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SUMÁRIO
1. SUJEITOS E OBJETOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO.............................................................. 3
2. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR: REVISÃO CONTRATUAL E INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA ......................................................................................................................................... 16
3. RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO: POR VÍCIO E POR FATO ......... 21
4. DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO .................................................................................. 35
5. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ................................................... 40
6. DAS PRÁTICAS COMERCIAIS .............................................................................................. 41
7. DA PROTEÇÃO CONTRATUAL ............................................................................................ 52
8. DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO .......................................................................... 63
9. A TUTELA PROVISÓRIA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO ..................................................... 66
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Professora Veridiana Maria Rehbein
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1. SUJEITOS E OBJETOS DA RELAÇÃO DE CONSUMO
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ENUNCIADO:
O famoso atleta José da Silva, campeão pan-americano da prova de
200m no atletismo, inscreveu-se para a Copa Rio de Atletismo – RJ, 2015. O
torneio previa, como premiação aos campeões de cada modalidade, a soma de
R$ 20.000,00. Todos os especialistas no esporte estimavam a chance de
vitória de José superior a 80%.
Na semana que antecedeu a competição, o atleta, domiciliado no estado
de Minas Gerais, viajou para a cidade do Rio de Janeiro para treinamento e
reconhecimento dos locais de prova. Na véspera do evento esportivo, José
sofreu um grave acidente, tendo sido atropelado por um ônibus executivo da
sociedade empresária D Ltda., com sede em São Paulo.
O serviço de transporte executivo é explorado pela sociedade
empresária D Ltda. de forma habitual, organizada profissionalmente e
remunerada. Restou evidente que o acidente ocorreu devido à distração do
condutor do ônibus.
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GABARITO COMENTADO:
A1) Trata-se de uma relação de consumo, na qual José se qualifica
juridicamente como consumidor por equiparação, vítima de acidente de
consumo, conforme o Art. 17 do CDC. A sociedade empresária D Ltda.
enquadra-se na condição de fornecedora de serviços conforme o Art. 3º, § 2º,
do CDC. Assim, deve-se aplicar o CDC e a responsabilidade civil será objetiva,
nos termos do Art. 14 do CDC, bem como no Art.37, § 6º, da Constituição da
República, por tratar-se de prestadora de serviço público.
A2) Quanto aos danos suportados pelo corredor, verifica-se a ocorrência da
perda de uma chance. Trata-se da frustração da probabilidade de obter o
prêmio da Copa Rio de Atletismo. A situação revela que a chance se revestia
das características jurídicas de séria e real, e, assim, deverá ser reparada.
Além da perda da chance, deverão ser indenizados os danos morais pela
violação da integridade física e os danos emergentes decorrentes dos
tratamentos médicos (Art. 402 do CC).
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DISTRIBUIÇÃO DA PONTUAÇÃO
ITEM PONTUAÇÃO
A1) Aplica-se o CDC (0,10) e a responsabilidade civil
será objetiva (0,10), pois José é consumidor por
equiparação (0,15), conforme determinam o Art. 14 do 0,00 /0,10 /0,15/0,20 / 0,25/
CDC, ou art. 37, § 6º, da CRFB. (0,10) 0,30/0,35/0,45
Obs.: a mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
A2) Além da perda da chance (0,10), deverão ser
compensados os danos morais pela violação da
integridade física (0,10) e indenizados os danos
emergentes decorrentes dos tratamentos médicos 0,00/0,10/0,20/ 0,30/0,40
(0,10), de acordo com o Art. 402 ou Art. 949, ambos
do CC (0,10).
Obs.: a mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
B1) O prazo aplicável é de cinco anos (0,10) conforme
Art. 27 do CDC (0,10) 0,00/0,10/0,20
Obs.: a mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.
B2) O consumidor terá a faculdade de demanda em
seu domicílio, no caso, Minas Gerais (0,10) conforme
possibilita o Art. 101, I, do CDC (0,10) Obs.: a mera 0,00/0,10/0,20
citação do dispositivo legal não confere pontuação.
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habitacional, os julgados mais recentes ressaltam que: “no que toca à adoção
das normas do Código de Defesa do Consumidor, a jurisprudência do STJ
firmou-se no sentido de serem aplicáveis aos contratos do SFH, desde que
não vinculados ao FCVS e posteriores à entrada em vigor da Lei 8.078/90“
(AgRg no REsp 1216391 / RJ, 2015).
O mesmo argumento também afasta, segundo o STJ, a aplicabilidade do
CDC à prestação de serviços advocatícios, por força do art. 133 do CF, que
atribuiu ao advogado um munus público, ou seja, que ao postular em nome do
cidadão o advogado não exerce apenas uma profissão, mas uma atividade
essencial, indispensável à administração da justiça (AgInt no AREsp 895899 /
SP, 2016).
A ausência de lucratividade e o sistema fechado (serviço não
disponibilizado no mercado de consumo) também foi o fundamento de
alteração no entendimento do STJ sobre a aplicação do CDC aos planos de
saúde, conforme súmula 608:
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2. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR: REVISÃO CONTRATUAL E
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
O artigo 6º dispõe sobre os direitos básicos do consumidor. Na sua
maioria, esses direitos são regulados posteriormente em artigos específicos,
como os direitos à proteção da vida, saúde e segurança e proteção contra a
publicidade enganosa e abusiva; outros, contudo, são disciplinados no próprio
artigo 6º, como o direito a modificação e revisão dos contratos e o direito à
inversão do ônus da prova.
CAPÍTULO III
Dos Direitos Básicos do Consumidor
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3. RESPONSABILIDADE CIVIL NAS RELAÇÕES DE CONSUMO: POR
VÍCIO E POR FATO
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garantia de uma vida digna (REsp 1479616/GO, rel. min. Ricardo Villas Bôas
Cueva, 3ª T., j. 03.03.2015, DJe 16.04.2015).”
Por fim, importa registrar a ainda polêmica reparação dos danos
decorrentes da compra de alimentos contaminados. No informativo
“Jurisprudência em Teses” o STJ menciona dois entendimentos divergentes em
relação ao tema:
2) A simples aquisição do produto considerado impróprio para o
consumo, em virtude da presença de corpo estranho, sem que se
tenha ingerido o seu conteúdo, não revela o sofrimento capaz de
ensejar indenização por danos morais. (Informativo de Jurisprudência
n. 0553, publicado em 11 de fevereiro de 2015.)
3) A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu
interior corpo estranho, expondo o consumidor a risco concreto de
lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de
seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a
ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada, corolário do
princípio da dignidade da pessoa humana. (Informativo de
Jurisprudência n. 0537, publicado em 10 de abril de 2014.)
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[...]
5. A responsabilidade objetiva para o prestador de serviço, prevista
no art. 14 do CDC, na hipótese de tratar-se de hospital, limita-se
aos serviços relacionados ao estabelecimento empresarial, tais como
estadia do paciente (internação e alimentação), instalações,
equipamentos e serviços auxiliares (enfermagem, exames,
radiologia).
6. Se o dano decorre de falha técnica restrita ao profissional
médico, que não possui qualquer vínculo com o hospital - seja de
emprego ou de mera preposição - não cabe atribuir ao nosocômio
a obrigação de indenizar a vítima.
7. Ausente vínculo entre o profissional causador do dano e a
operadora de plano de saúde, em razão da contratação em caráter
exclusivamente particular, não se pode imputar a esta a
responsabilidade pelo ilícito para o qual não contribuiu de nenhuma
maneira. (REsp 1733387 / SP, julgado em 15/05/2018)
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4. DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO
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ENUNCIADO:
Antônio Augusto, ao se mudar para seu novo apartamento, recém-
comprado, adquiriu, em 20/10/2015, diversos eletrodomésticos de última
geração, dentre os quais uma TV de LED com sessenta polegadas, acesso à
Internet e outras facilidades, pelo preço de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Depois de funcionar perfeitamente por trinta dias, a TV apresentou
superaquecimento que levou à explosão da fonte de energia do equipamento,
provocando danos irreparáveis a todos os aparelhos eletrônicos que estavam
conectados ao televisor. Não obstante a reclamação que lhes foi apresentada
em 25/11/2015, tanto o fabricante (MaxTV S.A.) quanto o comerciante de quem
o produto fora adquirido (Lojas de Eletrodomésticos Ltda.) permaneceram
inertes, deixando de oferecer qualquer solução.
Diante disso, em 10/03/2016, Antônio Augusto propôs ação perante Vara
Cível em face tanto da fábrica do aparelho quanto da loja em que o adquiriu,
requerendo:
(i) a substituição do televisor por outro do mesmo modelo ou superior,
em perfeito estado;
(ii) indenização de aproximadamente trinta e cinco mil reais,
correspondente ao valor dos demais aparelhos danificados; e
(iii) indenização por danos morais, em virtude de a situação não ter sido
solucionada em tempo razoável, motivo pelo qual a família ficou, durante algum
tempo, sem usar a TV.
O juiz, porém, acolheu preliminar de ilegitimidade passiva arguída, em
contestação, pela loja que havia alienado a televisão ao autor, excluindo-a do
polo passivo, com fundamento nos artigos 12 e 13 do Código de Defesa do
Consumidor.
Além disso, reconheceu a decadência do direito do autor, alegada em
contestação pela fabricante do produto, com fundamento no Art. 26, inciso II,
do CDC, considerando que decorreram mais de noventa dias entre a data do
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GABARITO COMENTADO:
A decisão em questão tem natureza jurídica de sentença, na forma do
Art. 162, § 1º, do Art. 267, inciso VI, do Art. 269, inciso IV, e do Art. 459, todos
do Código de Processo Civil. Com efeito, extinguiu-se o processo, sem
resolução do mérito, quanto ao comerciante, acolhendo-se a sua ilegitimidade
passiva, e com resolução do mérito, no tocante ao fabricante, em cujo favor se
reconheceu a decadência. Em virtude disso, o meio processual adequado à
impugnação do provimento judicial, a fim de evitar que faça coisa julgada, é o
recurso de apelação, de acordo com o Art. 513 do CPC.
Deve-se, para buscar a tutela integral ao interesse do autor, impugnar
cada um dos capítulos da sentença, isto é, tanto a ilegitimidade do comerciante
quanto a decadência que aproveitou ao fabricante.
Quanto ao primeiro ponto, deve-se sustentar a solidariedade entre o
varejista, que efetuou a venda do produto, e o seu fabricante, admitindo-se a
propositura da ação em face de ambos na qualidade de litisconsortes passivos
(art. 7º. § único do CDC). A responsabilidade do comerciante, em relação ao
primeiro pedido deduzido da petição inicial, qual seja, o de substituição do
produto, encontra fundamento no Art. 3º, CDC, que conceitua os fornecedores,
e no art. 18 do CDC, que trata de hipótese de vício do produto.
Quanto ao segundo capítulo da sentença, deve-se pretender o
afastamento da decadência. No que concerne ao primeiro pedido, referente à
substituição do produto, a pretensão recursal deve basear-se na existência de
reclamação oportuna do consumidor, a obstar o prazo decadencial, na forma
do Art. 26, § 2º, inciso I, do CDC.
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ITEM PONTUAÇÃO
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5. DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
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6. DAS PRÁTICAS COMERCIAIS
SEÇÃO II
Da Oferta
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SEÇÃO III
Da Publicidade
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SEÇÃO IV
Das Práticas Abusivas
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SEÇÃO V
Da Cobrança de Dívidas
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SEÇÃO VI
Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores
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7. DA PROTEÇÃO CONTRATUAL
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SEÇÃO II
Das Cláusulas Abusivas
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8. DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
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Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este
código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de
propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Parágrafo único. (Vetado).
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica
da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado
prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será
admissível se por elas optar o autor ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da
multa.
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz
conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o
réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor
multa diária ao réu, independentemente de pedido do autor, se for
suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável
para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado
prático equivalente, poderá o juiz determinar as medidas necessárias,
tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas,
desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, além de
requisição de força policial.
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CAPÍTULO III
Das Ações de Responsabilidade do Fornecedor de Produtos e
Serviços
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9. A TUTELA PROVISÓRIA NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
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ENUNCIADO:
Danilo ajuizou ação cominatória com pedido de reparação por danos
morais contra a financeira Boa Vida S/A, alegando ter sofrido dano
extrapatrimonial em virtude da negativação equivocada de seu nome nos
bancos de dados de proteção ao crédito. Danilo sustenta e comprova que
nunca atrasou uma parcela sequer do financiamento do seu veículo, motivo
pelo qual a negativação de seu nome causou-lhe dano moral indenizável,
requerendo, liminarmente, a retirada de seu nome dos bancos de dados e a
condenação da ré à indenização por danos morais no valor de R$5.000,00.
O juiz concedeu tutela provisória com relação à obrigação de fazer,
apesar de reconhecer que não foi vislumbrado perigo de dano ou risco ao
resultado útil do processo; contudo, verificou que a petição inicial foi instruída
com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, não
havendo oposição do réu capaz de gerar dúvida razoável.
Em sentença, o juiz julgou parcialmente procedentes os pedidos,
condenando a ré à obrigação de retirar o nome do autor dos bancos de dados
de proteção ao crédito, confirmando a tutela provisória, mas julgando
improcedente o pedido de indenização, pois se constatou que o autor já estava
com o nome negativado em virtude de anotações legítimas de dívidas
preexistentes com instituições diversas, sendo um devedor contumaz. Em face
do exposto, responda aos itens a seguir.
A) À luz da jurisprudência dos tribunais superiores, é correta a decisão
do juiz que julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais?
(Valor: 0,65)
B) Poderia o advogado requerer a tutela provisória mesmo constatando-
se a inexistência de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo?
(Valor: 0,60)
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GABARITO COMENTADO:
A) Sim; com apoio na jurisprudência consolidada no Superior Tribunal de
Justiça, “da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado
o direito ao cancelamento”. É o que dispõe o teor da Súmula 385 do STJ.
ITEM PONTUAÇÃO
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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