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DIREITO COMERCIAL

CARACTERÍSTICAS DO DIREITO COMERCIAL:

 FRAGMENTARISMO: Se divide em pequenas áreas, ramos do direito. Se


fragmenta em diversos assuntos.

 INFORMALISMO: Criar formas de fazer com que o negócio se realize em um


pequeno espaço de tempo. Ex: possibilidade de realizar parcelas em lojas
para que seja um ato célere permitindo que a atividade econômica seja
explorada de uma maneira célere e seguro de maneira informal. Criar
facilitadores para operações comerciais, facilitar a circulação de riquezas

 COSMOPOLITISMO: Forma de assegurar que o comerciante possa realizar o


mercado internacional, desde que exista um tratado, um pacto ou protocolo
para que exista uma regra que permita essa transação. Ente soberano seja
signatário daquele tratado. Uniformização das leis que se aplicam entre os
Estados soberanos.

 ONEROSIDADE: Todo empresário/toda atividade econômica visa o lucro,


atividade com fim; persegue o lucro.

HISTÓRICO

 Babilônia – Séc XVIII A.c. Código de Hamurabi, primeiro documento escrito,


documento legislativo que era de ordem pública daquela sociedade.

 Fenícios – “Avaria grossa” lançar ao mar a mercadoria que mais peso tivesse
para que pudesse se livrar de um ataque pirata ou uma tempestade. Todas
as pessoas suportam o prejuízo igualmente independente de quem tinha
perdido a mercadoria.

 Gregos – Empréstimo marítimo; cambio marítimo.

 Romanos – Falência.

 Árabes – Rota da seda, comércio das índias, china, especiarias. Influencia no


comércio do mundo todo. Após queda do império Romano (séc. V), o comércio
se deslocou para a Ásia.

1. ORIGEM/ EVOLUÇÃO DO DIREITO COMERCIAL

1.1 Corpotativismo: Surgiu homens de negócio, mercados itinerantes com o


emulsionamento/fortalecimento do comércio.
 XII e XVI

1.2 Mercantilismo: Colonizações, mercados se intensificaram nas conquistas


de novo territórios, nas explorações marítimas.
 XVII a XVIII

1.3 Liberalismo: Napoleão digitou o código napoleônico, código civil francês,


revolucionou os sistemas legislativos de todo o mundo. Somente
determinada classe poderia ser comerciante.
 XIX
 Direito Comercial no Brasil

-1804 Napoleão assumiu o poder;

- 1808: criação banco do Brasil;

- 1850: Código comercial.

Abertura de portos; Barão de Mauá.

1.4 Intervencionismo: O Estado como mão invisível; intervencionismo estatal.


O Estado que dita as regras, pode fazer o que quiser desde que siga as
regras. Controlado mesmo que de longe pelo Estado.

- 1ª Guerra Mundial

- A Teoria da Empresa – Sistema Italiano

* 1942 direito civil e direito comercial

Reale começou com o direito empresarial

2002

- Unificação do Direito Privado - Teoria dos Atos da Empresa

Qualquer pessoa pode exercer a atividade empresária.

EMPRESA E EMPRESÁRIO

CONCEITO DE EMPRESÁRIO: Art. 966, CC. Art. 966. Considera-se empresário


quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou
a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual,
de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

 REQUISITOS:
- EXERCÍCIO DE UMA ATIVIDADE (ter como fim a atividade, o que qualifica
como empresário é expectativa do lucro);
- NATUREZA ECONOMICA DA ATIVIDADE (o objeto do negócio é uma
atividade)
- ORGANIZAÇÃO DA ATIVIDADE (estabelecimento empresarial)
- PROFISSIONALIDADE DO EXERCÍCIO (lucrativo e temporariedade; fazer
disso tua profissão, seu dia-a-dia)
- FINALIDADE DA PRODUÇÃO (produzir bens ou serviços; estudos da
finalidade do que pretende produzir ou que serviços pretende prestar;
estudar o mercado, para quem e onde vai vender)

CONCEITO DE EMPRESA

Atividade econômica organizada, exercida pelo empresário. Objeto social, atividade.


O que a sociedade ou o empresário explora como atividade econômica.

Empresa não é sujeito de direito; é objeto de direito. Sociedade empresária ou


empresário é sujeito de direito.

- EMPRESA (objeto), diferente de SOCIEDADE EMPRESÁRIA/EMPRESÁRIO


(sujeito de direito).

- ESPÉCIES DE EMPRESÁRIOS
 Comerciante. Exerce a atividade de comércio. Compra e venda. Varejista e
atacadista (revende para aquele que vai fazer a venda final).
 Prestador de serviço. Tem como condição habilidades pessoais. Não se trata
de atividade profissional regularizada por lei (advogados, médicos, é
uniprofissional. Agora uma sociedade com advogados e contadores é
empresária).
 Industrial. O que define é o beneficiamento, a matéria prima sofre uma
transformação.
 Agropecuária. Os que são organizadores empresarialmente, não os
produtores que usam a agricultura de subsistência.

ESTABELECIOMENTO COMERCIAL

Conceito: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens


organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.

Bens necessários para o exercício da atividade econômica.

Empresa é atividade econômica exercida pelo empresário ou sociedade econômica.

VALOR AGREGADO:

O valor de mercado de uma atividade econômica organizada é muito maior do que a


soma dos bens/itens que compõe o conjunto. Esta diferença é o VALOR
AGREGADO.

É o resultado da MELHOR organização. O Valor atribuído à melhor organização.

 Meio empresarial: Goodwill of a trade: “mais-valia”


 Meio jurídico: Fundo de comércio ou aviamento.
 Nomenclatura eleita: Fundo de empresa: resultado da melhor organização de
estabelecimento; quanto mais organizado estiver, mais ele vai valer. Não é
sinônimo de estabelecimento. Porque quanto melhor organizado for o
estabelecimento mais valera, pois, o fundo de empresa é atributo do
estabelecimento. Fundo de empresa não é sinônimo de Estabelecimento; o
Estabelecimento, por pior organizado que seja tem seu patrimônio. O
estabelecimento quanto mais organizado mais vale

NATUREZA: DEFINE A NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO.

Destaca-se de acordo com os atributos:

 Não é sujeito de direito: Não é o que contrata, que quebra, que administra. O
sujeito de direito é o empresário ou sociedade empresária. O
estabelecimento empresarial pertence ao sujeito de direito.
 É uma coisa: a soma de vários objetos. É passível de avaliação.
 Integra o patrimônio social. Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto
unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que
sejam compatíveis com a sua natureza.
Pode considerar um único objeto. Constitutivo: iniciar empreendimento,
organizar. Translativo: está vendendo uma coisa só composta por inúmeros
bens.

UNICIDADE JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO: A LEI RECONHECE, ART. 1143.

Estabelecimento empresarial em sentido amplo: todas as unidades fazem parte de


um conjunto de bens organizados. São unidades integrantes de um mesmo
estabelecimento. Em sentido estrito: pode significar cada uma de suas unidades
produtivas;

- Translativo: está vendendo uma coisa só, composta por inúmeros bens; transfere
a propriedade desta coisa “única”;

- Constitutivo: o Empresário adquire todo o conjunto de bens, os organiza tornando


coisa única.

Elementos integrantes do estabelecimento:

Bens materiais: todos os bens físicos. (Mercadorias, estoques, mobiliários,


utensílios, veículos, maquinaria, e todos os demais bens corpóreos que o
empresário utiliza na exploração de sua atividade)

Bens imateriais: intangíveis; Bens da propriedade industrial; ponto: (atributo do


estabelecimento); aviamento: (potencial de lucratividade); clientela...

 Bens industriais: Marca; desenho industrial: passível de registro, precisa


haver industrialidade.
 Marca – passível de registro - reconhecida pelo INPI, que uma
vez reconhecida pelo órgão lhe dá direito;
 Desenho industrial – passível de registro – precisa haver
industriabilidade.
 Invenção – passível de patente – produto ou solução nova.
 Modelo de Utilidade – passível de patente

 Ponto: não é somente o endereço, é o conjunto de fatores que levam os


clientes ao local, inclui referência, comercialização do ponto atribui seu valor.
Terá um mais valia para aquele estabelecimento.
 Potencial de lucratividade: aviamento; capacidade de devolver ao investidor o
dinheiro investido.
 Clientela: pode se referir ao cliente como pessoa consumidor, ou as
informações daquela pessoa. Certeira de cliente.
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

TRESPASSE: contrato de alienação de estabelecimento empresarial. Troca da


titularidade do conjunto patrimonial. O sujeito de direito (CNPJ), titular do
estabelecimento, o transfere a outro sujeito de direito (SEGUNDO CNPJ).
- ALIENAÇÃO DO ESTABELECIMENTO
- TRESPASSSE (diferente) CESSÃO DE QUOTAS: o sujeito de direito,
personalidade jurídica permaneceu inalterada.
- CESSÃO DE QUOTAS: Contrato de Compra e Venda de Quotas da
personalidade jurídica, adicionando ou substituindo sócios;

Para que o trespasse tenha validade precisa de algumas exigências:

 A SUCESSÃO

EXIGÊNCIAS

- REGISTRO na junta comercial para que de publicidade.

- PUBLICAÇÃO em imprensa oficial para dar mais publicidade ainda.

Art. 1.144, CC.

- SOLVÊNCIA DO ALIENANTE Art. 1.145, CC

a. Se o Alienante permanece com bens suficientes para solver seu


passivo

b. Se o Alienante NÃO permanece com bens suficientes para solver seu


passivo, deve notificar todos os seus credores, que deverão concordar
expressa ou tacitamente com a alienação

- OBRIGAÇÃOES DO ADQUIRENTE Art. 1.146 CC.


Em compras de Estabelecimentos (trespasse) o Adquirente assume os
passivos;

O alienante se mantém co-responsável (coobrigado) pelo pagamento de


dívidas:

a. Vencidas já contabilizadas pelo prazo de um ano, a contar da publicação


do Trespasse;

b. Todas as contabilizadas a vencer, pelo prazo de um ano, a contar do


vencimento;

- TRESPASSE E LOCAÇÃO EMPRESARIAL LL., ART.13

Locador não tem a obrigação de acatar novo inquilino; - Lei 8245 (lei de
locações) Art. 13; locador, se não comunicado, pode anular todo negócio
Jurídico; prazo de 90 dias para buscar.

- CLÁUSULA DE NÃO-RESTABELECIMENTO

Proteção jurídica que o adquirente não vai competir com o adquirente.

LIMITAÇÕES:

 Geográficas;
 Temporal;
Se o contrato for omisso, é 5 anos art. 1.147, CC. Concorrência desleal.
Poderá haver no que foi pactuado, cláusulas de vedação ou limitação de não
reestabelecimento da atividade.
Principal tribunal do pais (TJ/SP) vem formando jurisprudência de multa de
40% do valor global do Trespasse para pode-se estabelecer limitações
Geográficas e temporais; se o contrato for omisso,

ESTABELECIOMENTO COMERCIAL

Conceito: Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens


organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária.
Conjunto patrimonial, elementos matérias e imateriais, tangíveis e intangíveis,
corpóreos e incorpóreos que o empresário se utiliza para a realização plena da sua
atividade econômica.

Exemplo de organização de estabelecimento:

FRANQUIA: forma disponível ao empresário, cuja organização desses elementos


matérias e imateriais já estão prontos, portanto facilita muito no desenvolvimento
dessa atividade econômica.

Basicamente diminui e evita consideráveis riscos de um empreendimento, porque já


foi testado já foi desenvolvido, planos de ação, padronização, que permite passar
tudo isso para o franqueador.

O franqueado é que paga para o dono, ele expande sua marca, deixa conhecida e
somente ganha com isso. Além disso, o franqueado tem uma segurança pois sabe
como funciona, sabe do sucesso da marca e sempre será fiscalizado pelo dono para
que preserve sua marca.

O CONTRATO DE FRAQUIA

 CONTATO DE LICENÇA DE USO DE MARCA: Autorização que o franqueador


dá ao franqueado para que explore a marca que pertence a esse, dentro do
seu negócio, com as obrigações que tem o franqueado.
 CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE USO DE EMRESA: três
pequenos núcleos de contrato:
- Contrato de management: administração do contrato, operacional,
ferramentas necessárias para levar no dia-a-dia aquele empreendimento.
- Contrato de marketing: não é apenas a publicidade, as técnicas de
colocação do produto do mercado, promoções, forma de atrair cliente e etc.
Como o consumidor vai ser atraído pelo produto ou serviço.
- Contrato de engineering: layout, estrutura física, fachada, cores, luzes,
até aromas, projetos arquitetônicos e etc.
Serve para padronizar as franquias.
Estabelecem essa forma de contrato “atípica”, o contrato de franquias.
A FRANQUIA É REGULADA POR LEI 8.955/94. A relação entre franqueador
e franqueado. Não necessariamente sobre os contratos.
CIRCULAR DE OFERTA (COF): documento exigido por lei me que o
franqueador deve oferecer ao proponente que estude as principais
informações para que ele possa decidir se ele quer ou não investir nessa
franquia. Informe se tem alguma unidade já testada ou não.
Possui três categorias essências em uma COF:
a) Perfil do franqueador; quem é a PJ, quem é o empresário que está
explorando essa atividade.
b) Perfil da franquia; quantas unidades existem, desde que ano, qual o
investimento necessário, qual o metro quadrado...
c) Perfil do franqueado ideal; o franqueador define alguma
“personalidade”, aparência, estilo de vida, dedicação exclusiva para a
franquia e etc.
d) Obrigações do franqueador e direitos do franqueado;
e) Obrigações do franqueado.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAÇÃO DO NEGÓCIO:

COF

Pré-contrato: obrigações iniciais do franqueado em relação ao franqueador. Para aí


assim iniciar a execução do negócio com prazo de 5 anos:

Assina o contrato de franquia, poderá ser renovado.

Contrato de locação (ou sublocação).

Rescisão do contrato:

- Cláusula de não-restabelecimento. Impede o franqueado de reestabelecer o mesmo


negócio.

Ponto negativos: se torna refém o franqueador, deve seguir metas estabelecidas pelo
franqueador, deve transferir um fundo para o franqueador.

Unidade piloto: cria uma franquia da forma que você vê ela. “ex: eu já testei e
funcionou assim...”. Prestação de informações para o futuro franqueador

SHOPPING CENTER

Forma especial/diferente de organização de elementos que são necessários para a


atividade econômica.

Empresário que administra o espaço relativamente autônomo de uso comum, que


concentra diversas atividades menores dentro de um único espaço,
estabelecimento.
Relação de espaços relativamente autônomos.

Clausulas especiais não é o nome iuris do contrato. É um contrato que está previsto
na lei de locações, o que se discute é a natureza jurídica. Clausulas que em um
contrato de locação puro e simples não tem, nesse caso deve ter devido ao poder do
empresário em organizar o estabelecimento.

É o empreendedor do shopping center estabelece qual atividade econômica vai


realizar naquele lugar.

Sobre fundo = valor que paga para utilizar a sala comercial devido todos os
benefícios.

TRABALHO

 CLASSIFICAÇÃO/CARACTERSTICA DO DIREITO EMPRESARIAL


 COSMOPOLITISMO E ONEROSIDADE
 TEORIA DO DADOS DO COMERCIO (COIGO NAPOLEONICO) E TEORIA DO
DADOS DE EMPRESA (ITALIA)
 EMPRESA E EMPRESÁRIO. ART 966.
 ESTABELEIMENTO EMPRESARIAL
 TRESPASSE (UNICIDADE) ART. 1147

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