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DO DOMÍNIO E DA MORALIDADE
O bem é aquilo que deve ser feito e o mal o que deve ser evitado – o homem
pratica o bem e evita o mal, mas muitas vezes enxerga no mal algum bem que o
interessa e por isso pratica o mal. Isto o diferencia dos demais animais que não têm a
opção de praticar o bem ou o mal.
Os delitos e a quebra das regras são o mal visando um bem e dai surge o
princípio da moralidade e raiz de todas as regras de conduta do homem e o porque de
ele aceitar restrições, proibições etc.
Esta teoria de que o bem deve ser feito e o mal evitado vai de encontro à tese
racionalista dos sofismas gregos e de Leibniz, Spinoza, porque para eles não desejamos
algo por ser bom, mas este algo se torna bom porque o desejamos.
Desta ideia de fazer o bem e evitar o mal saem também as principais regras
jurídicas: ações e omissões, obrigações de fazer e não-fazer.
O BEM E O JUSTO
JUSTIÇA E DIREITO
A Justiça assume um caráter comunitário, além do individual. Seu objeto não é
quem pratica a ação, mas o outro – dar a cada um o que é seu. Temos quatro espécies de
justiça:
Temos então o direito-regra, que possui face objetiva (por exemplo a regra da
Constituição - é garantido o direito à propriedade) e faceta subjetiva, quando temos o
caso concreto onde A pode tirar proveito de sua propriedade em face de B, por exemplo,
alugando-a.
Direito natural: se exprime pela lei natural, como a da procriação, da união entre
homem e mulher, da criação e educação dos filhos, independendo de criação ou
reconhecimento pelo Estado.
JURISPRUDÊNCIA
ENCICLÓPEDIA JURÍDICA
- Origem da Enciclopédia
- O episódio de Antígone
- Os sofistas
- Matematicismo, Dedutivismo.
Com isso o Direito se assemelha à aritmética pura, porque o que esta nos
ensina sobre a natureza dos números e suas relações implica verdade eterna e
necessária, a qual não seria de forma alguma afetada, ainda que todo o mundo empírico
desaparecesse e já não existisse ninguém para contar, nem objeto a ser contado.
-Grotius
-Hobbes
-Pufendorff
-Thomasius
-Locke
-Spinoza
-Leibniz
-Wolff
JUSNATURALISMO ABSTRATO
Segundo o autor, o Direito como ciência nasce com os autores da escola jurídica.
Chamam-se jusnaturalistas aos autores desta época. Os jusnaturalistas são, ao contrário
do que pode sugerir a designação que receberam da História do Direito, os primeiros
grandes adversários, ou liquidatários mesmo do conceito objetivo do direito natural com
nos passaram os gregos, os romanos e os filósofos cristãos. Essa compreensão é
fundamental.
Há outro motivo interessante a análise desses autores. São eles filósofos que se
especificaram ao Direito e não apenas filósofos em cujas concepções gerais se possam
integrar considerações aplicáveis ao fenômeno jurídico.
AS TESES FUNDAMENTAIS DE GROTIUS
-direito voluntário humano civil restrito não se origina do poder, mas está
submetido a ele, como as regras que limitam as relações entre pais e filhos, as quais
correspondem, de algum modo, às regras de nosso Direito Civil contemporâneo.
O POSITIVISMO DE HOBBES
Criado o poder civil, o estado da natureza é substituído por este, assim como são
erigidas as leis civis(no sentido de estatais) que vão substituir os preceitos naturais.
3-A ênfase com que afirmou os vínculos entre a sociedade e o direito, fizeram-
no um dos predecessores remotos da Sociologia Jurídica.
4-Já aludia ele à politica como ciência à parte, tese que o aproxima em muito
com as concepções mais recentes de Direito Público.
LOCKE, O ANTI-HOBBES
Em apertadíssima síntese, John Locke(1632-1704), ao contrário de Hobbes o
qual era favorável à extensão do poder real(tory), reforçando o absolutismo do Estado,
defendia a supremacia do parlamento(whig).
Ao contrário de Hobbes, o estado de natureza não era, a seu ver, de guerra, mas
de paz. A lei natural era simplesmente a razão.
O pacto que resultaria no “estado civil” era para esse positivista era verdadeira
transferência à sociedade e ao Poder Público da soberania absoluta, que antes pertencia
à natureza.
O OBJETIVISMO DE LEIBNIZ
Tudo está em saber se a justiça é algo arbitrário(tal como para Hobbes ou para
Spinoza) ou se pertence ao número das verdades eternas e necessárias da natureza das
coisas. Opta pela segunda alternativa. A justiça é algo objetivo, sendo, portanto,
passível de definição por meio de um conceito compreensível.
É desse objetivismo da noção de justiça que tira Leibniz sua enfática distinção
entre o direito e a lei, afirmando: “Enquanto a lei pode ser injusta, o direito, este, não o
pode ser. Direito injusto é expressão pleonástica: Direito injusto, um disparate, uma
contradição”.
Os princípios éticos que se nos impõe, também criam, para nós e para os outros,
direitos, que assim se fundam no dever e na obrigação. No estado da natureza, tais
direitos têm um caráter “inato”: são os jura connata; ao estado da natureza sucede o
estado da sociedade que é um status adventitus: aí os direitos não nos são inatos, mas
adquiridos: jura acquisita. Originários são os direitos à igualdade, à liberdade e à
segurança. Adquiridos são aqueles que, tendo seus fundamentos no connata, procedem
da situação social do indivíduo, de sua qualidade de cidadão.
Não admira, pois, que ao atingir o auge da Escola, com Kant(1724-1804), toda a
atenção se concentre no jus strictum, aquele que não se mescla nada da moral,
merecendo o velho jus naturae, quando muito , o nome de direito em sentido lato(jus
latum) ou mais expressivamente o de direito equívoco(jus aequivocum).
Immauel Kant, que encheu com sua presença o século XVIII, haveria de ser,
entre todos os filósofos que se ocuparam do direito, o que maior influência exerceria
sobre a nossa ciência.
Ao estado natural não se pode aplicar a lei a priori, assim expressa: “Deves
entrar neste estado”, ao passo que no estado jurídico todos devem entrar, ainda que
involuntariamente.
Para Kant, o direito natural é simples ideia. Saliente-se que sua intenção é
estudar o direito positivo.
É, nesse clima formal, de que nunca se apartou Kant, que vão ser oferecidos o
princípio e lei universais:
a)O PRINCÍPIO: “ É justa toda a ação que por si, ou por sua máxima, não
constitui obstáculo à conformidade do arbítrio de todos com a liberdade de cada um,
segundo leis universais”
b) E a LEI: “Age exteriormente de modo que o livre uso do teu arbítrio se possa
conciliar com a liberdade de todos, segundo uma lei universal”.
O motivo da ação jurídica não está nem no princípio, nem na lei universais do
direito. Agir no campo do direito, é agir sob coação externa.
O direito estrito é assim definido por Kant: “ O direito estrito pode ser
representado como a possibilidade de uma coação mútua universal, de acordo com a
liberdade de cada um, segundo leis gerais”.
Onde não há coação não há direito estrito; haverá direito em sentido lato, mais
precisamente direito equívoco. Apresentar-se-á sob dois aspectos: a equidade e o direito
de necessidade.
“ A Constituição de 1795, tal como as que precederam, é feita pelo homem. Ora,
não há homem no mundo. Em minha vida, tenho visto franceses, italianos, russos, etc;
sei mesmo, graças a Montesquieu, que alguém pode ser persa; mas quanto ao homem,
declaro jamais ter o encontrado; se ele existe, é de certo sem minha consciência.”
OUTROS ANTECEDENTES
Como derradeira influência sofrida por Savigny mencione-se - tal como ele
próprio o faz- a Gustav Hugo(1765-1844) que tirando das teses de Kant uma de suas
consequências características, considera que só o direito positivo é objeto de estudo. O
Direito Natural é tratado como Filosofia do Direito Positivo.
Desde logo, o que preocupa é o direito positivo que ele timbra em identificar
com a noção de direito geral. E o tom romântico já se insinua nas primeiras linhas,
quando esse mesmo direito nos aparece a viver “na consciência comum do povo”,
merecendo por isso o nome de direito do povo.
O direito vive na consciência popular porque é do povo que ele nasce. É o povo
que “produz o direito positivo”. Savigny diz que não é possível, por documento, provar
tal afirmação. Entretanto, há outras espécies de prova mais adequadas à natureza
especial do objeto, isto é, o direito do povo. A primeira está no reconhecimento geral e
uniforme do direito positivo e no sentimento de sua necessidade interna. A segunda
prova consiste na verificação de uma analogia entre direito e usos sociais e, sobretudo,
entre o direito e a língua do povo. Aqueles e esta também surgem da atuação de uma “
força interior e invisível”.
Eis uma conclusão que realmente decepciona. Se o povo não existe, onde há o
direito do povo? Se o povo se une e se concretiza no Estado, o direito do povo não
haverá de ser, afinal, e apenas, o direito do Estado? A esta afirmação não chegou,
certamente, o paladino da Escola Histórica. Mas, retirado o aspecto romântico, os
continuadores de Von Savigny apoiaram-se nessa referência ao Estado para reduzir uma
vez mais o direito ao texto da lei, expressão da vontade estatal.
A coação tem maior valor empírico que o salário. “Sem coação não haveria
direito, sem direito não haveria Estado”.
Para definir a função organizadora do Estado, Jhering contrasta o seu poder com
o do povo. Este é o detentor natural da força; aquele o detentor convencional.
Jhering pretende demonstrar em suas origens históricas que o direito nada mais é
que o domínio da força.
Acentua que a força não desaparece diante do direito; continua conservando seu
posto. Entre força e o direito, o elemento acessório é o direito; há uma anexação deste
àquela. A força pura e simples converte-se em força justa.
Todo sistema desta Escola se resume na famosa frase de Bugnet: “Não sei o
Direito Civil, limito-me a ensinar o Código de Napoleão”.
O Positivismo Jusfilosófico
É concepção de DUGUIT.
O Direito positivo apenas é o que não se contrapõe com outra espécie de direito-
ideal, natural ou justo. Kelsen não se preocupa como se deve elaborar o direito, não se
preocupa em criar normas. Quer apenas conhece-las.
O Direito Positivo é norma e só como tal pode ser objeto de ciência, enquanto
norma, o Direito é conhecido através de regras, cujo modelo há de se buscar na lógica
formal.
Para Kelsen toda norma jurídica se apresenta sob a forma hipotético condicional,
não se exprimindo pelo verbo ser, mas por um dever- ser. O tipo de proposição
hipotética designativa de uma norma jurídica é: “se A é, deve ser B”.
A lei natural (o princípio da causalidade) diz: se A é, tem que ser (ou haverá) B;
a lei jurídica (o princípio da imputação) diz: se A é, deve ser (deve haver) B.