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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná


Campus Curitiba - Pr
Departamento Acadêmico de Eletrotécnica
Disciplina: Laboratório de Instalações Elétricas
Curso Engenharia Elétrica
Prof. Ms. Geraldo Cavalin
Aluno: __________________________________ Turma:______ Data: ___/___/2019
Divisão da Instalação elétrica em circuitos
Procedimento

Após definir todos os pontos de utilização de energia elétrica da instalação,


através da previsão de cargas, calculada a demanda e definido o tipo de fornecimento,
procede-se a divisão da instalação em circuitos, conforme a necessidade e...

... em “tantos circuitos quanto necessários, devendo cada circuito ser concebido de
forma a poder ser seccionado sem risco de realimentação inadvertida através de outro
circuito” (ABNT NBR 5410:2004, parágrafo 4.2.5.1).

Antes de se proceder a divisão da instalação deve-se verificar a quantidade e


a localização dos quadros de distribuição na planta.

Características

A divisão da instalação em circuitos apresenta as seguintes características


muito importantes para a funcionalidade da instalação tornando-a mais versátil, tais
como:

1. A queda de tensão e a corrente nominal serão menores;

2. No dimensionamento é possível utilizar condutores de menor seção e dispositivos


de proteção com menor capacidade nominal;

3. Para cada circuito de utilização deve ser previsto um dispositivo de proteção;

4. Na execução da instalação facilita a enfiação dos condutores e as ligações nos


terminais dos equipamentos.

Circuito elétrico

“É o conjunto de equipamentos e condutores, ligados ao mesmo dispositivos de


proteção.
É constituído, basicamente dos seguintes elementos: fonte, condutores,
dispositivos de proteção e comando(disjuntores e interruptores) e carga” (Cavalin,
Geraldo e Cervelin, Severino. Instalações Elétricas Prediais. Editora Érica, São
Paulo, 1998, 23ª Edição).

Numa instalação elétrica existem dois tipos de circuitos:

Circuito de distribuição

Que atende a várias cargas e tem como origem o Quadro de Medição (QM); e
-01- Laboratório de Instalações Elétricas – Prof. Esp. Geraldo Cavalin
Circuito do ponto de utilização ou circuito terminal

Tem como origem o quadro de distribuição e alimentam diretamente lâmpadas


e pontos de tomadas (TUG’s e TUE’s).

A caixa de medição
deve ser em muro
frontal (no
alinhamento da via
pública), com
sobretampa de
proteção da caixa ou
tampa de proteção do
visor e com a manopla
do disjuntor voltada
para dentro da
propriedade.
Mais detalhes
consulte a norma
901100-Fornecimento
em Tensão
Secundária de
Distribuição.

NOTA: Todos os condutores, Ponto de Entrega, Ponto de Entrada,


aterramento, disjuntor termomagnético e Caixa de Medição devem
seguir o que determina as normas das Concessionárias de Energia
Elétrica, e em função da Categoria de atendimento ou Tipo de
Fornecimento.

Detalhes de uma Entrada de Energia desde o poste auxiliar do consumidor até o QD,
mostrando o circuito de distribuição.

Critérios
1. “Os circuitos terminais devem ser individualizados pela função dos equipamentos de
utilização que alimentam. Em particular, devem ser previstos circuitos terminais
distintos para”: (ABNT NBR 5410:2004, parágrafo 4.2.5.5)

2. Devem ser previstos circuitos independentes para equipamentos com corrente


nominal superior a 10 A (9.5.3.1). E, também, deve ser previsto circuitos exclusivos
para cada TUE (Tomada de Uso Específico).

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3. Prever circuitos individuais (tanto quanto forem necessários) para pontos de
tomadas de cozinha, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais
análogos (9.5.3.2).

4. Prever circuitos individuais (tanto quanto forem necessários) de pontos de tomadas


para os demais cômodos ou dependência (isto é, fora aqueles listados no item 3).

5. A potência máxima para cada circuito deve limitar-se:

a) Circuitos para iluminação: 1.270 VA em 127V e 2.200 VA em 220 V.


b) Circuitos de TUG’s: 2.100 VA em 127 V e 4.000 em 220 V.
c) Circuitos de TUE’s: Um circuito para cada TUE, podendo ser ligadas
tanto em 127 V como em 220 V, conforme a necessidade ou as determinações do
fabricante.

6. Nos circuitos de pontos de tomadas de cozinha, copas, copas-cozinhas, áreas de


serviço lavanderias e locais análogos, as potências dos circuitos podem ser conforme
determina a norma.

Em geral, o limite pode chegar a 2.100 VA, que corresponde até seis pontos
de tomadas de 600VA + 600VA + 600VA + 100Va + 100VA + 100VA. Se forem
previstos sete pontos de tomadas, a potência será de 600VA + 600VA + 100VA +
100VA + 100VA + 100VA + 100VA=1.700VA (cf. 9.5.2.2.2).

Alerta:
“As cargas devem ser distribuídas entre as fases, de modo a obter-se
o maior equilíbrio possível” (ABNT NBR 5410:2004, parágrafo 4.2.5.6).

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QUADRO DE CARGAS E DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS

EXEMPLO 1

Uma vez conhecido os critérios para a Divisão da Instalação em Circuitos


vamos agora efetuar o preenchimento do Quadro de Cargas e Divisão da
Instalação Elétrica em Circuitos, conforme Previsão de Cargas da Planta Baixa
fornecida.

Circuito Tensão Potência FASES


Nú-
(V)
Especificação (Local) Qtde x
mero Tipo Total R S T
Pot.(VA)
(VA)
1 TUE 220 Banheiro-Chuveiro 1x6.400 6.400 3.200 3.200
2 TUE 220 Cozinha-TE 1x4.400 4.400 2.200 2.200
3 TUG 127 Sala 3x600
3x100 2.200 2.200
Abrigo 1x100
4 TUG 127 Cozinha 3x600 1.900 1.900
1x100
5 TUG 127 Área de Serviço 3x600 1.800 1.800
6 TUG 127 Quarto 2 3x100
Circulação 1x100
BWC 1x600 1.600 1.600
Área externa 1x600
7 TUE 127 Cozinha-MO 1x1.500 1.500 1.500
8 Ilum 127 Quarto 1 1x100
Baneiro 1x100
2x60
Circulação 1x100
Quarto 2 1x100 1.240 1.240
Área de Serviço 1x100
Cozinha 1x100
Sala 1x160
Varanda 1x100
Área Externa 1x100
Abrigo 1x160
9 TUG 127 Varanda 1x600 900 900
Quarto 1 3x100
10 TUE 127 Área Externa-Portão 1x566,2 566,2 566,2
Automático – ½ cv
Carga Instalada (VA) 22.506,2 7.000 7.806,2 7.700
Demanda (Total e Parciais por Fase) (VA) 12.381,11 4.536 3.953,11 3.892
Corrente em função da Demanda (Total e parcial por Fase) (A) 35,7 31,1 30,7

ATENÇÃO

A CORRENTE EM CADA UMA DAS FASES NÃO PODE SER SUPERIOR A


CORRENTE ESPECIFICADA PARA A CATEGORIA DE ATENDIMENTO. OU SEJA,
PARA A CATEGORIA 36, A CORRENTE NÃO PODE SER SUPERIOR A 50A.

04- Laboratório de Instalações Elétricas – Prof. Esp. Geraldo Cavalin


CÁLCULO DA DEMANDA E DA CORRENTE POR FASE
Exemplo 1
Demanda da Fase R
DR = (P1x g1) + (P2x g2)
DR = (Ilum. + TUG’s)x0,27 + (∑TUE’s x0,76)
DR = (1.600) x 0,27 + (3.200+2.200) x 0,76
DR = (1.600 x 0,27) + (5.400 x 0,76) PDR 4.536
Ip  Ip   I p  35,7 A
DR = 432 + 4.104 v 127
DR = 4.536VA
Demanda da Fase S
DS = (P1x g1) + (P2x g2)
DS = (1.240 + 2.800) x 0,27 + (3.200 + 566,2) x 0,76
DS = (4.040 x 0,27) + (3.766 x 0,76) PDR 3.953 ,11
DS=1.090,80+2.862,31 Ip  Ip   I p  31,1A
v 127
DS = 3.953,11VA
Demanda da Fase T
DT = (P1x g1) + (P2x g2)
DT = (1.800 + 2.200) x 0,27 + (2.200 + 1.500) x 0,76
DT = (4.000 x 0,27) + (3.700x 0,76) PDR 3.892
DT = 1.080 + 2.812 Ip  Ip   I p  30 ,7 A
v 127
DT = 3.892VA

ESQUEMA MULTIFILAR DO QD
EXEMPLO 1

-05- Laboratório de Instalações Elétricas – Prof. Esp. Geraldo Cavalin


QUADRO DE CARGAS E DIVISÃO DA INSTALAÇÃO EM CIRCUITOS

EXEMPLO 2

Neste exemplo 2, sendo dado o mesmo exemplo do Quando de Cargas do


exemplo 1, faça a distribuição das potências em cada uma das fases de tal forma que
se obtenha o maior equilíbrio possível entre elas. Porém, você deve se basear no
esquema multifilar do Quadro de Distribuição que se encontra na página 7. Determine,
também, a demanda e as correntes das fases respectivas.
Encontre uma solução para obter um equilíbrio melhor entre as fases mantendo-se, se
possível, as características do Quadro de Distribuição – QD.

Circuito Tensão Potência FASES


Nú-
(V)
Especificação (Local) Qtde x
mero Tipo Total R S T
Pot.(VA)
(VA)
1 TUE 220 Banheiro-Chuveiro 1x6.400
2 TUE 220 Cozinha-TE 1x4.400
3 TUG 127 Sala 3x600
3x100
Abrigo 1x100
4 TUG 127 Cozinha 3x600
1x100
5 TUG 127 Área de Serviço 3x600
6 TUG 127 Quarto 2 3x100
Circulação 1x100
BWC 1x600
Área externa 1x600
7 TUE 127 Cozinha-MO 1x1.500
8 Ilum 127 Quarto 1 1x100
Baneiro 1x100
2x60
Circulação 1x100
Quarto 2 1x100
Área de Serviço 1x100
Cozinha 1x100
Sala 1x160
Varanda 1x100
Área Externa 1x100
Abrigo 1x160
9 TUG 127 Varanda 1x600
Quarto 1 3x100
10 TUE 127 Área Externa-Portão 1x566,2
Automático – ½ cv
Carga Instalada (VA)
Demanda (Total e Parciais por Fase) (VA)
Corrente em função da Demanda (Total e parcial por Fase) (A)

ATENÇÃO

A CORRENTE EM CADA UMA DAS FASES NÃO PODE SER SUPERIOR A


CORRENTE ESPECIFICADA PARA A CATEGORIA DE ATENDIMENTO. OU SEJA,
PARA A CATEGORIA 36, A CORRENTE NÃO PODE SER SUPERIOR A 50A.

-06- Laboratório de Instalações Elétricas – Prof. Esp. Geraldo Cavalin


CÁLCULO DA DEMANDA E DA CORRENTE POR FASE
Exemplo 2
Demanda da Fase R
DR = (P1x g1) + (P2x g2)
DR = (Ilum. + TUG’s)x____ + (∑TUE’s x ____)
PDR
DR = (_____+___)x ___ + (_____+_____) x ___ Ip  I p= Ip= ____ A
v
DR = (______x____) + (_____x____)
DR = _______ + _____
DR = ______ VA
Demanda da Fase S
DS = (P1x g1) + (P2x g2)
DS = (______+_____) x ____ + (______+_____) x ____
DS = (______x____) + (_______x____)
PDR
DS = _____ + _______ Ip  Ip= Ip=_____ A
v
DS = _________ VA
Demanda da Fase T
DT = (P1x g1) + (P2x g2)
DT = (_______+_______) x _____ + (______+______) x _____
DT = (______ x ____) + (_______ x _____)
PDR
DT = ______ + _______ Ip  I p= Ip=_____ A
v
DT = ________ VA

ESQUEMA MULTIFILAR DO QD
EXEMPLO 2

MENSAGEM

“Em todas as ocasiões, mantenha a


mente aberta para a mudança.
Receba-a de braços abertos.
Corteja-a. Somente através do
exame e reexame de suas opiniões e
idéias você poderá evoluir”. (Dale
Carnegie)

“Cada um se fartará do fruto da


sua boca, e da obra das suas mãos
o homem receberá a
recompensa”. (Provérbios 12,14)

-07- Laboratório de Instalações Elétricas – Prof. Esp. Geraldo Cavalin

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