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Disciplina: Ciências Humanas

Professor(A): Aurilio
Aluno(A): Regina Lúcia Alves Ribeiro da Silva

Guaiúba/ce – 2020
GRIPE ESPANHOLA

A gripe espanhola foi uma pandemia que aconteceu entre 1918 e 1919,
atingindo todos os continentes e deixando um saldo de, no mínimo, 50
milhões de mortos. Não se sabe o local de origem dela, mas sabe-se que ela
se iniciou de uma mutação do vírus Influenza. Os primeiros casos foram
registrados nos Estados Unidos.
A gripe espanhola espalhou-se pelo mundo, principalmente, por conta da
movimentação de tropas no período da Primeira Guerra Mundial, tendo um
impacto direto nos países que participavam desse conflito. Aqui no Brasil,
ela chegou em setembro de 1918, espalhando-se por todas as regiões do
país e causando a morte de 35 mil brasileiros.
Onde surgiu?

Os primeiros casos de gripe espanhola foram registrados entre militares nos


Estados Unidos.
Uma série de estudos foram conduzidos ao longo dos séculos XX e XXI
sobre a gripe espanhola, e a origem da doença permanece um mistério.
Existem duas teorias que sugerem que ela pode ter surgido na China ou
nos Estados Unidos, mas não há provas que possam confirmar em qual dos
dois lugares ela tenha de fato aparecido pela primeira vez.
O que se sabe é que, provavelmente, a gripe espanhola foi uma mutação do
vírus Influenza que passou de aves para os seres humanos. Além disso,
sabemos que os primeiros casos que se tem conhecimento aconteceram nos
Estados Unidos e foram registrados no Fort Riley, uma instalação militar
localizada no estado do Kansas.
O primeiro paciente foi o soldado Albert Gitchell, o qual foi internado, com
sintomas de gripe, na enfermaria de Fort Riley, em 11 de março de 1918.
Nas semanas seguintes, mais de 1100 outros soldados desse local foram
internados com os mesmos sintomas. Acredita-se que por meio das tropas
norte-americanas que participavam da Primeira Guerra Mundial é que a
doença espalhou-se pelo mundo.
Por que é chamada de gripe espanhola?

Se a gripe espanhola surgiu ou nos Estados Unidos ou na Chima, por que a


chamamos de gripe espanhola? O termo “espanhola” não faz referência à
suposta origem da doença, mas sim ao fato de que a imprensa espanhola
ficou conhecida por divulgar as notícias dela pelo mundo. A explicação
para isso tem relação direta com a Primeira Guerra Mundial.
A gripe espanhola afetou todos os continentes do mundo e teve um impacto
muito grande nos países que lutavam na Primeira Guerra Mundial. Por
conta desse conflito, era necessário que as informações da doença fossem
escondidas de forma a não prejudicar o moral dos soldados, não criar
pânico na população e nem passar imagem de fraqueza para o adversário.
Assim, as notícias dessa gripe letal eram censuradas em grande parte dos
países europeus. A Espanha, no entanto, não participava da guerra, e sua
imprensa tinha liberdade para falar da doença. Isso fez com que a cobertura
espanhola ficasse conhecida no mundo, e a pandemia passou a ser nomeada
como “gripe espanhola”.
Difusão da doença
A gripe espanhola alastrou-se pelo mundo em três ondas:
Primeira onda: iniciada em março de 1918;
Segunda onda: iniciada em agosto de 1918;
Terceira onda: iniciada em janeiro de 1919.
Entre essas três ondas, a segunda ficou conhecida por ser a mais
contagiosa e por possuir os maiores índices de mortalidade. A tese aceita é
a de que a doença inicialmente se espalhou pelo mundo por meio das tropas
norte-americanas enviadas para a Europa para participarem da Primeira
Guerra Mundial.
Uma vez estabelecida no continente europeu, a doença foi levada para o
restante do mundo pelo deslocamento de pessoas por meio de viagens ou
do sistema de transporte internacional de mercadorias. Aqui no Brasil, por
exemplo, ela chegou, em setembro de 1918, por uma embarcação que veio
da Inglaterra e passou por Lisboa, Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Todos os continentes habitados foram afetados pela gripe espanhola, e o
historiador J. N. Hays alega que pouquíssimos locais, como áreas do norte
da Islândia e algumas ilhas da Samoa Americana, não foram afetadas|1|.
Isso significa que somente locais remotos conseguiram escapar da gripe
espanhola.
Tratamento

O uso de máscaras foi comum em alguns locais dos Estados Unidos como
forma de diminuir o contágio da gripe espanhola.
À medida que a gripe espanhola ganhou espaço, o efeito era o mesmo em
diferentes locais: o sistema de saúde entrou em colapso devido à grande
quantidade de pessoas doentes. A princípio muitos cientistas acreditavam
que o causador da doença tinha sido uma bactéria conhecida na época
como bacilo de Pfeiffer, mas atualmente sabemos que essa teoria não
estava correta.
Os médicos da época não sabiam como tratar adequadamente a doença,
primeiro, por ela ser nova, e segundo, porque a medicina até então não
tinha conhecimento suficiente para tal ação. Uma série de medicamentos
começaram a ser administrados nos pacientes como tentativa de combatê-
la, mas mostraram-se ineficazes.
Os tratamentos dedicaram-se, dessa forma, a aliviar o sofrimento dos
pacientes, e, assim, o papel das enfermeiras foi essencial, pois elas
mantinham os cuidados diários com aqueles que adoeciam. No entanto,
como mencionado, o colapso dos sistemas de saúde ocorreu em diferentes
locais onde a doença chegou, e nem todos tiveram acesso ao tratamento
devido.
Isso forçou a tomada de medidas emergenciais, como a improvisação de
hospitais e de leitos para atender as pessoas que adoeciam. Outro ponto é
que os pacientes mais graves e que desenvolviam infecções sofriam
consideravelmente, pois, naquela época, não existiam antibióticos para
realizar o tratamento deles.
Como se identificou que a doença era contagiosa, muitos locais
adotaram medidas de isolamento social. Assim, foram decretados o
fechamento de escolas, igrejas, comércio e repartições públicas em
diferentes locais, inclusive no Brasil. Em alguns deles, como nos Estados
Unidos, adotou-se o uso de máscaras para reduzir-se o contágio. Muitos
locais incentivaram a população a entrar em quarentena.
J. N. Hays afirma que a quarentena em alguns lugares, como na Austrália,
teve grande sucesso, uma vez que o país foi atingido pela primeira onda da
gripe, mas não foi afetado pela segunda|2|. O combate contra a gripe
espanhola presenciado em locais como a Europa e a América do Norte não
o foi em locais como a Ásia e a África, em grande parte ainda colonizados
pelos europeus, o que fez com que milhões de pessoas morressem neles.
Isso fez com que surgissem algumas teorias que tentaram explicar a
mortalidade da doença pela classe social. Em alguns locais, como a Índia,
ela pode ser aplicada (em outros, não); entre os milhões de mortos de gripe
espanhola no país (fala-se que entre 18 e 20 milhões de pessoas morreram
só na Índia), a maioria pertencia às castas mais baixas. Outra questão que
permanece sem explicação é o porquê da doença ser mais mortal em jovens
de 20 a 30 anos.
Consequências

A gripe espanhola foi uma das piores pandemias da história da


humanidade. Mostrou-se como uma doença com grande capacidade de
contágio e altamente letal. Os especialistas do assunto falam que 25% de
toda a população norte-americana foram afetados pela doença, o que
corresponde de 25 a 30 milhões de pessoas|3|.
No caso do Brasil, por exemplo, a cidade de São Paulo foi uma das mais
afetadas, e, embora tenham sido notificados 116.777 casos nela (22,32% da
população), acredita-se que o total de pessoas infectadas pela gripe
espanhola tenha sido de 350 mil, o que corresponde a cerca de 2/3 da sua
população naquele período|4|.
Ao todo, os especialistas do assunto apontam que a quantidade mínima de
pessoas que morreram de gripe espanhola, entre 1918 e 1919, tenha sido
de 50 milhões, mas algumas estatísticas elevam esse total para até 100
milhões de pessoas. Um dos locais mais afetados, como mencionado, foi a
Índia, que registrou, no mínimo, 18 milhões de mortos. Aqui no Brasil foi
registrado, oficialmente, o total de 35 mil mortos.

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