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INSTITUTO DE PSICANÁLISE E HIPNOSE APLICADA

Jônatas Alex Araujo Freitas

O APARELHO PSIQUICO E O MÉTODO PSICANALITICO

Santaluz-BA
2019
O aparelho psíquico, ou somente psique, é o nome dado ao método
estrutural proposto por Freud. Primeiramente foi dividido em inconsciente, pré-
consciente e consciente, o que posteriormente foi modificado e dividido em três
elementos que unidos trabalham nas ações e reações, o Id, Ego e Superego. A
psicologia psicanalítica do ego contemporânea baseia-se na teoria estrutural de
Freud, em que o ego é entendido como separado das demandas pulsionais.
O Id, instinto primitivo, que pode ser melhor observado em
comportamento de crianças, é a forma irracional da mente que faz as pessoas
agirem de forma impulsiva e irracional, ou seja, é a forma de ação e reação
onde a pessoa se expressa sem ao menos pensar. Como dito anteriormente, o
Id é bastante visto em crianças porque essas agem irracionalmente, por
exemplo, quando uma criança deseja um brinquedo não pensa duas vezes
antes de se jogar no chão e espernear até que o responsável faça sua vontade.
É a manifestação do Id.

O Ego, denominado equilibrador das forças irracionais e racionais,


age sempre pressionado pelo Id e pelo Superego cabendo a ele a dosagem
entre as vontades liberadas pelo Id e entre as limitações liberadas pelo
Superego. É a parte consciente do aparelho psíquico que faz com que um
indivíduo consiga regular suas ações e reações, funciona como uma espécie
de balança de equilíbrio entre o Id e o Superego.

O Superego, denominado repressor do Id, atua influenciado por regras,


crenças, leis morais, ética e outros métodos que nos são ensinadas no
decorrer da vida e limitam as ações e reações, fazendo com que pensemos
nas consequências. A partir de suas influências, busca através do Ego reprimir
o Id para que nenhuma ação e reação sejam realizadas irracionalmente.
Em comparação a um automóvel, o Id é o acelerador dos nossos
instintos mais primitivos, o superego seria o freio, que impede que o veiculo
continue acelerando quando é perigoso, e o Ego seria o pé do motorista que
tenta de certa forma equilibrar esse conflito, decidindo então a melhor hora
para acelerar ou frear.
O superego, o ego e o Id batalham entre si, ao passo que a sexualidade
e a agressividade demandam expressão e descarga. O conflito entre essas
duas instâncias produz ansiedade. Esta ansiedade sinalizadora alerta o Ego da
necessidade de um mecanismo de defesa. O mecanismo de formação do
sintoma neurótico pode ser entendido desta maneira. O conflito produz
ansiedade, que resulta em defesa, levando a um compromisso entre o Id e o
Ego.

O método psicanalítico consiste em trazer a consciência, tudo aquilo que


está reprimido e recalcado no inconsciente, gerando ansiedade no paciente,
compreendendo a origem dos conflitos (traumas) que o afetam dês de a
primeira infância até os dias de hoje, entendendo que alguns deles podem ter
sido mal resolvidos ou mesmo não resolvidos.
Isto quer dizer que quando isso acontece, os traumas são recalcados ou
reprimidos para longe da consciência, e se instalam na parte inconsciente da
mente. Isso não quer dizer que tenham sido desativados ou deixaram de
existir, eles apenas não se manifestam mais diretamente no campo da
consciência, ou seja, continuam a afetar o comportamento, a personalidade
sem que o indivíduo tenha consciência dessas manifestações.
Quer isto dizer que se manifestam de forma indireta provocando
perturbações psíquicas, desordens no comportamento, transtornos e
sofrimentos físicos. Como esses conflitos e incidentes foram recalcados
(tornam-se inconscientes), são, sem que o saibamos, a causa dos nossos
atuais padecimentos físicos e psíquicos.

Para conseguir o acesso ao inconsciente, o método psicanalítico se


utiliza de duas principais ferramentas: A livre associação e a interpretação dos
sonhos, com isso, existem dois processos que acompanham a terapia, sendo
elas a resistência e a transferência.

A livre associação é uma técnica que exige do sujeito a associação


espontânea sem autocensura de imagens, ideias e recordações. O seu objetivo
é o de trazer à consciência o que foi recalcado, mas se manifesta
implicitamente em vários tipos de sintomas, reconstituindo o acontecimento que
se pensa estar no centro das “perturbações” psíquicas.
A interpretação dos sonhos consiste em descobrir o conteúdo latente do
sonho mediante a análise do conteúdo manifesto, pois segundo Freud, o que
sonhamos é a manifestação de desejos inconscientes que estão latentes no
sonho e que é preciso descodificar.

Como resultado, é preciso distinguir entre o conteúdo do manifesto e o


conteúdo latente de um sonho. O primeiro é o que realmente nos lembramos.
O último é o que realmente significa. Freud acreditava que, muitas vezes, o
significado real de um sonho tinha um significado sexual e, em sua teoria do
simbolismo sexual, especulava sobre o significado subjacente dos temas
comuns do sonho.

Para que o processo psicanalítico tenha eficácia esperada, é necessário


que entre terapeuta e paciente ocorra o processo denominado de transferência,

é um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o


desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos
modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para
o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos
afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. O manuseio da
transferência é a parte mais importante da técnica de análise .
        É frequente a tendência do paciente para bloquear a terapia ao evitar o
“encontro” com assuntos ameaçadores e, em especial, com o acontecimento
crucial e traumático que está na origem dos seus padecimentos. A este
processo deu Freud o nome de resistência. É um estado de agitação emocional
que assinala a aproximação e chegada à consciência de algo que estava
escondido no inconsciente.

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