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Prólogo

Elisabeth GreyCastle devorou em pouco tempo as últimas páginas de seu


livro, que transformava um clímax intenso em um final emocionante.
Planejava somente terminar um capítulo quando abriu o livro, mas sempre
fora apaixonada por leitura, e por isso, mal viu o tempo passar enquanto
devorava capítulos e capítulos. Estava esperando sua colega de quarto Erin
chegar para que assistissem um documentário que Elisabeth havia separado
para elas. Mas até agora, a pontualidade não se demonstrava o forte de Erin,
e por isso a garota distraia-se com aquele maravilhoso livro.
Estava pronta para quando Erin chegasse. Já haviam se passado três
horas desde a hora marcada por Elisabeth, e esta estava pronta para jorrar
comentários sarcásticos quando sua colega de quarto chegasse pela porta
da frente e começasse a murmurar desculpas e mais desculpas para seja lá
o que estava fazendo. Os nós dos dedos de Elisabeth ficaram brancos,
enquanto apertava o livro com todas as suas forças. Seja lá o que estivesse
fazendo. Ela sabia muito bem o que levara Erin a sair aquela noite, e sabia
exatamente o que estava fazendo. Elas já haviam discutido várias vezes
sobre o assunto.
Passos vindos do corredor a alarmaram. Ergueu um pouco os olhos do
livro e tratou de escutar quem estivesse do lado de fora da porta branca.
Passos, abafados demais. Queria se esconder? Outros passos. Humano? Não,
cachorro... Voltou seus olhos para o livro. Erin estava chegando. A
GreyCastle terminou as últimas linhas da página antes de fechar o livro que
estava lendo, e ajeitar-se confortavelmente na poltrona, tão ajeitada quanto
uma mãe pronta para emboscar algum adolescente fujão. Já eram onze e
pouco, e a garota estava com os cabelos castanhos molhados e com seu
confortável pijama do Mickey. Não era uma cena muito assustadora para
emboscar alguém, mas Elizabeth sabia que a raiva estampada em seu rosto
a ajudaria. A maçaneta abaixou.
Aos trambolhões, cachos negros entraram dentro da casa. Uma garota,
vestindo um enorme casaco de neve mal percebeu Elisabeth na sala. Virou-
se, enquanto murmurava para alguém:
- Não faça barulho Skoll, não agora. Lisa deve estar dormindo agora.
Skoll olhou para ela {

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