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Este volume contém 12 estudos

individuais ou para grupos

J O H N

S T O T T

Estudos Bíblicos
1 TIMOTEO E TITO
Combatendo o Bom Combate

Jo h n S to tt com L in Jo h n so n

12 estudos comentados para aplicação


individual ou em grupo

Estudos Bíblicos
John Stott


1 Timóteo eTito© 2001 Editora Cultura Cristã. Originalmente publi­
cado em inglês com o título 1 Timothy & Titus (JSBS) de John R. W.
Stott. © 1998, John R. W. Stott. Traduzido e publicado com permissão
da InterVarsity Press P. O. Rox 1400 Downers Grove, IL 60515 USA.

Tradução:
Arlinda Madalena Torres Marra

Revisão:
David de Araújo
Arlinda Madalena Torres Marra

Editoração:
Gilson da Silva Oliveira Filho

Capa:
Criação: Roberta Polfos
Adaptação: José Carlos de Lazari

Publicação autorizada pelo Conselho Editorial:


Cláudio Marra (Presidente), Alex Barbosa Vieira,
Aproniano Wilson de Macedo, Fernando Hamilton Costa,
Mauro Meister, Ricardo Agreste, Sebastião Bucno Olinto.

€D ITO Rfl CULTURA CRISTÃ


Rua Miguel Teles Junior, 382/394 - Cambuci
01540-040 - São Paulo - SP - Brasil
C.Postal 15.136 - São Paulo - SP - 01599-970
Fone (0**11) 270-7099 - Fax (0**11) 279-1255
www.cep.org.br - cep@cep.org.br

Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas


Editor: Cláudio Antônio Batista Marra
r ^
índice
Apresentando 1 Timóteo e Tito........................................... 5

Sugestões para estudo individual..................................... 6

Sugestões para membro de um grupo de estudo......... 8

1) Verdadeiro ou Falso?
1 Timóteo 1.1-11...................................................................... 11

2) Crer e Viver
1 Timóteo 1.12-20.................................................................... 17

3) A Adoração e as Mulheres
1 Timóteo 2................................................................................ 21

4) Um Líder a Ser Seguido


1 Timóteo 3................................................................................ 27

5) Escolha Suas Armas


1 Timóteo 4.1-5.2..................................................................... 33

6) Cuidando das Viúvas


1 Timóteo 5.3-16...................................................................... 39

7) Mostrando Respeito
1 Timóteo 5.17-6.2.................................................................. 45
i
8) O Dinheiro Importa
1 Timóteo 6.3-21...................................................................... 51

9) Verdade na Igreja
Ttto 1...............................................................................................57
10) A Verdade em Casa
Tito 2....................................................................... .................... 61

11) A Verdade no Mundo


Tito 3.1-8.................................................................................... 67

12) Permanecendo Unidos


Tito 3.9-15............ ’..................................................................... 72

Orientações Para os Líderes.............................................. 77


Apresentando 1 Timóteo e Tito
Visite livrarias cristãs e você encontrará vários cartazes e
pôsteres que resumem a verdade bíblica em certas frases. Por
exemplo:
“ Verdade que não se traduz em vida é verdade morta.”
“A maior homenagem que podemos prestar à verdade é usá-la.”
Essas duas frases de autores anônimos são resumos corretos
das cartas de Paulo a Timóteo e Tito.
Essas cartas, juntamente com 2 Timóteo, são chamadas Cartas
Pastorais por se preocuparem com o cuidado pastoral e com a
supervisão do rebanho. Paulo aborda seis tópicos principais os
quais deseja ver Timóteo aplicando às igrejas.
• Como manter a doutrina preservada de ensino falsos.
• O papel da adoração pública. bem como os papeis de ho­
mens e mulheres que a dirigem.
• As condições para elegibilidade de pastores, presbíteros e
diáconos,
• Instruções para os lideres locais, especialmente os líderes
jovens.
• A responsabilidade social da igreja em relação a viúvas,
idosos e escravos.
• A atitude da igreja quanto a bens materiais.

Os três capítulos de Tito se referem às três principais áreas da


vida cristã, ou seja, a igreja, o lar e o mundo. Em todos eles Paulo
destaca a relação entre doutrina e dever, crença e comportamento.

C o n h e c e n d o T im ó teo
A maioria dos leitores acha Timóteo muito simpático. Temos a
impressão que, em toda sua fragilidade, ele é um de nós. Um halo
de santidade não ficaria bem na cabeça dele. Não; toda evidência
indica tratar-se de um ser humano real como nós, com todas as
doenças e fraquezas que isso acarreta. Para começar, ele era bas­
6 1 T im ó t e o e T ito

tante jovem quando Paulo escreveu essa carta (4.12) —na casa
dos 30, ainda dentro dos limites da “juventude”. Em segundo lu­
gar, ele era tímido, precisava de afirmação, estímulo e apoio (2
Tm 1.7). E terceiro, ele tinha problemas de saúde, sofrendo de
um problema constante no estômago (5.23).

C o n h e c e n d o T ito
Como Timóteo, Tito recebeu a incumbência de cuidar de igre­
jas para completar o que Paulo havia começado. Tito era um crente
gentio que Paulo havia levado a Jesus. Ele acompanhou o apósto­
lo nas viagens missionárias e investiu tempo trabalhando em
Corinto, enquanto Paulo estava em outra parte. Mais tarde, Paulo
o deixou na ilha de Creta, onde ele recebeu essa carta com
instruções específicas sobre a prática da verdade.
A breve carta de Paulo a Tito foi sempre um documento popu-r
lar entre os líderes cristãos que têm responsabilidade na igreja. E
que, embora essa carta tenha sido dirigida pessoalmente a Tito,
ela também contempla, além dele, as igrejas que ele supervisio­
nava. Não precisamos de muita imaginação para sentar ao lado de
Tito e ler a carta como se tivesse sido escrita para nós. Isto por­
que as orientações do apóstolo ao seu ajudante de confiança pos­
suem uma relevância extraordinária para nossos dias.

U m a m en sag em para N ós
Não permita que ninguém afirme que a Bíblia é ultrapassada.
Em 1556 Calvino chamou 1 Timóteo de “altamente relevante para
os nossos dias’’ (The Epistles o f Paul to Timothy & Titus [As
Epístolas de Paulo a Timóteo e Tito], p. 182). Mais de 400 anos
depois, podemos dizer o mesmo de 1 Timóteo e de Tito. Que o
estudo dessas cartas possa expandir a sua visão da Igreja e fazê-lo
crescer em maturidade espiritual.

S u g estõ es p a ra e stu d o in d iv id u al
1. Ao começar cada estudo, ore para que Deus lhe fale por
meio de sua palavra.
In t r ü d u ç ã o 7

2. Leia a introdução ao estudo e responda a pergunta que se


segue.
O objetivo dela é ajudá-lo’ a compreender o tema do estudo.
3. Os estudos estão escritos num formato indutivo desenvolvi­
do para ajudá-lo a descobrir por si mesmo o que a Escritura está
dizendo. Cada estudo lida com uma passagem específica de modo
que você pode mergulhar no que o autor quer dizer naquele con­
texto. Leia e releia a passagem a ser estudada. As perguntas estão
escritas a partir da tradução Almeida Revista e Atualizada, 2a edi­
ção, da Sociedade Bíblica do Brasil; por isso, ter esta versão vai
ajudá-lo.
4. Cada estudo inclui três tipos de perguntas. Perguntas de
observação questionam fatos básicos: que, o quê, quando, onde,
como. Perguntas de interpretação penetram no sentido da pas­
sagem. Perguntas de aplicação ( também encontradas na seção
“aplicação ") ajudam a descobrir as implicações do texto para
você crescer em Cristo. Essas três chaves abrem os tesouros da
Escritura.
Escreva suas respostas às perguntas nos espaços indicados ou
escreva num bloco à parte. Escrever pode ajudá-lo a esclarecer e
compreender mais profundamente você mesmo e a palavra de
Deus.
5. Nos estudos você vai encontrar algumas notas que comen­
tam as passagens preparadas para ajudá-lo no estudo de versículos
complicados, dando-lhe informações bíblicas e culturais adicio­
nais e informações sobre o contexto. As notas nos estudos não
foram preparadas para responder as perguntas por você, elas de­
vem ajudá-lo enquanto você aprende a estudar a Bíblia por si mes­
mo. Depois de haver estudado as perguntas e as notas deste livro
você poderá pesquisar mais lendo os comentários de John Stott,
da série A Bíblia Feda Hoje, publicados pela ABU.
6. Prossiga para a seção “Aplicação”. Estas perguntas vão ajudá-
lo a relacionar os temas bíblicos mais importantes à sua vida. Um
dos segredos para crescer em Cristo é praticar a aplicação.
7. Use as orientações na seção “Oração” para se concentrar em
8 1 T i m ó t e o e T ito

Deus, agradecendo-lhe pelo que você aprendeu e orando pelas


aplicações que lhe ocorrerem.
S u g estõ es p a ra m e m b r o de u m g ru p o de e s tu d o
1. Venha preparado para o estudo. Siga as sugestões para estu­
do individual mencionadas acima. Você vai descobrir que um pre­
paro bem cuidadoso valorizará muito o seu tempo passado na dis­
cussão com o grupo.
2. Mostre boa vontade para participar das discussões. O líder
do seu grupo não vai dar uma preleção. Em vez disso ele vai esti­
mular os membros do grupo a discutir o que aprenderam. O líder
vai fazer as perguntas que se encontram neste guia.
3. Não se afaste do tema em discussão. As suas respostas de­
vem ser baseadas nos versículos que são o centro da discussão e
não em autoridades externas, tais como comentários ou preletores.
Estes estudos se concentram numa passagem específica da Escri­
tura. Só raramente você deve mencionar outras partes da Bíblia.
Isso permite que todos participem no mesmo nível e que se possa
aprofundar o assunto.
4. Mostre sensibilidade em relação aos outros membros do gru­
po. Preste atenção enquanto eles contam o que aprenderam. Quem
sabe você vai ficar surpreso com as descobertas deles. Cada per­
gunta admite várias respostas. Muitas perguntas não têm uma res­
posta “certa”, especialmente perguntas que se referem a signifi­
cado ou aplicação. Essas perguntas nos forçam a pesquisar a pas­
sagem mais profundamente.
Quando for possível relacione o que você diz com comentári­
os de companheiros do grupo. Do mesmo modo, seja positivo
sempre que der. Isso vai estimular os membros do grupo mais
tímidos a participar.
5. Tome cuidado para não dominar a discussão. As vezes
estamos tão ansiosos para expressar nossos pensamentos que não
deixamos outros darem a sua resposta. Participe. Mas deixe ou­
tros participarem também.
6. Creia que Deus vai ensiná-lo por meio da passagem discuti­
da e por meio de outros membros do grupo. Ore pedindo uma
In t r u d u ç â o 9

reunião agradável e proveitosa, mas também que, como resultado


do estudo, vocês venham a descobrir modos de agir individual­
mente ou como um grupo. *
7. Seguir algumas orientações básicas será útil para o estudo
em grupo. Essas orientações, que você poderá adaptar para sua
situação, devem ser informadas ao grupo no começo da primeira
reunião:
□ Tudo o que se disser na reunião é considerado confidenci­
al e não será discutido fora do grupo a menos que haja autoriza­
ção específica para isso.
□ Daremos oportunidade para cada pessoa presente falar se
desejar.
□ Vamos falar a nosso respeito e sobre nossas experiências,
evitando mencionar outras pessoas, ausentes ou não.
□ Prestaremos atenção a quem estiver falando.
□ Pensaremos muito bem antes de dar conselhos.
8. Se você é o líder do grupo, consulte as sugestões adicionais
no final deste livro.
10 1 T im ó teo e T ito
1
VERDADEIRO OU FALSO?
1 Timóteo 1.1-11

verdade não é um bem valorizado atualmente. Por exem­

A plo, mentir para evitar embaraços ou para não magoar


alguém é algo que ocorre naturalmente para a maioria de
nós. A publicidade normalmente enganam para vender produtos
E poucas pessoas ensinam e praticam a verdade dos Dez Manda­
mentos, muito menos a Bíblia toda.
Mas a grande preocupação de Paulo em 1 1imóteo —bem como
nas outras cartas pastorais, Tito e 2 Timóteo —era com a verdade,
de modo que ela pudesse ser fielmente guardada e transmitida. A
relevância desse tema no início do século 21 é evidente. A cultu­
ra contemporânea foi tomada e submersa pelo espírito do pós-
modernismo, para o qual não existe verdade objetiva ou univer­
sal; que a chamada verdade é puramente subjetiva e condiciona­
da culturalmente; e que, portanto, cada um de nós tem sua verda­
de pessoal que deve ser respeitada tanto quanto a de qualquer
outra pessoa.
Em contraste a essa relativização da verdade, é animador ler a
clara dedicação de Paulo a ela.

A b ertu ra
■ Quando é difícil praticar a verdade de Deus em vez da
desonestidade c do engano?
12 1 T i m ó t e o e T ito

E stu d o
■ Leia 1 Timóteo 1.1,2. Paulo esperava brevemente visitar
r

Timóteo em Efeso e então assumiria a responsabilidade pelas igre­


jas. Mas parece que ele previa a possibilidade de ser retido e,
portanto, enviou essas instruções por escrito, de modo que, em
sua ausência, Timóteo soubesse conduzir os assuntos da igreja
(3.14.15; 4.13). Por isso, embora essa carta tenha sido dirigida a
Timóteo, não é uma correspondência privada.

1. O que aprendemos sobre Paulo nesses primeiros versículos?

2. O que Paulo quis dizer ao descrever Timóteo como seu “ver­


dadeiro filho na fé”?

3. O que Paulo ensinou a Timóteo sobre Deus nessa introdução?

Leia 1 Timóteo 1.3-7. O verbo que Paulo usou em 1.3 e 6.3


indica claramente que existe uma norma doutrinária da qual os
falsos mestres haviam se desviado. Ela é chamada de “ fé”, “a
verdade”, “a sã doutrina”, “o ensinamento” e “o bom depósito” .
Em cada uma dessas expressões o substantivo é precedido do ar­
tigo definido, indicando que já havia um conjunto de doutrinas
aceito como padrão pelo qual todos os ensinamentos podiam ser
testados e julgados. Esse conjunto era formado pelos ensinamentos
de Cristo e dos apóstolos.
V h r d a d e ir o o u F also 13

4. Quais falsos ensinamentos Paulo indicou para Timóteo?

5. O que os versículos 6 e 7 falam sobre a natureza e as conse­


qüências do falso ensinamento?

Nesses dias havia alguma literatura atraente circulando no


mundo judaico nas quais se reescreviam porções do Antigo Tes­
tamento com “aperfeiçoamentos” e acréscimos. Parece ser qua­
se certo que falsos ensinamentos forma primeiramente uma aber­
ração judaica (Tt 1.10). Seus autores faziam a lei do Antigo Tes­
tamento se encaixar em suas conjecturas. Para Paulo, tudo isso
revelava falta de seriedade.

6. Em contraste, o alvo do verdadeiro ensino é o amor. De que


modo a pureza, a consciência limpa e a fé se manifestam no amor?

7. De que modo podemos buscar esse alvo numa sociedade


caracterizada pelo vazio e falso ensinamento?
14 1 T im ó t e o e T it o

Resumo: Paulo traça um contraste duplo entre especulação e fé


na revelação de Deus, e entre controvérsia e amor de uns pelos
outros. Aqui estão dois testes práticos para se aplicar a todo
ensinamento. O primeiro é o teste da fé: esse ensino vem de Deus,
estando de acordo com a doutrina apostólica (podendo então ser
recebido pela fé), ou é um produto da fértil imaginação humana? O
segundo é o teste do amor: esse ensino promove unidade no corpo
de Cristo, ou, se não (já que a própria verdade pode produzir divi­
sões), ele divide de modo irresponsável? Fé significa o que rece­
bemos de Deus; amor significa que esse ensino edifica a igreja.

8. Leia 1 Timóteo 1.8-11. Em contraste com o falso ensinamento,


Paulo recomendou o uso correto da lei. Como?

9. Um dosA conjuntos de verdade absoluta são os Dez Manda-


mentos em Exodo 20.1 17. Os seis primeiros exemplos de trans­
gressão (“transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores,
ímpios e profanos”) referem-se claramente à nossa relação com
Deus, embora não correspondam necessariamente aos quatro pri­
meiros mandamentos. Qual é a relação entre os outros exemplos
e os mandamentos restantes?
Mandamento Transgressores

10. Por que é tão importante conservar a sã doutrina e rejeitar


falsos ensinamentos?
V e r d a d e ir o o u F also 15

Resumo: É particularmente digno de nota que pecados que vi­


olam a lei (como desobedecer os Dez Mandamentos) são também
contrários à sã doutrina dos evangelhos. Portanto, os padrões
morais do evangelho não diferem dos padrões morais da lei. Des­
ta forma, não devemos imaginar que, por havermos abraçado o
evangelho, nos é permitido quebrar a lei. Na verdade, fomos li­
bertados da condenação da lei, de modo que não estamos sob ela
nesse sentido. Mas Deus enviou seu Filho para morrer por nós e
agora põe dentro de nós seu Espírito, de modo que as justas exi­
gências da lei possam enfim ser satisfeitas em nós. Não há con­
tradição entre lei e evangelho nos padrões morais que ambos en­
sinam. A diferença está na forma de salvação, uma vez que a lei
condena, c o evangelho justifica.

A p licação
■ De quais falsos ensinamentos temos de nos guardar hoje?
Identifique vários exemplos específicos.

O que você pode fazer para d is tin g u ir m e lh o r o falso


ensinamento do verdadeiro e para seguir a verdade?

O ração
■ Peça a Deus discernimento para saber se são falsos ou
verdadeiros os ensinamentos que encontra, e força para seguir a
verdade.
16 1 T im óteo e T ito
2
CRER E VIVER
/ Tim óteo 1.12-20

u perdi vinte quilos com a dieta x, y, z!”

E “Agora tenho muito mais cabelo graças a esse tônico ca­


pilar milagroso!”
“Se entrar em nosso programa de exercícios, até o verão vai
ter um corpo como esse!”
Os anúncios e çomerciais oferecendo mudanças são difíceis dc
passar despercebidos. Muitas empresas vendem seus produtos e
serviços com anúncios mostrando as pessoas antes e depois. A
Bíblia também conta histórias de antes e depois. Na segunda me­
tade de 1 Timóteo 1, Paulo escreveu sobre si mesmo e o evange­
lho que lhe havia sido confiado. Ele contou de novo a história de
sua conversão e do seu chamado, colocando-a entre expressões
de louvor a Deus. Sua vida toda é permeada de agradecimentos,
não apenas por sua salvação, mas também pelo privilégio de ter
sido feito um apóstolo.

A b ertu ra
■ Descreva uma pessoa que você conhece, cuja vida tenha
mudado dramaticamente.

E stu d o
1. Leia 1 Timóteo 1.12-17. Descreva Paulo antes e depois de
ele se tornar um crente.
18 1 T im ó t e o e T ito

2. Pelo quê Paulo agradeceu a Deus? Por quê?

3. Paulo apresenta o primeiro de cinco “ fiel é a palavra'7 das


epístolas pastorais. Em cada ocorrência, os ditos são cheios de
conteúdo, quase proverbiais, talvez uma citação de um antigo hino
ou credo, e recebem de Paulo sua própria aprovação apostólica.
O primeiro “fiel é a palavra” apresenta um breve resumo do evan­
gelho. O que ele nos diz?

4. Por que Cristo foi misericordioso com Paulo?

5. De que m odo Paulo era um e xem p lo da “ c o m p le ta


longanimidade” de Jesus?

6. O que o cântico de louvor do v. 17 revela sobre o relaciona­


mento de Paulo com Deus?
Crere Viver 19
Resumo: Embora Paulo tenha sido um blasfemo e um violento
perseguidor, a graça de Cristo o cobriu. Ele recebeu misericórdia
em parte porque era ignorante em sua incredulidade e, em parte,
para mostrar às futuras gerações a completa longanimidade de
C risto . Foi essa e x p e riê n c ia da graça, da m is e ric ó rd ia e
longanimidade de Cristo que serviram de base ao entusiasmo
evangelístico de Paulo. Igualmente ninguém pode anunciar hoje
o evangelho com paixão e poder se não tiver tido com Cristo uma
experiência pessoal comparável a essa.

7. Leia 1 Timóteo 1. 18-20. Qual é o “bom combate" que Paulo


manda Timóteo lutar? (veja também 6.20)

8. Qual é a parte da fé e da boa consciência nesse combate?

9. Paulo observa que alguns crentes naufragaram na fé. Por


que isso ocorreria?

10. Paulo havia entregue Himeneu e Alexandre a Satanás, ex­


comungando-os. Como ele pode fazer isso?

Resumo: Crença e comportamento, convicção e consciência,


o intelectual e o moral, estão intimamente ligados. É porque a
verdade de Deus contém exigências éticas. Como Jesus disse: “Se
alguém quiser fazer a vontade dele, conhecerá a respeito da doutri-
20 1 T im ó t e o e T ito

na, se ela é de Deus ou se eu falo por mim mesmo” (Jo 7.17). Em


outras palavras, fazer é a chave para descobrir, obediência é a
chave para a certeza. Por outro lado, é quando a pessoa decide
viver em pecado que ela omite a verdade. Portanto, se ignoramos
a voz da consciência, permitindo que o pecado permaneça sem
confissão e, por isso, sem perdão, nossa fé não sobreviverá.

A p licação
□ Que tipo de exemplo você é para que outros creiam em
Cristo?

Em quais áreas você deve mudar para ser um exemplo melhor?

Que passos específicos você deve dar para evitar o naufrágio


de sua fé em Cristo?

O ração
□ Como Deus lhe mostrou misericórdia? Que diferença ela
fez em sua vida? Passe alguns minutos agradecendo a Deus por
sua misericórdia e pelos resultados.
3
A AD O RAÇÃO E AS MULHERES
1 Timóteo 2

ristãos vão à igreja por várias razões. Alguns por causa do

C sermão, outros para ver os amigos; alguns por dever ou


obrigação, outros por causa da música.
De acordo com Paulo, a principal razão para reuniões públicas
da igreja é a adoração a Deus. Quando não levamos o culto públi­
co a sério, somos menos que os cristãos totalmente bíblicos que
afirmamos ser. Como resultado disso, nossos cultos são desmaze­
lados, feitos apressadamente e sem cuidado, mecânicos e chatos
ou, numa tentativa de resolver isso, vão para o extremo oposto e
tornam-se repetitivos, sem reflexão e até mesmo sensacionalistas.
Paulo mencionou dois aspectos principais do culto na igreja
local, que dividem o capítulo em duas partes. Primeiro, ele trata
do alvo do culto e enfatiza a necessidade de consideração de to­
dos com o culto público (2.1-7); segundo, fala da condução do
culto e aborda a questão dos papéis de homens e de mulheres
nestes cultos (2.8-15).

A b ertu ra
■ Qual é o papel da adoração em sua vida espiritual?

E na vida de sua igreja?


22 1 T im ó t e o e T ito

E stu d o
H Nessa carta pastoral Paulo enxergou além de Timóteo, a
quem a carta foi dirigida, às igrejas locais que ele devia supervi­
sionar. A visão do apóstolo era organizar a vida da igreja por meio
de Timóteo. Ele começou com doutrina (cap. 1), insistindo que
Timóteo deveria opor-se ao falso ensinamento e deveria perma­
necer leal à fé apostólica. E continuou com a condução do culto
público. Leia Timóteo 2.1-7.

1. Quais tipos de oração o apóstolo menciona nessa passagem?

Quais são as diferenças entre eles?

2. Paulo iniciou suas instruções para o culto público falando


da oração, afirmando que ela é a primeira em importância. Por
que ela é tão importante?

3. O versículo 2 nos diz para orarmos “em favor dos reis e de


todos os que se acham investidos de autoridade”. Quem seriam
os equivalentes a essas pessoas em nosso país hoje?
A A doraçào e a s M ulheres 23

Por que você deve orar por elas?

A orientação de Paulo para orar por reis e por todos em posi­


ção de autoridade foi notável, já que não havia governante cristão
naquele tempo em qualquer lugar do mundo. O imperador roma­
no era Nero, cuja vaidade, crueldade e hostilidade à fé cristã eram
amplamente conhecidas. A perseguição da igreja, esporádica no
começo, tornou-se logo sistemática, e os cristãos se tornaram na­
turalmente apreensivos. Porém, eles podiam recorrer à oração.
Na verdade, a oração por países pagãos e por seus líderes já pos­
suía um precedente no Antigo Testamento (Jr 29.7; Ez 6.10).

4. Ao relacionar oração e salvação, quais aspectos da salvação


Paulo destaca nos versículos 3-7?

5. Como podemos evitar os extremos do elitismo (poucos se­


rão salvos) e do universalismo (todos serão salvos) ao tratar de
evangelização e salvação?

6. De que modo a verdade afirmada nos versículos 5 e 6 sobre


Jesus é desafiada atualmente?
24 1 T im ó t e o e T ito

Resumo: A primeira metade desse capítulo começa e termina


com uma referência à responsabilidade mundial da igreja. A igre­
ja local tem uma missão global. De acordo com o primeiro
versículo, a igreja deve orar por todas as pessoas; o sétimo nos
diz que se deve proclamar a verdade a todos os povos, todas as
nações. Mas como se espera que a igreja inclua o mundo inteiro
em seu testemunho e intercessão? Não seria essa perspectiva ar­
rogante, presunçosa e até imperialista? Não! A preocupação uni­
versal da igreja decorre da preocupação universal de Deus. E por­
que há um Deus e um mediador que todas as pessoas devem ser
incluídas nas orações e na proclamação da Igreja. O desejo de
Deus e a morte de Cristo são para todos; portanto, a tarefa da
igreja se refere a todos, buscando alcançá-los com oração sincera
e testemunho urgente.
Paulo mudou da prioridade e do alvo das orações de uma igre­
ja local para os respectivos papéis e para a conduta apropriada de
homens e mulheres quando a igreja se reúne em adoração. Leia 1
Timóteo 2.8-15.
O versículo 15 é bastante ambíguo, mas pode ser melhor en­
tendido como “a mulher será preservada (salva) através de sua
missão de mãe”, referindo-se a Cristo. Neste mesmo capítulo,
Jesus identificado como “o único mediador”, que é claro tornou-
se humano por ter “nascido de uma mulher” . (Gl 3.16)

7. Essa passagem tem sido interpretada de diversos modos e


tem causado inúmeras discussões sobre os papéis de homens e de
mulheres na igreja. Uma regra de interpretação é fazer distinção
entre princípios ou instruções universais e as expressões cultu­
rais deles. Examinando os versículos 8 a 15 a partir dessa pers­
pectiva, identifique as instruções universais, expressões culturais
da época e expressões culturais contemporâneas.1

1N.T.: É instrutivo observar que nos v. 13 e 14 Paulo usa um argumento de fora de


sua cultura para apoiar a posição de autoridade do homem na igreja. Portanto, essa
não é uma questão cultural.
A A d o r a ç à o e as M ulheres 25

Instrução Na época Hoje


Universal

v. 8 _______________________________

vs. 9, 10

vs. 11-15

8. Por que Paulo fala de ira e animosidade em relação à oração?

9. De que modo as razões bíblicas citadas por Paulo apóiam e


explicam sua terceira instrução?

R esum o: Como os homens deviam orar com santidade, sem


ira nem animosidade, mas não necessariamente levantar as mãos
ao fazê-lo; e como as mulheres deveriam enfeitar-se com modés­
tia, decência e boas obras, mas não necessariamente abster-se de
usar cabeleira frisada, ouro ou pérolas; assim as mulheres deveri­
am submeter-se à liderança (cuidado responsável) dos maridos e
não tentar reverter os papéis sexuais, mas não necessariamente
deveriam deixar de ensinar homens. Se certos papéis não são para
as mulheres, e mesmo se elas são tentadas a ressentir-se disso,
ninguém deve esquecer o que todos devemos a uma mulher. Se
Maria não houvesse dado à luz ao bebê Jesus, não teria existido
salvação para ninguém.
26 1 T im ó t k o e T ito

A p lic a ç ã o
O O que você pode fazer para ampliar o alcance de suas ora­
ções?

De que modo o fato de Deus se agradar com a salvação das


pessoas afetará seus relacionamentos esta semana?

Se Paulo estivesse escrevendo esta carta para a sua igreja, o


que ele diria sobre os papéis dos homens e das mulheres?

O ração
O Peça que Deus lhe conceda oportunidades de testemunhar
sobre ele nesta semana e a coragem falar quando as oportunida­
des vierem.
4
UM LÍDER A SER SEGUIDO
1 Timóteo 3

44Pastor Fulano afastado da sua igreja por causa de adultério. ”


“Pastor Beltrano desvia R$ 70.000,00 da igreja. ”

uando o pecado ético ou moral de um pastor vem a

Q público, torna-se notícia não apenas local, mas às ve­


zes até nacionalmente, dependendo de quão famosa é
a pessoa. Os descrentes são informados e condenam o Cris
mo e a Igreja pelos líderes. De vários modos, a saúde e a reputa­
ção da Igreja dependem amplamente da qualidade, da fidelidade
e do ensino dos seus ministros. Por isso, nesse capítulo Paulo
aborda a supervisão pastoral da igreja e as qualificações exigidas
de pastores e diáconos.

A b ertu ra
■ Quais qualificações você precisou para seu emprego atual
ou anterior?

E studo
1. Leia 1 Timóteo 3.1-7. Esta passagem começa com o segun­
do “fiel é a palavra” das cartas pastorais, concentrando-se no
supervisor, também chamado de pastor ou presbítero. Por que a
supervisão é uma “excelente obra”?
28 1 T i m ó t e o e T ito

. 2. Paulo relaciona um conjunto de qualificações do pastor. Com


essa lista, prepare um questionário para entregar a um pastor ou
presbítero em potencial. Inclua uma definição ou descrição de
cada qualificação, bem como um exemplo.

3. Observe essas qualificações, analisando quais são os aspec­


tos do caráter e quais são as habilidades. Observe por que cada
uma é importante para o líder.
Qualidade do caráter Habilidades Importância

Resumo: Observe que essas dez qualificações dos pastores pri­


meiramente concentram-se em qualidades de caráter e conduta, não
em atribuições específicas. Porque enfatizam o caráter, podem fun­
cionar como padrão também para outras posições de liderança.
Leia 1 Timóteo 3.8-13. Uma vez que a palavra grega para
diácono significa “o que serve as mesas”, e o correspondente ver­
bal significa “envolver-se em serviço de caráter social,” supõe-se
que os diáconos devam dedicar-se a manter o bom andamento da
Um L íd e r a S e r S e g u id o 29

igreja e a ministrar aos necessitados. À luz das qualificações aqui


relacionadas, porém, é melhor pensar nos diáconos como aqueles
que dão assistência aos supervisores em seu ministério.

4. A partir dessa relação de qualificações para os diáconos,


prepare um segundo questionário para ser aplicado a candidatos
potenciais a esse ofício. Inclua uma definição ou descrição de
cada qualificação, bem como um exemplo.

Revendo as qualificações de presbíteros e diáconos, torna-se


claro que elas são muito parecidas. Há um conjunto central de
qualidades cristãs que todos os líderes deveriam exibir. Colocan­
do as listas lado a lado, observamos que há cinco áreas principais
a serem investigadas: pessoal, família, tratamento dos fora e a fé.

5. O versículo 11 começa literalmente com “da mesma sorte,


quanto a mulheres.” Os comentaristas não são unânimes quanto a
serem elas esposas de diáconos ou diaconisas, já que ambas in­
terpretações são possíveis. Que traços de caráter Paulo afirma que
elas devem possuir?

6. Descreva a recompensa por servir bem como diácono. (v. 13)


30 1 T i m ó t e o e T ito

Na sociedade grega, o diácono prestava serviços inferiores, o


que não era considerado tão digno numa cultura que valorizava,
em vez disso, a autoridade. Mas Jesus inverteu essa avaliação.
“Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura,
não é quem está à mesa? Pois, no meio de vós, eu sou como quem
serve” (Lc 22.27). E “O próprio Filho do homem não veio para
ser servido, mas para servir” (Mc 10.45). Foi desse ensinamento
e exemplo de Jesus que derivou o chamamento geral para todos
os seus seguidores.
Depois das qualificações para o pastorado, Paulo trata da igre­
ja onde o pastor serve. Porque a natureza do ministério é determi­
nada pela natureza da igreja. Leia 1 Timóteo 3.14-16.

7. Como você resume o propósito de Paulo ao escrever essa


carta?

8. De que modo Paulo descreveu a igreja?

O que cada descrição transmite sobre ela?


U m L íd e r a S e r S e g u i d o 31

9. No versículo 16, Paulo descreve Cristo com uma série de


afirmações. O que elas ensinam a respeito dele?

10. De que forma essas declarações se apóiam umas sobre as


outras?

Resum o: A perspectiva de Paulo neste capítulo é considerar


os pastores, presbíteros e os diáconos à luz da igreja a qual foram
chamados para servir e considerar a igreja à luz da verdade que
ela é chamada a confessar. Um dos caminhos mais seguros para a
reforma e a renovação da Igreja é recuperar a sua identidade es­
sencial como “casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna
e baluarte da verdade” , (v. 15)

A p licação
■ Pense a respeito da liderança que você hoje exerce (por
exemplo, pai ou mãe, supervisor, encarregado). Você está à altura
das qualificações enumeradas neste capítulo?
32 1 T im ó t e o e T ito

Quais qualificações você deseja cultivar ou aprofundar em sua


vida, e que passos específicos você vai dar nesse sentido?

Compare a lista de qualificações escrita por Paulo com a lista


que sua igreja adota (confira na constituição - ou estatuto - da
sua igreja). Se elas não conferem, o que você pode fazer para
encorajar sua liderança a promover as mudanças necessárias?

De que modo destacar a descrição de Cristo no versículo 16 o


ajuda a conduzir-se como Deus deseja?

O ração
O Peça que Deus cultive em sua vida as qualificações de li­
derança mencionadas por Paulo.
5
ESCOLHA SU AS ARM AS
/ Timóteo 4 .1 — 5.2

erdadeiro ou falso? Deus continua adicionando livros às

V Escrituras ainda hoje.

Verdadeiro ou falso? Um pastor que exerce controle exa­


gerado sobre os membros de sua igreja é um líder de seita.
O falso ensinamento assume muitas formas. As vezes, é fácil
para os crentes detectá-lo; outras vezes, é tào sutil que o aceita­
mos sem nos dar conta de que o fizemos. Qualquer que seja o
caso, o falso ensinamento pode destruir pessoas e igrejas. Por isso,
Paulo alertou e aconselhou Timóteo acerca dos falsos mestres e
suas mentiras. Neste capítulo, ele inicia explicando como detec­
tar e denunciar o falso ensinamento; depois, mostra de que modo
o ensino verdadeiro podia ser recomendado e apoiado apesar da
juventude de Timóteo.

A b ertu ra
B Qual foi o melhor conselho que você já recebeu, e como
ele o ajudou?

E s tu d o
1. Leia 1 Timóteo 4.1-5. Quais critérios para identificar os fal­
sos mestres Paulo apresenta nessa mensagem?
34 1 T im ó t e o e T ito

2. A declaração chave nesse parágrafo é que, apesar do papel


da igreja como guardiã da verdade, “alguns apostatarão da fé.” A
palavra apostatar (abandonar) foi usada na tradução grega do
Antigo Testamento para referir-se à infidelidade de Israel a Deus.
Por que as pessoas abandonam a sua fé em Deus?

3. Quais falsos mestres de nossa época os versículos 1-3 des­


crevem?

4. Por que a gratidão a Deus pelo que ele nos concedeu é im­
portante na luta contra o falso ensinamento?

Por essa razão, devemos estar determinados a reconhecer to­


das as dádivas do Criador: a glória do céu e da terra, das monta­
nhas, rios e mares, da floresta e das flores, dos pássaros, feras e
borboletas e do intrincado equilíbrio ecológico. Nós celebramos
os privilégios exclusivos de nossa humanidade (racional, moral,
social e espiritual), tal como fomos criados à imagem de Deus e
designados seus gerentes; as alegrias do matrimônio, sexo, crian­
ças, paternidade e vida familiar, bem como de nossa família mai­
or e de nossos amigos. Apreciamos o ritmo do trabalho e do des­
canso, do trabalho diário como um meio de cooperarmos com Deus
e servir o bem comum, e do Dia do Senhor, quando trocamos o
trabalho pela adoração; as bênçãos da paz, da liberdade e de um
E sco lhas S uas A rmas 35

bom governo, da comida e bebida, vestimenta e abrigo; e de nossa


criatividade humana expressa•*
em música, literatura, pintura, es-
cultura e drama, e na habilidade e força exibidas nos esportes.

5. Leia 1 Timóteo 4.6-10. Qual é a nossa melhor defesa contra


os falsos ensinamentos? Por quê?

6. Como você definiria piedade?

Dê alguns exemplos de como isso pode ser visto no dia-a-dia?

Como então podemos nos exercitar para sermos piedosos? Que


ginástica espiritual precisa ser feita? Paulo não fornece detalhes.
Mas o contexto e particularmente o paralelo entre alimentação e
exercício sugerem que devemos nos exercitar do mesmo modo como
nos alimentamos, isto é, na Palavra de Deus. Com certeza, é uma
antiga tradição cristã que a meditação disciplinada nas Escrituras é
indispensável à saúde espiritual e ao crescimento na piedade.

7. O versículo 9 apresenta o terceiro “ fiel é a Palavra” das car­


tas pastorais. De que modo a verdade dessa afirmação nos ajuda a
combater o falso ensinamento?
36 1 T i m ó t e o e T ito

Resumo: Revendo a primeira metade desse versículo, podemos


agora reunir os dois testes que Paulo apresentou a Timóteo e que
ainda podem ser aplicados ao ensino duvidoso. O teste teológico é
a doutrina da criação: esse ensinamento honra a Deus como cria­
dor e doador de todas as coisas? O segundo teste é ético e relacio­
na-se com a prioridade da piedade: esse ensinamento honra a Deus
levando-nos a adorá-lo? Não precisamos hesitar mas receber qual­
quer ensinamento que glorifique a Deus e promova a piedade.

8. Leia 1 Timóteo 4. J 1-5.2. Timóteo havia sido chamado para


a liderança cristã ainda jovem. Sua responsabilidade de “ordenar
e ensinar” corria o risco de ser minada por sua juventude e por
evidências de que seu ministério estava sendo rejeitado. Como
Paulo o instruía a viver de modo que os outros iriam respeitá-lo?

9. Quando você é tentado a “negligenciar o dom que tem”?

10. No versículo 16, Paulo escreve: “Tem cuidado de ti mesmo


e da doutrina”. Qual é a importância de as palavras “ti mesmo' e
“doutrina” aparecerem nessa ordem?

Resumo: Há muita sabedoria prática nessa passagem para quem


foi chamado para a liderança cristã e especialmente para jovens
que receberam responsabilidade para a qual parecem novos de­
mais. Se observarem o conselho de Paulo a Timóteo, não serão
desprezados por outros que, em vez disso, receberão seu ministé­
rio com alegria e gratidão.
E sco lh a s S uas A rm as 37

A p licação
■ O que você está fazendo de prático para se exercitar na
piedade dc modo a nào ceder ao falso ensinamento?

Que tipo de exemplo você é, pelos critérios do versículo 12?

Qual qualidade você precisa cultivar mais, e como vai fazer


isso nesta semana?

O ração
■ Que progresso espiritual as pessoas viram em você nos
últimos meses? Passe alguns minutos agradecendo a Deus pelo
crescimento que tem lhe proporcionado e pedindo-lhe ajuda para
ser cada vez mais piedoso.
38 1 T imóteo e Trro
6
CUIDANDO DAS V IÚ V A S
1 Timóteo 5.3-16

ara alguns, “a igreja devia pregar o evangelho e não se en­

P volver em programas sociais”. Para outros, “a igreja tem a


responsabilidade bíblica de ajudar as pessoas tanto quanto
de testemunhar para elas". Além desses extremos há alguma
posições intermediárias. Mas o tema quente que é a assistência
social não é algo novo na igreja. Paulo tratou dela em sua primei­
ra carta a Timóteo.
Logo após haver
r
mencionado homens_
e mulheres mais jovens
nas igrejas de Efeso (5.1,2), e como Timóteo devia relacionar-se
com eles, no trecho compreendido entre 5.3 -6.2 vemos Paulo men­
cionando três outros grupos - viúvas, idosos e escravos - e indi­
cando quais são as responsabilidades da igreja em relação a eles.
Este estudo se concentra nas viúvas.

A b ertu ra
■ Quanto a igreja deveria se envolver em ação social como
ajudar os sem teto providenciando-lhes abrigo e alimento? Por quê?

E stu d o
■ As Escrituras têm muito a dizer a respeito de viúvas e as
h o n ra de um m odo que a m a io r ia das c u lt u r a s não faz.
Freqüentemente, uma mulher casada é definida apenas em rela­
ção a seu marido. Então, se este morre, ela perde não apenas seu
esposo mas também toda a sua importância social. Mas, nas Es­
crituras, viúvas, órfãos e desamparados são valorizados pelo que
40 1 T i m ó t e o e T ito

são individualmente e se diz que eles merecem honra, proteção e


cuidados especiais. Por toda a Bíblia exige-se justiça e amor em
favor deles. Deus é descrito como sendo o “Pai dos órfãos e juiz
das viúvas” (Sl 68.5); e está escrito que ele “faz justiça ao órfão e
à viúva” (Dt 10.18). Porque Deus é assim, assim deve ser seu povo.

1. Leia 1 Timóteo 5.3-8. O que qualifica uma viúva como ne­


cessitada e, assim, faz com que mereça o apoio da igreja?

Obviamente, a igreja devia estar sustentando viúvas cujas fa­


mílias as poderiam amparar. A provisão legal de um dote no casa­
mento fornecido pelo pai da noiva dava segurança financeira à
viúva. Ela poderia ser mantida por seu filho ou por seu pai com
os recursos do dote. Nesse caso, a viúva não precisava da ajuda
da igreja, uma vez que a sua própria família tinha a obrigação
legal e moral de sustentá-la.

2. De que modo podemos “honrar” (v. 3) as viúvas na igreja


hoje?

Por que nós devemos fazer isso?


C u id a n d o das V iúvas 41

3. Quando uma viúva “se entrega aos prazeres” o que seu modo
de viver diz a respeito dela?

4. De que modo ter cuidado com a sua família, inclusive viú­


vas, constitui um testemunho para os outros?

- \

Aqui está um assunto de importância considerável hoje. A


medida que melhora o cuidado médico aos idosos, a média de
idade da população vai subindo. Há muito mais idosos hoje do
que antigamente. Clínicas geriátricas, abrigos e hospitais estão
cheios. É bom que a igreja e o governo cuidem disso, mas isto
não é bom quando significa que os idosos estão sendo abandona­
dos pelos seus próprios familiares. O versículo 8 nos diz que é
r

um dever cristão fundamental sustentar os pais. E a pura garantia


bíblica de uma política de seguro de vida.
O enfoque no versículo 3-8 foi a manutenção financeira das
viúvas, que é primeiramente dever dos familiares e torna-se de­
ver da igreja apenas se a viúva não tem parentes. Os versículos 9­
16 apresentam novas preocupações.

5. Leia 1 Timóteo 5.9-16. De acordo com essa passagem, a


Igreja primitiva possuía um registro ou lista das viúvas. Qual era
o propósito dessa lista?
42 1 T im ó t e o e T ito

6. O que se exigia para uma viúva ser incluída naquela lista?

Por que cada exigência era importante?

7. Por que viúvas mais novas ficavam de fora da lista?

Em vez disso, o que as viúvas mais novas deveriam fazer?

Dois princípios duradouros de bem estar social emergem des­


sas instruções. O primeiro é o princípio da discriminação. Não
deveria haver doações generalizadas para todas as viúvas, inde­
pendentemente das condições delas. Em vez disso, os recursos da
igreja destinados à ação social deveriam ser limitados àquelas que
realmente necessitavam. Em segundo lugar vem o princípio da
dignidade. Os que são capazes devem servir aos outros. As viú­
vas (como outras em situação similar, como mães solteiras, mu­
C uid ando das V iúvas 43

lheres divorciadas ou vítimas de abuso sexual) deveriam ter a


oportunidade tanto de receber de acordo com as suas necessida­
des quanto dar de acordo co’m as suas habilidades.

8. Quais passos e qualificações esboçados aqui nos ensinam


sobre princípios gerais quanto à ajuda que deve ser oferecida a
pessoas carentes?

A p licação
■ Como sua atitude em relação às viúvas e aos viúvos e ou­
tros em situação similar se compara com a de Paulo?

De que modo a sua igreja cuida dos membros carentes?

O que você pode fazer para ajudar?

O ração
■ Peça a Deus que o dirija a ajudar viúvas e outros que pre­
cisam da sua ajuda. Peça-lhe que o ajude a separar tempo e outros
recursos necessários para fazer isso.
44 1. T i m ó t e o e T ito
7
MOSTRANDO RESPEITO
1 Timóteo 5.17 — 6.2

s vezes dizemos (ou pensamos) que os obreiros cristãos

A precisam apenas da aprovação do Sumo Pastor, e não de


líderes humanos. Mas Paulo tinha uma opinião diferente.
É que os seres humanos têm propensão para o desencorajamen
e precisam de estímulo.
Nessa seção, Paulo se dirige aos que merecem respeito. Não é
surpresa que líderes cristãos sejam incluídos aqui, mas então Paulo
nos faz um desafio: ele afirma que os donos de escravos eram
“dignos de toda honra.” Quando um ser humano torna-se à força
propriedade de outro, isso é fundamentalmente corrosivo para a
sua humanidade. Então, como se pode honrar donos de escravos?

A b ertu ra
■ Como você se sente ao saber que alguém o respeita?

E quando alguém não o respeita?


46 1 T im ó t e o e T ito

E s tu d o
D Após discorrer sobre o cuidado das viiivas, Paulo se volta
para o modo de a igreja tratar presbíteros e pastores2. Tendo de­
clarado que a liderança pastoral é “excelente obra” (3.1) e depois
de apresentar uma lista das qualificações necessárias (3.2-12) ele
passa a abordar outras questões práticas.

1. Leia 1 Timóteo 5.17-20. Qual é a responsabilidade da igreja


em relação aos presbíteros?

2. No versículo 18, de que modo Paulo enfatiza seu argumento


na defesa dos presbíteros?

3. De acordo com os versículos 19 e 20, de que modo a igreja


deve lidar com as acusações contra presbíteros? (Veja também Dt
19.15)

4. O que esse procedimento vai fazer à fofoca?

2No Novo Testamento, presbíteros, pastores e bispos são nomes de funções dife­
rentes dos líderes de cada igreja local. Veja, por ex: Atos 20.17, 28 e 1 Pedro 5.1,
2. Há uma referência em 1 Timóteo 5.17 a presbíteros que presidem (obviamente
outros não o fazem) e presbíteros que ensinam (é igualmente óbvio do texto que
nem todos o fazem). Mas o pastoreio e a supervisão cabem a todos os presbíteros.
M o s t r a n d o R e s p e it o 47

R esum o: O primeiro assunto que Paulo abordou em relação


aos presbíteros foi a apreciação financeira. O reconhecimento pode
muito apropriadamente assumir uma forma palpável, monetária.
Presbíteros conscienciosos deveriam receber respeito e remune­
ração, honra e honorário. O segundo assunto foi a justiça na dis­
ciplina. Ele disse a Timóteo para não ouvir acusações frívolas
bem como não se recusar a lidar seriamente com situações sérias.

5. Leia 1 Timóteo 5.21-25. Paulo agora dirige uma exortação a


Timóteo. Contra quais perigos o versículo 21 aconselha Timóteo
guardar-se?

6. No versículo 22 é mais provável que Paulo se refira à orde­


nação que ocorria mediante a imposição de mãos do presbitério
(1 Tm 4.14; 2 Tm 1.6). Por que era necessário que Paulo desta­
casse isso?

7. Qual seria o objeto da instrução do versículo 23?

Os versículos 24 e 25 desenvolvem a ênfase de Paulo na ne­


cessidade de cuidado e fornecem razão adicional para se evitar
precipitação: os seres humanos são com freqüência diferentes do
que parecem à primeira vista. Podem parecer num primeiro contato
piores ou melhores do que na realidade são, porque seu lado bom
ou mal pode demorar um pouco para vir à tona. Por isso, Timóteo
precisaria de discernimento.
48 1 T im ó te o e T ito

8. Como uma dessas instruções se aplica à posição de Timóteo


como pastor?

9. Que impacto os pecados ou as boas ações produzem nos


outros?

Resumo: Aqui estão cinco qualidades que são necessárias aos


líderes cristãos para lidar com pessoas por quem são responsá­
veis: apreciação (elogiar realização notável), justiça (não ouvir
acusações infundadas), imparcialidade (evitar favoritismo), cui­
dado (não tomar decisões precipitadas) e discernimento (olhar
além da aparência externa). Quando estes princípios estão ope­
rando, equívocos serão evitados, a igreja será preservada em paz
e amor e o nome de Deus será protegido da desonra.
Após fornecer a Timóteo instruções sobre como lidar com viú­
vas e com presbíteros, Paulo aborda uma terceira relação social,
o comportamento dos escravos em relação a seu senhor.

10. Leia 1 Timóteo 6.1,2. Como os escravos cristãos deviam


enxergar seus senhores? Por quê?

11. Por que os cristãos deveriam trabalhar com mais dedicação


para outros crentes?
M o s t r a n d o R espeito 49

R esu m o : Cada ser humano é digno de honra, mesmo os pa­


gãos que eram donos de escravos, porque foram criados à ima­
gem de Deus. Uma vez que percebemos o valor intrínseco do
ser humano devido à criação e portanto os reconheçamos dig­
nos de honra, todos os nossos relacionamentos serão enriqueci­
dos e enobrecidos.

A p licação
■ O seu pastor tem sido bem cuidado quanto a respeito, sa­
lário e justiça ao ser acusado?

O que você pode fazer para melhorar a situação em cada área?

Quando é que você acha difícil respeitar a quem Deus disse


que você deve respeitar?

Como você pode superar essas barreiras para obedecer as


instruções de Deus?

O ração
■ Peça a Deus que o ajude a respeitar aos outros, especial­
mente seus pastores e patrões.
50 1 T im ó te o e T rro
8
O DINHEIRO IM PORTA
1 Tim óteo 6.3-21

inheiro. Favorece o pecado. Afasta o reino de Deus. Ali­

D menta debates. Separa crentes. Alguns grupos cristãos pre­


gam um estilo de vida simples, com poucas proprieda­
des, enquanto outros proclamam que Deus nos quer ricos e que o
sucesso é medido pela prosperidade. Embora os cristãos adotem
posturas diferentes quanto ao dinheiro e sobre quanto devamos
acumular, a tendência atual é de ter mais, e não menos.
Cerca de um bilhão de pessoas no mundo são carentes, sem o
mínimo necessário para a sua sobrevivência, enquanto uma pe­
quena minoria vive em luxo contrastante. A disparidade não é
nova; a igreja primitiva enfrentou o mesmo problema. Por isso,
Paulo abordou essa questão antes de encerrar a carta a Timóteo.

A b ertu ra
■ Que evidências de amor pelo dinheiro podem ser vistas entre
os crentes hoje (entre os que têm e entre os que não têm dinheiro)?

E stu d o
1. Leia 1 Timóteo 6.3-5. Em contraste às “sãs palavras", quais
características e motivos dos falsos mestres Paulo destaca nesses
versículos?
52 1 T im ó t e o e T ito

2. Quais são os efeilos dos falsos ensinamentos deles?

Resumo: Olhando esses versículos, observamos que Paulo nos


deu três testes práticos para avaliação de qualquer ensinamento.
Podemos colocá-lo em forma de perguntas: esse ensinamento é
compatível com a fé apostólica, isto é, com o Novo Testamento?
Ele tende a unir ou a dividir a igreja? E ele promove piedade com
contentamento ou promove a cobiça?

3. Leia 1 Timóteo 6.6-10. A palavra que Paulo emprega para


contentamento era usada normalmente pelos estóicos para refe­
rir-se a uma auto-suficiência totalmente das circunstâncias. O
contentamento cristão também não depende de coisas externas.
Como a piedade com o contentamento pode ser lucro?

4. Como Paulo argumenta em favor do contentamento e contra


a cobiça? .

5. Qual deve ser a nossa atitude em relação a coisas materiais?

6. Que preço as pessoas pagam pelo seu amor pelo dinheiro?


O D inheiro I m p o r i a 53

R esum o: A ênfase de Paulo é clara, ou seja, a cobiça é um mal


autodestrutivo ao passo que a simplicidade e o contentamento são
virtudes belas e cristãs. Ou’ seja, ele não é a favor da pobreza
contra a riqueza, mas a favor do contentamento contra a cobiça.
Paulo apresentou o apelo seguinte, que é dirigido ao próprio
Timóteo, em termos fortes. Paulo ainda não se dirigiu a ele usan­
do seu nome como fez no versículo 20. Em vez disso, usou o
título de honra, “ hom em de D e u s ’\ C om o tal, T im ó teo foi
deliberadamente contrastado com os falsos mestres, que eram mais
homens do mundo do que homens de Deus.

7. Leia 1 Timóteo 6.11-16. O que Paulo disse que Timóteo deve­


ria fazer para combater a cobiça? Dê um exemplo de cada ação.
Instrução Exemplo

8. O que você aprende sobre Deus com os argumentos que Paulo


usa ao insistir que Timóteo obedeça suas ordens?

Resumo: Era muito natural para Paulo, ao escrever sobre Deus.


iniciar uma doxologia. quer louvasse a Deus por sua misericórdia
(como em 1.17) quer o bendissesse por seu poder (como aqui). Era
na presença desse Deus, e em antecipação à aparição de Cristo que
Paulo apela a Timóteo. Ainda hoje, a presença de Deus e a mani­
festação de Cristo são dois grandes incentivos para a fidelidade.

9. Leia 1 Timóteo 6.1 7-19. Após mudar de assunto (vs. 11-16),


Paulo volta a falar em dinheiro. Quais são os perigos da riqueza?
54 1 T im ó t e o e T it o

10. Quais obrigações procedem de se ter riqueza?

Resumo: Olhando os dois parágrafos sobre dinheiro, a equili­


brada sabedoria do apóstolo torna-se aparente. Contra o materia-
lismo (obsessão por posses materiais) ele propõe um estilo sim­
ples de vida. Contra ascetismo (repúdio de tudo que é material)
ele propõe gratidão pela criação de Deus. Contra a cobiça (desejo
de possuir mais) ele apresenta o contentamento com o que temos.
Contra o egoísmo (acúmulo de bens para nós mesmos) e apresen­
ta a generosidade em imitação a Deus. Simplicidade, gratidão,
contentamento e generosidade constituem um balanço saudável
para a vida cristã.

11 . Leia 1 Timóteo 6.20,21. Qual foi o apelo final de Paulo a


Timóteo?

Por que ele encerrou desse modo?

Resumo: Na oração final, “A graça seja convosco,” Paulo em­


prega o plural. Ele contemplava além de Timóteo, como fez em
toda a carta, as congregações que seu discípulo supervisionava.
Com suas próprias forças elas não conseguiriam rejeitar o erro e
lutar em favor da verdade, fugir do mal e alcançar a piedade, re­
O D in h k ir o I m p o r t a 55

nunciar à cobiça e cultivar o contentamento e a generosidade, e


permanecer fiéis até o fim nesses deveres cristãos. Só a graça di­
vina poderia sustentá-los. Por isso, ao concluir a carta, como no
início, o apóstolo desejou para eles acima de tudo mais uma ex­
periência com a graça sustentadora e transformadora de Deus.

A p licação
■ Que passos práticos você pode dar para fugir do materia-
lismo e seguir a piedade?

De que modo você pode usar os recursos que Deus lhe deu -
tanto faz o quanto —para fazer boas obras?

O ração
■ Peça a Deus que o ajude a ser um bom mordomo dos re­
cursos que ele lhe confiou.
56 1. T i m ó t e o e T ito
9
VERDADE NA IGREJA
Tito 1

nganadores, tagarelas, especuladores, geradores de divi­


sões e mentirosos hipócritas encontravam-se entre os fal­
sos mestres que influenciavam a igreja. Paulo ficava pro­
fundamente perturbado com a possibilidade de o falso ensinamento
prevalecer. Hle menciona isso em todas as suas cartas.
Mas o apóstolo recusava-se a desistir desta luta. Não permane­
cia omisso nem silencioso por achar que cada um tem direito à
sua opinião. E também não se separava da igreja por supor que
ela não tinha conserto. E qual foi a sua estratégia ao lutar o bom
combate da fé? Foi esta: quando aumentam os falsos mestres, pre­
cisam os de mais mestres da verdade. Tito deveria designar
presbíteros em cada cidade, pessoas que se apegariam à palavra
fiel, a ensinariam fielmente e refutariam quem a contradissesse.

A b ertu ra
■ Numa escala de 1 a 10, (10 é o máximo) que nota a sua
igreja, grupo pequeno, classe de Escola Dominical ou grupo de
comunhão tirariam na prática da Palavra de Deus? Por que?

E stu d o
■ Como Timóteo, Tito foi encarregado de cuidar das igrejas,
para terminar o que Paulo havia iniciado. Após acompanhá-lo nas
viagens missionárias, Paulo deixou Tito na ilha de Creta com
instruções para completar aquilo que havia ficado incompleto.
58 1 T im ó t e o E T n o
1. Leia Tito 1.1-4. O que a apresentação de Paulo sobre si
mesmo nos revela a seu respeito?

2. Descreva a “verdade segundo a piedade”, (v. 1)

Leia Tito 1.5-9. Para ter certeza de que a verdade de Deus con­
tinuaria em Creta, Paulo disse a Tito que constituísse presbíteros
em cada cidade e descreveu o perfil a ser selecionado. Embora as
qualificações aqui apresentadas sejam iguais às de 1 Timóteo 3, a
ênfase aqui é o caráter irrepreensível como exigência primordial
para o pastorado. Isso não quer dizer que os candidatos devessem
ser perfeitos, o que ninguém é. A palavra grega usada significa
“sem culpa” ou “sem ter do que ser acusado”.

3. Paulo enfatizou que os presb ítero s d everiam ser


irrepreensíveis em algumas áreas. Quais são?

4. Por que o ser irrepreensível é tão importante para os líderes


da igreja?

5. Quais qualidades positivas dos presbíteros são destacadas?

6. Quais funções ou responsabilidades dos presbíteros Paulo


menciona?
V e r d a d e n a Ig r e ja 59

Nenhuma dessas responsabilidades será cumprida a menos que


os pastores se mantenham apegados à palavra fiel “que é segundo
a doutrina” . Essa é a verdade que agora encontramos no Novo
Testamento.

7. Leia Tito 1.10-16. Após apresentar um retrato ideal dos ver­


dadeiros presbíteros, por contraste Paulo descreve os falsos mes­
tres em Creta. Como ele fez isso?

8. Que tipo de influência têm os falsos mestres?

Os antigos pais da igreja identificaram o autor da frase do


versículo 12 como tendo sido Epimênides, mestre cretensc do
sexto século a.C., honrado por seus compatriotas como profeta e
operador de milagres. Sua tríplice avaliação dos cretenses não
era elogiosa, mas parece ter havido confirmação disso. Quando à
reputação de mentirosos, os gregos cunharam o verbo mentir e o
substantivo falsidade. Quanto a serem feras terríveis, o próprio
Epimênides foi mais longe ao dizer que a ausência de animais
selvagens em Creta era suprida por seus habitantes ( Thomas Oden,
First <£ Second Timothy and Titus —John Knox, 1989, p. 61).

9. Como Paulo diz a Tito para lidar com os falsos mestres? Por
quê?
60 1 T im ó t e o e T it o

10. De acordo com o versículo 16, como se pode saber que


alguém realmente conhece a Deus?

Resumo: Revendo esse capítulo no contexto da igreja contem­


porânea, há duas grandes lições a ser aprendidas. Primeiro, deve­
mos adotar a estratégia de Paulo no combate ao falso ensinamento.
Quando o número de falsos mestres aumenta, devemos multipli­
car o número de mestres da verdade. Segundo, devemos manter o
elevado nível de exigência de Paulo para os pastores, em particu­
lar o caráter irrepreensível. A igreja será muito mais saudável se
exigirmos isso.

A p lic a ç ã o
H Classifique-se de acordo com os padrões para a liderança
encontrados nesse capítulo. Você é irrepreensível em sua vida fa­
miliar, caráter, conduta e doutrina? Em quais áreas você precisa
melhorar?

Que passos específicos você vai dar esta semana para tornar-
se irrepreensível em uma desses áreas?

O ração
■ O versículo 16 diz que os falsos mestres professam conhe­
cer a Deus mas o negam em suas obras. Pense nisso diante do
Senhor. Peça-lhe que mostre como esse pode ser o seu caso.
10
A VERDADE EM C A SA
Tito 2

orque eu estou mandando” pode ter funcionado como in­

P centivo para fazermos alguma coisa quando éramos crian­


ças que aceitavam o que nossos pais diziam. Mas, ao che­
gar à adolescência, não era mais razão suficiente para mudarmo
o comportamento. Queríamos saber por que e precisávamos de
maior incentivo.
Racionais como somos, não só precisamos saber o modo de
nos comportarmos como cristãos, mas também o por quê. Com
certeza precisamos de instruções quanto ao tipo de pessoas que
precisamos ser, mas também precisamos de incentivos. Portanto,
como é o comportamento cristão? E por que ele é assim? Essas
são questões inter-relacionadas e Tito 2 aborda esse tema duplo.

A b ertu ra
■ O que o motiva a mudar o seu comportamento? Por quê?

E stu d o
■ Leia Tito 2.1-10. Depois de referir-se às atividades dos fal­
sos mestres, Paulo se volta para as responsabilidades de Tito como
mestre da verdade. De fato, as palavras iniciais do capítulo 2,
“Tu, porém”, destacam o papel distinto de Tito em relação a eles.
Neste caso, Tito deveria comportar-se de modo inteiramente di­
62 1 T im ó t e o e T ito

ferente. Os falsos mestres professavam conhecer a Deus mas o


negavam, por suas obras (1.16). Eles falharam em praticar o que
pregavam. Em Tito, porém, não deveria haver nenhuma dicotomia
em seu ensinamento entre crença e comportamento. “Tu porém,'”
escreveu Paulo, “fala o que convém à sã doutrina”, (v. 1)

1. Paulo deu instruções específicas para cinco grupos de pes­


soas, além de Tito. Aliste cada grupo e anote ao lado o que Tito
deveria lhes ensinar.
Grupo Ensinamento

(v-2)______________________________________________________

(vs. 3, 4)___________ ______________________

(vs. 4, 5)

(v. 6)

(vs. 7, 8)

(vs. 9, 10)

2. Quais instruções foram dadas especificamente para Tito?

Nós humanos parecemos ser naturalmente imitadores. Preci­


samos de modelos. Eles nos proporcionam direção, desafio e ins­
piração. Paulo prontamente apresentou-se às igrejas, como após­
tolo, para servir de modelo. “Sede meus imitadores, como tam­
bém eu sou de Cristo” (1 Co 11.1). Paulo esperava que Timóteo e
Tito servissem de modelo para as igrejas seguirem.
A V e r d a d e em C asa 63

3. Por que Paulo deu todas essas instruções?

Nesses versículos que falam do comportamento de diferentes


grupos cristãos, Paulo destacou três vezes sua preocupação com
o impacto do comportamento dos crentes sobre os não-cristãos.
Ele se refere à doutrina cristã como doutrina da salvação. Portan­
to, ou não fornecemos evidências da salvação e comprometemos
o evangelho, ou damos uma boa evidência da salvação, vivendo
realmente como salvos em Cristo. Nossa vida pode adornar ou
desacreditar o evangelho.

4. De que modo podemos atrair descrentes para o evangelho e


para o nosso Salvador pelo modo como vivemos?

5. O que seu modo de viver diz a respeito da sua fé?

6. Leia Tito 2. 11-15. Paulo passa do dever para a doutrina. Seu


método usual era começar com a doutrina e então, com um forte
“portanto”, tratar de implicações éticas. Mas aqui essa ordem foi
invertida. Paulo começou com as implicações éticas e, com um
sonoro “porque”, lançou a base doutrinária. Descreva a doutrina
destacada aqui.
64 1 T IMÓTEO E T ITO

7. Qual comportamento Paulo espera como efeito dessa dou­


trina?

8. Para você, qual é a motivação para uma vida piedosa?

De que modo isso pode nos estimular hoje?

9. Por que ensinar a verdade é tão importante?

10.O que Paulo ordenou a Tito? Por quê?

A plicação
D Encontre nos versículos 1-10 o grupo a que você perten­
ce (pense em escravos como empregados). Que qualidades você
precisa desenvolver?
A V ERDADE EM C ASA 65
Como você pode começar a desenvolver uma delas nesta se­
mana?

Como você pode ajudar um cristão mais velho ou mais novo


esta semana?

O ração
■ Peça que Deus lhe mostre meios específicos de tornar o
evangelho atraente para descrever e para ajudar cristãos mais ve­
lhos ou mais novos esta semana.
66 1. T j m o i t . o b T t t o
11
A VERDADE NO MUNDO
Tito 3.1-8

“A igreja está cheia de hipócritas. ”


“Os cristãos não são diferentes de nós. Então, p o r que
vou ser uni d eles? ”

í estão duas das maiores desculpas que as pessoas usam

A para rejeitar o Cristianismo. Infelizmente, nosso compor­


tamento como cristãos às vezes dá aos incrédulos moti­
vos para ignorar a salvação que Deus oferece. Paulo lidou com
esse problema o capítulo 3 de Tito. Depois de orientar Tito sobre
doutrina e deveres na igreja (capítulo 1) e no lar (capítulo 2), ele
passa a desenvolver o mesmo tema em relação ao mundo (capítu­
lo 3). Desse modo, o apóstolo passa dos círculos menores do lar e
da igreja para o círculo mais amplo da sociedade secular.

A b ertu ra
■ Se alguém o seguisse por uma semana, como essa pessoa
descreveria sua relação com o mundo?

E stu d o
■ Leia Tito 3.1,2. Paulo inicia essa seção dizendo a Tito
que lembrasse às pessoas coisas que elas já sabiam, mas aparen­
temente esqueceram - seu relacionamento social com o mundo.
As igrejas já haviam ouvido isso. Mas há muitos avisos nas Es­
crituras contra o perigo do esquecimento e muitas promessas
para os que se lembram.
68 1 T im ó t e o e T ito

1. De que modo devemos nos relacionar com governantes e


outros em posição de autoridade? Dê um exemplo de cada
instrução.

2. Paulo passa de nossa responsabilidade com os líderes da


comunidade para nosso dever para com todos na comunidade. E
como devemos nos relacionar com os descrentes? Dê um exem­
plo de cada ação, a partir do modelo abaixo:
Ação Exemplo
Não difamem (v.2) Não espalhe que o se chefe está
tendo um caso só porque ele foi
almoçar com uma colega.

3. Por que essas instruções são importantes?

Resum o: A ênfase em “toda boa obra” (v. 1) não apenas es­


clarece a nossa responsabilidade para com o governo, mas tam ­
bém a limita. Não podemos cooperar com o governo se ele foge
ao dever dado por Deus e se opõe ao bem, em vez de recompensá-
lo e promovê-lo.
A V er dade no M undo 69
4. Leia Tito 3.3-8. De que modo é descrita a pessoa que não
conhece a Cristo?

Paulo apresenta uma descrição condensada mas abrangente da


salvação. Os versículos 4 -7 são uma única longa sentença que ele
deve ter emprestado de um antigo credo cristão. A sentença toda
gira em torno do verbo principal “ele nos salvou” (vs. 5). Essa é
talvez a declaração mais completa sobre a salvação do Novo Tes­
tamento. Atualmente, sempre que a salvação é mencionada em uma
conversa, a reação das pessoas é previsível. Vão corar, franzir o
cenho, sorrir ou gargalhar, como se isso fosse uma boa piada. As­
sim o diabo, cuja ambição é destruir e não salvar, consegue tornar
trivial a questão mais séria que poderíamos fazer para alguém. Pois
o Cristianismo é, em sua essência, uma religião de salvação.

5. Por que Deus precisou providenciar a salvação para nós?

6. Segundo esses versículos, como ele nos salvou?

7. Nesses versículos, Paulo apresenta as razões teológicas para


os crentes terem consciência social e portarem-se de modo res­
ponsável na vida pública. A única razão para nos atrevermos a
instruir outros quanto à ética social é que nós sabemos como nós
mesmos já fomos. Por que é importante lembrar-se disso?
70 1 T im ó t e o e T it o

8. O versículo 8 começa com o quarto “fiel é a palavra" de 1 e


2 Timóteo e Tito. Qual palavra fiel é dita aí?

Por que isso é significativo?

9. De que modo outros poderão saber que somos salvos?

Resumo: Veja como essa apresentação da salvação é equili­


brada e completa. Aqui estão as três pessoas da Trindade garan­
tindo a nossa salvação: o amor de Deus Pai, que tomou a iniciati­
va; a morte de Deus Filho, em quem a graça e a misericórdia de
Deus se manifestaram; e o trabalho interior do Espírito Santo,
pelo qual somos renascidos e renovados. Há também aqui os três
tempos da salvação. O passado é justificação e regeneração. O
presente é uma vida nova de boas obras no poder do Espírito. O
futuro é a herança de vida eterna que um dia será nossa.

A p lic a ç ã o
■ Como você vive fielmente as instruções dos versículos 1 e
2 quanto a sua relação com as autoridades governamentais e os
não crentes em geral?
A V erda de no M undo 71

Você pode ser ainda descrito por qualquer das ações do


versículo 4? Sc pode, o que você vai fazer esta semana para mu­
dar esse comportamento?

Que evidências da salvação outros podem ver em seu modo de


vida e em suas motivações?

O ração
■ Agradeça a Deus por sua graça salvadora e peça-lhe ajuda
para viver a sua salvação de modo a atrair pessoas para ele.
12
PERMANECENDO UNIDOS
Tito 3.9-15

avi e sua esposa discordavam de quase tudo que a igreja

D fazia. Quando a comissão de educação apresentou um


novo programa para as crianças, eles se opuseram, acu­
sando líderes de ministérios de ignorar a ajuda que eles ofer
am como professores.
Quando seu entendimento do que deveria ser o culto contradi­
zia a comissão de culto, eles reclamavam para todo mundo. Quan­
do não eram convidados para posições de liderança, resmunga­
vam para quem quisesse ouvir. Logo, outras famílias estavam
convencidas de que o pastor e os presbíteros estavam saindo da
linha, e a igreja ficava dividida em muitos assuntos.
Esse problema não é novo. Aliás, Paulo o mencionou no final
da carta a Tito.

A b ertu ra
■ De que modo você reage a pessoas que provocam divi­
são? Por quê?

E s tu d o
■ Até o capítulo 3, Paulo fez três coisas. Primeiro, disse a
Tito para relembrar os crentes do dever de serem cidadãos cons­
cientes e viverem vidas coerentes em paz, cortesia e gentileza.
Eles haviam sido chamados para isso. qualquer que fosse seu
PliR M A N EC E N D O U N ID O S 73

caráter nacional ou seu temperamento individual. Segundo, Pau­


lo elaborou a doutrina da salvação e assim forneceu a Tito base
para confiança de que as pessoas sob seus cuidados poderiam ser
mudadas para viver a nova vida a que eram chamadas.
Paulo encerra essa carta com uma série de mensagens mistura­
das com instruções a Tito sobre vários assuntos.

1. Leia Tito 3.9-15. Após dizer a Tito para destacar a verdade


da salvação (v. 8), o apóstolo lhe disse para evitar outras coisas.
Que erros Paulo disse que deveriam ser evitados? Dê um exem­
plo de cada um.

2. Por que é importante evitá-los?

3. Paulo deu instruções específicas quanto à pessoa que provo­


ca divisões. Defina e descreva tal pessoa.

4. Como devemos tratar os que provocam divisões? Por quê?


74 1 T im ó t e o e T it o

5. Como Paulo desejava que Tito o ajudasse? (vs. 12-15)

6. Que indicações essas instruções dão sobre o relacionamento


deles? .

Encerrando essa carta, Paulo cita algumas pessoas pelo nome.


r m f r

Nada sabemos sobre Artemas. Tíquico viria da Asia, talvez Efeso,


como Trófimo, com quem se relacionava no trabalho. Ele era um
dos que haviam sido escolhidos para levar a oferta aos pobres em
Jerusalém. Paulo o chama de “irmão amado e fiel ministro do
Senhor” (Ef 6.21) e evidentemente confiava muito nele, tendo-o
enviado a Colossos, talvez portando uma carta com notícias para
r

as igrejas. Mais tarde, Paulo o enviou de Roma a Efeso para que


Timóteo pudesse deixar o trabalho e visitar o apóstolo.
Nada sabemos de Zenas, exceto que Paulo o chama de “ intér­
prete da lei” . Apoio deve ser o mesmo erudito e eloqüente
alexandrino, “poderoso nas Escrituras” (At 18.24), que havia exer­
cido um bom ministério em Corinto. Parece que Paulo confiou a
esses dois homens o dever de levar a carta a 'fito, em Creta.

7. Por que os crentes devem aprender a dedicar-se às boas obras?

8. Por que Paulo enfatizou “quantos nos amam na fé”?


P e r m a n e c e n d o U nidos 75
9. Qual é o contraste entre as ações que Paulo encoraja aqui c
as que ele condena nos versículos 9-11?

10. Qual é a relação entre a graça de Deus na salvação e em


nossas boas obras?

R esum o: Após estudar os três capítulos dessa pequena carta,


podemos achar que “doutrina e dever” seria um bom título para
ela. Porque na igreja (cap. 1) os líderes cristãos, ao contrário
dos falsos mestres, devem comunicar a fc apostólica e praticar o
que pregam. No lar (cap. 2), os membros da família devem cum­
prir suas diferentes funções nesta era presente, motivados pela
aparição passada e futura de Cristo. E, no mundo (cap. 3), a
cidadania cristã consciente deve ser um transbordar espontâneo
da grande salvação que Deus - Pai, Filho e Espírito Santo -
conquistou para nós.
Desse modo, a doutrina inspira o dever e o dever adorna a dou­
trina. Doutrina e dever são casados e não podem ser separados.

A p licação
■ Como você pode evitar tornar-se uma pessoa que provoca
divisões?
76 1 T im ó t e o e T ito

Faça uma avaliação de si mesmo quanto às boas obras. De que


modos você pode ter uma vida mais produtiva?

Paulo escreveu a Timóteo e a Tito para encorajá-los e instruí-


los. A quem você pode escrever esta semana para estimular à prá­
tica da verdade?

Qual é a verdade mais importante que você aprendeu da carta


a Fito? Por quê?

O ração
B Ore para que as suas atividades e as suas ações tragam
unidade, e não divisão, à igreja. Peça a Deus que o ajude a conti­
nuar vivendo as verdades que você aprendeu neste capítulo.
Orientações para os líderes
A minha graça te basta (2Co 12.9).
Se conduzir um estudo bíblico é uma experiência nova para
você, não se preocupe. Estes estudos foram preparados para se­
rem conduzidos facilmente. Na verdade, o fluxo das perguntas
através das passagens a partir da observação, para a interpretação
e até a aplicação é tão natural que você vai achar que os estudos
se conduzem sozinhos.
Você não tem que ser um perito na Bíblia nem um professor
experiente para dirigir um grupo de discussão. A idéia por trás
destes estudos indutivos é que o líder conduz os participantes para
que eles descubram por si mesmos o que a Bíblia diz. Esse méto­
do de aprendizagem vai ajudar os participantes a se lembrarem
do que foi estudado muito mais do que se ouvissem uma palestra.
Este guia de estudos é flexível. Você pode usá-lo com diferen­
tes grupos — estudantes, colegas de trabalho, vizinhos ou grupos
da igreja. A duração de cada estudo é de 45 a 60 minutos.
/

E preciso conhecer algumas informações importantes sobre di­


nâmicas de grupo e dicussões. As sugestões abaixo vão ajudar você
a desempenhar o seu papel de líder de modo eficaz e agradável.

A p re p a ra ç ã o do estudo
1. Peça a Deus que o ajude a compreender e aplicar a passa­
gem em sua própria vida. Se isso não acontecer você não será
capaz de ajudar outros. Ore pelos vários membros do grupo. Peça
que Deus abra os seus corações para a Palavra e os motive a agir.
2. Leia a introdução de cada guia de estudos para ter uma visão
do livro bíblico e dos temas que serão estudados.
3. Ao começar cada estudo, leia e releia a passagem a ser estu­
dada para se familiarizar com ela.
4. Estes estudos são baseados na tradução Almeida Revista e
Atualizada da Sociedade Bíblica do Brasil.
5. Avalie cuidadosamente cada pergunta do estudo. Reflita e
medite ao avaliar como respondê-la.
78 1 T im ó teo e T ito

6. Escreva suas idéias e respostas no espaço disponível no guia


de estudos. Isso vai ajudá-lo a expressar claramente o seu enten­
dimento da passagem.
7. Procure obter uma cópia dos comentários da série A Bíblia
Fala Hoje, de John Stott. Eles complementam as notas destes guias
de estudo. O comentário é dividido em breves unidades de modo
que você pode com facilidade ler o material para cada semana.
Isso vai ajudá-lo a responder perguntas difíceis sobre passagens e
seu contexto.
Ter um dicionário bíblico à mão também vai ajudar. Procure
nele palavras, nomes ou lugares desconhecidos.
8. Leve a Aplicação de cada estudo a sério. Medite a respeito
de como aplicar a Escritura à sua vida. Lembre que o grupo vai
segui-lo no modo de reagir aos estudos. Ninguém vai se aprofundar
mais do que você.

A d i r e ç ã o d o e s tu d o
1. Comece na hora certa. Ore e peça que o Senhor ajude o gru­
po a compreender e aplicar a passagem.
2. Cada participante deve ter o seu guia de estudo. Encorage
cada um a se preparar para as discussões lendo a introdução ao
guia de estudo e examinando as perguntas do estudo.
3. No início da primeira reunião explique que esses são estu­
dos com discussões e não com palestras. Estimule os membros
do grupo para que participem. Mas não pressione os que se mos­
trarem tímidos nos primeiros momentos.
4. Peça que um dos participantes leia a introdução no começo
da discussão.
5. Todos os estudos começam com uma pergunta de abertura
que deve ser feita antes da leitura da passagem. Essas perguntas
são elaboradas para estabelecer a ligação entre a introdução e o
tema do estudo e para estimular os participantes a se abrirem.
Procure encorajar tantos quantos possível a participar e mante­
nha a discussão com suas intervenções.
O r ie n t a ç õ e s P a r a o s L íd e r e s 79

Perguntas de abertura podem revelar pensamentos e sentimen­


tos que devem ser transformados pela Escritura. E por isso que é
importante não ler a passagem antes de ser feita a pergunta de
abertura. A passagem poderá levar as pessoas a alterar a resposta
que dariam para conformá-la à Bíblia.
6. Peça que um dos participantes leia em voz alta a passagem a
ser estudada.
7. Ao fazer as perguntas do estudo lembre-se de que elas fo­
ram planejadas para serem usadas como foram escritas. Você po­
derá lê-las em voz alta ou dizê-las em suas próprias palavras.
Às vezes poderá ser conveniente desviar-se do guia de estu­
dos. Por exemplo, uma pergunta poderá ter já sido respondida.
Nesse caso, passe para a pergunta seguinte. Ou alguém poderá
levantar uma pergunta importante não prevista no guia. Apresen­
te a pergunta ao grupo mas evite a dispersão do objetivo.
8. Evite responder as suas próprias perguntas. Se necessário
repita ou reformule-as até que sejam compreendidas claramen-
le. Você poderá também referir-se ao comentário do guia ou da
série que foi indicada para esclarecer o contexto ou significado
sem responder a pergunta. Mesmo um grupo envolvido e parti­
cipante rapidamente se torna silencioso e passivo se percebe que
o líder fala demais.
9. Não tenha medo do silêncio. As pessoas às vezes precisam
de tempo para pensar na pergunta antes de formular as respostas.
10. Não se satisfaça com apenas uma resposta. Pergunte: “O
que os outros pensam?” ou “ Alguma outra idéia?”, até que várias
pessoas tenham respondido a pergunta.
11. Seja receptivo para com todas as contribuições. Seja posi­
tivo sempre que possível. Se a contribuição estiver claramente
fora do assunto pergunte: “Qual versículo o levou a essa conclu­
são?” ou “ O que os outros pensam a respeito?” .
12. Não espere que todas as perguntas sejam feitas para você,
embora isso possa acontecer no começo. A medida em que os
participantes ficam mais à vontade eles passam a interagir mais
uns com os outros. Isso é sinal de discussão sadia.
80 1 T i m ó t e o e T ito

13. Não tenha medo de controvérsias. Elas podem ser muito


estimulantes. Não fique frustrado se não conseguir resolver cada
assunto completamente. Vá em frente e deixe o assunto para de­
pois. Um estudo posterior poderá resolver o problema.
1 4 . Faça resumos periódicos do que o grupo disse sobre a pas­
sagem. Isso ajuda a reunir as diversas idéias mencionadas e dar
continuidade ao estudo. Mas não pregue.
1 5 . Encerre o estudo com a Aplicação. Depois conduza um
momento de oração aproveitando as sugestões de temas do es­
tudo. Peça que Deus o ajude em relação aos compromissos que
você assumiu.
1 6 . Termine a reunião na hora marcada.
ESTV /DE AS ESC R.1TI/RAS
COM J O H N STOTT
V iv e m o s N u m a C u l t u r a P a r a a Q u a l as C r e n ç a s e P r e fe r ê n c ia s
de cada pessoa são autoridade final. O firme
compromisso de Paulo com a igreja com o pilar e
fundam ento da verdade se coloca contra essa tendência.
As cartas a Timóteo e Tito nos convocam para que
restabeleçamos as crenças centrais da fé cristã e
afirmemos nossas convicções acerca do evangelho.
A prioridade de Paulo nessas cartas é certificar-se de
que o evangelho está sendo guardado fielmente e
transmitido à próxima geração. Por meio destes
estudos nós seremos desafiados a continuar o bom
combate, arm ados com a verdade.

John Stott é um dos mais am ados mestres da Bíblia em


todo o m undo. Nesse guia de estudo você poderá
pesquisar as Escrituras lado a lado com ele,
enriquecendo as suas descobertas com a experiência
acum ulada por Stott em anos de ded ica ção
à Palavra de Deus.

Estudos Bíblicos John Stott


Atos: O Espírito em Ação - 1 8 estudos
As Bem-Aventuranças: Q ualidades que Deus Valoriza - 8 estudos
Efésios: Nova Sociedade em Cristo - 12 estudos
Romanos: O Poder do Evangelho - 2 0 estudos
1 & 2 Tessalonicenses: O Fim dos Tempos - 10 estudos
1 Timóteo & Tito: O Bom Com bate - 12 estudos
2 Timóteo: Firmes na Verdade - 8 estudos
Gálatas: Vida Pela G raça - 1 2 estudos

cD iT O ftn ctiiTUftn c r i s t a
Rua Miguel Teles Júnior, 382/394 - Cambuci
01540-040 - São Paulo - SP - Brasil
C.Postal 1 5 .1 3 6 - Sâo P a u lo - S P -0 1 5 9 9 970
Fone <0*‘ 11) 270-7099 - Fax (0**11) 279-1255
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