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Ensino

Fundamental

9ano
LÍNGUA
PORTUGUESA
PROFESSOR

5caderno
Língua
Portuguesa
Ana Trinconi Borgatto
Terezinha Bertin
Vera Marchezi

Defender ideias,
argumentar, opinar...
Ponto de partida, 3
Capítulo 1 • Artigo de opinião, 4
Leitura – Celebridades descelebradas, Luli Radfahrer, 5
Interpretação do texto, 7
Prática de oralidade – Debate regrado, 15
Outras linguagens – Cartum: uma forma de manifestar
opinião, 16
Língua: usos e reflexão – Concordância, 20
Língua: usos e reflexão – Concordância verbal (I), 22
Produção de texto, 32
Outro texto do mesmo gênero
Eles estão seguindo nossos passos, Dagomir Marquezi, 35
Capítulo 2 • Manifesto, 37
Leitura – Manifesto Amazônia para sempre, 39
Interpretação do texto, 40
Prática de oralidade – Seminário, 47
Outras linguagens – Charge, 49
Língua: usos e reflexão – Concordância verbal (II), 53
Língua: usos e reflexão – Concordância nominal, 58
Produção de texto, 65
Outro texto do mesmo gênero
Manifesto 2.0 - por uma sociedade mais colaborativa, 66
Ponto de chegada, 68

2135899 (PR)

1
Manifestantes egípcios na cidade do Cairo, em fevereiro de 2011.

2
MÓDULO

Defender
ideias,
argumentar,
opinar...
Na vida contemporânea, cada vez mais todos os setores da
sociedade têm de se manifestar em defesa de causas e ideias.
Os veículos de comunicação possuem espaços especiais
reservados para esse fim. Nesses veículos, os artigos de
opinião e os manifestos têm sido importantes instrumentos
democráticos, pois promovem o debate aberto de ideias. MOHPhoto/Shutterstock.com

Ponto de partida
Você já participou de algum movimento coletivo na defesa de uma
causa ou de uma ideia?

3
1
Capítulo

Artigo de
opinião

Carlos Araujo/Arquivo da editora

www.sarcastico.com.br/Arquivo da editora
Objetivos:
Gênero

• Reconhecer artigo de
opinião.
Língua: usos e reflexão

• Compreender o uso do
verbo com sujeito composto
e outros casos de
concordância verbal.
Produção textual Profissionais da área jornalística, pessoas de destaque em nossa sociedade ou

• Escrever um artigo de
opinião.
especialistas de diversas áreas do conhecimento escrevem artigos de opinião para
expressar opiniões ou comentar, de um ponto de vista particular, os acontecimentos
do mundo.
O artigo de opinião é assinado, isto é, revela a autoria do texto. Quem o assina se
responsabiliza pelas opiniões e pelos posicionamentos expressos.
Reprodução/Arquivo da editora

Na medida em que promove a discussão de temas considerados relevantes à


sociedade, o artigo de opinião é considerado uma ferramenta importante para o exer-
cício da democracia.
Você já ouviu falar em privacidade? Significa intimidade e está ligada à vida pri-
vada, particular, íntima de cada um.
Como você se sentiria se soubesse que sua vida particular está sendo exposta
a comentários e a juízos de valor sem que você tivesse conhecimento?
Você acha isso possível?
Já se deparou com avisos de que está sendo filmado?
Por trás da ironia bem-humorada que muitos fazem sobre esses avisos, eles
cumprem a exigência legal de alertar as pessoas de que estão sob o controle de alguém.
Ser controlado com o auxílio da tecnologia já é uma realidade no cotidiano de
muita gente. Há até mesmo quem queira ser observado e se disponha a participar de
reality shows, programas de TV em que pessoas convivem, confinadas em uma casa,
com outras até então estranhas e têm sua vida observada por telespectadores a cada
hora do dia, por até vários meses.
O tema do controle e da perda da privacidade das pessoas é discutido no artigo
a seguir, publicado em um jornal de grande circulação no país.

4 Defender ideias, argumentar, opinar...


Leitura

Celebridades descelebradas
A privacidade se tornou um mito e, já que é impossível retroceder,
é preciso gerir essa nova imagem pública
1 Não se iluda: as mídias sociais e as bases de dados de comércio ele-

Folhapress/Acervo Folha de S. Paulo


trônico acabaram com qualquer preten-
são de privacidade. Filtradas pelos algo-
ritmos inteligentes dos mecanismos de
buscas, elas facilitaram o acesso e a
identificação de praticamente qualquer
pessoa, por mais que respeitem o anoni-
mato de seus usuários.
2 Quando a informação é muita, não é
difícil fazer cruzamentos únicos de variá-
veis. Quem vive naquele bairro, trabalha
naquela empresa, come naquele restaurante, abastece o carro com
aquela frequência, usa aquele computador e aquele telefone, acessa
aqueles sites, clica naqueles links e compra aqueles produtos é facílimo
de rastrear.
3 Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de infor-
mação digital, é preciso administrar a imagem pública em um ambiente
em que até aspirantes a tuiteiros se tornaram celebridades, mesmo sem
fazer nada de célebre. Por maior que seja a diferença de influência entre o
base de dados: conjunto de informações
Tom Hanks e seu correspondente no século 2.0, os cuidados que ambos armazenadas em computadores.
precisam ter com a exposição indesejada são bem próximos. algoritmo: conjunto de regras e cálculos
que leva à solução de um problema.
4 A sociedade das opiniões públicas é mais rica e complexa do que aqui-
variáveis: conjunto de dados que podem
lo que se chamava antigamente de “opinião pública”, ficção sociológica que ser modificados ao longo da execução de
um programa de computador.
acreditava ser possível tirar a média do que era declarado e descartar o que
link: endereço virtual para acessar uma
desviasse do padrão. Com a popularidade de acesso aos meios de publica- página da internet.
ção, o indivíduo urbano, globalizado e massificado, usa as redes como vál- rastrear: seguir o rastro, seguir pistas.

vula de escape para manifestar sua identidade e, nesse processo, se expõe grid: grade.
tuiteiro: usuário do Twitter (rede social e
de forma inimaginável. microblogue que permite aos usuários
5 Não é preciso habitar a casa do Big Brother para ter a vida privada publicar e ler mensagens pessoais).

transformada em entretenimento. Basta fazer o que não seria feito nor- Tom Hanks: ator e diretor americano.
LÍNGUA PORTUGUESA

ficção sociológica: história imaginada que


malmente em público. Uma briga entre namorados, um namorico, um trata do comportamento humano.
comentário entredentes, uma bebedeira ou até uma inocente ida ao ba- rede: nome dado quando há vários
computadores ligados entre si.
nheiro quando se está só, dentro de casa, agora está sujeita ao escrutí-
entredentes: modo de falar ou de rir quase
nio público das câmaras ocultas em telefones celulares. As paredes não sem abrir a boca; falar baixo, resmungar.
têm ouvidos, mas todo o resto parece ter. escrutínio: exame minucioso.

Defender ideias, argumentar, opinar... 5


6 Já que é impossível retroceder, o que resta é administrar esse novo
tipo de patrimônio público. Como todo patrimônio, ele precisa ser está-
recôndito: parte escondida.
maçonaria: sociedade semissecreta que vel para se tornar uma referência e, nesse processo, acaba perdendo a
tem como objetivo a prática espontaneidade, a mais humana de suas características.
da solidariedade e da fraternidade entre
seus membros. 7 Aos poucos, as regras de conduta invadem os recônditos da vida pes-
marketing: estratégias de vendas, soal, plastificando a personalidade e a prendendo à máscara construída ao
comunicação e negócio.
longo da vida, mesmo que não se concorde com ela.
mídia social: meio eletrônico para interação
entre pessoas que lhes permite 8 Hoje todos nos tornamos personalidades transparentes. Nunca foi tão
compartilhar experiências.
fácil checar referências, e, a princípio, não há nada de errado nisso. Uma
vexame: vergonha.
das principais regras de sobrevivência social, pilar de sistemas tão diver-
sos quanto a maçonaria ou o marketing, sempre foi desconfiar de estra-
nhos. De perto, entretanto, ninguém é normal.
9 Como diz a polícia dos Estados Unidos, você sempre tem o direito
de permanecer calado. Tudo o que disser poderá ser usado contra você.
As mídias sociais são, como o próprio nome dá a entender, uma forma de
mídia.
10 Pessoas comuns não têm relações públicas, advogados, assessores
ou consultores de imagem para auxiliá-las no dia a dia e, por isso, ainda
vão demorar para perceber que um vexame registrado on-line é quase tão
difícil de apagar quanto um nu indesejado.
RADFAHRER, Luli. Celebridades descelebradas. Folha de S.Paulo, São Paulo, 27 jul. 2011. Tec, p. F14.

Carlos Araujo/Arquivo da editora

Você leu um artigo publicado em jornal, em um caderno semanal, dirigido a um


público leitor adulto que usa e gosta da tecnologia.

6 Defender ideias, argumentar, opinar...


Interpretação do texto Para construir:
Interpretação do texto (atividades
de compreensão, linguagem e

Compreensão construção do texto, p. 7 a 14)

1. De acordo com o artigo de opinião que você leu, como as mídias sociais e as bases de As questões 1 e 2, como em geral acontece
nas atividades de compreensão, exercitam
dados do comércio eletrônico acabaram com a privacidade das pessoas? predominantemente as habilidades que estão
de acordo com o procedimento de leitura
definido no D1: localizar informações
O desenvolvimento de mecanismos de busca e de armazenamento de dados facilitou o acesso à explícitas no texto.

informação sobre as pessoas, seus hábitos e preferências.

2. O que facilita o cruzamento de variáveis para fazer um rastreamento?

O grande volume de informação disponível sobre as pessoas e os mecanismos de transmissão em rede.

3. O que significa no texto a afirmação “é preciso administrar a imagem pública”? Esta questão atende ao D4: inferir uma
informação implícita em um texto.

É preciso ter cuidado com a exposição pública indesejada, isto é, não se devem utilizar as redes de

relacionamento como válvula de escape para mostrar nossa intimidade.

4. Explique o sentido no texto desta frase: “As paredes não têm ouvido, mas todo o Esta questão atende ao D3: inferir o sentido
resto parece ter”. de uma palavra ou expressão.

Tudo o que fazemos pode ser do conhecimento de todos, já que o registro de dados e fatos se tornou

simples e acessível a um grande número de pessoas. As câmaras ocultas em telefones celulares são

capazes de expor publicamente cenas de nossa vida privada.

5. Assinale a alternativa adequada ao que, na opinião do articulista, o autor do artigo, é Esta atividade atende ao D14: distinguir um
fato da opinião relativa a esse fato.
um “novo tipo de patrimônio público”.
a) As câmaras ocultas.
b) X A vida privada.
c) A casa do Big Brother.
LÍNGUA PORTUGUESA

d) Os telefones celulares.

6. Releia este trecho do texto:


Aos poucos, as regras de conduta invadem os recônditos da vida pessoal, plas-
tificando a personalidade e a prendendo à máscara construída ao longo da vida,
mesmo que não se concorde com ela.

Defender ideias, argumentar, opinar... 7


Esta atividade atende ao D4: inferir uma
informação implícita em um texto.
Assinale as alternativas que podem resumir, de acordo com esse trecho, as conse-
quências para o indivíduo da exposição de sua identidade na mídia.
a) X Perder a espontaneidade.
b) X Moldar a sua personalidade de acordo com o que os outros querem.
c) Fazer tudo o que deseja ao longo da vida.
d) Usar máscaras de plástico no dia a dia.

Esta atividade atende ao D14: distinguir um 7. Segundo o artigo de opinião, checar referências, isto é, conferir informações sobre
fato da opinião relativa a esse fato.
alguém, é certo ou errado? Explique.

É certo porque, segundo o texto, desconfiar de estranhos faz parte das regras de sobrevivência social.

Esta atividade atende ao D11: estabelecer


relação causa/consequência entre partes e
8. Por que é difícil para as pessoas comuns perceber que “um vexame on-line é quase
elementos do texto. tão difícil de apagar quanto um nu indesejado”?

Porque as consequências da divulgação são muito fortes e, uma vez na rede, não há como voltar atrás.

Elas não têm quem as alertem sobre o direito de não dizer (ou não fazer) o que pode ser usado

contra elas.

Para aprimorar: Conversa em jogo


Conversa em jogo (ao lado)
Privacidade e imagem pública
Estimule a troca de ideias entre os alunos. De
maneira mais formal, eles participarão do
Depois de ler o artigo sobre privacidade e imagem pública, dê sua opinião sobre
debate regrado na seção Prática de oralidade. esse assunto e ouça a dos colegas.
Pensem:
• Qual a importância de haver privacidade na vida?
• É aceitável a exposição da privacidade de uma pessoa pelo fato de ela ser co-
nhecida ou ter destaque na sociedade?

Linguagem do texto
Intencionalidade e escolhas de linguagem
O estudo do texto revela que, além de apresentar sua opinião, o autor tem outra
intenção: apresentar argumentos sobre seu ponto de vista para convencer o leitor
acerca de determinado assunto.
Vamos analisar os recursos de linguagem escolhidos por ele com a intenção de
convencer o leitor de um caderno especial sobre tecnologia, publicado em um dia da
semana, em um jornal veiculado diariamente.

8 Defender ideias, argumentar, opinar...


O jogo de palavras para convencer das ideias em jogo
As questões dos itens A e B atendem ao D18:
A — Oposição reconhecer o efeito de sentido decorrente da
escolha de uma determinada palavra ou
1. Releia o título do artigo de opinião: expressão.

Celebridades descelebradas
a) Transcreva a frase do texto que explica o título.

“[...] é preciso administrar a imagem pública em um ambiente em que até aspirantes a tuiteiros se

tornaram celebridades, mesmo sem fazer nada de célebre.”

O prefixo des- indica o contrário da palavra a que se une. Segundo o dicionário,


celebridade é aquele que é famoso, festejado, celebrado.
A palavra descelebrado não consta no dicionário. Só é encontrado o antônimo de
cerebrado (relativo a cérebro), que é descerebrado.
Assim, pode-se observar que são palavras muito semelhantes: descelebrado e
descerebrado.
b) Qual seria a intenção do autor ao criar e usar a palavra descelebradas?

A exposição pública pode causar o efeito contrário ao que se entende por célebre (notório, afamado

de fato) e levar à fama por aspectos negativos da pessoa; provavelmente para que o leitor associe

uma palavra com a outra pelo som e transfira para a desconhecida – descelebradas – o significado

sugerido pela conhecida – descerebradas, como aquelas que não têm cérebro, ou que não pensam,

não analisam.

2. O prefixo des- expressa ideia de algo contrário, de oposição. Encontre no artigo de opinião
exemplos de palavras ou expressões que formem uma relação de oposição no texto.

Possibilidades: identificação/anonimato (1o parágrafo); tornaram celebridades, mesmo sem fazer nada de

célebre (3o parágrafo); personalidades transparentes/estranhos (8o parágrafo).

B — Advertência
Releia a frase que inicia o artigo de opinião e responda às questões.
Não se iluda: as mídias sociais e as bases de dados de comércio eletrônico
acabaram com qualquer pretensão de privacidade.
a) Em que modo está a forma verbal destacada na oração?

No modo imperativo.
b) Que efeito o uso desse modo provoca na frase?
LÍNGUA PORTUGUESA

O efeito de alertar o leitor, predispondo-o a concordar com a opinião a ser exposta.


c) Que outras expressões no texto provocam o efeito de sentido de alerta para uma Esta questão atende ao D1: localizar
necessidade? informações explícitas em um texto.

É preciso (administrar) (3o parágrafo) e Não é preciso (habitar) (5o parágrafo)

Defender ideias, argumentar, opinar... 9


Esta questão atende ao D8: estabelecer d) Qual é a provável intenção do autor ao utilizar mais de uma vez essas expressões
relação entre a tese e os argumentos
oferecidos para sustentá-la. que indicam necessidade?

Enfatizar a opinião e envolver mais diretamente o leitor para que acate os argumentos utilizados

no artigo.

C — Enumeração de ações
1. Releia a frase do segundo parágrafo:
Quem vive naquele bairro, trabalha naquela empresa, come naquele restau-
rante, abastece o carro com aquela frequência, usa aquele computador e aquele
telefone, acessa aqueles sites, clica naqueles links e compra aqueles produtos é
facílimo de rastrear.

a) Localize e transcreva os verbos que aparecem no trecho citado.

Vive, trabalha, come, abastece, usa, acessa, clica, compra, é.


b) Qual é a provável intenção do autor ao utilizar uma enumeração de ações para
definir aquele que é “facílimo de rastrear”?

Provavelmente para que o leitor perceba quanto fica exposto ao perigo de ser rastreado.

2. Copie outra sequência do artigo de opinião em que haja uma enumeração de subs-
tantivos abstratos, ou seja, nomes de ações.

“Uma briga entre namorados, um namorico, um comentário entredentes, uma bebedeira, ou até uma

inocente ida ao banheiro quando se está só, dentro de casa, agora está sujeita ao escrutínio público das

câmaras ocultas em telefones celulares.”

3. Que efeito a repetição dessa outra enumeração provoca no texto?

Mostra o perigo de ficar exposto em todas essas situações, que podem ocorrer a qualquer momento e

com qualquer pessoa.

As questões 1 a 3 atendem ao D11: D — Repetição de expressões na construção do texto


estabelecer relação de causa/consequência
entre partes e elementos do texto. 1. Releia este trecho do parágrafo 3:
Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação
digital, é preciso administrar a imagem pública [...].
Carlos Araujo/Arquivo da editora

a) Reescreva o trecho substituindo a expressão destacada no início por outras que


deem o mesmo sentido.

Possibilidade: porque; tendo em vista que; visto que; como; uma vez que.

b) O termo já que acrescenta uma ideia de causa. Qual é a consequência?

É preciso administrar a imagem pública.

10 Defender ideias, argumentar, opinar...


2. Copie outro trecho do texto que tenha esta mesma estrutura: causa e consequência.

Há dois outros casos bem semelhantes: o olho “A privacidade se tornou um mito e, já que é impossível

retroceder, é preciso gerir essa nova imagem pública”, cuja ideia se repete no corpo do texto: “Já que é

impossível retroceder, o que resta é administrar esse novo tipo de patrimônio público.”

3. Qual é a provável intenção do autor em repetir essa estrutura, mesmo que utilize Ajude os alunos a perceber que, tanto em um
caso como em outro, a ideia é de causa e
alguma palavra diferente? consequência e que todas essas ocorrências
guardam semelhança de sentido entre si, ou
seja, para defender seu ponto de vista, o autor
fala de causas e consequências da exposição
das pessoas causadas pelas tecnologias que
facilitam isso.

E — Uso de frases populares ou do senso comum


No artigo de opinião há duas frases que se baseiam em frases populares. Explique o Esta questão relaciona-se ao D17: identificar
que cada uma quer dizer. efeitos de sentido decorrentes da escolha de
uma palavra ou expressão.
“As paredes não têm ouvidos, mas todo o resto parece ter”, no final do parágrafo 5.

Não há como se sentir livre de ser ouvido ou observado.

“De perto, ninguém é normal”, no final do parágrafo 8.

O risco de ser observado sem saber é o de a pessoa expor sua intimidade ou aspectos de sua

personalidade ou de seu comportamento que os outros possam estranhar.

Construção do texto
Estrutura do texto argumentativo
1. Vimos que um texto argumentativo pode se esquematizar da seguinte forma: anco-
ragem, desenvolvimento (opinião e argumentos) e conclusão.
Nos trechos a seguir, você vai constatar que essas partes também estão presentes
no artigo de opinião: a ancoragem, opinião ou tese e conclusão.
Leia abaixo a síntese de cada uma delas. Observe que as partes não estão nessa
sequência; você deverá identificá-las.
• Pessoas comuns vão demorar a perceber os perigos da exposição pública. LÍNGUA PORTUGUESA

Conclusão, parágrafo 10.

• É preciso administrar a imagem pública porque é impossível (e bem pouco prático)


viver fora do grid de informação digital “em um ambiente em que até aspirantes a
tuiteiros se tornaram celebridades, mesmo sem fazer nada de célebre.”

Opinião ou tese, parágrafo 3.

Defender ideias, argumentar, opinar... 11


• O acesso e a identificação de praticamente qualquer pessoa são facilmente reali-
zados pelo rastreamento dos dados disponíveis nas mídias sociais e na base de
Acesse o portal e veja o dados de comércio eletrônico.
conteúdo “Pontos de vista na
Ancoragem, parágrafos 1 e 2.
narrativa”.
2. O autor do texto de opinião utiliza a maioria dos parágrafos para defender seu ponto
Esta questão atende ao D8: estabelecer
relação entre a tese e os argumentos de vista. Ele faz isso por meio de argumentos.
oferecidos para sustentá-la. Quantos parágrafos do texto são parágrafos argumentativos? Indique cada um deles.

6 parágrafos. São eles: 4, 5, 6, 7, 8 e 9.

3. O autor utiliza argumentos variados para fundamentar e deixar claro seu posiciona-
mento quanto aos perigos da exposição da privacidade.
Leia o quadro com tipos de argumento:

Tipos de argumento
Científico Dados científicos ou estatísticos.
Citações diretas ou indiretas de pessoas com credibilidade ou
De autoridade
especialistas no assunto.
De valoração Conceitos ou ideias respeitados por todos.
Construção em que se fazem insinuações ou se diz o contrário do que
Ironia
se quer dizer, para tecer uma crítica.
Pouco fundamentado Apelo emocional; clichês ou chavões; exemplos pessoais.

Em dupla. Baseando-se no quadro, transcrevam do texto:


a) um argumento de autoridade ou citação.

“Como diz a polícia dos Estados Unidos, você sempre tem o direito de permanecer calado.”

b) um argumento com ironia.

“Não é preciso habitar a casa do Big Brother para ter a vida privada transformada em entretenimento.”
Possibilidades: “A sociedade das opiniões
públicas é mais rica e complexa do que aquilo
que se chamava antigamente de ‘opinião
pública’.”; “Já que é impossível retroceder, o
que resta é administrar esse novo tipo de
patrimônio público.”; “Como todo patrimônio,
ele (o patrimônio público) precisa ser estável
para se tornar uma referência e, nesse
processo, acaba perdendo a espontaneidade,
a mais humana de suas características.”;
c) um argumento de valoração.
“Uma das principais regras de sobrevivência
social, pilar de sistemas tão diversos quanto a
maçonaria ou o marketing, sempre foi
desconfiar de estranhos.”; “Aos poucos, as
regras de conduta invadem os recônditos da
vida pessoal...”; “Hoje todos nos tornamos
personalidades transparentes.”; “Nunca foi
tão fácil checar referências, e, a princípio, não
há nada de errado nisso.”; “As mídias sociais
são, como o próprio nome dá a entender, uma
forma de mídia.”

12 Defender ideias, argumentar, opinar...


d) um argumento com clichês.

Possibilidades: “as paredes não têm ouvido, mas todo o resto parece ter”; “De perto, entretanto, nin-

guém é normal.”

4. Releia esta frase do parágrafo em que o autor apresenta sua opinião:


Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação
digital, é preciso administrar a imagem pública em um ambiente em que até aspi-
rantes a tuiteiros se tornaram celebridades, mesmo sem fazer nada de célebre.

Copie do último parágrafo, o da conclusão, a frase em que o autor retoma, com outras
palavras, a opinião defendida.

“Pessoas comuns ainda vão demorar para perceber que um vexame registrado on-line é quase tão difícil

de apagar quanto um nu indesejado.”

5. Em sua opinião, qual é a importância, para o leitor, da reflexão que a leitura desse Esse é um bom momento para que os alunos
troquem informações/opiniões sobre os
artigo estimula? Ouça também o que os colegas pensam sobre o assunto. perigos da exposição pública possibilitada
pelas redes de relacionamento. A troca de
Resposta pessoal. ideias e opiniões nesse momento preparará o
aluno para o debate regrado da seção Prática
de oralidade.

Atividade: partes do artigo de opinião


Você leu e analisou um artigo de opinião sobre privacidade e imagem pública escrito por um articulista de um caderno de
tecnologia, publicado semanalmente em um jornal diário de grande circulação.
Também viu as escolhas de linguagem em relação às intenções do autor e analisou como ele construiu seu texto
dentro da estrutura de um texto argumentativo.
Em dupla. Vocês vão ler a seguir outro artigo de opinião do mesmo autor, sobre o mesmo assunto. Mas, ATENÇÃO: os parágra-
fos foram embaralhados! Para colocá-los na sequência correta, vocês devem escrever na frente dos números que estão no
início de cada um, na ordem em que as ideias do texto fiquem coerentes.
Lembrem-se:
• das partes que estruturam o texto argumentativo: ancoragem, opinião, argumentos e fechamento.
• das marcas de linguagem que ajudam a estruturar o texto argumentativo: palavras ou expressões que traduzem a relação
com o título (e com o tema), a oposição, a imposição, a enumeração, a repetição de ideias para estruturar tanto a opinião quan-
to os argumentos referentes à conclusão. Discuta outras possibilidades.
Carlos Araujo/Arquivo da editora

LÍNGUA PORTUGUESA

13
Quinze minutos de infâmia
É preciso denunciar todos os “polêmicos” e suas bobagens antes que
sejam tomados como exemplo

1 ( 5 ) A boa educação recomendaria ignorá-los. Mas, como a rede armazena tudo e uma
busca no Google pode ressuscitar uma bobagem dita fora de contexto há muito tempo,
seus comentários, se não contestados, podem durar para sempre.

2 ( 7 ) Quando todos são famosos, ninguém é. A popularidade que muitos anônimos


acreditam ter conseguido com seus vídeos engraçadinhos e comentários politicamen-
te incorretos nada mais é do que uma flutuação social irrelevante. Em ambientes sem
trabalho ou assunto sério a discutir, fala-se de qualquer coisa. Muito do que é dito nos
Twitters e Facebooks é tão efêmero quanto uma fofoca ou a conversa sobre o tempo no
elevador.

3 ( 2 ) A celebridade é construída sem ter feito nada de célebre, porque sempre haverá
idiotas dispostos a consumir (e patrocinar) idiotices e simplificações rasteiras, em vez
de se dar ao trabalho de elaborar um argumento. Muitos valentões de mídia se calariam
caso tivessem que defender as mesmas bobagens em público. Protegidos pela distância,
esbravejam feito crianças mimadas, cada vez mais barulhentas.

4 ( 4 ) A internet amplifica e registra tudo. Por causa do seu alcance, ela cria um novo
tipo de sucesso, instantâneo e efêmero como o barato de uma pedra de crack, que pode
ter efeitos devastadores em seus portadores e, principalmente, nos que os cercam. Fas-
cinados pelo brilho, glamour e deslumbramento da claque, muitos neofamosos acabam
por acreditar na fantasia que criaram, acostumados que estão com as repentinas mor-
domias e rapapés. Seu fracasso lhes subiu à cabeça, serão incapazes de voltar à vidinha
medíocre que levavam. Por isso fazem de tudo para criar novas polêmicas e controvérsias
vazias, em busca de factoides que os recoloquem em evidência.

5 ( 6 ) Transformações sociais envolvem tantas variáveis que é natural que provoquem


resultados imprevisíveis. À medida que a profecia atribuída a Andy Warhol se concretiza
e que todos têm direito a 15 minutos de notoriedade, a fama, inflacionada, perde valor. O
que significa aparecer na TV, no jornal ou na revista quando há tantos canais de TV, jor-
nais e revistas?

6 ( 3 ) O resultado é uma avalanche de afirmações e comentários de baixa qualidade,


que transbordam em grosserias por falta de cultura, exultando o despreparo em nome
de uma irreverência vazia. Para chamar a atenção, vale qualquer coisa: ignorância, ho-
mofobia, fundamentalismo, pedofilia, apologia ao crime e outras baixarias. Falem mal,
mas falem de mim.

7 ( 1 ) Na internet, a situação é mais dramática. Empresas despreparadas e pessoas


desesperadas fazem de tudo para ser “famosas na rede”, “bombar nas mídias sociais” ou
virar “WebCelebridades”, mesmo sem saber o que farão com a notoriedade que venham
a conquistar.
RADFAHRER, Luli. Quinze minutos de infâmia. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 dez. 2011. Tec, p. F14.

14 Defender ideias, argumentar, opinar...


Hora de organizar o que estudamos
Artigo de opinião

Gênero em que jornalistas, personalidades sociais ou


especialistas defendem publicamente sua opinião diante de
um fato ou assunto, por meio de um veículo de comunicação.

Intenção Construção Linguagem Leitor


• Manifestar ideias e • Ancoragem ou • Objetiva, mas pessoal, Aquele que tem interesse
opiniões e defendê-las introdução; porque o texto é sobre algum assunto e
por meio de • Tese/opinião/ assinado pelo autor; quer conhecer uma ou
argumentos; posicionamentos • Emprego de recursos várias opiniões sobre
• Apresentar e defender diante de um tema; de linguagem na esse assunto.
um ponto de vista • Argumentos; argumentação ao
sobre determinado • Conclusão. expressar opinião:
assunto ou fato; enumeração, oposição,
• Tentar convencer os repetição de
interlocutores. argumentos, indicação
de causas e
consequências.

Prática de oralidade Para construir:


Prática de oralidade (p. 15 e 16)

Debate regrado
Privacidade em tempo de mídias sociais
Depois de ler os textos de Luli Radfahrer e de trocar ideias sobre o assunto abor-
dado neles, você e seus colegas já devem ter formado uma opinião sobre a exposição
pública da vida privada propiciada pelo uso da tecnologia e pelas redes de relaciona-
mento on-line. O que você pensa sobre essa exposição?

Como desenvolver o debate regrado


1. Expresse sua opinião sobre essa questão escrevendo uma das seguintes respostas:
a favor, contra ou em termos.

2. Forme um grupo com os colegas que escreveram o mesmo que você, ou seja, que se
posicionaram como você em relação ao assunto em debate.
LÍNGUA PORTUGUESA

Haverá três grupos:


• o grupo do “a favor” concorda com a exposição pública e com a perda ao direito à
privacidade com o uso da tecnologia;
• o grupo do “contra” não concorda;
• o grupo do “em termos” aceita a exposição pública e a perda da privacidade de-
pendendo de alguns fatores.

Defender ideias, argumentar, opinar... 15


3. Cada grupo deverá:
a) eleger um redator, que registrará os argumentos que sustentam a posição do
grupo;
b) fazer um cartaz com um esquema que registre a opinião e os argumentos que a
fundamentam;
c) pesquisar notícias ou opiniões de outros especialistas para ampliar os argumen-
tos e acrescentá-las ao cartaz, se houver condições (hemeroteca e/ou biblioteca,
acesso à consulta pela internet, etc.);
d) eleger um relator para apresentar a opinião do grupo e os respectivos argumentos;
e) orientar os participantes do seu grupo para que:
• não interrompam a fala de nenhum dos relatores;
• levantem a mão quando quiserem manifestar opinião para que o mediador do de-
bate os inscreva para apresentarem sua fala depois da exposição dos três relatores.
Nota: O professor, ou um aluno escolhido por ele, atuará como mediador do debate
e ficará encarregado de:
I. apresentar o tema e a importância de cada um se posicionar frente a ele;
II. comunicar a todos as regras do debate: tempo de cada exposição, inscrição para
ser ouvido, comportamento esperado de toda a plateia, etc.;
III. anotar, na ordem em que se manifestarem, os nomes dos colegas que querem ter
uma fala após a apresentação dos três representantes;
IV. fazer o fechamento do debate, apresentando qual das opiniões:
• prevaleceu;
• recebeu argumentos mais consistentes.
Avaliação da atividade
4. Terminado o debate, avaliem se:
a) os argumentos utilizados deram conta das opiniões manifestadas.
b) houve respeito da plateia durante a apresentação dos relatores.
c) todos os que desejaram tiveram oportunidade de se manifestar.
d) todos os que se manifestaram tiveram sua participação respeitada; foram ouvidos
com atenção.
e) há aspectos a serem melhorados para os próximos debates.

Para aprimorar:
Outras linguagens
Outras linguagens (p. 16 e 17)
Cartum: uma forma de manifestar opini‹o
O cartum é um desenho que, além de provocar humor, tem a intenção de criticar
ou satirizar principalmente fatos ou situações comuns do dia a dia. Na maioria das
vezes, para provocar o riso do leitor, o cartunista expressa e defende uma opinião
argumentando com os recursos da linguagem visual que podem estar em diálogo com
os recursos da linguagem verbal.
1. Observe o cartum na página seguinte, de Randy Glasbergen, um americano que
se iniciou na arte dos cartuns aos 15 anos. Hoje seus cartuns são publicados no
mundo todo.

16 Defender ideias, argumentar, opinar...


Randy Glasbergen/Acervo do cartunista

GLASBERGEN, Randy. Revista Piauí. Ed. 53, fev. 2011.

a) Repare nesse desenho em preto e branco, de traçados simples:


• a expressão da mulher e do homem diante da tela do computador: olhos fixos,
a mulher de boca aberta, talvez sugerindo uma fala ou que esteja pasma;
• a xícara ou caneca colocada atrás da tela, sugerindo o ambiente familiar em que
os dois se encontram.
b) Leia o texto, observando o uso da primeira pessoa do singular (eu) e do plural
(nosso) que remete à fala da mulher (eu/grávida) dirigida ao homem (nosso bebê).
c) Observe o humor irônico provocado pelo contraste entre a atitude passiva dos pais Leve os alunos a perceber que tanto o cartum
quanto os textos lidos falam sobre a
sobre a exposição pública da sua privacidade e, ao mesmo tempo, a admiração valorização que tem sido dada à “fama” e às
sobre o fato de o bebê que eles ainda não conhecem no mundo real já ser conhe- aparições na mídia de um modo geral. Nesse
cartum, aborda-se a mudança de
cido e muito relacionado no mundo virtual. comportamento que já se manifesta desde
cedo, em resposta a uma pergunta muito
Bruno Liberati/Acervo do artista

comum feita às crianças. No passado,


desejava-se ser advogado, engenheiro,
médico; hoje, com a influência da
comunicação de massa, deseja-se o sucesso,
a fama “fácil”.

LIBERATI, Bruno. Disponível em: <youpode.com.br/blog/liberati/files/2009/03/


chargeliberati2.jpg>. Acesso em: jan. 2012.

2. Divirta-se com o cartum e relacione o assunto abordado nele com o que você leu
LÍNGUA PORTUGUESA

neste capítulo.

Resposta pessoal.

Defender ideias, argumentar, opinar... 17


Conexões
Estar na mídia parece exercer um fascínio sobre grande parte das pessoas, não
Ciências Humanas e suas Tecnologias
é? E se todo mundo tivesse suas ações, atitudes e relacionamentos controlados o
Ciências da Natureza e suas Tecnologias
tempo todo por um único poder? Como seria? Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Relacione o que você vai ler com o que você sente ou pensa sobre a exposição Matemática e suas Tecnologias
e o controle da vida privada por meio da tecnologia.

1. Big Brother : ontem e hoje


É quase certo que todo brasileiro já ouviu falar de um programa de TV intitulado Big Brother, em que câmeras re-
gistram tudo o que acontece em uma casa em que fica confinado por cerca de três meses um grupo de pessoas que tem
como objetivo permanecer na casa até o último dia do programa, quando o vencedor é escolhido pela audiência por voto
(internet ou telefone).
Há uma célebre frase “A arte imita a vida”. Mas, às vezes, é a vida que imita a arte! Você vai encontrar a seguir algumas
informações sobre o Big Brother (“Grande Irmão”, em português). Descubra como um romance escrito no século passado,
em 1949, com um título que, na época, remetia ao futuro, 1984, ainda é muito atual no século XXI.

O Big Brother, o Grande Irmão, é uma personagem do romance 1984, de George Orwell.
A história se passa em um mundo dividido em três grandes superestados: Eurásia, Lestásia e Oceania. No ano de
1984, os estados policiais dominam permanentemente a vida dos cidadãos, suas atitudes, pensamentos e raciocínio:
nada é de ninguém.
Um chefe supremo, o Grande Irmão — Big Brother — vigia os indivíduos e impede a expressão de qualquer opinião
contrária ao governo. O pacífico Winston Smith é um funcionário do Ministério da Verdade de Oceania que se revolta
contra o governo. É preso, torturado e recebe uma reeducação que tem como objetivo eliminar a independência de seu
pensamento.

Leia um trecho do romance para saber como era feito o controle dos cidadãos e, se puder, leia o livro:
A teletela recebia e transmitia simultaneamente. Qualquer barulho que Winston fizesse mais alto que um cochicho seria
captado pelo aparelho; além do mais, enquanto permanecesse no campo de visão da placa metálica, poderia ser visto também.
Naturalmente, não havia jeito de determinar se, num dado momento, o cidadão estava sendo vigiado ou não. Impossível saber
com que frequência, ou periodicidade, a Polícia do Pensamento ligava para a casa deste ou daquele indivíduo. Era concebível,
mesmo, que observasse todo mundo ao mesmo tempo.
ORWELL, George. 1984. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
AP Photo /
Glow Images

George Orwell era o pseudônimo de Eric Arthur Blair, inglês nascido em 1903, na
Índia, quando esse país fazia parte do império britânico. É conhecido como um dos
mais influentes escritores do século XX pela criação de dois romances: A revolução
dos bichos (1945) e 1984 (1949). Morreu de tuberculose em 1950.

18 Defender ideias, argumentar, opinar...


2. Letra de música Se possível e viável, apresente aos alunos a música, que está disponível na internet.
E depois de toda a reflexão sobre o controle da privacidade pela mídia, que tal ler e cantar a música “Tá na mídia”?

Tá na mídia

Eu acordo de manhã Na verdade, na mentira


E não sei mais quem eu sou A realidade é estar na mídia
No Espelho tem um outro
Um androide um pós-eu No conforme da certeza, na orgia do consumo
Todo mundo extasiado, acomodado e sem rumo
Um sorriso congelado E o céu cuspindo fogo
Esculpiu a minha cara E nas cinzas desse inverno
E uma baba escorria O que brilha no paraíso é a brasa do inferno
Eu não entendia nada
Na verdade, na mentira
Na verdade, na mentira A realidade é estar na mídia
A realidade é estar na mídia
E o palhaço perde a calma
No conforme da certeza, na orgia do consumo E o ladrão a pontaria
Te conheço de outras luas O coringa dá as cartas
Os meus olhos são sequelas E o assassino denuncia
E o quarto tá escuro E na paz dos inquietos
A tua imagem é imensa E na pressão aqui no peito
O desafio de um futuro
E eu tô pra lá de tudo No presente insatisfeito
No deserto o grão de areia
Entre o sonho e o delírio Na verdade, na mentira
Que a tudo se assemelha A realidade é estar na mídia
BRANDÃO, A. Tá na mídia. Intérprete: Arnaldo Brandão. In: Arnaldo Brandão –
Na verdade, na mentira Ao vivo. São Paulo: Tratore, 2003. 1 CD. Faixa 1.

A realidade é estar na mídia

Carlos Araujo/Arquivo da editora


É a voz da propaganda embutindo os sentidos
Salivando por devotos
Promovendo o fanatismo
Projetando divindades
Com paixão e violência
Baixo nível de maldades pra aumentar
a audiência LÍNGUA PORTUGUESA

Defender ideias, argumentar, opinar... 19


O objetivo deste estudo não é fazer os alunos memorizarem regras. Espera-se que compreendam que alguns usos mais formais, mais monitorados da língua devem
empregar mecanismos específicos orientados por normas gramaticais mais estritas, que regem especialmente as chamadas normas urbanas de prestígio. Os
alunos precisam compreender que essas normas são mais empregadas em determinados textos jornalísticos, trabalhos acadêmicos, peças jurídicas, etc., que de

Para construir:
Língua: usos e reflexão (atividades
Língua: usos e reflexão modo geral costumam ter uma elaboração mais cuidadosa, mais
de concordância, p. 20 a 31) monitorada, por se tratar de textos usados ou divulgados em situações
mais formais de comunicação. Paralelamente devem compreender
Concordância também que os usos da língua mais informais, menos monitorados, mais
coloquiais, regionais, não devem jamais ser discriminados, mas aceitos e
No dia a dia nos deparamos com as mais diversas formas de empregar a língua,
compreendidos levando-se em conta: o contexto, as intenções e as condições
seja falada, seja escrita. de uso. Por outro lado, é importante que o usuário da língua domine os
Sugere-se que esta parte inicial seja feita por Neste capítulo vamos refletir sobre como ocorre a concordância entre os termos
meio de leitura compartilhada para que os variados processos que fundamentam estruturas empregadas na língua portuguesa nas
alunos possam interagir apresentando suas de uma frase. mais diversas variantes linguísticas para empregá-los adequadamente na situação
hipóteses, suas experiências e conhecimento comunicativa em que estiver inserido. Para ajudar a refletir sobre usos mais formais são
sobre o assunto. Além disso, a leitura 1. Leia, se possível em voz alta, um trecho do poema “Vaca Estrela e Boi Fubá”, de Pa-
compartilhada facilitará a reflexão sobre as tativa do Assaré. necessários alguns processos descritivos, metalinguísticos que serão desenvolvidos
variedades de uso da língua. neste e no próximo capítulo.
Aquela seca medonha fez tudo se atrapalhá,
Carlos Araujo/Arquivo da editora

Não nasceu capim no campo para o gado sustentá


O sertão esturricou, fez os açude secá
Morreu minha Vaca Estrela, já acabou meu Boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha, nunca mais pude aboiá
Êêêê la a a a a ê ê ê Vaca Estrela,
Ô ô ô Boi Fubá.
Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente uma boiada passá,
As água corre dos olho, começo logo a chorá
Lembro a minha Vaca Estrela e o meu lindo Boi Fubá
Com saudade do Nordeste, dá vontade de aboiá
ASSARÉ, Patativa do. A Terra é naturá. 1980, Epic/CBS. 1 LP.

a) Qual é o tema ou assunto do trecho que você leu?


aboiar (aboiá): cantar, geralmente sem
palavras, para conduzir o gado. A seca do Nordeste que mata animais e entristece o homem.

torrão natal (torrão natá): lugar b) É sabido que a seca provoca a necessidade de as pessoas migrarem, isto é, mudar
onde nasceu. de um lugar para outro para sobreviver.
Copie um verso do trecho que revela a migração do poeta.

“Hoje nas terra do sul, longe do torrão natá”; “Com saudade do Nordeste [...]”.

c) Que recursos foram empregados para conseguir mais musicalidade no texto?

Ritmo bem marcado e a rima entre as palavras atrapalhá, sustentá, secá, Fubá, aboiá, natá passá,

chorá.

20 Defender ideias, argumentar, opinar...


d) Os trechos “longe do torrão natá” e “Com saudade do Nordeste” indicam que a Uma das peculiaridades da escrita desse texto,
que procura representar na escrita marcas de
terra natal do poeta é o Nordeste, o que permite supor então que a forma como oralidade do poeta, é a omissão, na pronúncia,
da letra erre final de formas verbais no infinitivo,
os versos foram escritos busca representar as marcas de oralidade de sua fala, e essa forma de falar é muito comum em várias
que sofre influência de sua região. localidades do Brasil. Como a sílaba tônica
dessas formas é a última (são palavras
É possível encontrar essas formas de falar em outras regiões? Converse um pou- oxítonas), ao grafar, acrescenta-se um acento
agudo na última vogal para marcar a tonicidade.
co com seus colegas sobre isso, procurando exemplificar com formas de falar de Outra peculiaridade é o fato de não se fazer a
concordância verbal nem a nominal da forma
regiões que vocês conheçam. como a gramática prescreve, marca de
oralidade de muitos usuários da língua Brasil
2. Releia estes trechos de versos do poema: afora. Mais uma vez, incentive-os a
compreender a existência dos vários usos da
[...] fez os açude secá língua e a combater o preconceito linguístico.
Hoje nas terra do sul [...] É fundamental discutir os usos da linguagem
As água corre dos olho [...] popular regional ou informal (com menor grau
de monitoramento) nos contextos sociais em
Indique características que marcam a linguagem mais coloquial, informal e até regional. que é produzida. Ressalte a expressão da
identidade regional que a linguagem permite
revelar. Estimule os alunos a refletir sobre o
A forma secá e a concordância entre as palavras – os açude, nas terra, as água corre. preconceito linguístico e a evitá-lo caso ocorra.
Além de expressões e marcas de pronúncias próprias de grupos de falantes de Reforce com os alunos a ideia de que a
linguagem não está errada: ela apenas não
algumas regiões do Brasil, a forma de organizar a concordância entre os termos da segue as regras das variedades mais formais ou
as normas urbanas de prestígio, que são
frase revela no poema as marcas de uma linguagem mais informal, menos monitorada, resultantes de convenções sociais. Portanto,
mais espontânea, mais popular e regional. Em Patativa do Assaré essas marcas con- não há erro no texto, mas marcas da língua
popular e regional, plenamente adequadas à
feriram valor à sua obra, pois tornaram autêntica sua expressão, retratando de forma situação de comunicação e ao contexto de
bastante expressiva as características da região que revela. produção do texto. Enfatize a carga de emoção,
de lirismo que a linguagem espontânea e fluida
É importante também perceber que essas características de linguagem conferi- imprime ao texto, além da sonoridade resultante
de expressões mais regionais.
ram mais musicalidade aos versos. O poema recebeu arranjo musical e já foi gravado
por vários cantores.
Um dos aspectos muito presentes no uso mais coloquial da língua, especialmen-
te em situações de comunicação mais espontâneas, é a forma como é feita a concor-
dância entre os termos das orações.
Agora, compare o poema que você leu com um trecho do texto deste capítulo:
sujeito

Não se iluda: as mídias sociais e as bases de dados de comércio eletrônico acabaram


com qualquer pretensão de privacidade.

Observe que a forma verbal acabaram é empregada na 3a pessoa do plural, concor-


dando com o sujeito que também está no plural. Mídias e bases são os núcleos do sujeito.
Esse é um texto jornalístico, mais formal, dirigido a um público leitor talvez mais
habituado com as normas urbanas de prestígio. A intenção do texto – informar e conven-
cer – também o tornam um gênero que requer uma modalidade mais formal de linguagem.
Há circunstâncias de comunicação – faladas ou escritas – em que é necessário
empregar uma linguagem mais formal, mais elaborada, isto é, com maior grau de mo-
nitoramento: textos acadêmicos, peças jurídicas, determinados textos jornalísticos,
entre outros. Para esses casos é necessário orientar-se pela gramática, que descreve
as regras para esses usos.
LÍNGUA PORTUGUESA

Neste capítulo, vamos estudar como a gramática descreve as regras de concor-


dância para usos mais formais.
Note em uma frase do texto “Quinze minutos de infâmia”:

Quando todos são famosos, ninguém é (famoso).

Defender ideias, argumentar, opinar... 21


Observe que há duas orações. Na primeira, a forma verbal são está na 3a pessoa
do plural para concordar com o sujeito todos, isto é, para corresponder ao sujeito, todos,
que também está no plural e corresponde à 3a pessoa.
Veja outra concordância: o adjetivo famosos também está no plural para concor-
dar com a palavra todos, ou, pode-se dizer, é feita uma correspondência:
todos: masculino plural famosos: masculino plural
O verbo são e o adjetivo famosos flexionaram-se, alteraram-se para concordar
com os termos a que se referiam.
Observe que, na segunda oração, o verbo está na 3a pessoa do singular para
concordar com o sujeito ninguém, que está no singular.
Há dois tipos de concordância: nominal e verbal.
I. Nominal

Quando a informação é muita, (não é difícil fazer) cruzamentos únicos de variáveis.

artigo substantivo pronome indefinido substantivo adjetivo


feminino feminino feminino plural plural
singular singular singular

O artigo, o adjetivo e o pronome indefinido flexionam-se para concordar em gê-


nero e número com o substantivo, ou nome, a que se referem.
Observe a frase:

Os meus dois melhores amigos vão mudar de escola.

artigo pronome numeral adjetivo substantivo com o qual os termos concordam

II. Verbal

A internet amplifica e registra tudo.

As formas verbais amplifica e registra flexionam-se para concordar com o sujei-


to a que se referem (a internet), em pessoa (3a) e em número (singular): trata-se de
concordância verbal.

Como todo o patrimônio, ele precisa ser estável para se tornar uma referência e,

nesse processo, acaba perdendo a espontaneidade [...]

Concordância é uma correspondência feita entre os termos de uma oração por meio de
flexões das palavras.
Concordância nominal: concordância em gênero e número entre os determinantes (artigo,
adjetivo, numeral, pronome) com o nome ou substantivo a que se referem.
Concordância verbal: concordância do verbo em número e pessoa com o sujeito a que
se refere.

Concordância verbal (I)


Leia e compare as frases a seguir:
I. “Aos poucos as regras de conduta invadem os recônditos da vida pessoal.”
II. Aos poucos as regras de conduta invade os recônditos da vida pessoal.

22 Defender ideias, argumentar, opinar...


Qual das duas frases está de acordo com um uso mais formal da linguagem? Explique.

A frase I: o verbo está no plural e se refere a um sujeito no plural, ou seja, o verbo está concordando com

o sujeito.
Em circunstâncias mais formais, que exigem maior grau de controle nas escolhas
de linguagem, a regra geral é:

O verbo concorda em número e pessoa com o sujeito a que se refere.

Mas, além da regra geral, há normas para casos específicos.


Vamos estudar alguns desses casos.

Casos especiais
Concordância do verbo com sujeito composto
1 Sujeito composto anteposto ao verbo (que vem antes do verbo)

Carlos Araujo/Arquivo da editora


Veja alguns casos de concordância com o sujeito composto anteposto.
Caso 1
Releia a frase retirada do artigo de opinião e já utilizada como exemplo de concor-
dância verbal:
sujeito composto
[...] as mídias sociais e as bases de dados de comércio eletrônico acabaram com
qualquer pretensão de privacidade.
verbo

Quando a frase tem o sujeito composto colocado antes do verbo – anteposto


– o verbo fica no plural.
Então:

Com sujeito composto anteposto ao verbo, este fica no plural.

Caso 2
Leia a frase:
sujeito composto resumido na palavra tudo
Celular, redes sociais, GPS, tudo acaba com a privacidade das pessoas.

verbo

Observe: o sujeito é composto, mas foi resumido na palavra tudo. O verbo fica no
singular.
Veja outro exemplo:
sujeito composto resumido na palavra nada
Barreiras, caixotes, sacos de areia, nada segurava a força das águas.
LÍNGUA PORTUGUESA

verbo

Assim, podemos concluir a regra:

Com sujeito composto resumido por palavras como alguém, ninguém, cada um, tudo,
nada, o verbo permanece no singular.

Defender ideias, argumentar, opinar... 23


Se achar conveniente, apresente outros casos Caso 3
de concordância entre pessoas gramaticais
diferentes: Observe a concordância do verbo com o sujeito nos seguintes exemplos:
sujeito composto
Você, Carlos e eu ficaremos encarregados da decoração do salão.
Tu e ele chegaram (ou chegastes) cedo para a festa.

2a e 3a verbo ou verbo 3a 3a 1a verbo


pessoas 3a pessoa 2a pessoa pessoa pessoa pessoa 3a pessoa do plural
do plural do plural
Neste caso o verbo pode ir para a 2a ou para a Esse sujeito composto é formado de pessoas gramaticais diferentes. Como há a
3a pessoa do plural.
presença de uma 1a pessoa (eu/nós), o verbo concorda na 1a pessoa do plural.
Assim, pode-se concluir a regra de concordância:

Sujeito composto formado de pessoas gramaticais diferentes: quando houver a


1a pessoa, o verbo vai para a 1a pessoa do plural.

2 Sujeito composto posposto ao verbo (que vem depois do verbo)


Observe estas frases:
sujeito composto: três núcleos
Durante o tumulto, brigaram o juiz, os jogadores e alguns torcedores.

verbo no plural

sujeito composto: três núcleos


Durante o tumulto, brigou o juiz, os jogadores e alguns torcedores.

verbo no singular

As duas concordâncias estão corretas. Assim fica a regra:

Com sujeito composto posposto ao verbo (que vem depois do verbo), este pode ir para o
plural ou concordar com o núcleo mais próximo.

Outros casos de concordância verbal


1 Sujeito formado por nomes próprios no plural
• Se o nome no plural vier antecedido de artigo, o verbo concorda com o número do artigo:
No fim do século XVII, as Minas Gerais receberam milhares de europeus, colonos e
escravos, atraídos pela descoberta do ouro.

• Se o nome não vier antecedido de artigo, o verbo fica no singular:


Minas Gerais ganhou o prêmio dos melhores projetos culturais.

Observação: o uso atual na imprensa tende a preferir, em alguns casos, o verbo


no plural mesmo se o nome não for precedido de artigo:
EUA decidem lançar candidatura à Olimpíada de 2024; quatro cidades concorrem

Disponível em: <espn.uol.com.br/noticia/468873_eua-decidem-lancar-candidatura-a-olimpiada-de-2024-


quatro-cidades-concorrem>. Acesso em: abr. 2016.

2 Sujeito formado por expressões de sentido quantitativo


• Sujeito formado pelas expressões a maior parte de, grande parte de, a maioria de,
entre outras — ocorre a concordância no plural ou no singular:

24 Defender ideias, argumentar, opinar...


Grande parte das pessoas estava nos abrigos do governo.

Grande parte das pessoas estavam nos abrigos do governo.

A maioria das crianças queria brincar na areia.

A maioria das crianças queriam brincar na areia.

• Sujeito formado pelas expressões um dos que, uma das que — o verbo vai para o
plural (construção predominante) ou permanece no singular:
Pedro foi um dos que mais ficaram indignados com as novas orientações.
ou
Pedro foi um dos que mais ficou indignado com as novas orientações.

• Sujeito formado com as expressões mais de, menos de — o verbo concorda com o
numeral que segue a expressão:
Mais de um caso de febre aftosa foi constatado nesse gado.
Mais de dez casos de febre aftosa foram constatados nesse gado.

3 Sujeito formado pelas expressões um e outro e nem um nem outro


O verbo pode ir para o plural ou para o singular: Antes a tendência era fazer a concordância
com a expressão numérica. A concordância
Um e outro falou a verdade. com o termo que a complementa é uma
tendência assinalada pela mídia. Ver: Moderna
Um e outro falaram a verdade. gramática portuguesa, de Evanildo Bechara
(Rio de Janeiro: Lucerna, 2000, p. 566) e
Gramática mínima: para o domínio da língua
padrão, de Antônio Suarez Abreu (Cotia: Ateliê
4 Sujeito formado por números percentuais Editorial, 2003, p. 175-176).

A tendência na linguagem moderna é fazer a concordância do verbo com o termo


preposicionado que especifica a expressão numérica:
Setenta por cento do povo brasileiro referendou a não proibição do comércio de armas.

Setenta por cento dos brasileiros referendaram a não proibição do comércio de armas.

Leia uma manchete de jornal referindo-se a defeitos detectados em eletrônicos.


Pesquisa diz que 45% dos eletrônicos dão defeito
antes de 2 anos de uso
Disponível em: <g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2014/09/pesquisa-diz-que-45-dos-eletronicos-
dao-defeito-antes-de-2-anos-de-uso.html>. Acesso em: abr. 2016.

5 Sujeito representado pelos pronomes relativos que e quem


• Quando o sujeito do verbo é o pronome relativo que, o verbo concorda com o ante-
cedente desse pronome:

Fui eu que levei os livros para casa.


LÍNGUA PORTUGUESA

Foi ele que levou os livros para casa.


Fomos nós que levamos os livros para casa.
Foram vocês que levaram os livros para casa.

antecedente pronome verbo concordando


do pronome relativo com o antecedente

Defender ideias, argumentar, opinar... 25


• Quando o sujeito do verbo é o pronome relativo quem, há duas formas de fazer a
concordância:
• O verbo fica na 3a pessoa do singular:

Fui eu quem levou o livro para casa.

antecedente verbo na
1a pessoa 3a pessoa
pronome
relativo

• O verbo concorda com o antecedente:

Carlos Araujo/Arquivo da editora


Fui eu quem levei o livro para casa.

antecedente verbo na
1a pessoa 1a pessoa
pronome
relativo

No dia a dia
Concordância
Na linguagem mais espontânea do cotidiano, principalmente em situações em
que não estamos planejando nossa fala ou nossa escrita, é muito comum fazermos a
concordância verbal de determinados casos de outras formas. Isso acontece mesmo
com pessoas com maior grau de escolaridade.
Leia e compare as frases:
Há quem compra tudo pela internet.

Há quem compre tudo pela internet.

São exemplos de relações de concordância com o pronome quem.


Seguindo a norma gramatical, o verbo deve ser empregado na 3a pessoa, como
está na frase “Há quem compre tudo pela internet”.
Porém, no dia a dia, os usos relativos à 3a pessoa e à 2a pessoa podem se confun-
dir e é comum o uso do verbo em relação ao quem não seguir as regras da gramática
normativa e concordar com a ideia. Veja:
Eu é quem fiz o conserto da porta.
em vez de:
Eu é quem fez o conserto da porta.
ou
Eu é que fiz o conserto da porta.
Outros tipos de concordância
• Na fala cotidiana, quando o sujeito da frase fica distante do verbo ou colocado depois
Na Nova gramática do português brasileiro do verbo (posposto) é comum fazer concordância verbal como nesta:
(1. ed. São Paulo: Contexto, 2012), de Ataliba T.
de Castilho, o autor comenta o fato de a Chegou, depois de muita briga pelo telefone, os acessórios que encomendei pelo site.
posição do sujeito na sentença poder
determinar a concordância: o sujeito
anteposto favorece a concordância. Já o
• Muitas vezes, a concordância é feita pelo paralelismo que se cria na frase. Observe:
sujeito posposto desfavorece (ver Castilho, Tem gente que fala pouco e diz muito, mas tem outros que fala demais e não diz nada
p. 413)
que se aproveite.

26 Defender ideias, argumentar, opinar...


É sempre importante refletir sobre como nossas intenções, as circunstâncias Para praticar:
em que estamos envolvidos, o grupo social que frequentamos. Todos esses fatores Produção de texto (p. 32 a 34)
podem nos fazer empregar a língua de modos diferentes. Refletir sobre isso não só
ajuda a fazer escolhas de linguagem mais conscientes dependendo de nossas ne-
cessidades de comunicação como também a compreender melhor as diversas for-
mas de expressão que circulam na sociedade.

Atividades: concordância verbal

1. Reescreva as frases escolhendo a forma verbal que estabelece a concordância mais adequada entre o verbo e o sujeito. Se for
necessário, consulte as regras estudadas.
a) Nuvens escuras de chuva (apontava/apontavam) no horizonte.

apontavam

b) Todos nós (esperava/esperávamos) uma resposta definitiva para o problema.

esperávamos

c) A decisão do juiz e dos bandeirinhas (revoltou/revoltaram) os jogadores.

revoltou

d) O empenho dos políticos (poderia/poderiam) melhorar a situação do país.

poderia

e) Nem o melhor equipamento eletrônico (pode/podem) evitar falhas humanas.

pode

f) Finalmente (chegou/chegaram) as férias de final de ano.

chegaram

g) (Voltou/Voltaram) da excursão todos os alunos envolvidos na pesquisa.

Voltaram
LÍNGUA PORTUGUESA

h) O número de candidatos para o concurso (ultrapassou/ultrapassaram) as expectativas.

ultrapassou

Defender ideias, argumentar, opinar... 27


2. O que foi necessário observar para fazer a concordância verbal das frases da atividade anterior?
Todas as frases da atividade 1 seguiram a regra geral de concordância verbal.

Foi necessário localizar os núcleos dos sujeitos para depois perceber a concordância verbal adequada.

3. Reescreva as frases com a forma verbal que concorda adequadamente com seu sujeito.
a) Pedidos dos amigos, apelos dos parentes, nada o (convencia/convenciam) a desistir da arriscada disputa.

convencia

b) Paulo, Eduardo, Camila e eu (formo/formam/formamos) o time principal de vôlei.

formamos
c) Frio, chuva, um tempo muito adverso (atrapalhava/atrapalhavam) a escalada da montanha.

atrapalhava

d) Pressão da população, notícias na mídia e forte oposição, tudo (levou/levaram) o governo a acatar o referendo.

Levou

e) Casas de alvenaria, comportas e pontes (foi arrastada/foram arrastadas) pelas águas e pelos ventos.

foram arrastadas

f) Com a passagem do furacão (foi dizimada/foram dizimados) a cidade, os pastos e os reservatórios de água.

foi dizimada/foram dizimados

g) Com a passagem do furacão (foi dizimada/foram dizimados) os pastos, a cidade e os reservatórios de água.

foram dizimados

4. Escolha a forma verbal que concorda adequadamente com o sujeito da frase. Transcreva a frase pronta a seguir.
a) Os Andes (tem/têm) paisagens fantásticas.

têm
b) As Filipinas (passa/passam) por uma grande crise econômica.

passam
c) Um dos que (foi aprovado/foram aprovados) no vestibular sempre estudou em escola pública.

foi aprovado/foram aprovados

28 Defender ideias, argumentar, opinar...


d) Campinas (ficará/ficarão) sem água nesta semana.

ficará

e) A maioria dos jovens (deseja/desejam) ter a confiança dos pais.

deseja/desejam

f) Mais de vinte deputados (se ausentou/se ausentaram) durante as votações.

se ausentaram

g) Grande parte da população atingida pelo maremoto (fugiu/fugiram) para as montanhas.

fugiu

5. Justifique a concordância do verbo no plural na seguinte manchete de jornal:

Para Cuba, EUA não serão “especiais”


Jornal Metro, São Paulo, 7 abr. 2015. p. 10.

A concordância foi feita com um nome próprio no plural: Estados Unidos da América.

6. Observe que alguns verbos foram omitidos na tira reproduzida a seguir.

© Mort Walker/King Features Syndicate


WALKER, Mort. Recruta Zero. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 22 mar. 2004.
a) Substitua os números pelo presente do indicativo dos verbos seguintes, fazendo a concordância adequada.
• 1. espionar • 2. disparar • 3. fazer
espionam; disparam; fazem.
LÍNGUA PORTUGUESA

b) Explique a concordância verbal feita.

Os verbos concordam com os antecedentes do pronome relativo que.

Defender ideias, argumentar, opinar... 29


7. Justifique a concordância feita nas seguintes frases:
a) “Fragilidade tática do time, apatia dos jogadores, falta de resultados e saúde debilitada culminaram na saída do treinador
Muricy Ramalho do São Paulo.” (Jornal Metro. São Paulo, 7 abr. 2015.)

O verbo concorda no plural com o sujeito composto.

b) 47% de todos os casos de fraude registrados em 1999 na União Europeia envolveram transações na internet.

O verbo concorda com o termo que especifica a expressão numérica: “de todos os casos”.

c) Segundo a ONU, em 2004, 14,3% da população mundial tinha acesso à internet.

O verbo concorda com o termo que especifica a expressão numérica: “da população mundial”.

d) “50% da água tratada é desperdiçada nas grandes cidades brasileiras.” (Portal Bahia 247, 20 out. 2011.)

O verbo concorda com o termo que especifica a expressão numérica: “da água tratada”.

e) A maioria dos analistas acreditam que a tendência de crescimento será mantida.

O verbo concorda com a expressão “dos analistas”. A concordância poderia também ter sido feita no singular, com a expressão “A maioria”.

f) “Muitas vezes, sem saber, a maioria da população europeia e americana troca sua privacidade por alguns pontos obtidos
através de cartões de relacionamento de supermercados e lojas.”

Tanto a expressão “a maioria” quanto a expressão “da população” no singular determinam a concordância no singular.

Chame a atenção dos alunos para o fato


g) “Pesquisa revela que maioria dos jovens tem espírito empreendedor” (Portal G1, 14 fev. 2012.) de que a ausência do acento circunflexo
em “tem” mostra que o verbo está no
O verbo “tem” concorda com “a maioria”. singular.

8. Leia a tira a seguir.


© Bill Watterson/Atlantic Syndication/Universal Press
Syndicate

WATTERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 24 jun. 2005. Caderno 2.

30 Defender ideias, argumentar, opinar...


Em qual dos quadrinhos a escrita do verbo comprometeu a concordância verbal segundo as regras gramaticais? Explique o
que ocorreu.

No quadrinho 3: a forma verbal está no singular (tem) e o sujeito está no plural (seus ferimentos).

9. Embora as frases “Um grupo de cientistas detectaram” e “equipe de cientistas também detectaram”
Você e seu colega são os revisores do texto. possam soar estranhas, os alunos devem saber que são aceitos pelas regras da gramática normativa.
A matéria seguinte está praticamente pronta para ser publicada em uma página da internet. Corrija-a oralmente adequando a
Entretanto, devem também analisar o que é mais comum no uso
concordância verbal quando necessário ou quando achar mais adequado: do dia a dia e fazer as adequações. No caso a concordância no
9. que sinalizam vida em estrela jovem. singular pode “soar” melhor do que a concordância no plural.
Cientistas acham componentes que sinaliza vida em estrela jovem
Um grupo de cientistas detectaram, pela primeira vez, componentes orgânicos essenciais ao redor de uma distante
estrela jovem, o que corrobora a possibilidade de haver vida além do Sistema Solar. Segundo um artigo que será publicado na
quinta-feira (8) pela revista científica Nature e que foi avançado em comunicado do Observatório Meridional Europeu (ISSO),
esta equipe de cientistas também detectaram “grandes quantidades de cianeto de metilo (CH3-CN) no disco protoplanetário
que rodeia a jovem estrela MWC 480”.

Adaptado de: Uol Notícias. Disponível em: <noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/efe/2015/04/08/


componentes-essenciais-para-vida-junto-a-estrela-sao-encontrados-pela-1-vez.htm>. Acesso em: 8 abr. 2016.

10. Reescreva as frases, flexionando o verbo entre parênteses no tempo e modo indicados, para fazer a concordância adequada:
a) Nem meus amigos, nem meus parentes, ninguém (lembrar – pretérito perfeito do indicativo) o meu aniversário.

lembrou

b) Meus pais, meus irmãos, todo o pessoal de casa (ir – presente do indicativo) me acompanhar até o aeroporto na minha partida.

vai

c) Tu e Carolina (ser – presente do indicativo) muito parecidos.

sois/são

Os verbos concordaram com os antecedentes do pronome que.

11. Observe as manchetes a seguir completando-as com o verbo entre parênteses. Flexione o verbo e faça a concordância no
tempo indicado.
Lembre os alunos que ambas as concordâncias são possíveis e informe-os de que a manchete original fez a concordância do verbo no singular: abriu.
a) Grande parte dos restaurantes da cidade não abriu; abriram no domingo de Natal (abrir
– pretérito perfeito do indicativo) (Correio Braziliense, 26 dez. 2011)
LÍNGUA PORTUGUESA

b) População de golfinhos da Baía de Guanabara sofre redução de 90% em três


décadas (sofrer – presente do indicativo) (O Globo, 10 maio 2015.)

c) População desempregada salta 14% em fevereiro, em 6 capitais (saltar – pre-


sente do indicativo) (O Globo, 26 mar. 2015.)

Defender ideias, argumentar, opinar... 31


Produção de texto
Gênero: artigo de opinião
Para quê?
O quê? Artigo de Expor sua opinião e
Artigo de opinião opinião defender seu
sobre tema posicionamento.
polêmico.
Para quem?
Pessoas da
comunidade
escolar.

A tecnologia no controle dos pais sobre os filhos


A — Lendo opiniões sobre o tema/assunto
Você leu no artigo “Celebridades descelebradas” como a tecnologia pode invadir a vida privada das pessoas. O telefone
celular equipado com GPS é uma dessas tecnologias.
Leia:

Serviços que hoje são muito comuns em vários aplicativos, há alguns anos eram uma grande novidade. Próximo
ao Natal de 2004, e por meio de grande campanha de vendas, foi lançado o telefone celular equipado com rastreadores,
que fornecem a localização do usuário. Eram aparelhos dotados de GPS (sigla em inglês para “sistema global de posi-
cionamento”), capazes de enviar sinais e captar os resultados por técnicas de localização. Como o apelo publicitário
enfatizava o auxílio da tecnologia na localização dos filhos pelos pais, o lançamento desse produto gerou polêmica
entre especialistas em relacionamento entre pais e filhos.

A possibilidade de controle da vida dos filhos por meio do celular, uma espécie de Big Brother paterno, gerou uma
grande polêmica na ocasião. Dois especialistas em comportamento humano, um psiquiatra e uma psicóloga, confronta-
ram opiniões em textos publicados em um jornal de grande circulação. Confira:
Reprodução/Arquivo da editora

Big Brother /A favor

“Coleira” é necessária para alguns


A questão do controle dos pais sobre os filhos sempre é contro-
versa, mas é necessário deixar claro que o responsável pelos limites
que os adultos estabelecem para a sua autonomia é o próprio adoles-
cente.
Quem vai dizer se tem de haver um controle ou não é a própria
vida que o adolescente leva nesse processo de “segundo parto” —
porque a adolescência é o segundo parto para ganhar a autonomia
comportamental.
Teoricamente, esse jovem não precisa depender dos adultos
para decidir o que fazer.

32 Defender ideias, argumentar, opinar...


Eduardo Knapp/Folhapress
Agora, uma vez que ele não se mostre competente para ditar os próprios rumos e,
em vez de ir à escola, fica no bar da esquina, o controle é necessário.
Nesse contexto, aparelhos rastreadores capazes de deixar os filhos localizáveis o
tempo todo, que chamo de “coleira virtual”, são bastante viáveis.
Esses jovens que precisam de controle não tomam as medidas de proteção neces-
sárias e acabam se expondo a todo o tipo de perigo. Em vez de manter a família informa-
da, simplesmente desaparecem. Os pais têm de impor limites: se largar o celular em
qualquer lugar, então não merece sair.
Nesse ponto, tem de ser um pouco mais radical, porque alguns adolescentes trans-
cendem os limites, e os pais só vão saber na hora de tirá-los, na melhor das hipóteses, da
delegacia.
Assim como há jovens que podem ir para a “balada” sem maiores preocupações,
existem outros que precisam, sim, dessa “coleira virtual”. Içami Tiba

TIBA, Içami. “Coleira” é necessária para alguns. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 dez. 2004, p. C3.

Big Brother /Contra

Reprodução/Arquivo da editora
Trocamos educação por tecnologia?
Estamos trocando a educação para a liberdade responsável e
para a autonomia pelos recursos tecnológicos mais avançados, é isso?
O caminho é sedutor porque é bem mais simples e com custos bem
menores. Os pais, preocupados com a segurança dos filhos – ah, o que
não temos feito em nome desse item! –, acabam consumindo, sem
grandes reflexões, as ideias mais absurdas. Como essa, por exemplo,
do controle da localização dos filhos pelo celular.
Ora, ora! Quem diria que a geração pós-Segunda Guerra, que lu-
tou pela democracia e pela liberdade, que bradou contra a tutela da
família, chegasse a esse ponto com os próprios filhos? “Ainda somos
os mesmos e vivemos como os nossos pais...”1
O controle é eficiente para acalmar as aflições dos pais. É eficien-

Luciana Cavalcanti/Folhapress
te, ainda, para provocar efeitos colaterais dos mais indesejáveis, e
outros riscos. Vejamos.
Em primeiro lugar, se tem quem controle o jovem, por que haveria ele de se respon-
sabilizar pelo autocontrole? Mais fácil deixar para os pais essa tarefa difícil já que eles
assim o desejam. Em segundo, tem a dificuldade da construção da privacidade. E sem
privacidade, não há intimidade. E tem mais, ainda: se os pais não acreditam que o filho
seja capaz de avaliar situações de risco, de se proteger, de caminhar com as próprias
pernas, por que ele mesmo acreditaria?
Pensando bem, é uma bobagem preocupar-se com isso. Os jovens sempre têm
respostas inteligentes para propostas medíocres. Eles encontrarão um jeito de burlar o
LÍNGUA PORTUGUESA

dispositivo. Não são eles os melhores no uso da tecnologia?


SAYÃO, Rosely. Trocamos educação por tecnologia?. Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 dez. 2004, p. C3.
Rosely Sayão

1
Este trecho faz referência a um verso da letra de canção “Como nossos pais”, composta por Belchior, bem conhecida na voz da cantora
brasileira Elis Regina.

Defender ideias, argumentar, opinar... 33


Apesar da distância no tempo, a polêmica entre direito à privacidade e controle do outro por meios eletrônicos continua.

Em artigo de opinião publicado na revista Exame Info, de junho de 2011, intitulado “Eles estão seguindo nossos passos”, Dagomir
Marquezi abordava o mesmo assunto, agora2 relacionado ao uso dessa tecnologia não só pelo celular, mas também pela inter-
net, em serviços como o Foursquare e o Google Latitude.

Você pode fazer a leitura completa desse artigo de opinião na seção Outro texto do mesmo gênero, ao fim deste capítulo.
O motivo de inserir textos para leitura antes do início da produção é estimular a reflexão e o posicionamento dos alunos perante o tema/assunto proposto de
forma a facilitar a estruturação do texto argumentativo, um desafio para os alunos do Ensino Fundamental.
B — Refletindo para posicionar-se sobre o tema/assunto
1. Com qual das opiniões você concorda mais?

2. Que argumentos o convenceram?

3. Que argumentos você considera menos ou nada importantes?

4. Que argumentos você acrescentaria para justificar a opinião escolhida?

C — Esquematizando o texto de opinião


1. Escreva sua opinião sobre o tema/assunto: A tecnologia no controle dos pais sobre os filhos.

2. Escreva pelo menos dois argumentos que possam sustentar sua opinião. Lembre-se de todos os tipos de argumentos que você
poderá utilizar: de autoridade, científico, citação de especialistas no assunto, argumento de valoração, argumento com ironia...

3. Decida se será necessário utilizar contra-argumentos para valorizar os seus argumentos. Se necessário, anote-os.

4. Verifique se será conveniente escrever uma introdução ou ancoragem para situar sua posição.

D — Escrevendo o artigo de opinião


1. Siga suas anotações e escreva seu texto, não se esquecendo das partes que organizam um texto argumentativo:

• introdução ou ancoragem;

• tese/posição sobre o assunto;

• argumentos, contra-argumentos;

• conclusão.

2. Lembre-se de que a conclusão pode retomar/justificar a tese/opinião apresentada.

3. Releia o texto e faça os ajustes necessários antes de passá-lo a limpo e de assiná-lo.

E — Socializando e divulgando opiniões


Aguarde as orientações do professor para:

• juntar-se aos colegas que tiveram opinião parecida com a defendida por você;

• escolher o melhor artigo de cada grupo;

• viabilizar a divulgação dos artigos de opinião eleitos: em um jornal mural, em cópias a serem distribuídas para a comunidade
escolar, no site da escola ou da comunidade, ou até em um jornal de bairro ou da cidade.

2
Observar que esse termo refere-se ao tempo em que o artigo foi escrito.

34 Defender ideias, argumentar, opinar...


Outro texto do mesmo gênero
Eles estão seguindo nossos passos
Os serviços de localização são um prato cheio para teorias conspiratórias.
Mas eles podem ser usados para boas causas

Quando? Onde? Tempo. Espaço. É a base do interrogatório policial. “Onde


você estava às 3h22 da quarta-feira passada?” Esses dois vetores determinam
muito do nosso relacionamento com o resto do mundo. Dependendo de onde
estivermos, e em qual momento, muitas coisas podem acontecer em nossas
vidas.
Localização é um nicho que cresce na internet. Serviços tipo LBS (Loca-
tion Base Service) estão apenas no começo. Carregam na essência material
para muita polêmica. São um prato cheio para os adoradores de teorias cons-
piratórias. Devem imaginar burocratas da CIA (ou extraterrestres) acompa-
nhando num grande monitor a localização de cada ser humano sobre a face
da Terra.
O mais tradicional dos serviços LBS é o Foursquare. É completamente
manual: o usuário marca (ou não) sua presença em algum lugar. O Foursquare
estimula a concorrência entre os usuários. Quem frequentar mais um deter-
minado lugar vira seu “prefeito”. Pode tirar foto do local, dar palpites sobre seus
serviços. É um instrumento social.
O Google Latitude promete ser bem mais interessante. E controverso. O
Latitude acompanha automaticamente seu sinal – pelo celular ou IP do com-
putador. Você então se torna um espião de si mesmo. Registra seu desloca-
mento pelo quarteirão ou pelo mundo.
Carlos Araujo/Arquivo da editora

LÍNGUA PORTUGUESA

Defender ideias, argumentar, opinar... 35


Tem mais. O usuário do Google Latitude pode acrescentar “amigos” e acom-
panhar suas movimentações. O Google ilustrou seu serviço com a ideia de
colegas usando-o para marcar um encontro. A empresa juntou um grupo de
funcionários em São Francisco que, de olho no celular, se desloca pelas ruas
até formar a expressão “Hi, mom” (Oi, mãe).
Invasão de privacidade?
Minha impressão é de que as perspectivas desses mecanismos LBS são
bem maiores do que juntar amigos no mesmo bairro. Essa é outra ponta de
iceberg típica da internet. Temos acesso a uma tecnologia que até outro dia era
restrita a militares e serviços de inteligência. Seu potencial para o cidadão co-
mum ainda é desconhecido.
Provavelmente não é uma boa ideia que casais se controlem pelo Google
Latitude. Mas faço com meu filho. Num caso de emergência, um vai saber onde
o outro está. Penso na minha já falecida mãe. Ela se recuperou de um grave AVC
sem qualquer problema motor. Mas no início da recuperação dona Dirce tinha
uma aguda confusão mental. Saía de casa e se perdia. Eu ficava circulando o
bairro com minha irmã em busca dela. Hoje isso estaria solucionado.
Penso em idosos sendo monitorados em seus passeios. Em crianças na-
quela fase aflitiva em que começam a sair de casa. Em viagens que envolvam
a coordenação de mais um veículo. Ou em complexas operações de salvamen-
to durante um terremoto. Ações comerciais, maratonas, experimentos cientí-
ficos – é só imaginar.
Pessoalmente uso bastante como parte de um projeto maior de amplo
registro da minha vida. O “diário” deixa de ser uma simples descrição e passa
a incluir mapas, gráficos, animações, listas de check-ins. Isso para mim fazia
parte da ficção científica até outro dia. Invasão de privacidade? Objetivos co-
merciais ocultos? Mais do que nunca, acho que o grau de envolvimento com
tecnologias de ponta fica por conta e risco de cada um. Tenho computadores
desde o tempo do TK-85 e acho que já estou bem grandinho para saber em que
onda estou surfando.
MARQUEZI, Dagomir. Eles estão seguindo nossos passos. Exame INFO, ed. 304.
São Paulo: Abril, jun. 2011, p. 46.

Carlos Araujo/Arquivo da editora

36 Defender ideias, argumentar, opinar...


2
Capítulo

Manifesto
Objetivos:
Gênero

• Compreender o manifesto
“Amazônia para sempre”.
Língua: usos e reflexão

• Reconhecer os usos da
concordância verbal.


Carlos Araujo/Arquivo da editora

Compreender a
concordância nominal.
Produção textual

• Escrever um manifesto.

Nos módulos anteriores, você analisou editoriais e artigos de opinião, importantes


instrumentos para defender e divulgar ideias nos veículos de comunicação (jornais,
emissoras de televisão, revistas, etc.).
Outro gênero usado para a expressão de posicionamentos assumidos diante de
fatos ou ideias é o manifesto.
Além de buscar convencer as pessoas sobre as ideias apresentadas, o autor ou
LÍNGUA PORTUGUESA

autores do manifesto procura(m) incentivá-las a se mobilizar para ações coletivas


pelas causas defendidas.
Para conseguir esse envolvimento, o manifesto tem de ser bastante convincen-
te, daí a importância de uma boa argumentação.
Para você, que fatos, causas ou ideias mereceriam ser defendidos por meio de
manifestos e da ação das pessoas?

Defender ideias, argumentar, opinar... 37


Observe as diversas formas que as pessoas encontraram para se manifestar em
épocas e lugares diferentes.

Vincent Yu/Associated Press

Mizzima News/Agence France-Presse


Mulher de paz. Manifestante segura cartaz em Seul (Coreia do Sul), em
manifestação contra a intervenção militar no Iraque. Folha de S.Paulo,
9 mar. 2003.

Pedro Ugarte/Agence France-Presse

Manifestação dos monges da Birmânia (Mianmar)


pela causa: “O amor e a gentileza vencem tudo”, 2007.
Eduardo Naddar/AGIF/Folhapress

Manifestação pela renúncia do presidente do Egito, 2011. Manifestação contra a dengue no Rio de Janeiro, 2008.

Durante as gravações da minissérie de televisão Amaz™nia (Rede Globo, Glória


Perez, 2007), alguns artistas, testemunhando o desflorestamento da Amazônia, re-
solveram fazer um manifesto em favor da floresta.
O manifesto “Amazônia para sempre” foi lançado no Acre com o objetivo de con-
vencer a sociedade e as autoridades a interromperem o desmatamento da floresta.
Leia o manifesto na próxima página.

38 Defender ideias, argumentar, opinar...


Leitura

Manifesto
Amazônia para sempre

Amazônia para sempre/Arquivo da editora


Acabamos de comemorar o menor desmata-
mento da Floresta Amazônica dos últimos três
térmico: que conserva a temperatura,
anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a me- referente a calor.
tade da Holanda. Da área total já desmatamos 16%, engendrado: inventado, produzido.
o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Es- pujança: grandeza, força, vigor.

tados de São Paulo. Não há motivo para comemo- escrúpulo: remorso, cuidado, zelo, senso
moral.
rações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, Chico Mendes: além de seringueiro, foi
mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao Planeta. sindicalista e ativista ambiental. Lutava
Essa vastidão verde que se estende por mais de 5 milhões de quilômetros pela preservação da Floresta Amazônica e
conseguiu dar projeção mundial à causa.
quadrados é um lençol térmico engendrado pela natureza para que os raios Como não havia escolas nos seringais, só
solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta aprendeu a ler entre 19 e 20 anos. Aos 30,
começou sua vida de líder sindical e, desde
da Terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta. então, participou de ações em defesa da
Depois de tombada na sua pujança, estuprada por madeireiros sem Floresta Amazônica e de áreas indígenas.
escrúpulos, ateiam fogo às suas vestes de esmeralda, abrindo passagem instabilidade: falta de firmeza.
ecossistema: sistema que inclui os seres
aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja nas cinzas de cas-
vivos, o meio ambiente e suas inter-
tanheiras centenárias. Apesar do extraordinário esforço de implantarmos -relações.
unidades de conservação como alternativas de desenvolvimento susten- cabível: adequado, que tem cabimento,
que vale.
tável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes
irreversível: que não é possível reverter.
ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e in-
devastação: destruição, aniquilamento.
dígenas, mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de
manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver”,
mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela
Amazônia, a devastação continua.
Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao
progresso, como área a ser vencida e conquistada. Um imenso estoque de
terras a se tornarem pastos pouco produtivos, campos de soja e espécies
vegetais para combustíveis alternativos ou então uma fonte inesgotável
de madeira, peixe, ouro, minerais e energia elétrica. Continuamos um
povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa
incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossiste-
ma amazônico e como tratá-lo.
Um país que tem 165 000 km2 de área desflorestada, abandonada ou
semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade
LÍNGUA PORTUGUESA

de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis


pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais.
Portanto, a nosso ver, como único procedimento cabível para desace-
lerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, segundo o que determi-
na o § 4o, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê:

Defender ideias, argumentar, opinar... 39


“A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-
-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do
implementar: pôr em prática, executar.
meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.
Assim, deve-se implementar em níveis Federal, Estadual e Municipal
A INTERRUPÇÃO IMEDIATA DO DESMATAMENTO DA FLORESTA AMAZÔ-
NICA. JÁ!
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa
cultura e história.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!
Disponível em: <www.amazoniaparasempre.com.br/TPManifesto.html>.
Acesso em: 15 maio 2015.

Para construir:
Interpretação do texto (atividades
Interpretação do texto
de compreensão, linguagem e
construção do texto, p. 40 a 47)
Compreensão A questão refere-se ao descritor D5: interpretar
texto com auxílio de material gráfico.
1. Observe abaixo o logotipo do manifesto.
Compare-o com a foto da vitória-régia, planta típica da região amazônica.
logotipo: representação visual de marca ou O que o logotipo pretende destacar?
ideia; logomarca.
slogan: frase concisa, fácil de lembrar, Sugestão de resposta: A valorização da beleza natural da Amazônia.
utilizada em campanhas políticas
e publicitárias.

J. L. Bulcão/Pulsar Imagens
Amazônia para sempre/Arquivo da editora

2. Leia o slogan presente no logotipo: “Amazônia para sempre”.


Que ideia é expressa pelo slogan?

Sugestão de resposta: A ideia de que a Amazônia deve ser preservada e não destruída.

A questão refere-se ao descritor D14: distinguir 3. O manifesto apresenta razões para justificar a adesão das pessoas à causa. Qual é a
um fato da opinião relativa a esse fato.
principal razão que leva os criadores do manifesto a solicitar essa adesão?

A devastação da Floresta Amazônica por desmatamento, desflorestamento, incêndios e ações

irresponsáveis, que simbolizam nossa incapacidade de tratar de forma correta o ecossistema

amazônico.

40 Defender ideias, argumentar, opinar...


4.

Amazônia para sempre/Arquivo da editora


A questão refere-se ao descritor D1: localizar
Observe o logotipo do manifesto em inglês, que dá ideia informações explícitas em um texto.
de que esse manifesto não se restringe ao Brasil.
De acordo com o manifesto, a floresta amazônica presta
serviços ambientais não só ao Brasil, mas também ao
planeta. Essa seria a razão de o logotipo estar em inglês.
De que forma a floresta presta serviços ambientais ao
planeta?

A floresta forma um lençol térmico impedindo que os raios solares atinjam o solo, regulando a

temperatura do planeta.

5. Releia o trecho abaixo e responda às questões propostas.


[...] pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos
para viver.

a) A que fato relatado no texto se refere essa afirmação? A questão trabalha o descritor D11:
estabelecer relação causa/consequência
entre partes e elementos do texto.
Ao pacto entre indígenas e seringueiros.

b) De acordo com o manifesto, essa afirmação foi respeitada? Por quê? A questão refere-se ao descritor D4: inferir
uma informação implícita em um texto.
Não, porque o manifesto declara que a devastação continuou mesmo assim.

6. Releia a parte final do manifesto: A questão refere-se ao descritor D13:


identificar as marcas linguísticas que
É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura evidenciam o locutor e o interlocutor de
e história. um texto.
SOMOS UM POVO DA FLORESTA!

Qual é a intenção dos autores do manifesto com essas frases finais?

Possibilidades: Convencer as pessoas que leem o manifesto a aderirem à causa envolvendo-as como

sujeito ao utilizar a 1a pessoa do plural (nós); convocar os leitores à ação.

Conversa em jogo Para aprimorar:


Conversa em jogo (ao lado)
Aderir ou não à demanda do manifesto
Nem todas as pessoas que leem um manifesto concordam com ele e aderem ao que
LÍNGUA PORTUGUESA

é solicitado. A adesão ou não a uma causa é uma decisão pessoal. Para tomar essa
decisão é preciso refletir sobre as consequências da ideia exposta no manifesto.
Após a leitura do manifesto reproduzido neste capítulo, você se sente motivado
a aderir à campanha que ele propõe? Busque argumentos para justificar sua
escolha. Ouça a opinião de seus colegas. Resposta pessoal.

Defender ideias, argumentar, opinar... 41


Linguagem do texto
Aproximação com o destinatário
1. Observe alguns dos verbos que foram destacados no texto:

acabamos desmatamos enxergamos continuamos

A que pessoa se referem essas formas verbais?

À primeira pessoa do plural: nós.

2. Releia estes trechos:


O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de com-
preender a delicadeza [...].
A questão refere-se ao descritor D13: identificar
as marcas linguísticas que evidenciam o locutor É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta
e o interlocutor de um texto. dos nossos valiosos recursos naturais.
É importante que os alunos percebam que os
autores do texto criam um efeito de maior Esta é a sequência de tratamento ao longo do manifesto: nós.
envolvimento do leitor e deles próprios,
dando a entender que todos estão a) Qual é o efeito de sentido criado com esse tratamento?
comprometidos.
Considerar os leitores do manifesto como parceiros da causa defendida.

b) Transcreva outras expressões empregadas como recursos de envolvimento do


texto com o leitor.

Possibilidades: “É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e histó-

ria”; “Somos um povo da floresta”.

As duas questões que se seguem avaliam as 3. Releia:


habilidades de leitura do tópico IV: Coerência e
coesão no processamento do texto, mais A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais im-
precisamente ao descritor D2: estabelecer portantíssimos ao Brasil e ao Planeta. Essa vastidão verde que se estende por mais
relações entre partes de um texto,
identificando substituições que contribuem de 5 milhões de quilômetros quadrados é um lençol térmico engendrado pela natu-
para a continuidade de um texto. reza para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exu-
berante floresta da Terra e auxiliando na regulação da temperatura do Planeta.
Depois de tombada na sua pujança [...], ateiam fogo às suas vestes de esme-
ralda abrindo passagem aos forasteiros que a humilham ao semear capim e soja
nas cinzas de castanheiras centenárias.
a) Que expressões são usadas no primeiro parágrafo para não repetir o nome Amazônia?

“Essa vastidão verde”, “um lençol térmico”.

b) Uma das funções dos pronomes, além de substituir os nomes, é a de estabelecer


coesão entre os parágrafos do texto. A que nome se referem os pronomes des-
tacados no texto como elementos de coesão?

À Amazônia.

42 Defender ideias, argumentar, opinar...


Construção do texto
Você já estudou formas de estruturar a argumentação na crônica jornalística e
no artigo de opinião. Pôde observar que esses textos têm uma estrutura semelhante.
Relembre:
• Ancoragem (introdução para situar o leitor).
• Tese/opinião ou posicionamento adotado sobre o assunto.
• Argumentos:
- ideias para fundamentar a posição;
- dados e informações que deem mais consistência às ideias;
- contra-argumentos: argumentos para mostrar ao leitor que o autor do tex-
to considerou outros pontos de vista sobre a questão.
• Conclusão.
Embora o manifesto também seja um gênero argumentativo, sua estrutura dife-
re da observada nos gêneros vistos anteriormente. Geralmente, o manifesto apresen-
ta a identificação e a análise de um problema, os argumentos e uma convocação ou
apelo para adesão à causa.
1. Observe as frases do texto lido reproduzidas a seguir, escolhendo um destes itens
para caracterizá-las:

problema argumento adesão à causa

a) “Da área total já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três O objetivo é exercitar a habilidade definida no
descritor D8: estabelecer relação entre a tese
Estados de São Paulo. Não há motivo para comemorações.” e os argumentos oferecidos para sustentá-la.

Problema.
b) “Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação
como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua.”

Argumento.
c) “É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e
história.”

Adesão à causa.
d) “[...] mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela
Amazônia, a devastação continua.”

Argumento.
e) “[...] o desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de com-
preender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico [...]”

Argumento.
f) “Como no passado, enxergamos a Floresta como um obstáculo ao progresso, LÍNGUA PORTUGUESA
como área a ser vencida e conquistada.”

Argumento.
g) “É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos
nossos valiosos recursos naturais.”

Adesão à causa.

Defender ideias, argumentar, opinar... 43


2. Releia outro trecho do manifesto e observe como foram estruturados estes ar-
gumentos:
Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação
como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo
depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natu-
reza, entre seringueiros e indígenas, mesmo depois da aliança dos povos da flores-
ta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para
viver”, mesmo depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo, morte e paixão pela
Amazônia, a devastação continua.

A questão refere-se ao descritor D15: O primeiro período termina com a oração “a devastação continua”, que se repete no
estabelecer relações lógico-discursivas fim do parágrafo. Ligando o primeiro período ao último, há a repetição da expressão
presentes no texto.
mesmo depois.
Assinale a alternativa que pode explicar essas repetições na construção dos argumentos.
a) X As repetições indicam a insistência em mostrar que tudo o que foi feito não
surtiu resultado.
b) As repetições mostram que muitas ações contra a devastação já foram rea-
lizadas.
c) As repetições indicam uma linguagem mais poética e menos informal.
d) As repetições introduzem fatos para comprovar a devastação.
A questão refere-se ao descritor D15:
estabelecer relações lógico-discursivas
3. Os dois últimos parágrafos do manifesto apresentam as conclusões sobre o que deve
presentes no texto marcadas por conjunção. ser feito.
a) Reescreva uma das conclusões apresentadas.

Possibilidades: Desacelerar os efeitos da devastação; interromper imediatamente o desmatamento

da Floresta Amazônica.

b) Que palavras foram empregadas como elementos coesivos para mostrar que
serão apresentadas as conclusões?

Portanto/Assim.

4. Vamos relembrar alguns tipos de argumento estudados:

Argumentos

Científicos Apresentação de dados

De autoridade Citações de autoridades

De valoração Conceitos e valores

A questão refere-se ao descritor D4: inferir Com base nesse quadro, transcreva do manifesto um exemplo de cada um dos argu-
informações implícitas em um texto.
mentos:
a) Científicos.

“Um país que tem 165 000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada...”

44 Defender ideias, argumentar, opinar...


b) De autoridade.

“... mesmo depois da aliança dos povos da floresta ‘pelo direito de manter nossas florestas em pé,

porque delas dependemos para viver’”; o ¤ 4o, do Artigo 225 da Constituição Federal, onde se lê “A

Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condi-

ções que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”.

c) De valoração.

“Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapa-

cidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico e como tratá-lo.”

Discuta com os alunos que a produção de um


manifesto dessa natureza tem de atender o
5. O convite à adesão, ou seja, o chamamento à ação, é estruturado em ideias que expres- máximo possível ao interesse de uma
sam desejos da coletividade. Qual a razão de se empregar a adesão no manifesto? coletividade, pois esse gênero não se presta à
defesa de vantagens para indivíduos nem
grupos restritos.
Sugestão: O manifesto tenta convencer por razões de caráter universal, pois a causa defendida contribui

para o bem-estar da coletividade, não apenas para o de algumas pessoas.

Hora de organizar o que estudamos


Manifesto

Gênero argumentativo empregado para a expressão de


posicionamentos, para convencer os que o leem ou ouvem a
aderir a uma causa e a agir em prol dessa causa.

Intenção Linguagem Construção Leitor


• Convencer as pessoas • Precisa e mais cuidada, • Apresentação do Aquele que é envolvido
sobre as ideias mais formal; problema; pelo apelo inicial ou se
defendidas; • emprego de recursos • argumentos; interessa pelo assunto/
LÍNGUA PORTUGUESA

• motivar as pessoas linguísticos para • apelo à adesão. tema sugerido pelo título
para ações coletivas; envolver o interlocutor do manifesto.
• fazer os que lerem o e fazê-lo aderir a uma
manifesto aderirem a causa.
uma ação mais efetiva.

Defender ideias, argumentar, opinar... 45


Atividades: manifestos e defesa de opinião

Em 1929, um grupo de artistas conhecido pelo nome Escola da Anta publicou um


manifesto. Chamou-se Grupo da Anta porque era formado por poetas que elegeram
nhengaçu: na língua tupi, significa “língua boa”.
a anta como símbolo brasileiro. Leia trechos do manifesto:
verde-amarelo ou Escola da Anta
(1916-1929): grupo formado por Plínio Salgado Manifesto Nhengaçu Verde-Amarelo
(1875-1975), Menotti del Picchia (1892-1988),
[...]
Guilherme de Almeida (1890-1969) e
Cassiano Ricardo (1895-1974) em resposta ao O grupo “verde-amarelo”, — cuja regra é a liberdade plena de cada um ser
nacionalismo do grupo Pau-Brasil, que tinha o brasileiro como quiser e puder; cuja condição é cada um interpretar o seu país e o
escritor Oswald de Andrade como representante
seu povo através de si mesmo, da própria determinação instintiva; — o grupo “ver-
maior. A Escola da Anta propunha um
nacionalismo primitivista, ufanista. Propuseram de-amarelo”, à tirania das sistematizações ideológicas, responde com a sua alforria
a anta como símbolo nacional. Em 1929, o grupo e a amplitude sem obstáculo de sua ação brasileira. Nosso nacionalismo é de afir-
verde-amarelista publica o manifesto
mação, de colaboração coletiva, de igualdade dos povos e das raças, de liberdade do
“Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do
Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”. pensamento, de crença na predestinação do Brasil na humanidade, de fé em nosso
tirania: exercício de poder não limitado por lei ou valor de construção nacional.
constituição; governança opressora. Aceitamos todas as instituições conservadoras, pois é dentro delas mesmo
alforria: liberdade concedida ao escravo. que faremos a inevitável renovação do Brasil, como o fez, através de quatro séculos,
predestinação: predeterminação de a alma de nossa gente, através de todas as expressões históricas.
acontecimentos.
Nosso nacionalismo é “verde-amarelo” e tupi. [...]
Disponível em: <www.pco.org.br/conoticias/ler_materia.php?mat=8291>.
Acesso em: 27 jan. 2015. Adaptado.

Carlos Araujo/Arquivo da editora


Mostre aos alunos que o que
está sendo criticado no
manifesto é a tirania das regras
dos artistas estrangeiros e a
influência da arte de outros
países nas produções brasileiras.

1. Que outros elementos, além da anta, foram escolhidos para mostrar que o grupo é genuinamente brasileiro?

O nome verde-amarelo e a presença de palavra da língua tupi, nhengaçu.

2. O que o manifesto defende?

Defende a ação brasileira de interpretar o país com liberdade e defende a arte nacionalista.

3. Nesse trecho é possível destacar alguns argumentos. Escolha e escreva dois deles.

“Liberdade plena de cada um ser brasileiro como quiser e puder”; “cada um interpretar o país e seu povo através de si mesmo...”; “nosso nacionalismo é de

afirmação...”

46 Defender ideias, argumentar, opinar...


Em 2007, setenta e oito anos depois do manifesto do Grupo da Anta, um grupo de artistas conhecido pelo nome Cooperifa
publicou um manifesto na Semana de Arte Moderna da Periferia. Cooperifa é o nome de uma cooperativa cultural que reúne
artistas da periferia. Leia um trecho do manifesto:

Manifesto da Antropofagia Periférica


Dos becos da periferia há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. A voz que galopa
contra o passado pelo futuro de todos. Pela arte e pela cultura no subúrbio, pela universidade para a
diversidade. Contra a arte patrocinada pelos que a corrompem. Contra a arte fabricada para destruir o periférica: distante do
senso crítico. A arte que liberta não pode vir da mão que escraviza. Sejamos, pois, a favor da poesia centro; às margens.
periférica que brota na porta do bar. A favor do teatro que não venha do ter ou não ter. A favor do cinema vigente: que está em
vigor.
real que não iluda. Das artes plásticas que querem substituir os barracos de madeira. Da dança que
desafoga. Da música que não embala os adormecidos. Da literatura das ruas despertando nas calçadas. Pela periferia unida, no
centro de todas as coisas. Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais de que a arte vigente não fala. Contra a surdez
e a mudez artística. [...] Enfim, por uma periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor [...].

VAZ, Sérgio. Adaptado de: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/


Epoca/0,,EDG79089-6014-487,00.htm>. Acesso: 18 abr. 2016.

1. O que o manifesto critica?

A arte patrocinada, fabricada, que não liberta. O racismo, a intolerância, as injustiças sociais.

2. O que defende?

A arte e a cultura do subúrbio, da periferia.

3. Transcreva o argumento que você considera mais significativo nesse manifesto. Justifique sua escolha.
Aceite diferentes respostas, desde que justificadas.
A Cooperativa de Cultura da Periferia, a Cooperifa, completou em 2011 uma década de intervenções artísticas na cidade de São Paulo. São 500 saraus, ações
em escolas, presídios, distribuição de livros, premiações, além das atividades que já fazem parte do calendário anual, como Poesia no Ar, Ajoelhaço, Chuva de
Livros e Mostra Cultural. Seu idealizador é o poeta Sérgio Vaz.

Prática de oralidade Para construir:


Prática de oralidade (p. 47 a 49)

Seminário
LÍNGUA PORTUGUESA

Por mim ou por todos?


O manifesto “Amazônia para sempre” cita o nome de Chico Mendes, que foi mor-
to pela causa que defendia. Leiam sua declaração postada no site do instituto que leva
seu nome:

Defender ideias, argumentar, opinar... 47


Antonio Scorza/Agence France-Presse
No começo pensei que estivesse lutando para sal-
var seringueiras, depois pensei que estava lutando para
salvar a Floresta Amazônica. Agora, percebi que estava
lutando pela humanidade.
Disponível em: <www.recantodasletras.com.br/cronicas/1793854>.
Acesso em: abr. 2016.

O depoimento de Chico Mendes mostra que as


ações podem ser muito mais amplas do que pensa-
mos. Há no mundo muitos problemas que provocam
manifestações coletivas. Mas há pequenas causas,
mais próximas, que podem mobilizar as pessoas para
a ação local.
É sobre essas pequenas causas que será orga-
nizado o seminário, um gênero textual que culmina com a apresentação oral, para um
público específico, do que foi objeto de estudo e pesquisa dos participantes. Sigam as
etapas sugeridas a seguir.

Seleção e organização do conteúdo para o seminário


1. Em grupo. Selecionem o problema a ser discutido.
a) Pensem: em sua cidade ou em seu bairro, que problema mereceria ações coletivas
para trazer soluções?
b) Anotem o problema que acontece perto de vocês e que poderia ser resolvido ou
amenizado.
c) Sob orientação do professor, em uma roda de conversa:
• troquem informações sobre os problemas eleitos;
• formem grupos por semelhança de problemas.
2. Pesquisem sobre o problema.
a) Informem-se sobre o objeto de sua pesquisa de dois modos:
• em pesquisa de campo, questionando pessoas da comunidade sobre: o que e
como vivenciam o problema, o que seria necessário para resolvê-lo, quem
poderia ajudar, onde buscar solução, quando isso poderia ser feito?
• em pesquisa teórica, lendo sobre a questão em livros, jornais, revistas existentes
na biblioteca, fazendo pesquisa em sites de busca na internet.
b) Anotem dados, citações, exemplos que ajudarão a definir o problema.
c) Elaborem um roteiro para orientar a fala de quem for escolhido para expor o tra-
balho do grupo. Dividam o roteiro em:
• apresentação do problema e motivação da plateia;
• exposição: um esquema com os dados facilitará a compreensão de todos;
• conclusão com retomada do problema e mensagem final.
d) Providenciem material de apoio para ilustrar a exposição: esquema, foto, ilustração,
gravação em vídeo ou áudio...

3. Definam:

• quem fará a apresentação oral do que foi produzido pelo grupo;

48 Defender ideias, argumentar, opinar...


• quem ficará como auxiliar para o manuseio de material de apoio. Lembrem-se de
que o grupo todo é responsável pela apresentação. Estejam prontos para corrigir
falhas: ausência de um dos participantes, quebra/defeito de algum material de apoio,
problemas com a plateia (dificuldade para ouvir o expositor ou de ver algum mate-
rial de apoio, etc.).

O seminário
1. Em data e hora definidas, o professor fará a abertura do seminário, esclarecendo:

• a importância do tema em discussão – “Por mim ou por todos” – por envolver jovens
em ações comunitárias;

• o objetivo do seminário: apresentação dos conhecimentos sobre os problemas


selecionados para que se chegue a um denominador comum (só um dos problemas
ou a convergência entre alguns);

• o tempo destinado a cada apresentação;

• a sequência das apresentações dos grupos.


2. Os participantes:
a) Como expositores, cada grupo fará sua apresentação de acordo com o que foi
decidido e ensaiado.
Não se esqueçam dos cuidados necessários para a circunstância comunicativa da
fala em público:
• Volume da voz de acordo com o tamanho do espaço e da plateia.
• Articulação clara das palavras e entonação expressiva das frases.
• Postura voltada para o público, mesmo nos momentos de consulta a esquemas
e dados.
• Atenção à reação do público: acolhimento das falas e das participações da plateia.
• Escolhas de linguagem de acordo com a formalidade da ocasião: mais cuidada,
mais objetiva (objetividade na apresentação de dados e fatos).
b) Como plateia, sejam ouvintes atentos e participativos:
• peçam a palavra;
• anotem as palavras que poderão nortear seus questionamentos ou sugestões;
• sejam objetivos e claros nas suas falas, retomando a parte da exposição referente
à sua participação como plateia.
3. Conversa final para:
• síntese dos problemas apresentados.
• seleção do tema do manifesto que será objeto da produção escrita do fim do capítulo.

Outras linguagens Para aprimorar:


Outras linguagens (p.49 e 50)
LÍNGUA PORTUGUESA

Charge
Outro modo de sensibilizar a opinião pública são as imagens. A charge é um
gênero que, por meio de imagens, pode criticar fatos ou situações, provocar o
leitor a partir de crítica contundente ou expor uma atitude de protesto, como é o
caso a seguir.

Defender ideias, argumentar, opinar... 49


Angeli/Acervo do cartunista
ANGELI. Folha de S.Paulo. São Paulo, 27 nov. 2011. p. A2.
Na imagem da charge, observe:
• a ilustração retorcida, contundente das árvores personificadas, com expressões
humanas de horror e sofrimento;
• a cor de fundo escura e sombria;
• o efeito provocado pela imagem de desespero, como se as “bocas” das árvores
Angeli/Acervo do cartunista

emitissem sons de gritos.


No texto verbal da charge, observe:
• no título, “A mata urge”, a palavra “urge” é usada como um jogo em que se in-
vertem as letras da palavra “ruge”, que significa “emitir rugidos”, voz de grandes
felinos, como o leão e o tigre;
• o verbo “urgir”, em sentido literal, significa “ser urgente”, não admitir demora ou
atraso, solicitar com insistência, reclamar, exigir.
1. A partir do significado do verbo urgir, é possível perceber o sentido de protesto da
charge: a crítica a uma situação cuja solução depende de uma atitude imediata. Con-
verse com os colegas sobre essa forma de criticar um fato e sensibilizar o leitor para
a causa. Resposta pessoal.
2. O contraste entre o texto verbal e a imagem da charge são argumentos que conse-
A mata urge, Angeli, 2011. guiram convencer você sobre a necessidade de resolver sem demora o problema da
destruição da mata?
Edvard Munch/Album/akg-images/Latinstock

Resposta pessoal.

3. Ao lado, compare um recorte da charge de Angeli com esta pintura de Edvard


Munch, pintor norueguês, que representa um grito humano, e escreva as possíveis
semelhanças.

Sugestão: Semelhança do sentido dos títulos (gritar e ter urgência), a representação das bocas e dos

olhos, a posição dos braços (galhos).

O grito, Edvard Münch, 1893.

50 Defender ideias, argumentar, opinar...


Conexões

1. Arte visual e manifesto Ciências Humanas e suas Tecnologias


Em um manifesto reúnem-se diversos argumentos procurando defender uma Ciências da Natureza e suas Tecnologias
ideia e convencer as pessoas a se engajar nessa causa. É na e pela arte que, muitas Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Matemática e suas Tecnologias
vezes, uma ideia consegue ser divulgada, mobilizando um grande público para uma
ação coletiva. Conheça três versões de cartazes relacionados ao manifesto que
você leu em que a criatividade da arte visual sensibiliza o olhar do leitor:

Montagem

Greenpeace/Arquivo de editora
Greenpeace. Disponível em: <www.flickr.com/photos/projeto_
sustain/5783991484/>. Acesso em: abr. 2016.

Foto Ilustração
Greenpeace/Arquivo da editora

Greenpeace/Arquivo da editora

LÍNGUA PORTUGUESA

Disponível em: <www.greenpeace.org.br>. Disponível em: <www.flickr.com/photos/bruna-


Acesso em: abr. 2016. miranda/3192712264>. Acesso em: 11 abr. 2012.

Defender ideias, argumentar, opinar... 51


2. Poema em defesa do coletivo
Se o manifesto tem por objetivo mobilizar ações coletivas a favor da causa defendida, a arte é sempre uma grande
aliada dessa atitude. Leia o poema a seguir, um manifesto pela arte única, sem divisões nem classificações.

Manifesto UM
Por uma arte única
Século vinte e um
Tudo é um
Quem acha que faz teatro ou música ou pintura
ou cinema ou performance ou fotografia
está vivendo no século passado.
Não há fotografia que não seja música
Não há poesia que não seja cinema
Nem teatro que não seja escultura.
Arte única, mais que um movimento
É uma constatação da contemporaneidade.
Tudo é um
Arte é um
Arte é viva
[...]
Tudo é um
A diferença entre um pintor e um cineasta
é a mesma que entre um poeta e outro poeta.
Especificidades e individualidades existem
Categorias não
Categorias são invenções projetadas sobre o real
No real arte é uma só
Tudo é um.
O músico supor que o que faz não é teatro
E o poeta pensar que sua arte não é sonora nem visual
Ou o pintor afirmar que arte conceitual não tem nada a ver com pintura
É o mesmo que o católico pensar que reza para um deus diferente do protestante
Ou o muçulmano julgar que sua crença é mais importante que a do budista.
Só haverá paz quando entendermos que somos um
Tudo é um
Arte é um
Não importa como se manifesta
Tudo é um

52 Defender ideias, argumentar, opinar...


Não importa a cor da pele
Ou a referência bibliográfica
Ou se seu fazer requer mais habilidade
Da mão, da mente, do ouvido ou do corpo.
Viva a antropofagia
E viva o academicismo!
Viva as tias-avós que fazem crochê rosa-bebê!
E viva seus sobrinhos netos que tocam heavy metal na garagem!

Carlos Araujo/Arquivo da editora


Viva eu, viva tu
Viva o rabo do tatu!
Viva a tradição popular,
Viva os homens de letras,
E viva os jovens rebeldes!
Todos são um,
Ou não serão nada!
GUERRA, Nadam. Disponível em: <www.grupoum.art.br/
Grupo_UM/Manifesto_UM.html>. Acesso em: abr. 2016.

Língua: usos e reflexão Para construir:


Língua: usos e reflexão (atividades
de concordância verbal (II) e

Concordância verbal (II) nominal, p. 53 a 64)

Imagine que você precisasse escolher, entre estas placas, as construções adequadas
ao que propõe a gramática normativa. Qual das duas placas você escolheria? Por quê?

I II

Aluga-se quartos para Alugam-se quartos


LÍNGUA PORTUGUESA

estudantes para estudantes

Precisa-se de Precisam-se de
mecânicos qualificados mecânicos qualificados

Defender ideias, argumentar, opinar... 53


Você já se viu diante de dúvidas desse tipo? Muitas pessoas têm dúvidas sobre
qual a melhor forma nesses casos. Diante disso, grande parte das pessoas escolhe as
placas da coluna I.
Isso acontece porque no dia a dia a maioria das pessoas emprega intuitivamente
esse tipo de frase, pois dominam a língua pelo uso e isso as faz ter uma lógica intuitiva
ao empregar a língua.
A lógica dessa escolha provavelmente é: Alguém aluga..., Alguém precisa... e as-
sim muitas pessoas empregam os verbos no singular.
Pela gramática normativa, que orienta os usos mais formais da língua, são cor-
retas estas placas:

Alugam-se quartos Precisa-se de


para estudantes mecânicos qualificados

Há muitas circunstâncias em que são empregados os usos mais formais da


língua: alguns textos jornalísticos, algumas obras literárias, situações públicas de
apresentações de trabalhos científicos (seminários e palestras), trabalhos escolares,
peças jurídicas, entre outros. São situações que exigem mais planejamento e mo-
nitoramento tanto da língua falada quanto da língua escrita. Nesses casos, seguem-se
as normas/regras gramaticais mais estritas.
No capítulo anterior vimos alguns casos de concordância verbal. Vamos ver mais
alguns neste capítulo.

Voz passiva com pronome apassivador se


Os verbos transitivos diretos podem ser empregados na voz passiva se forem
acompanhados do pronome se. Nesse caso, a concordância será feita com o sujeito
presente na frase. Veja exemplos a seguir.

Vende-se moto. Vendem-se motos.

verbo sujeito verbo sujeito


trans. direto singular trans. direto plural

pronome pronome
apassivador apassivador

Encontraram-se diversos sobreviventes sob os escombros.

v. trans. direto sujeito plural


pron. apassivador

Verbo acompanhado de partícula se, indicando


indeterminação do sujeito
Os verbos que não forem transitivos diretos, quando seguidos da partícula se
(índice de indeterminação do sujeito), ficam na terceira pessoa do singular. Exemplos:

Necessita-se de reforços urgentes.

sujeito indeterminado v. na 3a pes. do singular

54 Defender ideias, argumentar, opinar...


Assiste-se a bons filmes nos canais pagos.

sujeito v. na 3a pes. do singular


indeterminado

Verbos impessoais
Verbos impessoais são os que não apresentam sujeito. São empregados sempre
na terceira pessoa do singular. Observe:
• verbos que indicam fenômenos da natureza:
Ventou muito nas últimas chuvas.
Esfriará pouco no próximo inverno.

• verbo haver no sentido de existir:


Há várias meninas esperando por você no portão da escola.

• verbos haver e fazer indicando tempo transcorrido:


Há muitos anos que não o vejo.
Faz trinta anos que o grupo se separou.

Verbo ser
Nas indicações de hora, data e distância
Nas indicações de hora, data e distância, o verbo ser é impessoal e concorda com
o predicativo, pois não há sujeito:
É uma hora.
São dez horas.
Da escola até sua casa são dois quilômetros.

Seguido de expressões quantificadoras


O verbo ser, quando seguido de expressões quantificadoras (muito, pouco, bas-
tante...), fica na terceira pessoa do singular. Exemplos:
Cem reais é muito por essa bolsa.
Duas horas é pouco para essa viagem.
Três dúzias de flores é bastante para enfeitar as mesas.

No dia a dia
Concordância
Explique oralmente a concordância empregada
Editora Três/Arquivo da editora

O verbo poder no plural está concordando


na manchete da página de revista ao lado: com o sujeito plural “30 dias de férias”.
De acordo com a gramática normativa, o
verbo deveria ficar preferencialmente no
30 dias de férias poderão ser pouco singular por estar seguido de expressão
quantificadora (pouco). É provável que tenha
No dia a dia as pessoas acabam empre-
havido, nesse caso, contaminação por causa
gando a língua seguindo mais uma lógica intui- do sujeito plural e do complemento também
plural, “de férias”.
tiva do que as regras estritas da gramática.
A lógica seguida neste caso foi, prova-
LÍNGUA PORTUGUESA

velmente, considerar a expressão “30 dias”


como o sujeito do verbo, daí a concordância
feita no plural.

Revista IstoÉ. São Paulo:


Três, 6 jul. 2005. p. 56.

Defender ideias, argumentar, opinar... 55


Silepse
Ocorre uma concordância siléptica quando o verbo não concorda com o sujeito
expresso na oração, mas com um sujeito implícito na ideia de quem fala. Exemplo:
Dizem que os brasileiros somos todos amantes de música e de futebol. (nós)

Atividades: concordância verbal


1. Leia e compare estas duas chamadas:
I.
43% do estoque está à venda

II.
Mais de 40% dos jogos do torneio estadual dão prejuízo.
Folha de S.Paulo. São Paulo, 28 mar. 2015. Caderno Esporte, p. D1.

Ambas fazem referência a números percentuais. Compare a concordância verbal nas duas construções e responda: qual é a
diferença em relação à concordância verbal nessas frases?

Na frase I a concordância é feita com a palavra estoque. Na frase II a concordância é feita com a quantidade expressa pelo número, por isso está no plural.

2. Leia o anúncio a seguir, publicado em um jornal:

T
Contrata-se tarólogos
M/F 6 Horas de trab. fixo ou comissão + VT. Contato das 10:00HS às
18:00 HC (11) XXXX-XXXX
Folha de S.Paulo. São Paulo, 29 mar. 2015. Adaptado.

Sabemos que os falantes empregam os recursos da língua seguindo mais a intuição do que a regra. Se seguisse as regras da
gramática normativa a linguagem ficaria da mesma forma? Explique.

Seguindo as regras da gramática normativa, a informação em letras grandes do anúncio deve ser. “Contratam-se tarólogos”.

3. Reescreva as frases substituindo as lacunas pelo verbo indicado entre parênteses.

a) Há mais de três horas aguardo seu telefonema! (haver)

b) Você está formado há dois anos e ainda não conseguiu um emprego? (haver)

c) Quando a notícia de sua morte chegou, já fazia dois meses que ele não dava notícia. (fazer)

d) Puxa! Há quanto tempo que eu não falo com você! (haver)

56 Defender ideias, argumentar, opinar...


e) Fazia muito tempo que eu não comia um bolo tão gostoso assim! (fazer)

f) Já são quatro horas da tarde e você ainda não almoçou. (ser)

g) Você não pode protelar mais: são 20 de novembro e o nosso prazo está acabando! (ser)
4. Às vezes, por necessidade de expressão, constroem-se períodos longos. Nesses casos, o sujeito fica distante do verbo ou da locução
verbal que a ele se refere. Para não perder de vista a concordância verbal a ser feita, é necessário identificar o núcleo do sujeito.
De cada frase, sublinhe o núcleo do sujeito a que se refere o verbo ou a locução verbal destacada.
a) Graças a muitas investigações, foi desmantelado nos Estados Unidos, na última sexta-feira, um grupo de internautas crimi-
nosos com ramificações em vários países.
b) A competição entre as empresas por uma relação privilegiada com o consumidor ganhou atualmente dimensões grotescas.
c) Com as modernas tecnologias, a trajetória de celulares e de seus donos, mesmo quando os aparelhos estiverem desligados,
será controlada pela polícia.
d) Depois de muitas negociações, árabes e israelenses, que se encontram há muitos anos em conflito por terras da Palestina,
decidiram estabelecer uma trégua até que novo encontro entre os líderes seja realizado.
e) A cultura de paz, anseio de todos os povos e desafio para este século, deve ser cultivada por meio de hábitos diários de so-
lidariedade e tolerância.
5. Imagine que você é o redator responsável pelo caderno de classificados de um jornal e que chegaram os seguintes anúncios
para publicação. Reescreva-os fazendo as adequações de concordância conforme o modelo a seguir.
(Alugar) casas para temporada na praia dos Coqueiros.
Alugam-se casas para temporada na praia dos Coqueiros.
a) (Perder) ontem um cãozinho poodle e um gato siamês.

Perderam-se ontem.../Perdeu-se ontem...


b) (Vender) bicicletas e skates usados em bom estado.

Vendem-se...
c) (Encontrar) documentos na estação de trem.

Encontraram-se...
d) (Precisar) de ajudantes para serviços gerais.

Precisa-se...
e) (Alugar) um imóvel mobiliado.

Aluga-se...
f) (Comprar) livros e jornais velhos.

Compram-se...
g) (Necessitar) de acompanhantes para pessoas idosas.

Necessita-se...
h) (Consertar) móveis e aparelhos domésticos.
LÍNGUA PORTUGUESA
Consertam-se...
i) (Precisar) de embalagens de plástico para reciclagem.

Precisa-se...
j) (Necessitar) de um especialista em programas de computadores.

Necessita-se...

Defender ideias, argumentar, opinar... 57


6. Leia este trecho de letra de música: Estas atividades atendem aos descritores D4 e D19.

Inútil
Roger Rocha Moreira

A gente não sabemos escolher presidente


A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dente
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil!
A gente somos inútil!
Inútil!
A gente somos inútil!
[…]
In: ULTRAJE A RIGOR. Acústico MTV. Deckdisc, 2005.

a) Como se explica a flexão do verbo, somos, em relação ao sujeito, a gente?

Se a concordância fosse feita com o sujeito, a gente, a oração deveria ser escrita A gente é inútil, com o verbo na 3a pessoa do singular. Com verbo na 1a

pessoa do plural, o foco recai sobre a ideia de grupo, o nós. Há silepse (concordância com a ideia que está implícita).

Se considerar conveniente, faça referência à silepse de número.

b) Além da concordância verbal analisada no item anterior, que outros usos da língua demonstram a intenção de fazer preva-
lecer o uso da linguagem popular e mais informal na letra da música? Transcreva-os a seguir.

“Escovar os dente” (deveria ser os dentes); “Tem gringo pensando que nóis é indigente” (na linguagem formal, seria usado haver em vez de ter e se escre-

veria nós somos indigentes); “A gente somos inútil !” (a concordância deveria ser “a gente é inútil” ou “nós somos inúteis”).

c) Qual é a provável intenção do autor da letra ao fazer essas escolhas de linguagem?

Uma das possibilidades é a intenção de criticar o fato de o povo não perceber o que ocorre à sua volta. Outra é a intenção de criticar aqueles que se preocu-

pam com formalidades, regras, sem também observar o que passa à sua volta.

O fundamental é que os alunos observem que há uma intencionalidade nas escolhas de linguagem.

Concord‰ncia nominal
Você estudou algumas formas de estabelecer a concordância do verbo com o
sujeito a que se refere.
Há também formas de concordância que ocorrem entre os substantivos e as
palavras que o acompanham: seus determinantes. É o que será visto a seguir.

58 Defender ideias, argumentar, opinar...


Releia o seguinte trecho do manifesto “Amazônia para sempre”:
Um país que tem 165 000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiaban-
donada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma
única árvore.
Vamos relembrar o estudo dos substantivos e de seus determinantes.

desflorestada abandonada
adjetivo adjetivo

área
substantivo

semiabandonada
adjetivo

O substantivo área foi determinado, isto é, teve seu sentido delimitado pelos adjetivos.
Estes, ao acompanhar um substantivo determinando-o, concordam com ele em número
e gênero. Como o substantivo área está no singular e é do gênero feminino, os adjetivos
que a ele se referem também ficam no singular e os adjetivos que variam em gênero ficam
no feminino. A isso chamamos de concordância nominal: as palavras que determinam o
substantivo ou um nome se flexionam para concordar em gênero e número.
A concordância nominal tem uma regra básica:

Os determinantes do substantivo — adjetivo, locução adjetiva, artigo, numeral e


pronomes adjetivos — concordam em gênero (masculino e feminino) e número (singular
e plural) com o nome (substantivo) a que se referem.

Na linguagem mais informal, muitas vezes a concordância não segue as regras


estabelecidas pela gramática normativa.
Leia uma estrofe da música Asa-branca, de Luiz Gonzaga, que traz características
regionais, e observe a concordância na parte destacada:
Quando o verde dos teus “óio”
Se “espaiar” na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu vortarei, viu
Meu coração [...]

A concordância do pronome teus com “óio” (olhos) é bastante característica


dessa variante de linguagem regional e mais informal.
Assim como há momentos em que empregamos a língua de maneira mais infor-
mal, há momentos em que, dependendo da circunstância, do contexto e dos propósi-
tos de comunicação, precisamos empregar a variante mais formal, que segue regras LÍNGUA PORTUGUESA
da gramática normativa. Por isso é muito importante, ao empregarmos a língua — fa-
lada ou escrita —, sempre considerarmos a adequação aos nossos propósitos de co-
municação e ao contexto em que a língua está sendo utilizada.
Leia esta outra frase do manifesto “Amazônia para sempre”:
É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos
nossos valiosos recursos naturais.

Defender ideias, argumentar, opinar... 59


Observe como a concordância entre o substantivo e seus determinantes ocorreu
na frase:

nossos valiosos
pronome masculino plural adjetivo masculino plural

recursos
substantivo masculino plural

naturais
adjetivo plural que tem uma
só forma para fem./masc.

Observe o esquema abaixo e preencha os quadros com os determinantes dos subs-


tantivos destacados:
[...] depois de inúmeras sagas cheias de heroísmo [...].

a) inúmeras sagas b) cheias de heroísmo

A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais im-


portantíssimos ao Brasil e ao Planeta.

a) ambientais serviços b) importantíssimos

Outros casos de concord‰ncia nominal


Vejamos mais alguns casos de concordância nominal, segundo as regras da gra-
mática normativa.

Adjetivo posposto ao substantivo


posposto: posto/colocado depois de algo. Quando um adjetivo qualifica dois ou mais substantivos e vem depois deles, há
três formas de fazer a concordância.
• O adjetivo vai para o plural, concordando com todos os substantivos:

Filmes e shows fantásticos foram apresentados na semana cultural.

• Se um dos substantivos estiver no masculino, o adjetivo vai para o masculino plural:

Juros e inflação altos são obstáculos para o crescimento econômico.

Duas garotas e um garoto estranhos chegaram para a balada.

• O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo:


Juros e inflação alta são obstáculos para o crescimento econômico.

Duas garotas e um garoto estranho chegaram para a balada.

60 Defender ideias, argumentar, opinar...


Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos
Concorda com o substantivo mais próximo. Exemplo:
Não gostei muito da imensa barba e cabelo do seu namorado.

Mais de um adjetivo posposto a um substantivo


• Com o substantivo no singular, seguido de dois adjetivos, ambos ficam no singular:
Não se esqueça de trancar a porta metálica pequena.

• Se o substantivo estiver no plural, os adjetivos que o seguem podem permanecer


no singular se cada um deles trouxer um atributo diferente:

Não se esqueça de trancar as portas interna e externa.

• Se se referirem a mais de um elemento, vão para o plural. Exemplo:


Não se esqueça de trancar as portas internas e externas.

Atenção
Note que, nesses casos, a concordância depende do sentido da frase.

Concordância específica de algumas palavras

Muito, bastante, pouco, meio


Essas palavras têm função tanto de adjetivo quanto de advérbio.
Se tiverem função de adjetivo, concordam com o nome (substantivo) a que se
referem em gênero e em número. Exemplo:
Há muitas falhas em seu trabalho.

pron. adjetivo substantivo


fem. plural

• Se forem advérbios, permanecem invariáveis:


Os trabalhos estão muito falhos.

advérbio adjetivo

• Outros exemplos:
Tenho bastantes razões para rejeitar seu pedido.

pron. adjetivo LÍNGUA PORTUGUESA

São bastante fortes os motivos que o levaram a viajar.


Carlos Araujo/Arquivo da editora

advérbio

Bebi meia garrafa de suco.

adjetivo (= metade)

Defender ideias, argumentar, opinar... 61


Camila ficou meio tonta depois do tombo.

advérbio

Obrigado, anexo
São palavras adjetivas e, portanto, devem concordar com a pessoa ou com o
gênero do substantivo a que se referem:
Muito obrigado, disse Pedro. Seguem anexos os documentos que foram pedidos.
Muito obrigada, disse Marina. Vai anexa a fotografia do lugar.

A expressão em anexo é invariável e tem o sentido de lugar. Significa “em outra


parte, que está ligada, junto a algo ou alguma coisa principal”:
Seguem em anexo os documentos e as fotos solicitados.

É proibido/é proibida, é necessário/é necessária, é bom/é boa


Com esse tipo de predicado, formado pelo verbo ser e adjetivo, há duas constru-
ções possíveis:
Se o sujeito não vem antecedido de um determinante, a expressão fica invariável:
É proibido entrada.
É bom paz.
Se o sujeito vem antecedido de um determinante, por exemplo, um artigo, faz-se
a concordância com o sujeito. Exemplo:
É proibida a entrada.
É boa a paz.

Menos
Na linguagem formal, de acordo com a gramática normativa só existe o termo
menos, que é invariável. Exemplos:
Havia menos pessoas do que o esperado.
Você trouxe muito menos coisas do que havia prometido.

Observação: Não é aconselhado empregar a expressão “menas”.

Atividades: concordância nominal


1. Reescreva as frases completando-as com o adjetivo entre parênteses e fazendo as concordâncias possíveis.
a) Carlos teve (excelente) ideia e atitudes para resolver o caso.

excelente
b) Você tem pensamentos e ideias (antigo): é preciso se atualizar.

antigas/antigos
c) Os policiais o encontraram com pés e mãos (amarrado).

amarradas/amarrados
d) (Alto) montanhas e rochedos compõem a vista das serras do Sul.

Altas

62 Defender ideias, argumentar, opinar...


e) Para não atrasar a remessa, coloque (anexo) as embalagens necessárias.

anexas
f) (Obrigado) pela sua atenção, disse ela emocionada.

Obrigada
g) O governador fazia apelos para que homens e mulheres (corajoso) ajudassem na busca de sobreviventes.

corajosos/corajosas

h) Ventos e ondas (gigantesco) atingiram as costas da ilha na última tempestade.

gigantescos/gigantescas.
i) Por favor, dê-me apenas (meio) fatia de pizza.

meia
j) Maria ficou (meio) sem jeito quando a elogiaram.

meio

2. Explique a concordância ocorrida entre o substantivo e os adjetivos destacados nas frases a seguir:
a) “O Brasil e os modelos europeu e americano de tributação.” (Folha de S.Paulo, 8 mar. 2004.)

Os adjetivos referem-se a um só modelo cada um, por isso permanecem no singular.


b) “Aqui, a sonegação e o planejamento tributário não são considerados atitudes antissociais, como em outros países.” (Folha
de S. Paulo, 8 mar. 2004.)

Foi feita a concordância do adjetivo apenas com o último substantivo.


c) É proibida a circulação de animais pelo shopping.

A concordância foi feita no feminino porque o núcleo do sujeito circulação está acompanhado do determinante a.
d) Imensas dunas e coqueiros tomam conta das praias do Nordeste.

O adjetivo anteposto concordou com o substantivo mais próximo.


e) Traga meia garrafa de suco meio gelada.

No primeiro caso, meia é adjetivo e concorda com o substantivo garrafa. No segundo, meio é advérbio e, portanto, não varia.

3. Reescreva a primeira fala da personagem completando-a com a palavra meio e fazendo a concordância adequada.
© Joaquim Salvador Lavado (Quino)/Acervo do cartunista

réquiem: prece
ou composição
musical de
cerimônia para
os mortos. LÍNGUA PORTUGUESA

QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993. p. 269.

meio torrone, meia maçã.

Defender ideias, argumentar, opinar... 63


4. Leia a chamada do texto publicitário a seguir, observando o trecho destacado:

Reprodução/Arquivo da editora
Quem disse que alta performance e
qualidade são atributos caros não
conhece o desktop Thinkcentre.

Anúncio publicado na revista Veja. São Paulo,


Abril, 2 nov. 2005, p. 35.

Reescreva a chamada de forma que o adjetivo alta enfatize os dois atributos e não apenas o primeiro.

Quem disse que performance e qualidade altas são atributos caros não conhece o desktop Thinkcentre.

5. Leia agora o texto publicitário abaixo.

Reprodução/Arquivo da editora
Reescreva a frase destacada de duas outras formas de acordo
com as orientações da gramática normativa. Explique a concor-
dância feita.

Qualidade e conforto Conforto e qualidade atestada.../Qualidade e conforto atestado... Nos dois casos,
atestados pelos
consumidores. a concordância foi feita apenas com o último termo.

Anúncio publicado na
revista Veja, 22 jun. 2005.
Fragmento.

6. Reescreva o trecho da reportagem fazendo a concordância adequada das palavras que aparecem entre parênteses.

Okinawanos
Os idosos de Okinawa têm muito (menos) doenças e ataques cardíacos que os idosos americanos, e (menor) índices de
câncer no seio e na próstata.
[...] Qual é o ikigai, a “razão de viver”, de Fumiyasu Yamakawa, de 84 anos? Caminhadas e exercícios
(diário), incluindo a ioga, um treino para o decatlo, que disputa todo ano. Os idosos desse (fértil) arquipé- decatlo: conjunto de
lago nunca sofrem doenças (grave) e (incapacitante). 10 provas de atletismo.
National Geographic Brasil. São Paulo: Abril, nov. de 2005, p. 64-65. Adaptado.

menos; menores; diários; fértil; graves e incapacitantes.

64 Defender ideias, argumentar, opinar...


Produção de texto
Gênero: manifesto
Para quê?
O quê? Acesse o
Manifesto Convocar o leitor para discutir
Manifesto sobre tema de o tema proposto e se engajar portal e veja o
interesse coletivo. em uma ação de interesse da conteúdo
comunidade. “Manifestos
Para quem? brasileiros”.
Para os colegas que leem o
mural da escola ou para quem
lê o jornal do bairro.

Na seção Prática de oralidade, foi proposta a organização de um seminário sobre uma causa de interesse da comunidade.
Há orientação lá para que sejam guardadas as anotações feitas para o seminário. Chegou o momento de usar essas anotações.
Retomem-nas para elaborar um manifesto que defenda esse tema, convocando a coletividade para a discussão.

Produção do manifesto
1. Planejem o manifesto tomando o cuidado de evidenciar:
a) ancoragem e apresentação do problema a ser solucionado;
b) apresentação da opinião ou do posicionamento assumido sobre o problema;
c) fundamentação da proposta apresentando argumentos:
• ideias para fundamentar o posicionamento;
• dados e informações que deem mais consistência às ideias;
• argumentos fundamentados em dados e ações concretas (se for preciso, pesquisem dados científicos ou o que dizem
especialistas para fundamentar as posições).
d) conclusão: convocação e mobilização dos envolvidos em uma ação concreta.
2. Para empregarem a linguagem adequada, observem:
a) o tipo de destinatário principal de seu manifesto: a comunidade escolar ou do bairro;
b) o formato do manifesto: texto escrito para publicação no mural da escola ou no jornal do bairro;
3. Criem um slogan para chamar a atenção do leitor.
4. Façam um rascunho do manifesto e leiam seu texto para os colegas. Ouçam e analisem os comentários do professor e dos
colegas.
5. Deem o formato final ao manifesto. Ele pode ser enriquecido com ilustrações e ter um logotipo.

Publicação do manifesto
1. Organizem um painel com os manifestos elaborados e elejam aquele que deverá ser veiculado e assinado por todos que aderi-
LÍNGUA PORTUGUESA

rem à ideia nele defendida.


Carlos Araujo/Arquivo da editora

2. Se possível, encaminhem o manifesto para as pes-


soas, autoridades ou órgãos responsáveis pela
resolução do problema central no documento.

Defender ideias, argumentar, opinar... 65


Outro texto do mesmo gênero
Manifesto 2.0 — por uma sociedade
mais colaborativa

Carlos Araujo/Arquivo da editora


Estamos descobrindo maneiras melhores de organizar a sociedade em
todas as suas instâncias através da colaboração, utilizando as ferramentas
interativas que a internet proporciona. É preciso reunir pessoas, através de
uma mesma visão, que pensam a partir de um novo paradigma para acele-
rar a implantação desse novo ponto de vista. Através dessa visão queremos
valorizar e desenvolver:
• O uso criativo da rede digital para ajudar a resolver problemas complexos;
• A ampliação da participação de todos os cidadãos, como condição para
a efetiva democratização institucional, informacional, econômica e
cultural.
• A aproximação entre as pessoas para promover diálogos, utilizando os
meios mais adequados a cada contexto, sejam eles presenciais ou digitais.

Princípios do Manifesto 2.0


1. Disseminar e debater que a internet faz parte de uma revolução infor-
macional e comunicacional;
2. Disseminar e promover diálogos a partir do entendimento que esta
mudança não é tecnológica mas informacional, pedra fundamental de uma
nova civilização mais compatível com uma superpopulação mundial e a
complexidade que tal cenário impõe à nossa espécie;

66 Defender ideias, argumentar, opinar...


3. Disseminar e debater que tal revolução do ambiente informacional tra-
rá mudanças significativas e profundas na gestão da sociedade e que é preciso
agir com sabedoria, rapidez e eficiência para a ampliação dos benefícios cole-
tivos para reduzir os possíveis sofrimentos que tais mudanças radicais trarão
ao mundo;
4. Que as mudanças significam democratização paulatina institucional,
econômica e informacional de todas as sociedades, através de uma nova
forma de gerar valor para a humanidade mais colaborativa, dinâmica e ino-
vadora;
5. Buscar um novo modelo de compartilhamento dos lucros, em novas
empresas que gerem valor para a sociedade, respeitando os seres vivos, in-
cluindo seus clientes e colaboradores;
6. Sugere-se uma nova plataforma aberta de governo, onde os dados serão
de acesso público e a sociedade poderá usá-los de forma a acompanhar o que
está sendo feito e a customizar o uso, gerando aplicativos que possam benefi-
ciar tanto o próprio povo quanto o governo, aproximando assim os dois lados
interessados nas políticas aplicadas àquele contexto;
7. Defesa de escolas que adotem o uso das ferramentas digitais de infor-
mação e comunicação dentre outras estratégias educacionais para desenvolver
competências e habilidades de leitura e escutas críticas, do diálogo, da capaci-
dade de lidar com a diversidade sem preconceitos, da construção coletiva de
conhecimentos e criação de soluções colaborativas para os desafios complexos
do mundo no qual vivem;
8. Tais alterações significam compreender a necessidade do compartilha-
mento aberto e livre de ideias, através de novas formas criativas de remunera-
ção, seja a distância ou no presencial;
9. Sugere-se a todos que assinem esse manifesto e que sejam estimu-
lados a se aprofundar cada vez mais em ferramental teórico e prático sobre
esse novo ambiente, a fim de promover tais alterações, procurando, o má-
ximo possível, coerência entre discurso e ações, em direção a um mundo
mais colaborativo, estimulados por Gandhi “Seja a mudança que você quer
ver no mundo”;
10. Sugere-se ainda promover ações que minimizem a compulsão infor-
macional que gera ansiedade, alienação, pouco significado e, portanto, repeti-
ção de modelos e não mudanças;
11. Sugere-se a formação de iniciativas na rede ou fora dela para promoção
de ações de todo tipo baseados nesse manifesto, que deve ser aprimorado, a
LÍNGUA PORTUGUESA

partir da discussão e da prática;


12. Que este manifesto sofra melhorias permanentes por aqueles que
o apoiam.
Disponível em: <https://tinyurl.com/jfjs4fp>.
Acesso em: mai. 2016.

Defender ideias, argumentar, opinar... 67


Ponto de chegada
1. O que estudamos neste módulo
Gêneros textuais
Neste módulo você estudou dois gêneros do argumentar: o artigo de opinião e o manifesto. Seu desafio aqui é completar o
esquema a seguir com cada uma das divisões, utilizando as expressões reproduzidas no quadro abaixo.
Se for necessário, você pode consultar os capítulos estudados no módulo.

motivar e mobilizar ancoragem adesão


apresentação do problema impessoal
publicamente coletivas aderir à ideia pessoal

Gêneros argumentativos

Artigo de opinião Manifesto

Defendem publicamente uma opinião ou posição a respeito de um fato ou de uma ideia.

Intenção
• Apresentar e defender um ponto de vista. Intenção
• Convencer os interlocutores a • Convencer outras pessoas do posicionamento
aderir à ideia . defendido.
• Motivar e mobilizar os
interlocutores para ações
coletivas .

Construção
Construção
• Introdução ou
• Introdução ou apresentação do problema .
ancoragem .
• Tese ou posicionamento • Tese ou posicionamento
• Argumentação • Argumentação
• Conclusão • Apelo à
adesão .

Linguagem Linguagem
Objetiva e mais Objetiva e
pessoal . impessoal .

68
Língua: usos e reflexão
1. Neste módulo você estudou as relações de concordância que podem ser estabelecidas entre determinados elementos de uma
frase. Há sempre um termo e seu núcleo, que determina o tipo de concordância.
Leia este haicai de Roseana Murray:
Gaivotas dançam
a valsa das nuvens brancas
no baile do céu.
MURRAY, Roseana. Arabescos no vento. São Paulo: Prumo, 2009. p. 8.

a) Leia o haicai em voz alta, com bastante expressividade, e responda: que efeito causa o ritmo que os versos produzem?

Estimule os alunos a perceber que o ritmo produzido pela leitura induz ao ritmo de uma música, podendo remeter especificamente ao ritmo da valsa.
b) Observe os quadrinhos e preencha-os com os termos-núcleo que determinam, no poema, a concordância do verbo e dos
nomes. Identifique o tipo de concordância feita: verbal ou nominal.
Concordância feita com (núcleos):

gaivotas/concordância verbal dançam

nuvens/concordância verbal brancas

c) Em dupla. Os haicais em geral são produzidos com a intenção de levar o leitor a formar uma imagem sobre o que se diz. Con-
versem: por esse haicai, que imagem vocês conseguem construir mentalmente? Resposta pessoal.
2. Leia a tira a seguir:

Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1995 Watterson/


Dist. by Universal Uclick

WATERSON, Bill. O melhor de Calvin. O Estado de S.Paulo. São Paulo, 17 jan. 2015. Caderno 2, p. C4.

Consulte o que foi estudado sobre casos especiais de concordância verbal e explique a concordância feita por Calvin na frase:
“Já são quase 11 horas!”.

No caso do verbo ser indicando horário, a concordância é feita com o número das horas.
LÍNGUA PORTUGUESA
Suryara Bernardi/Arquivo da editora

69
O exercício das habilidades de opinar e de defender opinião foi especialmente proposto
2. Produção: artigo de opinião neste e em alguns módulos. Considera-se, assim, adequada a proposta de produção de
um artigo de opinião neste momento. O tema proposto para essa produção estabelece
continuidade com a reflexão que, iniciada em A língua na era da informação, percorreu
A. Aquecimento sobretudo os dois primeiros módulos, possibilitando a reflexão sobre a narrativa de longa
duração (romance) e sobre a narrativa de curta duração (conto e miniconto).
Recordando. Artigo de opinião é o texto que expõe o ponto de vista, a opinião de seu autor a respeito de um tema. Caracteriza-
-se por:
• ter a intenção de convencer o outro – leitor/ouvinte – do ponto de vista do autor;
• ser assinado, isto é, a autoria é revelada;
• ser estruturado em três blocos principais: opinião, argumentos e conclusão;
• iniciar-se com uma ancoragem, isto é, uma introdução para situar o leitor sobre o assunto.
B. Proposta de trabalho: artigo de opinião
1. Anteriormente, você entrevistou uma pessoa ligada à comunicação para que ela falasse se “o constante movimento da tecno-
logia pode causar mudanças na linguagem”.
a) Releia o que ficou registrado naquele momento dos estudos.
b) Escolha um assunto ligado à tecnologia e à comunicação no século XXI. Por exemplo:
• autorretratos tirados com o celular, que são as chamadas selfies, ajudam ou impedem as pessoas de aproveitarem o mo-
mento que vivem?
• as mensagens rápidas de texto nas redes sociais fortalecem ou prejudicam a concentração dos jovens de maneira geral?
• a rapidez das mensagens eletrônicas aproxima mais as pessoas ou as distancia?
c) Reflita sobre a questão: O ritmo da vida moderna e o uso da tecnologia podem mudar a linguagem?
2. Defina a opinião que vai defender sobre o assunto escolhido em seu artigo.
3. Estruture pelo menos dois argumentos para defender sua opinião.
4. Lembre: conclusão é a reafirmação da posição exposta no início.

C. Preparo da produção escrita

Características do gênero

Artigo de opinião

O quê? Com que intenção? Por que motivo? Para quem?


Artigo de opinião Estimular a Expressar opinião Prováveis leitores
sobre a influência tomada de posição sobre um assunto. do painel que
do ritmo de vida e diante de um tema reunirá os artigos
do uso da polêmico. de opinião
tecnologia sobre produzidos.
as transformações
da linguagem.

70
Como fazer Início
Artigo de opinião

Redação final do artigo de opinião e montagem Participar das atividades propostas na sequência didática
do painel. para análise do texto argumentativo.

Reler e comparar os textos produzidos, Posicionar-se sobre a relação entre ritmo de vida na
agrupando-os pelas opiniões: contra ou a favor. sociedade contemporânea, uso de tecnologia e linguagens.

Produzir o texto do artigo de opinião, identificando Esquematizar as ideias nos três blocos de um texto
a autoria. de opinião.

Roteiro
Conclusão
Ancoragem Posição (fechamento
ou assumida Argumento 1 Argumento 2 de tudo e
introdução diante do reforço da
tema posição inicial)

Desenvolva as ideias resumidas em cada uma das partes do esquema.

Rascunho A escolha do título é um exercício de


delimitação do assunto dentro de um tema
Elabore um rascunho em uma folha. amplo. O tema é “O ritmo da vida moderna e o
uso da tecnologia podem alterar as
linguagens?”. Nesse âmbito, o aluno pode
Reescrita definitiva escolher um segmento do grande tema para
desenvolver. Por exemplo, falar sobre formas
1. Releia seu artigo procurando observar o efeito que causa. Considere estes itens: reduzidas de linguagem para se ganhar
tempo, a angústia desse ritmo no dia a dia, as
• o gênero textual proposto; novas formas da mídia para atender a essas
transformações, percebendo que cada um
• o ponto de vista a ser defendido; desses segmentos pode gerar títulos
• a linguagem empregada. diferentes. Seguem algumas sugestões de
títulos: Mudanças na linguagem: só uma
Em caso de dúvida, reveja as características essenciais do gênero no esquema acima. questão de ritmo de vida e de uso de
tecnologia? ou Por que as linguagens
2. Dê um título ao seu artigo de opinião. mudam? Ritmo de vida e tecnologia
influenciam as linguagens?
3. Troque de texto com um colega para alertar e ser alertado por meio de observações e comentários a respeito do artigo. Depois
de receber seu texto comentado, verifique o que é preciso mudar. Escreva a versão definitiva do artigo de opinião. Lembre-se
de escrever seu nome: o artigo de opinião é sempre assinado.

D. Reunião das produções


1. Organizem os artigos de opinião no mural da escola.
2. Participe da montagem de um painel ou mural com os textos, dispondo no centro a questão que levou à tomada de posição e,
em torno dela, os textos de opiniões conflitantes. Seria interessante e estimulador se esse painel ou mural ficasse exposto ao lado das
entrevistas produzidas na proposta anterior. Como ambos estão ligados ao tema, seria
LÍNGUA PORTUGUESA
possível comparar os que pensam de forma semelhante e os que pensam de forma diferente,
procedendo até uma tabulação do resultado.
Suryara Bernardi/Arquivo da editora

71
Quadro de ideias Direção editorial: Lidiane Vivaldini Olo
Gerência editorial: Bárbara Muneratti de Souza Alves
Coordenação editorial: Adriana Gabriel Cerello
Edição: Renato Luiz Tresolavy (coord.), Rosângela Rago,
Valéria Franco Jacintho e Francisca Tarciana Morais
da Silva (estag.)
Colaboração: Anderson Félix Nunes, Elizangela
Defender ideias, argumentos, opinar... Marques, Mariana Almeida
Organização didática: Patrícia Montezano
Coordenação de produção: Fabiana Manna da Silva
Gerência de produção editorial: Ricardo de Gan Braga
Gêneros argumentativos Revisão: Hélia de Jesus Gonsaga (ger.), Danielle
Modesto, Edilson Moura, Letícia Pieroni, Marília Lima,
Marina Saraiva, Tayra Alfonso, Vanessa Lucena

Artigo de opinião Manifesto Edição de arte: Catherine Saori Ishihara


Iconografia: Sílvio Kligin (superv.), Claudia Bertonatti
(pesquisa), Cesar Wolf e Fernanda Crevin (tratamento de imagem)
Ilustrações: Carlos Araujo, Mauricio Pierro, Nik Neves,
Soud, Suryara Bernardi e Theo
Defendem publicamente uma opinião ou Licenças e autorizações: Patrícia Eiras
posição a respeito de um fato ou de uma ideia Capa: Daniel Hisashi Aoki
Ilustração de capa: Roberto Weigand
Projeto gráfico de miolo: Andréa Dellamagna
(coord. de criação)
Intenção Intenção
Editoração eletrônica: Casa de Tipos,
- Apresentar e defender um - Convencer outras pessoas do Dito e Feito Comunicação e JS Design Comunicação
ponto de vista posicionamento defendido Visual (guia do professor)
- Convencer os interlocutores - Motivar e mobilizar os interlocutores
Todos os direitos reservados por SOMOS Educação S.A.
a aderir à ideia para ações coletivas Avenida das Nações Unidas, 7221 – Pinheiros
São Paulo – SP – CEP 05425-902
(0xx11) 4383-8000
© SOMOS Sistemas de Ensino S.A.
Construção Construção
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
- Introdução ou ancoragem - Introdução ou apresentação do (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
- Tese ou posicionamento problema
Borgatto, Ana Trinconi
- Argumentação - Tese ou posicionamento Sistema de ensino ser : ensino fundamental II,
- Conclusão - Argumentação 9º ano : caderno 5 : língua portuguesa :
professor / Ana Trinconi Borgatto, Terezinha
- Apelo à adesão Bertin, Vera Marchezi. -- 1. ed. -- São Paulo :
Ática, 2016.

1. Português (Ensino fundamental) I. Bertin,


Terezinha. II. Marchezi, Vera. III. Título.
Linguagem Linguagem
Objetiva e mais pessoal Objetiva e impessoal 16-03867 CDD-372.6

Índices para catálogo sistemático:


1. Português : Ensino fundamental 372.6

Língua: usos e reflexão 2016


ISBN 978 85 08 18170-4 (AL)
ISBN 978 85 08 18177-3 (PR)
1ª edição
1ª impressão
Concordância Concordância
Impressão e acabamento
verbal nominal

O verbo concorda em número Os determinantes do substantivo


e pessoa com sujeito a que – adjetivo, locução adjetiva,
se refere artigo, numeral e pronomes
adjetivos – concordam em
gênero (masculino e feminino)
e número (singular e plural) com
o nome (substantivo) a que
se referem Uma publicação
LÍNGUA
PORTUGUESA
GUIA DO PROFESSOR

Ana Maria Trinconi Borgatto


Licenciada em Letras pela Universidade de São Paulo
(USP). Mestre em Letras pela USP. Pós-graduada em
Estudos Comparados de Literaturas de Língua
Portuguesa pela USP. Pedagoga graduada pela USP.
Professora universitária. Professora de
Língua Portuguesa dos Ensinos Fundamental e Médio.

Terezinha Costa Hashimoto Bertin


Licenciada em Letras pela USP. Mestre em Ciências da
Comunicação pela USP. Pós-graduada em Comunicação
e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP). Professora universitária. Professora de
Língua Portuguesa dos Ensinos Fundamental e Médio.

Vera Lúcia de Carvalho Marchezi


Licenciada em Letras pela Universidade Estadual Paulista
(Unesp – Araraquara, SP). Mestre em Letras pela USP.
Pós-graduada em Estudos Comparados de Literaturas
de Língua Portuguesa pela USP. Professora universitária.
Professora de Língua Portuguesa dos Ensinos
Fundamental e Médio.

Ensino Fundamental – 9º- ano


Defender ideias, argumentar, opinar... – 49 aulas
Defender ideias,
argumentar, opinar...
Para casa
Plano de aulas sugerido Solicite aos alunos que conversem com os familiares mais
• Carga semanal de aulas: 7 velhos sobre como faziam contato e se mantinham informados

• Número total de aulas do módulo: 49


sobre as pessoas na época em que eram adolescentes e jo-
vens. Os alunos podem se basear nas seguintes questões:
a) Como eram as relações entre as pessoas?
b) Quais eram os instrumentos de comunicação que uti-

Introdução lizavam?
c) Quanto tempo levava o processo de se comunicar com
a outra pessoa e receber a resposta?
d) Havia nesse período a preocupação em manter uma
Aula 1 Páginas: 1 a 3 imagem pública? Havia regras para isso?
e) Havia a preocupação em relação à privacidade das
• TEMA: “Defender ideias, argumentar, opinar...”. pessoas? Por quê?

• CONTEÚDO TRABALHADO: Mídias sociais.


Após a coleta dessas informações, solicite que façam
uma pequena tabela relacionando as “mídias sociais” do
passado com as atuais.
Objetivo Com esta atividade, espera-se que os alunos relacionem informa-
ções sociais do passado e do presente e percebam como as mídias
• Reconhecer o impacto das mídias sociais na vida das pessoas. modificaram a sociedade.

Estratégias
Nesta primeira aula, crie expectativas sobre o que vai
ser estudado no módulo explorando os itens que compõem
1 Artigo de opinião
o sumário e propiciando uma visão completa do que se es-
pera dos alunos.
Em seguida, questione a turma como as mídias digitais Aula 2 Páginas: 4 a 6
estão inseridas na vida das pessoas. Peça que observe a ima-
gem da página 2, leiam a introdução na página 3, converse so- • TEMAS: “Artigo de opinião” e “Leitura”.
bre a questão da seção Ponto de partida, na mesma página, e
responda às seguintes questões: Quais são as mídias sociais
• CONTEÚDO TRABALHADO: Construção do texto - recursos
de linguagem.
que você conhece? O que você faz quando não está “navegan-
do” nas mídias sociais? Quando está “conectado”, o que cos-
Objetivos
tuma fazer? Quais páginas costuma visitar sempre e por quê?
Depois, proponha uma discussão sobre como as mí- • Definir e reconhecer artigo de opinião.
dias sociais têm modificado a vida das pessoas nos âmbitos
social e pessoal. Estratégias
Ressalte a importância da organização do pensamen- Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem a en-
to, da escrita correta para se fazer entender e a privacidade trevista feita em casa. Pergunte como foi conversar com as
nas mídias sociais. Exemplifique com fatos colhidos das pró- pessoas mais velhas e como foi constituída a relação entre
prias mídias, ou com outros citados durante a conversa. as mídias sociais do passado e as atuais.

2 Defender ideias, argumentar, opinar...


Em seguida, leia o conteúdo da página 4, comentando-o, Em seguida, leia o texto inicial sobre “Intencionalidade
e o texto “Celebridades descelebradas” (páginas 5 e 6). Ve- e escolhas de linguagem” (página 8), discorrendo em segui-
rifique o que a turma compreendeu desse texto, escrevendo da acerca da importância do jogo de palavras para conven-
na lousa os principais aspectos levantados. cer, destacando os itens A – Oposição e B – Advertência
(páginas 9 e 10). Peça, então, à turma que faça as atividades
Para casa propostas dos itens.
Solicite a pesquisa de duas notícias em jornais, revistas
ou na internet, identificando o público a que são destinadas. Para casa
Distribua entre os alunos os temas desta aula – oposi-
ção e advertência – e solicite que elaborem um texto expli-
Aula 3 Páginas: 7 e 8 cando o uso do assunto que receberam, ilustrando-o.

• TEMA: “Interpretação do texto”.


Aula 5 Páginas: 10 e 11
• CONTEÚDOS TRABALHADOS: Interpretação e
compreensão do texto.
• TEMA: “Linguagem do texto”.

Objetivo • CONTEÚDOS TRABALHADOS: Intencionalidade e escolhas


de linguagem – enumeração de ações, repetições de
• Interpretar o texto. expressões na construção do texto e uso de frases
populares ou do senso comum.
Estratégias
Organize os alunos em duplas e peça que conversem Objetivo
sobre as notícias que pesquisaram em casa. Em seguida,
peça que releiam silenciosamente o texto “Celebridades • Identificar recursos de linguagem com a intenção de con-
vencer o leitor.

LÍNGUA PORTUGUESA
descelebradas” (páginas 5 e 6) e, ainda em duplas, façam as
atividades 1 a 8 das páginas 7 e 8. Corrija-as na sequência. Estratégias
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem os
Para casa textos elaborados em casa. Em seguida, discorra sobre os
Solicite a elaboração de um pequeno texto sobre a im- itens C – Enumeração de ações, D – Repetição de expres-
portância da privacidade. sões na construção do texto e E – Uso de frases populares
ou do senso comum, fazendo com a turma as atividades
propostas de cada item (páginas 10 e 11).
Aula 4 Páginas: 8 a 10
Para casa
• TEMAS: “Conversa em jogo” e “Linguagem do texto”. Distribua entre os alunos os temas desta aula – enu-
• CONTEÚDOS TRABALHADOS: Intencionalidade e escolhas
de linguagem – oposição e advertência.
meração de ações, repetição de expressões na construção
do texto e uso de frases populares ou do senso comum – e
solicite que elaborem um texto explicando o uso do assunto
Objetivo que receberam, ilustrando-o.

• Identificar recursos de linguagem com a intenção de con-


vencer o leitor. Aula 6 Páginas: 11 a 13

Estratégias
• TEMA: “Construção do texto”.
Organize os alunos em grupos, peça que apresentem
os textos elaborados em casa e reflitam sobre as questões • CONTEÚDO TRABALHADO: Estrutura do texto
argumentativo.
da seção Conversa em jogo (página 8).

Defender ideias, argumentar, opinar... 3


Objetivo • Determine um tempo para a finalização e circule pela sala,
passando pelos grupos e verificando se os alunos estão
• Reconhecer a estrutura de textos argumentativos. com dificuldades.
Ao final, cada grupo deverá apresentar seu móbile.
Estratégias Quando houver discordância da ordem das folhas, peça que
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem os tex- os próprios alunos expliquem o motivo da diferença e os cri-
tos elaborados em casa. Em seguida, discorra sobre a estru- térios utilizados para a montagem.
tura do texto argumentativo com base no conteúdo das pági-
nas 11 a 13, orientando que façam as atividades propostas. Para casa
Solicite aos alunos que pesquisem outros textos argu-
Para casa mentativos, identificando neles as partes que estruturam esse
Solicite a elaboração de um texto com o seguinte tema: “Os tipo de texto: ancoragem, opinião, argumentos e fechamento.
perigos da exposição pública nas redes sociais”. Oriente os alunos
a usar ao menos dois tipos de argumento para defender as ideias. Aula 8 Página: 15

Aula 7 Páginas: 13 e 14 • TEMA: “Hora de organizar o que estudamos”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Artigo de opinião.


• TEMA: “Atividade: partes do artigo de opinião”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Partes do artigo de opinião.


Objetivo
• Sistematizar os conteúdos aprendidos.
Objetivo Estratégias
• Exercitar o que foi estudado. Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem a pes-
quisa feita em casa. Em seguida, peça aos alunos que, com
Estratégias base no quadro Hora de organizar o que estudamos (página
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem os 15), elaborem outro resumo sobre o que foi estudado. Des-
textos elaborados em casa. Em seguida, peça que façam a taque a importância de registrarem informações, dicas e
atividade das páginas 13 e 14, em dupla. Corrija-a de forma exemplos que sirvam de complemento para fixar o conteú-
lúdica na sequência, da seguinte forma: do e estudar. Circule pela sala enquanto os alunos estiverem
• Utilize o texto “Quinze minutos de infâmia” (página 14) fazendo a atividade para esclarecer possíveis dúvidas.
para construir um móbile suspenso com a turma. Depois, organize a turma em grupos e peça que com-
partilhem os resumos com os colegas, corrigindo e comple-
• Reproduza cada parágrafo do texto em uma folha de sulfi- tando as informações que julgarem necessárias.
te. Deverão ser feitas quatro cópias de cada parágrafo.
• Providencie fita adesiva, de modo que os alunos possam Para casa
organizar o texto e prender uma folha a outra. Escolha com os alunos um tema da atualidade que
desperte o interesse da maioria. Solicite que pesquisem um
• Organize a turma em quatro grupos e distribua as sete fo- artigo de opinião sobre o assunto, respondendo às seguin-
lhas para cada grupo.
tes questões: A quem se destina o texto? Qual a opinião do
• No primeiro momento, peça que leiam os parágrafos e, sem autor? Quais seus dois principais argumentos? Há algum
consultar o texto original, identifiquem a qual elemento da recurso de linguagem utilizado na argumentação? Qual?
estrutura textual ele pertence. A partir daí, a tarefa será or-
ganizá-lo na sequência correta, como proposto em dupla,
de modo que as ideias do texto fiquem coerentes.
Aula 9 Páginas: 15 e 16

• Para definir a ordem correta, os alunos devem se basear • TEMA: “Prática de oralidade”.
no estudo das estruturas do texto argumentativo e nas
marcas de linguagem que foram estudadas. • CONTEÚDO TRABALHADO: Debate regrado.

4 Defender ideias, argumentar, opinar...


Objetivos os alunos percebam que tanto os textos estudados ante-
riormente como o cartum manifestam opinião, porém de
• Compreender como desenvolver um debate regrado. formas diferentes.
• Elaborar argumentos. Peça que façam, então, as atividades da seção Outras
linguagens (páginas 16 e 17).
Estratégias
Inicie a aula solicitando aos alunos que apresentem a Para casa
pesquisa feita em casa. Em seguida, leia com a turma as Solicite aos alunos que construam em uma folha de
orientações da seção Prática de oralidade (páginas 15 e 16) sulfite um cartum expressando as opiniões pessoais sobre a
e promova o debate proposto. privacidade nas mídias sociais. Informe que não é necessá-
Para a realização do debate, organize a turma em três rio um traço rebuscado para compor o desenho. Podem-se
grupos, da seguinte forma: utilizar até mesmo personagens recortadas de revistas.
• Grupo A: Será a favor, ou seja, concorda com a exposição
pública e com a perda do direito à privacidade.
Aula 11 Páginas: 18 e 19
• Grupo B: Será contra, ou seja, não concorda com a exposi-
ção pública e com a perda do direito à privacidade.
• TEMA: “Conexões”.
• Grupo C: Não será nem contra nem a favor, ou seja, aceita
a exposição pública e a perda da privacidade dependendo • CONTEÚDOS TRABALHADOS: Big Brother – ontem e hoje
e letra de música.
de alguns fatores.
Ao final, faça a avaliação do que foi conversado com
a turma. Objetivo
• Identificar intertextualidade.
Para casa

LÍNGUA PORTUGUESA
Solicite aos alunos que registrem as impressões so- Estratégias
bre o debate em um texto. Oriente que incluam nesse texto Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem os
os dois melhores argumentos de cada grupo, justificando cartuns feitos em casa. Construa um mural na sala, de modo
as escolhas. que todos possam observar o cartum dos colegas.
Em seguida, fale sobre o livro 1984, de George Orwell.
Explique que a obra apresenta uma crítica à estrutura de
Aula 10 Páginas: 16 e 17
classes sociais em que vivemos e o quanto somos aprisio-

• TEMA: “Outras linguagens”.


nados por essas estruturas.


Depois, leia com a turma o texto “Big Brother: ontem e
CONTEÚDO TRABALHADO: Cartum – uma forma de hoje” (página 18). Estabeleça a relação entre o livro de Orwell
manifestar opinião. e o programa.
Na sequência, coloque, se possível, a música “Tá na
Objetivos mídia”, de Arnaldo Brandão, orientando aos alunos que
acompanhem a letra na página 19. Interprete-a com a tur-
• Reconhecer como outras linguagens podem ajudar a ex- ma, apresentando a ideia de mentira, verdade e exposição
pressar uma opinião.
na mídia.
• Identificar e reconhecer elementos de um cartum.
Para casa
Estratégias Solicite a elaboração de um cartaz sobre a exposição
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem o na mídia, destacando os cuidados que cada um deve
texto feito em casa. Em seguida, retome o que é um cartum adotar. Oriente-os a utilizar desenhos, colagens e frases
utilizando imagens impressas. Crie relações de modo que de alerta.

Defender ideias, argumentar, opinar... 5


Aula 12 Páginas: 20 a 22 • CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal (I).

• TEMA: “Língua: usos e reflexões”.


Objetivos
• CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância.
• Conceituar e identificar concordância verbal.
Objetivos
Estratégias
• Conceituar e identificar concordância. Inicie a aula comentando a tarefa de casa. Em seguida,
Estratégias escreva na lousa as duas frases abaixo:
Inicie a aula recolhendo os cartazes produzidos pela tur- a) Lentamente, os jogadores do time saíram de campo,
em direção ao vestiário.
ma. Verifique a possibilidade de serem expostos na escola para
b) Lentamente, os jogadores do time saiu de campo, em
alertar os demais alunos sobre a importância dos cuidados aos
direção ao vestiário.
se exporem na mídia. Em seguida, discorra sobre concordância,
Pergunte aos alunos qual das duas frases está de
com base no conteúdo das páginas 20 a 22, orientando a reali-
acordo com o uso formal da linguagem e peça que justifi-
zação das atividades propostas no decorrer da explanação.
quem a resposta.
Discuta os usos da linguagem popular regional ou infor-
O objetivo é que identifiquem o verbo e o sujeito e que
mal (com menor grau de monitoramento) nos contextos so-
percebam que o verbo concorda com os jogadores do time,
ciais em que é produzida. Ressalte a expressão da identidade
que está no plural, e não com a palavra time, que está no sin-
regional que a linguagem permite revelar. Estimule os alunos a
gular e mais próxima ao verbo. Isso porque jogadores é o
refletir sobre o preconceito linguístico e a evitá-lo caso ocorra.
núcleo do sujeito. Repita a atividade com várias frases, ou
Reforce a ideia de que a linguagem não está errada: apenas não
solicite que os próprios alunos as criem.
segue as regras das variedades mais formais ou as normas ur-
Depois, leia a introdução do tema na página 22. Reforce a
banas de prestígio, que são resultantes de convenções sociais.
explicação da regra geral da concordância verbal, ou seja, o ver-
Enfatize a carga de emoção, de lirismo que a linguagem espon-
bo concorda em número e pessoa com o sujeito a que se refere.
tânea e fluida imprime ao texto, além da sonoridade resultante
Escreva na lousa as frases a seguir, solicitando aos
de expressões mais regionais.
alunos que façam as correções necessárias quanto à con-
Para casa cordância verbal:
Sobre as diversidades regionais, solicite aos alunos a) As aptidões e habilidades do jovem deve ser conside-
que pesquisem o seguinte: rada prioritárias na decisão pela escolha da carreira.
a) Como se fala menina no Rio Grande do Sul. (devem)
Guria, prenda. b) A importante missão de educar jovens e crianças não
b) Em que estado brasileiro usa-se o termo mandioca? E se delegam à escola. É responsabilidade da família.
qual é o nome dado ao mesmo alimento no Rio de Ja- (delega)
neiro e no Nordeste? c) Uma menina e um jovem reclamou por não ter conse-
Mandioca é usado em São Paulo; aipim, no Rio de Janeiro; guido lugar para sentar. (reclamaram)
e macaxeira, no Nordeste. d) Três crianças daquela escola recusa a merenda todos
Peça também que analisem a seguinte questão: O fato os dias. (recusam)
de as pessoas falarem de forma diferente impede que a co- e) Quem conhece as três filhas de Maria sabem como
municação aconteça? são belas. (sabe)
Espera-se que os alunos percebam que a base da língua sendo Informe que há casos especiais para o uso da concor-
preservada, a comunicação vai acontecer, mesmo com as diferen- dância verbal, que serão estudados na próxima aula.
ças regionais.
Para casa
Aula 13 Páginas: 22 e 23 Solicite aos alunos que leiam os casos especiais e ou-

• TEMA: “Língua: usos e reflexões”.


tros casos de concordância verbal nas páginas 23 a 26. O
objetivo é que se familiarizem com o tema da aula seguinte.

6 Defender ideias, argumentar, opinar...


Aula 14 Páginas: 23 a 26 Aula 16 Páginas: 28 e 29

• TEMA: “Língua: usos e reflexões”. • TEMA: “Atividades: concordância verbal”.

• CONTEÚDOS TRABALHADOS: Concordância verbal (I) – • CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal.


casos especiais e outros casos.
Objetivo
Objetivos • Identificar variações da concordância verbal na linguagem
• Conceituar e identificar concordância verbal. cotidiana.

Estratégias Estratégias
Discorra detalhadamente sobre os casos especiais de Organize a turma em pequenos grupos e peça que corri-
concordância verbal apresentados nas páginas 23 e 24. Co- jam, entre si, as atividades de casa. Em seguida, corrija-as oral-
loque cada exemplo na lousa, explicando-o e verificando se mente, garantindo que todos os grupos consigam participar.
os alunos de fato compreenderam. Em seguida, apresente Questione os alunos sobre o que foi necessário observar
os outros casos desse tipo de concordância com base no para responder a essas atividades. O objetivo é que percebam
conteúdo das páginas 24 a 26. Esclareça cada item também que é preciso se atentar ao sujeito e ao verbo da oração para
de forma detalhada. verificar se a concordância verbal está sendo respeitada.
Depois, peça aos grupos que façam as atividades 4 e 5
das páginas 28 e 29. Passe pelos grupos para verificar se há
Para casa
dúvidas e se todos os alunos estão participando.
Solicite aos alunos que criem exemplos de cada caso
Em seguida, com a ajuda dos grupos, faça a correção
de concordância verbal estudado até o momento.
oral das atividades.

LÍNGUA PORTUGUESA
Aula 15 Páginas: 26 a 28 Para casa
Solicite a realização da atividade 6 da página 29.

• TEMAS: “No dia a dia” e “Atividades: concordância verbal”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal. Aula 17 Páginas: 30 e 31

Objetivo • TEMA: “Atividades: concordância verbal”.

• Identificar variações da concordância verbal na linguagem • CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal.


cotidiana.
Objetivo
Estratégias
• Identificar variações da concordância verbal na linguagem
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem os cotidiana.
exemplos criados em casa e corrigindo-os, se necessário.
Em seguida, discorra sobre o conteúdo da seção No dia a dia Estratégias
(páginas 26 e 27). Destaque a importância de utilizar a for- Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa. Em seguida,
ma verbal mais adequada, mesmo na linguagem oral. proponha a interpretação oral e coletiva do texto da tirinha.
Na sequência, peça aos alunos que façam a atividade 1 Ressalte que o recruta se compara com robôs, pois se vê
da página 27. Corrija-a oralmente. obrigado a fazer tudo o que mandam.
Pergunte aos alunos se eles já se sentiram assim ao ter
Para casa de cumprir uma ordem. Motive-os a refletir que sempre será
Solicite a realização das atividades 2 e 3 da página 28. necessário o cumprimento de ordens e regras, mas que isso

Defender ideias, argumentar, opinar... 7


pode ser feito de forma prazerosa quando podemos expres- Objetivos
sar nossa opinião e entendemos o que precisamos fazer.
Na sequência, organize a turma em duplas e peça que • Reescrever artigo de opinião.
façam as atividades 7 a 9 das páginas 30 e 31. • Observar outro texto do mesmo gênero.
Para casa Estratégias
Solicite a realização das atividades 10 e 11 da página 31. Divida novamente a turma em grupos e peça que or-
ganizem os textos, adicionando o material pesquisado em
casa e fazendo a reescrita do artigo de opinião.
Aula 18 Páginas: 32 a 34 Depois, peça aos grupos que apresentem as produ-
ções aos demais colegas, promovendo um debate estrutu-
• TEMA: “Produção de texto”. rado entre os grupos a favor e os contra.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – artigo de opinião.


O importante nessa atividade não é estabelecer quem
está certo ou errado, mas, sim, quem apresentou os argu-
mentos mais consistentes e um texto com informações
Objetivo mais seguras e confiáveis.
• Produzir artigo de opinião. Na sequência, peça aos alunos que leiam o texto “Eles
estão seguindo nossos passos” (páginas 35 e 36). Conver-
Estratégias se com eles sobre as principais ideias.
Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo
eventuais dúvidas. Em seguida, leia com a turma a introdução Para casa
e os textos da seção Produção de texto (páginas 32 e 33). Com base no texto “Eles estão seguindo nossos passos”,
Solicite aos alunos que respondam às questões do solicite aos alunos que respondam às seguintes questões:
item B da página 34.
1. Quais as vantagens que as ferramentas de localização
Na sequência, organize a turma em quatro grupos:
nos oferecem?
dois serão a favor da tecnologia no controle dos pais sobre
Em caso de necessidade ou perigo, podemos ser localizados,
os filhos e os outros serão contra. interagir com amigos próximos; pode ser útil para monitorar
Os grupos a favor devem reler o texto “‘Coleira’ é ne- pessoas doentes ou com limitações, etc.
cessária para alguns” (páginas 32 e 33). Os grupos contra
2. E quais as desvantagens?
devem reler o texto “Trocamos educação por tecnologia?”
Ficamos expostos não só aos nossos amigos mas também
(página 33). Todos devem fazer as atividades dos itens C e D aos demais usuários da ferramenta; estamos mais expostos
da página 34. quando nossa rotina de atividades fica aberta para quem
Circule entre os grupos, incentivando a participação de não conhecemos; nossa privacidade pode ser invadida, etc.
todos e esclarecendo possíveis dúvidas. 3. Qual é sua opinião sobre os serviços de localização apre-
sentados no texto?
Para casa Resposta pessoal.
Solicite aos alunos que levantem informações que
possam complementar o texto que estão elaborando, como
ilustrações ou opinião de especialistas.
2 Manifesto
Aula 19 Páginas: 34 a 36
Aula 20 Páginas: 37 e 38


TEMAS: “Produção de texto” e “Outro texto de mesmo
gênero”. TEMA: “Manifesto”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – artigo de opinião. • CONTEÚDO TRABALHADO: Manifesto.

8 Defender ideias, argumentar, opinar...


Objetivo Estratégias
• Compreender o gênero manifesto. Inicie a aula solicitando aos alunos que apresentem as
pesquisas feitas em casa. Aproveite esse momento para
Estratégias trazer à tona a importante questão de preservação do meio
ambiente. Estimule a participação da turma, direcionando a
Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecen-
discussão por meio de questionamentos. Caso tenha sido
do possíveis dúvidas. Em seguida, leia o texto introdutório
solicitado, discorra sobre a biografia de Chico Mendes
da página 37, destacando o manifesto como um gênero lite-
Em seguida, leia com a turma o manifesto “Amazônia
rário. Ressalte que nesse tipo de texto, além do autor ter a
para sempre” (páginas 39 e 40). Peça que cada aluno leia um
intenção de convencer o leitor sobre sua opinião, a ideia é
trecho e faça os comentários pertinentes à interpretação.
incentivá-lo a agir em favor de uma causa, de forma coletiva.
Peça aos alunos que observem a figura também da pá- Por fim, organize os alunos em duplas e peça que façam
gina 37, estabelecendo conexão com as imagens já vistas as atividades 1 a 3 da página 40. Corrija-as coletivamente.
em manifestações públicas, em que as pessoas utilizam Para casa
cartazes com frases e imagens que expressam opiniões.
Solicite aos alunos que releiam o manifesto observan-
Pergunte aos alunos se há alguma causa ou ideia que eles
do que há vários elementos utilizados para convencer o lei-
acreditam que valha a pena ser defendida.
tor. Sobre esses elementos, peça que extraiam do texto:
Na sequência, proponha a observação das imagens da pá-
1. dados reais sobre o desmatamento.
gina 38 e uma reflexão sobre as formas mais comuns que as pes-
Já desmatamos 16% da área total da Amazônia, foram 17 mil
soas utilizam para se manifestar. Promova um debate com base
quilômetros somente no ano em que o manifesto foi escrito.
nas seguintes questões: As manifestações são sempre pacífi-
2. a função da Floresta Amazônia para o planeta Terra.
cas? Qual a melhor forma de manifestar opinião? Como costu-
A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas auxilia na regu-
mam ser as discussões? Qual a importância dos argumentos? lação da temperatura do planeta.
3. lei que protege a Floresta Amazônica.
Para casa

LÍNGUA PORTUGUESA
Constituição Federal, parágrafo 4o, Artigo 225, onde se lê: “A
Solicite aos alunos uma breve pesquisa sobre o mani- Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização
festo “Amazônia para sempre”, respondendo às seguintes far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegu-
questões: Quem o criou, onde e quando? Qual foi a necessi- rem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
dade observada pelas pessoas que fomentaram a criação uso dos recursos naturais”.
desse manifesto? 4. ação esperada para reverter a situação.
Se considerar conveniente, peça que ampliem a pes- Deve-se implementar em níveis federal, estadual e munici-
quisa com informações sobre o sindicalista e ativista am- pal, a interrupção imediata do desmatamento da Floresta
biental Chico Mendes. Amazônica. É hora de enxergarmos nossas árvores como
monumentos de nossa cultura e história.
O manifesto “Amazônia para sempre” foi criado por um grupo de
artistas, no Acre, durante a gravação da minissérie Amazônia, em
2007, com o objetivo de convencer a sociedade e as autoridades a Aula 22 Página: 41
interromper o desmatamento da Floresta Amazônica.

• TEMA: “Interpretação do texto”.


Aula 21 Páginas: 39 e 40
• CONTEÚDO TRABALHADO: Compreensão do texto.

• TEMAS: “Leitura” e “Intepretação do texto”.


Objetivo
• CONTEÚDO TRABALHADO: Manifesto “Amazônia para
sempre”.
• Compreender o manifesto “Amazônia para sempre”.
Estratégias
Objetivo Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecen-
• Compreender o manifesto “Amazônia para sempre”. do possíveis dúvidas. Em seguida, solicite aos alunos que

Defender ideias, argumentar, opinar... 9


façam as atividades 4 a 6 da página 41. Corrija-as coletiva- b) Os responsáveis pelo desmatamento da Floresta Ama-
mente na sequência. zônica precisam ser punidos com rigor.
Depois, promova a discussão da seção Conversa em Peça aos alunos que identifiquem em quais pessoas as
jogo (página 41). Ressalte a importância da liberdade de opi- frases foram escritas. Ouça as respostas e, depois, informe
nião, um direito conquistado pelos brasileiros após o período que a primeira frase está na primeira pessoa do plural (nós)
da ditadura e que faz parte dos direitos constitucionais. e a segunda, na terceira pessoa do plural (eles).
Sobre o manifesto “Amazônia para sempre”, pergunte Questione, então: Em se tratando de um manifesto
quem o assinaria, apresentando o argumento decisivo para como o lido anteriormente, qual a diferença de usarmos a
tomarem a decisão de aderir ou não ele. Entre os que não primeira ou a terceira pessoa do plural? Há algum objetivo
assinariam, pergunte quais alterações consideram neces- para essa escolha? Espera-se que os alunos concluam que,
sárias. Questione se utilizariam argumentos complementa- ao usarmos a primeira pessoa do plural, é como se o autor
res para convencer mais pessoas. estivesse inserindo o leitor no assunto, na causa e na res-
ponsabilidade pela ação.
Para casa Comente que, inserindo o leitor como sujeito, o autor
Solicite aos alunos que produzam um texto curto, de consegue garantir a aproximação com a causa, ou seja,
no máximo dez linhas, que explique o posicionamento da ocorre o que é chamado de aproximação do texto com o
discussão feita em sala de aula. destinatário.
Após garantir que os alunos tenham compreendido o
Aula 23 Página: 42 conceito, solicite que realizem as atividades da página 42.
Corrija-as em seguida.

• TEMA: “Linguagem do texto”.


Para casa
• CONTEÚDO TRABALHADO: Aproximação com o
destinatário.
Solicite aos alunos que leiam o “Manifesto 2000 – Por
uma cultura de paz e não violência”, disponível em <www.
comitepaz.org.br/o_manifesto.htm>, identificando em que
Objetivos tempo verbal o texto está escrito e os elementos de coesão
• Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e copiando expressões empregadas como recursos de en-
e o interlocutor de um texto. volvimento do texto com o leitor.

• Observar as relações entre as partes de um texto.


Estratégias Aula 24 Páginas: 43 a 45


Organize a turma em grupos de três ou quatro inte-
grantes. Peça que troquem os textos produzidos em casa, TEMA: “Construção do texto”.
discutam e façam apontamentos e correções necessárias.
Circule entre os grupos, observando se todos estão partici-
• CONTEÚDO TRABALHADO: Estrutura textual do gênero.

pando e se a atividade está sendo realizada com atenção. Objetivos


Sempre que necessário, faça intervenções.
Em seguida, explique como identificar as marcas lin- • Identificar as estruturas de textos argumentativos.
guísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um • Reconhecer base de referência para produção de um ma-
texto. Para isso, coloque na lousa os verbos sorrimos, sofre- nifesto.
mos, gostamos e agradecemos. Pergunte aos alunos a qual
pessoa se referem. Espera-se que respondam que se refe- Estratégias
rem à primeira pessoa do plural: Nós. Inicie a aula pedindo aos alunos que comentem a tarefa
Na sequência, coloque na lousa as seguintes frases: de casa. Em seguida, explique aos alunos que para escrever
a) Somos responsáveis pelo desmatamento da Floresta um manifesto é necessário obedecer a estruturas que dife-
Amazônica, pois não agimos de forma a evitar que isso rem um pouco dos demais textos argumentativos já estu-
continue acontecendo. dados. Destaque que, geralmente, os manifestos possuem

10 Defender ideias, argumentar, opinar...


identificação e análise de um problema; argumentos coe- Estratégias
rentes e fundamentados em dados reais; convocação ou Pergunte aos alunos o que eles entenderam do
apelo para adesão à causa. “Manifesto Nhengaçu Verde-Amarelo” (página 46), lido em
Compreendido esse conceito, peça aos alunos que façam casa. Anote na lousa as principais ideias. Ressalte mais uma
as atividades 1 a 3 das páginas 43 e 44. Corrija-as na sequência. vez a importância da liberdade de expressão para que um
povo não seja refém, entre outras coisas, da intolerância e
Para casa das injustiças sociais.
Solicite a realização das atividades 4 e 5 das páginas Leia com a turma o glossário da página 46, enfatizando
44 e 45. os componentes do grupo que se autodenominou Escola da
Anta, formado por Plínio Salgado (1875-1975), Menotti del
Picchia (1892-1988), Guilherme de Almeida (1890-1969) e
Aula 25 Página: 45
Cassiano Ricardo (1895-1974) em resposta ao nacionalismo


do grupo Pau-Brasil, que tinha o escritor Oswald de Andrade
TEMA: “Hora de organizar o que estudamos”. como representante maior. Comente que a Escola da Anta
• CONTEÚDO TRABALHADO: Manifesto. propunha um nacionalismo primitivista, ufanista e apresen-
tava a anta como símbolo nacional.
Objetivo Por fim, peça aos alunos que façam as atividades 1 a 3
da página 46. Corrija-as na sequência.
• Sistematizar os conteúdos aprendidos.
Para casa
Estratégias Solicite a realização das atividades 1 a 3 da página 47.
Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa. Em seguida,
peça aos alunos que, com base no quadro Hora de organizar
o que estudamos (página 45), elaborem outro resumo sobre Aula 27 Páginas: 47 e 48

LÍNGUA PORTUGUESA
o que foi estudado. Destaque a importância de registrarem
informações, dicas e exemplos que sirvam de complemento
• TEMA: “Prática de oralidade”.
para fixar o conteúdo e estudar. Circule pela sala enquanto
os alunos estiverem fazendo a atividade para esclarecer • CONTEÚDO TRABALHADO: Seminário.

possíveis dúvidas.
Depois, organize a turma em grupos e peça que com- Objetivos
partilhem os resumos com os colegas, corrigindo e comple-
• Conhecer as principais características do texto oral.
tando as informações que julgarem necessárias.
• Organizar e expressar opinião utilizando apenas a lingua-
gem oral.
Para casa
Solicite aos alunos que leiam o “Manifesto Nhengaçu • Desenvolver argumento.
Verde-Amarelo” (página 46).
Estratégias
Antes corrigir as tarefas de casa, leia com a turma o
Aula 26 Páginas: 46 e 47 “Manifesto da Antropofagia Periférica” (página 47). Verifique
se os alunos sabem o significado da palavra antropofagia. Ex-
• TEMA: “Atividades: manifestos e defesa de opinião”. plique que é o ato de comer uma ou várias partes de um ser

• CONTEÚDO TRABALHADO: Estrutura textual de um


manifesto.
humano. Por meio de questões, motive-os a refletir sobre o
sentido figurado dessa palavra no título do manifesto. Auxi-
lie-os a concluir que os autores querem dizer que o homem
que não pode pensar livremente, partindo dos próprios con-
Objetivo ceitos, das próprias ideias e experiências, é um homem que
• Reconhecer o uso das estruturas textual de um manifesto. vai, aos poucos, sendo “devorado” pelo sistema social.

Defender ideias, argumentar, opinar... 11


Em seguida, corrija as tarefas de casa e, depois, leia o -os a dividir as tarefas que deverão realizar em casa entre
início da seção Prática de oralidade (páginas 47 e 48). todos os componentes do grupo.
Sensibilize os alunos para o desenvolvimento de um se- Antes do término da aula, defina com os grupos o tempo
minário, perguntando se eles reconhecem em seu dia a dia máximo que cada um terá e a sequência das apresentações.
alguma causa que necessite de atenção para ser resolvida.
Organize a turma em grupos e solicite que anotem Para casa
quais as causas humanitárias/sociais que conhecem e que Oriente os alunos a fazer as tarefas que ficaram sob
acreditam ser importantes de serem resolvidas, ameniza- sua responsabilidade na divisão de atividades do grupo.
das ou discutidas. As questões levantadas podem envolver
a cidade, o bairro, as redondezas da escola ou mesmo da co-
munidade escolar. Aula 29 Página: 49
Peça que registrem tudo o que foi discutido no caderno
e, em seguida, compartilhem com os demais colegas as es-
• TEMA: “Prática de oralidade”.
colhas do grupo.
• CONTEÚDO TRABALHADO: Seminário.

Para casa
Solicite a realização dos itens a e b da atividade 2 da Objetivo
seção Prática de oralidade (página 48). • Apresentar seminário.

Aula 28 Páginas: 48 e 49 Estratégias


Organize novamente os grupos e peça que verifiquem

• TEMA: “Prática de oralidade”. o material de apoio produzido. Indique pontos a melhorar ou

• CONTEÚDO TRABALHADO: Seminário.


corrigir no projeto pensado pelo grupo. Reserve um tempo
para que os alunos façam as alterações necessárias e tes-
tem equipamentos, caso seja necessário.
Objetivos Antes de iniciar as apresentações dos alunos é impor-
• Organizar previamente atividade oral. tante reforçar a importância de se discutir temas polêmicos
e que envolvam toda a sociedade, o objetivo de executar um
• Elaborar material para apresentação. seminário; lembrar o tempo de cada grupo, a sequência das
Estratégias apresentações, como cada um deve se portar como plateia
e a importância de anotar informações relevantes nas apre-
Inicie a aula perguntando aos alunos sobre a pesquisa
sentações dos demais grupos; combinar como poderão ser
feita em casa. Questione as principais dificuldades/facilida-
as intervenções: durante as falas ou ao final.
des observadas ao buscar e organizar os dados.
Reorganize os grupos formados na aula anterior e Inicie, então as apresentações. No final, converse com
peça que compartilhem com os colegas as pesquisas indivi- os alunos sobre os seminários, questionando-os sobre o
duais, transformando todo o material em uma só fonte que que foi compreendido, quais foram as sínteses dos manifes-
será usada na produção do manifesto. tos apresentados. Se for possível agende um feedback com
Em seguida, solicite aos grupos que façam os itens c e cada um dos grupos e aponte os pontos fortes e os pontos a
d da atividade 2 e a atividade 3 das páginas 48 e 49. serem melhorados.
Estabeleça um tempo para que os alunos realizem esta
atividade em sala de aula. Circule entre os grupos e esclare- Para casa
ça eventuais dúvidas. Solicite aos alunos que façam um breve resumo sobre
Peça aos alunos que definam o material de apoio que a apresentação de cada grupo, destacando o tema e o posi-
utilizarão no seminário. Podem usar slides, cartazes, drama- cionamento adotado. Peça ainda que, ao final de cada resu-
tizações, folhetos para entregar aos espectadores, exibir mo, escrevam um parágrafo apresentando a própria opinião
trechos de filmes/documentários, podcasts, etc. Oriente- sobre cada um dos temas.

12 Defender ideias, argumentar, opinar...


Aula 30 Páginas: 49 e 50 Aula 31 Páginas: 51 a 53

• TEMA: “Outras linguagens”. • TEMA: “Conexões”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Charge. • CONTEÚDOS TRABALHADOS: Arte visual, manifesto e


poema em defesa do coletivo.
Objetivos
• Conhecer novas linguagens que visam sensibilizar o público. Objetivos
• Identificar as características de uma charge. • Identificar a importância da linguagem não verbal na co-
municação.
Estratégias
• Ler imagens.
Organize novamente a turma em grupos e apresente
uma devolutiva sobre os seminários apresentados. Comen- • Compreender como a arte visual pode auxiliar na divulga-
ção de ideias defendidas nos manifestos.
te, de maneira geral, os pontos fortes e pontos a serem me-
lhorados nas apresentações.
Em seguida, peça aos alunos que leiam para o grupo os
Estratégias
resumos que fizeram em casa. Permita que troquem ideias e Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa. Em seguida,
informações a respeito. Recolha as produções para uma solicite a um aluno que leia o texto da página 51 e oriente a
correção mais detalhada. turma a observar as imagens. Discuta a importância da arte
Leia com os alunos a seção Outras linguagens (páginas e seu poder de sensibilizar e de estabelecer conexões com a
49 e 50). Depois, peça que observem e descrevam em voz memória das pessoas.
alta a ilustração do artista Angeli. Aguarde que todos os de- Fale também sobre as diferentes possibilidades de uti-
talhes do desenho tenham sido identificados para depois lização da arte visual apresentadas: montagem, foto e ilus-
pedir que leiam a descrição que se encontra na página 50. O tração. Pergunte aos alunos se o impacto seria diferente se,
em vez de imagens, eles apenas lessem as frases escritas

LÍNGUA PORTUGUESA
objetivo é que os alunos relatem a percepção que tiveram da
imagem antes de ler o conteúdo, de forma que possam em cada exemplo. Permita que expressem as opiniões e in-
comparar as impressões. terfira sempre que necessário.
Em seguida, solicite aos alunos que respondam às Se houver oportunidade, promova a comprovação
questões da mesma página. desta hipótese: peça que reproduzam apenas os textos e
mostrem a três pessoas. Depois mostrem a composição
Para casa toda e solicitem que as pessoas relatem se, como e por
Solicite aos alunos que pesquisem sobre charges, res- que melhorou o entendimento da ideia. Essa atividade tem
pondendo às seguintes questões: como objetivo fazê-los perceber a importância da imagem
na comunicação.
1. O que é charge e quando foi criada?
Em seguida, leia com a turma o poema das páginas 52
A charge é uma ilustração com personagens utilizada para
satirizar situações específicas e comuns. Foi criada no início e 53, respeitando a entonação e o ritmo que exige. Converse
do século XIX por críticos políticos. com os alunos sobre o que entenderam do texto, qual o as-
sunto principal e qual a opinião deles a respeito do conteúdo.
2. Quais as características da charge?
Conduza a discussão para que ponderem sobre a importân-
Além de se tratar de um texto satirizado, uma crítica a algum
fato, acontecimento ou modo de agir, as charges sempre se cia de pensar de forma coletiva, mesmo que diferente, e que
apresentam num misto de linguagem verbal e não verbal. Ou a ponderação e a empatia possam ser utilizadas como for-
seja, todos os elementos da charge devem ser analisados e ma de combater o individualismo e promover o crescimento
interpretados. da sociedade como um todo.
3. Cite os principais chargistas brasileiros, suas características Pergunte qual das duas manifestações artísticas é
e, se for possível, cole uma charge de cada um no caderno. mais objetiva e direta e se causam impactos diferentes em
Maurício Ricardo Quirino, Glauco, Ziraldo, Arnaldo Angeli Filho quem as lê. Ouça a opinião dos alunos e procure direcionar a
(Angeli). turma para uma conclusão coletiva.

Defender ideias, argumentar, opinar... 13


Para casa Estratégias
Solicite aos alunos que criem um cartaz ou um poema Organize os alunos em duplas e peça que apresentem
sobre o assunto que o grupo dele tratou no seminário feito oralmente a resposta da atividade da seção No dia a dia (pá-
em sala. Ficará a critério de cada um escolher por qual meio ginas 55 e 56). Acompanhe-os para esclarecer eventuais
da arte desenvolverá seu projeto. dúvidas. Questione-os sobre qual foi a provável lógica intui-
tiva utilizada pelo escritor do texto da manchete e se eles
acham que está correto.
Aula 32 Páginas: 53 a 56 Ouça as colocações dos alunos e apresente a resposta


correta, explicando que o verbo poder no plural está concor-
TEMA: “Língua: usos e reflexão”. dando com o sujeito plural “30 dias de férias”. Comente que,

• CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal (II). de acordo com a gramática normativa, o verbo deveria ficar
preferencialmente no singular por estar seguido de expres-
são quantificadora (pouco). Ressalte que é provável que te-
Objetivos
nha havido, nesse caso, contaminação por causa do sujeito
• Compreender o uso da concordância verbal em suas di- plural e do complemento também plural, “de férias”.
versas situações. Em seguida, escreva na lousa a seguinte frase: “Di-
• Identificar elementos da concordância verbal. zem que os brasileiros somos todos amantes de música
e futebol”.
• Utilizar a concordância verbal Questione os alunos se o que estão lendo lhes parece
correto. Explique que esse é um exemplo de silepse, ou seja,
Estratégias
quando o verbo não concorda com o sujeito expresso na ora-
Inicie a aula organizando a turma para que monte um
ção, mas com um sujeito implícito na ideia de quem fala – nes-
mural com os trabalhos feitos em casa. Reserve um tempo
se caso, nós, pois o autor teve a intenção de se incluir e incluir
da aula para que todos apreciem os trabalhos uns dos ou-
quem lê no sujeito, uma vez que o leitor é brasileiro também.
tros e, em seguida, converse com eles sobre como foi a pro-
Elabore com os alunos outras frases utilizando a silep-
dução do trabalho.
se para verificar se o conceito foi compreendido. Caso eles
Depois, leia com a turma o conteúdo da seção Língua:
não consigam, utilize as sugestões abaixo:
usos e reflexões das páginas 53 a 55, retomando o conceito
a) Os paulistas estamos acostumados a sair preparados
de concordância verbal, introduzindo e explicando os novos para qualquer temperatura.
exemplos, conforme apresentado no material. b) Todos preferimos que a prova seja adiada.
c) “Enfim, lá em São Paulo todos éramos felizes graças
Para casa ao seu trabalho.” (Rubem Braga)
Solicite aos alunos que registrem a resposta da ques- d) “Dizem que os cariocas somos pouco dados aos jar-
tão da seção No dia a dia (páginas 55 e 56) no caderno. dins públicos.” (Machado de Assis)
Ao final, peça aos alunos que façam a atividade 1 da pá-
gina 56 e, logo em seguida, corrija-a oralmente.
Aula 33 Páginas: 55 a 57
Para casa
• TEMAS: “No dia a dia” e “Atividades: concordância
verbal”.
Solicite a realização das atividades 2 e 3 das página 56
e 57.
• CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal.

Objetivos Aula 34 Páginas: 57 e 58

• Compreender o uso da concordância verbal em suas di- • TEMA: “Atividades: concordância verbal”.


versas situações.
CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância verbal.
• Identificar elementos da concordância verbal.
14 Defender ideias, argumentar, opinar...
Objetivos • CONTEÚDOS TRABALHADOS: Outros casos de
concordância nominal – adjetivo posposto ao substantivo,
• Compreender o uso da concordância verbal em suas di- adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos
versas situações. e mais de um adjetivo posposto a um substantivo.
• Identificar elementos da concordância verbal.
Objetivos
Estratégias
Inicie a aula corrigindo as tarefas de casa e esclarecendo • Compreender o uso da concordância nominal.
eventuais dúvidas. Em seguida, organize os alunos em duplas • Identificar elementos da concordância nominal.
e peça que discutam e façam as atividades 4 e 5 da página 57.
Circule pela classe verificando a participação de todos. Estratégias
Aproveite para esclarecer dúvidas e pontos do conteúdo que Discorra sobre outros casos de concordância nominal,
necessitam de mais atenção e reforço. Corrija as atividades conforme os alunos já estudaram em casa. Inicie falando so-
na sequência. bre adjetivo posposto ao substantivo. Em seguida, discorra
sobre adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos e, por
Para casa fim, sobre mais de um adjetivo posposto a um substantivo.
Solicite a realização da atividade 6 da página 58. Coloque cada exemplo apresentado nas páginas 60 e 61 do
material na lousa, explicando detalhadamente e se certifi-
cando da compreensão da turma.
Aula 35 Páginas: 58 a 60
Para casa
• TEMA: “Língua: usos e reflexão” Solicite aos alunos que criem dois exemplos de casos

• CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância nominal.


de concordância nominal com adjetivo posposto ao subs-
tantivo, adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos e

LÍNGUA PORTUGUESA
mais de um adjetivo posposto a um substantivo.
Objetivos
• Conceituar concordância nominal. Aula 37 Páginas: 61 a 63
• Identificar elementos de concordância nominal.
Estratégias • TEMAS: “Língua: usos e reflexão” e “Atividades:
concordância nominal”.


Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa e esclarecendo
eventuais dúvidas. Em seguida, leia com a turma o conteúdo CONTEÚDO TRABALHADO: Concordância específica de
sobre concordância nominal das páginas 58 a 60, explicando algumas palavras.
o conceito detalhadamente com base nos exemplos apre-
sentados no material. Objetivos

Para casa • Compreender o uso da concordância nominal.


Solicite aos alunos que leiam os casos de concordância • Identificar elementos da concordância nominal.
nominal com adjetivo posposto ao substantivo, adjetivo an-
teposto a dois ou mais substantivos e mais de um adjetivo Estratégias
posposto a um substantivo. O objetivo é que se familiarizem Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem as
com o tema da aula seguinte. frases criadas em casa e corrija-as. Em seguida, explique a
concordância específica de algumas palavras, com base no
conteúdo das páginas 61 e 62.
Aula 36 Páginas: 60 e 61

• TEMA: “Língua: usos e reflexão”.


Para casa
Solicite a realização da atividade 1 das páginas 62 e 63.

Defender ideias, argumentar, opinar... 15


Aula 38 Páginas: 63 e 64 quisas feitas e faça na lousa um diagrama, como o da página
65, que dará origem ao manifesto com o mesmo tema que o
• TEMA: “Atividades: concordância nominal”. da pesquisa.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Atividades sobre concordância


nominal.
Peça, então, que comecem a discutir a elaboração do
manifesto.

Para casa
Objetivos Solicite aos alunos que leiam novamente as pesquisas e
• Compreender o uso da concordância nominal. relacione os principais argumentos que os levariam a discutir
• Identificar elementos da concordância nominal. com a comunidade o tema que o grupo está defendendo.

Estratégias
Aula 40 Página: 65
Inicie a aula pedindo a alguns alunos que coloquem a res-
posta dos itens da atividade 1 da tarefa de casa na lousa. Faça as
• TEMA: “Produção de texto”.


correções necessárias. Em seguida, organize a turma em duplas
e peça que façam as atividades 2 a 5 das páginas 63 e 64. CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – manifesto.
Circule pela sala e observe se os alunos estão partici-
pando e se realizam as atividades com facilidade. Esclareça Objetivos
dúvidas e aproveite para observar se todos compreenderam
o conteúdo. • Identificar as características de um manifesto.
Corrija as atividades coletivamente, garantindo a par- • Produzir um manifesto coletivamente.
ticipação de todas as duplas.
Estratégias
Para casa Retome a tarefa de casa e peça a cada aluno que leia os
Solicite a realização da atividade 6 da página 64. argumentos que escreveu.
Conforme orientação da seção Prática de oralidade Reúna novamente a turma nos grupos e resgate com
(páginas 47 a 49), foi proposta a organização de um seminá- os alunos as especificidades de cada tema, solicitando que
rio sobre uma causa de interesse da comunidade e orienta- sigam as orientações 1 a 5, sobre a produção do manifesto,
do aos alunos que guardassem as anotações feitas para o na página 65.
seminário. Peça que as tragam para a próxima aula. Enquanto os alunos conversam e escrevem o manifes-
to, circule pela sala, fazendo intervenções que considerar
necessárias e complementando informações ou esclare-
Aula 39 Página: 65 cendo possíveis dúvidas.

• TEMA: “Produção de texto”. Para casa

• CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – manifesto.


Solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre
campanhas publicitárias que defendam as mesmas ideias
que o grupo vai defender. Peça que selecionem materiais
Objetivos que possam ser utilizados na campanha sobre o manifesto
• Identificar as características de um manifesto. que estão criando.

• Produzir um manifesto coletivamente.


Aula 41 Página: 65
Estratégias
Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa e esclarecendo
• TEMA: “Produção de texto”.
eventuais dúvidas. Em seguida, organize a turma nos mes-
mos grupos do seminário. Resgate com os alunos as pes- • CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – manifesto.

16 Defender ideias, argumentar, opinar...


Objetivos Para casa
• Identificar as características de um manifesto. Com base nos comentários que ouviram dos visitan-
tes da exposição, peça aos alunos que complementem seu
• Produzir um manifesto coletivamente. manifesto, acrescentando imagens, argumentos ou dados,
ou seja fazendo melhorias.
Estratégias
Organize os alunos nos grupos e peça que eles apre-
sentem as pesquisas feitas em casa. Aula 43 Páginas: 66 e 67
Oriente-os na produção das campanhas para divulgar
os manifestos. Eles podem usar desenho, ilustração, fotos • TEMA: “Outro texto do mesmo gênero”.
e montagens.
Reserve um tempo maior para a execução dessa ativi-
• CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – manifesto.

dade. Espera-se que os alunos produzam os próprios roteiros


Objetivo
e que transponham o texto para o universo das artes visuais.
Enquanto os alunos criam os cartazes, passe pelos • Reconhecer em outro texto o gênero manifesto.
grupos lendo os manifestos e fazendo as alterações neces-
sárias. Solicite que façam a reescrita do texto após suas Estratégias
correções. No início da aula, organize novamente os alunos nos
grupos para que leiam os complementos criados por eles
Para casa para melhorar os manifestos.
Solicite aos alunos que finalizem a apresentação das Após a troca de informações, solicite que leiam, ainda
campanhas de divulgação do manifesto do grupo. em grupo, o texto “Manifesto 2.0 – por uma sociedade mais
colaborativa” (páginas 66 e 67), respondendo à seguinte
questão: Qual a intenção desse manifesto?
Aula 42 Página: 65

LÍNGUA PORTUGUESA
Depois que os grupos conversarem, explique que o ob-


jetivo desse manifesto é convencer as pessoas sobre a im-
TEMA: “Produção de texto”. portância de formarmos uma sociedade colaborativa e mo-
• CONTEÚDO TRABALHADO: Gênero – manifesto. bilizar as pessoas a utilizar os recursos de interação tecno-
lógicos para aproximar e criar redes colaborativas digitais.
Objetivos
Para casa
• Identificar as características de um manifesto. Solicite aos alunos que releiam o texto “Manifesto 2.0 – por
• Produzir um manifesto coletivamente. uma sociedade mais colaborativa” (páginas 66 e 67) e escrevam,
com as próprias palavras, quais as sugestões que o manifesto
Estratégias apresenta para ampliar a participação de todos os cidadãos nas
Organize a sala de aula, deixando um canto reservado questões sociais e políticas por meio da tecnologia.
para cada grupo. Cada um em seu espaço deverá afixar os
cartazes na parede e os manifestos em locais visíveis para
o público.
Aula 44 Página: 68


Convide alunos de outras turmas, professores, coorde-
nadores e diretores para que visitem a sala e vejam a exposição. TEMA: “Ponto de chegada”.
Os visitantes podem assinar os manifestos, se concor-
darem com a causa apresentada e forem convencidos pelos
• CONTEÚDO TRABALHADO: Gêneros textuais.

argumentos dos alunos. Objetivos


Passe em todos os grupos e atribua uma nota pela
apresentação visual, organização e capacidade de argu- • Revisar o conteúdo dos gêneros argumentativos.
mentação dos alunos. • Sistematizar o conhecimento.
Defender ideias, argumentar, opinar... 17
Estratégias Objetivo
Inicie a aula pedindo aos alunos que apresentem o texto
• Produzir artigo de opinião.
feito em casa. Em seguida, leia com a turma o conteúdo da pági-
na 68, pedindo que registrem nos quadros as características dos Estratégias
artigos de opinião e do manifesto. Reserve alguns minutos para
Inicie a aula corrigindo a tarefa de casa. Em seguida, leia
que os completem individualmente. Corrija-os na sequência.
com a turma as orientações das páginas 70 e 71, explicando a
Depois, peça aos alunos que registrem no caderno um
atividade que será realizada: produção de um artigo de opinião.
breve resumo do conteúdo dessa página, ou seja, a concei-
Individualmente, nesta aula cada aluno deverá fazer
tuação dos gêneros textuais estudados, com suas caracte-
um rascunho da produção textual, conforme indicações do
rísticas específicas. Após concluírem, solicite que leiam os
item B – Proposta de trabalho: artigo de opinião (página 70).
resumos e faça a correção oral, se for necessário.

Para casa Para casa


Solicite aos alunos que leiam o rascunho da produção
Solicite aos alunos que pesquisem um texto de cada gê-
textual, verificando se está de acordo com as propostas do
nero argumentativo estudado e colem no caderno, como
item B da página 70.
exemplos do quadro feito em sala de aula. Em cada texto, peça
que identifiquem as características específicas de cada gênero.
Aula 47 Páginas: 70 e 71
Aula 45 Página: 69
• TEMA: “Ponto de chegada”.
• TEMA: “Ponto de chegada”. • CONTEÚDO TRABALHADO: Produção: artigo de opinião.
• CONTEÚDO TRABALHADO: Língua: usos e reflexão.
Objetivo
Objetivos
• Produzir artigo de opinião.
• Identificar e classificar relações de concordância.
Estratégias
Estratégias Organize os alunos em duplas e peça que troquem os
Inicie a aula organizando os alunos em duplas e pedin- textos produzidos e proponham ajustes um ao texto do ou-
do que apresentem a pesquisa feita em casa um ao outro. tro. Enquanto isso, circule pela sala e interfira nas produções,
Caberá ao colega fazer a leitura e verificar se os textos trazi- corrigindo individualmente os textos dos alunos.
dos estão corretos e se as características específicas de Depois de sugerir os ajustes necessários, solicite que
cada gênero foram compreendidas. façam a escrita definitiva do texto. Lembre-os de que todos
Proporcione tempo suficiente para que cada aluno faça a deverão ter o texto registrado no caderno.
análise com cuidado e atenção. Fique disponível para auxiliá-los.
Em seguida, leia com a turma a atividade 1 da página 69 Para casa
e peça que a realize. Solicite aos alunos que leiam novamente os textos que
estão produzindo e que, caso ainda percebam erros, façam a
Para casa
correção. Em seguida, peça que preparem a produção tex-
Solicite aos alunos que façam a atividade 2 da página 69.
tual para uma exposição. Eles poderão complementá-la
com colagens ou desenhos para ilustrar o tema.
Aula 46 Páginas: 70 e 71
Aulas 48 e 49 Páginas: 70 a 72
• TEMA: “Ponto de chegada”.

• CONTEÚDO TRABALHADO: Produção: artigo de opinião. • TEMAS: “Ponto de chegada” e “Quadro de ideias”.

18 Defender ideias, argumentar, opinar...


• CONTEÚDO TRABALHADO: Produção: artigo de opinião. Referências bibliográficas
BAGNO, Marcos. O preconceito linguístico. 54. ed. São Paulo:
Objetivos Loyola, 2011.
• Analisar o artigo de opinião e reconhecer suas características. BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed.
rev. e ampl. Rio de Janeiro: Lucerna, 2000.
Estratégias
Recolha os textos dos alunos e monte com eles um CITELLI, Adilson. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione,
mural. Reserve um tempo para que cada aluno veja a produ- 1994.
ção dos colegas.
COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo
Promova um debate para que todos possam se ex- Horizonte: Autêntica, 2008.
pressar a respeito dos trabalhos dos colegas.
Depois, proponha a leitura coletiva do Quadro de ideias (pá- CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley. Nova gramática do por-
gina 72). Esclareça possíveis dúvidas e erros de compreensão. tuguês contemporâneo. 6. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013.

KOCH, Ingedore Villaça. ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender


Para casa os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
Solicite aos alunos que, com base no Quadro de ideias
(página 72), elaborem outro resumo sobre o que foi estuda- PERINI, Mário. Gramática do português brasileiro. São Paulo:
do. Destaque a importância de registrarem informações, di- Parábola, 2010.
cas e exemplos que sirvam de complemento para fixar o VYGOTSKY, Levy Semenovitch. Pensamento e linguagem. 4. ed.
conteúdo e estudar. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

ANOTAÇÕES

LÍNGUA PORTUGUESA

Defender ideias, argumentar, opinar... 19


ANOTAÇÕES

20 Anotações
ANOTAÇÕES

LÍNGUA PORTUGUESA

Anotações 21
ANOTAÇÕES

22 Anotações
ANOTAÇÕES

LÍNGUA PORTUGUESA

Anotações 23
ANOTAÇÕES

24 Anotações
O sistema de ensino SER está preocupado com a preservação das paisagens brasileiras e do
patrimônio cultural nacional. Por isso, ao longo dos anos finais do Ensino Fundamental, você
conhecerá pontos importantes de todas as regiões brasileiras, retratados nas capas do material
didático. Acompanhe-nos nessa viagem!
A ideia de se ter o Cristo Redentor no morro do Corcovado foi do padre Pedro Maria Boss,
capelão do Colégio Imaculada Conceição de Botafogo.
As obras de instalação do monumento, projetado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva
Costa, tiveram início em 1926, e sua inauguração aconteceu em 12 de outubro de 1931.
Com 38 metros de altura, o Cristo Redentor equivale a um prédio de 13 andares.
Em 2007, foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno. No ano seguinte, foi tombado
pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por sua importância histórica.
Hoje, é um dos pontos turísticos de maior atração da cidade do Rio de Janeiro.
www.ser.com.br 0800 772 0028

PROFESSOR 552026

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