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Eletrônica Digital - Lógica Digital Inversor Lógico ............................ 3

Sinais Analógicos e Digitais ....................................................... 4

O sistema de números binários .................................................. 7

Portas Lógicas ....................................................................... 10

Bibliografia: .......................................................................... 14
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Eletrônica Digital - Lógica Digital Inversor Lógico


Aula 01

Olá alunos! Sejam bem-vindos a primeira aula de lógica digital.


Para facilitar o seu entendimento vamos separar os nossos estudos por
portas lógicas. Ao final da disciplina serão combinadas todas as portas
lógicas para o aprendizado total.
Os computadores digitais são destaque em diversas áreas ao
longo das últimas três décadas, realizando uma série de funções
essenciais, como cálculos numéricos e aquisição de dados.
Não é necessário continuar a salientar a importância destes
sistemas eletrônicos, uma vez que você, aluno, já é familiarizado com
computadores pessoais e linguagens de programação.
O objetivo dessa disciplina é discutir as características essenciais
dos circuitos lógicos digitais, que estão no centro dos computadores
digitais, apresentando uma introdução à circuitos lógicos
combinatórios.
Para iniciar o aprendizado será realizada uma introdução ao
sistema de números binários com uma introdução à álgebra booleana.
O tratamento independente de álgebra booleana permitirá que você
projete funções lógicas simples usando as técnicas de combinação
lógica. Vários exemplos práticos são fornecidos para demonstrar que
combinações simples de portas lógicas podem servir para implementar
circuitos úteis em práticas de engenharia.
A cada aula serão introduzidos diversos módulos lógicos, que
podem ser descritos como uso de portas lógicas simples, mas fornecem
funções bastante avançadas.
Dentre eles são estudadas as memórias, multiplexadores e
decodificadores. Finalmente, também serão escritas as operações de
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módulos lógicos sequenciais, incluindo flip-flops, contatores e


registradores.

Sinais Analógicos e Digitais


Uma das distinções fundamentais no estudo de circuitos
eletrônicos (e na análise de quaisquer sinais derivados de medições
físicas) é aquela entre sinais digitais e sinais analógicos.
Um sinal analógico é um sinal elétrico cujo valor varia no tempo
com uma quantidade física (por exemplo, temperatura, força ou
aceleração).
Figura 1 – Sinal digital e sinal analógico

A Figura 2 mostra uma função analógica do tempo f (t). É


possível notar imediatamente que para cada valor de tempo t, f (t)
pode ter um valor entre os valores de determinado intervalo. Por
exemplo, no caso de tensão de saída de um amplificador operacional,
é esperado que o sinal tome qualquer valor entre + Vsat e −Vsat, onde
Vsat é a tensão de saturação imposta pela entrada.
Figura 2 – Função analógica do tempo f
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Um sinal digital, por outro lado, pode levar apenas um número


finito de valores.
Esta é uma distinção extremamente importante, como será
observado ao longo de nossas aulas.
Um exemplo de sinal digital é um sinal que permite a exibição de
uma medição de temperatura em uma leitura digital. Supondo que a
leitura digital possua três dígitos e exiba números de 0 a 100 e que o
sensor de temperatura esteja calibrado corretamente para medir
temperaturas entre 0 a 100°C. Além disso, a saída do sensor varia de
0 a 5V, onde 0 V corresponde a 0◦C e 5V a 100◦C.

Portanto, a constante de calibração do sensor é:

Claramente, a saída do sensor é um sinal analógico; no entanto,


o visor pode mostrar apenas um número finito de leituras (101, para
ser preciso). Porque a tela em si pode indicar um valor de um conjunto
discreto de estados - os inteiros de 0 a 100 – em um display digital,
indicando que a variável exibida é expressa em formato digital.
Agora, cada temperatura no visor corresponde a um intervalo de
voltagens, onde cada dígito representa um centésimo da faixa de 5 V
do sensor, ou 0,05 V = 50mV. Assim, o visor mostrará 0 se a tensão
do sensor estiver entre 0 e 49mV, 1 se estiver entre 50 e 99 mV e
assim por diante. A Figura 3 mostra a relação da função de escada
entre a tensão analógica e a leitura digital. Esta quantização da tensão
de saída do sensor é, na verdade, uma aproximação. Se você deseja
saber a temperatura com maior precisão, um maior número de dígitos
de exibição poderia ser empregado.
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Figura 3 – Relação da função de escada entre a tensão analógica e a leitura digital

Os sinais digitais mais comuns são sinais binários. Um sinal


binário é um sinal que pode receber apenas um de dois valores
discretos e, portanto, é caracterizado por transições entre dois estados.
A Figura 4 exibe um sinal binário típico.

Figura 4 – Sinal binário típico

Os dois valores discretos f1 e f0 são representados,


respectivamente, pelos números 1 e 0. Nas formas de onda da tensão
binária estes valores são representados por dois níveis de voltagem.
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Por exemplo, na convenção TTL esses valores são


(nominalmente) 5 e 0 V, respectivamente; em circuitos CMOS, esses
valores podem variar substancialmente. Outras convenções também
são usadas, incluindo reverter a atribuição, por exemplo, deixando um
nível 0-V representar uma lógica 1 e um nível de 5-V representa uma
lógica 0.
Note que em uma forma de onda binária, o conhecimento da
transição entre um estado e outro (por exemplo, de f0 para f1 em t =
t2) é equivalente ao conhecimento do estado. Assim, circuitos lógicos
digitais podem operar detectando transições entre os níveis de tensão.
As transições são frequentemente chamadas de arestas e podem ser
positivas (f0 para f1) ou negativas (f1 a f0). Praticamente todos os
sinais manipulados por um computador são binários.
A partir daqui, sempre que for falado de sinais digitais, você
pode assumir que o texto refere-se a sinais do tipo binário, salvo
indicação em contrário.

O sistema de números binários


O sistema numérico binário é uma escolha natural para
representar o comportamento dos circuitos que operam em um dos
dois estados (ligado ou desligado, 1 ou 0, falso ou verdadeiro, alto ou
baixo). O diodo, transistor e interruptores se enquadram nesta
categoria.
O Tabela 1 mostra a correspondência entre sistemas de números
decimais e binários para inteiros de base 10 até 16.
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Tabela 1 – Conversão decimal para números binários

Conversão de decimal para binário

Número Decimal n10 Número Binário n2

0 0

1 1

2 10

3 11

4 100

5 101

6 110

7 111

8 1000

9 1001

10 1010

11 1011

12 1100

13 1101

14 1110

15 1111

16 10000

Os números binários são baseados em potências de 2, enquanto


o sistema decimal é baseado em potências de 10. Por exemplo, o
número 372 no sistema decimal pode ser expresso como:

372 = (3 × 102) + (7 × 101) + (2 × 100)

Enquanto o número binário 10110 corresponde à seguinte


combinação de potências de 2:
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10110 = (1 × 24) + (0 × 23) + (1 × 22) + (1 × 21) + (0 × 20)

É relativamente simples ver a correspondência entre os dois


sistemas numéricos se forem adicionados os termos do lado direito da
expressão anterior. Seja n2 o número n base 2 (no sistema binário), e
seja n10 o mesmo número base 10. A seguinte notação seria criada:

101102 = 16 + 0 + 4 + 2 + 0 = 2210

Observe que um número fracionário também pode ser


representado de forma semelhante. Por exemplo, o número 3.25 no
sistema decimal pode ser representado como:

3.2510 = 3 × 100 + 2 × 10−1 + 5 × 10−2

Enquanto no sistema binário o número 10.011 corresponde a:

10.0112 = 1 × 21 + 0 × 20 + 0 × 2−1 + 1 × 2−2 + 1 × 2−3


= 2 + 0 + 0 + 1/4+ 1/8 = 2.37510

A tabela de conversão binário decimal acima, mostra que são


necessários quatro dígitos binários, também chamados de bits, para
representar os 10 inteiros de base até 15. Geralmente, o bit mais à
direita é chamado de bit menos significativo, ou LSB, e o bit mais à
esquerda é chamado de bit mais significativo, ou MSB. Como os
números binários exigem claramente um número maior de dígitos do
que os inteiros da base 10, os dígitos são geralmente agrupados em
conjuntos de 4, 8 ou 16. Quatro bits são geralmente chamados de
nibble, 8 bits são chamados de byte e 16 bits (ou 2 bytes) é word.
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Figura 5 – Agrupamento de bits em conjuntos

Portas Lógicas
As portas logicas AND (E) e OR (Ou) formam a base de todo
projeto lógico em conjunto com a porta lógica Not (NÃO). A porta NOT
(NÃO) é essencialmente um inversor que pode ser construído usando
transistores bipolares ou de efeito de campo, e fornece o complemento
da variável lógica conectada à sua entrada.

Figura 6 –Circuito equivalente Porta NOT

O complemento de uma variável lógica X é denotado por X. A


porta NOT tem apenas uma entrada, como mostrado na Figura 6.
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Para ilustrar o uso do Not gate, ou inversor, é preciso retornar


ao exemplo de design da Figura 6, onde é exigido que a saída de um
circuito lógico seja apenas:
Z = 1 se X = 0
Y=1
W = 1.

É possível reconhecer que, exceto pelo requisito X = 0, este


problema seria idêntico se fosse descrito da seguinte forma:
A saída Z deve ser nível lógico 1 somente quando a condição (X
= 1 e Y = 1) ou (W = 1) ocorre, e deve ser lógica 0 caso contrário. Se
for usado um inversor para converter X para X, a condição necessária
torna-se (X = 1 e Y = 1)ou (W = 1).

A solução formal elementar é ilustrada na Figura 7.

Figura 7 – Solução formal elementar

No estudo das portas lógicas são usadas frequentemente tabelas


verdade para a avaliação de expressões lógicas. O conjunto de regras
básicas facilita esta tarefa.
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Figura 8 –Resumo das portas lógicas

Para completar o que foi estudado nesta aula a respeito de lógica


digital, a primeira sobre portas lógicas também chamadas de porta not,
é preciso realizar uma breve introdução a dois teoremas bastante
importantes, chamados de teoremas de De Morgan.
Ele pode ser indicado através de duas funções lógicas:

Estas duas leis afirmam uma propriedade muito importante das


funções lógicas; que qualquer função lógica pode ser implementada
usando apenas portas OR e NOT, ou apenas portas AND e NOT.
As leis de De Morgan podem ser facilmente visualizadas em
termos de portas lógicas, como mostrado na Figura 9. As tabelas
verdade associadas são provas desses teoremas.
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Figura 9 – Teoremas de De Morgan

Este é o fim da primeira aula de eletrônica digital, lembrando que


na próxima aula serão estudadas as portas lógicas NAND (NE).
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Bibliografia:

BOYLESTAD, R. Introdução à análise de circuitos. 10.ed., São


Paulo: Pearson Prentice-Hall, 2004.

BOYLESTAD, R.; NASHELSKY, L. Dispositivos eletrônicos e teoria


de circuitos. 8.ed., São Paulo: Pearson. 2009.

IODETA, I.; CAPUANO, F. Elementos de eletrônica digital. 39.ed.


São Paulo: Érica, 2007.

LOURENÇO, A., et al. Circuitos digitais. 5.ed. São Paulo: Érica, 1996.

LOURENÇO, A.; CRUZ, E.; CHOUERI JR., S. Circuitos em corrente


contínua. 4.ed., São Paulo: Érica, 1998.

MARQUES, A., et al. Dispositivos semicondutores: diodos e


transistores. 13.ed. São Paulo: Érica, 2012.

MENDONÇA, R.; SILVA, R. Eletricidade básica. Curitiba: Editora do


Livro Técnico, 2010.

TOCCI, R.; WIDMER, N.; MOSS, G. Sistemas digitais: princípios e


aplicações. 10.ed., São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

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