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11/30/2011

Resistência ao Cisalhamento dos Solos

Generalidades
Solos → resistem bem a compressão, porém, tem
Mecânica dos Solos I resistência a tração e cisalhamento limitadas.
Ruptura nos solos → caracterizadas por
deslocamentos relativos entre partículas (cisalhamento)
⇒ resistência dos solos ≡ resistência ao cisalhamento
dos solos (RCS).
Resistência ao Cisalhamento dos Solos
(RCS) Uma das propriedades Suporte para resolução
fundamentais do de problemas práticos
comportamento dos em Engenharia
solos Geotécnica 2

Resistência ao Cisalhamento dos Solos Resistência ao Cisalhamento dos Solos


Problemas geotécnicos envolvendo RCS: Problemas geotécnicos envolvendo RCS:

Estruturas de contenção

Estabilidade de Aterros sobre solos moles


Estabilidade de Taludes

Pavimentos Rodoviários
Estabilidade de Barragens Capacidade de carga de fundações
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Problemas geotécnicos envolvendo RCS:
Tensões no Solo
Análise tensão x deformação → materiais sólidos
(Resistência dos Materiais) + fluidos (Mecânica dos
Fluidos) ≡ Mecânica do Meio Contínuo.
Solos → material trifásico (sólida+líquida+gasosa) ≡
meio descontínuo.
Por simplificação → Os solos são considerados
materiais contínuos deformáveis.
Tensão em pontos no interior do maciço
devido ao seu peso próprio ou cargas
externas (breve revisão)
Escavação de Túneis FRANÇA (2006) 5 6

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Tensões vs Deformação no solo Tensões no Solo


Qual a resposta de um corpo a uma dada solicitação?

Solicitação
excitação externa
(p.ex. Força)

Resposta
mudanças no contorno e internas
(p.ex.: deslocamentos, Estado tridimensional de tensões: Tensões principais:
deformações, tensões)  tensões normais (σ)  σ1→ tensão principal maior
 tensões cisalhantes (τ)  σ2→ tensão principal intermediária
Condições
 σ3→ tensão principal menor
(Equilíbrio, Resistência) 7 8

Estado Plano de Tensão Estado Plano de Tensão


Hipótese simplificadora → as tensões e as deformações Hipótese simplificadora → as tensões e as deformações
ortogonais ao plano considerado é tido como nula. ortogonais ao plano considerado é tido como nula.

σy Conhecidas as tensões em dois planos quaisquer ⇒ pode-se


determinar as tensões normais e de cisalhamento em qualquer
τxy N plano passando por estes planos (σθ e σθ)
T
D C Convenção em Mecânica dos solos:
F F  σ >0 → tensões normais de compressão;
σx σx  τ >0 → tensões cisalhantes no sentido anti-horário

τxy τxy σ y +σ x σ y −σ x
E θ E θ σθ = + cos 2θ + τ xy sen2θ (I)
A B B 2 2
τxy
σ y −σ x Para τθ = 0 2τ xy
σy τθ = sen 2θ − τ xy cos 2θ tan 2θ = (III)
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2 (II)
σ y −σ x 10

Estado Plano de Tensão Estado Plano de Tensão


Os valores de tensões principais podem ser encontrados Caso os plano AB e AD representem os planos principais,
substituindo-se (III) em (I): maior e menor:

σ1
2
σ y +σ x σ y − σ x  σ1 + σ 3 σ1 − σ 3
 + (τ xy )
σθ = σ1 = + 
2 Tensão principal maior D C σθ = + cos 2θ
F 2 2
2  2 
σ3 σ3
σ y +σx σ y − σ x 
2 σ1 − σ 3
τθ = sen2θ
 + (τ xy )
2
σθ = σ3 = −  Tensão principal menor
2  2  E θ 2
A B

σ1
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Estado Plano de Tensão Resistência ao Cisalhamento dos Solos


Determinação gráfica de tensões: Tensões Atuantes vs Tensões Resistentes
- Círculo de Mohr.
Condição de Estabilidade:
2 σy
σ x +σ y σ x +σ y 
Tensão de cisalhamento, τ

  + τ xy 2 τxy TENSÕES RESISTENTES > TENSÕES ATUANTES


2  2 
D C
F
σx
(σx;τxy) R Q (σθ;τθ) f (da interação entre as partículas): Peso próprio;
τxy
A
E θ
B
- Resistência friccional (atrito) cargas externas.
- Resistência coesiva (coesão)
O 2θ Tensão normal, σ
(σ3;0) S N (σ1;0) Ruptura por cisalhamento ocorre quando as tensões entre as
partículas são tais que deslizam ou rolam umas sobre as outras
M (σy;-τxy)

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Parcelas de resistência ao cisalhamento dos solos: Resistência por atrito
→ Analogia com o problema de deslizamento de um
Resistência por atrito entre partículas (componente
corpo sólido sobre uma superfície plana.
dependente de tensão)
Coesão entre partículas (componente independente
de tensão):
 atração química entre partículas argilosas
 cimentação entre os grãos
 tensões superficiais geradas pelos meniscos capilares

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Coesão →Tensões superficiais: Coesão Aparente
→ Atração química entre partículas: ⇒ Solos úmidos, não saturados
⇒ deve-se ao efeito de capilaridade na água intersticial

→Cimentação entre os grãos:


 Proporcionada por carbonatos, sílica e óxidos presentes no
contato entre as partículas
 Origem: - sedimentação de elementos cimentantes vindos de
outras áreas; - cimentação herdada da rocha de origem
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Coesão Critério de Ruptura


→ Coesão ≡ “cola” que induz resistência ao deslizamento
São formulações que visam refletir as condições em que ocorre
independente da tensão normal a ruptura dos materiais
A análise do estado de tensões que provoca a ruptura de um
terreno é o estudo da resistência ao cisalhamento dos solos
⇒CRITÉRIO DE RUPTURA DE MOHR-COULOMB
τ = c + σ ⋅ tan φ
• não há ruptura se a tensão de cisalhamento não ultrapassar um
valor dado pela equação (1), ou
• não há ruptura enquanto o círculo representativo do estado de
tensões se encontrar no interior de uma curva, que é a envoltória
dos círculos relativos a estados de ruptura, observados
experimentalmente para o material.
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Critério de Ruptura de Mohr Coulomb


Resistência ao Cisalhamento dos Solos τ
Critério de Ruptura φ’

τ3

τ2 τ=c’+σ’tg(φ’)
τ1

Coulomb Mohr c’
σ’1 σ’2 σ’3 σ
τ = c + σ ⋅ tan φ
c... Intercepto coesivo
φ ... Inclinação da reta
Mohr-Coulomb Se se tratar de uma areia c’=0
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Ensaios para avaliação da resistência ao cisalhamento Ensaios de cisalhamento direto
Os parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo são baseado no critério de Coulomb → aplica-se, inicialmente,
determinados no laboratório com dois tipo de ensaios: uma tensão normal, P/A, ao plano horizontal e verifica-se a
Ensaio de cisalhamento direto tensão cisalhante, T/A, que provoca a ruptura ao longo deste
Ensaio triaxial plano.
Normal stress σn Ensaio:
σ1
 corpo de prova circular ou quadrado (60
Shear stress σ3
mm ou 100 mm);
Soil  coloca o corpo de prova numa caixa de
cisalhamento bi-partida;
 aplica-se inicialmente uma força vertical
σ3 P e, a seguir, sob determinada velocidade
imposta pela parte inferior da caixa → é
medida a força horizontal, T;
23  medem-se, os deslocamentos horizontais
da parte superior. 24

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Ensaios de cisalhamento direto Ensaios de cisalhamento direto
Shear stress

Peak Strength

Residual Strength

∆H

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Ensaios de cisalhamento direto Ensaios triaxial

Usualmente realiza-se três ensaios com tensões normais O mais versátil e utilizado para determinação da resistência ao
diferentes (ex. 50 kPa, 100 kPa e 200 kPa), obtendo-se os cisalhamento dos solos
Consiste na aplicação de um estado hidrostático de tensões e
pares de valores para cada amostra (σ
σ;ττ)
de carregamento axial sobre um corpo de prova cilíndrico do solo

Estado hidrostático ⇒ corpo de prova


envolto em uma membrana de borracha →
O ensaio é realizado sob condições câmara de ensaio cheia com água → aplica-
drenadas ⇒ velocidade de se uma tensão confinante, σc, em todas as
cisalhamento tal que não seja direções.
geradas pressões neutras ⇒
tensões efetivas; Carregamento axial ⇒ aplicação de esforço
axial controlado através do pistão → ensaio
com carga controlada.
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Resistência ao Cisalhamento dos Solos Resistência ao Cisalhamento dos Solos


Ensaios triaxial Ensaios triaxial
Os planos horizontal e vertical são planos principais → τ = 0 Tensão desviadora máxima, σd,max, para cada valor de σc é obtido dos
valores de ruptura ⇒ σd x ε
Compressão axial
σc ; σd,max) ⇒ círculos de Mohr de ruptura,
Para cada pares de valores (σ
→ plano horizontal: plano principal maior ⇒ σ1 com a respectiva envoltória de ruptura
→ plano vertical: plano principal menor ⇒ σ3
Tensão devido ao carregamento axial
→ plano horizontal: tensão desviadora (σ σd) ⇒ (σ1- σ3)
1ª Etapa: aplicação da 2ª Etapa: aplicação da
tensão confinante, (σ
σc): tensão desviadora, (σ
σd):

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Resistência ao Cisalhamento dos Solos Resistência ao Cisalhamento dos Solos


Ensaios triaxial Ensaios triaxial – Tipos de Ensaio
Ensaio adensado drenado (CD – consolidated drained)
Ensaio onde a drenagem é permitida em ambas as etapas.
→ aplica-se σc até ∆u = 0 (adensamento)
→ σd lentamente, para não gerar excesso de poro-pressão
⇒Parâmetros de resistência em termos de tensão efetiva
⇒Emprego: análise de RCS de solos permeáveis.

Ensaio adensado não drenado (CU - consolidated undrained)


Ensaio onde a drenagem é permitida apenas na 1ª etapa.
→ aplica-se σc até ∆u = 0 (adensamento)
→ aplica-se σd, iniciando o cisalhamento. Velocidade de
deformação muito mais rápida. Pode-se medir u.
⇒Parâmetros de resistência em termos de tensão total ou efetiva
⇒Emprego: análise a curto e a longo prazo da RCS de solos de
31 baixa permeabilidade consolidados. 32

Resistência ao
Resistência ao Cisalhamento dos Solos Cisalhamento das
Areias:
Ensaios triaxial – Tipos de Ensaio
Ensaio triaxial CD
Ensaio não adensado não drenado (UU – unconsolidated
undrained)
Ensaio onde a drenagem não é permitida em nenhuma das etapas.
→ o teor de umidade da amostra mantém-se constante
→ A poro-pressão gerada pode ser medida
⇒Parâmetros de resistência em termos de tensão total
⇒Emprego: análise a curto prazo da RCS de solos de baixa
permeabilidade não consolidados (ex. aterro sobre solo mole).

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Resistência ao Cisalhamento das Areias Resistência ao Cisalhamento das Areias


Índice de vazios críticos Índice de vazios críticos vs tensão confinante

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Resistência ao Cisalhamento das Areias Resistência ao Cisalhamento das Areias


Fatores que influenciam na resistência ao cisalhamento das Fatores que influenciam na resistência ao cisalhamento das
areias areias
Tensão Confinante, σ3 Distribuição granulométrica Partículas finas
envolvendo grãos
grossos

grãos grossos
na matriz de
partículas finas

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Resistência ao Cisalhamento das Areias Resistência ao Cisalhamento das Areias


Fatores que influenciam na resistência ao cisalhamento das Fatores que influenciam na resistência ao cisalhamento das
areias areias
Formato dos grãos Presença de água
Grãos Angulares
Baixa influência em areias saturadas
Para as areias não saturadas → a presença de meniscos
capilares determinam pressão neutra negativa (sucção) ⇒ ganho
Grãos de resistência: COESÃO APARENTE
Arredondados

Tamanho dos grãos


Pouco influencia 39 40

Resistência ao Cisalhamento das Areias


Resistência ao Cisalhamento das Argilas
Valores típicos de ângulos de atrito das areias

Um dos fatores que governa as


características de resistência das argilas
saturadas é a sua história de tensões
⇒ índice de vazios em que a argila se
encontra
Índice de vazios das areias → função da
deposição original dos grãos
Índice de vazios das argilas → função do
histórico de tensão
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Resistência ao Cisalhamento das Argilas Resistência ao Cisalhamento das Argilas

CONDIÇÃO DRENADA: o carregamento é


lento o suficiente de forma que não seja
gerado excesso de poro-pressão. Análise de
O comportamento no resistência a longo prazo → análise em
carregamento axial de uma argila dependerá tensões efetivas.
da relação entre a pressão confinante do CONDIÇÃO NÃO-DRENADA: o
ensaio e a sua tensão de pré-adensamento carregamento é tão rápido de forma que não
há tempo para dissipação das poro-pressões
geradas. Análise de resistência a curto prazo
→ análise em tensões totais.
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Resistência ao Cisalhamento das Argilas Resistência ao Cisalhamento das Argilas


Argilas sob condições drenada – Ensaios CD
Argilas sob condições não drenada

Ensaio UU avalia a resistência das argilas independente da


tensão efetiva → em condição de nenhuma drenagem ⇒ situação
muito comum em projetos geotécnicos envolvendo argilas moles
compressíveis e muito pouco permeáveis.

No caso de rupturas rápidas, sem tempo de drenagem, é


→ ⇑ umidade mobilizada a chamada resistência não drenada (Su) da argila.

→ ⇓ umidade

Argilas normalmente adensadas (NA) ⇔ Areias Fofas


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Argilas pré adensadas (PA) ⇔ Areias Compactas

Resistência ao Cisalhamento das Argilas

Argilas sob condições não drenada

Ensaio UU

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