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BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 10ª Ed . São Paulo: Saraiva, 1997
CAPITULO I
A PSICOLOGIA OU AS PSICOLOGIAS
“Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Por exemplo,
quando falamos do poder de persuasão do vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia”
para vender seu produto; quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de
sedução para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando procuramos
aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos problemas, dizemos que ele tem
“psicologia” para entender as pessoas. ” (P.15)
“Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do conhecimento humano.
” (P.18)
“A ciência tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas
conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-
se válidas para todos. “ (P.19)
“Um outro motivo que contribui para dificultar uma clara definição de objeto da
Psicologia é o fato de o cientista — o pesquisador — confundir-se com o objeto a ser
pesquisado. No sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o homem, e neste
caso o pesquisador está inserido na categoria a ser estudada. ” (P.20)
“no caso da Psicologia, esta ciência estuda os “diversos homens” concebidos pelo
conjunto social. Assim, a Psicologia hoje se caracteriza por uma diversidade de objetos
de estudo. “ (P.21)
“os fenômenos psicológicos são tão diversos, que não podem ser acessíveis ao mesmo
nível de observação e, portanto, não podem ser sujeitos aos mesmos padrões de descrição,
medida, controle e interpretação. “ (P.21)
“A subjetividade é a maneira de sentir, pensar, fantasiar, sonhar, amar e fazer de cada um.
É o que constitui o nosso modo de ser: “ (P.22)
“Não se deve misturar a Psicologia com práticas adivinhatórias ou místicas que estão
baseadas em pressupostos diversos e opostos ao da Psicologia. “Mente é como pára-
quedas: melhor aberta. ” É preciso estar aberto para o novo, atento a novos conhecimentos
que, tendo sido estudados no âmbito da Ciência, podem trazer novos saberes, ou seja,
novas respostas para perguntas ainda não respondidas. ” (P. 26)
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COMENTÁRIO SOBRE O CAPITULO I
Os autores Bock, Furtado e Teixeira, do livro “Psicologia: Uma introdução ao
estudo de psicologia” trazem no primeiro capítulo “A psicologia ou as psicologias” uma
abordagem sobre a presença dessa ciência no cotidiano das pessoas, ou seja, como nós
diariamente usamos uma psicologia, ainda que de modo superficial, e a essa psicologia é
dado o nome de Senso Comum, que é exatamente isso, o conhecimento acumulado que
as pessoas obtiveram partir de experiências, vivências e observação do meio em que se
vive, ou seja, ela não se baseia em métodos ou conclusões científicas, e sim no modo
comum e espontâneo das práticas cotidianas .
Ainda nesse capitulo, os autores caracterizam a ciência como um conjunto de
conhecimentos que deve ser obtido de maneira programada, sistemática e controlada, pois
embora, a objetividade seja uma característica marcante da ciência, suas conclusões
devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-se válidas
para todos. Não existindo, portanto, uma verdade absoluta e inquestionável, uma vez que
ninguém pode saber com certeza como o universo é ou será no futuro.
O capitulo continua a explorar o senso comum e dificuldade do consenso a
respeito do objeto de estudo da psicologia, afinal, o que estuda a psicologia? O homem
em seu total, o seu comportamento, seus sentimentos ou seu lugar no mundo? A
dificuldade de encontrar as respostas se justifica pelo fato do pesquisador — confundir-
se com o objeto a ser pesquisado, pois no sentido mais amplo, o objeto de estudo da
Psicologia é o homem, e neste caso o pesquisador está inserido na categoria a ser
estudada. Desse modo, por inexistir uma um conceito que se aplique a todas as situações
Por sua vez, a subjetividade trata-se do que construímos conforme vamos
vivenciando as experiências da vida em sua totalidade, é o nosso comportamento frente a
tudo que vivemos e aprendemos, é nossa maneira de sentir, pensar, sonhar é nossa
maneira de ser. Nesse sentido, a psicologia se preocupa com tudo que acontece com o
homem e estuda os “diversos homens” e seus diversos comportamentos, concebidos pelo
conjunto social, caracterizando assim, a diversidade de objetos de estudo das Ciências
psicológicas embrionárias em desenvolvimento.
Portanto, observa-se a partir da leitura do capitulo, que a psicologia é uma ciência
regida pelas mesmas leis do método científico as quais regem as outras ciências, onde
busca um conhecimento objetivo, baseado em fatos empíricos. Pelo seu objeto de estudo
a psicologia desempenha o papel de elo entre várias ciências como filosofia, sociologia,
biologia, ciências da saúde entre outras e que a psicologia segue seu processo de evolução
na busca pelo entendimento mais preciso do seu amplo objeto de estudo, o homem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi.
Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. 10ª Ed. São Paulo: Saraiva, 1997