Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Art. 3º do CPB: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.
Nucci: As leis excepcionais e temporárias são espécies do gênero intermitentes, aquelas feitas
para durar por um período determinado.
Lei penal excepcional: são feitas para durar enquanto um estado anormal ocorrer. Cessam a sua
vigência ao mesmo tempo em que a situação excepcional também terminar. Exemplo: durante o
estado de calamidade pública, decretado em uma localidade devastada por alguma catástrofe,
podem-se aumentar as penas dos crimes contra o patrimônio para buscar evitar os saques.
Lei penal temporária: são as editadas com período determinado de duração, portanto, dotadas
de autorrevogação. Assim, por exemplo, uma lei feita para valer por um prazo de seis meses.
Não há, presentemente, lei criminal excepcional ou temporária, mas a possibilidade de que seja
editada, porquanto vivenciarmos circunstâncias excepcionais e transitórias, traz à tona esta
possibilidade. Você precisa, entender, portanto.
Masson: A lei penal em branco é também denominada de cega ou aberta, e pode ser definida
como a espécie de lei penal cuja definição da conduta criminosa reclama complementação, seja
por outra lei, seja por ato da Administração Pública. O seu preceito secundário é completo, o que
não se verifica no tocante ao primário, carente de implementação.
Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação
de doença contagiosa:
Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se o agente é funcionário da saúde pública
ou exerce a profissão de médico, farmacêutico, dentista ou enfermeiro.
Rogério Greco: O núcleo infringir é utilizado no texto legal no sentido de violar, desrespeitar,
ignorar, descumprir determinação do poder público. Trata-se de norma penal em branco. Para
que ocorra a infração penal em estudo, a determinação do poder público deverá ser destinada a
impedir a introdução ou a propagação de doença contagiosa. Introdução significa o ingresso, a
entrada da doença contagiosa; propagação deve ser entendida como difundir, disseminar a
referida doença.
Masson: A expressão “determinação do poder público” nada mais é do que a ordem emanada
das autoridades responsáveis pela realização das finalidades do Estado (exemplos: leis,
decretos, portarias, resoluções etc.), voltada a preservar a saúde pública. Esta ordem,
evidentemente, deve ser de cunho imperativo ou obrigatório, excluindo-se meros conselhos ou
advertências.
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é
compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Masson: O núcleo do tipo é “deixar” de denunciar, no sentido de não comunicar, permitindo que
determinada situação denunciável permaneça desconhecida. A omissão diz respeito ao dever
do médico de comunicar à autoridade pública doença cuja notificação seja compulsória. Fácil
perceber, portanto, que o art. 269 do Código Penal veicula um crime omissivo próprio ou puro,
uma vez que a omissão está descrita expressamente no tipo penal. O médico dolosamente
permanece inerte, e assim desrespeita seu dever legal de informar à autoridade pública doença
cuja notificação é compulsória.
Rogério Greco: Crime próprio no que diz respeito ao sujeito ativo, haja vista que o tipo penal faz
menção expressa à qualidade de médico
Obras consultadas e citada: Código Penal Comentado (Nucci); Código Penal Comentado
(Rogério Greco); Direito Penal vol. 1 e vol. 3 (Cleber Masson).