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Instituto Superior Politécnico de Songo|Tete-Vila de Songo, AV.

Agostinho Neto, Recinto da


Escola Secundária de Songo, Bairro Julius Nyerere|Tel: +258 2552-82336, Fax: +258 2552-
82336

Projecto de um Sistema de Drenagem


Para obtenção do 4onivel de Licenciatura em Engenharia Hidráulica

Discente: Docente:
Sadam Ussene Hatia Eng. Celso Januário Bauque

Songo (Tete, Moçambique), 2018


2
Projecto de um Sistema de Drenagem
Docente: Eng. Celso Januário Bauque

i
Índice
Índice de tabelas
Índice de figura
Índice de mapas
Lista de abreviaturas

ii
Dedicatória
Ao presente trabalho, dedico em primeira mão, aos meus pais, Ussene Ibraimo
Hatia e Nina Ibraimo Jivan, toda minha família que acreditou em mim, aos
professores, amigos e colegas de carteira.

iii
Agradecimentos
Em primeiro lugar, agradecer a Deus, louvado seja o seu nome, clemente e
misericordioso, quem me guiou e mantéu firme durante esta longa caminhada ate
que terminasse o curso;

Agradecer aos meus pais por todo tipo de apoio que a mim prestaram;

Agradecer aos docentes que directa ou indirectamente contribuíra para a minha


gloriosa formação e toda a direcção do Instituto Industrial e Comercial da Beira;

Agradeço ainda a todos que contribuíram para a realização do meu estágio;

Ao Centro de Formação Profissional de Estradas de Chimoio.

iv
Resumo

v
1. Introdução
O presente trabalho de final de curso aborda o assunto sobre o Projecto Geométrico
de uma Rodovia, o qual faz parte de uma vasta gama de estudos e projectos que
juntos formam um projecto de estrada.

Este é uma das mais importantes fases de um projecto viário porque visa fazer a
melhor escolha do traçado.

Quando se fala do melhor traçado, é a abordagem da escolha de um traçado que


seja mais económico possível, traçado que ofereça maior segurança e comodidade
aos utentes da via.

1.1. Objetivos
1.1.1. Objectivo geral
1.1.2. Objetivos especifico

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2. Revisão Bibliográfica
2.1. Conceitos gerais
2.1.1. Drenagem e saneamento
O sistema de drenagem faz parte do conjunto de melhoramentos públicos existentes
em uma área urbana, assim como as redes de água, de esgotos sanitários, de
cabos elétricos e telefônicos, além da iluminação pública, pavimentação de ruas,
guias e passeios, parques, áreas de lazer, e outros.

Em relação aos outros melhoramentos urbanos, o sistema de drenagem tem uma


particularidade: o escoamento das águas das tormentas sempre ocorrerá,
independente de existir ou não sistema de drenagem adequado. A qualidade desse
sistema é que determinará se os benefícios ou prejuízos à população serão maiores
ou menores.

2.1.2. Classificação dos sistemas de esgoto sanitário


De acordo com a espécie de líquido a esgotar.

 Sistema unitário;
 Sistema separativo; e
 Sistema misto.

Sistema Unitário

Neste sistema, as águas residuais e as águas pluviais são recolhidos e conduzidas


pela mesma canalização colector. Em consequência, as canalizações têm grandes
dimensões. O custo inicial da obra é elevado. Instalações de bombagem são de
difícil operação, em função das grandes variações de vazão, principalmente nos
países tropicais, as sarjetas são sifonadas, as canalizações têm de ser resistentes à
elevada agressividade dos esgotos domésticos, as redes são mais extensas, pois os
esgotos unitários são podem ser lançados perto dos centros urbanos, as estações
de tratamento são mais caras por terem maior capacidade, etc.

Sistema Separativo

Canalizações distintas são utilizadas na condução dos esgotos sanitários e das


águas pluviais (rede de drenagem de águas residuais e sistema de drenagem de
águas pluviais). Neste sistema as condutas de grande diâmetro para transportar as
2
águas pluviais são baratas pois não estão sujeitas a acções agressividade, as redes
de águas pluviais são menos extensas, pois as águas pluviais podem ser lançadas
directamente nas linhas de água mais próximas, as estações elevatórias e as
estações de tratamento são mais baratas por terem menor capacidade instalada, as
sarjetas são mais baratas por não serem sifonadas, a implantação do sistema de
drenagem de águas pluviais pode ser é feita por etapas, etc.

Sistema Misto

Admitem-se na rede de drenagem de águas residuais parte das águas de chuva


(aquelas que caem nos telhados das construções, pátios internos e de edifícios).
Dificilmente separativos, pelo que os pátios interiores as coberturas, etc., podem ser
drenadas conjuntamente com as águas residuais resultando um ramal domiciliário
unitário. Desta forma apenas as águas pluviais das zonas não edificadas são
drenadas pela rede de drenagem de águas pluviais, apesar de tudo, a grande
maioria da área global, mas não a totalidade.

1.1.1. Sistema de drenagem de aguas residuais

Elementos constituintes de um sistema de drenagem de águas residuais

Basicamente, a rede de drenagem é integrada por um conjunto de canalizações


dispostas ao longo de todos os arruamentos, normalmente designados por
colectores, elementos de colecta de águas residuais através da ligação contínua dos
ramais domiciliários; por interceptores, quando os caudais de águas residuais são
preponderantemente resultantes de ligações de colectores laterais, para além dos
mesmos ramais domiciliários; por emissários, praticamente sem ligações de
percurso, que transportam os esgotos directamente para um meio recepção fora da
zona urbana (situação desaconselhável) ou para uma estação de tratamento
(situações desejável).

Os emissários podem ainda ser terrestres ou submarinos, estes últimos com


desenvolvimento perpendicular à linha de costa e até batimétricas compatíveis com
o lançamento submerso dos esgotos, em mar alto. Se seguida são definidos os
principais elementos integradores de um sistema de drenagem de águas residuais
domésticas e pluviais:
3
Ramal predial - canalização que conduz as águas residuais dos edifícios aos
colectores existentes nos arruamentos;

Câmaras de visita - ou câmaras de inspecção, que possibilitam o acesso ao interior


dos colectores, interceptor e emissários, para controlo ou limpeza. As câmaras de
visita também são utilizados como elementos para a junção de colectores, mudança
de declividade de colectores, mudança de direcção em planta de colectores, etc.

Estações elevatórias - instalações para sobreelevar as águas drenadas, evitando,


dessa maneira, o aprofundamento excessivo das canalizações e, em outros casos,
para possibilitar a entrada do esgotos nas estações de tratamento, construídas a
cotas menos profunda, ou de descarga final no corpo de água receptor.

Sifões invertidos - canalizações rebaixadas, funcionando sob pressão, destinadas à


travessia de linhas de água, canais de rega, estradas, ou outros obstáculos
transversais ao longo do colector, e implantados a cotas mais baixas que este
elementos.

Tanques de descarga - dispositivos geradores de descargas periódicas de água


limpa para o interior dos colectores, para provocar a sua limpeza interna, em locais
ou trechos onde não houver possibilidade de manter condições de escoamento
compatíveis com o estabelecimento das necessárias condições de auto-limpeza
hidráulica.

Estação de tratamento de águas residuais – ETAR – instalações destinadas ao


tratamento dos caudais drenados, através da remover os sólidos e da matéria
orgânica e inorgânicos em suspensão e em solução no esgoto, a níveis suficientes
para evitar a poluição e a contaminação do meio receptor ou destino final.

2.1.3. Sistema de drenagem de aguas pluviais

Os sistemas de drenagem de águas pluviais de aglomerados populacionais são


constituídos, essencialmente, por redes de colectores e órgãos acessórios, podendo
dispor de órgãos especiais e instalações complementares.

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A rede de colectores é o conjunto das canalizações que assegura o transporte dos
caudais pluviais afluentes, desde os dispositivos de entrada até um ponto de
lançamento ou destino final. Ela é constituída, em geral, por colectores de betão de
secção circular.

Os órgãos acessórios são os seguintes:

Dispositivos de entrada (sarjetas de passeio ou sumidouros) - as sarjetas de passeio


são dispositivos sempre associados a um lancil do passeio, com entrada lateral de
caudal; neste Documento são considerados os sumidouros, dispositivos que podem
estar associados a um lancil ou a uma valeta, cuja entrada de caudal é feita
superiormente;

Câmaras ou caixas de visita - destinadas a facilitar o acesso aos colectores, para


observação e operações de limpeza e de manutenção; os aspectos relativos à sua
implantação e constituição são apresentadas nos Documentos - Concepção de
Sistemas de Drenagem de Águas Residuais e Órgãos Gerais dos Sistemas de
Drenagem.

No que respeita aos órgãos especiais e instalações complementares, cuja utilização,


implantação e descrição se apresentam noutros documentos, há que realçar os
seguintes:

Desarenadores - instalações complementares destinadas a provocar a deposição de


materiais incoerentes transportados nas águas pluviais;

Bacias de retenção - bacias destinadas a regularizar os caudais pluviais afluentes,


restituindo, a jusante, caudais compatíveis com a capacidade de transporte da rede
de drenagem ou curso de água;

5
Câmaras drenantes - dispositivos específicos destinados à retenção e infiltração das
águas pluviais, podendo ser associados ou não a sistemas de drenagem pluviais
convencionais constituídos por colectores enterrados {10};

Instalações elevatórias - a evitar, sempre que possível, tendo em conta a


variabilidade dos caudais afluentes e a dificuldade de se manterem, devido a isso,
as condições satisfatórias de funcionamento dos grupos electrobomba e da conduta
de impulsão; a concepção e o dimensionamento da câmara de aspiração devem
efectuar-se de modo a que não se verifiquem deposições exageradas de sólidos
sedimentáveis, nomeadamente partículas arenosas, e o volume útil deve ser
compatível com os caudais máximos afluentes, aspecto que por vezes é difícil de
garantir, dadas as elevadas dimensões exigidas.

2.2. Elementos de base para um projecto de sistema de drenagem

2.2.1. Horizonte do projecto


O horizonte de projecto é o tempo pelo qual é previsto o funcionamento normal de
uma outra de arte de engenharia civil, em condições normais considerando que há
manutenção.

Segundo [ CITATION Jos11 \l 1033 ], a escola desse tempo, definido como “horizonte de
projecto” ou “período de vida do projecto”, em que há, ou se admite que haja,
evolução das necessidade baseia-se num compromisso entre um período tão longo
quanto possível e a disponibilidade de capital para suportar o custo das obras a
executar, sendo comum considerar nessa avaliação os seguintes aspectos:

a) Tempo de vida útil das diferentes componentes, quer estruturais quer de


equipamento, atendendo ao seu desuso, taxa de obsolescência, desgaste e
envelhecimento;
b) Grau de dificuldade de execução de obras de ampliação;
c) Previsão de possíveis aumentos do consumo de água, quer pelas populações
quer pela indústria ou agricultura;

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d) Comportamento das diferentes componentes do sistema nos primeiros anos
de funcionamento, isto é, quando têm de trabalhar com caudais inferiores
àqueles

Tendo em atenção os aspectos anteriormente referidos, em obras de saneamento


básico concretamente os colectores, consideram-se horizonte de projecto de 40
anos.

2.2.2. Estudo da população


A avaliação dos caudais domésticos a prever no dimensionamento dos diversos
órgãos dos sistemas urbanos de abastecimento de água baseia-se essencialmente
no número de habitantes a servir e no consumo diário de água por habitante. O
produto destes dois factores fornece uma parcela fundamental dos consumos, à qual
se deverão adicionar, no caso de existirem, as componentes dos consumos
comerciais, industriais e públicos.

As estimativas de evolução da população podem ser obtidas por vários métodos,


devendo a sua escolha ser efectuada pelo projectista mediante a sua experiência e
as características da zona em estudo. No entanto, na generalidade dos casos, os
erros introduzidos pelas estimativas da capitação e dos factores de ponta podem ser
de tal forma significativos que dificilmente se justifica o recurso a métodos muito
sofisticados para estimar a população. Por esta razão, no presente texto dá-se
particular atenção a dois métodos simples que supõem o crescimento segundo uma
progressão aritmética ou geométrica, referindo-se alguns outros mas de modo mais
sumário.

2.2.3. Estudo topográfico


O levantamento topográfico consiste na representação - planimétrica ou altimétrica -
em carta ou planta dos pontos notáveis assim como dos acidentes geográficos e
outros pormenores de relevo de uma porção de terreno.

7
A aquisição dos pontos necessários a essa representação é feita a partir dos pontos
estação de uma poligonal, com um teodolito e uma mira, com uma estação total e
respectivo bastão ou mais recentemente recorrendo aos SIG (sistemas de
informação geográfica).

2.2.4. Estudo hidrológicos


Estudos hidrológicos aplicados a engenharia utilizam os princípios da hidrologia para
planear, projetar e operar sistemas de aproveitamento e controle de recursos
hídricos. Para este estudo, é de suma importância a obtenção das séries confiáveis
das variáveis hidrológicas tais como: precipitação, escoamento e armazenamento
sub-superficiais, propriedades físico-químicas e biológicas da água, conformações
geomorfológicas, transporte de sedimentos, etc.

2.2.5. Estudo geológico


O Estudo Geológico-Geotécnico visa avaliar o meio físico no que se refere à
suscetibilidade, a ocorrência de processos potencializadores de risco geológico,
suas consequências e a proposição de medidas mitigadoras. Para áreas de
implantação de loteamento, esse tipo de estudo é fundamental, pois fornece
informações sobre espessura de solo, características geológicas, absorção e
declividade, uma ferramenta imprescindível para garantir segurança e diminuir
custos

Este tipo de estudo engloba dados fundamentais para subsidiar algumas atividades,
como laudos e vistorias, assessorias, participação em grupos técnicos, elaboração
de mapas e cartas temáticos, dentre outras.

2.3. Partes que compoem o projecto de drenagem

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2.3.1. Localização da bacia hidrográfica que se pretende implantar o
sistema
Esta componente do projecto visa identificar geograficamente o local onde e
pretende instalar o sistema de drenagem, fazendo menção ao país, província,
distrito, localidade.

Há necessidade de identificar o tipo de clima, geologia e relevo, pois são dados


influentes para a escolha de materiais de construção, métodos de cálculos, etc.

2.3.2. Previsão da população futura


Existem vários métodos para fazer a previsão da população em determinado
horizonte de tempo tido como período de vida útil de projecto, de entre os quais
encontramos:

 Crescimento aritmético;
 Crescimento geométrico;
 Regressão multiplicativa;
 Taxa decrescente de crescimento;
 Curva logística;
 Comparação gráfica entre cidades similares;
 Método da razão e correlação;
 Previsão com base nos empregos;

O procedimento de cálculos é feito com as fórmulas matemáticas encontradas no


Quadro 1 dos anexos (Projeção populacional. Métodos com base em fórmulas
matemáticas).

2.3.3. Caracterização da bacia hidrográfica


A caracterização da bacia hidrográfica define objetivamente as medidas, gráficas e
índices fisiográficos mais difundidos na literatura científica que podem ser
estabelecidos através de cartas que contém curvas de nível (topografia) e a rede de
rios (hidrografia). Portanto, o ponto de partida para extrair as informações
fisiográficas é a individualização da bacia hidrográfica.

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As características serão apresentadas na seguinte sequência:

a) Características Geométricas de uma Bacia Hidrográfica:


 Área de drenagem
 Perímetro da Bacia
 Forma da bacia

b) Coeficiente de Compacidade ou Índice de Gravelius


c) Fator de Forma
d) Características da Rede de Drenagem da Bacia Hidrográfica:
 Ordem dos cursos de água
 Extensão da drenagem e do escoamento principal
 Perfil Longitudinal - desníveis
 Declividade média do rio principal
 Densidade de drenagem
 Coeficiente de Manutenção (Km)
e) Características do Relevo de uma Bacia Hidrográfica:
 Declive médio da Bacia
 Comprimento Médio das Vertentes ( Lv)
 Desnível Médio das vertentes ( Hv )
 Curva Hipsométrica
 Curva das Frequências Altimétrica
 Altitudes características
 Retângulo Equivalente

Para o projecto de drenagem urbana as características importantes da bacia são:

f) Características Geométricas de uma Bacia Hidrográfica:


 Área de drenagem – É a área medida em planta da superfície contribuinte
à seção exutório da bacia. É dado em unidade de área: m², km², ha. A
área de uma bacia é o principal elemento a ter em conta, em estudos e é
medida em projeção horizontal. Para isso utilizam-se mapas com escalas
pequenas (1/10 000, 1/25 000, 1/50 000, 1/100 000).

10
 Perímetro da Bacia - É o comprimento da linha de contorno da bacia em
planta (divisor de águas, linha divisora de água que delimita a bacia).
g) Características da Rede de Drenagem da Bacia Hidrográfica:
 Extensão da drenagem e do escoamento principal
 Declividade média do rio principal
h) Características do Relevo de uma Bacia Hidrográfica:
 Declive médio da Bacia

11
2.3.4. Propostas do traçado da rede em planta
a) Delimitar as bacias contributivas por câmara de visita, ou considerar os caudais
afluentes proporcionais ao comprimento da rede e de cada troço.

b) Indicar em cada trecho, por meio de pequenas setas o sentido do escoamento


natural na superfície do terreno.

c) Representar por meio de pequenos círculos as câmaras de visita serem


construídos.

d) Identificar os pontos baixos da área, tendo em vista o traçado do principal


colector.

e) Por meio de estudo criterioso, escolher o traçado a ser dado à rede, indicando em
cada trecho o sentido de escoamento.

f) Na fixação dos sentidos de escoamento, procurar seguir, tanto quanto possível, os


sentidos de escoamento natural no terreno e aproveitar ao máximo a capacidade
limite de cada colector.

1.1.1. Dimensionamento Hidráulico do sistema de drenagem de águas


residuais
Caudal de projecto

Na quantificação dos caudais a utilizar no dimensionamento de uma rede de águas


residuais há a considerar, em princípio, três componentes:

 Caudal de águas residuais domésticas;


 Caudal de águas residuais industriais;
 Caudal de infiltração.

Os critérios gerais de cálculo dos caudais residuais domésticos, sendo estes


fundamentalmente resultantes das utilizações domésticas de água potável, são
análogos aos adoptados nas redes de abastecimento de água tendo por base um
estudo demográfico, uma previsão da evolução de capitações e a utilização de
factores de ponta adequados. No entanto, coma nem toda a água distribuída atinge
a rede de águas residuais, dado que os próprios valores de capitações englobam as

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perdas na rede de distribuição de água e, por outro lado, existem utilizações que dão
origem a infiltração no terreno (como a rega de jardins) ou a caudais vulgarmente
conduzidos à rede de águas pluviais (lavagem de arruamentos e logradouros), torna-
se necessário considerar um factor d afluência à rede. Este é definido como o
quociente entre o volume afluente à rede de águas residuais e o volume distribuído
pelo sistema de abastecimento de água.

Os factores de afluência à rede são função dos hábitos de vida da população e da


ocupação do solo (extensão de zonas verdes ajardinadas ou agrícolas). O seu valor
varia geralmente entre 0.70 e 0.90 (Artigo 123° do RGSPPDADAR), sendo o valor
de 0.80 o mais aconselhado na bibliografia para as situações correntes.

Regras básicas a adoptar

Segundo RGSPPDADAR, no dimensionamento hidráulico-sanitário devem ser


adoptadas as seguintes regras:

a) A velocidade máxima de escoamento para o caudal de ponta no horizonte de


projecto não deve exceder 3 m/s nos colectores domésticos e 5 m/s nos colectores
unitários e separativos pluviais;

b) A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no início de exploração não


deve ser inferior a 0,6 m/s para colectores domésticos e a 0,9 m/s para colectores
unitários e separativos pluviais;

c) Sendo inviáveis os limites referidos na alínea b), como sucede nos colectores de
cabeceira, devem estabelecer-se declives que assegurem estes valores limites para
o caudal de secção cheia;

d) Nos colectores unitários e separativos pluviais, a altura da lâmina líquida para a


velocidade máxima referida na alínea a) deve ser igual à altura total;

e) Nos colectores domésticos, a altura da lâmina líquida não deve exceder 0,5 da
altura total para diâmetros iguais ou inferiores a 500 mm e 0,75 para diâmetros
superiores a este valor;

f) A inclinação dos colectores não deve ser, em geral, inferior a 0,347 nem superior a
15%;
13
g) Admitem-se inclinações inferiores a 0,3 % desde que seja garantido o rigor do
nivelamento, a estabilidade do assentamento e o poder de transporte;

h) Quando houver necessidade de inclinações superiores a 15 % devem prever-se


dispositivos especiais de ancoragem dos colectores.

i) O diâmetro nominal mínimo admitido nos colectores é de 200 mm.

O dimensionamento hidráulico-sanitário de sistemas de Drenagem de Aguas


Residuais pode ser baseado em dois critérios fundamentais:

 Verificação do poder de transporte ou capacidade de arrasto;


 Verificação de condições de velocidade de escoamento e de lâmina
líquida.

Quando baseado em poder de transporte ou capacidade de arrasto de um


escoamento em superfície livre, a tensão média de arrastamento é definida pela
expressão:

τ =γRi

Em que:

τ – Tensão média de arrastamento (N/m 2);

γ – Peso específico do líquido (N/m3);

R – Raio hidráulico (m);

i – Inclinação do colector.

Roteiro do dimensionamento

1º Análise da área de projecto (incluindo o reconhecimento local e eventual


levantamento topográfico) e traçado da rede em planta;

2º Determinar o tempo de vida útil do sistema, estimar a população para o mesmo


horizonte, o caudal de projecto com base na capitação;
14
3º Cálculo do diâmetro mínimo dos colectores
Assumindo secções do dreno circulares:

Para velocidade máxima:

8∗Q máx .
D≥
√ v máx∗( θ−senθ )

Para inclinação máxima:

20.159∗Qmáx . 38 14

D≥
( K s∗√ i máx.
∗θ
)
5
; i máx. =15 %
3
( θ−senθ )
Por fim verificar:
D ≥ D minR ; DminR −Diametrominimode regulamento(200 mm)

4º Cálculo da Inclinação máxima e mínima dos colectores


Para critério da altura máxima:
2 2

i mính. =
[ 20.159∗Q max∗θ
8
K s∗D 3∗( θ−senθ ) 3
3

5
] (
; θ=2arcos 1−
2 hmáx.
D )

Para critério da velocidade mínima:


2 2

i mínV =
[ 20.159∗Qal∗θ
8
3
K s∗D ∗( θ−senθ )
3

5
3 ] ; ( θ−senθ )=
8 Qal
D2∗V mín . R
;

Qal −Caudal de autolimpeza=1.5l /s

15
Para critério da velocidade máxima:
2 2

i maxV . =
[ 20.159∗Q max∗θ
8
K s∗D 3∗( θ−senθ ) 3
3

5
] ; ( θ−senθ )=
8 Qmax
D 2∗V max . R

NB: com base nas condições podem definir-se as inclinações máximas e mínimas
dos colectores

i mín =Max {i mính ; i mínV ; i mínR }

i max =Min{i maxV ; i maxR }

5º Calculo dos parâmetros para implantação

Para a implantação dos colectores existem 3 situações:

Primeira situação – não se atinge o recobrimento mínimo a jusante

Figura 1: Terreno plano

Rmin mont + L∗( i min −i terreno ) > Rmín jus

Se verificar a condição acima, então inclinação do colector é:

i col=i min

Segunda situação – atinge-se o recobrimento mínimo a jusante

Se:
16
Rmin mont + L∗( i min .−i terreno ) ≤ R m í n jus (Verdadeiro) e;

Rmin mont + L∗( i m á x. −i terreno ) ≥ R m í n jus (Verdadeiro); então:

( Rmin . jus−R min. mont )


i col= +i terreno
L

Figura 2:Terreno inclinado

Terceira situação – queda a montante

Rmin mont + L∗( i m á x. −i terreno ) ≥ R m í n jus

Figura 3: Terreno muito inclinado

17
Neste caso o colecto devera ser implantado com a incinacao maxima i col=i max , a
queda na camara de visita de montante terá o seguinte valor:

∆ Y =Rm í n jus −Rmin mont + L∗( i terreno−i m á x . )

E os recobrimentos serão:

Rmont = Rmin mont +∆ Y

R jus ¿ R min jus

Profundidade e cota de soleira nas camaras de visita

Independentemente da situação de implantação dos colectores, a profundidade da


soleira – Psol e a cota da soleira – Csol nas camaras de visita são obtidas da seguinte
forma:

Psol = Recobrimento + Espessura + Diâmetro interno

Csol = Cota do terreno – Profundidade da soleira

Figura 4: Implantação dos colectores




18
2.3.5. Dimensionamento Hidráulico do sistema de drenagem de águas
pluviais

Apesar da semelhança no dimensionamento dos dois tipos de redes (águas


residuais e pluviais) sistematizam-se, em seguida, a sequência articulada de
procedimentos ou passos de cálculo.

1º Análise da área de projecto (incluindo o reconhecimento local e eventual


levantamento topográfico) e traçado da rede em planta.

2º Fixação do período de retorno, T, para o qual se pretende dimensionar a rede.

3º Escolha da curva de I-D-F aplicável à zona em estudo, para o período de


retorno escolhido.

4º Definição das áreas drenantes em cada secção de cálculo.

5º Determinação do coeficiente médio, C, ponderado para a área drenante total,


em cada secção de cálculo:

∑i Ci Ai
C=
∑ i Ai

6º Determinação do tempo de concentração, tc.

7º Determinação da intensidade média de precipitação para uma duração igual


ao tempo de concentração (a partir das curvas de I-D-F).

19
8º Cálculo do caudal de projecto, por intermédio da seguinte expressão (método
racional):

Qp=C I A

Em determinadas circunstâncias, pode justificar-se adicionar a este valor o caudal


estimado devido a infiltrações de água subterrânea.

9º Fixação do diâmetro e inclinação do colector, tendo em conta o conjunto de


orientações definidas no Documento Projecto de Sistemas de Drenagem de Águas
Residuais Comunitárias, nomeadamente minimização de custos, condicionalismos
técnicos e regulamentares de implantação do colector (profundidade de
assentamento mínima), e satisfação dos critérios hidráulicos (capacidade de
escoamento, velocidade máxima e poder de transporte). É usual admitir-se o
escoamento em regime permanente e uniforme e a aplicação da expressão de
Manning-Strickler.

10º Determinação do tempo de percurso, tp, ao longo do troço de colector


considerado no passo 9º, o que requer o conhecimento da extensão do colector e da
velocidade média do escoamento, para o caudal de dimensionamento.

11º Adição do tempo de percurso, tp, calculado no passo anterior, ao tempo de


concentração, tc, calculado no passo 6º.

12º Repetição de todos os passos de cálculo, de montante para jusante, a partir


do passo 5º, para as sucessivas secções de cálculo.

Como se pode inferir da descrição sequencial dos passos de cálculo, no método


racional cada colector é dimensionado individual e independentemente (excepto no
que respeita ao cálculo do tempo de concentração) e o correspondente valor da

20
intensidade de precipitação de projecto é recalculado, em cada secção de cálculo,
para a área total drenada.

Dado que o dimensionamento se processa de montante para jusante, as áreas


drenantes são crescentes nas sucessivas secções de cálculo, bem como os
respectivos tempos de concentração. As correspondentes intensidades de
precipitação são decrescentes, sendo estes valores aplicados às áreas drenantes
acumuladas em cada secção de cálculo.

21
3. Metodologia

22
4. Resultados

23
5. Conclusão
Com o presente trabalho de final do curso, pude concluir que o Projecto Geométrico
de uma Rodovia não é apenas a geometria num traçado, é uma fase muito
importante do projecto viário que dita o futuro da estrada no sentido de ela
proporcionar segurança e comodidade a quando da sua utilização apos ser
construída.

Também conclui que não existem traçados perfeitos. Os traçados de rodovias são
sempre adequados as situações em que se encontram ao relevo.

24
6. Lista de Referências Bibliográficas

25
Apêndices

26
Anexos
Quadro 1. Projeção populacional. Métodos com base em fórmulas matemáticas

Fonte: adaptado parcialmente de Qasim (1985)

 dP/dt = taxa de crescimento da população em função do tempo

27
 Po, P1, P2 = populações nos anos t0, t1 , t2 (as fórmulas para taxa decrescente e
crescimento logístico exigem valores equidistantes, caso não sejam baseadas na
análise da regressão) (hab)
 Pt = população estimada no ano t (hab) ; Ps = população de saturação (hab)
 Ka, Kg, Kd, Kl, i, c, r, s = coeficientes (a obtenção dos coeficientes pela análise da
regressão é preferível, já que se pode utilizar toda a série de dados existentes, e não
apenas P0, P1 e P2)

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