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Avaliando o processo- roteiro de síntese do orientador

Ivelise Fortim

Muitos orientadores apresentam dificuldades na hora de sintetizarem os dados obtidos


com os orientandos. Assim, propomos um pequeno roteiro para ajudar nesta tarefa.
Como o processo de orientação tem dois momentos , é necessário que se façam duas
pequenas sínteses: a referente ao auto conhecimento, e a referente às escolhas
profissionais propriamente ditas, que vão sendo delineadas durante o processo. Após
isso, é feita uma pequena conclusão do caso, procurando integrar os dois aspectos. Este
roteiro foi baseado em parte no capitulo “ Aspectos a reconhecer, analisar e integrar”, in
Neiva (2002).

1- Conhecimento dos aspectos internos

A primeira síntese é necessária para organizar os dados e obter uma compreensão da


problemática vocacional do orientando. Segundo Neiva (2002) “Conhecer-se é
essencial para escolher uma profissão ou ocupação. Saber quem eu sou e como sou é o
que permite escolher o que fazer e como fazer.”. A autora acredita que é preciso
reconhecer, analisar e integrar os aspectos referentes a características pessoais,
motivações e interesses, potencialidades e habilidades, valores e aspirações, conflitos e
ansiedades e fantasias quanto ao futuro profissional.

Além disso, a síntese dessa primeira parte deve servir como base para planejar como a
informação profissional deve ser transmitida. O orientador precisa ter esses dados claros
para que possa ajudar o orientando a escolher. Caso contrário, ele corre o risco de ficar
com vários dados desconexos obtidos por diversas técnicas, sem saber organizar o fluxo
de informações.

Portanto, é necessário que o orientador saiba responder como se dão os seguintes


aspectos do orientando:

1.1-Levantamento de características relacionadas a escolha profissional

1. Quais são suas características pessoais?


2. Quais são seus interesses?
3. Quais são suas habilidades ?
4. Quais são seus valores ?
5. Quais são seus conflitos e ansiedades?
6. Quais são suas fantasias quanto ao futuro profissional?

1.2-Critérios de escolha profissional

É importante que tanto o orientador como o orientando saibam como relacionar suas
características com a perspectiva do trabalho concreto. Esses itens propiciam o
estabelecimento de critérios pessoais para que o sujeito possa realizar uma escolha.

O orientando precisa definir quais são suas escolhas parciais: o que ele elegeu como
ambiente de trabalho (onde, com quem e como se quer trabalhar), objetos/conteúdos de
trabalho (com o que se quer trabalhar) , atividades de trabalho ( fazendo o que e como),
tipo de rotina( horários, ritmo) , e retornos oferecidos pela profissão .

Ainda, é preciso saber quais as principais áreas de interesse do orientando (exatas?


humanas? biológicas? Ciências da terra? Etc). Por qual ele optou ou se interessou mais?

1.3-Processo de construção da identidade profissional

Também é preciso saber, além das características relacionadas exclusivamente a


escolha profissional, quais processos psicológicos ocorreram dentro do processo de
orientação. Muitas vezes o impedimento da realização da escolha não se deve a uma
duvida entre áreas, mas sim a problemas e questões de outra ordem.

Neste ponto é preciso explorar se a questão do orientando implicava em questões de


outra ordem também, como por exemplo, relação com a família, manejo da
adolescência, estrutura de personalidade, maturidade, etc.

2-Conhecimento da realidade profissional


Depois que o auto-conhecimento foi esclarecido, é importante que se faça uma síntese
de como o orientando vai delineando sua escolha profissional, ou seja, qual o caminho
que ele segue até chegar em suas escolhas finais. É preciso saber responder as seguintes
perguntas:

1. Quais profissões o orientando trouxe na primeira sessão?


2. Com o desenrolar do trabalho, por quais profissões ele se interessou e o que
descobriu das que já pensava?
3. Quais informações novas o orientando obteve no processo de orientação?
4. O orientando tinha informações distorcidas sobre a ocupação que pensava? Se
sim, quais?
5. O orientando descobriu outras profissões no processo de orientação?

Conclusão
Para concluir, o orientador precisa saber responder:

1. O paciente se decidiu por alguma profissão em especifico?


2. Ou por varias profissões?
3. Quais aspectos você considera que ele desenvolveu nesse processo?
4. Você acredita que, caso ele não tenha se decidido por uma única profissão, o
orientando amadureceu seu processo de escolha? Em que pontos?
5. O orientando fez mudanças em outros aspectos de sua vida, que não
necessariamente ligados à orientação profissional?

É importante também ter uma avaliação do processo pelo próprio orientando, para
que ele diga como sentiu o processo, e no que isto foi de ajuda para ele.

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