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O presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade alertou hoje para a

existência de cinco milhões de portugueses que sofrem da doença e defendeu um


combate ao sedentarismo, acompanhado de uma alimentação mais rigorosa e saudável.

"Nós temos 50% da população com pré-obesidade e 14% com obesidade. Juntando as
duas é praticamente metade da população, ou seja, cinco milhões de portugueses",
referiu hoje o presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, Davide
Carvalho, à margem de um congresso sobre aquela patologia, a decorrer até domingo no
Porto.

O 17.º congresso da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO) tem


como tema "Da Patogénese à Prevenção da Obesidade" e visa "aumentar a percepção da
comunidade sobre aos problemas ligados ao excesso de peso", assim como promover o
conhecimento científico dos associados e dos investigadores desta área.

"Segundo dados portugueses, em geral, a obesidade é maior em pessoas de menor nível


sociocultural e socioeconómico", referiu o responsável da SPEO e endocrinologista no
Hospital de S. João no Porto.

Para Davide Carvalho, as pessoas com mais dificuldades económicas recorrem a


alimentos mais baratos, que acabam por ser os que contêm um maior número de
calorias, até porque "as gorduras são mais baratas".

"Infelizmente, as pessoas acreditam que, com a crise e com as dificuldades económicas,


é mais fácil perderem peso", lamenta.

Por outro lado, o desemprego poderia levar a um aumento do desempenho da actividade


física, mas, "na realidade, isso não acontece, pois as pessoas ficam mais deprimidas,
ficam por casa e não têm hábitos saudáveis", frisou o endocrinologista.

A questão da prevenção passa também pelas crianças, sendo que Davide Carvalho apela
a que estas iniciem cedo a sua actividade física, como medida ao combate do
sedentarismo e da obesidade, e até para "conseguirem um maior rendimento
académico".

"É indispensável promover a actividade física, se queremos poupar dinheiro a médio


prazo nas doenças associadas à obesidade e à doença cardiovascular", frisou.

No âmbito da prevenção, o médico referiu ainda que o serviço nacional de saúde irá
fazer "um levantamento das fases que precedem à obesidade, onde os utentes vão ser
pesados e medidos e, no caso de terem uma situação de pré-obesidade, vão ser
aconselhados, nas modificações dos seus estilos de vida".

O 17.º congresso português de obesidade, organizado pela Sociedade Portuguesa para o


Estudo da Obesidade, prossegue no sábado e no domingo, no Porto.

Palavras: 397

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