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Capítulo 5.

3
Teoria do Aerofólio e Corpos Submersos

5.3.1 Forças e Momentos em Relação ao


Referencial Terrestre (o mais importante)
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos por Via
Analítica
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos por Via
Experimental
5.3.4 Diagrama Polar
5.3.5 Aumento do Coeficiente de Sustentação
5.3.6 Coeficiente de Arraste como f(Re)
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
5.3.8 Veículos Hipersónicos
5.3.9 Exercícios Propostos
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Ano
5.3.1 Forças e Momentos em Relação ao
Referencial Terrestre

L Forças
R A = Força Axial
D = Força de Arraste (Drag)
L = Força de Sustentação (Lift)
D N = Força Normal
U∞
Linha Horizontal
L  N cos  A sin
O refe-
rencial
D  N sin  A cos
da
corda Designações
seria LE = Ponta Frontal (Leading Edge)
LE
variável
TE = Ponta Traseira (Trailing Edge)
U∞ Y TE u = Dorso (Upper)
L = Base (Lower)
X
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2º Ano
5.3.1 Forças e Momentos em Relação ao
Referencial Terrestre

Existe o
chamado centro F1
aerodinâmico
em redor do qual
se gera um
momento devido
ao desiquilíbrio
da resultante das
forças activas no
dorso e na base F2
do aerofólio
UEM, Dep. de Engª Mecânica, 2º Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 3
Ano
5.3.1 Forças e Momentos em Relação ao
Referencial Terrestre

Forças Ilustração para a


Parciais Parte de Cima
Dorso do Aerofólio
+
dS
dNu   Pu dSu cos   u dSu sin  dy
α +
dx
dAu   Pu dSu sin    u dSu cos
PudS α
Base do Aerofólio PudScosα
PudSsenα
dN L  PL dSL cos   L dSL sin  τudSscosα
α
dAL  PL dSL sin    L dSL cos τudS
τudSsenα

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2º Ano
5.3.1 Forças e Momentos em Relação ao
Referencial Terrestre
Força Normal Total que Actua no Corpo
TE TE
Forças
N  -  Pu cos α  τu senα dSu   PL cos α  τ L senα dSL Totais
LE LE

Força Axial Total que Actua no Corpo


TE TE
A   P senα  τ
LE
u u cos α dSu   PL senα  τ L cos α dSL
LE

Momento Aerodinâmi co Total que Actua no Corpo F1


dM u  Pu cos α  τu senα  * X * dSu   Pu senα  τu cos α  * Y * dSu
dM L   PL cos α  τ L senα  * X * dSL  PL senα  τ L cos α  * Y * dSL
TE
Mm   P cos α  τ senα * X  P senα  τ
LE
u u u u cos α  * Y dSu

TE
  P cos α  τ senα * X  P senα  τ
LE
L L L L cos α  * Y dSL
F2
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Força Normal Total que Actua no Corpo
TE TE
 dY 
N    Pu dSu  PLdSL     u dSu   L dSL  
dX

LE
dS LE  dS  dx
dSu dSL α
donde   1.0 dy
dS dS dS
TE TE
N   P  P dX   
LE
u L
LE
u   L dY
dX  dS * cos
Dividir ambos membros por q S  C obtém - se dX
 cos 
dS
o coeficiente da Força Normal q∞=1/2(ρ∞U∞2)
dY  dS * sin 
1 
CN    CP ,L  CP ,u dX   C f ,u  C f ,L dY 
C C
dY
 sin   
C 0 dS
0 
1 dY  
C C

CN    CP ,L  CP ,u dX    C f ,u u  C f ,L L dX 
dY
0
C 0 dX dX  
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Coeficient e da Força Normal
1 dY  
C C

CN    CP ,L  CP ,u dX    C f ,u u  C f ,L L dX 
dY
0
C 0 dX dX  
Coeficient e da Força Axial C A
1 dY  
C C

C A    CP ,u  CP ,L dX    C f ,u u  C f ,L L dX 
dY
0
C 0 dX dX  
Coeficient e do Momento Aerodinâmi co
1  
C C
 dYL 
CM  2   CP ,u  CP ,L XdX    C f ,u
dYu
 C f ,L  XdX 
0 
C 0 dX dX 
1  
C C
 dY 
- 2   CP ,u  CP ,L XdX    C f ,L L  C f ,u u  XdX 
dY
0
C 0 dX dX  
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
(Predominância das Forças de Pressão)

 Na maioria das vezes as Forças de


Pressão são mais preponderantes para a
ordem de grandeza dos coeficientes antes
indicados.
 Como consequência da grandeza das
forças de pressão, alguns autores (e.g.
Anderson J. D., Introduction to Flight,
McGraw-Hill, 2005, pp. 278) preferem usar
Coeficientes de Pressão para a dedução
de CN, CA, CL e CD.
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
(Efeitos da Compressibilidade Sobre CL)

1 C p ,L  CP ,u 
c
CL   dX
c 0 1  M 2
Integrando  Algumas Transforma ções
CL , 0 a  K .R.T Velocidade do som
CL 
1  M 2 M 
U Número de Mach

a
Onde
"0" denota condições a baixa velocidade
CL,0 é o Coef. de Sustentaçã o a baixas velocidade s
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Exercício Elucidativo 5.3.2.1
 Considere um escoamento supersónico com
um ângulo de ataque de 0° sobre um perfil
pontiagudo de 10° como ilustra a Fig. 5.3.2.
 Na zona não perturbada à montante do perfil
o Número de Mach, M∞ = 2, enquanto que a
pressão e massa específica são P∞ =
1.01x105 N/m2 e ρ∞ = 1.23 kg/m3
respectivamente (condições normais no nível
do mar).
 As pressões nas superfícies superior e U∞ 5°
inferior do perfil são constantes e iguais ao ρ∞
longo da distância S, com o valor de Pu = PL P∞
= 1.31x105 N/m2. M∞=2
 A pressão exercida na ponta do perfil é P∞. P∞
 As tensões de corte variam tanto na
superfície superior como inferior de acordo
com a relação τW = 431xS.
 O Comprimento da corda, C, é de 2 m. Figura 5.3.2
 Calcular o Coeficiente de Arraste do Perfil.
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.2.1
TE TE
 0 : A D    P sin   cos dSu   P sin   cos dSL

u u L L
LE LE

1
q   U 2 ; S  2 x1  2 m2
2
TE
D    Pu sin dSu
´
u
LE
S2 S3

  - 1.31x10 sin5 dSu   - 1.01x10 5 sin90 0 dSu


2
5 0 U∞ 5°
1 3
S1 S2
ρ∞ P∞
 1.42 x10 S2  S1   1.01x10 S2  S3   5,260 N c
4 5 4

TE M∞=2
DL´   P sin dS
LE
L u P∞
c
S4 S3
cos  
  - 1.31x10 5 sin5 0 dSL   1.01x10 5 sin- 900 dSL S2  S1
c
S1 S4
S2  S1 
cos 
 1.42 x104 S4  S1   1.01x105 S3  S4   5,260 N ctg  S2  S3

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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.2.1
TE S2

    u cos dSu   431xS -0.2 cos 5dSu


´
u
c
LE S1 cos 
S2  S1
 S20.8  S10.8  S2  S1 
c
 429x    936.5 N cos
 0.8  ctg  S2  S3
TE S4

 L´    L cos dSL   431xS -0.2 cos5dSL 2


LE S1 U∞ 5°
1 3
 S40.8  S10.8  ρ∞ P∞
 429x    936.5 N c 4

 0.8  M∞=2
P∞
D  Du´  DL´   u´   L´
 2 x5,260  2 x936.5
 12.4 kN
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.2.1

a  KRT  1.4 x 287x 288  340.2 m/s


c
U cos 
M    U   axM  340.2 x 2  684.4 m/s S2  S1
a S2  S1 
c
cos
1 1 ctg  S2  S3
q   U 2  1.23x684.42  2.881x105 N/m
2 2
2
U∞
Coeficient e de Arraste 1 3

ρ∞ P∞
c 4
D 12,393
CD   5
 0.022 P
M∞=2
q xS 2.881x10 x 2 ∞

Na vida prática em Aerodinâmica:


 Coeficientes obtidos experimentalmente
 L e D calculados a partir desses coeficientes
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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Exercício Elucidativo 5.3.2.2
 Considere um aerofólio com o comprimento
da corda C, e posições X ao longo da corda.
 A ponta dianteira situa-se na posição
X/C=0.0 e a trazeira em X/C=1.0
 A variação dos coeficientes de pressão nas
suprfícies do dorso e da base é dada por:
2
X X
CP ,u  1  300  para 0  0.1
C C
X X
CP ,u  2.2277  2.277 para 0.1   1.0
C C
X X
CP ,L  1  0.95 para 0   1.0
C C

 Calcular o Coeficiente da Força Normal


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2º Ano
5.3.2 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Analítica
Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.2.2
C 1
X
CN   CP ,L  CP ,u dX   CP ,L  CP ,u d  
1
 De notar que
C0 0 C as funções
1
 X X
0.1
 2
 analíticas de
  1  0.95 d    1  300  d  X 
 X 
0
C C 0   C    C 
CP indicadas
 neste
1.0 problema são
 X X
    2.2277  2.2777 d   uma
0.1
C C representação
1 21 0.1 3 0.1 grosseira de
X X X X um caso real.
  0.475    100 
C0 C C 0 C  O presente
0 0
exercício
1 21 reveste-se de
X X
 2.2277  1.1388  um propósito
C 0.1 C 0.1 pedagógico
 1  0.475  0.1  0.1  2.2277  0.22277  1.1388  0.011388  1.4

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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
Na vida prática:
As Forças de Sustentação (L) e de Arraste
(D) obtêm-se usando Medições
Dinamométricas em Modelos ensaiados em
Túneis de Vento
Valendo-nos da Teoria de Semelhança e da
Análise Dimensional é possível recorrermos a
diversos tipos de Coeficientes Adimensionais
Os coeficientes supracitados têm como divisor
a PRESSÃO DINÂMICA NA ZONA NÃO
PERTURBA À MONTANTE DO OBJECTO
ANALISADO 1 2
q   U  ∞
2
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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
Coeficient e de Sustentaçã o CL Coeficient e do Momento Aerodinâmi co
L 1 M
CL   L  U 2 SCL CM  l  Diatância
q S 2 q * S * l
Coeficient e de Arraste CD Coeficient e de Pressão CP
L 1 P  P
CD   D  U 2 SCD CP 
q S 2 q
Coeficient e da Força axial C A Coeficient e de Fricção (na Película)
A 1 
CA   A   U  SCA
2
C f 
q S 2 q
Coeficient e da Força Normal CN
Cada forma geométrica ou
N 1 perfil tem os seus
CN   N  U 2 SCN
q S 2 coeficientes experimentais
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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
Perfis e formas geométricas exemplificativas para
os coeficientes experimentais

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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
(Perfis e formas geométrica exemplificativas)
NACA: National Advisory Committee for
Aeronautics

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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
Perfis obtidos por
Prandtl ao
examinar três
aerofólios com
coeficientes de
forma (aspect
ratios!) de 3, 5 e 7
respectivamente

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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
(Exercício Elucidativo 5.3.3)
 Uma avioneta de 2,200 lbf de Fig. 5.3.3.1
peso possui um comprimento
alar (wingspan!) de 30 ft e corda
C= 5 ft.
 As características de
sustentação são dadas na Figura
5.3.3.1
 Assumir que a avioneta
transporta duas pessoas de 200
lbf de peso cada.
(a) Determinar o ângulo de ataque para uma velocidade
de levantamento de voo (take-off speed) de 85 mph.
(b) Para o mesmo ângulo, determinar a velocidade em
que ocorreria uma queda brusca do coeficiente de
sustentação (stall speed!)
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2º Ano
5.3.3 Coeficientes Aerodinâmicos
por Via Experimental
(Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.3)
Conversão de unidades

L Gav  G pess Fig. 5.3.3.2


CL  
1 1
q S  U 2 lC
2 2

l
Por outro lado : 6
C
Interpolan do entre as curvas
de Prandtl (Fig do slide anterior)
  8
(b) Queda repentina de CL em
quando CL  1.17; Assim
Gav  G pess
U  
1
 CLlC Fig. 5.3.3.1
2

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2º Ano
5.3.4 Diagrama Polar
Forma compacta de representar
CD e CL numa curva única como
função do ângulo de ataque.
Os ângulos de ataque
correspondem a pontos ao longo
da curva.
A razão entre CD e CL é dada
pela inclinação de uma linha
recta que une a origem com um
ponto dado na curva.
O valor máximo da razão obtém-
se quando a linha recta é
tangente à curva.
Pode-se fazer um Mosaico
linhas para representar regimes
em vários Números de Reynolds
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2º Ano
5.3.5 Técnicas de Aumento dos
Coeficientes de Sustentação

Perfis
encurvados
+
Uso de
Palas

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2º Ano
5.3.5 Técnicas de Aumento dos
Coeficientes de Sustentação
Palas Palas
Dianteiras Trazeiras

Uar=U∞ Ugases
Femp=ρQU∞- ρQUg

Sentido para a frente


porque Ugases ››› que U∞.
Arraste, D, no sentido
contrário (i.e., para atrás)
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2º Ano
5.3.5 Técnicas de Aumento dos
Coeficientes de Sustentação

Stalling
effect

Atencão:
Há valores
limites do ângulo
de ataque
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2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds
Escoamentos Sub-Sónicos (i.e., Ma < 1):
CD aumenta moderamente
Escoamentos Trans-
Sónicos (i.e., Ma ≈ 1):
CD aumenta
Consideravelmente até
um determinado nível
na vizinhança de 1
CD decresce
Figura 5.3.6: Algumas Figuras
moderamente em Geométricas Simples
valores acima de ≈ 1.5
(ver Figura 5.3.6)
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 27
2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

Nas proximidades de
M=1, CD eleva-se,
mesmo no caso de
um aerofólio
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 28
2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds
Nas proximidades
Situação triste
de M=1, mesmo no próximo de M=1
caso de aerofólio:
CL baixa
CD eleva-se

U∞máx≈920 km/h

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 29


2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 30


2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 31


2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 32


2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 33


2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds
Quando M > 0.3 (i.e., pronunciadas ondas de
choque) os efeitos de compressibilidade
devem ser tomados em consideração
Por outro lado, há aparição do chamado
COEFICIENTE DE ARRASTE INDUZIDO
CL2
CD ,i  2
Factor de l = comprimento
l Forma da asa
e (AR)
S Aspect Ratio S = área da forma
plana da asa
e  factor de eficiência
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 34
2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds

Coeficiente Total de Arraste


CD,total  CD  CD,i
Força Total de Arraste
Dtotal  D  Di
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 35
2º Ano
5.3.6 Coeficientes CD e CL Como
Funções do Número de Reynolds
P  P CP ,0 U
CP ,0  M 
1
 U 2 CP  KRT
2 1  M 2
L
CL ,0 
1 CL,0
2
 U 2 S CL  CD ,i 
CL2

D 1  M 2 e
l2
CD ,0  S
1
2
 U 2 S CD  CD , forma  CD ,i
M ≤ 0.3 M > 0.3 CD , forma 
CD , 0
Escomentos Escomentos 1  M 2
Incompressíveis Compressíveis
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 36
2º Ano
Os Problemas da Aerodinâmica
consistem em:
 Determinar os Coeficientes
Aerodinâmicos uma vez
conhecidas as forças activas; ou
 Determinar as Forças na base de
Coeficientes Aerodinâmicos
conhecidos
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 37
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
Exercício Elucidativo 5.3.7.1

 Uma chapa plana com


comprimento de 2 m e largura de
N
1 m está submersa num fluido L R
supersónico com propriedades do
ar, fazendo um ângulo de 8° com
a horizontal. U∞ α D
A
 Os parâmetros na zona não
perturbada são M∞ = 2.5 e P∞ =
100 kPa.
 No dorso Mu= 2.87 e Pu = 56.85
kPa e na base ML = 1.657 e PL =
165.7 kPa.
Calcular CL e CD desprezando as
forças por atrito na placa
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 38
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.7.1
Força Resultante  0.0  N coindide com R Coeficient e de Sustentaçã o
N  PL  Pu BL  165.7  56.85* 2 *1 L 2* L
CL   2
 217.7 kN 1
 U 2 S M  * K * P * S
Forças de Sustentação e de Arraste 2
L  R * cos  217.7cos8  215.58 kN
2 * 215.58
 2
 0.246
2.5 *1.4 * 100 * 2 * 1
D  R * sin  30.29 kN
Velocidade na zona não perturbada Coeficient e de Arraste
D 2* D
P CD   2
a  KRT  K 1
  U 2 S M  * K * P * S
2
P 2 * 30.29
U  M  * a  M  K    0.0346
 2
2.5 *1.4 *100 * 2 *1

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 39


2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Exercício Elucidativo 5.3.7.2)

Uma aeronave com o peso de 3 toneladas


voa a 11,000 m de altitude e a U∞ = 270 m/s
quando os seus motores debitam uma
potência N = 8,000 kW.
Sabe-se que a área alar S = 18 m2 e que ¾
da potência são consumidos para vencer o
arraste.
Calcular os Coeficientes de Arraste e de
Sustentação.

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 40


2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.7.2)

L Pressão de Normalizaç ão
Femp=ρQU∞- ρQUg 1 1
q   U   * 0.35 * 2702
2
U∞ 2 2
Femp D Força de Sustentaçã o
Aplicando as L  G  m. g  3,000 * 9.81
G equações da
z = 11,000 m

Coeficient e de Sustentaçã o
estratificação
isentrópica da L
troposfera CL   0.13
obtém-se
q S
ρ∞ = 0.35 kg/m3 Coeficient e de Arraste
0 0 D 3 N *U 
CD    0.096
q S 4 q S
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 41
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Exercício Elucidativo 5.3.7.3)

Uma esfera de metal de 50 mm


de diâmetro é deixada cair a
partir de um avião que voa a
11,000 m de altitude e 850 km/h.
CD=0.15
Qual será a velocidade
terminal da esfera ao tocar o
solo sabendo que a sua massa
específica é ρesf = 7.9 g/cm3.

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 42


2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.7.3)

Pressão de Normalizaç ão
870 km/h 1
q   U ter
2
min al
2
Força de Arraste
D  G  mesf  mar . g   esf   ar Vesf

Z=11,000 m   esf   ar g
4 d 3
3 8
Coeficiente de Arraste
4 d 3
D
esf   ar g
CD   3 8
D q S 1 d 2
 arU term
2

2 4
0 0
Velocidade Terminal
(γ1-γ2)V Uterminal 4 7.9  1.23x103 gx0.05
U term   312 m/s
3 1.23x 0.15
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 43
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Exercício Elucidativo 5.3.7.4)

Uma aeronave voa a 810 km/h a


uma altitude de 6,100 m.
A que velocidade deve voar
esta aeronave a 200 m do nível
do mar para que os
escoamentos sejam
dinamicamente semelhantes?

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 44


2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.7.4)
Propriedades do ar a z1 e z 2
1  0.65;  2  1.2
U∞,1 1  1.59x105 N.S/m 2 ;  2  1.78x105 N.S/m 2
Condição para que haja
semelhança dinâmica
Re1  Re 2 Maior
Z1 = 6,100 m
U  ,1 L1 U  , 2 L2 velocidade a

ν1 ν2 elevadas
Mesma Aeronave altitudes!!!...
U∞,2 L1  L2
Velocidade na altitude z  200 m
Z2 = 200 m 2 1.78x105 0.65
0 0 U ,2  U1  x x810
1 1.59 x105 1.2
 490 km/h
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 45
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Exercício Elucidativo 5.3.7.5)

 A Figura 5.3.7.5 (a) ilustra


uma avioneta das fases
primordiais do
desenvolvimento da aviação,
conhecida por Wrigth Flyer I
(a) Biplane.
 O comprimento das asas é
S = 255 ft2 U∞ de 40.33 ft e àrea S=255 ft2.
 Assumir que as asas são
zona laminar
rectangulares (caso
aproximativo) como ilustra o
(b) zona turbulenta
caso (b) da mesma Figura.
b = 40.33 ft
 A avioneta desloca-se a 30
mph e em condições do
Figura 5.3.7.5 nível do mar.
A massa total da avioneta e do único tripulante que fez o 1º voo em
1903 é de 750 lbf. Assumir uma eficiência da asa e = 0.93.
Calcular o Arraste Induzido nas asas da avioneta
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 46
2º Ano
5.3.7 Exercícios Elucidativos Diversos
(Resolução do Exercício Elucidativo 5.3.7.5)

Pressão de Normalização
1 Coef. de Arraste Induzido
q   U 2  2.3 lbf/ft 2
2 Coeficiente de Forma (Rácio Geométrico)
Coeficiente de Sustentação
b 2 40.33
2
em cada asa AR    6.38
S 255
1 1
G 750 Coeficiente de Arraste Induzido
L
CL   2  2  0.639
q S q S 2.3 * 255
C D ,i 
C L2

0.639
2
 0.0219
eAR  * 0.93* 6.38
Conversão de Arraste Induzido em cada asa
Di  q SCD ,i  12.84 lbf
Unidades: TPC
Arraste Induzido nas duas asas
para os estudantes
Di  2 *12.84  25.7 lbf
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 47
2º Ano
5.3.8 Veículos Super e
Hipersónicos

Veículos Supersónicos: 1<M<5


UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 48
2º Ano
5.3.8 Veículos Super e
Hipersónicos
Imagine
que são 7 km/s!

Elevados Números de Mach


Elevada Energia
Elevados °C
Reacções Químicas

Veículos Hipersónicos: M>5


UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 49
2º Ano
5.3.8 Veículos Super e
Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 50


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e
Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 51


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e
Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 52


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Escoamentos a baixas densidades

 Ar a elevadas altitudes (e.g., 12,000 m)


aparenta ter as moléculas, átomos,
iões, etc separados e muito distantes
entre eles.
 O ar não se comporta como meio
contínuo a essas alturas.
 O ar torna-se num gás a baixa
densidade com comportamento especial
(a aviação civil limita-se a 11 km de
altitude).
 Os gases predominantes são N2 e O2.
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 53
2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Aplicação da Lei de Newton em
Escoamentos Hipersónicos
P0, 2  P
C P  C P ,max sin 
2
onde C P ,max 
1
 U 2
2
Onde P0,2 é a pressão total depois da onda
de chaque (obtida através do fórmula de
Raylegh para Tubos de Pitot)
L
CL   2 sin 2  cos
1
ρU 2 S
2
L
CD   2 sin 3 
1
ρU 2 S
2
L
 cot 
D Resultados de Newton para
uma placa plana
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 54
2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Aplicação da Lei de Newton em
Escoamentos Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 55


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Aplicação da Lei de Newton em
Escoamentos Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 56


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Aplicação da Lei de Newton em
Escoamentos Hipersónicos

UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 57


2º Ano
5.3.8 Veículos Super e Hipersónicos
Aspectos Construtivos

 É necessário evitar que


as ondas de chaque
criadas em qualquer parte
do veículo impinjam
noutras partes (incluindo
o sistema de propulsão).

A aviação civil
(escoamentos sub-sónicos)
não precisa desse tipo de
atenção pois não há ondas
de choque severas
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 58
2º Ano
5.3.9 Exercícios Propostos
(Exercício 5.2.9.1)

Um carro de corridas com a massa de 2,000 kg e área


A = 1 m2, utiliza um pára-quedas para os seus
primeiros momentos de travagem, a partir de uma
velocidade de 100 m/s.
A densidade do ar, ρar = 1.2 kg/m3.
Assumindo que CD é constante, que não há aplicação
de nenhum outro tipo de travagem e desprezando a
resistência por fricção do fluído, calcular a distância e a
velocidade do carro passados 1, 10, 100 e 1,000 s.
Desprezar os efeitos de esteira entre o carro e o pára-
quedas.
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 59
2º Ano
5.3.9 Exercícios Propostos
(Exercício 5.2.9.2)

 Considere a área de um dos lados de um camião igual


a 55.7 m2.
 Determinar a força resultante que actua num dos
lados do mesmo camião quando o vento sopra
com uma velocidade de 4.473 m/s na direcção
normal à área:
(a)Quando o camião estiver parado; e
(b)Quando o camião se move a 13.42 m/s
normalmente à direcção do vento;

NB: Em (a) usar CD = 1.3 e em (b) usar CD = 0.25 e CL =


0.6.
A temperatura e Pressão ambiente são de 15.8 °C e
101,325 Pa respectivamente.
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 60
2º Ano
5.3.9 Exercícios Propostos
(Resolução do Exercício 5.2.9.1)
dp=2m U0=100m/s Usando a tabeladecoeficientes, C Dp  1.2

(C Dc Ac  C Dp Ap )  0.3 (1m 2 )  1.2 ( 2m 2 )
Aplicando a lei de Newton na direcção do
4
movimento :  4.07m 2
Portanto :
dU
Fx  m   Fc  F p K 0.5(4.07)(1.2)(100)
dt U0   0.122s 1  
1 m 2000
  U 2 (C Dc Ac  C Dp A p ) Pode - se então construir uma tabela de
2
dU K U e S das suas equações :
  U2
dt m t, s 1 10 100 1000
Resolvendo em função de U :
U, m/s 89 45 7.6 0.8
U0 (C Dc Ac  C Dp A p ) 
U  K S, m 94 654 2110 3940
1  ( K / m)U 0 t 2
A resistência do ar não é suficiente para
A distância percorrida será :
travar o carro,sendo necessário
U K
S  0 ln(1   )   U0 aplicar os freios para auxiliar a paragem
 m
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 61
2º Ano
5.3.9 Exercícios Propostos
(Resolução do Exercício 5.2.9.2)
101.325 1 1
a)   1.22kg / m 3 b) L q  C L A  U vento C L A
287x(15.8  273.15) L 2 2
1 1
D  q C D A  U  C D A  x1.22 x14.14582 x0.6 x55.7
2 θ 2
1
 x1.22x 4.4732 x1.3x55.7  884.94N
D  4,084.87 N
U∞ 1 1
2 D  q  C D A  U vento C D A
2 2
A velocidade do vento em relação ao camião : 1
 x1.22 x14.14582 x1.3 x55.7
U V / C  U vento
2
 U carro
2
2
 1,702.03 N
 13.42 2  4.4732  14.15 m/s
A força resultante será :
U 4.473
tg  vento   0.333 R  L2  D 2  4084.87 2  1702.032
U camião 13.43
 4425.3 N
  18.4
4084.87
UV UC/V=U∞ tg     67.4 0
1702.03
O ângulo no eixo longitudinal será :
θ
UC 18.4 0  67.380  85.780
UEM, Dep. de Engª Mecânica, Mecânica dos Fluídos e Aerodinâmica 62
2º Ano

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