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 Os Polímeros

 A designação Polímero* compreende uma classe de substâncias


naturais ou sintéticas constituídas por moléculas muito grandes –
macromoléculas# - que são múltiplos de unidades químicas mais
simples designadas por monómeros
 Os polímeros estão presentes nos organismos vivos, como por
exemplo: proteínas, ácidos nucleicos, celulose, lignina, –
polímeros naturais
 Com o final da Segunda Guerra Mundial a área científica de Polímeros
materiais sofreu uma revolução com o advento dos polímeros
sintéticos – actualmente, serão mais de 45 000 os polímeros
sintetizados

Polímeros

Naturais Sintéticos

*Do grego polymerés - ”composto de várias partes”


# Designação introduzida, em 1922, pelo químico alemão Hermann Staudinger
 Os Polímeros – O Elemento Carbono
 Constituindo aproximadamente 0,09 % da crusta terrestre, o elemento carbono é muito provavelmente o mais
versátil e extraordinário dos elementos conhecidos
 Dentre as principais características do átomo de carbono destacam-se: i) a tetravalência; ii) a capacidade de formar
ligações simples, duplas e triplas; iii) a capacidade de se combinar com metais e não-metais, iv) a capacidade de os
átomos de carbono se ligarem entre si constituindo cadeias com diversas disposições (abertas, fechadas, lineares
ou ramificadas) – “esqueleto carbonado”
 Nenhum elemento químico apresenta a capacidade de formar cadeias tão longas, diversas e estáveis como o
carbono
Eteno (Etileno) – C2H4
Metano – CH4
Etino (Acetileno) – C2H2

 O número atómico do carbono é 6, e sua configuração eletrónica apresenta 4 electrões de valência (6C - 1s2 2s2 2p2)
 O átomo de carbono estabelece quatro ligações covalentes (tetravalência) – por forma a completar o octeto, atingindo
uma configuração electrónica mais estável (configuração de gás raro ou nobre – 8 electrões de valência)
 A tetravalência do carbono foi reconhecida em 1858 por August Kekulé
 Os Polímeros – O Elemento Carbono
 O carbono apresenta a capacidade única para formar longas cadeias e anéis estáveis com cinco ou seis membros
 Este fenómeno designa-se por concatenação – ligação entre átomos idênticos

Octano – C8H18 Benzeno – C6H6


 Os Polímeros – O Elemento Carbono
 A grafite e o diamante são formas alotrópicas do carbono
 O carbono apresenta a capacidade única para formar longas cadeias e anéis estáveis com cinco ou seis membros
 Este fenómeno designa-se por concatenação – ligação entre átomos idênticos

Diamante Grafite

 No diamante, cada átomo de carbono encontra-se ligado tetraedricamente a quatro átomos de carbono – formando-se uma
estrutura cristalina
 O diamante é a substância natural de maior dureza
 Na grafite, embora existam ligações covalentes fortes entre átomos de carbono em cada camada, existem apenas forças
fracas entre as camadas (forças intermoleculares) – o que permite que as camadas de grafite possam deslizar umas sobre a
outras
 Os Polímeros
 Mero é a unidade de repetição na cadeia polimérica. A designação mero tem origem na palavra grega meros – que
significa parte – um único mero é designado de monómero
 Monómero é o composto molecular simples que se liga covalentemente a outro, de modo a formar longas cadeias
moleculares

Monómero Mero

A unidade de repetição
Eteno (Etileno) – C2H4
(mero) do polímero
polietileno
 Para que um monómero polimerize,
tem que possuir, pelo menos duas
ligações químicas activas – monómero
bifuncional – o que conduz à formação de
cadeias de lineares
 Polímeros como o polietileno, que
resultam da ligação sequencial
monómeros à cadeia em crescimento
designam-se por polímeros de adição Polietileno (PE)
 Os Polímeros
 Alguns dos polímeros comercialmente mais importantes : polietileno (PE), policloreto de vinilo (PVC), polipropileno
(PP) e poliestireno (PS)

Mero
Polímero
Unidade de Repetição

Polietileno
(PE)

Policloreto de vinilo
(PVC)

Polipropileno
(PP)

Poliestireno
(PS)
 Os Polímeros

 Se um polímero apenas é constituído por um tipo monómero a molécula resultante é um homopolímero


 Quando se usam diferentes tipos de monómeros temos um copolímero (ABS: acrilonitrilo - butadieno - estireno)
 Os copolímeros são formados por cadeias poliméricas com duas ou mais unidades de repetição – esta diversidade
estrutural proporciona uma maior diversidade de aplicações

a) Copolímeros aleatórios - os monómeros estão

distribuídos aleatoriamente ao longo da cadeia

b) Copolímeros alternados - os monómeros estão

dispostos alternadamente

c) Copolímeros por blocos - os monómeros estão dispostos

em blocos relativamente longos de cada um dos

monómeros

d) Copolímeros ramificados - ramificações laterais de um

tipo de monómero estão “enxertados” na cadeia principal

do outro tipo de monómero


 Os Polímeros
 Durante a polimerização as diferentes cadeias de polímeros não irão crescer até ao mesmo comprimento – logo
possuirão diferentes massas moleculares
 No caso dos polímeros fala-se em massas moleculares médias
 Grau de polimerização (GP) é uma forma alternativa de expressar o tamanho médio da cadeia de um polímero
– o grau de polimerização representa o número de unidades de mero na cadeia molecular do polímero
 Os polímeros sólidos (polímeros de elevado peso molecular), de maior interesse para a engenharia, possuem
massas moleculares acima de 10 000 g/mol até aos milhões de g/mol

Segmento de uma
cadeia de
Polietileno Mero do Polietileno
 O grau de polimerização médio do PE
pode variar entre 3500 e 25000
 O que corresponde a massas
moleculares médias entre 100 000 e
700 000 g/mol

 Se um determinado tipo de 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑃𝑜𝑙í𝑚𝑒𝑟𝑜


𝐺𝑃 =
polietileno tiver uma massa 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑀𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑜 𝑀𝑒𝑟𝑜
molecular média de 150 000 g/mol,
150 000
qual o grau de polimerização? 𝐺𝑃 = = 5357 meros
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 Polímeros
 É habitual classificar os polímeros em grupos que apresentam propriedades semelhantes: termoplásticos,
termoendurecíveis e elastómeros – esta classificação tem ainda a vantagem de refletir a estrutura molecular
subjacente

Polímeros

Termoplásticos Termoendurecíveis Elastómeros

 Termoplásticos - necessitam de calor para serem conformados e após o arrefecimento, mantêm a forma adquirida durante a
conformação. Podem ser repetidamente processados sob aquecimento sem que haja alterações significativas nas suas propriedades.
São constituídos por cadeias de átomos ligados covalentemente – as cadeias estão ligadas entre si por forças intermoleculares
(ligações secundárias). Alguns Exemplos: polietileno (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinilo (PVC).

 Termoendurecíveis - são materiais cuja polimerização só é finalizada através de uma reacção química (processo de cura), que conduz à
formação de uma estrutura macromolecular reticulada (rede tridimensional), de átomos ligados covalentemente entre si, de modo a
formar um sólido rígido. Este materiais não podem ser refundidos e reprocessados - ao serem aquecidos sofrem
degradação/decomposição. Alguns Exemplos: resinas fenólicas, poliésteres insaturados, resinas epoxídicas.

 Elastómeros ou borrachas – são materiais poliméricos cujas dimensões podem variar significativamente por acção de uma tensão, mas
que regressam às dimensões iniciais (ou quase) após a remoção da tensão que lhes provoca deformação.
Alguns Exemplos: borracha natural (polímero de isopreno), borracha de estireno-butadieno, borrachas de nitrilo.
 Os Polímeros

Termoplásticos Termoendurecíveis

 São constituídos por longas cadeias de átomos  São formados por uma estrutura molecular
ligados covalentemente – as cadeias estão ligadas reticulada constituída por ligações covalentes
entre si por forças intermoleculares (ligações  A reticulação (formação de ligações cruzadas –
secundárias) cross-linking) pode ocorrer à temperatura ambiente
 Estes materiais podem ser reaquecidos e (curados a frio), por aquecimento, ou através de uma
reutilizados repetidamente combinação de calor e pressão
 Os termoplásticos são ainda subdivididos em  Não podem ser aquecidos ou refundidos
amorfos e semicristalinos (não há polímeros (ao contrário do que sucede com os termoplásticos)
100 % cristalinos) - não podem ser reciclados
 O aumento do grau de cristalinidade aumenta a  São, em geral, mais rígidos, mais resistentes e mais
resistência à tração do material polimérico e a frágeis
sua densidade – o empilhamento das cadeias é  Apresentam elevada estabilidade térmica
mais compacto  Boas propriedades de isolamento térmico e
 São, em geral, menos rígidos, menos resistentes e eléctrico
mais dúcteis  Rigidez elevada
 Boa resistência química  Estabilidade dimensional elevada
 Plásticos

 Um polímero é resultante de uma reacção de polimerização entre monómeros


 Um plástico é um polímero ao qual foram adicionados aditivos (corantes/pigmentos, retardadores de chama,
estabilizadores, etc.) – com o objectivo de melhorar algumas propriedades
 Plásticos mais importantes: polietileno (PE), policloreto de vinilo (PVC), polipropileno (PP) e poliestireno (PS)

Tubos em PE Tubagens em PVC

 De um modo geral, a utilização de


plásticos apresenta várias vantagens:
i) Redução do número de peças
ii) Eliminação de operações de acabamento
iii) Montagem simplificada

Poliestireno Expandido iv) Diminuição de peso


Tubagens em PP
(Esferovite) v) Excelentes propriedades isolantes
vi) Resistência química em diferentes
meios
vii) Possibilidade de coloração e
revestimento
 Plásticos – Polietileno (PE)

 O Polietileno é um termoplástico translúcido frequentemente fabricado na forma de filme


 Recorrendo a corantes é possível obter uma grande diversidade de produtos coloridos
 Há, genericamente dois tipos de polietileno: i) polietileno de baixa densidade (LDPE) – que possui uma estrutura
ramificada; ii) polietileno de alta densidade (HDPE) – que possui uma estrutura em cadeia linear
 É um dos plásticos de maior consumo

 O emaranhado das cadeias contribui para a resistência mecânica


Cadeias de Polietileno Linear
do material
 O polietileno linear é mais denso e mais resistente, mas é mais
caro e mais difícil de fabricar
 A existência de ramificações torna o material:
i) Menos compacto
ii) Favorece uma estrutura não cristalina
iii) Enfraquece as ligações secundárias (forças intermoleculares entre
as cadeias)
iv) Diminui a resistência à tracção do material polimérico.

Propriedades Aplicações
Baixo custo Recipientes
Processamento fácil Isoladores eléctricos
Excelente resistência à corrosão Tubagens
Boa resistência e flexibilidade a baixa T Filmes e embalagens
Sem odor, sabor e não tóxico Revestimento de Reservatórios
Óptimas propriedades de isolamento Utensílios Domésticos
 Plásticos – Policloreto de vinilo (PVC)
 O policloreto vinilo (PVC) é um material termoplástico incolor e duro, que pode ser fabricado em várias formas,
incluindo espumas, películas e fibras
 A sua extensa aplicação é essencialmente atribuída à sua elevada resistência química e à sua capacidade para se
misturar com aditivos, o que permite produzir um grande número de compostos com uma vasta gama de
propriedades físicas e químicas
 A presença de átomos de cloro origina um material que é
Secção de uma cadeia de PVC essencialmente amorfo – o tamanho do átomo de cloro
dificulta a aproximação das cadeias
 Mas a sua presença permite que as forças de coesão (forças
intermoleculares) entre as macromoléculas aumente – o que
Átomo
de cloro se traduz numa maior resistência e rigidez
.
 A menor flexibilidade das cadeias poliméricas conduz a uma
maior dificuldade em processar este polímero
 A combinação com aditivos (plastificantes) facilita o
processamento e permite aumentar, significativamente, a
gama de produtos produzidos

Aplicações
Propriedades Tubos e condutas
Baixo custo Janelas
Excelente resistência química Pavimentos
Fácil combinação com diversos aditivos Revestimentos
Boa Resistência (PVC rígido) Tecidos sintéticos
Boa Fexibilidade (PVC flexível) Isolamento eléctrico
 Plásticos – Polipropileno (PP)

 O polipropileno é um termoplástico que apresenta algumas características do polietileno, mas é mais resistente e
duro
 Os grupos metilo (CH3) podem adoptar três tipos de arranjos espaciais em relação à cadeia de carbono, mas na
prática apenas a forma isotáctica (isto é, com os grupos metilo dispostos ao longo do mesmo lado da cadeia) é
comercializada em quantidades significativas

A unidade de repetição
(mero) do polímero  O polipropileno difere do polietileno na
polipropileno presença de um grupo metilo na cadeia
principal
 Este grupo restringe os movimentos
moleculares, resultando num material mais
resistente mas menos flexível

Propriedades
Aplicações
Baixo custo
Embalagens
Boa resistência química
Utensílios domésticos
Boa resistência ao calor
Componentes de electrodomésticos
Boa resistência à flexão
Fibras
Boa dureza superficial
Isolamentos eléctricos
Estabilidade dimensional
 Plásticos – Poliestireno (PS)

 O poliestireno é um termoplástico transparente, com elevada rigidez e frágil


 A presença dos grupos fenilo (C6H5) influencia significativamente as propriedades do poliestireno
 A presença do grupo fenilo aumenta a resistência e a rigidez, mas reduz a ductilidade

Cadeias de Poliestireno

 A presença do grupo fenilo vai resultar


numa configuração rígida em consequência
de bloqueios espaciais significativos – uma
vez que os anéis fenilo vão restringir a
rotação das cadeias em torno das ligações
carbono-carbono

Propriedades Aplicações
Facilidade de Processamento Recipientes e Embalagens
Estabilidade dimensional Utensílios domésticos
Boa estabilidade térmica Isolamentos térmico e acústico (esferovite)
Excelente isolador Utilizado na produção de copolímeros: estireno-acrilonitrilo (SAN) e
Sem odor e cheiro acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS)
 Fontes consultadas na elaboração da apresentação:

1. R. Chang, Chemistry, 10th Edition, McGraw-Hill, 2010


2. W. F. Smith., Princípios de Ciência e Engenharia dos Materiais,
3ª Edição, McGraw-Hill, 1998
3. W. D. Callister Jr., D. G. Rethwisch, Materials Science and
Engineering: An Introduction, 7th Edition , John Wiley & Sons,
2007 Bibliografia
4. https://www.britannica.com/
5. http://www.chemtube3d.com/polymer/

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