Você está na página 1de 18

ÁREA DE UTILIZAÇÃO DE LIXEIRAS URBANAS

Autores:

Alexandre Janoni Bayerlein, Caio Henrique Falcheti Nunes, Efraim Manasses Rego, Eric Arnou
Santos, Érika dos Santos Gonçalves, Guilherme Gonçalves Braz, João Marcelo Domingos de
Souza, Matheus Ronconi Gonçalves, Nathália Gargagim Chiarato, Pedro Henrique Gonçalves
Adalberto.

Resumo

O projeto resume-se na elaboração de um artigo científico que busca nortear os impactos


causados pelo descarte indevido de resíduos sólidos provenientes do comércio de alimentos nas
áreas urbanas, trazendo consigo soluções: logísticas (análise através de cálculos e estimativas para
melhoramentos na distribuição de lixeiras nos arredores destes nichos comerciais, verificando se
poderá haver uma diminuição significativa caso adotada) e comportamentais (analisar como
aspectos visuais e afins podem influenciar na decisão das pessoas no descarte dos resíduos). Sendo
elaborado um cálculo estimativo arbitrário com o objetivo de estimar o deslocamento de pessoas
que consomem fast-foods, podendo desta forma, serem colocadas lixeiras ao fim dos possíveis
caminhos que esta pessoa irá percorrer. Ademais, através de informações coletadas a partir de
questionários on-line que foram respondidos por habitantes das cidades da região do grande ABC
(Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo André, São Bernardo do Campo e São
Caetano do Sul), foi estabelecida uma correlação entre os dados informados com os retirados de
estudos relacionados aos temas abordados neste artigo. Tendo como destaque na área
comportamental, a relevância do conceito de alfabetização ecológica e descarte correto de resíduos
como uma tentativa de inibir a conduta inadequada da população em geral nesse aspecto desde a
infância.

Palavras-chave: Alfabetização ecológica, fast-foods, descarte indevido, logística.

Abstract

The project is summarized in the preparation of a scientific article that seeks to track the
damage caused by improper solid waste disposal from food trade in urban areas, bringing with it:
logistics solutions (analysis of calculations and testing of improvements in the distribution of
dumpsters in the vicinity of these commercial niches, verifying if there may be a significant
decrease in the adopted case and behavioral (analyze how visual and related aspects can influence

1
people's decision to dispose of waste).Being prepared an arbitrary estimation with the objective of
estimating the displacement of people who eat fast food as a function of food intake, thus, trash can
be placed at the end of the possible paths that this person will go during the process. The calculation
was made based on experimental data has roots on other articles, taking with it logistic aspects, and
has the purpose of delimiting an average region traveled when consuming food. Moreover, through
information collected from online questionnaires that were answered by inhabitants of the cities of
the Greater ABC region (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo Andre, São
Bernardo do Campo and São Caetano do Sul ), a correlation was established between the reported
data and those from studies related to the topics covered in this article. It is worth highlighting in
the behavioral area the relevance of the concept of ecological literacy and correct waste disposal as
an attempt to inhibit the inappropriate conduct of the general population in this aspect since
childhood.

Key words: Behavioral, ecological literacy, fast-foods, improper disposal, logistics.

Introdução

A concentração de franquias de fast-food somado ao trânsito de cidadãos resulta numa das


principais problemáticas dos centros urbanos: a exacerbada quantidade de lixo proveniente de
descartes inadequados, dando às cidades uma imagem de sujeira e descaso público.

Sendo assim, com intuito de auxiliar no decrescimento da insatisfação da população nas


cidades da região do grande ABC (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Santo
André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul) e na diminuição de resíduos sólidos nas
metrópoles, foi elaborado um cálculo estimativo arbitrário com o foco de computar o trajeto de
uma pessoa que se alimenta de fast-foods em detrimento da ingestão desta variedade alimentícia, a
fim de, estipular prováveis percursos percorridos por esta pessoa e pontos estratégicos de
posicionamento de lixeiras. O cálculo foi elaborado com base em dados experimentais embasados
em outros artigos, levando consigo aspectos logísticos, e tem a finalidade de delimitar uma região
média percorrida ao consumir alimentos.
Outrossim, cabe ressaltar o valor de estudos comportamentais sobre a população e como elas
descartam o lixo, como bem nos assegura LIMA (2008), há diversos fatores que regem como o
consumidor descarta seus resíduos, a título de exemplo, a sua percepção em relação à limpeza da
sua cidade ou em volta da lixeira, à própria estética do lixo e à quantidade de dejetos dentro em seu
interior. O quão pior forem cada um desses fatores, piores serão os resultados. Ademais, é notório a
criação de certos sistemas para tentar mitigar o problema do descarte indevido como constatado por

2
FOXALL e col (2006,p. 101-125.), o qual descreve o fácil acesso as lixeiras e um estigma social
forjado internamente de descartar lixo indevidamente, como reguladores possíveis para resolver a
situação das cidades, somados com o facilitar o acesso às lixeiras.
Portanto, indo de acordo com GELLER (1989,p. 17-36.), de que procedimentos que visem a
preservação do ambiente é de suma importância a oferta da educação ecológica com o objetivo de
alfabetizar a população no assunto, observa-se o objetivo de tornar a relação humana, espécie
criadora de inúmeros detritos com o meio ambiente, mais positiva. Somado a isso, está a relevante
ótima localização de lixeiras dos locais, bem como sua limpeza e ajustes regulares.

Material e Métodos
Dedução dos Cálculos - Análise do Deslocamento
De acordo com estudos levantados, o tamanho do passo masculino equivale a
aproximadamente 41,5% de sua altura, enquanto o passo feminino equivale a aproximadamente
41,3% de sua altura (Wise and Kay, 2009). Desta maneira, torna-se possível determinar um
tamanho médio de passos da população brasileira, levando em consideração dados de pesquisas
referentes à altura nos últimos anos. As pesquisas utilizadas foram realizadas no ano de 2003
através da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2009 também através da POF referente à aquele ano, e no
ano de 2016, numa pesquisa realizada pela revista científica eLife, como mostra a tabela abaixo
(Tabela 1).

Tabela 1. Relacionando a média das alturas das pesquisas juntamente com o erro associado.

Calculadas as alturas médias dos homens e das mulheres, é possível estimar o comprimento
do passo de cada um levando em consideração o estudo de Jamie Wise (2009).

Comprimento do passo masculino: (1,71 ± 0,02)m x 41,5% = (0,71 ± 0,02)m


Comprimento do passo feminino: (1,606 ± 0,006)m x 41,3% = (0,663 ± 0,006)m

3
Para estimar a velocidade média em que os brasileiros andam, utilizou-se como velocidade
média natural do passo humano, 105 passos por minuto com uma incerteza associada de 8 passos,
tendo embasamento no trabalho Biomechanical motor patterns in normal walking (Winter, 1983),
onde foi-se considerado o tempo de contato com o solo para a determinação de ciclos de passo.
Desta maneira, consegue-se estimar a quantidade média de metros por minuto percorrido por um
brasileiro, como relaciona a tabela abaixo (Tabela 2).

Tabela 2. Relacionando as velocidades médias de Homens e Mulheres brasileiros juntamente com a


propagação de erro.

Com o intuito de estimar o tempo que a pessoa irá levar para realizar o consumo de
alimento, o cálculo foi feito com base no artigo Chewing Duration Time Of Various Food Textures
In Young Adults (Vitcel, 2017), cujos resultados indicam o tempo de consumo de alimentos com
diferentes consistências por jovens e adultos, relacionando este tempo com a quantidade (em
gramas) de cada alimento. Todavia, como o enfoque do cálculo volta-se para a linha de fast-foods e
lanchonetes, utilizaremos como modelo, o processo de mastigação do pão francês que é o que mais
se assemelha com os lanches no geral. O resultado obtido no experimento de Vitcel foi que
amostras que variam de 12,5 até 15 gramas levam em média 33 segundos para serem consumidas
por completo.
Utilizando a média das amostras (13,75 g), torna-se possível estimar o tempo em minutos
para o consumo de um lanche, caso se saiba seu peso aproximado.

33 m
Δt= ×( )
60 13,75
Δt = tempo em minutos
m = massa aproximada do alimento (em gramas)

Determinando o peso do alimento será possível obter o tempo de consumo do mesmo,


implicando na existência da possibilidade de calcular-se o espaço percorrido durante seu consumo,
como mostra a fórmula abaixo (foi-se calculado a média da velocidade dos homens e das mulheres
juntamente com o erro associado para generalizar o percurso)
Δ S=Δt ×(73± 8)

4
Δ S= espaço percorrido
73 ± 8 = velocidade média (m/min)

Unindo as duas fórmulas em uma única podemos obter:


33 m
Δ S=[ ×( )] ×(73 ± 8)
60 13,75

Aplicação Logística do Cálculo


Convém agora, demonstrar a aplicação deste cálculo na distribuição de lixeiras nos centros
urbanos. Um fator que deve ganhar notoriedade é o fato de que as lixeiras não devem ser
distribuídas de forma que cada lanchonete inclusa no sistema tenha de ter uma lixeira exclusiva para
ela, porque logisticamente ocorreria uma redundância no número de locais de descarte de resíduos e
iria consequentemente causar um gargalo no processo de coleta.
Assim, com o objetivo de evitar esse problema, pode-se adotar uma área média que deve ser
suprida de lixeiras para atender a demanda de uma dada região. Para isso, em um sistema real, deve-
se escolher estrategicamente um ponto médio em uma região de comercialização de alimentos no
qual também deve-se adotar uma média para o peso dos lanches vendidos.
Desta forma, consegue-se calcular a distância média que os clientes dessa zona comercial
irão percorrer durante o processo de ingestão do alimento. Após a efetuação do cálculo, deve-se
utilizar o Δ S médio encontrado para traçar os possíveis caminhos que o consumidor deve seguir
utilizando como ajuda aplicativos como o Google Fit ou Nike Run Club que permitem estimar
certas quantidades de espaço, levando em consideração a incerteza de 8 metros existente,
determinando um local próximo do fim do consumo do lanche para se colocar uma lixeira e evitar o
descarte indevido de embalagens.
Entretanto, deve-se perceber que mesmo que uma lixeira seja colocada à x metros de um
ponto médio, não necessariamente a região onde fora colocado o local de descarte será um ponto
próximo do fim do consumo, uma vez que torna-se inviável determinar o trajeto de qualquer pessoa,
e que obviamente, uma lixeira não irá suprir a demanda. Uma metodologia idealizada para diminuir
essa imprecisão é a criação de um círculo utilizando um raio de aproximadamente 1,75 km de
comprimento, medido com o auxílio do Google Maps, cujo mesmo deve ser dividido em 4
quadrantes, como mostra a figura 1 e a figura 2.
No caso do exemplo a seguir, foi utilizado como base o centro de Santo André - SP, mais
precisamente partindo das lanchonetes localizadas no terminal rodoviário leste, próximo à estação

5
metropolitana Prefeito Celso Daniel. Foi-se utilizado 150 g como massa média dos lanches da
região delimitada, levando à um Δ Smédio de 438 metros.

Figura 1. Círculo com 1,75 km de raio partindo da Estação Metropolitana Prefeito Celso Daniel no
centro de Santo André (mapa: Google Maps).

Figura 2. Divisão do círculo em 4 quadrantes de tamanho igual para mensurar a densidade de


pessoas.
6
Esses quadrantes irão servir como medidores de fluxo de pessoas, levando em consideração
possíveis padrões de rota que estas irão percorrer em direção à determinados pontos de rota. Os
pontos de rota são locais propícios a ter uma maior quantidade de pessoas que se encaminham para
eles, sendo que no caso da aplicação da logística em um sistema real, os pontos de rota que devem
ser levados em consideração são: Supermercados, instituições de ensino, shoppings, lojas grandes,
praças públicas, terminais rodoviários e ferroviários, locais de eventos, hospitais e unidades de
pronto atendimento.
Após isso, deve-se colocar os pontos de rota no mapa de modo que fique visível a divisão
dos quadrantes, como mostra a figura 3:

Figura 3. Mapa do Centro de Santo André com os pontos de rota destacados em vermelho e
distribuídos entre os 4 quadrantes.

No exemplo acima, foram delimitados 28 pontos de rota que irão ajudar a estimar os
possíveis locais adequados para as lixeiras.
Observe que conforme mencionado anteriormente, irá existir uma divisão de quadrantes que
poderá ser usada para determinar regiões que possuem uma maior densidade de pessoas se
locomovendo por ela. Os quadrantes irão servir como uma metodologia para melhorar a didática da
explicação da distribuição adotada, facilitando além da visualização o processo de montagem do
modelo.
Após isso, pode-se separar os possíveis pontos no mapa que deverão, em tese, possuir uma
lixeira próxima a fim de suprir a demanda de pessoas que passam pela região. Para isso, deve-se

7
traçar os percursos que a pessoa teoricamente iria percorrer caso fosse se deslocar para algum dos
pontos de rota, para isso, recomenda-se o uso do próprio Google Maps visando otimizar o número
de plataformas para determinar o cálculo.
Logo após a determinação destas rotas, pode-se então, utilizando o trajeto fornecido pela
plataforma, delimitar um percurso total que corresponda ao Δ Scalculado e que tenha o início do
deslocamento escalar total. Desta forma, irá obter-se pontos no mapa em que, teoricamente, devem
ser colocadas as lixeiras, podendo então obter certas aproximações como denotado nas Figuras 4, 5
e 6:

Figura 4. Imagem da localização aproximada em que a(s) lixeira(s) devem ser colocadas para
suprir a demanda do primeiro quadrante.

8
Figura 5. Imagem da localização aproximada em que a(s) lixeira(s) devem ser colocadas para
suprir a demanda do segundo quadrante.

Figura 6. Imagem da localização aproximada em que a(s) lixeira(s) devem ser colocadas para
suprir a demanda do terceiro e do quarto quadrante.

Finalmente, após a realização desta etapa, pode-se obter uma imagem de aproximação final,
utilizando como metodologia didática o Δ S como raio, uma vez que nenhuma curvatura presente no
percurso irá se afastar da área da circunferência, usando como base as figuras anteriores, como
mostrado a seguir:

Figura 7. Imagem da distribuição das lixeiras utilizando o Δ S como raio de uma circunferência.

9
Pesquisa de Campo
A fim de fundamentar o objetivo desta pesquisa, foi recolhida a opinião de alguns
moradores da região do Grande ABC, visando questionar o nível de satisfação com a sensação de
limpeza, verificar se há conhecimento da população com o investimento municipal na limpeza e
recolhimento no lixo e o que, na opinião deles, poderia melhorar para que a cidade fique mais
limpa. Além disso, foi perguntado se existe coleta de lixo e entulho na região onde residem, e se
sim, qual a frequência que isso ocorre.
Para isso, foi criado um formulário on-line que esteve disponível no período entre 01 de
novembro de 2019 e 23 de novembro de 2019, que foi divulgado em páginas da rede social
Facebook, em grupos da Universidade Federal do ABC e aos conhecidos da região dos integrantes.
Os dados provenientes da pesquisa de campo foram transformados nos gráficos das figuras
de 8 a 12 por meio de códigos de programação na linguagem Python, utilizando as bibliotecas
pandas, numpy e matplotlib.pyplot pelo Anaconda Navigator, no aplicativo Jupyter Notebook.

Informações a Respeito dos Gastos Públicos com Limpeza


Para obtenção dos dados da tabela 3 de Gastos públicos, foram utilizados os sites do
SICONFI (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro), Tesouro
Nacional e o site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Assim, através dos
dados, foi possível gerar dois gráficos para melhor visualização das informações, que serão exibidos
no tópico de resultados.

Tabela 3: Gastos públicos.


SÃO RIO
SÃO
SANTO BERNAR RIBEIRÃ GRAND
Municípi CAETAN DIADEM MAUÁ |
ANDRÉ | DO DO O PIRES E DA
os O DO A | SP SP
SP CAMPO | | SP SERRA |
SUL | SP
SP SP
Total de
despesas
municipai 1.905.699. 3.300.920. 1.044.165. 951.666.2 749.854.2 222.878.0 54.151.60
s média de 592,39 833,27 266,90 92,30 56,12 73,46 5,59
2013 á
2016 (R$)

10
Gasto
médio
com
182.867.7 2.720.732, 80.412.17 24.223.40 73.491.15 Sem Sem
Saneamen
44,80 02 0,23 4,72 8,85 dados dados
to de 2013
á 2016
(R$)
Área dos
município
175,782 409,5 15,331 30,732 61,909 99,075 36,341
s em
(km²)
Densidade
3.848,01 1.869,36 9.736,03 12.536,99 6.741,41 1.140,73 1.210,04
(hab/km²)
PIB per
capita 36.249,85 51.239,64 83.656,30 31.865,08 30.509,00 24.947,07 11.831,25
(R$)
Gasto de
1.040.309, 5.245.070, 788.214,3 1.187.083, Sem Sem
saneament 6.644,03
84 13 9 60 dados dados
o por km²

A linha da célula “Total de despesas municipais média de 2013 á 2016 (R$)” e a linha da
célula “Gasto médio com Saneamento de 2013 á 2016 (R$)” da tabela 3 de gastos públicos foram
obtidas através da média aritmética dos gastos públicos dos anos de 2013 a 2016.
A linha da célula de “Gasto de saneamento por km²” foi obtida pelo valores da linha da
célula “Gasto médio com Saneamento de 2013 a 2016 (R$)” divida pelo valores da linha da célula
de “Área dos municípios em (km²)”.
Os demais valores foram obtidos através da pesquisa individual dos municípios no site do
IBGE. As análises dos dados foram conduzidas por meio do Planilhas Google.

Resultados
Após a dedução do cálculo estimativo obteve-se uma aproximação dos possíveis pontos que
teoricamente, seguindo a lógica proposta no desenvolvimento, deveriam possuir uma lixeira com a
finalidade de diminuir o acúmulo de resíduos sólidos provenientes do consumo de alimentos de
fast-foods. Entretanto, uma vez que tornou-se inviável a colocação de lixeiras nos pontos estudados,
por questões de custo, e a impossibilidade de estudo aprofundado do cenário real como

11
consequência da primeira questão, não houve resultados experimentais quanto à aplicação do
cálculo desenvolvido.
Não obstante, houve a aplicação teórica do cálculo utilizando um ponto específico
localizado no centro da cidade de Santo André - SP, mais precisamente no Terminal Metropolitano
Leste, obtendo como resultado uma aproximação no mapa dos possíveis locais para serem
colocadas as lixeiras e assim eventualmente existir a possibilidade de otimização da taxa de
resíduos sólidos contidos no ambiente urbano.
Referente à pesquisa de campo, ao todo foram obtidas 99 respostas ao formulário on-line, no
qual 39,4% dos indivíduos residem em Santo André; 26,3% em São Bernardo do Campo; 18,2% em
São Caetano do Sul; em Mauá e Ribeirão Pires 6,1%; e por fim, Diadema e Rio Grande da Serra
ambos 2%, não atingindo o mínimo de seis respostas para ser considerado relevante neste estudo.
Ademais, 47,5% do total dos que responderam ao questionário declararam insatisfação sobre
a sensação de limpeza gerada pela região em que vivem; 28,3% como satisfeitos, 12,1% como
indiferente; 8,1% como muito satisfeitos e 4% como muito insatisfeitos.
Quando questionados sobre o recolhimento do lixo, 34,4% responderam que ocorre duas
vezes por semana; 34,3% três vezes por semana; 15,2% uma vez por semana; 10% que acontece
mais de três vezes por semana e 1% que não há recolhimento do lixo.
Já sobre o recolhimento de entulho, 49,5% responderam que não há; 34,3% que ocorre uma
vez por mês; 9,1% como duas vezes por mês; 7,1% que ocorre mais de duas vezes por mês.
Ainda, quando perguntado se estão conscientes do quanto é investido em limpeza e
recolhimento de lixo na região em que vivem, 96% respondem não e apenas 4% responderam sim.
Finalmente, as respostas à questão “qual a sensação de limpeza que a sua região gera para
você?” foram separadas por cidade (figuras de 9 a 13).

Figura 8. Sensação de limpeza na cidade Santo André.

12
Figura 9. Sensação de limpeza na cidade São Bernardo do Campo.

Figura 10. Sensação de limpeza na cidade São Caetano do Sul.

Figura 11. Sensação de limpeza na cidade Mauá.

13
Figura 12. Sensação de limpeza na cidade Ribeirão Pires.

Legenda para entendimento dos gráficos (figuras 8 a 12):


Azul - Insatisfeito.
Laranja - Satisfeito.
Verde - Indiferente.
Vermelho - Muito insatisfeito.
Roxo - Muito satisfeito.
A respeito da pesquisa realizada sobre o investimento público na área de limpeza e
saneamento, ao relacionar as despesas públicas municipais e seus respectivos gastos, são gerados os
gráficos a seguir (figura 13 e 14):

Figura 13. Gráfico de gastos municipais.

14
Figura 14. Gráfico de gastos públicos de saneamento por área.

Discussão
Através do gráfico da figura 13 é possível comparar os valores despesas de cada município
da região do grande ABC e além disso, os municípios de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não
tem dados de gastos com saneamento. Os gastos de São Bernardo do Campo são destoantes com os
demais municípios, mas seus gastos com saneamento são os menores da região do grande ABC,
assim, as respostas do formulário com sensações de insatisfação podem ser justificadas através
desses dados.
Tendo como viés a área comportamental, as figuras de 8 a 12 em coalizão com a análise
supracitada da figura 5 pode acarretar, a título de exemplo, no caso de São Bernardo do Campo,
50% das pessoas as quais responderam o formulário estão insatisfeitas com a limpeza da cidade, em
um ciclo vicioso como constatado por LIMA (2008), em que por estarem insatisfeitos com a
limpeza da cidade, mais pessoas irão jogar o lixo em lugares indevidos tornando-a mais suja.
Portanto, em conjunto com a solução de localizações eficientes de lixeiras feitas pelos
cálculos, seria prudente assim como discorre CAPRA (2003), dar à população acesso a um processo
chamado Alfabetização Ecológica, o qual se baseia em dar ferramentas ao indivíduo a capacidade
de ler, interpretar e descrever o ambiente que o cerca com o objetivo de reduzir a compulsão
comportamental já citada, das pessoas em geral.

Agradecimentos
A Universidade Federal do ABC, por dispor de seu corpo docente altamente capacitado que
oportunizaram a realização deste artigo científico.

15
A professora e doutora Karina Lucas da Silva Brandão, por nos ensinar com admirável
domínio do assunto sobre as interações dos seres vivos com o meio em que estão inseridos.
E por fim, aos colegas que se disponibilizaram a contribuir e concluir esta pesquisa.

Contribuição dos autores


AJB escreveu o resumo em partes e o abstract por inteiro, escreveu a parte comportamental da
introdução, parte dos Material e Métodos, separou as respostas por cidade e criou as figuras de 8 a
12 com os dados coletados pelas perguntas do formulário, escreveu parte da discussão; MRG
pesquisou, formulou e escreveu o quadro e os gráficos em relação aos gastos públicos, parte dos
resultados obtidos e parcela da discussão; PHGA e EAS realizaram a dedução do cálculo estimativo
arbitrário e a aplicação teórica do que foi-se desenvolvido no centro da cidade de Santo André-SP;
além disso, PHGA foi o idealizador da problemática do artigo; CHFN, GGB e NGC revisaram e
corrigiram a ortografia de todo o documento, bem como ajudaram nas discussões sobre sua escrita;
NGC contribuiu com a ideia inicial ao delimitar as áreas que foram estudadas, criou o formulário
on-line e o divulgou, organizou e reviu toda a estrutura do artigo, escreveu os agradecimentos,
desenvolveu a pesquisa de campo escrevendo parte em "material e métodos" e "resultados", e
escreveu um pequeno trecho da introdução; ESG contribuiu no resumo e na introdução.

Bibliografia

Brasileiro Cresce em Altura nos últimos cem anos, mas ainda é ‘Baixinho”; Conheça o
Ranking Mundial. [s. L.], 26 jul. 2016. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-
36892772>. Acesso em: 10 nov. 2019.

BRASILEIRO MÉDIO NÃO ULTRAPASSA 1,70 M. Rio de Janeiro: Folha de São Paulo, 16 dez.
2004. Diária. Disponível em:
<https://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u103096.shtml>. Acesso em: 10 nov. 2019.

CAPRA, Fritjof. Alfabetização ecológica: o desafio para a educação do século 21. Meio ambiente
no século, v. 21, n. 21, p. 18-33, 2003. Disponível em:
<http://smeduquedecaxias.rj.gov.br/nead/Biblioteca/Formação%20Continuada/Educação
%20Ambiental/ALFABETIZAÇÃO%20ECOLÓGICA.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2019.

COMO DESCOBRIR o comprimento do seu passo. [S. l.], 21 nov. 2011. Disponível em:
https://www.ehow.com.br/descobrir-comprimento-passo-como_33483/. Acesso em: 11 nov. 2019.

16
COUTINHO VITCEL, Raísa et al. Chewing Duration Time Of Various Food Textures In Young
Adults. International Archives of Medicine, [S.l.], v. 10, feb. 2017. ISSN 1755-7682.Available at:
http://imedicalsociety.org/ojs/index.php/iam/article/view/2351. Acesso em: 17 nov. 2019. doi:
https://doi.org/10.3823/2312.

DESPESA MUNICIPAL: veja gasto público por cidade do brasil - são caetano do sul, SP. Deepask.
Disponível em: <http://www.deepask.com/goes?page=sao-caetano-do-sul/SP-Despesa-
orcamentaria:-Veja-o-gasto-publico-no-seu-municipio>. Acesso em: 15 nov. 2019.

FILHO, Toginho; PANTOJA, Zapparoli. Medição de comprimentos e erro experimental.


Catálogo de Experimentos do Laboratório Integrado de Física Geral, Londrina - PR, fevereiro 2012.
Disponível em: http://www.uel.br/pessoal/inocente/pages/arquivos/06-Medicao%20de
%20comprimentos%20e%20erro%20experimental.pdf. Acesso em: 11 nov. 2019.

FOXALL, Gordon R. et al. Consumer behavior analysis and social marketing: The case of
environmental conservation. Behavior and social issues, v. 15, n. 1, p. 101-125, 2006. Available
at:
<https://journals.uic.edu/ojs/index.php/bsi/article/view/338> . Acesso em: 13 nov. 2019.

GELLER, E. Scott. Applied behavior analysis and social marketing: An integration for
environmental preservation. Journal of social issues, v. 45, n. 1, p. 17-36, 1989. Available at:
<https://spssi.onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/j.1540-4560.1989.tb01531.x>. Acesso em:
13 nov. 2019.

IBGE. Diretoria de Pesquisas – DPE – Coordenação de População e Indicadores Sociais – COPIS.


Disponível em:<https://www.ibge.gov.br/estatistica/sociais/populacao/9103-estimativas-de-
populacao.html?=&t=resultados>. Acesso em: 15 nov. 2019.

LIMA, Karen Dutra Vila. Efeito de variáveis sociais do cenário de consumo no comportamento e
relato de descarte de lixo. 2008. 38 f. Dissertação (Mestrado em Ciências do Comportamento)-
Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em:
<https://repositorio.unb.br/handle/10482/7858>. Acesso em: 15 nov. 2019.

WINTER, D.A. Biomechanical motor patterns in normal walking. Journal of Motor Behavior,
v.15, n.4, p.302-30, 1983.

17
WISE, Jamie; HONGU, Kay. Pedometer and new technologies. University of Arizona; 2009.

18

Você também pode gostar