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Keynesianismo

Keynesianismo é o conjunto de ideias que propunham a intervenção estatal na vida


económica com o objectivo de conduzir a um regime de pleno emprego. As teorias de John
Keynes tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da
política de livre mercado. Acreditava que a economia seguiria o caminho de pleno emprego,
sendo o desemprego uma situação temporária que desaparecia graças às forcas do mercado.

O objectivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em paridade com o


aumento da capacidade produtiva da economia, de forma suficiente para garantir o pleno
emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria um aumento da inflação.

John Maynard Keynes

John Maynard Keynes nasceu em Cambridge, em 1883, e se formou em Matemática pelo


King´s College em 1906. Trabalhou como funcionário público na Índia e como tesoureiro
durante a I Guerra Mundial, levando à sua indicação como o representante do tesouro inglês
da Conferencia de Versalhes em 1919. Nesta época, escreveu a primeira de suas principais
obras, intitulada "As consequências Económicas da Paz". As duas outras principais obras de
Keynes foram escritas durante a Grande Depressão, sendo elas "O Tratado sobre a Moeda" de
1930, e "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda ".

Origem do keynesianismo

O keynesianismo teve início no seculo XX e recebe este nome em homenagem ao economista


britânico John Maynard Keynes (1883-1946).

Ele expôs sua teoria económica na obra "Teoria Geral de Emprego, do Juro e da Moeda"
publicada em 1936.

A teoria Keynesiana surge no momento em que o sistema capitalista e liberal apresentou


diversas crises.

Após a II Guerra Mundial, esse modelo económico foi utilizado em alguns países que
almejavam a melhoria da economia.

Como exemplo, temos o governo do estadunidense Franklin Roosevelt que propôs o New
Deal na década de 30. O objectivo era acabar com a crise de 1929 (grande depressão), a qual
assolou o país.

No entanto, vinte anos após a II Guerra Mundial, o aumento das desigualdades, da inflação e
do desemprego faz com que a teoria keynesiana sofra diversas criticas.

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Principais características do keynesianismo

Defesa da intervenção estatal na economia, principalmente em áreas onde a iniciativa


privada não tem capacidade ou não de actuar;
Defesa de acções políticas voltadas para o proteccionismo económico;
Contra o liberalismo económico;
A intervenção do Estado deve ser feita através do cumprimento de uma política fiscal
para que não haja crescimento e descontrole da inflação;
Defesa de medidas económicas estatais que visem à garantia do pleno emprego. Este
seria alcançado com o equilíbrio entre demanda e capacidade de produção;
O Estado tem um papel fundamental de estimular as economias em momentos de
crise e recessão económica.

Principais conceitos do keynesianismo

As teorias de Keynes diferenciam radicalmente do pensamento económico clássico, de


autores como Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo. Esses teóricos, embora
divergissem, acreditavam que a economia tendia ao equilíbrio através da dinâmica da oferta e
da procura, ou seja, que sempre existiria demanda (cidadãos dispostos a comprar) para uma
determinada oferta (cidadãos dispostos a vender), variando somente o preço. Assim sendo, se
uma sociedade produzisse uma quantidade enorme de um determinado produto, a mesma
sociedade sempre compraria essa produção, mesmo que a preços mais baixos devido à sua
abundancia. De acordo com Keynes, uma superprodução de bens poderia causar uma
carência de demanda, levando a menos lucro por parte dos produtores e a demissão de
trabalhadores, o que por sua vez reduziria ainda mais a demanda, já que aumentaria o
desemprego. A grande solução para este problema, defendida por Keynes, era a intervenção
governamental na economia, tanto na forma de obras públicas de infra-estruturas, como na
forma da redução drástica da taxa de juros. A taxa de juros é a taxa que governa o lucro sobre
dinheiro emprestado dentro da economia, ou seja, permite aos cidadãos emprestarem mais
dinheiro pagando menos, e assim tornando mais eficiente a capacidade da demanda de se
ajustar à uma oferta maior.

Teoria Keynesiana

Durante o início do seculo XX o pensamento dominante ainda era o da economia clássica,


onde a economia devia-se recuperar sozinha em período de crise, conhecido pelo princípio
Laissez-faire.

Durante essa mesma época, o economista britânico John Keynes, tentava perceber o porque
os trabalhadores do país perdiam seus empregos durante o período de crise, mesmo que
aceitassem receber menos em troca da manutenção dos mesmos.

Com a quebra da Bolsa de Nova York em 1929, o mundo todo entra em uma grave crise,
onde Keynes é um dos primeiro economistas a perceber que o livre mercado não conseguiria
resolver aquele problema.

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No geral, os preços dos produtos e serviços caem com a crise, mas os salários não,
aumentando o desemprego. A solução, para Keynes, seria em voltar a expandir a economia
por meio de novas despesas do governo, o que possibilitaria a criação de empregos.

Com isso, o Estado passaria a ter um papel activo, alcançando o chamado Pleno Emprego,
cenário onde existe apenas um certo desemprego natural e fora do estado de crise.

As ideias da Teoria Keynesiana surgiram ao mesmo tempo em que o governo dos Estados
Unidos fazia o plano New Deal, aumentando os gastos públicos para recuperação após a
Crise de 1929.

Keynesianismo, Liberalismo e Neoliberalismo

O keynesianismo económico é o oposto das ideias de liberalismo económico e do


neoliberalismo, que prezam pela liberdade individual.

Assim, o liberalismo, termo criado pelo economista Adam Smith, é baseado em ideias
democráticas, onde o cidadão tem direito ao voto e à liberdade individual (social, económica,
política, religiosa, etc.) mediante a um regime de livre mercado

A teoria liberal admite a baixa intervenção do Estado na economia, ao contrário do


Keynesianismo. Nesta, a economia é autor regulada e defende-se a ideia de intervenção
estatal.

Na actualidade, o Keynesianismo perdeu forca com o avanço do Neoliberalismo no contexto


da globalização e da abertura do mercado internacional.

Modelo Keynesiano

A partir de suas teorias, Keynes formulou o seu modelo que explicaria como um aumento de
gastos do governo diminuiria os riscos da recessão.

Para isso, é preciso observar como uma economia é medida através do PIB, que se estiver em
equilíbrio a Oferta Agregada (Y) é igual à Procura Agregada (PA), ou Despesa Agregada,
onde:
Y = C + I + G + (X - Q)

Sendo os componentes da Procura Agregada (PA):

C – Consumo da população;

I – Procura de créditos para Investimentos;

G – Gastos do Governo;

X – Exportações;

Q – Importações.

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O princípio de uma crise acontece quando a oferta de produtos e serviços na economia estão
mais elevados que a procura, ou seja, quando Y é maior que o PA. Quando isso acontece, as
empresas conseguem vender menos e acumulam estoques.

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