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EMBREAGENS E FREIOS

Prof. Alexandre Augusto Pescador Sardá


INTRODUÇÃO
Função de armazenagem e/ou transferência de energia de rotação;
INTRODUÇÃO
•Função de armazenagem e/ou transferência de energia de rotação;
• Embreagens e freios são essencialmente o mesmo dispositivo;

•Quando os elementos conectados podem rodar, é chamado de embreagem;

•Se um elemento roda enquanto o outro é fixo, é chamado de freio;

•Embreagem fornece uma conexão que se pode interromper entre dois eixos que
rodam, como, por exemplo, o eixo de manivelas de um motor de automóvel e o eixo de
entrada de sua transmissão.

•Freio fornece uma conexão não-permanente entre um elemento que roda e um plano
de chão que não roda, exemplo a roda de um automóvel e seu chassis;
INTRODUÇÃO

• Freios e embreagens são utilizados extensivamente em máquinas de


produção de todos os tipos;

• Aplicações em veículos para parar o movimento e permitir que o motor de


combustão interna possa continuar rodando quando o veículo está parado;

• Dispositivo de desconexão em caso de emergência, que separa o eixo do


motor em caso de emperramento de uma máquina;

• Permitem que uma carga de alta inércia seja movimentada com um motor
elétrico menor que o que seria conectado se esta fosse diretamente
conectada.
EMBREAGENS E FREIOS DE ARO INTERNO EXPANSÍVEL
EMBREAGENS E FREIOS DE ARO INTERNO EXPANSÍVEL

Mecanismo de operação:

•Anel expansível;

•Centrífugas;

•Magnéticas;

•Hidráulicas;

•Pneumáticas.
EMBREAGENS E FREIOS DE ARO INTERNO EXPANSÍVEL

•Embreagem centrífuga é empregada principalmente para operações


automáticas;

• Se nenhuma mola for utilizada, o torque transmitido será proporcional


ao quadrado da velocidade.

•Útil para acionamento por motor elétrico em que, durante o arranque, a


máquina movida aumenta de velocidade sem choque.
EMBREAGENS E FREIOS DE ARO INTERNO EXPANSÍVEL

•Embreagens magnéticas particularmente úteis para sistemas


automáticos e de controle remoto.

•Embreagens hidráulicas e pneumáticas são também de utilidade em


acionamentos com ciclos complexos de carregamento e em maquinaria
automática, ou em robôs.

•Fluxo de fluido pode ser controlado remotamente, mediante o uso de


válvulas solenóides.
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Hipoteses:

o efeito da força centrífuga é


desprezível;

considera-se que a sapata é rígida


e se despreza o efeito de
deformações; e

considera-se que o coef. atrito é


constante e independe das
condições de contato.
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Tamanho da sapata: a distribuição


das forças normais não pode ser
considerada constante.

O arranjo mecânico faz com que


pressão nenhuma seja aplicada no
calcanhar; assim, assume-se que a
pressão é zero nesse ponto.

É prática usual omitir o material de


fricção por uma pequena distância
além do calcanhar.

Faz-se assim, a hipótese de que a


pressão “p” em um ponto definido
por  é proporcional à distância do
ponto de articulação, ou seja:
p p
 max
sen sen A
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

A distribuição de pressão é senoidal com


respeito ao ângulo central ;

Se a sapata for curta, a maior pressão


nela ocorrerá na extremidade
2 ;

Se a sapata for longa, a maior pressão


nela ocorrerá em a;=90o;
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Um bom projeto concentra tanto material friccional quanto possível em


torno do ponto de máxima pressão, em que b é a largura de face.

dN  p b r d
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Substituindo o valor da pressão:

pa b r sen d
dN 
sen a
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna
Utilizando-se somatório de momentos ao
redor da articulação igual a zero:

Momento das forças friccionais:


f pa b r 2
Mf  f dN r  a cos     sen r  a cos   d
sen a 1
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Momento das forças normais:


pa b r a 2
MN   dN a sen    sen 2
 d
sen a 1

A força atuante F deve balancear esses momentos. Logo:

MN M f
F MN  M f
c

Torque aplicado ao tambor pela sapata do freio:

2
f pa b r 2 f pa b r 2
T  f r dN 
sen a  sen d  sen a cos 1  cos 2 
1
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

As reações do pino de articulação Rx e Ry


são encontradas efetuando-se uma soma
das forças verticais e horizontais.

Rx   dN cos    f dN sen  Fx

p br  2 2
2

Rx  a   sen cos  d  f  sen  d   Fx
sen a 1 1 

Ry   dN sen   f dN cos   Fy

pa b r  2 2
2

Ry    sen  d  f  sen cos  d   Fy
sen a 1 1 
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna
As rotações das forças friccionais será invertida se a rotação também o for.
Efeito auto-energizante é perdido.

MN  M f
F
c

pa b r  2 2
2

Rx    sen cos  d  f  sen  d   Fx
sen a 1 1 

p br  2 2
2

Ry  a   sen  d  f  sen cos  d   Fy
sen a 1 1 
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna
Considerando:

2 2
1 
A   sen cos  d   sen 2 
1 2 1

2 2
 1 
B   sen 2 d    sen 2 
1 2 4 1

Chega-se, para rotação horária, a:

pa b r
Rx   A  f B   Fx
sen a

pa b r
Ry  B  f A  Fy
sen a
Freio ou embreagem tipo tambor com sapata interna

Para rotação anti-horária:

pa b r
Rx   A  f B   Fx
sen a

pa b r
Ry  B  f A  Fy
sen a
Exercício 16-3
Considere um freio com diâmetro interno de aro de 280 mm e a dimensão
R de 90 mm. As sapatas apresentam uma largura de face de 30 mm.
Encontre o torque de frenagem e a pressão máxima em cada sapata se a
força atuante é de 1000 N. A rotação do tambor é anti-horária e f = 0,30.

1  00  a  90 0
 2  1200 sen a  1

a  R  90 mm f  0,30

F  1000 N 280
r  140 mm
2


f pa b r 2
Mf   sen r  a cos   d
sen a 1
Exercício 16-3

 2
f pa b r  2 
Mf    sen r d   a sen cos  d 
sen a 1 1 
2
f pa b r  2  1 2 

Mf   r cos  0  a sen   
sen a  2  0 

f pa b r  a 2 
Mf  r  r cos   sen 
sen a 
2 2
2 

0,30 pa 0,030 0,140   0 0,090 2 0


Mf   0,140  0,140 cos 120  sen 120 
1  2 

M f  0,000222 pa N .m
Exercício 16-3

pa b r a 2 2
MN   sen  d
sen a 1

2 
pa b r a  1 
MN    sen 2 
sen a  2 4 0

pa b r a  2 1 
MN    sen 2 2 
sen a  2 4 

pa 0,030 0,140 0,090  120  1 0 


MN 
1

 2 180 4 sen 2 
120 


 
M N  4,776 10 4 pa N .m
Exercício 16-3

 180 0   2 
c  2 r cos
2
 
  2 0,090  cos 30 0  0,155 mm
 

MN M f  4,777 10 4  2,222 10 4 


F F  1000 N    pa
c  0,15588 

pa  610097 Pa  610 kPa

f pa b r 2
T cos1  cos  2 
sen a

0,3 610097  0,030 0,140 


2
T 1   0,5
1

T  161,4 N .m
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

Mecanismos de operação:

Solenóides;

Alavancas, elos ou dispositivos de


travamento;

Elos com carregamento de mola;

Dispositivos hidráulicos e pneumáticos.


Embreagem ou freios de aro externo contrátil
Esquema de forças e momentos (Desenvolvimento Cap.4):

2
f pa b r
Mf 
sen a  sen r  a cos   d
1

2
p br a 2
MN  a   d
sen
sen a 1

Força acionadora:

MN  M f
F
c
Embreagem ou freios de aro externo contrátil
Reações horizontal e vertical no pino:

Rx   dN cos    f dN sen  Fx

Ry   f dN cos    dN sen  Fy

ou:

pa b r
Rx   A  f B   Fx
sen a

pa b r
Ry   fA  B   Fy
sen a
Embreagem ou freios de aro externo contrátil
Para rotação anti-horária:

MN M f
F
c

E a auto-energização existe para


rotação anti-horária:

pa b r
Rx   A  f B   Fx
sen a

pa b r
Ry   fA  B   Fy
sen a
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

Caso especial: pivô localizado


simetricamente e também colocado de tal
forma que o momento das forças de fricção
ao seu redor é zero:

Se o desgaste na direção radial é


expresso como ():

    o cos 

    K P V t 12  26

K é uma constante do material;


P é a pressão;
V a velocidade do aro;
t o tempo.
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

Denotando P como p() acima e solucionando


para p(), obtém-se:

   0 cos 
p   
KV t KV t

p   cons tan te  cos   pa cos 

Onde pa é o valor máximo de p().


Embreagem ou freios de aro externo contrátil

Procedendo à análise de força:

dN  p b r d

dN  pa b r cos d

2
M f  2   f dN a cos   r   0
0

2
 
2 f pa b r  a cos 2   r cos  d  0
0

4 r sen 2
a
2 2  sen 2 2
A má localização do pivô torna Mf zero ao redor de uma localização diferente; dessa forma, a
forração do freio ajusta sua pressão local de contato, por meio de desgaste, para compensar. O
resultado é um desgaste assimétrico, aposentando o forro de sapata mais cedo.
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

Com o pivô localizado de acordo com a, o


momento ao redor do pino é zero e as reações
horizontal e vertical são:

2 pa b r
Rx  2  dN cos   2 2  sen2 2 
0 2

2 pa b r f
Ry  2 f dN cos   2 2  sen2 2 
0 2

T a f N
Embreagem ou freios de aro externo contrátil
16. 9:
As sapatas no freio representado na figura subtendem um arco de 900 no tambor desse
freio de sapata externa pivotada. A força atuante P é aplicada à alavanca. O sentido de
rotação do tambor é anti-horário, e o coeficiente de fricção é 0,30.
a) Qual deve ser a dimensão e?

4 r sen 2 4 6,75sen 4 
a   7,426 in
2 2  sen2 2 2 4   sen2  4

e  27,426 in in

e  14,852 in
Embreagem ou freios de aro externo contrátil
16.10
Um forro moldado é utilizado seco no freio do problema, em um tambor de ferro fundido. As
sapatas têm 7,5 in de largura e subtendem um arco de 900. Encontre a força atuante e o
torque de frenagem.
Embreagem ou freios de aro externo contrátil
16.10
Um forro moldado é utilizado seco no freio do problema, em um tambor de ferro fundido. As
sapatas têm 7,5 in de largura e subtendem um arco de 900. Encontre a força atuante e o
torque de frenagem.

r
13,5
 6,75 in f  0,38  2  450
2

M R 0

3Fx  6,375P  0

Fx  2,125P

 Re s x 0

Rx  Fx  0 Rx  2,125P
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

 3 
  a tan   11,4
 14,85 

Fy  Fx tan 11,40  2,125P tan 11,40  0,428P

R y  P  0,428P  1,428P
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

M R 0

F y 0

F x 0
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

N  4,174 P

pa b r
N  4,174 P  2 2  sen2 2 
2

100 psi 7,5in 6,75in


N  4,174 P 
2
   
2 45  sen2 45

P  1559 lbf

N  6507 lbf
Embreagem ou freios de aro externo contrátil

T  2a f N

T  27,426 0,38 6507

T  36725 lbf .in


Embreagem e freios de cinta

Utilizadas em escavadeiras de potência e em guindastes e outras maquinarias.


Embreagem e freios de cinta

Direção normal:

 d   d 
 r
F   P  dP sen   P sen   dN  0
 2   2 

dN  P d

Direção horizontal:

 d   d 
 H
F   P  dP  cos    P cos    f dN  0
 2   2 

dP  f dN  0
Embreagem e freios de cinta
dN  P d

dP  f dN  0

dP  f P d  0

dP
 f d
P
P1 
dP
P P  f 0 d
2

P
ln P P1  f 
2

P1
ln  f
P2

P1 D
 ef T  P1  P2 
P2 2
Embreagem e freios de cinta
A força normal dN atuando em um
elemento de área de largura b e
comprimento r d é:

dN  p b r d

P d  p b r d

P 2P
p 
br bD

A pressão é proporcional à tração na


cinta. A pressão máxima pa ocorrerá na
ponta e vale:

2 P1
pa 
bD
Embreagem e freios de cinta
O freio apresentado na figura tem um coeficiente de fricção de 0,30 e deve
operar utilizando uma força máxima F de 400 N. Se a largura de banda for de 50
mm, encontre as tensões de banda e o torque de frenagem.

 125 
  arccos   0,625   51,320   2700  51,320  218,680
 200 
Embreagem e freios de cinta
O freio apresentado na figura tem um coeficiente de fricção de 0,30 e deve operar
utilizando uma força máxima F de 400 N. Se a largura de banda for de 50 mm, encontre as
tensões de banda e o torque de frenagem.

218,680
f   0,30   1,14
180

M  0|
rel 1

P2 125  F 275  125  0

P2  3,2 F  3,2 400 N   1280 N

P1  P2 exp f   1280 exp0,3  3,816 

P1  4022 N
Embreagem e freios de cinta

D
T  P1  P2 
2

250
T  4022 1280
2

T  342750 N .mm
Embreagens Axiais de Contato Friccional
Membros friccionais de acoplagem são movidos em uma direção paralela ao
eixo;
Embreagens Axiais de Contato Friccional

•Vantagens:

Independência dos efeitos centrífugos;

Grande área friccional em um espaço pequeno;

Superfícies mais efetivas de dissipação de calor;

Distribuição favorável de pressão.


Embreagens Axiais de Contato Friccional

•Desgaste uniforme:após o desgaste inicial ocorrer a um ponto que o desgaste


uniforme esteja estabelecido:

  f1 f 2 K P V t
Embreagens Axiais de Contato Friccional

PV  cte  C1

pr  C2
Embreagens Axiais de Contato Friccional

•Pressão uniforme:
Embreagens Axiais de Contato Friccional
•desgaste uniforme

•Pressão uniforme
Freios de disco
REFERÊNCIAS

Shigley, J.E., “Elementos de Máquinas 2”, LTC, 1984.

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