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Unidade Operacional

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “JOSE IGNACIO PEIXOTO”

Desenho Técnico
Presidente da FIEMG
Robson Braga de Andrade

Gestor do SENAI
Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e


Superintendente de Conhecimento e Tecnologia
Alexandre Magno Leão dos Santos

Gerente de Educação e Tecnologia


Edmar Fernando de Alcântara

Elaboração
Renato Lôbo Rodrigues
Rodrigo Ângelo de Oliveira

Unidade Operacional
CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “JOSE IGNACIO PEIXOTO”
Sumário
APRESENTAÇÃO ..............................................................................................................................6

INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................7

1-RAZÃO E IMPORTÂNCIA ..............................................................................................................8

1. DESCRIÇÃO VERBAL......................................................................................................................8
2. FOTOGRAFIA .................................................................................................................................8
3. MODELO .......................................................................................................................................8
4, DESENHO TÉCNICO .......................................................................................................................8

2-SISTEMA DE MEDIDAS ...............................................................................................................10

SISTEMA MÉTRICO ..........................................................................................................................10


SISTEMA INGLÊS .............................................................................................................................11

3-INSTRUMENTOS ..........................................................................................................................13

RÉGUA ...........................................................................................................................................13
RÉGUA GRADUADA ..........................................................................................................................13
RÉGUA ”T”......................................................................................................................................14
ESQUADROS ...................................................................................................................................14
COMPASSOS ...................................................................................................................................15
LÁPIS .............................................................................................................................................16
BORRACHA .....................................................................................................................................17

4-CALIGRAFIA.................................................................................................................................18

5-FOLHA DE DESENHO - LEIAUTE E DIMENSÕES .....................................................................20

FORMATO DE PAPEL ........................................................................................................................20


FORMATO ESPECIAL........................................................................................................................21
DOBRAMENTO DA FOLHA .................................................................................................................21
LEGENDA ........................................................................................................................................25
MARGEM E QUADRO ........................................................................................................................25
MARCAS DE CENTRO .......................................................................................................................26
ESCALAS MÉTRICAS DE REFERÊNCIA ................................................................................................26
SISTEMA DE REFERÊNCIA POR MALHAS .............................................................................................27
MARCAS DE CORTE .........................................................................................................................28

6-ESCALA ........................................................................................................................................29

7-LINHAS..........................................................................................................................................30

LARGURA DAS LINHAS......................................................................................................................30


ESPAÇAMENTOS ENTRE LINHAS........................................................................................................30
CÓDIGO DE CORES EM CANETAS TÉCNICAS .......................................................................................30
TIPOS DE LINHAS E AS SUAS APLICAÇÕES .........................................................................................31
ORDEM DE PRIORIDADE DE LINHAS COINCIDENTES ............................................................................33
TERMINAÇÃO DAS LINHAS DE CHAMADAS ..........................................................................................33

8-COTAGEM.....................................................................................................................................34

DISPOSIÇÃO E APRESENTAÇÃO DA COTAGEM ....................................................................................39

9-PLANTA BAIXA ...................................................................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

PLANTA BAIXA ................................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.


PAREDE DE UM TIJOLO ..................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
REPRESENTAÇÃO DE COTA .............................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
COMPRIMENTO INTERNO .................................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
LARGURA INTERNA ........................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
ESPESSURA DAS PAREDES ............................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
VÃO DE JANELA................................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
JANELAS DE ABRIR ........................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
JANELAS DE CORRER ....................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
VÃO LIVRE ....................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
VÃO DE BASCULANTE ....................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
VÃO DE PORTAS ............................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
PORTAS DE ABRIR ............................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
PORTAS DE CORRER ........................................................................ ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

10-DIAGRAMAS ELÉTRICOS PREDIAIS ..............................ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

INTRODUÇÃO ................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.


LÂMPADA E INTERRUPTOR SIMPLES .................................................. ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
LÂMPADA,TOMADA E INTERRUPTOR SIMPLES ..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
LÂMPADA E INTERRUPTOR DE DUAS SEÇÕES..................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
LÂMPADA E DOIS INTERRUPTORES PARALELOS (THREE-WAY) ........... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
LÂMPADA, DOIS INTERRUPTORES PARALELOS (THREE-W AY) E .......... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.
UM INTERMEDIÁRIO (FOUR-WAY) ...................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

LIGAÇÕES DE LÂMPADAS FLUORESCENTES ....................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.


SIMBOLOGIA .................................................................................... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

11-PROJEÇÕES...............................................................................................................................43

PROJEÇÃO CÔNICA OU CENTRAL ......................................................................................................43


PROJEÇÕES ORTOGONAIS ...............................................................................................................44

12-PERSPECTIVA CILÍNDRICA ORTOGONAL .............................................................................48

PERSPECTIVA BIMÉTRICA ................................................................................................................48


PERSPECTIVA ISOMÉTRICA ..............................................................................................................48
PERSPECTIVA CAVALEIRA ................................................................................................................49

13-RUPTURA ...................................................................................................................................56

14-VISTAS AUXILIARES .................................................................................................................58

VISTA AUXILIAR PRIMÁRIA ................................................................................................................58


VISTA AUXILIAR SECUNDÁRIA ...........................................................................................................59

15-CORTE.........................................................................................................................................63

PLANOS DE CORTE ..........................................................................................................................64


TIPOS DE CORTE .............................................................................................................................65

16-CONJUNTO, DETALHES E VISTA EXPLODIDA ......................................................................67

DESENHO DE DETALHES ..................................................................................................................67


DESENHO DE VISTA EXPLODIDA ........................................................................................................68

17-ELEMENTOS DE MÁQUINAS ....................................................................................................71

ROSCAS .........................................................................................................................................73
PARAFUSOS ....................................................................................................................................76
PORCA ...........................................................................................................................................78
CHAVETAS ......................................................................................................................................79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................83


Desenho Técnico
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Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do


conhecimento. “
Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os


perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção,
coleta, disseminação e uso da informação.

O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país, sabe disso, e,


consciente do seu papel formativo, educa o trabalhador sob a égide do conceito
da competência: ”formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo,
com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados,
flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de
educação continuada”.

Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento, na sua área


tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se
faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia,
da conexão de suas escolas à rede mundial de informações - internet - é tão
importante quanto zelar pela produção de material didático.

Isto porque, nos embates diários, instrutores e alunos , nas diversas oficinas e
laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais
didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos.

O SENAI deseja, por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua
curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre
os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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Curso Técnico em Mecânica 6/6
Desenho Técnico
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Introdução
O desenho técnico tem sido parte integrante da indústria desde a sua
concepção como organização produtiva, pois o desenho técnico é o elo de ligação
entre o departamento de projetos e a produção.

Para um técnico em Mecânica é de fundamental importância o


conhecimento de um projeto.

O desenho preparado com padrões pré-determinados faz com que a


informação seja rapidamente transferida para o resto da indústria, proporcionando
a confecção do produto, com maior rapidez.

Esta apostila de fácil entendimento com linguagem clara e objetiva


orienta a execução de desenhos Técnicos desenvolvendo competências para
interpretar a montagem de um projeto. Esperamos que a mesma sirva de subsídio
a todos aqueles que na vida profissional irão se orientar por meio do desenho
técnico.

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Curso Técnico em Mecânica 7/7
Desenho Técnico
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1-Razão e Importância
Quando vamos usinar uma peça ou fizer manutenção em máquinas na
escola ou na indústria, necessitamos receber todas as informações e dados sobre
a mesma.
Estas informações poderiam ser apresentadas de várias formas, tais como:

1. Descrição verbal da peça


2. Fotografia da peça
3. Modelo da peça
4. Desenho técnico da peça

Se analisarmos cada uma destas formas, veremos que nem todas


proporcionam as informações indispensáveis para a execução ou interpretação,
senão, vejamos:

1. Descrição Verbal
Não é o bastante para transmitir as idéias de forma e dimensões de uma
peça, mesmo que ela não seja muito complicada. Se experimentarmos descrever,
um objeto somente usando o recurso da palavra, de maneira que outra pessoa o
execute, concluiremos que isto é praticamente impossível.

2. Fotografia
Transmite relativamente bem a idéia da parte exterior da peça, mas não
mostra seus detalhes internos e nem suas dimensões. Logo, a fotografia também
não resolve o nosso problema.

3. Modelo
Resolve, até certo ponto, alguns problemas. Nem todos, porém. Por
exemplo, se tivéssemos que transportar uma peça de grande tamanho, para
reproduzi-la pelo modelo, não séria possível se a mesma estivesse sendo
projetada, pois não existiria o modelo.

4, Desenho Técnico
Pode transmitir, com clareza, precisão e de maneira simples, todas as
idéias de forma e dimensões de uma peça. Além disso, há uma série de outras
informações necessárias que somente o desenho pode dar, tais como: o material
de que é feita a peça, os acabamentos de sua superfície, as tolerâncias de suas
dimensões etc.
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Curso Técnico em Mecânica 8/8
Desenho Técnico
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Portanto, o conhecimento de Desenho Técnico é indispensável a todos


aqueles que necessitam executar tarefas que sejam manutenção de máquinas,
ajustagem, tornearia, marcenaria, eletricidade, etc.

O desenho técnico é usado na indústria pelos engenheiros, projetistas,


desenhistas, mestres e operários qualificados, como uma linguagem técnica
universal, pela qual se expressam e registram idéias e dados para a construção
de móveis, máquinas e estruturas.

Sendo uma linguagem gráfica universal, o Desenho Técnico possui normas


especificas para o seu traçado e interpretação. Estas normas são elaboradas por
entidades especializadas que padronizam e normalizam os seus empregos.

No Brasil, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas -


Padronizou as normas que fixam as condições gerais que devem ser observadas
na execução dos desenhos técnicos e representações convencionais.

Para que o emprego do desenho técnico se torne fácil e preciso, recorre-se


ao uso de instrumentos apropriados, chamando-se, neste caso, “Desenho com
Instrumentos“ ou “Traçado a rigor“. Quando executado à mão, sem o auxilio de
instrumentos, denomina-se “Desenho à mão livre“ ou “Esboço“.

O nosso objetivo é estudar e exercitar a linguagem universal do desenho


técnico, a fim de expressá-la e escrevê-la com clareza, bem como interpretá-la
quando escrita por outrem. O objetivo do estudo de desenho é preparação
daqueles que irão orientar-se por meio do desenho, na escola e na vida
profissional, dando-lhes condições de:

- Ler e interpretar, com clareza, desenhos técnicos de sua especialidade, de


acordo com as normas da ABNT;
- Executar traçados a mão livre e com instrumentos básicos, como forma de
expressão de sua técnica.
Aplicar os conhecimentos de Desenho Técnico no desenvolvimento de
projetos de Mecânica, Eletricidade, Marcenaria, estruturas, com o CAD
“Desenho Auxiliado por Computador“.

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Curso Técnico em Mecânica 9/9
Desenho Técnico
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2-Sistema de Medidas
Medir é comparar uma dada grandeza com outra de mesma espécie,
tomada como referência. Para medir, precisa-se conhecer a unidade de grandeza
a ser adotada.
Entende-se por unidade um determinado valor em relação ao qual outros
são comparados.
No Brasil, é adotado o metro como a unidade de medida (sistema métrico).

Sistema Métrico
O sistema métrico foi implantado no Brasil pela Lei Imperial nº 1137, no dia
26 de junho de 1862.
A unidade de medida utilizada normalmente no sistema métrico é o metro,
e o sistema é decimal.

Atualmente, o padrão do metro em vigor no Brasil é uma recomendação do


INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª
conferência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO definiu o metro
como o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo
de tempo de 1/299.792.458 de segundo.

A tabela a seguir é baseada no Sistema Internacional de Medidas, SI, onde


representamos os múltiplos e submúltiplos do metro.

Múltiplos e submúltiplos do metro


Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada
Hexâmetro Em 1018 = 1.000.000.000.000.000.000m
Peptâmetro Pm 1015 = 1.000.000.000.000.000m
Terâmetro Tm 1012 = 1.000.000.000.000m
Gigâmetro Gm 109 = 1.000.000.000m
Megâmetro Mm 106 = 1.000.000m
Quilômetro km 103 = 1.000m
Hectômetro hm 102 = 100m
Decâmetro dam 101 = 10m
Metro m 1 = 1m
Decímetro dm 10-1 = 0,1m
Centímetro cm 10-2 = 0,01m
Milímetro mm 10-3 = 0,001m
Micrômetro mm 10-6 = 0,000.001m
Nanômetro nm 10-9 = 0,000.000.001m
Picometro pm 10-12 = 0,000.000.000.001m
Fentometro fm 10-15 = 0,000.000.000.000.001m
Attometro am 10-18 = 0,000.000.000.000.000.001m
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Curso Técnico em Mecânica 10/10
Desenho Técnico
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Sistema inglês
A unidade de medida do sistema inglês é a polegada, que equivale a 25,4
mm.
Como grande parte do maquinário das industrias brasileira é procedente de
países que usam este sistema de medidas, muitos componentes e peças
produzidas são bitolados em polegadas, o que tornou seu uso corrente.

O sistema é duodecimal, ou seja:


12 polegadas (inches) = 1 pé (Foot-plural: feet) = 304,8mm
12” = 1’
Os submúltiplos da polegada são expressos em frações, com a barra
inclinada, seguida de aspas.

Exemplo: 3/4", 5/8"

Fração decimal - Para facilitar os cálculos, criou-se uma divisão decimal da


polegada.
A polegada divide-se em milésimos e décimos de milésimos.

Exemplo:

1.003" = 1 polegada e 3 milésimos


1.1247" = 1 polegada e 1247 décimos de milésimos
.725" = 725 milésimos de polegada

Nas medições em que se requer maior exatidão, utiliza-se a divisão de


milésimos de polegada, também denominada micropolegada.

Exemplo:

.000 001" = 1 inch

Conversões - As conversões devem ser feitas toda vez que a medida


estiver em polegada fracionária por 24,5

2" = 2 . 25,4 = 50,8mm


3/8" = 3 . 25,4/8 = 76,2/8 = 9,525mm

A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo-se o


valor em milímetro por 25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser
escrito com numerador de uma fração cujo denominador seja 128. Caso o
numerador não dê um número inteiro, deve-se arredonda-lo para o número inteiro
mais próximo.

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Curso Técnico em Mecânica 11/11
Desenho Técnico
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Exemplo:

a) 12,7mm

12,7mm = (12,7/25,4 . 128)/128 = 64/128 = 1/2"

b) 19,8mm
19,8mm = (19,8/25,4 . 128)/128 = 99,77/128 ≈ 100/128 = 25/32"
A polegada milesimal é convertida em polegada fracionária na forma usual.
Exemplo:

.125" = 125/1000 = 1/8"

.375" = 375/1000 = 3/8"

Para converter polegada fracionária em milesimal, basta dividir o


numerador da fração pelo seu denominador.
Exemplo:

3/8" = 0,375"
5/16" = 0,3125"

Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor


por 25,4.

Exemplo:

0,375" . 25,4 = 9,525mm

Para converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em


milímetro por 25,4.
Exemplo:

5,08mm/25,4 = 0,200"
18mm/25,4 = 0,7086" ≈ 0,709"

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Curso Técnico em Mecânica 12/12
Desenho Técnico
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3-Instrumentos
Régua
Existem diversos tipos de réguas, sendo as mais empregadas: a régua
graduada e a régua ”T”.

Régua graduada
Consiste numa peça reta (plana), tendo graduações em uma ou ambas as
arestas, para a marcação de medidas. Existem réguas graduadas em milímetros
ou em polegadas e algumas possuem as duas graduações em arestas opostas.

As réguas graduadas servem para tomar e aplicar medidas lineares,


portanto, não devem ser utilizadas para auxiliar nos traçados de linhas.
Geralmente a graduação impressa na régua, produz pequenas depressões; por
isso, as linhas traçadas com tais réguas resultam irregulares.

Para medir ou marcar medidas com a régua, deve-se fixá-la sobre o local
que se quer medir ou marcar.

Para evitar erros, deve-se marcar a medida a partir do traço zero da régua.

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Desenho Técnico
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Régua ”T”
Consiste em uma haste reta e plana, tendo numa das extremidades, uma
travessa (Cabeça) perpendicular à haste.

A cabeça da régua “T” é mantida firmemente encostada ao lado esquerdo


do tampo da prancheta (mesa), sendo deslocada com a mão esquerda. O
deslocamento da haste será paralelo à posição primitiva.

A régua é utilizada para traçar linhas horizontais. As linhas são sempre


iniciadas da esquerda para a direita e na parte superior da haste.
Antes de utilizá-las, deve-se limpá-las com um pano.

As réguas devem ser guardadas sobre uma superfície plana ou


penduradas verticalmente para evitar empenos.

Esquadros
Os esquadros são instrumentos de desenho, de forma triangular que são:
1. Esquadro de 45°, composto por dois ângulos de 45° e um de 90°;
2. Esquadro de 60°, composto por ângulos de 30°, 60° e 90°

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Desenho Técnico
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Os esquadros são utilizados como auxiliares no traçado de retas verticais e


inclinadas. O traçado destas retas seguem as direções das setas indicadas na
ilustração abaixo.

Compassos
Os compassos são instrumentos utilizados para traçar arcos de
circunferências, circunferências e transportar medidas.

Existem vários tipos de compassos, sendo os mais comuns os


apresentados abaixo:

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Curso Técnico em Mecânica 15/15
Desenho Técnico
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A ponta da grafita deve estar sempre um pouco mais curta que a outra e
deve ser chanfrada, para maior perfeição dos traçados.
Para traçar arcos e circunferências, dá-se ao compasso uma abertura igual
ao raio desejado, com o auxílio da régua graduada, executa-se o traçado a partir
de um ponto dado, apoiando a ponta seca do compasso no mesmo, auxiliado pelo
dedo. Gire-o no sentido horário.

Lápis
O lápis, instrumento básico para o traçado de desenhos, pode ser de seção
redonda ou hexagonal.
Classifica-se em função da dureza de sua grafita.
A dureza da grafita é indicada por números, letras ou ambos.
Os lápis, de seção hexagonal, mais adequada para desenho, são
classificados de acordo com as letras B, F e H, conforme a tabela abaixo.
Os lápis de seção redondo, comumente encontrado no comércio para uso
geral, são classificados pelos números 1, 2 e 3, correspondentes aos hexagonais,
de acordo com a tabela abaixo.

Seções Macios Médios Duros

...3B,2B,B HB,F H,2H,3H...

1 2 3

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Curso Técnico em Mecânica 16/16
Desenho Técnico
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Ao fazer ponta no lápis, deve-se Ter o cuidado de faze-la na extremidade


oposta àquela onde se encontra indicada a dureza da grafita. Caso contrário o
reconhecimento do lápis de acordo com sua dureza será bem difícil.

Para o afinamento da grafita é interessante Ter uma tira de lixa colado em


um pedaço de madeira.

A utilização do lápis será feita da seguinte maneira:


Quando quisermos traçar linhas largas usaremos o lápis HB ou o nº 2,
dando-se a pressão necessária para obter esse tipo de linha. As linhas estreitas
devem ser traçadas com o lápis H, 2H ou nº 3.
O lápis, durante o traçado, deve ser sempre puxado e nunca empurrado.
Ao traçar uma linha com o auxílio de régua ou esquadro, deve-se manter o
lápis numa posição inclinada em toda a sua extensão.

Borracha
A borracha para apagar desenhos a lápis deve ser macia e flexível.

Para facilitar o trabalho de apagar, em trechos pequenos, a borracha deve


ser chanfrada numa das extremidades. Este chanfro é obtido raspando-a em uma
superfície áspera.

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Desenho Técnico
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4-Caligrafia
Em desenho técnico. Usamos uma caligrafia obedecendo às normas e não
à caligrafia comum. Vejamos a diferença.

As letras e algarismos podem ser verticais ou inclinados para a direita,


sendo usados, de preferência, estes últimos. Devem ser semelhantes aos dos
tipos representados abaixo.

Tabela – Proporções e dimensões de símbolos gráficos

Características Relação Dimensões (mm)


Altura das linhas maiúsculas (10/10)h 2,5 3,5 5 7 10 14 20
Altura das linhas minúsculas (7/10)h - 2,5 3,5 5 7 10 14
Distância mínima entre caracteres (A) (2/10)h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4
Distância mínima entre linhas de base (14/10)h 3,5 5 7 10 14 20 28
Distância mínima entre palavras (6/10)h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12
Largura da linha (1/10)h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

(A)Para efeito visual, a distância entre dois caracteres pode ser reduzida pela
à largura da linha “d”.
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Desenho Técnico
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Exemplos:

Símbolos:

Números:

Frações:

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Desenho Técnico
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5-Folha de desenho - Leiaute e dimensões

Esta Norma padroniza as características dimensionais da folhas em branco


e pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos.
Esta norma apresenta também o leiaute da folha do desenho técnico com
vistas a:
• posição e dimensão da legenda;
• margem e quadro;
• marcas de centro;
• escala métrica de referência;
• sistema de referência por malhas;
• marcas de corte.

Normas complementares

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 8402 - Execução de caracteres para escrita em desenho técnico


NBR 8403 - Aplicação de linhas em desenhos, tipos de linhas, largura de
linhas.

Formato de papel
As folhas de desenho podem ser utilizadas tanto na posição horizontal
como na vertical.

O formato básico do papel, designado por A0 (A zero), e o do retângulo de


lados medindo 841mm e 1189mm, tendo a área de 1m2. Do formato básico,
derivam os demais formatos.

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Curso Técnico em Mecânica 20/20
Desenho Técnico
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Formato Série “A”

Designação Dimensões
A0 841 X 1189
A1 594 x 841
A2 420 x 594
A3 297 x 420
A4 210 x 297
A5 148 x 210
A6 105 x 148
Formato Especial
Sendo necessário formato fora dos padrões estabelecidos, recomenda-se a
escolha dos formatos de tal que largura ou o comprimento corresponda ao
múltiplo ou submúltiplo do formato padrão.

Dobramento da folha
Sendo necessário o dobramento de folhas, o formato final deve ser o A4,
de modo a deixar visível o quadro destinado à legenda e facilitar o arquivamento
em pastas.

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Curso Técnico em Mecânica 21/21
Desenho Técnico
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O dobramento das folhas pode ser efetuado da seguinte maneira:

Formato A3(297 x 420)

Formato A2(594 x 420)

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Curso Técnico em Mecânica 22/22
Desenho Técnico
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130
130 185
105 185

297
297

Leg.
210

Formato A1(841 x 594)

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Curso Técnico em Mecânica 23/23
Desenho Técnico
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Formato A0(1189 x 841)

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Curso Técnico em Mecânica 24/24
Desenho Técnico
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Legenda
A posição da legenda deve estar dentro do quadro para desenho de tal
forma que contenha a identificação do desenho (número de registro, título,
origem, etc.); deve estar situado no canto inferior direito, tanto nas folhas
posicionadas horizontalmente como na vertical.

horizontal vertical

A direção da leitura da legenda deve corresponder à do desenho. Por


conveniência, o número de registro do desenho pode estar repetido em lugar de
destaque, conforme a necessidade do usuário.
A legenda deve Ter 178mm de comprimento nos formatos A4, A3 e A2 e
175mm nos formatos A1 e A0.

Margem e quadro
Margens são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro. O quadro
limita o espaço para o desenho.

As margens esquerda e direita, bem como as larguras das linhas, devem


ter as dimensões constantes na tabela abaixo em mm.
Formato Margem Largura da linha do
Esquerda Direita Superior Inferior quadro, conforme
NBR 8403
A0 25 10 10 10 1,4
A1 25 10 10 10 1,0
A2 25 7 7 7 0,7
A3 25 7 7 7 0,5
A4 25 7 7 7 0,5
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Curso Técnico em Mecânica 25/25
Desenho Técnico
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Obs: A margem esquerda serve para ser perfurada e utilizada no


arquivamento.

Marcas de centro
Nas folhas de formatos de série “A” devem ser executadas quatro marcas
de centros. Estas marcas devem ser localizadas no final das linhas de simetria
(horizontal e vertical) da folha.

Escalas métricas de referência

As folhas de desenho podem ter imprimido uma escala métrica de


referência sem os números, com comprimento de 100mm no mínimo e em
intervalos de 10mm

A escala métrica de referência deve estar embaixo, disposta


simetricamente em relação à marca de centro, na margem e junto ao quadro, com
largura de 5 mm no máximo. Deve ser executada com traço de 0,5mm de largura
no mínimo e deve ser repetida em cada seção do desenho.

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Curso Técnico em Mecânica 26/26
Desenho Técnico
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Sistema de referência por malhas


Permite a fácil localização de detalhes nos desenhos, edições,
modificações, etc.

Devem ser executadas com traço de 0,5mm de largura no mínimo,


começando do contorno interno da folha recortada e estendendo-se
aproximadamente 0,5mm além do quadro. A tolerância de posição, de 0.5mm,
deve ser observada para as marcas.

O número de divisões deve ser determinado pela complexidade do


desenho e deve ser par.

O comprimento de qualquer lado do retângulo da malha deve Ter mais de


25 mm e no máximo 75 mm e deve ser executado com traços continuos de 0,5
mm de largura no mínimo,

Os retângulos das malhas devem ser designados por letras maiúsculas ao


longo de uma margem e por numerais ao longo de outra margem.

Os numerais devem iniciar no canto da folha oposto à legenda no sentido


da esquerda para direita e devem ser repetidos no lado correspondente.

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Curso Técnico em Mecânica 27/27
Desenho Técnico
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As letras e os numerais devem estar localizados nas margens,


centralizados no espaço disponível e as letras escritas em maiúsculas de acordo
com a NBR 8402.
Se o número das divisões exceder o número de letras do alfabeto, as letras
de referência devem ser repetidas (exemplo: AA, BB, etc.).

Marcas de corte
Estas marcas de corte servem para guiar o corte da folha de cópias e são
executados em forma de um triângulo retângulo isósceles com 10mm de lado, ou
com dois pequenos traços de 2mm de largura em cada canto.

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Curso Técnico em Mecânica 28/28
Desenho Técnico
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6-Escala
Escala é a razão existente entre as medidas no papel de desenho e as
medidas reais do objeto. A palavra “ESCALA” pode ser abreviada na forma
“ESC.”
Quando for usada mais de uma escala na folha de desenho, além da
escala geral, estas devem estar indicadas junto à identificação do detalhe ou a
vista a que se referem; na legenda, deve constar a escala geral.
A escala e o tamanho do objeto ou elemento em questão são parâmetros
para a escolha do formato da folha de desenho. A escala escolhida deve permitir
uma interpretação fácil e clara da informação representada.
As escalas de desenho podem ser:
a) Natural;
b) De redução;
c) De ampliação.
Tipo de escala Notação da Emprego
escala (ABNT)
Em desenho de objetos que são
Escala natural 1:1
representados em seu tamanho real.
1:2
Usadas para o desenho de objetos de
Escalas de redução 1:5
grandes dimensões
1:10
2:1
Usadas para desenho de objetos de
Escalas de ampliação 5:1
pequenas dimensões
10:1
NOTA – As escalas desta tabela podem ser reduzidas ou ampliadas à razão de 10

Na régua milimetrada, quando convenciona-se que 1cm valerá 1 metro


real, cria-se a escala de 1:100, ou seja, 1 cm no papel corresponderá a 100cm
reais ou 1 metro.
Na escala 1:50, a fração duas vezes maior que 1:100, um metro real é
representado por 2cm.
Na prática, para evitar operações matemáticas, a escala 1:100 e outras
cinco mais usadas são encontradas em prismas triangulares, conhecidas como
escalímetros, que são utilizados por profissionais.

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Desenho Técnico
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7-Linhas
Neste seguimento tratamos dos tipos e escalonamento de larguras de
linhas em desenhos técnicos e documentos semelhantes.
Largura das linhas
Condições gerais

Corresponde ao escalonamento , conforme os formatos de papel para


desenhos técnicos. Isto permite que na redução e reampliação por microfilmagem
ou outro processo de reprodução, para formato de papel dentro do
escalonamento , se obtenham novamente as larguras de linhas originais,
desde que executada com canetas técnicas e instrumentos normalizados.

Condições especiais
A relação entre as larguras de linhas largas e estreitas não deve ser inferior
a 2.
As larguras das linhas devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão,
escala e densidade de linhas no desenho, de acordo com o seguinte
escalonamento: 0,13(1); 0,18(1); 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40, 2,00mm.
As larguras de traço 0,13 e 0,18mm são utilizadas para originais em que a
sua reprodução se faz em escala natural. Não é recomendado para reproduções
que pelo seu processo necessitem de redução.

Para diferentes vistas de uma peça, desenhada na mesma escala, as


larguras das linhas devem ser conservadas.
Espaçamentos entre linhas
Os espaçamentos mínimos entre linhas paralelas (inclusive a
representação de hachuras) não devem se menor do que duas vezes a largura da
linha mais larga, entretanto recomenda-se que esta distância não seja menor do
que 0,70mm.

Código de cores em canetas técnicas


As canetas devem ser identificadas com cores de acordo com as larguras
das linhas, conforme tabela abaixo:
0,13 Lilás 0,18 Vermelho 0,25 Branca
0,35 Amarela 0,50 Marrom 0,70 Azul
1,00 Laranja 1,40 Verde 2,00 Cinza

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Curso Técnico em Mecânica 30/30
Desenho Técnico
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Tipos de linhas e as suas aplicações

Linha Denomina Aplicação geral


ção (ver figura 1a, 1b e outras)
A1 contornos visíveis
A Contínua A2 arestas visíveis
larga
B1 linhas de interseção imaginárias
B2 linhas de cotas
B3 linhas auxiliares
B Contínua B4 linhas de chamadas
estreita B5 hachuras
B6 contornos de seções rebatidas
B7 linhas de centros curtas
Contínua C1 limites de vistas ou cortes parciais ou
estreita a interrompidas se o limite não coincidir
C mão livre com linhas traço e ponto (ver figura 1c)
(1) D1 esta linha destina-se a desenhos
confeccionados por máquinas
Contínua (ver figura 1d)
D
estreita
em
ziguezagu
e (1)
Tracejada E1 contornos não visíveis
E larga (1) E2 arestas não visíveis
F1 contornos não visíveis
Tracejada F2 arestas não visíveis
F estreita(1)

Traço e G1 linhas de centro


G ponto G2 linhas de simetria
estreito G3 trajetórias
Traço e
ponto H1 planos de corte
estreito,
H larga nas
extremida
des e na
mudança
de
direção.

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Curso Técnico em Mecânica 31/31
Desenho Técnico
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J Traço e J1 indicações das linhas ou superfícies com


ponto indicação especial
largo

K1 contornos de peças adjacentes


K2 posição limite de peças móveis
K Traço dois K3 linhas de centro de gravidade
pontos K4 cantos antes da conformação
estreita (ver figura 1f)
K5 detalhes situados antes do plano de
corte (ver figura 1e )

(1) Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser


aplicada uma opção.

Nota: Se forem usadas linhas diferentes, os seus significados devem ser


explicadas no respectivo desenho ou por meio de referência às normas
específicas correspondentes.

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Curso Técnico em Mecânica 32/32
Desenho Técnico
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Ordem de prioridade de linhas coincidentes


Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem
ser observados os seguintes aspectos, em ordem de prioridade:
1-arestas e contornos visíveis (Linha contínua larga, tipo de linha A)
2-arestas e contornos não visíveis (linha tracejada, tipo de linha E ou F)
3-superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreita, larga nas
extremidades e na mudança de direção, tipo de linha H)
4-linhas de centro (traço e ponto estreita, tipo de linha G)
5-linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos, tipos de linha K)
6-linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita, tipo de linha B)

Terminação das linhas de chamadas


As linhas de chamadas devem terminar

A) sem símbolo, se elas conduzem a uma linha de cota (Figura 2)


B) com um ponto, se termina dentro do objeto representado (Figura 3)
C) com uma seta, se ela conduz e/ou contorna a aresta do objeto representado
(Figura 4)

Figura 2 Figura 3 Figura 4

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Desenho Técnico
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8-Cotagem
Para a execução de uma peça, é necessário fornecer no desenho, junto
com a forma, as dimensões do objeto a ser fabricado. Estes dados,
imprescindíveis à execução, servirão também para a verificação da obra, por meio
do chamado controle de qualidade.
As dimensões mostradas no desenho técnico recebem o nome de cotas e
a técnica de lançá-las é chamada de cotagem ou dimensionamento.
A cotagem dos desenhos tem por objetivos principais determinar o
tamanho e localizar exatamente os detalhes da peça.

ESP. 8

19
Ø9

7
10
43

Para a cotagem de um desenho, são necessários três elementos:

• linhas de cota;
• linhas de extensão;
• valor numérico da cota.

Como vemos na figura acima, as linhas de cota são de espessura fina e


traço contínuo. Elas podem ser colocadas dentro ou fora dos desenhos, com
máxima clareza, de modo a admitir uma única interpretação.

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Curso Técnico em Mecânica 34/34
Desenho Técnico
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As linhas de extensão, de espessura fina e traço contínuo, ficam


ligeiramente afastados do desenho, e tem função de mostrar o que está sendo
medido.
O valor numérico da cota é colocado por cima ou numa interrupção da linha
de cota, prática comum nos desenhos mecânicos. O valor da dimensão é
normalmente em milímetros ou em outras unidades indicadas na legenda do
desenho.

Linhas auxiliares devem ser perpendiculares ao elemento dimensionado;


entretanto, se necessário, podem ser desenhadas obliquamente a este
(aproximadamente 60O), porém paralelas entre si.

A construção de interseção de linhas auxiliares deve ser feita com o


prolongamento destas além do ponto de interseção.

Linhas auxiliares e cota, sempre que possível, não devem cruzar com
outras linhas.

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Curso Técnico em Mecânica 35/35
Desenho Técnico
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As linhas de centro da circunferência podem ser usadas como linhas de


extensão; porém, nunca como linhas de cotas.

As circunferências são cotadas pelos diâmetros, de cinco maneiras


diferentes.

Os arcos de circunferência são cotados pelo raio. A linha de cota parte do


centro e leva a seta somente numa extremidade. Os centros dos arcos serão
sempre indicados, ou por linhas de centro, ou por pontos isolados.

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Curso Técnico em Mecânica 36/36
Desenho Técnico
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A cotas em chanfro são lançadas de três maneiras diferentes.

Cotas em ângulos.

O raio, cujo centro encontra-se fora dos limites do desenho, é indicado por
meio de linha de cota quebrada.

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Curso Técnico em Mecânica 37/37
Desenho Técnico
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As curvas irregulares podem ser cotadas por meio de coordenadas.

Na cotagem em perspectiva paralela, as linhas de extensão e de cota


devem estar paralelas aos eixos perspectivados.

O sinal indicativo de diâmetro (ø) é usado na vista, onde a seção não


poderia ser imediatamente identificada.

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Curso Técnico em Mecânica 38/38
Desenho Técnico
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Os símbolos seguintes são usados com cotas para mostrar a identificação


das formas e melhorar a interpretação do desenho. Os símbolos de diâmetro e de
quadrado podem ser omitidos quando a forma for claramente indicada. Os
símbolos devem preceder a cota.

Disposição e apresentação da cotagem


Disposição
A disposição da cota no desenho deve indicar claramente a finalidade do
uso. Geralmente é resultado da combinação de várias finalidades.

Cotagem em cadeia

Cotagem por elemento de referência

Este método de cotagem é usado onde o número de cotas de mesma


direção se relacionam a um elemento de referência.

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Curso Técnico em Mecânica 39/39
Desenho Técnico
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Cotagem por elemento de referência pode ser executada como cotagem


em paralelo ou cotagem aditiva.

Cotagem em paralelo é localização de várias cotas simples paralelas umas


às outras e espaçadas suficientemente para escrever a cota.

Cotagem aditiva é uma simplificação da cotagem em paralelo e pode ser


utilizada onde há limitação de espaço e não haja problema de interpretação.
A origem é localizada num elemento de referência e as cotas são
localizadas na extremidade da linha auxiliar.
Cotagem aditiva em duas direções pode ser utilizada quando for vantajoso.
Neste caso, a origem deve ser como mostra a figura abaixo.

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Curso Técnico em Mecânica 40/40
Desenho Técnico
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Quando os elementos estiverem próximos, quebramos as linhas auxiliares


para permitir a inscrição da cota no lugar apropriado, como mostra a figura
abaixo.

Cotagem por coordenadas


Pode ser mais prático reduzir-se a tabela.

Coordenadas para pontos de interseção em malhas nos desenhos de


localização são indicadas como mostrado abaixo.

X=0
Y = 100
Coordenadas para pontos arbitrários sem a malha, devem aparecer
adjacentes a cada ponto ou em tabelas.

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Curso Técnico em Mecânica 41/41
Desenho Técnico
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Cotagem combinada

Cotagem simples, cotagem aditiva e cotagem por elemento comum podem


ser combinadas no desenho.

Indicações Especiais
Cordas, arcos, ângulos e raios
As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser como mostra a figura
abaixo.

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Curso Técnico em Mecânica 42/42
Desenho Técnico
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11-Projeções
Em desenho, chama-se projeção de um objeto a sua representação gráfica
num plano, onde procura-se reproduzir a sua forma exata, com todos as suas
dimensões.

Tendo o objetivo três dimensões e o plano de representação somente


duas, é necessário um artifício técnico que possibilite tal operação.
Elementos fundamentais de uma projeção:
A posição do observador, denominada centro da projeção;
O objetivo a ser representado;
O plano no qual será efetuada a projeção, denominado plano de projeção.
Considerando um plano de projeção (α) e a posição do observador (O) fora
dele, a uma distância finita, chama-se de projeção do ponto (A) no plano (α) a
interseção da reta (AO) com o plano (ponto a).

Projeção cônica ou central


Essa modalidade de projeção, na qual o observador se encontra a uma
distância finita do plano, é chamada projeção cônica ou central. Nesta projeção a
imagem sempre sofre deformações em relação ao objeto real, podendo ora ser
projetada ampliada, ora reduzida.

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Curso Técnico em Mecânica 43/43
Desenho Técnico
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Supondo que o observador passe a ocupar uma posição no infinito, a reta


(XY), denominada direção das projetantes, mostrará a posição do observador em
relação ao plano. A projeção do ponto (A) será a interseção com o plano α (em a)
da paralela traçada por (A) à direção (X) (Y).

Este tipo de projeção, na qual o observador encontra-se a uma distância


infinita do plano, é denominada projeção cilíndrica ou paralela.

Projeções ortogonais

Nas projeções ortogonais, as projetantes interceptam o plano de projeção a


90°.

O processo industrial usa em larga escala a projeção cilíndrica ortogonal,


cuja característica principal é que as superfícies dos objetos, paralelas ao plano
de projeção, projetam-se com a mesma forma e as mesmas dimensões. Nestas
condições, diz-se que o objeto projetado apresenta-se em verdadeira grandeza
(VG).

Utilizando o sistema cilíndrico ortogonal, criou-se a geometria descritiva,


que, acompanhando o desenvolvimento industrial, serviu de base ao desenho
técnico.

O espaço foi dividido em quatro partes, chamadas diedros, utilizando dois


planos perpendiculares.

Cada diedro possui dois planos de projeção: um vertical e outro horizontal.

Um objeto colocado em qualquer diedro terá as suas projeções vertical e


horizontal.

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Curso Técnico em Mecânica 44/44
Desenho Técnico
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Como o objetivo é visualizar o objeto num único plano, é feita a chamada


épura, ou seja, a planificação do diedro. Para isto, usamos um recurso que
consiste no rebatimento dos planos de projeção horizontal e lateral. Veja como
isso é feito no 1º e 3º diedro:
1. O plano vertical, onde se projeta o que se convencionou chamar
vista frontal, deve ser imaginado sempre numa posição fixa.

2. Para rebater o plano horizontal, imaginamos que ele sofra uma


rotação de 90° para baixo, em torno do eixo de interseção com o plano vertical, O
eixo de interseção é a aresta comum aos dois semiplanos.

3. Para rebater o plano de projeção lateral, imaginamos que ele sofra


uma rotação de 90°, para a direita, em torno do eixo de interseção com o plano
vertical.
Primeiro diedro

Terceiro diedro

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Curso Técnico em Mecânica 45/45
Desenho Técnico
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O encontro do plano vertical com o horizontal chama-se Linha de Terra. Ela


será a referência para a tomada de medidas verticais e horizontais na épura.
No plano vertical, as alturas serão denominadas cotas; e no horizontal, as
distâncias chamar-se-ão afastamentos.

A Norma Brasileira (NBR) admite a representação em dois diedros.

As principais características nas projeções efetuadas nestes dois diedros


são:

1. A disposição dos elementos fundamentais no 1O diedro é: observador


(no infinito), objeto e plano de projeção. Já no 3O diedro é: observador (no
infinito), plano de projeção e objeto.

2. A representação gráfica do 1O diedro mostra a projeção vertical acima


da linha de terra e a horizontal abaixo. Já no 3O diedro, ocorrerá o inverso.

O desenho técnico utiliza o chamado sólido envolvente, que é um


paralelepípedo composto pelos dois planos pertencentes aos diedros (PL e PH) e
mais outros quatro, com o propósito de possibilitar seis projeções para uma exata
visualização de alguns objetos. O objeto será colocado no interior do sólido
envolvente para se obter as projeções.

As projeções nestes planos são chamadas de vistas ortográficas e estão


representadas na figura abaixo:

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Curso Técnico em Mecânica 46/46
Desenho Técnico
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Conforme o plano em que estão representadas, as vistas são denominadas


como:
a) Plano vertical - vista de frente ou elevação;
b) Plano horizontal - vista de cima ou planta;
c) Plano lateral - vista lateral ou perfil.

Para obter as vistas ortográficas de um objeto, é conveniente fazer uma


análise criteriosa do mesmo, a fim de definir a melhor posição para a vista de
frente, que deve ser:
• aquela que mostre a forma mais característica do objeto;
• aquela que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é
encontrado, isoladamente ou num conjunto;
• em último caso, escolhe-se a posição que mostre a maior dimensão do
objeto e possibilite o menor número de linhas invisíveis nas outras vistas.

Na obtenção das vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados


com linha grossa contínua. As arestas e contornos que não podem ser vistos da
posição ocupada pelo observador são representados por linhas médias tracejadas
(linhas invisíveis). Os eixos de simetria e centros são desenhados com linha fina
com traços e pontos. (vide capítulo convenções gráficas)
Convém lembrar que no 1° diedro a seqüência de projeção é observador,
objeto e plano, e no 3° é observador, plano e objeto.
A principal finalidade de um desenho é fornecer informações suficientes ao
profissional que vai utilizá-lo, para que possa construir, controlar ou montar uma
peça ou mecanismo, de acordo com as especificações. A seleção e a distribuição
das vistas dependem da complexidade do objeto. Os objetos são desenhados,
comumente, em três vistas, e, além destas três, outras poderão ser representadas
quando tal se fizer necessário para uma perfeita interpretação do desenho.
Chamamos de vistas essenciais àquelas indispensáveis na representação
dos objetos.
Exemplo:

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Curso Técnico em Mecânica 47/47
Desenho Técnico
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12-Perspectiva Cilíndrica Ortogonal


Perspectiva é o desenho que procura mostrar os objetos de forma
ilustrativa, auxiliando a interpretação de peças, embora, em muitos casos, não
possa mostrar todos os detalhes.
O emprego de perspectiva ajuda a visualizar os objetos (desenhados) mais
rapidamente. É utilizada, com grande vantagem para complementar o desenho de
vistas.

Perspectiva Bimétrica
Nesta perspectiva, os três eixos fazem, entre si, dois ângulos iguais e um
diferente.

Perspectiva isométrica
É aquela que representa as dimensões dos objetos, segundo três eixos
isométricos.
O ângulo formado entre os três eixos é de 120°, pois isométrico significa
medidas iguais.
Os três eixos são divergentes, sendo que um deles situa-se na posição
vertical e outros dois formam ângulos de 30° com horizontal, partindo um para
cada lado.

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Curso Técnico em Mecânica 48/48
Desenho Técnico
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A perspectiva isométrica é classificada em:


• Perspectiva isométrica de objetos com superfícies planas;
• Perspectiva isométrica de objetos cilíndricos.
• Perspectiva isométrica de objetos com superfícies planas

Nesta perspectiva, os três eixos coincidem com três das arestas do objeto.
As arestas paralelas do objeto são traçadas, nessa perspectiva, por meio de
linhas paralelas aos eixos.

Nesta situação, as medidas das faces do objeto são desenhadas em VG


(verdadeira grandeza).

Perspectiva isométrica de objetos cilíndricos


Esta perspectiva apresenta as mesmas características da perspectiva
isométrica anterior. Um detalhe importante é que as circunferências do objeto, em
perspectiva, são representadas por meio de elipses.

Perspectiva Cavaleira
Consiste na representação de uma das faces do objeto em vista de frente,
estando o observador situado no infinito, segundo uma direção inclinada em
relação ao quadro, o qual deve ser paralelo a dois eixos do referido objeto.

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Curso Técnico em Mecânica 49/49
Desenho Técnico
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Nesta face, vêm representadas duas de suas três dimensões. A outra


dimensão será representada segundo uma linda oblíqua, que forma, com a
posição horizontal, um ângulo α. Este ângulo pode ser de 30°, 45° ou 60°.

A perspectiva cavaleira também possui duas classificações:


Perspectiva cavaleira de objetos com superfícies planas;
Perspectiva cavaleira de objetos com superfícies cilíndricas.

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Curso Técnico em Mecânica 50/50
Desenho Técnico
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Perspectiva cavaleira de objetos com superfícies planas


Nesta perspectiva, as medidas horizontais e verticais, que formam a face
vista de frente, estarão em VG. Já as medidas marcadas sobre a linha oblíqua
sofrem uma redução conforme mostra a tabela a seguir.
Projeções ortogonais – Vistas
essenciais
Ângulos entre a Redução nas
linha oblíqua e a medidas
posição marcadas sobre a
horizontal linha oblíqua
Perspectiva cavaleira

30° Redução = 1/3


1/3 de 20mm

45° Redução = 1/2


1/2 de 20mm

60° Redução = 2/3


2/3 de 20mm

Perspectiva cavaleira de objetos cilíndricos


Nesta perspectiva, as circunferências do objeto são desenhadas em vista
de frente. A circunferência é representada em VG. As geratrizes do cilindro são
desenhadas segundo uma linha oblíqua, que forma, com a posição horizontal, o
mesmo ângulo α da perspectiva cavaleira de objetos planos. As medidas situadas
sobre a linha oblíqua sofrem a mesma redução apresentada no quadro a seguir.

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Curso Técnico em Mecânica 51/51
Desenho Técnico
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Construção de perspectiva utilizando as vistas axonométricas


Construção de traçados em esboço da perspectiva isométrica de objetos
planos
Inicialmente, fazemos uma análise da vistas essenciais do objeto,
procurando observar o lado de maior riqueza de detalhes, que escolhemos como
vista de frente.

Para construir o esboço dos eixos isométricos, observe a seguinte seqüência:


→ Trace uma linha horizontal e uma perpendicular a esta;
→ Os dois ângulos retos formados na porção superior da linha
horizontal são divididos em três partes iguais (ângulos de 30°)
→ Os três eixos isométricos são formados pela parte inferior na
linha vertical e o primeiro traço da divisão que se fez em relação
à linha horizontal, formando ângulos de 120°;
→ Trace as arestas verticais, que correspondem à altura, e as
horizontais, que correspondem ao comprimento e largura;
→ Com traços leves e finos esboce todas as arestas paralelas,
respeitando as devidas dimensões do objeto (em VG);
→ Com linhas paralelas aos eixos isométricos, esboce os detalhes
de cada face;
→ Por fim, faça uma comparação detalhada entre o objeto
observado e sua perspectiva. Apague as linhas usadas para a
construção do esboço, deixando apenas a que representam a
perspectiva do objeto.
Perspectiva

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Curso Técnico em Mecânica 52/52
Desenho Técnico
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Objeto

Construção de traçado em esboço da perspectiva isométrica de objetos


cilíndricos
Para esboçar a perspectiva de objetos cilíndricos, é necessário saber
esboçar circunferência. A circunferência é representada por uma elipse
denominada elipse isométrica.

O esboço de uma elipse isométrica é feito da seguinte forma:

1. Inicialmente traçamos os eixos isométricos formados por


três ângulos de 120°.

2. Sobre os eixos que se dirigem para a direita e esquerda,


marcamos o diâmetro da circunferência. Com linhas finas,
trace a perspectiva do quadrado circunscrito na
circunferência. Para facilitar, coloque letras em cada
vértice da figura.

3. Trace linhas retas passando pelos pontos médios das


retas AB, BC, CD, DA, partindo dos vértices que lhe
sejam opostos;

4. No cruzamento das retas, marque os pontos 1 e 2 (centro


dos arcos menores). A e C (centro dos arcos maiores);

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Curso Técnico em Mecânica 53/53
Desenho Técnico
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Trace linhas curvas, com centro de 1 e 2. Da mesma forma, complete a


elipse, tendo os arcos maiores centro nas letras A e C.

Para esboçar um arco de circunferência em perspectiva isométrica,


proceda da seguinte forma:

1. Inicialmente marque a face superior do objeto com os pontos A, B,


C e D, sendo AB e DC igual ao valor do diâmetro do arco.
2. Em seguida trace os pontos médios de cada segmento. A partir dos
pontos A e C, Trace linhas retas passando pelos pontos médios. Na
interseção destas retas, marque os pontos M e N (centros menores)
e A e C (centros maiores). Assim obtemos a curvatura da face
superior do objeto.
3. Para a face inferior, repita o mesmo procedimento.
4. Por último, reforce o traçado dos arcos e arestas visíveis e apague
as linhas usadas para a construção do esboço.

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Curso Técnico em Mecânica 54/54
Desenho Técnico
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Construção de traçado em esboço da perspectiva cavaleira de objetos com


superfícies planas
Para construir o esboço da perspectiva cavaleira de objetos planos,
proceda da seguinte maneira:

1. Observe, inicialmente, em um objeto montado, as suas vistas


essenciais.
2. Escolha o ângulo da perspectiva (30°, 45°, 60°).
3. Desenhe a vista de frente do objeto com suas medidas reais.
4. Trace linhas oblíquas finas de cada vértice do ângulo formado pelas
arestas.
5. Sobre estas linhas, esboce as medidas da outra dimensão do objeto
a ser retratado. Estas medidas serão reduzidas na proporção
determinada pelo ângulo escolhido e utilizarão a vista lateral para
serem traçadas.
6. Por fim, trace as demais arestas, que serão paralelas à vista de
frente.

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Curso Técnico em Mecânica 55/55
Desenho Técnico
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13-Ruptura
Rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho de
peças que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor
aproveitamento de espaço no desenho e melhor visualização de seus detalhes.
Quando empregamos rupturas, estamos retirando da vista uma parte do
objeto. Só se emprega ruptura nas partes que detalhes que não necessitam ser
mostrados para facilitar a interpretação do objeto.
As rupturas ocorrem em quatro situações:
→ Em objetos planos paralelos;
→ Em objetos trapezoidais;
→ Em objetos cilíndricos;
→ Em objetos cônicos.

Em objetos planos paralelos

Em objetos trapezoidais

Em objetos cilíndricos
a) Em eixos e barras redondas

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Desenho Técnico
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b) Em tubos

Em objetos cônicos

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Desenho Técnico
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14-Vistas auxiliares
A verdadeira forma de uma superfície só é mostrada em vistas principais
se esta superfície for paralela a um dos planos de projeção (verdadeira
grandeza).
Em muitos casos, entretanto, o objeto terá uma ou mais faces inclinadas,
cujas formas verdadeiras, para a fabricação, é desejável ou necessário
representar.
Quando isto ocorre, lança-se mão das chamadas vistas auxiliares, que são
projeções em verdadeira grandeza, obtidas por meio de planos auxiliares de
projeção. Se a superfície inclinada se projeta numa das vistas principais, segundo
uma linha, isto significa que ela é perpendicular ao plano da vista.
Usa-se, no caso, um plano auxiliar, paralelo à referida linha, e, em seguida,
rebatese o mesmo sobre o plano da vista.

Exemplo
A superfície retangular do objeto não se projeta em verdadeira grandeza
nas vistas principais, por estar inclinada em relação aos planos de projeção.
Como a superfície se projeta na vista de frente, segundo uma linha, o plano
auxiliar ficará paralelo a esta linha e, em seguida, será rebatido no plano da vista
de frente.

Vista auxiliar primária


A verdadeira grandeza obtida com uma única operação recebe o nome de
vista auxiliar primária, com indicação da vista principal que lhe serve de
referência.

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Desenho Técnico
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No desenho da vista auxiliar pode-se representar apenas o detalhe que a


motivou, omitindo o restante do objeto ou mostrando somente as linhas
adjacentes à mesma, indicando a interrupção por uma linha sinuosa de ruptura.

Exemplo:
Obtenção da vista auxiliar primária da vista de frente.

Vista auxiliar secundária


Quando a face inclinada do objeto é oblíqua em relação aos três planos
principais de projeção, são necessárias duas operações gráficas para obter a sua
verdadeira grandeza:
1. Efetua-se a mudança de posição de um dos planos principais de projeção
a fim de tornar a superfície inclinada perpendicular a ele, ou seja, projetar-
se segundo uma linha. Para isso, usam-se as retas frontais ou horizontais
existentes na superfície inclinada.

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Desenho Técnico
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No exemplo da figura abaixo, usou-se, para esta operação, a reta (A) (B),
cuja projeção vertical é paralela à linha de terra.

Muda-se o plano vertical (α' ) para que fique perpendicular à projeção


horizontal, em verdadeira grandeza, AB.
Agora, as projeções verticais e horizontais são tomadas nos planos (α") e
(π) respectivamente.
Como a reta usada foi horizontal, as cotas da superfície em (α' ) são as
mesmas de (π’) e os afastamentos passam a ser diferentes dos anteriores em (π).

2. Esta segunda operação é a mesma utilizada nas vistas auxiliares


primárias, ou seja, passa-se um plano auxiliar paralelo à superfície
projetada, segundo uma linha, e, em seguida, rebate-se o referido plano
em (α' ).

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Desenho Técnico
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Nos casos em que a superfície oblíqua não possua retas horizontais ou


frontais, usa-se uma reta auxiliar (frontal ou horizontal), pertencente à superfície,
bastando para isso saber:
• que a reta horizontal tem a sua projeção vertical paralela à linha de terra
• que a reta frontal tem a sua projeção horizontal paralela à linha de terra.

Exemplo de obtenção da vista auxiliar secundária de uma superfície


oblíqua, mostrada em planta e elevação.

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Desenho Técnico
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Seqüência
a) Interpretação das projeções vertical e horizontal.
b) Identificação da superfície inclinada (1,2,3,4 e 5).
e) Traçado de uma linha de terra para se obter cotas e afastamentos.
d) Escolha da reta horizontal 1 2 para a primeira mudança de plano.
e) Lançamento no novo plano vertical (α") das mesmas cotas do anterior.
f) Como a superfície se projeta em linha no novo plano vertical, traça-se um
plano ( ) paralelo a esta linha.
g) Tem-se a verdadeira grandeza (VG) da superfície marcando os mesmos
afastamentos anteriores.

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Desenho Técnico
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15-Corte
Denomina-se corte a projeção que se obtém ao selecionar um objeto por
um plano vertical ou horizontal.

Os cortes têm por finalidade mostrar os detalhes internos dos objetos e


facilitar a cotagem.

Seqüência para cortar uma peça:


• Corta-se o objeto por um plano secante imaginário, mostrando na
vista ortográfica a sua trajetória, por meio de uma linha traço-ponto
grossa nas extremidades e na mudança de direção, acompanhada
de duas letras e setas, que determinam a posição do observador;
• Remove-se a parte do objeto situada entre o observador e o plano
secante;
• A superfície selecionada, chamada seção, será hachurada, e demais
linhas serão mostradas, com exceção das invisíveis.

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Desenho Técnico
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Planos de corte
Plano de corte horizontal - O plano de corte horizontal é obtido quando se
seciona um objeto por um plano horizontal, paralelo ao plano da base do objeto. A
projeção dos detalhes internos da parte inferior do objeto é o corte horizontal.

Plano de corte vertical - O plano de corte vertical subdivide-se em:

• Plano de corte longitudinal: é o plano que seciona os objetos no


sentido do comprimento

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Desenho Técnico
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Plano de corte transversal é o plano que seciona os objetos no sentido da


largura.

Para reconhecermos se o plano de corte é longitudinal, horizontal ou


transversal, basta observar em que vista ele foi representado:
• Quando seciona-se objeto longitudinalmente, tem-se a vista de
frente do mesmo desenhada em corte;
• Quando seciona-se o objeto por um plano horizontal, tem-se a vista
de cima do mesmo (planta) desenhada em corte;
• Quando seciona-se o objeto transversalmente, tem-se a vista lateral
do mesmo desenhada em corte.

Tipos de corte

Corte pleno ou total - é o executado em toda a extensão, longitudinal ou


transversal do objeto.

O plano de corte não necessita ser contínuo. Quando ele muda de direção,
o corte é chamado de corte com desvio. As mudanças de direção são
interpretadas na vista onde o plano incide ortogonalmente e as arestas dos
desvios não são representadas na vista em corte.

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Desenho Técnico
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Vejamos a indicação do corte total para cada tipo de corte.

Corte longitudinal

Corte horizontal

Corte transversal

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Desenho Técnico
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16-Conjunto, detalhes e vista explodida


Neste capítulo, representaremos os desenhos de conjunto, detalhes e vista
explodida, a fim demonstrar a forma, as dimensões e a posição com que as peças
de uma máquina ou equipamento são fabricadas.

Desenho de conjunto

O desenho de conjunto, como o próprio nome indica, é a representação de


máquinas, equipamentos ou dispositivos com suas peças ou componentes
montados, mostrando a posição de cada um no conjunto.

Os desenhos de conjunto podem ser representados em projeções


ortogonais ou em perspectivas. Veja o exemplo em fusíveis com segurança
Diazed.

Desenho de conjunto em Desenho de conjunto


posição ortogonal em perspectiva

Desenho de detalhes

São desenhos de peças isoladas, dando uma descrição completa e exata


de cada componente da máquina, equipamento ou dispositivo.

Desenho de detalhe em Desenho de detalhe


projeção ortogonal em perspectiva

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Desenho Técnico
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Desenho de vista explodida

É um desenho que mostra as peças ou componentes de máquinas ou


dispositivos, como se estivessem desmontados, porém fazendo correspondência
às posições de cada detalhe do conjunto.

Desenho de vista explodida em projeções ortogonais

Desenho de vista explodida em perspectiva

Há varias maneiras de se identificar os detalhes para a montagem de um


conjunto. Veremos aqui as mais usuais.

1. Com a vista explodida, temos os detalhes das peças na posição de


funcionamento. O desenho de conjunto completa a representação da
montagem.

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Desenho Técnico
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2. A representação de um subconjunto de equipamento, por meio de uma


linha grossa, com seta na vista explodida, mostra-nos outros detalhes não
visíveis no conjunto.

3. Representação dos detalhes, com os nomes de cada peça.

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Desenho Técnico
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4. Identificação dos detalhes por números e, junto ao desenho, uma legenda


indicando as posições, quantidades e denominações de cada componente.

200 1 Conjunto rotor completo 640 4 Haste


300 1 Conjunto estator 671 1 Chaveta
completo
330 1 Carcaça 704 4 Rebite
360 1 Tampa da caixa de 751 1 Rolamento dianteiro
ligação
400 1 Tampa dianteira 752 1 Rolamento traseiro
410 1 Tampa traseiro 755 1 Arruela de pressão
500 1 Ventilador 911 1 Placa de identificação
603 8 Porca hexagonal
611 2 Parafuso de fixação da
tampa da caixa de
ligação

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Desenho Técnico
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17-Elementos de Máquinas
Elementos de máquinas são componentes que permitem a fixação de uma
peça à outra ou a transmissão de movimentos entre as mesmas.

Na fabricação mecânica, estes elementos são identificados nos desenhos


técnicos por representações convencionais, de acordo com a ABNT.

Os elementos de máquinas são classificados de duas formas:


• Elementos de máquinas para fixação temporária ou permanente;
• Elementos de máquinas para transmissão de movimentos.

Elementos de máquinas para fixação temporária e permanente

Em mecânica, as peças a serem unidas exigem elementos próprios,


denominados elementos de fixação.

A união de peças feita pelos elementos de fixação pode ser de dois tipos:
móveis ou permanente.

No tipo de união móvel, os elementos de fixação são aqueles que permitem


a fixação de uma peça à outra, podendo ser colocados ou retirados do conjunto
sem causar qualquer dano às peças que foram unidas. Podem ser reaproveitados
em outras circunstâncias, caso isso venha a ser necessário.

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Desenho Técnico
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Dentre os elementos de máquina de uso geral, destacam-se parafusos,


porcas, arruelas, molas e chavetas.

No tipo de união permanente, os elementos de fixação, uma vez instalados,


não podem ser retirados sem que fiquem inutilizados. É o caso, por exemplo, de
uniões feitas com rebites e soldas.

Para projetar um conjunto mecânico, é necessário escolher


cuidadosamente os elementos de fixação a serem usados. Tanto os de fixação
móvel quanto os de fixação permanente, geralmente, são componentes frágeis.
Se não os planejamos adequadamente, podemos, por exemplo, unir peças
robustas a elementos de fixação fracos, criando um conjunto mecânico falho, que
poderá a qualquer momento torna-se inútil.

Para que possamos compreender a representação convencional de


parafusos e porcas (elementos que possuem rosca), é necessário inicialmente
conhecer a representação convencional de rosca.

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Desenho Técnico
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Roscas
Rosca é um conjunto de filetes dispostos helicoidalmente em torno de uma
superfície cilíndrica.

As roscas podem ser de dois tipos:

Roscas externas;
Roscas internas.

Roscas externa – É a que se faz na parte externa de um elemento


(macho).

Roscas interna – É a que se faz na parte interna de um elemento (fêmea).

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Desenho Técnico
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As roscas permitem a união e desmontagem de peças.

Os filetes dos roscas apresentam vários perfis. Esses perfis, sempre


uniformes, dão nome às roscas e condicionam sua aplicação. A seguir temos a
representação gráfica das roscas.

Parafuso e porcas de fixação na união de peças.


Ex.: Fixação da roda do carro.

Parafuso que transmitem movimento suave e


uniforme.
Ex.: Fuso de máquina.

Parafuso de grandes diâmetros sujeitos a


grandes esforços.
Ex.: Equipamentos ferroviários.

Parafuso que sofrem grandes esforços e


choques.
Ex.: Prensas e morsas.

Parafusos que exercem grande esforço num só


sentido.
Ex.: Macaco de catraca.

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Desenho Técnico
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Na figura abaixo temos as roscas vistas em corte.

Furo não vasado com


Rosca interna em corte Rosca externa em corte Montagem
rosca

Nomenclatura da rosca – Independentemente da sua aplicação, as roscas


têm os mesmos elementos, variando apenas os formatos e dimensões.

P = Passo (em mm) i = ângulo da hélice


d = Diâmetro externo c = crista
d1=Diâmetro interno D = Diâmetro do fundo da porca
d2 = Diâmetro do flanco D1 = Diâmetro do furo da porca
α (alfa) = Ângulo do filete h1 = Altura do filete da porca
f = Fundo do filete h = Altura do filete do parafuso
Demonstrada a representação de roscas, vejamos agora a representação
convencional dos parafusos e porcas.

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Desenho Técnico
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Parafusos
São peças cilíndricas ou cônicas, fabricadas em diferentes materiais, com
caneluras em espiral, que recebem a denominação genérica de rosca. São
empregados na união não permanente de peças.

Parafuso de corpo liso – É o parafuso usado com porca e arruela, a fim de


conectar peças entre si, a qual atravessa, por intermédio de um furo liso.

Normalmente, os parafusos e as porcas utilizados para a fixação


temporária de peças são os seguintes:
• Parafusos com cabeça e porca hexagonais (sextavadas);
• Parafusos com cabeça e porca quadradas.

Parafuso com cabeça e


porca sextavadas

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Desenho Técnico
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Parafuso com cabeça e


porca quadrada

As linhas representativas do fundo do filete da rosca são representadas pelo


traço contínuo, de espessura estreita.

Parafusos com cabeças especiais – São aquelas que, por terem cabeças
diferenciadas, são representados de acordo com as normas da ABNT.

Parafuso sextavado
parafuso sextavado
com rosca total
Parafuso auto
Parafuso sextavado
atarrachante de
com porca
cabeça sextavada
Parafuso de cabeça
cilíndrica com
sextavado interno

Parafuso de cabeça
quadrada

Parafuso de cabeça Parafuso de cabeça


cilíndrica com fenda redonda com fenda
Parafuso de cabeça Parafuso de cabeça
cilíndrica abaulada escareada com
com fenda fenda
Parafuso de cabeça
Parafuso sem
escareada abaulada
cabeça com fenda
com fenda
Parafuso para
Parafuso sem
madeira de cabeça
cabeça com rosca
escareada com
total e fenda
fenda
Parafuso liso prego
cabeça escareada
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Desenho Técnico
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Parafuso de cabeça Parafuso de cabeça


panela com fenda escareada com
cruzada fenda cruzada
Parafuso de cabeça Parafuso de cabeça
redonda com fenda escareada abaulada
cruzada com fenda cruzada
Parafuso para Parafuso para
madeira de cabeça madeira de cabeça
escareada com escareada abaulada
fenda cruzada com fenda cruzada
Parafuso
Prisioneiro

Parafuso de cabeça
recartilhada

Parafuso borboleta

Porca
É um dispositivo com formato quadrado ou hexagonal, geralmente
metálico, dotado de rosca interna, com o propósito de, juntamente com o parafuso
de rosca externa semelhante, fixar vários componentes.

As porcas são fabricadas a partir de diversos materiais: aço, bronze,


alumínio, plástico.
Há casos especiais em que as porcas recebem banhos de galvanização,
zincagem e bicromatização para protegê-las contra a oxidação (ferrugem).

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Desenho Técnico
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Nas mesmas condições dos parafusos, há porcas especiais.


Porca castelo hexagonal Porca cega hexagonal Porca borboleta

Chavetas
Chavetas são elementos de máquina empregados na fixação temporária de
polias, rodas dentadas, aos seus respectivos eixos. Sua forma, em geral, é
retangular ou semicircular.

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Desenho Técnico
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Os tipos de chavetas mais comuns são:


• Chaveta de cunha;
• Chaveta paralelas;
• Chaveta de disco ou Woodruff.

Chavetas de cunha – As chavetas com esse nome têm uma de suas faces
inclinada com formato de cunha para facilitar a união das peças.

Essas chavetas se classificam em:


• Chavetas longitudinais;
• Chavetas transversais.

Chavetas longitudinais são colocadas na extensão do eixo para unir


roldanas, rodas etc. Podem ser com ou sem cabeça e sua montagem e
desmontagem é fácil.

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As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos: encaixada, meia-


cana, plana, embutida e tangencial.

Chavetas transversais são aplicadas em união de peças que transmitem


movimentos rotativos e retilíneos alternativos. São empregadas em uniões
permanentes.

Chavetas paralelas ou lingüetas – Essas chavetas têm as faces paralelas,


portanto, sem inclinação.

A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às


laterais do rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da
chaveta e o fundo do rasgo do elemento conduzido.

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Desenho Técnico
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As chavetas não possuem cabeça. Quanto ao formato dos seus extremos,


podem ser retas ou arredondadas.

Chavetas de disco (Woodruff) – É uma variante da chaveta paralela.


Recebe essa denominação por apresentar a forma de um segmento circular. É
comumente empregada em eixos cônicos, por facilitar a montagem e adaptar-se a
conicidade do fundo do rasgo do elemento externo.

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Desenho Técnico
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Referências Bibliográficas
1-SENAI, Rio de Janeiro. departamento nacional Desenho-eletricidade; planta
baixa . Módulo instrucional 1.Rio de Janeiro,Divisão de Ensino e
Treinamento, 1980. 48p. ilust. (1). Desenho-eletricidade.

2 - Bonassi L.W., Forani L., José Luiz de Oliveira e Santilli L. - Desenho


Técnico ½ - 1999.

3 - Vilanueva M. - Fundamentos del Dibujo Técnico - Ediciones Ummo - 1972.

4 - Manfe, Pozza e Scaratto - Desenho Técnico - Hemus Livraria e Editora -


1980.

5 - Reshetov D. N. - Atlas de Elementos de Máquinas - Ediciones CEAC .

6 - French T. - Graphic Science and Design - McGraw-Hill Book Company -


1984.

7 - French T. - Desenho Técnico - Editora Globo - 1995.

8- Telecurso 2000 Profissionalizante

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