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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA

TESE

Produção de sementes agroecológicas de feijoeiro


comum para a agricultura familiar no Estado do Rio
de Janeiro

MARA ALEXANDRE DA SILVA

2019
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA CURSO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA

Produção de sementes agroecológicas de feijoeiro comum para a


agricultura familiar no Estado do Rio de Janeiro

MARA ALEXANDRE DA SILVA

Sob a Orientação do Professor


Adelson Paulo de Araújo
e Co-orientação do Pesquisador
José Guilherme Marinho Guerra

Tese submetida como requisito


parcial para obtenção do grau de
Doutora em Fitotecnia, no Curso
de Pós-Graduação em Fitotecnia,
Área de Concentração em Produção
Vegetal.

Seropédica, RJ
Fevereiro de 2019.
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Biblioteca Central / Seção de Processamento Técnico

Ficha catalográfica elaborada


com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Silva, Mara Alexandre da, 06/10/1984-


586p Produção de sementes agroecológicas de feijoeiro
comum para a agricultura familiar no Estado do Rio de
Janeiro / Mara Alexandre da Silva. - Seropédica,
2019.
143 f.

Orientador: Adelson Paulo de Araújo.


Coorientador: José Guilherme Marinho Guerra.
Tese(Doutorado). -- Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro, Pós-Graduação em Fitotecnia, 2019.

1. Sementes crioulas. 2. Agricultura familiar. 3.


Feijão comum. 4. Cama de aviário. 5. Feijão caupi. I.
Araújo, Adelson Paulo de, 1963-, orient. II. Guerra,
José Guilherme Marinho, 1958-, coorient. III
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Pós
Graduação em Fitotecnia. IV. Título.
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE AGRONOMIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FITOTECNIA

MARA ALEXANDRE DA SILVA

Tese submetida como requisito parcial para obtenção do grau de Doutora em Fitotecnia,
no Curso de Pós-Graduação em Fitotecnia, área de Concentração em Produção Vegetal.

TESE APROVADA EM 27 / 02 / 2019.

Adelson Paulo de Araújo, DSc., UFRRJ

Fabiana de Carvalho Dias Araújo, DSc., UFRRJ

Madelon Rodrigues Sá Braz, DSc., UFRRJ

Rosângela Straliotto, DSc., Embrapa Solos

Maria do Carmo Araújo Fernandes, DSc., PESAGRO-RIO


DEDICATÓRIA

Dedico mais esta conquista àqueles que


tanto me ajudaram e que com certeza
olham por mim: à minha avó Vanda e
Cleusa, ao meu irmão Alexandre, ao meu
pequeno príncipe John Travolta
Corleone, à minha filha Punk Evora,
minha querida Penélope e ao meu primo
Marcelo, ao seu Elias e à melhor
secretária e amiga que o CPGF já teve,
Lili e àquela que tanto me iluminou Mãe
Teresa de Iemanjá
AGRADECIMENTOS

Aos Deuses desde Olorum, aqueles que caminham por mim e protegem os meus passos e
aqueles que habitam entre o céu e a terra além da nossa vã filosofia.
Ao Seu Tranca Ruas, todos os orixás e entidades que tanto olharam por mim e me
proporcionaram este doutorado
Ao meu eterno Presidente Lula, sem o qual esta caminhada nem teria começado.
Ao povo brasileiro por ter custeado meus estudos.
Aos meus orientadores pela paciência e vontade de ensinar Adelson Paulo de Araújo e
José Guilherme Marinho Guerra.
Aos meus também orientadores, Luiz Aguiar, Elisabeth Lorenz, Marconi, Maria do
Carmo, João Luiz e todos que tanto me ensinaram.
Ao Professor Higino Macros Lopes, por orientar e acompanhar as análises de sementes.
Aos meus pais João Alfredo e Maria Helena, aos meus irmãos Alexandre, Marcelo,
Luciana e Lucimara, sobrinhos Thainá, Letícia, Thaísa, João Vítor, João Marcelo e Davi
aos meus filhos de 4 patas: John Travolta, Punk Evora, Nina Amora, Penélope e Lola a
quem dedico minhas conquistas.
À minha família ruralina: Fabiana, Dalila, Annatercia Selma, Laura, Karina, Laura,
Sumaya, Idalina, Ithaynara, Lorena e Pâmela Dífanir que tornaram este caminhar bem
mais leve.
Aos amigos, que mereci ter: Karla, Pâmela, Edson, Carlos, Emerson, Jean, Kelly e Suelen
e tantos outros que tive a sorte de conhecer.
Ao grupo RBD, Roberta, Marlon e Matheus.
Aos amigos e professores do Desenvolvimento Regional e Sustentabilidade.
Aos professores e funcionários do CPGF que contribuíram com a minha formação. A Lili
e Seu Isaías.
Aos funcionários da Pesagro-Rio de Seropédica, de Avelar e da Embrapa Agrobiologia.
A todos os agricultores, agricultoras e demais que a RESA me deram a honra de conhecer.
À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, especialmente ao Departamento de
Fitotecnia, pela oportunidade concedida para a realização do Curso de Doutorado.
À Pesagro-Rio por ter me acolhido tão bem.
Á FAPERJ pelo apoio a pesquisa e à Pós-graduação.
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Iba Olodumare (Eu saúdo Olodumare, Deus maior)
Iba Orunmila (Eu saúdo Orunmilá)
Iba Ogun Orisa Ile (Eu saúdo Ogum, o dono da casa)
Iba Irunmole (Saúdo os Irunmole, os Orixás
Iba Ile Ogeere afoko yeri (Saúdo a terra)
Iba atiyo Ojo (Saúdo o dia que amanhece)
Iba atiwo Oorun (Saúdo a noite que vem)
Iba F'olojo oni (Saúdo o dono do dia)
Iba Eegun Ile (E saúdo o Egun da casa, nosso ancestral)
Iba Agba (Saúdo os velhos sábios)
Iba Babalorisa (Saúdo o pai-de-santo)
Iba Omo Orisa (Saúdo os filhos-de-santo)
Iba Omode (Saúdo as crianças)
Awa Egbe Odo Orunmila juba O, Ki iba wa se ((Nós, que cremos
em Orunmilá, saudamos e esperamos que)
T'omode ba juba baba re, agbe'le aye pe (Orunmilá ouça nossa
saudação)
Ada se nii hun omo (O filho que reverencia seu pai tenha longa
vida e por nada sofrerá)
Iba kii hun omo eniyan (Que a nossa saudação a nós poupe
sofrimentos)
Akoogba kii hum oloko (Que as plantas boas não falhem ao
agricultor)
Atipa kii hun oku (Que aos mortos não falte sepultura)
Aso funfun kii hun olorisa (Que a Orixalá não falte o pano
branco)
Kaye o-ye wa o (Para que o mundo nos seja bom)
Ka riba ti se (Que nossos caminhos se abram)
Ka, ma r'ija Omo araye O (Que não vejamos a discórdia dos
povos sobre a terra)
Ka'ma r'ija eleye O (Nem a obra das feiticeiras, Ia Mi
Ashorongá)
Ajuba O! A juba O!! A juba O!!! (Nós saudamos, saudamos,
saudamos)
Ase (Axé)
RESUMO GERAL

Silva, Mara Alexandre. Produção de sementes agroecológicas de feijoeiro comum


para a agricultura familiar no Estado do Rio de Janeiro. 2019. 120p. Tese (Doutorado
em Fitotecnia). Instituto de Agronomia. Departamento de Fitotecnia, Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica - RJ, 2019.

Para garantir a independência dos agricultores familiares, é necessário que estes consigam
produzir e conservar suas sementes com qualidade, o que demanda atividades de
articulação entre ensino, pesquisa e extensão. A presente tese teve como objetivo
contribuir com aspectos técnicos para a produção de sementes de feijoeiro comum
(Phaseolus vulgaris) de base agroecológica e analisar os aspectos técnicos e legais
envolvidos na produção informal de sementes no estado do Rio de Janeiro. Foram
descritas as ações desenvolvidas entre 2015 e 2018 no âmbito da Rede Estadual de
Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro (RESA-RJ), formada por agricultores,
instituições públicas e entidades não governamentais. Nos anos de 2015 e 2016, foram
produzidas na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica - RJ, sementes de 7 cultivares de
feijoeiro comum. A média de produção de grãos das cultivares foi de 1361 e 1763 kg ha-
1
em 2016 e 2017, respectivamente. Estas sementes foram distribuídas para agricultores
da RESA-RJ de 19 municípios, com o acompanhamento da multiplicação destas sementes
por 4 agricultores dos municípios de Araruama, Engenheiro Pedreira e São José do Vale
do Rio Preto. Observou-se dificuldades relacionadas ao manejo da produção de sementes,
como a ausência de irrigação, manejo de plantas espontâneas, adubação e falta de mão de
obra. Foram conduzidos dois experimentos de campo, entre novembro de 2017 e fevereiro
de 2018, e abril e julho de 2018, na área experimental da Pesagro-Rio em Paty do Alferes
- RJ, para avaliação de doses de cama de aviário para a produção de sementes de feijoeiro
comum. Foi empregado delineamento em blocos ao acaso em parcelas subdivididas com
quatro repetições, combinando duas cultivares (Radiante e Ouro Negro) nas parcelas com
quatro doses de cama de aviário (0, 2, 4 e 8 ton ha-1) nas subparcelas. A maior
produtividade de grãos ocorreu na dose de 2 ton ha-1 na cultivar Ouro Negro e na dose de
4 ton ha-1 na cultivar Radiante. A cultivar Ouro Negro apresentou em 2017, produtividade
entre 595 e 1147 kg ha-1 e em 2018, entre 1792 e 2218 kg ha-1. Radiante apresentou em
2017, produtividade entre 666 e 1172 kg ha-1 e em 2018 entre 1398 e 1623 kg ha-1. Não
houve efeito das doses de cama na germinação das sementes. Adicionalmente,
conduziram-se dois experimentos de campo na Embrapa Agrobiologia, em Seropédica-
RJ, entres setembro e dezembro de 2015 e abril e agosto de 2016, para produção de
sementes de feijão caupi (Vigna unguiculata) enriquecidas com molibdênio (Mo) via
adubação foliar. Empregou-se esquema fatorial 2x2 com cinco repetições, entre as
cultivares BRS Guariba e Tumucumaque, com ou sem aplicação foliar de Mo. A
adubação foliar aumentos os teores de Mo nas sementes das duas cultivares de feijão
caupi, mas não modificou a germinação de sementes, massa de mil sementes e primeira
contagem de germinação.

Palavras-chave: sementes crioulas, agricultura familiar, feijão comum, cama de aviário,


feijão caupi.
ABSTRACT

Silva, Mara Alexandre. Agroecological production of seeds of common bean to family


farmers of Rio de Janeiro. 2019. 120p. Thesis (Doctorate in Phytotechnology). Institute
of Agronomy. Department of Plant Science, Federal Rural University of Rio de Janeiro,
Seropédica - RJ, 2019.

Family farmers, to guarantee their independence, shall produce and conserve their seeds
with quality, which demands articulation between institutions of teaching, research and
extension. The aim of this thesis was to contribute with technical aspects to the production
of common bean (Phaseolus vulgaris) seeds of agroecological basis and to analyze the
legal and technical aspects involved in the informal production of seeds in the state of Rio
de Janeiro. Actions developed between 2015 and 2018 were described, in the context of
the Network of Agroecological Seeds of Rio de Janeiro (RESA-RJ), that was made up of
farmers, public institutions and non-governmental entities. In the years 2015 and 2016,
seeds of 7 common bean cultivars were produced at Embrapa Agrobiologia, in
Seropédica, RJ. The average grain yield of the cultivars was 1361 and 1763 kg ha-1 in
2016 and 2017, respectively. These seeds were distributed to farmers of RESA-RJ in 19
municipalities, and the multiplication of these seeds was monitored in four farmers of the
municipalities of Araruama, Engenheiro Pedreira and São José do Vale do Rio Preto.
Some difficulties related to the management of seed production were observed, such as
the lack of irrigation, management of spontaneous plants, fertilization and lack of labor
force. Two field experiments were conducted between November 2017 and February
2018, and April and July 2018, in the experimental area of Pesagro-Rio in Paty do Alferes
- RJ, for evaluation of doses of poultry litter for production of common bean seeds. A
randomized block design in split-plots with four replicates was used, combining two
cultivars (Radiante and Ouro Negro) in plots and four litter levels (0, 2, 4 and 8 ton ha-1)
in subplots. Higher grain yield occurred at the level of 2 ton ha-1 for the cultivar Ouro
Negro and at the level of 4 ton ha-1 for the cultivar Radiante. The cultivar Ouro Negro
presented in 2017, productivity between 595 and 1147 kg ha-1 and in 2018, between 1792
and 2218 kg ha-1. Radiant presented in 2017, productivity between 666 and 1172 kg ha-1
and in 2018 between 1398 and 1623 kg ha-1. Additionally, two field experiments were
conducted at Embrapa Agrobiologia, in Seropédica-RJ, between September and
December 2015 and April and August 2016, for production of cowpea seeds (Vigna
unguiculata) enriched with molybdenum (Mo) via foliar fertilization. A 2x2 factorial
scheme with five replications was used, between the cultivars BRS Guariba and
Tumucumaque, with or without foliar application of Mo. Foliar fertilization increased
seed Mo concentration of both cowpea cultivars but did not affected seed germination,
thousand seed mass and first germination count.
Keywords: creole seeds, family farming, common bean, poultry bed, cowpea.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Cartazes de feiras de sementes. A) cartaz da IX Feira Krahô de Sementes


Tradicionais; B) Cartaz da 7ª Festa Estadual das Sementes da Paixão ..........................10
Figura 2. Gráfico demonstrando a variação da área plantada, produção e produtividade
da cultura de feijão comum entre os anos de 1976 e 20197. Fonte: CONAB, 2018. ......22
Figura 3. Encontro sobre Sementes Agroecológicas realizado em Friburgo - RJ. A)
participantes do evento; B) circuito de saberes com agricultores de Araruama; C) troca de
sementes; D) exposição de Sementes. .............................................................................36
Figura 4. Distribuição de sementes. A) distribuição de sementes na comunidade, Fonte:
B) preparação de sementes para distribuição. Fonte: Acervo da autora. .........................38
Figura 5. Seu Robertinho, guardião de sementes de feijão. A) agricultor com algumas
das suas sementes; B) demonstração da variedade de sementes. Fonte: Acervo da autora.
.........................................................................................................................................41
Figura 6. Mostruário de sementes da Comunidade Quilombola de Tapinoã/Araruama
exposto durante o IV Encontro Estadual de Agroecologia de Paraty/RJ (2017). Fonte:
Acervo da autora. .............................................................................................................42
Figura 7. A) Mostruário do banco de sementes da AAT; B) amostras de sementes para
troca. Fonte: AAT, 2017. .................................................................................................43
Figura 8. Seu Carlinhos. Fonte: Acervo da autora. ........................................................44
Figura 9. Parte prática do curso de Produção Orgânica de Sementes conduzida na
Pesagro-Rio. A) demonstração de testes de vigor e germinação de sementes; B)
demonstração de beneficiamento de sementes de alface. Fonte: Acervo da autora. .......48
Figura 10. A) Aula prática da disciplina de Produção de Sementes em Sistema Orgânico
de Produção. B) condução do tomate; C) demonstração de polinização do tomate. Fonte:
.........................................................................................................................................49
Figura 11. Atividades de campo realizadas. A) campo de produção de sementes de
berinjela em Cachoeira de Macacu; B) de Jiló em Magé; C) implantação de campo de
sementes em Teresópolis. ................................................................................................49
Figura 12. Atividade de Avaliação das atividades em Seropédica-RJ. ..........................50
Figura 13. Unidade de Beneficiamento de Sementes. A) secador; B) mesa densimétrica;
C) debulhador; D) separador helicoidal; E) compressor de ar; F) soprador pneumático; G)
máquina de pré-limpeza; H) máquina de ventilação; I) peneiras e área de apoio. .........52
Figura 14. Beneficiamento de sementes de alface. A) chegada das sementes; B) secagem;
C) limpeza pelo uso da peneira; D) limpeza pelo uso do soprador. ................................53
Figura 15. Catálogo de sementes ....................................................................................54
Figura 16. Reportagem sobre visita técnica realizada no sítio do Seu Robertinho e da
Dona Margarida. ..............................................................................................................57
Figura 17. Produção de sementes na propriedade de Araruama - RJ. A) campo de
produção de sementes; B) campo para produção de grãos.. ............................................58
Figura 18. Produção de sementes na propriedade 1 em Japeri - RJ. A) área com grande
presença de plantas espontâneas; B) área reservada para plantio de culturas com valor
comercial.. .......................................................................................................................58
Figura 19. Produção de sementes na propriedade 2 em Japeri - RJ. A) área de planto de
feijão em processo de maturação fisiológico; B) plantio de feijão com outras plantas
cultivadas.. .......................................................................................................................59
Figura 20. Produção de Sementes em São José do Vale do Rio Preto/RJ. Fonte: Acervo
da Autora. ........................................................................................................................60
Figura 21. Médias mensais de temperatura, temperatura máxima e mínima e soma da
precipitação durante os meses de setembro de 2015 a agosto de 2016.. .........................67
Figura 22. Médias mensais de precipitação e temperatura máxima e mínima durante os
meses de novembro de 2017 a fevereiro de 2018 e abril a julho de 2018.. .....................77
Figura 24. Massa de nódulos de plantas de feijoeiro comum das cultivares Ouro Negro e
Radiante, na fase de floração, em função de doses de cama de aviário, nos anos de 2017
(A) e 2018 (B). ................................................................................................................82
Figura 25. Acúmulo de nitrogênio na parte área de plantas de feijoeiro comum das
cultivares Ouro Negro e Radiante, na fase de floração, em função de doses de cama de
aviário, nos anos de 2017 (A) e 2018 (B)........................................................................82
Figura 26. Produção de sementes das cultivares de feijoeiro Ouro Negro e Radiante, em
função de doses de cama de aviário em 2017 (A) e 2018 (B)..........................................84
Figura 27. Médias mensais de precipitação e temperatura máxima e mínima durante os
meses de setembro de 2015 e agosto de 2016. . ..............................................................93
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 . Estados com leis de incentivo a bancos comunitários de sementes e mudas.11


Tabela 2. Produção de sementes de feijão, área plantada e taxa de utilização de sementes
certificadas entre 2011 e 2016. ........................................................................................23
Tabela 3. Número de campos e de produtores de sementes de feijão comum. ..............25
Tabela 4. Detentores das cultivares de feijão comum registrados no Brasil. .................26
Tabela 5. Participação pública e privada no Registro Nacional de Cultivares de Feijão
comum. ............................................................................................................................27
Tabela 6. Análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da estação experimental
da área experimental do Terraço (Embrapa Agrobiologia). ............................................67
Tabela 7. Número vagem por planta, número de semente por vagem, massa de 1 semente
e produção de sementes de sete cultivares de feijoeiro comum produzidos sob manejo
orgânico de produção no município de Seropédica-RJ, no ano de 2015 e 2016. ............69
Tabela 8. Teor de água e Peso de mil sementes de 7 cultivares de feijão comum,
produzidos em Seropédica-RJ em 2015 e 2016...............................................................71
Tabela 9. Percentual de germinação, Emergência a campo e Condutividade elétrica de 7
cultivares de feijão comum, produzidos em Seropédica-RJ. ...........................................72
Tabela 10. Teores de Ca, K, MG, N e P da cama de aviáriocama de aviário utilizada na
adubação dos experimentos. ............................................................................................78
Tabela 11. Resultados da análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da estação
experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro
(Pesagro-RJ), em Avelar – Paty do Alferes (RJ). ............................................................78
Tabela 12. Datas de florescimento, aparecimento de vagens e duração do ciclo, em dias
após a semeadura (DAS), das cultivares avaliadas nos experimentos 2017 e 2018,
ocorrido em Avelar – Paty do Alferes/RJ........................................................................79
Tabela 13. Valores médios de produção (Prod.), obtidos pelas cultivares Ouro Negro e
Radiante nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de
aviário. .............................................................................................................................83
Tabela 14. Teor de água, obtidos pelas cultivares Ouro Negro e Radiante, nos anos de
2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário. ..................85
Tabela 15. Peso de mil sementes, obtidos pelas cultivares Ouro Negro e Radiante nos
anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário. .....86
Tabela 16. Percentual de germinação, obtidas pelas cultivares Ouro Negro e Radiante
nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário.
.........................................................................................................................................86
Tabela 17. Percentual de emergência a campo, obtidas pelas cultivares Ouro Negro e
Radiante nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de
aviário ..............................................................................................................................87
Tabela 18. Valores de condutividade elétrica, obtidas pelas cultivares Ouro Negro e
Radiante nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de
aviário. .............................................................................................................................87
Tabela 19. Resultados da análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da área
experimental do Terraço (Embrapa Agrobiologia). ........................................................93
Tabela 20. Produção de sementes, número de vagens por planta, número de sementes por
vagem e peso de 1 semente para as cultivares de feijão caupi BRS Tumucumaque e
Guariba que receberam ou não adubação foliar com Mo, em dois anos de cultivo. .......95
Tabela 21. Teor de água, massa de mil sementes, porcentagem de germinação e primeira
contagem de germinação para as cultivares de feijão caupi, cultivar BRS Tumucumaque
e Guariba que receberam ou não aplicação foliar de Mo, em dois anos de cultivo. .......97
Tabela 22. Teores médios de molibdênio nas sementes de feijão caupi em 2015 e 2016.
.........................................................................................................................................98
LISTA DE QUADROS

Quadro 1.Comparação entre distribuição de kits e feira de sementes. .............................8


Quadro 2. Diferenças entre a produção de sementes e grãos de feijão. .........................24
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO GERAL ..............................................................................................1
2.1 Sistemas de Produção de Sementes Formal e Informal ...............................................2
2.2 A conservação de recursos genéticos on farm (na roça) .............................................5
2.3 Feiras de troca de sementes .........................................................................................7
2.4 Bancos comunitários de sementes (BCS) ..................................................................10
2.5.2 Lei de proteção de cultivares ..................................................................................14
2.5.3 A lei de sementes atual (2003) ...............................................................................16
2.6 A legislação de sementes aplicada à agricultura familiar ..........................................17
2.7 Produção de sementes orgânicas ...............................................................................19
2.8 Feijão comum e a produção de sementes .............................................................20
2.8.1 Aspectos gerais da cultura ......................................................................................20
2.8.2 Panorama da produção de sementes de feijão comum no Brasil ............................22
2.9 Uso de cama de aviário como fonte de adubação para a agricultura orgânica ..........27
2.10 Fixação biológica de nitrogênio em feijoeiro comum .............................................29
3 CAPÍTULO I A REDE ESTADUAL DE SEMENTES AGROECOLÓGICAS DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RESA/RJ): DESAFIOS, PERSPECTIVAS E
MULTIPLICAÇÃO DE SEMENTES DE FEIJOEIRO COMUM DISTRIBUÍDAS A
AGRICULTORES FAMILIARES ..................................................................................31
RESUMO ........................................................................................................................32
3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................33
3.2 A atividade agrícola no estado do Rio de Janeiro .....................................................33
3.3 Cronologia da formação da Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do RJ ......35
3.3.1 O “Encontro sobre Sementes Agroecológicas: que futuro queremos para o estado
do Rio de Janeiro?”..........................................................................................................35
3.3.2 O projeto de fortalecimento da Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do Rio
de Janeiro .........................................................................................................................36
3.3.3 A identidade da RESA ............................................................................................37
3.3.4 Distribuição de sementes ........................................................................................38
3.3.5 Guardiões e bancos de sementes da RESA ............................................................40
3.4 Diagnóstico da Produção de Sementes da RESA ......................................................45
3.4.1 Dificuldades da produção de sementes ...................................................................46
3.4.2 Atividades de capacitação da RESA/RJ .................................................................47
3.4.2.1 I Minicurso e Workshop em Produção Orgânica de Sementes ...........................47
3.4.2.2 Aulas teóricas e práticas para a disciplina Produção de Sementes em Sistema
Orgânico de Produção (2015-2017) ................................................................................48
3.4.2.3 Capacitação de Produtores Orgânicos e em Transição Agroecológica para a
Produção de Sementes de Base Ecológica com Ênfase no Melhoramento Participativo de
Variedades de Sementes ..................................................................................................49
3.5 A Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) e o lançamento do Catálogo de
Sementes produzidas sob manejo orgânico .....................................................................51
3.6 Acompanhamento da produção de sementes dos agricultores da RESA: O feijão
comum na RESA .............................................................................................................54
3.6.1 A importância das sementes de feijão na RESA ....................................................54
3.6.2 Distribuição e escolha das cultivares ......................................................................55
3.6.3 Formas de produção de sementes de feijão na RESA ............................................56
3.6.4 Análise e discussão da produção de sementes de feijão realizada pelos agricultores
.........................................................................................................................................60
3.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................62
4 CAPÍTULO II PRODUÇÃO E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE
CULTIVARES DE FEIJOEIRO COMUM EM SISTEMA DE MANEJO ORGÂNICO
EM SEROPÉDICA - RJ, EM DOIS ANOS AGRÍCOLAS ............................................64
RESUMO ........................................................................................................................65
4.1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................66
4.1 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................66
4.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................69
4.2.1 Produção de sementes.............................................................................................69
4.2.3 Qualidade fisiológica das sementes ........................................................................70
4.4 CONCLUSÕES .........................................................................................................73
5 CAPÍTULO III EFEITO DE DOSES DE CAMA DE AVIÁRIO NA PRODUÇÃO DE
SEMENTES DE FEIJÃO COMUM EM AVELAR - RJ ...............................................74
RESUMO ........................................................................................................................75
5.1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................76
5.2 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................77
5.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................80
5.3.2 Qualidade fisiológica das sementes ........................................................................84
5. CONCLUSÕES ...........................................................................................................88
6 CAPÍTULO IV PRODUÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃO CAUPI ENRIQUECIDAS
COM MOLIBDÊNIO VIA ADUBAÇÃO FOLIAR EM SEROPÉDICA – RJ..............89
RESUMO ........................................................................................................................90
6.1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................91
6.2 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................................92
6.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................................95
6.3.1 Produção ...............................................................................................................95
6.3.2 Qualidade fisiológica das sementes ........................................................................96
6.3.3 Teor de molibdênio nas sementes ...........................................................................97
6.4 CONCLUSÕES .........................................................................................................98
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .........................................................................99
1. INTRODUÇÃO GERAL

As sementes têm acompanhado a história do homem, sua evolução cultural e seus


mitos, e foi a posse e o domínio das sementes que possibilitou ao homem passar de coletor
e caçador a agricultor sedentário (BEVILAQUA, ANTUNES, 2008). A semente é a fonte
da vida que abriga a história da evolução biológica e cultural da existência humana, sendo
a base da segurança alimentar (SHIVA, 2007). A “liberdade das sementes”, caracterizada
pelo direito de guardar, trocar, desenvolver, cultivar e vender as sementes, é uma das
bases da independência do agricultor. As sementes eram consideradas como um
patrimônio comunitário e cultural dos povos camponeses e indígenas e obtê-las, conservá-
las e multiplicá-las possuía um significado quase mítico (CARVALHO et al., 2018).
Com o advento da indústria de produção de sementes a partir do século XIX,
apoiado por leis e políticas públicas de incentivo à comercialização e melhoramento das
espécies, esta semente antes compartilhada passa a ser propriedade privada de empresas
(CARVALHO, NAKAGAWA, 2000). Neste processo, as sementes melhoradas pela
indústria substituíram as sementes produzidas e melhoradas pelos agricultores,
conhecidas como crioulas, landraces ou tradicionais (SANTILLI, 2010). Essa
substituição das sementes locais tem sido considerada uma das causas da perda da
biodiversidade agrícola que incorre muitas vezes também na perda de valores afetivos,
culturais, religiosos e identitários (MOREIRA, TARGINO, 2012). No Brasil, este
processo vai se intensificar com a Revolução Verde, que promoveu a substituição dos
policultivos pela monocultura e estreitou a base genética dos cultivos (TONNEAU et al.,
2005), ao mesmo tempo em que substituiu áreas de produção de gêneros alimentícios da
base alimentar como o feijão por culturas de caráter agroexportador como a soja e o milho
(SILVA, 2012).
Apoiado por políticas públicas de modernização agrícola e por leis como a de
proteção de cultivares (lei n° 9.456/1997) e pela lei do sistema de sementes e mudas (lei
n° 10.711/2003), o sistema formal de produção de sementes excluiu desta atividade
agricultores familiares, povos originários e tradicionais bem como seus conhecimentos.
Embasados pelos reveses ambientais e sociais deste modelo agrícola, no Brasil surgem a
partir da década de 80 movimentos que buscam devolver aos agricultores “a liberdade
das sementes” e consequente autonomia destas comunidades, que passam a ser
reconhecidos como atores de suma importância para a conservação da biodiversidade e
da segurança alimentar (PROENÇA, SOUZA, 2016).
A agricultura familiar no Brasil responde por 84% dos estabelecimentos agrícolas,
é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do País e por mais
de 70% dos brasileiros ocupados no campo. Esta agricultura também é responsável pela
produção de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 46% do milho, 38% do café
e 21% do trigo, 60% da produção de leite, 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30%
dos bovinos (BRASIL, 2018).
A cultura de feijão tem enorme importância na dieta do brasileiro em especial de
baixa renda e para a agricultura familiar (IBGE, 2006). As sementes produzidas pelo
mercado informal são responsáveis por 80% das sementes utilizadas para o plantio de
feijão (CASTRO, WANDER, 2014) e devem ser incentivadas práticas que garantam
sementes de qualidade para a produção agrícola familiar (DIDONET, 2007).
Produzir sementes adequadas para a produção agroecológica1, além do

1agricultura,
capaz de fazer bem aos homens e ao meio ambiente como um todo, afastando-nos da orientação dominante
de uma agricultura intensiva em capital, energia e recursos naturais não renová veis, agressiva ao meio ambiente,
excludente do ponto de vista social e causadora de dependê ncia econômica (CAPORAL, Costabeber, 2002, p.13)
1
envolvimento de questões legais e filosóficas, envolve a adoção de aspectos técnicos para
alcançar resultados satisfatórios. Assim, a presente tese teve como objetivo contribuir
com aspectos técnicos para a produção de sementes de feijoeiro comum de base
agroecológica e analisar os processos envolvidos na produção informal de sementes
agroecológicas no estado do Rio de Janeiro nos aspectos legais e técnicos das atividades
envolvidas a partir da articulação entre o poder público e agricultores.
O primeiro capítulo descreve e analisa as ações desenvolvidas no âmbito da Rede
Estadual de Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro (RESA-RJ) e a multiplicação de
sementes de feijoeiro comum distribuídas a agricultores familiares do estado do Rio de
Janeiro. Esta rede, formada por instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão, por
agricultores e agricultoras familiares e por entidades não governamentais, começou a ser
gestada em 2014 pela necessidade de se pensar em como resolver o gargalo das sementes
orgânicas.
O segundo capítulo analisa a produtividade e a qualidade fisiológica de sementes
de 7 cultivares de feijoeiro comum em sistema orgânico de produção em dois anos
agrícolas, em Seropédica - RJ.
O terceiro capítulo avalia o efeito de doses de cama de aviário na produção de
sementes de feijoeiro comum, em Paty do Alferes – RJ, como forma de reaproveitar um
resíduo da produção avícola e diminuir os custos da produção da cultura.
O quarto capítulo avalia a produção de sementes de duas cultivares de feijão caupi
(Vigna unguiculata) enriquecidas com Mo via adubação foliar.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sistemas de Produção de Sementes Formal e Informal

No Brasil, em 2017 a indústria de sementes movimentou R$ 10 bilhões, sendo


considerada a terceira maior indústria de sementes do mundo, ficando atrás apenas de
Estados Unidos e China (SAVINO, 2013).
Apenas seis empresas dominam 70% deste mercado (SAVINO, 2013), liderado
pela cultura da soja e do milho que ocupam cada um, 37% do mercado, as forrageiras
ocupam 11%, hortaliças com 6%, trigo com 3%, feijão com 2%, arroz e sorgo cada um
1%. Na soja, que possui mais de 1,3 mil cultivares protegidas, 59% são geneticamente
modificadas, correspondendo a 94% da soja semeada no país, no milho 43% são
geneticamente modificados e respondendo por 85% do que é plantado (GALIOTO, 2017).
Em nível global, 82% das sementes são cultivares protegidas ou estão sujeitas a este
monopólio (MARTINS, 2010).
Este sistema de produção de sementes, inclui o sistema “formal” ou comercial e o
“informal”, local ou tradicional. O sistema “formal” ou comercial é oriundo do processo
de modernização agrícola conhecido como Revolução Verde, sendo gerido pela iniciativa
privada e regulado em nível nacional por leis rígidas e pelo processo de certificação
(OLIVEIRA, 2017). Caracterizado como “a produção comercial de sementes de
variedades modernas” (FAO, 2014, p.18) e sendo desenvolvido através do melhoramento
vegetal (PARRA FILHO, 2016; OLIVEIRA, 2017). Estas sementes apresentam garantias
de desempenho e certificação e geralmente são mais caras do que as sementes informais
(HERMANN, AMAYA, 2009).
As leis de sementes e políticas agrtícolas são voltadas para o sistema formal
buscando através da resguarda legal e do incentivo econômico que o setor privado assuma
as atividades de desenvolvimento do setor como a pesquisa, produção, distribuição e
comércio de sementes e eliminem ou reduzam o sistema informal (SANTILLI, 2012).
2
Graças a lei de patentes (lei nº 9.279/1996), de biossegurança (lei nº 11.105/2005),
de proteção de cultivares (lei nº 9.456/1997) e a lei que dispõe sobre o Sistema Nacional
de Sementes e Mudas (lei nº 10.711/2003), o mercado de sementes no país é
essencialmente privado, cabendo ao poder público a criação e o desenvolvimento de
cultivares e ao setor privado a produção e o comércio de sementes. Menos de 15% da soja
plantada, menos de 5% do milho, 10% do algodão, 30% do trigo e 40% do arroz irrigado
são desenvolvidos pelo de programas públicos (SAVINO, 2013).
A visão que orienta este incentivo parte da ideia de que “os sistemas de sementes
devem ‘evoluir’, passando das variedades e práticas agrícolas tradicionais para as
variedades e sistemas agrícolas, que empregam tecnologias ‘modernas’ e apresentam alta
produtividade” (SANTILLI, 2012). De acordo com a mesma autora, este sistema de
sementes deveria progredir no sentido de passar das mãos dos agricultores, que produziam
de forma descentralizada e com pouca influência de pesquisadores e melhoristas, para ser
desempenhado exclusivamente por produtores altamente especializados com sementes
melhoradas.Assim, as variedades melhoradas são vistas como modernas e as sementes
crioulas associadas ao atraso e a baixa produtividade, sendo consideradas pelas leis atuais
como grãos e excluídas do mercado formal, que se restringe as sementes desenvolvidas
por especialistas (LONDRES, 2014).
Só que estas sementes tecnificadas ou industriais foram de alguma forma
derivadas de sementes tradicionais selecionadas por agricultores (KÄSTLER et al., 2013),
e a substituição destas sementes tradicionais pela agricultura industrial são potenciais
causadoras de erosão genética e cultural (SANTILLI, 2009; ZIMMERMAN, 2011). De
acordo com Reis (2012):

A perda da diversidade ocorre em diversos níveis: na agricultura como


um todo, um menor número de espécies está fornecendo uma
quantidade maior de alimentos; da mesma maneira, no que se refere aos
cultivos específicos, um menor número de variedades é plantada e um
número cada vez menor das mesmas responde pela maior parte da
produção de cada tipo de cultura. Por fim, no que se refere às variedades
individuais, a uniformidade genética está se tornando cada vez mais a
regra e não a exceção (REIS, 2012, p. 69).

De acordo com a FAO (2004), esta substituição de sementes faz com que a dieta
da população se torne homogênea e menos variada com consequente abandono das
culturas alimentícias tradicionais mais nutritivas e adaptadas aos locais. Como resultado,
menos de cinco culturas de cereais são responsáveis por até 60% da ingestão calórica da
população, quando possuímos mais de 30 mil espécies que poderiam ser utilizadas na
alimentação humana. Nos últimos 100 anos, estima-se que a agricultura tenha perdido
entre 90 e 95% de espécies e variedades domesticadas, com perda inclusive de “parentes
silvestres” (SANTILLI, 2009).
A agricultura industrial é também impactada pela diminuição da
agrobiodiversidade que ela mesma causou, tanto pela alta susceptibilidade de cultivos
vegetais a pragas e doenças pela perda da variabilidade genética quanto por necessitar
desta diversidade perdida tanto para resolver problemas causados pelo estreitamento
genético quanto para produzir materiais adaptados a condições ambientais adversas
(REIS, 2012). Altieri (2012) ressalta ainda a ameaça a biodiversidade representada pelas
atividades agrícolas, presente em 30% da superfície terrestre livre de gelo, o que
correspondia em 2017 de acordo com dados do MAPA. a 1,87 bilhões de hectares com
este padrão reducionista.
Já o sistema “informal” é oriundo de sistemas locais, sendo criado e gerido pelos
3
próprios agricultores e é caracterizado por um “conjunto de atividades de produção de
sementes sem esquema de certificação e sem reconhecimento oficial” (CARRERA, 2002,
p.8) e “ocorrem tendo em vista a geração de diversidade genética e a adaptação das
sementes às circunstâncias ambientais e culturais em que serão utilizadas” (OLIVEIRA,
2017, p. 27), que pode estar direcionada ou não à produtividade (REIS, 2012). Os
agricultores produzem sua própria semente da sua colheita, distribuem e adquirem através
da troca ou compra entre amigos, vizinhos, feiras e através do comércio local sendo este
setor desenvolvido através de melhoramento participativo (DIDONET, 2013; PARRA
FILHO, 2016). A troca de sementes e os cruzamentos que ocorrem espontaneamente entre
variedades, espécies silvestres e cultivadas enriquecem o pool genético local com novos
materiais e características, mantendo sua dinâmica e diversidade (ALMEKINDERS,
BOEF, 2015).
Estima-se que que o sistema informal seja responsável por 80% das sementes
utilizadas pelos agricultores de países em desenvolvimento e também o grande
responsável pela conservação on farm (DELWING et al., 2007). Esta demanda por
sementes do sistema informal é motivada também pela necessidade de sementes
adaptadas aos diferentes ambientes, pela necessidade de minimizar riscos, por
preferências culinárias e estéticas, por questões religiosas e por oportunidades de mercado
(HERMANN, AMAYA, 2009).
Este mecanismo de distribuição informal se apoia em alianças sociais e em
relações tradicionais familiares baseados na interdependência e na confiança mútua, em
contradição com a pouca transparência observada nas sementes adquiridas no mercado
formal e em fontes não locais (BADSTUE, 2007) e estas sementes carregam lembranças,
costumes e histórias (SILVA, ALMEIDA, 2007).
A denominação crioula não se aplica apenas às sementes desenvolvidas pela
comunidade mas também àquelas adaptadas por elas mesmo que sejam industriais. Nas
palavras de BEVILAQUA et al. (2014), a semente crioula é toda aquela

que vem sendo multiplicado por agricultores (ou suas associações)


através do tempo, cuja origem pode ser outros países ou outras regiões
do país, ou que é fruto do intercâmbio dentro de uma mesma região, e
cujo cultivo in loco conduz à adaptação específica ao referido ambiente
como resultado da seleção natural, da seleção artificial pelo agricultor
ou pela combinação de ambas. Cultivares desenvolvidas localmente ou
mesmo lançadas por institutos de pesquisa e que foram cultivadas e
selecionadas durante anos por agricultores, numa determinada região,
tornam-se, assim, crioulas (BEVILAQUA et al., 2014, p. 104).
Manter a liberdade das sementes é considerado como uma estratégia indispensável
para o desenvolvimento de sementes de alta produtividade e resistente a diferentes
estresses (BEVILAQUA et al., 2014).
A liberdade de troca e do melhoramento das sementes e a valorização do
conhecimento associado a esta prática é considerada também como parte fundamental da
Soberania Alimentar (STÉDILE, CARVALHO, 2011).
O conceito de soberania alimentar utilizado pelos movimentos sociais parte do
princípio de que o alimento é um direito e não uma mercadoria e que em cada território,
independente das adversidades ambientais, há suficiente “conhecimento científico
acumulado” para enfrentar estas adversidades naturais que garantem àquela comunidade
o direito e o dever de produzir seu próprio alimento.

4
As sementes são o início e o fim dos ciclos de produção camponesa, são
criação coletiva que reflete a história dos povos e de suas mulheres, as
quais foram suas criadoras e principais guardiãs e aperfeiçoadoras. Seu
desaparecimento leva ao desaparecimento das culturas dos povos do
campo e de comunidades. Como não são apropriáveis, devem manter
seu caráter de patrimônio coletivo (STÉDILE, CARVALHO, 2011).

Com este viés em 2001, a Via Campesina, um movimento internacional de


camponeses que pautam lutas como soberania alimentar, reforma agrária, agroecologia e
o fim de pesquisas e comercialização de transgênicos (VIA CAMPESINA, 2011), lançou
a “Campanha Internacional pelas Sementes Camponesas, Patrimônio dos Povos a Serviço
da Humanidade”, buscando recuperar os sistemas tradicionais de produção, conservação
e troca de sementes e em 2018 esta campanha foi relançada durante o Dia Mundial de
Ação pela Soberania Alimentar dos Povos e Contra as Multinacionais com o lançamento
da campanha “Adote uma Semente” (MPA, 2018). A Via Campesina é composta por 182
organizações de 81 países (VIA CAMPESINA, 2017).
No Brasil, integram a Via Campesina o Movimento dos Trabalhadores sem Terra
(MST), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento de Atingidos por
Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Pastoral da Juventude
Rural (PJR), Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP), Coordenação
Nacional das Comunidades Quilombolas (CONAQ), Movimento Nacional pela
Soberania Popular frente a Mineração (MAM) (VIA CAMPESINA, 2017).

2.2 A conservação de recursos genéticos on farm (na roça)

Podem ser utilizados como forma de conservação de recursos genéticos de


maneira complementar três estratégias: ex situ, in situ e on farm (MMA, 2000; FAO,
1996).
Por definição a conservação ex situ é “a conservação de componentes da
diversidade biológica fora de seus habitats naturais de uma representatividade da
biodiversidade, de importância científica ou econômico-social” (BRASIL, 2000),
podendo envolver atividades de manutenção de recursos genéticos em câmaras de
conservação de sementes, cultura de tecidos, criogenia, laboratórios, bancos de
germoplasma, zoológicos, arboretos, jardins botânicos, aquários, núcleos de criação de
animais domésticos e criadouros de animais silvestres, dentre outros (MMA, 2000;
ZACARIOTTI et al., 2013). O uso destas técnicas objetiva cessar a perda da diversidade
genética garantindo a conservação de germoplasma para recuperação de habitats e para a
reintrodução de espécies (CNCFlora, 2016).
Já a conservação in situ preserva as espécies em seu estado natural de ocorrência
na natureza envolvendo além das espécies, os seus hábitats de ocorrência continuando
assim o processo de co-evolução ao incluir recursos naturais, paisagens e ecossistemas
(HASSLER, 2005; SIMON, 2010), podendo ser conceituada como “a conservação de
ecossistemas e habitats naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de
espécies em seu meio natural e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, no meio
em que desenvolveram suas propriedades distintas” (FAO, 1996).
Este conceito seria aplicável a dois grupos de recursos (FAO, 1996; CLEMENT
et al., 2007; SCARIOT, SEVILHA, 2007), um que incluiria a conservação de “espécies
e populações silvestres em habitats e ecossistemas naturais, em áreas protegidas ou sob
manejo produtivo e de múltiplo uso” (SCARIOT, SEVILHA, 2007, p. 479) e outro que
seria considerado como on farm (na roça) que seria aplicável as “populações cultivadas,
5
geralmente chamadas de variedades ou raças primitivas, tradicionais ou crioulas
conservadas in situ nas áreas agrícolas” (CLEMENT et al., 2007, p. 513).
Já para o MMA (2000), a conservação “na roça” não seria um tipo de conservação
in situ e sim complementar, que teria como diferencial estar relacionado a diversidade
genética de recursos fito-genéticos e de conhecimento tradicional preservada por
agricultores em especial familiares, populações tradicionais e comunidades locais.
A conservação na roça pode ser definida de acordo com Clemente et al. (2007,
apud FAO e CDB, 1996) como:

manejo sustentável da diversidade genética de variedades


agrícolas tradicionais localmente desenvolvidas, associadas a
formas e parentes selvagens e desenvolvidas por agricultores
dentro de um sistema de cultivo agrícola, hortícola ou
agroflorestal tradicional (CLEMENT et al., 2007, p. 514).

Este método requer a participação ativa dos agricultores, proporciona a contínua


adaptação da agrobiodiversidade às mudanças ambientais, está associada à segurança
alimentar e nutricional e à produção sustentável de alimentos, garante a manutenção das
comunidades que as manejam em seus aspectos culturais, do conhecimento tradicional
associado e de tradições, permite a manutenção de componentes ativos da dinâmica local
e ainda assegura a conservação e o livre acesso as espécies agrícolas (SILVA et al., 2015;
KAUFMANN et al., 2016; SANTONIERI, BUSTAMANTE, 2016). Santilli (2010)
destaca que:
a diversidade agrícola é expressão e materialização de saberes
tradicionais já que sem o saber agronômico das comunidades
locais, suas técnicas e experimentos de seleção e conservação,
esses objetos não existiriam, quer se trate de plantas alimentares,
medicinais, ornamentais e outras categorias de uso (SANTILLI,
2010, p.1).

Os agricultores selecionam e melhoram suas variedades através do manejo


contínuo em diferentes ambientes para uso próprio, troca, partilha e comercialização
(LYRA et al., 2011; CARVALHO et al., 2018; GAROFOLO, 2017). Além da
importância produtiva, estes materiais locais podem ser imprescindíveis para a
sobrevivência de tradições e costumes, estando ligados não só à história de vida do
agricultor como também a festividades, rituais e a prática da religiosidade (STELLA et
al., 2006; LONDRES et al., 2014; BURG, 2017).
A conservação na roça apresenta alguns entraves como a dificuldade de
identificação do material genético já que o próprio agricultor nomeia seu material de
acordo com fatores culturais e da vivência, a falta de controle do intercâmbio de
variedades e os riscos de erosão genética representados tanto por eventos naturais como
por questões políticas, socioeconômicas e culturais (VOGT, BALBINOT JÚNIOR, s.d.;
CARVALHO et al., 2018)
O Brasil, através da adesão ao Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos
para a Alimentação e a Agricultura (TIRFA) em 2006, reconheceu a importância dos
agricultores e populações tradicionais para a conservação e disponibilidade de recursos
fitogenéticos para alimentação e agricultura e se comprometeu a tomar medidas para
proteger o direito dos agricultores de acordo com seu artigo 9º que estabelece:

6
(a) proteção do conhecimento tradicional relevante aos recursos
fitogenéticos para a alimentação e a agricultura;
(b) o direito de participar de forma equitativa na repartição dos
benefícios derivados da utilização dos recursos fitogenéticos para a
alimentação e a agricultura; e
(c) o direito de participar na tomada de decisões, em nível nacional,
sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso sustentável dos
recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura.
(BRASIL, 2008).

Alguns destes direitos já estão previstos em lei, como a proteção do conhecimento


tradicional que havia inicialmente sido alvo de medida provisória em 2001 (MP 2186-
16/2001) tendo sido revogada em 2015 para a implementação da lei de acesso ao
patrimônio genético (lei nº 13123/2015), o direito de participação na tomada de decisões
presente na lei sobre política agrícola (lei nº 8.171/1991), o direito sobre sementes ou
material de propagação (lei de Sementes nº 10.711/03 e a lei de Proteção de Cultivares
(lei nº 9.456/97.)
De acordo com Santilli (2010) e Moraes (2017), a conservação na roça deve
abranger além da conservação, políticas voltadas para a valorização e fortalecimento de
sistemas agrícolas locais que incluem a criação de bancos comunitários de sementes,
incentivo a realização de feiras de sementes e programas de melhoramento participativo.

2.3 Feiras de troca de sementes

As feiras de sementes crioulas, também conhecidas como feiras da


agrobiodiversidade ou feiras do conhecimento, são consideradas como principal espaço
de troca de sementes (FONSECA et al., 2015), reunindo agricultores de diferentes
comunidades para apresentar a imensa variedade de espécies locais, ajudando a
conscientizar a sociedade sobre a importância de se preservar estas sementes tradicionais
(DIAS et al., 2016). Além de espaço de troca de saberes, tem ajudado a consolidar laços
entre guardiões e guardiãs de sementes, pesquisadores e extensionistas no sentido de
preservar esta diversidade seja na roça, em coleções ex situ ou em centros de pesquisa
(VIELMO et al., 2016; FRANCO et al., 2016).
Estas feiras são consideradas como espaço de resistência ao modelo de agricultura
industrial, onde os participantes compartilhando suas sementes demonstram seu
conhecimento e sua capacidade de produzir alimentos de forma independente (GRIGOLO
et al., 2015). Além das sementes para melhorar a produção, a partilha de sementes
fortalece laços de solidariedade e de confiança entre as famílias e os diferentes grupos
envolvidos (SILVA, ALMEIDA, 2007)
Por meio de troca, partilha ou venda nestas feiras os agricultores podem
compartilhar informações sobre suas sementes, ter acesso a uma ampla variedade de
materiais para atender às diversidades de ambientes de cultivo, recuperar materiais
perdidos e disseminá-las para não perder, além de gerar interesse por outros agricultores
em variedades locais e incentivar os cuidados na produção de sementes (NEUENDORF,
2000; SILVA et al., 2015).
Estas feiras têm se espalhado pelo mundo com diferentes funções e não são um
fenômeno recente. No Zimbábue antes do desenvolvimento do mercado formal de
sementes, as comunidades doavam sementes para o celeiro do rei, prática conhecida como
“zhunde ramambo” e cada comunidade tinha seu ritual para exibição e armazenamento
das sementes que seriam doadas (GORRITTI, 2001; NEUENDORF, 2000). Em

7
Moçambique, estas feiras têm sido uma alternativa adotada pelo governo a importação de
kits de sementes distribuídos gratuitamente aos agricultores em situações de emergência.
De acordo com Leonardo (2001), estas sementes são mais fáceis de conseguir no próprio
local, estão disponíveis a tempo da época de plantio para os agricultores e ajudam a
movimentar o mercado da região, ao contrário da importação dos kits que são caras,
burocráticas e não atendem as preferências e gostos da população, de acordo com Quadro
1.

Quadro 1. Comparação entre distribuição de kits e feira de sementes.


Distribuição de kits de sementes Feira de sementes
Os kits de sementes são iguais para todos os Os agricultores podem escolher o que querem
Agricultores. comprar.

Podem não ser adaptadas as A semente local é adaptada às condições


condições agroclimáticas das regiões onde agroclimáticas da área em questão.
serão distribuídas.
Não há troca de experiências e informações Há troca de experiência e informações entre os
entre os agricultores. agricultores.

O fundo de emergência é investido fora das O fundo de emergência é investido na área


áreas afetadas. afetada.

Não contribui para o desenvolvimento Contribui para a revitalização da produção e do


da produção e do comércio local de sementes comércio local de sementes.

Distribui apenas sementes certificadas que Distribui também semente local que é mais
são mais caras. barata.

Extraído de Leonardo (2001).

Em Cuba após o colapso da URSS em 1989 e consequente diminuição de recursos


para a ilha, o país remodelou sua produção agrícola saindo da posição de maior
consumidor de agroquímico para uma agricultura de baixo insumo externo. Seu sistema
de produção de sementes era baseado na introdução de variedades estrangeiras e híbridos
e era capitaneada pelo setor de pesquisa sem participação dos agricultores e nem de
produtores de sementes. Percebeu-se que com isso, como as sementes locais não foram
aproveitadas pela pesquisa por não apresentarem características tidas como desejáveis,
como resistência a doenças, ciclos curtos de crescimento e baixo rendimento, perdeu-se
50% da capacidade nacional de produção de culturas importantes como o milho e o feijão.
Com isso as feiras de sementes que se iniciaram nos anos 90, passaram a integrar a
estratégia de diversificação das sementes para melhorar a produtividade e a diversidade
genética das culturas. As feiras de sementes chamadas de “Feiras da Diversidade”, fazem
parte da estratégia governamental de disseminação participativa de sementes que integra
as feiras com a experimentação camponesa. Nestas feiras, são distribuídas para
agricultores, produtores de sementes e agentes de extensão, sementes do sistema formal
e informal para serem testadas e selecionadas no ambiente ao qual são destinadas e sob a
forma de produção local (RIOS, 2009).
Na Argentina, a feira provincial de sementes nativas e crioulas “Semeando
Esperança”, ocorre desde 2007 e tem como objetivo ressaltar a importância da produção
e da preservação das sementes e das organizações de agricultores familiares, para a
conservação da biodiversidade e para a soberania alimentar do país (DOMINGUEZ et al.,
8
2009).
No Brasil estas feiras têm ocorrido em todas as regiões, para efeito de exemplo
serão citadas a Feira Krahô de Sementes Tradicionais e a Festa Estadual das Sementes da
Paixão conforme Figura 1.
Desde 2007 ocorre a “Feira Krahô de Sementes Tradicionais”, que conta com a
participação de diversas etnias indígenas, comunidades tradicionais e agricultores
familiares (MORAES et al., 2014). A feira teve seu início após o retorno do milho
põhypej, fruto de uma parceria com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
(CENARGEN) como uma forma de recuperar e conservar a agrobiodiversidade
(LONDRES et al., 2014). A etnia Krahô perdeu terras, tradições e variedades tradicionais
de sementes, em virtude da atuação de grileiros, do estímulo a adoção do modo de vida
dos “brancos” realizado pelos movimentos de catequização e pela substituição de suas
roças por culturas mais produtivas realizada através de políticas públicas o que levou o
povo a uma situação de extrema pobreza (DIAS et al., 2016). Esta situação foi atribuída
a perda do milho põhypej, importante para dar força a etnia, e através de uma parceria
com a Embrapa, o banco de germoplasma foi utilizado para devolver a este povo seu vigor
(LONDRES et al., 2014).
A “Feira de Sementes da Paixão” ocorre durante a Festa Estadual das Sementes
da Paixão desde 2003 (SILVA, ALMEIDA, 2007). As Sementes da Paixão recebem este
nome devido a fala do Seu Dodô, um agricultor do Cariri durante o Encontro Estadual de
Sementes de 1998, onde ficava claro nos debates que os agricultores queriam plantar suas
sementes e não aquelas distribuídas pelo governo.

O que eu quero é plantar o milho jabatão, o feijão corujinha e a fava


larga e não a semente que vem de fora. Essas são minhas sementes da
paixão. Cada um tem suas sementes da paixão e é nessa diversidade que
nós temos que nos apoiar (SILVA, ALMEIDA, 2007, p.7).

Esta feira é organizada pela Articulação do Semi-árido Paraibano (ASA-PB) e


conta com uma rede estadual de bancos de sementes comunitários com a participação de
6.561 famílias de 63 municípios que conservam cerca 300 variedades produzidas pelos
agricultores de milho, feijão, fava, mandioca, girassol, amendoim e espécies forrageiras
e frutíferas (LONDRES, ALMEIDA, 2009).

9
Figura 1. Cartazes de feiras de sementes. A) cartaz da IX Feira Krahô de Sementes
Tradicionais (Fonte: Embrapa, 2013); B) Cartaz da 7ª Festa Estadual das Sementes da
Paixão (Fonte: CENTRAC, 2017).

2.4 Bancos comunitários de sementes (BCS)

O banco comunitário de sementes assume diversos nomes e formas como: banco


de genes da comunidade, casa de semente dos agricultores, cabana de sementes, centro
de riqueza de sementes, poupadores de sementes, grupo, associação ou rede, reserva
comunitária de sementes, biblioteca de sementes (VERNOOY et al., 2017). Sendo
definido como “coleções de sementes mantidas e administradas pelas próprias
comunidades cuja função principal é manter sementes para o uso local” (KROGLUND et
al., 2011). Diversos são as motivações para a sua criação: eventos de fome, uma seca,
inundação com perda das sementes da região, quando a comunidade desenvolve uma nova
cultivar, para manter sementes com qualidade, puras e adaptadas as localidades, por falta
de acesso a sementes de qualidade ou até como um passatempo (VERNOOY et al., 2014).
A função do banco varia de acordo com a vontade de seus membros,

Podendo voltar-se para o aumento da conscientização e da educação das


pessoas; a documentação sobre conhecimentos tradicionais; o
recolhimento, produção, distribuição e troca de sementes; o
compartilhamento de conhecimentos e experiências; a promoção da
agricultura ecológica; a efetivação de experimentos de melhoria de
culturas participativas; a realização de atividades geradoras de renda
para membros; o networking e a advocacia política; e o
desenvolvimento de outras empresas comunitárias (VERNOOY et al.,
2014, p. 20).

Além de aumentar o estoque de sementes anteriormente produzidos de forma


solitária pela família, o banco também possibilita o resgate de variedades perdidas ou em

10
risco de perder ou ainda a conservação de materiais que apesar de não serem importantes
para o sistema formal “são adaptadas localmente, resilientes à seca e importante para a
alimentação e nutrição doméstica” (OXFAM, 2016, p.2).
O banco é composto em geral pelas espécies mais cultivadas pelos participantes
ou de maior valor comercial, enquanto a maior parte da diversidade continua sob a guarda
das famílias. O estoque inicial pode ser obtido por doação ou por meio das famílias
associadas que podem retirar sementes do banco devendo depois da colheita restitui-las
na mesma quantidade ou em quantidade superior (NODARI, GUERRA, 2015)
O Brasil figura entre os pioneiros no estabelecimento de BCSs ao lado de
Bangladesh, Etiópia, Índia, Nepal, Nicarágua, Filipinas e Zimbábue (VERNOOY et al.,
2014).
Estes BCSs tem se tornado centros de experimentação e inovação em sementes
para resistir as mudanças climática além de facilitar a organização dos agricultores em
torno de seus direitos (VERNOOY et al., 2015). Os BCSs tem seu início no Brasil durante
os anos 70 a partir da atuação da Igreja católica junto a comunidades eclesiais da região
nordeste com o incentivo a pequenos agricultores para armazenarem e trocarem sementes
entre si, em um ambiente de repressão a organizações de agricultores e de pessoas que se
contrapunham ao governo ditatorial (ALMEIDA, CORDEIRO, 2002; SILVA et al.,
2018). Estes agricultores foram motivados pela necessidade de plantar em função da
chuva rara no Sertão para não perder a safra e para fugir da dependência do patrão de
forma a garantir a “segurança da semente” (ALMEIDA, CORDEIRO, 2002; LEWIS,
MULVANY, 1997).
Foi graças a experiência dos bancos de sementes da Paraíba que as sementes
crioulas saíram da ilegalidade e foram incluídas na lei de sementes e mudas em 2003. De
lá para cá 7 estados criaram leis de incentivo à formação de bancos comunitários de
sementes e mudas, como pode ser visualizado na Tabela 1.
Tabela 1. Estados com leis de incentivo a bancos comunitários de sementes e mudas.
Estado Lei nº /ano
Paraíba 7.298/ 2002
Alagoas 6.903/2008
Minas Gerais 18.374/2009
São Paulo 5.312/2014
Distrito Federal 5.937/2017
Mato Grosso 10.590/ 2017
Santa Catarina 17.481/ 2018
Fonte: Elaborada pela autora.

Com pouca variação nas propostas, as leis conceituam os bancos comunitários


como: Coleção de germoplasmas de cultivares locais ou crioulos, que são variedade
desenvolvida, adaptada ou produzida, em condições “in situ”, administrada localmente
por agricultores familiares responsáveis pela multiplicação de sementes ou mudas para
distribuição, troca ou comercialização.
Apenas o estado de MG, em sua conceituação faz menção a restrição de troca e
comercialização apenas dentro da categoria, presente na lei 10.711/2003.
Nos objetivos das leis de maneira geral o estímulo ao resgate e a conservação de
variedades e cultivares tradicionais, o reconhecimento da importância dos recursos
genéticos locais para a sustentabilidade do agroecossistema e para a prevenção das
mudanças climáticas, a manutenção dos valores culturais e o respeito aos conhecimentos
tradicionais.
A nível nacional, existem incentivos desde 2012 através da Política Nacional de
11
Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), criada através do Decreto 7.794 em 2012
e instrumentalizada através do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica
(PLANAPO) em 2013, que em seu eixo 2, objetivo 3 prevê:

Adequar a legislação de sementes à realidade das variedades de


interesse à produção orgânica e de base agroecológica, garantindo o
exercício do direito dos agricultores ao livre uso da agrobiodiversidade;
Fomentar redes territoriais voltadas ao resgate, conservação in situ, on
farm e uso livre de variedades crioulas, locais e tradicionais.

E na meta 8 de valorização da agrobiodiversidade, na iniciativa 7, a previsão de


ações voltadas para “organizações produtivas para a implementação e qualificação das
casas, bancos e dos guardiões de sementes e mudas”.
Atualmente há um projeto de lei nacional nº 6176/2013 de autoria do deputado
Padre João (PT/MG) em processo de tramitação que institui a Política Nacional de
Incentivo à Formação de Bancos Comunitários de Sementes e Mudas de Variedades e
Cultivares Locais, Tradicionais ou Crioulos. Ela abrange os beneficiários da lei, incluindo
em seu escopo além dos agricultores familiares os “assentados por programa de reforma
agrária, quilombolas, indígenas ou povos e comunidades tradicionais que multiplicam
sementes ou mudas para consumo próprio, distribuição, troca e comercialização”
(BRASIL, 2013).
A PL segue os objetivos das leis estaduais buscando estimular e promover:

I a proteção da biodiversidade agrícola;


II a conservação e a proteção de espécies, variedades e cultivares
obtidos ou mantidos por agricultor familiar, assentado por programa de
reforma agrária, quilombola, indígena ou povos e comunidades
tradicionais, associados aos cultivares locais, tradicionais ou crioulos;
III a organização comunitária, a capacitação para o gerenciamento dos
bancos de sementes e de mudas e a proteção dos conhecimentos
tradicionais;
IV a manutenção de valores culturais da população local.

Em sua justificativa, o deputado Padre João destaca a importância dos bancos para
a preservação da biodiversidade através da conservação das cultivares locais ou crioulas.
O projeto encontra-se aguardando o parecer do relator na Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania (CCJC), já tendo sido aprovado nas comissões de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável em 2013 e Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural em 2014. Em seu parecer o relator da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, reconhece que apesar da pesquisa científica
conduzida pela agricultura industrial possuir maior atenção, o melhoramento tradicional
conduzido por gerações pelas comunidades, foi o responsável pelas culturas que
compõem a base alimentar da humanidade bem como é a fonte de material utilizado pelo
melhoramento genético conduzido pela indústria.
E ainda reconhece o valor do melhoramento reiterando que a nossa segurança
alimentar depende em grande parte das técnicas e das trocas utilizadas pelos agricultores
tradicionais:

12
O melhoramento tradicional é fundamental para a reprodução social e a
vida das comunidades tradicionais, aí incluídos os agricultores
familiares, as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas e
outros povos tradicionais, que continuam produzindo material para a
pesquisa científica moderna e é a maior garantia de conservação da
diversidade genética das plantas que estão na base da nossa
alimentação. Nossa segurança alimentar depende, em grande medida,
das práticas de cultivo e intercâmbio de sementes praticadas pelos
agricultores tradicionais (BRASIL, 2015, p.537)

2.5 Arcabouço legal sobre produção de sementes e mudas

2.5.1 As primeiras leis de sementes (1965 e 1977)

Até os anos 60 haviam no Brasil legislações estaduais sobre produção,


comercialização e distribuição de sementes voltadas apenas para as culturas de
importância de cada estado (WILKINSON, CASTELLI, 2000).
A 1ª lei de sementes foi promulgada em 1965 (lei nº 4.727/1965) e dispunha sobre
a fiscalização do comércio de sementes e mudas e dá outras providências, regulamentada
pelo decreto nº 57.061, de 15 de outubro de 1965 durante o período de modernização
agrícola no Brasil, conhecido como Revolução Verde (PARRA FILHO, 2016). A lei de
acordo com o ministro da agricultura Hugo Leme, visava aperfeiçoar a produção de
sementes e mudas para distribuição aos agricultores, para que estes aumentassem sua
produção e para que esta produção estivesse de acordo com as exigências do mercado
consumidor, preenchendo a lacuna legislativa contra a atuação de comerciantes que
colocavam no mercado materiais em desacordo com as especificações e que causavam
danos ao desenvolvimento da agricultura (BRASIL, 1965). Ela utilizava padrões
estabelecidos pelas legislações estaduais existentes como as implementadas no Rio
Grande do Sul e no Paraná (WILKINSON, CASTELLI, 2000).
Tornava obrigatório o registro de pessoas físicas ou jurídicas que comercializavam
sementes e mudas e a semente fiscalizada dividida em genética, básica, registrada e
certificadora (BRASIL, 1965; PARRA FILHO, 2016). Esta lei ajudou a difundir as
sementes melhoradas que deveriam aumentar a produtividade agrícola e a oferta de
alimentos, passou para a iniciativa privada a produção, comercialização e distribuição de
sementes enquanto a fiscalização do comércio, certificação e produção de sementes
básicas ficaram a cargo do poder público (ABRASEM, 2016; PARRA FILHO, 2016).
Em 1967 é criada a Política Nacional de Sementes, que vai dar origem ao Plano
Nacional de Sementes em 1968. Este plano era baseado nas necessidades previstas paras
as regiões sul e sudeste, e regulamentava a complementaridade do Poder Público na
produção de sementes básicas e comerciais, organizava o programa de treinamento para
os produtores de sementes e mudas e a obrigatoriedade do registro no MAPA de todas as
pessoas e entidades dedicadas à produção de sementes e mudas (BRASIL, 1965;
MOURA, MARTINELLI, 2004; PARRA FILHO, 2016).
A 2ª lei de sementes foi promulgada em 1977 (Lei nº 6.507/1977) e dispõe sobre
a inspeção e a fiscalização da produção e do comércio de sementes e mudas e dá outras
providências, regulamentada pelo decreto nº 81.771/1978. A lei baseava-se em estudos
de entidades oficiais e da iniciativa privada atendendo ainda a necessidade de estimular a
comercialização de sementes e mudas. Ela vai estender a fiscalização ao setor de produção
de sementes e mudas anteriormente restrita a locais que negociassem, manipulassem,
acondicionassem, preparassem, armazenassem ou transportassem sementes e mudas e
13
delegava ao MAPA a atribuição de inspecionar e fiscalizar a atividade (BRASIL, 1977).
Tornou obrigatório o registro no MAPA de pessoas físicas ou jurídicas que produzissem,
beneficiassem ou comercializassem sementes e mudas e foi introduzida a semente
certificada categorizada em genética, básica, registrada e certificada.

2.5.2 Lei de proteção de cultivares

A Lei de Proteção de Cultivares, também conhecida como lei dos Direitos do


Obtentor, promulgada em 1997 (lei nº 9.456, de 25 de abril de 1997), foi criada para
garantir o direito de propriedade intelectual como um estímulo à expansão do setor. Esta
lei foi implantada inicialmente nos Estados Unidos em 1970, sendo seguido por países
como Canadá, Uruguai, Argentina, Paraguai, Chile e tem como referência a Convenção
da União Internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais (UPOV). No Brasil, as
conversas vão se iniciar já em 1970 e à medida que os países vão aderindo, o país vai
sendo pressionado externa e internamente a implementá-la. Entre os anos de 1992 e em
1995 são realizados simpósios no país com autoridades e especialistas de diversos países
e em 1995, a Comissão de Agricultura e Política Rural da Câmara dos Deputados
promove a primeira audiência pública repetida em 1996 durante a tramitação da PL, com
a presença de especialistas do IAC, AS-PTA, CENARGEM/EMBRAPA e com entidades
de agricultores, profissionais e empresas. Em sua defesa do projeto de lei n° 1.457, de
1996, o deputado Renato Johnsson (PPB, PR 1983- 1999) baseava-se tanto no fato de
outras nações já possuírem um arcabouço legal relativo ao tema, incluindo os demais
países do MERCOSUL a época, quanto a necessidade de garantir os direitos de
propriedade para incentivar a pesquisa agrícola no país. Haviam argumentos favoráveis e
contrários a lei de acordo com Araújo (2010) e Garcia (2014).
Entre os favoráveis destacam-se:
 garantir retorno financeiro para as pesquisas incentivando assim investimento em
pesquisa;
 aumentar a participação do financiamento privado nas pesquisas agrícolas e assim
suprir a diminuição dos investimentos públicos;
 aumentar a produtividade e a renda dos agricultores com a utilização de matérias
melhorados;
 extinguir a pirataria de sementes e mudas;
 seguir os demais países do MERCOSUL e assim beneficiar-se do fluxo de materiais
destes países que estariam mais próximos das nossas condições de cultivo;
 haveria a possibilidade de que outros países poderiam ceder material genético ao país
depois que seus direitos estivessem resguardados;
 partilhar dos benefícios de pertencer aos países que haviam adotado a UPOV;
 cumprir com o Acordo sobre os Aspectos da Propriedade Intelectual Relativos ao
Comércio (TRIPS) que entraria em vigor em 1995 e determinava além do
patenteamento de genes modificados a proteção de cultivares ou variedades de
plantas;
 adequar-se a lei de Propriedade Industrial que já estava para entrar em vigência que
previa o patenteamento de produtos e processos de engenharia genética.
Entre os argumentos contrários destacam-se:
 aumento dos custos de produção agrícola com o pagamento dos royalties e com a
possível monopolização do mercado;
 desnacionalização do mercado de sementes;
 monopólio do mercado de sementes por empresas com maior capacidade de

14
investimento em pesquisa;
 exclusão dos pequenos produtores de sementes do mercado;
 diminuição do patrimônio genético com mercado voltado para materiais rentáveis;
 colocaria na ilegalidade os pequenos produtores de sementes de comunidades e
cooperativas;
 a lei privilegiaria novas cultivares obtidas através de materiais melhorados por
materiais desenvolvidos por populações tradicionais e agricultores familiares.

A lei brasileira poderia aderir tanto à Convenção da UPOV de 1978 quanto a de


1991. A convenção de 1978 traz entre outros pontos o privilégio do agricultor que permite
que este guarde sementes para uso próprio sem necessidade de autorização do obtentor,
proíbe a dupla proteção como o direito de obtentor e de patente, restringe o direito do
obtentor apenas a multiplicação e a comercialização do material propagativo além do país
poder definir quais espécies serão. A de 1991, tem foco no direito do obtentor, por ela
mesmo que o agricultor produza sua própria semente ele depende de autorização do
obtentor, não há proibição da dupla proteção e dá ao obtentor o direito a produção agrícola
do agricultor porque seu direito passa a abranger também o fruto da colheita, e também
retira do país a possibilidade de definir quais materiais serão alvos de proteção (BRASIL,
1995; LONDRES, 2006; FUCK et al., 2007). O Brasil adere a convenção de 1978, porém
inclui elementos da convenção de 1991.
Há ainda o projeto de lei nº 2.325/2007, apresentado pela deputada Rose de Freitas
(PMDB/ES) que altera a lei nº 9.456/1997 (Lei de Proteção de Cultivares). Este projeto
vai no mesmo sentido da alteração da lei de Proteção de Cultivares de incorporar as
disposições da Convenção UPOV de 1991, estendendo o direito do obtentor a safra de
grãos originada da cultivar protegida até a colheita, passando a exigir autorização deste
para que a venda seja realizada e que também retira o direito do agricultor até então
reconhecido com a proibição de venda das sementes multiplicadas a partir de cultivares
protegidas pelo agricultor familiar.
Como justificativa, a deputada Rose de Freitas alega

crescente processo de informalização da produção e do comércio de


sementes, com o crescimento de processos clandestinos de produção e
de pirataria e fraudes que, a par de prejudicarem os obtentores, que não
vêem retornar o investimento feito no desenvolvimento de novas
cultivares, prejudicam sobremaneira a qualidade da produção agrícola
nacional, com rebates negativos na produtividade das lavouras e na
sanidade da produção nacional e óbvios prejuízos econômicos à
sociedade (BRASIL, 2007).

Durante a justificativa é feito menção às disputas ocorridas durante a aprovação


da lei em 1997 que impediram a adoção das disposições da UPOV de 1991, “mais ousada
e abrangente”
Está apensada a este projeto de lei, o projeto de lei nº 3100/2008 proposto pelo
deputado Moacir Micheletto (PMDB/PR) que propõe a alteração do artigo 10º da lei atual,
restringindo apenas aos agricultores familiares a possibilidade de sementes de uso próprio
de cultivares protegidas e também proíbe a comercialização de sementes e mudas de uso
próprio por agricultores familiares. Em sua justificativa, ele apresenta dois pontos a serem
reavaliados: o termo uso próprio e a definição de agricultor familiar.
O uso próprio é visto como uma forma de “justificar a guarda de qualquer volume
de sementes para plantio próprio, independente da área e do nível tecnológico e

15
econômico do agricultor” e que sem a devida remuneração programas de melhoramento
têm sido abandonados. De acordo com dados da ABRASS (2018), estas sementes também
chamadas de piratas, renderam um prejuízo anual de 2 bilhões de reais ao agronegócio
brasileiro.
Propõe-se a adoção de critérios mais restritivos para o enquadramento como
agricultor familiar adicionando aos critérios já previstos em lei, os parâmetros usados para
enquadrar o público rural beneficiário de crédito especial e subsídios fiscais presentes no
Manual de Crédito Rural do Banco Central. Pelo manual, é necessário além do já presente
na lei 11.326/2006:

ter obtido renda bruta familiar nos últimos 12 (doze) meses de produção
normal, que antecedem a solicitação da DAP, de até R$415.000,00
(quatrocentos e quinze mil reais), considerando neste limite a soma de
100% (cem por cento) do Valor Bruto de Produção (VBP), 100% do
valor da receita recebida de entidade integradora e das demais rendas
provenientes de atividades desenvolvidas no estabelecimento e fora
dele, recebida por qualquer componente familiar, excluídos os
benefícios sociais e os proventos previdenciários decorrentes de
atividades rurais (BC, 2018, p. 114).

O projeto de lei da deputada Rose de Freitas, passou em 2013 pela Comissão de


Direitos Humanos e Minorias com relatoria da deputada Keiko Ota (PSB-SP), que
discordou quanto a extensão do direito do obtentor até a colheita alegando que iria tornar
este processo caro e burocrático sendo de inviável aplicação sendo aprovada. Em 2018
pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural com
relatoria do deputado Luiz Carlos Heirize (PP-RS) onde foi rejeitada pela necessidade de
aprofundar a revisão nos marcos legais atuais suscitados após a apresentação em 2015 do
projeto de lei que propõe mudanças na lei de proteção de cultivares. A proposta segue em
2019 para a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços
(CDEICS).
Outra PL sobre o mesmo tema foi apresentada em 2015 pelo deputado Dilceu
Sperafico (PP/PR), PL nº 827/2015. De acordo com a justificativa do proponente, ela
busca “ampliar as possibilidades de controle e fiscalização sobre o uso de sementes
melhoradas, garantindo-se a devida remuneração ao obtentor da cultivar ou seu licenciado
durante o período previsto de sua proteção” (BRASIL, 2015). Entre as mudanças, torna
obrigatória a autorização para a comercialização da produção agrícola em caso de
material protegido, para agricultores familiares, indígenas e comunidades tradicionais
mantém o direito de multiplicação e comercialização desde que não seja para plantio e
quando para multiplicação só será permitido para uso próprio ou para doação dentro da
mesma categoria, para os demais permite o uso de grãos salvos de material de reprodução
certificada em no máximo 50% da área de plantio por um período máximo de um ano e
obriga o pagamento dos royalties independente de autorização prévia. A lei ainda introduz
a obrigação da permissão do obtentor para as plantas ornamentais (BRASIL, 2015).

2.5.3 A lei de sementes atual (2003)

A atual lei de sementes e mudas, promulgada em 2003 (lei nº 10.711/2003) dispõe


sobre o Sistema Nacional de Sementes e Mudas e dá outras providências regulamentada
pelo decreto 5.153/04. O projeto de lei PL 4828/1998 é apresentado e leva 5 anos até virar
16
lei, entre os argumentos apresentados pelo proponente era necessário modernizar a norma
até então em vigor que tornava o mercado sementeiro dependente do poder público e
adequando- a a lei de proteção de cultivares que abria o mercado brasileiro para o mundo
(BRASIL, 1998). Entre as mudanças trazidas pela lei, está a transferência para o produtor
e certificadoras privadas de sementes e mudas a fiscalização da produção, a substituição
das sementes fiscalizadas pelas sementes certificadas e a introdução de regras sobre o uso
de cultivares protegidas à guisa da lei de proteção de cultivares (BRASIL, 1998).
Os agricultores vêm enfrentando algumas dificuldades com relação a esta lei. Uma
delas está na necessidade constante de compra de novas sementes certificadas ou básicas,
visto que as sementes foram divididas em seis classes - genética, básica, certificada de
primeira geração - C1, certificada de segunda geração - C2 e não certificada, com origem
genética comprovada S1 e S2 – só podendo as sementes certificadas originarem duas
gerações (S1 e S2) (LONDRES, 2006; PARRA FILHO, 2016).
Sobre este assunto há ainda queixas por parte dos agricultores sobre a dificuldade
de obter sementes básicas para a produção comercial de sementes, sendo oferecido apenas
a S1 que já não pode ser multiplicada na safra seguinte ou sobre a dificuldade de adaptá-
las a realidade local que quando é alcançada, já se faz necessário a compra de novas
sementes (LONDRES, 2006).
E com relação ao uso de cultivares protegidas, os problemas enfrentados estão na
retirada destes materiais quando cessa o direito do obtentor e aí por mais que o agricultor
ainda as possua a semente, por lei ele já não pode comercializá-las (LONDRES, 2006;
SANTILLI, 2009; PARRA FILHO, 2016). O direito do obtentor de acordo com o artigo
4º da referida lei cessa em 15 anos para todas as culturas exceto para videiras, árvores
frutíferas, florestais e ornamentais cuja duração será de 18 anos.
Os custos para atender aos requisitos para ser produtor de sementes também têm
excluído pequenos produtores desta atividade (LONDRES, 2006).
Porém, a lei ajudou no reconhecimento e na valorização da importância das
sementes crioulas ao incluir o uso da cultivar local, tradicional ou crioula que nas palavras
do deputado João Grandão (PT/MS),

contribuem para uma menor dependência em relação às grandes


empresas sementeiras e possibilitam o melhoramento de sementes
agroecológicas, passíveis de serem utilizadas em sistemas
agroecológicos de produção. Por conseguinte, a produção e a difusão
do uso dessas cultivares e a promoção da tecnologia de produção
agroecológica fortalecem a segurança alimentar (BRASIL, 1998).

A diversidade de sementes oferecidas aos pequenos agricultores tem sido limitada


pelos interesses da indústria sementeira restringindo a base genética da agricultura
(ARAÚJO, 2010).
WILKINSON, CASTELLI (2000) destacam que a semente como principal agente
de transformação biotecnológica tornou-se o insumo mais importante na estratégia de
ocupação do mercado pelas transnacionais. Hoje de acordo com GALLIOTO (2017),
100% das sementes disponíveis no mercado rendem pagamento de royalties para as
empresas, 75% das cultivares protegidas pertencem à iniciativa privada, 24% a parceria
público-privada e 1% a empresas públicas.

2.6 A legislação de sementes aplicada à agricultura familiar

Para efeito de esclarecimento, é considerado agricultor familiar, de acordo com a


17
lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006 (BRASIL, 2006), aquele que:

I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4 (quatro)


módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família nas
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
atividades econômicas do seu estabelecimento ou empreendimento, na
forma definida pelo Poder Executivo
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua
família.

A lei 10.711/2003 (BRASIL, 2003) reconhece em seu artigo 2ª, inciso XVI além
das sementes certificadas, a existência da cultivar local, tradicional ou crioula definida
como:
cultivar local, tradicional ou crioula: a variedade desenvolvida,
adaptada ou produzida por agricultores familiares, assentados da
reforma agrária ou indígenas, com características fenotípicas bem
determinadas e reconhecidas pelas respectivas comunidades e que, a
critério do MAPA, considerados também os descritores socioculturais
e ambientais, não se caracterizem como substancialmente semelhantes
às cultivares comerciais.

Em seu artigo 8º, garante o direito de produção, multiplicação, troca e venda de


sementes ou mudas para agricultores familiares, assentados da reforma agrária e
indígenas dentro da mesma categoria, isentando-os de inscrição no RENASEM.
Ainda sobre este ponto de acordo com o decreto 5.153/04, acrescido da redação
do decreto 7794/2012, garante que esta multiplicação para troca, venda ou
comercialização possa ser realizada em qualquer unidade da federação e estende este
direito a cooperativas e associações de agricultores.
O artigo 48º da lei 10.711/2003 impede a restrição da inclusão de sementes e
mudas de cultivar local, tradicional ou crioula em programas de financiamento ou em
programas públicos de distribuição ou troca de sementes.
Para quem não se enquadra como agricultor familiar, assentado de reforma agrária
e indígena, o decreto 5.153/04 em seu artigo 114º, garante a toda pessoa física ou jurídica
que utilize semente para semeadura ou plantio o direito de reservar a cada safra parte de
sua produção para uso próprio para plantio na safra seguinte, devendo este utilizar apenas
em sua propriedade, em quantidade compatível para uso exclusivo na safra seguinte e
caso se trate de cultivar protegida esta deve ser oriunda de áreas inscritas no MAPA.
Porém neste caso, é vedada a troca e a comercialização e caso seja realizada transporte
mesmo que entre propriedades diferentes do mesmo dono, deve ser acompanhado de
autorização do órgão de fiscalização.
Semente para uso próprio é definida no inciso XLIII pela lei 10.711/2003 como:

semente para uso próprio: quantidade de material de reprodução vegetal


guardada pelo agricultor, a cada safra, para semeadura ou plantio
exclusivamente na safra seguinte e em sua propriedade ou outra cuja
posse detenha, observados, para cálculo da quantidade, os parâmetros
registrados para a cultivar no Registro Nacional de Cultivares – RNC
(BRASIL, 2003, p. 3).

18
A lei de Proteção de Cultivares em seu artigo 4º garante proteção a cultivar nova
ou derivada de qualquer gênero ou espécie vegetal por um período de 15 anos excetuado
videiras, árvores frutíferas, florestais e ornamentais cuja duração será de 18 anos,
impedindo durante este prazo “a produção com fins comerciais, o oferecimento à venda
ou a comercialização, do material de propagação da cultivar”, sem autorização do
detentor.
Porém, em seu artigo 10º, ela reitera o direito do agricultor familiar e
empreendimento familiar de multiplicar, distribuir, trocar ou comercializar sementes,
mudas e outros materiais propagativos de cultivares protegidas e ao pequeno produtor a
multiplicação para doação ou troca a outros pequenos agricultores em programas
realizados por órgãos públicos ou organizações não-governamentais, autorizados pelo
Poder Público sem ferir o direito de propriedade.
Para os demais, é garantida a reserva para uso próprio, uso ou venda como
alimento ou a matéria-prima obtida com o plantio, sem fins reprodutivos e o uso no
melhoramento genético ou na pesquisa científica.
Em seu artigo 8º parágrafo 3º, isenta agricultores familiares e populações
indígenas da inscrição no Renasem e ainda, caso seja requerido pelo agricultor familiar
ou empreendimento familiar o registro de proteção de cultivar, este fica isento do
pagamento das taxas incidentes, de acordo com artigo 14-A.
Assim, o agricultor familiar pode produzir, trocar, comercializar suas sementes e
mudas sejam elas locais, tradicionais ou crioulas ou de uso próprio (obtidas de cultivares
protegidas). Porém, não estende este direito a quilombolas e demais comunidades
tradicionais.

2.7 Produção de sementes orgânicas

A produção orgânica está presente em 179 países, ocupando 50,9 milhões de


hectares, com destaque para a Austrália com 22,7 milhões de hectares, Argentina com 3,1
milhões de hectares e Estados Unidos com 2 milhões de hectares, e gerou em 2015 uma
receita de 81,6 bilhões de dólares (WILLER, LERNOUD, 2017).
O Brasil em 2014 possui 750 mil hectares dedicados à agricultura orgânica, o que
representa 0,3% da área utilizada para atividades agrícolas, ocupando assim a 11ª posição
neste quesito (WILLER, LERNOUD, 2017). A produção orgânica conta com a
participação de mais de 13.000 produtores, sendo grande parte familiar, com uma receita
anual de R$ 2,5 milhões (IBGE, 2006; MAPA, 2019)
No Brasil, para ser considerado produtor orgânico é necessário que o mesmo faça
parte do cadastro nacional de produtores orgânicos, devendo para isso estar certificado de
acordo com a Lei nº 10.831/2003 através de certificação por auditoria, por sistema
participativo de garantia ou por controle social na venda direta (BRASIL, 2003).
Entre os entraves para a produção orgânica, a escassez de sementes é descrita por
52% dos agricultores como um fator de muita dificuldade (SCALCO et al., 2015). A
Instrução Normativa nº 46, de 6 de outubro de 2011 do MAPA, que visa estabelecer o
regulamento técnico para os sistemas orgânicos de produção, bem como as listas de
substâncias e práticas permitidas para uso nos sistemas orgânicos de produção, em seu
artigo 100 determinava que a partir de dezembro de 2013, as sementes e mudas da
produção orgânica deveriam ser oriundas de sistemas orgânicos (MAPA, 2011). Porém,
devido à carência de sementes orgânicas, este prazo foi revogado através da Instrução
Normativa nº 17, de 18 de junho de 2014 (MAPA), e foi determinado que a partir do ano

19
de 2016 “a CPOrg de cada Unidade da Federação poderá produzir anualmente uma lista
com as espécies e variedades em que só poderão ser utilizadas sementes orgânicas em
função da disponibilidade no mercado ser capaz de atender às demandas locais” (MAPA,
2014), devendo esta lista estar disponível até o dia 31 de dezembro de cada ano para ser
utilizada nos plantios do ano seguinte.
Padovan et al. (2017), em uma análise de problemas encontrados na produção de
hortaliças de base agroecológica no Mato Grosso do Sul, descreveram a carência de
cultivares adaptadas à região, de sementes certificadas e crioulas e também a não
valorização das plantas alimentícias não convencionais. Como resolução para estes
problemas, os agricultores apontaram a necessidade de: identificar e divulgar cultivares
adaptadas, de desenvolver e divulgar tecnologias para a produção de sementes, de
programas de fomento para disponibilização de sementes a agricultores, estímulo e
divulgação do uso de sementes crioulas e de plantas alimentícias não convencionais
(PANCs) (PADOVAN et al., 2017).
Uma das saídas utilizadas tem sido o uso de sementes produzidas no modo
convencional em condições ideais e simplesmente multiplicadas no sistema orgânico
(PARON et al., 2015). Cordeiro et al. (2015) observaram que 43% dos agricultores
orgânicos do município do RJ utilizavam sementes convencionais, 41% sementes
próprias (obtidas da multiplicação das sementes convencionais) e 16% sementes crioulas.
Com relação às sementes de hortaliças, estima-se que 93,7% das propriedades utilizem
sementes convencionais com apenas 6,3% produzindo sua própria semente (COLOMBO,
2018).
No entanto, estas sementes convencionais, bem como aquelas distribuídas por
instituições públicas produzidas em condições ideais em processos de melhoramento,
com alta produção e dependentes de insumos, quando encontram a condição de “terra-
semente”, comum entre a maioria dos agricultores, nem sempre atendem as necessidades
do agricultor (BEVILAQUA et al., 2018; SILVA et al., 2018). E estas sementes advindas
do sistema formal têm passado por um estreitamento da base genética com foco nas
cultivares geneticamente modificadas e híbridas, o que aliado à diminuição das
variedades ofertadas pela indústria sementeira dificultam ao agricultor familiar o acesso
a sementes (GAROFOLO, 2017).
Apesar de atrativo, o mercado de sementes orgânicas não tem atraído o setor
formal de produção de sementes em função da preferência entre os agricultores por
sementes convencionais que apresentam mais baixo custo, escassez de produtores
capacitados para exercer a produção em regime de parceria e os procedimentos de
certificação que aumentam os custos da atividade (PARRA FILHO, 2016).
Para além dos resíduos que a semente convencional pode conter, a agricultura
orgânica deve ser pautada por princípios agroecológicos de busca do equilíbrio ecológico,
financeiro e social levando a independência do agricultor, o desenvolvimento do mercado
local e a adaptação de técnicas à sua realidade (SOUZA, 2018). Assim, é imprescindível
que o agricultor possa produzir sua própria semente para garantir sua independência e
para não colocar em risco com a homogeneização do sistema agroalimentar a diversidade
das variedades nativas e crioulas e valorizar e resgatar a cultura camponesa.

2.8 Feijão comum e a produção de sementes

2.8.1 Aspectos gerais da cultura

O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa considerada um


alimento básico para a população brasileira e importante fonte de proteína, ferro, fósforo,
20
magnésio, manganês, zinco, cobre, podendo suprir de 10 a 20% das necessidades de
diversos nutrientes de um adulto, principalmente da população carente (SILVA, 2012;
MORAIS, MENELAU, 2017; WANDER et al., 2007; LOVATO et al., 2018; MONDO,
NASCENTE, 2018). Após o milho é considerada a segunda fonte de calorias do mundo
e principal fonte de renda para milhares de agricultores da América Latina e do continente
africano (SOUZA, 2013).
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial do grão com 13% da produção, ao
lado de Mianmar (18%), Índia (16%), EUA (5%), México (5%) e China (4%),
representando 67%, do total de feijão produzido entre 2012/2014 de 23,8 milhões de
toneladas.
Há uma queda no consumo de feijão pelo brasileiro, pois entre 1974/1975 o
consumo anual per capita era de 14,7 kg, em 1987/1988 de 12,1 kg, em 1995/1996 10,2
kg, em 2002/2003 9,2 kg e na última pesquisa realizada entre 2008/2009 era de 7,4 kg,
queda essa atribuída a sua substituição por produtos como o macarrão e o frango (IBGE,
2010; MACIEL, 2018).
Em razão da preferência dos consumidores, existe grande variabilidade de tipos
de grãos da cultura: carioca, preto, roxo, rosinha e também os feijões de sementes graúdas
e as cultivares do grupo manteigão (PEREIRA et al., 2012). O feijão-rajado é o mais
consumido, com o consumo anual per capita de 3,9 kg seguido pelo feijão-preto com 2,0
kg. Na região norte tem destaque o feijão-rajado e o preto, na região nordeste temos o
rajado, fradinho e mulatinho, na região sudeste e sul o rajado e o preto (IBGE, 2010).
Na safra 2017/2018, o total de produção brasileira de feijão foi de 3,116 milhões
de toneladas, ocupando uma área de 3.175,3 mil ha, com uma produtividade média de
981 kg ha-1. O feijão é produzido em três safras durante o ano: a primeira safra,
denominada de safra das águas, é plantada entre os meses de agosto a novembro com
colheita entre novembro e fevereiro, e respondeu por cerca de 41% do total da produção;
a segunda denominada de safra da seca ou safrinha é realizada ao final do período de
chuvas, com plantio entre dezembro a março e colheita de março a junho, sendo
responsável por 39% do total; e a terceira safra, que ocorre durante o inverno, tem plantio
entre abril a julho e colheita entre julho a outubro, e aparece com 19% do total
produzido na safra 2017/2018 (ASSUNÇÃO et al., 2017; CONAB, 2018).
O grão é produzido em todas as regiões do país. Na safra de 2017/2018, a região
nordeste apresenta a maior área plantada 1.605 mil ha e a menor produtividade 400 kg ha-
1
. As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste são as maiores produtoras do grão, com
destaque para os estados do Paraná (587,4 mil ton), Minas Gerais (513,6 mil ton) e Goiás
(367,7 mil ton) (CONAB, 2018).
A cultura é produzida em diversos tipos de sistemas de produção, seja de
subsistência mais associado à agricultura campesina, responsável por 70% do feijão
produzido no país (IBGE, 2006) ou altamente tecnificada, associada ao agronegócio e
vem perdendo área de plantio para culturas como a soja e o milho, consideradas mais
rentáveis (IBGE, 2006; CONAB, 2018). Esta perda de área de culturas que constituem a
base alimentar da população, deve-se ao modelo de modernização agrícola ocorrida na
década de 60 e conhecida como Revolução Verde, que privilegiou as culturas destinadas
à exportação e/ou à agroindústria como a soja e o milho enquanto feijão, arroz e mandioca
foram desestimulados (SIMONCINI, 2014; PELEGRINI et al., 2017).
Dados do IBGE da safra 2018, dão conta de que do total de área ocupada pela
agricultura na safra 2018 (61.026.702 ha), a soja em grãos ocupou 57% da área plantada,
o milho 26,9%, enquanto o feijão e arroz, base da dieta do brasileiro, estiveram presentes
respectivamente em 5,1% e 3,1% das áreas, sendo necessário citar ainda o trigo com
3,3%. Em relação à produção, do total produzido 225.788.901 t, a soja respondeu por
21
51,7%, milho 35,9%, feijão 1,4%, arroz 5,2%, trigo 2,6% e o sorgo 0,9%.
Entre os sistemas de produção, a produtividade associada ao agronegócio é maior
do que aquela associada a agricultura campesina: em 2017 a média de produtividade do
agronegócio (2.570 kg ha-1) foi maior do que a média da agricultura familiar (1.669 kg
ha-1), resultado esse associado ao aparato tecnológico empregado pelo agronegócio, como
o uso de sementes certificadas e tratadas, preparo e adubação do solo e da irrigação
(DIDONET., 2013).
Embora a área ocupada pela cultura do feijão tenha apresentado uma redução
principalmente a partir da década de 80, houve incremento na produtividade a partir da
safra de 1997/1998 ainda que com variações, com destaque para a safra de 2010/2011,
conforme Figura 2.

Figura 2. Gráfico demonstrando a variação da área plantada, produção e produtividade


da cultura de feijão comum entre os anos de 1976 e 20197. Fonte: CONAB, 2018.

Na safra 1976/1977 a produção de feijão era de 2.216 milhões de toneladas


ocupando uma área de 4.537 mil ha enquanto na safra 2018/2019 foram produzidos 3.145
milhões de toneladas em uma área de 3.108 mil ha (CONAB, 2018).

2.8.2 Panorama da produção de sementes de feijão comum no Brasil

A produção de sementes de feijão é uma atividade de risco, que depende da


demanda pelo produto, sofrendo grande variação em função da instabilidade do preço do
grão. Assim, o produtor de sementes, além de não conseguir programar sua produção,
ainda pode vender sua produção de sementes como grão, dependendo do preço do
mercado (YOKOYAMA et al., 2000).
A taxa de utilização de sementes certificadas é baixa, na safra de 2015/2016 foi
de apenas 20%, sendo comum o uso de sementes próprias, “salvas”, “piratas” ou grãos
contribuindo para esta variação na quantidade de sementes produzidas anualmente, de
acordo com a Tabela 2 (CASTRO, WANDER, 2014).
22
Tabela 2. Produção de sementes de feijão, área plantada e taxa de utilização de sementes
certificadas entre 2011 e 2016.
Safra Produção de sementes Área plantada de grãos TUS (%)
(ton.) (ha)
2011/2012 24.712 2.950.700 16
2012/2013 52.326 3.075.300 18
2013/2014 26,330 3.365.300 19
2014/2015 32.586 3.024.200 19
2015/2016 49.679 2.837.500 20
Fonte: ABRASEM (2017).

A baixa taxa de utilização de sementes é atribuída por Castro (2017) ao hábito


arraigado entre os agricultores de utilizarem sementes não certificadas, servindo este
hábito também como um incentivo para outros produtores; ao valor mais elevado das
sementes certificadas e o comodismo com a produtividade alcançada.
A produção de sementes não se confunde com a produção de grãos: enquanto a
produção de sementes tem como finalidade a geração de outra planta, garantindo a
máxima qualidade física, sanitária e fisiológica, a produção de grãos está voltada para o
consumo humano (VIEIRA, RAVA, 2000 CASTRO, 2017). Assim, a produção de
semente deve atender a legislação pertinente como a Lei nº 10.711/2003 que institui o
Sistema Nacional de Sementes e Mudas, o Decreto 5.153/2004 e a Instrução Normativa
do MAPA nº 45/2013. A IN 45/2013 determina a necessidade de isolamento para garantir
a pureza varietal, o controle sanitário rigoroso com imposição de limites de plantas
afetadas por doenças transmissíveis por sementes como a antracnose e crestamento
bacteriano, e a proibição de utilização de sementes oriundas de plantas afetadas por mofo-
branco, além de germinação mínima de 70% para semente básica e 80% para certificada
de 1ª e 2ª geração. Além disso, entre o grão e a semente, fatores como a escolha da área,
objetivo da produção, densidade de plantio e durabilidade do produto possuem diferenças,
de acordo com o Quadro 2.

23
Quadro 2. Diferenças entre a produção de sementes e grãos de feijão.

Aspectos Sementes Grãos

Alta produção por unidade de


Objetivo do plantio Alta produção por planta.
área.
Evitar áreas com histórico de
fungos de solo nocivos á Depende de fatores sanitários
Escolha da área
cultura e patógenos e econômicos
transmissíveis pela semente.
Baixa densidade para aumentar
Alta densidade, menor
aeração e permitir tratamento
distância entre as linhas e
Densidade de semeadura fitossanitário, trânsito de
cobertura das entrelinhas por
máquinas e atuação do inspetor
plantas adultas.
de campo.
Necessário para evitar mistura
Isolamento varietal – mínimo 3 m entre as Não é necessário.
cultivares.
Rigoroso, principalmente para
Realizado em função do
Controle fitossanitário doenças transmissíveis pela
retorno econômico.
semente.
Necessária a eliminação Realizado apenas se a mistura
Controle de plantas atípicas
de plantas varietal afetar a classificação
e doentes
doentes e atípicas. comercial do produto.
Germinação mínima garantida, Não há exigência de
embalagem específica, testes germinação, não há testes
Padrão exigido laboratoriais para aferir laboratoriais para aferir
qualidade física, fisiológica e sanidade e capacidade
sanitária. germinativa.
Deve atender a legislação
específica e há inspeção por
Não há legislação para
Legislação responsáveis técnicos e
produção de grãos.
fiscalização por inspetores de
campo.
São considerados apenas
A semente deve ser trilhada
relacionados ao valor
Danos mecânicos com umidade que evite danos
econômico e visual do
mecânicos, por volta de 17%.
produto.
Relacionado apenas ao seu
Avaliação da durabilidade Relacionada à sua capacidade
valor nutricional e de
do produto germinativa.
mercado.
Fonte: Adaptado de Vieira, Rava (2000), IN 45/2013 (MAPA).

De acordo com o MAPA (safra 2018/2018), existem 558 campos de produção de


sementes de feijoeiro comum no Brasil, sendo 11 para produção de semente classificada
como básica, 32 para semente genética, 51 de 1ª geração (C1), 117 de 2ª geração (C2),
145 de (S1) e 196 (S2), com o estado de Goiás possuindo o maior número de campos e
24
Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais e São Paulo com o maior número de produtores
(multiplicadores) de sementes, de acordo com Tabela 3.

Tabela 3. Número de campos e de produtores de sementes de feijão comum no Brasil


Estados Nº de campos (unid.) Nº de produtores de sementes (unid.)

Demais UF`s 4 232 (9%)


DF 3 19 (0,7%)

SC 17 152 (5,9%)

BA 18 169 (6,2%)

RS 19 529 (20,6%)

SP 22 292 (11,3%)

MT 38 180 (4,2%)

PR 128 185 (7,2%)

MG 152 384 (14,9%)

GO 157 431 (16,8%)

Total 558 2573

Fonte: MAPA (2018a); MAPA (2018b).

Ainda de acordo com MAPA (2018b), existem 58 cultivares protegidas de feijão


comum, sendo 49 pertencentes a empresas públicas, com destaque para a Embrapa, que
detém sozinha 21 registros e compartilha outros 7, de acordo com Tabela 4.

25
Tabela 4. Detentores das cultivares de feijão comum registrados no Brasil.

Propried.
Propried.
Instituição Comparti- Total
Exclusiva
lhada

Agro Norte Pesquisa e Sementes LTDA. 4 0 4


Universidade Estadual de Maringá 2 0 2

EMBRAPA 21 4 25

Universidade Federal de Lavras 0 3 3

Universidade Federal de Viçosa 0 3 3

EPAMIG 0 3 3

Francisco Terasawa 2 0 2

Instituto Agronômico (IAC) 7 0 7

Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR) 10 0 10

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de


Santa Catarina (EPAGRI) 2 0 2

Agropecuária Terra Alta S/S LTDA. 3 0 3

Fonte: MAPA, 2018c

Em 2014, eram 47 registros de proteção de cultivares sendo 12 instituições


detentoras, com a Embrapa sendo destaque com 26 registros, sendo 19 exclusivos e 7
compartilhados (CASTRO, WANDER, 2014). As cultivares desenvolvidas pela Embrapa
em 2015 estiveram presentes em 40% da área plantada com feijão comum (CASTRO,
2017).
Já no Registro Nacional de Cultivares (RNC), regido pela lei nº 10.711/2003 do
Sistema Nacional de Sementes e Mudas (SNSM), o feijão comum conta com 348
registros, o arroz 326, milho 3698, trigo 252 e a soja com 1925 (MAPA, 2018a).
Ainda é baixa a presença de empresas privadas no mercado de sementes de feijão
(Tabela 5) e entre as razões para este panorama estão: a cultura não é uma commodity de
exportação, sendo voltado para autoconsumo dos países produtores com pouca
capacidade de exportação; não estar integrada a cadeias de produção longas que envolvam
circulação, transformação e consumo; a grande diversidade disponível associada as
preferências de consumo regionais e de cada país; e por estar predominantemente ligada
a agricultura familiar.de baixa renda (LONDRES, ALMEIDA, 2009; MAPA, 2018c).

26
Tabela 5. Participação pública e privada no Registro Nacional de Cultivares de feijão
comum.
Identificação Nº de empresas Nº de registros
Pública 12 192
Privada 19 132
Sem identificação - 24
Fonte: MAPA, 2018d.

2.9 Uso de cama de aviário como fonte de adubação para a agricultura orgânica

Os produtos da avicultura no Brasil são de baixo custo e de fácil acesso, com


grande importância para a alimentação da população de menor renda (DIAS et al., 2016)
RODRIGUES et al., 2015; AGUIAIS, FIGUEIREDO, 2015).
A cadeia de frango de corte tem posição de destaque na economia a mundial e
nacional. O Brasil é o segundo maior produtor mundial de carne de frango, tendo
produzido em 2017, 13,1 milhões de toneladas ficando atrás apenas dos EUA com uma
produção de 18,6976 milhões de toneladas. Desde 2010, o Brasil ocupa a liderança
mundial na exportação de carne de frango tendo exportado 4,32 milhões de toneladas em
2017 (EMBRAPA, 2018; COSTA et al., 2009; ABPA, 2018). O estado do Paraná é
responsável por 31,8% da produção, seguido por Santa Catarina com 15,4%, Rio Grande
do Sul com 12,2% e São Paulo com 11,7% (EMBRAPA, 2018; ABPA, 2018).
A carne de frango responde por 30% da ingestão de proteína da população mundial
(ALMEIDA, 2018). No país, o consumo per capita é de 44,8 kg (ABPA, 2018) estimulado
pelo baixo preço em relação a outras fontes de proteína animal, qualidade nutricional, sua
ligação a alimentação saudável, sua boa aceitação por todas as culturas e religiões,
variedade de produtos e facilidade de preparo (VIEIRA et al., 2006; AGUIAIS,
FIGUEIREDO, 2015). Estimativas dão conta que no ano de 2020 a carne de frango será
a mais consumida no mundo, ultrapassando o consumo de carne de suínos, tendo inclusive
condições de atender a necessidade crescente de alimentos com o aumento vertiginoso da
população (FAO, 2015; COSTA, BAJGIELMAN, 2016; ALMEIDA, 2018).
Ao lado do desenvolvimento do setor avícola, aumenta também a preocupação
com á geração e disposição dos resíduos produzidos. O país conta com 50.5 milhões de
matrizes de corte alojadas (EMBRAPA, 2018; ABPA, 2018), com grande geração de
resíduos como cama, poeira, efluentes, carcaças de aves e esterco (SANTOS et al., 2017)
que podem constituir-se em poluentes ou em recursos (OVIEDO-RONDÓN, 2008).
Estes resíduos possuem considerável presença de nitrogênio, fósforo, potássio e
minerais traços como cobre e zinco, além de bactérias que podem comprometer a saúde
humana e animal. Como poluentes, podem afetar os corpos hídricos, causando
eutrofização, elevar as concentrações de nitrato na água e no lençol freático em
quantidades tóxicas ao homem e aos animais, introduzir bactérias potencialmente
patogênicas, causar poluição do ar por emissão de gases como a amônia, cinzas, poeira e
odores, e poluição do solo pelo uso inadequado dos resíduos, além de atrair insetos e
animais vetores de doenças (OVIEDO-RONDÓN, 2008; CARVALHO et al., 2011;
PETRY, 2010).
A cama de aviário é definida por Avila et al. (1992) como:

27
todo o material distribuído em um galpão ou estábulo para
servir de leito aos animais. Mais especificamente chama-se de
cama de aviário o material absorvente que, permanecendo no
piso de uma instalação avícola, irá receber excreções, restos de
ração e penas (AVILA et al., 1992).

Ela é utilizada para isolar o piso do aviário, fornecendo isolamento térmico e para
proteger as aves da formação de calos e lesões, diluir uratos e fezes (ULIANO, 2011;
CARVALHO et al., 2011), para absorver água e urina, e reduzir as oscilações de
temperatura do galpão (METZNER et al., 2015).
Os materiais mais comumente empregados com este intuito são a maravalha, casca
de arroz, casca de amendoim, papel, sabugo de milho e capins. A escolha de sua
composição é realizada em função da alimentação fornecida aos animais, idade e sexo,
sistema de produção, condições de manejo e dos equipamentos (EMBRAPA, 2017).
A cama de aviário pode ser utilizada como adubo de baixo custo, eficiente e seguro
para a produção de grãos e pastagens, sendo um importante recurso para a produção
orgânica da agricultura familiar, contribuindo para práticas sustentáveis no campo
(METZNER et al., 2015). Calcula-se que um frango de corte em 42 dias, dê origem a 2,19
kg de cama (SANTOS, LUCAS JR., 2003; FUKAYAMA, 2008).
A cama é composta predominantemente por água, carbono, nitrogênio, fósforo,
traços de cloro, cálcio, magnésio, sódio, manganês, ferro, cobre, zinco e arsênico
(MIELE, MILAN, 1983; OVIEDO-RONDÓN, 2008; CARVALHO et al., 2011).
A cama de aviário é uma importante fonte de nutrientes, especialmente de N, e se
manejada corretamente, pode suprir parcial ou totalmente, a adubação química
(BENEDETTI et al., 2009; NOCE et al., 2010). Já MIELE, MILAN (1983) sugerem
complementação com adubo mineral.
Diferentes resultados foram observados comparando o uso de adubação mineral e
cama de aviário. Santos et al. (2009) observaram aumento na produtividade de espigas,
grãos e peso médio das espigas com utilização de cama de aviário em relação ao uso de
uréia. Correa, Miele (2011), em experimento realizado com aplicação de 70 kg ha-1 de N
com uso de cama de aviário e de adubo mineral, relatam que com cama de aviário a
produtividade do milho foi de 7.729 kg ha-1 enquanto com adubação mineral a
produtividade foi de apenas 459 kg ha-1. Resultado diferente foi observado por Guareshi
et al. (2013) utilizando adubação mineral, esterco bovino e cama de aviário para produção
de feijão adzuki, não sendo evidenciado diferenças entre as produtividades alcançadas.
Outra vantagem do uso da cama de aviário com relação à adubação mineral está
no fato que esta vem em sua maioria de outros países com elevado custo, só em 2017
foram importados 23,9 milhões de toneladas de fertilizantes minerais (GLOBALFERT,
2018), apresentando ainda elevada solubilidade e reduzida ação no condicionamento do
solo (VALADÃO et al., 2011). Palhares (2018) afirma que no estado de São Paulo no
ano de 2015, com 548,6 milhões de aves utilizados por 3 lotes consecutivos, teria sido
produzido 402.291 ton de cama, quantidade esta que conteria 18.948 ton de N, 6.849 ton
de P e 9.564 ton de K.
Diferentes valores de teores totais de N, P, K foram observados em cama de
aviário (em g kg-1), N 20,57, P 20, 57; K 25,50 por Teixeira et al. (2002); N 25,9, P 20,6,
K 10 por Castro et al. (2005); N 19,3, P 16,5, K 41,1 por Andreotti et al. (2005); N 35,3,
P 30,7, K 30,0 por Oliveira et al. (2005).
A utilização da cama de aviário como adubo tem sido recomendada para
adubação: apresentou resultados positivos para produção de milho para silagem (NOCE
et al., 2010); em soja aumentou a altura da planta, massa de 100 grãos e número de vagens
28
(CARVALHO et al., 2011); na mandioquinha aumentou a produtividade média das raízes
comercializáveis, renda bruta e líquida (HEID et al., 2015); em feijão vagem melhorou o
estado nutricional da planta e aumentou a produtividade (BARBOSA et al., 2017); em
feijão comum proporcionou o melhor estado nutricional desempenho agronômico quando
comparado com cama de peru e esterco bovino (ARAÚJO, 2018).
Além de fornecer nutrientes, o uso de cama de aviário também tem efeito sobre
outros atributos do solo, elevando a capacidade de retenção da água, reduzindo a erosão,
melhorando a aeração do solo e proporcionando um ambiente melhor para o
desenvolvimento da microbiota do solo (LIMA, MENEZES, 2014), aumento da
capacidade de troca catiônica do solo com elevação do pH e redução do alumínio trocável,
e contribui para a saúde do vegetal (PRIMAVESI, HELLER, 1982), ajuda a regular a
temperatura, retarda a fixação do P mineral (SILVA et al., 2015).
Costa et al. (2009) observaram redução na densidade do solo e aumento da
porosidade com a aplicação de cama de aviário em pastagem degradada em um Latossolo
Vermelho. Portugal et al. (2009), em experimento com utilização de 4 doses de cama de
aviário sobre a matéria seca de Brachiaria brizantha cv. Marandu, relataram diminuição
da acidez ativa do solo com aumento nos teores de cálcio, magnésio e fósforo do solo.
Lana et al. (2010), utilizando diferentes doses de cama de aviário em pastagem de
Brachiaria decumbens, mencionaram aumento de produtividade da matéria seca e nos
teores de P, K e Zn e de proteína bruta na pastagem. Já Santos (2003) relatou elevação
dos teores de P e matéria orgânica no solo, porém também redução do pH do solo, K, Ca,
Mg, soma de bases e saturação, aumentando a acidez potencial e o alumínio trocável em
doses elevadas de cama quando em comparação com uso de adubação nitrogenada
mineral em aveia.
A composição química e física da cama de aviário é variável, dependendo
principalmente de fatores como número de lotes criados por cama e material utilizado,
alimentação (ROGERI et al., 2015), sistema de criação, armazenamento da cama
(OLIVEIRA et al., 2004), condições climáticas, umidade do material absorvente, idade
de abate, densidade de confinamento (HAHN, 2004), fatores ambientais e fisiológicos
(ALGERI, 2018).

2.10 Fixação biológica de nitrogênio em feijoeiro comum


O feijoeiro comum é considerado bastante exigente em termos de nutrientes por
possuir sistema radicular superficial e ciclo curto (AMBROSANO et al., 1996;
ANDREOTTI et al., 2005). O N é o nutriente mais absorvido pela cultura do feijão
comum, sendo um fator limitante a cultura e apresenta grande taxa de perda no sistema
solo-planta por processos como a erosão, volatilização, lixiviação e desnitrificação
(SOUZA, FERNANDES, 2006).
O N influencia no crescimento da folha e na duração da área foliar afetando a
atividade da fonte ao atuar na quantidade e no tamanho dos órgãos vegetativos e
reprodutivos de armazenamento. No feijoeiro, afeta a produção de matéria seca da parte
aérea com efeitos na produtividade, além de aumentar o sistema radicular beneficiando a
absorção de água e nutriente, contribuindo assim também com a produtividade
(FAGERIA et al., 2015). Este nutriente em feijoeiro possui grande relevância durante as
fases de florescimento e de enchimento de grãos quando a necessidade de N é alta
(TOLEDO et al., 2009) com vagens e grãos crescendo paralelamente e como boa parte
do nutriente está sendo translocada para os grãos, ocorre queda das folhas mais velhas e
diminuição da taxa fotossintética nas folhas restantes (SORATTO et al., 2011), sendo
encontrado maior acúmulo em cultivares de ciclo longo entre os 50 e 60 dias após a
29
germinação (ANDREOTTI et al., 2005).
Aproximadamente 50% do total de N absorvido pelo feijão é exportado, sendo
frequente sintomas de deficiência (OLIVEIRA et al., 2012; TOLEDO et al., 2009).
Quando em deficiência a planta apresenta baixa taxa fotossintética, menor acúmulo de
matéria seca, menos flores e produtividade (FAGERIA et al., 2015), redução da formação
de ramos, vagens com poucas sementes e sementes pequenas (ANDREOTTI et al., 2005).
A nutrição nitrogenada é um fator limitante à produção do feijão, sendo mais
comumente empregado na forma mineral, incorrendo em grande custo para o produtor.
Aliado a isto temos as perdas observadas deste nutriente no solo com consequente
impacto ao meio ambiente, assim é premente a busca por outras fontes de fornecimento
de N (BASSAN et al., 2001; FARINELLI, LEMOS, 2010; TAGLIAFERRE et al., 2013)
O feijoeiro e outras leguminosas possuem a capacidade de em associação
simbiótica com bactérias do gênero Rizóbio fixar o nitrogênio da atmosfera contribuindo
para suprir a demanda por este nutriente na cultura (RUSCHEL, RUSCHEL, 1975;
FERREIRA et al., 2009; MOURA et al., 2009), total ou parcialmente podendo ser
recomendada sem adição de fertilizante para agricultores com poucos recursos
(BERTOLDO et al., 2015). A utilização da fixação biológica de nitrogênio apresenta
como vantagens o seu baixo custo, não causa danos ao meio ambiente (FERREIRA et al.,
2009), a diminuição do uso de fertilizantes nitrogenados e consequente redução do uso
de combustíveis fósseis utilizado em sua fabricação, redução da emissão de gases que
causam efeito estufa, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos (HUNGRIA
et al., 2013).
A FBN é máxima entre os 60 a 70 dias após a emergência e baixa entre os 40 e 50
dias, quando sua demanda pelo feijoeiro é grande, no entanto é considerada de baixa
eficiência e de resultados variáveis sendo recomendado o uso de fertilizante mineral em
conjunto (PESSOA et al., 2000; FERREIRA et al., 2000; KIKUTI et al., 2005; FAGERIA
et al., 2015), entretanto pode ser recomendada sem adição de fertilizante para agricultores
com poucos recursos (BERTOLDO et al., 2015). Considera-se que a FBN em feijão possa
fixar entre 50 a 100 (FAGERIA et al., 2015) ou 20 a 40 kg ha-1 de N (FANCELLI,
DOURADO NETO, 2007)
Resultados de produtividade acima da média nacional foram descritos com o uso
apenas da FBN, Araújo et al. (2007) relatam ter alcançado produtividade de 1783 kg ha-1
em feijão usando apenas a inoculação como fonte de N, Andrade et al. (2001) com feijão
carioca irrigado obtiveram rendimento de 1282 kg ha-1, Ramires et al. (2018) aferiram
1275 kg ha-1.
O processo simbiótico pode ser afetado pela carência de cálcio, fósforo e
micronutrientes como ferro, molibdênio e cobalto, pela toxidade do alumínio e manganês
(URQUIAGA et al., 1985); temperatura, umidade do solo, acidez, oxigênio no solo,
radiação solar, concentração de CO2, aplicação de nitrogênio (FAGERIA et al., 2015).

30
3 CAPÍTULO I

A REDE ESTADUAL DE SEMENTES AGROECOLÓGICAS DO


ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RESA/RJ): DESAFIOS,
PERSPECTIVAS E MULTIPLICAÇÃO DE SEMENTES DE
FEIJOEIRO COMUM DISTRIBUÍDAS A AGRICULTORES
FAMILIARES

31
RESUMO

A atividade agrícola no estado do Rio de Janeiro tem participação relevante de


agricultores familiares, contando ainda com a presença de quilombos, assentamentos
rurais, agricultura urbana e periurbana e agricultores orgânicos. A produção de sementes
com qualidade tem sido considerado um gargalo para este segmento, e diante disso foi
criada a Rede Estadual de Sementes Agroecológicas (RESA/RJ), através da articulação
entre agricultores, instituições públicas e entidades não governamentais. A rede tem
buscado realizar diversas atividades, que vão da distribuição de sementes e testes de
adaptação de materiais vegetais nas diferentes condições do estado, cursos de capacitação,
levantamento das condições de produção de sementes e mudas, montagem de uma
Unidade de Beneficiamento de Sementes e lançamento de um catálogo para incentivar a
multiplicação de sementes no estado. O presente trabalho pretendeu descrever e analisar
as ações desenvolvidas no âmbito da RESA-RJ entre 2015 e 2018 e a multiplicação de
sementes de feijoeiro comum distribuídas a agricultores familiares do estado do Rio de
Janeiro. Foi acompanhada a multiplicação destas sementes por quatro agricultores dos
municípios de Araruama, Japeri e São José do Vale do Rio Preto entre os anos de 2017 e
2018. Observou-se algumas dificuldades relacionadas ao manejo da produção de
sementes, como a ausência de irrigação, manejo de plantas espontâneas, adubação e falta
de mão de obra. A produção própria de sementes se dá de muitas formas e é necessário
que práticas específicas sejam construídas para garantir a qualidade das sementes
produzidas pela agricultura familiar.

Palavras-chave: agricultura familiar; legislação de sementes; mercado informal;


diversidade; agricultura tradicional.

32
3.1 INTRODUÇÃO

As sementes começaram a ser domesticadas no início da atividade agrícola entre


7 a 12 mil anos atrás, e as espécies cutlivadas que temos hoje são o resultado tanto da
influência do meio ambiente quanto dos conhecimentos e práticas empregados por
homens e mulheres nesta atividade de domesticação e melhoramento (GUTIÉRREZ,
2003). As sementes são o insumo básico da agricultura e têm acompanhado a história da
evolução humana. Ao longo de séculos, as sementes estiveram nas mãos dos agricultores
que as melhoraram e conservaram, porém com o advento da indústria sementeira a
liberdade de produzir, guardar e compartilhar sementes tem sido ameaçada, bem como a
biodiversidade e a segurança alimentar.
O mercado informal conduzido pelos agricultores ainda é responsável pela maior
parte das sementes utilizadas, em especial para a agricultura familiar, e a produção de
sementes com qualidade é de suma importância para a garantia da independência do
agricultor. Assim, os agricultores familiares são considerados como de grande
importância para a conservação da biodiversidade e as práticas empregadas também têm
sido valorizadas.
Diversas são as experiências de redes de sementes no país que têm servido não só
para garantir a independência das sementes mas também a geração de renda, conservação
ambiental e como espaço de articulação política.
Através da Lei de Sementes e Mudas (lei nº10.711/2003) e da Lei de Proteção de
Cultivares (lei nº 9.456/1997), o agricultor familiar teve reconhecido seu direito de
produzir, trocar, vender, distribuir e comercializar tanto sementes crioulas quanto
convencionais, sobre as quais recaia direito de propriedade. Apesar de ter assegurado o
direito de produção de sementes, estas sementes produzidas pela agricultura familiar são
consideradas de baixa qualidade porque o campo científico diferencia através de normas
e legislações a produção de sementes realizada pela indústria de sementes daquela
identificada como produção artesanal ou tradicional (GRIGOLO, 2015). Assim a
distribuição de sementes realizada pelos órgãos públicos tem tido como foco garantir a
estes agricultores o acesso sementes de alto rendimento e dependente de insumos do
mercado formal e os agentes de assistência técnica tem atuado na mudança do processo
produtivo destes agricultores em direção às técnicas adotadas pelas empresas produtoras
de sementes (FERNANDES et al., 2018).
Como forma de garantir a soberania dos agricultores, têm sido criadas redes de
sementes. O estado do Rio de Janeiro conta com a Rede Estadual de Sementes
Agroecológicas (RESA/RJ) construída por agricultores, entidades governamentais e
instituições públicas de ensino e pesquisa e que atua na distribuição de sementes, apoio a
produção própria, conservação, beneficiamento, capacitação de técnicos e agricultores e
no melhoramento participativo de plantas (PARRA FILHO, 2016; SILVA et al., 2018).
O presente trabalho pretendeu descrever e analisar as atividades realizadas pela
Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro (RESA/RJ) e acompanhar
a multiplicação de sementes de feijoeiro comum distribuídas a agricultores familiares do
estado do Rio de Janeiro.

3.2 A atividade agrícola no estado do Rio de Janeiro

O estado do Rio de Janeiro responde por 9,5% do PIB do Brasil, o setor de serviços
é o principal destaque respondendo por 76,2% do PIB estadual, seguido pelo setor de

33
indústrias (23,3%) (CEPERJ, 2018). Já o setor agrícola corresponde a apenas 0,5% do
PIB, o destaque está na produção de olerícolas e de leite. Convivem lado a lado os cultivos
de subsistência e aqueles com alto emprego de tecnologia como a exploração da
fruticultura e de olerícolas (SILVA, MARAFON, 2004).
De acordo com os dados preliminares do IBGE (2017), o estado possui 2.372.778
hectares destinados a atividades agrícolas divididos em 65.157 estabelecimentos.
Fazendo um contraste com o Censo realizado em 2006, houve um aumento de 15,21%
em área ocupada com agricultura e um crescimento no número de estabelecimentos da
ordem de 11,39%. Desde o primeiro censo rural ocorrido em 1970, é a primeira vez que
é constatado o crescimento da área agrícola no estado, que vem sofrendo com um
contínuo esvaziamento do meio rural, aumento da concentração fundiária e com a redução
da importância da agricultura (ALENTEJANO, 2012).
Deste total de áreas destinadas as atividades agrícolas, 66% são ocupadas por
pastagens, sendo 57% compostas por pastagens naturais, 38% por pastagens plantadas
consideradas em boas condições (incluindo áreas em processo de recuperação) e 4%
degradadas (em más condições por manejo inadequado ou por falta de conservação). As
lavouras ocupam 8%, destas 64% das áreas são ocupadas por culturas temporárias e 34%
com culturas permanentes. A atividade de produção de flores ocupa 2% da área agrícola.
A substituição da agricultura por pastagens tem sido responsável por grande
número de voçorocas na paisagem do estado, em especial no Vale do Paraíba onde a
atividade cafeeira conduzida de forma predatória através da derrubada da Mata Atlântica
exauriu o solo e alterou a paisagem natural e cultural do Vale (DEVIDE et al., 2014).
O estado conta ainda com 20% do seu território ocupado por matas e/ou florestas,
deste total 90% é ocupado por vegetação natural destinada à preservação permanente ou
reserva legal, 5% por florestas plantadas e 5% por matas naturais. Comparando com os
dados disponibilizados em 2006, observa-se uma redução de 15,74% em áreas destinadas
a lavouras permanentes e em 54,26% de áreas de lavouras temporárias. Houve aumento
de 36,70% em áreas de pastagens naturais, sendo 6% em pastagens plantadas, 66% de
matas naturais e 69% em matas plantadas.
Entre as principais culturas classificadas pelo IBGE (2017), o estado do Rio de
Janeiro produz 8.809,114 toneladas de café arábica em 1.696 estabelecimentos, 157,795
toneladas de café conilon em 58 estabelecimentos, 1.560.743 toneladas de cana- de-
açúcar em 4.428 estabelecimentos, 192 toneladas de feijão de cor em 451
estabelecimentos, 967 toneladas de feijão fradinho em 658 estabelecimentos, 1.223
toneladas de feijão preto em 1.805 estabelecimentos, 125.358 toneladas de mandioca em
10.645 estabelecimentos, 7.876 toneladas de milho (grão) em 2.253 estabelecimentos.
Com relação às técnicas de produção, 58% dos estabelecimentos não utilizam
nenhum tipo de adubação, 20% adubação química, 12% utilizam adubação orgânica e
11% utilizam as duas. A maior parte dos estabelecimentos (74%) não utilizam
agrotóxicos, em 2006 eram apenas 23,49% que não faziam uso de agrotóxicos, mas o
preparo de solo convencional com aração e gradagem está presente em 45% dos
estabelecimentos contra 36% com cultivo mínimo e 19% com plantio direto. No entanto,
o Rio de Janeiro é o 19º estado em uso de agrotóxicos, em 2012, o estado ocupava a 10º
posição (MARTINS, 2015).
Apenas 24% dos agricultores recebem assistência técnica e só 15% obtiveram
algum tipo de financiamento, com destaque para o PRONAF. A falta de assistência
técnica principalmente para a agricultura familiar, torna o uso de agrotóxicos ainda mais
problemático pela alta susceptibilidade ao seu uso inadequado vinculada a falta de
informação e ao acesso às novas tecnologias (SILVA, 2012; MARTINS, 2015).
As atividades agrícolas no estado empregam 160 mil pessoas, um pequeno

34
aumento (1,76%) comparado ao alcançado em 2006, destes 68% são mão de obra que
possui parentesco com o produtor e do restante 57% são de mão de obra permanente, 36%
temporários e 7% parceiros (IBGE, 2017). A atividade agrícola no Rio de Janeiro é
predominantemente masculina (81%), deste total, 60% encontra-se entre os 30 anos e 60
de idade e 34% tem mais de 60 anos.
A agricultura familiar corresponde a 75% dos estabelecimentos rurais do estado,
produzindo 68% do feijão, 75% da mandioca, 67% do milho, 55% do arroz e 52% do café
(DIAS, 2016). Apesar disso, o estado importa 50% dos alimentos que consome (AARJ,
2018).
O estado do Rio de Janeiro é pioneiro na produção orgânica, iniciada nos anos
1980 por agrônomos e produtores que mais tarde dariam origem a Associação de
Agricultores Biológicos do Estado do RJ - ABIO (BARROS, 2011). O estado conta com
731 agricultores distribuídos em 60 municípios inscritos no Cadastro Nacional de
Produtores Orgânicos do MAPA (2019) e há ainda os sem certificação.
O estado conta ainda com uma forte presença da agricultura urbana e periurbana,
com 97 assentamentos rurais (AARJ, 2013) e com 40 quilombos reconhecidos, 4 em
processo de análise técnica e 1 à espera de visita técnica (FCP, 2018).

3.3 Cronologia da formação da Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do RJ

3.3.1 O “Encontro sobre Sementes Agroecológicas: que futuro queremos para o


estado do Rio de Janeiro?”

Além da padronização de materiais genéticos empreendida pela indústria formal


de sementes, com grande custo monetário e cultural para o agricultor e prejuízos à
biodiversidade, estes materiais nem sempre se adequam às especificidades ambientais e
de manejo durante a produção agrícola. Este problema torna-se ainda um gargalo maior
para a produção orgânica, que de acordo com legislação específica em vigência no país,
deveria a partir de 2013 ser realizada com o uso de sementes orgânicas. Porém, devido à
indisponibilidade e falta de interesse das empresas, teve seu prazo prorrogado em 2014,
ficando estabelecido pela IN nº 17/2014 (MAPA) que cada estado poderia produzir
anualmente uma lista com as espécies e variedades que, devido a capacidade de atender
a demanda dos agricultores, teriam seu uso obrigatório em manejo orgânico no ano
seguinte.
Pensando nisso e devido ao crescimento da agricultura orgânica no estado do RJ,
ocorreu entre os dias 28 e 30 de setembro de 2014 no município de Nova Friburgo - RJ,
o “Encontro sobre sementes agroecológicas: Que futuro queremos para o estado do Rio
de Janeiro?”. Este encontro foi realizado através articulação do Grupo de Trabalho de
Sementes Orgânicas de Pesquisa, Inovação, Tecnologia, Serviços e Desenvolvimento
Sustentável do Programa Rio-Rural e contou com a participação de mais de 100 pessoas,
entre técnicos do Programa Rio-Rural, da Emater-Rio, Ceasa-RJ, Embrapa Agrobiologia,
Hortaliças e Agroindústria de Alimentos, MAPA, UFRRJ, Sebrae-RJ, Fundação Mokiti
Okada, Associação Kokopelli Brasil, Associação Brasileira de Agricultura Biodinâmica
além de representantes da ABIO, AARJ, AS-PTA e da Rede Carioca de Agricultura
Urbana (CAU) (EMBRAPA, 2014; Rio-Rural, 2014; FERNANDES et al., 2018).
O evento marcou a criação da RESA, visando fortalecer o diálogo entre poder
público em nível federal, estadual e sociedade civil organizada, estimulando “a gestão
comunitária e valorizando a diversidade através da pesquisa, educação, assistência técnica
e extensão rural” (Rio-Rural, 2014).
Durante o encontro foram realizados painéis sobre a situação das sementes no

35
estado, circuitos de saberes, tecnologias e serviços com a participação das instituições de
pesquisa e com a apresentação de experiências dos agricultores, debateu-se os aspectos
técnicos da produção de sementes, feira de trocas de sementes entre outras atividades
como pode ser observado na Figura 3.

A B

C D
Figura 3. Encontro sobre Sementes Agroecológicas realizado em Friburgo - RJ. A)
participantes do evento; B) circuito de saberes com agricultores de Araruama; C) troca de
sementes; D) exposição de Sementes. Fonte: Paulo Filgueiras (s.d).

No evento foi redigido a Carta de Encontro de Sementes, onde foi manifestada a


preocupação com a dominação das sementes por empresas do setor, com consequente
impacto negativo na biodiversidade, a preocupação com o acesso do agricultor as
sementes e com o cuidado das sementes crioulas.
Entre as demandas levantadas pelos participantes, encontravam-se a necessidade
de: realizar um diagnóstico sobre as sementes disponíveis e de interesse das comunidades,
incentivo à formação de unidades de conservação de sementes, de capacitar agricultores
e técnicos para o trabalho de melhoramento participativo, de produção, beneficiamento e
conservação de sementes e o apoio a realização de atividades como feiras para viabilizar
a troca de sementes entre os agricultores e o contato dos consumidores com os alimentos.
Outro ponto importante, foi a preocupação com aspectos fitossanitários
envolvidos na troca das sementes e com aspectos legais da atividade de produção de
sementes e mudas de forma a possibilitar o registro no Registro Nacional de Sementes e
Mudas (RENASEM) e a expectativa de que a pesquisa e informações cheguem aos
produtores.

3.3.2 O projeto de fortalecimento da Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do


Rio de Janeiro

No mesmo ano foi lançado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

36
(MCTI) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) através do
CNPq o edital nº 40/2014 com a função de apoiar projetos de Instituições Federais de
ensino e de centros vocacionais tecnológicos em agroecologia relacionados a sementes e
extrativismo sustentável. Neste edital os integrantes da RESA submetem o projeto de
Fortalecimento da Rede Estadual de Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro (LOPES
et al., 2014).
O projeto foi aprovado e desenvolvido com foco na capacitação na produção de
sementes tendo como público alvo: agricultores familiares, orgânicos ou em processo de
transição agroecológica, estudantes de pós-graduação dedicados à produção de sementes
ou aqueles inseridos em atividades agroecológicas de ensino, pesquisa e extensão,
estudantes de graduação dentro da área de ciências agrárias, professores, pesquisadores e
agentes de assistência técnica e extensão rural (ATER).
O projeto foi estruturado em 3 etapas: 1) estruturação de Núcleo Estadual de
Sementes Selecionadas e Agroecológicas (NESSA) e apoio à produção de sementes
Agroecológicas produzidas pelas Instituições de pesquisas parceiras e em bancos
comunitários de sementes do estado; 2) desenvolvimento de ações de pesquisa e
desenvolvimento visando contribuir na disponibilidade de tecnologia de sementes para
uso na agricultura orgânica; 3) desenvolvimento de ações de formação de técnicos e
agricultores familiares em produção, beneficiamento e armazenamento de sementes
orgânicas.
As metas gerais a serem alcançadas foram:disponibilizar sementes de qualidade
para agricultores orgânicos em conformidade com a legislação em dois anos; 2) oferecer
informações técnicas sobre: plantio, beneficiamento, alternativas de tratamento de
controle de pragas e doenças em sementes, embalagens para a conservação e
armazenamento em bancos de sementes ou em unidades com condições controladas; 3)
formar técnicos e agricultores em temas relacionados a produção, beneficiamento e
armazenamento de sementes orgânicas.
O projeto foi desenvolvido com o apoio do programa Rio Rural.

3.3.3 A identidade da RESA

Ninguém trabalha com semente se não for em grupo, se não for em


conjunto (agricultor)

A RESA é uma rede construída coletivamente com a participação de agricultores


organizados ou não, estudantes, instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão,
entidades governamentais e organizações relacionadas a produção agrícola.
De acordo com o que foi construído coletivamente, a RESA possui como:
Missão: reunir experiências relacionadas a produção de sementes orgânicas,
atender a demanda básica de sementes, incentivar a legalização da produção de sementes
bem como a comercialização e as trocas, organizar a rede, atender a demanda dos
agricultores e a sazonalidade de cada região;
Meio de integração: Sincronismo de agendas, sistematização de experiência,
promoção de encontros locais, regionais e de excursões técnicas, comunicação clara e
comprometida, comprometimento e organização de trabalho.
Metodologia utilizada: Fluxo continuo de sementes e conhecimento;
qualificação dos guardiões de sementes; formação técnica para produção e conservação
de sementes; capacitação para agricultores
Recursos a serem utilizados: Banco de sementes comunitários; sementes com
qualidade; mão-de-obra para execução de análises laboratoriais e para atender a

37
necessidade de armazenamento de sementes.
Foi definido a função de cada parte na rede dividida entre agricultores, técnicos e
pesquisadores por meio da dinâmica DE:PARA, onde cada grupo escreveria suas
demandas para os demais. Nas cartas escritas pelos pesquisadores destacou-se o pedido
de levantamento de dados aos técnicos sobre capacitação e a realização de ponte entre
instituição e agricultor, com o papel de trazer as demandas dos agricultores e atuar junto.
A carta escrita pelos agricultores solicita aos pesquisadores o respeito aos saberes,
adequação ao calendário dos agricultores que é diferente do da academia, a presença no
campo e comunicação acessível a todos e aos técnicos, grupo formado em sua maioria
por estudantes de pós graduação inseridos para a realização de pesquisas, foi solicitado,
participação ativa, respeito ao calendário do agricultor, acesso a informação.
Já os técnicos solicitaram aos pesquisadores, uma aproximação real com o campo
e a construção coletiva de editais, já que devem participar de sua confecção aqueles que
irão ser o alvo da pesquisa e aos agricultores, a paciência para quem também está
aprendendo.

3.3.4 Distribuição de sementes

Foram disponibilizados aos agricultores sementes produzidas pela Embrapa


Agrobiologia, UFRRJ e Pesagro-Rio de 17 espécies como: abóbora, alface, amendoim,
arroz, crotalária, ervilha, feijão bravo do ceará; feijão lab-lab; feijão de porco, gergelim,
guandu, feijão comum, feijão caupi, feijão facão, feijão mungo, feijão vagem, milho,
mucuna, tomate e quiabo abrangendo cerca de 62 variedades ou cultivares. Estas
sementes foram disponibilizadas em embalagens contendo entre 10 e 400 g de acordo
com a espécie e eram acompanhadas por dois formulários para serem preenchidos pelo
agricultor (Anexo e, f): uma ficha de cadastro (com informações sobre identificação do
produtor e da área de produção, forma de manejo da área e duas perguntas relacionadas a
produção de sementes), e uma caderneta de campo (para ser preenchida durante o
processo de produção de sementes com informações sobre data de plantio, ciclo da
cultura, forma de condução da lavoura, manejo de plantas espontâneas, presença e forma
de resolução de problemas com pragas e doenças).
As sementes foram distribuídas em reuniões de grupos de agricultores, da RESA,
em feiras de troca e retiradas pelo próprio agricultor de forma individual na Pesagro-Rio
conforme Figura 4.

A B

Figura 4. Distribuição de sementes. A) distribuição de sementes na comunidade, Fonte:


ALVES, 2017; B) preparação de sementes para distribuição. Fonte: Acervo da autora.

38
Durante o período de duração do projeto de “Fortalecimento da Rede Estadual de
Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro” foram distribuídas em 2016, 850 amostras
para 45 grupos de 24 municípios e em 2017 foram 152 amostras para 5 grupos, alcançando
142 agricultores de 24 municípios em um total de 21,7 kg de sementes. As sementes
distribuídas em feiras de sementes não foram contabilizadas neste cálculo, assim como as
distribuídas nos anos de 2015 e 2018.
Estas sementes foram distribuídas para serem testadas e validadas pelos
agricultores, para serem fonte de diversidade para melhoramento participativo e em
alguns casos como fonte inicial de produção em algumas comunidades. Além de
garantirem o acesso a sementes de elevado valor que servem tanto para agregar valor à
produção quanto para aumentar a diversidade alimentar da família produtora.
A validação destas sementes produzidas em condições técnicas ideais e a seleção
de genótipos adaptados a condições de baixo uso de insumos é um desafio para o
melhoramento de plantas e tem ganhado força no desenvolvimento de sistemas agrícolas
sustentáveis (ALVAREZ et al., 2007).

“A condição da semente é terra seca. O povo não tem


condições de comprar adubo, calcário. A produção é terra
e semente.” (Fala de um agricultor da RESA)

O sistema formal produz apenas sementes rentáveis comercialmente voltadas aos


agricultores que possuem condições ótimas de produção, seja pelo nível econômico,
tecnológico ou natural e não aos agricultores de áreas marginais expulsos de suas terras,
seja pela especulação imobiliária, seja pela negação ao direito à terra (SANTILLI, 2012).
Na fala de uma pesquisadora participante da RESA, fica também claro a
importância destas sementes e das atividades da rede para a independência produtiva do
agricultor e para o incentivo à produção de sementes de qualidade e adaptadas às
condições do agricultor.
“A ideia é produzir sementes para uso próprio. A intenção
é que o agricultor faça sua multiplicação de sementes, que
deixe de comprar. Vai ter uma semente de qualidade
adaptada às suas condições.” (Fala de uma pesquisadora
da Pesagro-Rio)

De acordo com relatos dos agricultores da rede, estas sementes recebidas estão
sendo multiplicadas na comunidade, entrando no estoque de bancos de sementes, sendo
utilizadas em trocas, utilizadas em melhoramentos conduzidos pelos agricultores,
agregando renda a produção e recuperando a produção de algumas espécies que haviam
sido abandonadas por falta de sementes. Porém, alguns cuidados devem ser tomados com
relação a distribuição de sementes, pois esta prática tem contribuído para a substituição
das sementes locais (BRASIL, 2015). Historicamente o poder público tem distribuído
apenas variedades comerciais pouco adaptadas as condições locais, inclusive de sementes
híbridas que não podem ser utilizadas na safra seguinte ou quando muito espécies de
polinização aberta sem tratamento. Esta prática além de substituir as sementes
tradicionais tem levado a desmobilização de estratégias coletivas de produção e
conservação de sementes crioulas (LONDRES, 2012).
Petersen et al. (2013) destacam ainda que tais políticas quando orientadas pelo
viés apenas tecnicista amparado na artificialização do meio na qual esta será cultivada
tem levado os agricultores a substituírem suas sementes locais por sementes pouco

39
adaptadas ao manejo por eles empregado, às condições ambientais e às necessidades
culturais e alimentícias da região.
No caso da Paraíba avaliou-se que a distribuição de pequenas quantidades de
sementes associadas a capacitação e acompanhamento técnico para produção de sementes
locais diminuiu este risco (LONDRES, 2014).
Ainda neste assunto, o incentivo ao uso de sementes certificadas deve ser
acompanhado da melhoria da qualidade das sementes produzidas pelos próprios
agricultores sejam estas modernas ou tradicionais através do uso de sementes de boa
qualidade e de técnicas simples e disponíveis aos agricultores (DIDONET, 2007).

3.3.5 Guardiões e bancos de sementes da RESA

Os guardiões de sementes são considerados como “um dos principais atores na


funcionalidade da agrobiodiversidade, principalmente nesse período de mudanças
climáticas acentuadas pelo qual estamos passando” (BEVILAQUA et al., 2014, p. 102).
Ainda de acordo com Kunz (2015):

O resgate, a guarda, e a reprodução das sementes têm proporcionado


novo alento na resistência ativa contra o patenteamento da vida e a
erosão genética promovidos pelas empresas capitalistas multinacionais
que controlam as sementes transgênicas. Ao mesmo tempo que se
resgatam as sementes crioulas são também recuperados saberes,
espaços socioculturais, ritos, mitos e significados que ficaram
“sepultados” na história (KUNZ, 2015).

Enquanto o agrônomo diz: “semente é tecnologia e não o grão que germina”


(KRZYZANOWSKI et al., 2018), o guardião de sementes nas palavras do Seu Robertinho
de Araruama, que cuida de mais de 20 “tipos” de feijão, vai dizer: “maldito é o dente que
come a semente”.
Para estes agricultores,

“A semente é sagrada. As sementes crioulas são as sementes que


nossos ancestrais nos deixaram e que os jovens têm que cuidar”

A história de Seu Robertinho se iniciou através de um projeto realizado pela


Emater-Rio de resgate de milho crioulo que por vontade do grupo acabou sendo
substituído pelo feijão. De lá para cá, Seu Robertinho “trocando semente aqui e ali ou
ganhando uma mãozinha” conseguiu reunir uma grande variedade de feijões, muitos dos
quais ainda nem provou, conforme Figura 5.

40
A B

Figura 5. Seu Robertinho, guardião de sementes de feijão. A) agricultor com algumas


das suas sementes; B) demonstração da variedade de sementes. Fonte: Acervo da autora.

As sementes de feijão distribuídas pela RESA/RJ são multiplicadas ao lado de


sementes com nomes como Rajado da Alice e Negão da Aldeia. Os nomes são dados pelo
próprio agricultor de forma a identificar o material seja pela sua origem, seja pela sua
característica marcante.
Sobre o trabalho com sementes, ele afirma que “ajuda a aproximar mais as
famílias, um quebra o galho do outro”.
Seu Robertinho, também cuida das sementes de toda a sua comunidade em sua
casa (Figura 6).
Outro banco de sementes representativo na rede, é o banco de sementes da AAT,
localizado na propriedade do agricultor Beto Selig.

41
Figura 6. Mostruário de sementes da Comunidade Quilombola de Tapinoã/Araruama
exposto durante o IV Encontro Estadual de Agroecologia de Paraty/RJ (2017). Fonte:
Acervo da autora.

O banco divide as sementes em grãos, flor, adubo verde e arbóreas e é composto


por doações realizadas pelos agricultores e por trocas. São anotados dados de origem e
modo de produção das sementes e quando esta é oriunda do modelo convencional de
produção, elas são “adaptadas” dentro do grupo para serem “limpas”. O banco de
sementes vai para a feira agroecológica realizada em Teresópolis, uma vez por mês e a
troca se dá através de empréstimos (Figura 7).

42
A B
Figura 7. A) Mostruário do banco de sementes da AAT; B) amostras de sementes para
troca. Fonte: AAT, 2017.

“Você pega e devolve na safra seguinte. Assim você também pode ver
como ela foi na safra seguinte”

Um dos problemas enfrentados pelos guardiões está na sucessão da atividade, com


a saída dos filhos para as atividades urbanas.
“Eu tenho um estoque. Agora será que depois que eu morrer será que
meus netos vão pelo menos comer antes de estragar? Porque plantar
eu acho difícil.”

O perfil dos guardiões tem sido de pessoas com idade avançada, sem sucessor com
grande experiência em conservar e multiplicar sementes crioulas baseado em técnicas
desenvolvidas ao longo de gerações e transmitidas através do saber fazer (BEVILAQUA
et al., 2014).
“O quanto a semente carrega da história de vida do agricultor. Ela
carrega a história de vida dele. Quem vai continuar traçando esta
história?”.

O fim da transmissão deste saber cultural pode causar a perda de diversas espécies
locais como foi descrito por Moreira (2018), durante atividade diagnóstica de produção
de sementes realizadas nos municípios de Cachoeira de Macacu, Magé e Teresópolis. Na
atividade realizada em Magé foi identificado que um único agricultor era responsável pela
preservação de sete espécies olerícolas, algumas em sua guarda por mais de 46 anos, em
Cachoeira de Macacu, um agricultor era o único responsável pela guarda de um material
crioulo por mais de 10 anos, em Teresópolis o agricultor respondia por seis espécies há
mais de 30 anos.
Estes agricultores aprenderam a cuidar das sementes com seus avós e continuam
utilizando as técnicas aprendidas ao mesmo tempo em que vão criando outras.

“Aprendi com meus antepassados. Enterrava em terra de formigueiro


de saúva. O milho eu quebrava a espiga e deixava de um ano para
outro. Tinha que plantar na época certa”.

Uma das causas da falta de renovação está na desvalorização das atividades


agrícolas que pode ser observada na seguinte fala:

43
“O que a gente diz para os nossos filhos? O que a gente ouviu dos
nossos pais? Estuda para não ficar no cabo da enxada. Estuda para ser
alguém! Se você tem que estudar para ser alguém, é porque eu não sou
ninguém, isso desqualifica a vida no campo.”

A falta de renovação de guardiões é considerada como um suicídio genético. As


sementes e os conhecimentos ancestrais associados à sua produção são considerados
como um patrimônio cultural da comunidade (PAES, ZAPES, 2016).
Uma estratégia seria incorporar e valorizar estes saberes ao conhecimento
científico, durante os processos de avaliação e seleção de plantas adaptadas as diferentes
condições edafoclimáticas e tecnológicas (BEVILAQUA et al., 2014).
Apesar da apropriação da capacidade de produção de sementes por produtores
especializados orientados por técnicos através de normas que excluem os conhecimentos
tradicionais, estes conhecimentos são considerados como chave para a construção do
modelo agroecológico (TOLEDO et al., 2009).
Ao contrário do tratamento corrente realizado por técnicos de extensão em
diversas regiões do país de acordo com testemunho do Seu Carlinhos (Figura 8), guardião
de sementes de Sergipe, durante atividade realizada durante o IV Encontro Nacional de
Agroecologia, ocorrido em 2018 na cidade de Belo Horizonte.

“Aí vem o agrônomo no meu sítio e diz


que está tudo errado, que eu tenho que
jogar tudo fora e comprar na loja. Eu que
faço agrofloresta há mais de 30 anos. Que
a minha semente não é semente.”

Figura 8. Seu Carlinhos. Fonte: Acervo da


autora.

44
A formação profissional deste técnico de ater, formado pelo ensino superior vem
ainda se orientando nos moldes da revolução verde em uma concepção tecnicista e elitista
da conjuntura agrária (MIRANDA, 2017), negando o papel do agricultor como agente de
produção e de multiplicação de novidades, negando qualquer conhecimento que não seja
construído através da pesquisa acadêmica, reconhecida como a detentora do
conhecimento válido a serem repassadas aos agricultores (PETERSEN et al., 2009).
Para estes técnicos e sua visão técnica de produção de sementes, estes guardiães
não possuem os conhecimentos adequados para a produção de sementes homogêneas,
com umidade correta, germinação e vigor (LONDRES, 2014).
Este perfil profissional precisa mudar caminhando para uma atuação profissional
que busque através da prática dialógica e transformadora com o agricultor a construção
de um novo conhecimento, que permita fortalecer a cidadania através da participação
efetiva do produtor nas decisões (FREIRE, 1969; CAPORAL, 2006).

3.4 Diagnóstico da Produção de Sementes da RESA

Foi desenvolvido no âmbito do projeto de Fortalecimento da Rede Estadual de


Sementes Agroecológicas do Rio de Janeiro um diagnóstico da produção de sementes dos
agricultores da AAT, realizada por Saiter (2016). A região de Teresópolis é a maior
produtora de olerícolas folhosas do estado do Rio, concentrando 21,43% dos
estabelecimentos agrícolas do estado e possuindo o segundo maior PIB agrícola
fluminense (ASPA, 2017). A AAT é uma associação que conta com cerca de 50
associados, surgida em 2007 a partir da organização de agricultores para a formação de
uma feira agroecológica que tem como objetivo incentivar e promover a economia
solidária (SAITER et al., 2017; AAT, 2018). De acordo com os autores, de forma geral
os agricultores apresentam estrutura de baixo nível tecnológico motivados tanto pela
questão financeira quanto pela opção por uma agricultura de baixo uso de combustíveis
fósseis. As dificuldades suscitadas para a produção de sementes foram a falta de
conhecimento técnico, a impossibilidade de produzir as sementes de todas as espécies por
eles cultivadas além da dificuldade de conciliar em pequenas áreas (média de 1 ha), a
produção comercial e a produção de sementes. A produção de sementes é realizada
através da produção comercial. Foram identificadas 198 espécies e variedades entre
culturas anuais e perenes de sementes e propágulos comerciais, próprias e crioulas.
Dentro das propriedades esta diversidade variou entre 55 e 133.
Com relação à qualidade fisiológica das sementes produzidas, foi descrito que a
produção é realizada sem os critérios técnicos estabelecidos pela legislação vigente e que
como consequência não possuem boa qualidade para o plantio. Entre os principais
problemas destacam-se a presença de impurezas como areia e a mistura de variedades,
teor de água acima do recomendado para as culturas e a baixa taxa de germinação e vigor.
A produção de sementes orgânica tem sido um gargalo para a produção orgânica,
grande parte do cultivo orgânico é conduzido com sementes convencionais tanto pela
escassez quanto pelo custo que chega a ser mais elevado em até 20%. É fundamental para
garantir a liberdade das sementes que os agricultores tenham acesso a técnicas específicas
que garantam a qualidade das sementes por ele produzidas (AMORIM, 2016).
As tecnologias desenvolvidas para a produção de sementes são fundamentadas na
prática da monocultura, com emprego de grandes somas de dinheiro e em solos férteis
que não ocorrem nas condições da agricultura familiar. É necessário o desenvolvimento
de técnicas de produção adequadas a realidade do produtor, aos diferentes sistemas de

45
cultivo e as tecnologias que garantam a qualidade das sementes (OLIVEIRA, 2016).

3.4.1 Dificuldades da produção de sementes

Pela avaliação das fichas cadastrais, foi observado que 87% dos agricultores
possuíam interesse e a disponibilidade para se tornar produtor de sementes na ficha de
cadastro, os demais (13%) apresentaram como fator desmotivante a ausência de
capacitação técnica e a questão econômica.
Sobre a questão técnica, a conservação das sementes tem sido o tema mais
requerido. Na questão econômica, a necessidade de legalização da atividade para realizar
a comercialização foi o destaque das falas.

“Nós desconhecemos a tecnologia de como cuidar das sementes. A


forma adequada de guardar sementes. Saber que está bem guardado,
que é possível produzir sementes boas daqui para frente.”

“Eu não posso dispor de uma área para produzir sementes sem a
garantia de poder vender as sementes. Porque eu estou dispondo de
uma área que eu poderia produzir comercialmente”

A lei de sementes e mudas (lei nº10.711/2003) e a lei de proteção de cultivares


(lei nº 9.456/1997), garantem a agricultores familiares o direito de “multiplicar sementes
ou mudas para distribuição, troca e comercialização entre si, ainda que situados em
diferentes unidades da federação” (BRASIL, 2003, p.3), sejam elas sementes
convencionais com direito de propriedade ou crioulas. Estas mesmas leis impedem que
as sementes crioulas sofram restrição em programas públicos de distribuição ou troca de
sementes.
Em 2003, as sementes crioulas foram pela primeira vez incluídas nos programas
oficiais de semente através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na
modalidade de Compra da Agricultura Familiar com Doação Simultânea (PETERSEN et
al., 2013). Em 2015, elas passaram a compor o Programa Nacional de Sementes e Mudas
para a Agricultura Familiar (PNSMAF) instituído pela Portaria Interministerial nº 1 do
extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS).
Como exemplo temos a Rede de Sementes Agroecológicas BIONATUR, fundada
em 1997, que é referência nacional e internacional na produção de sementes
agroecológicas, sendo formada por uma cooperativa de agricultores assentados pela
reforma agrária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contando com
200 famílias dos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul (MONTEIRO, LONDRES,
2017; BIONATUR, 2018). A Bionatur tem capacidade de produzir até 20 toneladas de
sementes por ano e produz 88 variedades de sementes de hortaliças, ornamentais,
forrageiras e grãos (ARAÚJO, 2015; BIONATUR, 2018).
Outra experiência é a da Rede de Sementes da Paixão, que participa de programas
públicos de aquisição de sementes para a agricultura familiar desde 2003, mas que vem
sofrendo com uma série de restrições jurídicas para continuar fornecendo sementes.
No Rio de Janeiro, mais de 57% dos agricultores possuem imóveis rurais de até
10 ha em área total do estabelecimento agrícola (IBGE, 2017) e deve ser frisada a
importância do autoconsumo para a agricultura familiar, onde o direcionamento da
atividade agrícola para a produção de sementes poderia causar a insegurança alimentar da
família além de aumentar os custos com a alimentação (BALEM, SILVEIRA, 2005).

46
Outro problema enfrentado pela RESA/RJ é a dependência financeira dos órgãos
públicos, que levou a uma interrupção das atividades da rede durante o período de maior
crise financeira do estado e acabou desmotivando alguns agricultores.
A situação precária dos agricultores no estado também torna a produção de
sementes um risco.
“Há a necessidade de uma contrapartida para quando o projeto
acabar, faz-se uma série de exigências. Ai o dinheiro acaba, o
agricultor vai fazer o quê? O agricultor não tem recurso para se manter
na atividade. Ai vem um projeto enorme, enche o agricultor de
expectativa, fica a mercê do que a academia quer e no final, do
prometido se resume a uma geladeira.”

3.4.2 Atividades de capacitação da RESA/RJ

Foram realizadas algumas atividades de capacitação voltadas para a formação de


técnicos e de agricultores.
1. I Minicurso e Workshop em Produção Orgânica de Sementes (2015);
2. Aulas teóricas e práticas para a disciplina Produção de Sementes em
Sistema Orgânico de Produção (2015 a 2017);
3. Capacitação de Produtores Orgânicos e em Transição Agroecológica
para a Produção de Sementes de Base Ecológica com Ênfase no
Melhoramento Participativo de Variedades de Sementes (2018).

3.4.2.1 I Minicurso e Workshop em Produção Orgânica de Sementes

O I Minicurso e Workshop em Produção Orgânica de Sementes foi realizado


através de uma parceria UFRRJ/PESAGRO-CEPAO/RJ, com apoio do Grupo Germinar,
Centro Vocacional Tecnológico/MDA/MAPA/CNPq (através do financiamento do
projeto), RESA/RJ, da Embrapa Agrobiologia e dos Programas de Pós-Graduação em
Fitotecnia (CPGF-UFRRJ) e Agricultura orgânica (PPGAO). O curso com carga horária
de 10 horas contou com a participação de discentes da UFRRJ e de agricultores da região.
A parte teórica conduzida no Instituto de Agronomia (UFRRJ), abordou os
aspectos legais da produção de sementes, a importância das sementes para o cultivo
orgânico e para a agricultura familiar com foco na apresentação da RESA/RJ. Além da
produção orgânica de sementes de alface, feijão e tomate, o beneficiamento e tratamento
de sementes com base agroecológica e os aspectos fitossanitários da produção de
sementes sob manejo orgânico. As atividades práticas conduzidas na PESAGRO-Rio
unidade Seropédica, envolveram a prática de beneficiamento de sementes, extração de
sementes de frutos secos e carnosos e a análise de sementes (Figura 9).

47
A B

Figura 9. Parte prática do curso de Produção Orgânica de Sementes conduzida na


Pesagro-Rio. A) demonstração de testes de vigor e germinação de sementes; B)
demonstração de beneficiamento de sementes de alface. Fonte: Acervo da autora.

3.4.2.2 Aulas teóricas e práticas para a disciplina Produção de Sementes em Sistema


Orgânico de Produção (2015-2017)

A disciplina de Produção de Sementes em Sistema Orgânico de Produção (IA-


1517) é uma matéria optativa para os discentes do curso de Pós-Graduação em
Agricultura Orgânica, com carga horária de 30 horas que possui como objetivo
“apresentar aos estudantes e profissionais as técnicas e metodologias básicas e atualizadas
para a produção orgânica de sementes de qualidade de acordo com as normas e
procedimentos aprovados para a agricultura orgânica” (UFRRJ, 2016, p. 1).
O Programa de Pós-Graduação em Agricultura Orgânica iniciou-se em 2010, é
um curso realizado com a participação de docentes da UFRRJ, pesquisadores da Embrapa
Agrobiologia e Pesagro-Rio. O curso tem como objetivo “integrar conhecimentos teóricos
e práticos relativos à condução de sistemas orgânicos de produção, requeridos para formar
e capacitar profissionais na temática do manejo orgânico de sistemas de produção, para
atuar em ensino, pesquisa, extensão rural, consultoria técnica e gestão, e que contribuam
para a expansão da Agricultura Orgânica” (UFRRJ, 2013, p. 2).
Durante o decorrer da disciplina são apresentados alguns resultados de pesquisa
obtidos na RESA/RJ e são realizadas atividades práticas de produção e beneficiamento
de sementes na Pesagro-Rio unidade Seropédica (Figura 10).

48
A B C

Figura 10. A) Aula prática da disciplina de Produção de Sementes em Sistema Orgânico


de Produção. B) condução do tomate; C) demonstração de polinização do tomate. Fonte:
Lopes, 2018.

3.4.2.3 Capacitação de Produtores Orgânicos e em Transição Agroecológica para a


Produção de Sementes de Base Ecológica com Ênfase no Melhoramento
Participativo de Variedades de Sementes

As atividades de capacitação foram realizadas entre os meses de maio e novembro


de 2018, pelo engenheiro agrônomo Vladimir Ricardo da Rosa Moreira com o
financiamento do Programa RIO RURAL/BIRD nas comunidades de Cachoeira de
Macacu, Magé (Magé e associação do Fojo (SPG ABIO) e Teresópolis (AAT). Estas
comunidades foram selecionadas pela disponibilidade manifestada pelos agricultores para
a realização das atividades de manejo de campos de sementes e capacitação para colheita,
beneficiamento, tratamento e armazenamento de sementes (Figura 11).

A B C
Figura 11. Atividades de campo realizadas. A) campo de produção de sementes de
berinjela em Cachoeira de Macacu; B) de Jiló em Magé; C) implantação de campo de
sementes em Teresópolis. Fonte: Moreira (2018).

Em Cachoeiras de Macacu, foram realizadas atividades de manejo de campos de


sementes de berinjela, jiló, tomate, pimenta, abóbora e maxixe na propriedade do Seu
José Ataíde. Em Magé, realizou-se atividades de manejo de campo de sementes de
berinjela, jiló e pimentão nas propriedades do Seu Jeremias e do Seu João. Em
Teresópolis, as atividades de implantação de campos de produção de sementes de alface,
brócolis, ervilha e cenoura foram desenvolvidas na propriedade do Seu João Gallo.

49
Durante o desenvolvimento das atividades de capacitação foi realizado
diagnóstico da produção de sementes da comunidade, levantamento dos principais da
produção além do desenvolvimento de uma cartilha de produção de sementes em parceria
com as comunidades participantes.
Foi realizada uma atividade de avaliação das atividades em Seropédica-RJ com a
participação de representantes da AAT, AARJ, ABIO, CAU, Embrapa Agrobiologia,
RIO- RURAL Pesagro-Rio, Embrapa Agrobiologia, UFRRJ, (Figura 12).

Figura 12. Atividade de Avaliação das atividades em Seropédica-RJ. Fonte: Rodrigues


(2018).

Durante a reunião para avaliação das atividades, foi realizada uma apresentação
das atividades desenvolvidas e dos principais resultados pelo engenheiro agrônomo
Vladimir Ricardo da Rosa Moreira.
Entre os resultados, foi relatado que participaram das atividades 33,33% dos
agricultores do grupo Fojo, 20% dos agricultores de Cachoeira de Macacu, 26,66% dos
agricultores de Magé e 10% do grupo da AAT em Teresópolis. As comunidades
produzem principalmente olerícolas e grãos, em um total de 12 espécies de 15 variedades.
Entre as culturas mais importantes em ordem de relevância estão o aipim, a batata
doce, o inhame, o quiabo, a abóbora e a taioba. Também foi levantado a necessidade de
produzir maiores quantidades de algumas espécies locais que se encontram na mão de
poucos agricultores e de idade avançada.
O formulário de cadastro preenchido pelos agricultores ao solicitarem as sementes
continha uma pergunta relacionada a capacitação na área de produção de sementes: a) Já
realizou algum curso de capacitação em produção de sementes? b) Se sim, onde?
Para a primeira pergunta apenas 12,5% das pessoas que responderam ao
questionário afirmaram terem realizado algum curso de capacitação na área, e com
relação a segunda pergunta, todos declararam terem realizado cursos ministrados por
acadêmicos, pesquisadores ou docentes.
Para a RESA/RJ a capacitação foi considerada uma demanda tanto de
pesquisadores e técnicos quanto por agricultores e de acordo com a ficha de cadastro,
87,5% dos agricultores que solicitaram sementes, gostariam de realizar curso de
capacitação de produção de sementes. Porém esta deveria manter o equilibrio entre o

50
respeito ao conhecimento técnico e tradicional. De acordo com um pesquisador
envolvido:
“É o que a gente sabe, com o que vocês vivem.”

Esta abordagem vai ao encontro dos princípios da Política Nacional de Assistência


Técnica e Extensão Rural (PNATER) de:

adoção de metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar,


interdisciplinar e intercultural, buscando a construção da cidadania e a
democratização da gestão da política pública; contribuição para a
segurança e soberania alimentar e nutricional. (BRASIL, 2010)

Esta prática democrática e participativa de assistência técnica em contraposição


ao modelo difusionista adotado pelas práticas de extensão rural até então, segundo
Caporal (2006):
favorece o estabelecimento de plataformas de negociação entre técnicos
e agricultores que permitam a construção de saberes novos e mais
compatíveis com a vida real das populações envolvidas. Logo, ao
contrário da visão cartesiana e tecnicista que orientou as décadas do
desenvolvimentismo, a nova Ater exige uma visão holística e o
estabelecimento de estratégias sistêmicas e não apenas métodos
apropriados para uma difusão unilinear e unidirecional de tecnologias,
próprios do difusionismo. Por isto mesmo, na nova Ater, técnicos
disponibilizam seus conhecimentos e não simplesmente os difundem,
segundo o modelo clássico e a lógica linear do princípio de “estender”
da fonte ao receptor. Esta nova visão, supõe a quebra da hierarquia de
saberes e o respeito aos conhecimentos dos agricultores, que devem ser
considerados válidos e necessários para a construção de conhecimentos
mais complexos, mediados pela realidade. (CAPORAL, 2006, p.10)

Entre os tópicos recorrentes para a construção de atividades de capacitação dá-se


por parte dos agricultores a questão da conservação de sementes e o acesso ao
conhecimento desenvolvido pelos órgãos públicos, a realização de pesquisas voltadas
para a realidade do agricultor familiar assim como a legalização da atividade, pelos
técnicos o desenvolvimento de técnicas acessíveis a realidade do campo e por parte dos
pesquisadores a legislação tem tido maior procura.

3.5 A Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS) e o lançamento do Catálogo de


Sementes produzidas sob manejo orgânico

A UBS (Figura 13), foi concebida em parceria com o Programa Rio-Rural e


inaugurada em julho de 2018 para realizar atividades de capacitação de técnicos,
acadêmicos, consumidores e agricultores e o beneficiamento das sementes da RESA/RJ
(SILVA, 2018).

51
A B C D E

F G H I
Figura 13. Unidade de Beneficiamento de Sementes. A) secador; B) mesa densimétrica;
C) debulhador; D) separador helicoidal; E) compressor de ar; F) soprador pneumático; G)
máquina de pré-limpeza; H) máquina de ventilação; I) peneiras e área de apoio. Fonte:
Lopes, 2018.

A UBS já estava sendo utilizada para a realização de aulas de graduação e pós-


graduação e para o beneficiamento de sementes produzidas pela RESA/RJ.
Não está definida ainda seu modo de funcionamento, porém já foi levantado que
ela deve funcionar de forma autônoma a PESAGRO-RIO, CEPAO e UFRRJ, o
autofinanciamento já foi proposto. Os agricultores já estão utilizando a UBS, (Figura 14).

52
A B

C D

Figura 14. Beneficiamento de sementes de alface. A) chegada das sementes; B) secagem;


C) limpeza pelo uso da peneira; D) limpeza pelo uso do soprador. Fonte: Silva, Rodrigues,
2018.

Ainda são necessários ajustes na estrutura da UBS e a adaptação das máquinas às


necessidades dos agricultores para que a unidade não se torne um elefante-branco, além
da capacitação na utilização da estrutura.
Foi lançado em 2018 o Catálogo de Sementes Produzidas sob Manejo Orgânico
(Figura 15), que busca divulgar as espécies mais plantadas no estado, incentivar a
produção própria de sementes e auxiliar agricultores e técnicos na produção de sementes
orgânicas (FERNANDES et al., 2018). O catálogo conta com instruções básicas para a
produção de sementes para a agricultura orgânica e informações técnicas sobre a
produção de sementes divididas entre sementes de hortaliças, grãos e adubos verdes. O
material está disponibilizado on-line e os agricultores podem solicitar as sementes por e-
mail diretamente a Pesagro-RIO.

53
Figura 15. Catálogo de sementes. Fonte: Acervo da Autora, 2018.

O lançamento do catálogo gerou uma grande demanda de pedidos de sementes de


diversas partes do país, porém o catálogo é voltado para o atendimento dos agricultores
do estado do Rio de Janeiro o que vem indicando uma grande necessidade de sementes
orgânicas. Outro fator a ser destacado é que as sementes só são liberadas em suas
respectivas épocas de plantio especificamente para a produção de sementes o que na
perspectiva comum do agricultor tem sido um empecilho, já que ele tem plantado para
grão e colhido suas sementes.
Espera-se que a UBS e o lançamento do catálogo sirvam para aumentar a oferta e
a qualidade das sementes além de despertar o interesse na produção de sementes.

3.6 Acompanhamento da produção de sementes dos agricultores da RESA: O feijão


comum na RESA

3.6.1 A importância das sementes de feijão na RESA

O feijão a gente come todo dia, é questão de segurança alimentar


(agricultor)

A frase acima demonstra a importância da semente de feijão para os agricultores,


o feijão é considerado juntamente ao arroz como a base da dieta do brasileiro, sendo ainda
a principal fonte de renda dos agricultores familiares (SOUZA, 2013; SILVA, 2014).
E a produção para o consumo é uma marca da agricultura familiar, tendo grande
importância para a segurança alimentar da família levando a uma maior autonomia com
relação ao contexto social e econômico da localidade onde está se insere (GAZOLLA,
SCHNEIDER, 2007). De acordo com trabalho realizado em comunidades agrícolas da
região Sul, este autoconsumo pode representar uma economia de até 38% da renda total
obtida na propriedade (GRISA, SCHNEIDER, 2008).
Outro fator observado é a escassez de sementes para os agricultores e o plantio de
grãos como sementes, nem sempre com resultados satisfatórios como pode ser

54
visualizado nas falas abaixo:

a. Já estava perdendo, comprando no mercado.


b. Combrasil já estava virando variedade.
c. Eu fui ao mercado e comprei 1 kg de feijão branco e plantei.
Produziu bem, mas quando eu colhi e fui plantar de novo não brotou!
(Agricultores)

Os sistemas de produção de sementes informais são de grande importância para a


cultura do feijão, sendo responsáveis pela maioria das sementes utilizadas pelos
agricultores (SANTILLI, 2012), podendo ser realizado através de troca, permuta ou
compra de grãos ou sementes salvas além da produção própria de sementes (DIDONET,
2013). A taxa média de uso de sementes certificadas de feijão comum é considerada baixa,
apenas 20% (2016) quando comparada a culturas como o algodão (57%), arroz (56%),
milho (92%), soja (71%) e trigo (75%) (ABRASEM, 2016). Dentre os fatores citados
para esta baixa utilização estão: a tradição, redução de custos, falta de sementes ou
cultivares, o preço das sementes certificadas e a baixa qualidade da semente comercial
(ABRASEM, 2016).
A utilização da COMBRASIL para plantio ou da compra de marcas comerciais
destinadas a alimentação em mercados pode ser motivada pela sua aceitação pelos
consumidores na hora da venda (DIDONET, 2013). O plantio destes grãos nem sempre
possui bom resultado porque o foco do plantio de grãos não é o mesmo da semente, a
semente possui valor enquanto ser vivo sendo obrigatório o atendimento de valores de
vigor e capacidade germinativa enquanto para o grão apenas seu valor nutricional e de
mercado são levados em conta (VIEIRA, RAVA, 2000).
As sementes distribuídas contavam com informação sobre safra e poder
germinativo.

3.6.2 Distribuição e escolha das cultivares

Semente boa, é aquela que está no chão. (Agricultor)

Foram distribuídas sementes de feijão para agricultores de 19 municípios


(Araruama, Areal, Barra Mansa, Casimiro de Abreu, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo
de Frontin, Guapimirim, Japeri, Magé, Paracambi, Paraty, Paty do Alferes, Pinheiral, Rio
de Janeiro, São José de Ubá, São Jose do Vale do Rio Preto, Seropédica, Silva Jardim,
Teresópolis), sendo livre a escolha das cultivares. Quando a escolha era realizada sem
contato com as sementes escolhia-se materiais conhecidos e quando não, as sementes dos
grupos especiais16 de cor eram as favoritas.
De acordo com um agricultor que realizava a comercialização de feijão em uma
feira agroecológica:
O feijão vermelho (especial), é mais caro, tem menos e é menos
produtivo que o preto. Mas todo mundo quer.

Estes grãos especiais, definidos como aqueles que se diferenciam do feijão preto
e carioca, ou ainda como aqueles que têm massa de 100 sementes superior a 30 g (SILVA,
2014), podem ser utilizados como uma forma de agregar valor para a agricultura familiar
por possuírem grande demanda no mercado mesmo sendo vendidos em embalagens
menores e com preços até duas vezes mais alto do que o feijão carioca e preto (RIBEIRO
et al., 2014). O estado do Rio produziu em 2017, 188 mil toneladas de feijão de cores em
445 estabelecimentos, entre os municípios com maior produção encontram-se Cachoeira

55
de Macau, São João da Barra, Varre-Sai, Teresópolis, Macaé, Rio das Ostras, Nova
Friburgo, Valença e Seropédica (IBGE, 2017).
A preferência pelas cultivares do grupo carioca e preto podem também ser
explicadas pela história de incentivo pelo poder público com a disseminação de sementes
destas cultivares visando o aumento da produtividade e que acabaram por moldar também
o gosto do consumidor (AMORIM, 2016). De acordo com o mesmo autor, cultivares
“acriouladas” destas sementes ainda podem ser encontradas entre os agricultores.
A escolha por motivações sentimentais da cultivar Jalo, baseada em lembranças
de infância relatadas por um agricultor, apontou na mesma direção da diminuição da
diversidade do feijão comum em prol de cultivares de feijão preto e carioca. Segundo
Thung et al. (2008), até os anos 70 era comum o consumo e o cultivo destas cultivares de
grãos grandes (especiais), como a Jalo. Porém, como as cultivares de grãos pequenos
foram escolhidas para programas de melhoramento, devido a sua estabilidade e a alta
produtividade, ao mesmo tempo em que foram preferidas pelos grandes compradores na
década de 80, afunilando dos consumidores, estes feijões foram saindo do mercado. Estes
feijões especiais possuem em geral origem andina e apresentam maior susceptibilidade a
pragas e doenças (SINGH et al., 1991).

3.6.3 Formas de produção de sementes de feijão na RESA

Foram realizadas visitas às áreas de produção de sementes dos produtores em


Araruama, Japeri e São José do Vale do Rio Preto entre os anos de 2017 e 2018 em
conjunto com o técnico do IDACO, Marconi Bezerra Rodrigues.
Em Araruama a propriedade visitada foi a do Seu Robertinho e da Dona
Margarida, casal referência na produção de feijão na RESA, e onde também funciona o
banco de sementes da Comunidade Quilombola de Tapinoã. Durante conversa informal,
Seu Robertinho descreveu como começou o que ele classifica como “vício” em sementes
de feijão.
Inicialmente a extensionista da EMATER Vera, começou a trabalhar o
resgate da semente do milho. Ai a gente começou a trabalhar o feijão,
para fazer o feijão e o milho. O feijão era mais fácil e a gente estava
comendo feijão comprado na rua e aí foi ficando só o feijão, porque no
dia-a-dia você come o feijão sem veneno e é melhor para a saúde. Aí
ela conseguiu a semente a primeira vez na Pesagro em Campos com o
Benedito e a gente aprendeu a guardar a semente para não precisar
ficar todo o ano dependendo de semente de lá. Ai depois que passamos
a fazer parte da Articulação de Agroecologia passamos a fazer troca
de sementes, conhecemos outras que a gente não tinha aí trouxe uma
mãozinha e foi multiplicando.

Hoje o casal de agricultores possui mais de 20 “tipos” de feijão e na propriedade


ocorrem dias de campo organizados tanto por agentes do poder público como pelos
próprios agricultores, bem como ensaios de produção de feijão orgânico (Figura 16).

56
Figura 16. Reportagem sobre visita técnica realizada no sítio do Seu Robertinho e da
Dona Margarida. Fonte: Pesagro-Rio.

A comunidade participa desde 2010, do “Projeto de Incentivo ao Plantio de Feijão


Agroecológico” na Microbacia do Rio Piri-piri que tem como objetivo a “segurança
alimentar e nutricional das famílias, bem como contribuir para gerar renda e
conhecimento, além de garantir “banco de sementes” que viabiliza o trabalho ano a ano
(EMATER-Rio, 2016, p. 54).
Na propriedade dos agricultores foram plantadas as cultivares Aporé, Jalo
Precoce, Kaboom, Ouro Negro juntamente com outras também disponíveis para a RESA
como Alessa e Novirex e das sementes obtidas através de trocas com outros agricultores,
como o Rajado da Alice, Capixaba e do Negão da Aldeia.
A produção de sementes é realizada de duas formas: uma área destinada para a
produção de sementes localizada na entrelinha dos pés de laranja de forma sequencial e
em área onde a produção é voltada para grão (Figura 17).

57
A B
Figura 17. Produção de sementes na propriedade de Araruama - RJ. A) campo de
produção de sementes; B) campo para produção de grãos. Fonte: Acervo da autora.

Em Japeri, foram visitadas duas propriedades localizadas no bairro Engenheiro


Pedreira, pertencentes a um assentamento no Jardim Marajoara. O assentamento possui
318 ha e conta com aproximadamente 40 unidades agrícolas (ITERJ, 2014). Em ambos
os produtores, a semente vem da produção comercial para grão.
Na Figura 18 da propriedade 1, podemos observar a presença de plantas
espontâneas e o plantio em área separada destinada de acordo com o produtor para
culturas comerciais e de maior valor, de forma a evitar o roubo. Não foi realizado
adubação e não havia irrigação.

A B
Figura 18. Produção de sementes na propriedade 1 em Japeri - RJ. A) área com grande
presença de plantas espontâneas; B) área reservada para plantio de culturas com valor
comercial. Fonte: Acervo da Autora.

Na Figura 19 da propriedade 2, podemos observar várias culturas sendo cultivadas


ao mesmo tempo. De acordo com o agricultor, o feijão é cultivado durante todo o ano.
Porém, a produção comercial é feita durante os meses secos. De acordo com ele:

Na seca o grão é melhor e você tira em uma época que facilita o


trabalho, porque no verão você tem que guardar por causa da chuva
ou ele vai estragar.

58
A B
Figura 19. Produção de sementes na propriedade 2 em Japeri - RJ. A) área de planto de
feijão em processo de maturação fisiológico; B) plantio de feijão com outras plantas
cultivadas. Fonte: Acervo da Autora.
O feijão é colhido com a planta toda seca e trilhado sobre uma lona colocada na
área de plantio com o auxílio de um cano. A área contava com irrigação e foi realizado
adubação com esterco de boi.
Em São José do Vale do Rio Preto, a propriedade visitada foi a “Agrovila Pé no
Chão”. O grupo a frente da área faz parte da Associação Agroecológica de Teresópolis
(AAT) e a área de 3 ha foi arrendada em troca de consultoria e manejo do café
agroecológico cultivado em 17 ha da propriedade. A AAT é uma associação fundada em
2007 por um grupo de agricultores orgânicos e apicultores da região, tendo como objetivo
organizar uma feira agroecológica no município e que buscavam incentivar e promover a
agroecologia e a economia solidária (SAITER, 2016).
O feijão é produzido para autoconsumo e de acordo com a produtora, ele serve
“para abrir espaço”. O grupo já possuía experiência com a cultura do feijão, tendo
plantado o feijão “vermelho” e o “preto”. A cultivar utilizada foi a Jalo Precoce em
consórcio com a mandioca (Figura 24). Não foi realizado análise de solo, mas foi
realizado a aplicação de calcário e biorin e não foi realizada irrigação. Durante a produção
foi relatado problemas com plantas espontâneas pelo desconhecimento da cultivar e com
seca (Figura 20).

59
Figura 20. Produção de Sementes em São José do Vale do Rio Preto/RJ. Fonte: Acervo
da Autora.

3.6.4 Análise e discussão da produção de sementes de feijão realizada pelos


agricultores

A lei de sementes e mudas (lei nº10.711/2003) e a lei de proteção de cultivares


(lei nº 9.456/97), garantem a agricultores familiares o direito de “multiplicar sementes ou
mudas para distribuição, troca e comercialização entre si, ainda que situados em
diferentes unidades da federação” (BRASIL, 2003) sejam elas sementes convencionais
com direito de propriedade ou crioulas. Este direito de produzir suas sementes diminui a
dependência dos agricultores das empresas sementeiras assegurando-lhes o direito de
escolher não só o que plantar, como também a melhor época de plantio de acordo com as
melhores condições locais identificadas com base em seu conhecimento, sem precisar se
sujeitar a políticas de distribuição ou da disponibilidade do mercado formal de sementes
(REIS, 2012).
De acordo com Didonet (2013), as exigências indicadas para a produção de
sementes certificadas devem ser seguidas também para a produção de sementes para uso
próprio, sejam elas convencionais produzidas informalmente ou crioulas, para que
resultem em um material em boas condições sanitárias e fisiológicas. Desta forma, de
acordo com o estabelecido pela IN 45/2013 (MAPA), que estabelece padrões para a
produção e a comercialização de sementes de feijão seriam necessários seguir alguns
parâmetros de campo como:
 o feijão não pode ser cultivado em área em que ele tenha sido semeado
anteriormente, exceto se for a mesma cultivar;
 caso tenha sido utilizada uma cultivar diferente, é necessário que sejam
utilizadas técnicas capazes de eliminar totalmente as plantas remanescentes;
 é obrigatório o isolamento ou a utilização de uma bordadura mínima de 3 m
entre cultivares, caso sejam utilizadas outras cultivares na mesma área;
 é necessário que plantas de outras espécies cultivadas sejam eliminadas do
campo de produção de sementes.
60
Além destes pontos ressaltados em virtude do que foi observado durante as
visitações, como parâmetro de campo também são requeridos a parte fitossanitária do
plantio com foco em doenças que podem ser transmitidas via sementes como a antracnose
(Colletotrichum lindemuthianum), crestamento bacteriano (Xanthomonas axonopodis pv.
phaseoli) e mofo branco (Sclerotinia sclerotiorum).
Somado a isto, é recomendado o plantio do feijão durante o período seco do ano
para que a colheita não coincida com o período de chuva e para que ocorram temperaturas
amenas durante a época de floração, adubação correta e irrigação.
Assim, embora em Araruama haja uma área específica para produção de sementes,
as cultivares são plantadas juntas sem espaçamento o que poderia resultar em cruzamento
natural no campo, embora o feijão seja autógama existe uma possibilidade de haver
hibridação natural (PEREIRA FILHO, CAVARIANI, 1984). O mesmo pode ser aplicado
para o plantio sucessivo de feijão na mesma área realizado nas quatro propriedades.
O consórcio utilizado em São José do Vale do Rio Preto com mandioca e a
presença de outras plantas cultivadas presentes em Japeri e em Araruama também seriam
um problema de acordo com a literatura, bem como a grande presença de plantas
espontâneas.
Mas dificilmente os agricultores familiares teriam condições de cumprir com
todos estes requisitos, ainda que estas sementes fossem utilizadas para a comercialização.
Nas palavras do Seu Robertinho:

A produção paga muito pouco ainda. Foram dois anos de seca e era
praticamente colocar e tirar a semente.

Destinar áreas específicas de cultivo para produção de sementes possui alguns


inconvenientes como: no Rio de Janeiro 15,56% dos estabelecimentos ocupam menos de
1 ha e 42% ocupam menos de 10 ha (IBGE, 2017); a agricultura familiar e a prática da
agroecologia se caracterizam pela diversificação da produção (SAMBUICHI et al., 2016);
a produção agrícola serve também para o autoconsumo da família (GRISA,
SCHNEIDER, 2008).
O direcionamento destas pequenas áreas para a produção específica de sementes
deixaria o agricultor familiar em situação de não soberania alimentar, elevando os gastos
com a alimentação e deixando o agricultor dependente da safra de poucos produtos que
ele conseguir produzir no restante da propriedade (BALEM, SILVEIRA, 2005).
A grande diversidade de culturas produzida simultaneamente pela agricultura
familiar também deixaria inviável produzir sementes próprias caso se tivesse que utilizar
áreas isoladas da área de produção.
O feijoeiro é encontrado em praticamente todas as propriedades de agricultura
familiar, fato reconhecido como uma estratégia de conservação de recursos fundamentais
à alimentação (BEVILAQUA et al., 2014; AMORIM, 2016), e encontrar um local ainda
não cultivado com a cultura para implantação de campo de semente de forma a prevenir
pragas e doenças e contaminação varietal, também não é tarefa fácil.
Algumas alternativas têm sido propostas, como a utilização de barreiras naturais
ou o plantio da mesma cultivar em faixas de isolamento e a semeadura em épocas
distintas. Para o feijão, em cultivares com o mesmo ciclo vegetativo, tem sido
recomendado o plantio em intervalo de 15 dias e aquelas com ciclos diferentes o indicado
é iniciar o plantio com a cultivar mais precoce e dez dias depois realizar o plantio da
cultivar de ciclo normal (BARROS, 2007).
Caso parte da produção dos grãos seja guardada como semente, é recomendado
que as plantas escolhidas para semente sejam colhidas primeiro, para garantir melhor
qualidade fisiológica e sanitária da semente bem como a pureza varietal (DIDONET,
61
2013).
A perda da pureza varietal não é considerada como algo ruim, porque é por meio
destas modificações genéticas fruto da pequena taxa de fecundação natural
(“acrioulamento”), que faz com que o estoque dos agricultores seja composto por
materiais adaptados as condições locais com resistência horizontal a uma série de
patógenos característicos da região (RAMALHO, SANTOS, 1982; CUNHA, 2013).
Esta separação entre grão e semente, que coloca a produção de semente como algo
exclusivo do sistema formal, “apresenta-se como uma expressão sintética das
contradições entre o paradigma da modernização agrícola e o paradigma agroecológico
(...) e a Agroecologia convoca as ciências a apoiar a construção de crescentes graus de
autonomia da agricultura com relação aos mercados de insumos produtivos” (PETERSEN
et al., 2013).
A avaliação da produção de sementes também deve levar em consideração que a
estratégia milenar de reprodução da agricultura familiar não pode ser comparada com as
práticas da agricultura industrial. Acrescido a isso, é necessário que se compreenda que a
formação do sistema formal foi realizado de forma a excluir os agricultores do processo
de produção de sementes, mantendo-os afastados através de mecanismos de propriedade
intelectual e normas técnicas de produção que não se aproximam das formas de cultivo
realizadas pelos agricultores (REIS, 2012).
Estas normas, aliadas as exigências legais, se aplicam à produção formal de
sementes, onde o produtor se dedica exclusivamente a produção de sementes e
especificamente a uma pequena variedade de espécies (CANCI, 2006).
Este modelo científico enxerga o agricultor como mero depositário de técnicas
generalistas desenvolvidas pela pesquisa que são muitas vezes inadequadas para as
condições em que serão aplicadas (CAPORAL, RAMOS, 2006). Para estes técnicos, o
agricultor não é capaz de produzir sementes com valores adequados de umidade,
germinação e vigor, produzindo apenas grãos, responsáveis pela baixa produtividade das
culturas (PETERSEN et al., 2009).
Esta abordagem desconsidera o conhecimento que estes agricultores possuem
sobre a produção de sementes e que vem utilizando durante o desenvolvimento da
agricultura, sendo os grandes responsáveis pelo melhoramento de plantas e pela
manutenção da agrobiodiversidade. Estes conhecimentos são desenvolvidos e
compartilhados tanto dentro da família quanto em espaços coletivos e continuam a ser
construídos e reconstruídos de acordo com as necessidades econômicas, políticas e
ambientais correntes (CANCI, 2006; REIS, 2012; SILVEIRA, BALEM, 2004).
Produzir sementes é antes de tudo produzir comida e garantir a próxima safra
(OLANDA, 2015), e o agricultor faz uso dos mesmos métodos de produção de alimentos
e dos recursos que “a natureza lhe brinda para fazer suas sementes” (DOMINGUEZ et
al., 2000 p. 128).

3.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A RESA caminha em direção à sua consolidação, com expansão de suas


atividades, passando da prática de distribuição para a de formação e fortalecimento de
bancos comunitários no estado para diminuir a dependência das instituições públicas
envolvidas, além de captar recursos e promover a auto sustentabilidade da rede.
Para as sementes distribuídas, é necessário que em uma próxima fase sejam
levantadas informações sobre o desempenho das sementes distribuídas nas diferentes
regiões do estado e das condições de plantio.
O protagonismo da rede também deve ser transferido para os agricultores, ficando

62
as instituições como uma retaguarda de apoio para angariar recursos e demandas
apresentadas pelos produtores.
No momento a RESA tem se apoiado nos bancos de sementes da Pesagro-RIO,
UFRRJ e da Fazendinha Agroecológica, com multiplicação em grande maioria de
sementes convencionais. Devido à credibilidade do sistema formal sobre o informal,
alguns agricultores tem preferido estas sementes aquelas produzidas localmente, havendo
o risco de substituição de materiais locais, assim faz-se necessário a valorização destes
materiais e de seus produtores.
A RESA apresenta ainda algumas necessidades como:
 Realizar um mapeamento das principais sementes de interesse no estado
com vistas a incorporação em pesquisas e para que estas sejam conservadas tanto nas
instituições quanto através da disseminação entre os agricultores;
 Mapear os guardiões de sementes e as técnicas utilizadas por eles para a
produção de sementes e inclui-los nas atividades de capacitação dos técnicos a
perspectiva do melhoramento participativo e dos saberes tradicionais que estão sendo
excluídos do processo de capacitação;
 Promover atividades de formação e pesquisas científicas para sanar os
gargalos da produção de sementes agroecológicas;
 A legalização das atividades de produção de sementes é um ponto crucial
para a manutenção da empolgação dos produtores;
 Criar um banco de dados para o estado na área da produção de sementes.

63
4 CAPÍTULO II

PRODUÇÃO E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE


CULTIVARES DE FEIJOEIRO COMUM EM SISTEMA DE
MANEJO ORGÂNICO EM SEROPÉDICA - RJ, EM DOIS ANOS
AGRÍCOLAS

64
RESUMO

O presente trabalho objetivou analisar a produtividade e a qualidade fisiológica das


sementes de 7 cultivares de feijoeiro comum obtidas em sistema orgânico de produção
em dois anos agrícolas. Foram conduzidos dois experimentos de campo, entre setembro
e dezembro de 2015 e abril e julho de 2016, no campo experimental da Embrapa
Agrobiologia, município de Seropédica, RJ, em blocos ao acaso com quatro repetições
com o plantio de sete cultivares (Aporé, Bolinha, Constanza, Kaboom, Jalo Precoce, Ouro
Negro e Radiante). Foi realizada adubação de plantio com esterco curtido e em cobertura
com torta de mamona. Foram analisados o rendimento de grãos e os componentes de
produção, e efetuadas análises das sementes como o peso de mil sementes, percentual de
germinação, emergência a campo e condutividade elétrica. A época de plantio influenciou
a produção de grãos: em 2015 a média de produção foi de 1361 kg ha-1 e em 2016 de 1763
kg ha-1. Em 2015, a produção variou entre 849 e 1638 kg ha-1 e em 2016, entre 574 e 2142
kg ha-1. Nos dois anos, as sementes das cultivares apresentaram percentual de germinação
entre 83 e 100%. As sementes de maior tamanho apresentaram valores de condutividade
elétrica mais elevados.

Palavras-chave: Phaseolus vulgaris; cultivares; produção orgânica; qualidade.

65
4.1 INTRODUÇÃO

A crescente constatação dos danos ambientais causados pelas práticas agrícolas


convencionais e a crescente demanda por alimentos saudáveis e livres de resíduos tóxicos
têm impulsionado o aumento da produção orgânica e agroecológica (SILVA, 2014;
FERNANDES et al., 2015). O Brasil ocupa a liderança do ranking de consumo mundial
de agrotóxicos, e estudos demonstram efeitos nocivos de seu uso ao meio ambiente e a
saúde humana (BELCHIOR et al., 2017). Na alimentação, o consumo de alimentos com
resíduos de agrotóxicos podem ocasionar problemas hepáticos, distúrbios do sistema
nervoso central, reprodutivo, câncer e efeitos mutagênicos e teratogênicos (LARINI,
1999; SANTOS, MONTEIRO, 2008; SERRA et al., 2016).
A produção agrícola em sistema orgãnico de produção apresenta como desafio
rendimentos até 20% menores que no sistema convencional, que pode ser compensada
pelo maior valor comercial do produto gerado, sendo apontada como uma opção de
agregação de valor para a agricultura campesina (FERNANDES et al., 2015). O Brasil
possui cerca 750 mil hectares e ocupa a 12ª posição mundial em área destinada a produção
orgânica (WILLER, LERNOUD, 2017) gerando uma receita anual de R$ 2,5 milhões
(MAPA, 2019). A escassez de sementes orgânicas e de cultivares adaptadas ás diferentes
áreas de plantio são consideradas um grande entrave (SCALCO et al., 2015).
O feijoeiro comum é uma cultura produzida predominantemente pela agricultura
campesina (IBGE, 2006), com baixo aporte de tecnologia, e a produção orgãnica pode ser
considerada como meio de agregar valor ao grão (RECH et al., 2006). Para isto deve ser
considerado a utilização de materiais rústicos, resistentes a pragas e doenças,
produtividade satisfatória sem o uso de fertilizantes solúveis e sementes de elevada
qualidade fisiológica (VIDAL et al., 2007).
O presente trabalho objetivou analisar a produtividade e a qualidade fisiológica de
sementes de 7 cultivares de feijoeiro comum obtidas em sistema orgânico de produção
em dois anos agrícolas, em Seropédica - RJ.

4.1 MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos em campo, entre os meses de setembro e


dezembro de 2015 e abril e julho de 2016, no campo experimental da Embrapa
Agrobiologia (Terraço), município de Seropédica, RJ, localizado nas coordenadas
geográficas de 22° 45’S e 43° 40’W e altitude de 26 m. O clima da região é do tipo Aw
ou tropical subúmido, segundo a classificação de Koppen, com verão úmido e inverno
seco, precipitação anual de 1.291 mm, e temperatura média de 22,7 °C. Os dados
climáticos de precipitação e temperatura média aferidos durante o desenvolvimento do
trabalho encontram-se representados na Figura 21.

66
Figura 21. Médias mensais de temperatura, temperatura máxima e mínima e soma da
precipitação durante os meses de setembro de 2015 a agosto de 2016. Fonte:
AGRITEMPO, 2018.

O solo da área foi classificado como Argissolo Vermelho Amarelo. A área do


primeiro ano havia sido cultivada anteriormente com milho e no segundo ano estava em
pousio. Foi realizada análise química do solo na profundidade de 0-20 cm, no Laboratório
de Análises da PESAGRO-RIO, cujos resultados são apresentados na Tabela 6.

Tabela 6. Análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da estação experimental


da área experimental do Terraço (Embrapa Agrobiologia).
Ano Textura pH Al Ca Mg SB T V M P K
expedita

------ cmolc dm-3 ------ % mg dm-3


2015 Argilosa 4,5 0,2 1,6 0,6 2,4 6,2 39,0 8,0 15,0 52
2016 Média 5,2 0,2 2,6 1,1 3,9 8,4 46,0 5,0 3,7 66

Foi realizada adubação de plantio com aplicação de 2 L m-1 linear de esterco


curtido no sulco de plantio (16,3 kg ha-1 de N total) e aos 30 dias após o plantio foi
aplicado 300 g de torta de mamona por linha.
O solo foi preparado de forma convencional com uso de aração e gradagem.
Utilizou-se o delineamento experimental em blocos casualizados, com quatro repetições.
Cada bloco foi constituído por parcelas com 5 linhas de 5,0 m de comprimento, espaçadas
0,5 m e espaçadas 4,0 m entre as cultivares.
As cultivares foram escolhidas devido ao seu apelo comercial e desempenho em
campo, boa produtividade, poucos problemas fitossanitários, com informações obtidas
por pesquisas desenvolvidas no município de Seropédica entre os anos de 2011 e 2014
(SILVA, 2014; FERNANDES et al., 2015) e Teresópolis (SILVA, 2014).
Foram utilizadas as cultivares: Aporé, grão carioca, ciclo entre 78 a 88 dias, porte
prostrado indeterminado; Bolinha, grão amarelo, ciclo entre 83 a 96 dias, porte ereto;
Constanza, grão roxo, ciclo entre 90 a 100 dias, porte ereto; Jalo Precoce, grão creme,
ciclo entre 74 a 83 dias, porte semi-ereto; Kaboom, grão branco, ciclo entre 77 a 82 dias,
porte ereto; Ouro Negro, grão preto, ciclo de 80 a 100 dias, porte semi-prostrado a
prostrado; Radiante, grão rajado bege, com estrias e pontuações roxas, ciclo entre 75 a 80
dias, porte ereto (FERNANDES et al., 2015; FERNANDES et al., 2018).

67
As sementes foram inoculadas com Rhizobium tropici (estirpes BR322, BR520,
BR534, presentes no inoculante comercial obtido na Embrapa Agrobiologia). O
inoculante em meio turfoso foi acrescido com uma solução açucarada em recipiente
plástico com tampa, sendo as sementes de cada linha da parcela inoculadas depositadas e
agitadas até completo recobrimento, secas a sombra. A semeadura foi realizada
manualmente, utilizando a densidade de 10 sementes por metro linear de sulco.
Foram realizadas 3 capinas manuais nos dois anos e a irrigação foi realizada por
aspersão de acordo com a necessidade da cultura. Foi realizado controle fitossanitário
para pulgão com uso de Cladospóro®; Agrobio® para herbivoria, Trichobio® para
murcha de esclerócito cedidos pela PESAGRO-RJ, e controle de formiga cortadeira com
isca granulada.
Na fase de floração e pré-colheita não foram observadas plantas destoantes do
padrão descrito para cada cultivar. As plantas espontâneas mais encontradas na área
durante os dois anos de cultivo foram picão-preto (Bidens pilosa); corda-de-viola (Ipomea
purpurea); pincel (Emilia forbergii); tiririca (Cyperus rotundus); angiquinho
(Aeschynomene denticulata); Capim angola (Brachiaria mutica); capim-pé-de-galinha
(Eleusine indica) e foram controladas por meio de capina manual.
Na maturação fisiológica de cada cultivar, foram coletadas as plantas da área útil
dentro de 1 m2 das linhas centrais de cada parcela, demarcado com um quadrado de ferro.
Após o arranquio, as plantas foram colocadas dentro de sacos de pano e transportadas
para um galpão coberto, onde foram dispostas em tabuleiros com o intuito de
completarem sua secagem. Após secagem, as plantas colhidas na área de 1 m 2 foram
contadas, as vagens foram separadas e contadas e trilhadas com bateção manual. As
sementes foram pesadas e retirou-se uma amostra de 100 sementes, que após pesada foi
seca em estufa a 70 ºC e novamente pesadas. Com base nesses dados, foram estimados os
componentes de produção número de vagens por planta, número de sementes por vagem
e massa de 1 semente. As plantas presentes nos 3 metros lineares também foram coletadas
e trilhadas com bateção manual e a produção mensurada e somada a produção obtida em
1m² para compor a produção de grãos da parcela.
Após a colheita, foi retirada uma amostra de 1,0 kg de sementes de cada cultivar
e levadas ao laboratório para a realização de testes de umidade e germinação de acordo
com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
O teor de água foi determinado pelo método padrão da estufa a 105 ºC por 24
horas com duas repetições para cada parcela, com os resultados expressos em
porcentagem (base úmida). A massa de mil sementes foi determinada utilizando-se oito
repetições de 100 sementes, pesadas em balança de precisão (0,001 g).
O teste de germinação foi realizado com o uso de sementes previamente
desinfestadas com hipoclorito de sódio a 1% por 1 min depois lavadas em água destilada
abundante, em quatro repetições de 50 sementes cada. As sementes foram semeadas em
papel germitest, umedecido com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do
papel seco. Os rolos foram acondicionados em sacos plásticos transparentes para
manutenção da umidade e mantidos em germinador (tipo B.O.D.) à temperatura de 25 ºC
em presença de luz. As avaliações foram realizadas aos 5 e 9 dias com a contagem de
plântulas normais e os resultados foram expressos em % de plântulas normais. O teste de
emergência em campo foi realizado através da contagem das plantas emergidas em três
linhas de cada parcela aos 21 dias plantio.
O teste de condutividade elétrica foi realizado utilizando-se quatro amostras de 25
sementes que foram pesadas e colocadas para embebição em recipiente plástico contendo
75 mL de água destilada e mantidas em estufa durante 24 h em 25 °C. Após esse período,
as amostras foram agitadas para homogeneização dos exsudatos liberados na água e

68
realizou-se a leitura da condutividade elétrica na solução de embebição, utilizando-se
condutivímetro e os resultados foram expressos em µS cm-1 g-1 (VIEIRA, 1994).
Os dados obtidos em cada experimento foram submetidos à análise de variância,
pelo teste de F ao nível de 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo teste
de Duncan a 5 %.

4.2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.2.1 Produção de sementes


Houve influência da época de plantio para número de vagens e massa de 1 semente
(Tabela 7), com a safra obtida em 2016 atingindo maiores valores. O número de vagens
por planta juntamente a número de sementes por vagem são considerados os fatores que
mais impactam na produção e são influenciados pelo genótipo, condições ambientais e
por práticas de manejo utilizadas durante a produção (SHIMADA et al., 2000; ZILIO et
al., 2011).

Tabela 7. Número vagem por planta, número de semente por vagem, massa de 1 semente
e produção de sementes de sete cultivares de feijoeiro comum produzidos sob manejo
orgânico de produção no município de Seropédica-RJ, no ano de 2015 e 2016.
Cultivares Número de vagens Número de sementes Massa de 1 semente Produção de semente
por planta por vagem (mg) (kg ha-1)

2015 2016 2015 2016 2015 2016 2015 2016


Bolinha 6,0 ab 8,6 ab 4,9 a 6,1 a 268 cd 376 b 1576 a 2029 ab
Aporé 5,5 abc 7,5 ab 3,7 ab 2,2 c 250 d 244 d 849 b 1581 b
Ouro Negro 7,4 a 9,5 a 5,0 a 2,7 c 236 d 284 c 1422 ab 2498 a
Kaboom 3,3 c 6,4 b 2,9 b 4,6 ab 383 a 461 a 1434 ab 574 c
Constanza. 3,9 bc 9,1 ab 3,1 b 4,9 ab 369 a 471 a 1307 ab 1941 ab
Radiante 6,3 ab 7,6 ab 4,2 ab 4,8 ab 302 bc 411 b 1303 ab 2142 ab
Jalo Precoce 5,3 abc 7,2 ab 3,4 ab 4,3 b 313 b 399 b 1638 a 1579 b
Média 5,4 8,0* 3,8 4,2 303 378* 1361 1763*
*Diferença significativa entre anos pelo teste F a 5%. Médias seguidas pela mesma letra dentro
da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

Em 2015, a produtividade de sementes (Tabela 7) variou entre 849 kg ha-1 e 1638


-1
kg ha , obtidos pelas cultivares Aporé e Jalo Precoce respectivamente. Destacaram-se
com produtividade de sementes acima da média, as cultivares Bolinha, Ouro Negro,
Kaboom e Jalo Precoce. Durante este ano, a média brasileira de produtividade para o grão
de feijão de primeira safra ficou em 1.157 kg ha-1 (CONAB, 2016), assim apenas a
cultivar Aporé ficou abaixo deste valor. Não houve diferença significativa entre as
cultivares.
Em 2016, a produtividade de sementes variou entre 574 kg ha-1 e 2498 kg ha-1,
obtidos pelas cultivares Kaboom e Ouro Negro respectivamente. As cultivares Bolinha,
Ouro Negro, Constanza e Radiante obtiveram produtividade acima da média, ou seja,
1763 kg ha-1. A média brasileira de feijão terceira safra foi de 1.039 kg ha-1 (CONAB,
2016), assim apenas a cultivar Kaboom não ficou acima desta média e também diferiu
significativamente das demais com a menor produtividade.
Houve diferença significativa na produção entre os dois anos, a safra de inverno

69
ou de seca foi mais produtiva que a safra das águas. A menor produtividade em 2015 foi
acompanhada de menor número de vagens por planta e por menor massa de 1 semente.
Estes resultados parecem apontar para o efeito da elevada temperatura e precipitação
durante o ano de 2015.
A temperatura influencia no abortamento de flores, vagens e sementes tendo seu
efeito mais crítico durantes as fases de aparecimento dos botões florais até o início da
formação das vagens (DIDONET, SILVA, 2004). A temperatura média indicada para o
cultivo de feijão durante o ciclo deve variar entre 20 e 22 ºC, quando esta temperatura
média atinge valores acima de 24 ºC há efeito negativo no rendimento final da cultura
(MALUF et al., 2001). Em 2015, a temperatura máxima oscilou entre 35 ºC e 42 ºC, o
que pode ter causado danos nas estruturas florais levando ao abortamento de flores e de
vagens. Segundo Barbano (2003), em temperaturas acima de 30 ºC há esgotamento das
reservas de nutrientes acumuladas em caules, folíolos e pecíolos com prejuízo para o
desenvolvimento das raízes, da formação de folhas, botões florais, flores, sementes e
vagens. De acordo com Pereira et al. (2014), em temperaturas acima de 35 ºC
praticamente não há formação de vagens. O enchimento de sementes também é afetado
pois há redução da fotossíntese líquida com o aumento da respiração (MALUF et al.,
2001). A maior precipitação durante o período do experimento em 2015 pode ter
influenciado no menor desenvolvimento do feijoeiro que possui sensibilidade ao excesso
de água seja na forma de chuvas intensas ou por elevada precipitação (FERNANDES et
al., 2015).
O excesso de água durante o período de florescimento e de frutificação pode
levar a uma redução de até 68% da produção e quando ocorre ao final do ciclo pode
atrasar a colheita, levar a germinação no interior da vagem diminuindo a quantidade e
qualidade da semente (VIEIRA et al., 2006). As fases de início de florescimento e de
formação de vagens são as mais sensíveis ao excesso de umidade (FANCELLI,
DOURADO NETO, 2007). Além de afetarem a produtividade, elevadas temperaturas
associadas a elevada umidade aumentam o risco de incidência de doenças (VIEIRA et al.,
2006).
As cultivares Constanza, Kaboom, Radiante e Jalo Precoce possuem maior
tamanho e peso das sementes porém este fator não influenciou na produção final,
parecendo indicar que a diferença de peso pode ser compensada pela cultivar de menor
tamanho com uma maior atividade nos estágios finais da ontogenia propiciando produção
similar de sementes similar. Tal fato foi relatado por Perin et al. (2002), trabalhando com
as cultivares de feijão comum Kaboon, Manteigão e Carioca, as duas primeiras possuem
maior tamanho e peso e onde também não foi constatado efeito na produção final.

4.2.3 Qualidade fisiológica das sementes

O teor de água variou entre 9,61 e 12,39% nos dois anos (Tabela 8). Este
parâmetro afeta diversos aspectos da qualidade fisiológica da semente como a maturação,
período de armazenamento, massa das sementes, susceptibilidade a danos ocasionados
por calor, congelamento, pragas, além de dificultar o manejo e impactar a eficiência das
máquinas utilizadas no beneficiamento (CARVALHO, NAKAGAWA, 2000;
SARMENTO et al., 2015). Este teor de água pode variar em função da espécie, do manejo
de produção e do ambiente (VIEIRA et al., 2002).

70
Tabela 8. Teor de água e peso de mil sementes de 7 cultivares de feijão comum,
produzidos em Seropédica-RJ em 2015 e 2016.
Cultivares Teor de água (%) Peso de mil sementes (g)

2015 2016 2015 2016


Bolinha 10,26 10,10 221c 222 c
Aporé 12,39 9,83 346 b 336 b
Ouro Negro 9,61 9,77 215 b 267 b
Kaboom 10,19 10,96 251 b 363 b
Constanza 9,76 9,63 431 a 374 b
Radiante 10,74 10,27 251 b 249 b
Jalo Precoce 10,23 9,31 411 a 433 a
Médias seguidas pela mesma dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

De acordo com Bragantini (2005), o teor de água ideal para armazenamento e


comercialização de sementes de feijão encontra-se na faixa entre 11 a 13%, porém Toledo
e Marcos Filho (1977) afirmam que sementes com 12% de teor de água podem ser
armazenadas adequadamente por até um ano e entre 10 e 11% por um período maior em
virtude de um baixo processo respiratório (ZUCARELLI et al., 2015). Sementes com
baixo teor de água podem trincar ou quebrar durante a colheita ou beneficiamento
(WEBER, 2005).
Para o peso de mil sementes (Tabela 8), em 2015 as cultivares Jalo Precoce e
Constanza apresentaram as maiores massas de mil sementes e Bolinha o menor valor. Em
2016, Jalo Precoce apresentou a maior massa e Bolinha novamento o menor valor. O peso
de mil sementes pode ser utilizado entre outros fins para comparar lotes de diferentes
espécies (AMARO et al., 2015) com relação a qualidade e para determinar o rendimento
da lavoura (JAUER et al., 2002; CANGUSSÚ et al., 2013). É importante ressaltar que
Constanza, Kaboom, Radiante e Jalo Precoce possuem maior tamanho e alcançam valores
de massa, considera-se que o peso de mil sementes pode ser afetado por diferenças
genéticas bem como por fatores de produção e beneficiamento (CAZETTA et al., 1995).
Observa-se no entanto que no ano de 2015, apenas Constanza e Jalo Precoce apresentaram
valores mais elevados neste quesito, ao passo que as demais se igualaram às consideradas
de menor massa e que em 2016, apenas Jalo Precoce superou as demais.
A porcentagem de germinação sitou-se nos dois anos agrícolas acima de 80%
(Tabela 9), atendendo o padrão mínimo exigido de 70% para as sementes da categoria
básica e 80% para as demais classes para a cultura (BRASIL, 2013). A alta qualidade das
sementes relacionada a este teste pode estar associada a características genéticas das
cultivares e às condições climáticas favoráveis (SILVA et al., 2014). Este teste foi capaz
de separar apenas em dois níveis de vigor, colocando nos dois anos, a cultivar Constanza
como menos vigoroza e as demais não diferiam entre si.

71
Tabela 9. Percentual de germinação, emergência a campo e condutividade elétrica de 7
cultivares de feijão comum, produzidos em Seropédica-RJ.
Percentual de germinação Emergência a campo Condutividade elétrica
Cultivares
(%) (%) (µS cm-1 g-1)
2015 2016 2015 2016 2015 2016
Bolinha 90 a 100 a 86 a 88 a 52 b 31 c
Aporé 95 a 98 a 89 a 90 a 25c 21 c
Ouro Negro 100 a 100 a 92 a 87 a 57 b 33 c
Kaboom 95 a 100 a 89 a 90 a 45 b 52 b
Constanza 85 ab 83 ab 90 a 78 b 76 a 45 b
Radiante 98 a 100 a 90 a 88 a 80 a 66 a
Jalo Precoce 100 a 98 a 88 a 94 a 70 a 57 b
Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

A emergência em campo (Tabela 9), em 2015 não foi capaz de diferenciar as


cultivares, e em 2016 conseguiu separar entre dois níveis de vigor, apenas Constanza
divergiu das demais apresentando menor porcentagem de germinação a campo. Além do
genótipo (VIEIRA, 1994), as condições ambientais ocorridas durante as fases de
maturação e colheita podem influenciar no resultado deste teste (DUTRA et al., 2007).
O teste de condutividade elétrica (Tabela 9) avalia a qualidade das sementes
através da mensuração da quantidade de lixiviados liberados para a solução de embebição,
estando diretamente relacionado á integridade da membrana celular (VIEIRA, 1994). Os
menores valores correspondem a uma menor liberação de exsudatos, identificando um
maior vigor do lote ou da semente (maior qualidade fisiológica), revelando menor
intensidade de desorganização das membranas celulares (SANTOS et al., 2005). Danos
mecânicos ou causados por insetos, tamanho da sementes, genótipo, teor de água e o
tratamento da semente afetam o teste (FARINELLI et al., 2006; VIEIRA et al., 1996).
Em ambos os anos agrícolas houve diferenças entre as cultivares fazendo com que
o teste conseguisse separar entre 3 níveis de vigor: em 2015 Constanza, Radiante e Jalo
Precoce apresentaram maiores liberação de exsudatos variando entre 70 a 80 µS cm-1 g-1
e Aporé o menor valor (25 µS cm-1 g-1) e em 2016, Bolinha, Aporé e Ouro Negro
apresentaram os menores valores e Radiante com 66 µS cm-1 g-1, o maior valor. Resposta
semelhante foi descrita por Vieira et al. (2002) avaliando o teor de água inicial e
condutividade elétrica em 3 cultivares de soja, Oliveira et al. (2002), avaliando a
qualidade tecnológica de grãos de 5 cultivares de diferentes grupos de feijão comum
colhidos na safra das águas, Farinelli et al. (2008), testando o efeito da adubação foliar
com cálcio e boro em 2 cultivares de feijão na qualidade fisiológica de 2 cultivares de
feijão comum. Tais resultados divergem do apresentado por Kikuti et al. (2006),
trabalhando com efeito da adubação em 25 cultivares de feijão comum e por Mambrin et
al. (2015) selecionando linhagens de feijão comum baseado no padrão e na qualidade de
sementes de 16 cultivares, onde não foi relatado o efeito do genótipo neste teste. As
diferenças entre as cultivares podem ser atribuídas a características herdáveis como
espessura e/ou teor de lignina do tegumento da semente (VIEIRA et al., 1996; VIEIRA
et al., 2002; ALVAREZ et al., 1997).
A diferença de tamanho da semente entre as cultivares parece ter exercido
influência neste teste, as cultivares de maior tamanho apresentaram os maiores valores de
liberação de exsudatos, em 2015 apenas Kaboom não apresentou maior valor de
exsudatos e em 2016 embora Radiante tenha diferido de Constanza, Kaboom e Jalo
Precoce liberando mais exsudatos que as demais citadas, elas apresentaram maiores
índices de liberação de exsudatos que as cultivares com sementes de menor tamanho. Este
resultado pode ser atribuído a uma maior velocidade de liberação de lixiviados do interior
72
da semente para o meio líquido em sementes maiores (CANGUSSÚ et al., 2013). Tal
resultado diverge do apresentado por Jauer et al. (2002), onde não foi descrito a influência
do tamanho da semente de 4 cultivares de feijão comum no teste de condutividade elétrica
e por Pádua et al. (2010) avaliando os efeitos do tamanho da semente na qualidade
fisiológia de 3 cultivares de soja.

4.4 CONCLUSÕES

A época de plantio influenciou na produção de grãos das cultivares de feijoeiro,


com o cultivo no ano de 2016 alcançando a produtividade de 1763 kg ha-1 e o de 2015,
1361 kg ha-1.
As sementes atenderam os padrões mínimos de germinação para produção e
comercialização de sementes, apresentando percentual de germinação acima de 80 %
(entre 83 e 100%).
As sementes de maior tamanho apresentaram valores de condutividade elétrica
mais elevados.

73
5 CAPÍTULO III

EFEITO DE DOSES DE CAMA DE AVIÁRIO NA PRODUÇÃO DE


SEMENTES DE FEIJÃO COMUM EM AVELAR - RJ

74
RESUMO

A cama de aviário pode ser utilizada como um adubo de baixo custo e de grande potencial
para elevar a fertilidade do solo para a produção orgânica. O presente trabalho possui
como objetivo a avaliação do efeito de doses de cama de aviário na produção de sementes
de feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris). Conduziram-se dois experimentos entre
novembro de 2017 e fevereiro de 2018 e abril e julho de 2018, na estação experimental
da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-RJ), em
Avelar, Paty do Alferes - RJ, para a avaliação de doses de cama de aviário para a produção
de sementes de feijoeiro comum. Foi empregado delineamento em blocos ao acaso em
parcelas subdivididas com quatro repetições, combinando duas cultivares (Radiante e
Ouro Negro) nas parcelas com quatro doses de cama de aviário (0, 2, 4 e 8 ton ha-1) nas
subparcelas. Plantas foram amostradas na fase de floração e maturação para avaliação de
nodulação, produção de grãos e a qualidade fisiológica das sementes. Houve aumento de
produtividade até uma dose ótima, com queda na produção depois desta. A dose ótima
foi de 2 ton ha-1 para Ouro Negro e de 4 ton ha-1 para Radiante, nos dois anos Na safra de
2017, Ouro Negro apresentou produtividade variando entre 595 kg ha-1 e 1147 kg ha-1 e
em 2018, entre 1793 kg ha-1 e 2218 kg ha-1. A cultivar Radiante apresentou em 2017,
produtividade entre 667 e 1172 kg ha-1 e em 2018, entre 1398 e 1624 kg ha-1. A qualidade
fisiológica das sementes foi avaliada pelos testes de germinação, condutividade elétrica,
emergência de plântulas no campo e massa de matéria seca de plântulas. A porcentagem
de germinação das sementes situou-se entre 92 e 99%, atendendo o padrão mínimo
exigido pela legislação, não havendo influência da dose de cama de aviário.

Palavras-chave: Phaseolus vulgaris, adubação; nitrogênio; sementes.

75
5.1 INTRODUÇÃO

O feijão-comum (Phaseolus vulgaris L.) é um importante componente básico da


dieta da população brasileira, sendo a principal fonte de proteína principalmente para a
população de baixa renda e um dos principais itens de programas de combate a fome
(ANDRADE et al., 2016; SANTANA et al., 2015). O feijoeiro é considerado juntamente
ao arroz, milho, soja e o trigo como uma das cinco maiores culturas do país, estando
presente de norte ao sul nas mais diversas condições edafoclimáticas e épocas de plantio
(SINGH et al., 1991; CARBONELL et al., 2003).
A semente é considerada como insumo principal para a produção de alimentos,
mas apresenta elevado custo, sendo comum o uso de grãos salvos e da troca de sementes
entre os agricultores (LONDRES, ALMEIDA, 2009; SANTILLI, 2010 CASTRO,
WANDER, 2014).
Para melhorar o nível tecnológico da produção é necessário o uso de sementes de
boa qualidade, só que assim como a produção do grão, a cultura é realizada com baixo
uso de insumos e em solos de baixa fertilidade, principalmente em nitrogênio, nutriente
de grande demanda para a cultura (PELEGRIN et al., 2000; RUFINI et al., 2011;
TAGLIAFERRE et al., 2013).
Estima-se que 40% da área cultivada com feijão na América Latina apresente
deficiência em N (BRITO et al., 2009; TOLEDO et al., 2009; CARVALHO et al., 2014),
mas os adubos nitrogenados possuem elevado custo monetário para o produtor e
ecológico para o meio ambiente. Cerca de 50% do total do N aplicado é perdido por
lixiviação, erosão, nitrificação e volatilização podendo provocar contaminação do solo e
dos corpos hídricos. Assim é necessário o emprego de alternativas de baixo custo para a
adubação.
A cama de aviário, definida por Avila et al. (1992) como todo o material
distribuído em um galpão ou estábulo para servir de leito aos animais, é considerada um
resíduo na produção avícola. O Brasil produziu no ano de 2017, 13,1 milhões de toneladas
de carne de frango, sendo o maior exportador desta carne (EMBRAPA, 2018; ABPA,
2018). São produzidos cerca de 2,19 kg de cama de aviário por frango em 42 dias
(SANTOS, LUCAS JR., 2003; FUKAYAMA, 2008). Em 2015, só em São Paulo
foram produzidas 402.291 ton de cama de aviário. A cama de aviário apresenta potencial
elevado de contaminação ambiental, mas pode ser utilizada como fertilizante de baixo
custo, eficiente e seguro para a produção de sementes de feijão (OVIEDO-RONDÓN,
2008; DIDONET et al., 2009; PETRY, 2010; CARVALHO et al., 2011)
A cama de aviário possui teores de NPK superiores ao presente ao adubo mineral,
podendo suprir parcial ou totalmente a adubação química (MUELER et al., 2013;
METZNER et al., 2015). Em taro (Colocasia esculenta) em sistema orgânico de produção
sob 4 doses de cama de aviário, foi observado aumento na produtividade com o valor
máximo sendo associada a dose de 130 kg ha-1 de N (OLIVEIRA et al., 2008); em milho
proporcionou maior produtividade do que a alcançada com adubação mineral (SILVA et
al., 2011); em soja aumentou a altura da planta, massa de 100 grãos e o número de vagens
além de elevar os teores de K e S do solo (CARVALHO et al., 2011).
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da aplicação de doses de
cama de aviário na produção de sementes de duas cultivares de feijão comum em duas
safras.
76
5.2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram conduzidos dois experimentos de campo, entre os meses de novembro de


2017 e fevereiro de 2018 e abril e julho de 2018, na estação experimental da Empresa de
Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-RJ), em Avelar – Paty do
Alferes (RJ), situado nas coordenadas 22º21` S, 43º25` W, e 575 m de altitude. O clima
da região é classificado de acordo com o sistema Koppen como tropical úmido de altitude,
com precipitação média anual de 1222 mm, concentrada nos meses de dezembro a março,
temperatura média mínima de 16 ºC e máxima de 29 ºC. Os dados meteorológicos de
precipitação e temperatura média aferidos durante o desenvolvimento do trabalho
encontram- se representados na figura 22.

Figura 22. Médias mensais de precipitação e temperatura máxima e mínima durante os


meses de novembro de 2017 a fevereiro de 2018 e abril a julho de 2018. Fonte: INMET,
2018.

A cama de aviário decomposta foi adquirida em granja de frango de corte com uso
de cinco lotes por cama, sendo composta por maravalha. A compostagem foi realizada
elaborando uma pilha de cerca de 1 m de altura de cama de aviário, irrigada e revolvida,
com duração aproximada de 100 dias. Durante a compostagem, retirou-se três amostras
da cama de aviáriocama de aviário, uma na montagem da pilha, uma aos 50 dias e a última
por ocasião de sua utilização. Foram retiradas amostras na parte superior, mediana e no
fundo da pilha nas extremidades e no meio do material, compondo uma amostra
composta. As análises da composição química da cama de aviáriocama de aviário foram
efetuadas no laboratório de Análises de Solo e Plantas da Embrapa Agrobiologia. Após
digestão nitro-perclórica, foram determinados os teores de Ca total e o Mg total por
absorção atômica, o K total por fotometria de chama, o P total por colorimetria. O N total
foi determinado após digestão sulfúrica pelo método Kjedahl (Tabela 10).

77
Tabela 10. Teores de Ca, K, Mg, N e P da cama de aviário utilizada na adubação dos
experimentos.
Identificação da amostra Ca K Mg N P
-1 -1 -1 -1 -1
(g kg ) (g kg ) (g kg ) (g kg ) (g kg )
2017 (0 dias) 58,0 10,4 5,0 27,7 36,3
2017 (45 dias) 55,8 33,4 5,1 27,0 18,4
2017 (90 dias) 40,5 13,6 6,4 26,4 20,6
2018 (0 dias) 44,8 32,8 8,7 27,4 25,0
2018 (45 dias) 45,4 28,0 7,9 26,5 23,7
2018 (90 dias) 41,3 24,9 8,0 28,3 23,3

O solo da área experimental foi classificado como Argissolo. A área estava


cultivada anteriormente com milho. Foi realizada análise química do solo, na
profundidade de 0-20 cm, no Laboratório de Análises da PESAGRO-RIO, cujos
resultados são apresentados na Tabela 11.

Tabela 11. Resultados da análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da estação


experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro
(Pesagro-RJ), em Avelar – Paty do Alferes (RJ).
Ano Textura pH Al Ca Mg SB T V M P K
expedita

------ cmolc dm-3 ------ % mg dm-3


2017 Média 4,3 0,1 1,3 0,5 2,0 5,6 28 4,0 0,7 42
2018 Média 4,8 0,1 1,0 0,5 1,7 3,7 45 5,0 6,0 42

De acordo com a análise do solo, foi realizada calagem com aplicação de 1000 kg
-1
ha na forma de minercal PRNT 90, 30 dias antes do plantio nos dois anos, e adubação
com 90 kg ha-1 de P2O5 como termofostato e 40 kg ha-1 de K2O como sulfato de potássio
uma semana antes do plantio, conforme recomendação de Freire et al. (2013), em solo
preparado de forma convencional com uso de aração e gradagem,
Utilizou-se o delineamento experimental de blocos ao acaso em parcelas
subdivididas com quatro repetições, nas parcelas duas cultivares (Ouro Negro e Radiante)
e nas subparcelas quatro doses de cama de aviário (0, 2, 4 e 8 ton ha-1, aplicada duas
semanas antes do plantio).
As subparcelas tinham 5 linhas de 4,0 m de comprimento, espaçadas 0,5 m e
distante da próxima parcela 1,0 m de distância, espaçadas 3,0 m entre as cultivares, tendo
como área útil as 3 fileiras centrais destinando-se 0,5 m das extremidades e duas fileiras
para bordadura.
A cultivar Ouro Negro pertence ao grupo comercial preto, porte semi-prostrado a
78
prostrado, massa de 100 grãos de 25 – 27 g, ciclo de 80 a 100 dias, e a cultivar Radiante
pertence ao grupo comercial manteigão, porte ereto, massa de 100 grãos 42,4 – 43,5 g,
ciclo de 77 a 80 dias.
As sementes foram inoculadas com Rhizobium tropici (estirpes BR322, BR520,
BR534, presentes no inoculante comercial obtido na Embrapa Agrobiologia). O
inoculante em meio turfoso foi acrescido com uma solução açucarada em recipiente
plástico com tampa, sendo as sementes de cada linha da parcela inoculadas depositadas e
agitadas até completo recobrimento, e secas a sombra. A semeadura foi realizada
manualmente, utilizando a densidade de 10 sementes por metro linear de sulco.
No primeiro ano foram necessárias três capinas manuais, no segundo ano duas
capinas, e a irrigação foi realizada por aspersão de acordo com a necessidade da cultura.
Na fase de floração e pré-colheita não foram observadas plantas destoantes do
padrão descrito para cada cultivar nas parcelas.
Foi observado no ano de 2017, a presença de mofo branco (Sclerotinia sclerotium)
e mosaico dourado do feijoeiro (BGMV) e no ano de 2018, crestamento bacteriano do
feijoeiro (Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli, mancha reticular (Phaeoisariopsis
griseola) e mosaico comum do feijoeiro (BCMV), de acordo com figura 25. Seguiu-se o
requerido pela IN 45/2013 (MAPA), para as parcelas afetadas por crestamento bacteriano
foi realizada o roguing e com relação aquelas afetadas por mofo-branco. além do roguing
tiveram suas sementes descartadas após cálculo de produtividade.
Foram realizadas coletas de plantas na fase de floração, início da formação de
vagens, nas datas apresentadas na tabela 12.

Tabela 12. Datas de florescimento, aparecimento de vagens e colheita dos grãos, em dias
após a semeadura (DAS), das cultivares avaliadas nos experimentos 2017 e 2018,
ocorrido em Avelar – Paty do Alferes/RJ.
Cultivar Floração Aparecimento de vagem Colheita dos grãos

2017 2018 2017 2018 2017 2018


Ouro Negro 38 42 50 58 85 96
Radiante 33 38 48 55 79 85

Na fase da floração, coletou-se 3 plantas inteiras da 4ª linha de plantio com o


auxílio de uma pá reta. As plantas foram separadas em raiz e parte aérea com corte rente
a base do caule. As raízes foram lavadas sobre uma peneira, e após secagem em papel
absorvente os nódulos presentes nas raízes foram destacados e contados.
O material vegetal (nódulos, parte aérea e raiz) foi seco em estufa de circulação
forçada de ar a 70 ºC por 72 h e pesado. A parte aérea foi moída para determinação do N
total pelo método do semimicro Kjeldahl (MALAVOLTA et al., 1989), no Laboratório
de Análises de Solo e Plantas da Embrapa Agrobiologia. O conteúdo de N na parte aérea
foi obtido através da multiplicação do teor de N total pela massa de matéria seca da parte
aérea.
Na maturação fisiológica de cada cultivar, foram coletadas as plantas da área útil
dentro de 1 m2 das linhas centrais de cada parcela, demarcado com um quadrado de ferro.
Após o arranquio, as plantas foram colocadas dentro de sacos de pano e transportadas
para um galpão coberto, onde foram dispostas em tabuleiros com o intuito de
79
completarem sua secagem. Após secagem, as plantas colhidas na área de 1 m2 foram
contadas, as vagens foram separadas e contadas e trilhadas com bateção manual. As
sementes foram pesadas e retirou-se uma amostra de 100 grãos, que após pesada foi seca
em estufa a 70 ºC e novamente pesadas. Com base nesses dados, foram estimados os
componentes de produção número de vagens por planta, número de sementes por vagem
e massa de 1 semente. As plantas presentes nos 3 metros lineares também foram coletadas
e trilhadas com bateção manual e a produção mensurada e somada a produção obtida em
1m² para compor a produção de grãos da parcela.
Após a colheita, foi retirada uma amostra de 1,0 kg de sementes de cada cultivar
e levadas ao laboratório para a realização de testes de umidade e germinação de acordo
com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
O teor de água foi determinado pelo método padrão da estufa a 105 ºC por 24
horas com duas repetições para cada parcela, com os resultados expressos em
porcentagem (base úmida). A massa de mil sementes foi determinada utilizando-se oito
repetições de 100 sementes, pesadas em balança de precisão (0,001 g).
O teste de germinação foi realizado com o uso de sementes previamente
desinfestadas com hipoclorito de sódio a 1% por 1 min depois lavadas em água destilada
abundante, em quatro repetições de 50 sementes cada. As sementes foram semeadas em
papel germitest, umedecido com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do
papel seco. Os rolos foram acondicionados em sacos plásticos transparentes para
manutenção da umidade e mantidos em germinador (tipo B.O.D.) à temperatura de 25 ºC
em presença de luz. As avaliações foram realizadas aos 5 e 9 dias com a contagem de
plântulas normais e os resultados foram expressos em % de plântulas normais. O teste de
emergência em campo foi realizado através da contagem das plantas emergidas em três
linhas de cada parcela aos 21 dias plantio.
O teste de condutividade elétrica foi realizado utilizando-se quatro amostras de 25
sementes que foram pesadas e colocadas para embebição em recipiente plástico contendo
75 mL de água destilada e mantidas em estufa durante 24 h em 25 °C. Após esse período,
as amostras foram agitadas para homogeneização dos exsudatos liberados na água e
realizou-se a leitura da condutividade elétrica na solução de embebição, utilizando-se
condutivímetro e os resultados foram expressos em µS cm-1 g-1 (Vieira, 1994).
Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o teste F, ao nível
de significância de 5%. Quando alcançada a significância estatística, as médias foram
submetidas à análise de regressão. As médias dos dados relacionados a qualidade
fisiológica de sementes foram comparadas pelo teste de Duncan a 5 %.

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.3.1. Biomassa, nodulação e produção

A matéria seca de parte aérea (Figura 23), foi maior em 2018 para ambas as
cultivares. Em 2017, a cultivar Ouro Negro apresentou aumento de massa de matéria seca
com o aumento da dose de cama e em 2018, ela apresentou queda após a dose de 4 ton
ha-1. Radiante apresentou em 2017 queda com aumento da dose e em 2018 esta queda não
ocorreu.
80
Massa de parte aérea (g/planta) 20 Massa de parte aérea (g planta-1)
10
y= -0,1395x2 + 1,2853x + 4,9914
y = -0,0134x2 + 0,4442x + 10,558
R² = 0,856
16 R² = 0,6698
8

6 12
y= 0,0056x2 + 0,1859x + 6,3775
R² = 0,8066 y = -0,169x2 + 1,2913x + 9,1532
4 8 R² = 0,9994

2 Ouro Negro 4 Ouro Negro


Radiante
Radiante
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Dose de cama (ton/ha) Dose de cama (ton ha-1)

Figura 23. Matéria seca de plantas de feijoeiro comum das cultivares Ouro Negro e
Radiante, na fase de floração, em função das doses de cama de aviário nos anos de 2017
(A) e 2018 (B).

A matéria seca está associada a produtividade e a absorção e acúmulo de nutrientes


(FANCELLI, DOURADO NETO, 2007). A massa de matéria seca de parte aérea é
característica de cada cultivar mas pode ser influenciada pelo manejo da cultura como
adubação, controle de pragas e doenças e controle de plantas espontâneas (FAGERIA et
al., 2015).
Farinelli et al. (2006), trabalhando com doses de adubação nitrogenada em
feijoeiro entre 0 e 160 kg ha-1 de N, perceberam maior matéria seca associada a maiores
doses de N e maior produtividade. Trabalhando com fontes de adubo verde em feijão,
Lemos et al. (2014) observaram maior massa de matéria seca associado ao aumento da
presença de N. Estes resultados têm demonstrado a importância do N para a matéria seca
por sua influência no incremente da área foliar, clorofila e na fotossíntese líquida
(FAGERIA et al., 2008).
Em 2017 a cultivar Ouro Negro apresentou aumento da massa de nódulos com
aumento da dose de cama até a dose 4 ton ha-1 (Figura 24), Radiante apresentou maior
massa no tratamento testemunha e na dose 4 ton ha-1. Em 2018, houve queda na massa de
nódulos com o aumento da dose para as cultivares Ouro Negro e Radiante. Os resultados
em 2018 parecem indicar um efeito inibitório da cama de aviário na nodulação, pois a
adição de N pode afetar a simbiose na infecção, desenvolvimento de nódulos, FBN e
bacterióides (FAGERIA et al., 2015).

81
400 Massa de nódulos (mg planta-1) 250 Massa de nódulos (mg planta-1)
350 y = -3,8139x2 + 33,715x + 200,34 y = -0,75x2 - 6,575x + 193,2
R² = 0,8211 200 R² = 0,9058
300

250 150
200
y = -1,7074x2 + 8,1648x + 218,34 100
150 y = 1,3622x2 - 18,462x + 169,45
R² = 0,3879
Ouro Negro R² = 0,6611
100 Ouro Negro
50
Radiante Radiante
50

0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Dose de cama (ton ha-1) A Dose de cama (ton ha-1) B
A
Figura 23. Massa de nódulos de plantas de feijoeiro comum das cultivares Ouro Negro e
Radiante, na fase de floração, em função de doses de cama de aviário, nos anos de 2017 (A)
e 2018 (B).

O acúmulo de N na parte aérea apresentou comportamento quadrático. Em 2017


para a cultivar Ouro Negro acompanhou o aumento das doses de cama de aviário e para
Radiante apresentou queda. Em 2018, Ouro Negro apresentou máximo valor na dose de
4 ton ha-1 com posterior queda e Radiante, apresentou maior valor na menor dose (Figura
25).

350 Acúmulo de N na parte aérea (mg 600 Acúmulo de N na parte aérea (mg planta-1)
planta-1)
y = 0,8267x2 + 4,6716x + 185,91 y = -2,3281x2 + 22,044x + 338,68
300 500 R² = 0,0762
R² = 0,9751
250
400
200
y = -4,5852x2 + 41,745x + 151,87 300
150 R² = 0,8841 y = -6,0227x2 + 48,37x + 278,37
R² = 0,9979
200
100
Ouro Negro Ouro Negro
50 100 Radiante
Radiante

0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Dose de cama (ton ha-1) Dose de cama (ton ha-1)

Figura 245. Acúmulo de nitrogênio na parte área de plantas de feijoeiro comum das
cultivares Ouro Negro e Radiante, na fase de floração, em função de doses de cama de
aviário, nos anos de 2017 (A) e 2018 (B).

82
O acúmulo de N na parte aérea do feijoeiro está associado ao aumento da massa
de matéria seca da parte aérea (FAGERIA et al., 2015). Ferreira et al. (2009) e
apresentaram resultados correlacionando o acúmulo de N com a e a matéria seca e a massa
de nódulos
Nas duas safras (Figura 26 A, B), a cultivar Ouro Negro apresentou maiores
valores de produtividade de grãos associada a aplicação da dose de 2 ton ha-1 e menor
desempenho na maior dose (8 ton ha-1). A cultivar Radiante apresentou maior
produtividade associada a dose de 4 ton ha-1, mas variou a dose de menor desempenho.

1500 Produção de sementes (kg ha-1) 3000 Produção de sementes (kg ha-1)
y = -25,055x2 + 178,8x + 842,31 y = -16,25x2 + 92,65x + 2090,4
R² = 0,9951 2500 R² = 0,9991
1200

2000
900
1500
600 y = -7,7869x2 + 89,274x + 1404,8
y = -3,0824x2 - 30,285x + 1007,8 1000 R² = 0,9849
R² = 0,5894
300 Ouro
Ouro Negro 500 Negro
Radiante Radiante
0 0
0 2 4 6 8 0 2 4 6 8
Dose de cama (ton ha-1) A Dose de cama (ton ha-1) B

Figura 26. Produção de sementes das cultivares de feijoeiro Ouro Negro e Radiante, em
função de doses de cama de aviário em 2017 (A) e 2018 (B).

Na safra de 2017, Ouro Negro (Tabela 13), apresentou produtividade variando


entre 595 kg ha-1 e 1147 kg ha-1. Em 2018, variou entre 1793 kg ha-1 e 2218 kg ha-1. A
cultivar Radiante apresentou em 2017, produtividade entre 667 (dose de 8 ton ha-1) e 1172
kg ha-1 e em 2018, variou entre 1398 (testemunha) e 1624 kg ha-1.

Tabela 13. Produção de sementes das cultivares Ouro Negro e Radiante nos anos de 2017
e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário.
Doses de cama (ton ha-1) Produção de sementes (kg ha-1)
Ouro Negro Radiante
2017 2018 2017 2018
0 928 2088 850 1398
2 1147 2218 1079 1570
4 678 2195 1173 1624
8 595 1793 667 1623

83
Em experimento realizado com a cultura do pimentão, nas doses de cama de
aviário 0, 5, 10, 15 e 20 ton ha-1, Foresti et al. (2016) observaram crescimento da produção
até a dose de 15 e declínio sob a maior dose. Trabalhando com soja nas doses entre 0 e
20 ton ha-1, Felini e Bono (2011) relataram que o milho obteve resposta até a aplicação
de 8 ton ha-1. Em feijão foram descritas doses de resposta até a aplicação de 30 ton ha-1
(MOREIRA et al., 2014) e 4,5 ton ha-1 (VOGT et al., 2013); NAKAO et al. (2014) não
observaram ganhos de produtividade com a aplicação de doses até 6 ton ha-1.
Um dos motivos para a variação da dose de maior resposta está na variação da
quantidade de N presente na cama, que pode variar em função do material utilizado, da
idade de abate, alimentação e quantidade de aves utilizada sobre a cama (MOREIRA et
al., 2014).
A produtividade média nacional de grão do feijão alcançada na safra 2017/2018
foi de 981 kg ha-1, observa-se que ambas as cultivares apresentaram valores inferiores de
produtividade na safra 2017, Ouro Negro sob a dose 4 e 8 ton ha-1 e Radiante apenas na
dose de 8 ton ha-1.
Esta baixa produtividade pode ter relação com as altas temperaturas e pela intensa
precipitação ocorrida durante o período de produção de feijão. Temperatura e intensidade
de chuvas estão entre os fatores climáticos que mais influenciam a produção do feijoeiro
(DIDONET, SILVA, 2004). Considera-se que temperaturas acima de 24 ºC (MALUF et
al., 2001) ou 28 ºC (DIDONET, SILVA, 2004), durante o período de florescimento e de
formação de vagens tenha efeito negativo na produção podendo levar ao abortamento de
flores e vagens. Excesso de água no solo diminui o oxigênio disponível no solo
prejudicando o desenvolvimento e o estabelecimento do sistema radicular. Temperatura
e precipitação também podem influenciar no ciclo da planta, em 2017 houve redução do
ciclo da planta (Tabela 12), esta redução leva a diminuição do rendimento. Em cultivares
de hábito indeterminado (como Ouro Negro), cada dia perdido do ciclo pode reduzir o
rendimento em até 280 kg ha-1 (DIDONET, SILVA, 2004).
A diferença de produção durante as duas safras indica uma variabilidade do
sistema orgânico de produção em função das condições ambientais (FERNANDES et al.,
2015). Já o bom índice de produção da cultura com uso de adubação orgânica estaria
associada tanto a lenta liberação de nutrientes quanto a melhoria das propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo (MARTINS, 2015).

5.3.2 Qualidade fisiológica das sementes

Para a cultivar Ouro Negro, o teor de água variou entre 11,40% e 12,70% em 2017
e 12 e 13% em 2018, já a cultivar Radiante, em 2017 variou entre 10, 30 e 12,80 e em
2018, ficou entre 11,30 e 12,7% (Tabela 14).

84
Tabela 14. Teor de água, obtidos. Peso de mil sementes das cultivares Ouro Negro e
Radiante nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de
aviário.
Doses de Teor de água
cama (%)

(ton ha -1) Ouro Negro Radiante


2017 2018 2017 2018
0 12,20 12,00 12,10 11,30
2 12,10 13,00 12,30 12,60
4 11,40 12,60 10,30 12,70
8 12,70 13,00 12,80 12,23
Médias seguidas pela mesma letra dentro de cada coluna não diferem pelo teste Duncan
a 5%.

O teor de água nas sementes além de interferir no manejo e na eficiência do uso


de máquinas durante o beneficiamento pode impactar alguns aspectos da qualidade
fisiológica da semente como: a maturação, período de armazenamento, massa das
sementes, susceptibilidade a danos ocasionados por temperatura e pragas (CARVALHO,
NAKAGAWA, 2000; SARMENTO et al., 2015).
De acordo com Vieira et al. (2015), este teor de água varia em função da espécie,
do manejo de produção e do ambiente, para feijão comum a faixa ideal para
armazenamento e comercialização de sementes encontra-se entre 11 a 13%
(BRAGANTINI, 2005). O armazenamento acima desta faixa resultará em danos
relacionados a mudanças no metabolismo celular (SANTOS et al., 2005) e abaixo destes
valores poderá haver trincas nas sementes, bem como prejudicará a colheita e o
beneficiamento (WEBER, 2005).
Toledo e Marcos Filho (1977) afirmam que com teores em 12% o armazenamento
poderia ser realizado por no máximo 1 ano, e Zucarelli et al. (2005) recomendam valores
entre 10 e 11% para um período maior em função da baixa taxa respiratória nestas
condições.
Para o peso de mil sementes (Tabela 15), em 2017 a cultivar Ouro Negro,
apresentou o maior peso na dose 4 e o menor na dose 8, e Radiante também apresentou o
maior peso na dose 4 e o menor no tratamento testemunha. Em 2018, Ouro Negro não
apresentou diferenças entre as doses, já Radiante apresentou maior peso nas doses 2 e 3
e menor nas demais.

85
Tabela 15. Peso de mil sementes das cultivares Ouro Negro e Radiante nos anos de 2017
e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário.
Doses de Peso de mil sementes
cama (g)

(ton ha -1) Ouro Negro Radiante


2017 2018 2017 2018
0 238 ab 280 a 314 c 342 b
2 234 ab 249 a 337 b 390 a
4 246 a 240 a 433 a 385 a
8 238 b 248 a 349 b 324 b
Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

Considera-se que o peso de mil sementes seja pouco influenciado pelo ambiente
e que o fator genético tenha maior influência (RAMALHO, SANTOS, 1982;
ZIMMERMANN, 2011). Cazetta el al. (1995) acrescentam entre os fatores que
influenciam neste quesito, fatores de produção e de beneficiamento. O peso de mil
sementes pode ser utilizado para separar lotes, em 2017, os lotes mais vigorosos de Ouro
Negro foi o 4 e não foi possivel separar em lotes no ano seguinte, já Radiante conseguiu
separar entre 4 lotes em 2017, com o lote mais vigoroso sendo o proveniente da dose 4 e
o menos vigoroso no tratamento testemunha, no segundo ano os lotes 2 e 4 se equipararam
como os mais vigorosos.
Em 2017 não foi constatado para ambas as cultivares efeito da dose de cama de
aviário no percentual de germinação (Tabela 16). Em 2018, apenas no tratamento
testemunha foi verificado menor germinação para a cultivar Ouro Negro e as demais não
diferiram entre si nas duas cultivares.

Tabela 16. Percentual de germinação das sementes das cultivares Ouro Negro e Radiante
nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário.
Doses de Percentual de germinação
cama (%)

(ton ha -1) Ouro Negro Radiante


2017 2018 2017 2018
0 94 91 96 95
2 99 96 94 93
4 98 97 95 94
8 93 98 95 96
Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

A porcentagem de germinação situando-se entre 92 e 99%, atendeu o padrão


mínimo exigido de 70% para as sementes da categoria básica e 80% para as demais
classes para a cultura (BRASIL, 2013). A alta qualidade das sementes relacionada a este
teste pode estar associada a características genéticas das cultivares e às condições
climáticas favoráveis (SILVA et al., 2014). É importante lembrar que o teste de
germinação não reflete as condições reais da semente por ser conduzido em laboratório
utilizando as condições ideais para cada semente (VIEIRA et al., 1996; KIKUTI et al.,
86
2006).
O teste de emergência em campo (Tabela 17), não foi capaz de diferenciar os
tratamentos em níveis de vigor nos dois anos. Além do genótipo (VIEIRA et al., 1996),
as condições ambientais ocorridas durante as fases de maturação e colheita podem
influenciar no resultado deste teste (DUTRA et al., 2007).

Tabela 17. Percentual de emergência a campo das sementes das cultivares Ouro Negro e
Radiante nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de
aviário.

Doses de Emergência a campo


cama (%)

(ton ha -1) Ouro Negro Radiante


2017 2018 2017 2018
0 90 85 85 90
2 85 92 90 87
4 86 85 89 93
8 87 90 90 90
Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

Foi constatado efeito da dose de cama de aviário na condutividade elétrica nos


dois anos agrícolas em ambas as cultivares (Tabela 18). No ano de 2017, a cultivar Ouro
Negro a dose 2 de cama de aviário proporcionou menor lixiviação, porém em 2018 a dose
4 e o tratamento testemunha alcançaram menores valores. Para a cultivar Radiante, o teste
conseguiu dividir em 3 níveis os tratamentos, a testemunha apresentou menor lixiviação,
seguido pelo tratamento na dose 4 e 8 em 2017 e 2018.

Tabela 18. Condutividade elétrica das sementes, das cultivares Ouro Negro e Radiante
nos anos de 2017 e 2018, usando como fonte de nitrogênio 4 doses de cama de aviário.
Doses de Condutividade elétrica
cama (µS cm-1 g-1)

(ton ha -1) Ouro Negro Radiante


2017 2018 2017 2018
0 30,1 a 24,5 ab 54,1 b 46,7 c
2 29,3 ab 35,6 a 66,1 a 62,0 a
4 32,7 a 29,0 ab 58,2 b 49,6 b
8 34,6 a 31,3 a 59,1 b 52,5 b
Médias seguidas pela mesma letra dentro da coluna não diferem pelo teste Duncan a 5%.

O teste de condutividade elétrica avalia a qualidade das sementes através da


mensuração da quantidade de lixiviados liberados para a solução de embebição,
relacionando-se á integridade da membrana celular (VIEIRA, 1994). Os menores valores
correspondem a uma menor liberação de exsudatos, identificando um maior vigor do lote
ou da semente (maior qualidade fisiológica), revelando menor intensidade de
desorganização das membranas celulares (SANTOS et al., 2005). Alguns fatores são
capazes de influenciar nos resultados deste teste como o tamanho, cor e idade das
87
sementes bem como o genótipo/cultivar (VIEIRA et al., 1996).

5. CONCLUSÕES
A cultivar Ouro Negro apresentou maior produlção de grãos na dose de 2 ton ha-1
de cama de aviário nos dois anos de cultivo, e a cultivar Radiante apresentou maior
produção na dose de 4 ton ha-1.
Não foi verificado efeito da dose de cama de aviário no percentual de germinação
e germinação a campo das sementes de feijão.

88
6 CAPÍTULO IV

PRODUÇÃO DE SEMENTES DE FEIJÃO CAUPI ENRIQUECIDAS


COM MOLIBDÊNIO VIA ADUBAÇÃO FOLIAR EM SEROPÉDICA
– RJ

89
RESUMO

O molibdênio (Mo) participa do metabolismo do nitrogênio (N) por compor as enzimas


nitrato redutase e nitrogenase. A utilização de sementes enriquecidas com Mo tem sido
considerada um método eficaz para suprir as plantas neste nutriente. Objetivou-se a
produção de sementes de duas cultivares de feijão caupi (Vigna unguiculata) enriquecidas
com Mo via adubação foliar. Conduziram-se dois experimentos de campo na Embrapa
Agrobiologia, em Seropédica-RJ, entres setembro e dezembro de 2015 e abril e agosto de
2016. Empregou-se um esquema fatorial 2x2 com cinco repetições, envolvendo as
cultivares BRS Guariba e Tumucumaque, com ou sem aplicação foliar de Mo. Foram
aplicados 150 g ha-1 de Mo como molibdato de amônio, aos 50, 56 e 68 dias após a
semeadura (DAS) no 1º ano e aos 55 e 62 DAS no 2º ano, por pulverizador costal. Foi
realizada a colheita de sementes na maturação. Amostras das sementes foram analisadas
quanto ao teor de Mo e à qualidade fisiológica (teor de água, teste de germinação e
primeira contagem de germinação). Não houve efeito da aplicação foliar de Mo no
rendimento, nos componentes de produção, e na qualidade fisiológica das sementes. A
cultivar BRS Guariba foi a mais produtiva nos dois anos. Os rendimentos de grãos foram
1314 e 986 kg ha-1 para as cultivares Guariba e Tumucumaque, respectivamente, em
2015, e 940 e 896 kg ha-1 em 2016. Em 2015, as sementes das parcelas que receberam
adubação foliar apresentaram teores de Mo de 15,2 e 13,0 mg kg-1 para as cultivares
Guariba e Tumucumaque, respectivamente; nas parcelas sem adubação foliar, os teores
de Mo estiveram abaixo do limite de detecção do método, menores que 0,5 mg kg-1. No
ano de 2016 os teores médios de Mo nas parcelas que receberam adubação foliar foram
de 1,09 e 5,48 mg kg-1 para as cultivares Guariba e Tumucumaque, respectivamente, e
nas parcelas que não receberam, de 0,15 e 0,11 mg kg-1 para as cultivares Guariba e
Tumucumaque, respectivamente. Não houve efeito da adubação com Mo na germinação
de sementes, massa de mil sementes e primeira contagem de germinação. O percentual
de germinação variou entre 80 e 86% em 2015 e 87 e 100% em 2016, a massa de mil
sementes variou entre 18,35 e 20,36 em 2015 e entre 19,19 e 25,91 em 2016 e a primeira
contagem de germinação entre 69 e 78% em 2015 e 76 e 93% em 2016.

Palavras-chave: Vigna unguiculata; adubação foliar; produção; qualidade de sementes.

90
6.1 INTRODUÇÃO

O cultivo de feijão caupi (Vigna unguiculata L. Walp), também conhecido como


feijão-de- corda, feijão-catador, feijão-gurutuba, feijão fradinho ou feijão massacar, está
presente em todo o Brasil porém é tradicionalmente mais forte nas regiões Norte e
Nordeste (SANTANA et al., 2015). A importância da agricultura familiar na sua
produção, a diversidade tecnológica envolvida e sua adaptação a solos de baixa
fertilidade, são fatores preponderantes para esta agricultura de menor poder de
investimento (FREIRE FILHO, 2011; VALADÃO et al., 2009).
Além de gerar renda para a agricultura familiar pelo baixo custo de produção e
capacidade de adaptação a diferentes climas e a solos de baixa fertilidade, constitui fonte
alimentar das populações rural e urbana das regiões norte e nordeste. Os grãos apresentam
cerca de 56,8% de carboidratos, 1,3% de gorduras, 3,9% de fibras e 23,4% de proteínas
na composição média, além de lipídios, açúcares, cálcio, ferro, potássio (EHLERS,
HALL, 1997). O caupi é eficiente em realizar a fixação biológica de nitrogênio (FBN),
processo que supre a necessidade de N da planta, não havendo necessidade de
suplementar a cultura com adubação nitrogenada (BRITO et al., 2011).
A composição química das sementes pode ser afetada pelo fornecimento de
nutrientes em períodos adequados (OLIVEIRA et al., 2015). Reservas internas nas
sementes de alguns nutrientes, quando adequadas, podem garantir que as plantas
consigam se desenvolver sem necessidade de aplicação posterior (MEIRELES et al.,
2003), além de estarem disponíveis no início da demanda da planta, aumentando a
eficiência (OLIVEIRA et al., 2017).
O molibdênio (Mo) é um micronutriente essencial por compor as enzimas
envolvidas no metabolismo de N, a nitrogenase e a nitrato redutase (SANTOS et al.,
2005). A pulverização foliar deste nutriente para a produção de sementes enriquecidas é
uma possibilidade de baixo custo e de fácil acesso para fornecer Mo aos cultivos (VIEIRA
et al., 2015). Estas sementes enriquecidas garantem que a planta tenha a reserva
necessária para que não necessite de acréscimo via adubação complementar durante seu
ciclo (MEIRELES et al., 2003).
A adubação foliar molibdica em feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris) elevou os
teores de N foliar e o número de grãos por vagem, mas não o rendimento de grãos
(VALADÃO et al., 2009). Calonego et al. (2010) relataram em feijão comum a baixa
concentração de nitrato nas folhas com ausência de adubação foliar de Mo devido à baixa
eficiência da assimilação de N quando da falta de Mo, e aumento da produtividade
associada à suplementação foliar. Silva et al. (2006) observaram influência da aplicação
de N em cobertura e Mo via foliar nas características tecnológicas dos grãos de feijão,
como capacidade de hidratação e tempo de cozimento. Kubota et al. (2008) observaram
estímulo da enzima nitrogenase e aumento da biomassa e de N no feijoeiro originada de
sementes com alto Mo. Almeida et al. (2017) descreveram aumento da área foliar, massa
de parte aérea e de acúmulo de N em plantas de feijoeiro oriundas de sementes
enriquecidas. Em feijoeiro comum, foi observado que o conteúdo de Mo na semente
influencia a qualidade fisiológica da mesma, com a máxima qualidade sendo alcançada
para as cultivares Novo Jalo e Meia Noite com o conteúdo de 3,1 a 2,2 μg semente-1, e
doses máximas de pulverização de 1.200 e 600 g ha-1 de Mo, respectivamente (LEITE et
al., 2009). Ferreira et al. (2003), comparando o efeito da adubação molíbdica no solo com
a aplicação via foliar, relataram que para a cultivar Meia Noite, maiores produtividade
91
foram alcançados com a adubação molíbdica no solo quando comparado a sementes
enriquecidas com conteúdo entre 0,355 a 0,535 μg semente-1..
Em soja (Glycine max) o Mo via foliar transloca-se para o nódulo e para o grão na
fase de granação (MORAES et al., 2009). Foi relatado acúmulo de Mo nas sementes que
receberam aplicação foliar de Mo, mas sem influência na produtividade e qualidade
fisiológica (MILANI et al., 2010). Doses de Co e Mo aplicados via foliar aumentaram a
massa de 100 sementes e a produtividade, porém doses altas prejudicam a qualidade
fisiológica das sementes (GOLO et al., 2009) e a aplicação no final da floração de 400 g
ha-1 aumentou os teores no grão (MORAES et al., 2009).
Em amendoim (Arachis hypogaea), doses de Mo até 800 g ha-1 aplicados via foliar
no início da fase de formação de sementes não alteraram as características agronômicas
da cultura (SILVA et al., 2012). Em caupi, a inoculação de sementes com a estirpe de
Bradyrhizobium elkanii, BR 3262 e aplicação via foliar de Mo aumentaram a nodulação,
acúmulo de N e produtividade (LEITE et al., 2009). Houve aumento de 9% do teor de
proteína nas sementes com uso de sementes enriquecidas com Mo (OLIVEIRA et al.,
2017). Nakao et al. (2014) observaram efeito de sementes enriquecidas na produtividade
e na qualidade fisiológica de sementes até a dose de 800 g ha-1 via foliar; plantas
originadas de sementes com alto teor de Mo apresentaram maior massa de parte aérea e
maior acumulação de N e uma menor nodulação no período de enchimento de vagens,
relacionado a antecipação da translocação de assimilados para as vagens pelo seu maior
crescimento.
Em amendoim, não foi observado a influência da aplicação de Mo no estádio de
formação das sementes das cultivares Runner IAC 886 e IAC Tatu ST no potencial
fisiológico das sementes e nem nas características agronômicas (SILVA et al., 2012).
Constatou-se que a aplicação de Co, Mo, Ca e B nas sementes quando associado a
aplicação foliar de Ca e B em diferentes épocas aumentou a formação de vagens,
desenvolvimento e a produtividade (SILVA et al., 2018).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de sementes enriquecidas
com Mo via aplicação foliar das cultivares de feijão caupi BRS Guariba e Tumucumaque
em duas épocas de plantio em Seropédica-RJ.

6.2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram realizados dois experimentos de campo, o primeiro entre setembro e


dezembro de 2015 e o segundo entre abril e julho de 2016, no campo experimental da
Embrapa Agrobiologia (Terraço), município de Seropédica, RJ, localizado nas
coordenadas geográficas de 22o 45’ S e 43o 40’ W e altitude de 26 m. O clima da região é
do tipo Aw ou tropical subúmido, segundo a classificação de Koppen, com verão úmido
e inverno seco, precipitação anual de 1.291 mm, e temperatura média de 22,7 °C. Os
dados climáticos de precipitação e temperatura média aferidos durante o desenvolvimento
do trabalho encontram-se na Figura 27. Os experimentos tinham delineamento com
blocos casualizados em cinco repetições, com arranjo fatorial 2x2, entre duas cultivares
de feijão caupi, BRS Guariba e BRS Tumucumaque, na ausência ou presença de adubação
foliar com Mo. As duas cultivares apresentam porte semiereto e ciclo de 65 a 70 dias.

92
Figura 25. Médias mensais de precipitação e temperatura máxima e mínima durante os
meses de setembro de 2015 e agosto de 2016. Fonte: AGRITEMPO, 2018.
O solo foi classificado como Argissolo Vermelho Amarelo e os resultados da
análise química realizada no Laboratório de Análises da PESAGRO-RIO, são
apresentados na Tabela 19.

Tabela 19. Resultados da análise química (0 a 20 cm de profundidade) do solo da área


experimental do Terraço (Embrapa Agrobiologia).
Ano Textura pH Al Ca Mg SB T V M P K
expedita

------ cmolc dm-3 ------ % mg dm-3


2015 Argilosa 4,5 0,2 1,6 0,6 2,4 6,2 39,0 8,0 15,0 52
2016 Média 5,2 0,2 2,6 1,1 3,9 8,4 46,0 5,0 3,7 66

O preparo do solo foi efetuado no sistema convencional, com uma aração, duas
gradagens, e sulcamento. Foi aplicado 500 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 (N, P2O5 e K2O) no
fundo do sulco de plantio.
A parcela correspondeu a cinco linhas de 5 m de comprimento espaçadas 0,5 m.
A semeadura foi realizada manualmente com 12 sementes por metro linear de sulco. O
experimento foi irrigado por aspersão de acordo com a necessidade da cultura e manteve-
se a área sem a presença de plantas daninhas através de capina manual. As plantas
espontâneas mais encontradas na área foram: picão-preto (Bidens pilosa); corda-de-viola
(Ipomea purpurea); pincel (Emilia forbergii); tiririca (Cyperus rotundus); angiquinho
(Aeschynomene denticulata); capim angola (Brachiaria mutica); capim pé-de-galinha
(Eleusine indica). Foi realizado controle fitossanitário para pulgão com uso de
Cladospóro® e controle de formiga cortadeira com isca granuladaA aplicação de
molibdênio via foliar foi realizada após a floração (50% das plantas encontravam-se em
florescimento) de cada cultivar, aos 50, 56 e 68 dias após a semeadura (DAS) no 1º ano,
em virtude de uma chuva após a primeira aplicação, e aos 55 e 62 DAS no 2º ano.
Utilizou-se pulverizador costal na dose de 0,9 L por parcela (correspondente a 600 L ha-
1
), utilizando como fonte o molibdato de amônio ((NH4)6Mo7O24.4H2O), em uma dose

93
de 150 g Mo ha-1 em cada pulverização. Para evitar a contaminação das demais parcelas,
utilizou-se uma lona plástica para isolamento durante as pulverizações.
A colheita foi realizada quando a maioria das vagens se apresentava no período
de maturação. Foram marcadas 10 plantas ao acaso nas três linhas centrais de cada
parcela, contou-se o número de vagens e após este procedimento as vagens de toda a
parcela foram colhidas em sacos de pano identificados. As vagens foram dispostas em
tabuleiro de metal e expostas ao sol para completar o processo de secagem e
posteriormente, 20 vagens foram escolhidas aleatoriamente e contado o número de
sementes por vagem. O material foi trilhado manualmente, as sementes foram pesadas e
destas retiradas uma amostra de 100 sementes, que após pesada foi seca em estufa a 70
ºC e pesadas para obtenção do teor de umidade, tendo sido o rendimento padronizado
para 13% de umidade. Foi realizada uma limpeza no material, com posterior pesagem e
descarte de sementes que se apresentavam defeituosas (mofado, ardido, germinado,
partido, carunchado, atacado por lagarta das vagens, amassado, danificado, quebrado e
imaturo), de acordo com a instrução normativa nº 12/2008 do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, que estabelece normas para a classificação de feijão comum e
caupi.
Após a colheita, foi retirada uma amostra de 1,0 kg de sementes de cada
tratamento e levadas ao laboratório para a realização de testes de qualidade fisiológica de
acordo com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
O peso de 1000 sementes foi determinado através da pesagem de oito sub-
amostras de 100 sementes. O teor de umidade foi determinado pelo método padrão da
estufa a 105 ºC por 24 h com duas repetições para cada parcela, com os resultados os
expressos em porcentagem (base úmida).
O teste de germinação foi realizado com o uso de 200 sementes previamente
desinfestadas com hipoclorito de sódio a 1% por 1 min e depois lavagem em água
destilada abundante, em quatro repetições de 50 sementes. As sementes foram semeadas
em papel germitest, umedecido com água destilada na quantidade de 2,5 vezes o peso do
papel seco. Os rolos foram acondicionados em sacos plásticos transparentes para
manutenção da umidade e mantidos em germinador (tipo B.O.D.) à temperatura de 25 ºC
em presença de luz. As avaliações foram realizadas aos 5 e 8 dias com a contagem de
plântulas normais e os resultados foram expressos em % de plântulas normais.
A primeira contagem foi realizada aos cinco dias após início do teste de
germinação, sendo computada a porcentagem das plântulas normais.
As amostras de sementes utilizadas para o peso de 100 sementes foram moídas e
enviadas para o Laboratório de água, solos e plantas da Embrapa Solos para análise do
teor de Mo, sendo digeridas em nitroperóxido e analisadas por espectrofotometria de
emissão ótica por plasma indutivamente acoplado com nebulizador ultrassônico.
Os dados obtidos em cada experimento foram submetidos à análise de variância,
avaliando-se os efeitos de cultivar, de teor de Mo na semente e de suas interações, pelo
teste de F ao nível de 5% de probabilidade. As médias foram comparadas pelo teste de
Duncan a 5 %.

94
6.3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.3.1 Produção

A aplicação foliar de Mo não influenciou significativamente a produção de


sementes, o número de vagens por planta, o número de sementes por vagem, nos dois
experimentos (Tabela 20).

Tabela 20. Produção de sementes, número de vagens por planta, número de sementes por
vagem e peso de 1 semente para as cultivares de feijão caupi BRS Tumucumaque e
Guariba, sem e com aplicação foliar de Mo, em dois anos de cultivo.
Cultivar 2015 2016
Sem Mo Com Mo Sem Mo Com Mo
-1
Produção de sementes (kg ha )
Tumucumaque 1074 898 875 916
Guariba 1354 1274 926 954
Média 1214 1086 901 935
Número de vagens por planta
Tumucumaque 7,1 7,4 6,1 5,9
Guariba 6,8 5,6 6,6 6,0
Média 7,0 6,5 6,4 6,0
Número de sementes por vagem
Tumucumaque 9,3 9,1 7,3 7,4
Guariba 10,1 11,1 9,1 8,8
Média 9,7 10,1 8,2 8,1
Massa de 1 semente (mg)
Tumucumaque 193 215 218 222
Guariba 185 197 219 226
Média 189 206* 219 224
Sementes descartadas (kg ha-1)
Tumucumaque 884 707 838 888
Guariba 1264 1159 900 927
Média 1074 933 869 908
* Diferença entre adubação foliar com Mo ao nível de 5% pelo teste Duncan.

Uma das explicações possíveis para este fato é a utilização por parte da planta do
Mo constante do solo, que quando suficiente para a pequena demanda da planta pode ter
sido utilizada tanto pelas testemunhas quanto pelas parcelas alvo de aplicação do
micronutriente (NUNES et al., 2017). Este fato foi relatado também por Nunes et al.
(2017) para caupi utilizando quatro doses de Mo, e Ascoli et al. (2008) para feijão comum,
utilizando quatro doses aplicadas em épocas diferentes, e por Oliveira et al. (2017) em
soja. E contrário ao descrito por Silva et al. (2018), trabalhando com a aplicação de cálcio,
boro, cobalto e molibdênio nas sementes associado à aplicação destes via foliar nas
plantas em diferentes épocas em amendoim, constatou aumento no número de vagens e
melhora no desenvolvimento da planta, em virtude da aplicação do nutriente no período
de enchimento de grãos que aumenta sua concentração nas folhas e estaria ligado a um
aumento no metabolismo reprodutivo refletido na produtividade.

95
A produção de sementes ficou acima da média nacional para a produção de grãos
em 2018 que foi de 558 kg ha-1 (CONAB, 2018). Embora não tenha sido encontrada
significância, a cultivar Tumucumaque no tratamento controle (2015) obteve produção
176 kg ha-1 superior ao alcançado com a aplicação de Mo.
A produção em ambas as cultivares e tratamentos foi maior em 2015, durante o
período conhecido como época das águas, caracterizado por altas temperaturas e elevada
precipitação. A má distribuição das chuvas no início do desenvolvimento eleva o
desenvolvimento radicular, mas se anterior ao florescimento leva a retração do
crescimento vegetativo, impactando a produção. O efeito da temperatura varia com o
estádio fenológico da planta: quando elevada prejudica o crescimento e desenvolvimento
causando abortamento de flores e afetando o número de vagens e se baixa (<19 ºC)
aumenta o ciclo da cultura e retarda o aparecimento das flores diminuindo também a
produção (ANDRADE JÚNIOR et al., 2002). O período de plantio em 2016 contou com
temperaturas mais baixas e menor índice de precipitação (Figura 1), e ao contrário do
baixo índice pluviométrico que pode ser sanado com irrigação. A maior produção na safra
das águas ocorreu também com Silva et al. (2016) em experimento para indicar a melhor
época de plantio no estado do Piauí e por Almeida et al. (2017), buscando a melhor época
de plantio para produção de grãos no estado de Minas Gerais.
Contudo, para a produção de sementes a época seca do ano de cada região é a mais
indicada, diferentemente da produção de grãos onde o volume de produção é o mais
relevante. Para a produção de sementes o objetivo, além da preservação da característica
genética, é a qualidade fisiológica (BEVILAQUA et al., 2014).
Não houve efeito do uso de Mo no descarte de sementes, porém exceto para a
cultivar Tumucumaque o descarte foi menor no segundo ano, caracterizado como período
seco do ano.

6.3.2 Qualidade fisiológica das sementes

Não houve efeito da aplicação de Mo na massa de mil sementes, germinação e


primeira contagem de germinação (Tabela 21). A porcentagem de germinação atingiu
80%, valor exigido em legislação pertinente para sementes certificadas de 1ª e 2ª geração
(BRASIL, 2005), sendo maior no ano de 2016.

96
Tabela 21. Teor de água, massa de mil sementes, porcentagem de germinação e primeira
contagem de germinação para as cultivares de feijão caupi BRS Tumucumaque e Guariba,
sem e com aplicação foliar de Mo, em dois anos de cultivo.
Cultivar 2015 2016
Sem Mo Com Mo Sem Mo Com Mo
Teor de água (%)
Tumucumaque 11,89 11,84 11,76 11,87
Guariba 12,09 13,09 12,38 12,38
Massa de mil sementes (g)
Tumucumaque 20,36 19,42 23,28 25,91
Guariba 18,35 19,42 20,00 19,19
Porcentagem de germinação (%)
Tumucumaque 86 81 87 100
Guariba 80 81,2 92 97,5
Primeira contagem de germinação (%)
Tumucumaque 69 71 76 93
Guariba 70 78 80 84
* Diferença entre adubação foliar com Mo ao nível de 5% pelo teste Duncan.

A ausência de efeito da aplicação foliar de Mo na qualidade fisiológica das


sementes também foi relatado por Nunes et al. (2017), que trabalhando com a cultivar de
feijão caupi Nova Era e doses de Mo não obtiveram resposta em produção e qualidade de
sementes, por Marcarello et al. (2012), em experimento para avaliar o efeito da aplicação
foliar de Co e Mo na qualidade fisiológica de sementes em dez cultivares de feijão
comum, e por Silva et al. (2012), que não observaram em amendoim efeito da aplicação
de Mo+Co em diferentes doses.
Por outro lado, Silva et al. (2018) observaram que a aplicação de cálcio, boro,
cobalto e molibdênio nas sementes, e a aplicação foliar de Ca + B em diferentes épocas
em amendoim, melhorou a qualidade fisiológica, e Vieira et al. (2015) encontraram
redução no vigor e na germinação com a aplicação de 200 g ha-1 de Mo na fase de
enchimento de vagens do feijão comum. Ascoli et al. (2008) mencionam redução de 10%
na germinação de primeira contagem na dose mais elevada de Mo (160 g ha-1) devido a
um possível efeito tóxico.
Leite et al. (2009) obtiveram em feijão comum efeito positivo na qualidade
fisiológica com aplicação de Mo via foliar, mas descreveram um atraso na germinação
sob elevadas doses, indicando como dose ótima para a produção de sementes 600 e 1.200
g ha-1 para as cultivares Meia Noite e Novo Jalo, respectivamente.
A primeira contagem foi utilizada como um teste de vigor, sendo importante
porque sementes de baixo vigor podem levar a plantas com menor desenvolvimento,
estande reduzido, menos competitivas e com isso a uma menor produção mesmo com
elevado poder germinativo (KRZYZANOWSKI, FRANÇA NETO, 2001; SANTOS et
al., 2017).

6.3.1.3 Teor de molibdênio nas sementes

Observa-se que a aplicação foliar de Mo foi eficaz para a elevação dos teores deste
nutriente nas sementes (tabela 22).
97
Tabela 22. Teor de molibdênio nas sementes de feijão caupi em 2015 e 2016, colhidas
de plantas das cultivares de feijão caupi BRS Tumucumaque e Guariba, sem e com
aplicação foliar de Mo, em dois anos de cultivo.
Cultivar 2015 2016
Sem Mo Com Mo Sem Mo Com Mo
-1
(mg kg )
Tumucumaque n.d. 13,04 0,11 5,48
Guariba n.d. 15,24 0,15 1,09
n.d.: abaixo do limite de detecção do método (em torno de 0,2 mg kg-1)

Em 2015, os teores de Mo para a cultivar Guariba variaram entre 12,4 e 16,1 mg


kg e para a cultivar Tumucumaque entre 11,5 e 17,7 mg kg-1. As parcelas que não
-1

receberam adubação molíbdica via foliar apresentaram teores abaixo do limite de


detecção da técnica utilizada, ou seja, abaixo de 0,5 mg kg-1.
No ano de 2015, a técnica utilizada para aferição dos teores de Mo não foi capaz de
detectar teores do nutriente (teores inferiores a 0,2 mg kg-1), já em 2016 estes teores foram
detectados.
Em 2015, o enriquecimento foi maior do que em 2016, uma das explicações é de que no
primeiro ano foram realizadas 3 aplicações, devido a uma chuva ocorrida logo após uma das
aplicações, e no segundo ano foram realizadas apenas duas aplicações.

6.4 CONCLUSÕES

A aplicação de molibdênio via foliar não influenciou a produção, qualidade


fisiológica das sementes das cultivares de feijão caupi BRS Guariba e Tumucumaque,
mas aumentou o teor de Mo nas sementes.
O enriquecimento das sementes não afetou a qualidade fisiológica das sementes.

98
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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amarela, canola, centeio, cevada, ervilha, feijão, feijão caupi, gergelim, girassol
variedades, girassol cultivares híbridas, juta, linho, mamona variedades, mamona
cultivares híbridas, milho variedades, milho cultivares híbridas, painço, soja, sorgo
variedades, sorgo cultivares híbridas, tabaco, trigo, trigo duro, triticale e de espécies de
grandes culturas inscritas no Registro Nacional de Cultivares - RNC e não contempladas
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OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS, reestrutura
a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio, dispõe sobre a Política
Nacional de Biossegurança – PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5 de janeiro de 1995, e a
Medida Provisória no 2.191-9, de 23 de agosto de 2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e
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Biológica, promulgada pelo Decreto nº 2.519, de 16 de março de 1998; dispõe sobre o
acesso ao patrimônio genético, sobre a proteção e o acesso ao conhecimento tradicional
associado e sobre a repartição de benefícios para conservação e uso sustentável da
biodiversidade; revoga a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23 de agosto de 2001; e dá
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