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CARREIRA JURÍDICA

Processo Penal – Aula 03


Renato Brasileiro

INVESTIGAÇÃO Lei n. 12.830/13


PRELIMINAR III Art. 2, § 6o O indiciamento, privativo do delegado de
polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante
10. Indiciamento. análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a
autoria, materialidade e suas circunstâncias.
10.1. Conceito.
Consiste em atribuir a alguém a autoria de determi- 10.6. Desindiciamento.
nada infração penal.
10.7. Sujeito passivo.
10.2. Momento.
STF: “(...) Se a Constituição estabelece que os agen-
STJ: “(...) Esta Corte Superior de Justiça, reiterada- tes políticos respondem, por crime comum, perante o
mente, vem decidindo que o indiciamento formal dos STF (CF, art. 102, I, b), não há razão constitucional
acusados, após o recebimento da denúncia, submete plausível para que as atividades diretamente relacio-
os pacientes a constrangimento ilegal e desnecessá- nadas à supervisão judicial (abertura de procedi-
rio, uma vez que tal procedimento, que é próprio da mento investigatório) sejam retiradas do controle ju-
fase inquisitorial, não mais se justifica quando a ação dicial do STF. A iniciativa do procedimento investiga-
penal já se encontra em curso. Habeas corpus con- tório deve ser confiada ao MPF contando com a su-
cedido para cassar a decisão que determinou o indi- pervisão do Ministro-Relator do STF. A Polícia Fede-
ciamento formal dos pacientes, excluindo-se todos os ral não está autorizada a abrir de ofício inquérito po-
registros e anotações, relativos ao processo de que licial para apurar a conduta de parlamentares fede-
aqui se cuida, sem prejuízo do regular andamento da rais ou do próprio Presidente da República (no caso
ação penal. (STJ, 6ª Turma, HC 182.455/SP, Rel. do STF). No exercício de competência penal originá-
Min. Haroldo Rodrigues, j. 05/05/2011). ria do STF (CF, art. 102, I, "b" c/c Lei nº 8.038/1990,
art. 2º e RI/STF, arts. 230 a 234), a atividade de su-
10.3. Espécies. pervisão judicial deve ser constitucionalmente de-
sempenhada durante toda a tramitação das investi-
10.4. Pressupostos. gações desde a abertura dos procedimentos investi-
gatórios até o eventual oferecimento, ou não, de de-
STF: “(...) Indiciamento. Ato penalmente relevante. núncia pelo dominus litis. Questão de ordem resol-
Lesividade teórica. Indeferimento. Inexistência de fa- vida no sentido de anular o ato formal de indicia-
tos capazes de justificar o registro. Constrangimento mento promovido pela autoridade policial em face do
ilegal caracterizado. Liminar confirmada. Concessão parlamentar investigado”. (STF, Pleno, Inq. 2.411
parcial de habeas corpus para esse fim. Preceden- QO/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 74
tes. Não havendo elementos que o justifiquem, cons- 24/04/2008).
titui constrangimento ilegal o ato de indiciamento em
inquérito policial”. (STF, 2ª Turma, HC 85.541, Rel. STF: “(...) Inquérito policial em tramitação perante a
Min. Cezar Peluso, DJe 157 21/08/2008). Justiça Federal de primeira instância, para apurar
possível prática de crime de sonegação fiscal e lava-
10.5. Atribuição. gem de dinheiro por pessoas que não gozam de foro
por prerrogativa de função. A simples menção de
STF: “(...) Sendo o ato de indiciamento de atribuição nome de parlamentar, em depoimentos prestados
exclusiva da autoridade policial, não existe funda- pelos investigados, não tem o condão de firmar a
mento jurídico que autorize o magistrado, após rece- competência do Supremo Tribunal para o processa-
ber a denúncia, requisitar ao Delegado de Polícia o mento de inquérito. H.C. indeferido”. (STF, 2ª Turma,
indiciamento de determinada pessoa. A rigor, requi- HC 82.647/PR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ
sição dessa natureza é incompatível com o sistema 25/04/2003).
acusatório, que impõe a separação orgânica das fun-
ções concernentes à persecução penal, de modo a Obs. 1: portanto, se a investigação contra titular de
impedir que o juiz adote qualquer postura inerente à foro por prerrogativa de função for levada adiante
função investigatória. Doutrina. Lei 12.830/2013. Or- sem a supervisão do Tribunal competente, os ele-
dem concedida. (STF, 2ª Turma, HC 115.015/SP, mentos de informação obtidos pela autoridade poli-
Rel. Min. Teori Zavascki, j. 27/08/2013). cial devem ser considerados ilícitos. Nesse contexto:
STF, Pleno, Inq. 2.842/DF, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, DJe 41 26/02/2014).

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Obs. 2: para fins de instauração de um inquérito poli- CPP


cial, não há necessidade de prévia autorização judi- Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10
cial, independentemente da natureza do delito. Não dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou
por outro motivo, o Plenário do Supremo Tribunal Fe- estiver preso preventivamente, contado o prazo,
deral se viu obrigado a deferir, em parte, pedido de nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a
medida cautelar em ação direta de inconstitucionali- ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando es-
dade (STF, Pleno, ADI 5.104 MC/DF, Rel. Min. Ro- tiver solto, mediante fiança ou sem ela.
berto Barroso, j. 21/05/2014), para suspender, até jul-
gamento final da ação, a eficácia do art. 8º da Reso- - Atenção para alguns prazos previstos na legislação
lução 23.396/2013, do Tribunal Superior Eleitoral - especial:
TSE (“O inquérito policial eleitoral somente será ins-
taurado mediante determinação da Justiça Eleitoral, Lei 5.010/66 (Justiça Federal)
salvo a hipótese de prisão em flagrante”). Ora, uma Art. 66. O prazo para conclusão do inquérito policial
resolução do TSE não pode contrariar a lei, nem tam- será de quinze dias, quando o indiciado estiver preso,
pouco a Constituição Federal, seja exigindo, em ma- podendo ser prorrogado por mais quinze dias, a pe-
téria eleitoral, o que a lei não exigira ou proibira, seja dido, devidamente fundamentado, da autoridade po-
distinguindo onde o próprio legislador não distinguira. licial e deferido pelo Juiz a que competir o conheci-
mento do processo.
Obs. 3: Surgindo indícios da prática de crime por Parágrafo único. Ao requerer a prorrogação do prazo
parte de magistrado, o prosseguimento dessa inves- para conclusão do inquérito, a autoridade policial de-
tigação criminal não depende de deliberação do ór- verá apresentar o preso ao Juiz.
gão especial do tribunal competente, cabendo ao re-
lator a quem o inquérito foi distribuído determinar as Lei 11.343/06 (Drogas)
diligências que entender cabíveis. O parágrafo único Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo
do art. 33 da LOMAN não autoriza concluir ser neces- de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de
sária a submissão do procedimento investigatório ao 90 (noventa) dias, quando solto.
órgão especial tão logo chegue ao tribunal compe- Parágrafo único. Os prazos a que se refere este ar-
tente, para que seja autorizado o prosseguimento do tigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Minis-
inquérito. Trata-se, em verdade, de regra de compe- tério Público, mediante pedido justificado da autori-
tência. No tribunal, o inquérito é distribuído ao relator, dade de polícia judiciária.
a quem cabe determinar as diligências que entender
cabíveis para realizar a apuração, podendo chegar, CPPM
inclusive, ao arquivamento. Cabe ao órgão especial Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte
receber ou rejeitar a denúncia, conforme o caso, dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo
sendo desnecessária a sua autorização para a ins- a partir do dia em que se executar a ordem de prisão;
tauração do inquérito judicial. Nesse contexto: STJ, ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado es-
6ª Turma, HC 208.657/MG, Rel. Min. Maria Thereza tiver solto, contados a partir da data em que se ins-
de Assis Moura, j. 22/4/2014, DJe 13/05/2014. taurar o inquérito.
1º Este último prazo poderá ser prorrogado por mais
10.8 Afastamento do servidor público do exercí- vinte dias pela autoridade militar superior, desde que
cio de suas funções como efeito automático do não estejam concluídos exames ou perícias já inicia-
indiciamento em crimes de lavagem de capitais. dos, ou haja necessidade de diligência, indispensá-
veis à elucidação do fato.
Lei n. 9.613/98
Art. 17-D, com redação dada pela Lei n. 12.683/12: Lei n. 1.521/51 (crimes contra a economia popu-
“Em caso de indiciamento de servidor público, este lar)
será afastado, sem prejuízo da remuneração e de- Art. 10. (...)
mais direitos previstos em lei, até que o juiz compe- §1º Os atos policiais (inquérito ou processo iniciado
tente autorize, em decisão fundamentada, o seu re- por portaria) deverão terminar no prazo de 10 (dez)
torno”. dias.

11. Conclusão do inquérito policial. Lei 8.072/90 (Crimes Hediondos)


11.1. Prazo para a conclusão do IP. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o ter-
rorismo são insuscetíveis de: (…)

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§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei Lei 11.343/06


no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51
previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, reme-
prorrogável por igual período em caso de extrema e tendo os autos do inquérito ao juízo:
comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato,
11.464, de 2007) justificando as razões que a levaram à classificação
do delito, indicando a quantidade e natureza da subs-
tância ou do produto apreendido, o local e as condi-
ções em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e
os antecedentes do agente (...)

11.3. Destinatário dos autos do inquérito policial.

CPP
Art. 10(...)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que ti-
ver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

- Resolução n. 63/2009 do Conselho da Justiça Fe-


deral.
STJ: “(...) A prisão ilegal, que há de ser relaxada pela
autoridade judiciária, em cumprimento de dever-po- Obs. 1: no julgamento da ADI 2.886/RJ, o Plenário do
der insculpido no artigo 5º, inciso LXV, da Constitui- Supremo julgou procedente, em parte, pedido formu-
ção da República, compreende, por certo, aquela lado em ação direta para declarar a inconstitucionali-
que, afora perdurar por prazo superior ao prescrito dade formal do inciso IV art. 35 da Lei Complementar
em lei, ofende de forma manifesta o princípio da ra- 106/2003, do Estado do Rio de Janeiro (“Art. 35. No
zoabilidade. É induvidosa a caracterização de cons- exercício de suas funções, cabe ao Ministério Pú-
trangimento ilegal, quando perdura a constrição cau- blico: ... IV - receber diretamente da Polícia Judiciária
telar por mais de seis meses, sem oferecimento da o inquérito policial, tratando-se de infração de ação
denúncia, fazendo-se invocável a razoabilidade. Or- penal pública”). O Tribunal reconheceu o caráter pro-
dem concedida”. (STJ, 6ª Turma, HC 44.604/RN, Rel. cedimental do inquérito e afastou a apontada ofensa
Min. Hamilton Carvalhido, j. 09/12/2005, DJ à competência privativa da União para legislar sobre
06/02/2006, p. 356). direito processual (CF, art. 22, I). Entretanto, enten-
deu violado o § 1º do art. 24 da CF, porquanto o ato
Natureza do prazo quanto ao investigado preso: atacado dispõe de forma diversa do que estabelecido
pela norma geral editada pela União sobre a matéria,
- Consequências decorrentes da inobservância qual seja, o § 1º do art. 10 do CPP. (STF, Pleno, ADI
desse prazo: 2.886/RJ, Rel. Min. Joaquim Barbosa, j. 03/04/2014).
11.2. Relatório da autoridade policial: peça de ca- Obs. 2: na dicção do TRF da 4ª Região, embora seja
ráter descritivo, em que o Delegado de Polícia juridicamente possível que o magistrado, no livre
descreve as principais diligências realizadas na exercício da atividade jurisdicional, sopesando prin-
fase investigatória. cípios como economia processual, instrumentali-
dade, eficiência e celeridade, determine a tramitação
CPP, Art. 10. (…) direta de inquéritos sob sua jurisdição entre a polícia
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que ti- e o parquet, tal não pode ser imposto por resoluções
ver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. administrativas, atos infralegais, como, por exemplo,
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar teste- a Resolução n. 63 do Conselho da Justiça Federal.
munhas que não tiverem sido inquiridas, mencio- Inexistindo na lei determinação de que o Juiz estabe-
nando o lugar onde possam ser encontradas. leça a tramitação direta de inquérito policial entre Au-
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indi- toridade Policial e o Ministério Público Federal, e
ciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao sendo certo que resoluções administrativas não têm
juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligên- o condão de arredar o disposto no art. 10, §3º, do
cias, que serão realizadas no prazo marcado pelo CPP, interferindo no livre exercício da jurisdição,
juiz. eventual indeferimento dessa tramitação direta não

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caracteriza inversão tumultuária dos atos para fins de crime de estelionato, da competência da Justiça Es-
interposição de correição parcial. Nessa linha: TRF4, tadual.
COR 2009.04.00.044743-5, Oitava Turma, Relator
Guilherme Beltrami, D.E. 03/02/2010. Tribunal competente para decidir o conflito de
competência:
11.4. Providências a serem adotadas pelo MP ao
ter vista dos autos do inquérito policial: - Juiz da comarca de Cabo Frio/RJ X TJ/ RJ:
- Juiz Federal do MS X Juiz Federal SP:
a) Crimes de ação penal privada: - Juiz de Direito do JECRIM/BH x Juiz de Direito da
CPP Vara Criminal/BH:
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, - Juiz de Direito da Vara Criminal/RS X Juiz de Direito
os autos do inquérito serão remetidos ao juízo com- do Juízo Militar/RS:
petente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou
de seu representante legal, ou serão entregues ao Súmula 348 do STJ: compete ao Superior Tribunal
requerente, se o pedir, mediante traslado. de Justiça decidir os conflitos de competência entre
b) Crimes de ação penal pública; juizado especial federal e juízo federal, ainda que da
b.1. Oferecimento de denúncia; mesma seção judiciária.
b.2. promoção de arquivamento;
b.3. requisição de diligências; Súmula 428 do STJ: compete ao Tribunal Regional
Federal decidir os conflitos de competência entre jui-
CPP zado especial federal e juízo federal da mesma seção
Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a judiciária.
devolução do inquérito à autoridade policial, senão
para novas diligências, imprescindíveis ao ofereci- - Distinção entre conflito de competência e conflito de
mento da denúncia. atribuições.
Conflito de atribuições é o que se estabelece entre
CF/88 dois ou mais órgãos do Ministério Público acerca da
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Pú- responsabilidade ativa para a persecução penal.
blico:
(…) 1) MP/RR X MP/RR:
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instau- 2) MPF/BA X MPF/PE:
ração de inquérito policial, indicados os fundamentos 3) MPM x MPF:
jurídicos de suas manifestações processuais; 4) MPF/RS x MP/SC:
5) MP/ MG X MP/BA:
b.4. declinação da competência;
b.5. suscitar conflito de competência; CF/88
b.6. conflito de atribuições; Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, pre-
cipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
- Conflito de competência. I - processar e julgar, originariamente:
Trata-se de instrumento que visa dirimir eventual (...)
controvérsia entre duas ou mais autoridades judiciá- f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados,
rias acerca da (in)competência para o processo e jul- a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
gamento de determinada demanda. inclusive as respectivas entidades da administração
Previsão legal: CPP, arts. 113 a 117. indireta;

- Espécies de conflitos de competência: 12. Arquivamento do Inquérito Policial.


a) positivo: Conceito: o arquivamento do inquérito policial é uma
b) Negativo: decisão judicial, muito embora ainda não haja um
processo judicial em curso. Ele depende de pedido
Atenção para o limite temporal previsto na súmula de promoção de arquivamento feito pelo MP, que
59 do STJ: não há conflito de competência se já será apreciado pelo juiz.
existe sentença com trânsito em julgado, proferida
por um dos juízos conflitantes. STF: “(...) O inquérito policial é procedimento de in-
vestigação que se destina a apetrechar o Ministério
Súmula 73 do STJ: a utilização de papel moeda Público (que é o titular da ação penal) de elementos
grosseiramente falsificado configura, em tese, o que lhe permitam exercer de modo eficiente o poder

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de formalizar denúncia. Sendo que ele, MP, pode até


mesmo prescindir da prévia abertura de inquérito po-
licial para a propositura da ação penal, se já dispuser
de informações suficientes para esse mister de defla-
grar o processo-crime. É por esse motivo que in-
cumbe exclusivamente ao Parquet avaliar se os ele-
mentos de informação de que dispõe são ou não su-
ficientes para a apresentação da denúncia, entendida
esta como ato-condição de uma bem caracterizada
ação penal. Pelo que nenhum inquérito é de ser ar-
quivado sem o expresso requerimento ministerial pú-
blico”. (STF, 1ª Turma, HC 88.589/GO, Rel. Min. Car-
los Britto, j. 28/11/2006, DJ 23/03/2008).

STF: “(...) Deveras, mesmo nos inquéritos relativos a


autoridades com foro por prerrogativa de função, é
do Ministério Público o mister de conduzir o procedi-
mento preliminar, de modo a formar adequadamente
o seu convencimento a respeito da autoria e materi-
alidade do delito, atuando o Judiciário apenas
quando provocado e limitando-se a coibir ilegalida-
des manifestas. In casu: (i) inquérito destinado a apu-
rar a conduta de parlamentar, supostamente delitu-
osa, foi arquivado de ofício pelo i. Relator, sem prévia
audiência do Ministério Público; (ii) não se afigura atí-
pica, em tese, a conduta de Deputado Federal que
nomeia funcionário para cargo em comissão de natu-
reza absolutamente distinta das funções efetiva-
mente exercidas, havendo juízo de possibilidade da
configuração do crime de peculato-desvio (art. 312,
caput, do Código Penal)”. (STF, Pleno, Inq. 2.913
AgR/MT, Rel. Min. Luiz Fux, j. 1º/03/2012, DJe 121
20/06/2012).

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