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ANÁLISE

2º ANO | 2º SEMESTRE

“Criação”, Hayden
“Vortex Temporum”,

Grisey – um dos compositores da escola espectral (no início não gostavam desta
catalogação, mas Michael Nevinas e Tristan Muray assumiram essa designação).
Assumiram esta escola para fazer frente ao serialismo (Boulez) e à escola de Darmstad.

L’Ircam: escola com meios para desenvolver a música electro acústica. Messian
adorava Boulez mas era mais parecido com esta corrente (no século XX tínhamos a
escola serial, Boulez, etc...). Quem lhes fazia mais oposição era a Escola do Teatro
Musical (Schoenberg com o Pierrot Lunair, ou seja, Berlim, que sempre teve uma
escola experimental, antes e depois do muro. O ensemble que o executou foi o
“Pierrot Players”. Não era costume ensembles pré existentes tocarem música
contemporânea.

FUX – Tratado de Contraponto Renascentista. O aluno faz perguntas e o professor


responde. Está escrito de forma didática. Já no Fux está escrito “se quiserdes lucros
financeiros, desisti desta área” (relacionado com a organização de ensembles com o
propósito de tocar música contemporânea). Está sempre em diálogo. Cimenta as ideias
de forma diferente. Alfreed Man analisa e comenta todo o livro.

HARMONIA NA ESCOLA ESPECTRAL


- Série de Sons
- Timbres

ENVELOPE DO SOM
A – ataque (piano vs cordas)
D – decay (cordas e sopros conseguem alimentar o som)
S – sustain (pode ser confundido com decay)
R – release (o que fica – um som sem release é um som artificial ao qual se segue um
silêncio ensurdecedor).

Espectro é diferente de Série Natural. A música espectral não trabalha exclusivamente


a série dos harmónicos mas um conjunto de princípios. Se um instrumento está
construído de acordo com os princípios naturais do som, não há razão para se
construir matematicamente a música. Temos sempre o confronto entre o abstracto
(matemático) com o que é natural (espectral). Há sempre som, mas este pode ser
construído segundo a natureza ou abstraído dessa natureza (como se estivesse a negá-
la). Há algum problema nisso?? Não.

Exemplos: Um petroleiro deitar petróleo no mar é ecologia na verdadeira concepção


da palavra uma vez que ecologia se define com a interacção do homem com a
natureza. Em música não há nenhum problema em haver esta interacção (exemplo:
pôr um cluster em cima de um acorde limpinho) e nesta medida pode-se falar em
música ecológica.
Pina Baush – coreógrafa.
Coreografias sobre o desconforto. Manifestações artísticas sobre os problemas. Não
são um grupo de totós a olhar embevecidos para a natureza mas por outro lado o
conceito de tensão/ relaxe; harmonia/ desarmonia, não deve ser negligenciado porque
também faz parte.
Boulez – tudo era estrutural. Um contrabaixo era sempre um ronco e ao colocar esse
ronco no n.º 3 só porque sai na série, isso é ser totó; se tiver consciência disso e se for
interessante, ótimo.
O mesmo com o exemplo dos harmónicos do clarinete. Se o compositor escreve dois
harmónicos só para surpreender pelo som limpinho, é parvoíce porque para se ouvir
os harmónicos, ouve-se as entranhsa do músico também. Mas se o compositor tiver
consciência do que está a pedir e ainda assim o quiser e se for interessante, então está
tudo bem.

Espectro não é só natural; está acompanhado de vários outros sons que não são
harmónicos.
O ruído é um som aperiódico e isso é diferente de som enarmónico que é a soma de
sons periódicos pelo que o ruído não é um som enarmónico.

consoante – aperiódica
Na fala/ canto
vogal – periódica

Com excepção das “músicas modernas”, ao cantar temos menos ruído. Quando se
pede mais articulação nas palavras, é como se estivéssemos a articular como o piano e
não no sentido de aumentar o ruído.

Ao contrário do que se espera em Grisey e Muray, eles são mais estruturais do que o
previsto.

VORTEX TEMPORUM
(Audição da 1ª secção da obra).

FORMA: em termos formais, o que é que está mais à superfície?


- confusão de notas - ataque claro - pulsação regular - ataque cada vez
mais próximo

Efeito de ESPIRAL: algo que vai e regressa; a espiral adensa-se e há um novo ricochete.

Stockausen disse: um ritmo é uma frequência muito baixa e uma nota é um ritmo
muito rápido. É a mesma coisa. Um timbre periódico dá-nos uma pecepção de uma
nota.
Neste caso temos a semi colcheia como unidade rítmica e há ainda uma unidade que
gera o aperto (não se sente a matemática).
Ligetti: 3 contra 2 (tercinas de colcheia contra duas colcheias). O cérebro mede a
matemática (sente-se a matemática). Se for 7 contra 2 já não se sente a matemática.

Análise:
1º ataque: 4 compassos (64 colcheias) onde se sente um ciclo de 8 semi colcheias (ciclo
periódico dentro desse ciclo).
Depois 13/16 (61 colcheias – quase 4 compassos completos)
Depois 9/16 (57 colcheias).

... toda a Série vai ser controlada pela SÉRIE DE FIBONACCI!

Enquanto isso, temos sempre fá # mas não é a fundamental. É a nota de partida. Só no


fim é que surge a fundamental. A fundamental do espectro é diferente, é um espécie
de sol segundo o qual o fá # é uma lua que o compositor nos coloca como “ponto de
vista” e que estabelece uma força gravítica com o sol (fundamental). A fundamental é
dó #, 4ªP do dó #.
Fá# é um parcial (da série dos harmónicos) que ele insiste como se fosse um modo
(não é a fundamental da escala como um grau). Temos polos de atracção.
Fá# como 5º parcial da série? Devia ser Mi#... Este espectro está dilatado.
Usa 4 fundamentais, uma delas é lá#, outra é dó#. Há várias hipóteses de modos, de
transposições diferentes.

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