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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

DIVISÃO DE ECONOMIA E GESTÃO

Introdução à Macroeconomia
ANO LECTIVO DE 2017

O Modelo Keynesiano Simples de


Determinação do Nível de Produto,
Rendimento e Emprego

Docente: Moisés Nhanombe


Antecedentes
 A Grande Depressão de 1929 veio pôr em causa o pensamento clássico, pois
esta crise caracterizada por elevados níveis de desemprego;
 A taxa de desemprego chegou a ¼ do total da força de trabalho nos E.U.A.;

 Baixos níveis produção ( de 1929 a 1932 a produção industrial caiu em cerca


de 50% do E.U.A, 40% na Alemanha, 30% na Franca e 10 % na Inglaterra;

 A escola clássica, defendia que ao longo do tempo o mercado iria ajustar-se,


o salarios iriam baixar e os niveis de desemprego iriam reduzir, entretanto
ao longo do tempo, mesmo com baixos níveis salariais verificado na época,
o desemprego crescia de maneira persistente.

 Este fenómeno levou com que os economistas duvidassem da tese de


ajustamento automático e do pleno emprego preconizado pelo modelo
clássico, e isso, marcou o início do Keynesianismo e da Macroeconomia
Moderna.

2
John Maynard Keynes (1883-1946)
John Maynard Keynes, economista britânico
nascido em Cambridge em 1883, considerado como
o pai da Teoria Moderna da Macroeconomia.

Keynes tornou-se popular ao publicar a sua obra a


“Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda” em
1936, onde dá significativos contributos para a explicação do comportamento dos
agregados macroeconómicos e das possíveis razões da Grande Depressão de
1929 – 1933. Keynes defendeu o papel regulatório do Estado na economia, através
de medidas de politicas económicas para mitigar os efeitos adversos dos
ciclos económicos- recessão, depressão e booms econômicos.
Neste contexto, para melhor perceber o pensamento desenvolvido por Keynes,
iremos analisar o Modelo Keynesiano Simples de Nivel de Produto,
Rendimento e Emprego.

3
As Hipóteses do Modelo
 O objectivo central do modelo é de explicar os determinantes do nível
de actividade económica, em particular os níveis de produto e de
emprego. Este modelo assume as seguintes hipóteses simplificadoras:

1- É conhecida a capacidade produtiva da economia, i.e., são dadas as


condições da oferta de bens e servicos(é dada a fronteira de
possibilidades de produção);
2- Existem recursos desempregados, mão-de-obra e capacidade
produtiva instalada não utilizada;
3- Os preços dos bens e serviços e dos factores produtivos são
rigidos até ao pleno emprego, as empresas estão dispostas a oferecer
qualquer quantidade, até ao limite da sua capacidade instalada, aos
preços em vigor.

4
Implicações das Hipóteses do Modelo

1- Enquanto houver recursos desempregados os níveis de produto,


rendimento e emprego são determinados pela procura agregada;
2- A diferença entre o produto efectivo e o produto potencial (o
desemprego), é explicado pela insuficiência da procura agregada;
3- As flutuações no nível de actividade económica, em particular as
flutuações do nível de produto e de emprego, explicam-se
essencialmente pelas variações na procura agregada de bens e
serviços. O Estado terá a responsabilidade de estabilizar a
procura agregada ao nível de procura satisfatória ( o nível de
procura que permite o alcance do pleno emprego de recursos
produtivos);

5
Implicações das Hipóteses do Modelo

4- O pleno emprego será uma excepção e não a regra, não se


desencadeiam mecanismos automáticos no mercado que façam a
economia a tender espontaneamente ao nível de pleno emprego;

5- O modelo não explica a variação dos preços ( a taxa de


inflação);

6- Ao considerar dados os condicionalismos da oferta de bens e


serviços, o modelo não aborda o problema de crescimento
económico.

6
A Função de Procura Agregada numa
Economia de 2 Sectores ( Famílias e Empresas)
 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura
das famílias de bens e serviços de consumo (C) e a procura das
empresas de bens e serviços de investimento (I).

A=C+I

 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento


total (Y).
Yd=Y

 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de


consumo (C) e em poupança privada (S).

Yd= C+S
7
A Função Consumo
1. A Procura por Consumo (C)- compreende os planos das famílias no
que se refere a aquisição de bens e serviços de consumo.
Segundo este modelo, a procura por consumo, é explicada pelo
rendimento disponível auferido pelas famílias num determinado
período, (geralmente um ano) e por uma componente autónoma.

C  C  cYd
Onde:
C - Consumo autónomo, parte do consumo das famílias que é
independente do rendimento disponivel do período. Consumo
determinado por factores exógenos;
c - propensão marginal a consumir, indica quanto varia o consumo por
unidade de variação do rendimento disponível, admite-se que 0<c<1,
devido a lei psicológica de Keynes, segundo a qual quando o
rendimento de uma pessoa aumenta, ele gasta uma parte em consumo e a
outra poupa.
8
Representação Gráfica da Função Consumo

C
Y=A
C  C  cYd

45°
Y
YE

9
Função Poupança
 Poupança das Famílias (S)- será a parcela do rendimento disponível
das famílias que não é usada para o consumo num determinado
período, ou seja, parte do rendimento que as familias reservam para o
futuro.
 Admite-se que tal como o consumo, a poupança das famílias (S) será
determinada pelo rendimento disponível dum determinado período que
as famílias auferem. Uma vez conhecida a função consumo, a função
poupança será dada por:
(1) S  Yd  C
(2) Yd  Y
(3) S  Y - C
(4) S  Y - C  cYd  S  -C  (1  c)Y
Onde: C - Poupança autónoma; s  (1  c) - propensão marginal a poupar

10
Representação Gráfica da Função Poupança

Y=A
C C  C  cYd

E
C S  C  (1  c)Yd
45°

YE Y
C

11
Relações entre o Consumo e a Poupança
A representação gráfica das funções de consumo e poupança permite concluir:

 A poupança autónoma é simétrica ao consumo autónomo;

 A poupança é nula quando o nível de consumo é igual ao nível de


rendimento do período em análise. Para valores em que o consumo
excede o rendimento, a poupanca é negativa, e para valores em que o
consumo é inferior ao rendimento a poupança é positiva;

 Variações do rendimento causam variações endógenas da poupanca e


do consumo (movimento ao longo das curvas);

 Variações de factores exógenos que afectam a poupança e o consumo


causam deslocamentos das respectivas curvas.

12
Função de Investimento
 A procura por Investimento (I)- compreende os planos de investimento
das empresas em meios de produção (equipamentos, maquinaria e infra-
estruturas) e variação de stocks.

 O Investimento (I) – admite-se que o investimento privado realizado


pelas empresas, num determinado período de tempo, não depende do nível
de produto e rendimento do período. Neste caso, as despesas de
investimento, vão depender de muitos outros factores que por
simplificação do modelo, são considerados exógenos.

 A função de investimento é constituída apenas por uma componente


autónoma.

I  I
13
Representação Gráfica da Função de
Investimento

I I I

14
A Condição de Equilíbrio do Modelo
 O modelo estará em equilíbrio, quando os planos das famílias e das empresas
quanto a aquisição de bens e serviços finais(Procura Agregada =A)
coincidirem com os planos de produção e oferta de bens e serviços das
empresas (Oferta Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)

 2-) S (Poupança) = I (Investimento)

15
1-) A=Y
( Procura Agregada = Oferta Agregada)
Y  A
Y  CI
Y  C  cYd  I
Y  cY = C  I
Y (1  c ) = C  I
1
Y0  * (C  I)
(1  c )

16
Graficamente

Y=A
A  C  cYd  I
A
E
AE
I C  C  cYd

ACI

45°
YE Y

17
2-) S=I (Poupança =Investimento)
 Outra condição de equilíbrio equivalente pode ser derivada da condição
básica, Y=A. Sabe-se que nesta economia simples, sem governo e nem
sector externo, o processamento do produto nacional gera um fluxo de
remunerações pagas a factores de produção, em que os detentores
são as famílias, e que por sua vez este rendimento é dividido em
despesas de consumo (C) e a parte não consumida em poupança (S).

 Logo, deriva-se a identidade Rendimento = Produto = Despesas.


Portanto, usando esta identidade teremos o seguinte:

CS  Y  C I
C S-C  Y  C  I  C
SI
18
Y=A
S>I A  C  cYd  I
A

E C  C  cYd
AE
I

ACI S<I
C
45°
YE Y
I, S
S  C  (1  c)Yd
E S>I
I
I I
S<I
YE Y
C
19
Resumo do Gráfico
 Em equilíbrio a poupança planeada é igual ao investimento planeado,
I=S, pois, acima do nível de equilíbrio YE, a poupança excede o
investimento, enquanto que, abaixo de YE, o investimento excede a
poupança.
 S>I, as firmas estariam a acumular existências, porque estariam a
produzir acima daquilo que é procurado, com isso reduziriam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada ;
 S<I, as firmas veriam as suas existências a esgotarem, porque estariam a
produzir abaixo daquilo que é procurado, com isso aumentariam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada.
 Portanto, aos níveis mais altos ou mais baixos do rendimento
relativamente a demanda agregada, as divergências entre a S
planeada e o I planeado, faz com que as firmas mudem os seus
planos de produção, reduzindo ou aumentando a produção,
conforme. Esta variação será até onde a variação de existências
involuntárias são nulas, ou seja, onde S=I.

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O Efeito Multiplicador
 O conceito do multiplicador (α) - refere-se ao facto de que o aumento
em 1 u.m. de uma das componentes das despesas agregadas para além
de aumentar o nível de rendimento no mesmo montante, gera aumentos
induzidos na procura agregada (A) na medida em que as despesas de
consumo aumentam quando o rendimento aumenta. E através da
propensão marginal a consumir (c), uma variação em uma das
componentes das despesas agregadas será dada por:

A   A  c A  c 2  A  c 3  A  ..........
A   A(1  c  c 2  c 3  .......... .......)

 O valor da propensão marginal a consumir encontra-se entre 0<c<1, assim


sendo, os termos sucessivos da série vão tornar-se progressivamente
menores. Podemos então simplificar a equação para:
1
A  A
1 c

21
O Efeito Multiplicador: Uma Variação do
Investimento (ΔI)
 Uma variação do nível de produto devido a uma variação das
despesas de investimento no sentido positivo será dada por:
1
Yo = * I
1 - c 
 O multiplicador do investimento privado em uma economia fechada
e sem governo, mede em quanto variará o valor do produto de
equilíbrio quando as despesas de investimento privado variarem
em 1 u.m. Este multiplicador é também chamado de multiplicador das
despesas autónomas agregadas porque é o mesmo para as outras
componentes da Procura Agregada numa economia fechada e sem
governo.
1
 =
1 - c 
22
Graficamente A1  C  cYd  I1
A
A0  C  cYd  I 0
E1
AE ΔI

A1  C  I 1 E0

A0  C  I 0
45°
YE0 YE1 Y
I, S
S  C  (1  c)Yd
E1
I1 I1  I 1
E0 ΔI
I0  I 0

YE0 YE1 Y
C 23
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):

As variáveis introduzidas pelo governo


 1-Despesas Públicas em bens e serviços (G)- constituem uma
componente da procura agregada (A), representam a procura de bens e
servicos finais que o governo efectua no sistema económico com o intuito
de fornecer bens públicos, ou de estimular a actividade económica
rumo ao pleno emprego. Neste modelo, as despesas públicas são
consideradas exogenas, ou seja, são determinadas por decisões do
Estado com base nas suas intenções politicas.

G G

24
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):
As variáveis introduzidas pelo governo
 2- Despesas de Transferências (Tr) – constituem uma componente
directa do rendimento disponível das familias (Yd) e uma
componente indirecta da procura agregada (A). Representam as
transferências de subsidios que o governo efectua para as familias. Neste
modelo, as despesas de transferencias (Tr) são consideradas
exogenas, ou seja, são determinadas por motivos de ordem politica.

Tr  Tr
 3- Os impostos (T) - Os impostos arrecadados pelo governo são
constituídos por uma parte autónoma ( T ) e por uma outra parte que
varia directamente com o nível de rendimento. O aumento dos impostos
devido ao aumento de uma unidade monetária do nível de rendimento é
denominada por taxa marginal de imposto ou a alíquota fiscal (t).
T  T  tY
25
A Procura Agregada numa economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo)
 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das famílias
por bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens e
serviços de investimento (I) e as despesas publicas em bens e serviços (G)
.
A  C  I G
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd  Y  T  Tr  Yd  Y - T  ty  Tr
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de consumo
(C) e em poupança privada (S).
Yd  C  S

26
A Função Consumo (C), a Poupança (S) e o
Investimento (I)
1- A função consumo (C)- a procura para consumo de bens e serviços
finais passa a ser determinada por:

C  C  cYd  C  C  c * (Y  T  ty  Tr )
2- A função poupança (S) – a poupança passa a ser determinada por:

S  C  (1  c) *Yd  S  -C  (1  c) * (Y  T  ty  Tr )

3- O Investimento privado (I) – o investimento privado continua a ser


determinado por:

I I

27
O Saldo Orçamental
 O Saldo Orçamental (So)- representa a diferença entre as receitas
arrecadadas pelo governo na colecta de impostos e as despesas efectuadas
pelo governo. O Saldo Orcamental vai depender das politicas de
despesas públicas do governo( despesas públicas em bens e serviços
e as despesas em transferencias) e da estrutura de impostos definida (
impostos autónomos e a taxa marginal de impostos, ou alíquota
fiscal). So  T  (G  Tr )
So  T  ty  (G  Tr )
 Se So>0 – Superavit Orcamental (As receitas arrecadadas pelo governo,
excedem as despesas efectuadas pelo governo);
 Se So=0 - Equilíbrio do Saldo Orçamental (As receitas arrecadadas pelo
governo, financiam na sua totalidade as despesas efectuadas pelo governo)
 Se So<0 - Deficit Orçamental (As despesas efectuadas pelo governo,
excedem as receitas arrecadadas pelo governo).
28
Saldo Orçamental – Representação Gráfica

So

So  T  ty  (G  Tr )

So=0
So>0
0
So<0 Y

T-(G+Tr)

29
A Condição de Equilíbrio do Modelo

 O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de


bens e serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas
(Oferta Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) = Y (Oferta Agregada)

30
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y  CIG
Y  C  c(Y  T  Tr )  I  G
Y = C  c (Y  T  ty  Tr )  I  G
Y1  c1  t  = (C  I  cTr  cT  G )

A

1
Y0  *A
1  c(1  t )

31
Graficamente

A Y=A

A  A  c(1  t )Y
E
AE

45°
YE Y

32
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
 Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y * (C  cT  cTr  I  G)
1  c(1  t )

 Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de


uma das componentes das despesas autonomas (C, I e G) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Y  * (C  G  I )
1  c(1  t )

 Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1


u.m. Nas despesas de Transferências do governo para os particulares
levará a um aumento no rendimento nacional igual:
c
Y  * (T r )
1  c(1  t )

33
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
 Multiplicador dos Impostos Autónomos :mostra-nos que um
aumento de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma
redução no rendimento nacional igual a :
c
Y   * (T )
1  c(1  t )
 Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem
sobre o rendimento (t) levará a uma redução no rendimento nacional
 cY0
Y  * ( t )
1  c(1  t1 )

34
Instrumentos de Política Orçamental
 Keynes defendia que o nível de produto de equilíbrio na economia
é determinado pelo nível de procura agregada (AD), e somente em
condições especiais é que a economia se equilibra no nível de
produto de pleno emprego, sendo, regra geral, o equilíbrio
acontecer em níveis abaixo do pleno emprego.
 Esta constatação é justificada pelo facto de não se
desencadearem mecanismos automáticos que façam tender a
economia expontaneamente ao nível de pleno emprego. O
sistema de mercado falha em garantir o equilíbrio de pleno
emprego da economia, justificando-se assim, a intervenção do
Estado na economia para garantir o alcance do equilíbrio de
pleno emprego.
 O Estado tem a sua disposição diversos instrumentos de política
orçamental para afectar o nível da economia através dos seus
efeitos sobre o nível de procura agregada.

35
Instrumentos de Politica Orçamental:
Aumento das Despesas Públicas em Bens e
Serviços (G)
 As despesas públicas em bens e serviços (G) constituem uma das
componentes das despesas autónomas (Ā). Para estimular a actividade
económica, em caso de insuficiencia da procura agregada (A), o
governo pode aumentar as suas despesas em bens e serviços.
 Deste modo, uma variação positiva das despesas públicas em bens e
serviços, vai gerar um aumento do produto em:

1
Y  * G
1  c(1  t )

36
Graficamente
Y=A A1  A1  c(1  t )Y
A
E1
ΔG A0  A0  c(1  t )Y
E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

37
Instrumentos de Politica Orçamental: Aumento das
Despesas em Transferências (Tr)
 As Despesas Públicas em Transferências (Tr) para as familias afectam
directamenta o rendimento disponivel (Yd) das familias e indirectamente
a procura autonoma (Ā) de bens e serviços de consumo.
 Para estimular a actividade económica, em caso de insuficiência da
procura agregada (A), o governo pode aumentar as despesas de
transferência (Tr). O efeito é semelhante ao de um aumento das despesas
públicas em bens e serviços (G), no entanto, o aumento das despesas
públicas em transferências para as familias, gera um aumento menor
do nível de produto do que o do aumento de das despesas publicas
em bens e servicos, pelo facto, de as transferências influenciarem
indirectamente a procura autonóma (Ā).
 Uma variação positiva das despesas em transferências, gera um aumento do
produto em:
c
Y  * (Tr )
1  c(1  t )
38
Graficamente

A Y=A A1  A1  c(1  t )Y
E1
ΔTr A0  A0  c(1  t )Y

E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

39
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução dos Impostos Autónomos
 Se o governo pretender estimular a actividade económica, através de uma
redução dos impostos autonomos(T ), o efeito final será semelhante
ao efeito de uma aumento das despesas em transferências para as
famílias (Tr).

 Deste modo, uma variação negativa dos impostos autónomos, vai gerar
um aumento do produto em:

c
Y   * (T )
1  c(1  t )

40
Graficamente

A Y=A A1  A1  c(1  t )Y
E1
ΔT<0 A0  A0  c(1  t )Y

E0
A1

A0

45°
YE0 YE1 Y

41
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução da taxa marginal de imposto(t)
 Se o governo pretender estimular a actividade económica, para reduzir a
insuficiencia da procura agregada (A), pode, reduzir a taxa
marginal de impostos (t). Uma redução da taxa marginal de
impostos vai aumentar o rendimento disponível (Yd) das familias
e consequentemente as despesas de consumo (C), e aumento da
produção e o rendimento.

 Deste modo, uma variação negativa da taxa marginal impostos, vai gerar
um aumento do produto em:
 cY0
Y  * (t )
1  c(1  t1 )

42
Graficamente

Y=A A1  A0  c(1  t1 )Y
A
E1
Δt<0 A0  A0  c(1  t0 )Y

E0

A0

45°
YE0 YE1 Y

43
Uma economia de 4 sectores
(famílias, empresas, governo e o sector externo):
As variáveis introduzidas pelo sector externo
 As Exportações (X) - o nível de exportações é uma variável exógena no
modelo, e que tem efeitos positivos sobre o nível de rendimento da
economia, uma vez que os empresários para atender a procura externa
fazem uso dos factores de produção. Um aumento das exportações gera
um aumento do nível de emprego e do rendimento nacional;

X  X
 As Importações (M) - As importações representam uma saída de
recursos do país, pois, os importadores para pagar os bens e serviços
comprados no exterior pagam com parte do rendimento de que dispõe,
aumentando o emprego e o rendimento dos países de onde são
importados os bens e serviços. As importações dependem das importações
autónomas e das importações que dependem do nível de rendimento
nacional.
M  M  mY
44
A Procura Agregada numa Economia de 4 Sectores

 Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das famílias


de bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens e serviços
de investimento (I), as despesas publicas em bens e serviços (G) e o saldo
das transacções efectuadas com o resto do mundo (X-M).
A  C  I  G  (X  M )
A  C  I  G  ( X  M  mY )
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd  Y  T  Tr  Yd  Y - T  ty  Tr
 O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de
consumo (C) e em poupança privada (S).
Yd  C  S
 O resto das variáveis permanece igual, com as variáveis da economia de 3
sectores
45
A Condição de Equilíbrio do Modelo

 O modelo estará em equilíbrio, quando a Procura Agregada (A) de bens


e serviços coincidir com a oferta de bens e serviços das empresas (Oferta
Agregada =Y).

 Teremos equilíbrio nas seguintes condições:

 1-) A ( Procura Agregada) =Y( Oferta Agregada)

46
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y  C  I  G  (X - M)
Y  C  c(Y  T  Tr )  I  G  ( X  M  mY )
Y = C  c(Y  T  tY  Tr )  I  G  X  M  mY
Y1  c1  t   m = (C  I  cTr  cT  G  X  M )

A

1
Y0  *A
1  c(1  t )  m
47
Graficamente

Y=A
A
A  A  [c(1  t )  m]Y

E
AE

45°
YE Y

48
Os Multiplicadores no modelo de 4 sectores
 Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y * (C  cT  cTr  I  G  X  M )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de uma
das componentes das despesas autónomas (C, I , G, X e M) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Y  * (C  G  I   X   M )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1 u.m.
Nas despesas de Transferências do governo para os particulares levará a um
aumento no rendimento nacional igual:
c
Y  * (Tr )
1  c(1  t )  m

49
Os multiplicadores no modelo de 4 sectores

 Multiplicador dos Impostos Autônomos :mostra-nos que um aumento


de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma redução no
rendimento nacional igual a :
c
Y   * (T )
1  c(1  t )  m
 Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem
sobre a renda(t) levará a uma redução no rendimento nacional

 cY0
Y  * ( t )
1  c(1  t1 )  m

50
FIM

 Considerações Finais

51

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