Relatório sobre a música analisada na última aula (12/06) e sobre a aula de hoje.
Durante alguns séculos as músicas não eram assinadas, eram “anônimas”. Aos poucos, foi
havendo uma divisão. Alguns foram tomando o papel de executar determinadas coisas que
outros não podiam fazer (por ex: por poder, ou porque tinham mais “dom”), e isso criou uma
divisão.
A prática musical foi sendo organizada por alguns. (Leonan e Perotan eram os encarregados
em Paris).
A peça tem três vozes. A terceira voz começa com a nota dó. Se olharmos a segunda página de
trás para frente, até o meio da página 2, vamos encontrar a mesma melodia de forma
espelhada, sem nenhuma mudança (retrógado).
A B A A – e não vai para a segunda parte, para cumprir com o que está escrito no texto. O jogo
é que o fim e o começo, o começo e o fim, é a mesma coisa. Machaut representa isso na
estrutura musical não só na terceira voz. A primeira e segunda voz utilizam a mesma ideia, a
mesma linha. Quando olhamos a segunda linha, no final da segunda página encontramos a
melodia da primeira voz, mas retrógado.
Há um virtuosismo porque ele escreve uma coisa rígida, mas que precisa fazer sentido sonoro.
Machaut encontrou nessas relações polifônicas algo a mais.
Primeira página: A
Segunda página: B
Obs: Rítmo bastante fluído, que acaba sendo difícil de reproduzir com tamanha fluidez se nos
apegarmos a métrica “quadrada”.
Quando temos alterações nas notas (#) podemos dizer que temos uma mudança modal, ou
chamar atenção para uma determinada nota, ou o objetivo da alteração é evitar uma possível
dissonância vertical. Isso vai descaracterizando os modos puros na idade média. Eles vão
deixando de ser o que eram em sua origem.
Essa música é um bom exemplo do que acontecia na época. É uma época religiosa e o
compositor tinha um cargo religioso (conferir informação).
Outra demonstração das possibilidades que Machaut explorou. A duração e a linha melódica
podiam ser espelhadas. Trata-se de duas vertentes que foram possíveis graças aos avanços da
escrita musical. Ele explorou isso de uma maneira bastante criativa.
Em suas composições ele era bastante criativo, explorando as possibilidades, mas conseguindo
colocar na música aquilo que estava pensando.
KBAPTET - O. MECCHAN
Quarteto para o fim dos tempos (homenagem ao anjo do apocalipse – aquele que anuncia o
fim dos tempos)
1. Liturgia de cristal
Com sua música ele procura pairar acima de tudo o que estava acontecendo. Essa música
representa a eternidade.