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Feiura e insalubridade como duas faces da cidade

Insalubridade: estreita relação com os pântanos e manguezais


Vontade de transformar a cidade em um ambiente sistematizado, com obras
esteticamente belas
República: remodelar a cidade com princípios racionais

Intervenção no Rio de Janeiro - início do século XX

Alterações profundas na fisionomia e estrutura


Repercussão nas condições de vida da população
Nova paisagem
Inspiração em Haussmann

Medidas
Demolição, reconstrução
Leis e posturas para disciplinar esfers da existência social refratárias à ação do
Estado.

Resultado: um Rio de Janeiro diferente mesmo daquele projetado originalmente


A cidade nascida criou novas contradições e agravou muitas que já existiam

Mudanças históricas:
1763: Quando o Rio de Janeiro se torna capital dos vice-reis
1807: Chegada da corte portuguesa; neste caso, a chegada abrupta de 15 mil pessoas
(1/3 do total da população)

Desenvolvimento da Segunda Revolução Industrial


Inglaterra avança, consagrando seu poderio
Exportação de capital sob a o forma de empréstimos públicos e investimentos direots
Modernização de economias periféricas como a brasileira: aparelhamento para
responder aos novos fluxos de matérias primas e produtos industrializados

Rio de Janeiro
Próspero empório comercial e financeiro
Abertura de bolsões para o trabalho assalariado
Novas relações de trabalho, com salto qualitativo de circulação de mercadorias,
base da economia urbana

Substituição no sistema de transportes (fluvial/lombo d emulas X ferrovias)


Maior articulação Rio e meios rurais

Transporte marítimoo modificado pela energia a vapor


Expansão com combinação de complexo de empresas comerciais e financeiras

Desenvolvimento de serviços públicos com instalação por empresas estrangeiras e


nacionais
- Iluminação a gás
- Redes domiciliares de água e esgoto
- limpeza
- transportes urbanos

* colaboram na dissolução do sistema escravista de circulação e trabalho destes


elementos
Transformam também a economia doméstica - existia uma autossuficiência que começa
a se transformar

Novos bairros denotam contradições:


de um lado, a ausência de estrutura material possível
de outro lado, novas relações econômicas enraizadas nos novos bairros mas também em
uma materialidade inexistente

p. 236: "total contiguidade entre o mercado onde essa força de trabalho, agora
livre, se punha à venda e o mercado onde as diárias e os ganhos incertos se
convertiam nos elementos indispensáveis à sua sobrevivência"

Todos os anos irrompiam epidemias mais ou menos mortíferas, variando os índices de


morbidade e mortalidade conforme a capacidade de sobrevivencia daqueles que eram
afetados pelas doenças

Saúde pública no Rio de Janeiro


problemas começam a ser debatidos na primeira metade do século XIX
Criação de instituições:

Sociedade de Medicina e Cirurgia, inaugurada em 1829 - se torna a Academia Imperial


de Medicina em 1832
Criação das faculdades de medicina no Rio e em Salvador

Médicos da época ressaltavam a ausência de certas doenças no Brasil que preocupavam


os europeus.
Na página 237, ele comenta o seguinte: "isso fortalecia a argumentação usada pelos
'nativos' par a refutar a crença disseminada entre europeus de que os trópicos eram
irremediavelmente malsãos, degenerativos, impermeáveis à civilização.

Febre Amarela
Chega em 1849-1850
Alteração de um discurso religioso para um discurso científico
Se torna no período questão sanitária nacional
Veio de um navio, que tinha chegado de Nova Orleans em 3 de dezembro

Estimativas totais da doença:


atingiu 90.658 dos 266 mil habitantes do Rio e causaram 4.160 mortes. Existem dados
maiores, de cerca de 15 mil

Em meio a uma crise sanitária, a saúde deixa de ser de cargo de esferas menores, e
se tornam de competência de um poder autônomo, do poder público
Cria-se a Comissão Central de Saúde Pública

Saúde pública
muitas tarefas, pouco pessoal, dificuldade em aplicar suas tarefas
médicos atribuem o problema a todo tipo de respostas
- predisposição dos indivíduos
- predisposição do meio ambiente
- clima

Um dos temas era: as constituições epidêmicas dos lugares onde a febre amarela e
outras doenças surgiam
- juntavam todo tipo de dados: astronomia, geografia, geologia, química, história,
economia e estatística
- associação com clima e vegetação

Pandemias
uma delas foi o do cólera entre 1855-1856 e em 1890
peste bubônica

teve também: disenteria, tuberculose, malária, febres


Higienistas:
Formam um discurso articulado sobre as condições do Rio de Janeiro -
Propõem intervenções drásticas para criar um equilíbrio no organismo urbano
Havia uma ideia de que havia miasmas, isto é, gases, que causavam as doenças, e que
elas vinham dos pântanos.

Fatores "morbígenos" -
1) criação de miasmas
Grande desconfiança com relação à habitação dos pobres, especialmente as coletivas
"Culpabilização" da pobreza: médicos recriminavam os hábitos, a ignorância, as
sujeiras físicas e até mesmo morais

"Culpabilização" da riqueza: proprietários gananciosos, que jogavam com a vida


humana em habitações minúsculas

2) Como se lidava com a morte


corpos enterrados nas igrejas
animais mortos pelas ruas
lixo e valas a céu aberto
matadouros e açougues sob atenção

- corruptores do ar

3) Ausência de regras de higiene


Em fábricas, hospitais, prisões

4) O ar não circula
ruas estreitas, com pouca circulação de ar, e sem sol
morros bloqueiam a circulação
praias como depósito de fezes e lixo
sem praças arborizadas
"Rio de Janeiro, um corpo sem pulmão"

Relação entre higienistas e Engenheiros


Cidade nasceu sem método, façamos o método
Busca de um plano racional para retirar os pobres da área central
Normas para normatização das ruas e casas
realocar os pobres das casas mal pensadas para bairros mais salubres

Resultado, apesar dos limites


Leis reguladoras do crescimento da cidade
Mudanças nos padrões de sociabilidade
Mudanças nos padrões de organização do espaço

Papel de uma medicina social


recebe aumento e marca as elites do Rio de Janeiro, especialmente nos debates entre
as duas violentas epidemias de febre amarela ( com média de 3500 mortos entre 1873-
1876)
Passa a fazer parte do dircurso sobre o urbano cujos argumentos se repetem até o
começo do séculoXX em tudo o que escreveram os engenheiros, políticos e outros
atores sociais.
Passa a fazer parte da opinião pública e do senso comum, favorável a todo tipo de
melhoramento que transformasse a capital

Depois das epidemias da década de 1870: Criação de um plano urbanistico


Pereira Passos estava lá
Pereira Passos, como o Haussmann carioca

Dos miasmas aos micróbios:


Desenvolvimento dos problemas a respeito da pesquisa e instituições criadas para
lidar com as epidemias, com as doenças chamadas tropicais, personagens que
participaram dos debates

Trajetoria de Oswaldo Cruz, p. 251

Rodrigues Alves, p. 255


assume o governo, necessidade de reformas urbanas, a começar pela portuária
necessidade de abertura da Avenida Central - impactos, ver p. 258
Prédios resultantes, p. 258

Municipalidade na renovação urbana


Pereira Passos e o Plano de Melhoramentos da Prefeitura
Papel da abertura de avenidas: saúde pública, circulação urbana, transformações das
formas sociais de ocupação dos espaços p.259
Discussão sobre calçamento e transporte, p. 260
Discussão sobre a área central e seus ocupantes, p. 261
Conflitos e ódios, p. 262
Como o povo é visto, p. 263-264

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