
presente. A preferência pelo seu uso está baseada pela facilidade na sua conversão em
outras formas de energia, como em energia luminosa no uso das lâmpadas, energia
mecânica no uso de motores e alimentação de vários equipamentos eletro - eletrônicos de
suma importância (televisão, geladeira, computadores). A descoberta da eletricidade ajudou
a acelerar o desenvolvimento do homem.
O desenvolvimento tecnológico tem evoluído de forma cada vez mais ascendente.
Mas não adianta focar os estudos no projeto de novos equipamentos e esquecer-se do
sistema de alimentação destes. O estudo das instalações tem como objetivo dispor a
eletricidade fornecida pela concessionária ao usuário de forma mais adequada e eficiente.
Para que a energia chegue ao seu local de consumo passa por diversas etapas. Para que todo
esse processo tenha finalidade, é indispensável que se tenham instalações projetadas de
maneira correta e eficiente.
As instalações elétricas são divididas com base na sua aplicação final e nas
características dos equipamentos a serem alimentados. A seguir são enumerados alguns tipo
de instalações elétricas mais comuns.
• Instalações Residenciais;
• Instalações Prediais;
• Instalações Industriais;
• Instalações Hospitalares.
As instalações residenciais são o exemplo mais comum e mais simples. As cargas
têm uma característica resistiva predominante e destina à alimentação de equipamentos
elétricos e eletrônicos do cotidiano e a iluminação artificial.
As instalações prediais têm uma semelhança básica com as instalações residenciais.
Suas cargas têm uma pequena parcela indutiva devido à introdução de motores, como
elevadores e bombas.
2

Outra diferença consiste no tipo de fornecimento. Tipicamente uma instalação


residencial possui fornecimento monofásico devido à quantidade de potência instalada. Já
uma instalação predial possui fornecimento trifásico devido a uma potência instalada maior
a fim de haver um melhor balanceamento das fases do sistema de distribuição. Outra razão
está na ligação de motores trifásicos ou outros equipamentos que possam existir.
Em uma instalação industrial, as cargas são representadas principalmente por
motores dando uma característica fortemente indutiva. Em conseqüência necessita-se de um
projeto de banco de capacitores para compensar o baixo fator de potência. Outro destaque a
se fazer é o fornecimento em tensão primária de distribuição (13,8kV), devido à quantidade
de potência instalada. Este limite de potência é definido pela resolução 456/2000 da
ANEEL.
Nestes é necessário o projeto de uma subestação (aérea ou abrigada) que consiste
resumidamente em um transformador que faz o abaixamento da tensão primária pra a
tensão secundária (380/220V). Estes valores de tensão são referentes aos sistemas usados
no Ceará abrangido pela concessionária local Coelce.
As instalações hospitalares têm uma característica bem peculiar em relação às
demais. Trata-se de um tipo de instalação complexo, possuindo normas próprias. Os
equipamentos hospitalares são bastante precisos necessitando de uma instalação com uma
proteção de altíssima eficiência. Outro ponto é a continuidade de serviço, sendo
indispensável o uso de geradores em caso de falhas no fornecimento. [3]
É válido afirmar que as características descritas acima não são exclusivas a cada
tipo de instalação. Estas foram atribuídas a cada tipo de instalação segundo uma análise da
maioria dos casos. Cabe ao projetista fazer um perfil que a instalação terá de acordo com o
tipo de aplicação a ser feita.

1.2. MOTIVAÇÃO

O projeto elétrico de uma edificação é complexo e bastante detalhado. Um grande


problema dos projetistas consiste em conciliar a elaboração de um bom projeto dentro de
um tempo adequado.
3

O mercado é muito exigente neste ponto, exigindo que profissional seja prático e
objetivo na fase de elaboração do projeto. Isto requer um planejamento organizado que
facilite seu trabalho.
Esse trabalho demonstra uma metodologia para a criação de projeto de edificações
de Instalações Elétricas. Foi elaborada uma sequência de passos a serem seguidos neste
processo. Essa sequência é usada no campo profissional para uma otimização do processo
de elaboração de projetos. Para ilustrar essa metodologia é mostrado o projeto elétrico feito
para a Ampliação do Quartel General da Polícia Militar do Ceará, localizado na Avenida
Aguanambi em Fortaleza.
O projeto de uma edificação envolve várias etapas: do projeto arquitetônico
juntamente com o Cálculo Estrutural às Instalações (Elétrica, Hidráulica, Sanitário,
Climatização, Circuito Fechado de TV, Telefônico, Lógica). Os projetistas dessas várias
áreas deverão ter um contato durante a elaboração dos projetos, a fim de discutirem as
melhores soluções a serem aplicadas, encontrando a melhor forma possível de
compatibilizar todos os projetos.
Os projetos são entregues aos clientes em várias folhas de tamanho A0 ou A1, com
a planta dos pavimentos, tabelas de cargas, diagramas unifilares, legenda da simbologia,
orientações aos eletricistas e ao setor de orçamento, esquema vertical, padrão de
fornecimento, dimensionamento e detalhamento da subestação (se houver).
É importante ressaltar que essa metodologia envolve alguns passos bastante
subjetivos, ou seja, que não se aplicam a todos os projetos. Cada projeto tem suas
peculiaridades que devem ser respeitadas a fim de se obter uma boa execução do mesmo.
São mostradas as particularidades do projeto com as suas justificativas.
Vale lembrar que os passos, cálculos, dimensionamentos e principalmente as
decisões do projetista são totalmente embasadas e justificadas. Este embasamento foi feito
através da Literatura Técnica juntamente com as normas. As normas utilizadas foram a
NBR 5410/2004 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão) da ABNT e a NT 002/2010 -
Revisão 2 da Coelce (Fornecimento de Energia Elétrica em Tensão Primária de
Distribuição).
4

1.3. APRESENTAÇÃO DO PROJETO

O estudo de caso consiste na ampliação do Quartel General da Polícia Militar do


Estado do Ceará, localizado na Avenida Aguanambi na cidade de Fortaleza. Este projeto foi
escolhido devido a sua complexidade e riqueza de detalhes.
O quartel é composto de duas edificações existentes. A edificação consta de três
pavimentos: Térreo, 1º pavimento e 2º pavimento. O edifício é de uso administrativo. Para
cada pavimento é feito:
• Projeto de Iluminação e Tomadas de Uso Geral (TUG);
• Projeto para Tomadas de Computadores;
• Projeto de pontos de força para Condicionadores de ar;
• Projetos para equipamentos de Força- Motriz.
Essa divisão é feita para separar cargas com diferentes características. Outra razão é
a melhor organização do projeto que auxilia o eletricista na hora da execução.
O capítulo 2 faz uma explicação sumária das etapas que serão descritas ao longo do
estudo. O capítulo 3 fala dos fatores externos e internos de um projeto. O capítulo 4 mostra
os passos de um Projeto de Iluminação e Tomadas. O capítulo 5 fala dos passos do projeto
para tomadas de computadores. O capítulo 6 mostra os passos do projeto para máquinas de
ar-condicionado. O capítulo 7 mostra as características dos circuitos de força-motriz. O
capítulo 8 mostra as características dos alimentadores. O capítulo 9 mostra o detalhamento
da subestação encerrando com a conclusão no capítulo 10.
5

2. ETAPAS DO PROJETO

Para todo o projeto elétrico deve ser obedecida uma sequência de passos que ajuda o
projetista a se organizar. Cada passo depende um do outro. O projeto elétrico é composto
pela execução de cada passo na ordem em que é apresentada. A tabela 1 mostra um resumo
das etapas a serem seguidas na elaboração de um projeto elétrico.

Tabela 1: Etapas do Projeto.

Esta sequência de etapas abrange a maioria dos casos. O projetista deve começar o
trabalho analisando os fatores que influenciam diretamente e indiretamente detalhes
posteriores. Nessa etapa reside o principal ponto de subjetividade do projeto. Cada projeto
possui sua individualidade não existindo um totalmente padrão.
Nesta etapa é necessária a visita ao local com a planta de situação fornecida pelo
setor da arquitetura e uma análise do projeto arquitetônico interno por inteiro: plantas
baixas, fachadas, cortes e detalhes. Estes fatores são importantes como ferramentas para a
definição de detalhes construtivos de instalação.
Depois é feito o projeto de iluminação ou projeto luminotécnico. O principal
objetivo deste projeto é o dimensionamento e especificação de lâmpadas e luminárias para
uma iluminação confortável e eficiente.
6

Este projeto é feito de acordo com o tipo de atividade e com possíveis sugestões da
arquitetura. Faz-se uso de softwares de cálculo luminotécnico que o auxiliam a tomar
decisões com uma idéia dos resultados.
O projeto para tomadas de uso geral consiste no dimensionamento dos condutores
de alimentação dos pontos de utilização dos equipamentos (tomadas). Depende da possível
posição dos equipamentos a serem utilizados. Esta informação é obtida com o mobiliário
(layout) do projeto arquitetônico. Neste caso o bom senso e experiência do projetista fazem
a diferença.
O projeto para tomadas de computadores tem características semelhantes à etapa
anterior. Consiste na alimentação dos computadores que são previstos no projeto de
arquitetura através do mobiliário (layout), no qual estão a quantidade e a posição dos
computadores.
O projeto para máquinas de ar-condicionado consiste em levar a alimentação
elétrica para os equipamentos. O dimensionamento e posição são locados no projeto de
climatização feito pelo setor da Engenharia Mecânica.
O projeto de circuitos para força motriz visa a alimentação de equipamentos que
utilizem motores.
Os alimentadores de cada quadro são dimensionados a fim de ter uma noção melhor
da dimensão total das cargas. De acordo com a carga instalada necessita o projeto de uma
subestação.
7

3. FATORES DE PROJETO

São apresentadas as análises dos fatores que influenciam em alguns detalhes da


instalação. Estes fatores devem ser vistos de forma minuciosa pelo projetista a fim de evitar
incompatibilidades futuras. São divididas basicamente em influências internas e influências
externas.

3.1. ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS EXTERNAS

Ao iniciar um projeto deve-se haver um estudo prévio da edificação em questão. A


primeira questão a ser feita é quanto ao tipo da obra. Basicamente há três tipos de obra:
reforma, ampliação e projeto novo. Essa diferença quanto ao tipo de obra causa uma
divergência no início da elaboração do projeto.
As primeiras informações devem ser obtidas através de uma visita ao local ou
relatório de uma visita. Nesta visita ou relatório de visita é feito um levantamento de dados
com as seguintes informações: local, condição e distanciamento do fornecimento de energia
da concessionária ao local da obra. As figuras 1 e 2 mostram o prédio existente.

Figura 1: Fachada do prédio Existente


8

Figura 2: Prédio Existente

Em pequenas ampliações é comum a análise dos quadros existentes para saber se


existe a possibilidade de inclusão de novos circuitos. Em maiores ampliações é necessária a
avaliação do alimentador do QGLF, CPG ou QGBT existentes para um novo
dimensionamento, contemplando essa adição de novos quadros.
É necessária também uma avaliação da subestação existente para saber se os
disjuntores e o transformador existentes irão atender para a nova carga a ser adicionada. E
outros casos, o redimensionamento da subestação existente é impossibilitado sendo
necessária a implantação de uma nova subestação para suprir as cargas existentes e de
ampliação.
É interessante que o projetista faça esta visita técnica munido com as plantas de
arquitetura, sobretudo a planta de situação para locar nestas plantas as características
importantes. A figura 3 mostra um esboço da planta de situação.
No caso em questão o projeto trata-se da ampliação de um quartel localizado em
uma área urbana. O tipo de fornecimento é em Tensão Primária de distribuição, sendo
necessário o projeto de uma subestação, devido ao tamanho do local e a quantidade de
cargas a serem instaladas.
9

Figura 3: Esboço da planta de situação

Nesta visita é feita uma avaliação da carga existente, da disponibilidade de rede


elétrica no local. Em caso de solicitação da concessionária faz-se a locação dos postes de
ramal de entrega de energia da distribuidora.

3.2. ANÁLISE DAS INFLUÊNCIAS INTERNAS

Depois de analisar as características externas à instalação, analisam-se as


características internas, mostradas nas plantas de arquitetura. Nesta análise prevalecem
certos pontos: tipo de teto (forro, laje), tipo de paredes (alvenaria, divisórias em PVC ou em
vidro, em concreto) e se possível ter o acesso ao projeto estrutural com a locação de pilares
e vigas.
10

O tipo de teto irá influir na forma de instalação dos eletrodutos e condutores. Em


caso de reforma é comum a colocação de forro (gesso ou PVC) para os condutos passarem
por cima deste, já que não se pode embutir eletrodutos em uma laje existente.
Em caso de projeto novo, os eletrodutos são embutidos na laje, fazendo-se as
derivações em caixas octogonais. Quando não for possível embutir os eletrodutos, as
derivações são feitas em caixas quadradas 4”x4” ou 20x20x12cm dependendo da
quantidade de condutores.
Da mesma forma, o tipo de teto influi na instalação das luminárias. Para instalações
sem forro, as luminárias deverão ser de sobrepor. Para instalações com forro as luminárias
devem ser de embutir. Em caso de um teto com estrutura metálica os condutos são fixados
à estrutura metálica, fazendo as derivações em conduletes.
Para paredes em alvenaria os eletrodutos são embutidos. Para divisórias em PVC os
condutores são colocados em canaletas fixadas a essa divisória. Para paredes em concreto
os condutos são instalados de forma aparente.
É bom o acesso ao projeto estrutural para conhecer a localização de vigas e pilares a
fim de evitar incompatibilidades de projeto.
Observa-se que foram descritas diversas alternativas dependendo de fatores
internos. Cabe ao projetista analisar minuciosamente o projeto arquitetônico para que não
inicie o projeto com dúvida ou informações erradas das características construtivas da
edificação. Ao existir incompatibilidades do projeto arquitetônico com o projeto elétrico
faz-se necessário uma “negociação” entre os projetistas das duas áreas para a elaboração de
uma nova alternativa adequada as duas situações.
Nesta análise inicial interna é interessante que o projetista tenha uma noção do local
de instalação dos quadros de distribuição. Como será descrito a seguir, os quadros de
distribuição não devem ser locados em qualquer lugar da edificação.
A primeira vista isto parece ser desnecessário, mas convém lembrar que o projeto
elétrico não deve ser considerado isolado. O projeto de uma instalação elétrica deve ter uma
interdependência com os outros projetos de outras áreas.
O quartel possui um comprimento de aproximadamente 100m sendo projetada uma
laje do tipo nervurada. Este tipo de laje é justificado para os grandes vãos existentes entre
11

os pilares, o que garante uma sustentação mecânica favorável. Será colocado forro abaixo
da nervura da laje (aproximadamente 50cm entre a laje e o forro).
Os condutores deverão ser instalados em eletrocalhas ou perfilados (distribuição
principal) devido ao comprimento do quartel e pela quantidade de circuitos a serem
instalados. Isto garante uma sustentação mecânica adequada para a quantidade de
condutores a serem dispostos o que não aconteceria com eletrodutos.
Desta distribuição principal saem derivações de eletrodutos até os pontos de
utilização. A eletrocalha (ou perfilado) será presa através de tirantes na laje.
Analisando as paredes do quartel nota-se que a maioria será composta por divisórias
em PVC. Com isso os condutores serão instalados em canaletas aparentes nas divisórias.
Nos locais com alvenaria os eletrodutos são instalados de forma mais comum (embutido).
Devido ao comprimento do quartel, cada pavimento foi dividido em três setores, no
que diz respeito às instalações, para dar uma melhor organização e visualização ao projeto,
como pode ser visto nas plantas no Anexo. As figuras 4, 6 e 6 mostram a delimitação dos
setores nos pavimentos.

Figura 4: Setor 1 dos pavimentos.


12

Figura 5: Setor 2 dos pavimentos.

Figura 6: Setor 3 dos pavimentos.

Estas informações são de extrema importância pois ditam o caminho que o projeto
vai tomar. Estas fornecem a informação das características que a instalação terá. Muitas
vezes o projetista inicia o projeto sem o conhecimento destas informações essenciais por
falta de informações. Isto é um grave erro que pode acarretar em problemas futuros.
13

4. PROJETO DE ILUMINAÇÃO E TOMADAS

Nesta etapa inicia-se o projeto elétrico propriamente dito. Esta etapa consiste no
dimensionamento de luminárias e lâmpadas por ambiente, a fim de proporcionar uma
iluminação artificial eficiente. Logo após ocorre o dimensionamento do número de tomadas
de uso geral (para ligação de equipamentos elétricos e eletrônicos mais comuns),
dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção. Nesta parte será explicado o
dimensionamento dos quadros de carga e diagramas unifilares, que serão aplicados em
todas as outras etapas do projeto.

4.1. PROJETO DE ILUMINAÇÃO

É dividida basicamente em projeto de iluminação interna e projeto de iluminação


externa.

4.1.1. PROJETO DE ILUMINAÇÃO INTERNA

4.1.1.1. Seleção da Iluminância

Como já foi dito, este projeto consiste basicamente no dimensionamento e a locação


de lâmpadas adequando a necessidade do ambiente. O projetista deve levar em conta as
características das lâmpadas, assim como os dados técnicos do fabricante.
No item 9.5.2.1 de [19] (Previsão de carga de Iluminação) os seguintes parâmetros.
• Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo menos um ponto de luz
fixo no teto, comandado por interruptor;
Nas alíneas a) e b) do item 9.5.2.1.2 de [19] adota o seguinte critério para a previsão
de cargas de iluminação:
• Em cômodos ou dependências com área igual ou inferior a 6m², deve ser prevista
uma carga mínima de 100 VA;
14

• Em cômodo ou dependências com área superior a 6 m2, deve ser prevista uma carga
mínima de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescida de 60 VA para cada aumento
de 4 m2 inteiros.
Estes critérios apresentados pela norma foram expostos apenas para efeito
ilustrativo. A norma faz restrições quanto ao uso destes. No item 9.5.2.1.2 de [19] há uma
nota de observação que fala que estas potências são para efeito do dimensionamento da
seção dos condutores.
Além estes critérios são utilizados apenas para locais de habitação. Para o
dimensionamento da carga de iluminação é feito segundo a NBR 5413/1992 (Iluminação de
Interiores). Esta norma fixa os níveis de iluminação de cada ambiente e de cada tipo de
atividade. A tabela 2 mostra os níveis de iluminância por classes de tarefas visuais.

Tabela 2: Iluminâncias por classes de tarefas visuais. [15]

Assim como diz o item 5.2.3 de [13] a maioria das tarefas visuais tem média
precisão, ou seja, geralmente dá-se preferência aos valores do meio da segunda coluna.
15

4.1.1.2. Seleção das lâmpadas e luminárias

Após a escolha da iluminância de cada ambiente, o projetista tem que escolher que
tipo de lâmpada e luminária deverá ser instalada em cada ambiente. O tipo de lâmpada, a
potência e a luminária dependem da área do local, do pé-direito (altura do piso ao teto), da
atividade a ser desenvolvida. A tabela 3 mostra uma sugestão de lâmpadas conforme o pé-
direito.
Tabela 3: Seleção de lâmpadas conforme a altura de instalação. [13]

Para o projeto em questão foi escolhida na maioria dos ambientes lâmpadas de 16W
e 32W, já que o pé-direito é de aproximadamente 3m. Como foi dito anteriormente essa
tabela é apenas uma sugestão. Cabe ao projetista a escolha das lâmpadas de acordo com a
área, disponibilidade de mercado ou solicitação do cliente.
Com relação às luminárias, o projetista deve estar munido de catálogos dos
fabricantes onde dispõe de uma gama de tipos. Para critério de escolha o projetista deverá
atentar para o tipo de instalação. A tabela 4 mostra a aplicação de cada tipo de instalação.
16

Tabela 4: Tipos de instalação e suas aplicações.

No geral foram usadas lâmpadas fluorescentes tubulares de 32W e 16W, sendo 2


lâmpadas por luminária. É importante que tenham refletor parabólico a fim de melhorar o
aproveitamento luminoso. Na figura 7 é mostrada uma luminária com aletas que é usada em
locais em que haja trabalhos visuais como trabalhos com computadores ou leitura. A forma
de instalação é de embutir já que na instalação possui forro.

Figura 7: Luminária com aletas (2x32W) e sua curva de distribuição luminosa. [16]

Na figura 8 é mostrada uma luminária na qual não tem aletas. É usada em áreas em
que o controle de ofuscamento não é necessário, como circulações, copas.
17

Figura 8: Luminária sem aletas (2x32W) e sua curva de distribuição luminosa.[16]

Para um alojamento (repouso) foi escolhida uma luminária circular para duas
lâmpadas fluorescentes compactas (2x23W) com baixa temperatura de cor (≈ 2700K), a fim
de proporcionar um melhor conforto. A luminária possui um refletor em alumínio para
aumentar a eficiência da iluminação. A figura 9 mostra essa luminária e seu diagrama de
fotometria.

Figura 9: Luminária de (2x23W) e sua curva de distribuição luminosa.[17]

Para a subestação foram projetadas luminárias herméticas em razão do ambiente da


subestação ser bastante agressivo, levando em conta a tabela 34 de [19]. Esta luminária tem
grau de proteção IP66, à prova de vapores, água e poeira. A figura 10 mostra esta lâmpada.
18

Figura 10: Luminária hermética para 2 lâmpadas de 32W.[32]

4.1.1.3. Escolha do reator

Recomenda-se o uso de reatores eletrônicos, pois possuem uma perda pequena (de 1
W para luminárias 2x16W e 3W para luminárias 2x32W), alto fator de potência (≈ 0,98) e
possuem tecnologia de filtragem de harmônicos, resultando num baixo THD (menor que
10%). [18] Lembrando que nas lâmpadas fluorescentes compactas eletrônicas o reator tem
uma perda insignificante.

4.1.1.4. Cálculo Luminotécnico

Existem métodos de dimensionamento do número de lâmpadas conforme a potência


e características do ambiente. São compostos por vários cálculos, consultas a tabelas dos
fabricantes de luminárias. Para soluções mais práticas recorre-se aos softwares de cálculos
luminotécnicos. São fáceis de usar, disponíveis na maioria dos grandes fabricantes. No
projeto do quartel foi usado para o cálculo luminotécnico o Softlux 2.2 da Itaim®. O
programa encontra-se disponível para download no site do fabricante.
Através da inserção dos dados relativos às características físicas do ambiente
(dimensões, refletância das superfícies internas, tipo de atividade e condições de uso) e da
escolha da luminária que se deseja empregar é possível obter a quantidade de luminárias
necessárias para que o nível de iluminância média necessária seja atingido.
Para facilitar a escolha da luminária a ser empregado no ambiente, o Softlux
disponibiliza a visualização das principais informações técnicas relativas às luminárias:
foto, desenho, curva de distribuição luminosa, luminância, fator de utilização e fluxo zonal.
19

O cálculo pode ser realizado para um dado nível de iluminância médio, ou para uma
determinada quantidade de luminárias. Os resultados podem ser visualizados rapidamente,
possibilitando a realização de diversos testes para comparar diferentes soluções. Para fazer
o projeto de uma sala de espera foram realizados os seguintes passos:
• Passo 1 (Dados do ambiente):
• Comprimento (m) = 7,35
• Largura (m) = 5,12
• Pé-direito (m) = 3,15
• Plano de trabalho = 0,75m
• Cores/Refletâncias = 70%-50%-10%
• Condições do ambiente = 0,8
• Tipo de atividade = Escolhe um ramo com iluminância semelhante à desejada.
• Passo 2 (Seleção das Luminárias):
• Luminária escolhida: Luminária de embutir em forro de gesso para 2 lâmpadas
fluorescentes tubulares de 32W. Corpo, refletor e aletas planas em chapa de aço
tratada com acabamento em pintura eletrostática epóxi-pó na cor branca. [16]
• Passo 3 (Distribuição das luminárias):
Neste passo o programa dá uma sugestão de distribuição de luminárias de acordo
com a iluminância informada. Senão houver sido informada nenhuma iluminância o
programa indica por default a iluminância de 500lux.
O mais adequado é o usuário indicar um número de luminárias e sua rotação e
simular as iluminâncias do ambiente com base nestes parâmetros. Foi sugerida uma
distribuição de 4 luminárias (2 linhas e 2 colunas ) e o resultado é mostrado na figura 11.

Figura 11: Resultado final da simulação do cálculo luminotécnico.


20

• Passo 4 (Resultados):
É mostrada uma distribuição do fluxo como a da figura 11. O usuário pode
acompanhar ponto a ponto o valor da iluminância. Os seguintes valores são dados como
resultados.
• Iluminância média calculada pelo método das cavidades zonais (EMCZ): 234 lux;
• Iluminância média calculada pelo método Ponto a Ponto (EMÉDIO): 209 lux;
• Iluminância máxima calculada pelo método Ponto a Ponto (EMÉDIO): 282 lux;
• Iluminância mínima calculada pelo método Ponto a Ponto (EMÉDIO): 82 lux;
• Distância entre colunas: 3,67m;
• Distância entre linhas: 2,56m;
• Distância parede-coluna: 3,67m;
• Distância parede-linha: 1,28m;
Analisando os resultados vê-se que são valores plausíveis comparando as
iluminâncias de ambientes de semelhantes utilizações no item 5.3 de [15]. Convém lembrar
que este procedimento foi repetido para as outras dependências. As tabelas 5,6 e 7 mostram
o resultado desse projeto para o térreo, 1º pavimento e 2º pavimento respectivamente.
Tabela 5: Número de luminárias projetadas para o térreo.
21

Tabela 6: Número de luminárias projetadas para o 1º pavimento.

Tabela 7: Número de luminárias projetadas para o 2º pavimento.


22

4.1.2. PROJETO DE ILUMINAÇÃO EXTERNA

Em alguns projetos é necessária a elaboração do projeto de iluminação externa. Um


projeto de iluminação externa pode ser a iluminação de uma fachada ou a iluminação
pontual de uma área comum. É difícil a definição de um padrão para o projeto de
iluminação deste tipo. Na maioria dos casos faz-se um dimensionamento visando uma
iluminação de certa área, já que os níveis de iluminação externa são baixos.
No projeto abordado, há uma passarela que liga a edificação nova à existente. Essa
passarela possui aproximadamente 76m. Para a sua iluminação foram projetados três postes
de concreto, com 10,2m de altura útil, cada um com duas luminárias 250W de multivapores
metálicos em cada pétala. A figura 12 mostra essa luminária.
Esse circuito é ligado ao quadro do setor 1 do térreo. É um circuito trifásico levando
uma fase para cada poste. Como a corrente do circuito é muito pequena, sendo minimizada
ainda mais por ser um circuito trifásico, a queda de tensão é insignificante.

Figura 12: Luminária com lâmpada de 250W. [30]

Para o térreo foram projetados quatro postes metálicos, com altura útil de 3m, com
uma luminária de 70W multivapores com duas pétalas. São dois postes para iluminação dos
setores. A figura 13 mostra esta luminária.
Os reatores usados nestas luminárias também são eletrônicos com alto fator de
potência (≈ 0,95) e baixa taxa de distorção harmônica. Para as luminárias de 2x250W o
reator tem uma perda de 25W e para as luminárias de 1x70W o reator tem uma perda de
10W.

Figura 13: Luminária com lâmpada de 70W. [31]


23

4.2. PROJETO DE TOMADAS DE USO GERAL (TUG)

Esta etapa consiste no dimensionamento do número de tomadas para uso geral. São
tomadas destinadas a alimentação de equipamentos comuns.
Segundo o item 9.5.2.2.1 de [19], o número de tomadas deve ser dimensionado de
acordo com os equipamentos a serem ligados. Para isso é necessário que o projetista tenha
acesso à informação técnica destes. Esta informação é obtida durante a etapa de análise de
influências internas que foi comentada no item 2.1.
Com relação à potência de cada tomada também é feita de acordo com os
equipamentos a serem ligados, respeitando o item 9.5.2.2.2 e o 4.2.1.2.3 de [19].
A altura das tomadas é determinada de acordo com a dependência e a altura de
instalação do equipamento. A tabela 8 sugere a altura de instalação das tomadas de acordo
com a sua aplicação.
Tabela 8: Determinação da altura das tomadas.

Foram instaladas tomadas médias nas copas (3 primeiras tomadas 600W e as demais
100W). Nas demais dependências foram instaladas tomadas baixas (100W ou outra
potência especificada). Foi estimado um fator de potência de 0,8 indutivo. Esse valor é
atribuído, pois não se sabe o fator de potência dos equipamentos a serem ligados. A locação
de tomadas deve ser feita prevendo a mudança do mobiliário.
É importante salientar que a maioria das tomadas e interruptores serão instaladas em
suporte aparentes para canaletas já que a divisão dos compartimentos é feita por divisórias.
Quando possível há a instalação convencional (embutido em alvenaria).
24

Outro aspecto a se destacar é a especificação de tomadas (2P+T), “padrão


brasileiro”, baseadas na norma NBR 14.136 (novo padrão de plugues e tomadas
brasileiras).

4.3. CRITÉRIO PARA DIVISÃO DOS CIRCUITOS

Essa divisão é feita segundo o item 4.2.5 de [19]. Além disso, foram adotados os
seguintes critérios:
• Prever no mínimo dois circuitos de iluminação;
• Prever um circuito exclusivo para tomadas de copas, cozinhas, áreas de serviço ou
semelhantes;
• Foi previsto circuitos de iluminação com no máximo 1.200W (aproximadamente);
• Circuitos de tomadas de uso geral com no máximo 2.400 W(aproximadamente).
Estes limites de potência foram estipulados para limitar o valor da corrente de
circuito, a fim de obter seções dos condutores adequadas para a ligação nos equipamentos
de tomadas e interruptores.
Para grandes seções de condutores há uma incompatibilidade nos terminais de
tomadas e interruptores assim como problemas na colocação dos condutores nos condutos,
gerando problemas para os eletricistas. Atentar para ser feita uma divisão levado em conta a
área afetada em caso de falta do circuito correspondente.

4.4. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES

4.4.1. CORRENTE NOMINAL DO CIRCUITO

Depois de ser feita a divisão dos circuitos, contabiliza-se a potência de cada circuito.
A corrente nominal de cada circuito através de (1) para circuitos monofásicos e de (2) para
circuitos trifásicos:
P
I N(1φ ) = . (1)
FP.FS.U C
25

P
I N(3φ ) = . (2)
3.FP.FS.U C

Onde:
- P: Potência do circuito, dado em Watts.
- I1ϕ: Corrente nominal do circuito monofásico;
- I3ϕ: Corrente nominal do circuito trifásico.
• FP: Fator de Potência. Representa a relação da potência ativa e a potência total. Para
circuitos de iluminação interna é de 0,98 (dado pelo fabricante), iluminação externa é
de 0,95 (dado pelo fabricante), para circuitos de tomadas é de 0,80 (estimado). [18]
• FS: Fator de Segurança. É um fator subjetivo, nele estão incluídos outros fatores que
influenciam no dimensionamento dos condutores. Garante um correto
dimensionamento dos condutores prevendo certa folga. Para este projeto foi adotado
como 0,7.
• UC: Tensão de alimentação do circuito. Para circuitos monofásicos é a tensão de fase
(220V) e para circuitos trifásicos a tensão de linha (380V).
A determinação da seção dos condutores é feita através de três critérios:
• Critério da capacidade de corrente;
• Critério da queda de tensão;
O que apresentar uma seção maior é escolhido para o dimensionamento.

4.4.2. CRITÉRIO DA CAPACIDADE DE CORRENTE

Neste critério o único fator influente é a corrente nominal do circuito. A seção será
determinada pela corrente máxima que percorrerá o condutor. O procedimento para
dimensionar a seção dos condutores é o seguinte:
• Consulta a tabela 33 de [19], contendo o método de instalação e o método de
referência.
• Consulta a tabela 36 de [19] que informa a seção do condutor fase de acordo com o
método de referência e a corrente nominal.
26

Assim, a corrente nominal do circuito deve ter um valor menor que a ampacidade
máxima do condutor escolhido.

4.4.3. CRITÉRIO DA QUEDA DE TENSÃO

A seção do condutor depende além da corrente nominal do circuito, depende da


resistência do condutor, no sentido de limitar a queda de tensão devido às perdas ôhmicas.
A queda de tensão é dada por (3):
I N .a.L
DV(%) = . (3)
10.U C
Onde:
• IN: Corrente Nominal do Circuito, como já foi definida no item 4.2.3.1.;
• a: Coeficiente de queda de tensão, de acordo com os valores da tabela 9 ;
• L: Distância do quadro ao ponto de utilização;
• UC: Tensão de alimentação, como já foi definida no item 4.2.3.1.;

Tabela 9: Coeficiente de queda de tensão para condutores isolados 70ºC em V.A/km. [29]
27

A queda de tensão máxima adotada é de 2%. Assim analisa-se a queda de tensão


para o condutor resultante do critério da capacidade de corrente. Se a queda de tensão para
este valor for menor que 2%, calcula-se a queda de tensão para a seção posterior, até
encontrar um valor menor que o limite de 2%.
Geralmente o critério de queda de tensão supera os resultados dos outros critérios
quando a distância do circuito ao ponto de utilização for maior que 40m aproximadamente.
Por essa razão fez a divisão dos pavimentos em setores e a divisão dos circuitos da forma
que foi apresentada a fim de que as distâncias dos quadros aos pontos de utilização fiquem
dentro destes limites.

4.4.4. DIMENSIONAMENTO DO CONDUTOR NEUTRO E DE


PROTEÇÃO

Para circuitos monofásicos o condutor neutro e de proteção possuem a mesma seção


do condutor fase, segundo o item 6.2.6.2.2. de [19]. Para circuitos trifásicos, a seção do
condutor neutro é adotada como igual a da fase, prevendo circuitos com taxas de
harmônicos acima de 33%. A seção do condutor de proteção (terra) é obtida através da
tabela 10.
Tabela 10: Seção dos condutores de proteção. [19]

4.5. DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS DE


PROTEÇÃO

Os dispositivos de proteção no projeto de instalações elétricas podem ser


classificados em três tipos:
• Dispositivos de proteção aos condutores (disjuntores);
• Dispositivos de proteção às pessoas (dispositivo a corrente diferencial-residual);
• Dispositivos de proteção de equipamentos (dispositivo de proteção contra surtos).
28

4.5.1. DISJUNTORES

Os disjuntores são equipamentos que protegem os condutores da instalação. São


dimensionados de acordo com a corrente nominal e a capacidade de curto–circuito.
Segundo o item 5.3.4.1 de [19] o dimensionamento da corrente nominal de proteção
é dado segundo (4) e (5).
I N < I D < IC (4)
I2 ≤ 1,45IC (5)
Onde:
• IN: é a corrente de projeto ou corrente nominal do circuito, como foi demonstrado
no item 4.2.3.1.;
• ID: é a corrente nominal do disjuntor;
• IC: é a corrente máxima do condutor dimensionado, dado pela tabela 36 de [19];
• I2: corrente convencional de atuação de proteção;
A expressão (4) significa que o disjuntor terá de disparar quando a corrente do
circuito for maior que a corrente nominal, antes de atingir o limite de capacidade do
condutor. Geralmente a expressão (4) cobre o dimensionamento da expressão (5), que é
mais adequada para proteções com fusíveis.
Todos os disjuntores terão capacidade de curto-circuito de 10kA, segundo
recomendações da própria concessionária. Esse valor é capaz de proteger para todos os
níveis de curto-circuito da instalação, já que o nível de curto-circuito típico do ponto de
entrega é de aproximadamente de 3,5kA.

4.5.2. DISPOSITIVOS A CORRENTE DIFERENCIAL-RESIDUAL (DR)

Segundo o item 3.2.5. de [19], o DR é um dispositivo de seccionamento mecânico


destinado a provocar a abertura dos próprios contatos quando ocorrer uma corrente de fuga
à terra. O circuito protegido por este dispositivo necessita ainda de uma proteção contra
sobrecarga e curto circuito que pode ser realizada por disjuntor ou fusível, devidamente
coordenado com o Dispositivo DR.
29

Segundo item 5.1.3.2.1.1., o DR é utilizado como proteção adicional dos circuitos


visando casos de falhas de outros meios de proteção e de descuido ou imprudência do
usuário. A utilização do dispositivo não dispensa o uso de outras medidas de proteção.
O DR é dimensionado para uma corrente nominal igual a do disjuntor do circuito. A
corrente diferencial-residual é definida como 30mA. Seu uso é destinado a copas, cozinhas,
banheiros, áreas externas ou áreas molhadas.
No quartel foi projetado o uso de DR´s nos circuitos da copa no setor 2 dos
pavimentos, com corrente nominal igual a dos disjuntores e corrente diferencial-residual de
30mA.

4.5.3. DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS (DPS)

4.5.3.1. Definição e Classificação

Este dispositivo é usado para prover proteção contra sobretensões transitórias nas
instalações de edificações. Seu uso é exigido por [19] no item 5.4.2.1.1. Há três classes de
DPS’s que dependem do seu objeto de aplicação:
• Classe I (CL.I): Tem a função de proteção principal da instalação, tendo sua
localização na linha externa de alimentação ou no quadro de distribuição, como
descreve a alínea a) do item 6.3.5.2.1 de [19]. Neste caso será instalado no QGBT.
• Classe II (CL.II): Tem a função de uma proteção suplementar, a fim de atenuar
alguma pertubação que tenha passado pela proteção principal. São instalados nos
quadros secundários, com coordenação em relação ao DPS classe I.
• Classe III (CL.III): São equipamentos avulsos ligados diretamente nas tomadas. É
ligado de maneira intermediária entre a tomada e o equipamento.

4.5.3.2. Instalação

O esquema de instalação dos DPS´s é feito conforme o fluxograma mostrado na


figura 14. Acompanhando o fluxograma define-se a maneira que os DPS’s serão instalados.
30

Figura 14: Fluxograma para instalação de DPS's. [19]

• “A Linha elétrica de energia que chega à instalação inclui neutro?”


Resposta: Sim. A Coelce dispõe do seu sistema de distribuição primária de energia em três
condutores a um nível de tensão de 13,8kV. E nos transformadores de distribuição ou
transformadores de subestação a ligação dos enrolamentos é em delta estrela-aterrado,
surgindo um neutro no secundário do transformador. Portanto, há a inclusão do neutro na
entrada de energia.
• “O neutro será aterrado no barramento de equipotencialização principal da
edificação?”
31

Resposta: Não. Como foi dito na resposta anterior, o secundário do transformador tem uma
ligação estrela aterrado, ou seja, o neutro (PEN) entra combinado com o terra (TN-C) e há
sua separação em condutor neutro e condutor PE, feita no quadro de distribuição principal.
Globalmente, trata-se de um esquema TN-C-S, segundo a nota b) do item 6.3.5.2.2 de [19].
Segundo o item 6.3.5.2.3 de [19], este fluxograma é feito tanto para forma de
instalação do DPS classe I, instalado no quadro de distribuição geral como para os DPS’s
instalados ao longo da instalação. No caso ao longo da instalação temos um esquema TN-S
caracterizando um esquema 3 da figura. No quadro principal é adotado o esquema 2, já que
neste ponto o neutro ainda está combinado com o condutor de proteção.

4.5.3.3. Seleção dos DPS’s

Segundo o item 6.3.5.2.4 de [19] a seleção dos DPS’s ocorre de acordo com os
seguintes parâmetros:
• Nível de proteção (UP)

Segundo a alínea a) do item 6.3.5.2.4 de [19], o nível de proteção do DPS deve ser
compatível com a categoria II de suportabilidade a impulsos indicada na tabela 11.
Tabela 11: Suportabilidade a impulso exigível dos componentes da instalação. [19]

No exemplo, a tensão nominal da instalação é 220/380V. Para a coluna da categoria


II, o nível de proteção é de 2,5kV. Segundo [23], mesmo numa instalação com tensão
380/220V (onde o nível de proteção é de 2,5kV) é apenas em modo comum e quando o
DPS é único. Os DPS´s adicionais e, em particular, aqueles destinados à proteção de
32

equipamentos alimentados entre fase e neutro (proteção diferencial), devem ter um nível de
proteção menor (ou seja, 1,5kV).

• Máxima tensão de operação contínua (UC)

Segundo a alínea b) do item 6.3.5.2.4 de [19], este valor deve ser igual ou superior
aos valores da tabela 12.
Tabela 12: Valor mínimo de nível de proteção do DPS. [19]

No exemplo dado, o DPS será conectado entre Fase e PE e Neutro e PE para um


esquema de ligação TN-S, como visto no item 3.6.2. Então para as duas conexões o nível
de proteção mínimo é de 1,1U0, onde U0 é a tensão entre fase e neutro (220V). Portanto, o
valor mínimo de UC é de 242V.

• Corrente nominal de descarga (IN) e corrente de impulso (IIMP)

Segundo a alínea d) do item 6.3.5.2.4 de [19], quando o DPS for destinado à


proteção contra sobretensões de origem atmosférica transmitidas pela linha externa de
alimentação e contra sobretensões de manobra, sua corrente nominal de descarga IN não
deve ser inferior a 5 kA (8/20 µs) para cada modo de proteção.
Segundo a alínea d) do item 6.3.5.2.4 de [19], quando o DPS for destinado à
proteção contra sobretensões provocadas por descargas atmosféricas diretas sobre a
edificação ou em suas proximidades, IIMP não deve ser inferior a 12,5 kA para cada modo
de proteção.
33

• Suportabilidade à corrente de curto-circuito.

Segundo a alínea e) do item 6.3.5.2.4 de [19], o DPS deve ter um valor de


suportabilidade de curto-circuito igual ou superior à corrente de curto-circuito presumida
no ponto da instalação do dispositivo.

4.5.3.4. Disjuntor de Proteção contra sobrecorrentes (DP)

Este dispositivo tem por finalidade proteger o circuito contra falhas no DPS e
correntes de curto-circuito no ponto em que for instalado. Tem a função de abertura para
manutenção ou troca do DPS. [24] O posicionamento do DPS é feito conforme a figura 15.

Figura 15: Posicionamento do DPS no quadro. [24]

Esta ligação permite uma continuidade do serviço, mesmo com a falha do DPS, mas
deixa a instalação desprotegida durante a falha. Como a continuidade de serviço é mais
importante, este posicionamento é escolhido.
A corrente nominal do DP dos DPS’s são dimensionados da seguinte forma [24]:
• DPS Classe I: Acompanha o mesmo valor do disjuntor geral, para disjuntores com
corrente nominal até 63A. Para correntes nominais maiores fixa-se o disjuntor de
63A. Para a seção dos condutores de conexão é igual às seções dos alimentadores,
até o valor de 16mm². Para seções maiores, fixa-se em condutores de 16mm².
• DPS Classe II: Disjuntor com corrente nominal de 25A e os condutores de 4mm².
34

4.5.3.5. Especificação Técnica

Essa especificação deve ser feita de acordo com todos os parâmetros mostrados nos
itens 3.6.2 a 3.6.4. Foram escolhidos os parâmetros dos DPS’s da Clamper®. Segundo [25]
as especificações dos DPS são:
• DPS Classe I/II: VCL 275V 12,5/60kA Slim
• UP = 1,5kV
• UC = 275 V
• IIMP = 12,5kA
• IN = 30kA (máximo 60kA)
• ICC = 5kA

• DPS Classe II: VCL 275V 45kA Slim


• UP = 1,5kV
• UC = 275 V
• IN = 20kA (máximo 45kA)
• ICC = 5kA

4.6. SIMPLIFICAÇÕES:

Para um dimensionamento mais prático e seguro foi adotado os seguintes critérios:


• Circuitos de iluminação: Condutores de 2,5mm² e proteção com disjuntor de 16A;
• Circuitos de tomadas: Condutores de 2,5mm² e proteção com disjuntor de 20A;
• Alimentadores (mínimo): Condutores de 4mm² e disjuntor de 25A.
Estes critérios além de oferecer uma maior rapidez nos cálculos, asseguram uma
possível ampliação nos circuitos, dependendo da potência destes. Estes critérios atendem
aos métodos de referência utilizados.
Cada pavimento foi dividido em três setores, como foi dito no item 1.2. Cada setor
deverá ter um quadro. Essa divisão é feita para uma melhor seletividade em caso de falta.
35

4.7. ELABORAÇÃO DOS QUADROS DE CARGA (QDL)

Neste item será apresentado o quadro de cargas que contém todo o resumo dos
dimensionamentos. Junto com o diagrama unifilar constitui as partes mais importantes do
projeto de instalações elétricas.
Como foi dito a instalação foi dividida em três setores. Os quadros foram nomeados
da seguinte forma:
• QDL- 1.1: Quadro do setor 1 do térreo;
• QDL-1.2: Quadro do setor 2 do térreo;
• QDL-1.3: Quadro do setor 3 do térreo;
• QDL- 2.1: Quadro do setor 1 do 1º pavimento;
• QDL- 2.2: Quadro do setor 2 do 1º pavimento;
• QDL-2.3: Quadro do setor 3 do 1º pavimento;
• QDL-3.1: Quadro do setor 1 do 2º pavimento;
• QDL-3.2: Quadro do setor 2 do 2º pavimento;
• QDL-3.3: Quadro do setor 3 do 2º pavimento;
• QDL-COBERTA: Quadro da coberta (barrilete);

4.7.1. ELEMENTOS DO QUADRO

O quadro de cargas representa toda a quantificação da instalação elétrica. Deve conter


todas as cargas diferindo em tipo e quantidade. Outro ponto a se destacar é a locação dos
quadros. Os quadros devem ser instalados em locais seguros, com acessibilidade. Os
quadros foram locados na circulação nos setores 1 e 3. No setor 2, foi locado perto da copa.
A tabela 13 mostra o quadro de cargas de um dos quadros do quartel.
36

Tabela 13: Quadros de Cargas QDL-1.3

O quadro é composto por várias informações:


• Quadro: Identificação do quadro;
• Circuito: Enumeração dos circuitos previamente divididos;
• Circuitos reserva: Seguindo o item 6.5.4.7 de [19]. Adota-se um número de circuitos
de reserva com número divisível por 3 para dividir igualmente entre as fases. Para
quadros de iluminação e tomadas foi atribuído uma potência de 200W para cada
circuito de reserva.
• Iluminação: Contabilizam-se as cargas de iluminação (definidas no projeto
luminotécnico) separadas de acordo com a potência do conjunto de lâmpadas;
• Tomadas: contabilização das tomadas de acordo com sua potência;
• Perdas: Refere-se às perdas no reator das lâmpadas de descarga utilizadas;
• Total(W): Soma das potências ativas do circuito;
• Tensão(V): Tensão de alimentação do circuito (220V (tensão de fase) para circuitos
monofásicos e 380V (tensão de linha) para circuitos trifásicos);
• Fator de Potência: Relação entre a potência ativa e a potência total, como foi
mostrado no item 4.4.1.;
• Fator de Segurança: Destinado a um sobredimensionamento garantindo uma folga ao
condutor, como foi mostrado no item 4.4.1.;
• Disjuntor: Valor da corrente nominal do disjuntor de proteção do circuito.
• Condutor (mm²): Representa a seção do condutor do circuito. Sua representação é
AnB(C)TnD, onde ‘A’ representa o número de fases (1 ou 3), ‘B’ é a seção do
condutor fase, ‘C’ é a seção do condutor neutro e ‘D’ é a seção do condutor terra.
37

• Fases (A, B e C): Colunas do balanceamento das fases.

4.8. ESPECIFICAÇÃO DE CONDUTORES E CONDUTOS

4.8.1. ESPECIFICAÇÃO DE CONDUTORES

Neste item é descrito características técnicas dos condutores e condutos a serem


utilizados. Para circuitos terminais serão utilizados condutores do tipo cabo isolados, com
classe de isolamento 750V, isolamento em PVC 70ºC, encordoamento classe 5, anti-chama,
atendendo as prescrições dos itens 6.2.3.4 e 6.2.3.5 de [19]. A figura 16 mostra este
condutor e a tabela 14 mostra as dimensões relevantes neste estudo.

Figura 16: Cabo Superastic Flex® da Prysmian® (Condutor isolado 750V) [20]

Tabela 14: Dimensões dos condutores isolados. [20]

4.8.2. ESPECIFICAÇÕES DE CONDUTOS

Foram usadas eletrocalhas para a distribuição principal, já que, mesmo com a


divisão da edificação em setores, o comprimento da instalação continua elevado e o número
de condutores e a proteção mecânica requerida justificam o uso deste conduto. A figura 17
mostra uma eletrocalha.
38

Figura 17: Eletrocalha.[26]

Para a distribuição secundária dos circuitos foram utilizados eletrodutos rígidos,


roscáveis, anti-chama. A taxa de ocupação máxima adotada foi de 33%. Segundo [4]
adotando esta taxa de ocupação, dispensa-se o uso do fator de agrupamento.
Então com o valor da área de cada eletroduto, e com o valor da área de cada
condutor, faz essa comparação. Este trabalho é facilitado através do uso de planilhas
eletrônicas. A respeito de condutores e condutos foram adotados os seguintes critérios:
• O menor eletroduto adotado é de diâmetro de ¾ polegadas, tendo em vista de
oferecer uma proteção mecânica melhor e prevendo possíveis ampliações;
• A seção da eletrocalha adotada é de 50x50cm, usando a mesma tava de ocupação;
• Foi adotado o uso de um condutor de terra a cada 4 circuitos no máximo. Em casos
de termos 5 circuitos em um conduto, coloca-se um condutor terra para 2 circuitos e
outro para 3 circuitos, ou seja, distribui-se o condutor de terra o mais homogêneo
possível.
A figura 18 mostra o eletroduto referido. Os valores das dimensões deste estão na
tabela estão na tabela 15.

Figura 18: Eletroduto em PVC Rígido. [22]

Tabela 15: Dimensões dos Eletrodutos. [22]


39

4.9. DIAGRAMA UNIFILAR (QDL)

Enquanto que o quadro de cargas representa um resumo da quantificação das cargas,


o diagrama unifilar faz um resumo das ligações dos quadros. No projeto são itens bastante
importantes para a configuração do quadro elétrico.
Neste projeto foi adotada uma simbologia diferente da ABNT. Existe um problema
na compreensão dos eletricistas com a simbologia da ABNT. A simbologia proposta já é
conhecida pelos eletricistas, facilitando o trabalho deles. A figura 19 mostra essa
simbologia.

Figura 19: Simbologia adotada.

Além disso, a simbologia adotada para as seções dos condutores foi a seguinte:
• 3nA(B)TnC-0,6/1kV-1ØD”: Circuito trifásico três fases de seção de A mm², seção
do neutro de B mm² e seção do condutor terra de C mm². Classe de isolamento
0,6/1kV em 1 eletroduto de D polegadas.
• nE: Circuito monofásico com seção E, já que fase, neutro e terra possuem mesma
seção).
Na figura 20 é mostrado o diagrama unifilar do quadro do setor 3 do térreo.

Figura 20: Diagrama unifilar QDL-1.3.


40

Como é visto logo acima da figura, este quadro é alimentado por um CPG, que será
explicado posteriormente os motivos. Logo abaixo, segue a seção dos condutores do
alimentador, classe de isolamento e o eletroduto.
São mostrados os barramentos de neutro, de terra e das três fases. Seu
dimensionamento está baseado na máxima corrente de 144A. Este barramento é usado para
todos os quadros de distribuição de baixa tensão (380/220V), segundo [23].
No diagrama é mostrado o disjuntor geral do quadro. Há três barramentos, um para
cada fase e cada circuito ligado a um barramento (a cada fase). Cada circuito possui sua
numeração e as seções de seus condutores, seguindo o que já foi dimensionado no quadro
de cargas.

4.10. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 1

Este item faz um resumo de tudo que foi dito até então. Será tomado como base o
dimensionamento dos circuitos terminais do QDL-1.3. Os outros dimensionamentos são
feitos da mesma forma.

4.10.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS

A potência de cada circuito foi feita com base em (6) e (7) para circuitos de
iluminação e tomadas de uso geral, respectivamente:
n
PN = ∑ n.P + n.P
i=1
L R . (6)

Onde:
• PN: Potência do circuito N;
• n: Número de luminárias e reatores;
• PL: Potências das luminárias;
• PR: Perdas dos reatores;
n
PN = ∑ n.P
i=1
T . (7)

Onde:
• PT: Potência atribuída às tomadas;
41

Para o quadro QDL-1.3 que corresponde ao setor 3 do térreo foi feita a seguinte
divisão de circuitos:
• Circuito 1: Iluminação
Aplica-se a expressão (6):
• 12 luminárias de 2x32W;
P1 = 12.(2.32) + 12.3 = 804W
• Circuito 2: Iluminação
Aplica-se a expressão (6):
• 3 luminárias de 2x16W e 9 luminárias de 2x32W;
P2 = 3.(2.16) + 3.1 + 9.(2.32) + 9.3 = 702W
• Circuito 3: Iluminação
Aplica-se a expressão (6):
• 9 luminárias de 2x23W e 12 luminárias com 2x32W;
P3 = 9.(2.23) + 12.(2.32) + 12.3 = 1227W
• Circuito 4: Iluminação
Aplica-se a expressão (6):
• 15 luminárias de 2x16W e 3 luminárias 2x32W
P4 = 15.(2.16) + 3.(2.32) + 15.1 + 3.3 = 696W
• Circuito 5: Iluminação
Aplica-se a expressão (6):
• 8 luminárias de 2x32W
P5 = 8.(2.32) + 8.3 = 536W
• Circuito 6: Tomadas
Aplica-se a expressão (7):
• 7 tomadas de 100W
P6 = 7.100 = 700W
• Circuito 7: Tomadas
Aplica-se a expressão (7):
• 12 tomadas de 100W
P7= 12.100 = 1200W
• Circuito 8: Tomadas
42

Aplica-se a expressão (7):


• 8 tomadas de 100W
P8 = 8.100 = 800W
• Circuito 9: Tomadas
Aplica-se a expressão (7):
• 5 tomadas de 100W e uma de 500W (previsão de rack para instalação de lógica).
P9 = 5.100 + 1.500 = 1000W
• Circuito 10: Iluminação Externa
Aplica-se a expressão (7):
• 2 luminárias para 1x70W
Potência (W) = 2. (1.70) + 2.10 = 160W
Percebe-se que foi feita uma divisão de cinco circuitos para iluminação, mesmo não
atingindo o limite de 1200 W, visando uma seletividade melhor da instalação em caso de
faltas ou manutenção. Da mesma forma foram divididos os circuitos respeitando os limites,
visando um zoneamento para que a instalação tenha um sistema de proteção e manutenção
bem seletivo.

4.10.2. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES E DISJUNTORES

4.10.2.1. Corrente nominal

Para o circuito 1 de iluminação do QDL-1.3 foi feito o seguinte cálculo:


• P1 = 804W
• FP = 0,95
• UC = 220V
• FS = 0,7
• Corrente do Nominal: Substituindo os valores em (1)
804
I N(1φ ) = → I N(1φ ) = 5,33A
220.0,95.0, 7
43

4.10.2.2. Capacidade de corrente

Segundo a tabela 33 de [19], o método de referência em questão é o método 22


(condutores isolados em eletroduto de seção circular em espaço de construção). Conforme a
nota 5 desta tabela os condutos formados por forros falsos são considerados espaços de
construção). Há uma restrição como visto na figura 21.

Figura 21: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 22. [19]

Conforme visto na figura 19, existem dois métodos de referência correspondentes a


esse método de instalação. O espaço entre a laje e o forro falso é de 40 cm, ou seja, V = 40
cm. Essa informação foi obtida junto às plantas de arquitetura, conforme visto no item 1.2.
A previsão é a utilização de eletrodutos de diâmetro de ¾ polegadas, ou seja, De = 1,905 cm
e 20.De = 38,1cm. Portanto, V ≥ 20.De e o método de referência é o B1.
Para a distribuição principal são usadas eletrocalhas. A figura 22 mostra o método
de instalação e o método de referência para este caso.

Figura 22: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 24. [19]

Observa-se que para o método de referência o critério é o mesmo mostrado na figura


23, resultando no método B1.
Para as descidas dos eletrodutos aos interruptores ou tomadas tem-se o método de
instalação 7 (condutores isolados ou cabos unipolares em eletroduto de seção circular
embutido em alvenaria), que também corresponde ao método de referência B1. A figura 23
mostra este método de instalação.

Figura 23: Parte da tabela 33 da NBR 5410/2004, contendo o método de instalação 7. [19]
44

Consulta-se a tabela 36 de [19] e é visto que segundo a capacidade de corrente, um


condutor de 0,5mm², conforme visto na figura 24.

Figura 24: Parte da tabela 36 da NBR 5410/2004. [19]

Para circuitos de iluminação e tomadas de uso geral são adotados condutores


mínimos de 2,5mm², prevendo futuras ampliações e um dimensionamento mais seguro.

4.10.2.3. Critério da queda de tensão

Aplica-se (3) com os seguintes valores:


• L: 35m
• a: 16,8 (tabela 9 - condutor de 2,5mm² com fator de potência 0,95 e material
magnético);
• IN: 5,33A (calculado no item 4.9.2.1.);
• UC: 220V (circuito monofásico, tensão de fase);
5,33.16,8.35
DV% = → DV% = 1, 43%
10.220
Portanto o condutor atende a queda de tensão mínima.

4.10.2.4. Condutor de Neutro e de Proteção

Segundo o item 6.2.6.2.2 de [19] a seção do condutor neutro para circuitos


monofásicos deve ter a mesma seção dos condutores fase. Para o condutor de proteção é
determinado, segundo o item 6.4.3.1.3 de [19]. A tabela 10 mostra a seção mínima para o
condutor de proteção. Portanto por essa tabela, conclui-se que o condutor de proteção
também é de 2,5mm².
45

4.10.2.5. Dimensionamento do disjuntor

Para o dimensionamento do disjuntor, analisa-se que a corrente máxima do condutor


de 2,5mm², para dois condutores carregados, no método de referência B1 é de 24A. A
corrente nominal calculada foi de 5,33 A. Então o disjuntor que irá proteger esse circuito é
o de 16A monofásico, com capacidade de curto-circuito de 10kA.

4.10.3. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTOS

Para a saída do quadro QDL-1.3 mostrado na tabela 13, existem dez circuitos
terminais. Como foi dito anteriormente, foi adotado um condutor de terra para no máximo
quatro circuitos. Então se fixou um terra para os três primeiros circuitos, outro terra para os
três circuitos seguintes e um terra para os quatro circuitos restantes.
• Nº de condutores = 10 condutores de fase + 10 condutores de neutro + 3 condutores
de terra
• Nº de condutores = 23 condutores
Como já foi dito todos os condutores são de 2,5mm² (1n2,5(2,5)Tn2,5). Segundo a
tabela 14 a área de um condutor isolado de 2,5mm² é de 10,2mm².
• Área dos 23 condutores = 23.10,2 = 234,1mm²
A área da eletrocalha 50x50mm é de 2500mm². Aplicando a taxa de ocupação.
• Área de ocupação = 33% de 2500mm² = 825 mm²
A dimensão da eletrocalha é adequada para estes condutores. Para a saída do quadro
são usados eletrodutos. Para eletrodutos de ¾” a área, conforme a tabela 15 é de 356mm².
Aplicando a taxa de ocupação.
• Área de ocupação = 33% de 356mm² = 118 mm²
Observa-se que estes condutores não cabem num eletroduto de ¾”. O eletroduto de
1” tem uma área de 594mm² . Aplicando a taxa de ocupação.
• Área de ocupação = 33% de 594mm² = 196 mm²
Conclui-se que o eletroduto 1” também não comporta estes condutores. Para quatro
circuitos terminais (9 condutores) tem-se uma área de 91,6mm². Então será colocado um
46

eletroduto de 1” para cada quatro circuitos e outros dois eletrodutos para cada conjunto de 3
circuitos restantes, prevendo futuras ampliações.

4.11. CONSIDERAÇÕES

Percebe-se que os critérios adotados servem para tornar o trabalho mais objetivo.
Por exemplo, na divisão de circuitos foi adotado um limite de potência de 1200W para
circuitos de iluminação e 2400W para circuitos de TUG’s, para que a corrente não acarrete
num condutor de seção maior que 2,5mm².
Na divisão de circuitos houve a preocupação de fazer um zoneamento, tanto para
melhorar a seletividade como para limitar a distância do quadro aos pontos de utilização.
Foi visto que estes critérios atenderam aos objetivos esperados.
Os critérios utilizados para os condutos também tem como objetivo minimizar os
cálculos com segurança. Para circuitos terminais foi adotado o eletroduto de ¾” como
mínimo prevendo ampliações. Sua ocupação máxima é de 9 condutores de 2,5mm². Para
números de condutores maiores, passa para outros eletrodutos maiores.
Os disjuntores adotados também oferecem maior objetividade e segurança nos
dimensionamentos. A capacidade de curto-circuito é de 10kA, eliminando a necessidade de
dimensionamento de correntes de curto-circuito.
47

5. PROJETOS PARA TOMADAS DE COMPUTADORES

No capítulo anterior foi descrito todo o procedimento usado num projeto de


iluminação e tomadas de uso geral. Isto constitui praticamente todo o projeto elétrico. O
projeto para tomadas de computadores também segue a maioria dos procedimentos já
expostos com apenas algumas diferenças. Pra evitar repetições desnecessárias serão
destacadas as particularidades.
Este projeto consiste na alimentação de tomadas destinadas exclusivamente a
utilização de computadores e impressoras, já que é previsto um tratamento especial a esse
tipo de carga.

5.1. LEVANTAMENTO DE CARGAS

Geralmente, estas cargas são incluídas no projeto de iluminação e tomadas. Como a


parcela de carga para computadores é grande, decidiu-se fazer um projeto separado para os
computadores. Isso proporcionará um tratamento exclusivo para estas cargas especiais. A
sequência de passos desse projeto é a mesma do projeto de iluminação e tomadas descrito
no item 4. Algumas diferenças serão destacadas.
Para o levantamento de cargas será necessário analisar a planta de layout da
arquitetura para ver o posicionamento e a quantidade de computadores da edificação. Como
foi feito no projeto de iluminação e tomadas de uso geral, a instalação de cada pavimento
foi dividida em setores pelos razões já esclarecidas.
Para cada computador foi atribuída uma potência de 500W. Em locais onde é
necessário prevê-se uma tomada para impressora de 300W. Essa atribuição está baseada no
consumo habitual destes equipamentos. A altura de todas as tomadas é de 30cm. Como já
foi dito anteriormente em divisórias a instalação das tomadas será em suportes para
canaletas, em locais de divisórias. Para locais de parede em alvenaria as todas serão
instaladas em caixas embutidas de forma convencional.
Outra vantagem na separação destas cargas é a possibilidade de instalação posterior
de no-breaks o que não seria adequado com as tomadas de computador nos mesmos
quadros e condutos de outras cargas.
48

5.2. DIVISÃO DOS CIRCUITOS

Da mesma forma que foi feito no projeto de tomadas de uso geral, a divisão de
circuitos é feita objetivando uma melhor seletividade, limitar a distância dos quadros aos
pontos de utilização. Dessa forma evita-se que o critério de queda de tensão sobreponha o
critério de capacidade de corrente.
Foi adotado como limite de potência dos circuitos 2400W, ou seja, para cada
circuito quatro tomadas para computadores e uma tomada para impressora no máximo.
No setor 2 de cada pavimento não existem a previsão para locação de computadores
já que é constituído de um hall, uma copa e banheiros. No setor 3 do 2º pavimento também
não é previsto a utilização de computadores pois se constitui de um auditório como visto
nas plantas em anexo.

5.3. QUADROS DE CARGA (QFC)

A localização dos quadros também segue a mesma recomendação de instalá-los em


locais de fácil acesso, perto das cargas. Como é visto nas plantas em anexo os quadros estão
localizados nas circulações nos setores 1 e 3.
A identificação dos componentes do quadro segue a mesma sequência já
demonstrada. Os quadros foram nomeados da seguinte forma:
• QFC-1.1: Quadro do setor 1 do térreo;
• QFC-1.2: Quadro do setor 3 do térreo;
• QFC-2.1: Quadro do setor 1 do 1º pavimento;
• QFC-2.2: Quadro do setor 3 do 1º pavimento;
• QFC- 3: Quadro do setor 1 do 2º pavimento.

A tabela 16 mostra o quadro QFC-2.1 correspondente ao setor 1 do pavimento


térreo.
49

Tabela 16: Quadro de cargas QFC-2.1

A diferença deste quadro é a atribuição da potência de 800W para os circuitos de


reserva. Esta potência é caracterizada pelo tipo de carga do quadro. Como as potência de
cada tomada é de 500W e uma impressora de 300W recomenda-se atribuir essa quantidade
de 800W para o circuito reserva.

5.4. DETERMINAÇÃO DE CONDUTORES E CONDUTOS

Os condutores são do mesmo tipo que os utilizados no projeto de iluminação e


tomadas. Os condutos também respeitam a mesma configuração. Para a distribuição
principal são usados perfilados 38x38mm, pelo fato do número de condutores nesse projeto
ser menor, sendo a utilização de eletrocalha um exagero.
O uso de condutores isolados em perfilados é permitido seguindo as condições do
item 6.2.11.4.1. de [19]. A figura 25 mostra um exemplo de perfilado.

Figura 25: Perfilado. [27]


50

5.5. DIAGRAMA UNIFILAR (QFC)

Apresenta a mesma configuração dos diagramas do projeto de iluminação e


tomadas. A figura 27 mostra o diagrama unifilar do quadro QFC-2.1.

Figura 26
Figura 27: Diagrama unifilar QFC-2.1

5.6. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2

Neste item é apresentado o dimensionamento típico no projeto de tomadas para


computadores. Observa-se a semelhança com a sequência com o projeto de iluminação e
tomadas de uso geral.

5.6.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS

Para o setor 1 do 1º pavimento dividiu-se os circuitos da seguinte forma:


• 1º circuito: 1 tomada de 300W e 4 tomadas de 500W;
Aplica-se a equação (7).
• P1 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 2º circuito: 1 tomada de 300W e 3 tomadas de 500W
51

Aplica-se a equação (7).


• P2 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 3º circuito: 1 tomada de 300W e 4 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P3 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 4º circuito: 1 tomada de 300W e 3 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P4 = 1.300 + 3.500 = 1800W
• 5º circuito: 3 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P5 = 3.500 = 1500W
• 6º circuito: 3 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P6 = 3.500 = 1500W
• 7º circuito: 3 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P7 = 3.500 = 1500W
• 8º circuito: 1 tomada de 300W e 4 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P8 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 9º circuito: 1 tomada de 300W e 4 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P9 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 10º circuito: 1 tomada de 300W e 4 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P10 = 1.300 + 4.500 = 2300W
• 11º circuito: 4 tomadas de 500W
Aplica-se a equação (7).
• P11 = 4.500 = 2000W
• 12º circuito: 4 tomadas de 500W
52

Aplica-se a equação (7).


• P12 = 4.500 = 2000W

5.6.2. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES E DISJUNTORES

5.6.2.1. Determinação da Corrente Nominal

Para o circuito 1 do QFC-2.1 foi feito o seguinte cálculo:


• Potência (W) = 2300W (como visto no item 5.6.1.);
• FP = 0,8 (adotado);
• FS = 0,7;
Substituindo os valores em (1):
2300
I N(1φ ) = → I N(1φ ) = 18, 67A
0,98.0, 7.220

5.6.2.2. Critério da capacidade de corrente e de proteção

A instalação dos condutores na saída do quadro e nas descidas às tomadas em


alvenaria será em eletrodutos embutidos na alvenaria. Como mostrado no item 4.10.2.2
que esse tipo de instalação corresponde ao método de referência B1.
Os condutores são levados às descidas por eletrodutos aparentes, no método de
instalação mostrado na figura 22 e como já discutido corresponde ao método de referência
B1. De acordo com a figura 25 o condutor de fase é de 2,5mm².

5.6.2.3. Critério da Queda de Tensão

Aplica-se (3) com os seguintes valores:


• L: 25m
• a: 14 (tabela 9 - condutor de 2,5mm² com fator de potência 0,8 e material
magnético);
• IN: 18,67A (calculado no item 5.6.2.1.);
• UC: 220V (circuito monofásico, tensão de fase);
53

18, 67.14.15
DV% = → DV% = 1, 78%
10.220
Portanto o condutor atende a queda de tensão mínima.

5.6.2.4. Dimensionamento do condutor neutro e de proteção

Segundo o item 6.2.6.2.2 de [19] a seção do condutor neutro para circuitos


monofásicos deve ter a mesma seção dos condutores fase. Para o condutor de proteção é
determinado, segundo o item 6.4.3.1.3 de [19]. A tabela 10 mostra a seção mínima para o
condutor de proteção. Portanto por essa tabela, conclui-se que o condutor de proteção
também é de 2,5mm².

5.6.2.5. Dimensionamento do disjuntor

Para o dimensionamento do disjuntor, analisa-se que a corrente máxima do condutor


de 2,5mm², para dois condutores carregados, no método de referência B1 é de 24A. A
corrente nominal calculada foi de 18,67A. Então o disjuntor que irá proteger esse circuito é
o de 20A monofásico, com capacidade de curto-circuito de 10kA.

5.6.2.6. Dimensionamento de condutos

Para a saída do quadro QFC-2.1 mostrado na tabela 17, existem doze circuitos
terminais. Para tomadas de computadores adota-se um condutor de terra exclusivo para
cada circuito devido à maior possibilidade de escoamento de correntes de falta.
• Nº de condutores = 12 condutores fase + 12 condutores neutro + 12 condutores terra
• Nº de condutores = 36 condutores
Como mostrado na tabela 17 todos os condutores são de 2,5mm² (1n2,5(2,5)Tn2,5).
Segundo a tabela 14 a área de um condutor isolado de 2,5mm² é de 10,2mm².
• Área dos 36 condutores = 36(10,2) = 367,2mm²
Aplicando a taxa de ocupação adotada do eletroduto de ¾”.
• Área de ocupação = 33% de 356mm² = 118mm²
54

Percebe-se que estes condutores não cabem no eletroduto de ¾”. Observando a área
de ocupação do eletroduto de 1”.
• Área de ocupação = 33% de 594mm² = 196mm²
Os condutores também não cabem no eletroduto de 1”. Dividindo em três grupos de
quatro circuito terminais (12 condutores).
• Área de 12 condutores = 12(10,2) = 122,1mm²
Prevendo a futura instalação de condutores dos circuitos de reserva adotou-se a
instalação de três eletrodutos de 1” com quatro circuitos terminais (12 condutores) cada um.
Para o perfilado tem-se um perfil de 38x38cm, ou seja, uma área transversal de
1444 mm². Ao aplicar a taxa de ocupação adotada e justificada no item 3.4.2 tem-se:
• Área de ocupação = 33% de 1444mm² = 476,5mm²
Portanto o perfilado é adequado para a passagem destes condutores. Lembrando que
na nota 3 da tabela 33 de [19], a instalação de condutores isolados em perfilados é
permitida seguindo as condições do item 6.2.11.4.1.

5.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Observa-se que este projeto para tomadas de computadores é apenas um


complemento do projeto de iluminação e tomadas de uso geral e poderia ser incluso neste.
Mas visando uma possível ligação de no-breaks, caso o cliente solicite, a instalação já terá
uma estrutura para se adequar a essa nova situação.
Além disso, em caso de falhas no quadro de iluminação os computadores não serão
afetados e vice-versa, diminuindo os danos.
55

6. PROJETO PARA MÁQUINAS DE AR-CONDICIONADO

Esta etapa constitui o projeto de pontos de força para condicionadores de ar.


Consiste no projeto da alimentação das máquinas condensadoras de ar. Este projeto
constitui mais um complemento do projeto de instalações elétricas.
Devido a quantidade de máquinas essas cargas foram separadas do projeto principal.
Como no projeto para tomadas de computadores esse projeto também segue os
procedimentos do projeto de iluminação e tomadas de uso geral. Assim serão destacadas as
particularidades.

6.1. CONDICIONADORES DE AR DO TIPO SPLIT

O condicionador de ar é responsável pelo sistema de climatização. Esse projeto de


climatização pertence à área da Engenharia Mecânica. Mas é importante se ter um conceito
para se entender melhor alguns elementos do projeto de pontos de força.
Os condicionadores de ar são compostos por duas partes principais: válvula de
expansão e o compressor. O princípio de funcionamento de um condicionador de ar é a
circulação de um gás chamado refrigerante por um sistema de bobinas, fazendo a retirada
forçada do calor do ambiente. A figura 28 mostra este sistema de dutos.

Figura 28: Sistema de dutos de um condicionador de ar. [27]

O refrigerante é comprimido pelo compressor (representado pela letra B na figura


28) tornando-se aquecido. O refrigerante passa por um conjunto de bobinas condensando
para se tornar líquido. O líquido passa pela válvula de expansão (representado pela A na
figura 28), então ele evapora, tornando-se um gás frio e de baixa pressão. Este gás frio
56

passa por outro sistema de bobinas absorvendo o calor do ambiente, ou seja, o gás frio
“joga” o calor interno para o ambiente, tornando-o refrigerado. [28]
A diferença do condicionador do tipo split é a separação das unidades
condensadoras e evaporadoras. A unidade evaporadora é externa, na qual possui a válvula
de expansão e a unidade condensadora, na qual possui o compressor, é externa. Essa á
vantagem do split. É um aparelho silencioso já que o compressor é externo. Outra vantagem
é o uso de compressores alternativos em vez dos compressores rotativos que diminui o
consumo de energia. Vem com o controle remoto para o controle à distância. A figura 29
mostra a unidade condensadora, a unidade evaporadora e o controle remoto.

Figura 29: Partes integrantes de um condicionador split. [28]

6.2. LEVANTAMENTO DE CARGAS

O projeto de pontos de força para condicionadores de ar consiste em ligar os pontos


de força localizados nas condensadoras à rede elétrica. Como foi dito anteriormente o
projeto de climatização pertence à área de Engenharia Mecânica e desse projeto retira-se a
potência e posição das máquinas. Na tabela 17 estão os valores da potência dos
condicionadores de ar, que foram fornecidas pelo projeto de climatização.

Tabela 17: Potências dos condicionadores de ar.


57

6.3. DIVISÃO DOS CIRCUITOS

Como a potência das máquinas é considerável e considerando uma proteção e


manobra individual, cada circuito alimentará apenas uma máquina. Assim como observado
na tabela 17 a partir de máquinas condensadoras de 36000BTU/h os circuitos de
alimentação serão trifásicos.
Os condutores e condutos seguem a mesma linha do projeto para tomadas de
computadores. Para uma distribuição principal serão usados perfilados com saídas para
eletrodutos até os pontos de força das máquinas.

6.4. QUADRO DE CARGAS (QFAC)

O quadro de cargas para o projeto de máquinas de ar-condicionado tem o mesmo


modelo dos quadros dos projetos descritos anteriormente. Um ponto de destaque é a adoção
da potência de circuitos de reserva de 700W. A tabela 18 mostra um dos quadros QFAC.

Tabela 18: Quadro de cargas QFAC-2.1

Nesse projeto a corrente é dimensionada segundo o critério da queda de tensão,


devido às longas distâncias dos pontos de utilização ao quadro. Conforme a alínea c) do
item 6.2.7.1 de [19] a queda de tensão máxima não pode ser maior que 5% a partir do ponto
de entrega. Foi adotada uma queda de tensão máxima de 2% do quadro ao ponto de
utilização.
58

6.5. DIAGRAMA UNIFILAR (QFAC)

O diagrama unifilar foi feito seguindo os mesmos critérios dos projetos anteriores.
A figura 30 mostra o diagrama unifilar do quadro QFAC 2.1.

Figura 30: Diagrama unifilar QFAC- 2.1

6.6. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 3

Assim neste item será exposto um exemplo de dimensionamento do projeto para


máquinas de ar-condicionado. Observam-se as diferenças em relação aos outros projetos.

6.6.1. DIVISÃO DOS CIRCUITOS

Como foi dito é destinado para cada máquina um circuito. Assim para o setor 3 do
1º pavimento os circuitos foram divididos da seguinte forma:
• 1º Circuito: Condicionador Split de 36.000 BTU/h (ponto monofásico);
De acordo com a tabela 18:
• P1 = 3820 W
• 2º Circuito: Condicionador Split de 48.000 BTU/h (ponto trifásico);
De acordo com a tabela 18:
59

• P2 = 4890 W
• 3º Circuito: Condicionador Split de 36.000 BTU/h (ponto monofásico);
De acordo com a tabela 18:
• P3 = 3820 W
• 4º Circuito: Condicionador Split de 60.000 BTU/h (ponto trifásico);
De acordo com a tabela 18:
• Potência: 5350 W
• 5º Circuito: Condicionador Split de 48.000 BTU/h (ponto trifásico);
De acordo com a tabela 18:
• Potência: 4890 W
• 6º Circuito: Condicionador Split de 18.000 BTU/h (ponto monofásico);
De acordo com a tabela 18:
• Potência: 1890 W
• 7º Circuito: Condicionador Split de 60.000 BTU/h (ponto trifásico);
De acordo com a tabela 18:
• Potência: 3820 W

6.6.2. DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES

6.6.2.1. Determinação da Corrente Nominal

Para o circuito 4 deste quadro, a corrente nominal é obtida através de (2) com os
seguintes valores:
• Potência (W) = 5350W (como visto no item 6.6.2.)
• UC = 380V (circuito trifásico)
• FP = 0,8
• FS = 0,8
5350
I N(3φ ) = → I N(3φ ) = 12, 7A
3.380.0,8.0,8
60

6.6.2.2. Critério da Capacidade de Corrente

Como a forma de instalação é a mesma do projeto para tomadas de computadores, s


métodos de referência são os mesmos dos outros projetos (B1). Analisa-se a figura 25 que o
condutor para essa corrente é de 2,5mm².

6.6.2.3. Critério da Queda de Tensão

Aplica-se (3) com os seguintes valores:


• L: 27m
• a: 14 (tabela 9 - condutor de 2,5mm² com fator de potência 0,8 e material
magnético);
• IN: 12,7A (calculado no item 6.6.2.1.);
• UC: 380V (circuito trifásico, tensão de linha);
12, 7.14.27
DV% = → DV% = 1, 26%
10.380
Portanto o condutor atende a queda de tensão mínima.

6.6.2.4. Dimensionamento do condutor neutro e de proteção

A seção do neutro é igual a da fase pelos motivos já expostos. Para o


dimensionamento do condutor de proteção, analisa-se a tabela 10 e conclui-se que a seção
também é de 2,5mm².

6.6.2.5. Dimensionamento do Disjuntor

Para o dimensionamento do disjuntor, analisa-se que a corrente máxima do condutor


de 2,5mm², para três condutores carregados, no método de referência B1 é de 21A. A
corrente nominal calculada foi de 12,7A. Então o disjuntor que irá proteger esse circuito é o
de 20A trifásico, com capacidade de curto-circuito de 10kA.
61

6.7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta etapa os procedimentos são os mesmos que o projeto de iluminação e


tomadas, mudando em relação à divisão dos circuitos que no caso é destinado um circuito
exclusivo para cada máquina. O que muda também é em relação à potência dos circuitos
reserva.
O que torna o projeto de instalações elétricas mais objetivo é justamente a adoção
deste padrão no dimensionamento de condutores disjuntores e condutos.
62

7. CIRCUITOS DE FORÇA MOTRIZ

7.1. ELEVADOR

O elevador foi projetado pela arquitetura. Tem a capacidade de 8 pessoas e uma


carga máxima de 600kg. Segundo informações do fabricante, o motor ideal para esse
elevador é de 7,5 cv trifásico.
A potência mecânica é convertida para potência elétrica através de (8).
PEL = 736.PMEC
(8)

Onde:
• PEL = Potência Elétrica em W;
• PMEC = Potência Mecânica em cv.

Aplica-se (8) no motor citado.


PEL = 736.PMEC → PEL(ELEVADOR) = 736.7,5 → PEL(ELEVADOR) = 5520W

Aplica-se (2) para encontrar a corrente nominal.


5520
I N(3φ ) = → I N(3φ ) = 14,97A
3.380.0,7.0,8

Segundo [4], para o dimensionamento dos condutores são considerados os fatores:


• Motores com potência ≤ 5cv: A partida é direta. A corrente para cálculo dos
condutores é dada por (9).
IM1 = 1,8.IN. (9)

Onde:
• IM1 = Corrente nominal para motores de partida direta;
• IN = Corrente nominal do circuito.
63

• Motores com potência acima de 5cv: A partida é feita com a intervenção de


dispositivo atenuante de corrente. A corrente para cálculo dos condutores é dada por
(10).
IM2 = 1,5.IN(1ϕ). (10)

Onde:
• IM2 = Corrente nominal para motores com chaves de partida;
Para o motor e análise a corrente nominal é obtida substituindo os valores em (9).
IM2 = 1,5.14,98 → I M2 = 22,47 A
Observa-se que nesse cálculo não foi considerado o rendimento do motor já que o
fator de segurança já cobre este valor.

7.2. BOMBAS DE RECALQUE E DE INCÊNDIO

O dimensionamento destas bombas faz parte do projeto hidro-sanitário. A


informação é de que bomba de incêndio é de 1 cv monofásico e a bomba de recalque é de 5
cv trifásico. O dimensionamento da corrente é o mesmo feito para o motor de elevador.
Transformando a potência mecânica em potência elétrica através de (8).
PEL(RECALQUE) = 736.1 → PEL(RECALQUE) = 736W

PEL(INCÊNDIO) = 736.5 → PEL(INCÊNDIO) = 3680W

Para a bomba de recalque aplica-se (1) e (9), para encontrar a corrente nominal para
o cálculo dos condutores.
736
I N1(RECALQUE) = → I N1(RECALQUE) = 5,97A
220.0,8.0, 7
I N(RECALQUE) = 1,8.5,97 → I N(RECALQUE) = 10,75A

Para a bomba de incêndio aplica-se (2) e (10), para encontrar a corrente nominal
para o cálculo dos condutores.
3680
I N1(INCÊNDIO) = → I N1(INCÊNDIO) = 9,98A
3.380.0,8.0, 7
I N = 9,98.1,8 → I N = 17,96 A
64

8. ALIMENTADORES

Depois de descrever todos os tipos de carga, é feito o dimensionamento dos


alimentadores dos quadros. Neste capítulo é descrito a forma de alimentação dos quadros,
os critérios de dimensionamento dos condutores, disjuntores e condutos.

8.1. CARACTERÍSCAS DOS ALIMENTADORES

Nos itens anteriores foram descritos vários projetos que compõem o projeto elétrico.
Foram separados por causa da quantidade de cargas diferentes no edifício novo.
O dimensionamento dos circuitos terminais, os dispositivos de proteção foram
descritos anteriormente. Este item trata dos alimentadores dos quadros.
Os condutores utilizados são unipolares com classe de isolamento 0,6/1kV, com
isolamento em PVC 70ºC, encordoamento classe 5, antichama. A figura 31 mostra este
condutor. A tabela 21 mostra as dimensões dos cabos.

Figura 31: Cabo Sintenax Flex® da Prysmian® (Condutor unipolar 0,6/1kV) [21]

Tabela 19: Dimensões dos condutores unipolares. [21]

A distância do QGBT ao shaft é de 120m, ou seja, os alimentadores serão


dimensionados segundo o critério de queda de tensão. A partir da potência do quadro
65

calcula-se a corrente nominal através de (2). O fator de segurança utilizado em


alimentadores é de 1.
De posse da corrente nominal do quadro calcula-se a seção do alimentador pelo
critério da queda de tensão através de (3). A queda de tensão máxima adotada entre o
QGBT e os quadros de distribuição é de 2%. Para os alimentadores (condutores unipolares)
o valor do coeficiente de queda de tensão é dado pela tabela 20.

Tabela 20: Coeficiente de queda de tensão para condutores unipolares 70ºC em V.A/km. [29]

8.1.1. CRITÉRIO DE CURTO-CIRCUITO

Neste caso as seções dos condutores terão a influência dos valores de curto-circuito.
Este critério é válido, pois os condutores que foram dimensionados para transportar
correntes de carga em regime normal tenham grandes dificuldades para transportar as
correntes de curto-circuito que podem chegar a 100 vezes a corrente de carga.
66

A seção do condutor pode ser dimensionada por (11):

TE .ICS
SC = . (11)
 234+TF 
0,34. log  
 234+TI 

Onde:
• ICS: corrente simétrica de curto-circuito, em kVA;
• TE: tempo de eliminação do defeito, em s;
• TF: temperatura máxima de curto-circuito suportada pela isolação do condutor, em
ºC (para isolação em PVC 160ºC);
• TL: temperatura máxima admissível pelo condutor em regime normal de operação,
em ºC (para isolação em PVC 90ºC);
A corrente de curto-circuito é obtida através da sequência de cálculo [33]:

8.1.1.1. Impedância Reduzida do Sistema (ZUS)

Pelas condições do sistema, a resistência tem valor insignificante com relação à


impedância sendo considerada nula.
A reatância é determinada por (12):
PB
X US = . (12)
3.VNP .ICP
Onde:
• XUS: Reatância do sistema em pu;
• PB: Potência de base;
• VNP: Valor Nominal Primária no Ponto de entrega em kV;
• ICP: Corrente de Curto-Circuito Simétrica, em A;

8.1.1.2. Impedância dos Transformadores da Subestação (ZT)

A resistência é definida por (13):


67

2
P P V 
R UT = CU . B .  NT  . (13)
10.PNT PNT  VB 

Onde:
• RUT: Resistência do transformador;
• PCU: Perdas no cobre do transformador, em W;
• PNT: Potência nominal do transformador, em kVA;
• VNT: Tensão nominal do transformador, em kVA;
• VB: Tensão de base;
A impedância é dada por (14):
2
P V 
Z UT = ZPT . B .  NT  . (14)
PNT  VB 

Onde:
• ZPT: Impedância percentual do transformador;
A reatância é dada por (15):

X UT = ZUT 2 − R UT 2 . (15)

8.1.1.3. Impedância do circuito que conecta o transformador ao QGBT

A resistência e reatância são dadas por (16) e (17), respectivamente:


 R .L   PB 
R UC1 =  UΩ C1  .  2 
. (16)
 1000.N C1   1000.VB 
 X .L   PB 
X UC1 =  UΩ C1  .  2 
. (17)
 1000.N C1   1000.VB 
Onde:
• RUΩ e XUΩ: Resistência e Reatância do condutor, respectivamente;
• LC1: Distância dos terminais do transformador ao quadro;
• NC1: Número de condutores por fase do circuito abordado;
68

8.1.1.4. Impedância do Barramento do QGBT

A resistência e reatância são dadas por (18) e (19), respectivamente:


 R .L   PB 
R UB1 =  BΩ B  .  2 
. (18)
 1000.N B   1000.VB 
 X .L   PB 
X UB1 =  BΩ B  .  2 
. (19)
 1000.N B   1000.VB 
Onde:
• RUΩ e XUΩ: Resistência e Reatância do barramento, respectivamente;
• LC1: Distância dos terminais do transformador ao quadro;
• NB: Número de barramentos em paralelo;
É feita a soma de todas as impedâncias de cada trecho até o ponto de curto-circuito
requerido. Ou seja, a impedância total é igual a (20):
i=n
ZTOTAL = ∑ (R ui + jX ui ) . (20)
i=1

A corrente de curto-circuito simétrica trifásica é dada por (21)


IB
ICS = . (21)
1000.ZTOTAL
Com esse valor calcula-se a seção do condutor com (4) e compara-se com os outros
valores. O critério que resultar maior seção será escolhido.

8.2. ALIMENTAÇÃO DOS QUADROS

Ao atingir essa fase no projeto, surgiu um problema em estabelecer a melhor forma


de alimentar os quadros de distribuição. Como já foi dito a distância do quadro ao shaft é de
120m, fazendo os alimentadores terem uma seção nominal elevada por causa da queda de
tensão. Existem três situações de alimentação dos quadros.
69

8.2.1. SOLUÇÃO 1

Consiste em levar os alimentadores do QGBT diretamente aos quadros de


distribuição. Do QGBT na subestação saem os condutores em eletrodutos embutidos no
solo até o shaft, subindo em direção aos quadros. Para essa solução os cabos terão um
comprimento muito grande resultando em elevadas seções para amenizar a quedas de
tensão, como é visto na tabela 23. Nesta análise não se considera as cargas existentes. A
seguir é feita uma análise financeira desta solução, visto na tabela 21.
Tabela 21: QGBT para a primeira situação.

De posse do preço dos cabos foi feito o orçamento como é mostrado na tabela 22.
70

Tabela 22: Custo da implementação da primeira solução.


71

Observa-se que para seções maiores o preço cresce de maneira bem significativa,
resultando em uma solução bem cara.

8.2.2. SOLUÇÃO 2

Outra alternativa consiste em instalar um CPG com os alimentadores dos quadros de


distribuição e vir somente com um alimentador para este CPG. Assim os cabos dos
alimentadores terão uma menor distância tendendo a diminuir sua seção. O QDL-
SUBESTAÇÃO fica na própria subestação, sendo alimentado diretamente pelo QGBT. A
tabela 23 mostra como ficaria o CPG neste caso.
Tabela 23: CPG para a segunda situação.

Para esta situação a seção dos alimentadores dos quadros diminuiu bastante, mas a
seção do alimentador deste CPG é grande, tornando a alternativa mais cara. A tabela 24
mostra o orçamento para esta solução. Observa-se que a segunda solução é mais barata que
a primeira já que a seção dos alimentadores dos quadros diminuiu e aumentou somente a
seção do alimentador do CPG.
72

Tabela 24: Custo de implementação da segunda solução.


73

8.2.3. SOLUÇÃO 3

Esta alternativa consiste em instalar três CPG’s:


• CPG-ILUM.: Para quadros de iluminação, mostrado na tabela 25;
• CPG-COMP.: Para quadros para tomadas de computadores, mostrado na tabela 26;
• CPG-AC.: Para quadros de condicionadores de ar, mostrado na tabela 27;
Tabela 25: CPG-ILUM.

Tabela 26: CPG-COMP.

Tabela 27: CPG-AC.


74

Para esta solução a seção dos alimentadores de cada CPG diminuiu em relação à
seção do alimentador do CPG único. A tabela 28 mostra o custo para esta solução.
Tabela 28: Custo de implementação da terceira solução.
75

Portanto a melhor solução é a instalação de três CPG’s para cada tipo de carga
sendo alimentados pelo QGBT. Essa solução tem a vantagem de manter separadas as cargas
de diferentes tipos e diminuir as influências de umas sobre as outras.

8.3. EXEMPLO DE APLICAÇÃO 4

Será mostrado um exemplo de dimensionamento de um dos alimentadores. Será


mostrado dois novos critérios de dimensionamento: o de queda de tensão para
alimentadores e o critério de curto-circuito.

8.3.1. DETERMINAÇÃO DOS ALIMENTADORES E DISJUNTORES

8.3.1.1. Determinação da Corrente Nominal

Assim para o CPG-COMP., o alimentador é dimensionado da seguinte forma:


• Potência: Segundo a tabela 26 a potência do quadro é de 80200 (W);
• FP = 0,8
• FS = 0,7
• UC = 380
80200
I N(3φ ) = → I N(3φ ) =152,31A
3.0,8.380

8.3.1.2. Critério da capacidade de corrente

Os alimentadores serão colocados em eletrodutos embutidos no piso, como no


método de instalação 61A, método de instalação D como e mostrado na figura 32.

Figura 32: Método de instalação dos alimentadores.


76

Analisando a tabela 36 de [19], para o método de referência D (3 condutores


carregados) a seção adequada para este condutor é de 95mm², já que possui corrente
máxima de 179A.

8.3.1.3. Critério da queda de tensão

Aplica-se (3) com os seguintes valores:


• a: 0,43(tabela 22:circuito trifásico, fator de potência 0,8);
• IN: 152,13A;
• L: 125m;
• UC: 380V
0, 43.125.152,31
DV% = → DV% = 2,15%
10.380
Assim o cabo de 95mm² não atende o critério da queda de tensão. Para um cabo de
120mm², é feito o mesmo cálculo.
• a = 0,36 (Tabela 22: circuito trifásico, fator de potência 0,8);
(0,36)(125)(152,31)
DV% = → DV% = 1,80%
10(380)
Conclui-se que para um alimentador de 120mm² a queda de tensão está adequada.
Portanto o alimentador possui uma seção de 120mm² para os condutores de fase.

8.3.1.4. Critério do curto-circuito

a) Valores de base

Potência de base (PB) = 1000kVA;


Tensão de base (VB) = 0,38kV;
1000k
Corrente de base (IB) = IB = → I B = 1519A
3.380
77

b) Impedância reduzida do sistema

Resistência = 0
Reatância
Aplica-se (12) com os seguintes valores:
VNP: 13,8kV;
ICP: 3500A .
1000
X US = → X US = 0,01195 .
3.13,8.3500
ZUS = j0,01195(pu).

c) Impedância do transformador da subestação

A resistência é dada por (13) com os seguintes valores:


• PNT: 225kVA
• PCU: 2800W (transformador de 225kVA);
• VNT: 0,38kV
2
2800 1000  0,38 
R UT = . . → R UT = 0, 0553(pu)
10.225 225  0,38 

A impedância é dada por (14) com os seguintes valores:


• ZPT = 0,045pu (Transformadores de 225kVA);
2
1000  0,38 
Z UT = 0, 045. . → Z UT = 0, 2(pu)
225  0,38 
A reatância é dada por (15):

X UT = 0, 22 − 0, 05332 → X UT = 0,193 (pu)


ZUT = 0,0533 + j.0,2 (pu)

Como há dois transformadores a impedância equivalente será o paralelo das duas


impedâncias.
78

ZUT(EQ) = 0,02665 + j.0,1(pu)

d) Impedância do circuito que liga o transformador ao QGBT

A resistência e reatância são dadas por (16) e (17) com os seguintes valores:
• RUCΩ: 0,0958mΩ/m (Alimentador de 240mm²) [33];
• XUCΩ: 0,1070mΩ/m (Alimentador de 240mm²) [33];
• LC1: 3m
• NC1: 1

 0,1868.5   1000 
R UC1 =   . 2 
→ R UC1 = 0, 00647pu
 1000.1   1000.0,38 

 0,1070.5   1000 
X UC1 =   . 2 
→ X UC1 = 0, 0037pu
 1000.1   1000.0,38 
ZUC1 = 0,00647 + j0,0037 (pu).
Como há dois transformadores, essa impedância equivalente também é feita pelo
paralelismo das impedâncias acima.
ZUC1(EQ) = 0,003235 + j.0,0018 (pu).

e) Impedância do Barramento do QGBT

Aplica-se (18) e (19) com os seguintes valores:


• RUB1: 0,0446mΩ/m (Barramento 10x40) [33];
• XUB1: 0,1930m Ω/m (Barramento 10x40) [33];
• NB: 1
• LB: 1m
 0, 0446.1   1000 
R UB1 =   . 2 
→ R UB1 = 0, 00031pu
 1000.1   1000.0,38 
 0,1930.1   1000 
X UB1 =   . 2 
→ X UB1 = 0, 0013pu
 1000.1   1000.0,38 
ZUB1 = 0,00031+j.0,0013 (pu).
79

f) Impedância do alimentador do CPG-COMP.

Aplica-se (16) e (17) com os seguintes valores:


• RUCΩ: 0,1868mΩ/m (Alimentador de 120mm²) [33];
• XUCΩ: 0,1076mΩ/m (Alimentador de 120mm²) [33];
• LC2: 125m
• NC2: 1
 0,1868.125   1000 
R UC2 =   . 2 
→ R UC2 = 0,1617pu
 1000.1   1000.0,38 
 0,1076.125   1000 
X UC2 =   . 2 
→ X UC2 = 0, 0931pu
 1000.1   1000.0,38 
ZUC2 = 0,1617+j.0,0931 (pu)
Fazendo a soma de todas estas impedâncias:
ZTOTAL = 0,19513 +j.0,21185 (pu)
ZTOTAL = 0,3pu

Aplica-se (21) para obter a corrente de curto-circuito.


1519
ICS = → ICS = 5, 27 (kA)
1000.0, 288

A seção do condutor pelo critério do curto-circuito, é obtida por (11):

0,5.5,27
SC = → SC = 30,8mm 2
 234+160 
0,34. log  
 234+70 

Assim como previsto a seção maior foi determinada pelo critério de queda de
tensão. O critério de curto-circuito é usado principalmente para indústrias. Este critério foi
mostrado apenas para os alimentadores por simplificação de cálculo. Se este critério é
superado para os alimentadores, quanto mais para os circuitos onde a corrente de curto-
circuito é ainda mais minimizada.
80

8.3.1.5. Dimensionamento do Condutor Neutro e de Proteção

Portanto o condutor neutro tem seção igual a da fase de 120mm². Analisou-se a


tabela 10 e conclui-se que o condutor terra é de 70mm².

8.3.1.6. Dimensionamento do Disjuntores

A corrente nominal do CPG-COMP. é de 152,1A e a corrente máxima admissível


em um cabo de 120 é de 203A. Então o disjuntor utilizado será o de 175A.

8.3.2. DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTOS

Para o cálculo do eletroduto, é obtida a área dos condutores.


• Nº de condutores = 3 fases de 120mm² + 1 neutro de 120mm² + 1 terra de 70mm²
Pela tabela 21 a área de um condutor unipolar de 120mm² é de 363,1mm² e a área
do condutor unipolar de 70mm² é de 229,7mm². Então a área total dos condutores é de:
• Área total dos condutores = 4(363,1) + 229,7
Área total dos condutores = 1681,9 mm²
O eletroduto de 3” possui uma área de 4926 mm², como visto na tabela 15.
Aplicando a taxa de 33% de ocupação máxima dos condutores.
• Área de ocupação máxima do eletroduto = 33% de 4926mm²
Área de ocupação máxima do eletroduto = 1642mm²
O eletroduto de 3” não comporta os cabos.
O eletroduto de 4” possui uma área de 8348 mm², como visto na tabela 15.
Aplicando a taxa de 33% de ocupação máxima dos condutores.
• Área de ocupação útil do eletroduto = 33% de 8348mm²
Área de ocupação útil do eletroduto = 2798mm²
Portanto o eletroduto ideal para estes alimentadores é o eletroduto de 4”.
81

8.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi feito um estudo para o melhor dimensionamento dos alimentadores. Foi


mostrado que a melhor solução foi a instalação dos três CPG’s. Além de oferecer uma
melhor solução para o dimensionamento dos alimentadores, permite uma melhor separação
das cargas diminuindo ainda mais a ocorrência de interferências de uma sobre as outras.
Foi mostrado também que para cabos de longos comprimentos são dimensionados
conforme o critério da queda de tensão. O critério da corrente de curto-circuito também é
superado, sendo este critério aplicado em Instalações Industriais.
82

9. SUBESTAÇÃO

9.1. CARGA EXISTENTE

É necessário o fornecimento em tensão primária de distribuição (13,8kV), com a


construção de uma subestação, pela quantidade de cargas da ampliação juntamente com as
cargas existentes. Pelo item 6.1 de [23] para o fornecimento ser em tensão primária de
distribuição (13,8kV) a carga instalada deverá ser maior que 75kW.
Para a carga existente, o fornecimento era em tensão primária de distribuição. Há
um transformador de 150kVA em uma subestação modulada. A figura 32 mostra a
subestação atual e a figura 33 mostra o transformador referido.

Figura 33: Subestação existente.

Figura 34: Transformador de 150kVA existente.


83

O QGBT existente tem saída para cinco alimentadores que percorrem toda a
edificação. A figura 34 mostra o QGBT existente.

Figura 35: QGBT Existente.

A idéia é manter as instalações existentes sem modificações. Uma nova subestação


é projetada para as cargas novas e existentes, desativando a antiga.
A carga instalada para o edifício novo é de 329.544W. Para estimar a carga
instalada existente foi obtida da fatura de energia da edificação. Desta fatura retirou-se o
valor de maior demanda registrada. Com (22) obteve-se o valor de carga instalada.
Demanda
Carga instalada = (22)
Fator de Demanda

Aplicando (22) para um fator de demanda de 0,7, tem-se:

165000
Carga instalada = → Carga instalada = 235714W
0, 7

• Carga instalada (nova + existente) = 329544 + 235714


Carga instalada (nova + existente) = 565258W (sem reservas)

Para o dimensionamento da subestação é necessário calcular a potência do


transformador. A carga instalada foi obtida através de um levantamento na visita ao local.
Deste levantamento resultou nas seguintes cargas:
84

• Iluminação = 24703W
• Tomadas = 75594W
• Condicionadores de ar = 128299W
• Bombas = 7095W

9.2. CÁLCULO DA DEMANDA

Para o cálculo da demanda do transformador foi utilizado o procedimento da NT


002/2010 da Coelce, no item 15. Utilizou-se a expressão (23).
 0,77 
D=  .a + 0,7.b + 0,95.c + 0,59.d +1,2.e + F + G  (23)
 FP 

9.2.1. PARCELA a

Referente à parcela de iluminação e tomadas. Para o cálculo esta parcela fez-se o


uso das tabelas 29 e 30.

Tabela 29: Levantamento da carga de iluminação

Tabela 30: Levantamento da carga de tomadas.

• Potência ativa total = 240544W


85

Segundo a tabela 3 de [23] a demanda de iluminação e tomadas.


• Edifícios de escritórios = 100% para os primeiros 20kW e 70% para o que exceder.
a = 20000 + 0, 7. ( 240544 − 20000 ) → a = 174381kW

• Potência reativa total (Var) = 151079,93


• Fator de potência de iluminação e tomadas = 0,85
Portanto a primeira parcela de (11) é igual a:
0,77.a 0, 77.174381 0,77.a
= → = 158561kVA
FP 0,85 FP

9.2.2. PARCELA b

Referente a aparelhos de aquecimento. Como não há nenhum tipo de aparelho de


aquecimento, esta parcela é nula.

9.2.3. PARCELA c

Referente aos aparelhos de ar-condicionado. A tabela 31 mostra um levantamento


das máquinas do prédio (novo e existente).
Tabela 31: Levantamento dos condicionadores de ar.

• Total de aparelhos = 73 Aparelhos


• Potência total (W) = 308880
A demanda para condicionadores de ar foi obtida através da tabela 5 de [23].
• 51 a 75 aparelhos: fator de demanda de 0,7
c = 0, 7.308880 → c = 216216kW
A terceira parcela de (23) é igual a:
86

0,95.c = 0,95.216216 → 0,95.c = 205405kVA

9.2.4. PARCELA d

Refere-se a bombas d’água, não considerando as bombas reserva. A tabela 32


mostra o levantamento das bombas do edifício (novo e existente).

Tabela 32: Levantamento das bombas do prédio.

• d = 14352W

9.2.5. PARCELA e

Refere-se aos elevadores. Há um elevador de 7,5 cv, como já foi visto. Segundo a
tabela 6 de [23] o fator de demanda para 1 elevador é de 0,8.
e = 0,8.7,5.736 → e = 4416W

9.2.6. PARCELAS f e g

A parcela f refere-se a motores. Como não há motores na instalação esta parcela é


nula. A parcela g refere-se a cargas especiais e também é nula neste caso.
Assim com o valor de todas as parcelas, é obtido o valor da demanda da instalação,
através de (23).
D = 174381 + 0 + 205405 + 4416 + 5520 + 0 + 0 → D = 389,7kVA
Assim pela demanda o ideal é a instalação de dois transformadores de 225kVA,
totalizando 450kVA. Para transformadores acima de 300kVA a subestação é abrigada em
um cubículo.
87

9.3. ESPECIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS

A seguir são descritos os materiais usados em todo o diagrama unifilar. O


dimensionamento tem por base a NT 002/2010 da Coelce.
• Chave fusível: Chave Fusível Unipolar, corrente nominal de 300A, com elo fusível
de 25K, capacidade interruptiva de 10kA (curto-circuito simétrico), classe de
isolamento de 24kV, nível de isolamento 95kV.
• Pára-Raios: Pára-raios tipo distribuição com dispositivo não linear de óxido de
zinco, tensão nominal de 12,5kV, capacidade mínima de ruptura de 10kA, nível de
isolamento de 95kV;
• Muflas: Muflas tipo termo-contráteis, para cabo de cobre isolado de 15kV e seção
de 35mm², classe de isolamento 15kV.
• Chave seccionadora: Chave seccionadora tripolar, corrente nominal 400A, classe
de isolamento 15kV;
• Disjuntor de Média Tensão: Disjuntor de Média Tensão com Corrente nominal de
400A, capacidade de ruptura mínima 350MVA, nível de isolamento de 95kV.
• Transformador: Transformador de distribuição trifásico a seco, capacidade
nominal de 225kVA, impedância percentual de 4,5%, classe de isolamento de
15kV.
Dos transformadores os alimentadores saem até o QGBT. Do QGBT saem a
alimentação para os quadros como já foi abordado. A figura 36 mostra a estrutura para
conjunto de medição com display para uma entrada subterrânea. A figura 37 e 38 mostram
detalhes da subestação.
88

Figura 36: Estrutura de medição com display (Entrada subterrânea).


89

Figura 37: Subestação abrigada.

Figura 38: Detalhe da ligação da subestação em corte.


90

9.4. ATERRAMENTO

O aterramento para edificações com entrada em tensão primária de distribuição é


feita por no mínimo 6 eletrodos verticais de cobre, espaçados por no mínimo 3m, segundo o
item 11 de [23]. Além disso, as hastes têm que cobrir toda a superfície da subestação. A
figura 39 mostra o aterramento da subestação. A resistência máxima de aterramento é de
10Ω, segundo [23].

Figura 39: Aterramento da Subestação.


91

10. CONCLUSÃO

Depois de acompanhar todos os passos de um projeto de instalações elétricas, foi


visto a sua complexidade e seu nível detalhamento. É composto por uma série de
dimensionamentos e cálculos.
O objetivo deste trabalho foi expor um método de projetos de instalações elétricas
no qual visa eficiência e objetividade. Através da experiência profissional e da prática foi
alcançado este objetivo: a elaboração de um projeto eficiente, detalhado e prático.
As influências tanto externas como internas dão a forma que o projeto, definindo os
detalhes que ajudarão os projetistas a especificar e dimensionar os componentes de
instalação de forma adequada a situação real.
O projeto luminotécnico exige um bom-senso do projetista. O uso de softwares de
cálculos luminotécnicos vem para auxiliar e tornar esta etapa mais prática. Mas não
constitui o projeto por inteiro. É apenas uma ferramenta a ser utilizada e a intervenção do
projetista é imprescindível.
O projeto de tomadas tanto de uso geral como para tomadas de computador também
exige um bom senso do projetista e o estimula a analisar possíveis situações no uso futuro
das instalações a fim de propor soluções mais práticas.
Da mesma forma, o projeto para máquinas de ar-condicionado exige um
conhecimento do projetista em noções de práticas construtivas a fim de proporcionar uma
instalação de acordo com as características da edificação.
Todos os critérios adotados são o diferencial deste trabalho, oferecendo atalhos para
a elaboração do projeto, eliminando etapas desnecessárias. Neste ponto a experiência
prática, tanto no projeto como no acompanhamento de obras dá ao engenheiro o suporte
necessário para poder usar destes artifícios.
Um projeto de instalações elétricas não é único. Cada situação apresenta situações
diversas que leva ao profissional a propor as soluções que melhor se adequem. Esse
trabalho propõe algumas soluções aliado com os exemplos do projeto citado.
Foi visto que a cada situação diversas soluções são possíveis cabendo ao engenheiro
a responsabilidade de escolher a melhor alternativa.
92

REFERÊNCIAS

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residencial - Acesso no dia 01/04/10;

[2] Disponível na URL: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/energia_eletrica.htm -

Acesso no dia 01/04/10;

[3] Disponível na URL http://www.prosaude.arq.br/Crismara.htm - Acesso no dia 01/04/10;

[4] NISKIER, Júlio MACINTYRE,A.J., Instalações Elétricas.5 ed. Rio de Janeiro: Ed.

LTC, 2008

[5] Manual da OSRAM: Disponível na URL: http://br.osram.info/download_center.htm-

Acesso dia 07/04/10

[6] CREDER, H.,Instalações Elétricas. 15ed. Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2007

[7] Disponível na URL http://www.electrumtrofa.com/ - Acesso no dia 13/05/10;

[8] Disponível na URL: http://www.portalms.com.br/adm/imagens/%7B04BD4DFF-1937-

4619-8353-65720B0C9E05%7D_lampada%20fluorescente%2020%20e%2040%20w.jpg

– Acesso no dia 13/05/10;

[9] Disponível na URL http://www.brasutil.com/ – Acesso no dia 13/05/10;

[10] Disponível na URL: http://www.arcoweb.com.br - Acesso no dia 13/05/10;

[11] Disponível na URL: http://xn-eficinciaenergtica-owbk.com/wpcontent/uploads/2008/

/lampada-vapor-sodio-alta-pressao.jpg - Acesso dia 13/05/10;

[12] Disponível na URL: http://dharmalampadas.com.br/img-conteudo/produtos/detalhe-

prod/vapor-mercurio.jpg - Acesso no dia 13/05/10;

[13] SILVA, M., Iluminação - Simplificando o Projeto. 1 ed. Rio de Janeiro: Ed. Ciência

Moderna, 2009;
93

[14] Disponível na URL: http://blog.setecrj.com.br/up/s/se/blog/bulba_207.jpg

[15] NBR 5413/1992 (Iluminação de Interiores);

[16] Catálogo da Itaim: Disponível na URL: http://www.itaimiluminacao.com.br/ – Acesso

no dia 17/05/10;

[17] Catálogo da Lumicenter: Disponível na URL:http://www.lumicenter.com/catalogo.php

- Acesso no dia 17/05/10;

[18] Catálogo da Intral : Disponível na URL: http://www.intral.com.br/site/index.php -

Acesso no dia 17/05/10

[19] NBR 5410/2004 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão);

[20] Disponível na URL: http://www.prysmian.com.br/export/sites/prysmian-

ptBR/energy/pdfs/SuperasticFlex.pdf - Acesso no dia 17/05/2010;

[21] Disponível na URL http://www.prysmian.com.br/export/sites/prysmian-

ptBR/energy/pdfs/SintenaxFlex.pdf - Acesso no dia 17/05/10;

[22] Catálogo Tigre : Disponível na URL: http://www.tigre.com.br/ - Acesso no dia

20/05/10;

[23] NT-002/2010;

[24] DPS (Copel): Disponível na URL: http://www.copel.com/ - Acesso no dia 20/05/10

[25] Manual da CLAMPER: Disponível na URL http://www.clamper.com.br/- Acesso no

dia 20/05/10;

[26] Catálogo da MOPA : Disponível na URL: http://www.mopa.com.br/

[27] Disponível na URL: http://www.arcondicionadosplit.org/principios-funcionamento-ar-

condicionado.php -Acesso no dia 21/05/10;

[28] Disponível na URL: http://www.natalispersianas.com.br/sancas-molduras-cortinas

sancasemisopor/arcondicionado_instalacao_split_arquivos/ArcondicionadoSplit.jpg -
94

Acesso no dia 24/05/10;

[29] Manual da Prysmian: Disponível na URL: http://www.prysmian.com.br/- Acesso no

dia 24/05/10;

[30] Disponível na URL: http://www.tropico.com.br/– Acesso no dia 31/05/10;


[31] Disponível na URL: http://www.lumicenter.com/catalogo.php - Acesso no dia
31/05/10;
[32] Disponível na URL: http://www.luz.philips.com.br/images/Broad_TCW016.pdf -
Acesso no dia 03/06/10
[33] FILHO, J.M., Instalações Elétricas Industriais. 7 ed.Rio de Janeiro: Ed. LTC, 2007;
95

ANEXOS

Em todo projeto é de suma importância a elaboração das plantas de instalação. De


nada serve fazer todo trabalho de dimensionamento sem o projetista dar todas as
informações essenciais ao eletricista.
Um bom projeto consiste em um dimensionamento que visa segurança e qualidade
juntamente coma elaboração de plantas que dispõem de todos os detalhes para e execução
do projeto.
Geralmente estes dois itens são feitos ao mesmo tempo. Por exemplo, após fazer o
projeto luminotécnico o projetista já deve locar as luminárias em planta e assim por diante.
A seguir são mostradas as plantas do projeto do Quartel da Polícia Militar, apresentando a
seguinte sequência.
• Planta 01/35: Situação (Locação dos postes da concessionária);
• Planta 02/35: Entrada de Energia (Poste de entrada e seus detalhes);
• Planta 03/35: Subestação (Iluminação);
• Planta 04/35: Subestação (Detalhes);
• Planta 05/35: Alimentação Subestação aos CPG’s;
• Plantas 06/35 a 09/35: Alimentadores;
• Plantas 10/35 a 19/35: Plantas de Iluminação e Tomadas de uso geral;
• Planta 20/35: Iluminação Externa;
• Plantas 21/35 a 25/35: Plantas de tomadas para computadores;
• Plantas 26/35 a 31/35: Plantas de máquinas de ar-condicionado;
• Planta 32/35: Esquema Vertical;
• Planta 33/35: Diagrama Unifilar Geral;
• Planta 34/35: Quadros de Carga;
• Planta 35/35: Diagramas Unifilares.
Obra

AV. AGUANAMBI, FORTALEZA/CE

Projeto

FELIPE NUNES DE FARIAS

CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO Data - JUNHO/2010

Desenho - Felipe Nunes


01/35
Obra

AV. AGUANAMBI, FORTALEZA/CE

Projeto

FELIPE NUNES DE FARIAS

CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO Data - JUNHO/2010

Desenho - Felipe Nunes


02/35
Obra

AV. AGUANAMBI, FORTALEZA/CE

Projeto

FELIPE NUNES DE FARIAS

CARLOS GUSTAVO CASTELO BRANCO Data - JUNHO/2010

Desenho - Felipe Nunes


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