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Prólogo poder se aproximando e crispando os lábios gritou

o mais baixo que pode para seus vermes.


Eram um bando de estúpidos. Todos aqueles Todos os monstros pararam de remexer-se, e
vermes inúteis eram terríveis, e se Zalador o por um momento a floresta ficou em silêncio.
pudesse, faria aquele exaustivo trabalho sozinho. Demorou somente mais alguns minutos antes
Eram doze ao todo. O grupo era composto pelo que os quatro cavaleiros passassem pela clareira.
mago e por mais doze Rarth’ens, aquelas O primeiro que apareceu foi um jovem com pouco
enormes bestas peludas, com dentes afiados e mais que vinte anos. Tinha cabelos brancos como
chifres pontudos. Havia sido difícil escondê-las a neve e azuis como gelo. Levava as costas uma
naquela mata, pois além de seus chifres, cada um enorme espada de duas mãos, e usava uma
daqueles horrendos monstros tinha exatos dois armadura sem elmo, com no peitoral, um enorme
metros. lobo azul pintado com tintas não humanas.
Logo, Zalador percebeu que o mais difícil não Montava num grande corcel azul.
havia sido escondê-los, e sim mantê-los em O segundo tinha cabelos castanhos e uma
silêncio para a emboscada. A floresta escura era armadura de cobre. Ao invés do primeiro, que
fria e silenciosa, e rapidamente, todos os mantinha os cabelos curtos, esse segundo
Rarth’ens rapidamente cansaram-se de esperar, deixava seus enormes cabelos caírem pelo corpo,
alguns deles começando a remexer-se terminando na cintura, à moda dos elfos. Não
desconfortáveis, tentando diminuir o peso de um levava nenhuma espada, mas tinha as mãos
dos enormes cascos fendidos. O cheiro pútrido cobertas por enormes manoplas acobreadas, o
que saída do pelo das bestas, também não dobro do tamanho de qualquer manopla normal.
ajudara o líder, que teve de ajeitá-los contra o Em seu colo, descansava seu elmo, com a figura
vento, para que suas presas não sentissem o entalhada de um enorme urso, que também era o
repugnante odor. brasão de sua armadura.
Era para mais de meia noite, e os Rarth’ens A próxima usava uma armadura completa,
começaram a ficar cegos pela escuridão, mal feita somente de jade. A pedra verde refletia a luz
conseguindo vigiar a pequena trilha por onde os do luar e confundia os olhos dos monstros ao
alvos passariam. Zalador enxergava redor. Não se podia ver seu rosto, pois grande
perfeitamente, como se todos estivessem em uma elmo estava em sua cabeça, com a figura de uma
clareira iluminada. Sibilando, sentiu um forte águia. Carregava um arco de madeira de carvalho
em suas costas, apesar de não usar aljava.
O último tinha no máximo doze anos. Seus pés monstros que o atacavam. O retinir de aço se
não alcançavam os estribos do grande cavalo que ouviu, quando o homem com armadura de cobre
usava, usa armadura feita de ouro era a menor rapidamente usou suas manoplas para parar as
que Zalador havia visto. Também não se via seu tortas e malfeitas espadas de seus inimigos, com
rosto, apesar de não usar um elmo que o elmo já vestido.
combinasse com sua armadura. O elmo de ouro, Era sua chance. O feiticeiro gritou uma
com o símbolo do leão, também representado em invocação, e um enorme círculo de fogo se
seu peitoral, estava em seu colo, e em sua cabeça formou na floresta, não permitindo que nenhum
residia um enorme elmo com formato de lobo, dos quatro fugissem. Murmurou mais palavras,
prateada e com os olhos azuis. Parecia ser o elmo fazendo com que um arco feito de sombras
faltante na armadura do primeiro cavaleiro. aparecesse subitamente em suas mãos.
Os quatro atravessaram os esconderijos. O Quando puxou a corda, uma enorme flecha
tempo estava chegando, e Zalador desembainhou negra se formou, e ele conseguiu acertar o cavalo
a espada fina. Feita com um material que parecia da fugitiva, que antes que o animal caísse
vidro, mas muito mais forte do que ferro. Poderia inteiramente no chão, conseguiu pular da sela, e
perfurar as armaduras daqueles homens em um se embrenhar pela floresta. Zalador a esqueceu
piscar de olhos. por enquanto. O círculo de fogo a manteria por
O mago ajeitou-se em suas vestes, negras perto.
como a noite, cobertas por uma enorme capa e Focou no homem, que agora vestia o enorme
deu o sinal. Ouviu o rugido aterrorizante das elmo de lobo.
bestas, e logo ouviu-se o grito de batalha quando O Inverno estava ali. Finalmente, pensou,
espadas cruzaram com outras, trazendo a noite enquanto observava o homem lutar contra quatro
vida. Rarth’ens sozinho. Ergueu o arco, usando seus
Zalador não teve tempo de registrar tudo o dedos para mirar. Outra flecha apareceu na corda
que vira. Mas viu o primeiro homem de seu arco negro.
desembainhar a espada, e gritar uma ordem, Respirou profundamente, e soltou a corda.
enquanto a moça, ao invés de lutar, chicoteou seu
cavalo, para que este fosse mais rápido.
Grandes berros ouviam-se do garoto, que
desembainhara uma pequena faca, mas que a
movia com precisão, conseguindo trucidar os três

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