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Comunicação Integrada: Realidade uu Sonho*

Ivelise Buarque de Gusmão Gomes de Freitas1, Alexandre Costa2

Para Margarida Kunsch, a comunicação integrada é o reflexo da evolução e da


sofisticação da comunicação, que, no decorrer dos tempos, foi se aperfeiçoando e
ganhando novo status e caráter estratégico. Nos últimos dez anos, aproximadamente, as
organizações perceberam que todas as suas ferramentas e ações não eram eficientes se
não fossem desenvolvidas através de um trabalho de união de forças, integrando várias
categorias profissionais, para alcançar suas metas de relacionamento com seus públicos,
de forma eficiente ou satisfatória.
Ela é uma atividade interdisciplinar pautada pela atuação conjunta de profissionais
diferentes, ou seja, da interação das atividades de áreas afins da comunicação. E é esta
integração que possibilita um resultado positivo para a corporação, diferenciando-a das
demais em seu segmento e fortalecendo sua marca, imagem, serviços e produtos junto
aos stakesholders. Por meio do trabalho estratégico, a organização pode se ver e se
mostrar de uma forma melhor, uma vez que toda empresa ou instituição apresenta algum
trabalho de comunicação, que pode ser boa ou ruim de acordo com as ações promovidas
pela equipe responsável.
Para alguns executivos no Sul e no Sudeste, como a curitibana Oxxigênio -
Marketing de Varejo e a mineira BH Trans, por exemplo, nos dias de hoje se faz essencial
o trabalho de comunicação de forma integrada, porque, independente dos custos
envolvidos, os resultados em termos de imagem e de interação com seus públicos são

1
Jornalista formada pela UFPE em 1995, Assessora de Imprensa pela SL Comunicação & Marketing e pós-graduanda do curso de
Assessoria de Comunicação, da Esurp – Escola Superior de Relações Públicas, Turma 2008-2009.
2
Relações públicas e professor da pós-graduação da Esurp – Escola Superior de Relações Públicas.
*
Artigo opinativo produzido como trabalho de avaliação para o módulo de Assessoria de Relações Públicas do Curso de Assessoria
de Comunicação, da Esurp – Escola Superior de Relações Públicas, Turma 2008-2009.
uma moeda válida para a empresa. Esta mesma realidade vem sendo adotada por
organizações pernambucanas, muito mais no setor público do que no privado,
destacando-se em especial aquelas relacionadas ao Governo do Estado. Isto porque,
atualmente, tirando as multinacionais, são poucas as empresas privadas com orçamento
suficiente para manter uma equipe multidisciplinar e realizar um trabalho eficiente de
comunicação estratégica.
Apesar da sua importância e do impacto que a comunicação integrada provoca
numa empresa, nem sempre ela é aplicada em virtude de despreparo organizacional,
verba disponível (ou focada), entre outras dificuldades que cercam esta nova faceta da
comunicação corporativa. Enquanto isso, outras ainda vivem sob o crivo ultrapassado da
administração de empresas em que os investimentos devem ser dispostos àqueles
segmentos que proporcionam resultados diretos e visíveis, num curto ou médio prazo. Por
isso, em muitos dos casos, a mobilização de profissionais de áreas diferenciadas, com
faixas salariais diferenciadas, é um custo com o qual a empresa não pode arcar, além da
necessidade de recursos para custear projetos, programas, ações e ferramentas
necessários.
Diante do árduo e lento processo, pode parecer que o conceito de comunicação
integrada seja apenas um sonho, mas, o fato é que, progressivamente, vem se tornando
uma realidade no Brasil. As empresas estão observando que fincar suas ações de
comunicação em um modelo de trabalho, tradicional e ultrapassado, não é suficiente para
alcançar suas metas, assim como o mercado e os profissionais de comunicação estão
aprendendo a se adaptar as novas realidades impostas neste processo. São algumas das
exigências hoje para o profissional dentro do novo paradigma de comunicação: ser
antenado no cenário atual; ter flexibilidade no ambiente de trabalho e no relacionamento
com uma equipe multidisciplinar; estar qualificado e sempre se qualificando para exercer
suas atividades.

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