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RESUMO - Avaliação de Aprendizagem, Avaliação Institucional e

Responsabilidade Social

CAMARGO, R. B.; MINTO, César Augusto . 'Escola sem Partido?' Uma análise com
base na legislação e sob a ótica do financiamento. UNIVERSIDADE E SOCIEDADE
(BRASÍLIA), v. 64, p. 76-89, 2019.

Resumo elaborado por: Árvore

O presente artigo busca contribuir para a discussão do projeto de lei intitulado “escola
sem partido” analisando - como o próprio título sugere - aspectos relacionados a
legislação e a questão de financiamento educacional. Inicialmente os autores
introduzem os leitores aos eventos que culminaram na proposta de projeto de lei da
“escola sem partido”, perpassam pelas manifestações sociais ocorridas em 2013 e pelo
impeachment da presidenta Dilma Roussef. De acordo com os autores, os defensores
do projeto de lei acusam a escola de uma suposta doutrinação marxista e exigem,
portanto, neutralidade ideológica. Apresentando o outro lado, são apresentados pelos
autores os argumentos utilizados pelos opositores à “escola sem partido”, são citados
educadores, jornalistas, parlamentares, entre outros atores. Contrários a neutralidade
ideológica, os opositores ao projeto propõem a pluralidade ideológica. Os autores
indicam que os partidários do movimento “escola sem partido” questionam expressões
referentes ás questões de gênero, opções religiosas, concepções pedagógicas entre
outras, questionando e atacando um suposto papel que deveria ser desempenhado ou
não pela escola. Aproveitam ainda, para desequilibrar os papeis da família e da escola.
Apesar de todos as críticas e questionamentos sobre o sistema educacional, os autores
do artigo afirmam que, as soluções apresentadas pelos partidários da “escola sem
partido” para os supostos problemas educacionais demonstram desconhecimento sobre
o sistema educacional e ingenuidade nas soluções. Os autores analisam as questões
legislativas do projeto comparando-o com o que foi estabelecido pela constituição de
1988 e pela Lei de diretrizes e bases da Educação Nacional. Nessa comparação é
possível perceber que apesar de se pregar uma “educação para todos”, o projeto se
respalda em um cenário idealizado, que não corresponde à realidade brasileira, indo
assim, na contramão de uma escola para todos. Os autores realizam então uma discussão
sobre a distribuição de verbas e as relações entre as esferas públicas e privadas,
questionando assim, possíveis interesses (de determinadas classes sociais) que poderiam
ser atendidos, caso o projeto “escola sem partido” seja aceito. Citam e, levam os leitores
a se questionarem sobre os investimentos em “insumo educacionais”, “avaliações em
larga escala”, “compra de materiais didáticos”, etc. Questionam ainda, como o aceite ao
projeto, poderia levar a “taxas” que deveriam ser pagas para se cursar o ensino superior
“gratuito”. Concluem que o momento político e social, contribuiu para os que defendem
a ideologia por trás do projeto conseguissem se organizar, somado a isso, destacam o
fato de que muitos movimentos sociais recuaram diante de medidas adotadas pelo
governo Bolsonaro – Mourão. Indicando assim, um suposto anestesiamento da
sociedade. Concluem ainda, que do ponto de vista pedagógico, a proposta da “escola
sem partido” contribui para a manutenção do status quo, contrariando uma sociedade
democrática e pluralista.

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