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Eduardo Simões
16 ABR 2020 19h44atualizado às 19h47
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Anunciado nesta quinta-feira para comandar o Ministério da Saúde durante a pandemia
do coronavírus, o oncologista Nelson Teich tem currículo empresarial na área médica
e já defendeu que se faça escolhas entre tratar um idoso com doenças crônicas ou
dar atendimento a um adolescente, diante da falta de recursos no sistema público.
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Trabalhando como consultor até ser convidado por Bolsonaro para comandar o
ministério, Teich já fundou empresas na área de saúde, uma delas vendida
posteriormente a um plano de saúde, e é formado em medicina pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), além de ter feito residência no Instituto Nacional
do Câncer (Inca) e especializações em Economia da Saúde e MBA em saúde.
"Como você tem o dinheiro limitado, você vai ter que fazer escolhas. Então você vai
ter que definir onde você vai investir. Eu tenho uma pessoa que é idosa, que tem
uma doença crônica avançada e ela teve uma complicação. Para ela melhorar, eu vou
gastar praticamente o mesmo dinheiro que eu vou gastar para investir em um
adolescente que está com um problema", disse.
"O mesmo dinheiro que eu vou investir. É igual. Só que essa pessoa é uma
adolescente que vai ter a vida inteira pela frente, e a outra é uma pessoa idosa
que pode estar no final da vida. Qual vai ser a escolha?", indagou.
No mesmo artigo do início de abril, Teich disse que o isolamento vertical "também
tem fragilidades" e "não representa uma solução definitiva" para o problema.
"Como exemplo, sendo real a informação que a maioria das transmissões acontecem à
partir de pessoas sem sintomas, se deixarmos as pessoas com maior risco de morte
pela Covid-19 em casa e liberarmos aqueles com menor risco para o trabalho, com o
passar do tempo teríamos pessoas assintomáticas transmitindo a doença para as
famílias, para as pessoas de alto risco que foram isoladas e ficaram em casa",
escreveu.
"A gente discutir saúde e economia, isso é muito ruim... Essas coisas são
complementares", disse. "Uma coisa importante do desenvolvimento econômico é que
ele arrasta as outras coisas", acrescentou.