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CÁLCULO III

Equações Diferenciais Ordinárias


1. Introdução:
Sob a designação de equações diferenciais, Leibniz, a quem se deve a expressão,
atribuiu a relação entre duas variáveis 𝑥 e 𝑦 e suas diferenciais 𝑑𝑥, 𝑑𝑦 de equações
diferenciais. As equações diferenciais compreendem o estudo dos diversos métodos que
visam reduzir a integrais elementares ou clássicas certas relações mais ou menos complexas
em que figuram ao lado de uma ou mais funções incógnitas, uma ou mais variáveis
independentes e uma ou mais derivadas ordinárias ou parciais.

2. Formação de Equações Diferenciais.


Na prática, uma equação diferencial pode traduzir em linguagem algébrica uma
propriedade geométrica relativa a curvas ou superfícies, ou exprimir em linguagem
matemática a lei que rege um fenômeno físico.
Exemplos:
a) A equação 𝑥 2 − 𝑦 2 = 𝐶, que representa uma família de hipérboles eqüiláteras. Se
derivarmos esta equação em 𝑥, vem:
𝑥
2𝑥 − 2𝑦𝑦 ′ = 0 ou 𝑦 ′ =
𝑦
que é uma equação diferencial que traduz uma propriedade comum a todas as hipérboles da
família 𝑥 2 − 𝑦 2 = 𝐶, a saber, o declive da tangente a qualquer das hipérboles nem ponto
genérico (𝑥, 𝑦) é a razão𝑥⁄𝑦 das coordenadas do referido ponto.
b) A equação 𝑥 = 𝑎 𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡). Derivando duas vezes esta equação, temos:
𝑑𝑥 𝑑2 𝑥
= 𝜔𝑎𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑡) e 𝑑𝑡2
=−𝜔2 𝑎𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) ou, substituindo 𝑎𝑠𝑒𝑛(𝜔𝑡) pelo seu valor 𝑥:
𝑑𝑡
𝑑2𝑥
=−𝜔2 𝑥
𝑑𝑡 2
que é a equação diferencial característica do movimento harmônico simples (aceleração
proporcional à elongação.

3. Definição:
Equação diferencial é toda equação cujas incógnitas são funções e que contém pelo
menos uma derivada ou diferencial destas funções.
Exemplos:
dy
a)  3x  1 ou y '  3x  1
dx
b) xdy  ydx  0
d2y
c)  y  0 ou y ''  y  0
dx 2
2 4
 d3y  d2y
d)  x  y 3   1   2  ou x  yy '''   1  y '' 
2 4

 dx   dx 
2z 2z
e)  0
x 2 y 2

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4. Classificação:
A função 𝑦 é denominada variável dependente e 𝑥 a variável independente.
Quando existe apenas uma variável independente, a equação é denominada ordinária
(quatro primeiros exemplos); quando há mais de uma variável livre, a equação é dita equação
diferencial de derivadas parciais (5º exemplo).

5. Ordem e Grau:
A ordem de uma equação diferencial é determinada pela ordem da derivada de mais
alta ordem contida na equação.
O grau da equação é o maior dos expoentes á que está elevada a derivada de mais alta
ordem contida na equação que deve está na forma racional inteira em relação às derivadas.
Exemplos:
d3y y
f) x 3  3  1
dx d y
dx 3
dy
g)  x 2e y
dx

6. Resolução de Equações Diferenciais:


Resolver ou integrar uma equação diferencial é determinar todas as funções que sob a
forma finita, verificam a equação, ou seja, é obter uma função de variáveis livres que,
substituída na equação, transforme-a numa identidade.
dy
Exemplo: Resolva a equação  3x  1
dx
Resolução: Faça em seu caderno

Existem vários tipos de solução de uma equação diferencial, a saber:


a) Solução Geral:
É a solução da equação que contém tantas constantes arbitrárias quantas forem as
unidades da ordem da equação. Dessa forma, uma equação de 1ª ordem apresenta apenas
uma constante arbitrária em sua solução geral. Uma de 2ª ordem apresentará duas constantes,
e assim por diante.
dy 3
Ex.: Seja a equação diferencial  3x  1 , sua solução geral é y  x 2  x  C .
dx 2

b) Solução Particular:
É a solução da equação deduzida da solução geral, atribuindo-se valores particulares às
constantes arbitrárias.
Ex.: Seja a solução geral do exemplo anterior, logo uma solução particular, seria
3
y  x 2  x  3 , onde C = 3.
2
c) Solução Singular:
É a solução da equação, que não pode ser deduzida da solução geral, apenas alguns
tipos de equações apresentam essa solução.

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Ex.: Seja a equação diferencial y '2  y 2  a 2 . É fácil ver que y = a é uma solução desta
equação, posto que, neste caso, 𝑦’ = 0 𝑒 0² + 𝑎² = 𝑎². Quanto à solução geral é 𝑦 =
𝑠𝑒𝑛(𝑥 + 𝐶)
Como se verá mais adiante, a solução 𝑦 = 𝑎, embora satisfaça a equação diferencial
proposta, não está inclusa na solução geral como simples caso particular. Exemplos de
soluções particulares são:
  
y  sen x , (C = 0) y  sen x  ,  C    e etc.
 3  3

7. Curvas Integrais:
Geometricamente, a solução geral de uma equação diferencial representa uma família
de curvas que recebem o nome de curvas integrais. Essa solução denomina-se primitiva ou
integral da equação diferencial.
Exemplo:
dy
Seja a equação  2x .
dx
Sua solução y  x 2  C fornece uma família de parábolas de concavidade voltada
para o eixo y positivo, como mostra a figura.

Exercícios

1) Sendo dadas as curvas seguintes, determinar para cada uma delas a equação diferencial
de menor ordem possível que não contenha nenhuma constante arbitrária.
3x 2
a) y  x6
2

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b) y  c1 sen x  c 2 cos x

c) y  Cx 2

d) y  C1 x 2  C2

e) y  a cos x  b  onde a e b são constantes.

f) y  C1e3x  C2 e 2 x

2) Obter a equação diferencial da família de círculos de raio 10, cujos centros estejam sobre
o eixo y.

3) Verificar que as seguintes funções são soluções das equações diferenciais indicadas:
3
a) y  2 x  8 , y  xy '  y ' .

b) y  2 x  3x 2 , y ' (2x  3x 2 )  y(2  6x)  0 .

c) 4x 2  2 y  1  0 , xy '2  2 yy '  4x  0 .

d) y 2  4 x , 2xy '  y .

dy
4) Mostrar que y  2x  Ce x é a primitiva da equação diferencial  y  2(1  x) e achar
dx
a solução particular relativa a x  0, y  3 i.e. a equação da curva integral que passa por
(0,3)  .

2
 dy 
5) Mostrar que  y  c 2  cx é a primitiva da equação diferencial 4 x   2 x  y  0
dy
 dx  dx
e achar as equações das curvas integrais que passam pelo ponto (1,2).

8. Equações de Primeira Ordem e Primeiro Grau:


Definição:
Dada uma função incógnita 𝑦 de uma variável independente 𝑥, chama-se equação
diferencial ordinária de ordem 𝑛, toda relação da forma
𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑦 ′ , 𝑦 ′′ , … , 𝑦 (𝑛) ) = 0
em que figurem ao lado de 𝑥 e 𝑦, certas derivadas de 𝑦 em 𝑥, de ordem não superior a 𝑛. Em
particular diremos equação diferencial ordinária de 1ª ordem, toda relação da forma
𝑔(𝑥, 𝑦, 𝑦′) = 0 ou 𝑦 ′ = 𝑓(𝑥, 𝑦)
ou ainda
𝑀𝑑𝑥 + 𝑁𝑑𝑦 = 0
onde 𝑀 = 𝑀(𝑥, 𝑦) e 𝑁 = 𝑁(𝑥, 𝑦) são funções de 𝑥 e 𝑦.

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Estas funções têm que ser contínuas no intervalo considerado   ,   .

1º tipo: Equações de Variáveis Separadas:


É toda equação diferencial de 1ª ordem e 1º grau da forma:
M ( x)dx  N ( y )dy  0
E se reduz imediatamente assim:
 M ( x)dx   N ( y)dy  C
Se as funções M (x ) e N ( y ) são integráveis, obtemos a solução geral da equação
diferencial proposta em forma de uma função implícita.

Exemplo: Encontre a solução geral e uma solução particular da equação 2 ydy  sen xdx  0

para x  e y  0.
2
Solução: Faça em seu caderno.

2º Tipo: Equações de Variáveis Separáveis:


As variáveis da equação M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0 são separáveis se a equação
admite a forma:
f 1 ( x). g 2 ( y )dx  f 2 ( x). g1 ( y )dy  0 (1)
1
O fator de integração , determinado por inspeção, reduz a equação (1) à
f 2 ( x).g 2 ( y)
forma :
𝑓1 (𝑥) 𝑔1 (𝑦)
𝑑𝑥 + 𝑑𝑦 = 0
𝑓2 (𝑥) 𝑔2 (𝑦)

Que é uma equação de variáveis separadas da qual a primitiva pode ser obtida por
integração.
Exemplo: Encontre a solução geral da equação  x  xy dy  y 1  x dx  0 .
Solução: Faça em seu caderno.

9. Problemas Geométricos-Aplicações.
Seja uma linha plana L. Em um ponto 𝑃(𝑥, 𝑦) dessa linha considere-se os chamados
segmentos notáveis, a saber:
L
𝑦

𝑃(𝑥, 𝑦)

T 𝑀 𝑁 𝑥

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PT  Comprimento da tangente.
PN  Comprimento da normal
TM  Comprimento da subtangente
MN  Comprimento da subnormal

Da figura tem-se:
PM PM
tg   TM 
TM tg
y Comprimento da subtangente
TM 
dy
dx

MN
tg   MN  PM .tg
PM Comprimento da subnormal
dy
MN  y.
dx

2 2 2
PT  PM  TM
y2
PT  y2  2
 dy 
 
 dx 
1
PT  y 1  2
 dy 
 
 dx 
Comprimento da tangente

2 2 2
PN  PM  MN
2
 dy 
PT  y y  
2 2

 dx 
2
 dy 
PT  y 1   
 dx 
Comprimento da normal.

Exercícios
1. Dar a equação da curva que tem a subnormal constante.
2. Dar a equação das curvas que têm a subtangente constante.

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3. Determinar a curva em que a distância de um ponto qualquer à origem seja igual a o


comprimento da tangente.
4. Achar a equação da curva cuja 2ª derivada é igual a 4/3, sabendo que a curva passa pelos
pontos (3,2) e (6,-4).
5. Achar a equação da curva cuja 2ª derivada é igual a 12 x , sabendo que a curva passa pelo
ponto (-1,0) e que a sua tangente neste ponto tem por equação𝑦 = 𝑥 + 1.
6. Achar a equação da curva cuja 2ª derivada é igual a 1 / x 3 , sabendo que a curva passa pelo
ponto (1,4) e tem por tangente neste ponto a reta 2𝑦 = 3𝑥 + 5.

. Trajetórias Ortogonais:
Duas famílias de curvas são denominadas trajetórias ortogonais quando todos os entes
de uma das famílias são cortados por cada ente da outra, segundo um ângulo reto.
Exemplo:
Determinar as trajetórias ortogonais às parábolas y 2  4 px para qualquer valor de p.

Solução:
Sabe-se o ângulo reto entre duas curvas é aquele formado com as tangentes no ponto
de contato.
Para que haja perpendicularismo a condição m1 .m 2  1 terá de ser obedecida, onde
m1 e m 2 representam as declividades das tangentes consideradas, ou seja, as derivadas das
curvas que se cruzam em ângulo reto.
dy
Assim sendo, chama-se m1 de , representando a declividade da família de
dx
parábolas, e m 2 de y’ representando a declividade das curvas ortogonais à família dada.
Pela relação m1 .m 2  1 , tem-se:
dy
 y'  1
dx
Derivando a equação dada, y 2  4 px , tem-se:
2 ydy  4 pdx
dy 2 p

dx y
 ydy  2 pdx
y
A relação m1 .m 2  1 mostra que y '   
2p

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y
Substituindo em y'   p pelo seu valor obtido da equação y 2  4 px , tem-se:
2p
y 2x
y'   2
 y'  
y y
2.
4x
Separando as variáveis e integrando:
 yy'  2 x  0
y2
 x 2  C1  0
2
y 2  2x 2  C2  0
Donde se conclui, então que as curvas ortogonais às parábolas são elipses.

Problemas Práticos

1) Uma lancha se desloca numa lagoa com a velocidade de 10 m/s. Em dado instante seu
motor é desligado; a lancha sofre com isso uma redução de velocidade proporcional à
resistência da água. Sabendo-se que ao cabo de 5 s sua velocidade é de 8 m/s, qual será o
tempo necessário para que a lancha adquira velocidade de 1 m/s?
Solução: Faça em seu caderno.

2) Uma bola de golfe de massa 0,5 kg recebe uma tacada que lhe imprime uma velocidade
de 72 km/h. Supondo-se que a bola permanece em contato permanente com o chão e sabendo-
se que a força de atrito que atua sobre ela é de –5 N, qual a distância percorrida pela bola até
parar?
Solução: Faça em seu caderno.

3º Tipo: Equações Homogêneas


Função homogênea
Uma função f ( x, y ) é homogênea de grau n se:
f (x, y)  n f ( x, y)

Ex.: Verificar se as funções abaixo são homogêneas, em caso positivo, qual o seu grau?
a) f ( x, y)  x 4  x 3 y
Solução: Faça em seu caderno.

yy
b) f ( x, y)  e x
 tg
x
Solução: Faça em seu caderno.

c) f ( x, y)  x 2  sen x cos y
Solução: Faça em seu caderno.

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A equação diferencial M ( x, y )dx  N ( x, y )dy  0 é homogênea se M ( x, y ) e


N ( x, y ) são homogêneas e do mesmo grau.

Exemplo: Vamos verificar se as equações diferenciais abaixo são homogêneas e em caso


afirmativo, qual o seu grau?
y y2 y
a) x ln dx  arcsen dy  0
x x x

   
b) x 2  y 2 dx  xy 2  y 3 dy  0

 
c) x  y 2 dx  x  y dy  0

Resolução de Equações Diferenciais Homogêneas


Para resolver uma equação diferencial homogênea usamos a transformação y  vx e
dy  vdx  xdv que reduzirá a equações homogêneas a forma P( x, v)dx  Q( x, v)dv  0, em
1
que as variáveis são separáveis e pelo fator de integração a transformamos numa
f 2 ( x).g 2 (v)
y
equação de variáveis separadas e depois integramos para no final substituir o v por x para
voltar à variável original e assim encontramos a solução geral da equação diferencial
homogênea.
Exemplo:
Ache a solução geral das equações diferenciais homogêneas abaixo:
 
a) x  y 3 dx  3xy 2 dy  0
3

b) xdy  ydx  x 2  y 2 dx  0
x  x
 x

c) 1  2e y dx  2e y 1  dy  0
   y
d) 2 x  3 y dx   y  x dy  0

Resp.:
a) x 3  2 y 3  Cx
arcseny
b) Cx  e x

x
c) x  2 ye y
C
x y
 
d) ln y 2  2 xy  2 x 2  4arctg
x
 C.

Casos Redutíveis a Coeficientes Homogêneos


Um caso típico de equação redutível ao caso anterior ocorre quando M e N são
funções de trinômios lineares em x, y, a saber:
M = M(mx + ny + a), N = N(px + qy + b).
Neste caso a equação diferencial assume a forma

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dy M (mx  ny  a)  mx  ny  a 
  f   (1)
dx N ( px  qy  b)  px  qy  b 

Se a = b = 0, a equação é dotada de coeficientes homogêneos e está no caso anterior.


Se a e b não são ambos nulos, podem ocorrer dois casos distintos.

1º Caso: Se os coeficientes m, n, p e q não são proporcionais, isto é se o determinante


m n
 0
p q
podemos fazer a substituição x = X + h, y = Y + k onde h e k são as raízes do sistema
mx  ny  a  0
 (2)
 px  qy  b  0

Geometricamente interpretado este fato equivale a efetuar uma translação dos eixos
ao ponto O’( h, k ), intersecção das retas mx + ny + a = 0 e px + qy + b = 0, intersecção que
certamente existe quando o determinante   0 ( ver figura abaixo ). As retas ( 2 ) passam
assim pela origem do novo sistema XO’Y e as suas equações referidas a este sistema são
destituídas de constantes independentes, a saber, assumem a forma:
AX + BY = 0 A’X + B’Y = 0
Y

O’ X

Logo fazendo a substituição x = X + h, y = Y + k , segue que


mx +ny + a = AX + BY e px + qy +b = A’X + B’Y e, doutra parte, dx = dX e dy = dY.

Donde substituindo em ( 1 ), temos:


dY  AX  BY 
 f  que é uma equação homogênea.
dX  A' X  B' Y 

Exemplo:
Determinar a primitiva da equação diferencial ( x + 2y –3 )dx - ( 2x + y –3 )dy = 0
Resp.: (𝑦 − 𝑥)3 = 𝐶(𝑦 + 𝑥 − 2)

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2º Caso: Se os coeficientes m, n, p e q são proporcionais, isto é se o determinante


m n
 =0
p q
o método anterior falha; uma vez que, neste caso, as retas mx + ny + a = 0 e px + qy + b = 0,
são paralelas e a sua interseção é um ponto impróprio. Mas neste caso, já que os coeficientes das
variáveis x e y são proporcionais, podemos escrever:
m n
  r ou m = pr e n = qr
p q

Substituindo estes valores de m e n na equação ( 1 ), temos:


dy  prx  qry  a   r ( px  qy)  a 
( 1a )  f    f  
dx  px  qy  b   px  qy  b 

se agora substituímos o binômio px + qy por uma variável auxiliar v e diferenciamos a relação


obtida, a saber:
v = px +qy e dv = pdx + qdy

podemos eliminar y e dy e ( 1a ) ; o resultado será uma equação a variáveis separáveis. Com efeito,
da relação dv = pdx + qdy, tiramos dy:
dv  pdx
dy 
q
e introduzimos este valor conjuntamente com v = px + qy em ( 1a ):

dv  pdx  rv  a 
 f 
qdx  vb 
multiplicando tudo por pdx, vem:

 rv  a 
dv  pdx  f  qdx
 vb 
  rv  a 
ou isolando dv: dv   p  qf   dx
  v  b 
equação que apresenta as variáveis separadas e se reduz imediatamente a quadraturas.

Exemplo:
Determinar a solução geral das equações abaixo:
a) (2𝑥 − 3𝑦 + 1)𝑑𝑥 + (4𝑥 − 6𝑦 − 3)𝑑𝑦 = 0.
𝐑𝐞𝐬𝐩.: 7𝑥 + 14𝑦 + 5𝑙𝑛(14𝑥 − 21𝑦 − 3) = 𝐶
b) (2𝑥 − 𝑦 + 3)𝑑𝑥 + (4𝑥 − 2𝑦 + 7)𝑑𝑦 = 0
Resp.: 5𝑥 + 10𝑦 − 𝑙𝑛(10𝑥 − 5𝑦 + 17) = 𝐶

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Equação Diferencial Exata

M N
Uma equação diferencial M (x, y)dx +N (x, y)dy = 0 é exata se  e sua solução é
y x
 P 
dada por  Mdx    N  y dy  c , onde P =  Mdx .
Exercício
Encontre a solução geral das equações diferenciais abaixo:
 1 1  x 1  𝑥
1) 1   dx   2   1dy  0 Resp.: 𝑥 − 𝑦 − 𝑦 + ln(𝑥𝑦) = 𝑐
 x y y y 
2) ( x² - y² )dx – 2xydy = 0 Resp.: 𝑥 3 − 3𝑥𝑦 2 = 𝑐

3) ( 2x – y + 1 )dx – ( x + 3y –2 )dy = 0 Resp.: 2𝑥 2 + 2𝑥 − 2𝑥𝑦 + 4𝑦 − 3𝑦 2 = 𝑐

4) e y dx  ( xe y  2 y)dy  0 Resp. : xe y  y 2  c

Fatores Integrantes

Seja Mdx + Ndy = 0 uma equação diferencial que não é exata. Um fator integrante é uma
função R de x, de y ou de x e y, tal que ao multiplicá-la pela equação diferencial obtemos uma nova
equação diferencial exata.
Suponha que R = R(x), seja um fator integrante, então: RMdx + RNdy = 0 é uma equação
diferencial exata. O que implicará:
 
( RM )  ( RN )
y x
M R N R
R M R N
y y x x
M N R
R R N
y x x
 M N  R
R    N
 y x  x
1  M N  dR
  dx 
N  y x  R
dR 1  M N 
 R
  
N  y
 dx
x 
1  M N 
ln R     dx
N  y x 

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Agora suponha que R = R(y), seja um fator integrante então RMdx + RNdy = 0 é uma
equação diferencial exata. De forma análoga a anterior concluiremos:
1  N M 
ln R     dy
M  x y 

Exercício

Encontre a solução geral das equações diferenciais abaixo:


1) ( 3x² - y² )dx + 2xydy = 0 Resp.: 3𝑥 3 + 𝑦 2 = 𝑐𝑥

2) y²dx + ( xy + 1 )dy = 0 Resp.: 𝑥𝑦 + 𝑙𝑛𝑦 = 𝑐

3) ( x² - y² )dx + 2xydy = 0 Resp.: 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑐𝑥

4) xdy – ydx = x² e x dx Resp.: 𝑦 = 𝑥𝑒 𝑥 + 𝑐𝑥

Equações Diferenciais Lineares de 1ª ordem


Uma equação diferencial de lª ordem linear é uma equação do tipo:
dy
 Py  Q , onde P = P(x) , Q = Q(x) e Y= Y(x)
dx
Dizemos que uma equação diferencial é linear quando a variável dependente e suas derivadas
são de 1º grau e não aparecem produtos entre elas.

Exemplos:
dy
1)  xy  e x
dx
dy
2)  y 2  e2x
dx
3) y ' yy'  2 x
Se Q = Q(x) = 0, então a equação é chamada equação homogênea ou incompleta.
dy
Observe que se  Py  0 , então multiplicando esta equação por dx, obtemos:
dx
dy  Pydx  0
dy   Pydx
dy
 y    Pdx
ln y   Pdx  c

ye 
 Pdx c

y  e  .e c
 Pdx

y  C.e 
 Pdx

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Exemplos: Resolver as equações diferenciais abaixo:

dy 2
1)  y0
dx x
Resp.: 𝑦 = 𝑐𝑥²
dy 2
2) x 2  y0
dx x
−1
Resp.: 𝑦 = 𝑐𝑥 ⁄𝑥²
Se Q = Q (x )  0, então a equação diferencial é chamada completa. Assim:

dy
 Py  Q (x) .dx
dx
dy + Py dx = Qdx
dy + (Py – Q)dx = 0
(Py – Q)dx + dy = 0 (*)

que é uma equação da forma: Mdx + Ndy = 0, onde M = Py – Q e N = 1.


Note que ( * ) não é exata, pois
M N M N
P e  0 logo 
y x y x
Vamos encontrar um fator integrante para esta equação de modo a torná-la exata.
Se tal fator existir, ele será dado por R = R ( x ), onde:
1  M N 
ln R     dx
N  y x 

ln R   P  0dx
1
1
ln R   Pdx

R  e
Pdx

Multiplicando a equação por ( * ) por R, obtém-se:


e  ( Py – Q)dx + e  dy = 0, isto é,
Pdx Pdx

( Py e  - Q e  )dx + e  dy = 0 que é uma equação diferencial exata.


Pdx Pdx Pdx

M
 P . e
Pdx
De fato,
y
N    Pdx   u ( x )
 e
x x 
  e
 x
u ( x)   Pdx u’( x ) = P
N
 P.e 
Pdx

x
M N
 , logo:
y x

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CÁLCULO III

 P 
u ( x, y )   Mdx    N  dy
 y 
Py e  dx + e  dy = Q e  dy
Pdx Pdx Pdx

Observe que:
d(y e  ) = dy e  + yd ( e  )
Pdx Pdx Pdx

= dy e  + yP e  dx
Pdx Pdx

= Py e  dx + e  dy
Pdx Pdx

Portanto, teremos:
d(y e  ) = Q e  dx
Pdx Pdx
Integrando fica:
 )   Qe 
 d ( ye
Pdx Pdx
dx

y e = [  Qe 
Pdx Pdx
dx + C]

y = e  .[  Qe  dx + C]
 Pdx Pdx

Exemplos: Resolva as equações diferenciais abaixo:


dy 1
1)  y cos x  sen 2 x
dx 2
Resp.: 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 − 1 + 𝐶𝑒 −𝑠𝑒𝑛𝑥
dy 2
2)  y  x 1
dx x  1
Resp.: 𝑦 = (𝑥 + 1)². [𝑙𝑛(𝑥 + 1) + 𝐶]

Equação de Bernoulli

A equação de Bernoulli é, de certo modo, uma extensão da equação linear e se reduz,


mediante uma substituição adequada, a esta última. Sua forma é:
dy
 Py  Qy n (1)
dx
onde P = P ( x ) , Q = Q ( x ), n  1 e n  0.
Se dividimos os dois membros por y n , temos:
dy
y n  Py1n  Q (2)
dx
Fazendo z = y1n e derivando em relação a x, temos:
dz dy
 (1  n) y n  (1  n)
dx dx
1 dz dy
 y n (3)
1  n dx dx

Substituindo (3) em (2) temos:

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CÁLCULO III

1 𝑑𝑧
+ 𝑃𝑧 = 𝑄
1−𝑛 𝑑𝑥

que é uma equação linear de 1ª ordem em z, que pode ser resolvida de acordo com o método anterior.
Uma vez achada a função z, obtemos a partir da relação inicial z  y1n :
y  z1/ 1n

Exemplos: Encontre a solução geral das equações abaixo:


𝑑𝑦 1 𝑑𝑦
1) 𝑑𝑥 − 𝑥 𝑦 = 4𝑦² 2) 𝑥² 𝑑𝑥 + 𝑥𝑦 = 𝑦²

𝑥 1 1
Resp.: 1) 𝑦 = 2) = +𝑐
𝑐−2𝑥² 𝑥𝑦 2𝑥²

Exercícios
1) Encontre a solução geral das equações diferenciais abaixo:
a) (2𝑥 − 𝑦 + 3)𝑑𝑥 + (4𝑥 − 2𝑦 + 7)𝑑𝑦 = 0 Resp.: 5𝑥 + 10𝑦 − ln(10𝑥 − 5𝑦 + 17) = 𝑐
𝑥−1
a) (𝑥 + 𝑦 + 2)𝑑𝑥 − (𝑥 − 𝑦 − 4)𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑙𝑛[(𝑥 − 1)2 + (𝑦 + 3)2 ] + 2𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 𝑦+3 = 𝑐

2) Verificar se são exatas as seguintes diferenciais e, caso afirmativo, obter a sua solução:
a) 𝑥𝑦²𝑑𝑥 − (2 − 𝑥 2 𝑦)𝑑𝑦 = 0 Resp.: 4𝑦 − 𝑥²𝑦² = 𝑐
b) (𝑥³ + 𝑦³)𝑑𝑥 + 3𝑥𝑦²𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑥 4 + 4𝑥𝑦³ = 𝑐
c) (𝑥² − 𝑦²)𝑑𝑥 − (2𝑥𝑦 − 3)𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑥³ + 9𝑦 − 3𝑥𝑦² = 𝑐
d) 2𝑥𝑒 𝑦 𝑑𝑥 + 𝑥²𝑒 𝑦 𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑥²𝑒 𝑦 = 𝑐
e) (1 + 𝑦𝑠𝑒𝑛𝑥)𝑑𝑥 + (1 − 𝑐𝑜𝑠𝑥)𝑑𝑦 = 0 Resp.:𝑥 + 𝑦 − 𝑦𝑐𝑜𝑠𝑥 = 𝑐

3) Determine um fator integrante adequado e integre as seguintes equações diferenciais:


a) 𝑥𝑑𝑥 + 𝑦𝑑𝑦 = (𝑥 2 + 𝑦 2 )𝑑𝑥 Resp.: 𝑥² + 𝑦² = 𝑐𝑒 2𝑥
b) (2𝑦 − 3𝑥)𝑑𝑥 + 𝑥𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑥²𝑦 = 𝑥³ + 𝑐
c) 𝑦𝑑𝑥 − 𝑥𝑑𝑦 + 𝑙𝑛𝑥𝑑𝑥 = 0 Resp.: 𝑦 + 𝑙𝑛𝑥 + 1 = 𝑐𝑥
d) (𝑥 − 𝑦²)𝑑𝑥 + 2𝑥𝑦𝑑𝑦 = 0 Resp.: 𝑦² + 𝑥𝑙𝑛𝑥 = 𝑐𝑥

4)Achar as soluções gerais das seguintes equações de Bernoulli:


1
a) 𝑥𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑦²𝑙𝑛𝑥 Resp.: 𝑦 = 1 + 𝑙𝑛𝑥 + 𝑐𝑥
𝑑𝑦 3𝑥𝑦+𝑦²
b) = Resp.: 2𝑥 3 = 𝑦(2𝐶 − 𝑥 2 )
𝑑𝑥 𝑥²

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CÁLCULO III

Grupamentos Integráveis
Ocorrem frequentemente, na prática, certos grupamentos diferenciais facilmente
integráveis, mediante a introdução de um fator integrante determinado por tentativa. A
eficácia deste recurso depende essencialmente da segurança no manejo de certos diferenciais
clássicos:
Assim dada a equação diferencia ydx  xdy  0 . E tendo presente que
 x  ydx  xdy
d    2
, podemos concluir imediatamente que 1 y 2 é um fator integrante da
 y y
ydx  xdy x x
equação proposta, e escrever: 2
 d    0 , integrando, temos:  C ou x  Cy
y  y y
que é uma solução geral procurada.
O mesmo resultado, naturalmente, se obteria por separação das variáveis. Sucede,
porém, que o método empregado se estende a métodos mais complicados. Seja por exemplo
a equação: ( x 2 sen x  y)dx  xdy  0 , abrindo o parênteses, temos:
x 2 sen xdx  ydx  xdy  0 , onde se encontra ao lado do grupo anterior, uma função de x
unicamente. É fácil ver que 1 y 2 não é fator integrante desta equação, embora o seja do grupo
ydx - xdy isoladamente. Mas este grupo admite ainda o fator integrante  1 x 2 , posto que
 y  xdy  ydx ( ydx  xdy)
d   
x
2
x x2
este fator não destrói a integrabilidade do termo restante x 2 sen xdx . Multiplicando a equação
por  1 x 2 , vem:
( ydx  xdy) ( xdy  ydx)  y
 sen xdx   0 ou  sen xdx ou ainda d    sen xdx .
x2 x2 x
y
Donde, integrando:   cos x  C ou y  Cx  x cos x
x
As seguintes integrais nos sugerem alguns fatores integrantes notáveis:
1. d ( xy)  xdy  ydx
 y  xdy  ydx
2. d   
x x2
 x  ydx  xdy
3. d   
 y y2
4. d ( x 2  y 2 )  2xdx  2 ydy
 y  xdy  ydx
5. d  arctg   2
 x x  y2
 y  xdy  ydx
6. d  arcsen  
 x  x x2  y2

  
7. d ln x 2  y 2 
2 xdx  2 ydy
x2  y2

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CÁLCULO III

  x  y  2 ydx  2 xdy
8. d ln   
  x  y  x2  y 2
 x  y  2 xdy  2 ydx
9. d   
x y  x  y 2
 x  y  2 ydx  2 xdy
10. d   
x y  x  y 2
 
11. d x m y n  mx m1 y n dx  nxm y n1dy
 1   ydx  xdy
12. d   
 xy  x2 y2
  x  ydx  xdy
13. d ln   
  y  xy
Exercício

Resolva as equações diferenciais abaixo, usando um fator integrante notáveis:


 
a) x  y 2  2x dx  2 ydy
2

Resp: x  ln x 2  y 2  C 
x x2
b) ydx  xdy  xy 2 dx  0 Resp:  C
y 2
c) xdy  ydx  x 2 e x dx Resp: y  xe x  Cx
    x
d) xy 2  y dx  x 2 y  x dy  0 Resp: xy  ln  C
y

A lei de Newton do Aquecimento e Resfriamento


Newton sugeriu que a temperatura de um objeto quente diminui a uma taxa
proporcional a diferença entre sua temperatura e a temperatura ambiente.Da mesma forma,
um objeto frio se aquece a uma taxa proporcional a diferença de temperatura entre o objeto
e o ambiente.
Por exemplo, uma xícara de café sobre a mesa da cozinha esfria a uma taxa
proporcional à diferença de temperatura entre o café e o ar que o cerca. À medida que o café
esfria, a taxa na qual ele esfria diminui, pois a diferença de temperatura entre o café e o ar
diminui. A longo prazo, a taxa de resfriamento tende a zero, e a temperatura do café
aproxima-se da temperatura ambiente - como você esperaria. A figura abaixo mostra a
temperatura de duas xícaras de café em função do tempo, uma delas com uma temperatura
inicial maior do que a da outra, mas ambas tendendo, a longo prazo, para a temperatura
ambiente.

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CÁLCULO III

temperatura

temperatura
inicial

Temperatura da sala

tempo
Temperatura do café em função do tempo
Exemplos:
1) Quando é cometido um assassinato, o corpo, originalmente a 37ºC, esfria de acordo com
a Lei do Resfriamento de Newton. Suponha que após duas horas a temperatura seja de
35ºC, e que a temperatura ambiente permaneça constante e igual a 20ºC.
a) Determine a temperatura, H, do corpo em função de t, o tempo em horas desde que o
assassinato foi cometido.
b) Esboce o gráfico da temperatura em função do tempo.
c) O que acontece a longo prazo com a temperatura? Mostre isto no gráfico e algebricamente.
d) Se o corpo foi encontrado as 4 horas da tarde com a temperatura de 30ºC, quando o
assassinato foi cometido?

2) De acordo com a lei de arrefecimento de Newton, a taxa de resfriamento de uma substância


numa corrente de ar é proporcional à diferença entre a temperatura da substância e a do ar.
Sendo a temperatura do ar 30º e resfriamento a substância de 100º para 70º em 15 minutos,
achar o momento em que a temperatura será 40º.
Resp.: 𝑡 ≅ 52 𝑚𝑖𝑛.
Problemas
1) Sob certas condições, a quantidade de calor Q calorias/segundo, constante, que se escoa
através de uma parede, é dada por:
dT
Q  kA
dx
onde k é a condutividade do material, A(cm²) é a área de uma face da parede perpendicular
à direção do fluxo e T é a temperatura a x (cm) da face, no interior da parede, de modo que
T diminui quando x aumenta. Achar a quantidade de calor em calorias por hora que atravessa
um metro quadrado da parede de um refrigerador, seno 125 cm a espessura da parede, k =
0,0025, a temperatura na face interna de –5ºC e na face externa 75ºC.

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CÁLCULO III

2) Um tubo a vapor com 20cm de diâmetro tem um revestimento externo de 6cm de


espessura, com k = 0,0003.
a) Achar a perda de calor, por hora e por metro de comprimento do tubo, sabendo que a
superfície do tubo está a 200ºC e a superfície externa do revestimento a 30ºC.
b) Achar a temperatura a uma distância x > 10cm do centro do tubo.

Equação Diferencial de Segunda Ordem


Uma equação diferencial de 2ª ordem exprime uma relação entre uma variável
independente x e a função incógnita y = y(x) e as derivadas de 1ª e 2ª ordem de y em relação
a x.
Forma Geral: g(x, y, y’, y”) = 0
Forma Normal: y” = f(x, y, y’)
Ex: y"  3 y '2 y  3
dy
Tipos especias y  y (x ) y' 
dx

1º Tipo: y"  f ( y )
Solução:
Multiplica-se ambos os membros por 2y’. Isto é:
2 y '. y"2 y ' f ( y )
d dy
( y'2 )  2 f ( y) . dx
dx dx
d ( y'2 )  2 f ( y)dy , integrando-se ambos os membros, tem-se:
 d ( y' )   2 f ( y)dy
2

y' 2  2 f ( y)dy  C1 , extraindo a raiz quadrada, fica:

y '  2 f ( y )dy  C1
dy
 2 f ( y)dy  C1
dx
dy
 dx , integrando, fica:
2 f ( y )dy  C1
dy
x  C2
2 f ( y)dy  C1

k2
Ex: r   ( r  0 para r   ) k  cte r  r (t )
r2
Resolução:
d 2r k2 k2
  ou r "  
dt 2 r2 r2

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CÁLCULO III

k2
r   . 2r
r2
2rk 2
2rr   2
r
d 2 2k 2 dr
(r )   2 . . dt
dt r dt
2k 2
   r 2 dr

2
d ( 
r )
1
r ' 2  2k 2 .  C1
r
2
2k
r'2   C1  C1  0 p/ r ' 0 e p / r  
r
2k 2
r '2 
r
2k 2
r '
r
dr k 2

dt r
 r dr   k 2dt
3 32
r  k 2dt  C2
2

 
2
2  2
 r r   k 2t  C 2
3 
4 3
r  2k 2 t 2  2 2kt  C22
9
9
r 3  k 2 t 2  C '1 t  C ' 2
2

2º Tipo: y"  f ( y ' )


dy'
fazendo y"
dx
d dy' dy'
y"  ( y' )  tem-se  f ( y' )
dx dx dx
dy'
 f ( y' )   dx
dy'
x  C1
f ( y' )

Ex: x"4 x'  0 x  x (t )

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CÁLCULO III

Solução:
d 2x dx
2
4 0
dt dt
d 2x dx
2
4
dt dt
dx dx
 x"   4 x
dt dt
dx
 dt , integrando fica:
4 x
1 dx 1
t    C1  t  ln x  C1
4 x 4
4t  4C1  ln x 
x  e 4t  4C
1

dx
 e 4t  4C1
dt
 dx   e 1 dt
4t  4C

1
x  e 4 t  4 C 2  C3
4
x  C.e 4t  C3

3º Tipo: y"  f ( y, y ' )


dy' dy' dy dy
Neste caso, faz-se y"    além do mais, sendo  y' , temos:
dx dy dx dx
dy'
y"  y '
dy
dy'
f ( y' , y)  y'
dy

Ex: y"2 yy'  0


Resolução:
y"  2 yy'
dy'
y'  2 yy' y '
dy
dy'
 2y
dy
 dy'   2 ydy
2y2
y'   C1
2

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CÁLCULO III

dy
 y 2  C1
dx
dy
 y 2  C1   dx
1 y
 arctg  x  C2
C1 C1
y
arctg  C1 x  C1 C 2
C1
y
tg (Cx  C3 ) 
C1
y  C4  tg(Cx  C3 )

4º Tipo: y"  f ( x)
dy'
y"   f ( x)
dx
 dy'   f ( x)dx
y'   f ( x)dx  C1
dy
dx 
 f ( x)dx  C1

 dy    f ( x)dx  C1 dx
y  f (x)dx C x  C
1 2

Ex: y" 3 x
Resolução:
dy'
 3x
dx
 dy'   3xdx
3x 2
y'   C1
2
dy 3x 2
  C1
dx 2
 3x 2 
 dy    2  C1 dx
x3
y  C1 x  C 2
2

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CÁLCULO III

Equações Diferenciais Lineares De 2ª Ordem


A equação diferencial de 2ª ordem é linear quando são do 1° qrau a função incógnita
y bem como suas derivadas de 1ª e 2ª ordem y’, y”. A sua forma geral é: y”+by’+cy =d. onde
b=b(x), c=c(x) e d=d(x) são funções unicamente de x. Se d  0 a equação diz-se completa
ou não homogênea: se d=0 a equação diz-se incompleta ou linear homogênea.
Como veremos, a solução da equação completa pode-se fazer depender da solução da
equação incompleta que se obtém fazendo inicialmente d=0.
A equação incompleta assim associada a uma equação completa dada, se diz a sua
equação auxiliar. Assim a equação completa y"5 y'6 y  2ex sen3x tem como equação
auxiliar a equação incompleta y"5 y '6 y  0.
 Equação Incompleta
Possui forma: y” + by’+ cy = 0
Afirmamos que y  erx é solução da equação y” + by’ + cy = 0, pois sendo y  erx , temos
que y'  r  erx e y" r 2  erx que substituindo na equação dada, encontramos:
r 2erx  brerx  cerx  erx (r 2  br  c)  0  r 2  rb  c  0 , pois e rx  0 .
r 2  rb  c  0 é chamada de equação característica da equação diferencial y”+by’+cy=0
Estamos interessados em determinar r de modo que y  erx seja solução da equação
y”+by’+cy=0
 b  b 2  4c
Assim, r  .
2
Casos a considerar:
1º Caso: b 2  4c  0
A equação característica possuirá duas raízes reais e distintas r1 e r2 , onde:
 b  b 2  4c  b  b 2  4c
r1  e r2  , portanto y1  C1  er1 x e y2  C2  e r2 x são
2 2
soluções particulares da equação y”+by’+cy=0 e além disso, são linearmente independentes,
isto é, w  0 .
y1 er1x
y2 er2 x
w  rx r2 x
 r2er2 x  er1x  re
1
r1x
 er2 x  er1x  er2 x (r2  r1 ) onde
y '1 y '2 re
1
1
r2e
r2  r1  0 .
Como e ( r  r1 2 )x
 0 e r2  r1 , resulta que w  0 (as soluções são linearmente independentes),
portanto a solução geral da equação y”+by’+cy=0 neste caso será: y  C1  e r1x  C2  e r2 x ,
onde C1 e C 2 são constantes e r1 e r2 são raízes da equação característica r 2  rb  c  0 .

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CÁLCULO III

Exemplo: Encontre a solução geral da equação y”-5y’+6y=0


Solução:
Sabemos que y1  e rx é solução da equação, derivando tem-se y'1  r.e rx e
y"1  r 2 .e rx .
r 2 e rx  5re rx  6e rx  0  e rx (r 2  5r  6)  0 onde (r 2  5r  6)  0 é equação
característica.
Nesta equação as raízes são r1  2 e r2  3 , portanto a solução geral será da forma:
y  C1  e 2 x  C2  e3x .
2º Caso: b 2  4c  0
 b  b 2  4c  b  b 2  4c  b  b 2  4c
r  r1  e r2 
2 2 2
r1  m  ni e r2  m  ni
y  C1e r1x  C2 e r2 x é solução geral, assim
y  C1e(mni) x  C2 e( mni) x ou na forma trigonométrica, temos:
Usando a Fórmula de Euler
e  cos x  i sen x
ix

e ix  cos x  i sen x


Podemos escrever:
e(mni) x  e mx  einx  e mx cos nx  isennx
e(mni) x  e mx  e inx  e mx cos nx  isennx
Logo:
y  C1e mx cos nx  i sen nx  C2 e mx cos nx  i sen nx
y  C1e mx cos nx  iC1  e mx sen nx  C2 e mx cos nx  iC2 e mx sen nx
  
y  cos nx C1e mx  C2 e mx  i sen nx C1e mx  C2 e mx 
y  e mx  cos nxC1  C2   sen nxC1  C2 i 
     
A B
Portanto, na forma trigonométrica, a solução será:
y  e A cos nx  B sen nx, sendo A e B const.
mx

r1  m  ni e r2  m  ni
parte imaginária
parte real
d 2 g
Exemplo: Encontre a solução de 2
 
dt l
d  g
2
g
Solução: 2
   0 . Façamos k 2  , temos:
dt l l
d 2

2
 k 2  0   "k 2  0
dt
Sua equação característica será:

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CÁLCULO III

r 2  k 2  0  r    k 2  r    1 k 2  r  ik
r1  ki  m  ni  m  0 e n  k
r1  ki  m  ni  m  0 e n  k
  e mt A cos nt  B sennt    e0 A cos kt  Bsenkt    A cos kt  Bsenkt
3º Caso: b 2  4c  0
A equação característica possui raiz dupla, isto é, r1  r2 . Neste caso,
 b  b 2  4c b b
r  r1  e r2 
2 2 2
𝑏
Assim uma solução particular é 𝑦1 = 𝑒 −2𝑥 .
Para determinar outra solução L.I, podemos usar a fórmula:
(*) 𝑦1 𝑦 ′ − 𝑦1 𝑦 = 𝑐. 𝑒 − ∫ 𝑃𝑑𝑥 , onde 𝑦 é a solução a determinar.
𝑏 𝑏 𝑏
𝑦1 = 𝑒 −2𝑥 ⟹ 𝑦1′ = − 𝑒 −2𝑥
2
− ∫ 𝑃𝑑𝑥 = − ∫ 𝑏𝑑𝑥 = −𝑏𝑥
Substituindo estes valores na equação (*), temos:
𝑏 𝑏 𝑏 𝑏
𝑒 −2𝑥 𝑦 ′ + 𝑒 −2𝑥 𝑦 = 𝑐. 𝑒 −𝑏𝑥 ∶ 𝑒 −2 𝑥
2
𝑏 𝑏
− 𝑥
𝑦 ′ + 𝑦 = 𝑐 𝑒⏟ 2 (∗∗)
⏟2 𝑄′
𝑃′
Para determinar a solução 𝑦 independente de 𝑦1 , basta resolver a equação (**). Assim:
𝑦 = 𝑒 − ∫ 𝑃′𝑑𝑥 . [∫ 𝑄′𝑒 ∫ 𝑃′𝑑𝑥 𝑑𝑥]
𝑏 𝑏 𝑏
𝑦 = 𝑒 −2𝑥 . [∫ 𝑐𝑒 −2 𝑥 𝑒 2𝑥 𝑑𝑥]
𝑏
𝑦 = 𝑒 −2𝑥 [∫ 𝑐𝑑𝑥]
𝑏
𝑦 = 𝑒 −2𝑥 𝑐𝑥
𝑏
𝑦 = 𝑐𝑥𝑒 −2 𝑥
Portanto a solução geral será dada por:
𝑏 𝑏
𝑦 = 𝐶1 𝑒 −2𝑥 + 𝑐𝑥𝑒 −2𝑥
𝑏
𝑦 = (𝐶1 + 𝐶2 𝑥)𝑒 −2𝑥
Exemplo:
Encontre a solução de 𝑦 ′′ + 6𝑦 ′ + 9𝑦 = 0.
Solução:
Sua equação característica é: 𝑟 2 + 6𝑟 + 9 = 0. Resolvendo esta equação do 2º grau,
obtemos:
𝑟1 = −3 e 𝑟2 = −3, que recai no nosso 3º caso, logo a solução geral é dada por:
𝑏
𝑦 = (𝐶1 + 𝐶2 𝑥)𝑒 −2𝑥 , onde 𝑏 = 6, assim:

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CÁLCULO III

𝑦 = (𝐶1 + 𝐶2 𝑥)𝑒 −3𝑥

Equação Linear Completa


Seja dada a equação completa 𝑦 ′′ + 𝑃1 𝑦 ′ + 𝑃2 𝑦 = 𝑄 conhecida a solução geral da
equação auxiliar 𝑦 ′′ + 𝑃1 𝑦 ′ + 𝑃2 𝑦 = 0, podemos obter a solução geral da equação completa,
mediante duas quadraturas, por um processo chamado de método da variação das constantes
ou de Lagrange.
O método consiste em substituir inicialmente na solução geral da equação incompleta
(homogênea), 𝑦ℎ = 𝐶1 𝑦1 + 𝐶2 𝑦2 as constantes arbitrárias𝐶1 e 𝐶2 por supostas funções de 𝑥,
𝐾1 = 𝐾1 (𝑥) e 𝐾2 = 𝐾2 (𝑥) e impor as estas funções desconhecidas a condição de que 𝑦𝑝 =
𝐾1 𝑦1 + 𝐾2 𝑦2 venha a ser uma solução particular da equação completa.
Derivando 𝑦𝑝 = 𝐾1 𝑦1 + 𝐾2 𝑦2 , obtemos:
𝑦𝑝′ = 𝐾1′ 𝑦1 + 𝐾1 𝑦1′ + 𝐾2′ 𝑦2 + 𝐾2 𝑦2′

𝑦𝑝′ = 𝐾1 𝑦1′ + 𝐾2 𝑦2′ + 𝐾1′ 𝑦1 + 𝐾2′ 𝑦2


Fazendo 𝐾1′ 𝑦1 + 𝐾2′ 𝑦2 = 0, temos:
𝑦𝑝′ = 𝐾1 𝑦1′ + 𝐾2 𝑦2′
Derivando novamente, temos:
𝑦𝑝′′ = 𝐾1′ 𝑦1′ + 𝐾1 𝑦1′′ + 𝐾2′ 𝑦2′ + 𝐾2 𝑦2′′
Substituindo 𝑦, 𝑦′ e 𝑦′′ na equação 𝑦 ′′ + 𝑃1 𝑦 ′ + 𝑃2 𝑦 = 0, obtemos:
𝐾1′ 𝑦1′ + 𝐾1 𝑦1′′ + 𝐾2′ 𝑦2′ + 𝐾2 𝑦2′′ + 𝑃1 (𝐾1 𝑦1′ + 𝐾2 𝑦2′ ) + 𝑃2 (𝐾1 𝑦1 + 𝐾2 𝑦2 ) = 𝑄

𝐾1′ 𝑦1′ + 𝐾1 𝑦1′′ + 𝐾2′ 𝑦2′ + 𝐾2 𝑦2′′ + 𝑃1 𝐾1 𝑦1′ + 𝑃1 𝐾2 𝑦2′ + 𝑃2 𝐾1 𝑦1 + 𝑃2 𝐾2 𝑦2 = 𝑄

𝐾1 (𝑦1′′ + 𝑃1 𝑦1′ + 𝑃2 𝑦1 ) + 𝐾2 (𝑦2′′ + 𝑃1 𝑦2′ + 𝑃2 𝑦2 ) + 𝐾1′ 𝑦1′ + 𝐾2′ 𝑦2′ = 𝑄

Mas ∆1 e ∆2 são iguais a zero, pois 𝑦1 e 𝑦2 são soluções particulares da equação


homogênea associada a 𝑦 ′′ + 𝑃1 𝑦 ′ + 𝑃2 𝑦 = 0. Com isso, construímos o sistema:
𝐾 ′ 𝑦 + 𝐾2′ 𝑦2 = 0
{ 1′ 1′
𝐾1 𝑦1 + 𝐾2′ 𝑦2′ = 𝑄
Resolvendo o sistema acima em 𝐾1′ e 𝐾2′ pela regra de Cramer, temos:
𝑦1 𝑦2
𝐷 = |𝑦 ′ 𝑦 ′ | = 𝑦1 𝑦2′ − 𝑦1′ 𝑦2 = 𝑤, isto é, o determinante dos coeficientes, que é o
1 2
Wronskiano das funções 𝑦1 e 𝑦2 , é diferenciável de zero por hipótese, logo:
0 𝑦2
𝐷1 = | | = −𝑄𝑦2
𝑄 𝑦2′
𝑦 0
𝐷2 = | 1′ | = 𝑄𝑦1
𝑦1 𝑄
𝐷 −𝑄𝑦 𝐷 𝑄𝑦
𝐾1′ = 𝐷1 = 𝑤 2 e 𝐾2′ = 𝐷2 = 𝑤1
Integrando as funções de 𝑥, 𝐾1′ e 𝐾2′ , obtemos:
−𝑄𝑦2
𝐾1 = ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1
𝑤

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CÁLCULO III

𝑄𝑦1
𝐾2 = ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶2
𝑤
Substituindo os valores de 𝐾1 e 𝐾2 na equação 𝑦𝑝 = 𝐾1 𝑦1 + 𝐾2 𝑦2 , obtemos:
−𝑄𝑦2 𝑄𝑦1
𝑦 = (∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1 ) 𝑦1 + (∫ 𝑑𝑥 + 𝐶2 ) 𝑦2
𝑤 𝑤
𝑄𝑦2 𝑄𝑦1
𝑦 = −𝑦1 ∫ 𝑑𝑥 + 𝐶1 𝑦1 + 𝑦2 ∫ 𝑑𝑥 + 𝑦2 𝐶2
𝑤 𝑤
𝑄𝑦2 𝑄𝑦1
𝑦 = −𝑦1 ∫ 𝑑𝑥 + 𝑦2 ∫ 𝑑𝑥 + 𝑦1 𝐶1 + 𝑦2 𝐶2
𝑤 𝑤
𝑦 = 𝑦𝑝 + 𝑦ℎ , que é a solução geral da equação linear completa.

Exemplo:
Encontre a solução da equação 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 5𝑦 = 2𝑒 −𝑥 .
Solução:
1º passo:
Encontrar a solução da equação homogênea 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ + 5𝑦 = 0.
𝑟 2 + 2𝑟 + 5 = 0 ⟶ Equação característica
𝑟1 = −1 + 2𝑖 e 𝑟2 = −1 − 2𝑖
𝑚 = −1 e 𝑛 = 2
A solução neste caso é dado por:
𝑚𝑥 [𝐴𝑐𝑜𝑠(𝑚𝑥)
𝑦=𝑒 + 𝐵𝑠𝑒𝑛(𝑛𝑥)], logo:
𝑦 = 𝐴𝑒 𝑐𝑜𝑠2𝑥 + 𝐵𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥, onde:
−𝑥

𝑦1 = 𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 e 𝑦2 = 𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥

Agora vamos encontrar a solução particular da equação completa, através da fórmula:


𝑄𝑦 𝑄𝑦
𝑦𝑝 = −𝑦1 ∫ 𝑤2 𝑑𝑥 + 𝑦2 ∫ 𝑤1 𝑑𝑥 (∗̅), onde
𝑦1 𝑦2
𝑤 = |𝑦 ′ 𝑦 ′ | (Wronskiano)
1 2
𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥
𝑤 = | −𝑥 |
−𝑒 𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 2𝑒 𝑠𝑒𝑛2𝑥 −𝑒 𝑠𝑒𝑛𝑠2𝑥 + 2𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥
−𝑥 −𝑥
= (𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥)(−𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛𝑠2𝑥 + 2𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥) − (𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥)(−𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 2𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥)
= −𝑒 −2𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 2𝑒 −2𝑥 𝑐𝑜𝑠 2 2𝑥 + 𝑒 −2𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 2𝑒 −2𝑥 𝑠𝑒𝑛2 2𝑥
= 2𝑒 −2𝑥 (𝑐𝑜𝑠 2 2𝑥 + 𝑠𝑒𝑛2 2𝑥) = 2𝑒 −2𝑥 .
Agora substituindo todos os valores encontrados em (∗̅), temos:
2𝑒 −𝑥 𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥 2𝑒 −𝑥 𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥
𝑦𝑝 = −𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 ∫ 𝑑𝑥 + 𝑒 −𝑥
𝑠𝑒𝑛2𝑥 ∫ 𝑑𝑥
2𝑒 −2𝑥 2𝑒 −2𝑥
1 1
𝑦𝑝 = −𝑒 −𝑥 𝑐𝑜𝑠2𝑥 (− 𝑐𝑜𝑠2𝑥) + 𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2𝑥 ( 𝑠𝑒𝑛2𝑥)
2 2
1 −𝑥 1
𝑦𝑝 = 𝑒 𝑐𝑜𝑠 2 2𝑥 + 𝑒 −𝑥 𝑠𝑒𝑛2 2𝑥
2 2
1 −𝑥 1
𝑦𝑝 = 𝑒 (𝑐𝑜𝑠 2 2𝑥 + 𝑠𝑒𝑛2 2𝑥) = 𝑒 −𝑥
2 2
Portanto a solução geral que é dada por 𝑦 = 𝑦𝑝 + 𝑦ℎ é:
1
𝑦 = 𝑒 −𝑥 + 𝑒 −𝑥 (𝐴𝑐𝑜𝑠2𝑥 + 𝐵𝑠𝑒𝑛2𝑥)
2
Exercício

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CÁLCULO III

1) Encontre a solução das equações diferenciais lineares incompletas e completas abaixo:


a) 𝑦 ′′ − 3𝑦 ′ + 2𝑦 = 0; Resp.: 𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 2𝑥 .
b) 𝑥̈ + 8𝑥 + 25𝑥 ̇ = 0; Resp.: 𝑥 = 𝑒 −4𝑡 (𝐴𝑐𝑜𝑠3𝑡 + 𝐵𝑠𝑒𝑛3𝑡).
𝑥
𝑥 𝑥
c) 36𝑦 ′′ + 36𝑦 ′ + 13𝑦 = 0; Resp.: 𝑦 = 𝑒 −2 (𝐴𝑠𝑒𝑛 3 + 𝐵𝑐𝑜𝑠 3).
4𝑥+1
d) 𝑦 ′′ + 2𝑦 ′ − 8𝑦 = 𝑥; Resp.: 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 −4𝑥 − ( ).
32
8𝑥 2 +20𝑥+21
e) 𝑦 ′′ − 5𝑦 ′ + 4𝑦 = 𝑥 2 ; Resp.: 𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 4𝑥 + ( ).
32
2) Encontre a solução geral das equações diferenciais de 2ª ordem abaixo:
𝑑2 𝑦 1 1
a) 𝑑𝑥 2 = 𝑒 2𝑥 + 𝑐𝑜𝑠2𝑥; Resp.: 𝑦 = 4 𝑒 2𝑥 − 4 𝑐𝑜𝑠2𝑥 + 𝐶1 𝑥 + 𝐶2 .
3 3
b) 𝑦 ′′ − 3𝑦𝑦 ′ = 0; Resp.: 𝑦 = 𝐶𝑡𝑔 (2 𝐶𝑥 + 2 𝐶𝐶2 )

Equação Linear de Ordem n


Uma equação diferencial de ordem n se diz linear quando são do 1º grau todas as
derivadas bem como a função incógnita 𝑦. A sua forma geral é:
𝑦 (𝑛) + 𝑃1 𝑦 (𝑛−1) + ⋯ + 𝑃𝑛−1 𝑦 ′ + 𝑃𝑛 𝑦 = 𝑄, onde 𝑄 = 𝑄(𝑥) e 𝑃𝑖 = 𝑃𝑖 (𝑥), 𝑖 = 1,2,3, … , 𝑛.
Isto é, os coeficientes 𝑃𝑖 e o 2º membro 𝑄 são funções unicamente de 𝑥.

Equação Completa e Incompleta


Sempre que 𝑄 ≠ 0, a equação se diz completa ou não homogênea e se, em particular
𝑄 = 0 a equação se diz incompleta ou homogênea.
Para resolver uma equação diferencial linear de ordem 𝑛 incompleta, usaremos os
mesmos métodos já utilizados na resolução das incompletas de 2ª ordem.
Exemplos:
Encontre a solução geral das equações abaixo:
1) 𝑦 + 2𝑦 ′′ + 𝑦 ′ + 2𝑦 = 0;
′′′

Solução:
𝑟 3 + 2𝑟 2 + 𝑟 + 2 = 0 (Equação característica)
𝑟 2 (𝑟 + 2) + 1(𝑟 + 2) = 0
⟺ (𝑟 2 + 1)(𝑟 + 2) = 0
2
⟺ 𝑟 + 1 = 0 ou 𝑟 + 2 = 0
⟺ 𝑟 2 = −1 ou 𝑟 = −2
⟺ 𝑟 = −𝑖 ou 𝑟 = 𝑖 ou 𝑟 = −2
Então 𝑟1 = −𝑖, 𝑟2 = 𝑖 e 𝑟3 = −2.
Assim:
𝑦1 = 𝐶1 𝑒 𝑟1 𝑥 = 𝐶1 𝑒 −𝑖𝑥 = 𝐶1 (𝑐𝑜𝑠𝑥 − 𝑠𝑒𝑛𝑥) = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠𝑥 − 𝐶1 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝑦2 = 𝐶2 𝑒 𝑟2 𝑥 = 𝐶2 𝑒 𝑖𝑥 = 𝐶2 (𝑐𝑜𝑠𝑥 + 𝑠𝑒𝑛𝑥) = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠𝑥 + 𝐶1 𝑠𝑒𝑛𝑥
𝑦3 = 𝐶3 𝑒 −2𝑥

Portanto a solução geral 𝑦 = 𝐶1 𝑐𝑜𝑠𝑥 + 𝐶2 𝑠𝑒𝑛𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥 .

2) 𝑦 ′′′ + 6𝑦 ′′ + 12𝑦 ′ + 8𝑦 = 0;
Solução:
𝑟 3 + 6𝑟 2 + 12𝑟 + 8 = 0 (Equação característica)

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CÁLCULO III

(𝑟 + 2)3 = 0 ⟺ 𝑟 + 2 = 0 ⟺ 𝑟 = −2, logo:


𝑟1 = 𝑟2 = 𝑟3 = −2. Assim a solução geral é dada por:
𝑦 = 𝐶1 𝑒 −2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 −2𝑥 + 𝐶3 𝑥 2 𝑒 −2𝑥
𝑦 = (𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑥 2 )𝑒 −2𝑥

Exercício
Encontre as soluções gerais das equações diferenciais lineares abaixo:
a) 𝑦 ′′′ − 7𝑦 ′′ + 12𝑦 ′ = 0;
b) 𝐷2 (2𝐷 − 1)(𝐷 + 1)3 𝑦 = 0;
c) (𝐷4 + 2𝐷3 − 𝐷2 − 2𝐷)𝑦 = 0;
d) (𝐷5 − 12𝐷3 + 16𝐷 2 )𝑦 = 0;
e) 4𝑦 ′′′ − 12𝑦 ′′ + 21𝑦 ′ − 26𝑦 = 0;
Respostas:
a) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑥 + 𝐶3 𝑒 4𝑥 .
𝑥
b) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 2 + 𝑒 −𝑥 (𝐶4 + 𝐶5 𝑥 + 𝐶6 𝑥 2 ).
c) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 𝑥 + 𝐶3 𝑒 −𝑥 + 𝐶4 𝑒 −2𝑥 .
d) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 −4𝑥 + (𝐶4 + 𝐶5 𝑥)𝑒 2𝑥 .
𝑥
e) 𝑦 = 𝑒 2 (𝐴𝑐𝑜𝑠√3𝑥 + 𝐵𝑠𝑒𝑛√3𝑥) + 𝐶𝑒 2𝑥 .
Já a solução geral da equação diferencial de ordem 𝑛 completa é dada por:
𝑦 = 𝑦𝑝 + 𝑦ℎ , onde 𝑦ℎ é a solução da equação homogênea (incompleta) e 𝑦𝑝 é a solução
particular da equação completa.
Para calcular a solução particular 𝑦𝑝 usaremos o método de Descartes que tem-se três
casos a considerar:
1º caso: 𝑄 é um polinômio inteiro em 𝑥 do grau 𝑚, logo 𝑦𝑝 será um polinômio inteiro em 𝑥,
do grau 𝑚 + ℎ, sendo ℎ a ordem da derivada de menor ordem contida na equação:
Exemplo:
Encontre a solução geral da equação linear 𝑦 ′′′ − 4𝑦 ′ = 1 − 3𝑥.
Solução:
Cálculo de 𝑦ℎ .
𝑦 ′′′ − 4𝑦 ′ = 0
𝑟 3 − 4𝑟 = 0 ⟺ 𝑟(𝑟 2 − 4) = 0
⟹ 𝑟1 = 0, 𝑟2 = 2 e 𝑟3 = −2
𝑦1 = 𝐶1 𝑒 0𝑥 = 𝐶1
𝑦2 = 𝐶2 𝑒 2𝑥
𝑦3 = 𝐶3 𝑒 −2𝑥
Logo:
𝑦ℎ = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 2𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥
Agora 𝑦𝑝 = 𝐴𝑥 2 + 𝐵𝑥 + 𝐶, já que 𝑄 é do 1º grau e a menor ordem da derivada que
aparece na equação é 1, isto é, 𝑚 = 1 e ℎ = 1 ⟹ 𝑚 + ℎ = 2 (2º grau).
Derivando 𝑦𝑝 tem-se:
𝑦𝑝′ = 2𝐴𝑥 + 𝐵
𝑦𝑝′′ = 2𝐴
𝑦𝑝′′′ = 0
Substituindo 𝑦′′′ e 𝑦′′ na equação 𝑦 ′′′ − 4𝑦 ′ = 1 − 3𝑥, temos:

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CÁLCULO III

0 − 8𝐴𝑥 − 4𝐵 = 1 − 3𝑥
⟺ −4𝐵 − 8𝐴𝑥 = 1 − 3𝑥
Usando igualdade de polinômios, temos:
1
−4𝐵 = 1 ⟺ 𝐵 = −
4
3
−8𝐴 = −3 ⟺ 𝐴 = 8
Substituindo os valores de 𝐴 e 𝐵 em 𝑦𝑝 , temos:
3 1
𝑦𝑝 = 𝑥 2 − 𝑥 + 𝐶
8 4
Assim a solução geral 𝑦 = 𝑦𝑝 + 𝑦ℎ será:
3 1
𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 2𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥 + 𝑥 2 − 𝑥 + 𝐶
8 4
2º caso:
𝑦𝑝 é da forma 𝐴𝑥 ℎ 𝑒 𝑘𝑥 , onde ℎ é o grau de multiplicidade de 𝑘 como raiz da equação
característica.
Exemplo:
Encontre a solução geral da equação 𝑦 ′′ − 7𝑦 ′ + 12𝑦 = 3𝑒 −𝑥 .
Solução:
Cálculo de 𝑦ℎ .
𝑦 ′′ − 7𝑦 ′ + 12𝑦 = 0
𝑟 2 − 7𝑟 + 12 = 0 (Equação característica)
⟹ 𝑟1 = 3 e 𝑟2 = 4
Logo:
𝑦ℎ = 𝐶1 𝑒 3𝑥 + 𝐶2 𝑒 4𝑥
𝑦𝑝 = 𝐴𝑒 −𝑥 , uma vez que ℎ = 0, pois −1 não é raiz da equação característica.
Derivando 𝑦𝑝 tem-se:
𝑦𝑝′ = −𝐴𝑒 −𝑥
𝑦𝑝′′ = 𝐴𝑒 −𝑥
Substituindo 𝑦𝑝′′ , 𝑦𝑝′ e 𝑦𝑝 na equação 𝑦 ′′ − 7𝑦 ′ + 12𝑦 = 3𝑒 −𝑥 , temos:
𝐴𝑒 −𝑥 + 7𝐴𝑒 −𝑥 + 12𝐴𝑒 −𝑥 = 3𝑒 −𝑥
⟺ 20𝐴𝑒 −𝑥 = 3𝐴𝑒 −𝑥
3
⟺ 20𝐴 = 3 ⟺ 𝐴 =
20
3 −𝑥
Assim: 𝑦𝑝 = 20 𝑒 .
Portanto a solução geral será:
3 −𝑥
𝑦 = 𝐶1 𝑒 3𝑥 + 𝐶2 𝑒 4𝑥 + 𝑒
20

3º caso:
𝑄 é da forma 𝑠𝑒𝑛𝐾𝑥 ou 𝑐𝑜𝑠𝐾𝑥.
𝑦𝑝 será da forma (𝐴𝑠𝑒𝑛𝐾𝑥 + 𝐵𝑐𝑜𝑠𝐾𝑥)𝑥 ℎ , onde ℎ indica o grau de multiplicidade da
raiz imaginária 𝐾𝑖 como raiz da equação característica.

Exemplos:

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CÁLCULO III

Encontre a solução geral das equações abaixo:


𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
1) 𝑑𝑥 2 − 4 𝑑𝑥 + 3𝑦 = 3𝑠𝑒𝑛2𝑥;
Solução:
𝑦 ′′ − 4𝑦 ′ + 3𝑦 = 0
𝑟 2 − 4𝑟 + 3 = 0
{ 〉 ⟹ 𝑦ℎ = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 3𝑥
⟹ 𝑟1 = 1 e 𝑟2 = 3
Agora, 𝑦𝑝 = (𝐴𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 𝐵𝑐𝑜𝑠2𝑥)𝑥 0 , pois ℎ = 0 já que a equação característica não
apresenta a raiz imaginária 2𝑖 (𝑘 = 2).
Derivando 𝑦𝑝 tem-se:
𝑦𝑝′ = 2𝐴𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 2𝐵𝑠𝑒𝑛2𝑥
𝑦𝑝′′ = −4𝐴𝑠𝑒𝑛2𝑥 − 4𝐵𝑐𝑜𝑠2𝑥
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
Substituindo 𝑦𝑝′′ , 𝑦𝑝′ e 𝑦𝑝 na equação 𝑑𝑥 2 − 4 𝑑𝑥 + 3𝑦 = 3𝑠𝑒𝑛2𝑥, temos:
−4𝐴𝑠𝑒𝑛2𝑥 − 4𝐵𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 4(2𝐴𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 2𝐵𝑠𝑒𝑛2𝑥) + 3(𝐴𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 𝐵𝑐𝑜𝑠2𝑥) = 3𝑠𝑒𝑛2𝑥
⟺ (−𝐴 + 8𝐵)𝑠𝑒𝑛2𝑥 + (−𝐵 − 8𝐴)𝑐𝑜𝑠2𝑥 = 3𝑠𝑒𝑛2𝑥
−𝐴 + 8𝐵 = 3 24 3
⟺{ ⟹ 𝐵 = 65 e 𝐴 = − 65.
𝐵 + 8𝐴 = 0
3 24
Assim: 𝑦𝑝 = − 65 𝑠𝑒𝑛2𝑥 + 65 𝑐𝑜𝑠2𝑥.
Portanto a solução geral será:
3
𝑦 = 𝐶1 𝑒 𝑥 + 𝐶2 𝑒 3𝑥 − 65 (𝑠𝑒𝑛2𝑥 − 8𝑐𝑜𝑠2𝑥).

𝑑4 𝑦 𝑑2 𝑦
2) 𝑑𝑥 4 − 4 𝑑𝑥 2 = 8𝑠𝑒𝑛4𝑥;
Solução:
Cálculo de 𝑦ℎ :
𝑦 ′′′′ − 4𝑦 ′′ = 0
𝑟 4 − 4𝑟 2 = 0 (Equação característica)
⟹ 𝑟1 = 𝑟2 = 0, 𝑟3 = −2 e 𝑟4 = 2
⟹ 𝑦ℎ = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥 + 𝐶4 𝑒 2𝑥
𝑦𝑝 = (𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥)𝑥 0 , pois ℎ = 0 já que a equação característica não apresenta a raiz
imaginária 4𝑖 (𝑘 = 4).
Assim:
𝑦𝑝 = 𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥 derivando tem-se:
𝑦𝑝′ = 4𝐴𝑐𝑜𝑠4𝑥 − 4𝐵𝑠𝑒𝑛4𝑥
𝑦𝑝′′ = −16𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 − 16𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥
𝑦𝑝′′′ = −64𝐴𝑐𝑜𝑠4𝑥 + 64𝐵𝑠𝑒𝑛4𝑥
𝑦𝑝′′′′ = 256𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 256𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥
Substituindo os valores encontrados na equação dada temos:
256𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 256𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥 − 4(−16𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 − 16𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥) = 8𝑠𝑒𝑛4𝑥
256𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 256𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥 + 64𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 64𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥 = 8𝑠𝑒𝑛4𝑥
320𝐴𝑠𝑒𝑛4𝑥 + 320𝐵𝑐𝑜𝑠4𝑥 = 8𝑠𝑒𝑛4𝑥
320𝐴 = 8 1
{ ⟹𝐴= e𝐵 =0
320𝐵 = 0 40
1
Logo 𝑦𝑝 = 40 𝑠𝑒𝑛4𝑥.

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CÁLCULO III

Assim a solução geral será:

1
𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥 + 𝐶4 𝑒 2𝑥 + 𝑠𝑒𝑛4𝑥
40

Exercício
Determine a solução geral das seguintes equações:
a) 𝑦 ′′′ − 2𝑦 ′′ = 3𝑥 2 − 2𝑥 + 1;
b) 𝑦 (4) − 4𝑦 (2) = 3𝑥 3 − 2𝑥 + 1;
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
c) 𝑑𝑥 2 − 7 𝑑𝑥 + 10𝑦 = 8𝑒 2𝑥 ;
𝑑2 𝑦 𝑑𝑦
d) 𝑑𝑥 2 − 4 𝑑𝑥 + 4𝑦 = 8𝑒 2𝑥 ;
𝑑3 𝑦 𝑑𝑦
e) 𝑑𝑥 3 − 4 𝑑𝑥 = 12𝑠𝑒𝑛2𝑥;
f) 𝑦 (4) − 2𝑦 (2) + 𝑦 = 4𝑠𝑒𝑛𝑥.
Respostas:
𝑥4 𝑥3 3𝑥 2
a) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 2𝑥 − − 12 − .
8 8
3𝑥 5 5𝑥 3 𝑥2
b) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑥 + 𝐶3 𝑒 −2𝑥 + 𝐶4 𝑒 2𝑥 − − − ;
80 48 8
8
c) 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑒 5𝑥 − 3 𝑥𝑒 2𝑥 ;
d) 𝑦 = 𝐶1 𝑒 2𝑥 + 𝐶2 𝑥𝑒 2𝑥 4𝑥 2 𝑒 2𝑥 ;
3
e) 𝑦 = 𝐶1 + 𝐶2 𝑒 −2𝑥 + 𝐶3 𝑒 2𝑥 + 4 𝑐𝑜𝑠2𝑥;
𝑥2
f) 𝑦 = − 𝑠𝑒𝑛𝑥 + (𝐶1 + 𝐶2 𝑥)𝑐𝑜𝑠𝑥 + (𝐶3 + 𝐶4 𝑥)𝑠𝑒𝑛𝑥.
2

A Transformada de Laplace
Nos últimos anos, a transformada de Laplace tem sido utilizada em muitas aplicações
na resolução de certos tipos de equações diferenciais, embora seu uso seja até certo ponto
limitado.
A transformada de Laplace de uma função 𝑓, que representamos por 𝐿[𝑓], é definida
por:

* 𝐿[𝑓] = ∫0 𝑒 −𝑝𝑥 𝑓(𝑥)𝑑𝑥
É claro que 𝐿[𝑓] existirá quando for convergente a integral imprópria *. Assim,
existindo a integral *, 𝐿[𝑓] será uma função de 𝑝.
Vejamos algumas transformadas de Laplace:
1
𝑓(𝑥) = 1, 𝐿[𝑓] = , 𝑝 > 0
𝑝
1
𝑓(𝑥) = 𝑥, 𝐿[𝑓] = 2 , 𝑝 > 0
𝑝
𝑎
𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑎𝑥), 𝐿[𝑓] = 2 ,𝑝 > 0
𝑝 + 𝑎2
𝑝
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠(𝑎𝑥), 𝐿[𝑓] = 2 ,𝑝 > 0
𝑝 + 𝑎2
1
𝑓(𝑥) = 𝑒 𝑎𝑥 , 𝐿[𝑓] = ,𝑝 > 𝑎
𝑝−𝑎

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CÁLCULO III

𝑛!
𝑓(𝑥) = 𝑥 𝑛 , 𝐿[𝑓] = , 𝑛 inteiro positivo
𝑝𝑛+1
Estes resultados são facilmente obtidos fazendo aplicação direta da definição da
transformada de Laplace.

Exemplo:
Seja 𝑓(𝑥) = 𝑥, calcule 𝐿[𝑓].
Solução:

Por definição 𝐿[𝑓] = ∫0 𝑒 −𝑝𝑥 𝑓(𝑥)𝑑𝑥, então:

𝐿[𝑓] = ∫ 𝑒 −𝑝𝑥 𝑥𝑑𝑥
0
−𝑝𝑥
𝑥𝑒 −𝑝𝑥 𝑒 −𝑝𝑥 𝑥𝑒 −𝑝𝑥 1 𝑒 −𝑝𝑥 𝑥𝑒 −𝑝𝑥 1 −𝑝𝑥
∫⏟𝑥 𝑒⏟ 𝑑𝑥 = − +∫ 𝑑𝑥 = − + . =− − 2.𝑒
𝑢 𝑑𝑣
𝑝 𝑝 𝑝 𝑝 −𝑝 𝑝 𝑝
𝑥 1 −𝑝𝑥
= (− − 2 ) 𝑒
𝑝 𝑝
𝑢 = 𝑥 ⟹ 𝑑𝑢 = 𝑑𝑥
−𝑝𝑥
𝑒 −𝑝𝑥
𝑑𝑣 = 𝑒 ⟹𝑣=
−𝑝
Logo:

−𝑝𝑥
𝑥 1 −𝑝𝑥 +∞ 1 1
∫ 𝑒 𝑥𝑑𝑥 = (− − 2 ) 𝑒 | = 0 − (− 2 ) = 2
0 𝑝 𝑝 0
𝑝 𝑝
Assim:
1
𝐿[𝑓] = 2 , 𝑝 > 0
𝑝
Segue-se da definição da transformada de Laplace, que se 𝐶1 e 𝐶2 forem constantes,
e se 𝐿[𝑓1 ] e 𝐿[𝑓2 ] existem, então: 𝐿[𝐶1 𝑓1 + 𝐶2 𝑓2 ] = 𝐶1 𝐿[𝑓1 ] + 𝐶2 𝐿[𝑓2 ], isto é, a transformada
de Laplace é um operador linear. Assim, se 𝐾 for uma constante qualquer, 𝐿[𝐾] = 𝐾𝐿[1] =
𝐾 𝑛] 𝑛] 𝐾𝑛!
, 𝑝 > 0 e 𝐿[𝐾𝑥 = 𝐾𝐿[𝑥 = (𝑝 > 0, 𝑛 inteiro positivo).
𝑝 𝑝𝑛+1
Analogamente,
3 2
𝐿[3𝑥 + 2] = 3𝐿[𝑥] + 2𝐿[1] = + ,𝑝 > 0
𝑝2 𝑝

* Teorema de existência da Transformada de Laplace


Se para 𝑥 suficientemente grande |𝑓(𝑥)| < 𝑀𝑒 𝑎𝑥 , sendo 𝑀 e 𝑎 constantes, então
𝑓(𝑥) possui transformada de Laplace. Uma função com esta proporiedade diz-se de ordem
exponencial.
As funções 𝑥 𝑛 , 𝑒 3𝑥 e 𝑠𝑒𝑛10𝑥, são exemplos de funções de ordem exponencial.
2
Assim, elas possuem transformada de Laplace. As funções 𝑒 𝑥 e 𝑥 𝑥 são exemplos de funções
de crescimento muito rápido para possuir transformada de Laplace, ela não é de ordem
exponencial.

* Aplicações da Transformada de Laplace

Prof. Me. Antonio Gomes 34


CÁLCULO III

Para aplicarmos a transformada de Laplace na resolução de equações diferenciais,


necessitaremos de fórmulas para a transformada de uma derivada. São elas:
𝐿[𝑦′] = 𝑝𝐿[𝑦] − 𝑦(0)
𝐿[𝑦′′] = 𝑝2 𝐿[𝑦] − [𝑦′(0) + 𝑝𝑦(0)]
𝐿[𝑦′′′] = 𝑝3 𝐿[𝑦] − [𝑦 ′′ (0) + 𝑝𝑦 ′ (0) + 𝑝2 𝑦(0)]
𝐿[𝑦 (𝑛) ] = 𝑝𝑛 𝐿[𝑦] − [𝑦 (𝑛−1) (0) + 𝑝𝑦 (𝑛−2) (0) + ⋯ + 𝑝(𝑛−1) 𝑦(0)]

Exemplos:
1) Resolver 𝑦 ′′ − 3𝑦 ′ + 2𝑦 = 𝑠𝑒𝑛2𝑥, 𝑦(0) = 1 e 𝑦 ′ (0) = 1.
Solução:
𝐿[𝑦′′] − 3𝐿[𝑦′] + 2𝐿[𝑦] = 𝐿[𝑠𝑒𝑛2𝑥]
2
𝑝2 𝐿[𝑦] − [𝑦′(0) + 𝑝𝑦(0)] − 3[𝑝𝐿[𝑦] − 𝑦(0)] + 2𝐿[𝑦] =
𝑝2 +4
2
𝐿[𝑦](𝑝2 − 3𝑝 + 2) − (1 + 𝑝 + 3) =
𝑝2 +4
2
(𝑝2 − 3𝑝 + 2)𝐿[𝑦] = +1+𝑝+3
𝑝2 + 4
2
(𝑝2 − 3𝑝 + 2)𝐿[𝑦] = 2 +4+𝑝
𝑝 +4

2 1
𝐿[𝑦] = [ + 4 + 𝑝] . [ 2 ]
+4 𝑝2 𝑝 − 3𝑝 + 2
2 4 𝑝
𝐿[𝑦] = 2
+ +
(𝑝 − 1)(𝑝 − 2)(𝑝 + 4) (𝑝 − 1)(𝑝 − 2) (𝑝 − 1)(𝑝 − 2)
1 𝐴 𝐵
= +
(𝑝 − 1)(𝑝 − 2) 𝑝 − 1 𝑝 − 2
1 𝐴(𝑝 − 2) + 𝐵(𝑝 − 1)
⟺ =
(𝑝 − 1)(𝑝 − 2) (𝑝 − 1)(𝑝 − 2)
⟺ 𝐴𝑝 − 2𝐴 + 𝐵𝑝 − 𝐵 = 1
(𝐴 + 𝐵)𝑝 − 2𝐴 − 𝐵 = 1
𝐴+𝐵 =0
{ ⟹ 𝐴 = −1 e 𝐵 = 1
−2𝐴 − 𝐵 = 1
Logo:
1 −1 1
= +
(𝑝 − 1)(𝑝 − 2) 𝑝 − 1 𝑝 − 2
Também:
1 𝐴 𝐵 𝐶𝑝 𝐷
2
= + + 2 + 2
(𝑝 − 1)(𝑝 − 2)(𝑝 + 4) 𝑝 − 1 𝑝 − 2 𝑝 + 4 𝑝 + 4
⟺ 𝐴(𝑝 − 2)(𝑝2 + 4) + 𝐵(𝑝 − 1)(𝑝2 + 4) + 𝐶𝑝(𝑝 − 1)(𝑝 − 2) + 𝐷(𝑝 − 1)(𝑝 − 2) = 1
⟺ 𝐴(𝑝3 − 2𝑝2 + 4𝑝 − 8) + 𝐵(𝑝3 − 𝑝2 + 4𝑝 − 4) + 𝐶(𝑝3 − 3𝑝2 + 2𝑝 + 0)
+ 𝐷(𝑝2 − 3𝑝 + 2) = 1
𝐴 + 𝐵 + 𝐶 + 0𝐷 = 0
−2𝐴 − 𝐵 − 3𝐶 + 𝐷 = 0
⟹ { 4𝐴 + 4𝐵 + 2𝐶 − 3𝐷 = 0
−8𝐴 − 4𝐵 + 0𝐶 + 2𝐷 = 1

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CÁLCULO III

1 1 1 0
0
−2 −1 −3 1
0
4 4 2 −3 = [0]
−8 −4 0 2
[ ] 1
Resolvendo o sistema, obtemos:
𝐴 = −0,2, 𝐵 = 0,125, 𝐶 = 0,075 e 𝐷 = −0,05.
1 1 𝑝 0,1 2
𝐿[𝑦] = −0,4. + 0,25. + 0,15. 2 − .
𝑝−1 𝑝−2 𝑝 + 22 2 𝑝2 + 22
𝑥 2𝑥
𝑦 = −0,4𝑒 + 0,25𝑒 + 0,15𝑐𝑜𝑠2𝑥 − 0,05𝑠𝑒𝑛2𝑥

2) Resolver 𝑦 ′′ + 4𝑦 = 2𝑥, 𝑦(0) = 0, 𝑦 ′ (0) = 1.


Solução:
𝐿[𝑦′′] + 4𝐿[𝑦] = 2𝐿[𝑥]
⟺ 𝑝 𝐿[𝑦] − [𝑦 ′ (0) + 𝑝𝑦(0)] + 4𝐿[𝑦] = 2𝐿[𝑥]
2
2
⟺ 𝑝2 𝐿[𝑦] − (1 + 0) + 4𝐿[𝑦] = 2
𝑝
2
⟺ (𝑝2 + 4)𝐿[𝑦] = 2 + 1
𝑝
2 + 𝑝2 1
⟺ 𝐿[𝑦] = 2
. 2
𝑝 𝑝 +4
2 + 𝑝2
⟺ 𝐿[𝑦] = 2 2
𝑝 (𝑝 + 4)
Mas,
2 + 𝑝2 2 1
2 2
= 2 2 + 2
𝑝 (𝑝 + 4) 𝑝 (𝑝 + 4) 𝑝 + 4
2+𝑝2 𝐴 𝐵 1
Fazendo 𝑝2 (𝑝2 +4) = 𝑝2 + 𝑝2 +4 + 𝑝2 +4, temos:
𝐴(𝑝2 + 4) + 𝐵𝑝2 = 2
𝐴+𝐵 =0 1 1
⟹{ ⟹𝐴= e𝐵 =−
4𝐴 = 2 2 2
Logo:
1 1 1 1 1
𝐿[𝑦] = . 2 − . 2 + 2
2 𝑝 2 𝑝 +4 𝑝 +4

1 1 1 1
⟺ 𝐿[𝑦] = . 2+ . 2
2 𝑝 2 𝑝 +4
1 1 1 2
⟺ 𝐿[𝑦] = . 2 + . 2
2 𝑝 4 𝑝 + 22
𝑥 1
⟺ 𝐿[𝑦] = + 𝑠𝑒𝑛2𝑥
2 4

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CÁLCULO III

Exercício
1) Seja 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, calcule 𝐿[𝑓] pela definição da transformada de Laplace.
2) Resolver 𝑦 ′′ − 𝑦 = 1 + 𝑥, 𝑦(0) = 3, 𝑦 ′ (0) = 0.
3) Resolver 𝑦 ′′ + 4 = 𝑒 3𝑥 + 𝑐𝑜𝑠𝑥, 𝑦(0) = 2, 𝑦 ′ (0) = 10.

Respostas:
𝑝
1) 𝑝²+1
5 3
2) 𝑦 = −1 − 𝑥 + 2 𝑒 𝑥 + 2 𝑒 −𝑥
26 29 1
3) 𝑦 = + 𝑥 + 9 𝑒 3𝑥 − 𝑐𝑜𝑠𝑥 − 2𝑥²
9 3

Bons estudos!

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