Você está na página 1de 3

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida e criada em Nova Iguaçu, é filha do escritor Geraldo Casé e de Heleida Barreto. Seus avós
paternos eram Graziela e o radialista pernambucano Ademar Casé. Ele foi um dos pioneiros na chegada
do rádio no Brasil. Os pais de Regina se desquitaram em 1964, e Geraldo casou-se novamente, indo
morar em São Paulo. Regina ficou no Rio com a mãe e as duas irmãs, Patrícia, nascida em 9 de janeiro de
1958 e Virgínia, nascida em 2 de janeiro de 1959. Regina é a filha mais velha e conta que sentia ciúme das
irmãs ainda pequenas. Alguns anos mais tarde sua mãe casou-se novamente, dessa vez com um
português de Lisboa, que era comandante da TAP (Linhas Aéreas Portuguesas). Regina, já adolescente,
não queria se afastar de seus amigos e parentes, e quis ficar no Rio de Janeiro. Sua mãe, o padrasto e as
irmãs se mudaram para Portugal, onde residem até hoje na cidade de Sintra.

Nessa época, Regina foi morar com sua melhor amiga, que também era sua vizinha em Botafogo. Depois
de 6 meses, decidiu se mudar para a casa de suas tias-avós Maria Amélia e Julinha, em Duque de Caxias.
Regina sempre foi muito próxima as suas tias-avós, em especial Julinha, tendo sido criada por elas até
ficar adulta. Regina fez o maternal no Colégio Ofélia de Agostini, e depois o primário e o ginásio no
Colégio Sacre-Coeur de Marie, tradicional escola de freiras em Copacabana. Não gostava de ir a escola na
infância, mas conta que apesar da rigidez disciplinar, tirava boas notas e sempre amou ter sido educada
em um colégio religioso. O atual ensino médio, na época chamado de ensino secundário, cursou no
Colégio Rio de Janeiro, tendo concluído em 1973. No ano seguinte passou em Comunicação Social para a
UFF e também foi aprovada para a PUC, mas preferiu se dedicar ao teatro.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]


1970–2000[editar | editar código-fonte]
Em 1970, aos 16 anos, Regina Casé entrou para o curso de teatro de Sergio Britto, onde conheceu seu
primeiro marido. Aos 20 anos, já familiarizada no curso, Regina fundou com os amigos que fez lá
Hamilton Vaz Pereira, Jorge Alberto Soares, Luiz Arthur Peixoto e Daniel Dantas um grupo teatral, no qual
batizaram de Asdrúbal Trouxe o Trombone, que movimentou o cenário cultural carioca no final dos anos
1970. Entre os trabalhos do grupo, destacam-se a adaptação de O Inspetor Geral, de Nikolai Gogol, feita
em 1974, e que rendeu o Prêmio Governador do Estado de atriz revelação à Regina Casé, a peça Trate-
me Leão (1977), de Hamilton Vaz Pereira, pela qual recebeu o Prêmio Molière. Ainda na década de 1970
fez sua estreia no cinema, participando do filme Chuvas de Verão (1978), de Cacá Diegues.[3]

Sua carreira inclui atuações em clássicos do cinema brasileiro como Eu Te Amo (1981), de Arnaldo Jabor;
Os Sete Gatinhos (1980), de Neville de Almeida; O Segredo da Múmia (1982), de Ivan Cardoso; e A
Marvada Carne (1985), de André Klotzel. Também atuou nos filmes Cinema Falado (1986), de Caetano
Veloso; Luar sobre Parador (1988), de Paul Mazursky; O Grande Mentecapto (1989), de Oswaldo Caldeira;
e Eu, Tu, Eles (2001), de Andrucha Waddington. Sua estreia na televisão aconteceu na Rede Globo em
1983, com uma participação na novela Guerra dos Sexos, de Sílvio de Abreu. Naquele ano, trabalhou
ainda no seriado infantil Sítio do Pica Pau Amarelo, então dirigido por seu pai, Geraldo Casé. Em 1984,
integrou o elenco de Vereda Tropical, de Carlos Lombardi e participou do infantil Plunct, Plact, Zuuum.
Casé como Tina Pepper, de Cambalacho, em 1986

Também nessa época, integrou o elenco do humorístico Chico Anysio Show. Em 1986, ganhou seu
primeiro personagem de grande sucesso em telenovelas, a Albertina Pimenta, ou simplesmente Tina
Pepper, de Cambalacho, escrita por Silvio de Abreu.[1] Tina Pepper foi criada especialmente para a atriz e
fez tanto sucesso que Regina Casé chegou a se apresentar com a personagem no Cassino do Chacrinha,
onde cantou "Você me incendeia".[4] Essa personagem a fez ter fama internacional, já que os outros
países vibravam com o jeito divertido de Tina.[5] Tornou-se nacionalmente conhecida com o programa TV
Pirata, humorístico criado em 1988 com a proposta de satirizar a própria televisão. Passou a fazer muito
sucesso com comédia, por ser simpática e estar sempre divertindo as pessoas. Em abril de 1991, estreou
o Programa Legal, comandado por ela e Luiz Fernando Guimarães, com direção de Guel Arraes e Belisário
Franca. Idealizado por Regina Casé e pelo antropólogo Hermano Vianna, o programa misturava
documentário, ficção e humor, e ganhou o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na
categoria humor. Na mesma época, atuou na peça Nardja Zulpério, monólogo escrito por Hamilton Vaz
Pereira e que ficou em cartaz durante cinco anos. Em 1992, foi eleita a melhor comediante do ano pelo
júri do Troféu Imprensa, que também premiou o Programa Legal como melhor humorístico da televisão.
Apesar da grande repercussão, o programa deixou de ser produzido em dezembro daquele mesmo ano.
Sua equipe, porém, passaria a produzir o quadro Na Geral, exibido pelo Fantástico a partir de 1994. Ao
longo de sua trajetória na Rede Globo, também participou de programas especiais da emissora, como a
comemoração dos 25 anos d'Os Trapalhões, em 1991, e o show anual de Roberto Carlos, em dezembro
de 1993, em que representou uma tiete do cantor.

Em dezembro de 1992, a Rede Globo transmitiu o especial Brasil Legal, que seria a atração seguinte
comandada por ela na emissora, a partir de maio de 1995. Com o programa, Regina Casé viajava o país
para mostrar lugares e tipos interessantes ou inusitados, quase sempre anônimos. Criado pelo núcleo de
produção do diretor Guel Arraes com o objetivo de explorar a veia humorística da atriz, acabou se
tornando uma espécie de documentário semanal de costumes e incluía também viagens ao exterior. O
programa foi dirigido por diferentes nomes, como Sandra Kogut, João Alegria, Luís Felipe de Sá, Alberto
Renault e Estevão Ciavatta. Pela redação do Brasil Legal passaram Pedro Cardoso, Cláudio Paiva, Jorge
Furtado, Hermano Vianna, Guel Arraes, entre outros. Em 1997, fez uma participação no quadro Vida ao
Vivo Show, apresentado no Fantástico por Luiz Fernando Guimarães e Pedro Cardoso, que daria origem
ao programa exibido pela Rede Globo entre 1998 e 1999. O término do Brasil Legal, em 1998, foi
imediatamente seguido da estreia de Muvuca em 1999, programa semanal comandado por ela e
produzido pelo núcleo de Guel Arraes. Muvuca misturava talk-show e reportagens especiais, unindo
pessoas de diferentes universos. Famosos e anônimos eram convidados a participarem juntos do mesmo
programa, que tinha como característica a espontaneidade e informalidade, marcas da apresentadora.
Não havia um tema definido, nem um roteiro fixo. A edição final aproveitava as situações mais
espontâneas e as melhores informações dos entrevistados. O programa, no entanto, ao contrário do
Brasil Legal, foi retirado do ar no final de 2000, por baixa audiência. As experiências do Programa Legal e
do Brasil Lega geraram séries educativas, como o Escola Legal, dentro do projeto Tele Escola (1996), da
Fundação Roberto Marinho, e o Histórias do Brasil Legal (1998), para o canal Futura.

2001–2018

Você também pode gostar