Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução à Macroeconomia
ANO LECTIVO DE 2017
2
John Maynard Keynes (1883-1946)
John Maynard Keynes, economista britânico
nascido em Cambridge em 1883, considerado como
o pai da Teoria Moderna da Macroeconomia.
•
3
As Hipóteses do Modelo
O objectivo central do modelo é de explicar os determinantes do nível
de actividade económica, em particular os níveis de produto e de
emprego. Este modelo assume as seguintes hipóteses simplificadoras:
4
Implicações das Hipóteses do Modelo
5
Implicações das Hipóteses do Modelo
6
A Função de Procura Agregada numa
Economia de 2 Sectores ( Famílias e Empresas)
Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura
das famílias de bens e serviços de consumo (C) e a procura das
empresas de bens e serviços de investimento (I).
A=C+I
Yd= C+S
7
A Função Consumo
1. A Procura por Consumo (C)- compreende os planos das famílias no
que se refere a aquisição de bens e serviços de consumo.
Segundo este modelo, a procura por consumo, é explicada pelo
rendimento disponível auferido pelas famílias num determinado
período, (geralmente um ano) e por uma componente autónoma.
C C cYd
Onde:
C - Consumo autónomo, parte do consumo das famílias que é
independente do rendimento disponivel do período. Consumo
determinado por factores exógenos;
c - propensão marginal a consumir, indica quanto varia o consumo por
unidade de variação do rendimento disponível, admite-se que 0<c<1,
devido a lei psicológica de Keynes, segundo a qual quando o
rendimento de uma pessoa aumenta, ele gasta uma parte em consumo e a
outra poupa.
8
Representação Gráfica da Função Consumo
C
Y=A
C C cYd
45°
Y
YE
9
Função Poupança
Poupança das Famílias (S)- será a parcela do rendimento disponível
das famílias que não é usada para o consumo num determinado
período, ou seja, parte do rendimento que as familias reservam para o
futuro.
Admite-se que tal como o consumo, a poupança das famílias (S) será
determinada pelo rendimento disponível dum determinado período que
as famílias auferem. Uma vez conhecida a função consumo, a função
poupança será dada por:
(1) S Yd C
(2) Yd Y
(3) S Y - C
(4) S Y - C cYd S -C (1 c)Y
Onde: C - Poupança autónoma; s (1 c) - propensão marginal a poupar
10
Representação Gráfica da Função Poupança
Y=A
C C C cYd
E
C S C (1 c)Yd
45°
YE Y
C
11
Relações entre o Consumo e a Poupança
A representação gráfica das funções de consumo e poupança permite concluir:
12
Função de Investimento
A procura por Investimento (I)- compreende os planos de investimento
das empresas em meios de produção (equipamentos, maquinaria e infra-
estruturas) e variação de stocks.
I I
13
Representação Gráfica da Função de
Investimento
I I I
14
A Condição de Equilíbrio do Modelo
O modelo estará em equilíbrio, quando os planos das famílias e das empresas
quanto a aquisição de bens e serviços finais(Procura Agregada =A)
coincidirem com os planos de produção e oferta de bens e serviços das
empresas (Oferta Agregada =Y).
15
1-) A=Y
( Procura Agregada = Oferta Agregada)
Y A
Y CI
Y C cYd I
Y cY = C I
Y (1 c ) = C I
1
Y0 * (C I)
(1 c )
16
Graficamente
Y=A
A C cYd I
A
E
AE
I C C cYd
ACI
45°
YE Y
17
2-) S=I (Poupança =Investimento)
Outra condição de equilíbrio equivalente pode ser derivada da condição
básica, Y=A. Sabe-se que nesta economia simples, sem governo e nem
sector externo, o processamento do produto nacional gera um fluxo de
remunerações pagas a factores de produção, em que os detentores
são as famílias, e que por sua vez este rendimento é dividido em
despesas de consumo (C) e a parte não consumida em poupança (S).
CS Y C I
C S-C Y C I C
SI
18
Y=A
S>I A C cYd I
A
E C C cYd
AE
I
ACI S<I
C
45°
YE Y
I, S
S C (1 c)Yd
E S>I
I
I I
S<I
YE Y
C
19
Resumo do Gráfico
Em equilíbrio a poupança planeada é igual ao investimento planeado,
I=S, pois, acima do nível de equilíbrio YE, a poupança excede o
investimento, enquanto que, abaixo de YE, o investimento excede a
poupança.
S>I, as firmas estariam a acumular existências, porque estariam a
produzir acima daquilo que é procurado, com isso reduziriam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada ;
S<I, as firmas veriam as suas existências a esgotarem, porque estariam a
produzir abaixo daquilo que é procurado, com isso aumentariam a sua
produção até que a produção planeada = despesa planeada.
Portanto, aos níveis mais altos ou mais baixos do rendimento
relativamente a demanda agregada, as divergências entre a S
planeada e o I planeado, faz com que as firmas mudem os seus
planos de produção, reduzindo ou aumentando a produção,
conforme. Esta variação será até onde a variação de existências
involuntárias são nulas, ou seja, onde S=I.
20
O Efeito Multiplicador
O conceito do multiplicador (α) - refere-se ao facto de que o aumento
em 1 u.m. de uma das componentes das despesas agregadas para além
de aumentar o nível de rendimento no mesmo montante, gera aumentos
induzidos na procura agregada (A) na medida em que as despesas de
consumo aumentam quando o rendimento aumenta. E através da
propensão marginal a consumir (c), uma variação em uma das
componentes das despesas agregadas será dada por:
A A c A c 2 A c 3 A ..........
A A(1 c c 2 c 3 .......... .......)
21
O Efeito Multiplicador: Uma Variação do
Investimento (ΔI)
Uma variação do nível de produto devido a uma variação das
despesas de investimento no sentido positivo será dada por:
1
Yo = * I
1 - c
O multiplicador do investimento privado em uma economia fechada
e sem governo, mede em quanto variará o valor do produto de
equilíbrio quando as despesas de investimento privado variarem
em 1 u.m. Este multiplicador é também chamado de multiplicador das
despesas autónomas agregadas porque é o mesmo para as outras
componentes da Procura Agregada numa economia fechada e sem
governo.
1
=
1 - c
22
Graficamente A1 C cYd I1
A
A0 C cYd I 0
E1
AE ΔI
A1 C I 1 E0
A0 C I 0
45°
YE0 YE1 Y
I, S
S C (1 c)Yd
E1
I1 I1 I 1
E0 ΔI
I0 I 0
YE0 YE1 Y
C 23
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):
G G
24
Uma economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo):
As variáveis introduzidas pelo governo
2- Despesas de Transferências (Tr) – constituem uma componente
directa do rendimento disponível das familias (Yd) e uma
componente indirecta da procura agregada (A). Representam as
transferências de subsidios que o governo efectua para as familias. Neste
modelo, as despesas de transferencias (Tr) são consideradas
exogenas, ou seja, são determinadas por motivos de ordem politica.
Tr Tr
3- Os impostos (T) - Os impostos arrecadados pelo governo são
constituídos por uma parte autónoma ( T ) e por uma outra parte que
varia directamente com o nível de rendimento. O aumento dos impostos
devido ao aumento de uma unidade monetária do nível de rendimento é
denominada por taxa marginal de imposto ou a alíquota fiscal (t).
T T tY
25
A Procura Agregada numa economia de 3 sectores
(famílias, empresas e o governo)
Nesta economia, a Procura Agregada (A), compreende a procura das famílias
por bens e serviços de consumo (C), a procura das empresas de bens e
serviços de investimento (I) e as despesas publicas em bens e serviços (G)
.
A C I G
O rendimento disponível das famílias (Yd)é igual ao rendimento total (Y)
depois de pagos os impostos colectados pelo governo (T) e recebidas as
despesas de transferências (Tr).
Yd Y T Tr Yd Y - T ty Tr
O rendimento disponível das famílias (Yd)é repartido em despesas de consumo
(C) e em poupança privada (S).
Yd C S
26
A Função Consumo (C), a Poupança (S) e o
Investimento (I)
1- A função consumo (C)- a procura para consumo de bens e serviços
finais passa a ser determinada por:
C C cYd C C c * (Y T ty Tr )
2- A função poupança (S) – a poupança passa a ser determinada por:
S C (1 c) *Yd S -C (1 c) * (Y T ty Tr )
I I
27
O Saldo Orçamental
O Saldo Orçamental (So)- representa a diferença entre as receitas
arrecadadas pelo governo na colecta de impostos e as despesas efectuadas
pelo governo. O Saldo Orcamental vai depender das politicas de
despesas públicas do governo( despesas públicas em bens e serviços
e as despesas em transferencias) e da estrutura de impostos definida (
impostos autónomos e a taxa marginal de impostos, ou alíquota
fiscal). So T (G Tr )
So T ty (G Tr )
Se So>0 – Superavit Orcamental (As receitas arrecadadas pelo governo,
excedem as despesas efectuadas pelo governo);
Se So=0 - Equilíbrio do Saldo Orçamental (As receitas arrecadadas pelo
governo, financiam na sua totalidade as despesas efectuadas pelo governo)
Se So<0 - Deficit Orçamental (As despesas efectuadas pelo governo,
excedem as receitas arrecadadas pelo governo).
28
Saldo Orçamental – Representação Gráfica
So
So T ty (G Tr )
So=0
So>0
0
So<0 Y
T-(G+Tr)
29
A Condição de Equilíbrio do Modelo
30
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y CIG
Y C c(Y T Tr ) I G
Y = C c (Y T ty Tr ) I G
Y1 c1 t = (C I cTr cT G )
A
1
Y0 *A
1 c(1 t )
31
Graficamente
A Y=A
A A c(1 t )Y
E
AE
45°
YE Y
32
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y * (C cT cTr I G)
1 c(1 t )
33
Os Multiplicadores no modelo de 3 sectores
Multiplicador dos Impostos Autónomos :mostra-nos que um
aumento de 1 u.m. nas receitas autônomas do governo levará a uma
redução no rendimento nacional igual a :
c
Y * (T )
1 c(1 t )
Multiplicador da Alíquota Fiscal: mostra-nos que um aumento de 1
ponto percentual na taxa marginal das receitas do governo que recaem
sobre o rendimento (t) levará a uma redução no rendimento nacional
cY0
Y * ( t )
1 c(1 t1 )
34
Instrumentos de Política Orçamental
Keynes defendia que o nível de produto de equilíbrio na economia
é determinado pelo nível de procura agregada (AD), e somente em
condições especiais é que a economia se equilibra no nível de
produto de pleno emprego, sendo, regra geral, o equilíbrio
acontecer em níveis abaixo do pleno emprego.
Esta constatação é justificada pelo facto de não se
desencadearem mecanismos automáticos que façam tender a
economia expontaneamente ao nível de pleno emprego. O
sistema de mercado falha em garantir o equilíbrio de pleno
emprego da economia, justificando-se assim, a intervenção do
Estado na economia para garantir o alcance do equilíbrio de
pleno emprego.
O Estado tem a sua disposição diversos instrumentos de política
orçamental para afectar o nível da economia através dos seus
efeitos sobre o nível de procura agregada.
35
Instrumentos de Politica Orçamental:
Aumento das Despesas Públicas em Bens e
Serviços (G)
As despesas públicas em bens e serviços (G) constituem uma das
componentes das despesas autónomas (Ā). Para estimular a actividade
económica, em caso de insuficiencia da procura agregada (A), o
governo pode aumentar as suas despesas em bens e serviços.
Deste modo, uma variação positiva das despesas públicas em bens e
serviços, vai gerar um aumento do produto em:
1
Y * G
1 c(1 t )
36
Graficamente
Y=A A1 A1 c(1 t )Y
A
E1
ΔG A0 A0 c(1 t )Y
E0
A1
A0
45°
YE0 YE1 Y
37
Instrumentos de Politica Orçamental: Aumento das
Despesas em Transferências (Tr)
As Despesas Públicas em Transferências (Tr) para as familias afectam
directamenta o rendimento disponivel (Yd) das familias e indirectamente
a procura autonoma (Ā) de bens e serviços de consumo.
Para estimular a actividade económica, em caso de insuficiência da
procura agregada (A), o governo pode aumentar as despesas de
transferência (Tr). O efeito é semelhante ao de um aumento das despesas
públicas em bens e serviços (G), no entanto, o aumento das despesas
públicas em transferências para as familias, gera um aumento menor
do nível de produto do que o do aumento de das despesas publicas
em bens e servicos, pelo facto, de as transferências influenciarem
indirectamente a procura autonóma (Ā).
Uma variação positiva das despesas em transferências, gera um aumento do
produto em:
c
Y * (Tr )
1 c(1 t )
38
Graficamente
A Y=A A1 A1 c(1 t )Y
E1
ΔTr A0 A0 c(1 t )Y
E0
A1
A0
45°
YE0 YE1 Y
39
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução dos Impostos Autónomos
Se o governo pretender estimular a actividade económica, através de uma
redução dos impostos autonomos(T ), o efeito final será semelhante
ao efeito de uma aumento das despesas em transferências para as
famílias (Tr).
Deste modo, uma variação negativa dos impostos autónomos, vai gerar
um aumento do produto em:
c
Y * (T )
1 c(1 t )
40
Graficamente
A Y=A A1 A1 c(1 t )Y
E1
ΔT<0 A0 A0 c(1 t )Y
E0
A1
A0
45°
YE0 YE1 Y
41
Instrumentos de Politica Orçamental:
Redução da taxa marginal de imposto(t)
Se o governo pretender estimular a actividade económica, para reduzir a
insuficiencia da procura agregada (A), pode, reduzir a taxa
marginal de impostos (t). Uma redução da taxa marginal de
impostos vai aumentar o rendimento disponível (Yd) das familias
e consequentemente as despesas de consumo (C), e aumento da
produção e o rendimento.
Deste modo, uma variação negativa da taxa marginal impostos, vai gerar
um aumento do produto em:
cY0
Y * (t )
1 c(1 t1 )
42
Graficamente
Y=A A1 A0 c(1 t1 )Y
A
E1
Δt<0 A0 A0 c(1 t0 )Y
E0
A0
45°
YE0 YE1 Y
43
Uma economia de 4 sectores
(famílias, empresas, governo e o sector externo):
As variáveis introduzidas pelo sector externo
As Exportações (X) - o nível de exportações é uma variável exógena no
modelo, e que tem efeitos positivos sobre o nível de rendimento da
economia, uma vez que os empresários para atender a procura externa
fazem uso dos factores de produção. Um aumento das exportações gera
um aumento do nível de emprego e do rendimento nacional;
X X
As Importações (M) - As importações representam uma saída de
recursos do país, pois, os importadores para pagar os bens e serviços
comprados no exterior pagam com parte do rendimento de que dispõe,
aumentando o emprego e o rendimento dos países de onde são
importados os bens e serviços. As importações dependem das importações
autónomas e das importações que dependem do nível de rendimento
nacional.
M M mY
44
A Procura Agregada numa Economia de 4 Sectores
46
A=Y
( Procura Agregada =Oferta Agregada)
YA
Y C I G (X - M)
Y C c(Y T Tr ) I G ( X M mY )
Y = C c(Y T tY Tr ) I G X M mY
Y1 c1 t m = (C I cTr cT G X M )
A
1
Y0 *A
1 c(1 t ) m
47
Graficamente
Y=A
A
A A [c(1 t ) m]Y
E
AE
45°
YE Y
48
Os Multiplicadores no modelo de 4 sectores
Partindo da equação do nível de produto de equilíbrio, podemos derivar os
multiplicadores:
1
Y * (C cT cTr I G X M )
1 c(1 t ) m
Multiplicador da Despesa : mostra-nos que um aumento de 1 u.m. de uma
das componentes das despesas autónomas (C, I , G, X e M) levará a um
aumento no rendimento nacional igual a:
1
Y * (C G I X M )
1 c(1 t ) m
Multiplicador das Transferências: mostra-nos que um aumento de 1 u.m.
Nas despesas de Transferências do governo para os particulares levará a um
aumento no rendimento nacional igual:
c
Y * (Tr )
1 c(1 t ) m
49
Os multiplicadores no modelo de 4 sectores
cY0
Y * ( t )
1 c(1 t1 ) m
50
FIM
Considerações Finais
51