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Universidade Metodista de Angola

Faculdade de Direito

Introdução ao Estudo do Direito

DIREITOS HUMANOS EQUIDADE E PAZ SOCIAL

Discente
Sofia Cristina Fontes- 90925
1º Ano/ Turma B
Manhã
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DIREITOS HUMANOS EQUIDADE E PAZ SOCIAL
INTRODUÇÃO.

Uma das características mais marcantes da nossa vida social e política é que
estamos sempre a falar sobre direitos. De fato, raros são os dias em que não dizemos
ou ouvimos alguém dizer frases do tipo “Você não tem o direito de fazer isso comigo!”;
“Eu tenho o direito de ser feliz!”; “Temos o direito de ir e vir livremente” e assim por
diante.
Viver em um mundo no qual as pessoas são vistas como detentoras de direitos é uma
grande conquista, senão vejamos. Durante séculos, milhões de seres humanos, nos
mais diversos lugares do mundo, inclusive no nosso país, foram reduzidos à condição
de escravos e submetidos aos tratamentos mais cruéis e degradantes que podemos
imaginar. Até bem pouco tempo, a violência contra a mulher e o abuso sexual de
crianças despertavam apenas indignação moral. Hoje acarretam punições jurídicas. Há
duas décadas, os trabalhadores que não pagavam contribuições previdenciárias em
nosso país eram tratados como indigentes nos hospitais ou postos de saúde. Hoje dis-
pomos de um Sistema Único de Saúde, que apesar de todas as dificuldades, presta
serviços a todos os cidadãos brasileiros. É bem verdade que o mundo continua sendo
profundamente perverso e injusto, sobretudo com relação aos mais vulneráveis.

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OS DIREITOS HUMANOS.

O que se convencionou chamar “direitos humanos” são exatamente os direitos


correspondentes à dignidade dos seres humanos. São direitos que possuímos não
porque o Estado assim decidiu, através de suas leis, ou porque nós mesmos assim o
fizemos, por intermédio dos nossos acordos. Direi- tos humanos, por mais
pleonástico que isso possa parecer, são direitos que possuímos pelo simples fato
de que somos humanos.
Essa é uma idéia profundamente revolucionária, como já dissemos, e muitos
sacrifícios foram necessários para que chegássemos até ela. A histó- ria da maldade
humana é longa e assustadora, e a lista dos mortos sempre ultrapassou a casa dos
milhões. Milhões de negros africanos capturados, traficados e transformados em
escravos por toda a América. Milhões de índios dizimados por guerras e doenças
trazidas pelos colonizadores. Milhões de judeus mortos pelos nazistas em campos
de concentração.
Foi contra essas deploráveis barbáries que construímos o consenso de que os
seres humanos devem ser reconhecidos como detentores de direitos inatos, ainda
que filosoficamente tal idéia venha a ensejar grandes controvérsias. Por isso
mesmo, podemos dizer que os direitos humanos guardam relação com valores e
interesses que julgamos ser fundamentais e que não podem ser barganhados por
outros valores ou interesses secundários.

Daí porque um jurista norte-americano, Ronald Dworkin, concebe os direitos


humanos como “coringas”, isto é, como aquelas cartas do jogo de baralhos que
possuem um valor especial, podendo ganhar para quaisquer outras. Por exemplo, o
Estado poderia desejar matar todos os suspeitos de co- meterem delitos em nome
da redução da criminalidade. Contudo, caso isso viesse a acontecer, poderíamos
evocar em nossa defesa a existência de valores mais importantes, tais como a vida
e a integridade física dos seres humanos. Na metáfora de um jogo que estaríamos a
jogar contra o Estado, tais valores funcionariam como trunfos ou coringas.
Obviamente, isso não significa que todos os direitos sejam absolutos, no sentido
de que devam ser observados de forma incondicional. Afinal, o direito que tenho à
liberdade de expressão não me autoriza a sair por aí ofendendo as outras pessoas,
pois estas também têm direito à honra e à vida privada. Na verdade, todo direito
precisa ser ponderado, de modo que possamos avaliar seu peso ou importância,
bem como sua compatibilidade com o interesse coletivo.

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Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos. São direitos
civis e políticos (exemplos: direitos à vida, à propriedade privada, à língua
materna, liberdade de pensamento, de expressão, de crença, igualdade formal, ou
seja, de todos perante a lei, direitos à nacionalidade, de participar do governo do seu
Estado, podendo votar e ser votado, entre outros, fundamentados
no valor liberdade); direitos econômicos, sociais e culturais (exemplos: direitos ao
trabalho, à educação, à saúde, à previdência social, à moradia, à distribuição de
renda, entre outros, fundamentados no valor igualdade de oportunidades); direitos
difusos e coletivos (exemplos: direito à paz, direito ao progresso, autodeterminação
dos povos, direito ambiental, direitos do consumidor, inclusão digital, entre outros,
fundamentados no valor fraternidade).[1] A Declaração Universal dos Direitos
Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que "Todos os seres humanos
nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência,
devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade."
A ideia de "direitos humanos" tem origem no conceito filosófico de direitos
naturais que seriam atribuídos por Deus; alguns sustentam que não haveria
nenhuma diferença entre os direitos humanos e os direitos naturais e veem na
distinta nomenclatura etiquetas para uma mesma ideia. Outros argumentam ser
necessário manter termos separados para eliminar a associação com características
normalmente relacionadas com os direitos naturais, sendo John Locke talvez o mais
importante filósofo a desenvolver esta teoria.
Os direitos humanos são históricos, o que quer dizer que mudam através do tempo,
respondendo as necessidades e circunstâncias específicas de cada momento. A ideia
de direitos humanos, tal como a conhecemos, é bastante recente, mas tem
precedentes históricos nascidos sob a égide do pensamento liberal moderno. São
anteriores, por exemplo, a Carta Magna – de 1921, que delimitava o poder dos
monarcas ingleses – e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão –
documento de 1787, que estabelece a igualdade jurídica do homens em meio ao
processo da Revolução Francesa. Entretanto, o documento internacional que deve
se ter por base hoje, quando falamos em direitos humanos, foi formulado no
contexto pós Segunda Guerra e adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU)
em 1948. Trata-se da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

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A DUDH é formada por 30 artigos que versam sobre direitos inalienáveis – tanto
individuais, quanto coletivos – que, em conjunto, deveriam assegurar a liberdade, a
justiça e a paz mundial. Há de se lembrar que esse documento foi redigido após o
mundo passar por uma guerra perversa, marcada pela brutalidade genocida de
regimes fascistas. Entre outros direitos, esse conjunto de artigos declara o direito à
vida, o direito a não ser escravizado, não ser preso ou exilado de forma arbitrária, o
direito de contar com a presunção da inocência e ser tratado com igualdade
perante as leis e o direito à privacidade e à livre circulação, incluindo a imigração.
Também ficam declarados, nesse mesmo documento, os direitos à livre expressão
política e religiosa, e à liberdade de pensamento e de participação política. O lazer,
a educação, a cultura e o trabalho (exercido livremente e remunerado de forma a
garantir uma vida digna a família do trabalhador) também são declarados como
direitos humanos fundamentais.

CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS HUMANOS

As principais características dos direitos humanos:


 a sua principal função é garantir a dignidade de todas as pessoas,
 são universais: são válidos para todas as pessoas, sem qualquer tipo de
discriminação ou diferenciação,
 são relacionados entre si: todos os direitos humanos devem ser aplicados
igualmente, a falta de um direito pode afetar os outros,
 são indisponíveis: significa que uma pessoa não pode abrir mão dos seus direitos,
 são imprescritíveis: significa que os direitos humanos não têm prazo e não
perdem a validade.

LEIS SOBRE OS DIREITOS HUMANOS


Os direitos humanos são tratados em várias leis, convenções, acordos e tratados
internacionais. Além da existência de leis sobre o assunto, é dever de cada
Estado ter as suas próprias leis que garantam que os direitos humanos serão
respeitados e colocados em prática. Conheça algumas leis que tratam dos direitos
humanos:
 Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948)
 Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966)
 Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (1966). A
Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, define quais são os direitos e garantias
fundamentais dos cidadãos. Veja alguns:
 igualdade de direitos e deveres entre mulheres e homens,
 proibição de tortura e tratamento desumano,
 liberdade de pensamento, de crença e de religião,

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 proibição de censura,
 proteção da intimidade, vida privada, honra e imagem,
 sigilo telefônico e de correspondências,
 liberdade de escolha de profissão,
 liberdade de locomoção dentro do país,
 direito de propriedade e de herança,
 acesso garantido à justiça,
 racismo, tortura e tráfico de drogas são crimes inafiançáveis,
 proibição de pena de morte,

Ainda que existam várias leis que tratem dos direitos humanos, é importante saber
que eles não são limitados ao que é previsto na lei. Outros direitos podem ser
incluídos como direitos humanos com o passar do tempo e de acordo com as
necessidades, com as transformações sociais e com o modo de vida da sociedade.

Entende-se que equidade é a igualdade e justiça envolta com frequência, numa


certa névoa de imprecisão e ambiguidade quer na sua relação com justiça quer nas
funções que desempenha.
O uso da equidade tem de ser disposta conforme o conteúdo expresso da norma,
levando em conta a moral social vigente, o regime político do Estado e os princípios
gerais do Direito. A equidade em síntese, completa o que a justiça não alcança,
fazendo com que a aplicação das leis não se tornem muito rígidas onde poderia
prejudicar alguns casos específicos onde a lei não alcança.
Na minha pesquisa no que diz respeito a equidade pude ver que no Documento
Oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos encontra-se alguns artigos
que falam sobre os direitos humanos.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com
espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

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2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica
ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de
um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3 Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de
escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano
ou degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como
pessoa perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação
que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam
reconhecidos pela constituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência
por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e
deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias
necessárias à sua defesa.
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento,
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não
será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era
aplicável ao ato delituoso.

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Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar
ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser
humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Tradicionalmente, a equidade é considera a justiça do caso concreto e põe-se a justiça
vista como uma intenção normativa de caracter geral.
Nesta oposição a equidade evita o sentido gráfico da dimensão gramatica da justiça
evita que a dimensão geral das normas jurídicas reclama pela ideia de igualdade
elemento logico da justiça que se obtém pela via da abstração que, desprezando as
características individuais, transforma o concreto( o singular em geral, afastando-
nos do mundo real conduza a injustiça a injustiça de tratar igualmente casos cuja as
características singulares os tornam desiguais.
Inspirada em critérios morais, e tendo um caracter intuitivo e irracional-emocional,
a equidade distinguir-se-ia da justiça que é racional, rígida, indiferente e dura. Por
isso, à equidade caberia desempenhar as seguintes funções:

 Dulcificador
 Resolutória ou Decisória
 Flexibilizadora
 Interpretativo-aplicadora
 Integradora
 Correctiva
A equidade social é um conjunto de práticas que pretende demolir todas as barreiras
sociais, culturais, econômicas e políticas que impliquem em exclusão ou
desigualdade. Seu objetivo final está independente das circunstâncias que se
encontram. Todos os membros da sociedade têm as mesmas oportunidades e
direitos.
Para conseguir isso entram em cena os mecanismos de redistribuição de renda,
assim como os demais recursos, além de procurar um equilíbrio de gênero e
intercultural na orientação das políticas referentes a este setor.

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(DES)CONSTRUINDO E RECONFIGURANDO OS DIREITOS HUMANOS

Importa considerar que, independentemente das razões subjacentes à sua


emergência e consagração legal, num tempo e num lugar historicamente situados, a
construção de Direitos Humanos é fundamental para o respeito pelo ser humano e
a humanização das sociedades, pese embora os diferentes significados que possam
ser atribuídos aos conceitos de ‘respeito’ e ‘humanização’ em função das diferentes
sociedades e respetivas culturas.
Trata-se, por um lado, de desligar aquela declaração da sua ‘filiação’ ocidental e
construir os Direitos Humanos enquanto direitos cosmopolíticos (na expressão feliz
de Estêvão, 2009)3, circulando supranacionalmente desligados de qualquer
pertença nacional, mas comprometidos com o bem- estar da humanidade. Com
efeito, o que interessa verdadeiramente não é a origem nacional ou cultural da
Declaração, nem os objetivos que estiveram subjacentes à sua criação, mas antes o
reconhecimento, pela e para a humanidade, da validade dos seus argumentos e da
pertinência dos Direitos que possa preconizar. Por outro lado, trata-se de atribuir a
esses direitos significado contextual e processual, articulando-os com a
compreensão de espaços e de lugares, públicos ou privados.

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CONCLUSÃO
Depois desta pesquisa pude entender que os direitos humanos estão se
ampliando. Este fato é uma resposta que a sociedade vem dando ao fenômeno da
massificação social e às dificuldades crescentes para que todos possam vivenciar
uma sadia qualidade de vida, ainda que a violação dos direitos humanos seja mais
evidente que o seu respeito. O fato é que, se há violação é porque existe uma norma
a ser violada ou respeitada. Esta realidade desempenha um papel fundamental na
conscientização de todos aqueles que, subjetivamente, consideram que os seus
direitos fundamentais foram violados. É por isso que se fala na terceira geração de
direitos humanos, direitos estes que não se limitam àqueles fruíveis individualmente
ou por grupos determinados, como foi o caso dos direitos individuais e dos direitos
sociais.
É preciso que se perceba que, embora dotado de forte conteúdo econômico, não
se pode entender a natureza econômica do Direito Ambiental como um tipo de
relação jurídica que privilegie a atividade produtiva em detrimento de um padrão de
vida mínimo que deve ser assegurado aos seres humanos. A natureza econômica do
Direito Ambiental deve ser percebida como o simples fato de que a preservação e
sustentabilidade da utilização racional dos recursos ambientais deve ser encarada de
forma a assegurar um padrão constante de elevação da qualidade de vida dos seres
humanos que, sem dúvida alguma, necessitam da utilização dos diversos recursos
ambientais para a garantia da própria vida humana.

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BIBLIOGRÁFIA

1) OLIVEIRA, ALMIR DE. “Curso de Direitos Humanos” -1ª Edição - Editora


Forense, 2000;
2) PIOVESAN, FLÁVIA. “Direitos Humanos e o Direito Constitucional
Internacional – 4ª Edição – Ed. Max Limonad, 2000
3) Introdução Ao ESTUDO DO DIREITO pág 69- 14.4

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