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EBSERH-Pelotas-RS

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares

Assistente Administrativo

ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Interpretação de texto.................................................................................................................................................................................................01
2. Conhecimento de língua: ortografia/acentuação gráfica ............................................................................................................................................09
Classes de palavras: substantivo: classificação, flexão e grau; adjetivo: classificação, flexão e grau; advérbio: classificação, locução adverbial e
grau; pronome: classificação, emprego e colocação dos pronomes oblíquos átonos; verbo: classificação, conjugação, emprego de tempos e
modos; preposição e conjunção: classificação e emprego; ..........................................................................................................................................16
Estrutura das palavras e seus processos de formação; ...............................................................................................................................................15
Estrutura da oração e do período; .................................................................................................................................................................................31
Concordância verbal e nominal; ....................................................................................................................................................................................33
Regência verbal e nominal, ...........................................................................................................................................................................................34
Crase ..............................................................................................................................................................................................................................13
Pontuação ......................................................................................................................................................................................................................12
Figuras de linguagem (principais); ................................................................................................................................................................................13
Variação linguística: as diversas modalidades do uso da língua. .................................................................................................................................01

Raciocínio Lógico e Matemático


Resolução de problemas envolvendo frações, conjuntos, porcentagens, sequências (com números, com figuras, de palavras). ..............................01
Raciocínio lógico-matemático: proposições, conectivos, equivalência e implicação lógica, argumentos válidos. ........................................................15

Legislação Aplicada à EBSERH


1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011. .................................................................................................................................................01
2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011. ........................................................................................................................................................02
3 Regimento Interno da EBSERH. ................................................................................................................................................................................05

Legislação Aplicada ao SUS


1 Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e
arcabouço legal. ............................................................................................................................................................................................................01
2 Controle social no SUS ..............................................................................................................................................................................................05
3 Resolução no 453/2012, do Conselho Nacional de Saúde. .......................................................................................................................................06
4 Constituição Federal, artigos de 194 a 200. ...............................................................................................................................................................09
5 Lei Orgânica da Saúde ‐ Lei no 8.080/1990, Lei no 8.142/1990 e Decreto Presidencial no 7.508, de 28 de junho de 2011. ..................................10
6 Determinantes sociais da saúde. ...............................................................................................................................................................................19
7 Sistemas de informação em saúde. ...........................................................................................................................................................................22

1 Assistente Administrativo

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Conhecimentos Específicos
1 Qualidade no atendimento ao público. Comunicabilidade, apresentação, atenção, cortesia, interesse, presteza, eficiência, tolerância,
discrição, conduta e objetividade. .................................................................................................................................................................................01
2 Trabalho em equipe. 2.1 Personalidade e relacionamento. 2.2 Eficácia no comportamento interpessoal. 2.3 Fatores positivos do
relacionamento. 2.4 Comportamento receptivo e defensivo, empatia e compreensão mútua. .....................................................................................01
3 Conhecimentos básicos de administração. 3.1 Características das organizações formais: tipos de estrutura organizacional, natureza,
finalidades e critérios de departamentalização. 3.2 Processo organizacional: planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação.
3.3 Comportamento organizacional: motivação, liderança e desempenho. ..................................................................................................................13
4 Patrimônio. 4.1 Conceito. 4.2 Componentes. 4.3 Variações e configurações. ..........................................................................................................22
5 Hierarquia e autoridade. .............................................................................................................................................................................................13
6 Eficiência, eficácia, produtividade e competitividade. ................................................................................................................................................13
7 Processo decisório. ....................................................................................................................................................................................................13
8 Planejamento administrativo e operacional. ...............................................................................................................................................................13
9 Divisão do trabalho. ....................................................................................................................................................................................................13
10 Controle e avaliação. ................................................................................................................................................................................................13
11 Motivação e desempenho. .......................................................................................................................................................................................13
12 Liderança. .................................................................................................................................................................................................................13
13 Gestão da qualidade. ...............................................................................................................................................................................................13
14 Técnicas de arquivamento: classificação, organização, arquivos correntes e protocolo. .......................................................................................60
15 Noções de cidadania. ...............................................................................................................................................................................................74
16 Noções de uso e conservação de equipamentos de escritório. ...............................................................................................................................13
17 Compras na Administração Pública. 17.1 Licitações e contratos. 17.2 Princípios básicos da licitação. 17.3 Legislação pertinente. ....................76
18 Conduta ética dos profissionais da área de saúde. .................................................................................................................................................90
19 Princípios gerais de segurança no trabalho. 19.1 Prevenção e causas dos acidentes do trabalho. 19.2 Princípios de ergonomia no
trabalho. 19.3 Códigos e símbolos específicos de Saúde e Segurança no Trabalho. ..................................................................................................91

2 Assistente Administrativo

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adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por
isso, uma resposta pode estar certa para responder à pergunta, mas não
ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra
alternativa mais completa.

Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento


do texto transcrito para ser a base de análise. Nunca deixe de retornar ao
1. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO. VARIAÇÃO LINGUÍSTI- texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de tempo. A descontex-
CA: AS DIVERSAS MODALIDADES DO USO DA LÍNGUA tualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso
para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finali- ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta
dade a identificação de um leitor autônomo. Portanto, o candidato deve será mais consciente e segura.
compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretação de
necessitar de um bom léxico internalizado. texto. Para isso, devemos observar o seguinte:
01. Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto;
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto
02. Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá
em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um
até o fim, ininterruptamente;
confronto entre todas as partes que compõem o texto.
03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por umas três vezes ou mais;
trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica- 04. Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas;
se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;
diante de uma temática qualquer. 06. Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor;
07. Partir o texto em pedaços (parágrafos, partes) para melhor compre-
Denotação e Conotação ensão;
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expres- 08. Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, parte) do texto cor-
são gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma con- respondente;
venção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signi- 09. Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão;
ficado) que se constroem as noções de denotação e conotação. 10. Cuidado com os vocábulos: destoa (=diferente de ...), não, correta,
incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se
o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a perguntou e o que se pediu;
atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreensão, 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais
depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada exata ou a mais completa;
construção frasal, uma nova relação entre significante e significado. 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de
lógica objetiva;
Os textos literários exploram bastante as construções de base conota- 13. Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais;
tiva, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações 14. Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta,
diferenciadas em seus leitores. mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto;
15. Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a
Ainda com base no signo linguístico, encontra-se o conceito de polis- resposta;
semia (que tem muitas significações). Algumas palavras, dependendo do 16. Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor,
contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a palavra definindo o tema e a mensagem;
ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste 17. O autor defende ideias e você deve percebê-las;
caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantís-
ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e simos na interpretação do texto.
esclareçam o sentido. Ex.: Ele morreu de fome.
de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização
Como Ler e Entender Bem um Texto do fato (= morte de "ele").
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e Ex.: Ele morreu faminto.
de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava
cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra- quando morreu.;
em-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo 19. As orações coordenadas não têm oração principal, apenas as idei-
nível de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar as estão coordenadas entre si;
palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vão dar a ele maior clareza
resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça de expressão, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo
a memória visual, favorecendo o entendimento. Cunegundes

Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva,


há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
de responder às interpretações que a banca considerou como pertinentes. TEXTO NARRATIVO
• As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, for-
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto ças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar
com outras formas de cultura, outros textos e manifestações de arte da dos fatos.
época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen- Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou
tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui heroína, personagem principal da história.
não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do prota-
da fonte e na identificação do autor. gonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal
contracena em primeiro plano.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de As personagens secundárias, que são chamadas também de compar-
resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exce- sas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narra-
to, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na escolha adequa- ção.
da. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais

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O narrador que está a contar a história também é uma personagem, Formas de apresentação da fala das personagens
pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor- Como já sabemos, nas histórias, as personagens agem e falam. Há
tância, ou ainda uma pessoa estranha à história. três maneiras de comunicar as falas das personagens.

Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- • Discurso Direto: É a representação da fala das personagens atra-
nagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não vés do diálogo.
alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e Exemplo:
tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimen- “Zé Lins continuou: carnaval é festa do povo. O povo é dono da
são psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações verdade. Vem a polícia e começa a falar em ordem pública. No carna-
perante os acontecimentos. val a cidade é do povo e de ninguém mais”.
• Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a No discurso direto é frequente o uso dos verbo de locução ou descendi:
trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo po- dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de
demos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios travessões. Porém, quando as falas das personagens são curtas ou rápidas
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o climax, o os verbos de locução podem ser omitidos.
desenlace ou desfecho.
Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, • Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas
as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, próprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens.
na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a Exemplo:
história começa a ser narrada no meio dos acontecimentos (“in média”), ou “Zé Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-
seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de inte- dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade
resses entre as personagens. que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-
nos sombrios por vir”.
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior ten-
são do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho,
• Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se
ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos.
mistura à fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narração.
• Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens partici- Exemplo:
pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gê- “Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando
nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano alto. Quando me viram, sem chapéu, de pijama, por aqueles
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem
social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estivesse doido. Como poderia andar um homem àquela
que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, rela- hora, sem fazer nada de cabeça no tempo, um branco de pés
cionados ao principal. no chão como eles? Só sendo doido mesmo”.
• Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu- (José Lins do Rego)
gares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter
informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas ve- TEXTO DESCRITIVO
zes, principalmente nos textos literários, essas informações são ex-
Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais carac-
tensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos
terísticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc.
narrativo.
As perspectivas que o observador tem do objeto são muito importantes,
• Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num tanto na descrição literária quanto na descrição técnica. É esta atitude que
determinado tempo, que consiste na identificação do momento, vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que
dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade sa- o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem
lienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações unificada.
podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, vari-
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fa- ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a
to que aconteceu depois. pouco.
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo Podemos encontrar distinções entre uma descrição literária e outra téc-
material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:
natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões
• Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da
transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente
sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu
através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subje-
espírito.
tiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferên-
cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e não o que
• Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dis- vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo,
semos, é a personagem que está a contar a história. A posição em fenomênico, ela é exata e dimensional.
que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o
• Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das
aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-
personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos, ela
zado por:
enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento,
- visão “por detrás”: o narrador conhece tudo o que diz respeito às
com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, social
personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acon-
e econômico.
tecimentos e a narração é feita em 3a pessoa.
• Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narra-
observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama,
tiva que é feito em 1a pessoa.
para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê,
partes mais típicas desse todo.
aquilo que é observável exteriormente no comportamento da per-
sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- • Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes dos interiores, dos
dor é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma
visualização das suas particularidades, de seus traços distintivos e
• Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de
típicos.
apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do
• Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada, que
qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é
se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um
feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.
incêndio, de uma briga, de um naufrágio.
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• Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características ge- intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro
rais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabu- deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerência é de
lário mais preciso, salientando-se com exatidão os pormenores. É relevada importância para a produção textual, pois nela se dará uma se-
predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer quência das ideias e da progressão de argumentos a serem explanadas.
convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis- Sendo a argumentação o procedimento que tornará a tese aceitável, a
mos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. apresentação de argumentos atingirá os seus interlocutores em seus objeti-
vos; isto se dará através do convencimento da persuasão. Os mecanismos
TEXTO DISSERTATIVO da coesão e da coerência serão então responsáveis pela unidade da for-
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação cons- mação textual.
ta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou ques-
tão, e pressupõe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos
com clareza, coerência e objetividade. verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por força semântica, por
recorrências lexicais, por estratégias de substituição de enunciados.
A dissertação pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir
o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como Um mecanismo mais fácil de fazer a comunicação entre as pessoas é a
finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. linguagem, quando ela é em forma da escrita e após a leitura, (o que ocorre
agora), podemos dizer que há de ter alguém que transmita algo, e outro
A linguagem usada é a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- que o receba. Nesta brincadeira é que entra a formação de argumentos
do o contexto. com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicação; nisto, estes
argumentos explanados serão o germe de futuras tentativas da comunica-
Quanto à forma, ela pode ser tripartida em: ção ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-
• Introdução: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- são).
mentais do assunto que está tratando. É a enunciação direta e ob-
jetiva da definição do ponto de vista do autor. Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; não tem em sua
• Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo- unidade a mono característica da dominação do idioma/língua, e sim o
cadas na introdução serão definidas com os dados mais relevan- propósito de executar a interação do meio e cultura de cada indivíduo. As
tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias relações intertextuais são de grande valia para fazer de um texto uma
articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num alusão à outros textos, isto proporciona que a imersão que os argumentos
conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e de- dão tornem esta produção altamente evocativa.
sencadeia a conclusão.
• Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia A paráfrase é também outro recurso bastante utilizado para trazer a um
central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a in- texto um aspecto dinâmico e com intento. Juntamente com a paródia, a
trodução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para paráfrase utiliza-se de textos já escritos, por alguém, e que tornam-se algo
haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer espetacularmente incrível. A diferença é que muitas vezes a paráfrase não
em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetição de argu-
e opinião. mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é rentes. A criação de um texto requer bem mais do que simplesmente a
a obra ou ação que realmente se praticou. junção de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. É necessário ter
- Hipótese: É a suposição feita acerca de uma coisa possível ou na escolha das palavras e do vocabulário o cuidado de se requisitá-las,
não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação so- bem como para se adotá-las. Um texto não é totalmente auto-explicativo,
bre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. daí vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histórico
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou uma relação interdiscursiva e intertextual.
desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-
tos descritos, é um parecer particular, um sentimento que se tem a As metáforas, metonímias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-
respeito de algo. tram em ação inseridos num texto como um conjunto de estratégias capa-
zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia também é muito
utilizada para causar este efeito, umas de suas características salientes, é
O TEXTO ARGUMENTATIVO que a ironia dá ênfase à gozação, além de desvalorizar ideias, valores da
Baseado em Adilson Citelli oposição, tudo isto em forma de piada.
A linguagem é capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-
rizada pela identificação de um elemento de constituição de sentidos. Os Uma das últimas, porém não menos importantes, formas de persuadir
discursos verbais podem ser formados de várias maneiras, para dissertar através de argumentos, é a Alusão ("Ler não é apenas reconhecer o dito,
ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em práticas um conjunto de mais também o não-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou
referências codificadas há muito tempo e dadas como estruturadoras do conceitos pré estabelecidos, sem porém com objetivos de forma clara e
tipo de texto solicitado. concisa. O que acontece é a formação de um ambiente poético e sugerível,
capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensação...
Para se persuadir por meio de muitos recursos da língua é necessário Texto Base: CITELLI, Adilson; “O Texto Argumentativo” São Paulo SP, Editora
que um texto possua um caráter argumentativo/descritivo. A construção de ..Scipione, 1994 - 6ª edição.
um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua
análise e esta dar-se-á a partir do momento em que a compreensão do
conteúdo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formação discursi- TIPOLOGIA TEXTUAL
va é responsável pelo emassamento do conteúdo que se deseja transmitir,
A todo o momento nos deparamos com vários textos, sejam eles
ou persuadir, e nele teremos a formação do ponto de vista do sujeito, suas
verbais e não verbais. Em todos há a presença do discurso, isto é, a ideia
análises das coisas e suas opiniões. Nelas, as opiniões o que fazemos é
intrínseca, a essência daquilo que está sendo transmitido entre os
soltar concepções que tendem a ser orientadas no meio em que o indivíduo
interlocutores.
viva. Vemos que o sujeito lança suas opiniões com o simples e decisivo
intuito de persuadir e fazer suas explanações renderem o convencimento Esses interlocutores são as peças principais em um diálogo ou em um
do ponto de vista de algo/alguém. texto escrito, pois nunca escrevemos para nós mesmos, nem mesmo
falamos sozinhos.
Na escrita, o que fazemos é buscar intenções de sermos entendidos e
desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e É de fundamental importância sabermos classificar os textos dos quais
todas as frases ou palavras articuladas produzem significações dotadas de travamos convivência no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que
existem tipos textuais e gêneros textuais.

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Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado na primeira pessoa ou, também, pode ser a voz de uma terceira pessoa
ou ocorrido conosco, expomos nossa opinião sobre determinado assunto, que não intervém nem como ator nem como testemunha.
ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um
retrato verbal sobre alguém que acabamos de conhecer ou ver. Além disso, o narrador pode adotar diferentes posições, diferentes pontos
de vista: pode conhecer somente o que está acontecendo, isto é, o que as
É exatamente nestas situações corriqueiras que classificamos os personagens estão fazendo ou, ao contrário, saber de tudo: o que fazem,
nossos textos naquela tradicional tipologia: Narração, Descrição e pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acon-
Dissertação. tecerá. Estes narradores que sabem tudo são chamados oniscientes.
Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo A Novela
um Editorial, no qual o autor expõe seu ponto de vista sobre determinado
assunto, uma descrição de um ambiente e um texto literário escrito em É semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior número de
prosa. complicações, passagens mais extensas com descrições e diálogos. As
personagens adquirem uma definição mais acabada, e as ações secundá-
Em se tratando de gêneros textuais, a situação não é diferente, pois se rias podem chegar a adquirir tal relevância, de modo que terminam por
conceituam como gêneros textuais as diversas situações converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.
sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como
exemplo, temos: uma receita culinária, um e-mail, uma reportagem, uma A Obra Teatral
monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se- Os textos literários que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragé-
iam como: instrucional, correspondência pessoal (em meio eletrônico), texto dias, comédias, etc.) vão tecendo diferentes histórias, vão desenvolvendo
do ramo jornalístico e, por último, um texto de cunho científico. diversos conflitos, mediante a interação linguística das personagens, quer
Mas como toda escrita perfaz-se de uma técnica para compô-la, é dizer, através das conversações que têm lugar entre os participantes nas
extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta situações comunicativas registradas no mundo de ficção construído pelo
gama de textos. À medida que a praticamos, vamos nos aperfeiçoando texto. Nas obras teatrais, não existe um narrador que conta os fatos, mas
mais e mais na sua performance estrutural. Por Vânia Duarte um leitor que vai conhecendo-os através dos diálogos e/ ou monólogos das
personagens.
O Conto
Devido à trama conversacional destes textos, torna-se possível encontrar
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consta de três momentos perfeita- neles vestígios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontânea
mente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de equilíbrio; das personagens, através de numerosas interjeições, de alterações da
segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um conflito, que sintaxe normal, de digressões, de repetições, de dêiticos de lugar e tempo.
dá lugar a uma série de episódios; encerra com a resolução desse conflito Os sinais de interrogação, exclamação e sinais auxiliares servem para
que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido. moldar as propostas e as réplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os
turnos de palavras.
Todo conto tem ações centrais, núcleos narrativos, que estabelecem entre
si uma relação causal. Entre estas ações, aparecem elementos de recheio As obras de teatro atingem toda sua potencialidade através da representa-
(secundários ou catalíticos), cuja função é manter o suspense. Tanto os ção cênica: elas são construídas para serem representadas. O diretor e os
núcleos como as ações secundárias colocam em cena personagens que as atores orientam sua interpretação.
cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentação das
características destes personagens, assim como para as indicações de Estes textos são organizados em atos, que estabelecem a progressão
lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. temática: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-
to apresentado. Cada ato contém, por sua vez, diferentes cenas, determi-
Um recurso de uso frequente nos contos é a introdução do diálogo das nadas pelas entradas e saídas das personagens e/ou por diferentes qua-
personagens, apresentado com os sinais gráficos correspondentes (os dros, que correspondem a mudanças de cenografias.
travessões, para indicar a mudança de interlocutor).
Nas obras teatrais são incluídos textos de trama descritiva: são as chama-
A observação da coerência temporal permite ver se o autor mantém a linha das notações cênicas, através das quais o autor dá indicações aos atores
temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre- sobre a entonação e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias
sentação dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanços ao futuro). que considera pertinentes para o desenvolvimento da ação. Estas notações
apresentam com frequência orações unimembres e/ou bimembres de
A demarcação do tempo aparece, geralmente, no parágrafo inicial. Os predicado não verbal.
contos tradicionais apresentam fórmulas características de introdução de
temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". O Poema
Os tempos verbais desempenham um papel importante na construção e na Texto literário, geralmente escrito em verso, com uma distribuição espacial
interpretação dos contos. Os pretéritos imperfeito e o perfeito predominam muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe dão rele-
na narração, enquanto que o tempo presente aparece nas descrições e nos vância aos espaços em branco; então, o texto emerge da página com uma
diálogos. silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misteriosos
labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar
O pretérito imperfeito apresenta a ação em processo, cuja incidência chega o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pretende
ao momento da narração: "Rosário olhava timidamente seu pretendente, extrair a significação dos recursos estilísticos empregados pelo poeta, quer
enquanto sua mãe, da sala, fazia comentários banais sobre a história seja para expressar seus sentimentos, suas emoções, sua versão da
familiar." O perfeito, ao contrário, apresenta as ações concluídas no passa- realidade, ou para criar atmosferas de mistério de surrealismo, relatar
do: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apresentar
filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". ensinamentos morais (como nas fábulas).
A apresentação das personagens ajusta-se à estratégia da definibilidade: O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro
são introduzidas mediante uma construção nominal iniciada por um artigo das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema, é parte essen-
indefinido (ou elemento equivalente), que depois é substituído pelo definido, cial do verso: o verso é uma unidade rítmica constituída por uma série
por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressa- métrica de sílabas fônicas. A distribuição dos acentos das palavras que
damente na sala de embarque e olhou à volta, procurando alguém impaci- compõem os versos tem uma importância capital para o ritmo: a musicali-
entemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romântico dos anos 40." dade depende desta distribuição.
O narrador é uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente à
constituem o relato, é a voz que conta o que está acontecendo. Esta voz distância sonora das sílabas. As sílabas fônicas apresentam algumas
pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos diferenças das sílabas ortográficas. Estas diferenças constituem as chama-
das licenças poéticas: a diérese, que permite separar os ditongos em suas
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sílabas; a sinérese, que une em uma sílaba duas vogais que não constitu- As notícias apresentam-se como unidades informativas completas, que
em um ditongo; a sinalefa, que une em uma só sílaba a sílaba final de uma contêm todos os dados necessários para que o leitor compreenda a infor-
palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou mação, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo,
h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais também não é necessário ter lido os jornais do dia anterior para interpretá-la), ou de
incidem no levantamento das sílabas do verso. Se a última palavra é paro- ligá-la a outros textos contidos na mesma publicação ou em publicações
xítona, não se altera o número de sílabas; se é oxítona, soma-se uma similares.
sílaba; se é proparoxítona, diminui-se uma.
É comum que este texto use a técnica da pirâmide invertida: começa pelo
A rima é uma característica distintiva, mas não obrigatória dos versos, pois fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de três partes
existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na claramente diferenciadas: o título, a introdução e o desenvolvimento. O
poesia moderna). A rima consiste na coincidência total ou parcial dos título cumpre uma dupla função - sintetizar o tema central e atrair a atenção
últimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El País,
cidência total de vogais e consoante a partir da última vogal acentuada) e a 1991) sugerem geralmente que os títulos não excedam treze palavras. A
assonante (coincidência unicamente das vogais a partir da última vogal introdução contém o principal da informação, sem chegar a ser um resumo
acentuada). A métrica mais frequente dos versos vai desde duas até de- de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que não
zesseis sílabas. Os versos monossílabos não existem, já que, pelo acento, aparecem na introdução.
são considerados dissílabos.
A notícia é redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se à mar-
As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes gem do que conta, razão pela qual não é permitido o emprego da primeira
combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se à progressão pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, além de omitir o eu ou o
temática do texto: com frequência, desenvolvem uma unidade informativa nós, também não deve recorrer aos possessivos (por exemplo, não se
vinculada ao tema central. referirá à Argentina ou a Buenos Aires com expressões tais como nosso
país ou minha cidade).
Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, através dos mecanismos
de substituição e de combinação, respectivamente, culminam com a criação Esse texto se caracteriza por sua exigência de objetividade e veracidade:
de metáforas, símbolos, configurações sugestionadoras de vocábulos, somente apresenta os dados. Quando o jornalista não consegue comprovar
metonímias, jogo de significados, associações livres e outros recursos de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas
estilísticos que dão ambiguidade ao poema. fórmulas para salvar sua responsabilidade: parece, não está descartado
que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao
TEXTOS JORNALÍSTICOS discurso direto, como, por exemplo:
Os textos denominados de textos jornalísticos, em função de seu portador ( O ministro afirmou: "O tema dos aposentados será tratado na Câmara dos
jornais, periódicos, revistas), mostram um claro predomínio da função Deputados durante a próxima semana .
informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em
que acontecem. Esta adesão ao presente, esta primazia da atualidade, O estilo que corresponde a este tipo de texto é o formal.
condena-os a uma vida efêmera. Propõem-se a difundir as novidades
produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. Nesse tipo de texto, são empregados, principalmente, orações
enunciativas, breves, que respeitam a ordem sintática canônica. Apesar das
De acordo com este propósito, são agrupados em diferentes seções: infor- notícias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, também é
mação nacional, informação internacional, informação local, sociedade, frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela
economia, cultura, esportes, espetáculos e entretenimentos. polícia; e das formas impessoais: A perseguição aos delinquentes foi feita
por um patrulheiro.
A ordem de apresentação dessas seções, assim como a extensão e o
tratamento dado aos textos que incluem, são indicadores importantes tanto A progressão temática das notícias gira em tomo das perguntas o quê?
da ideologia como da posição adotada pela publicação sobre o tema abor- quem? como? quando? por quê e para quê?.
dado.
O Artigo de Opinião
Os textos jornalísticos apresentam diferentes seções. As mais comuns são
as notícias, os artigos de opinião, as entrevistas, as reportagens, as crôni- Contém comentários, avaliações, expectativas sobre um tema da atualida-
cas, as resenhas de espetáculos. de que, por sua transcendência, no plano nacional ou internacional, já é
considerado, ou merece ser, objeto de debate.
A publicidade é um componente constante dos jornais e revistas, à medida
que permite o financiamento de suas edições. Mas os textos publicitários Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de análise ou pesquisa e
aparecem não só nos periódicos como também em outros meios ampla- as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a
mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire- posição adotada pelo jornal ou revista em concordância com sua ideologia,
mos a eles em outro momento. enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opiniões de
seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opiniões
Em geral, aceita-se que os textos jornalísticos, em qualquer uma de suas divergentes e até antagônicas em uma mesma página.
seções, devem cumprir certos requisitos de apresentação, entre os quais
destacamos: uma tipografia perfeitamente legível, uma diagramação cuida- Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se
da, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informação organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-
linguística, inclusão de gráficos ilustrativos que fundamentam as explica- ção do tema em questão, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e
ções do texto. que segue com uma tomada de posição, isto é, com a formulação de uma
tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar
É pertinente observar como os textos jornalísticos distribuem-se na publica- esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmação da posição adotada no
ção para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a início do texto.
primeira página, as páginas ímpares e o extremo superior das folhas dos
jornais trazem as informações que se quer destacar. Esta localização A efetividade do texto tem relação direta não só com a pertinência dos
antecipa ao leitor a importância que a publicação deu ao conteúdo desses argumentos expostos como também com as estratégias discursivas usadas
textos. para persuadir o leitor. Entre estas estratégias, podemos encontrar as
seguintes: as acusações claras aos oponentes, as ironias, as insinuações,
O corpo da letra dos títulos também é um indicador a considerar sobre a as digressões, as apelações à sensibilidade ou, ao contrário, a tomada de
posição adotada pela redação. distância através do uso das construções impessoais, para dar objetividade
e consenso à análise realizada; a retenção em recursos descritivos - deta-
A Notícia lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa
Transmite uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou estão bem especificadas com uma minuciosa enumeração das fontes da
pessoas.

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informação. Todos eles são recursos que servem para fundamentar os Apesar das diferenças existentes entre os métodos de pesquisa destas
argumentos usados na validade da tese. ciências, os textos têm algumas características que são comuns a todas
suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos,
A progressão temática ocorre geralmente através de um esquema de temas as orações enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem
derivados. Cada argumento pode encerrar um tópico com seus respectivos sintática canônica (sujeito-verbo-predicado).
comentários.
Incluem frases claras, em que não há ambiguidade sintática ou semântica,
Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam e levam em consideração o significado mais conhecido, mais difundido das
uma preeminência de orações enunciativas, embora também incluam, com palavras.
frequência, orações dubitativas e exortativas devido à sua trama argumen-
tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor- O vocabulário é preciso. Geralmente, estes textos não incluem vocábulos a
mação de base, o assunto em questão; as últimas, para convencer o leitor que possam ser atribuídos um multiplicidade de significados, isto é, evitam
a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, os termos polissêmicos e, quando isso não é possível, estabelecem medi-
opta-se por orações complexas que incluem proposições causais para as ante definições operatórias o significado que deve ser atribuído ao termo
fundamentações, consecutivas para dar ênfase aos efeitos, concessivas e polissêmico nesse contexto.
condicionais. A Definição
Para interpretar estes textos, é indispensável captar a postura ideológica do Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que
autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que determina de forma clara e precisa as características genéricas e diferenci-
circunstâncias e com que propósito foi organizada a informação exposta. ais do objeto ao qual se refere. Essa descrição contém uma configuração
Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir
estratégias tais como a referência exofórica, a integração crítica dos dados através de um processo de sinonímia.
do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das
entrelinhas a fim de converter em explícito o que está implícito. Recordemos a definição clássica de "homem", porque é o exemplo por
excelência da definição lógica, uma das construções mais generalizadas
Embora todo texto exija para sua interpretação o uso das estratégias men- dentro deste tipo de texto: O homem é um animal racional. A expansão do
cionadas, é necessário recorrer a elas quando estivermos frente a um texto termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gênero a que pertence,
de trama argumentativa, através do qual o autor procura que o leitor aceite "animal", e a diferença específica, "racional": a racionalidade é o traço que
ou avalie cenas, ideias ou crenças como verdadeiras ou falsas, cenas e nos permite diferenciar a espécie humana dentro do gênero animal.
opiniões como positivas ou negativas.
Usualmente, as definições incluídas nos dicionários, seus portadores mais
qualificados, apresentam os traços essenciais daqueles a que se referem:
A Reportagem Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodécimo e último signo ou parte do
Zodíaco, de 30° de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de
É uma variedade do texto jornalístico de trama conversacional que, para
terminar o inverno.
informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-
chave para o conhecimento deste tópico. Como podemos observar nessa definição extraída do Dicionário de La Real
Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou
A conversação desenvolve-se entre um jornalista que representa a publica- introdução desenvolve-se através de uma descrição que contém seus
ção e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a aten- traços mais relevantes, expressa, com frequência, através de orações
ção dos leitores. unimembres, constituídos por construções endocêntricas (em nosso exem-
A reportagem inclui uma sumária apresentação do entrevistado, realizada plo temos uma construção endocêntrica substantiva - o núcleo é um subs-
com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o diálogo. As tantivo rodeado de modificadores "duodécimo e último signo ou parte do
perguntas são breves e concisas, à medida que estão orientadas para Zodíaco, de 30° de amplitude..."), que incorporam maior informação medi-
divulgar as opiniões e ideias do entrevistado e não as do entrevistador. ante proposições subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-
te antes de terminar o inverno".
A Entrevista As definições contêm, também, informações complementares relacionadas,
por exemplo, com a ciência ou com a disciplina em cujo léxico se inclui o
Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimológica do vocábulo ("do lat.
uma trama conversacional, mas combina com frequência este tecido com piscis"); a sua classificação gramatical (s.p.m.), etc.
fios argumentativos e descritivos. Admite, então, uma maior liberdade, uma
vez que não se ajusta estritamente à fórmula pergunta-resposta, mas Essas informações complementares contêm frequentemente abreviaturas,
detém-se em comentários e descrições sobre o entrevistado e transcreve cujo significado aparece nas primeiras páginas do Dicionário: Lat., Latim;
somente alguns fragmentos do diálogo, indicando com travessões a mu- Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo próprio masculino, etc.
dança de interlocutor. É permitido apresentar uma introdução extensa com O tema-base (introdução) e sua expansão descritiva - categorias básicas da
os aspectos mais significativos da conversação mantida, e as perguntas estrutura da definição - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais
podem ser acompanhadas de comentários, confirmações ou refutações diferentes informações costumam ser codificadas através de tipografias
sobre as declarações do entrevistado. diferentes (negrito para o vocabulário a definir; itálico para as etimologias,
Por tratar-se de um texto jornalístico, a entrevista deve necessariamente etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante
incluir um tema atual, ou com incidência na atualidade, embora a conversa- barras paralelas e /ou números.
ção possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma
entrevistas se ajustem a uma progressão temática linear ou a temas deri- coisa por um período determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer
vados. continuar em exercício; adiar o término de.
Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, não existe uma A Nota de Enciclopédia
garantia de diálogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de
Apresenta, como a definição, um tema-base e uma expansão de trama
quem fala, a progressão temática não se ajusta ao jogo argumentativo de
descritiva; porém, diferencia-se da definição pela organização e pela ampli-
propostas e de réplicas.
tude desta expansão.
TEXTOS DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA A progressão temática mais comum nas notas de enciclopédia é a de
Esta categoria inclui textos cujos conteúdos provêm do campo das ciências temas derivados: os comentários que se referem ao tema-base constituem-
em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto se, por sua vez, em temas de distintos parágrafos demarcados por subtítu-
nas Ciências Sociais como nas Ciências Naturais. los. Por exemplo, no tema República Argentina, podemos encontrar os

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temas derivados: traços geológicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, As monografias exigem uma seleção rigorosa e uma organização coerente
população, cidades, economia, comunicação, transportes, cultura, etc. dos dados recolhidos. A seleção e organização dos dados servem como
indicador do propósito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exem-
Estes textos empregam, com frequência, esquemas taxionômicos, nos
plo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os
quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e incluídas. Por
aspectos positivos da gestão governamental de um determinado persona-
exemplo: descreve-se "mamífero" como membro da classe dos vertebra-
gem histórico têm maior relevância e valor do que os aspectos negativos,
dos; depois, são apresentados os traços distintivos de suas diversas varie-
teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que
dades: terrestres e aquáticos.
esta valorização fique explícita.
Uma vez que nestas notas há predomínio da função informativa da lingua-
Nas monografias, é indispensável determinar, no primeiro parágrafo, o tema
gem, a expansão é construída sobre a base da descrição científica, que
a ser tratado, para abrir espaço à cooperação ativa do leitor que, conjugan-
responde às exigências de concisão e de precisão.
do seus conhecimentos prévios e seus propósitos de leitura, fará as primei-
As características inerentes aos objetos apresentados aparecem através de ras antecipações sobre a informação que espera encontrar e formulará as
adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas hipóteses que guiarão sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes
no dorso, e parte inferior prateada, cabeça quase cônica, olhos muito textos transcrevem, mediante o uso da técnica de resumo, o que cada uma
juntos, boca oblíqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estarão listadas
dos substantivos e, como é possível observar em nosso exemplo, agregam nas referências bibliográficas, de acordo com as normas que regem a
qualidades próprias daquilo a que se referem. apresentação da bibliografia.
O uso do presente marca a temporalidade da descrição, em cujo tecido O trabalho intertextual (incorporação de textos de outros no tecido do texto
predominam os verbos estáticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias através de cons-
ligação - ser, estar, parecer, etc. truções de discurso direto ou de discurso indireto.
O Relato de Experimentos Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificações,
tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da economia
Contém a descrição detalhada de um projeto que consiste em manipular o
dirigida conduziu a uma centralização na Capital Federal de toda tramitação
ambiente para obter uma nova informação, ou seja, são textos que
referente ao comércio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra
descrevem experimentos.
de outro, as aspas que servem para demarcá-la, os traços que incluem o
O ponto de partida destes experimentos é algo que se deseja saber, mas nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara
que não se pode encontrar observando as coisas tais como estão; é neces- Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralização...') são alguns dos sinais que
sário, então, estabelecer algumas condições, criar certas situações para distinguem frequentemente o discurso direto.
concluir a observação e extrair conclusões. Muda-se algo para constatar o
Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por outro,
que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condições uma
em vez de transcrever textualmente, com a inclusão de elementos subordi-
planta de determinada espécie cresce mais rapidamente, pode-se colocar
nadores e dependendo do caso - as conseguintes modificações, pronomes
suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condições de
pessoais, tempos verbais, advérbios, sinais de pontuação, sinais auxiliares,
luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, água; com diferentes
etc.
fertilizantes orgânicos, químicos etc., para observar e precisar em que
circunstâncias obtém-se um melhor crescimento. Discurso direto: ‘Ás raízes de meu pensamento – afirmou Echeverría -
nutrem-se do liberalismo’
A macroestrutura desses relatos contém, primordialmente, duas categorias:
uma corresponde às condições em que o experimento se realiza, isto é, ao Discurso indireto: 'Écheverría afirmou que as raízes de seu pensamento
registro da situação de experimentação; a outra, ao processo observado. nutriam -se do liberalismo'
Nesses textos, então, são utilizadas com frequência orações que começam Os textos monográficos recorrem, com frequência, aos verbos discendi
com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os
enunciados das fontes como para incorporar os comentários e opiniões do
Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, húmus, a
emissor.
planta crescerá mais rápido.
Se o propósito da monografia é somente organizar os dados que o autor
Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos começam a mostrar
recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critério de classifi-
manchas marrons devido ao excesso de umidade.
cação explícito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte
Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A variável tempo consultada), sua efetividade dependerá da coerência existente entre os
aparece através de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, é possível dados apresentados e o princípio de classificação adotado.
observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de
Se a monografia pretende justificar uma opinião ou validar uma hipótese,
advérbios ou de locuções adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo
sua efetividade, então, dependerá da confiabilidade e veracidade das fontes
momento que, etc., dado que a variável temporal é um componente essen-
consultadas, da consistência lógica dos argumentos e da coerência estabe-
cial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta
lecida entre os fatos e a conclusão.
as características dos elementos, os traços distintivos de cada uma das
etapas do processo. Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lógicos do tipo
problema /solução, premissas /conclusão, causas / efeitos.
O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em
um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira Os conectores lógicos oracionais e extra-oracionais são marcas linguísticas
pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser- relevantes para analisar as distintas relações que se estabelecem entre os
vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo dados e para avaliar sua coerência.
observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distância existente
A Biografia
entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa,
do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. É uma narração feita por alguém acerca da vida de outra(s) pessoa(s).
Quando o autor conta sua própria vida, considera-se uma autobiografia.
A Monografia
Estes textos são empregados com frequência na escola, para apresentar
Este tipo de texto privilegia a análise e a crítica; a informação sobre um
ou a vida ou algumas etapas decisivas da existência de personagens cuja
determinado tema é recolhida em diferentes fontes.
ação foi qualificada como relevante na história.
Os textos monográficos não necessariamente devem ser realizados com
Os dados biográficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que
base em consultas bibliográficas, uma vez que é possível terem como
a temporalidade é uma variável essencial do tecido das biografias, em sua
fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos
construção, predominam recursos linguísticos que asseguram a conectivi-
qualificados ou de especialistas no tema.
dade temporal: advérbios, construções de valor semântico adverbial (Seus

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cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurança de sua cidade visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o conteúdo do pacote
natal Depois, mudou-se com a família para La Prata), proposições tempo- em água fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras até
rais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da que fique numa consistência espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-
novela, seus estudos de física ajudavam-no a reinstalar-se na realidade), quência, o tempo do receptor através do uso do dêixis de lugar e de tempo:
etc. Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poderá mexer novamente. Neste
momento, terá que correr rapidamente até o lado oposto da cancha. Aqui
A veracidade que exigem os textos de informação científica manifesta-se
pode intervir outro membro da equipe.
nas biografias através das citações textuais das fontes dos dados apresen-
tados, enquanto a ótica do autor é expressa na seleção e no modo de TEXTOS EPISTOLARES
apresentação destes dados. Pode-se empregar a técnica de acumulação
Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicação por escrito
simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados
com um destinatário ausente, identificado no texto através do cabeçalho.
pode aparecer acompanhado pelas valorações do autor, de acordo com a
Pode tratar-se de um indivíduo (um amigo, um parente, o gerente de uma
importância que a eles atribui.
empresa, o diretor de um colégio), ou de um conjunto de indivíduos desig-
Atualmente, há grande difusão das chamadas "biografias não autorizadas" nados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).
de personagens da política, ou do mundo da Arte. Uma característica que
Estes textos reconhecem como portador este pedaço de papel que, de
parece ser comum nestas biografias é a intencionalidade de revelar a
forma metonímica, denomina-se carta, convite ou solicitação, dependendo
personagem através de uma profusa acumulação de aspectos negativos,
das características contidas no texto.
especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vícios altamente
reprovados pela opinião pública. Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organização
espacial, cujos componentes são os seguintes: cabeçalho, que estabelece
TEXTOS INSTRUCIONAIS
o lugar e o tempo da produção, os dados do destinatário e a forma de
Estes textos dão orientações precisas para a realização das mais diversas tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto
atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudação
domésticos, usar um aparelho eletrônico, consertar um carro, etc. Dentro e a assinatura, através da qual se introduz o autor no texto. O grau de
desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culinárias até familiaridade existente entre emissor e destinatário é o princípio que orienta
os complexos manuais de instrução para montar o motor de um avião. a escolha do estilo: se o texto é dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-
Existem numerosas variedades de textos instrucionais: além de receitas e se por um estilo informal; caso contrário, se o destinatário é desconhecido
manuais, estão os regulamentos, estatutos, contratos, instruções, etc. Mas ou ocupa o nível superior em uma relação assimétrica (empregador em
todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da função relação ao empregado, diretor em relação ao aluno, etc.), impõe-se o estilo
apelativa, à medida que prescrevem ações e empregam a trama descritiva formal.
para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendida.
A Carta
A construção de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencionais
As cartas podem ser construídas com diferentes tramas (narrativa e argu-
cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, estão
mentativa), em tomo das diferentes funções da linguagem (informativa,
amplamente difundidos os modelos de regulamentos de co-propriedade;
expressiva e apelativa).
então, qualquer pessoa que se encarrega da redação de um texto deste
tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificação para Referimo-nos aqui, em particular, às cartas familiares e amistosas, isto é,
introduzir, se necessário, algumas modificações parciais nos direitos e aqueles escritos através dos quais o autor conta a um parente ou a um
deveres das partes envolvidas. amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contêm acontecimen-
tos, sentimentos, emoções, experimentados por um emissor que percebe o
Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instrucio-
receptor como ‘cúmplice’, ou seja, como um destinatário comprometido
nais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimen-
afetivamente nessa situação de comunicação e, portanto, capaz de extrair a
tos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma
dimensão expressiva da mensagem.
dieta para emagrecer. A habilidade alcançada no domínio destes textos
incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e Uma vez que se trata de um diálogo à distância com um receptor conheci-
sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de abordagem e de do, opta-se por um estilo espontâneo e informal, que deixa transparecer
produção de algumas de suas variedades, como as receitas e as instru- marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticências habilitam
ções. múltiplas interpretações do receptor na tentativa de concluí-las; perguntas
que procuram suas respostas nos destinatários; perguntas que encerram
As Receitas e as Instruções
em si suas próprias respostas (perguntas retóricas); pontos de exclamação
Referimo-nos às receitas culinárias e aos textos que trazem instruções para que expressam a ênfase que o emissor dá a determinadas expressões que
organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar refletem suas alegrias, suas preocupações, suas dúvidas.
um móvel, consertar um objeto, etc.
Estes textos reúnem em si as diferentes classes de orações. As enunciati-
Estes textos têm duas partes que se distinguem geralmente a partir da vas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as
especialização: uma, contém listas de elementos a serem utilizados (lista dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a
de ingredientes das receitas, materiais que são manipulados no experimen- subjetividade do autor. Esta subjetividade determina também o uso de
to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), diminutivos e aumentativos, a presença frequente de adjetivos qualificati-
a outra, desenvolve as instruções. vos, a ambiguidade lexical e sintática, as repetições, as interjeições.
As listas, que são similares em sua construção às que usamos habitual- A Solicitação
mente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acompa-
nhados de numerais (cardinais, partitivos e múltiplos). É dirigida a um receptor que, nessa situação comunicativa estabelecida
pela carta, está revestido de autoridade à medida que possui algo ou tem a
As instruções configuram-se, habitualmente, com orações bimembres, com possibilidade de outorgar algo que é considerado valioso pelo emissor: um
verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou orações emprego, uma vaga em uma escola, etc.
unimembres formadas por construções com o verbo no infinitivo (misturar a
farinha com o açúcar). Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ceder ou
não ao pedido, — obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre
Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as ao uso de fórmulas de cortesia já estabelecidas convencionalmente para a
construções com formas nominais gerúndio, particípio, infinitivo aparecem abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e conside-
acompanhados por advérbios palavras ou por locuções adverbiais que ração... / despeço-me de vós respeitosamente.../ Saúdo-vos com o maior
expressam o modo como devem ser realizadas determinadas ações (sepa- respeito), e às frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos
re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as (Dirijo-me a vós a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Antônio
claras das gemas). Os propósitos dessas ações aparecem estruturados

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Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politéc- g) Quando for possível a correlação ND - NS: escandir: escansão; preten-
nico a fim de solicitar-lhe...) der: pretensão; repreender: repreensão, etc.
As solicitações podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do 2. Escrevem-se em Z.
singular. As que são redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor a) O sufixo IZAR, de origem grega, nos verbos e nas palavras que têm o
através da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi- mesmo radical. Civilizar: civilização, civilizado; organizar: organização,
ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Pérez, dirige- organizado; realizar: realização, realizado, etc.
se a...). b) Os sufixos EZ e EZA formadores de substantivos abstratos derivados
A progressão temática dá-se através de dois núcleos informativos: o primei- de adjetivos limpidez (limpo), pobreza (pobre), rigidez (rijo), etc.
ro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condições que c) Os derivados em -ZAL, -ZEIRO, -ZINHO e –ZITO: cafezal, cinzeiro,
reúne para alcançar aquilo que pretende. Estes núcleos, demarcados por chapeuzinho, cãozito, etc.
frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em
algumas solicitações, quando o solicitante quer enfatizar suas condições; DISTINÇÃO ENTRE X E CH:
por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior força à sua 1. Escrevem-se com X
apelação. a) Os vocábulos em que o X é o precedido de ditongo: faixa, caixote,
Essas solicitações, embora cumpram uma função apelativa, mostram um feixe, etc.
amplo predomínio das orações enunciativas complexas, com inclusão tanto c) Maioria das palavras iniciadas por ME: mexerico, mexer, mexerica, etc.
de proposições causais, consecutivas e condicionais, que permitem desen- d) EXCEÇÃO: recauchutar (mais seus derivados) e caucho (espécie de
volver fundamentações, condicionamentos e efeitos a alcançar, como de árvore que produz o látex).
construções de infinitivo ou de gerúndio: para alcançar essa posição, o e) Observação: palavras como "enchente, encharcar, enchiqueirar, en-
solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta chapelar, enchumaçar", embora se iniciem pela sílaba "en", são grafa-
os fins a que se persegue), ou alcançando a posição de... (o gerúndio das com "ch", porque são palavras formadas por prefixação, ou seja,
enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido). pelo prefixo en + o radical de palavras que tenham o ch (enchente, en-
cher e seus derivados: prefixo en + radical de cheio; encharcar: en +
A argumentação destas solicitações institucionalizaram-se de tal maneira radical de charco; enchiqueirar: en + radical de chiqueiro; enchapelar:
que aparece contida nas instruções de formulários de emprego, de solicita- en + radical de chapéu; enchumaçar: en + radical de chumaço).
ção de bolsas de estudo, etc.
Texto extraído de: ESCOLA, LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS, Ana Maria 2. Escrevem-se com CH:
Kaufman, Artes Médicas, Porto Alegre, RS. a) charque, chiste, chicória, chimarrão, ficha, cochicho, cochichar, estre-
buchar, fantoche, flecha, inchar, pechincha, pechinchar, penacho, sal-
sicha, broche, arrocho, apetrecho, bochecha, brecha, chuchu, cachim-
2. CONHECIMENTO DE LÍNGUA: bo, comichão, chope, chute, debochar, fachada, fechar, linchar, mochi-
ORTOGRAFIA/ACENTUAÇÃO GRÁFICA la, piche, pichar, tchau.
b) Existem vários casos de palavras homófonas, isto é, palavras que
As dificuldades para a ortografia devem-se ao fato de que há fonemas possuem a mesma pronúncia, mas a grafia diferente. Nelas, a grafia se
que podem ser representados por mais de uma letra, o que não é feito de distingue pelo contraste entre o x e o ch.
modo arbitrário, mas fundamentado na história da língua. Exemplos:
Eis algumas observações úteis: • brocha (pequeno prego)
DISTINÇÃO ENTRE J E G • broxa (pincel para caiação de paredes)
1. Escrevem-se com J: • chá (planta para preparo de bebida)
a) As palavras de origem árabe, africana ou ameríndia: canjica. cafajeste, • xá (título do antigo soberano do Irã)
canjerê, pajé, etc. • chalé (casa campestre de estilo suíço)
b) As palavras derivadas de outras que já têm j: laranjal (laranja), enrije- • xale (cobertura para os ombros)
cer, (rijo), anjinho (anjo), granjear (granja), etc. • chácara (propriedade rural)
c) As formas dos verbos que têm o infinitivo em JAR. despejar: despejei, • xácara (narrativa popular em versos)
despeje; arranjar: arranjei, arranje; viajar: viajei, viajeis. • cheque (ordem de pagamento)
d) O final AJE: laje, traje, ultraje, etc. • xeque (jogada do xadrez)
e) Algumas formas dos verbos terminados em GER e GIR, os quais • cocho (vasilha para alimentar animais)
mudam o G em J antes de A e O: reger: rejo, reja; dirigir: dirijo, dirija. • coxo (capenga, imperfeito)

2. Escrevem-se com G: DISTINÇÃO ENTRE S, SS, Ç E C


a) O final dos substantivos AGEM, IGEM, UGEM: coragem, vertigem, Observe o quadro das correlações:
ferrugem, etc.
b) Exceções: pajem, lambujem. Os finais: ÁGIO, ÉGIO, ÓGIO e ÍGIO: Correlações Exemplos
estágio, egrégio, relógio refúgio, prodígio, etc. t-c ato - ação; infrator - infração; Marte - marcial
c) Os verbos em GER e GIR: fugir, mugir, fingir. ter-tenção abster - abstenção; ater - atenção; conter - contenção, deter
- detenção; reter - retenção
rg - rs aspergir - aspersão; imergir - imersão; submergir - submer-
DISTINÇÃO ENTRE S E Z rt - rs são;
1. Escrevem-se com S: pel - puls inverter - inversão; divertir - diversão
a) O sufixo OSO: cremoso (creme + oso), leitoso, vaidoso, etc. corr - curs impelir - impulsão; expelir - expulsão; repelir - repulsão
b) O sufixo ÊS e a forma feminina ESA, formadores dos adjetivos pátrios sent - sens correr - curso - cursivo - discurso; excursão - incursão
ou que indicam profissão, título honorífico, posição social, etc.: portu- ced - cess sentir - senso, sensível, consenso
guês – portuguesa, camponês – camponesa, marquês – marquesa, ceder - cessão - conceder - concessão; interceder - inter-
burguês – burguesa, montês, pedrês, princesa, etc. gred - gress cessão.
c) O sufixo ISA. sacerdotisa, poetisa, diaconisa, etc. exceder - excessivo (exceto exceção)
prim - press agredir - agressão - agressivo; progredir - progressão -
d) Os finais ASE, ESE, ISE e OSE, na grande maioria se o vocábulo for
tir - ssão progresso - progressivo
erudito ou de aplicação científica, não haverá dúvida, hipótese, exege- imprimir - impressão; oprimir - opressão; reprimir - repres-
se análise, trombose, etc. são.
e) As palavras nas quais o S aparece depois de ditongos: coisa, Neusa, admitir - admissão; discutir - discussão, permitir - permissão.
causa. (re)percutir - (re)percussão
f) O sufixo ISAR dos verbos referentes a substantivos cujo radical termina
em S: pesquisar (pesquisa), analisar (análise), avisar (aviso), etc.
Língua Portuguesa 9 A Opção Certa Para a Sua Realização
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PALAVRAS COM CERTAS DIFICULDADES No início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da
letra maiúscula.
ONDE-AONDE 2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes
Emprega-se AONDE com os verbos que dão ideia de movimento. Equi- sagrados, mitológicos, astronômicos): José, Tiradentes, Brasil,
vale sempre a PARA ONDE. Amazônia, Campinas, Deus, Maria Santíssima, Tupã, Minerva, Via-
AONDE você vai? Láctea, Marte, Cruzeiro do Sul, etc.
AONDE nos leva com tal rapidez? O deus pagão, os deuses pagãos, a deusa Juno.
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas
Naturalmente, com os verbos que não dão ideia de “movimento” empre- religiosas: Idade Média, Renascença, Centenário da Independência
ga-se ONDE do Brasil, a Páscoa, o Natal, o Dia das Mães, etc.
ONDE estão os livros? 4) nomes de altos cargos e dignidades: Papa, Presidente da República,
Não sei ONDE te encontrar. etc.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos: Igreja, Nação,
MAU - MAL
Estado, Pátria, União, República, etc.
MAU é adjetivo (seu antônimo é bom).
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações,
Escolheu um MAU momento.
órgãos públicos, etc.:
Era um MAU aluno.
Rua do 0uvidor, Praça da Paz, Academia Brasileira de Letras, Banco
MAL pode ser: do Brasil, Teatro Municipal, Colégio Santista, etc.
a) advérbio de modo (antônimo de bem). 7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e
Ele se comportou MAL. científicas, títulos de jornais e revistas: Medicina, Arquitetura, Os
Seu argumento está MAL estruturado Lusíadas, 0 Guarani, Dicionário Geográfico Brasileiro, Correio da
b) conjunção temporal (equivale a assim que). Manhã, Manchete, etc.
MAL chegou, saiu 8) expressões de tratamento: Vossa Excelência, Sr. Presidente,
c) substantivo: Excelentíssimo Senhor Ministro, Senhor Diretor, etc.
O MAL não tem remédio, 9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões: Os povos do
Ela foi atacada por um MAL incurável. Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
CESÃO/SESSÃO/SECÇÃO/SEÇÃO 10) nomes comuns, quando personificados ou individuados: o Amor, o
CESSÃO significa o ato de ceder. Ódio, a Morte, o Jabuti (nas fábulas), etc.
Ele fez a CESSÃO dos seus direitos autorais.
A CESSÃO do terreno para a construção do estádio agradou a todos os Escrevem-se com letra inicial minúscula:
torcedores. 1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos,
nomes próprios tornados comuns: maia, bacanais, carnaval,
SESSÃO é o intervalo de tempo que dura uma reunião:
ingleses, ave-maria, um havana, etc.
Assistimos a uma SESSÃO de cinema.
2) os nomes a que se referem os itens 4 e 5 acima, quando
Reuniram-se em SESSÃO extraordinária.
empregados em sentido geral:
SECÇÃO (ou SEÇÃO) significa parte de um todo, subdivisão: São Pedro foi o primeiro papa. Todos amam sua pátria.
Lemos a noticia na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de esportes. 3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos: o rio
Compramos os presentes na SECÇÃO (ou SEÇÃO) de brinquedos. Amazonas, a baía de Guanabara, o pico da Neblina, etc.
4) palavras, depois de dois pontos, não se tratando de citação direta:
HÁ / A "Qual deles: o hortelão ou o advogado?" (Machado de Assis)
Na indicação de tempo, emprega-se: "Chegam os magos do Oriente, com suas dádivas: ouro, incenso,
HÁ para indicar tempo passado (equivale a faz): mirra." (Manuel Bandeira)
HÁ dois meses que ele não aparece.
Ele chegou da Europa HÁ um ano. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A para indicar tempo futuro:
Daqui A dois meses ele aparecerá.
Ela voltará daqui A um ano. Por Paula Perin dos Santos
O Novo Acordo Ortográfico visa simplificar as regras ortográficas da
FORMAS VARIANTES Língua Portuguesa e aumentar o prestígio social da língua no cenário
Existem palavras que apresentam duas grafias. Nesse caso, qualquer internacional. Sua implementação no Brasil segue os seguintes parâmetros:
uma delas é considerada correta. Eis alguns exemplos. 2009 – vigência ainda não obrigatória, 2010 a 2012 – adaptação completa
aluguel ou aluguer hem? ou hein? dos livros didáticos às novas regras; e a partir de 2013 – vigência obrigató-
alpartaca, alpercata ou alpargata imundície ou imundícia ria em todo o território nacional. Cabe lembrar que esse “Novo Acordo
amídala ou amígdala infarto ou enfarte Ortográfico” já se encontrava assinado desde 1990 por oito países que
assobiar ou assoviar laje ou lajem falam a língua portuguesa, inclusive pelo Brasil, mas só agora é que teve
assobio ou assovio lantejoula ou lentejoula sua implementação.
azaléa ou azaleia nenê ou nenen É equívoco afirmar que este acordo visa uniformizar a língua, já que
bêbado ou bêbedo nhambu, inhambu ou nambu uma língua não existe apenas em função de sua ortografia. Vale lembrar
bílis ou bile quatorze ou catorze que a ortografia é apenas um aspecto superficial da escrita da língua, e que
cãibra ou cãimbra surripiar ou surrupiar as diferenças entre o Português falado nos diversos países lusófonos
carroçaria ou carroceria taramela ou tramela subsistirão em questões referentes à pronúncia, vocabulário e gramática.
chimpanzé ou chipanzé relampejar, relampear, relampeguear Uma língua muda em função de seus falantes e do tempo, não por meio de
debulhar ou desbulhar ou relampar Leis ou Acordos.
fleugma ou fleuma porcentagem ou percentagem A queixa de muitos estudantes e usuários da língua escrita é que, de-
pois de internalizada uma regra, é difícil “desaprendê-la”. Então, cabe aqui
uma dica: quando se tiver uma dúvida sobre a escrita de alguma palavra, o
EMPREGO DE MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS ideal é consultar o Novo Acordo (tenha um sempre em fácil acesso) ou, na
melhor das hipóteses, use um sinônimo para referir-se a tal palavra.
Escrevem-se com letra inicial maiúscula: Mostraremos nessa série de artigos o Novo Acordo de uma maneira
1) a primeira palavra de período ou citação. descomplicada, apontando como é que fica estabelecido de hoje em diante
Diz um provérbio árabe: "A agulha veste os outros e vive nua." a Ortografia Oficial do Português falado no Brasil.

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Alfabeto IMPORTANTE
A influência do inglês no nosso idioma agora é oficial. Há muito tempo Por que não acentuamos “ba-i-nha”, “fei-u-ra”, “ru-im”, “ca-ir”, “Ra-ul”,
as letras “k”, “w” e “y” faziam parte do nosso idioma, isto não é nenhuma se todos são “i” e “u” tônicas, portanto hiatos?
novidade. Elas já apareciam em unidades de medidas, nomes próprios e Porque o “i” tônico de “bainha” vem seguido de NH. O “u” e o “i” tônicos
palavras importadas do idioma inglês, como: de “ruim”, “cair” e “Raul” formam sílabas com “m”, “r” e “l” respectivamente.
km – quilômetro, Essas consoantes já soam forte por natureza, tornando naturalmente a
kg – quilograma sílaba “tônica”, sem precisar de acento que reforce isso.
Show, Shakespeare, Byron, Newton, dentre outros.
5. Trema
Trema Não se usa mais o trema em palavras da língua portuguesa. Ele só vai
Não se usa mais o trema em palavras do português. Quem digita muito permanecer em nomes próprios e seus derivados, de origem estrangeira,
textos científicos no computador sabe o quanto dava trabalho escrever como Bündchen, Müller, mülleriano (neste caso, o “ü” lê-se “i”)
linguística, frequência. Ele só vai permanecer em nomes próprios e seus
derivados, de origem estrangeira. Por exemplo, Gisele Bündchen não vai 6. Acento Diferencial
deixar de usar o trema em seu nome, pois é de origem alemã. (neste caso, O acento diferencial permanece nas palavras:
o “ü” lê-se “i”) pôde (passado), pode (presente)
pôr (verbo), por (preposição)
QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA Nas formas verbais, cuja finalidade é determinar se a 3ª pessoa do
1. Acentuam-se as oxítonas terminadas em “A”, “E”, “O”, seguidas ou verbo está no singular ou plural:
não de “S”, inclusive as formas verbais quando seguidas de “LO(s)” ou
“LA(s)”. Também recebem acento as oxítonas terminadas em ditongos SINGULAR PLURAL
abertos, como “ÉI”, “ÉU”, “ÓI”, seguidos ou não de “S” Ele tem Eles têm
Ex.
Chá Mês nós Ele vem Eles vêm
Gás Sapé cipó
Essa regra se aplica a todos os verbos derivados de “ter” e “vir”, como:
Dará Café avós conter, manter, intervir, deter, sobrevir, reter, etc.
Pará Vocês compôs
vatapá pontapés só DIVISÃO SILÁBICA
Aliás português robô
dá-lo vê-lo avó Não se separam as letras que formam os dígrafos CH, NH, LH, QU,
recuperá-los Conhecê-los pô-los GU.
1- chave: cha-ve
guardá-la Fé compô-los
aquele: a-que-le
réis (moeda) Véu dói palha: pa-lha
méis céu mói manhã: ma-nhã
pastéis Chapéus anzóis guizo: gui-zo
ninguém parabéns Jerusalém
Não se separam as letras dos encontros consonantais que apresentam
a seguinte formação: consoante + L ou consoante + R
Resumindo: 2- emblema: em-ble-ma abraço: a-bra-ço
Só não acentuamos oxítonas terminadas em “I” ou “U”, a não ser que reclamar: re-cla-mar recrutar: re-cru-tar
seja um caso de hiato. Por exemplo: as palavras “baú”, “aí”, “Esaú” e “atraí- flagelo: fla-ge-lo drama: dra-ma
lo” são acentuadas porque as semivogais “i” e “u” estão tônicas nestas globo: glo-bo fraco: fra-co
palavras. implicar: im-pli-car agrado: a-gra-do
2. Acentuamos as palavras paroxítonas quando terminadas em: atleta: a-tle-ta atraso: a-tra-so
• L – afável, fácil, cônsul, desejável, ágil, incrível. prato: pra-to
• N – pólen, abdômen, sêmen, abdômen.
• R – câncer, caráter, néctar, repórter. Separam-se as letras dos dígrafos RR, SS, SC, SÇ, XC.
3- correr: cor-rer desçam: des-çam
• X – tórax, látex, ônix, fênix.
passar: pas-sar exceto: ex-ce-to
• PS – fórceps, Quéops, bíceps. fascinar: fas-ci-nar
• Ã(S) – ímã, órfãs, ímãs, Bálcãs.
• ÃO(S) – órgão, bênção, sótão, órfão. Não se separam as letras que representam um ditongo.
• I(S) – júri, táxi, lápis, grátis, oásis, miosótis. 4- mistério: mis-té-rio herdeiro: her-dei-ro
• ON(S) – náilon, próton, elétrons, cânon. cárie: cá-rie
• UM(S) – álbum, fórum, médium, álbuns.
Separam-se as letras que representam um hiato.
• US – ânus, bônus, vírus, Vênus.
5- saúde: sa-ú-de cruel: cru-el
Também acentuamos as paroxítonas terminadas em ditongos crescen- rainha: ra-i-nha enjoo: en-jo-o
tes (semivogal+vogal):
Névoa, infância, tênue, calvície, série, polícia, residência, férias, lírio. Não se separam as letras que representam um tritongo.
6- Paraguai: Pa-ra-guai
3. Todas as proparoxítonas são acentuadas. saguão: sa-guão
Ex. México, música, mágico, lâmpada, pálido, pálido, sândalo, crisân-
temo, público, pároco, proparoxítona. Consoante não seguida de vogal, no interior da palavra, fica na sílaba
que a antecede.
QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DOS ENCONTROS VOCÁLICOS 7- torna: tor-na núpcias: núp-cias
4. Acentuamos as vogais “I” e “U” dos hiatos, quando: técnica: téc-ni-ca submeter: sub-me-ter
• Formarem sílabas sozinhos ou com “S” absoluto: ab-so-lu-to perspicaz: pers-pi-caz
Ex. Ju-í-zo, Lu-ís, ca-fe-í-na, ra-í-zes, sa-í-da, e-go-ís-ta.

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Consoante não seguida de vogal, no início da palavra, junta-se à sílaba • Após a primeira parte de um provérbio.
que a segue O que os olhos não vêem, o coração não sente.
8- pneumático: pneu-má-ti-co • Em alguns casos de termos oclusos:
gnomo: gno-mo Eu gostava de maçã, de pêra e de abacate.
psicologia: psi-co-lo-gia
RETICÊNCIAS
No grupo BL, às vezes cada consoante é pronunciada separadamente,
• São usadas para indicar suspensão ou interrupção do pensamento.
mantendo sua autonomia fonética. Nesse caso, tais consoantes ficam em
Não me disseste que era teu pai que ...
sílabas separadas.
• Para realçar uma palavra ou expressão.
9- sublingual: sub-lin-gual
Hoje em dia, mulher casa com "pão" e passa fome...
sublinhar: sub-li-nhar
• Para indicar ironia, malícia ou qualquer outro sentimento.
sublocar: sub-lo-car
Aqui jaz minha mulher. Agora ela repousa, e eu também...
Preste atenção nas seguintes palavras:
trei-no so-cie-da-de PONTO E VÍRGULA
gai-o-la ba-lei-a • Separar orações coordenadas de certa extensão ou que mantém
des-mai-a-do im-bui-a alguma simetria entre si.
ra-diou-vin-te ca-o-lho "Depois, lracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhe-
te-a-tro co-e-lho cido, guardando consigo a ponta farpada. "
du-e-lo ví-a-mos • Para separar orações coordenadas já marcadas por vírgula ou no seu
a-mné-sia gno-mo interior.
co-lhei-ta quei-jo Eu, apressadamente, queria chamar Socorro; o motorista, porém, mais
pneu-mo-ni-a fe-é-ri-co calmo, resolveu o problema sozinho.
dig-no e-nig-ma
e-clip-se Is-ra-el DOIS PONTOS
mag-nó-lia • Enunciar a fala dos personagens:
Ele retrucou: Não vês por onde pisas?
PONTUAÇÃO • Para indicar uma citação alheia:
Ouvia-se, no meio da confusão, a voz da central de informações de
passageiros do voo das nove: “queiram dirigir-se ao portão de embar-
Pontuação é o conjunto de sinais gráficos que indica na escrita as que".
pausas da linguagem oral. • Para explicar ou desenvolver melhor uma palavra ou expressão anteri-
or:
PONTO Desastre em Roma: dois trens colidiram frontalmente.
O ponto é empregado em geral para indicar o final de uma frase decla- • Enumeração após os apostos:
rativa. Ao término de um texto, o ponto é conhecido como final. Nos casos Como três tipos de alimento: vegetais, carnes e amido.
comuns ele é chamado de simples.
Também é usado nas abreviaturas: Sr. (Senhor), d.C. (depois de Cris- TRAVESSÃO
to), a.C. (antes de Cristo), E.V. (Érico Veríssimo). Marca, nos diálogos, a mudança de interlocutor, ou serve para isolar
palavras ou frases
PONTO DE INTERROGAÇÃO – "Quais são os símbolos da pátria?
É usado para indicar pergunta direta. – Que pátria?
Onde está seu irmão? – Da nossa pátria, ora bolas!" (P. M Campos).
Às vezes, pode combinar-se com o ponto de exclamação. – "Mesmo com o tempo revoltoso - chovia, parava, chovia, parava outra
A mim ?! Que ideia! vez.
– a claridade devia ser suficiente p'ra mulher ter avistado mais alguma
coisa". (M. Palmério).
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
• Usa-se para separar orações do tipo:
É usado depois das interjeições, locuções ou frases exclamativas.
– Avante!- Gritou o general.
Céus! Que injustiça! Oh! Meus amores! Que bela vitória!
– A lua foi alcançada, afinal - cantava o poeta.
Ó jovens! Lutemos!
Usa-se também para ligar palavras ou grupo de palavras que formam
VÍRGULA uma cadeia de frase:
A vírgula deve ser empregada toda vez que houver uma pequena pau- • A estrada de ferro Santos – Jundiaí.
sa na fala. Emprega-se a vírgula: • A ponte Rio – Niterói.
• Nas datas e nos endereços: • A linha aérea São Paulo – Porto Alegre.
São Paulo, 17 de setembro de 1989.
Largo do Paissandu, 128. ASPAS
• No vocativo e no aposto: São usadas para:
Meninos, prestem atenção! • Indicar citações textuais de outra autoria.
Termópilas, o meu amigo, é escritor. "A bomba não tem endereço certo." (G. Meireles)
• Nos termos independentes entre si: • Para indicar palavras ou expressões alheias ao idioma em que se
O cinema, o teatro, a praia e a música são as suas diversões. expressa o autor: estrangeirismo, gírias, arcaismo, formas populares:
• Com certas expressões explicativas como: isto é, por exemplo. Neste Há quem goste de “jazz-band”.
caso é usado o duplo emprego da vírgula: Não achei nada "legal" aquela aula de inglês.
Ontem teve início a maior festa da minha cidade, isto é, a festa da pa- • Para enfatizar palavras ou expressões:
droeira. Apesar de todo esforço, achei-a “irreconhecível" naquela noite.
• Após alguns adjuntos adverbiais: • Títulos de obras literárias ou artísticas, jornais, revistas, etc.
No dia seguinte, viajamos para o litoral. "Fogo Morto" é uma obra-prima do regionalismo brasileiro.
• Com certas conjunções. Neste caso também é usado o duplo emprego • Em casos de ironia:
da vírgula: A "inteligência" dela me sensibiliza profundamente.
Isso, entretanto, não foi suficiente para agradar o diretor. Veja como ele é “educado" - cuspiu no chão.

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PARÊNTESES • Antes de numeral, seguido da palavra "hora", mesmo subentendida:
Empregamos os parênteses: Às 8 e 15 o despertador soou.
• Nas indicações bibliográficas. • Antes de substantivo, quando se puder subentender as palavras “mo-
"Sede assim qualquer coisa. da” ou "maneira":
serena, isenta, fiel". Aos domingos, trajava-se à inglesa.
(Meireles, Cecília, "Flor de Poemas"). Cortavam-se os cabelos à Príncipe Danilo.
• Nas indicações cênicas dos textos teatrais: • Antes da palavra casa, se estiver determinada:
"Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos, com os olhos Referia-se à Casa Gebara.
fora das órbitas. Amália se volta)". • Não há crase quando a palavra "casa" se refere ao próprio lar.
(G. Figueiredo) Não tive tempo de ir a casa apanhar os papéis. (Venho de casa).
• Quando se intercala num texto uma ideia ou indicação acessória: • Antes da palavra "terra", se esta não for antônima de bordo.
"E a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo, morrendo de Voltou à terra onde nascera.
fome." Chegamos à terra dos nossos ancestrais.
(C. Lispector) Mas:
• Para isolar orações intercaladas: Os marinheiros vieram a terra.
"Estou certo que eu (se lhe ponho O comandante desceu a terra.
Minha mão na testa alçada) • Se a preposição ATÉ vier seguida de palavra feminina que aceite o
Sou eu para ela." artigo, poderá ou não ocorrer a crase, indiferentemente:
(M. Bandeira) Vou até a (á ) chácara.
Cheguei até a(à) muralha
• A QUE - À QUE
COLCHETES [ ]
Se, com antecedente masculino ocorrer AO QUE, com o feminino
Os colchetes são muito empregados na linguagem científica.
ocorrerá crase:
Houve um palpite anterior ao que você deu.
ASTERISCO Houve uma sugestão anterior à que você deu.
O asterisco é muito empregado para chamar a atenção do leitor para Se, com antecedente masculino, ocorrer A QUE, com o feminino não
alguma nota (observação). ocorrerá crase.
Não gostei do filme a que você se referia.
BARRA Não gostei da peça a que você se referia.
A barra é muito empregada nas abreviações das datas e em algumas O mesmo fenômeno de crase (preposição A) - pronome demonstrativo
abreviaturas. A que ocorre antes do QUE (pronome relativo), pode ocorrer antes do
de:
Meu palpite é igual ao de todos
CRASE Minha opinião é igual à de todos.

Crase é a fusão da preposição A com outro A. NÃO OCORRE CRASE


Fomos a a feira ontem = Fomos à feira ontem. • antes de nomes masculinos:
Andei a pé.
EMPREGO DA CRASE Andamos a cavalo.
• em locuções adverbiais: • antes de verbos:
à vezes, às pressas, à toa... Ela começa a chorar.
• em locuções prepositivas: Cheguei a escrever um poema.
em frente à, à procura de... • em expressões formadas por palavras repetidas:
• em locuções conjuntivas: Estamos cara a cara.
à medida que, à proporção que... • antes de pronomes de tratamento, exceto senhora, senhorita e dona:
• pronomes demonstrativos: aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo, a, Dirigiu-se a V. Sa com aspereza.
as Escrevi a Vossa Excelência.
Fui ontem àquele restaurante. Dirigiu-se gentilmente à senhora.
Falamos apenas àquelas pessoas que estavam no salão: • quando um A (sem o S de plural) preceder um nome plural:
Refiro-me àquilo e não a isto. Não falo a pessoas estranhas.
Jamais vamos a festas.
A CRASE É FACULTATIVA
• diante de pronomes possessivos femininos:
Entreguei o livro a(à) sua secretária. FIGURAS DE LINGUAGEM (PRINCIPAIS)
• diante de substantivos próprios femininos:
Dei o livro à(a) Sônia. Semântica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
CASOS ESPECIAIS DO USO DA CRASE
• Antes dos nomes de localidades, quando tais nomes admitirem o artigo
A:
Viajaremos à Colômbia.
(Observe: A Colômbia é bela - Venho da Colômbia)
• Nem todos os nomes de localidades aceitam o artigo: Curitiba, Brasília,
Fortaleza, Goiás, Ilhéus, Pelotas, Porto Alegre, São Paulo, Madri, Ve-
neza, etc.
Viajaremos a Curitiba.
(Observe: Curitiba é uma bela cidade - Venho de Curitiba).
• Haverá crase se o substantivo vier acompanhado de adjunto que o
modifique. Semântica (do grego σηµαντικός, sēmantiká, plural neutro de
Ela se referiu à saudosa Lisboa. sēmantikós, derivado de sema, sinal), é o estudo do significado. Incide
Vou à Curitiba dos meus sonhos.

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sobre a relação entre significantes, tais como palavras, frases, sinais e Sinônimo
símbolos, e o que eles representam, a sua denotação. Sinônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado idêntico
ou muito semelhante à outra. Exemplos: carro e automóvel, cão e cachorro.
A semântica linguística estuda o significado usado por seres humanos O conhecimento e o uso dos sinônimos é importante para que se evitem
para se expressar através da linguagem. Outras formas de semântica repetições desnecessárias na construção de textos, evitando que se tornem
incluem a semântica nas linguagens de programação, lógica formal, enfadonhos.
e semiótica.
A semântica contrapõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a Eufemismo
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça Alguns sinônimos são também utilizados para minimizar o impacto,
sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo normalmente negativo, de algumas palavras (figura de linguagem
é expresso(por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção conhecida como eufemismo).
de significado que se tenha, têm-se diferentes semânticas. A semântica Exemplos:
formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica • gordo - obeso
cognitiva, fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes. • morrer - falecer
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em
consideração: Sinônimos Perfeitos e Imperfeitos
Os sinônimos podem ser perfeitos ou imperfeitos.
Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais Sinônimos Perfeitos
que apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: Se o significado é idêntico.
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, Exemplos:
remoto. • avaro – avarento,
Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais • léxico – vocabulário,
que apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: • falecer – morrer,
Exemplos: Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. • escarradeira – cuspideira,
Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de • língua – idioma
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, • catorze - quatorze
ou seja, os homônimos:
Sinônimos Imperfeitos
As homônimas podem ser: Se os signIficados são próximos, porém não idênticos.
Exemplos: córrego – riacho, belo – formoso
Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.
Exemplos: gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente
Antônimo
indicativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa
Antônimo é o nome que se dá à palavra que tenha significado contrário
singular presente indicativo do verbo consertar);
(também oposto ou inverso) à outra.
Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. O emprego de antônimos na construção de frases pode ser um recurso
Exemplos: cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão estilístico que confere ao trecho empregado uma forma mais erudita ou que
(substantivo) / cerrar (verbo) - serrar ( verbo); chame atenção do leitor ou do ouvinte.
Palavra Antônimo
Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos:
cura (verbo) - cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo aberto fechado
(verbo) - cedo (advérbio); alto baixo
Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais bem mal
palavras que possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na bom mau
pronúncia e na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - bonito feio
cavalheiro / absolver - absorver / comprimento - cumprimento/ aura
(atmosfera) - áurea (dourada)/ conjectura (suposição) - conjuntura (situação demais de menos
decorrente dos acontecimentos)/ descriminar (desculpabilizar) - discriminar doce salgado
(diferenciar)/ desfolhar (tirar ou perder as folhas) - folhear (passar as folhas forte fraco
de uma publicação)/ despercebido (não notado) - desapercebido
gordo magro
(desacautelado)/ geminada (duplicada) - germinada (que germinou)/ mugir
(soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ percursor (que percorre) - precursor salgado insosso
(que antecipa os outros)/ sobrescrever (endereçar) - subscrever (aprovar, amor ódio
assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) / descrição - discrição / seco molhado
onicolor - unicolor.
grosso fino
Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de duro mole
apresentar vários significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na
empresa. / Abasteci meu carro no posto da esquina. / Os convites eram de doce amargo
graça. / Os fiéis agradecem a graça recebida. grande pequeno
soberba humildade
Homonímia: Identidade fonética entre formas de significados e
origem completamente distintos. Exemplos: São(Presente do verbo ser) - louvar censurar
São (santo) bendizer maldizer
Conotação e Denotação: ativo inativo
simpático antipático
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do
original, criado pelo contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra. progredir regredir
rápido lento
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original.
Exemplos: Pedra é um corpo duro e sólido, da natureza das rochas. sair entrar
sozinho acompanhado

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concórdia discórdia destratar. insultar - distratar. desfazer(contrato)
emergir. vir à tona - imergir. mergulhar
pesado leve
eminência. altura, excelência - iminência. proximidade de ocorrência
quente frio emitir. lançar fora de si - imitir. fazer entrar
presente ausente enfestar. dobrar ao meio - infestar. assolar
escuro claro enformar. meter em fôrma - informar. avisar
entender. compreender - intender. exercer vigilância
inveja admiração lenimento. suavizante - linimento. medicamento para fricções
migrar. mudar de um local para outro - emigrar. deixar um país para
morar em outro - imigrar. entrar num país vindo de outro
Homógrafo peão. que anda a pé - pião. espécie de brinquedo
Homógrafos são palavras iguais ou parecidas na escrita e diferentes na recrear. divertir - recriar. criar de novo
pronúncia. se. pronome átono, conjugação - si. espécie de brinquedo
Exemplos vadear. passar o vau - vadiar. passar vida ociosa
• rego (subst.) e rego (verbo); venoso. relativo a veias - vinoso. que produz vinho
• colher (verbo) e colher (subst.); vez. ocasião, momento - vês. verbo ver na 2ª pessoa do singular
• jogo (subst.) e jogo (verbo);
DENOTAÇAO E CONOTAÇAO
• Sede: lugar e Sede: avidez;
A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a
• Seca: pôr a secar e Seca: falta de água. seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original.
Homófono A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se
Palavras homófonas são palavras de pronúncias iguais. Existem dois no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias
tipos de palavras homófonas, que são: interpretações.
• Homófonas heterográficas Observe os exemplos:
• Homófonas homográficas Denotação
Homófonas heterográficas As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro.
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), mas
heterográficas (diferentes na escrita). Conotação
Exemplos As estrelas do cinema.
cozer / coser; O jardim vestiu-se de flores
cozido / cosido; O fogo da paixão
censo / senso
consertar / concertar SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO
conselho / concelho
paço / passo As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido
noz / nós figurado:
hera / era Construí um muro de pedra - sentido próprio
ouve / houve Maria tem um coração de pedra – sentido figurado.
voz / vós A água pingava lentamente – sentido próprio.
cem / sem
acento / assento
Homófonas homográficas
Como o nome já diz, são palavras homófonas (iguais na pronúncia), e ESTRUTURA DAS PALAVRAS E
homográficas (iguais na escrita). SEUS PROCESSOS DE FORMAÇÃO
Exemplos
Ele janta (verbo) / A janta está pronta (substantivo); No caso, As palavras, em Língua Portuguesa, podem ser decompostas em vários
janta é inexistente na língua portuguesa por enquanto, já que elementos chamados elementos mórficos ou elementos de estrutura das
deriva do substantivo jantar, e está classificado como palavras.
neologismo. Exs.:
Eu passeio pela rua (verbo) / O passeio que fizemos foi bonito cinzeiro = cinza + eiro
(substantivo). endoidecer = en + doido + ecer
predizer = pre + dizer
Parônimo Os principais elementos móficos são:
Parônimo é uma palavra que apresenta sentido diferente e forma RADICAL
semelhante a outra, que provoca, com alguma frequência, confusão. Essas É o elemento mórfico em que está a ideia principal da palavra.
palavras apresentam grafia e pronúncia parecida, mas com significados Exs.: amarelecer = amarelo + ecer
diferentes. enterrar = en + terra + ar
O parônimos pode ser também palavras homófonas, ou seja, a pronome = pro + nome
pronúncia de palavras parônimas pode ser a mesma.Palavras parônimas
são aquelas que têm grafia e pronúncia parecida. PREFIXO
Exemplos É o elemento mórfico que vem antes do radical.
Veja alguns exemplos de palavras parônimas: Exs.: anti - herói in - feliz
acender. verbo - ascender. subir
acento. inflexão tônica - assento. dispositivo para sentar-se SUFIXO
cartola. chapéu alto - quartola. pequena pipa
É o elemento mórfico que vem depois do radical.
comprimento. extensão - cumprimento. saudação
Exs.: med - onho cear – ense
coro (cantores) - couro (pele de animal)
deferimento. concessão - diferimento. adiamento
delatar. denunciar - dilatar. retardar, estender FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
descrição. representação - discrição. reserva
descriminar. inocentar - discriminar. distinguir As palavras estão em constante processo de evolução, o que torna a
despensa. compartimento - dispensa. desobriga língua um fenômeno vivo que acompanha o homem. Por isso alguns vocá-

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bulos caem em desuso (arcaísmos), enquanto outros nascem (neologis- CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
mos) e outros mudam de significado com o passar do tempo. a) COMUM - quando designa genericamente qualquer elemento da espécie:
rio, cidade, pais, menino, aluno
Na Língua Portuguesa, em função da estruturação e origem das pala- b) PRÓPRIO - quando designa especificamente um determinado elemento.
vras encontramos a seguinte divisão: Os substantivos próprios são sempre grafados com inicial maiúscula: To-
• palavras primitivas - não derivam de outras (casa, flor) cantins, Porto Alegre, Brasil, Martini, Nair.
• palavras derivadas - derivam de outras (casebre, florzinha) c) CONCRETO - quando designa os seres de existência real ou não, pro-
priamente ditos, tais como: coisas, pessoas, animais, lugares, etc. Verifi-
• palavras simples - só possuem um radical (couve, flor)
que que é sempre possível visualizar em nossa mente o substantivo con-
• palavras compostas - possuem mais de um radical (couve-flor, creto, mesmo que ele não possua existência real: casa, cadeira, caneta,
aguardente) fada, bruxa, saci.
d) ABSTRATO - quando designa as coisas que não existem por si, isto é, só
Para a formação das palavras portuguesas, é necessário o conheci- existem em nossa consciência, como fruto de uma abstração, sendo,
mento dos seguintes processos de formação: pois, impossível visualizá-lo como um ser. Os substantivos abstratos vão,
Composição - processo em que ocorre a junção de dois ou mais radi- portanto, designar ações, estados ou qualidades, tomados como seres:
cais. São dois tipos de composição. trabalho, corrida, estudo, altura, largura, beleza.
• justaposição: quando não ocorre a alteração fonética (girassol, Os substantivos abstratos, via de regra, são derivados de verbos ou adje-
sexta-feira); tivos
• aglutinação: quando ocorre a alteração fonética, com perda de trabalhar - trabalho
elementos (pernalta, de perna + alta). correr - corrida
Derivação - processo em que a palavra primitiva (1º radical) sofre o alto - altura
acréscimo de afixos. São cinco tipos de derivação. belo - beleza
• prefixal: acréscimo de prefixo à palavra primitiva (in-útil);
• sufixal: acréscimo de sufixo à palavra primitiva (clara-mente); FORMAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
• parassintética ou parassíntese: acréscimo simultâneo de prefixo a) PRIMITIVO: quando não provém de outra palavra existente na língua
e sufixo, à palavra primitiva (em + lata + ado). Esse processo é responsável portuguesa: flor, pedra, ferro, casa, jornal.
pela formação de verbos, de base substantiva ou adjetiva; b) DERIVADO: quando provem de outra palavra da língua portuguesa:
• regressiva: redução da palavra primitiva. Nesse processo forma-se florista, pedreiro, ferreiro, casebre, jornaleiro.
substantivos abstratos por derivação regressiva de formas verbais (ajuda / c) SIMPLES: quando é formado por um só radical: água, pé, couve, ódio,
de ajudar); tempo, sol.
d) COMPOSTO: quando é formado por mais de um radical: água-de-
• imprópria: é a alteração da classe gramatical da palavra primitiva
colônia, pé-de-moleque, couve-flor, amor-perfeito, girassol.
("o jantar" - de verbo para substantivo, "é um judas" - de substantivo próprio
a comum).
COLETIVOS
Além desses processos, a língua portuguesa também possui outros
Coletivo é o substantivo que, mesmo sendo singular, designa um grupo
processos para formação de palavras, como:
de seres da mesma espécie.
• Hibridismo: são palavras compostas, ou derivadas, constituídas
por elementos originários de línguas diferentes (automóvel e monóculo, Veja alguns coletivos que merecem destaque:
grego e latim / sociologia, bígamo, bicicleta, latim e grego / alcalóide, al- alavão - de ovelhas leiteiras
coômetro, árabe e grego / caiporismo: tupi e grego / bananal - africano e alcateia - de lobos
latino / sambódromo - africano e grego / burocracia - francês e grego); álbum - de fotografias, de selos
• Onomatopeia: reprodução imitativa de sons (pingue-pingue, zun- antologia - de trechos literários escolhidos
zum, miau); armada - de navios de guerra
• Abreviação vocabular: redução da palavra até o limite de sua armento - de gado grande (búfalo, elefantes, etc)
compreensão (metrô, moto, pneu, extra, dr., obs.) arquipélago - de ilhas
• Siglas: a formação de siglas utiliza as letras iniciais de uma se- assembleia - de parlamentares, de membros de associações
qüência de palavras (Academia Brasileira de Letras - ABL). A partir de atilho - de espigas de milho
siglas, formam-se outras palavras também (aidético, petista) atlas - de cartas geográficas, de mapas
• Neologismo: nome dado ao processo de criação de novas pala- banca - de examinadores
vras, ou para palavras que adquirem um novo significado. pciconcursos bandeira - de garimpeiros, de exploradores de minérios
bando - de aves, de pessoal em geral
cabido - de cônegos
cacho - de uvas, de bananas
CLASSES DE PALAVRAS: SUBSTANTIVO: CLASSIFICAÇÃO, cáfila - de camelos
FLEXÃO E GRAU; ADJETIVO: CLASSIFICAÇÃO, FLEXÃO E cambada - de ladrões, de caranguejos, de chaves
GRAU; ADVÉRBIO: CLASSIFICAÇÃO, LOCUÇÃO ADVERBIAL E cancioneiro - de poemas, de canções
GRAU; PRONOME: CLASSIFICAÇÃO, EMPREGO E COLOCA- caravana - de viajantes
ÇÃO DOS PRONOMES OBLÍQUOS ÁTONOS; VERBO: CLASSI- cardume - de peixes
FICAÇÃO, CONJUGAÇÃO, EMPREGO DE TEMPOS E MODOS; clero - de sacerdotes
PREPOSIÇÃO E CONJUNÇÃO: CLASSIFICAÇÃO E EMPREGO colmeia - de abelhas
concílio - de bispos
conclave - de cardeais em reunião para eleger o papa
SUBSTANTIVOS congregação - de professores, de religiosos
congresso - de parlamentares, de cientistas
conselho - de ministros
Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau, que dá no-
consistório - de cardeais sob a presidência do papa
me aos seres em geral.
constelação - de estrelas
São, portanto, substantivos.
corja - de vadios
a) os nomes de coisas, pessoas, animais e lugares: livro, cadeira, cachorra,
elenco - de artistas
Valéria, Talita, Humberto, Paris, Roma, Descalvado.
enxame - de abelhas
b) os nomes de ações, estados ou qualidades, tomados como seres: traba-
enxoval - de roupas
lho, corrida, tristeza beleza altura.
esquadra - de navios de guerra

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esquadrilha - de aviões Alguns substantivos que apresentam problema quanto ao Gênero:
falange - de soldados, de anjos São masculinos São femininos
farândola - de maltrapilhos o anátema o grama (unidade de peso) a abusão a derme
o telefonema o dó (pena, compaixão) a aluvião a omoplata
fato - de cabras o teorema o ágape a análise a usucapião
fauna - de animais de uma região o trema o caudal a cal a bacanal
feixe - de lenha, de raios luminosos o edema o champanha a cataplasma a líbido
flora - de vegetais de uma região o eclipse o alvará a dinamite a sentinela
o lança-perfume o formicida a comichão a hélice
frota - de navios mercantes, de táxis, de ônibus o fibroma o guaraná a aguardente
girândola - de fogos de artifício o estratagema o plasma
horda - de invasores, de selvagens, de bárbaros o proclama o clã
junta - de bois, médicos, de examinadores
júri - de jurados Mudança de Gênero com mudança de sentido
legião - de anjos, de soldados, de demônios Alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido.
malta - de desordeiros
manada - de bois, de elefantes Veja alguns exemplos:
matilha - de cães de caça o cabeça (o chefe, o líder) a cabeça (parte do corpo)
ninhada - de pintos o capital (dinheiro, bens) a capital (cidade principal)
nuvem - de gafanhotos, de fumaça o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação transmissora)
o moral (ânimo) a moral (parte da Filosofia, conclusão)
panapaná - de borboletas
o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
pelotão - de soldados o lente (o professor) a lente (vidro de aumento)
penca - de bananas, de chaves
pinacoteca - de pinturas
Plural dos Nomes Simples
plantel - de animais de raça, de atletas
1. Aos substantivos terminados em vogal ou ditongo acrescenta-se S: casa,
quadrilha - de ladrões, de bandidos
casas; pai, pais; imã, imãs; mãe, mães.
ramalhete - de flores
2. Os substantivos terminados em ÃO formam o plural em:
réstia - de alhos, de cebolas
a) ÕES (a maioria deles e todos os aumentativos): balcão, balcões; coração,
récua - de animais de carga
corações; grandalhão, grandalhões.
romanceiro - de poesias populares
b) ÃES (um pequeno número): cão, cães; capitão, capitães; guardião,
resma - de papel
guardiães.
revoada - de pássaros
c) ÃOS (todos os paroxítonos e um pequeno número de oxítonos): cristão,
súcia - de pessoas desonestas
cristãos; irmão, irmãos; órfão, órfãos; sótão, sótãos.
vara - de porcos
vocabulário - de palavras
Muitos substantivos com esta terminação apresentam mais de uma forma
de plural: aldeão, aldeãos ou aldeães; charlatão, charlatões ou charlatães;
ermitão, ermitãos ou ermitães; tabelião, tabeliões ou tabeliães, etc.
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
Como já assinalamos, os substantivos variam de gênero, número e 3. Os substantivos terminados em M mudam o M para NS. armazém,
grau. armazéns; harém, haréns; jejum, jejuns.
Gênero 4. Aos substantivos terminados em R, Z e N acrescenta-se-lhes ES: lar,
Em Português, o substantivo pode ser do gênero masculino ou femini- lares; xadrez, xadrezes; abdômen, abdomens (ou abdômenes); hífen, hí-
no: o lápis, o caderno, a borracha, a caneta. fens (ou hífenes).
Obs: caráter, caracteres; Lúcifer, Lúciferes; cânon, cânones.
Podemos classificar os substantivos em: 5. Os substantivos terminados em AL, EL, OL e UL o l por is: animal, ani-
a) SUBSTANTIVOS BIFORMES, são os que apresentam duas formas, uma mais; papel, papéis; anzol, anzóis; paul, pauis.
para o masculino, outra para o feminino: Obs.: mal, males; real (moeda), reais; cônsul, cônsules.
aluno/aluna homem/mulher 6. Os substantivos paroxítonos terminados em IL fazem o plural em: fóssil,
menino /menina carneiro/ovelha fósseis; réptil, répteis.
Os substantivos oxítonos terminados em IL mudam o l para S: barril, bar-
Quando a mudança de gênero não é marcada pela desinência, mas ris; fuzil, fuzis; projétil, projéteis.
pela alteração do radical, o substantivo denomina-se heterônimo: 7. Os substantivos terminados em S são invariáveis, quando paroxítonos: o
padrinho/madrinha bode/cabra pires, os pires; o lápis, os lápis. Quando oxítonas ou monossílabos tôni-
cavaleiro/amazona pai/mãe cos, junta-se-lhes ES, retira-se o acento gráfico, português, portugueses;
burguês, burgueses; mês, meses; ás, ases.
b) SUBSTANTIVOS UNIFORMES: são os que apresentam uma única São invariáveis: o cais, os cais; o xis, os xis. São invariáveis, também, os
forma, tanto para o masculino como para o feminino. Subdividem-se substantivos terminados em X com valor de KS: o tórax, os tórax; o ônix,
em: os ônix.
1. Substantivos epicenos: são substantivos uniformes, que designam 8. Os diminutivos em ZINHO e ZITO fazem o plural flexionando-se o subs-
animais: onça, jacaré, tigre, borboleta, foca. tantivo primitivo e o sufixo, suprimindo-se, porém, o S do substantivo pri-
Caso se queira fazer a distinção entre o masculino e o feminino, deve- mitivo: coração, coraçõezinhos; papelzinho, papeizinhos; cãozinho, cãezi-
mos acrescentar as palavras macho ou fêmea: onça macho, jacaré fê- tos.
mea
2. Substantivos comuns de dois gêneros: são substantivos uniformes que Substantivos só usados no plural
designam pessoas. Neste caso, a diferença de gênero é feita pelo arti- afazeres anais
go, ou outro determinante qualquer: o artista, a artista, o estudante, a arredores belas-artes
estudante, este dentista. cãs condolências
3. Substantivos sobrecomuns: são substantivos uniformes que designam confins exéquias
pessoas. Neste caso, a diferença de gênero não é especificada por ar- férias fezes
tigos ou outros determinantes, que serão invariáveis: a criança, o côn- núpcias óculos
juge, a pessoa, a criatura. olheiras pêsames
Caso se queira especificar o gênero, procede-se assim: uma criança do viveres copas, espadas, ouros e paus (naipes)
sexo masculino / o cônjuge do sexo feminino.

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Plural dos Nomes Compostos Principais Sufixos Diminutivos
1. Somente o último elemento varia: ACHO, CHULO, EBRE, ECO, EJO, ELA, ETE, ETO, ICO, TIM, ZINHO,
a) nos compostos grafados sem hífen: aguardente, aguardentes; clara- ISCO, ITO, OLA, OTE, UCHO, ULO, ÚNCULO, ULA, USCO. Exs.: lobacho,
boia, claraboias; malmequer, malmequeres; vaivém, vaivéns; montículo, casebre, livresco, arejo, viela, vagonete, poemeto, burrico, flautim,
b) nos compostos com os prefixos grão, grã e bel: grão-mestre, grão- pratinho, florzinha, chuvisco, rapazito, bandeirola, saiote, papelucho, glóbulo,
mestres; grã-cruz, grã-cruzes; bel-prazer, bel-prazeres; homúncula, apícula, velhusco.
c) nos compostos de verbo ou palavra invariável seguida de substantivo Observações:
ou adjetivo: beija-flor, beija-flores; quebra-sol, quebra-sóis; guarda- • Alguns aumentativos e diminutivos, em determinados contextos, adqui-
comida, guarda-comidas; vice-reitor, vice-reitores; sempre-viva, sem- rem valor pejorativo: medicastro, poetastro, velhusco, mulherzinha, etc.
pre-vivas. Nos compostos de palavras repetidas mela-mela, mela- Outros associam o valor aumentativo ao coletivo: povaréu, fogaréu, etc.
melas; recoreco, recorecos; tique-tique, tique-tiques) • É usual o emprego dos sufixos diminutivos dando às palavras valor afe-
tivo: Joãozinho, amorzinho, etc.
2. Somente o primeiro elemento é flexionado: • Há casos em que o sufixo aumentativo ou diminutivo é meramente for-
a) nos compostos ligados por preposição: copo-de-leite, copos-de-leite; mal, pois não dão à palavra nenhum daqueles dois sentidos: cartaz,
pinho-de-riga, pinhos-de-riga; pé-de-meia, pés-de-meia; burro-sem- ferrão, papelão, cartão, folhinha, etc.
rabo, burros-sem-rabo; • Muitos adjetivos flexionam-se para indicar os graus aumentativo e di-
b) nos compostos de dois substantivos, o segundo indicando finalidade minutivo, quase sempre de maneira afetiva: bonitinho, grandinho, bon-
ou limitando a significação do primeiro: pombo-correio, pombos- zinho, pequenito.
correio; navio-escola, navios-escola; peixe-espada, peixes-espada;
banana-maçã, bananas-maçã. Apresentamos alguns substantivos heterônimos ou desconexos. Em lu-
A tendência moderna é de pluralizar os dois elementos: pombos- gar de indicarem o gênero pela flexão ou pelo artigo, apresentam radicais
correios, homens-rãs, navios-escolas, etc. diferentes para designar o sexo:
bode - cabra genro - nora
3. Ambos os elementos são flexionados: burro - besta padre - madre
a) nos compostos de substantivo + substantivo: couve-flor, couves- carneiro - ovelha padrasto - madrasta
flores; redator-chefe, redatores-chefes; carta-compromisso, cartas- cão - cadela padrinho - madrinha
compromissos. cavalheiro - dama pai - mãe
b) nos compostos de substantivo + adjetivo (ou vice-versa): amor- compadre - comadre veado - cerva
perfeito, amores-perfeitos; gentil-homem, gentis-homens; cara-pálida, frade - freira zangão - abelha
caras-pálidas. frei – soror etc.
São invariáveis:
a) os compostos de verbo + advérbio: o fala-pouco, os fala-pouco; o pi- ADJETIVOS
sa-mansinho, os pisa-mansinho; o cola-tudo, os cola-tudo;
b) as expressões substantivas: o chove-não-molha, os chove-não-
molha; o não-bebe-nem-desocupa-o-copo, os não-bebe-nem- FLEXÃO DOS ADJETIVOS
desocupa-o-copo;
c) os compostos de verbos antônimos: o leva-e-traz, os leva-e-traz; o Gênero
perde-ganha, os perde-ganha. Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser:
Obs: Alguns compostos admitem mais de um plural, como é o caso a) Uniforme: quando apresenta uma única forma para os dois gêne-
por exemplo, de: fruta-pão, fruta-pães ou frutas-pães; guarda- ros: homem inteligente - mulher inteligente; homem simples - mu-
marinha, guarda-marinhas ou guardas-marinhas; padre-nosso, pa- lher simples; aluno feliz - aluna feliz.
dres-nossos ou padre-nossos; salvo-conduto, salvos-condutos ou b) Biforme: quando apresenta duas formas: uma para o masculino, ou-
salvo-condutos; xeque-mate, xeques-mates ou xeques-mate. tra para o feminino: homem simpático / mulher simpática / homem
alto / mulher alta / aluno estudioso / aluna estudiosa
Adjetivos Compostos
Nos adjetivos compostos, apenas o último elemento se flexiona. Observação: no que se refere ao gênero, a flexão dos adjetivos é se-
Ex.:histórico-geográfico, histórico-geográficos; latino-americanos, latino- melhante a dos substantivos.
americanos; cívico-militar, cívico-militares.
1) Os adjetivos compostos referentes a cores são invariáveis, quando o Número
segundo elemento é um substantivo: lentes verde-garrafa, tecidos a) Adjetivo simples
amarelo-ouro, paredes azul-piscina. Os adjetivos simples formam o plural da mesma maneira que os
2) No adjetivo composto surdo-mudo, os dois elementos variam: sur- substantivos simples:
dos-mudos > surdas-mudas. pessoa honesta pessoas honestas
3) O composto azul-marinho é invariável: gravatas azul-marinho. regra fácil regras fáceis
homem feliz homens felizes
Graus do substantivo Observação: os substantivos empregados como adjetivos ficam in-
Dois são os graus do substantivo - o aumentativo e o diminutivo, os quais variáveis:
podem ser: sintéticos ou analíticos. blusa vinho blusas vinho
camisa rosa camisas rosa
Analítico b) Adjetivos compostos
Utiliza-se um adjetivo que indique o aumento ou a diminuição do tama- Como regra geral, nos adjetivos compostos somente o último ele-
nho: boca pequena, prédio imenso, livro grande. mento varia, tanto em gênero quanto em número:
acordos sócio-político-econômico acordos sócio-político-econômicos
Sintético causa sócio-político-econômica causas sócio-político-econômicas
acordo luso-franco-brasileiro acordo luso-franco-brasileiros
Constrói-se com o auxílio de sufixos nominais aqui apresentados. lente côncavo-convexa lentes côncavo-convexas
camisa verde-clara camisas verde-claras
Principais sufixos aumentativos sapato marrom-escuro sapatos marrom-escuros
AÇA, AÇO, ALHÃO, ANZIL, ÃO, ARÉU, ARRA, ARRÃO, ASTRO, ÁZIO, Observações:
ORRA, AZ, UÇA. Ex.: A barcaça, ricaço, grandalhão, corpanzil, caldeirão, 1) Se o último elemento for substantivo, o adjetivo composto fica invariável:
povaréu, bocarra, homenzarrão, poetastro, copázio, cabeçorra, lobaz, dentu- camisa verde-abacate camisas verde-abacate
ça. sapato marrom-café sapatos marrom-café
blusa amarelo-ouro blusas amarelo-ouro

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2) Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste ficam invariáveis: livre - libérrimo magnífico - magnificentíssimo
blusa azul-marinho blusas azul-marinho magro - macérrimo maléfico - maleficentíssimo
camisa azul-celeste camisas azul-celeste manso - mansuetíssimo miúdo - minutíssimo
3) No adjetivo composto (como já vimos) surdo-mudo, ambos os elementos
negro - nigérrimo (negríssimo) nobre - nobilíssimo
variam:
menino surdo-mudo meninos surdos-mudos pessoal - personalíssimo pobre - paupérrimo (pobríssimo)
menina surda-muda meninas surdas-mudas possível - possibilíssimo preguiçoso - pigérrimo
Graus do Adjetivo próspero - prospérrimo provável - probabilíssimo
As variações de intensidade significativa dos adjetivos podem ser ex- público - publicíssimo pudico - pudicíssimo
pressas em dois graus: sábio - sapientíssimo sagrado - sacratíssimo
- o comparativo salubre - salubérrimo sensível - sensibilíssimo
- o superlativo simples – simplicíssimo tenro - tenerissimo
terrível - terribilíssimo tétrico - tetérrimo
Comparativo velho - vetérrimo visível - visibilíssimo
Ao compararmos a qualidade de um ser com a de outro, ou com uma voraz - voracíssimo vulnerável - vuInerabilíssimo
outra qualidade que o próprio ser possui, podemos concluir que ela é igual,
superior ou inferior. Daí os três tipos de comparativo: Adjetivos Gentílicos e Pátrios
- Comparativo de igualdade: Argélia – argelino Bagdá - bagdali
O espelho é tão valioso como (ou quanto) o vitral. Bizâncio - bizantino Bogotá - bogotano
Pedro é tão saudável como (ou quanto) inteligente. Bóston - bostoniano Braga - bracarense
- Comparativo de superioridade: Bragança - bragantino Brasília - brasiliense
O aço é mais resistente que (ou do que) o ferro. Bucareste - bucarestino, - Buenos Aires - portenho, buenairense
Este automóvel é mais confortável que (ou do que) econômico. bucarestense Campos - campista
- Comparativo de inferioridade: Cairo - cairota Caracas - caraquenho
A prata é menos valiosa que (ou do que) o ouro. Canaã - cananeu Ceilão - cingalês
Este automóvel é menos econômico que (ou do que) confortável. Catalunha - catalão Chipre - cipriota
Chicago - chicaguense Córdova - cordovês
Ao expressarmos uma qualidade no seu mais elevado grau de intensi- Coimbra - coimbrão, conim- Creta - cretense
dade, usamos o superlativo, que pode ser absoluto ou relativo: bricense Cuiabá - cuiabano
- Superlativo absoluto Córsega - corso EI Salvador - salvadorenho
Neste caso não comparamos a qualidade com a de outro ser: Croácia - croata Espírito Santo - espírito-santense,
Esta cidade é poluidíssima. Egito - egípcio capixaba
Esta cidade é muito poluída. Equador - equatoriano Évora - eborense
- Superlativo relativo Filipinas - filipino Finlândia - finlandês
Consideramos o elevado grau de uma qualidade, relacionando-a a Florianópolis - florianopolitano Formosa - formosano
outros seres: Fortaleza - fortalezense Foz do lguaçu - iguaçuense
Este rio é o mais poluído de todos. Gabão - gabonês Galiza - galego
Este rio é o menos poluído de todos. Genebra - genebrino Gibraltar - gibraltarino
Goiânia - goianense Granada - granadino
Observe que o superlativo absoluto pode ser sintético ou analítico: Groenlândia - groenlandês Guatemala - guatemalteco
- Analítico: expresso com o auxílio de um advérbio de intensidade - Guiné - guinéu, guineense Haiti - haitiano
muito trabalhador, excessivamente frágil, etc. Himalaia - himalaico Honduras - hondurenho
- Sintético: expresso por uma só palavra (adjetivo + sufixo) – anti- Hungria - húngaro, magiar Ilhéus - ilheense
quíssimo: cristianíssimo, sapientíssimo, etc. Iraque - iraquiano Jerusalém - hierosolimita
João Pessoa - pessoense Juiz de Fora - juiz-forense
Os adjetivos: bom, mau, grande e pequeno possuem, para o compara- La Paz - pacense, pacenho Lima - limenho
tivo e o superlativo, as seguintes formas especiais: Macapá - macapaense Macau - macaense
NORMAL COM. SUP. SUPERLATIVO ABSOLUTO Maceió - maceioense Madagáscar - malgaxe
RELATIVO Madri - madrileno Manaus - manauense
bom melhor ótimo Marajó - marajoara Minho - minhoto
melhor Moçambique - moçambicano Mônaco - monegasco
mau pior péssimo Montevidéu - montevideano Natal - natalense
pior Normândia - normando Nova lguaçu - iguaçuano
grande maior máximo Pequim - pequinês Pisa - pisano
maior Porto - portuense Póvoa do Varzim - poveiro
pequeno menor mínimo Quito - quitenho Rio de Janeiro (Est.) - fluminense
menor Santiago - santiaguense Rio de Janeiro (cid.) - carioca
São Paulo (Est.) - paulista Rio Grande do Norte - potiguar
São Paulo (cid.) - paulistano Salvador – salvadorenho, soteropolitano
Eis, para consulta, alguns superlativos absolutos sintéticos:
Terra do Fogo - fueguino Toledo - toledano
acre - acérrimo ágil - agílimo
Três Corações - tricordiano Rio Grande do Sul - gaúcho
agradável - agradabilíssimo agudo - acutíssimo
Tripoli - tripolitano Varsóvia - varsoviano
amargo - amaríssimo amável - amabilíssimo
Veneza - veneziano Vitória - vitoriense
amigo - amicíssimo antigo - antiquíssimo
áspero - aspérrimo atroz - atrocíssimo Locuções Adjetivas
audaz - audacíssimo benéfico - beneficentíssimo
As expressões de valor adjetivo, formadas de preposições mais subs-
benévolo - benevolentíssimo capaz - capacíssimo
tantivos, chamam-se LOCUÇÕES ADJETIVAS. Estas, geralmente, podem
célebre - celebérrimo cristão - cristianíssimo
ser substituídas por um adjetivo correspondente.
cruel - crudelíssimo doce - dulcíssimo
eficaz - eficacíssimo feroz - ferocíssimo
fiel - fidelíssimo frágil - fragilíssimo PRONOMES
frio - frigidíssimo humilde - humílimo (humildíssimo)
incrível - incredibilíssimo inimigo - inimicíssimo Pronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa, que repre-
íntegro - integérrimo jovem - juveníssimo senta ou acompanha o substantivo, indicando-o como pessoa do discurso.

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Quando o pronome representa o substantivo, dizemos tratar-se de pronome Convidaram ELE para a festa (errado)
substantivo. Receberam NÓS com atenção (errado)
• Ele chegou. (ele) EU cheguei atrasado (certo)
• Convidei-o. (o) ELE compareceu à festa (certo)
2. Na função de complemento, usam-se os pronomes oblíquos e não os
Quando o pronome vem determinando o substantivo, restringindo a ex- pronomes retos:
tensão de seu significado, dizemos tratar-se de pronome adjetivo. Convidei ELE (errado)
• Esta casa é antiga. (esta) Chamaram NÓS (errado)
• Meu livro é antigo. (meu) Convidei-o. (certo)
Chamaram-NOS. (certo)
Classificação dos Pronomes 3. Os pronomes retos (exceto EU e TU), quando antecipados de preposi-
Há, em Português, seis espécies de pronomes: ção, passam a funcionar como oblíquos. Neste caso, considera-se cor-
• pessoais: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas e as formas oblíquas reto seu emprego como complemento:
de tratamento: Informaram a ELE os reais motivos.
• possessivos: meu, teu, seu, nosso, vosso, seu e flexões; Emprestaram a NÓS os livros.
• demonstrativos: este, esse, aquele e flexões; isto, isso, aquilo; Eles gostam muito de NÓS.
• relativos: o qual, cujo, quanto e flexões; que, quem, onde; 4. As formas EU e TU só podem funcionar como sujeito. Considera-se
• indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, certo, pouco, vá- errado seu emprego como complemento:
rios, tanto quanto, qualquer e flexões; alguém, ninguém, tudo, ou- Nunca houve desentendimento entre eu e tu. (errado)
trem, nada, cada, algo. Nunca houve desentendimento entre mim e ti. (certo)
• interrogativos: que, quem, qual, quanto, empregados em frases in-
terrogativas. Como regra prática, podemos propor o seguinte: quando precedidas de
preposição, não se usam as formas retas EU e TU, mas as formas oblíquas
PRONOMES PESSOAIS MIM e TI:
Pronomes pessoais são aqueles que representam as pessoas do dis- Ninguém irá sem EU. (errado)
curso: Nunca houve discussões entre EU e TU. (errado)
1ª pessoa: quem fala, o emissor. Ninguém irá sem MIM. (certo)
Eu sai (eu) Nunca houve discussões entre MIM e TI. (certo)
Nós saímos (nós)
Convidaram-me (me) Há, no entanto, um caso em que se empregam as formas retas EU e
Convidaram-nos (nós) TU mesmo precedidas por preposição: quando essas formas funcionam
2ª pessoa: com quem se fala, o receptor. como sujeito de um verbo no infinitivo.
Tu saíste (tu) Deram o livro para EU ler (ler: sujeito)
Vós saístes (vós) Deram o livro para TU leres (leres: sujeito)
Convidaram-te (te) Verifique que, neste caso, o emprego das formas retas EU e TU é obri-
Convidaram-vos (vós) gatório, na medida em que tais pronomes exercem a função sintática de
3ª pessoa: de que ou de quem se fala, o referente. sujeito.
Ele saiu (ele) 5. Os pronomes oblíquos SE, SI, CONSIGO devem ser empregados
Eles sairam (eles) somente como reflexivos. Considera-se errada qualquer construção em
Convidei-o (o) que os referidos pronomes não sejam reflexivos:
Convidei-os (os) Querida, gosto muito de SI. (errado)
Preciso muito falar CONSIGO. (errado)
Os pronomes pessoais são os seguintes: Querida, gosto muito de você. (certo)
NÚMERO PESSOA CASO RETO CASO OBLÍQUO
Preciso muito falar com você. (certo)
singular 1ª eu me, mim, comigo
2ª tu te, ti, contigo
3ª ele, ela se, si, consigo, o, a, lhe Observe que nos exemplos que seguem não há erro algum, pois os
plural 1ª nós nós, conosco pronomes SE, SI, CONSIGO, foram empregados como reflexivos:
2ª vós vós, convosco Ele feriu-se
3ª eles, elas se, si, consigo, os, as, lhes Cada um faça por si mesmo a redação
O professor trouxe as provas consigo
PRONOMES DE TRATAMENTO
Na categoria dos pronomes pessoais, incluem-se os pronomes de tra- 6. Os pronomes oblíquos CONOSCO e CONVOSCO são utilizados
tamento. Referem-se à pessoa a quem se fala, embora a concordância normalmente em sua forma sintética. Caso haja palavra de reforço, tais
deva ser feita com a terceira pessoa. Convém notar que, exceção feita a pronomes devem ser substituídos pela forma analítica:
você, esses pronomes são empregados no tratamento cerimonioso. Queriam falar conosco = Queriam falar com nós dois
Veja, a seguir, alguns desses pronomes: Queriam conversar convosco = Queriam conversar com vós próprios.
PRONOME ABREV. EMPREGO
Vossa Alteza V. A. príncipes, duques 7. Os pronomes oblíquos podem aparecer combinados entre si. As com-
Vossa Eminência V .Ema cardeais binações possíveis são as seguintes:
Vossa Excelência V.Exa altas autoridades em geral Vossa me+o=mo me + os = mos
Magnificência V. Mag a reitores de universidades te+o=to te + os = tos
Vossa Reverendíssima V. Revma sacerdotes em geral lhe+o=lho lhe + os = lhos
Vossa Santidade V.S. papas
nos + o = no-lo nos + os = no-los
Vossa Senhoria V.Sa funcionários graduados
Vossa Majestade V.M. reis, imperadores vos + o = vo-lo vos + os = vo-los
lhes + o = lho lhes + os = lhos
São também pronomes de tratamento: o senhor, a senhora, você, vo-
cês. A combinação também é possível com os pronomes oblíquos femininos
a, as.
EMPREGO DOS PRONOMES PESSOAIS me+a=ma me + as = mas
1. Os pronomes pessoais do caso reto (EU, TU, ELE/ELA, NÓS, VÓS, te+a=ta te + as = tas
ELES/ELAS) devem ser empregados na função sintática de sujeito. - Você pagou o livro ao livreiro?
Considera-se errado seu emprego como complemento: - Sim, paguei-LHO.

Língua Portuguesa 20 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Verifique que a forma combinada LHO resulta da fusão de LHE (que O pai esperava-o na estação agitada.
representa o livreiro) com O (que representa o livro). Expliquei-lhe o motivo das férias.
8. As formas oblíquas O, A, OS, AS são sempre empregadas como
complemento de verbos transitivos diretos, ao passo que as formas Ainda na linguagem culta, em escritos formais e de estilo cuidadoso, a
LHE, LHES são empregadas como complemento de verbos transitivos ênclise é a colocação recomendada nos seguintes casos:
indiretos: 1. Quando o verbo iniciar a oração:
O menino convidou-a. (V.T.D ) Voltei-me em seguida para o céu límpido.
O filho obedece-lhe. (V.T. l ) 2. Quando o verbo iniciar a oração principal precedida de pausa:
Como eu achasse muito breve, explicou-se.
Consideram-se erradas construções em que o pronome O (e flexões) 3. Com o imperativo afirmativo:
aparece como complemento de verbos transitivos indiretos, assim como as Companheiros, escutai-me.
construções em que o nome LHE (LHES) aparece como complemento de 4. Com o infinitivo impessoal:
verbos transitivos diretos: A menina não entendera que engorda-las seria apressar-lhes um
Eu lhe vi ontem. (errado) destino na mesa.
Nunca o obedeci. (errado) 5. Com o gerúndio, não precedido da preposição EM:
Eu o vi ontem. (certo) E saltou, chamando-me pelo nome, conversou comigo.
Nunca lhe obedeci. (certo) 6. Com o verbo que inicia a coordenada assindética.
A velha amiga trouxe um lenço, pediu-me uma pequena moeda de meio
9. Há pouquíssimos casos em que o pronome oblíquo pode funcionar
franco.
como sujeito. Isto ocorre com os verbos: deixar, fazer, ouvir, mandar,
sentir, ver, seguidos de infinitivo. O nome oblíquo será sujeito desse in-
Próclise
finitivo:
Na linguagem culta, a próclise é recomendada:
Deixei-o sair.
1. Quando o verbo estiver precedido de pronomes relativos, indefinidos,
Vi-o chegar.
interrogativos e conjunções.
Sofia deixou-se estar à janela.
As crianças que me serviram durante anos eram bichos.
É fácil perceber a função do sujeito dos pronomes oblíquos, desenvol-
Tudo me parecia que ia ser comida de avião.
vendo as orações reduzidas de infinitivo:
Quem lhe ensinou esses modos?
Deixei-o sair = Deixei que ele saísse.
Quem os ouvia, não os amou.
10. Não se considera errada a repetição de pronomes oblíquos: Que lhes importa a eles a recompensa?
A mim, ninguém me engana. Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.
A ti tocou-te a máquina mercante. 2. Nas orações optativas (que exprimem desejo):
Nesses casos, a repetição do pronome oblíquo não constitui pleonas- Papai do céu o abençoe.
mo vicioso e sim ênfase. A terra lhes seja leve.
3. Com o gerúndio precedido da preposição EM:
11. Muitas vezes os pronomes oblíquos equivalem a pronomes possessivo, Em se animando, começa a contagiar-nos.
exercendo função sintática de adjunto adnominal: Bromil era o suco em se tratando de combater a tosse.
Roubaram-me o livro = Roubaram meu livro. 4. Com advérbios pronunciados juntamente com o verbo, sem que haja
Não escutei-lhe os conselhos = Não escutei os seus conselhos. pausa entre eles.
Aquela voz sempre lhe comunicava vida nova.
12. As formas plurais NÓS e VÓS podem ser empregadas para representar Antes, falava-se tão-somente na aguardente da terra.
uma única pessoa (singular), adquirindo valor cerimonioso ou de mo-
déstia: Mesóclise
Nós - disse o prefeito - procuramos resolver o problema das enchentes. Usa-se o pronome no interior das formas verbais do futuro do presente
Vós sois minha salvação, meu Deus! e do futuro do pretérito do indicativo, desde que estes verbos não estejam
precedidos de palavras que reclamem a próclise.
13. Os pronomes de tratamento devem vir precedidos de VOSSA, quando
Lembrar-me-ei de alguns belos dias em Paris.
nos dirigimos à pessoa representada pelo pronome, e por SUA, quando
Dir-se-ia vir do oco da terra.
falamos dessa pessoa:
Ao encontrar o governador, perguntou-lhe:
Mas:
Vossa Excelência já aprovou os projetos?
Não me lembrarei de alguns belos dias em Paris.
Sua Excelência, o governador, deverá estar presente na inauguração.
Jamais se diria vir do oco da terra.
14. VOCÊ e os demais pronomes de tratamento (VOSSA MAJESTADE, Com essas formas verbais a ênclise é inadmissível:
VOSSA ALTEZA) embora se refiram à pessoa com quem falamos (2ª Lembrarei-me (!?)
pessoa, portanto), do ponto de vista gramatical, comportam-se como Diria-se (!?)
pronomes de terceira pessoa:
Você trouxe seus documentos? O Pronome Átono nas Locuções Verbais
Vossa Excelência não precisa incomodar-se com seus problemas. 1. Auxiliar + infinitivo ou gerúndio - o pronome pode vir proclítico ou
enclítico ao auxiliar, ou depois do verbo principal.
COLOCAÇÃO DE PRONOMES Podemos contar-lhe o ocorrido.
Em relação ao verbo, os pronomes átonos (ME, TE, SE, LHE, O, A, Podemos-lhe contar o ocorrido.
NÓS, VÓS, LHES, OS, AS) podem ocupar três posições: Não lhes podemos contar o ocorrido.
1. Antes do verbo - próclise O menino foi-se descontraindo.
Eu te observo há dias. O menino foi descontraindo-se.
2. Depois do verbo - ênclise O menino não se foi descontraindo.
Observo-te há dias. 2. Auxiliar + particípio passado - o pronome deve vir enclítico ou proclítico
3. No interior do verbo - mesóclise ao auxiliar, mas nunca enclítico ao particípio.
Observar-te-ei sempre. "Outro mérito do positivismo em relação a mim foi ter-me levado a Des-
cartes ."
Ênclise Tenho-me levantado cedo.
Na linguagem culta, a colocação que pode ser considerada normal é a Não me tenho levantado cedo.
ênclise: o pronome depois do verbo, funcionando como seu complemento O uso do pronome átono solto entre o auxiliar e o infinitivo, ou entre o
direto ou indireto. auxiliar e o gerúndio, já está generalizado, mesmo na linguagem culta.
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Outro aspecto evidente, sobretudo na linguagem coloquial e popular, é o da b) Para indicar o que está em nós ou o que nos abrange fisicamente:
colocação do pronome no início da oração, o que se deve evitar na lingua- Este coração não pode me trair.
gem escrita. Esta alma não traz pecados.
Tudo se fez por este país.
PRONOMES POSSESSIVOS c) Para indicar o momento em que falamos:
Os pronomes possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribu- Neste instante estou tranquilo.
indo-lhes a posse de alguma coisa. Deste minuto em diante vou modificar-me.
Quando digo, por exemplo, “meu livro”, a palavra “meu” informa que o d) Para indicar tempo vindouro ou mesmo passado, mas próximo do
livro pertence a 1ª pessoa (eu) momento em que falamos:
Eis as formas dos pronomes possessivos: Esta noite (= a noite vindoura) vou a um baile.
1ª pessoa singular: MEU, MINHA, MEUS, MINHAS. Esta noite (= a noite que passou) não dormi bem.
2ª pessoa singular: TEU, TUA, TEUS, TUAS. Um dia destes estive em Porto Alegre.
3ª pessoa singular: SEU, SUA, SEUS, SUAS. e) Para indicar que o período de tempo é mais ou menos extenso e no
1ª pessoa plural: NOSSO, NOSSA, NOSSOS, NOSSAS. qual se inclui o momento em que falamos:
2ª pessoa plural: VOSSO, VOSSA, VOSSOS, VOSSAS. Nesta semana não choveu.
3ª pessoa plural: SEU, SUA, SEUS, SUAS. Neste mês a inflação foi maior.
Os possessivos SEU(S), SUA(S) tanto podem referir-se à 3ª pessoa Este ano será bom para nós.
(seu pai = o pai dele), como à 2ª pessoa do discurso (seu pai = o pai de Este século terminará breve.
você). f) Para indicar aquilo de que estamos tratando:
Por isso, toda vez que os ditos possessivos derem margem a ambigui- Este assunto já foi discutido ontem.
dade, devem ser substituídos pelas expressões dele(s), dela(s). Tudo isto que estou dizendo já é velho.
Ex.:Você bem sabe que eu não sigo a opinião dele. g) Para indicar aquilo que vamos mencionar:
A opinião dela era que Camilo devia tornar à casa deles. Só posso lhe dizer isto: nada somos.
Eles batizaram com o nome delas as águas deste rio. Os tipos de artigo são estes: definidos e indefinidos.
Os possessivos devem ser usados com critério. Substituí-los pelos pro- 2. ESSE (e variações) e ISSO usam-se:
nomes oblíquos comunica á frase desenvoltura e elegância. a) Para indicar o que está próximo ou junto da 2ª pessoa (aquela com
Crispim Soares beijou-lhes as mãos agradecido (em vez de: beijou as quem se fala):
suas mãos). Esse documento que tens na mão é teu?
Não me respeitava a adolescência. Isso que carregas pesa 5 kg.
A repulsa estampava-se-lhe nos músculos da face. b) Para indicar o que está na 2ª pessoa ou que a abrange fisicamente:
O vento vindo do mar acariciava-lhe os cabelos. Esse teu coração me traiu.
Essa alma traz inúmeros pecados.
Além da ideia de posse, podem ainda os pronomes exprimir: Quantos vivem nesse pais?
1. Cálculo aproximado, estimativa: c) Para indicar o que se encontra distante de nós, ou aquilo de que dese-
Ele poderá ter seus quarenta e cinco anos jamos distância:
2. Familiaridade ou ironia, aludindo-se á personagem de uma história O povo já não confia nesses políticos.
O nosso homem não se deu por vencido. Não quero mais pensar nisso.
Chama-se Falcão o meu homem d) Para indicar aquilo que já foi mencionado pela 2ª pessoa:
3. O mesmo que os indefinidos certo, algum Nessa tua pergunta muita matreirice se esconde.
Eu cá tenho minhas dúvidas O que você quer dizer com isso?
Cornélio teve suas horas amargas e) Para indicar tempo passado, não muito próximo do momento em que
4. Afetividade, cortesia falamos:
Como vai, meu menino? Um dia desses estive em Porto Alegre.
Não os culpo, minha boa senhora, não os culpo Comi naquele restaurante dia desses.
No plural usam-se os possessivos substantivados no sentido de paren- f) Para indicar aquilo que já mencionamos:
tes de família. Fugir aos problemas? Isso não é do meu feitio.
É assim que um moço deve zelar o nome dos seus? Ainda hei de conseguir o que desejo, e esse dia não está muito distan-
Podem os possessivos ser modificados por um advérbio de intensida- te.
de. 3. AQUELE (e variações) e AQUILO usam-se:
Levaria a mão ao colar de pérolas, com aquele gesto tão seu, quando a) Para indicar o que está longe das duas primeiras pessoas e refere-se á
não sabia o que dizer. 3ª.
Aquele documento que lá está é teu?
PRONOMES DEMONSTRATIVOS Aquilo que eles carregam pesa 5 kg.
São aqueles que determinam, no tempo ou no espaço, a posição da b) Para indicar tempo passado mais ou menos distante.
coisa designada em relação à pessoa gramatical. Naquele instante estava preocupado.
Quando digo “este livro”, estou afirmando que o livro se encontra perto Daquele instante em diante modifiquei-me.
de mim a pessoa que fala. Por outro lado, “esse livro” indica que o livro está Usamos, ainda, aquela semana, aquele mês, aquele ano, aquele
longe da pessoa que fala e próximo da que ouve; “aquele livro” indica que o século, para exprimir que o tempo já decorreu.
livro está longe de ambas as pessoas. 4. Quando se faz referência a duas pessoas ou coisas já mencionadas,
usa-se este (ou variações) para a última pessoa ou coisa e aquele (ou
Os pronomes demonstrativos são estes: variações) para a primeira:
ESTE (e variações), isto = 1ª pessoa Ao conversar com lsabel e Luís, notei que este se encontrava nervoso
ESSE (e variações), isso = 2ª pessoa e aquela tranquila.
AQUELE (e variações), próprio (e variações) 5. Os pronomes demonstrativos, quando regidos pela preposição DE,
MESMO (e variações), próprio (e variações) pospostos a substantivos, usam-se apenas no plural:
SEMELHANTE (e variação), tal (e variação) Você teria coragem de proferir um palavrão desses, Rose?
Emprego dos Demonstrativos Com um frio destes não se pode sair de casa.
Nunca vi uma coisa daquelas.
1. ESTE (e variações) e ISTO usam-se:
6. MESMO e PRÓPRIO variam em gênero e número quando têm caráter
a) Para indicar o que está próximo ou junto da 1ª pessoa (aquela que
reforçativo:
fala).
Zilma mesma (ou própria) costura seus vestidos.
Este documento que tenho nas mãos não é meu.
Luís e Luísa mesmos (ou próprios) arrumam suas camas.
Isto que carregamos pesa 5 kg.

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7. O (e variações) é pronome demonstrativo quando equivale a AQUILO, PRONOMES INDEFINIDOS
ISSO ou AQUELE (e variações). Estes pronomes se referem à 3ª pessoa do discurso, designando-a de
Nem tudo (aquilo) que reluz é ouro. modo vago, impreciso, indeterminado.
O (aquele) que tem muitos vícios tem muitos mestres. 1. São pronomes indefinidos substantivos: ALGO, ALGUÉM, FULANO,
Das meninas, Jeni a (aquela) que mais sobressaiu nos exames. SICRANO, BELTRANO, NADA, NINGUÉM, OUTREM, QUEM, TUDO
A sorte é mulher e bem o (isso) demonstra de fato, ela não ama os Exemplos:
homens superiores. Algo o incomoda?
8. NISTO, em início de frase, significa ENTÃO, no mesmo instante: Acreditam em tudo o que fulano diz ou sicrano escreve.
A menina ia cair, nisto, o pai a segurou Não faças a outrem o que não queres que te façam.
9. Tal é pronome demonstrativo quando tomado na acepção DE ESTE, Quem avisa amigo é.
ISTO, ESSE, ISSO, AQUELE, AQUILO. Encontrei quem me pode ajudar.
Tal era a situação do país. Ele gosta de quem o elogia.
Não disse tal. 2. São pronomes indefinidos adjetivos: CADA, CERTO, CERTOS, CERTA
Tal não pôde comparecer. CERTAS.
Cada povo tem seus costumes.
Pronome adjetivo quando acompanha substantivo ou pronome (atitu- Certas pessoas exercem várias profissões.
des tais merecem cadeia, esses tais merecem cadeia), quando acompanha Certo dia apareceu em casa um repórter famoso.
QUE, formando a expressão que tal? (? que lhe parece?) em frases como
Que tal minha filha? Que tais minhas filhas? e quando correlativo DE QUAL PRONOMES INTERROGATIVOS
ou OUTRO TAL: Aparecem em frases interrogativas. Como os indefinidos, referem-se de
Suas manias eram tais quais as minhas. modo impreciso à 3ª pessoa do discurso.
A mãe era tal quais as filhas. Exemplos:
Os filhos são tais qual o pai. Que há?
Tal pai, tal filho. Que dia é hoje?
É pronome substantivo em frases como: Reagir contra quê?
Não encontrarei tal (= tal coisa). Por que motivo não veio?
Não creio em tal (= tal coisa) Quem foi?
Qual será?
PRONOMES RELATIVOS Quantos vêm?
Veja este exemplo: Quantas irmãs tens?
Armando comprou a casa QUE lhe convinha.
A palavra que representa o nome casa, relacionando-se com o termo
casa é um pronome relativo.
VERBO
PRONOMES RELATIVOS são palavras que representam nomes já re-
feridos, com os quais estão relacionados. Daí denominarem-se relativos. CONCEITO
A palavra que o pronome relativo representa chama-se antecedente. “As palavras em destaque no texto abaixo exprimem ações, situando-
No exemplo dado, o antecedente é casa. as no tempo.
Outros exemplos de pronomes relativos: Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a re-
Sejamos gratos a Deus, a quem tudo devemos. ceita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais açúcar, farinha e
O lugar onde paramos era deserto. gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria dentro elas.
Traga tudo quanto lhe pertence. Assim fiz. Morreram.”
Leve tantos ingressos quantos quiser. (Clarice Lispector)
Posso saber o motivo por que (ou pelo qual) desistiu do concurso? Essas palavras são verbos. O verbo também pode exprimir:
a) Estado:
Não sou alegre nem sou triste.
Eis o quadro dos pronomes relativos: Sou poeta.
b) Mudança de estado:
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS Meu avô foi buscar ouro.
Masculino Feminino Mas o ouro virou terra.
o qual a qual quem c) Fenômeno:
os quais as quais Chove. O céu dorme.
cujo cujos cuja cujas que
quanto quanta quantas onde VERBO é a palavra variável que exprime ação, estado, mudança de
quantos estado e fenômeno, situando-se no tempo.

Observações: FLEXÕES
1. O pronome relativo QUEM só se aplica a pessoas, tem antecedente, O verbo é a classe de palavras que apresenta o maior número de fle-
vem sempre antecedido de preposição, e equivale a O QUAL. xões na língua portuguesa. Graças a isso, uma forma verbal pode trazer em
O médico de quem falo é meu conterrâneo. si diversas informações. A forma CANTÁVAMOS, por exemplo, indica:
2. Os pronomes CUJO, CUJA significam do qual, da qual, e precedem • a ação de cantar.
sempre um substantivo sem artigo. • a pessoa gramatical que pratica essa ação (nós).
Qual será o animal cujo nome a autora não quis revelar? • o número gramatical (plural).
3. QUANTO(s) e QUANTA(s) são pronomes relativos quando precedidos • o tempo em que tal ação ocorreu (pretérito).
de um dos pronomes indefinidos tudo, tanto(s), tanta(s), todos, todas. • o modo como é encarada a ação: um fato realmente acontecido no
Tenho tudo quanto quero. passado (indicativo).
Leve tantos quantos precisar. • que o sujeito pratica a ação (voz ativa).
Nenhum ovo, de todos quantos levei, se quebrou. Portanto, o verbo flexiona-se em número, pessoa, modo, tempo e voz.
4. ONDE, como pronome relativo, tem sempre antecedente e equivale a 1. NÚMERO: o verbo admite singular e plural:
EM QUE. O menino olhou para o animal com olhos alegres. (singular).
A casa onde (= em que) moro foi de meu avô. Os meninos olharam para o animal com olhos alegres. (plural).
2. PESSOA: servem de sujeito ao verbo as três pessoas gramaticais:
1ª pessoa: aquela que fala. Pode ser

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a) do singular - corresponde ao pronome pessoal EU. Ex.: Eu adormeço. b) irregulares - são aqueles cuja flexão provoca alterações no radical ou
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal NÓS. Ex.: Nós adorme- nas desinências: faço - fiz - farei - fizesse.
cemos. c) defectivos - são aqueles que não apresentam conjugação completa,
2ª pessoa: aquela que ouve. Pode ser como por exemplo, os verbos falir, abolir e os verbos que indicam fe-
a) do singular - corresponde ao pronome pessoal TU. Ex.:Tu adormeces. nômenos naturais, como CHOVER, TROVEJAR, etc.
b) do plural - corresponde ao pronome pessoal VÓS. Ex.:Vós adormeceis. d) abundantes - são aqueles que possuem mais de uma forma com o
3ª pessoa: aquela de quem se fala. Pode ser mesmo valor. Geralmente, essa característica ocorre no particípio: ma-
a) do singular - corresponde aos pronomes pessoais ELE, ELA. Ex.: Ela tado - morto - enxugado - enxuto.
adormece. e) anômalos - são aqueles que incluem mais de um radical em sua conju-
b) do plural - corresponde aos pronomes pessoas ELES, ELAS. Ex.: Eles gação.
adormecem. verbo ser: sou - fui
3. MODO: é a propriedade que tem o verbo de indicar a atitude do falante verbo ir: vou - ia
em relação ao fato que comunica. Há três modos em português.
a) indicativo: a atitude do falante é de certeza diante do fato. QUANTO À EXISTÊNCIA OU NÃO DO SUJEITO
A cachorra Baleia corria na frente.
1. Pessoais: são aqueles que se referem a qualquer sujeito implícito ou
b) subjuntivo: a atitude do falante é de dúvida diante do fato.
explícito. Quase todos os verbos são pessoais.
Talvez a cachorra Baleia corra na frente .
O Nino apareceu na porta.
c) imperativo: o fato é enunciado como uma ordem, um conselho, um
2. Impessoais: são aqueles que não se referem a qualquer sujeito implíci-
pedido
to ou explícito. São utilizados sempre na 3ª pessoa. São impessoais:
Corra na frente, Baleia.
a) verbos que indicam fenômenos meteorológicos: chover, nevar, ventar,
4. TEMPO: é a propriedade que tem o verbo de localizar o fato no tempo,
etc.
em relação ao momento em que se fala. Os três tempos básicos são:
Garoava na madrugada roxa.
a) presente: a ação ocorre no momento em que se fala:
b) HAVER, no sentido de existir, ocorrer, acontecer:
Fecho os olhos, agito a cabeça.
Houve um espetáculo ontem.
b) pretérito (passado): a ação transcorreu num momento anterior àquele
Há alunos na sala.
em que se fala:
Havia o céu, havia a terra, muita gente e mais Anica com seus olhos
Fechei os olhos, agitei a cabeça.
claros.
c) futuro: a ação poderá ocorrer após o momento em que se fala:
c) FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno meteorológico.
Fecharei os olhos, agitarei a cabeça.
Fazia dois anos que eu estava casado.
O pretérito e o futuro admitem subdivisões, o que não ocorre com o
Faz muito frio nesta região?
presente.

Veja o esquema dos tempos simples em português: O VERBO HAVER (empregado impessoalmente)
Presente (falo) O verbo haver é impessoal - sendo, portanto, usado invariavelmente na
INDICATIVO Pretérito perfeito ( falei) 3ª pessoa do singular - quando significa:
Imperfeito (falava) 1) EXISTIR
Mais- que-perfeito (falara) Há pessoas que nos querem bem.
Futuro do presente (falarei) Criaturas infalíveis nunca houve nem haverá.
do pretérito (falaria) Brigavam à toa, sem que houvesse motivos sérios.
Presente (fale) Livros, havia-os de sobra; o que faltava eram leitores.
SUBJUNTIVO Pretérito imperfeito (falasse) 2) ACONTECER, SUCEDER
Futuro (falar) Houve casos difíceis na minha profissão de médico.
Há ainda três formas que não exprimem exatamente o tempo em que Não haja desavenças entre vós.
se dá o fato expresso. São as formas nominais, que completam o esquema Naquele presídio havia frequentes rebeliões de presos.
dos tempos simples. 3) DECORRER, FAZER, com referência ao tempo passado:
Infinitivo impessoal (falar) Há meses que não o vejo.
Pessoal (falar eu, falares tu, etc.) Haverá nove dias que ele nos visitou.
FORMAS NOMINAIS Gerúndio (falando) Havia já duas semanas que Marcos não trabalhava.
Particípio (falado) O fato aconteceu há cerca de oito meses.
5. VOZ: o sujeito do verbo pode ser: Quando pode ser substituído por FAZIA, o verbo HAVER concorda no
a) agente do fato expresso. pretérito imperfeito, e não no presente:
O carroceiro disse um palavrão. Havia (e não HÁ) meses que a escola estava fechada.
(sujeito agente) Morávamos ali havia (e não HÁ) dois anos.
O verbo está na voz ativa. Ela conseguira emprego havia (e não HÁ) pouco tempo.
b) paciente do fato expresso: Havia (e não HÁ) muito tempo que a policia o procurava.
Um palavrão foi dito pelo carroceiro. 4) REALIZAR-SE
(sujeito paciente) Houve festas e jogos.
O verbo está na voz passiva. Se não chovesse, teria havido outros espetáculos.
c) agente e paciente do fato expresso: Todas as noites havia ensaios das escolas de samba.
O carroceiro machucou-se. 5) Ser possível, existir possibilidade ou motivo (em frases negativas e
(sujeito agente e paciente) seguido de infinitivo):
O verbo está na voz reflexiva. Em pontos de ciência não há transigir.
6. FORMAS RIZOTÔNICAS E ARRIZOTÔNICAS: dá-se o nome de Não há contê-lo, então, no ímpeto.
rizotônica à forma verbal cujo acento tônico está no radical. Não havia descrer na sinceridade de ambos.
Falo - Estudam. Mas olha, Tomásia, que não há fiar nestas afeiçõezinhas.
Dá-se o nome de arrizotônica à forma verbal cujo acento tônico está E não houve convencê-lo do contrário.
fora do radical. Não havia por que ficar ali a recriminar-se.
Falamos - Estudarei.
7. CLASSIFICACÃO DOS VERBOS: os verbos classificam-se em: Como impessoal o verbo HAVER forma ainda a locução adverbial de
a) regulares - são aqueles que possuem as desinências normais de sua há muito (= desde muito tempo, há muito tempo):
conjugação e cuja flexão não provoca alterações no radical: canto - De há muito que esta árvore não dá frutos.
cantei - cantarei – cantava - cantasse. De há muito não o vejo.

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O verbo HAVER transmite a sua impessoalidade aos verbos que com d) Pretérito mais-que-perfeito
ele formam locução, os quais, por isso, permanecem invariáveis na 3ª Chama-se mais-que-perfeito porque indica uma ação passada em
pessoa do singular: relação a outro fato passado (ou seja, é o passado do passado):
Vai haver eleições em outubro. A bola já ultrapassara a linha quando o jogador a alcançou.
Começou a haver reclamações. e) Futuro do Presente
Não pode haver umas sem as outras. Emprega-se o futuro do presente do indicativo para apontar um fato
Parecia haver mais curiosos do que interessados. futuro em relação ao momento em que se fala.
Mas haveria outros defeitos, devia haver outros. Irei à escola.
f) Futuro do Pretérito
A expressão correta é HAJA VISTA, e não HAJA VISTO. Pode ser Emprega-se o futuro do pretérito do indicativo para assinalar:
construída de três modos: - um fato futuro, em relação a outro fato passado.
Hajam vista os livros desse autor. - Eu jogaria se não tivesse chovido.
Haja vista os livros desse autor. - um fato futuro, mas duvidoso, incerto.
Haja vista aos livros desse autor. - Seria realmente agradável ter de sair?
Um fato presente: nesse caso, o futuro do pretérito indica polidez e às
CONVERSÃO DA VOZ ATIVA NA PASSIVA vezes, ironia.
- Daria para fazer silêncio?!
Pode-se mudar a voz ativa na passiva sem alterar substancialmente o
sentido da frase. Modo Subjuntivo
Exemplo: a) Presente
Gutenberg inventou a imprensa. (voz ativa) Emprega-se o presente do subjuntivo para mostrar:
A imprensa foi inventada por Gutenberg. (voz passiva) - um fato presente, mas duvidoso, incerto.
Observe que o objeto direto será o sujeito da passiva, o sujeito da ativa Talvez eles estudem... não sei.
passará a agente da passiva e o verbo assumirá a forma passiva, conser- - um desejo, uma vontade:
vando o mesmo tempo. Que eles estudem, este é o desejo dos pais e dos professores.
b) Pretérito Imperfeito
Outros exemplos: Emprega-se o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar uma
Os calores intensos provocam as chuvas. hipótese, uma condição.
As chuvas são provocadas pelos calores intensos. Se eu estudasse, a história seria outra.
Eu o acompanharei. Nós combinamos que se chovesse não haveria jogo.
Ele será acompanhado por mim. e) Pretérito Perfeito
Todos te louvariam. Emprega-se o pretérito perfeito composto do subjuntivo para apontar
Serias louvado por todos. um fato passado, mas incerto, hipotético, duvidoso (que são, afinal, as
Prejudicaram-me. características do modo subjuntivo).
Fui prejudicado. Que tenha estudado bastante é o que espero.
Condenar-te-iam. d) Pretérito Mais-Que-Perfeito - Emprega-se o pretérito mais-que-perfeito
Serias condenado. do subjuntivo para indicar um fato passado em relação a outro fato
passado, sempre de acordo com as regras típicas do modo subjuntivo:
EMPREGO DOS TEMPOS VERBAIS Se não tivéssemos saído da sala, teríamos terminado a prova tranqui-
a) Presente lamente.
Emprega-se o presente do indicativo para assinalar: e) Futuro
- um fato que ocorre no momento em que se fala. Emprega-se o futuro do subjuntivo para indicar um fato futuro já conclu-
Eles estudam silenciosamente. ído em relação a outro fato futuro.
Eles estão estudando silenciosamente. Quando eu voltar, saberei o que fazer.
- uma ação habitual.
Corra todas as manhãs. VERBOS IRREGULARES
- uma verdade universal (ou tida como tal): DAR
O homem é mortal. Presente do indicativo dou, dás, dá, damos, dais, dão
A mulher ama ou odeia, não há outra alternativa. Pretérito perfeito dei, deste, deu, demos, destes, deram
- fatos já passados. Usa-se o presente em lugar do pretérito para dar Pretérito mais-que-perfeito dera, deras, dera, déramos, déreis, deram
maior realce à narrativa. Presente do subjuntivo dê, dês, dê, demos, deis, dêem
Imperfeito do subjuntivo desse, desses, desse, déssemos, désseis, dessem
Em 1748, Montesquieu publica a obra "O Espírito das Leis".
Futuro do subjuntivo der, deres, der, dermos, derdes, derem
É o chamado presente histórico ou narrativo.
- fatos futuros não muito distantes, ou mesmo incertos: MOBILIAR
Amanhã vou à escola. Presente do indicativo mobilio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobiliam
Qualquer dia eu te telefono. Presente do subjuntivo mobilie, mobilies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobiliem
b) Pretérito Imperfeito Imperativo mobília, mobilie, mobiliemos, mobiliai, mobiliem
Emprega-se o pretérito imperfeito do indicativo para designar: AGUAR
- um fato passado contínuo, habitual, permanente: Presente do indicativo águo, águas, água, aguamos, aguais, águam
Ele andava à toa. Pretérito perfeito aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram
Nós vendíamos sempre fiado. Presente do subjuntivo águe, agues, ague, aguemos, agueis, águem
- um fato passado, mas de incerta localização no tempo. É o que ocorre
MAGOAR
por exemplo, no inicio das fábulas, lendas, histórias infantis. Presente do indicativo magoo, magoas, magoa, magoamos, magoais, magoam
Era uma vez... Pretérito perfeito magoei, magoaste, magoou, magoamos, magoastes, magoa-
- um fato presente em relação a outro fato passado. ram
Eu lia quando ele chegou. Presente do subjuntivo magoe, magoes, magoe, magoemos, magoeis, magoem
c) Pretérito Perfeito Conjugam-se como magoar, abençoar, abotoar, caçoar, voar e perdoar
Emprega-se o pretérito perfeito do indicativo para referir um fato já
APIEDAR-SE
ocorrido, concluído. Presente do indicativo: apiado-me, apiadas-te, apiada-se, apiedamo-nos, apiedais-
Estudei a noite inteira. vos, apiadam-se
Usa-se a forma composta para indicar uma ação que se prolonga até o Presente do subjuntivo apiade-me, apiades-te, apiade-se, apiedemo-nos, apiedei-
momento presente. vos, apiedem-se
Tenho estudado todas as noites. Nas formas rizotônicas, o E do radical é substituído por A

Língua Portuguesa 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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MOSCAR Futuro do subjuntivo fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem
Presente do indicativo musco, muscas, musca, moscamos, moscais, muscam Conjugam-se como fazer, desfazer, refazer satisfazer
Presente do subjuntivo musque, musques, musque, mosquemos, mosqueis, mus-
quem PERDER
Nas formas rizotônicas, o O do radical é substituído por U Presente do indicativo perco, perdes, perde, perdemos, perdeis, perdem
Presente do subjuntivo perca, percas, perca, percamos, percais. percam
RESFOLEGAR Imperativo afirmativo perde, perca, percamos, perdei, percam
Presente do indicativo resfolgo, resfolgas, resfolga, resfolegamos, resfolegais,
resfolgam PODER
Presente do subjuntivo resfolgue, resfolgues, resfolgue, resfoleguemos, resfolegueis, Presente do Indicativo posso, podes, pode, podemos, podeis, podem
resfolguem Pretérito Imperfeito podia, podias, podia, podíamos, podíeis, podiam
Nas formas rizotônicas, o E do radical desaparece Pretérito perfeito pude, pudeste, pôde, pudemos, pudestes, puderam
Pretérito mais-que-perfeito pudera, puderas, pudera, pudéramos, pudéreis,
NOMEAR puderam
Presente da indicativo nomeio, nomeias, nomeia, nomeamos, nomeais, nomeiam Presente do subjuntivo possa, possas, possa, possamos, possais, possam
Pretérito imperfeito nomeava, nomeavas, nomeava, nomeávamos, nomeáveis, Pretérito imperfeito pudesse, pudesses, pudesse, pudéssemos, pudésseis,
nomeavam pudessem
Pretérito perfeito nomeei, nomeaste, nomeou, nomeamos, nomeastes, nomea- Futuro puder, puderes, puder, pudermos, puderdes, puderem
ram Infinitivo pessoal pode, poderes, poder, podermos, poderdes, poderem
Presente do subjuntivo nomeie, nomeies, nomeie, nomeemos, nomeeis, nomeiem Gerúndio podendo
Imperativo afirmativo nomeia, nomeie, nomeemos, nomeai, nomeiem Particípio podido
Conjugam-se como nomear, cear, hastear, peritear, recear, passear O verbo PODER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
imperativo negativo
COPIAR
Presente do indicativo copio, copias, copia, copiamos, copiais, copiam PROVER
Pretérito imperfeito copiei, copiaste, copiou, copiamos, copiastes, copiaram Presente do indicativo provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem
Pretérito mais-que-perfeito copiara, copiaras, copiara, copiáramos, copiá- Pretérito imperfeito provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam
reis, copiaram Pretérito perfeito provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram
Presente do subjuntivo copie, copies, copie, copiemos, copieis, copiem Pretérito mais-que-perfeito provera, proveras, provera, provêramos, provêreis,
Imperativo afirmativo copia, copie, copiemos, copiai, copiem proveram
Futuro do presente proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão
ODIAR Futuro do pretérito proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam
Presente do indicativo odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam Imperativo provê, proveja, provejamos, provede, provejam
Pretérito imperfeito odiava, odiavas, odiava, odiávamos, odiáveis, odiavam Presente do subjuntivo proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais. provejam
Pretérito perfeito odiei, odiaste, odiou, odiamos, odiastes, odiaram Pretérito imperfeito provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
Pretérito mais-que-perfeito odiara, odiaras, odiara, odiáramos, odiáreis, provessem
odiaram Futuro prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem
Presente do subjuntivo odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem Gerúndio provendo
Conjugam-se como odiar, mediar, remediar, incendiar, ansiar Particípio provido

CABER QUERER
Presente do indicativo caibo, cabes, cabe, cabemos, cabeis, cabem Presente do indicativo quero, queres, quer, queremos, quereis, querem
Pretérito perfeito coube, coubeste, coube, coubemos, coubestes, couberam Pretérito perfeito quis, quiseste, quis, quisemos, quisestes, quiseram
Pretérito mais-que-perfeito coubera, couberas, coubera, coubéramos, Pretérito mais-que-perfeito quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quisé-
coubéreis, couberam reis, quiseram
Presente do subjuntivo caiba, caibas, caiba, caibamos, caibais, caibam Presente do subjuntivo queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram
Imperfeito do subjuntivo coubesse, coubesses, coubesse, coubéssemos, coubésseis, Pretérito imperfeito quisesse, quisesses, quisesse, quiséssemos quisésseis,
coubessem quisessem
Futuro do subjuntivo couber, couberes, couber, coubermos, couberdes, couberem Futuro quiser, quiseres, quiser, quisermos, quiserdes, quiserem
O verbo CABER não se apresenta conjugado nem no imperativo afirmativo nem no
imperativo negativo REQUERER
Presente do indicativo requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis. requerem
CRER Pretérito perfeito requeri, requereste, requereu, requeremos, requereste,
Presente do indicativo creio, crês, crê, cremos, credes, crêem requereram
Presente do subjuntivo creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam Pretérito mais-que-perfeito requerera, requereras, requerera, requereramos,
Imperativo afirmativo crê, creia, creiamos, crede, creiam requerereis, requereram
Conjugam-se como crer, ler e descrer Futuro do presente requererei, requererás requererá, requereremos, requerereis,
requererão
DIZER Futuro do pretérito requereria, requererias, requereria, requereríamos, requere-
Presente do indicativo digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem ríeis, requereriam
Pretérito perfeito disse, disseste, disse, dissemos, dissestes, disseram Imperativo requere, requeira, requeiramos, requerer, requeiram
Pretérito mais-que-perfeito dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, Presente do subjuntivo requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais,
disseram requeiram
Futuro do presente direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão Pretérito Imperfeito requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
Futuro do pretérito diria, dirias, diria, diríamos, diríeis, diriam requerêsseis, requeressem,
Presente do subjuntivo diga, digas, diga, digamos, digais, digam Futuro requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes,
Pretérito imperfeito dissesse, dissesses, dissesse, disséssemos, dissésseis, requerem
dissesse Gerúndio requerendo
Futuro disser, disseres, disser, dissermos, disserdes, disserem Particípio requerido
Particípio dito O verbo REQUERER não se conjuga como querer.
Conjugam-se como dizer, bendizer, desdizer, predizer, maldizer
FAZER REAVER
Presente do indicativo faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem Presente do indicativo reavemos, reaveis
Pretérito perfeito fiz, fizeste, fez, fizemos fizestes, fizeram Pretérito perfeito reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouve-
Pretérito mais-que-perfeito fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram ram
Futuro do presente farei, farás, fará, faremos, fareis, farão Pretérito mais-que-perfeito reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvé-
Futuro do pretérito faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam reis, reouveram
Imperativo afirmativo faze, faça, façamos, fazei, façam Pretérito imperf. do subjuntivo reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvésse-
Presente do subjuntivo faça, faças, faça, façamos, façais, façam mos, reouvésseis, reouvessem
Imperfeito do subjuntivo fizesse, fizesses, fizesse, fizéssemos, fizésseis, Futuro reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes,
fizessem reouverem

Língua Portuguesa 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O verbo REAVER conjuga-se como haver, mas só nas formas em que esse apresen- Pretérito perfeito fali, faliste, faliu, falimos, falistes, faliram
ta a letra v Futuro do presente falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão
Futuro do pretérito faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam
SABER Presente do subjuntivo não há
Presente do indicativo sei, sabes, sabe, sabemos, sabeis, sabem Pretérito imperfeito falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem
Pretérito perfeito soube, soubeste, soube, soubemos, soubestes, souberam Futuro falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Pretérito mais-que-perfeito soubera, souberas, soubera, soubéramos, Imperativo afirmativo fali (vós)
soubéreis, souberam Imperativo negativo não há
Pretérito imperfeito sabia, sabias, sabia, sabíamos, sabíeis, sabiam Infinitivo pessoal falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem
Presente do subjuntivo soubesse, soubesses, soubesse, soubéssemos, soubésseis, Gerúndio falindo
soubessem Particípio falido
Futuro souber, souberes, souber, soubermos, souberdes, souberem
FERIR
VALER
Presente do indicativo firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem
Presente do indicativo valho, vales, vale, valemos, valeis, valem
Presente do subjuntivo fira, firas, fira, firamos, firais, firam
Presente do subjuntivo valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham
Conjugam-se como FERIR: competir, vestir, inserir e seus derivados.
Imperativo afirmativo vale, valha, valhamos, valei, valham
TRAZER MENTIR
Presente do indicativo trago, trazes, traz, trazemos, trazeis, trazem Presente do indicativo minto, mentes, mente, mentimos, mentis, mentem
Pretérito imperfeito trazia, trazias, trazia, trazíamos, trazíeis, traziam Presente do subjuntivo minta, mintas, minta, mintamos, mintais, mintam
Pretérito perfeito trouxe, trouxeste, trouxe, trouxemos, trouxestes, trouxeram Imperativo mente, minta, mintamos, menti, mintam
Pretérito mais-que-perfeito trouxera, trouxeras, trouxera, trouxéramos, Conjugam-se como MENTIR: sentir, cerzir, competir, consentir, pressentir.
trouxéreis, trouxeram
Futuro do presente trarei, trarás, trará, traremos, trareis, trarão FUGIR
Futuro do pretérito traria, trarias, traria, traríamos, traríeis, trariam Presente do indicativo fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem
Imperativo traze, traga, tragamos, trazei, tragam Imperativo foge, fuja, fujamos, fugi, fujam
Presente do subjuntivo traga, tragas, traga, tragamos, tragais, tragam Presente do subjuntivo fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam
Pretérito imperfeito trouxesse, trouxesses, trouxesse, trouxéssemos, trouxésseis,
trouxessem IR
Futuro trouxer, trouxeres, trouxer, trouxermos, trouxerdes, trouxe- Presente do indicativo vou, vais, vai, vamos, ides, vão
rem Pretérito imperfeito ia, ias, ia, íamos, íeis, iam
Infinitivo pessoal trazer, trazeres, trazer, trazermos, trazerdes, trazerem Pretérito perfeito fui, foste, foi, fomos, fostes, foram
Gerúndio trazendo Pretérito mais-que-perfeito fora, foras, fora, fôramos, fôreis, foram
Particípio trazido Futuro do presente irei, irás, irá, iremos, ireis, irão
Futuro do pretérito iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam
VER Imperativo afirmativo vai, vá, vamos, ide, vão
Presente do indicativo vejo, vês, vê, vemos, vedes, vêem Imperativo negativo não vão, não vá, não vamos, não vades, não vão
Pretérito perfeito vi, viste, viu, vimos, vistes, viram Presente do subjuntivo vá, vás, vá, vamos, vades, vão
Pretérito mais-que-perfeito vira, viras, vira, viramos, vireis, viram Pretérito imperfeito fosse, fosses, fosse, fôssemos, fôsseis, fossem
Imperativo afirmativo vê, veja, vejamos, vede vós, vejam vocês Futuro for, fores, for, formos, fordes, forem
Presente do subjuntivo veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam Infinitivo pessoal ir, ires, ir, irmos, irdes, irem
Pretérito imperfeito visse, visses, visse, víssemos, vísseis, vissem Gerúndio indo
Futuro vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Particípio ido
Particípio visto
OUVIR
ABOLIR Presente do indicativo ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem
Presente do indicativo aboles, abole abolimos, abolis, abolem Presente do subjuntivo ouça, ouças, ouça, ouçamos, ouçais, ouçam
Pretérito imperfeito abolia, abolias, abolia, abolíamos, abolíeis, aboliam Imperativo ouve, ouça, ouçamos, ouvi, ouçam
Pretérito perfeito aboli, aboliste, aboliu, abolimos, abolistes, aboliram Particípio ouvido
Pretérito mais-que-perfeito abolira, aboliras, abolira, abolíramos, abolíreis,
aboliram PEDIR
Futuro do presente abolirei, abolirás, abolirá, aboliremos, abolireis, abolirão Presente do indicativo peço, pedes, pede, pedimos, pedis, pedem
Futuro do pretérito aboliria, abolirias, aboliria, aboliríamos, aboliríeis, aboliriam Pretérito perfeito pedi, pediste, pediu, pedimos, pedistes, pediram
Presente do subjuntivo não há Presente do subjuntivo peça, peças, peça, peçamos, peçais, peçam
Presente imperfeito abolisse, abolisses, abolisse, abolíssemos, abolísseis, Imperativo pede, peça, peçamos, pedi, peçam
abolissem Conjugam-se como pedir: medir, despedir, impedir, expedir
Futuro abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem
Imperativo afirmativo abole, aboli POLIR
Imperativo negativo não há Presente do indicativo pulo, pules, pule, polimos, polis, pulem
Infinitivo pessoal abolir, abolires, abolir, abolirmos, abolirdes, abolirem Presente do subjuntivo pula, pulas, pula, pulamos, pulais, pulam
Infinitivo impessoal abolir Imperativo pule, pula, pulamos, poli, pulam
Gerúndio abolindo
Particípio abolido REMIR
O verbo ABOLIR é conjugado só nas formas em que depois do L do radical há E ou I. Presente do indicativo redimo, redimes, redime, redimimos, redimis, redimem
Presente do subjuntivo redima, redimas, redima, redimamos, redimais, redimam
AGREDIR
Presente do indicativo agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem RIR
Presente do subjuntivo agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam Presente do indicativo rio, ris, ri, rimos, rides, riem
Imperativo agride, agrida, agridamos, agredi, agridam Pretérito imperfeito ria, rias, ria, riamos, ríeis, riam
Nas formas rizotônicas, o verbo AGREDIR apresenta o E do radical substituído por I. Pretérito perfeito ri, riste, riu, rimos, ristes, riram
Pretérito mais-que-perfeito rira, riras, rira, ríramos, rireis, riram
COBRIR
Futuro do presente rirei, rirás, rirá, riremos, rireis, rirão
Presente do indicativo cubro, cobres, cobre, cobrimos, cobris, cobrem
Futuro do pretérito riria, ririas, riria, riríamos, riríeis, ririam
Presente do subjuntivo cubra, cubras, cubra, cubramos, cubrais, cubram
Imperativo afirmativo ri, ria, riamos, ride, riam
Imperativo cobre, cubra, cubramos, cobri, cubram
Presente do subjuntivo ria, rias, ria, riamos, riais, riam
Particípio coberto
Pretérito imperfeito risse, risses, risse, ríssemos, rísseis, rissem
Conjugam-se como COBRIR, dormir, tossir, descobrir, engolir
Futuro rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
FALIR Infinitivo pessoal rir, rires, rir, rirmos, rirdes, rirem
Presente do indicativo falimos, falis Gerúndio rindo
Pretérito imperfeito falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam Particípio rido
Pretérito mais-que-perfeito falira, faliras, falira, falíramos, falireis, faliram Conjuga-se como rir: sorrir

Língua Portuguesa 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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VIR
Presente do indicativo venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm
NUMERAL
Pretérito imperfeito vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham
Pretérito perfeito vim, vieste, veio, viemos, viestes, vieram Numeral é a palavra que indica quantidade, ordem, múltiplo ou fração.
Pretérito mais-que-perfeito viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram O numeral classifica-se em:
Futuro do presente virei, virás, virá, viremos, vireis, virão - cardinal - quando indica quantidade.
Futuro do pretérito viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam - ordinal - quando indica ordem.
Imperativo afirmativo vem, venha, venhamos, vinde, venham
- multiplicativo - quando indica multiplicação.
Presente do subjuntivo venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham
Pretérito imperfeito viesse, viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem - fracionário - quando indica fracionamento.
Futuro vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem Exemplos:
Infinitivo pessoal vir, vires, vir, virmos, virdes, virem Silvia comprou dois livros.
Gerúndio vindo Antônio marcou o primeiro gol.
Particípio vindo Na semana seguinte, o anel custará o dobro do preço.
Conjugam-se como vir: intervir, advir, convir, provir, sobrevir O galinheiro ocupava um quarto da quintal.
SUMIR
Presente do indicativo sumo, somes, some, sumimos, sumis, somem QUADRO BÁSICO DOS NUMERAIS
Presente do subjuntivo suma, sumas, suma, sumamos, sumais, sumam
Imperativo some, suma, sumamos, sumi, sumam Algarismos Numerais
Conjugam-se como SUMIR: subir, acudir, bulir, escapulir, fugir, consumir, cuspir Roma- Arábi- Cardinais Ordinais Multiplica- Fracionários
nos cos tivos
ADVÉRBIO I 1 um primeiro simples -
II 2 dois segundo duplo meio
Advérbio é a palavra que modifica a verbo, o adjetivo ou o próprio ad- dobro
vérbio, exprimindo uma circunstância. III 3 três terceiro tríplice terço
Os advérbios dividem-se em: IV 4 quatro quarto quádruplo quarto
1) LUGAR: aqui, cá, lá, acolá, ali, aí, aquém, além, algures, alhures, V 5 cinco quinto quíntuplo quinto
nenhures, atrás, fora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avan- VI 6 seis sexto sêxtuplo sexto
te, através, defronte, aonde, etc. VII 7 sete sétimo sétuplo sétimo
2) TEMPO: hoje, amanhã, depois, antes, agora, anteontem, sempre, VIII 8 oito oitavo óctuplo oitavo
nunca, já, cedo, logo, tarde, ora, afinal, outrora, então, amiúde, breve, IX 9 nove nono nônuplo nono
brevemente, entrementes, raramente, imediatamente, etc. X 10 dez décimo décuplo décimo
3) MODO: bem, mal, assim, depressa, devagar, como, debalde, pior, XI 11 onze décimo onze avos
melhor, suavemente, tenazmente, comumente, etc. primeiro
4) ITENSIDADE: muito, pouco, assaz, mais, menos, tão, bastante, dema- XII 12 doze décimo doze avos
siado, meio, completamente, profundamente, quanto, quão, tanto, bem, segundo
mal, quase, apenas, etc. XIII 13 treze décimo treze avos
5) AFIRMAÇÃO: sim, deveras, certamente, realmente, efefivamente, etc. terceiro
6) NEGAÇÃO: não. XIV 14 quatorze décimo quatorze
7) DÚVIDA: talvez, acaso, porventura, possivelmente, quiçá, decerto, quarto avos
provavelmente, etc. XV 15 quinze décimo quinze avos
quinto
Há Muitas Locuções Adverbiais XVI 16 dezesseis décimo dezesseis
1) DE LUGAR: à esquerda, à direita, à tona, à distância, à frente, à entra- sexto avos
da, à saída, ao lado, ao fundo, ao longo, de fora, de lado, etc. XVII 17 dezessete décimo dezessete
2) TEMPO: em breve, nunca mais, hoje em dia, de tarde, à tarde, à noite, sétimo avos
às ave-marias, ao entardecer, de manhã, de noite, por ora, por fim, de XVIII 18 dezoito décimo dezoito avos
repente, de vez em quando, de longe em longe, etc. oitavo
3) MODO: à vontade, à toa, ao léu, ao acaso, a contento, a esmo, de bom
XIX 19 dezenove décimo nono dezenove
grado, de cor, de mansinho, de chofre, a rigor, de preferência, em ge-
avos
ral, a cada passo, às avessas, ao invés, às claras, a pique, a olhos vis-
XX 20 vinte vigésimo vinte avos
tos, de propósito, de súbito, por um triz, etc.
XXX 30 trinta trigésimo trinta avos
4) MEIO OU INSTRUMENTO: a pau, a pé, a cavalo, a martelo, a máqui-
na, a tinta, a paulada, a mão, a facadas, a picareta, etc. XL 40 quarenta quadragé- quarenta
5) AFIRMAÇÃO: na verdade, de fato, de certo, etc. simo avos
6) NEGAÇAO: de modo algum, de modo nenhum, em hipótese alguma, L 50 cinquenta quinquagé- cinquenta
etc. simo avos
7) DÚVIDA: por certo, quem sabe, com certeza, etc. LX 60 sessenta sexagésimo sessenta
Advérbios Interrogativos avos
Onde?, aonde?, donde?, quando?, porque?, como? LXX 70 setenta septuagési- setenta avos
Palavras Denotativas mo
Certas palavras, por não se poderem enquadrar entre os advérbios, te- LXXX 80 oitenta octogésimo oitenta avos
rão classificação à parte. São palavras que denotam exclusão, inclusão, XC 90 noventa nonagésimo noventa
situação, designação, realce, retificação, afetividade, etc. avos
1) DE EXCLUSÃO - só, salvo, apenas, senão, etc. C 100 cem centésimo centésimo
2) DE INCLUSÃO - também, até, mesmo, inclusive, etc. CC 200 duzentos ducentésimo ducentésimo
3) DE SITUAÇÃO - mas, então, agora, afinal, etc. CCC 300 trezentos trecentésimo trecentésimo
4) DE DESIGNAÇÃO - eis. CD 400 quatrocen- quadringen- quadringen-
5) DE RETIFICAÇÃO - aliás, isto é, ou melhor, ou antes, etc. tos tésimo tésimo
6) DE REALCE - cá, lá, sã, é que, ainda, mas, etc. D 500 quinhen- quingenté- quingenté-
Você lá sabe o que está dizendo, homem... tos simo simo
Mas que olhos lindos! DC 600 seiscentos sexcentési- sexcentési-
Veja só que maravilha! mo mo

Língua Portuguesa 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
DCC 700 setecen- septingenté- septingenté- 4) CONFORMATIVAS: segundo, conforme, consoante, como, etc.
tos simo simo 5) CONCESSIVAS: embora, ainda que, mesmo que, posto que, se bem que,
DCCC 800 oitocentos octingenté- octingenté- etc.
simo simo 6) INTEGRANTES: que, se, etc.
CM 900 novecen- nongentési- nongentési- 7) FINAIS: para que, a fim de que, que, etc.
tos mo mo 8) CONSECUTIVAS: tal... qual, tão... que, tamanho... que, de sorte que, de
M 1000 mil milésimo milésimo forma que, de modo que, etc.
9) PROPORCIONAIS: à proporção que, à medida que, quanto... tanto mais,
Emprego do Numeral etc.
Na sucessão de papas, reis, príncipes, anos, séculos, capítulos, etc. 10) TEMPORAIS: quando, enquanto, logo que, depois que, etc.
empregam-se de 1 a 10 os ordinais.
João Paulo I I (segundo) ano lll (ano terceiro) VALOR LÓGICO E SINTÁTICO DAS CONJUNÇÕES
Luis X (décimo) ano I (primeiro)
Pio lX (nono) século lV (quarto)
Examinemos estes exemplos:
1º) Tristeza e alegria não moram juntas.
De 11 em diante, empregam-se os cardinais:
2º) Os livros ensinam e divertem.
Leão Xlll (treze) ano Xl (onze)
3º) Saímos de casa quando amanhecia.
Pio Xll (doze) século XVI (dezesseis)
No primeiro exemplo, a palavra E liga duas palavras da mesma oração: é
Luis XV (quinze) capitulo XX (vinte)
uma conjunção.
Se o numeral aparece antes, é lido como ordinal.
No segundo a terceiro exemplos, as palavras E e QUANDO estão ligando
XX Salão do Automóvel (vigésimo)
orações: são também conjunções.
VI Festival da Canção (sexto)
lV Bienal do Livro (quarta)
Conjunção é uma palavra invariável que liga orações ou palavras da
XVI capítulo da telenovela (décimo sexto)
mesma oração.
Quando se trata do primeiro dia do mês, deve-se dar preferência ao
No 2º exemplo, a conjunção liga as orações sem fazer que uma dependa
emprego do ordinal.
da outra, sem que a segunda complete o sentido da primeira: por isso, a
Hoje é primeiro de setembro
conjunção E é coordenativa.
Não é aconselhável iniciar período com algarismos
16 anos tinha Patrícia = Dezesseis anos tinha Patrícia
No 3º exemplo, a conjunção liga duas orações que se completam uma à
outra e faz com que a segunda dependa da primeira: por isso, a conjunção
A título de brevidade, usamos constantemente os cardinais pelos ordi-
QUANDO é subordinativa.
nais. Ex.: casa vinte e um (= a vigésima primeira casa), página trinta e dois
(= a trigésima segunda página). Os cardinais um e dois não variam nesse
As conjunções, portanto, dividem-se em coordenativas e subordinativas.
caso porque está subentendida a palavra número. Casa número vinte e um,
página número trinta e dois. Por isso, deve-se dizer e escrever também: a
folha vinte e um, a folha trinta e dois. Na linguagem forense, vemos o CONJUNÇÕES COORDENATIVAS
numeral flexionado: a folhas vinte e uma a folhas trinta e duas. As conjunções coordenativas podem ser:
1) Aditivas, que dão ideia de adição, acrescentamento: e, nem, mas
também, mas ainda, senão também, como também, bem como.
ARTIGO O agricultor colheu o trigo e o vendeu.
Não aprovo nem permitirei essas coisas.
Artigo é uma palavra que antepomos aos substantivos para determiná- Os livros não só instruem mas também divertem.
los. Indica-lhes, ao mesmo tempo, o gênero e o número. As abelhas não apenas produzem mel e cera mas ainda polinizam
Dividem-se em as flores.
• definidos: O, A, OS, AS 2) Adversativas, que exprimem oposição, contraste, ressalva, com-
• indefinidos: UM, UMA, UNS, UMAS. pensação: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, sendo, ao
Os definidos determinam os substantivos de modo preciso, particular. passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, ape-
Viajei com o médico. (Um médico referido, conhecido, determinado). sar disso, em todo caso.
Os indefinidos determinam os substantivos de modo vago, impreciso, Querem ter dinheiro, mas não trabalham.
geral. Ela não era bonita, contudo cativava pela simpatia.
Viajei com um médico. (Um médico não referido, desconhecido, inde- Não vemos a planta crescer, no entanto, ela cresce.
terminado). A culpa não a atribuo a vós, senão a ele.
lsoladamente, os artigos são palavras de todo vazias de sentido. O professor não proíbe, antes estimula as perguntas em aula.
O exército do rei parecia invencível, não obstante, foi derrotado.
Você já sabe bastante, porém deve estudar mais.
CONJUNÇÃO Eu sou pobre, ao passo que ele é rico.
Hoje não atendo, em todo caso, entre.
Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações. 3) Alternativas, que exprimem alternativa, alternância ou, ou ... ou,
Conjunções Coordenativas ora ... ora, já ... já, quer ... quer, etc.
1) ADITIVAS: e, nem, também, mas, também, etc. Os sequestradores deviam render-se ou seriam mortos.
2) ADVERSATIVAS: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no Ou você estuda ou arruma um emprego.
entanto, etc. Ora triste, ora alegre, a vida segue o seu ritmo.
3) ALTERNATIVAS: ou, ou.., ou, ora... ora, já... já, quer, quer, etc. Quer reagisse, quer se calasse, sempre acabava apanhando.
4) CONCLUSIVAS. logo, pois, portanto, por conseguinte, por consequência. "Já chora, já se ri, já se enfurece."
5) EXPLICATIVAS: isto é, por exemplo, a saber, que, porque, pois, etc. (Luís de Camões)
4) Conclusivas, que iniciam uma conclusão: logo, portanto, por con-
Conjunções Subordinativas seguinte, pois (posposto ao verbo), por isso.
1) CONDICIONAIS: se, caso, salvo se, contanto que, uma vez que, etc. As árvores balançam, logo está ventando.
2) CAUSAIS: porque, já que, visto que, que, pois, porquanto, etc. Você é o proprietário do carro, portanto é o responsável.
3) COMPARATIVAS: como, assim como, tal qual, tal como, mais que, etc. O mal é irremediável; deves, pois, conformar-te.

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5) Explicativas, que precedem uma explicação, um motivo: que, por- Não podem ver um brinquedo que não o queiram comprar.
que, porquanto, pois (anteposto ao verbo). 7) Finais: para que, a fim de que, que (= para que).
Não solte balões, que (ou porque, ou pois, ou porquanto) podem Afastou-se depressa para que não o víssemos.
causar incêndios. Falei-lhe com bons termos, a fim de que não se ofendesse.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. Fiz-lhe sinal que se calasse.
8) Proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto
Observação: A conjunção A pode apresentar-se com sentido adversa- mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tan-
tivo: to mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto.
Sofrem duras privações a [= mas] não se queixam. À medida que se vive, mais se aprende.
"Quis dizer mais alguma coisa a não pôde." À proporção que subíamos, o ar ia ficando mais leve.
(Jorge Amado) Quanto mais as cidades crescem, mais problemas vão tendo.
Os soldados respondiam, à medida que eram chamados.
Conjunções subordinativas Observação:
As conjunções subordinativas ligam duas orações, subordinando uma à São incorretas as locuções proporcionais à medida em que, na medida
outra. Com exceção das integrantes, essas conjunções iniciam orações que que e na medida em que. A forma correta é à medida que:
traduzem circunstâncias (causa, comparação, concessão, condição ou "À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem."
hipótese, conformidade, consequência, finalidade, proporção, tempo). (Maria José de Queirós)
Abrangem as seguintes classes: 9) Temporais: quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre
1) Causais: porque, que, pois, como, porquanto, visto que, visto como, já que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que,
que, uma vez que, desde que. etc.
O tambor soa porque é oco. (porque é oco: causa; o tambor soa: Venha quando você quiser.
efeito). Não fale enquanto come.
Como estivesse de luto, não nos recebeu. Ela me reconheceu, mal lhe dirigi a palavra.
Desde que é impossível, não insistirei. Desde que o mundo existe, sempre houve guerras.
2) Comparativas: como, (tal) qual, tal a qual, assim como, (tal) como, (tão Agora que o tempo esquentou, podemos ir à praia.
ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) "Ninguém o arredava dali, até que eu voltasse." (Carlos Povina Caval-
quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que cânti)
(= como). 10) Integrantes: que, se.
Ele era arrastado pela vida como uma folha pelo vento. Sabemos que a vida é breve.
O exército avançava pela planície qual uma serpente imensa. Veja se falta alguma coisa.
"Os cães, tal qual os homens, podem participar das três categorias." Observação:
(Paulo Mendes Campos) Em frases como Sairás sem que te vejam, Morreu sem que ninguém o
"Sou o mesmo que um cisco em minha própria casa." chorasse, consideramos sem que conjunção subordinativa modal. A NGB,
(Antônio Olavo Pereira) porém, não consigna esta espécie de conjunção.
"E pia tal a qual a caça procurada." Locuções conjuntivas: no entanto, visto que, desde que, se bem que,
(Amadeu de Queirós) por mais que, ainda quando, à medida que, logo que, a rim de que, etc.
"Por que ficou me olhando assim feito boba?" Muitas conjunções não têm classificação única, imutável, devendo, por-
(Carlos Drummond de Andrade) tanto, ser classificadas de acordo com o sentido que apresentam no contex-
Os pedestres se cruzavam pelas ruas que nem formigas apressadas. to. Assim, a conjunção que pode ser:
Nada nos anima tanto como (ou quanto) um elogio sincero. 1) Aditiva (= e):
Os governantes realizam menos do que prometem. Esfrega que esfrega, mas a nódoa não sai.
3) Concessivas: embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda A nós que não a eles, compete fazê-lo.
quando, mesmo quando, posto que, por mais que, por muito que, por 2) Explicativa (= pois, porque):
menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que Apressemo-nos, que chove.
(= embora não). 3) Integrante:
Célia vestia-se bem, embora fosse pobre. Diga-lhe que não irei.
A vida tem um sentido, por mais absurda que possa parecer. 4) Consecutiva:
Beba, nem que seja um pouco. Tanto se esforçou que conseguiu vencer.
Dez minutos que fossem, para mim, seria muito tempo. Não vão a uma festa que não voltem cansados.
Fez tudo direito, sem que eu lhe ensinasse. Onde estavas, que não te vi?
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 5) Comparativa (= do que, como):
afirmações. A luz é mais veloz que o som.
Não sei dirigir, e, dado que soubesse, não dirigiria de noite. Ficou vermelho que nem brasa.
4) Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que 6) Concessiva (= embora, ainda que):
(= se não), a não ser que, a menos que, dado que. Alguns minutos que fossem, ainda assim seria muito tempo.
Ficaremos sentidos, se você não vier. Beba, um pouco que seja.
Comprarei o quadro, desde que não seja caro. 7) Temporal (= depois que, logo que):
Não sairás daqui sem que antes me confesses tudo. Chegados que fomos, dirigimo-nos ao hotel.
"Eleutério decidiu logo dormir repimpadamente sobre a areia, a menos 8) Final (= pare que):
que os mosquitos se opusessem." Vendo-me à janela, fez sinal que descesse.
(Ferreira de Castro) 9) Causal (= porque, visto que):
5) Conformativas: como, conforme, segundo, consoante. As coisas não "Velho que sou, apenas conheço as flores do meu tempo." (Vivaldo
são como (ou conforme) dizem. Coaraci)
"Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi narrar." A locução conjuntiva sem que, pode ser, conforme a frase:
(Machado de Assis) 1) Concessiva: Nós lhe dávamos roupa a comida, sem que ele pe-
6) Consecutivas: que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, disse. (sem que = embora não)
tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de 2) Condicional: Ninguém será bom cientista, sem que estude muito.
forma que, de maneira que, sem que, que (não). (sem que = se não,caso não)
Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. 3) Consecutiva: Não vão a uma festa sem que voltem cansados.
Falou com uma calma que todos ficaram atônitos. (sem que = que não)
Ontem estive doente, de sorte que (ou de modo que) não saí. 4) Modal: Sairás sem que te vejam. (sem que = de modo que não)
Não podem ver um cachorro na rua sem que o persigam. Conjunção é a palavra que une duas ou mais orações.

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PREPOSIÇÃO - composto: quando tem mais de um núcleo
O burro e o cavalo saíram em disparada.
(suj: o burro e o cavalo; núcleo burro, cavalo)
Preposições são palavras que estabelecem um vínculo entre dois ter- - oculto: ou elíptico ou implícito na desinência verbal
mos de uma oração. O primeiro, um subordinante ou antecedente, e o Chegaste com certo atraso. (suj.: oculto: tu)
segundo, um subordinado ou consequente. - indeterminado: quando não se indica o agente da ação verbal
Exemplos: Come-se bem naquele restaurante.
Chegaram a Porto Alegre. - Inexistente: quando a oração não tem sujeito
Discorda de você. Choveu ontem.
Fui até a esquina. Há plantas venenosas.
Casa de Paulo.
PREDICADO
Preposições Essenciais e Acidentais Predicado é o termo da oração que declara alguma coisa do sujeito.
As preposições essenciais são: A, ANTE, APÓS, ATÉ, COM, CONTRA, O predicado classifica-se em:
DE, DESDE, EM, ENTRE, PARA, PERANTE, POR, SEM, SOB, SOBRE e 1. Nominal: é aquele que se constitui de verbo de ligação mais predicativo
ATRÁS. do sujeito.
Certas palavras ora aparecem como preposições, ora pertencem a ou- Nosso colega está doente.
tras classes, sendo chamadas, por isso, de preposições acidentais: afora, Principais verbos de ligação: SER, ESTAR, PARECER,
conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo, PERMANECER, etc.
segundo, senão, tirante, visto, etc. Predicativo do sujeito é o termo que ajuda o verbo de ligação a
comunicar estado ou qualidade do sujeito.
INTERJEIÇÃO Nosso colega está doente.
A moça permaneceu sentada.
2. Predicado verbal é aquele que se constitui de verbo intransitivo ou
Interjeição é a palavra que comunica emoção. As interjeições podem
transitivo.
ser:
O avião sobrevoou a praia.
- alegria: ahl oh! oba! eh!
Verbo intransitivo é aquele que não necessita de complemento.
- animação: coragem! avante! eia!
O sabiá voou alto.
- admiração: puxa! ih! oh! nossa!
Verbo transitivo é aquele que necessita de complemento.
- aplauso: bravo! viva! bis!
• Transitivo direto: é o verbo que necessita de complemento sem auxílio
- desejo: tomara! oxalá!
de proposição.
- dor: aí! ui!
Minha equipe venceu a partida.
- silêncio: psiu! silêncio!
• Transitivo indireto: é o verbo que necessita de complemento com
- suspensão: alto! basta!
auxílio de preposição.
Ele precisa de um esparadrapo.
LOCUÇÃO INTERJETIVA é a conjunto de palavras que têm o mesmo
• Transitivo direto e indireto (bitransitivo) é o verbo que necessita ao
valor de uma interjeição.
mesmo tempo de complemento sem auxílio de preposição e de
Minha Nossa Senhora! Puxa vida! Deus me livre! Raios te partam!
complemento com auxilio de preposição.
Meu Deus! Que maravilha! Ora bolas! Ai de mim!
Damos uma simples colaboração a vocês.
3. Predicado verbo nominal: é aquele que se constitui de verbo
intransitivo mais predicativo do sujeito ou de verbo transitivo mais
ESTRUTURA DA ORAÇÃO E DO PERÍODO predicativo do sujeito.
Os rapazes voltaram vitoriosos.
FRASE • Predicativo do sujeito: é o termo que, no predicado verbo-nominal,
Frase é um conjunto de palavras que têm sentido completo. ajuda o verbo intransitivo a comunicar estado ou qualidade do sujeito.
O tempo está nublado. Ele morreu rico.
Socorro! • Predicativo do objeto é o termo que, que no predicado verbo-nominal,
Que calor! ajuda o verbo transitivo a comunicar estado ou qualidade do objeto
direto ou indireto.
ORAÇÃO Elegemos o nosso candidato vereador.
Oração é a frase que apresenta verbo ou locução verbal.
A fanfarra desfilou na avenida. TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
As festas juninas estão chegando. Chama-se termos integrantes da oração os que completam a
significação transitiva dos verbos e dos nomes. São indispensáveis à
PERÍODO compreensão do enunciado.
Período é a frase estruturada em oração ou orações. 1. OBJETO DIRETO
O período pode ser: Objeto direto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
• simples - aquele constituído por uma só oração (oração absoluta). transitivo direto. Ex.: Mamãe comprou PEIXE.
Fui à livraria ontem.
• composto - quando constituído por mais de uma oração. 2. OBJETO INDIRETO
Fui à livraria ontem e comprei um livro. Objeto indireto é o termo da oração que completa o sentido do verbo
transitivo indireto.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO As crianças precisam de CARINHO.
São dois os termos essenciais da oração:
3. COMPLEMENTO NOMINAL
SUJEITO Complemento nominal é o termo da oração que completa o sentido de
Sujeito é o ser ou termo sobre o qual se diz alguma coisa. um nome com auxílio de preposição. Esse nome pode ser representado por
Os bandeirantes capturavam os índios. (sujeito = bandeirantes) um substantivo, por um adjetivo ou por um advérbio.
O sujeito pode ser: Toda criança tem amor aos pais. - AMOR (substantivo)
- simples: quando tem um só núcleo O menino estava cheio de vontade. - CHEIO (adjetivo)
As rosas têm espinhos. (sujeito: as rosas; Nós agíamos favoravelmente às discussões. - FAVORAVELMENTE
núcleo: rosas) (advérbio).

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4. AGENTE DA PASSIVA - Assindética:
Agente da passiva é o termo da oração que pratica a ação do verbo na Aquela que é independente e aparece separada por uma vírgula ou
voz passiva. ponto e vírgula.
A mãe é amada PELO FILHO. Chegou, olhou, partiu.
O cantor foi aplaudido PELA MULTIDÃO. A oração coordenada sindética pode ser:
Os melhores alunos foram premiados PELA DIREÇÃO. 1. ADITIVA:
Expressa adição, sequência de pensamento. (e, nem = e não), mas,
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO também:
TERMOS ACESSÓRIOS são os que desempenham na oração uma Ele falava E EU FICAVA OUVINDO.
função secundária, limitando o sentido dos substantivos ou exprimindo Meus atiradores nem fumam NEM BEBEM.
alguma circunstância. A doença vem a cavalo E VOLTA A PÉ.
São termos acessórios da oração:
1. ADJUNTO ADNOMINAL 2. ADVERSATIVA:
Adjunto adnominal é o termo que caracteriza ou determina os Ligam orações, dando-lhes uma ideia de compensação ou de contraste
substantivos. Pode ser expresso: (mas, porém, contudo, todavia, entretanto, senão, no entanto, etc).
• pelos adjetivos: água fresca, A espada vence MAS NÃO CONVENCE.
• pelos artigos: o mundo, as ruas O tambor faz um grande barulho, MAS É VAZIO POR DENTRO.
• pelos pronomes adjetivos: nosso tio, muitas coisas Apressou-se, CONTUDO NÃO CHEGOU A TEMPO.
• pelos numerais: três garotos; sexto ano
• pelas locuções adjetivas: casa do rei; homem sem escrúpulos 3. ALTERNATIVAS:
Ligam palavras ou orações de sentido separado, uma excluindo a outra
2. ADJUNTO ADVERBIAL (ou, ou...ou, já...já, ora...ora, quer...quer, etc).
Adjunto adverbial é o termo que exprime uma circunstância (de tempo, Mudou o natal OU MUDEI EU?
lugar, modo etc.), modificando o sentido de um verbo, adjetivo ou advérbio. “OU SE CALÇA A LUVA e não se põe o anel,
Cheguei cedo. OU SE PÕE O ANEL e não se calça a luva!”
José reside em São Paulo. (C. Meireles)
4. CONCLUSIVAS:
3. APOSTO Ligam uma oração a outra que exprime conclusão (LOGO, POIS,
Aposto é uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, PORTANTO, POR CONSEGUINTE, POR ISTO, ASSIM, DE MODO QUE,
desenvolve ou resume outro termo da oração. etc).
Dr. João, cirurgião-dentista, Ele está mal de notas; LOGO, SERÁ REPROVADO.
Rapaz impulsivo, Mário não se conteve. Vives mentindo; LOGO, NÃO MERECES FÉ.
O rei perdoou aos dois: ao fidalgo e ao criado.
5. EXPLICATIVAS:
4. VOCATIVO Ligam a uma oração, geralmente com o verbo no imperativo, outro que
Vocativo é o termo (nome, título, apelido) usado para chamar ou a explica, dando um motivo (pois, porque, portanto, que, etc.)
interpelar alguém ou alguma coisa. Alegra-te, POIS A QUI ESTOU. Não mintas, PORQUE É PIOR.
Tem compaixão de nós, ó Cristo. Anda depressa, QUE A PROVA É ÀS 8 HORAS.
Professor, o sinal tocou.
Rapazes, a prova é na próxima semana. ORAÇÃO INTERCALADA OU INTERFERENTE
É aquela que vem entre os termos de uma outra oração.
PERÍODO COMPOSTO - PERÍODO SIMPLES O réu, DISSERAM OS JORNAIS, foi absolvido.
A oração intercalada ou interferente aparece com os verbos:
No período simples há apenas uma oração, a qual se diz absoluta. CONTINUAR, DIZER, EXCLAMAR, FALAR etc.
Fui ao cinema.
O pássaro voou. ORAÇÃO PRINCIPAL
Oração principal é a mais importante do período e não é introduzida
PERÍODO COMPOSTO por um conectivo.
No período composto há mais de uma oração. ELES DISSERAM que voltarão logo.
(Não sabem) (que nos calores do verão a terra dorme) (e os homens ELE AFIRMOU que não virá.
folgam.) PEDI que tivessem calma. (= Pedi calma)

ORAÇÃO SUBORDINADA
Período composto por coordenação
Oração subordinada é a oração dependente que normalmente é
Apresenta orações independentes.
introduzida por um conectivo subordinativo. Note que a oração principal
(Fui à cidade), (comprei alguns remédios) (e voltei cedo.)
nem sempre é a primeira do período.
Quando ele voltar, eu saio de férias.
Período composto por subordinação
Oração principal: EU SAIO DE FÉRIAS
Apresenta orações dependentes.
Oração subordinada: QUANDO ELE VOLTAR
(É bom) (que você estude.)
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
Período composto por coordenação e subordinação
Oração subordinada substantiva é aquela que tem o valor e a função
Apresenta tanto orações dependentes como independentes. Este
de um substantivo.
período é também conhecido como misto.
Por terem as funções do substantivo, as orações subordinadas
(Ele disse) (que viria logo,) (mas não pôde.)
substantivas classificam-se em:
1) SUBJETIVA (sujeito)
ORAÇÃO COORDENADA
Convém que você estude mais.
Oração coordenada é aquela que é independente.
Importa que saibas isso bem. .
As orações coordenadas podem ser:
É necessário que você colabore. (SUA COLABORAÇÃO) é necessária.
- Sindética:
Aquela que é independente e é introduzida por uma conjunção 2) OBJETIVA DIRETA (objeto direto)
coordenativa. Desejo QUE VENHAM TODOS.
Viajo amanhã, mas volto logo. Pergunto QUEM ESTÁ AI.
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3) OBJETIVA INDIRETA (objeto indireto) 7) FINAIS: exprimem finalidade, objeto:
Aconselho-o A QUE TRABALHE MAIS. Fiz-lhe sinal QUE SE CALASSE.
Tudo dependerá DE QUE SEJAS CONSTANTE. Aproximei-me A FIM DE QUE ME OUVISSE MELHOR.
Daremos o prêmio A QUEM O MERECER.
8) PROPORCIONAIS: denotam proporcionalidade:
4) COMPLETIVA NOMINAL À MEDIDA QUE SE VIVE, mais se aprende.
Complemento nominal. QUANTO MAIOR FOR A ALTURA, maior será o tombo.
Ser grato A QUEM TE ENSINA.
9) TEMPORAIS: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
Sou favorável A QUE O PRENDAM.
oração principal:
ENQUANTO FOI RICO todos o procuravam.
5) PREDICATIVA (predicativo)
QUANDO OS TIRANOS CAEM, os povos se levantam.
Seu receio era QUE CHOVESSE. = Seu receio era (A CHUVA)
Minha esperança era QUE ELE DESISTISSE. 10) MODAIS: exprimem modo, maneira:
Não sou QUEM VOCÊ PENSA. Entrou na sala SEM QUE NOS CUMPRIMENTASSE.
Aqui viverás em paz, SEM QUE NINGUÉM TE INCOMODE.
6) APOSITIVAS (servem de aposto)
Só desejo uma coisa: QUE VIVAM FELIZES = (A SUA FELICIDADE) ORAÇÕES REDUZIDAS
Só lhe peço isto: HONRE O NOSSO NOME. Oração reduzida é aquela que tem o verbo numa das formas nominais:
gerúndio, infinitivo e particípio.
7) AGENTE DA PASSIVA Exemplos:
O quadro foi comprado POR QUEM O FEZ = (PELO SEU AUTOR) • Penso ESTAR PREPARADO = Penso QUE ESTOU PREPARADO.
A obra foi apreciada POR QUANTOS A VIRAM. • Dizem TER ESTADO LÁ = Dizem QUE ESTIVERAM LÁ.
• FAZENDO ASSIM, conseguirás = SE FIZERES ASSIM,
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS conseguirás.
Oração subordinada adjetiva é aquela que tem o valor e a função de • É bom FICARMOS ATENTOS. = É bom QUE FIQUEMOS
um adjetivo. ATENTOS.
Há dois tipos de orações subordinadas adjetivas: • AO SABER DISSO, entristeceu-se = QUANDO SOUBE DISSO,
1) EXPLICATIVAS: entristeceu-se.
Explicam ou esclarecem, à maneira de aposto, o termo antecedente, • É interesse ESTUDARES MAIS = É interessante QUE ESTUDES
atribuindo-lhe uma qualidade que lhe é inerente ou acrescentando-lhe uma MAIS.
informação. • SAINDO DAQUI, procure-me. = QUANDO SAIR DAQUI, procure-
Deus, QUE É NOSSO PAI, nos salvará. me.
Ele, QUE NASCEU RICO, acabou na miséria.

2) RESTRITIVAS:
CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Restringem ou limitam a significação do termo antecedente, sendo
indispensáveis ao sentido da frase:
Concordância é o processo sintático no qual uma palavra determinante
Pedra QUE ROLA não cria limo.
se adapta a uma palavra determinada, por meio de suas flexões.
As pessoas A QUE A GENTE SE DIRIGE sorriem.
Principais Casos de Concordância Nominal
Ele, QUE SEMPRE NOS INCENTIVOU, não está mais aqui.
1) O artigo, o adjetivo, o pronome relativo e o numeral concordam em
gênero e número com o substantivo.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As primeiras alunas da classe foram passear no zoológico.
Oração subordinada adverbial é aquela que tem o valor e a função de
2) O adjetivo ligado a substantivos do mesmo gênero e número vão
um advérbio.
normalmente para o plural.
As orações subordinadas adverbiais classificam-se em:
Pai e filho estudiosos ganharam o prêmio.
1) CAUSAIS: exprimem causa, motivo, razão:
3) O adjetivo ligado a substantivos de gêneros e número diferentes vai
Desprezam-me, POR ISSO QUE SOU POBRE.
para o masculino plural.
O tambor soa PORQUE É OCO.
Alunos e alunas estudiosos ganharam vários prêmios.
4) O adjetivo posposto concorda em gênero com o substantivo mais
2) COMPARATIVAS: representam o segundo termo de uma
próximo:
comparação.
Trouxe livros e revista especializada.
O som é menos veloz QUE A LUZ.
5) O adjetivo anteposto pode concordar com o substantivo mais próximo.
Parou perplexo COMO SE ESPERASSE UM GUIA.
Dedico esta música à querida tia e sobrinhos.
6) O adjetivo que funciona como predicativo do sujeito concorda com o
3) CONCESSIVAS: exprimem um fato que se concede, que se admite:
sujeito.
POR MAIS QUE GRITASSE, não me ouviram.
Meus amigos estão atrapalhados.
Os louvores, PEQUENOS QUE SEJAM, são ouvidos com agrado.
7) O pronome de tratamento que funciona como sujeito pede o predica-
CHOVESSE OU FIZESSE SOL, o Major não faltava.
tivo no gênero da pessoa a quem se refere.
Sua excelência, o Governador, foi compreensivo.
4) CONDICIONAIS: exprimem condição, hipótese:
8) Os substantivos acompanhados de numerais precedidos de artigo
SE O CONHECESSES, não o condenarias.
vão para o singular ou para o plural.
Que diria o pai SE SOUBESSE DISSO?
Já estudei o primeiro e o segundo livro (livros).
9) Os substantivos acompanhados de numerais em que o primeiro vier
5) CONFORMATIVAS: exprimem acordo ou conformidade de um fato
precedido de artigo e o segundo não vão para o plural.
com outro:
Já estudei o primeiro e segundo livros.
Fiz tudo COMO ME DISSERAM.
10) O substantivo anteposto aos numerais vai para o plural.
Vim hoje, CONFORME LHE PROMETI.
Já li os capítulos primeiro e segundo do novo livro.
11) As palavras: MESMO, PRÓPRIO e SÓ concordam com o nome a
6) CONSECUTIVAS: exprimem uma consequência, um resultado:
que se referem.
A fumaça era tanta QUE EU MAL PODIA ABRIR OS OLHOS.
Ela mesma veio até aqui.
Bebia QUE ERA UMA LÁSTIMA!
Eles chegaram sós.
Tenho medo disso QUE ME PÉLO!
Eles próprios escreveram.
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12) A palavra OBRIGADO concorda com o nome a que se refere. 12) A partícula expletiva ou de realce É QUE é invariável e o verbo da
Muito obrigado. (masculino singular) frase em que é empregada concorda normalmente com o sujeito.
Muito obrigada. (feminino singular). Ela é que faz as bolas.
13) A palavra MEIO concorda com o substantivo quando é adjetivo e fica Eu é que escrevo os programas.
invariável quando é advérbio. 13) O verbo concorda com o pronome antecedente quando o sujeito é
Quero meio quilo de café. um pronome relativo.
Minha mãe está meio exausta. Ele, que chegou atrasado, fez a melhor prova.
É meio-dia e meia. (hora) Fui eu que fiz a lição
14) As palavras ANEXO, INCLUSO e JUNTO concordam com o substan- Quando a LIÇÃO é pronome relativo, há várias construções possíveis.
tivo a que se referem. • que: Fui eu que fiz a lição.
Trouxe anexas as fotografias que você me pediu. • quem: Fui eu quem fez a lição.
A expressão em anexo é invariável. • o que: Fui eu o que fez a lição.
Trouxe em anexo estas fotos.
15) Os adjetivos ALTO, BARATO, CONFUSO, FALSO, etc, que substitu- 14) Verbos impessoais - como não possuem sujeito, deixam o verbo na
em advérbios em MENTE, permanecem invariáveis. terceira pessoa do singular. Acompanhados de auxiliar, transmitem a
Vocês falaram alto demais. este sua impessoalidade.
O combustível custava barato. Chove a cântaros. Ventou muito ontem.
Você leu confuso. Deve haver muitas pessoas na fila. Pode haver brigas e discussões.
Ela jura falso. CONCORDÂNCIA DOS VERBOS SER E PARECER
16) CARO, BASTANTE, LONGE, se advérbios, não variam, se adjetivos, 1) Nos predicados nominais, com o sujeito representado por um dos
sofrem variação normalmente. pronomes TUDO, NADA, ISTO, ISSO, AQUILO, os verbos SER e PA-
Esses pneus custam caro. RECER concordam com o predicativo.
Conversei bastante com eles. Tudo são esperanças.
Conversei com bastantes pessoas. Aquilo parecem ilusões.
Estas crianças moram longe. Aquilo é ilusão.
Conheci longes terras.
2) Nas orações iniciadas por pronomes interrogativos, o verbo SER con-
CONCORDÂNCIA VERBAL corda sempre com o nome ou pronome que vier depois.
CASOS GERAIS Que são florestas equatoriais?
1) O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Quem eram aqueles homens?
O menino chegou. Os meninos chegaram.
2) Sujeito representado por nome coletivo deixa o verbo no singular. 3) Nas indicações de horas, datas, distâncias, a concordância se fará com
O pessoal ainda não chegou. a expressão numérica.
A turma não gostou disso. São oito horas.
Um bando de pássaros pousou na árvore. Hoje são 19 de setembro.
3) Se o núcleo do sujeito é um nome terminado em S, o verbo só irá ao De Botafogo ao Leblon são oito quilômetros.
plural se tal núcleo vier acompanhado de artigo no plural.
Os Estados Unidos são um grande país. 4) Com o predicado nominal indicando suficiência ou falta, o verbo SER
Os Lusíadas imortalizaram Camões. fica no singular.
Os Alpes vivem cobertos de neve. Três batalhões é muito pouco.
Em qualquer outra circunstância, o verbo ficará no singular. Trinta milhões de dólares é muito dinheiro.
Flores já não leva acento.
O Amazonas deságua no Atlântico. 5) Quando o sujeito é pessoa, o verbo SER fica no singular.
Campos foi a primeira cidade na América do Sul a ter luz elétrica. Maria era as flores da casa.
4) Coletivos primitivos (indicam uma parte do todo) seguidos de nome no O homem é cinzas.
plural deixam o verbo no singular ou levam-no ao plural, indiferentemente.
A maioria das crianças recebeu, (ou receberam) prêmios. 6) Quando o sujeito é constituído de verbos no infinitivo, o verbo SER
A maior parte dos brasileiros votou (ou votaram). concorda com o predicativo.
5) O verbo transitivo direto ao lado do pronome SE concorda com o Dançar e cantar é a sua atividade.
sujeito paciente. Estudar e trabalhar são as minhas atividades.
Vende-se um apartamento.
Vendem-se alguns apartamentos. 7) Quando o sujeito ou o predicativo for pronome pessoal, o verbo SER
6) O pronome SE como símbolo de indeterminação do sujeito leva o concorda com o pronome.
verbo para a 3ª pessoa do singular. A ciência, mestres, sois vós.
Precisa-se de funcionários. Em minha turma, o líder sou eu.
7) A expressão UM E OUTRO pede o substantivo que a acompanha no
singular e o verbo no singular ou no plural. 8) Quando o verbo PARECER estiver seguido de outro verbo no infinitivo,
Um e outro texto me satisfaz. (ou satisfazem) apenas um deles deve ser flexionado.
8) A expressão UM DOS QUE pede o verbo no singular ou no plural. Os meninos parecem gostar dos brinquedos.
Ele é um dos autores que viajou (viajaram) para o Sul. Os meninos parece gostarem dos brinquedos.
9) A expressão MAIS DE UM pede o verbo no singular.
Mais de um jurado fez justiça à minha música.
10) As palavras: TUDO, NADA, ALGUÉM, ALGO, NINGUÉM, quando REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
empregadas como sujeito e derem ideia de síntese, pedem o verbo
no singular. Regência é o processo sintático no qual um termo depende gramati-
As casas, as fábricas, as ruas, tudo parecia poluição. calmente do outro.
11) Os verbos DAR, BATER e SOAR, indicando hora, acompanham o A regência nominal trata dos complementos dos nomes (substantivos e
sujeito. adjetivos).
Deu uma hora. Exemplos:
Deram três horas. - acesso: A = aproximação - AMOR: A, DE, PARA, PARA COM
Bateram cinco horas. EM = promoção - aversão: A, EM, PARA, POR
Naquele relógio já soaram duas horas.

Língua Portuguesa 34 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PARA = passagem • emprestar - Emprestei dinheiro ao colega.
A regência verbal trata dos complementos do verbo. • ensinar - Ensino a tabuada aos alunos.
• agradecer - Agradeço as graças a Deus.
ALGUNS VERBOS E SUA REGÊNCIA CORRETA • pedir - Pedi um favor ao colega.
1. ASPIRAR - atrair para os pulmões (transitivo direto)
• pretender (transitivo indireto) 16. IMPLICAR - no sentido de acarretar, resultar, exige objeto direto:
No sítio, aspiro o ar puro da montanha. O amor implica renúncia.
Nossa equipe aspira ao troféu de campeã. • no sentido de antipatizar, ter má vontade, constrói-se com a preposição
2. OBEDECER - transitivo indireto COM:
Devemos obedecer aos sinais de trânsito. O professor implicava com os alunos
3. PAGAR - transitivo direto e indireto • no sentido de envolver-se, comprometer-se, constrói-se com a preposi-
Já paguei um jantar a você. ção EM:
4. PERDOAR - transitivo direto e indireto. Implicou-se na briga e saiu ferido
Já perdoei aos meus inimigos as ofensas.
5. PREFERIR - (= gostar mais de) transitivo direto e indireto 17. IR - quando indica tempo definido, determinado, requer a preposição A:
Prefiro Comunicação à Matemática. Ele foi a São Paulo para resolver negócios.
6. INFORMAR - transitivo direto e indireto. quando indica tempo indefinido, indeterminado, requer PARA:
Informei-lhe o problema. Depois de aposentado, irá definitivamente para o Mato Grosso.
7. ASSISTIR - morar, residir: 18. CUSTAR - Empregado com o sentido de ser difícil, não tem pessoa
Assisto em Porto Alegre. como sujeito:
• amparar, socorrer, objeto direto O sujeito será sempre "a coisa difícil", e ele só poderá aparecer na 3ª
O médico assistiu o doente. pessoa do singular, acompanhada do pronome oblíquo. Quem sente di-
• PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE - objeto direto ficuldade, será objeto indireto.
Assistimos a um belo espetáculo. Custou-me confiar nele novamente.
• SER-LHE PERMITIDO - objeto indireto Custar-te-á aceitá-la como nora.
Assiste-lhe o direito.

8. ATENDER - dar atenção PROVA SIMULADA


Atendi ao pedido do aluno.
• CONSIDERAR, ACOLHER COM ATENÇÃO - objeto direto 01. Assinale a alternativa correta quanto ao uso e à grafia das palavras.
Atenderam o freguês com simpatia. (A) Na atual conjetura, nada mais se pode fazer.
(B) O chefe deferia da opinião dos subordinados.
9. QUERER - desejar, querer, possuir - objeto direto (C) O processo foi julgado em segunda estância.
A moça queria um vestido novo. (D) O problema passou despercebido na votação.
• GOSTAR DE, ESTIMAR, PREZAR - objeto indireto (E) Os criminosos espiariam suas culpas no exílio.
O professor queria muito a seus alunos.
02. A alternativa correta quanto ao uso dos verbos é:
10. VISAR - almejar, desejar - objeto indireto (A) Quando ele vir suas notas, ficará muito feliz.
Todos visamos a um futuro melhor. (B) Ele reaveu, logo, os bens que havia perdido.
• APONTAR, MIRAR - objeto direto (C) A colega não se contera diante da situação.
O artilheiro visou a meta quando fez o gol. (D) Se ele ver você na rua, não ficará contente.
• pôr o sinal de visto - objeto direto (E) Quando você vir estudar, traga seus livros.
O gerente visou todos os cheques que entraram naquele dia.
03. O particípio verbal está corretamente empregado em:
11. OBEDECER e DESOBEDECER - constrói-se com objeto indireto (A) Não estaríamos salvados sem a ajuda dos barcos.
Devemos obedecer aos superiores. (B) Os garis tinham chego às ruas às dezessete horas.
Desobedeceram às leis do trânsito. (C) O criminoso foi pego na noite seguinte à do crime.
(D) O rapaz já tinha abrido as portas quando chegamos.
12. MORAR, RESIDIR, SITUAR-SE, ESTABELECER-SE (E) A faxineira tinha refazido a limpeza da casa toda.
• exigem na sua regência a preposição EM
O armazém está situado na Farrapos. 04. Assinale a alternativa que dá continuidade ao texto abaixo, em
Ele estabeleceu-se na Avenida São João. conformidade com a norma culta.
Nem só de beleza vive a madrepérola ou nácar. Essa substância do
13. PROCEDER - no sentido de "ter fundamento" é intransitivo. interior da concha de moluscos reúne outras características interes-
Essas tuas justificativas não procedem. santes, como resistência e flexibilidade.
• no sentido de originar-se, descender, derivar, proceder, constrói-se (A) Se puder ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
com a preposição DE. componentes para a indústria.
Algumas palavras da Língua Portuguesa procedem do tupi-guarani (B) Se pudesse ser moldada, dá ótimo material para a confecção de
• no sentido de dar início, realizar, é construído com a preposição A. componentes para a indústria.
O secretário procedeu à leitura da carta. (C) Se pode ser moldada, dá ótimo material para a confecção de compo-
nentes para a indústria.
14. ESQUECER E LEMBRAR
(D) Se puder ser moldada, dava ótimo material para a confecção de
• quando não forem pronominais, constrói-se com objeto direto:
componentes para a indústria.
Esqueci o nome desta aluna.
(E) Se pudesse ser moldada, daria ótimo material para a confecção de
Lembrei o recado, assim que o vi.
componentes para a indústria.
• quando forem pronominais, constrói-se com objeto indireto:
Esqueceram-se da reunião de hoje.
05. O uso indiscriminado do gerúndio tem-se constituído num problema
Lembrei-me da sua fisionomia.
para a expressão culta da língua. Indique a única alternativa em que
15. Verbos que exigem objeto direto para coisa e indireto para pessoa. ele está empregado conforme o padrão culto.
• perdoar - Perdoei as ofensas aos inimigos. (A) Após aquele treinamento, a corretora está falando muito bem.
• pagar - Pago o 13° aos professores. (B) Nós vamos estar analisando seus dados cadastrais ainda hoje.
• dar - Daremos esmolas ao pobre. (C) Não haverá demora, o senhor pode estar aguardando na linha.

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(D) No próximo sábado, procuraremos estar liberando o seu carro. 13. Assinale a alternativa em que se colocam os pronomes de acordo
(E) Breve, queremos estar entregando as chaves de sua nova casa. com o padrão culto.
(A) Quando possível, transmitirei-lhes mais informações.
06. De acordo com a norma culta, a concordância nominal e verbal está (B) Estas ordens, espero que cumpram-se religiosamente.
correta em: (C) O diálogo a que me propus ontem, continua válido.
(A) As características do solo são as mais variadas possível. (D) Sua decisão não causou-lhe a felicidade esperada.
(B) A olhos vistos Lúcia envelhecia mais do que rapidamente. (E) Me transmita as novidades quando chegar de Paris.
(C) Envio-lhe, em anexos, a declaração de bens solicitada.
(D) Ela parecia meia confusa ao dar aquelas explicações. 14. O pronome oblíquo representa a combinação das funções de objeto
(E) Qualquer que sejam as dúvidas, procure saná-las logo. direto e indireto em:
(A) Apresentou-se agora uma boa ocasião.
07. Assinale a alternativa em que se respeitam as normas cultas de (B) A lição, vou fazê-la ainda hoje mesmo.
flexão de grau. (C) Atribuímos-lhes agora uma pesada tarefa.
(A) Nas situações críticas, protegia o colega de quem era amiquíssimo. (D) A conta, deixamo-la para ser revisada.
(B) Mesmo sendo o Canadá friosíssimo, optou por permanecer lá duran- (E) Essa história, contar-lha-ei assim que puder.
te as férias.
(C) No salto, sem concorrentes, seu desempenho era melhor de todos. 15. Desejava o diploma, por isso lutou para obtê-lo.
(D) Diante dos problemas, ansiava por um resultado mais bom que ruim. Substituindo-se as formas verbais de desejar, lutar e obter pelos
(E) Comprou uns copos baratos, de cristal, da mais malíssima qualidade. respectivos substantivos a elas correspondentes, a frase correta é:
(A) O desejo do diploma levou-o a lutar por sua obtenção.
Nas questões de números 08 e 09, assinale a alternativa cujas pala- (B) O desejo do diploma levou-o à luta em obtê-lo.
vras completam, correta e respectivamente, as frases dadas. (C) O desejo do diploma levou-o à luta pela sua obtenção.
08. Os pesquisadores trataram de avaliar visão público financiamento (D) Desejoso do diploma foi à luta pela sua obtenção.
estatal ciência e tecnologia. (E) Desejoso do diploma foi lutar por obtê-lo.
(A) à ... sobre o ... do ... para (B) a ... ao ... do ... para
(C) à ... do ... sobre o ... a (D) à ... ao ... sobre o ... à 16. Ao Senhor Diretor de Relações Públicas da Secretaria de Educação
(E) a ... do ... sobre o ... à do Estado de São Paulo. Face à proximidade da data de inauguração
de nosso Teatro Educativo, por ordem de, Doutor XXX, Digníssimo
09. Quanto perfil desejado, com vistas qualidade dos candidatos, a Secretário da Educação do Estado de YYY, solicitamos a máxima
franqueadora procura ser muito mais criteriosa ao contratá-los, pois urgência na antecipação do envio dos primeiros convites para o Ex-
eles devem estar aptos comercializar seus produtos. celentíssimo Senhor Governador do Estado de São Paulo, o Reve-
(A) ao ... a ... à (B) àquele ... à ... à rendíssimo Cardeal da Arquidiocese de São Paulo e os Reitores das
(C) àquele...à ... a (D) ao ... à ... à (E) àquele ... a ... a Universidades Paulistas, para que essas autoridades possam se
programar e participar do referido evento.
10. Assinale a alternativa gramaticalmente correta de acordo com a Atenciosamente,
norma culta. ZZZ
(A) Bancos de dados científicos terão seu alcance ampliado. E isso Assistente de Gabinete.
trarão grandes benefícios às pesquisas. De acordo com os cargos das diferentes autoridades, as lacunas são
(B) Fazem vários anos que essa empresa constrói parques, colaborando correta e adequadamente preenchidas, respectivamente, por
com o meio ambiente. (A) Ilustríssimo ... Sua Excelência ... Magníficos
(C) Laboratórios de análise clínica tem investido em institutos, desenvol- (B) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Magníficos
vendo projetos na área médica. (C) Ilustríssimo ... Vossa Excelência ... Excelentíssimos
(D) Havia algumas estatísticas auspiciosas e outras preocupantes apre- (D) Excelentíssimo ... Sua Senhoria ... Excelentíssimos
sentadas pelos economistas. (E) Ilustríssimo ... Vossa Senhoria ... Digníssimos
(E) Os efeitos nocivos aos recifes de corais surge para quem vive no
litoral ou aproveitam férias ali. 17. Assinale a alternativa em que, de acordo com a norma culta, se
respeitam as regras de pontuação.
11. A frase correta de acordo com o padrão culto é: (A) Por sinal, o próprio Senhor Governador, na última entrevista, revelou,
(A) Não vejo mal no Presidente emitir medidas de emergência devido às que temos uma arrecadação bem maior que a prevista.
chuvas. (B) Indagamos, sabendo que a resposta é obvia: que se deve a uma
(B) Antes de estes requisitos serem cumpridos, não receberemos recla- sociedade inerte diante do desrespeito à sua própria lei? Nada.
mações. (C) O cidadão, foi preso em flagrante e, interrogado pela Autoridade
(C) Para mim construir um país mais justo, preciso de maior apoio à Policial, confessou sua participação no referido furto.
cultura. (D) Quer-nos parecer, todavia, que a melhor solução, no caso deste
(D) Apesar do advogado ter defendido o réu, este não foi poupado da funcionário, seja aquela sugerida, pela própria chefia.
culpa. (E) Impunha-se, pois, a recuperação dos documentos: as certidões
(E) Faltam conferir três pacotes da mercadoria. negativas, de débitos e os extratos, bancários solicitados.

12. A maior parte das empresas de franquia pretende expandir os negó- 18. O termo oração, entendido como uma construção com sujeito e
cios das empresas de franquia pelo contato direto com os possíveis predicado que formam um período simples, se aplica, adequadamen-
investidores, por meio de entrevistas. Esse contato para fins de sele- te, apenas a:
ção não só permite às empresas avaliar os investidores com relação (A) Amanhã, tempo instável, sujeito a chuvas esparsas no litoral.
aos negócios, mas também identificar o perfil desejado dos investido- (B) O vigia abandonou a guarita, assim que cumpriu seu período.
res. (C) O passeio foi adiado para julho, por não ser época de chuvas.
(Texto adaptado) (D) Muito riso, pouco siso – provérbio apropriado à falta de juízo.
Para eliminar as repetições, os pronomes apropriados para substituir (E) Os concorrentes à vaga de carteiro submeteram-se a exames.
as expressões: das empresas de franquia, às empresas, os investi-
dores e dos investidores, no texto, são, respectivamente:
(A) seus ... lhes ... los ... lhes (B) delas ... a elas ... lhes ... deles Leia o período para responder às questões de números 19 e 20.
(C) seus ... nas ... los ... deles (D) delas ... a elas ... lhes ... seu
(E) seus ... lhes ... eles ... neles O livro de registro do processo que você procurava era o que estava
sobre o balcão.

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19. No período, os pronomes o e que, na respectiva sequência, remetem III. felizmente se refere ao modo como o falante se coloca diante do fato;
a IV. lentamente especifica a forma de o navio se afastar;
(A) processo e livro. V. felizmente e lentamente são caracterizadores de substantivos.
(B) livro do processo. Está correto o contido apenas em
(C) processos e processo. (A) I, II e III.
(D) livro de registro. (B) I, II e IV.
(E) registro e processo. (C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
20. Analise as proposições de números I a IV com base no período (E) III, IV e V.
acima:
I. há, no período, duas orações; 26. O segmento adequado para ampliar a frase – Ele comprou o carro...,
II. o livro de registro do processo era o, é a oração principal; indicando concessão, é:
III. os dois quê(s) introduzem orações adverbiais; (A) para poder trabalhar fora.
IV. de registro é um adjunto adnominal de livro. (B) como havia programado.
Está correto o contido apenas em (C) assim que recebeu o prêmio.
(A) II e IV. (D) porque conseguiu um desconto.
(B) III e IV. (E) apesar do preço muito elevado.
(C) I, II e III.
(D) I, II e IV. 27. É importante que todos participem da reunião.
(E) I, III e IV. O segmento que todos participem da reunião, em relação a
É importante, é uma oração subordinada
21. O Meretíssimo Juiz da 1.ª Vara Cível devia providenciar a leitura do (A) adjetiva com valor restritivo.
acórdão, e ainda não o fez. Analise os itens relativos a esse trecho: (B) substantiva com a função de sujeito.
I. as palavras Meretíssimo e Cível estão incorretamente grafadas; (C) substantiva com a função de objeto direto.
II. ainda é um adjunto adverbial que exclui a possibilidade da leitura (D) adverbial com valor condicional.
pelo Juiz; (E) substantiva com a função de predicativo.
III. o e foi usado para indicar oposição, com valor adversativo equivalen-
te ao da palavra mas; 28. Ele realizou o trabalho como seu chefe o orientou. A relação estabe-
IV. em ainda não o fez, o o equivale a isso, significando leitura do acór- lecida pelo termo como é de
dão, e fez adquire o respectivo sentido de devia providenciar. (A) comparatividade.
Está correto o contido apenas em (B) adição.
(A) II e IV. (C) conformidade.
(B) III e IV. (D) explicação.
(C) I, II e III. (E) consequência.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e IV. 29. A região alvo da expansão das empresas, _____, das redes de
franquias, é a Sudeste, ______ as demais regiões também serão
22. O rapaz era campeão de tênis. O nome do rapaz saiu nos jornais. contempladas em diferentes proporções; haverá, ______, planos di-
Ao transformar os dois períodos simples num único período compos- versificados de acordo com as possibilidades de investimento dos
to, a alternativa correta é: possíveis franqueados.
(A) O rapaz cujo nome saiu nos jornais era campeão de tênis. A alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas e
(B) O rapaz que o nome saiu nos jornais era campeão de tênis. relaciona corretamente as ideias do texto, é:
(C) O rapaz era campeão de tênis, já que seu nome saiu nos jornais. (A) digo ... portanto ... mas
(D) O nome do rapaz onde era campeão de tênis saiu nos jornais. (B) como ... pois ... mas
(E) O nome do rapaz que saiu nos jornais era campeão de tênis. (C) ou seja ... embora ... pois
(D) ou seja ... mas ... portanto
23. O jardineiro daquele vizinho cuidadoso podou, ontem, os enfraqueci- (E) isto é ... mas ... como
dos galhos da velha árvore.
Assinale a alternativa correta para interrogar, respectivamente, sobre 30. Assim que as empresas concluírem o processo de seleção dos
o adjunto adnominal de jardineiro e o objeto direto de podar. investidores, os locais das futuras lojas de franquia serão divulgados.
(A) Quem podou? e Quando podou? A alternativa correta para substituir Assim que as empresas concluí-
(B) Qual jardineiro? e Galhos de quê? rem o processo de seleção dos investidores por uma oração reduzi-
(C) Que jardineiro? e Podou o quê? da, sem alterar o sentido da frase, é:
(D) Que vizinho? e Que galhos? (A) Porque concluindo o processo de seleção dos investidores ...
(E) Quando podou? e Podou o quê? (B) Concluído o processo de seleção dos investidores ...
(C) Depois que concluíssem o processo de seleção dos investidores ...
24. O público observava a agitação dos lanterninhas da plateia. (D) Se concluído do processo de seleção dos investidores...
Sem pontuação e sem entonação, a frase acima tem duas possibili- (E) Quando tiverem concluído o processo de seleção dos investidores ...
dades de leitura. Elimina-se essa ambiguidade pelo estabelecimento
correto das relações entre seus termos e pela sua adequada pontua- RESPOSTAS
ção em:
(A) O público da plateia, observava a agitação dos lanterninhas. 01. D 11. B 21. B
(B) O público observava a agitação da plateia, dos lanterninhas. 02. A 12. A 22. A
(C) O público observava a agitação, dos lanterninhas da plateia. 03. C 13. C 23. C
(D) Da plateia o público, observava a agitação dos lanterninhas. 04. E 14. E 24. E
(E) Da plateia, o público observava a agitação dos lanterninhas. 05. A 15. C 25. D
06. B 16. A 26. E
25. Felizmente, ninguém se machucou.
07. D 17. B 27. B
Lentamente, o navio foi se afastando da costa.
08. E 18. E 28. C
Considere:
09. C 19. D 29. D
I. felizmente completa o sentido do verbo machucar;
10. D 20. A 30. B
II. felizmente e lentamente classificam-se como adjuntos adverbiais de
modo;
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b) próprias: aquelas que representam quantidades menores do que 1
1 3 2
= , , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
2 4 7
c) impróprias: as que indicam quantidades iguais ou maiores que 1 =
5 8 9
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS ENVOLVENDO , , ,⋅ ⋅ ⋅ etc.
5 1 5
FRAÇÕES, CONJUNTOS, PORCENTAGENS, SEQUÊNCIAS d) aparentes: todas as que simbolizam um número natural =
(COM NÚMEROS, COM FIGURAS, DE PALAVRAS). 20 8
= 5, = 4 , etc.
4 2
NÚMEROS RACIONAIS e) ordinárias: é o nome geral dado a todas as frações, com exceção
daquelas que possuem como denominador 10, 102, 103 ...
Os números racionais são representados por um numeral em forma de f) frações iguais: são as que possuem os termos iguais =
a 3 3 8 8
fração ou razão, , sendo a e b números naturais, com a condição de b = , = , etc.
b 4 4 5 5
ser diferente de zero. g) forma mista de uma fração: é o nome dado ao numeral formado
 4
1. NÚMERO FRACIONARIO. A todo par ordenado (a, b) de números por uma parte natural e uma parte fracionária;  2  A parte na-
a  7
naturais, sendo b ≠ 0, corresponde um número fracionário .O termo a
b 4
tural é 2 e a parte fracionária .
chama-se numerador e o termo b denominador. 7
h) irredutível: é aquela que não pode ser mais simplificada, por ter
2. TODO NÚMERO NATURAL pode ser representado por uma fração seus termos primos entre si.
de denominador 1. Logo, é possível reunir tanto os números naturais como
os fracionários num único conjunto, denominado conjunto dos números 3 5 3
, , , etc.
racionais absolutos, ou simplesmente conjunto dos números racionais Q. 4 12 7
Qual seria a definição de um número racional absoluto ou simplesmen- 4. PARA SIMPLIFICAR UMA FRAÇÃO, desde que não possua termos
te racional? A definição depende das seguintes considerações: primos entre si, basta dividir os dois ternos pelo seu divisor comum.
a) O número representado por uma fração não muda de valor quando
8 8:4 2
multiplicamos ou dividimos tanto o numerador como o denomina- = =
dor por um mesmo número natural, diferente de zero. 12 12 : 4 3
Exemplos: usando um novo símbolo: ≈
≈ é o símbolo de equivalência para frações 5. COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES.
2 2 × 5 10 10 × 2 20 Para comparar duas ou mais frações quaisquer primeiramente convertemos
≈ ≈ ≈ ≈ ≈ ⋅⋅⋅ em frações equivalentes de mesmo denominador. De duas frações
3 3 × 5 15 15 × 2 30 que têm o mesmo denominador, a maior é a que tem maior numera-
b) Classe de equivalência. É o conjunto de todas as frações equiva- dor. Logo:
lentes a uma fração dada.
6 8 9 1 2 3
3 6 9 12 3 < < ⇔ < <
, , , ,⋅ ⋅ ⋅ (classe de equivalência da fração: ) 12 12 12 2 3 4
1 2 3 4 1 (ordem crescente)

Agora já podemos definir número racional : número racional é aquele De duas frações que têm o mesmo numerador, a maior é a que tem
definido por uma classe de equivalência da qual cada fração é um repre- menor denominador.
sentante.
7 7
Exemplo: >
NÚMERO RACIONAL NATURAL ou NÚMERO NATURAL: 2 5
0 0
0= = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re- OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
1 2
presenta o mesmo número racional 0)
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO
1 2 A soma ou a diferença de duas frações é uma outra fração, cujo calculo
1 = = = ⋅⋅⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
recai em um dos dois casos seguintes:
1 2
presenta o mesmo número racional 1)
1º CASO: Frações com mesmo denominador. Observemos as figuras
e assim por diante.
seguintes:
NÚMERO RACIONAL FRACIONÁRIO ou NÚMERO FRACIONÁRIO:
1 2 3
= = = ⋅ ⋅ ⋅ (definido pela classe de equivalência que re-
2 4 6
presenta o mesmo número racional 1/2). 3 2
6 6
NOMES DADOS ÀS FRAÇÕES DIVERSAS
a) decimais: quando têm como denominador 10 ou uma potência de
5
5 7
10 = , ,⋅ ⋅ ⋅ etc. 6
10 100
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3 2 5 Exemplos.
Indicamos por: + = 2 7 3 3 5 1 1
6 6 6 a) + + = b) + + + =
15 15 15 4 6 8 2
2+7+3 18 20 3 12
= = = + + + =
15 24 24 24 24
12 4
= = 18+ 20+ 3 +12
= =
2 15 5 24
53
6 =
24
5
Havendo número misto, devemos transformá-lo em fração imprópria:
6
Exemplo:
3 1 5 1
2 + +3 =
6 3 12 6
5 2 3 7 5 19
Indicamos por: − = + + =
6 6 6 3 12 6
28 5 38
Assim, para adicionar ou subtrair frações de mesmo denominador, pro- + + =
cedemos do seguinte modo: 12 12 12
• adicionamos ou subtraímos os numeradores e mantemos o denomi- 28 + 5 + 38 71
nador comum. =
• simplificamos o resultado, sempre que possível. 12 12

Exemplos: Se a expressão apresenta os sinais de parênteses ( ), colchetes [ ] e


3 1 3 +1 4 chaves { }, observamos a mesma ordem:
+ = = 1º) efetuamos as operações no interior dos parênteses;
5 5 5 5 2º) as operações no interior dos colchetes;
4 8 4 + 8 12 4 3º) as operações no interior das chaves.
+ = = =
9 9 9 9 3 Exemplos:
7 3 7−3 4 2 2 3 5 4
− = = = 1) +  −  −  =
6 6 6 6 3 3 4 2 2
2 2 2−2 0  8 9  1
− = = =0 = + − =
7 7 7 7  12 12  2
17 1
Observação: A subtração só pode ser efetuada quando o minuendo é = − =
maior que o subtraendo, ou igual a ele. 12 2
17 6
2º CASO: Frações com denominadores diferentes: = − =
Neste caso, para adicionar ou subtrair frações com denominadores di- 12 12
ferentes, procedemos do seguinte modo:
11
• Reduzimos as frações ao mesmo denominador. =
• Efetuamos a operação indicada, de acordo com o caso anterior. 12
• Simplificamos o resultado (quando possível).
  3 1   2 3 
Exemplos: 2)5 −  −  − 1 +  =
  2 3   3 4 
1 2 5 3
1) + = 2) + =   9 2   5 3 
3 4 8 6 = 5 −  −  −  +  =
4 6 15 12   6 6   3 4 
= + = = + =
24 24  7   20 9 
12 12 = 5 −  −  +  =
15 + 12  6   12 12 
4+6 = =
= = 24  30 7  29
12 = − − =
=
27 9
=  6 6  12
10 5
= = 24 8 23 29
12 6 = − =
6 12
46 29
= − =
Observações:
12 12
Para adicionar mais de duas frações, reduzimos todas ao mesmo de- 17
=
nominador e, em seguida, efetuamos a operação. 12

Raciocínio Lógico e Matemático 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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NÚMEROS RACIONAIS Calcular o mmc (3,4): MMC(3,4) = 12
1 3 (12 : 3 ) ⋅ 1 (12 : 4 ) ⋅ 3
e = e temos:
3 4 12 12
4 9
e
12 12

1 4
A fração é equivalente a .
Um círculo foi dividido em duas partes iguais. Dizemos que uma unida- 3 12
de dividida em duas partes iguais e indicamos 1/2.
onde: 1 = numerador e 2 = denominador
3 9
A fração equivalente .
4 12

Exercícios:
1) Achar três frações equivalentes às seguintes frações:
1 2
1) 2)
Um círculo dividido em 3 partes iguais indicamos (das três partes ha- 4 3
churamos 2). 2 3 4 4 6 8
Quando o numerador é menor que o denominador temos uma fração Respostas: 1) , , 2) , ,
própria. Observe: 8 12 16 6 9 12

Observe: COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES

a) Frações de denominadores iguais.


Se duas frações tem denominadores iguais a maior será aquela: que ti-
ver maior numerador.
3 1 1 3
Ex.: > ou <
4 4 4 4
Quando o numerador é maior que o denominador temos uma fração
imprópria. b) Frações com numeradores iguais
Se duas frações tiverem numeradores iguais, a menor será aquela que
FRAÇÕES EQUIVALENTES tiver maior denominador.
7 7 7 7
Ex.: > ou <
Duas ou mais frações são equivalentes, quando representam a mesma 4 5 5 4
quantidade.
c) Frações com numeradores e denominadores receptivamente di-
ferentes.
Reduzimos ao mesmo denominador e depois comparamos. Exemplos:
2 1
> denominadores iguais (ordem decrescente)
3 3
4 4
> numeradores iguais (ordem crescente)
5 3

Simplificação de frações

Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador


por um número diferente de zero.

1 2 3 Quando não for mais possível efetuar as divisões, dizemos que a fra-
Dizemos que: = = ção é irredutível. Exemplo:
2 4 6
18 : 2 9 : 3 3
- Para obter frações equivalentes, devemos multiplicar ou dividir o nu- = =
merador por mesmo número diferente de zero. 12 : 2 6 : 3 2
1 2 2 1 3 3
Ex: ⋅ = ou . = Fração irredutível ou simplificada.
2 2 4 2 3 6
Para simplificar frações devemos dividir o numerador e o denominador, 9 36
Exercícios: Simplificar 1) 2)
por um mesmo número diferente de zero. 12 45
Quando não for mais possível efetuar as divisões dizemos que a fração 3 4
é irredutível. Respostas: 1) 2)
Exemplo: 4 5
18 2 9 3
: = = ⇒ Fração Irredutível ou Simplificada Redução de frações ao menor denominador comum
12 2 6 6
1 3
1 3 Ex.: e
Exemplo: e 3 4
3 4

Raciocínio Lógico e Matemático 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Calcular o mmc (3,4) = 12 Exercícios: Calcular:
1 3 (12 : 3 ) ⋅ 1 (12 : 4 ) ⋅ 3 temos: 2 5 2 3 4  1 3  2 1
e = e 1) ⋅ 2) ⋅ ⋅ + ⋅ − 
3) 
3 4 12 12 5 4 5 2 3 5 5 3 3
4 9 10 5 24 4 4
e Respostas: 1) = 2) = 3)
12 12 12 6 30 5 15
1 4 3 9
A fração é equivalente a . A fração equivalente .
3 12 4 12 DIVISÃO DE FRAÇÕES

Exemplo: Para dividir duas frações conserva-se a primeira e multiplica-se pelo in-
2 4 verso da Segunda.
? ⇒ numeradores diferentes e denominadores diferentes 4 2 4 3 12 6
3 5 Exemplo: : = . = =
= m.m.c.(3, 5) = 15 5 3 5 2 10 5
(15 : 3).2 (15.5).4 10 12
? = < (ordem crescente) Exercícios. Calcular:
15 15 15 15
4 2 8 6  2 3  4 1
1) : 2): 3)  +  :  − 
Exercícios: Colocar em ordem crescente: 3 9 15 25 5 5 3 3
2 2 5 4 5 2 4 20
1) e 2) e 3) , e Respostas: 1) 6 2) 3) 1
5 3 3 3 6 3 5 9
2 2 4 5
Respostas: 1) < 2) <
5 3 3 3 POTENCIAÇÃO DE FRAÇÕES
4 5 3
3) < < Eleva o numerador e o denominador ao expoente dado. Exemplo:
3 6 2 3
2 23 8
  = 3 =
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES 3 3 27

1) Adição e Subtração Exercícios. Efetuar:


a) Com denominadores iguais somam-se ou subtraem-se os numera- 2 4 2 3
3  1  4   1
dores e conserva-se o denominador comum. 1)   2)   3)   −  
2 5 1 2 + 5 +1 8 4  
2 3 2
Ex: + + = =
3 3 3 3 3 9 1 119
Respostas: 1) 2) 3)
4 3 4−3 1 16 16 72
− = =
5 5 5 5
RADICIAÇÃO DE FRAÇÕES
b) Com denominadores diferentes reduz ao mesmo denominador de-
pois soma ou subtrai. Extrai raiz do numerador e do denominador.
Ex: 4 4 2
1 3 2 Exemplo: = =
1) + + = mmc. (2, 4, 3) = 12 9 9 3
2 4 3
(12 : 2).1 + (12 : 4).3 + (12.3).2 6 + 9 + 8 23 Exercícios. Efetuar:
= = 2
12 12 12 1 16 9  1
1) 2) 3) + 
4 2 9 25 16  2 
2) − = mmc. (3,9) = 9
3 9 1 4
(9 : 3).4 - (9 : 9).2 12 - 2 10 Respostas: 1) 2) 3) 1
= = 3 5
9 9 9
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Exercícios. Calcular: 1. Conjunto dos números naturais
2 5 1 5 1 2 1 1 Chamamos de conjunto dos números naturais, e indicamos com lN, o
1) + + 2) − 3) + − seguinte conjunto:
7 7 7 6 6 3 4 3
lN = { 0; 1; 2; 3; 4; ...}
8 4 2 7
Respostas: 1) 2) = 3)
2. Conjunto dos números inteiros
7 6 3 12
Chamamos de conjuntos dos números inteiros, e indicamos com Z, o
seguinte conjunto:
MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES
Z = { ...; -2; -1; 0; 1; 2;...)
Para multiplicar duas ou mais frações devemos multiplicar os numeradores 3. Conjunto dos números racionais:
das frações entre si, assim como os seus denominadores. Chamamos de conjunto dos números racionais, e indicamos com Q, o
seguinte conjunto:
Exemplo:  p 
Q = x = | p, q ∈ Z e q ≠ 0
2 3 2 3 6 3  q 
. = x = =
5 4 5 4 20 10 Observe que os números racionais são aqueles que podem ser escritos
como quocientes de dois inteiros.

Raciocínio Lógico e Matemático 4 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exemplos 2. Notação
5 Normalmente adotamos, na teoria dos conjuntos, a seguinte notação:
a) =5; logo 5 ∈ Q • os conjuntos são indicados por letras maiúsculas: A, B, C, ... ;
1
• os elementos são indicados por letras minúsculas: a, b, c, x, y, ... ;
2
b) = 0,4 ; logo 0,4 ∈ Q • o fato de um elemento x pertencer a um conjunto C é indicado
5 com x e C;
15 • o fato de um elemento y não pertencer a um conjunto C é
c) = 2,5 ; logo 2,5 ∈ Q indicado mm y t C.
6
1
= 0,333 . . . ; logo 0,333.. . ∈ Q
3. Representação dos conjuntos
d) Um conjunto pode ser representado de três maneiras:
3
• por enumeração de seus elementos;
Observação: Números como 5, 0,4 e 2,5 são números racionais com
representação decimal finita, ou seja, podemos escrevê-los, em sua forma • por descrição de uma propriedade característica do conjunto;
decimal, com um número finito de algarismos. O número 0,333..., por sua • através de uma representação gráfica.
vez, é um número racional com representação decimal infinita e periódica, Um conjunto é representado por enumeração quando todos os seus
ou seja, só podemos escrevê-lo, em sua forma decimal, com um número elementos são indicados e colocados dentro de um par de chaves.
infinito de algarismos, embora, a partir de um determinado ponto, haja uma Exemplo:
repetição de algarismos até o fim. a) A = ( 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 ) indica o conjunto formado pelos
Outro exemplo de número, que admite representação decimal infinita e algarismos do nosso sistema de numeração.
periódica, é 2,35474747... b) B = ( a, b, c, d, e, f, g, h, 1, j,1, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, x, z )
Observação Importante indica o conjunto formado pelas letras do nosso alfabeto.
Todos os números que tenham representação decimal finita ou infinita c) Quando um conjunto possui número elevado de elementos,
e periódica são números racionais, ou seja, pertencem a Q.. porém apresenta lei de formação bem clara, podemos representa-
lo, por enumeração, indicando os primeiros e os últimos
4. Conjunto dos números reais: elementos, intercalados por reticências. Assim: C = ( 2; 4; 6;... ;
Há números que não admitem representação decimal finita nem 98 ) indica o conjunto dos números pares positivos, menores do
representação decimal infinita e periódica, como, por exemplo: que100.
n = 3,14159265... d) Ainda usando reticências, podemos representar, por enumeração,
conjuntos com infinitas elementos que tenham uma lei de
2 = 1,4142135... formação bem clara, como os seguintes:
3 = 1,7320508... • D = ( 0; 1; 2; 3; .. . ) indica o conjunto dos números inteiros não
negativos;
5 = 2,2360679... • E = ( ... ; -2; -1; 0; 1; 2; . .. ) indica o conjunto dos números
Estes números não são racionais: n ∈Q, 2 ∈ Q, 3 ∈Q, •
inteiros;
F = ( 1; 3; 5; 7; . . . ) indica o conjunto dos números ímpares
5 ∈ Q; e, por isso mesmo, são chamados de irracionais. positivos.
Podemos então definir os irracionais como sendo aqueles números que
possuem uma representação decimal infinita e não-periódica. A representação de um conjunto por meio da descrição de uma propri-
Chamamos então de conjunto dos números reais, e indicamos com IR, edade característica é mais sintética que sua representação por enumera-
o seguinte conjunto: ção. Neste caso, um conjunto C, de elementos x, será representado da
IR = ( x Í x é racional ou x é irracional ) seguinte maneira:
Como vemos, o conjunto IR é a união do conjunto dos números C = { x | x possui uma determinada propriedade }
racionais com o conjunto dos números irracionais.
Usaremos o símbolo estrela (* ) quando quisermos indicar que o que se lê: C é o conjunto dos elementos x tal que possui uma
número zero foi excluído de um conjunto. determinada propriedade:
Exemplo: N * = { 1 ; 2; 3; 4; .. .} ; o zero foi excluído de N.
Usaremos o símbolo mais (+) quando quisermos indicar que os Exemplos
números negativos foram excluídos de um conjunto. a) O conjunto A = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } pode ser representado por
Exemplo: Z+ = { 0; 1; 2; ... } ; os negativos foram excluídos de Z. descrição da seguinte maneira: A = { x | x é algarismo do nosso
Usaremos o símbolo menos ( - ) quando quisermos indicar que os sistema de numeração }
números positivos foram excluídos de um conjunto. b) O conjunto G = { a; e ;i; o, u } pode ser representado por descrição da
Exemplo: Z- = { ... ; -2; -1; 0 } ; os positivos foram excluídos de Z. seguinte maneira: G = { x | x é vogal do nosso alfabeto }
Algumas vezes combinamos o símbolo (*) com o símbolo (+) ou com o c) O conjunto H = { 2; 4; 6; 8; . . . } pode ser representado por descrição
símbolo (-) . da seguinte maneira: H = { x | x é par positivo }
Exemplos A representação gráfica de um conjunto é bastante cômoda. Através
dela, os elementos de um conjunto são representados por pontos interiores
a) Z *− = { 1; 2; 3; . .. } ; o zero e os negativos foram excluídos de Z. a uma linha fechada que não se entrelaça. Os pontos exteriores a esta linha
representam os elementos que não pertencem ao conjunto.
b) Z *+ = { ... ; -3; -2; -1 }; o zero e os positivos foram excluídos de Z.
Exemplo

OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

1. Conceitos primitivos
Antes de mais nada devemos saber que conceitos primitivos são
noções que adotamos sem definição.
Adotaremos aqui três conceitos primitivos: o de conjunto, o de elemen-
to e o de pertinência de um elemento a um conjunto. Assim, devemos Por esse tipo de representação gráfica, chamada diagrama de Euler-
entender perfeitamente a frase: determinado elemento pertence a um Venn, percebemos que x ∈ C, y ∈ C, z ∈ C; e que a ∉ C, b ∉ C, c
conjunto, sem que tenhamos definido o que é conjunto, o que é elemento e
o que significa dizer que um elemento pertence ou não a um conjunto.
∉ C, d ∉ C.

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Exercícios resolvidos d) observe que:
Sendo A = {1; 2; 4; 4; 5}, B={2; 4; 6; 8} e C = {4; 5}, assinale V 2 = 2 . 1 é o 1º par positivo
(verdadeiro) ou F (falso): 4 = 2 . 2 é o 2° par positivo
a) 1 ∈ A ( V ) l) 1 ∈ A ou 1 ∈ B ( V ) 6 = 2 . 3 é o 3º par positivo
b) 1 ∈ B ( F ) m) 1 ∈ A e 1 ∈ B ( F ) 8 = 2 . 4 é o 4º par positivo
c) 1 ∈ C ( F ) n) 4 ∈ A ou 4 ∈ B ( V ) . .
d) 4 ∈ A ( V ) o) 4 ∈ A e 4 ∈ B ( V ) . .
e) 4 ∈ B ( V ) p) 7 ∈ A ou 7 ∈ B ( F ) . .
f) 4 ∈ C ( V ) q) 7 ∈ A e 7 ∈ B ( F ) 98 = 2 . 49 é o 49º par positivo
g) 7 ∈ A ( F ) logo: n(D) = 49
h) 7 ∈ B ( F ) e) As duas retas, esquematizadas na figura, possuem apenas um ponto
i) 7 ∈ C ( F ) comum.
Represente, por enumeração, os seguintes conjuntos: Logo, n( E ) = 1, e o conjunto E é, portanto, unitário.
a) A = { x | x é mês do nosso calendário }
b) B = { x | x é mês do nosso calendário que não possui a letra r } 6. Igualdade de conjuntos
c) C = { x | x é letra da palavra amor } Vamos dizer que dois conjuntos A e 8 são iguais, e indicaremos com A
d) D = { x | x é par compreendido entre 1e 11} = 8, se ambos possuírem os mesmos elementos. Quando isto não ocorrer,
e) E = {x | x2 = 100 } diremos que os conjuntos são diferentes e indicaremos com A ≠ B.
Exemplos .
a) {a;e;i;o;u} = {a;e;i;o;u}
b) {a;e;i;o,u} = {i;u;o,e;a}
c) {a;e;i;o;u} = {a;a;e;i;i;i;o;u;u}
d) {a;e;i;o;u} ≠ {a;e;i;o}
e) { x | x2 = 100} = {10; -10}
f) { x | x2 = 400} ≠ {20}

Resolução 7. Subconjuntos de um conjunto


a) A = ( janeiro ; fevereiro; março; abril; maio ; junho; julho ; agosto ; Dizemos que um conjunto A é um subconjunto de um conjunto B se
setembro ; outubro ; novembro ; dezembro ) . todo elemento, que pertencer a A, também pertencer a B.
b) B = (maio; junho; julho; agosto ) Neste caso, usando os diagramas de Euler-Venn, o conjunto A estará
c) C = (a; m; o; r ) "totalmente dentro" do conjunto B:
d) D = ( 2; 4; 6; 8; ia )
e) E = ( 10; -10 ), pois 102 = 100 e -(-102) = 100 .

4. Número de elementos de um conjunto


Consideremos um conjunto C. Chamamos de número de elementos Indicamos que A é um subconjunto de B de duas maneiras:
deste conjunto, e indicamos com n lcl, ao número de elementos diferentes a) A ⊂ B; que deve ser lido : A é subconjunto de B ou A está contido
entre si, que pertencem ao conjunto. em B ou A é parte de B;
b) B ⊃ A; que deve ser lido: B contém A ou B inclui A.
Exemplos
a) O conjunto A = { a; e; i; o; u } Exemplo
é tal que n(A) = 5. Sejam os conjuntos A = {x | x é mineiro} e B = {x | x é brasileiro} ; temos
b) O conjunto B = { 0; 1; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 } é tal que n(B) = 10. então que A ⊂ B e que B ⊃ A.
c) O conjunto C = ( 1; 2; 3; 4;... ; 99 ) é tal que n (C) = 99.
Observações:
5. Conjunto unitário e conjunto vazio • Quando A não é subconjunto de B, indicamos com A ⊄ B ou B
Chamamos de conjunto unitário a todo conjunto C, tal que n (C) = 1. ⊃ A.
Exemplo: C = ( 3 ) • Admitiremos que o conjunto vazio está contido em qualquer conjunto.
E chamamos de conjunto vazio a todo conjunto c, tal que n(C) = 0.
8. Número de subconjuntos de um conjunto dado
Exemplo: M = { x | x2 = -25} Pode-se mostrar que, se um conjunto possui n elementos, então este
O conjunto vazio é representado por { } ou por ∅. conjunto terá 2n subconjuntos. Exemplo

Exercício resolvido O conjunto C = {1; 2 } possui dois elementos; logo, ele terá 22 = 4
Determine o número de elementos dos seguintes com juntos : subconjuntos.
a) A = { x | x é letra da palavra amor }
b) B = { x | x é letra da palavra alegria } Exercício resolvido:
c) c é o conjunto esquematizado a seguir 1. Determine o número de subconjuntos do conjunto C = la; e; 1; o; u ) .
d) D = ( 2; 4; 6; . . . ; 98 ) Resolução: Como o conjunto C possui cinco elementos, o número dos
e) E é o conjunto dos pontos comuns às relas r e s, esquematizadas a seus subconjuntos será 25 = 32.
seguir :
Exercícios propostas:
2. Determine o número de subconjuntos do conjunto
C = { 0; 1; 2; 3; 4; 5; 6; 7; 8; 9 }
Resposta: 1024

3. Determine o número de subconjuntos do conjunto


Resolução
a) n(A) = 4
1 1 1 2 3 3
C=  ; ; ; ; ; 
b) n(B) = 6,'pois a palavra alegria, apesar de possuir dote letras, possui 2 3 4 4 4 5 
apenas seis letras distintas entre si. Resposta: 32
c) n(C) = 2, pois há dois elementos que pertencem a C: c e C e d e C

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OPERAÇÕES COM CONJUNTOS Resolução

1. União de conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chamamos união ou reunião de A com B,
e indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído por todos os elementos
que pertencem a A ou a B.
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a
interseção dos conjuntos, temos:
3. No diagrama seguinte temos:
n(A) = 20
n(B) = 30
n(A ∩ B) = 5
Determine n(A ∪ B).
Exemplos Resolução
a) {a;b;c} U {d;e}= {a;b;c;d;e}
b) {a;b;c} U {b;c;d}={a;b;c;d}
c) {a;b;c} U {a;c}={a;b;c}

2. Intersecção de conjuntos
Dados dois conjuntos A e B, chamamos de interseção de A com B, e
Se juntarmos, aos 20 elementos de A, os 30 elementos de B,
indicamos com A ∩ B, ao conjunto constituído por todos os elementos que
estaremos considerando os 5 elementos de A n B duas vezes; o que,
pertencem a A e a B.
evidentemente, é incorreto; e, para corrigir este erro, devemos subtrair uma
Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras a
vez os 5 elementos de A n B; teremos então:
intersecção dos conjuntos, temos:
n(A ∪ B) = n(A) + n(B) - n(A ∩ B) ou seja:
n(A ∪ B) = 20 + 30 – 5 e então:
n(A ∪ B) = 45.

4. Conjunto complementar
Dados dois conjuntos A e B, com B ⊂ A, chamamos de conjunto
complementar de B em relação a A, e indicamos com CA B, ao conjunto A -
Exemplos B.
a) {a;b;c} ∩ {d;e} = ∅ Observação: O complementar é um caso particular de diferença em
b) {a;b;c} ∩ {b;c,d} = {b;c} que o segundo conjunto é subconjunto do primeiro.
c) {a;b;c} ∩ {a;c} = {a;c} Usando os diagramas de Euler-Venn, e representando com hachuras o
complementar de B em relação a A, temos:
Quando a intersecção de dois conjuntos é vazia, como no exemplo a,
dizemos que os conjuntos são disjuntos.

Exercícios resolvidos
1. Sendo A = ( x; y; z ); B = ( x; w; v ) e C = ( y; u; t), determinar os
seguintes conjuntos:
a) A ∪ B f) B ∩ C
b) A ∩ B g) A ∪ B ∪ C Exemplo: {a;b;c;d;e;f} - {b;d;e}= {a;c;f}
c) A ∪ C h) A ∩ B ∩ C Observação: O conjunto complementar de B em relação a A é formado
pelos elementos que faltam para "B chegar a A"; isto é, para B se igualar a
d) A ∩ C i) (A ∩ B) U (A ∩ C)
A.
e) B ∪ C

Resolução
a) A ∪ B = {x; y; z; w; v } PORCENTAGEM
b) A ∩ B = {x }
c) A ∪ C = {x; y;z; u; t } 1. INTRODUÇÃO
d) A ∩ C = {y } Quando você abre o jornal, liga a televisão ou olha vitrinas,
e) B ∪ C={x;w;v;y;u;t} frequentemente se vê às voltas com expressões do tipo:
f) B ∩ C= ∅ • "O índice de reajuste salarial de março é de 16,19%."
• "O rendimento da caderneta de poupança em fevereiro foi de
g) A ∪ B ∪ C= {x;y;z;w;v;u;t}
18,55%."
h) A ∩ B ∩ C= ∅ • "A inflação acumulada nos últimos 12 meses foi de 381,1351.
i) (A ∩ B) ∪ u (A ∩ C)={x} ∪ {y}={x;y} • "Os preços foram reduzidos em até 0,5%."

2. Dado o diagrama seguinte, represente com hachuras os conjuntos: Mesmo supondo que essas expressões não sejam completamente
a) A ∩ B ∩ C desconhecidas para uma pessoa, é importante fazermos um estudo organi-
b) (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) zado do assunto porcentagem, uma vez que o seu conhecimento é ferra-
menta indispensável para a maioria dos problemas relativos à Matemática
Comercial.

2. PORCENTAGEM
O estudo da porcentagem é ainda um modo de comparar números
usando a proporção direta. Só que uma das razões da proporção é um
fração de denominador 100. Vamos deixar isso mais claro: numa situação
em que você tiver de calcular 40% de $ 300,00, o seu trabalho será deter-

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minar um valor que represente, em 300, o mesmo que 40 em 100. Isso 2) Existem 4 caminhos ligando os pontos A e B, e 5 caminhos ligan-
pode ser resumido na proporção: do os pontos B e C. Para ir de A a C, passando pelo ponto B, qual
40 x o número de trajetos diferentes que podem ser realizados?
= Solução:
100 300 Escolher um trajeto de A a C significa escolher um caminho de A a B e
depois outro, de B a C.
Então, o valor de x será de $ 120,00.
Sabendo que em cálculos de porcentagem será necessário utilizar
sempre proporções diretas, fica claro, então, que qualquer problema dessa
natureza poderá ser resolvido com regra de três simples.

3. TAXA PORCENTUAL
O uso de regra de três simples no cálculo de porcentagens é um recur- Como para cada percurso escolhido de A a B temos ainda 5 possibili-
so que torna fácil o entendimento do assunto, mas não é o único caminho dades para ir de B a C, o número de trajetos pedido é dado por: 4 . 5 = 20.
possível e nem sequer o mais prático. Esquema:
Para simplificar os cálculos numéricos, é necessário, inicialmente, dar Percurso Percurso
nomes a alguns termos. Veremos isso a partir de um exemplo. AB BC
Exemplo:
Calcular 20% de 800.
20 4 . 5 = 20
Calcular 20%, ou de 800 é dividir 800 em 100 partes e tomar
100 3) Quantos números de três algarismos podemos escrever com os
20 dessas partes. Como a centésima parte de 800 é 8, então 20 dessas algarismos ímpares?
partes será 160. Solução:
Os números devem ser formados com os algarismos: 1, 3, 5, 7, 9. Exis-
Chamamos: 20% de taxa porcentual; 800 de principal; 160 de tem 5 possibilidades para a escolha do algarismo das centenas, 5 possibili-
porcentagem. dades para o das dezenas e 5 para o das unidades.
Temos, portanto:
Principal: número sobre o qual se vai calcular a porcentagem. Assim, temos, para a escolha do número, 5 . 5 . 5 = 125.
Taxa: valor fixo, tomado a partir de cada 100 partes do principal. algarismos algarismos algarismos
Porcentagem: número que se obtém somando cada uma das 100 da centena da dezena da unidade
partes do principal até conseguir a taxa.
A partir dessas definições, deve ficar claro que, ao calcularmos uma
porcentagem de um principal conhecido, não é necessário utilizar a monta- 5 5 5 = 125
gem de uma regra de três. Basta dividir o principal por 100 e tomarmos
tantas destas partes quanto for a taxa. Vejamos outro exemplo. 4) Quantas placas poderão ser confeccionadas se forem utilizados
três letras e três algarismos para a identificação de um veículo?
Exemplo: (Considerar 26 letras, supondo que não há nenhuma restrição.)
Calcular 32% de 4.000. Solução:
Primeiro dividimos 4 000 por 100 e obtemos 40, que é a centésima par- Como dispomos de 26 letras, temos 26 possibilidades para cada posi-
te de 4 000. Agora, somando 32 partes iguais a 40, obtemos 32 . 40 ou 1 ção a ser preenchida por letras. Por outro lado, como dispomos de dez
280 que é a resposta para o problema. algarismos (0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9), temos 10 possibilidades para cada
Observe que dividir o principal por 100 e multiplicar o resultado dessa posição a ser preenchida por algarismos. Portanto, pelo PFC o número total
32 de placas é dado por:
divisão por 32 é o mesmo que multiplicar o principal por ou 0,32.
100
Vamos usar esse raciocínio de agora em diante :

Porcentagem = taxa X principal

5) Quantos números de 2 algarismos distintos podemos formar com


os algarismos 1, 2, 3 e 4?
Princípio fundamental da contagem (PFC) Solução:
Se um primeiro evento pode ocorrer de m maneiras diferentes e um Observe que temos 4 possibilidades para o primeiro algarismo e, para
segundo evento, de k maneiras diferentes, então, para ocorrerem os dois cada uma delas, 3 possibilidades para o segundo, visto que não é permitida
sucessivamente, existem m . k maneiras diferentes. a repetição. Assim, o número total de possibilidades é: 4 . 3 =12
Aplicações Esquema:
1) Uma moça dispõe de 4 blusas e 3 saias. De quantos modos dis-
tintos ela pode se vestir?
Solução:
A escolho de uma blusa pode ser feita de 4 maneiras diferentes e a de
uma saia, de 3 maneiras diferentes.

Pelo PFC, temos: 4 . 3 = 12 possibilidades para a escolha da blusa e


saia. Podemos resumir a resolução no seguinte esquema;

Blusa saia

4 . 3 = 12 modos diferentes

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6) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos formar com 11) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com
os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? os algarismos ímpares?
12) Quantos números, com 4 algarismos distintos, podemos formar com o
Solução: nosso sistema de numeração?
Existem 9 possibi1idades para o primeiro algarismo, apenas 8 para o 13) Quantos números ímpares com 3 algarismos distintos podemos
segundo e apenas 7 para o terceiro. Assim, o número total de possibilida- formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6?
des é: 9 . 8 . 7 = 504 14) Quantos números múltiplos de 5 e com 4 algarismos podemos formar
Esquema: com os algarismos 1, 2, 4, 5 e 7, sem os repetir?
15) Quantos números pares, de 3 algarismos distintos, podemos formar
com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7? E quantos ímpares?
16) Obtenha o total de números de 3 algarismos distintos, escolhidos
entre os elementos do conjunto (1, 2, 4, 5, 9), que contêm 1 e não
contêm 9.
17) Quantos números compreendidos entre 2000 e 7000 podemos escre-
7) Quantos são os números de 3 algarismos distintos? ver com os algarismos ímpares, sem os repetir?
Solução: 18) Quantos números de 3 algarismos distintos possuem o zero como
Existem 10 algarismos: 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9. Temos 9 possibilida- algarismo de dezena?
des para a escolha do primeiro algarismo, pois ele não pode ser igual a 19) Quantos números de 5 algarismos distintos possuem o zero como
zero. Para o segundo algarismo, temos também 9 possibilidades, pois um algarismo das dezenas e começam por um algarismo ímpar?
deles foi usado anteriormente. 20) Quantos números de 4 algarismos diferentes tem o algarismo da
Para o terceiro algarismo existem, então, 8 possibilidades, pois dois de- unidade de milhar igual a 2?
les já foram usados. O número total de possibilidades é: 9 . 9 . 8 = 648 21) Quantos números se podem escrever com os algarismos ímpares,
Esquema: sem os repetir, que estejam compreendidos entre 700 e 1 500?
22) Em um ônibus há cinco lugares vagos. Duas pessoas tomam o ôni-
bus. De quantas maneiras diferentes elas podem ocupar os lugares?
23) Dez times participam de um campeonato de futebol. De quantas
formas se podem obter os três primeiros colocados?
24) A placa de um automóvel é formada por duas letras seguidas e um
8) Quantos números entre 2000 e 5000 podemos formar com os
número de quatro algarismos. Com as letras A e R e os algarismos
algarismos pares, sem os repetir?
pares, quantas placas diferentes podem ser confeccionadas, de modo
que o número não tenha nenhum algarismo repetido?
Solução:
25) Calcular quantos números múltiplos de 3 de quatro algarismos distin-
Os candidatos a formar os números são : 0, 2, 4, 6 e 8. Como os
tos podem ser formados com 2, 3, 4, 6 e 9.
números devem estar compreendidos entre 2000 e 5000, o primeiro
26) Obtenha o total de números múltiplos de 4 com quatro algarismos
algarismo só pode ser 2 ou 4. Assim, temos apenas duas possibilidades
distintos que podem ser formados com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
para o primeiro algarismo e 4 para o segundo, três para o terceiro e duas
paia o quarto.
O número total de possibilidades é: 2 . 4 . 3 . 2 = 48
Esquema: ARRANJOS SIMPLES

Introdução:
Na aplicação An,p, calculamos quantos números de 2 algarismos distin-
tos podemos formar com 1, 2, 3 e 4. Os números são :
12 13 14 21 23 24 31 32 34 41 42 43
Exercícios Observe que os números em questão diferem ou pela ordem dentro do
1) Uma indústria automobilística oferece um determinado veículo em três agrupamento (12 ≠ 21) ou pelos elementos componentes (13 ≠ 24).
padrões quanto ao luxo, três tipos de motores e sete tonalidades de Cada número se comporta como uma sequência, isto é :
cor. Quantas são as opções para um comprador desse carro? (1,2) ≠ (2,1) e (1,3) ≠ (3,4)
2) Sabendo-se que num prédio existem 3 entradas diferentes, que o A esse tipo de agrupamento chamamos arranjo simples.
prédio é dotado de 4 elevadores e que cada apartamento possui uma
única porta de entrada, de quantos modos diferentes um morador po- Definição:
de chegar à rua? Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se arranjo simples dos n
3) Se um quarto tem 5 portas, qual o número de maneiras distintas de se elementos de /, tomados p a p, a toda sequência de p elementos distintos,
entrar nele e sair do mesmo por uma porta diferente da que se utilizou escolhidos entre os elementos de l ( P ≤ n).
para entrar? O número de arranjos simples dos n elementos, tomados p a p, é
4) Existem 3 linhas de ônibus ligando a cidade A á cidade B, e 4 outras indicado por An,p
ligando B à cidade C. Uma pessoa deseja viajar de A a C, passando
por B. Quantas linhas de ônibus diferentes poderá utilizar na viagem Fórmula:
de ida e volta, sem utilizar duas vezes a mesma linha?
5) Quantas placas poderão ser confeccionadas para a identificação de A n,p = n . (n -1) . (n –2) . . . (n – (p – 1)),
um veículo se forem utilizados duas letras e quatro algarismos? (Ob- p ≤ n e {p, n} ⊂ N
servação: dispomos de 26 letras e supomos que não haverá nenhuma
restrição)
6) No exercício anterior, quantas placas poderão ser confeccionadas se
forem utilizados 4 letras e 2 algarismos? Aplicações
7) Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os algaris- 1) Calcular:
mos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? a) A7,1 b) A7,2 c) A7,3 d) A7,4
8) Quantos números de três algarismos podemos formar com os alga-
rismos 0, 1, 2, 3, 4 e 5? Solução:
9) Quantos números de 4 algarismos distintos podemos escrever com os
algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6? a) A7,1 = 7 c) A7,3 = 7 . 6 . 5 = 210
10) Quantos números de 5 algarismos não repetidos podemos formar com b) A7,2 = 7 . 6 = 42 d) A7,4 = 7 . 6 . 5 . 4 = 840
os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7?
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2) Resolver a equação Ax,3 = 3 . Ax,2. 2) Obter n, de modo que An,2 = 30.
Solução: Solução:
x . ( x - 1) . ( x – 2 ) = 3 . x . ( x - 1) ⇒ Utilizando a fórmula, vem :
⇒ x ( x – 1) (x –2) - 3x ( x – 1) =0 n! n ( n - 1) ( n - 2) !
∴ x( x – 1)[ x – 2 – 3 ] = 0 = 30 ⇒ = 30 ∴
(n - 2)! (n - 2)!
x = 0 (não convém) n=6
ou n2 - n - 30 = 0 ou
x = 1 ( não convém) n = -5 ( não convém)
ou
x = 5 (convém) 3) Obter n, tal que: 4 . An-1,3 = 3 . An,3.
S = {5}
Solução:
4 ⋅ ( n - 1 )! n! 4 ⋅ ( n - 3 )! n!
3) Quantos números de 3 algarismos distintos podemos escrever = 3⋅ ⇒ = 3⋅ ∴
com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9? ( n - 4) ! ( n - 3)! ( n - 4) ! ( n - 1) !
Solução: 4 ⋅ ( n - 3 )( n - 4 ) ! n ( n - 1) !
= 3⋅
Essa mesma aplicação já foi feita, usando-se o principio fundamental
da contagem. Utilizando-se a fórmula, o número de arranjos simples é:
( n - 4)! ( n - 1) !
A9, 3 =9 . 8 . 7 = 504 números ∴ 4n − 12 = 3n ∴ n = 12

Observação: Podemos resolver os problemas sobre arranjos simples ( n + 2 )! - ( n + 1) !


usando apenas o principio fundamental da contagem. 4) Obter n, tal que : =4
n!
Exercícios
1) Calcule: Solução:
a) A8,1 b) A8,2 c ) A8,3 d) A8,4 ( n + 2 ) ! ( n + 1)! ⋅ n ! - ( n + 1) ⋅ n !
= 4∴
n!
2) Efetue:
A 8,2 + A 7,4 n ! ( n + 2 ) ⋅ [n + 2 - 1]
a) A7,1 + 7A5,2 – 2A4,3 - A 10,2 b) ⇒ =4
A 5,2 − A10,1 n!

3) Resolva as equações: n + 1 = 2 ∴ n =1
a) Ax,2 = Ax,3 b) Ax,2 = 12 c) Ax,3 = 3x(x - 1) ∴ (n + 1 )2 = 4
n + 1 = -2 ∴ n = -3 (não convém )
FATORIAL
Exercícios
Definição: 1) Assinale a alternativa correta:
• Chama-se fatorial de um número natural n, n ≥ 2, ao produto de 10 !
todos os números naturais de 1 até n. Assim : a) 10 ! = 5! + 5 ! d) =5
2!
• n ! = n( n - 1) (n - 2) . . . 2 . 1, n ≥ 2 (lê-se: n fatorial) b) 10 ! = 2! . 5 ! e) 10 ! =10. 9. 8. 7!
• 1! = l c) 10 ! = 11! -1!
• 0! = 1
2) Assinale a alternativa falsa;
Fórmula de arranjos simples com o auxílio de fatorial: a) n! = n ( n-1)! d) ( n –1)! = (n- 1)(n-2)!
b) n! = n(n - 1) (n - 2)! e) (n - 1)! = n(n -1)
A N,P =
n!
, p≤ n e { p,n} ⊂ lN c) n! = n(n – 1) (n - 2) (n - 3)!
( n − p) !
3) Calcule:
Aplicações
12 ! 7!
1) Calcular: a) c)
8! n! 10 ! 3! 4!
a) 5! c) e) 7! + 5! 8! - 6!
6! (n - 2)! b) d)
5! 11! + 10 ! 5! 5!
b) d)
4! 10 ! 4) Simplifique:
n! n!
Solução: a) d)
a) 5 ! = 5 . 4 . 3 . 2 . 1 = 120 ( n - 1) ! n ( n - 1) !
5! 5 ⋅ 4! ( n + 2 )! n ! 5M ! - 2 ( M - 1 ) !
b) = =5 b) e)
4! 4! [( n + 1 ) ! ]2 M!
8! 8 ⋅7 ⋅ 6! n ! + ( n + 1)!
c) = = 56 c)
6! 6! n!
11! + 10 ! 11 ⋅ 10 ! + 10 ! 10 ! (11 + 1)
d) = = = 12 5) Obtenha n, em:
10 ! 10! 10 !
n ⋅ ( n - 1)( n - 2) ! (n + 1)!
e)
n!
= = n2 − n a) = 10 b) n!+( n - 1)! = 6 ( n - 1)!
(n - 2)! ( n - 2) ! n!

Raciocínio Lógico e Matemático 10 A Opção Certa Para a Sua Realização


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n (n - 1)!
c) =6 d) (n - 1)! = 120
(n - 2)!

1 n
6) Efetuando − , obtém-se:
n ! (n + 1)!
d) considerando a sílaba TRE como um único elemento, devemos
2 2n + 1 permutar entre si 6 elementos,
a) d)
(n + 1) ! (n + 1) !
1 n ! ( n + 1) !
b) e) 0 c)
n! n -1

7) Resolva as equações:
a) Ax,3 = 8Ax,2 b) Ax,3 = 3 . ( x - 1)
e) Devemos permutar entre si 6 elementos, tendo considerado as letras
(n + 2) ! + (n + 1) ! T, R, E como um único elemento:
8) obtenha n, que verifique 8n ! =
n +1

9) o número n está para o número de seus arranjos 3 a 3 como 1


está para 240, obtenha n.

PERMUTAÇÕES SIMPLES
Devemos também permutar as letras T, R, E, pois não foi especificada
Introdução: a ordem :
Consideremos os números de três algarismos distintos formados com
os algarismos 1, 2 e 3. Esses números são :
123 132 213 231 312 321
A quantidade desses números é dada por A3,3= 6.
Esses números diferem entre si somente pela posição de seus elemen-
tos. Cada número é chamado de permutação simples, obtida com os alga-
rismos 1, 2 e 3.
Para cada agrupamento formado, as letras T, R, E podem ser dispostas
Definição: de P3 maneiras. Assim, para P6 agrupamentos, temos
Seja I um conjunto com n elementos. Chama-se permutação simples P6 . P3 anagramas. Então:
dos n elementos de l a toda a sequência dos n elementos. P6 . P3 = 6! . 3! = 720 . 6 = 4 320 anagramas
O número de permutações simples de n elementos é indicado por Pn.
OBSERVA ÇÃO: Pn = An,n .
f) A palavra ATREVIDO possui 4 vogais e 4 consoantes. Assim:
Fórmula:
Aplicações
1) Considere a palavra ATREVIDO.
a) quantos anagramas (permutações simples) podemos formar?
b) quantos anagramas começam por A?
c) quantos anagramas começam pela sílaba TRE?
d) quantos anagramas possuem a sílaba TR E?
e) quantos anagramas possuem as letras T, R e E juntas?
f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em
consoante?
Exercícios
Solução:
1) Considere a palavra CAPITULO:
a) Devemos distribuir as 8 letras em 8 posições disponíveis.
a) quantos anagramas podemos formar?
Assim:
b) quantos anagramas começam por C?
c) quantos anagramas começam pelas letras C, A e P juntas e nesta
ordem?
d) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas e nesta or-
dem?
e) quantos anagramas possuem as letras C, A e P juntas?
Ou então, P8 = 8 ! = 40 320 anagramas f) quantos anagramas começam por vogal e terminam em consoan-
te?
b) A primeira posição deve ser ocupada pela letra A; assim, devemos 2) Quantos anagramas da palavra MOLEZA começam e terminam
distribuir as 7 letras restantes em 7 posições, Então: por vogal?
3) Quantos anagramas da palavra ESCOLA possuem as vogais e
consoantes alternadas?
4) De quantos modos diferentes podemos dispor as letras da palavra
ESPANTO, de modo que as vogais e consoantes apareçam
juntas, em qualquer ordem?
5) obtenha o número de anagramas formados com as letras da
palavra REPÚBLICA nas quais as vogais se mantenham nas
c) Como as 3 primeiras posições ficam ocupadas pela sílaba TRE, de- respectivas posições.
vemos distribuir as 5 letras restantes em 5 posições. Então:

Raciocínio Lógico e Matemático 11 A Opção Certa Para a Sua Realização


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PERMUTAÇÕES SIMPLES, COM 3) Quantos números de 5 algarismos podemos formar com os
ELEMENTOS REPETIDOS algarismos 3 e 4 de maneira que o 3 apareça três vezes em todos
os números?
Dados n elementos, dos quais : a) 10 c) 120 e) 6
b) 20 d) 24
α1 são iguais a a1 → a1 , a1 , . . ., a1
α1 4) Quantos números pares de cinco algarismos podemos escrever
α 2 são iguais a a2 → a2, a2 , . . . , a2 apenas com os dígitos 1, 1, 2, 2 e 3, respeitadas as repetições
α2 apresentadas?
. . . . . . . . . . . . . . . . . a) 120 c) 20 e) 6
b) 24 d) 12
ar → ar , ar , . . . , ar
αr são iguais a αr 5) Quantos anagramas da palavra MATEMÁTICA terminam pela
sílaba MA?
a) 10 800 c) 5 040 e) 40 320
Pn = n ! b) 10 080 d) 5 400

sendo ainda que: α1 + α 2 + . . . + αr = n, e indicando-se por COMBINAÇÕES SIMPLES


pn (α1, α 2 , . . . α r ) o número das permutações simples dos n elemen-
tos, tem-se que: Introdução:
Consideremos as retas determinadas pelos quatro pontos, conforme a
Aplicações figura.
1) Obter a quantidade de números de 4 algarismos formados pelos
algarismos 2 e 3 de maneira que cada um apareça duas vezes na
formação do número.

Solução:
2233 2323 2332
os números são 
3322 3232 3223

A quantidade desses números pode ser obtida por: Só temos 6 retas distintas ( AB, BC, CD, AC, BD e AD) por-
4 ⋅ 3 ⋅ 2!
P4(2,2 ) =
4!
= = 6 números que AB e BA, . . . , CD e DC representam retas coincidentes.
2! 2! 2! ⋅ 2 ⋅ 1
Os agrupamentos {A, B}, {A, C} etc. constituem subconjuntos do
2) Quantos anagramas podemos formar com as letras da palavra conjunto formado por A, B, C e D.
AMADA?
solução: Seja l um conjunto com n elementos. Chama-se combinação simples
Temos: dos n elementos de /, tomados p a p, a qualquer subconjunto de p
A, A, A M D elementos do conjunto l.
Assim: 1 1
3
Diferem entre si apenas pelos elementos componentes, e são
5 ⋅ 4 ⋅ 3!
p (3,1,1) =
5! chamados combinações simples dos 4 elementos tomados 2 a 2.
5 = = 20 anagramas
3 ! 1! 1! 3! O número de combinações simples dos n elementos tomados p a p é
n
3) Quantos anagramas da palavra GARRAFA começam pela sílaba indicado por Cn,p ou   .
RA? p
OBSERVAÇÃO: Cn,p . p! = An,p.
Solução: Fórmula:
Usando R e A nas duas primeiras posições, restam 5 letras para serem
permutadas, sendo que: n!
C n ,p = , p≤n e { p, n } ⊂ lN
p! ( n - p )!
G A, A R F
{

{
{

1 2 1 1
Assim, temos: n!
5 ⋅ 4 ⋅ 3 ⋅ 2 ! pn (α1, α 2 , . . . αr ) =
p5(2,1,1) = = 60 anagramas α1 ! α ! . . . αr !
2!

Exercícios Aplicações
1) o número de anagramas que podemos formar com as letras da 1) calcular:
palavra ARARA é: a) C7,1 b) C7,2 c) C7,3 d) C7,4
a) 120 c) 20 e) 30
b) 60 d) 10 Solução:
7! 7 ⋅ 6!
2) o número de permutações distintas possíveis com as oito letras da a) C7,1 = = =7
1! 6 ! 6!
palavra PARALELA, começando todas com a letra P, será de ;
a) 120 c) 420 e) 360 7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 !
b) C7,2 = = = 21
b) 720 d) 24 2! 5! 2 ⋅ 1 ⋅ 5 !

Raciocínio Lógico e Matemático 12 A Opção Certa Para a Sua Realização


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7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4! 5!
c) C7,3 = = = 35 • escolher 2 moças: C5,2= = 10 modos
4!3! 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ⋅ 4 ! 2! 3!
7! 7 ⋅ 6 ⋅ 5 ⋅ 4!
d) C7,4= = = 35 Como para cada uma das 20 triplas de rapazes temos 10 pares de mo-
4!3! 4! ⋅ 3 ⋅ 2 ⋅ 1 ças para compor cada comissão, então, o total de comissões é C6,3
. C5,2 = 200.
2) Quantos subconjuntos de 3 elementos tem um conjunto de 5
elementos? 7) Sobre uma reta são marcados 6 pontos, e sobre uma outra reta,
5! 5 ⋅ 4 ⋅ 3! paralela á primeira, 4 pontos.
C5,3 = = = 10 subconjunt os a) Quantas retas esses pontos determinam?
3! 2! 3! ⋅ 2 ⋅ 1
b) Quantos triângulos existem com vértices em três desses pontos?
Cn,3 4 Solução:
3) obter n, tal que =
Cn,2 3 a) C10,2 - C6,2 - C4,2 + 2 = 26 retas onde
Solução:
C6,2 é o maior número de retas possíveis de serem determinadas por
n! seis pontos C4,2 é o maior número de retas possíveis de serem
3! ( n - 3 )! 4 n! 2!( n - 2 )! 4 determinadas por quatro pontos
= ⇒ ⋅ = ∴
n! 3 3!( n - 3 ) n! 3
2! ( n - 2 )!
2 ⋅ ( n - 2 ) ( n - 3 )! 4 b) C10,3 – C6,3 -- C4,3 = 96 triângulos onde
∴ = ∴n - 2 = 4
3 ⋅ 2 ⋅ ( n - 3 )! 3
C6,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados
convém em uma das retas, pois pontos colineares não determinam triângulo.
n=6 C4,3 é o total de combinações determinadas por três pontos alinhados
da outra reta.
4) Obter n, tal que Cn,2 = 28.

Solução:
n! n ( n - 1) ( n - 2 ) !
= 28 ⇒ = 56 ∴ 8) Uma urna contém 10 bolas brancas e 6 pretas. De quantos
2! ( n - 2 ) (n − 2 ) ! modos é possível tirar 7 bolas das quais pelo menos 4 sejam
pretas?
n=8
n2 – n – 56 = 0 Solução:
As retiradas podem ser efetuadas da seguinte forma:
n = -7 (não convém) 4 pretas e 3 brancas ⇒ C6,4 . C10,3 = 1 800 ou
5 pretas e 2 brancas ⇒ C6,5 . C10,2 = 270 ou
5) Numa circunferência marcam-se 8 pontos, 2 a 2 distintos. Obter o 6 pretas e1 branca ⇒ C6,6 . C10,1 = 10
número de triângulos que podemos formar com vértice nos pontos
indicados:
Logo. 1 800 + 270 + 10 = 2 080 modos

Exercícios
1) Calcule:
a) C8,1 + C9,2 - C7,7 + C10,0
b) C5,2 +P2 - C5,3
c) An,p . Pp

2) Obtenha n, tal que :


a) Cn,2 = 21
b) Cn-1,2 = 36
Solução: c) 5 . Cn,n - 1 + Cn,n -3 = An,3
Um triângulo fica identificado quando escolhemos 3 desses pontos, não
importando a ordem. Assim, o número de triângulos é dado por: 3) Resolva a equação Cx,2 = x.
8! 8 ⋅ 7 ⋅ 6
C8,3 = = = 56 4) Quantos subconjuntos de 4 elementos possui um conjunto de 8
3!5! 3 ⋅ 2
elementos?
6) Em uma reunião estão presentes 6 rapazes e 5 moças. Quantas
5) Numa reunião de 7 pessoas, quantas comissões de 3 pessoas
comissões de 5 pessoas, 3 rapazes e 2 moças, podem ser for-
podemos formar?
madas?
6) Um conjunto A tem 45 subconjuntos de 2 elementos. Obtenha o
Solução:
número de elementos de A,
Na escolha de elementos para formar uma comissão, não importa a
ordem. Sendo assim :
A p,3
• escolher 3 rapazes: C6,3 =
6!
= 20 modos
7) Obtenha o valor de p na equação: = 12 .
3!3! Cp,4

8) Obtenha x na equação Cx,3 = 3 . Ax.2.

Raciocínio Lógico e Matemático 13 A Opção Certa Para a Sua Realização


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9) Numa circunferência marcam-se 7 pontos distintos. Obtenha: d) 4
a) o número de retas distintas que esses pontos determinam; e) 10
b) o número de triângulos com vértices nesses pontos; 24) O número de triângulos que podem ser traçados utilizando-se 12
c) o número de quadriláteros com vértices nesses pontos; pontos de um plano, não havendo 3 pontos em linha reta, é:
d) o número de hexágonos com vértices nesses pontos. a) 4368
b) 220
10) A diretoria de uma firma é constituída por 7 diretores brasileiros e c) 48
4 japoneses. Quantas comissões de 3 brasileiros e 3 japoneses d) 144
podem ser formadas? e) 180
11) Uma urna contém 10 bolas brancas e 4 bolas pretas. De quantos
25) O time de futebol é formado por 1 goleiro, 4 defensores, 3 jogado-
modos é possível tirar 5 bolas, das quais duas sejam brancas e 3
res de meio de campo e 3 atacantes. Um técnico dispõe de 21 jo-
sejam pretas?
gadores, sendo 3 goleiros, 7 defensores, 6 jogadores de meio
12) Em uma prova existem 10 questões para que os alunos escolham campo e 5 atacantes. De quantas maneiras poderá escalar sua
5 delas. De quantos modos isto pode ser feito? equipe?
a) 630
13) De quantas maneiras distintas um grupo de 10 pessoas pode ser b) 7 000
dividido em 3 grupos contendo, respectivamente, 5, 3 e duas pes- c) 2,26 . 109
soas? d) 21000
e) n.d.a.
14) Quantas diagonais possui um polígono de n lados?
26) Sendo 5 . Cn, n - 1 + Cn, n - 3, calcular n.
15) São dadas duas retas distintas e paralelas. Sobre a primeira mar-
cam-se 8 pontos e sobre a segunda marcam-se 4 pontos. Obter: 27) Um conjunto A possui n elementos, sendo n ≥ 4. O número de
a) o número de triângulos com vértices nos pontos marcados; subconjuntos de A com 4 elementos é:
b) o número de quadriláteros convexos com vértices nos
pontos marcados. a)
[n !] c) ( n – 4 ) ! e) 4 !
24( n - 4 )
16) São dados 12 pontos em um plano, dos quais 5, e somente 5, es-
tão alinhados. Quantos triângulos distintos podem ser formados n!
b) d) n !
com vértices em três quaisquer dos 12 pontos? (n-4)
17) Uma urna contém 5 bolas brancas, 3 bolas pretas e 4 azuis. De
28) No cardápio de uma festa constam 10 diferentes tipos de salgadi-
quantos modos podemos tirar 6 bolas das quais:
nhos, dos quais apenas 4 serão servidos quentes. O garçom en-
a) nenhuma seja azul
carregado de arrumar a travessa e servi-la foi instruído para que a
b) três bolas sejam azuis
mesma contenha sempre só dois tipos diferentes de salgadinhos
c) pelo menos três sejam azuis
frios e dois diferentes dos quentes. De quantos modos diversos
18) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em pode o garçom, respeitando as instruções, selecionar os salgadi-
dois conjuntos de 4 elementos? nhos para compor a travessa?
a) 90 d) 38
19) De quantos modos podemos separar os números de 1 a 8 em b) 21 e) n.d.a.
dois conjuntos de 4 elementos, de modo que o 2 e o 6 não c) 240
estejam no mesmo conjunto?
20) Dentre 5 números positivos e 5 números negativos, de quantos 29) Em uma sacola há 20 bolas de mesma dimensão: 4 são azuis e
modos podemos escolher quatro números cujo produto seja as restantes, vermelhas. De quantas maneiras distintas podemos
positivo? extrair um conjunto de 4 bolas desta sacola, de modo que haja
pelo menos uma azul entre elas?
20 ! 16 !
a) −
21) Em um piano marcam-se vinte pontos, não alinhados 3 a 3, 16 ! 12 !
exceto cinco que estão sobre uma reta. O número de retas
20 !
determinadas por estes pontos é: b)
a) 180 4 ! 16 !
b) 1140 20 !
c) 380 c)
d) 190 16 !
e) 181 1  20 ! 16 ! 
d) ⋅  − 
22) Quantos paralelogramos são determinados por um conjunto de 4 !  16 ! 12 ! 
sete retas paralelas, interceptando um outro conjunto de quatro e) n.d.a.
retas paralelas?
a) 162 30) Uma classe tem 10 meninos e 9 meninas. Quantas comissões di-
b) 126 ferentes podemos formar com 4 meninos e 3 meninas, incluindo
c) 106 obrigatoriamente o melhor aluno dentre os meninos e a melhor
d) 84 aluna dentre as meninas?
e) 33 a) A10,4 . A9,3 c) A9,2 – A8,3 e) C19,7
23) Uma lanchonete que vende cachorro quente oferece ao freguês: b) C10,4 - C9, 3 d) C9,3 - C8,2
pimenta, cebola, mostarda e molho de tomate, como tempero adi-
cional. Quantos tipos de cachorros quentes diferentes (Pela adi- 31) Numa classe de 10 estudantes, um grupo de 4 será selecionado
ção ou não de algum tempero) podem ser vendidos? para uma excursão, De quantas maneiras distintas o grupo pode
a) 12 ser formado, sabendo que dos dez estudantes dois são marido e
b) 24 mulher e apenas irão se juntos?
c) 16 a) 126 b) 98 c) 115 d)165 e) 122

Raciocínio Lógico e Matemático 14 A Opção Certa Para a Sua Realização


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RESPOSTAS RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO:
Princípio fundamental da contagem
PROPOSIÇÕES, CONECTIVOS, EQUIVALÊNCIA E IMPLI-
1) 63 14) 24 CAÇÃO LÓGICA, ARGUMENTOS VÁLIDOS.
2) 12 15) 90 par e 120 impares
3) 20 16) 18 COMPREENSÃO DE ESTRUTURAS LÓGICAS
4) 72 17) 48
5) 6 760 000 18) 72 INTRODUÇÃO
6) 45 697 600 19) 1 680 Neste roteiro, o principal objetivo será a investigação da validade de
7) 216 20) 504 ARGUMENTOS: conjunto de enunciados dos quais um é a CONCLUSÃO e
8) 180 21) 30 os demais PREMISSAS. Os argumentos estão tradicionalmente divididos
9) 360 22) 20 em DEDUTIVOS e INDUTIVOS.
10) 2 520 23) 720
11) 120 24) 480 ARGUMENTO DEDUTIVO: é válido quando suas premissas, se verda-
12) 4 536 25) 72 deiras, a conclusão é também verdadeira.
13) 60 26) 96
Premissa : "Todo homem é mortal."
Arranjos simples Premissa : "João é homem."
1) a) 8 c) 336 Conclusão : "João é mortal."
b) 56 d) 1680 Esses argumentos serão objeto de estudo neste roteiro.

2) a) 9 b) 89,6
ARGUMENTO INDUTIVO: a verdade das premissas não basta para
assegurar a verdade da conclusão.
3) a) s = {3} b) S = {4} c) S = {5}
Premissa : "É comum após a chuva ficar nublado."
Fatorial Premissa : "Está chovendo."
1) e 2) e Conclusão: "Ficará nublado."
3) a) 132 b) 43 c) 35 d) 330 Não trataremos do estudo desses argumentos neste roteiro.
n+2 5M − 2 As premissas e a conclusão de um argumento, formuladas em uma lin-
4) a) n b) c) n + 2 d) 1 e)
n +1 M guagem estruturada, permitem que o argumento possa ter uma análise
5) n = 9 b) n = 5 c) n = 3 d) n = 6 lógica apropriada para a verificação de sua validade. Tais técnicas de
análise serão tratadas no decorrer deste roteiro.
6) a
UMA CLASSIFICAÇÃO DA LÓGICA
7) a) S = {10} b) S = {3} LÓGICA INDUTIVA: útil no estudo da teoria da probabilidade, não será
abordada neste roteiro.
8) n = 5
LÓGICA DEDUTIVA: que pode ser dividida em:
9) n = 17 • LÓGICA CLÁSSICA- Considerada como o núcleo da lógica dedu-
tiva. É o que chamamos hoje de CÁLCULO DE PREDICADOS DE
Permutações simples 1a ORDEM com ou sem igualdade e de alguns de seus subsiste-
1) a) 40 320 d) 720 2) 144 mas.
b) 5 040 e) 4 320 3) 72 Três Princípios (entre outros) regem a Lógica Clássica: da IDEN-
c) 120 f) 11 520 4) 288 TIDADE, da CONTRADIÇÃO e do TERCEIRO EXCLUÍDO os
5) 120 quais serão abordados mais adiante.
• LÓGICAS COMPLEMENTARES DA CLÁSSICA: Complementam
Permutações simples com elementos repetidos de algum modo a lógica clássica estendendo o seu domínio.
1) d 2) c 3) a 4) d 5) b Exemplos: lógicas modal , deôntica, epistêmica , etc.
• LÓGICAS NÃO - CLÁSSICAS: Assim caracterizadas por derroga-
Combinações simples rem algum ou alguns dos princípios da lógica clássica. Exemplos:
n! p! 15) a) 160 b) 168 paracompletas e intuicionistas (derrogam o princípio do terceiro
1) a) 44 c) 16) 210 excluído); paraconsistentes (derrogam o princípio da contradição);
(n − p)! 17) a) 28 c) 252 não-aléticas (derrogam o terceiro excluído e o da contradição);
b) 2 b) 224 não-reflexivas (derrogam o princípio da identidade); probabilísticas,
2) a) n = 7 b) n = 10 18) 70 polivalentes, fuzzy-logic, etc...
c) n = 4 19) 55
3) S = {3} 20) 110
4) 70 21) e "ESBOÇO" DO DESENVOLVIMENTO DA LÓGICA
5) 35 22) b • PERÍODO ARISTOTÉLICO (390 a.C. a 1840 d.C.)
6) 10 23) c
7) p=5 24) b A história da Lógica tem início com o filósofo grego ARISTÓTELES
8) S={20} 25) d (384 - 322a.C.) de Estagira (hoje Estavo) na Macedônia. Aristóte-
9) a) 21 c) 35 26) n =4 les criou a ciência da Lógica cuja essência era a teoria do silogis-
b) 35 d) 7 27) a mo (certa forma de argumento válido). Seus escritos foram reuni-
10) 140 28) a dos na obra denominada Organon ou Instrumento da Ciência. Na
11) 180 29) d Grécia, distinguiram-se duas grandes escolas de Lógica, a PERI-
12) 252 30) d PATÉTICA (que derivava de Aristóteles) e a ESTÓICA fundada por
13) 2 520 31) b Zenão (326-264a.C.). A escola ESTÓICA foi desenvolvida por Cri-
n(n − 3) sipo (280-250a.C.) a partir da escola MEGÁRIA (fundada por Eu-
14)
2 clides, um seguidor de Sócrates). Segundo Kneale e Kneale (O
Desenvolvimento da Lógica), houve durante muitos anos uma certa

Raciocínio Lógico e Matemático 15 A Opção Certa Para a Sua Realização


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rivalidade entre os Peripatéticos e os Megários e que isto talvez te- • Se a lua é quadrada então a neve é branca. : p → q (p é o an-
nha prejudicado o desenvolvimento da lógica, embora na verdade tecedente e q o consequente)
as teorias destas escolas fossem complementares. • A lua é quadrada se e somente se a neve é branca. : p ↔ q
GOTTFRIED WILHELM LEIBNIZ (1646-1716) merece ser citado, • A lua não é quadrada. : ∼p
apesar de seus trabalhos terem tido pouca influência nos 200 anos
seguidos e só foram apreciados e conhecidos no século XIX .
• SÍMBOLOS AUXILIARES: ( ), parênteses que servem
para denotar o "alcance" dos conectivos;
PERÍODO BOOLEANO: (1840 a 1910)
• Inicia-se com GEORGE BOOLE (1815-1864) e AUGUSTUS DE
MORGAN (1806-1871). Publicaram os fundamentos da chamada Exemplos:
Álgebra da lógica, respectivamente com MATHEMATICAL • Se a lua é quadrada e a neve é branca então a lua
ANALYSIS OF LOGIC e FORMAL LOGIC. não é quadrada. : ((p ∧ q) → ∼ p)
• GOTLOB FREGE (1848-1925) um grande passo no desenvolvi- • A lua não é quadrada se e somente se a neve é bran-
mento da lógica com a obra BEGRIFFSSCHRIFT de 1879. As idei- ∼ p) ↔q))
ca. : ((∼
as de Frege só foram reconhecidas pelos lógicos mais ou menos a
partir de 1905. É devido a Frege o desenvolvimento da lógica que • DEFINIÇÃO DE FÓRMULA :
se seguiu.
1. Toda fórmula atômica é uma fórmula.
• GIUSEPPE PEANO (1858-1932) e sua escola com Burali-Forti,
2. Se A e B são fórmulas então (A ∨ B) , (A ∧ B) , (A → B)
Vacca, Pieri, Pádoa, Vailati, etc. Quase toda simbologia da mate-
mática se deve a essa escola italiana. , (A ↔ B) e (∼
∼ A) também são fórmulas.
3. São fórmulas apenas as obtidas por 1. e 2. .
- PERÍODO ATUAL: (1910- ........)
• Com BERTRAND RUSSELL (1872-1970) e ALFRED NORTH Com o mesmo conectivo adotaremos a convenção pela
WHITEHEAD (1861-1947) se inicia o período atual da lógica, com direita.
a obra PRINCIPIA MATHEMATICA. Exemplo: a fórmula p ∨ q ∧ ∼ r → p → ∼ q deve ser entendida
• DAVID HILBERT (1862-1943) e sua escola alemã com von Neu- como (((p ∨ q) ∧ (∼
∼ r)) → ( p → (∼
∼ q)))
man, Bernays, Ackerman e outros.
• KURT GÖDEL (1906-1978) e ALFRED TARSKI (1902-1983) com AS TABELAS VERDADE
suas importantes contribuições. Surgem as Lógicas não-clássicas: A lógica clássica é governada por três princípios (entre outros) que po-
N.C.A. DA COSTA (Universidade de São Paulo) com as lógicas dem ser formulados como segue:
paraconsistentes, L. A. ZADEH (Universidade de Berkeley-USA) • Princípio da Identidade: Todo objeto é idêntico a si mesmo.
com a lógica "fuzzy" e as contribuições dessas lógicas para a In-
• Princípio da Contradição: Dadas duas proposições contraditórias
formática, no campo da Inteligência Artificial com os Sistemas Es-
pecialistas. (uma é negação da outra), uma delas é falsa.
Hoje as especialidades se multiplicam e as pesquisas em Lógica en- • Princípio do Terceiro Excluído: Dadas duas proposições contra-
globam muitas áreas do conhecimento. ditórias, uma delas é verdadeira.
CÁLCULO PROPOSICIONAL Com base nesses princípios as proposições simples são ou verdadei-
ras ou falsas - sendo mutuamente exclusivos os dois casos; daí dizer que a
Como primeira e indispensável parte da Lógica Matemática temos o lógica clássica é bivalente.
CÁLCULO PROPOSICIONAL ou CÁLCULO SENTENCIAL ou ainda
CÁLCULO DAS SENTENÇAS.
Para determinar o valor (verdade ou falsidade) das proposições com-
postas (moleculares), conhecidos os valores das proposições simples
CONCEITO DE PROPOSIÇÃO (atômicas) que as compõem usaremos tabelas-verdade :
PROPOSIÇÃO: sentenças declarativas afirmativas (expressão de 1.Tabela verdade da "negação" : ~p é verdadeira (falsa) se e somente
uma linguagem) da qual tenha sentido afirmar que seja verdadeira ou que se p é falsa (verdadeira).
seja falsa.
• A lua é quadrada. p ~p
• A neve é branca. V F
• Matemática é uma ciência. F V
Não serão objeto de estudo as sentenças interrogativas ou exclamati-
2. Tabela verdade da "conjunção": a conjunção é verdadeira se e so-
vas.
mente os conjunctos são verdadeiros.

OS SÍMBOLOS DA LINGUAGEM DO CÁLCULO PROPOSICIONAL p q p∧q


• VARIÁVEIS PROPOSICIONAIS: letras latinas minúsculas V V V
p,q,r,s,.... para indicar as proposições (fórmulas atômicas) .
V F F
Exemplos: A lua é quadrada: p
F V F
A neve é branca : q
• CONECTIVOS LÓGICOS: As fórmulas atômicas po- F F F
dem ser combinadas entre si e, para representar tais 3. Tabela verdade da "disjunção" : a disjunção é falsa se, e somente,
combinações usaremos os conectivos lógicos : os disjunctos são falsos.
∧: e , ∨: ou , → : se...então , ↔ : se e somente se , ∼: não
p q p∨q

Exemplos: V V V
• A lua é quadrada e a neve é branca. : p ∧ q (p e q são cha- V F V
mados conjunctos)
F V V
• A lua é quadrada ou a neve é branca. : p ∨ q ( p e q são cha-
mados disjunctos) F F F

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4. Tabela verdade da "implicação": a implicação é falsa se, e somente CONSTRUÇÃO DE TABELAS-VERDADE
se, o antecedente é verdadeiro e o consequente é falso.
p q p→q 1. TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA
V V V Dadas várias proposições simples p, q, r,..., podemos combiná-las
pelos conectivos lógicos: ∼ , Λ , V , → , ↔
V F F
e construir proposições compostas, tais como:
F V V P (p, q) = ∼ p V (p →q)
F F V Q (p, q) = (p ↔ ∼ q) Λq
R (p, q, r) = ( p → ∼ q V r ) Λ ∼ ( q V ( p ↔ ∼ r ) )
5. Tabela verdade da "bi-implicação": a bi-implicação é verdadeira se, e
somente se seus componentes são ou ambos verdadeiros ou ambos falsos Então, com o emprego das tabelas-verdade das operações lógicas
p q p↔q fundamentais: ∼ p, p Λ q, p V q, p →q, p ↔ q é possível construir a
tabela-verdade correspondente a qualquer proposição composta dada,
V V V tabela-verdade esta que mostrará exatamente os casos em que a proposi-
V F F ção composta será verdadeira(V) ou falsa(F), admitindo-se, como é sabi-
do, que o seu valor lógico só depende dos valores lógicos das proposições
F V F simples componentes.
F F V
2. NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE
O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta
Exemplo: Construir a tabela verdade da fórmula : ((p ∨ q) → ~p)
depende do número de proposições simples que a integram, sendo da-
→ (q ∧ p)
do pelo seguinte teorema:
p q ((p ∨ q) → ∼p) → (q ∧ p)
V V V F F V V A tabela-verdade de uma proposição composta com n proposi-
ções simples componentes contém 2n linhas.
V F V F F V F
Dem. Com efeito, toda proposição simples tem dois valores lógicos: V e
F V V V V F F F, que se excluem. Portanto, para uma proposição composta P(p1, p2, ... pn)
F F F V V F com n proposições simples componentes p1, p2, ... pn há tantas possibilida-
F
des de atribuição dos valores lógicos V e F a tais componentes quantos são
os arranjos com repetição n a n dos dois elementos V e F, isto é, A2, n = 2n,
• NÚMERO DE LINHAS DE UMA TABELA-VERDADE: Cada propo- segundo ensina a Análise Combinatória.
sição simples (atômica) tem dois valores V ou F, que se excluem.
Para n atômicas distintas, há tantas possibilidades quantos são os 3. CONSTRUÇÃO DA TABELA-VERDADE DE UMA PROPOSIÇÃO
arranjos com repetição de 2 (V e F) elementos n a n. Segue-se COMPOSTA
que o número de linhas da tabela verdade é 2n. Assim, para duas Para a construção prática da tabela-verdade de uma proposição com-
proposições são 22 = 4 linhas; para 3 proposições são 23 = 8; etc. posta começa-se por contar o número de proposições simples que a inte-
Exemplo: a tabela - verdade da fórmula ((p ∧ q) → r) terá 8 li- gram. Se há n proposições simples componentes: p1, p2, ... pn então a
nhas como segue: tabela-verdade contém 2n linhas. Posto isto, à 1ª proposição simples p1
p q r ((p ∧ q) → r ) atribuem-se 2n/2 = 2n - 1 valores V seguidos de 2n – 2 valores F; à 2ª proposi-
ção simples p2 atribuem-se 2n/4 = 2n - 2 valores V, seguidos de 2n - 2 valores
V V V V V F, seguidos de 2n - 2 valores V,seguidos, finalmente, de 2n - 2 valores F; e
V V F V F assim por diante. De modo genérico, a k-ésima proposição simples pk(k ≤
n) atribuem-se alternadamente 2n/ 2k = 2n - k valores V seguidos de igual
V F V F V número de valores F.
V F F F V No caso, p. ex., de uma proposição composta com cinco (5) proposi-
ções simples componentes, a tabela-verdade contém 25 = 32 linhas, e os
F V V F V grupos de valores V e F se alternam de 16 em 16 para a 1ª proposição
F V F F V simples p1, de 8 em 8 para a 2ª proposição simples p2, de 4 em 4 para a 3ª
proposição simples p3, de 2 em 2 para a 4ª proposição simples p4, e, enfim,
F F V F V
de 1 em 1 para a 5ª proposição simples p5.
F F F V
4. EXEMPLIFICAÇAO
(1) Construir a tabela-verdade da proposição: P ( p, q) = ∼ (p Λ ∼ q)
1ª Resolução - Forma-se, em primeiro lugar, o par de colunas correspon-
NOTA: "OU EXCLUSIVO" É importante observar que "ou" dentes às duas proposições simples componentes p e q. Em seguida,
pode ter dois sentidos na linguagem habitual: inclusivo (dis-
forma-se a coluna para ∼ q. Depois, forma-se a coluna para p Λ ∼ q.
junção) ∨ ("vel") e exclusivo ∨ ( "aut") onde p ∨q significa ((p ∨ q) Afinal, forma-se a coluna relativa aos valores lógicos da proposição
∧∼ (p ∧ q)). composta dada.
p q ((p ∨ q) ∧ ∼ (p ∧ q))
V V V F F V p q ∼q pΛ∼q ∼ (p Λ ∼ q)
V F V V V F V V F F V
V F V V F
F V V V V F
F V F F V
F F F FV F F F V F V

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2.ª Resolução — Formam-se primeiro as colunas correspondentes às 1ª Resolução:
duas proposições simples p e q. Em seguida, à direita, traça-se uma coluna
para cada uma dessas proposições e para cada um dos conectivos que p q pΛq q↔p ∼ ( p Λ q) ∼ (q ↔ p) ∼ ( p Λ q) V ∼
figuram na proposição composta dada.
(q ↔ p)
V V V V F F F
p q ∼ (p Λ ∼ q)
V F F F V V V
V F
F V F F V V V
V V
F F F V V F V
F V
F F
2ª Resolução:

Depois, numa certa ordem, completam-se essas colunas, escrevendo


cm cada uma delas os valores lógicos convenientes, no modo abaixo p q ∼ (p Λ q) V ∼ (q ↔ p)
indicado: V V F V V V F F V V V
V F V V F F V V F F V
p q ∼ (p Λ ∼ q) F V V F F V V V V F F
V V V V F F F F F V F F F V F F V F
V F F V V V F 3 1 2 1 4 3 1 2 1
F V V F F F V
F F V F F V F Portanto, simbolicamente:
4 1 3 2 1 P(VV)=F, P(VF)=V, P(FV)=V, P(FF)=V

Os valores lógicos da proposição composta dada encontram-se na co- ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = FVVV
luna completada em último lugar (coluna 4).
Observe-se que P(p, a) outra coisa não é que uma função de U = { VV,
Portanto, os valores lógicos da proposição composta dada correspon- VF, FV, FF} em (V, F} , cuja representação gráfica por um diagrama sagi-
dentes a todas as possíveis atribuições dos valores lógicos V e F às propo- tal é a seguinte:
sições simples componentes p e q (VV, VF, FV e FF) são V, F, V e V, isto é,
simbolicamente:
P(VV)=V, P(VF)=F, P(FV)=V, P(FF)=V
ou seja, abreviadamente: P(VV, VF, FV, FF) = VFVV

Observe-se que a proposição P(p, q) associa a cada um dos elementos


do conjunto U — { VV, VF, FV, FF } um único elemento do conjunto {V, F}
isto é, P(p, q) outra coisa não é que uma função de U em {V, F}
P(p,q) : U → {V,F}

3ª Resolução:
cuja representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte:

∼ (p Λ q) V ∼ (q ↔ p)
F V V V F F V V V
V V F F V V F F V
V F F V V V V F F
V F F F V F F V F
3 1 2 1 4 3 1 2 1

3ª Resolução — Resulta de suprimir na tabela-verdade anterior as duas (3) Construir a tabela-verdade da proposição:
primeiras colunas da esquerda relativas às proposições simples com-
P(p, q, r) = p V ∼ r → q Λ ∼ r
ponentes p e q que dá a seguinte tabela-verdade simplificada para a
proposição composta dada: 1ª Resolução:

∼ (p Λ ∼ q) p q r ∼r pV∼ qΛ∼ pV∼r→qΛ∼


r r r
V V F F V
V V V F V F F
F V V V F
V V F V V V V
V F F F V
V F V F V F F
V F F V F
V F F V V F F
4 1 3 2 1 F V V F F F V
F V F V V V V
(2) Construir a tabela-verdade da proposição: F F V F F F V
P (p, q) = ∼ ( p Λ q) V ∼ (q ↔ p) F F F V V F F

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2ª Resolução: Portanto, simbolicamente:
p q r p V ∼ r → q Λ ∼ r P(VVV) = V, P(VVF) = V, P(VFV) = V, P(VFF) = V
V V V V V F V F V F F V P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = V
V V F V V V F V V V V F
V F V V V F V F F F F V ou seja, abreviadamente:
V F F V V V F F F F V F P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = VVVVVVVV
F V V F F F V V V F F V Observe-se que a última coluna (coluna 4) da tabela-verdade da pro-
posição P(p, q, r) só encerra a letra V(verdade), isto é, o valor lógico desta
F V F F V V F V V V V F
proposição é sempre V quaisquer que sejam os valores lógicos das propo-
F F V F F F V V F F F V sições componentes p, q e r.
F F F F V V F F F F V F
1 3 2 1 4 1 3 2 1 (5) Construir a tabela-verdade da proposição:
P(p, q, r) =(p → ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ↔~ r))

Portanto, simbolicamente: Resolução:


P(VVV) = F, P(VVF) = V, P(VFV) = F, P(VFF) = F (p → ( ~ q V r )) Λ ~ (q V (p ↔ ~ r))
P(FVV) = V, P(FVF) V, P(FFV) = V, P(FFF) = F
V V F V V V F F V V V F F V
V F F V F F F F V V V V V F
ou seja, abreviadamente:
V V V F V V V V F F V F F V
P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FVFFVVVF
V V V F V F F F F V V V V F
F V F V V V F F V V F V F V
Observe-se que a proposição P(p, q, r) outra coisa n~o é que uma fun-
F V F V F F F F V V F F V F
ção de U = {VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF} em {V, F} , cuja
representação gráfica por um diagrama sagital é a seguinte: F V V F V V F F F V F V F V
F V V F V F V V F F F F V F
1 4 2 1 3 1 6 5 1 4 1 3 2 1

Note-se que é uma tabela-verdade simplificada da proposição P(p, q,


r), pois, não encerra as colunas relativas às proposições componentes p, q
e r.

Portanto, simbolicamente:
P(VVV) = F, P(VVF) = F, P(VFV) = V, P(VFF) = F
P(FVV) = F, P(FVF)= F, P(PFV) = F, P(FFF) = V
ou seja, abreviadamente:
3ª Resolução: P(VVV, VVF, VFV, VFF, FVV, FVF, FFV, FFF) = FFVFFFFV
p V ∼ r → q Λ ∼ r
V V F V F V F F V 5. VALOR LÓGICO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA
V V V F V V V V F Dada uma proposição composta P(p, q, r,.. .), pode-se sempre determi-
V V F V F F F F V nar o seu valor lógico (V ou F) quando são dados ou conhecidos os valores
lógicos respectivos das proposições componentes p, q, r .
V V V F F F F V F
F F F V V V F F V
Exemplos:
F V V F V V V V F
(1) Sabendo que os valores lógicos das proposições p e q são res-
F F F V V F F F V pectivamente V e F, determinar o valor lógico (V ou F) da pro-
F V V F F F F V F posição:
1 3 2 1 4 1 3 2 1 P(p, q) = ∼ (p V q) ↔ ∼ p Λ ∼ q

(4) Construir a tabela-verdade da proposição: Resolução — Temos, sucessivamente:


P(p, q, r) = (p → q) Λ (q → r) → (p → r) V(P) = ∼ (V V F) ↔ ∼ V Λ ∼ F = ∼ V ↔ F Λ V = F ↔ F = V
Resolução: π
p q r (p → q) Λ (q → r) → (p → r) Sejam as proposições p: π =3 e q: sen =0.
2
V V V V V V V V V V V V V V
V V F V V V F V F F V V F F Determinar o valor lógico (V ou F) da proposição:
V F V V F F F F V V V V V V P(p, q) = (p → q) → (p → p Λ q)
V F F V F F F F V F V V F F Resolução — As proposições componentes p e q são ambas falsas, is-
F V V F V V V V V V V F V V to é, V(p) = F e V(q) = F. Portanto:
F V F F V V F V F F V F V F V(P) = (F→F) → (F → F Λ F) = V → (F → F) = V → V = V
F F V F V F V F V V V F V V (3) Sabendo que V(p) = V, V(q) = F e V(r) E, determinar o valor lógico
F F F F V F V F V F V F V F (V ou F) da proposição:
1 2 1 3 1 2 1 4 1 2 1 =P(p, q, r) = (q ↔ (r → ∼p)) V ((∼ q → p) ↔ r)

Raciocínio Lógico e Matemático 19 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Resolução - Temos, sucessivamente: A validade de um argumento depende exclusivamente da relação exis-
V(P) = ( F ↔ ( F → ∼ V)) V ((∼ F → V ) ↔ F) = tente entre as premissas e a conclusão. Portanto, afirmar que um dado
argumento é válido significa afirmar que as premissas estão de tal modo
= ( F ↔ ( F → F)) V ((V → V ) ↔ F) =
relacionadas com a conclusão que não é possível ter a conclusão falsa se
= ( F ↔ V)) V (( V ↔F ) = F V F = F as premissas são verdadeiras.
(4) Sabendo que V(r) V, determinar o valor lógico (V ou F) da proposi-
ção: p ∼ q V r. 3. CRITÉRIO DE VALIDADE DE UM ARGUMENTO
Teorema — Um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e somente
Resolução — Como r é verdadeira (V), a disjunção ∼ q V r é verdadei- se a condicional:
ra(V). Logo, a condicional dada é verdadeira(V), pois, o seu consequente é (P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ) → Q (1) é tautológica.
verdadeiro (V).
Dem. Com efeito, as premissas P1, P2, ... , Pn são todas verdadeiras se
(5) Sabendo que V(q) = V, determinar o valor lógico (V ou F) da propo- e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn é verdadeira. Logo, o argu-
sição:: (p → q) → ( ∼ q → ∼ p). mento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e somente se a conclusão Q é ver-
Resolução — Como q é verdadeira (V), então ∼ q é falsa (F). Logo, a dadeira todas as vezes que a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn é verdadeira,
condicional ∼ q → p é verdadeira(V), pois, o seu antecedente é falso(F). ou seja, se e somente se a proposição P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn implica logica-
Por consequência, a condicional dada é verdadeira(V), pois, o seu conse- mente a conclusão Q:
quente é verdadeiro(V). P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ⇒ Q ou, o que é equivalente, se a condicional (1) é
tautológica.
(6) Sabendo que as proposições “x = 0”, e “x = y” são verdadeiras e
que a proposição “y = z” é falsa, determinar o valor lógico (V ou F) da NOTA - Se o argumento
proposição: x ≠ 0 V x ≠ y → y ≠z
P1 (p, q, r,...),..., Pn(p, q, r,...) |— Q(p, q, r,...)

Resolução - Temos, sucessivamente:


é válido, então o argumento da “mesma forma”:
∼ V V ∼V → ∼F = F V F → V = F → V = V
P1 (P, Q, R,...),..., Pn(P, Q, R,...) |— Q(P, Q, R,...)

ARGUMENTOS. REGRAS DE INFERÊNCIA também é válido, quaisquer que sejam as proposições R, S, T, ...

1. DEFINIÇÃO DE ARGUMENTO Exemplificando, do argumento válido p |— p V q (1) segue-se a valida-


Sejam P1, P2, ... , Pn ( n ≥ 1) e Q proposições quaisquer, simples ou de dos argumentos:
compostas. (~p Λ r) |— (~ p Λ r) V (~ s → r );
Definição - Chama-se argumento toda a afirmação de que uma dada (p → V s) |— (p → r V s) V (~ r Λ s)
sequência finita P1, P2, ... , Pn ( n ≥ 1) de proposições tem como conse-
quência ou acarreta uma proposição final Q.
pois, ambos têm a mesma forma de (1).
Portanto, a validade ou não-validade de um argumento depende ape-
As proposições P1, P2, ... , Pn dizem-se as premissas do argumento, e nas da sua forma e não de seu conteúdo ou da verdade c falsidade das
a proposição final Q diz-se a conclusão do argumento. proposições que o integram. Argumentos diversos podem ter a mesma
Um argumento de premissas P1, P2, ... , Pn e de conclusão Q indica-se forma, e como é a forma que determina a validade, é lícito falar da validade
por: P1, P2, ... , Pn |— Q de uma dada forma ao invés de falar da validade de um dado argumento. E
afirmar que uma dada forma é válida equivale a asseverar que não existe
e se lê de uma das seguintes maneiras: argumento algum dessa forma com premissas verdadeiras e uma conclu-
(i) “P1, P2 ,..., Pn acarretam Q” são falsa, isto é, todo argumento de forma válida é um argumento válido.
Vice-versa, dizer que um argumento é válido equivale a dizer que tem
(ii) “Q decorre de P1, P2 ,..., Pn” forma válida.
(iii) “ Q se deduz de P1, P2 ,..., Pn”
(iv) “Q se infere de P1, P2 ,..., Pn” 4. CONDICIONAL ASSOCIADA A UM ARGUMENTO
Consoante o Teorema anterior (§3), dado um argumento qualquer: P1,
Um argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão P2, ... , Pn |— Q
chama-se silogismo.
2. VALIDADE DE UM ARGUMENTO a este argumento corresponde a condicional:
Definição - Um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q diz-se válido se e so-
(P1 Λ P2 Λ ... Λ Pn ) → Q
mente se a conclusão Q é verdadeira todas as vezes que as premissas P1,
P2 ,..., Pn são verdadeiras. com antecedente é a conjunção das premissas e cujo consequente é a
conclusão, denominada “condicional associada” ao argumento dado.
Em outros termos, um argumento P1, P2, ... , Pn |— Q é válido se e
somente se for V o valor lógico da conclusão Q todas as vezes que as
premissas P1, P2 ,..., Pn tiverem o valor lógico V. Reciprocamente, a toda condicional corresponde um argumento cujas
Portanto, todo argumento válido goza da seguinte propriedade caracte- premissas são as diferentes proposições cuja conjunção formam o antece-
rística: A verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclu- dente e cuja conclusão é o consequente.
são.
Um argumento não-válido diz-se um sofisma. Exemplificando, a “condicional associada” ao argumento:
Deste modo, todo argumento tem um valor lógico, digamos V se é váli- p Λ ~q, p → ~ r, q V ~ s |— ~ (r V s) é
do (correto, legítimo) ou F se é um sofisma (incorreto, ilegítimo). ( p Λ ~q) Λ ( p → ~ r) Λ ( q V ~ s) → ~ (r V s)
As premissas dos argumentos são verdadeiras ou, pelo menos admiti-
das como tal. Aliás, a Lógica só se preocupa com a validade dos argumen- e o “argumento correspondente” à condicional:
tos e não com a verdade ou a falsidade das premissas e das conclusões.
( p → q V r ) Λ ~ s Λ ( q V r → s) → ( s → p V ~q )

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é p→q
p → q V r , ~ s, q V r → s |— s → p V ~q ~q
~p
5. ARGUMENTOS VÁLIDOS FUNDAMENTAIS
São argumentos válidos fundamentais ou básicos (de uso corrente) os VII. Regra do Silogismo disjuntivo (SD):
constantes da seguinte lista: (i) p V q (ii) pVq
I. Adição (AD):
~p ~q
(i) p |— p V q; (ii) p |— q V p
q p

II. Simplificação (SIMP):


VIII. Regra do Silogismo hipotético (SH):
(i) p Λ q |— p; (ii) p Λ q |— q
p→q
q→r
III. Conjunção (CONJ):
p→r
(i) p, q |— p Λ q; (ii) p, q |— q Λ p

IX. Regra do Dilema construtivo (DC):


IV. Absorção (ABS): p → q |— p → ( p Λ q)
p→q
r→s
V. Modus ponens (MP): p→q, p |—q
pVr
qVs
VI. Modus tollens (MI): p→q, ~ q|— p

X. Regra do Dilema destrutivo (DD):


VII. Silogismo disjuntivo (SD):
p→q
(i) p V q, ~ p |— q; (ii) p V q, ~ q |— p
r→s
~qV~s
VIII. Silogismo hipotético (5H):
~pV~r
p → q, q → r |— p → r
Com o auxílio destas dez regras de inferência pode-se demonstrar a
IX. Dilema construtivo (DC):
validade de uni grande número de argumentos mais complexos.
p → q, r → s, p V r |— q V s
7. EXEMPLOS DO USO DAS REGRAS DE INFERÊNCIA
X. Dilema destrutivo (DD): Damos a seguir exemplos simples do uso de cada uma das regras de
p → q, r → s, ~ q V ~ s |— ~ p V ~ r inferência na dedução de conclusões a partir de premissas dadas.
A validade destes dez argumentos é consequência imediata das tabe- 1. Regra da Adição - Dada uma proposição p, dela se pode deduzir a
las-verdade. sua disjunção com qualquer outra proposição, isto é, deduzir p V q, ou p V
6. REGRAS DE INFERÊNCIA r, ou s V p, ou t V p, etc.
Os argumentos básicos da lista anterior são usados para fazer “infe-
rências”, isto é, executar os “passos” de uma dedução ou demonstração, e Exemplos:
por isso chamam-se também, regras de inferência, sendo habitual escrevê- (a) (1) p P (b) (1) ~p P
los na forma padronizada abaixo indicada colocando as premissas sobre
um traço horizontal e, em seguida, a conclusão sob o mesmo traço. (2) pV~q (2) qV~p
I. Regra da Adição (AD):
(i) p (ii) p (c) (1) pΛq P (b) (1) pVq P
pVq qV p (2) (p Λ q) V r (2) (r Λ s) V (p V q)

II. Regra de Simplificação (SIMP): (c) (1) x≠0 P (b) (1) x≠0 P
(i) p Λ q (ii) pΛq (2) x≠0Vx≠1 (2) x=2Vx<1
p q
III. Regra da Conjunção (CONJ): II. Regra da Simplificação — Da conjunção p Λ q de duas proposições
p p se pode deduzir cada uma das proposições, p ou q.
(i) q (ii) q
pVq qV p Exemplos:
(a) (1) (p V q) Λ r P (b) (1) pΛ~q P
IV. Regra da Absorção (ABS): (2) pVq (2) ~q
p→q
p → (p Λ q) (c) (1) x>0Λx≠1 P (b) (1) x∈AΛx∈B P
(2) x≠1 (2) x∈A
V. Regra Modus ponens (MP):
p→q III. Regra da Conjunção -- Permite deduzir de duas proposições dadas
p p e q (premissas) a sua conjunção p Λ q ou q Λ p (conclusão).
q
(a) (1) pVq P (b) (1) pVq P
(2) ~r P (2) qVr P
VI: Regra Modus tollens (MI):
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(3) (p V q) Λ ~ r (3) (p Λ q) V (q V r) (2) ~r (2) ~~ p
(3) pΛq (3) ~q
(c) (1) x<5 P (d) (1) x∈A P
(2) x>1 P (2) x∉B P (b) (1) x=0Vx=1 P (d) (1) ~ (p → q) V r P
(3) x > 1Λ x < 5 (3) x∉BΛx∈A (2) x ≠1 P (2) ~ ~ (p → q) P
(3) x=0 (3) r
IV. Regra da Absorção Esta regra permite, dada uma condicional -
como premissa, dela deduzir como conclusão uma outra condicional com o VIII. Regra do Silogismo hipotético Esta regra permite, dadas duas
mesmo antecedente p e cujo consequente é a conjunção p Λ q das duas condicionais: p → q e q → r (premissas), tais que o consequente da primei-
proposições que integram a premissa, isto é, p → p Λ q. ra coincide com o antecedente da segunda, deduzir uma terceira condicio-
Exemplos: nal p → r (conclusão) cujo antecedente e consequente são respectivamen-
(a) (1) x=2→x<3 P te o antecedente da premissa p → q e o consequente da outra premissa q
→ r (transitividade da seta → ).
(2) x=2→x=2Λx<3
(b) (1) x ∈ A → x ∈ A ∪ B P
(a) (1) ~p→~q P (b) (1) ~p→qVr P
(2) x ∈ A → x ∈ A Λ x ∈ A ∪ B
(2) ~q→~r P (2) qVr→~s P
V. Regra Modus ponens - Também é chamada Regra de separação e
(3) ~p→~r (3) ~ p → ~s
permite deduzir q (conclusão) a partir de p → q e p (premissas).
(c) (1) (p → q) → r P (d) (1) |x|=0→x=0 P
Exemplos: (2) r → (q Λ s) P (2) x=0→x+1=1 P
(a) (1) ~ p → ~ q (b) (1) pΛq→r P (3) (p → q) → (q Λ s) (3) |x|=0→x+1=1
P
(2) ~ p (2) pΛq P IX. Regra do Dilema construtivo — Nesta regra, as premissas são duas
P condicionais e a disjunção dos seus antecedentes, e a conclusão é a
(3) ~q (3) r disjunção dos consequentes destas condicionais.

(b) (1) p → q Λ r (c) (1) ~pVr→sΛ~q (a) (1) (p Λ q) → ~ r P (b) (1) x < y → x = 2 P
P P (2) s→t P (2) x < y → x = 2 P
(2) p P (2) ~ p V r (3) (p Λ q) V s P (3) x<yVx<y P
P (4) ~r Vt (4) x = 2 V x > 2
(3) q Λr (3) sΛ~q X. Regra do Dilema destrutivo Nesta regra, as premissas são duas
condicionais e a disjunção da negação dos seus consequentes, e a conclu-
(e) (1) x≠0→x+y >1 (f) (1) x∈A∩B→x∈A são é a disjunção da negação dos antecedentes destas condicionais.
P P
(2) x ≠ 0 (2) x∈A∩B P (a) (1) ~q→r P (b) (1) x + y = 7→ x = 2 P
P (2) p→~s P (2) y - x =2 → x = 3 P
(3) x+y >1 (3) x∈A (3) ~ r V ~~s P (3) x≠2Vx≠3 P
(4) ~~ q V ~p (4) x + y ≠ 7 V y –x ≠ 2
VI. Regra Modus tollens - Permite, a partir das premissas p → q
(condicional) o ~ q (negação do consequente), deduzir como conclusão ~ p
(negação do antecedente). TESTES

Exemplos: 1. Todos os marinheiros são republicanos. Assim sendo,


(a) (1) q Λr → s P (A) o conjunto dos marinheiros contém o conjunto dos republicanos.
(2) ~s P (B) o conjunto dos republicanos contém o conjunto dos marinheiros.
(3) ~ (q Λ r) (C) todos os republicanos são marinheiros.
(D) algum marinheiro não é republicano.
(b) (1) p→ ~q P
(E) nenhum marinheiro é republicano.
(2) ~~q P
(3) ~p
2. Assinale a alternativa que apresenta uma contradição.
(c) (1) p→q Λr P
(A) Todo espião não é vegetariano e algum vegetariano é espião.
(2) ~(q Λ r) P
(B) Todo espião é vegetariano e algum vegetariano não é espião.
(3) ~p
(C) Nenhum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano.
(d) (1) x≠0→x=y P (D) Algum espião é vegetariano e algum es pião não é vegetariano.
(2) x≠y P (E) Todo vegetariano é espião e algum espião não é vegetariano.
(3) x=0
3. Todos os que conhecem João e Maria admiram Maria. Alguns que
VII. Regra do Silogismo disjuntivo — Permite deduzir da disjunção p conhecem Maria não a admiram. Logo,
V q de duas proposições e da negação ~ p (ou ~ q) de uma delas a outra (A) todos os que conhecem Maria a admiram.
proposição q (ou p).
(B) ninguém admira Maria.
Exemplos:
(C) alguns que conhecem Maria não conhecem João.
(a) (1) (p Λ q) V r P (b) (1) ~ p V ~ q P

Raciocínio Lógico e Matemático 22 A Opção Certa Para a Sua Realização


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(D) quem conhece João admira Maria. 11. Continuando a sequência 47, 42, 37, 33, 29, 26, ... , temos
(E) só quem conhece João e Maria conhece Maria. (A) 21.
(B) 22.
4. Válter tem inveja de quem é mais rico do que ele. Geraldo não é (C) 23.
mais rico do que quem o inveja. Logo, (D) 24.
(A) quem não é mais rico do que Válter é mais pobre do que Válter. (E) 25.
(B) Geraldo é mais rico do que Válter.
(C) Válter não tem inveja de quem não é mais rico do que ele. 12. ' ... ó pensador crítico precisa ter uma tolerância e até predileção por
(D) Válter inveja só quem é mais rico do que ele. estados cognitivos de conflito, em que o problema ainda não é total-
(E) Geraldo não é mais rico do que Válter. mente compreendido. Se ele ficar aflito quando não sabe 'a resposta
correta', essa ansiedade pode impedir a exploração mais completa
do problema.' (David Canaher, Senso Crítico).
5. Em uma avenida reta, a padaria fica entre o posto de gasolina e a
banca de jornal, e o posto de gasolina fica entre a banca de jornal e a O autor quer dizer que o pensador crítico
sapataria. Logo, (A) precisa tolerar respostas corretas.
(A) a sapataria fica entre a banca de jornal e a padaria. (B) nunca sabe a resposta correta.
(B) a banca de jornal fica entre o posto de gasolina e a padaria. (C) precisa gostar dos estados em que não sabe a resposta correta.
(C) o posto de gasolina fica entre a padaria e a banca de jornal. (D) que não fica aflito explora com mais dificuldades os problemas.
(D) a padaria fica entre a sapataria e o posto de gasolina. (E) não deve tolerar estados cognitivos de conflito.
(E) o posto de gasolina fica entre a sapataria e a padaria.
13. As rosas são mais baratas do que os lírios. Não tenho dinheiro
6. Um técnica de futebol, animado com as vitórias obtidas pela sua suficiente para comprar duas dúzias de rosas. Logo,
equipe nos últimos quatro jogos, decide apostar que essa equipe (A) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas.
também vencerá o próximo jogo. Indique a Informação adicional que (B) não tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de rosas.
tornaria menos provável a vitória esperada. (C) não tenho dinheiro. suficiente para comprar meia dúzia de lírios.
(A) Sua equipe venceu os últimos seis jogos, em vez de apenas quatro. (D) não tenho dinheiro suficiente para comprar duas dúzias de lírios.
(B) Choveu nos últimos quatro jogos e há previsão de que não choverá (E) tenho dinheiro suficiente para comprar uma dúzia de lírios.
no próximo jogo.
(C) Cada um dos últimos quatro jogos foi ganho por uma diferença de 14. Se você se esforçar, então irá vencer. Assim sendo,
mais de um gol.
(A) seu esforço é condição suficiente para vencer.
(D) O artilheiro de sua equipe recuperou-se do estiramento muscular.
(8) seu esforço é condição necessária para vencer.
(E) Dois dos últimos quatro jogos foram realizados em seu campo e os
outros dois, em campo adversário. (C) se você não se esforçar, então não irá vencer.
(D) você vencerá só se se esforçar.
7. Marta corre tanto quanto Rita e menos do que Juliana. Fátima corre (E) mesmo que se esforce, você não vencerá.
tanto quanto Juliana. Logo,
(A) Fátima corre menos do que Rita.
15. Se os tios de músicos sempre são músicos, então
(B) Fátima corre mais do que Marta.
(A) os sobrinhos de não músicos nunca são músicos.
(C) Juliana corre menos do que Rita.
(B) os sobrinhos de não músicos sempre são músicos.
(D) Marta corre mais do que Juliana.
(C) os sobrinhos de músicos sempre são músicos.
(E) Juliana corre menos do que Marta.
(D) os sobrinhos de músicos nunca são músicos.
(E) os sobrinhos de músicos quase sempre são músicos.
8. Há 4 caminhos para se ir de X a Y e 6 caminhos para se ir de Y a Z.
O número de caminhos de X a Z que passam por Y é
(A) 10. 16. O paciente não pode estar bem e ainda ter febre. O paciente está
bem. Logo, o paciente
(B) 12.
(A) tem febre e não está bem.
(C) 18.
(B) tem febre ou não está bem.
(D) 24.
(C) tem febre.
(E) 32.
(D) não tem febre.
9. Todas as plantas verdes têm clorofila. Algumas plantas que tem
clorofila são comestíveis. Logo, (E) não está bem.
(A) algumas plantas verdes são comestíveis.
(B) algumas plantas verdes não são comestíveis. INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº
17 e 18.
(C) algumas plantas comestíveis têm clorofila.
"O primeiro impacto da nova tecnologia de aprendizado será sobre a
(D) todas as plantas que têm clorofila são comestíveis. educação universal. Através dos tempos, as escolas, em sua maioria,
(E) todas as plantas vendes são comestíveis. gastaram horas intermináveis tentando ensinar coisas que eram melhor
aprendidas do que ensinadas, isto é, coisas que são aprendidas de forma
10. A proposição 'É necessário que todo acontecimento tenha causa' é comportamental e através de exercícios, repetição e feedback. Pertencem a
equivalente a esta categoria todas as matérias ensinadas no primeiro grau, mas também
(A) É possível que algum acontecimento não tenha causa. muitas daquelas ensinadas em estágios posteriores do processo educacio-
nal. Essas matérias - seja ler e escrever, aritmética, ortografia, história,
(B) Não é possível que algum acontecimento não tenha causa. biologia, ou mesmo matérias avançadas como neurocirurgia, diagnóstico
(C) É necessário que algum acontecimento não tenha causa. médico e a maior parte da engenharia - são melhor aprendidas através de
(D) Não é necessário que todo acontecimento tenha causa. programas de computador. O professor motiva, dirige, incentiva. Na verda-
(E) É impossível que algum acontecimento tenha causa. de, ele passa a ser um líder e um recurso.

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Na escola de amanhã os estudantes serão seus próprios instrutores, INSTRUÇÃO: Utilize o texto a seguir para responder às questões de nº
com programas de computador como ferramentas. Na verdade, quanto 23 e 24.
mais jovens forem os estudantes, maior o apelo do computador para eles e "Os homens atribuem autoridade a comunicações de posições superio-
maior o seu sucesso na sua orientação e instrução. Historicamente, a res, com a condição de que estas comunicações sejam razoavelmente
escola de primeiro grau tem sido totalmente intensiva de mão-de-obra. A consistentes com as vantagens de escopo e perspectiva que são creditadas
escola de primeiro grau de amanhã será fortemente intensiva de capital. a estas posições. Esta autoridade é, até um grau considerável, independen-
Contudo, apesar da tecnologia disponível, a educação universal apre- te da habilidade pessoal do sujeito que ocupa a posição. E muitas vezes
senta tremendos desafios. Os conceitos tradicionais de educação não são reconhecido que, embora este sujeito possa ter habilidade pessoal limitada,
mais suficientes. Ler, escrever e aritmética continuarão a ser necessários sua recomendação deve ser superior pela simples razão da vantagem de
como hoje, mas a educação precisará ir muito além desses itens básicos. posição. Esta é a autoridade de posição.
Ela irá exigir familiaridade com números e cálculos; uma compreensão
básica de ciência e da dinâmica da tecnologia; conhecimento de línguas Mas é óbvio que alguns homens têm habilidade superior. O seu conhe-
estrangeiras. Também será necessário aprender a ser eficaz como membro cimento e a sua compreensão, independentemente da posição, geram
de uma organização, como empregado." (Peter Drucker, A sociedade pós- respeito. Os homens atribuem autoridade ao que eles dizem, em uma
capitalista). organização, apenas por esta razão. Esta é a autoridade de liderança.'
(Chester Barnard, The Functions of the Executive).

17. Para Peter Drucker, o ensino de matérias como aritmética, ortografia, 23. Para o autor,
história e biologia
(A) autoridade de posição e autoridade de liderança são sinônimos.
(A) deve ocorrer apenas no primeiro grau.
(B) autoridade de posição é uma autoridade superior à autoridade de
(B) deve ser diferente do ensino de matérias como neurocirurgia e liderança.
diagnóstico médico.
(C) a autoridade de liderança se estabelece por características individu-
(C) será afetado pelo desenvolvimento da informática. ais de alguns homens.
(D) não deverá se modificar, nas próximas décadas. (D) a autoridade de posição se estabelece por habilidades pessoais
(E) deve se dar através de meras repetições e exercícios. superiores de alguns líderes.
(E) tanto a autoridade de posição quanto a autoridade de liderança são
18. Para o autor, neste novo cenário, o computador ineficazes.
(A) terá maior eficácia educacional quanto mais jovem for o estudante.
(B) tende a substituir totalmente o professor em sala de aula. 24. Durante o texto, o autor procura mostrar que as pessoas
(C) será a ferramenta de aprendizado para os professores. (A) não costumam respeitar a autoridade de posição.
(D) tende a ser mais utilizado por médicos. (B) também respeitam autoridade que não esteja ligada a posições
(E) será uma ferramenta acessória na educação. hierárquicas superiores.
(C) respeitam mais a autoridade de liderança do que de posição.
19. Assinale a alternativa em que se chega a uma conclusão por um (D) acham incompatíveis os dois tipos de autoridade.
processo de dedução. (E) confundem autoridade de posição e liderança.
(A) Vejo um cisne branco, outro cisne branco, outro cisne branco ...
então todos os cisnes são brancos. 25. Utilizando-se de um conjunto de hipóteses, um cientista deduz uma
(B) Vi um cisne, então ele é branco. predição sobre a ocorrência de um certo eclipse solar. Todavia, sua
(C) Vi dois cisnes brancos, então outros cisnes devem ser brancos. predição mostra-se falsa. O cientista deve logicamente concluir que
(D) Todos os cisnes são brancos, então este cisne é branco. (A) todas as hipóteses desse conjunto são falsas.
(E) Todos os cisnes são brancos, então este cisne pode ser branco. (B) a maioria das hipóteses desse conjunto é falsa.
(C) pelo menos uma hipótese desse conjunto é falsa.
20. Cátia é mais gorda do que Bruna. Vera é menos gorda do que Bruna. (D) pelo menos uma hipótese desse conjunto é verdadeira.
Logo, (E) a maioria das hipóteses desse conjunto é verdadeira.
(A) Vera é mais gorda do que Bruna.
(B) Cátia é menos gorda do que Bruna. 26. Se Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial, então ele
(C) Bruna é mais gorda do que Cátia. cometeu um grave delito. Mas Francisco não desviou dinheiro da
(D) Vera é menos gorda do que Cátia. campanha assistencial. Logo,
(E) Bruna é menos gorda do que Vera. (A) Francisco desviou dinheiro da campanha assistencial.
(B) Francisco não cometeu um grave delito.
21. Todo cavalo é um animal. Logo, (C) Francisco cometeu um grave delito.
(A) toda cabeça de animal é cabeça de cavalo. (D) alguém desviou dinheiro da campanha assistencial.
(B) toda cabeça de cavalo é cabeça de animal. (E) alguém não desviou dinheiro da campanha assistencial.
(C) todo animal é cavalo.
(D) nem todo cavalo é animal. 27. Se Rodrigo mentiu, então ele é culpado. Logo,
(E) nenhum animal é cavalo. (A) se Rodrigo não é culpado, então ele não mentiu.
(B) Rodrigo é culpado.
22. Em uma classe, há 20 alunos que praticam futebol mas não praticam (C) se Rodrigo não mentiu. então ele não é culpado.
vôlei e há 8 alunos que praticam vôlei mas não praticam futebol. O (D) Rodrigo mentiu.
total dos que praticam vôlei é 15. Ao todo, existem 17 alunos que não (E) se Rodrigo é culpado, então ele mentiu.
praticam futebol. O número de alunos da classe é
(A) 30. (B) 35. (C) 37. (D) 42. (E) 44. 28. Continuando a sequência de letras F, N, G, M, H . . ..., ..., temos,
respectivamente,
(A) O, P.

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(B) I, O. Resposta: C – São Paulo, Campinas, Santos e Franca são cidades do
(C) E, P. Estado de São Paulo, ao passo que Porto Alegre não é cidade do
(D) L, I. nosso Estado.
(E) D, L.
Exercício 2
Assinale o número que completa a sequência apresentada: 1, 3, 5, 7,
29. Continuando a sequência 4, 10, 28, 82, ..., temos 9, ...
(A) 236. a) 13
(B) 244. b) 11
(C) 246. c) 15
(D) 254. d) 17
(E) 256. e) 19
Resposta: b – Os números 1, 3, 5, 7, 9 formam uma sequência, ou
30. Assinale a alternativa em que ocorre uma conclusão verdadeira (que seja, a sequência dos números ímpares. Portanto, o próximo número é
corresponde à realidade) e o argumento inválido (do ponto de vista 11.
lógico).
(A) Sócrates é homem, e todo homem é mortal, portanto Sócrates é Exercício 3
mortal. REAL está para BRASIL assim como DÓLAR está para .................
(B) Toda pedra é um homem, pois alguma pedra é um ser, e todo ser é a) Estados Unidos
homem. b) França
(C) Todo cachorro mia, e nenhum gato mia, portanto cachorros não são c) Canadá
gatos.
d) Austrália
(D) Todo pensamento é um raciocínio, portanto, todo pensamento é um
e) Alemanha
movimento, visto que todos os raciocínios são movimentos.
Resposta – A - Real é a moeda brasileira e dólar é a moeda dos
(E) Toda cadeira é um objeto, e todo objeto tem cinco pés, portanto
Estados Unidos.
algumas cadeiras tem quatro pés.

Exercício 4
31. Cinco ciclistas apostaram uma corrida.
O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este mais
• "A" chegou depois de "B".
rapidamente que o azul. Qual o carro que está se movimentando com
• "C" e "E" chegaram ao mesmo tempo. maior velocidade?
• "D" chegou antes de "B". a) o amarelo
• quem ganhou, chegou sozinho. b) o azul
Quem ganhou a corrida foi c) o vermelho
(A) A. d) o vermelho e o azul
(B) B. e) impossível responder
(C) C. Resposta – A – Lendo direitinho o enunciado vemos claramente que o
(D) D. carro amarelo anda mais depressa.
(E) E.
Exercício 5
Gabarito: Um tijolo pesa 1 quilo mais meio tijolo. Quanto pesam três tijolos?
1-B; 2-A; 3-C; 4-E; 5-E; 6-B; 7-B; 8-D; 9-C; 10-B; 11-C; 12-C; 13-D; a) 5 kg
14-A; 15-A; 16-D; 17-C; 18-A; 19-D; 20-D; 21-B; 22-E; 23-C; 24-B; b) 4 kg
25-C; 26-E; 27-A; 28-D; 29-B; 30-E; 31-D.
c) 4,5 kg
d) 5,5 kg
RACIOCÍNIO LÓGICO e) 3,5 kg

Os problemas seguintes requerem raciocínio para sua solução. A fim Resposta C – Pelo enunciado, um tijolo pesa um quilo e meio. Portanto,
de provar que uma resposta é correta, uma vez encontrada, necessita-se três tijolos deverão pesar 3 x 1,5 = 4,5 kg.
de um raciocínio cujas premissas estejam contidas no enunciado do
problema, e cuja conclusão seja a resposta ao mesmo. Se a resposta é
correta, poder-se-á construir um raciocínio válido. 0 leitor é solicitado, ao Enunciado para as próximas questões:
trabalhar com estes problemas, a preocupar-se não só em encontrar as Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala de aula: são
respostas corretas, mas em formular também os raciocínios que provem a Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde.
correção das respostas.
Daremos, a seguir, alguns exercícios resolvidos para que o candidato Marisa está numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao
possa inteirar-se do funcionamento do assunto. lado de Marina e Matilde, ao lado de Marisa.

Exercício 1 Responda as perguntas:


Assinale a alternativa que não faz parte do conjunto dado: 6. Quantas estão entre Marina e Marisa?
a) São Paulo 7. Quem está no meio?
b) Campinas 8. Quem está entre Matilde e Mariana?
c) Porto Alegre 9. Quem está entre Marina e Maria?
d) Santos 10. Quantas estão entre Marisa e Mariana?
e) Franca

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Se lermos direitinho o enunciado podemos concluir e fazer um desenho Exercício 16
para ilustrar e assim responder a todas as perguntas: Escreva o número que falta:
20 17 14 ...... 8 5
MARISA MATILDE MARIA MARIANA MARINA
Resposta: 11
Respostas: 20 – 3 = 17; 17 – 3 = 14; 14 – 3 = 11; 11 – 3 = 8; 8 – 3 = 5
6. três
7. Maria Exercício 17
8. Maria O vaqueiro está tocando as vaca numa estrada. Uma delas anda na
9. Mariana frente de duas outras, uma anda entre duas e uma anda atrás de duas.
10. duas Quantas eram as vacas?

Resposta: 3
Exercício 11
Qual o número que falta no quadro a seguir?
VACA VACA VACA
5 10 5
6 14 8 Exercício 18
3 10 ...... Como dispor oito oitos de forma que a soma seja 1.000?
Resposta: 7 – A soma dos extremos é o número central. Resposta: 888 + 88 + 8 + 8 + 8 = 1.000
5 + 5 = 10
6 + 8 = 14 Exercício 19
3 + 7 = 10 A mãe de Takada tem cinco filhos: Tanaco, Taneco, Tanico, Tanoco.
Qual é o quinto filho?
Exercício 12 a) Tanuco
Qual a palavra que não faz parte do grupo? b) Takuda
a) LIVRO c) Tanuka
b) REVISTA d) Takada
c) JORNAL Resposta: D – Takada. É claro que é Takada, que também é sua filha,
de acordo com o enunciado do problema.
d) ENCICLOPÉDIA
e) CARNE
Exercício 20
Resposta E – Os quatro primeiros são vendidos em livrarias e carne
não. Sabendo-se que seis raposas, em seis minutos, comem seis galinhas,
pergunta-se: Quantas raposas, em sessenta minutos, comem sessenta
galinhas?
Exercício 13 Resposta: 6 raposas (é só fazer o cálculo).
ALTO está para BAIXO, assim como GRANDE está para .................
a) nanico Exercício 21
b) baixinho Coloque a sílaba que completa a primeira palavra e começa a segunda
c) pequeno e com ambas forma uma terceira.
d) gabiru RE (........) TA
e) mínimo Resposta: GA – REGA – GATA – REGATA
Resposta: C – O contrário de grande é pequeno.
Exercício 22
Exercício 14 Assinale qual das marcas a seguir não é de carro:
Assinale a alternativa que não tem as mesmas características das a) ROFD
demais, quanto às patas: b) OLWVGASKNE
a) formiga c) VROCHETEL
b) aranha d) TONREMING
c) abelha e) TAIF
d) traça Resposta: REMINGTON – é máquina de escrever e as outras marcas
e) borboleta de automóvel (Ford, Volkswagen, Chevrolet, Fiat).
Resposta – b – Aranha tem oito patas. As outras têm seis.
Exercício 23
Exercício 15 Complete o número que falta:
Assinale qual destes animais, cujos nomes estão ocultos entre as 10 20 30
letras, é o menor: 12 15 .......
a) OSÃBI 15 20 35
b) TOGA a) 27
c) LIVAJA b) 31
d) ATOR c) 33
e) RAFAGI d) 29
Resposta: a (12 + 15 = 27)
Resposta: D – RATO (as outras: bisão, gato, javali, girafa)

Raciocínio Lógico e Matemático 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Exercício 24 Exercício 32
Ao medir uma vara verificou-se que ela tem 5 metros mais a metade de Assinale o número que continua a sequência:
seu próprio comprimento. Qual o real comprimento da vara? 12 34 56 ......
a) 12 metros a) 78 b) 76 c) 62 d) 98
b) 10 metros
c) 8 metros Resposta: A (os números “pulam” de 22 cada vez: 12 + 22 = 34 etc.)
d) 16 metros
Resposta: B
Exercício 33
Exercício 25 Para que haja uma representação teatral não pode faltar:
O pai do meu neto é o neto de meu pai. Quantas pessoas estão a) palco b) bilheteria c) ator (ou atriz) d) auditório e) texto
envolvidas nesse relacionamento de parentesco?
Resposta C – (é impossível uma representação teatral sem ator ou
Resposta: 4 atriz).

Exercício 26 TESTES
Um macaco caiu no fundo de um poço de 30 metros de profundidade.
Em cada hora ele sobe 5 m e escorrega 4 m. Depois de quantas horas 01) Considere as afirmações:
sairá do poço? A) se Patrícia é uma boa amiga, Vítor diz a verdade;
a) 30 horas B) se Vítor diz a verdade, Helena não é uma boa amiga;
b) 24 horas C) se Helena não é uma boa amiga, Patrícia é uma boa amiga.
c) 28 horas A análise do encadeamento lógico dessas três afirmações permite
d) 26 horas concluir que elas:
Resposta: D – 26 horas a) implicam necessariamente que Patrícia é uma boa amiga
b) são consistentes entre si, quer Patrícia seja uma boa amiga, quer
Exercício 27 Patrícia não seja uma boa amiga
A sala tem quatro cantos. Cada canto tem um gato. Cada gato vê três c) implicam necessariamente que Vítor diz a verdade e que Helena não
gatos. Quantos gatos estão na sala: é uma boa amiga
Resposta: 4 gatos. d) são equivalentes a dizer que Patrícia é uma boa amiga

Exercício 28 02) Na questão, observe que há uma relação entre o primeiro e o segun-
Porque prefere o barbeiro carioca cortar o cabelo de dois capixabas a do grupos de letras. A mesma relação deverá existir entre o terceiro
cortar o cabelo de um paulista? grupo e um dos cinco grupos que aparecem nas alternativas, ou seja,
a) porque ganha o dobro do dinheiro aquele que substitui corretamente o ponto de interrogação. Conside-
re que a ordem alfabética adotada é a oficial e exclui as letras K, W e
b) porque paulista gosta de pedir desconto Y.
c) porque paulista gosta de dar o calote CASA : LATA : : LOBO : ?
d) porque paulista não corta cabelo com carioca a) SOCO b) TOCO c) TOMO d) VOLO

Resposta: A 03) Uma das formas mais simples de argumentar consiste em duas
frases, uma das quais é conclusão da outra, que é chamada premis-
Exercício 29 sa. Dentre as opções a seguir, assinale aquela em que a associação
Assinale o número que falta: está correta.
10 20 30 a) Premissa: Os exames finais devem ser extintos.
11 13 17 Conclusão: Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a profes-
.... 33 47 sores.
Resposta: 21 (21 é a soma dos dois números superiores: 10 + 11 = b) Premissa: Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos.
21). Conclusão: Os índios brasileiros cultuavam vários deuses.
Exercício 30 c) Premissa: N é um número inteiro múltiplo de 6.
Coloque a letra que falta: Conclusão: N não é um número ímpar.
A C E G I ....... d) Premissa: É possível que um candidato ganhe as eleições presiden-
ciais.
Conclusão: O tal candidato tem muitos eleitores no interior do país.
A resposta é K, pois as letras pulam de duas em duas.

04) Em uma carpintaria há mestres-carpinteiros e aprendizes. Os mes-


Sempre que aparecerem problemas com letras, deve-se levar em conta tres têm todos a mesma capacidade de trabalho. Os aprendizes,
a letra K. também. Se 8 mestres juntamente com 6 aprendizes têm a mesma
capacidade de produção de 6 mestres juntamente com 10 aprendi-
Exercício 31 zes, a capacidade de um dos mestres, sozinho, corresponde à de:
Escreva o número que falta: a) 2 aprendizes.
50 45 40 35 .... 25 20 b) 3 aprendizes.
c) 4 aprendizes.
Resposta: 30 (os números decrescem de cinco em cinco). d) 5 aprendizes.

Raciocínio Lógico e Matemático 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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05) Regina e Roberto viajaram recentemente e voltaram três dias antes 12) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro,
do dia depois do dia de antes de amanhã. Hoje é terça-feira. Em que Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em
dia Regina e Roberto voltaram? uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa
a) Quarta-feira. b) Quinta-feira. e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na
c) Sexta-feira. d) Domingo. mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo.
Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que:
a) o lugar vago estava perto do Paulo.
06) Considere as seguintes afirmativas:
b) o lugar vago estava perto do José.
I. Todas as pessoas inteligentes gostam de cinema;
c) o lugar vago estava perto do João.
II. Existem pessoas antipáticas e inteligentes. Admitindo-se que as
afirmações acima são corretas, pode-se concluir que: d) o lugar vago estava perto do Pedro.
a) todas as pessoas que gostam de cinema são inteligentes.
13) Se o jardim não é florido, então o gato mia. Se o jardim é florido,
b) toda pessoa antipática é inteligente. então o passarinho não canta. Ora, o passarinho canta. Logo:
c) podem existir pessoas antipáticas que não gostem de cinema. a) o jardim é florido e o gato mia
d) as afirmações a, b e c são todas falsas. b) o jardim é florido e o gato não mia
c) o jardim não é florido e o gato mia
07) Considere uma pergunta e duas informações as quais assumiremos d) o jardim não é florido e o gato não mia
como verdadeiras.
Pergunta: Entre João, Nuno e Luís, quem é o mais baixo? 14) Três amigas, Tânia, Janete e Angélica, estão sentadas lado a lado
Informação 1: João é mais alto do que Luís. em um teatro. Tânia sempre fala a verdade; Janete às vezes fala a
Informação 2: Nuno é mais alto do que Luís. verdade; Angélica nunca fala a verdade. A que está sentada à es-
Diante desses dados conclui-se que: querda diz: "Tânia é quem está sentada no meio". A que está senta-
a) a primeira informação, sozinha, é suficiente para que se responda da no meio diz: "Eu sou Janete". Finalmente, a que está sentada à
corretamente à pergunta, e a segunda, insuficiente. direita diz: "Angélica é quem está sentada no meio". A que está sen-
tada à esquerda, a que está sentada no meio e a que está sentada à
b) a segunda informação, sozinha, é suficiente para que se responda direita são, respectivamente:
corretamente à pergunta, e a primeira, insuficiente.
a) Janete, Tânia e Angélica
c) as duas informações, em conjunto, são suficientes para que se
responda corretamente à pergunta, e cada uma delas, sozinha, é in- b) Janete, Angélica e Tânia
suficiente. c) Angélica, Janete e Tânia
d) as duas informações, em conjunto, são insuficientes para que se d) Angélica, Tânia e Janete
responda corretamente à pergunta.
15) Com a promulgação de uma nova lei, um determinado concurso
08) Se Lucia é pintora, então ela é feliz. Portanto: deixou de ser realizado por meio de provas, passando a análise cur-
a) Se Lucia não é feliz, então ela não é pintora. ricular a ser o único material para aprovação dos candidatos. Neste
caso, todos os candidatos seriam aceitos, caso preenchessem e en-
b) Se Lucia é feliz, então ela é pintora. tregassem a ficha de inscrição e tivessem curso superior, a não ser
c) Se Lucia é feliz, então ela não é pintora. que não tivessem nascido no Brasil e/ou tivessem idade superior a
d) Se Lucia não é pintora, então ela é feliz. 35 anos. José preencheu e entregou a ficha de inscrição e possuía
curso superior, mas não passou no concurso. Considerando o texto
09) Considere que, em um determinado instante, P passageiros aguar- acima e suas restrições, qual das alternativas abaixo, caso verdadei-
davam seu voo em uma sala de embarque de certo aeroporto. Na ra, criaria uma contradição com a desclassificação de José?
primeira chamada embarcaram os idosos, que correspondiam à me- a) José tem menos de 35 anos e preencheu a ficha de inscrição corre-
tade de P; na segunda, embarcaram as mulheres não idosas, cuja tamente.
quantidade correspondia à metade do número de passageiros que b) José tem mais de 35 anos, mas nasceu no Brasil.
haviam ficado na sala; na terceira, embarcaram alguns homens, em c) José tem menos de 35 anos e curso superior completo.
quantidade igual à metade do número de passageiros que ainda res-
tavam na sala. Se, logo após as três chamadas, chegaram à sala d) José tem menos de 35 anos e nasceu no Brasil.
mais 24 passageiros e, nesse momento, o total de passageiros na
sala passou a ser a metade de P, então na: 16) Se Beatriz não é mãe de Ana, é tia de Paula. Se Beatriz é irmã de
a) primeira chamada embarcaram 34 passageiros. Flávio, é mãe de Ana. Se Beatriz é mãe de Ana, não é irmã de Flá-
vio. Se Beatriz não é irmã de Flávio, não é tia de Paula. Logo, Bea-
b) primeira chamada embarcaram 36 passageiros. triz:
c) segunda chamada embarcaram 16 passageiros. a) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula.
d) segunda chamada embarcaram 18 passageiros. b) é mãe de Ana, é irmã de Flávio e não é tia de Paula.
10) Dizer que "André é artista ou Bernardo não é engenheiro" é logica- c) não é mãe de Ana, é irmã de Flávio e é tia de Paula.
mente equivalente a dizer que:
d) é mãe de Ana, não é irmã de Flávio e não é tia de Paula.
a) André é artista se e somente se Bernardo não é engenheiro.
b) Se André é artista, então Bernardo não é engenheiro.
17) Em uma empresa, há 12 dirigentes de níveis hierárquicos distintos
c) Se André não é artista, então Bernardo é engenheiro capacitados para a elaboração de determinado estudo: 5 diretores e
d) Se Bernardo é engenheiro, então André é artista. 7 gerentes. Para isso, entre esses 12 dirigentes, 4 serão sorteados
aleatoriamente para integrarem um grupo que realizará o referido es-
11) Um trapézio ABCD, com altura igual a h, possui bases AB = a e CD = tudo. A probabilidade de os 4 dirigentes sorteados serem do mesmo
b, com a > b. As diagonais deste trapézio determinam quatro triângu- nível hierárquico está entre:
los. A diferença entre as áreas dos triângulos que têm por bases AB a) 0,01 e 0,05.
e CD respectivamente e por vértices opostos a interseção das diago- b) 0,06 e 0,10.
nais do trapézio é igual a:
c) 0,11 e 0,15.
a) (a + b)/2 b) (a + b)h/2 c) (a - b)h/2 d) (a - b)/2
d) 0,16 e 0,20.

Raciocínio Lógico e Matemático 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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18) Estava olhando para o Norte. Girei 90º para a esquerda e passei, 24) Três amigos, Mário, Nilo e Oscar, juntamente com suas esposas,
portanto, a olhar para o Oeste. Girei 180º e depois girei 45º à es- sentaram-se, lado a lado, à beira do cais, para apreciar o pôr-do-sol.
querda. Depois girei 90º à esquerda e, depois, 135º à direita. Passei, Um deles é flamenguista, outro é palmeirense, e outro vascaíno. Sa-
nesse momento, a olhar para o: be-se, também, que um é arquiteto, outro é biólogo, e outro é cozi-
a) Norte; nheiro. Nenhum deles sentou-se ao lado da esposa, e nenhuma pes-
b) Leste; soa sentou-se ao lado de outra do mesmo sexo. As esposas cha-
mam-se, não necessariamente nesta ordem, Regina, Sandra e Tâ-
c) Nordeste; nia. O arquiteto sentou-se em um dos dois lugares do meio, ficando
d) Sudeste; mais próximo de Regina do que de Oscar ou do que do flamenguista.
O vascaíno está sentado em uma das pontas, e a esposa do cozi-
19) O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo, e nheiro está sentada à sua direita. Mário está sentado entre Tânia,
é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o que está à sua esquerda, e Sandra. As esposas de Nilo e de Oscar
conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente para o são, respectivamente:
barão sorrir e é condição necessária para a duquesa ir ao jardim. O a) Regina e Sandra b) Tânia e Sandra
barão não sorriu. Logo: c) Sandra e Tânia d) Regina e Tânia
a) A duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa.
b) Se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a princesa. 25) Se é verdade que “Nenhum artista é atleta”, então também será
c) O rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa. verdade que:
d) O rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim. a) todos não-artistas são não-atletas
b) nenhum atleta é não-artista
20) Antônio, Bento, Ciro e Dorival são profissionais liberais. Um deles é c) nenhum artista é não-atleta
advogado, outro é paisagista, outro é veterinário e outro é professor. d) pelo menos um não-atleta é artista
Sabe-se que: o veterinário não é Antônio e nem Ciro; Bento não é
veterinário e nem paisagista; Ciro não é advogado e nem paisagista.
A conclusão correta quanto à correspondência entre carreira e pro- 26) Os advogados Clóvis, Rui e Raimundo trabalham em agências
fissional está indicada em: diferentes de um mesmo banco, denominadas Norte, Sul e Leste.
Exercem, não necessariamente nesta ordem, suas funções nos seto-
a) advogado – Dorival res de Financiamento, Cobrança e Ouvidoria. Sabe-se, ainda, que:
b) paisagista - Dorival • Clóvis e o advogado da Agência Leste não trabalham na Ouvidoria.
c) paisagista – Antônio • O advogado da Agência Norte não é Clóvis nem Rui.
d) advogado - Antônio • Na Agência Sul, o advogado não trabalha na Ouvidoria nem no
Financiamento.
21) Um psicólogo faz terapia de grupo com quatro pessoas: João, Pedro,
Paulo e José. Em um determinado dia, sua sessão foi realizada em É possível concluir que:
uma mesa retangular com dois lugares de cada lado oposto da mesa
e com o psicólogo e Paulo nas cabeceiras. Sendo assim, um lugar na a) Clóvis trabalha no setor de Cobranças da Agência Norte.
mesa estava vago e este não estava perto do psicólogo. b) Rui, o advogado da Agência Leste, trabalha no setor de Ouvidoria.
Dado esse cenário, pode-se afirmar, com certeza, que: c) nem Raimundo, nem Rui trabalham no setor de Financiamento.
a) o lugar vago estava perto do Paulo. d) nas Agências Sul e Norte, os advogados não trabalham com Finan-
b) o lugar vago estava perto do José. ciamento.
c) o lugar vago estava perto do João.
d) o lugar vago estava perto do Pedro. 27) Uma grande empresa multinacional oferece a seus funcionários
cursos de português, inglês e italiano. Sabe-se que 20 funcionários
cursam italiano e inglês; 60 funcionários cursam português e 65 cur-
22) Em um certo aeroporto, Ana caminhava à razão de um metro por sam inglês; 21 funcionários não cursam nem português nem italiano;
segundo. Ao utilizar uma esteira rolante de 210 metros, que se mo- o número de funcionários que praticam só português é idêntico ao
vimenta no mesmo sentido em que ela caminhava, continuou andan- número dos funcionários que praticam só italiano; 17 funcionários
do no mesmo passo. Ao chegar ao final da esteira, Ana verificou ter praticam português e italiano; 45 funcionários praticam português e
levado exatamente 1 minuto para percorrer toda a extensão da estei- inglês; 30, entre os 45, não praticam italiano. Com estas informações
ra. Se Ana não tivesse continuado a caminhar quando estava sobre a pode-se concluir que a diferença entre o total de funcionários da em-
esteira, o tempo que levaria para ser transportada do início ao fim da presa e o total de funcionários que não estão matriculados em qual-
esteira seria igual a: quer um dos cursos é igual a:
a) 1 minuto e 20 segundos. a) 93 b) 83 c) 103 d) 113
b) 1 minuto e 24 segundos. 28) Suponha que exista uma pessoa que só fala mentiras às terças,
c) 1 minuto e 30 segundos. quartas e quintas-feiras, enquanto que, nos demais dias da semana,
d) 1 minuto e 40 segundos. só fala a verdade. Nessas condições, somente em quais dias da se-
mana seria possível ela fazer a afirmação "Eu menti ontem e também
23) Um crime foi cometido por uma e apenas uma pessoa de um grupo mentirei amanhã."?
de cinco suspeitos: Armando, Celso, Edu, Juarez e Tarso. Pergunta- a) Terça e quinta-feira. b) Terça e sexta-feira.
dos sobre quem era o culpado, cada um deles respondeu: c) Quarta e quinta-feira. d) Quarta-feira e sábado.
Armando: "Sou inocente"
Celso: "Edu é o culpado" 29) Paulo, João, Beto, Marcio e Alfredo estão numa festa. Sabendo-se
Edu: "Tarso é o culpado" que cada um deles possui diferentes profissões: advogado, adminis-
Juarez: "Armando Disse a verdade" trador, psicólogo, físico e médico. Temos: o advogado gosta de con-
versar com beto, Marcio e João, mas odeia conversar com o médico
Tarso: "Celso mentiu"
Beto joga futebol com o físico Paulo, Beto e marcio jogam vôlei com
Sabendo-se que apenas um dos suspeitos mentiu e que todos os o administrador alfredo move uma ação trabalhista contra o médico.
outros disseram a verdade, pode-se concluir que o culpado é: Podemos afirmar que Paulo é....
a) Armando b) Celso c) Edu d) Tarso a) Paulo é o advogado, João é o administrador

Raciocínio Lógico e Matemático 29 A Opção Certa Para a Sua Realização


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b) Alfredo é o advogado, Paulo é o médico. 37) Para asfaltar 1 quilômetro de estrada, 30 homens gastaram 12 dias
c) Marcio é o psicólogo, Alfredo é o médico trabalhando 8 horas por dia, enquanto que 20 homens, para asfalta-
d) Beto é o físico, Alfredo é o administrador rem 2 quilômetros da mesma estrada, trabalhando 12 horas por dia,
gastam x dias. Calcule o valor de x.
a) 30 b) 22 c) 25 d) 24
30) Considerando-se que todos os Gringles são Jirnes e que nenhum
Jirnes é Trumps, a afirmação de que nenhum Trumps pode ser Grin-
gles é: 38) Uma circunferência sobre um plano determina duas regiões nesse
a) Necessariamente verdadeira. mesmo plano. Duas circunferências distintas sobre um mesmo plano
determinam, no máximo, 4 regiões. Quantas regiões, no máximo, 3
b) Verdadeira, mas não necessariamente. circunferências distintas sobre um mesmo plano podem determinar
c) Necessariamente falsa. nesse plano?
d) Falsa, mas não necessariamente. a) 4 b) 7 c) 5 d) 8

31) Para entrar na sala da diretoria de uma empresa é preciso abrir dois 39) Luís é prisioneiro do temível imperador Ivan. Ivan coloca Luís à frente
cadeados. Cada cadeado é aberto por meio de uma senha. Cada de três portas e lhe diz: “Atrás de uma destas portas encontra-se
senha é constituída por 3 algarismos distintos. Nessas condições, o uma barra de ouro, atrás de cada uma das outras, um tigre feroz. Eu
número máximo de tentativas para abrir os cadeados é sei onde cada um deles está. Podes escolher uma porta qualquer.
a) 518.400 b) 1.440 c) 720 d) 120 Feita tua escolha, abrirei uma das portas, entre as que não escolhes-
te, atrás da qual sei que se encontra um dos tigres, para que tu
32) Uma companhia de ônibus realiza viagens entre as cidades de mesmo vejas uma das feras. Aí, se quiseres, poderás mudar a tua
Corumbá e Bonito. Dois ônibus saem simultaneamente, um de cada escolha”. Luís, então, escolhe uma porta e o imperador abre uma das
cidade, para percorrerem o mesmo trajeto em sentido oposto. O ôni- portas não-escolhidas por Luís e lhe mostra um tigre. Luís, após ver
bus 165 sai de Corumbá e percorre o trajeto a uma velocidade de a fera, e aproveitando-se do que dissera o imperador, muda sua es-
120 km/h. Enquanto isso, o 175 sai de Bonito e faz a sua viagem a colha e diz: “Temível imperador, não quero mais a porta que escolhi;
90 km/h. Considerando que nenhum dos dois realizou nenhuma pa- quero, entre as duas portas que eu não havia escolhido, aquela que
rada no trajeto, podemos afirmar que: não abriste”. A probabilidade de que, agora, nessa nova escolha, Lu-
ís tenha escolhido a porta que conduz à barra de ouro é igual a:
I- Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 175 estará mais
perto de Bonito do que o 165. a) 1/2. b) 1/3. c) 2/3. d) 2/5.
II - Quando os dois se cruzarem na estrada, o ônibus 165 terá andado
mais tempo do que o 175. 40) Num concurso para preencher uma vaga para o cargo de gerente
a) Somente a hipótese (I) está errada. administrativo da empresa M, exatamente quatro candidatos obtive-
ram a nota máxima. São eles, André, Bruno, Célio e Diogo. Para de-
b) Somente a hipótese (II) está errada.
cidir qual deles ocuparia a vaga, os quatro foram submetidos a uma
c) Ambas as hipóteses estão erradas. bateria de testes e a algumas entrevistas. Ao término dessa etapa,
d) Nenhuma das hipóteses está errada. cada candidato fez as seguintes declarações: André declarou: Se
Diogo não foi selecionado, então Bruno foi selecionado.
33) A hipotenusa de um triangulo retângulo mede 10 cm, e um de seus Bruno declarou: André foi selecionado ou eu não fui selecionado.
catetos mede 6 cm. A área deste triangulo é igual a: Célio declarou: Se Bruno foi selecionado, então eu não fui seleci-
a) 24 cm2 b) 30 cm2 c) 40 cm2 d) 48 cm2 onado.
Diogo declarou: Se André não foi selecionado, então Célio foi.
34) O menor complementar de um elemento genérico xij de uma matriz X Admitindo-se que, das quatro afirmações acima, apenas a declara-
é o determinante que se obtém suprimindo a linha e a coluna em que ção de Diogo seja falsa, é correto concluir que o candidato selecio-
esse elemento se localiza. Uma matriz Y = yij, de terceira ordem, é a nado para preencher a vaga de gerente administrativo foi:
matriz resultante da soma das matrizes A = (aij) e B = (bij). Sabendo- a) Célio
se que (aij) = (i+j)2 e que bij = i2 , então o menor complementar do b) André
elemento y23 é igual a:
c) Bruno
a) 0 b) -8 c) -80 d) 8
d) Diogo
35) Maria vai de carona no carro de sua amiga e se propõe a pagar a
tarifa do pedágio, que é de R$ 3,80. Verificou que tem no seu porta-
níqueis moedas de todos os valores do atual sistema monetário bra- 41) Os 61 aprovados em um concurso, cujas notas foram todas distintas,
sileiro, sendo: duas moedas do menor valor, três do maior valor e foram distribuídos em duas turmas, de acordo com a nota obtida no
uma moeda de cada um dos outros valores. Sendo assim, ela tem o concurso: os 31 primeiros foram colocados na turma A e os 30 se-
suficiente para pagar a tarifa e ainda lhe sobrarão: guintes na turma B. As médias das duas turmas no concurso foram
a) doze centavos. b) onze centavos. calculadas. Depois, no entanto, decidiu-se passar o último colocado
da turma A para a turma B. Com isso:
c) dez centavos. d) nove centavos.
a) A média da turma A melhorou, mas a da B piorou.
b) A média da turma A piorou, mas a da B melhorou.
36) Existem três caixas I, II e III contendo transistores. Um técnico cons-
c) As médias de ambas as turmas melhoraram.
tatou que: se passasse 15 transistores da caixa I para a caixa II, esta
ficaria com 46 transistores a mais do que a caixa I tinha inicialmente; d) As médias de ambas as turmas pioraram.
se passasse 8 transistores da caixa II para a caixa III, esta ficaria
com 30 transistores a mais do que a caixa II tinha inicialmente. 42) Chama-se tautologia a toda proposição que é sempre verdadeira,
Se o total de transistores nas três caixas era de 183, então o número independentemente da verdade dos termos que a compõem. Um
inicial de transistores em: exemplo de tautologia é:
a) I era um número par. a) se João é alto, então João é alto ou Guilherme é gordo
b) II era um número ímpar. b) se João é alto, então João é alto e Guilherme é gordo
c) III era um número menor que 85. c) se João é alto ou Guilherme é gordo, então Guilherme é gordo
d) I e III era igual a 119. d) se João é alto ou Guilherme é gordo, então João é alto e Guilherme
é gordo

Raciocínio Lógico e Matemático 30 A Opção Certa Para a Sua Realização


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43) Na Consoantelândia, fala-se o consoantês. Nessa língua, existem 10 49) Se todos os jaguadartes são momorrengos e todos os momorrengos
letras: 6 do tipo I e 4 do tipo II. são cronópios então pode-se concluir que:
As letras do tipo I são: b, d, h, k, l, t. a) É possível existir um jaguadarte que não seja momorrengo.
As letras do tipo II são: g, p, q, y. b) É possível existir um momorrengo que não seja jaguadarte.
Nessa língua, só há uma regra de acentuação: uma palavra só será c) Todos os momorrengos são jaguadartes.
acentuada se tiver uma letra do tipo II precedendo uma letra do tipo I. d) É possível existir um jaguadarte que não seja cronópio.
Pode-se afirmar que:
a) dhtby é acentuada. 50) Em uma urna temos 3 bolas azuis, cada uma com 5 cm³ de volume,
b) pyg é acentuada. 3 cubos pretos, cada um com 2 cm³ de volume e 1 cubo azul de 3
c) kpth não é acentuada. cm³ de volume. Retirando-se quatro objetos da urna, sem reposição,
d) kydd é acentuada. necessariamente um deles:
a) terá volume menor do que 3 cm³.
44) A seção "Dia a dia", do Jornal da Tarde de 6 de janeiro de 1996, b) terá volume maior do que 3 cm³.
trazia esta nota:"Técnicos da CETESB já tinham retirado, até o fim da c) será uma bola.
tarde de ontem, 75 litros da gasolina que penetrou nas galerias de
d) será azul.
águas pluviais da Rua João Boemer, no Pari, Zona Norte. A gasolina
se espalhou pela galeria devido ao tombamento de um tambor num
posto de gasolina desativado." RESPOSTAS
De acordo com a nota, a que conclusão se pode chegar a respeito da 01. B 11. C 21. A 31. B 41. C
quantidade de litros de gasolina vazada do tambor para as galerias 02. B 12. A 22. B 32. C 42. A
pluviais? 03. C 13. C 23. D 33. A 43. D
a) Corresponde a 75 litros. 04. A 14. B 24. C 34. C 44. C
b) É menor do que 75 litros. 05. D 15. D 25. D 35. A 45. B
c) É maior do que 75 litros. 06. C 16. D 26. D 36. D 46. C
d) É impossível ter qualquer ideia a respeito da quantidade de gasolina. 07. C 17. B 27. A 37. D 47. D
08. A 18. B 28. A 38. D 48. A
45) Certo dia, durante o expediente do Tribunal de Contas do Estado de
Minas Gerais, três funcionários Antero, Boris e Carmo executaram as 09. C 19. C 29. B 39. C 49. A
tarefas de arquivar um lote de processos, protocolar um lote de do- 10. D 20. C 30. A 40. D 50. D
cumentos e prestar atendimento ao público, não necessariamente
nesta ordem. Considere que:
- cada um deles executou somente uma das tarefas mencionadas;
TESTE DE HABILIDADE VERBAL
- todos os processos do lote, todos os documentos do lote e todas as
pessoas atendidas eram procedentes de apenas uma das cidades:
Belo Horizonte, Uberaba e Uberlândia, não respectivamente; 1) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as
- Antero arquivou os processos; demais. PARA LAVAR (..............) DE GUERRA
- os documentos protocolados eram procedentes de Belo Horizonte;
2) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira e
- a tarefa executada por Carmo era procedente de Uberlândia. inicia a segunda . DE (..............) NEL
Nessas condições, é correto afirmar que:
a) Carmo protocolou documentos. 3) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
b) a tarefa executada por Boris era procedente de Belo Horizonte. BOUFETL
c) Boris atendeu às pessoas procedentes de Uberaba. CETSOLOB
d) as pessoas atendidas por Antero não eram procedentes de Uberaba. VILOBLO
LIVEROIR
46) Se Rasputin não tivesse existido, Lenin também não existiria. Lenin
existiu. Logo, 4) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite os seguintes prefi-
a) Lenin e Rasputin não existiram. xos, formando palavras correntes da língua.
b) Lenin não existiu.
c) Rasputin existiu.
d) Rasputin não existiu.

47) Assinale a alternativa correspondente ao número de cinco dígitos no


qual o quinto dígito é a metade do quarto e um quarto do terceiro dí-
gito. O terceiro dígito é a metade do primeiro e o dobro do quarto. O
segundo dígito é três vezes o quarto e tem cinco unidades a mais
que o quinto. 5) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das demais. RE-
a) 17942 PREENSÃO (..............) CACHIMBO
b) 25742
6) Escreva a sílaba que completa a primeira palavra, inicia a segunda e
c) 65384
com ambas forma uma terceira. B R E (..............) D A
d) 86421
7) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
48) De quantos modos é possível formar um subconjunto, com exata- GIOSÁ
mente 3 elementos, do conjunto {1, 2, 3, 4, 5, 6} no qual NÃO haja MISNA
elementos consecutivos? ACERÁ
a) 4 b) 6 c) 8 d) 18 COERF

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8) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais, 19) Escreva, dentro do parêntese,- a palavra que tem o mesmo significa-
constituindo-se com elas unidades semânticas. do que as duas outras.
DA RUA U N E (..............) R E S I D Ê N C I A
DA CARA
(................) 20) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas
D`GUA outras.
DE- PEIXE INSETO (..............) ALVO DE TIRO

9) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que se relaciona com as duas 21) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que significa as duas outras.
outras. RECENTE (...............) NOTÍCIA INSTRUMENTO DE DESENHO (........) RITMO

10) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, 22) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,
inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. AR (...............) R inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. B (................) C O
Conceito final: flutua
11) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
FRNAÊCS 23) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
NÊGLSI MDÉIOC
ORGELIÓ ETISNDAT
SEAHPNOL EMBROSTE
VODAAGOD
12) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que precede as demais,
constituindo-se com elas unidades semânticas. 24) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos,
- CIVIL formando com eles palavras correntes da língua.
- LIVRO
(..............)
- ROUPA
- CHUVA

13) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,


inicia a segunda e com ambas forma uma terceira .
C (..............) DO Conceito: peça do vestuário.

14) Escreva, dentro do parêntese, a palavra sinônima das duas outras.


FISIONOMIA (..............) VENTO
25) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,
15) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. inicia a segunda, e com ambas forma uma terceira.
TROAT A L (..............) C E
RSÔCA
BLOHCAA 26) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que tem o mesmo significado
BIOSCTOI que as duas outras. POESIA (..............) ATRÁS.
TGRIE

16) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos,


formando com eles palavras correntes da língua.

17) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,


inicia a segunda e com ambas forma uma terceira. 27) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos,
R E (..............) T E R Conceito: voltar formando com eles palavras correntes da língua,
18) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
ARCOV 28) Assinale a palavra que não tem relação com as demais.
AJENAL ABRÍLASI
SORA ECFIER
AMAGRIDAR CRTUIIAB
íLORI TOSPEER

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29) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira pala- 39) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas
vra, inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira. outras.
A T O R (..............) D O R. ANIMAL (..............) CALOURO

30) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos 40) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,
formando com eles palavras correntes da língua. inicia a segunda e, com ambas, forma uma terceira.
T R A N S (..........) T E

41) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos


formando com eles palavras correntes da língua.

31) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.


ALC
RAIEA
IMCETNO
ÓVITRAI

32) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira, 42) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
inicia a segunda e com ambas forma uma terceira.
PEORAB
D E S (..............) R.
PHNIO
Conceito final: separar
ATUT
ECDOR
33) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais.
ZERCIUOR 43) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde às duas
LIABR outras.
NTAERAZU MAMÍFERO MARINHO,
DLÓRA JORNALISTA NOVATO (..............)
PETSEA
44) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos
formando com eles palavras correntes da língua.
34) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos
formando com eles palavras correntes da língua.

45) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. M E R I N A


35) Escreva, dentro do parêntese, o termo que completa a primeira pala- MERINAL
vra, inicia a segunda e forma com ambas uma terceira. EVTAGLE
L (..............) R SROVTEE
Conceito final: justiçar LAINAM

36) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que corresponde as duas 46) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,
outras, T A B A C O (..............) L U T O inicia a segunda, e com ambas formas uma terceira,
E (..............) R
37) Escreva, dentro parêntese, o termo.que admite esses prefixos for- Conceito final: publicar.
mando com eles palavras correntes da língua
47) Escreva, dentro do parêntese, a palavra que completa a primeira,
inicia a segunda e com ambas formas uma terceira.
DES (..............)R.
Conceito final: cuidar

48) Escreva, dentro do parêntese, o termo que admite esses prefixos


formando com eles palavras correntes da língua.

38) Assinale o nome que não se relaciona com os demais.


UECLIDES AD CNUHA
OWSLAOD CZRU
UHMBREOT ED ACPOMS
AMDOHAC ED SISAS

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49) Escreva, dentro do parêntese o termo que admite esses prefixos 34 ACA.
formando com eles palavras correntes da língua. 35 INCHA.
36 FUMO.
37 AMA.
38 OSWALDO CRUZ. (Célebre como médico sanitarista; os demais são
homens de letras, escritores: Euclides da Cunha, Machado de Assis,
Humberto de Campos).
39 BICHO.
40 POR.
41 ALO.
50) Assinale a palavra que não se relaciona com as demais. A M R É I A 42 TATU. (As demais palavras correspondem a variedades de madeira:
MRÉIAC peroba, pinho, cedro).
ISÁEUAR 43 FOCA.
EMSERT 44. OLA.
FICRÁA 45 SORVETE. (As demais palavras correspondem aos reinos da natu-
OCINÁAE reza: mineral, vegetal, animal).
46 DITA.
RESPOSTA DO TESTE DE HABILIDADE VERBAL 47 VELA.
48 OTE.
1 TANQUE. 49 IRA.
2 CORO. 50 MESTRE (As demais palavras correspondem aos continentes Améri-
ca, Eurásia, África, Oceânia).
3 LIVREIRO.(As demais palavras referem-se a esportes: futebol,
cestobol, volibol).
4 UMA. TESTE DE HABILIDADE NUMÉRICA
5 PITO.
6 CA. 1) Escreva o número que falta.
7 COFRE. (Todas as demais palavras referem-se a Estados do Brasil: 18 20 24 32 ?
Minas,Goiás, Ceará).
8 OLHO. 2) Escreva o número que falta.
9 NOVA.
10 RASA.
11 RELÓGIO. (As demais palavras referem-se a nacionalidades: fran-
cês, inglês espanhol).
12 GUARDA.
13 ALÇA.
14 AR.
15 TIGRE ou (GRITE) (As demais palavras correspondem a alimentos:
rosca bolacha, biscoito, torta).
16. ORA. 3) Escreva o número que falta.
17. VER. 212 179 146 113 ?
18. JANELA. (As demais palavras correspondem a flores: cravo, rosa,
margarida, lírio). 4) Escreva o número que falta.
19. CASA.
20. MOSCA.
21 COMPASSO.
22. AR.
23. SETEMBRO. (As demais palavras correspondem a profissões:
médico, dentista, advogado).
34. ELA.
25. FA.
26. VERSO.
27. ATO.
5) Escreva o número que falta.
28. ESPERTO. (As demais palavras correspondem a capitais: Brasília, 6 8 10 11 14 14 ?
Recife, Curitiba).
29. DOA. 6) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
30. EIA. 17 (112) 39
31 VITÓRIA. (As demais palavras correspondem a material de constru- 28 ( . . . ) 49
ção: cal, areia, cimento).
32 LIGA. 7) Escreva o número que falta.
33 NATUREZA. (As demais palavras correspondem a moedas: cruzeiro, 7 13 24 45 ?
libra, dólar, peseta).

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8) Escreva o número que falta. 21) Escreva o número que falta.
3 9 3
5 7 1
7 1 ?

9) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


234 (333) 567 22) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
345 (. . .) 678 341 (250) 466
282 (. . .) 398
10) Escreva o número que falta.
23) Escreva o número que falta.

24) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


12 (336) 14
15 (. . .) 16
11) Escreva o número que falta.
4 5 7 11 19 ? 25) Escreva o número que falta.
4 7 6
12) Escreva o número que falta. 8 4 8
6 7 9 13 21 ? 6 5 ?

13) Escreva o número que falta. 26) Escreva o número que falta.
4 8 6 7 14 10 12 14 9 ?
6 2 4
8 6 ? 27) Escreva o número que falta.

14) Escreva o número que falta.


64 48 40 36 34 ?

15) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta. 28) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.
718 (26) 582 17 (102) 12
474 (. . .) 226 14 (. . .) 11

16) Escreva o número que falta. 29) Escreva o número que falta.
172 84 40 18 ?

30) Escreva o número que falta.


1 5 13 29 ?

17) Escreva o número que falta. 31) Escreva o número que falta.
15 13 12 11 9 9 ?

18) Escreva o número que falta.


9 4 1
6 6 2
1 9 ?

19) Escreva o número que falta. 32) Escreva o número que falta.
11 12 14 ? 26 42

20) Escreva o número que falta.


8 5 2
4 2 0
9 6 ?

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33) Escreva o número que falta. 44) Escreva o número que falta.
0 3 8 15 ?

34) Escreva o número que falta.


1 3 2 ? 3 7

35) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


447 (336) 264
45) Escreva o número que falta.
262 (. . .) 521
36) Escreva o número que falta.
4 7 9 11 14 15 19 ?

37) Escreva o número que falta.


3 7 16
6 13 28 46) Escreva o número que falta.
9 19 ? 7 19 37 61 ?

38) Escreva o número que falta. 47) Escreva o número que falta.

48) Escreva o número que falta.

39) Escreva os números que faltam.

40) Escreva o número que falta.

49) Escreva o número que falta.

857 969 745 1193 ?


41) Escreva, dentro do parêntese e fora deste os números que faltam.
9 (45) 81 50) Escreva o número que falta.
8 (36) 64
10 (. . ) ? 5 41 149 329 ?

42) Escreva, dentro do parêntese, o número que falta.


TESTE DE HABILIDADE VÍSUO-ESPACIAL
643 (111) 421
269 (. . .) 491
1) Assinale a figura que não tem relação* com as demais.
43) Escreva o número que falta.

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2) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 10) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

3) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

11) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

4) Escolha, dentre as numeradas, a figura que corresponde à incógnita.

12) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

5) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

13) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

6) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

14) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

7) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

15) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

8) Assinale a figura que não tem relação com as demais.


16) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

17) Assinale a figura que não tem relação com as demais.


9) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

* Não ter relação no sentido de não conservar as mesmas relações com


as demais, por questão de detalhe, posição etc.

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18) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 25) Assinale afigura que não tem relação com es demais.

19) Assinale a figura que não tem relação com as demais.


26) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

20) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

27) Assinale a figura que não tem relação com as demais.


21) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

28) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

22) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

29) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

23) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

30) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

24) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

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31) Assinale a figura que não tem relação com as demais.
37) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

32) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

38) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

33) Assinale as figuras que não têm relação com as demais.

39) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

34) Assinale as duas figuras que não tem relação com as demais.

35) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita. 40) Assinale as figuras que não têm relação com as demais.

36) Assinale a figura que não tem relação com as demais.

41) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

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42) Assinale a figura que não tem relação com as demais. 45) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

46) Assinale as duas figuras que não têm relação com as demais.

43) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.

47) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

44) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

48) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais.

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49) Assinale as três figuras que não têm relação com as demais. 16 3. (No sentido dos ponteiros do relógio, multiplique por 3).

17 6. (Existem duas séries alternadas: uma diminui de 3 em 3; a outra de


2 em 2).

18 4. (Cada fileira soma 14).

19 18. (Dobre cada termo e subtraia 10 para obter o seguinte).

20 3. (Os números diminuem em saltos iguais, 3 na primeira fileira, 2 na


segunda e 3 na terceira).

21 18. (Os números são o dobro de seus opostos diametralmente).

50) Escolha, dentre as figuras numeradas, a que corresponde à incógnita.


22 232. (Subtraia a parte esquerda da parte direita e multiplique o resul-
tado por dois).

23 21. (Os números aumentam em intervalos de 2, 4, 6 e 8).

24 480. (O número inserto no parêntese é o dobro do produto dos núme-


ros de fora do mesmo).

25. 2. (A terceira coluna é o dobro da diferença entre a primeira e a se-


gunda).

26 19. (Existem duas séries, uma aumenta de 3, 4 e 5; a outra diminui de


2 e 3 sucessivamente).
TESTE DE HABILIDADE NUMËRICA - Respostas
27 3. (Subtraia a soma da segunda e da quarta patas da soma da primei-
1 48. (Some 2, 4, 8 e, finalmente 16). ra e terceira patas para obter o número da cauda).
2 24. (No sentido contrário aos ponteiros do relógio, os números aumen-
tam em 2, 3, 4, 5 e 6). 28 77. (O número inserto no parêntese é a metade do produto dos núme-
ros de fora do parêntese).
3 80. (Subtraia 33 de cada número).
29 7. (Divida por dois cada número e subtraia 2 para obter o termo se-
4 5. (Os braços para cima se somam e os para baixo se subtraem, para guinte).
obter o número da cabeça).
30 61. (Some o dobro da diferença entre os números sucessivos a cada
5 18. (Existem duas séries alternadas, uma que aumenta de 4 em 4 e a um, para obter o seguinte).
outra de 3 em 3).
31 11. (Multiplique por dois cada número e some 1 para obter o número
6 154. (Some os números de fora do parêntese e multiplique por 2). do setor oposto).

7 86. (Multiplique o número por dois e subtraia 1, 2, 3 e 4). 32 46. (Junte 1 a cada número e logo multiplique-o por dois para obter o
número seguinte).
8 3. (Subtraia os números das duas primeiras colunas e divida por 2).
33 24. (A série aumenta em 3, 5, 7 e 9).
9 333. (Subtraia o número da esquerda do número da direita para obter
o número inserto no parêntese). 34 5. (Existem duas séries alternadas; uma que aumenta de 2 em 2 e
outra que aumenta de 1 em 1).
10 5. (O número da cabeça é igual a semi--soma dos números dos pés).
35 518. (O número inserto no parêntese é o dobro da diferença dos
números que estão fora do mesmo),
11 35. (A série aumenta em 1, 2, 4, 8 e 16 unidades sucessivamente).

36 19. (Há duas séries alternadas; uma que aumenta de 5 em 5 e outra


12 37. (Multiplique cada termo por 2 e subtraia 5 para obter o seguinte). que aumenta de 4 em 4).

13 7. (Os números da terceira coluna são a semi-soma dos números das 37 40. (Os números da segunda coluna se formam tomando os da pri-
outras duas colunas). meira, multiplicando-os por 2 e juntando 1; os da terceira coluna, to-
mando os da segunda, multiplicando-os por 2 e juntando 2. Assim: [2
14 33. (A série diminui em 16, 8, 4, 2 e 1 sucessivamente). x 19] + 2 = 40).
38 3. (Subtraia a soma dos números das pernas, da soma dos números
15 14. (Some os números de fora do parêntese e divida por 50 para obter dos braços para obter o número da cabeça).
o número inserto no mesmo).

Raciocínio Lógico e Matemático 41 A Opção Certa Para a Sua Realização


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4 1. (A figura principal gira 180° e o círculo pequeno passa para o outro
lado).
39 (Os numeradores aumentam de 3,4, 5 e 6, enquanto que os
denominadores aumentam de 4, 5, 6 e 7). 5 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

40 152. (Multiplique cada número por 2 e some 2, 3, 4, 5 e 6). 6. 4. (A figura gira 90° cada vez, em sentido contrario aos ponteiros do
relógio, exceto a 4 que gira no sentido dos mencionados ponteiros).
41 55 e 100. (O número procurado atrás do parêntese é igual ao quadra-
do do número diante do parêntese. O número inserto no parêntese é 7 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
igual à semi--soma dos números de fora do mesmo).
8 4. (A figura gira 90° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do
42 111 (O número inserto no parêntese é a metade da diferença dos relógio, exceto o 4 que gira no mesmo sentido dos mencionados pon-
números de fora do parêntese). teiros).

43 66. (Multiplique por 2 o número precedente, no sentido dos ponteiros 9 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem no plano
do relógio e subtraia 2). do papel).

44 179. (Cada número se obtém multiplicando por dois o precedente e 10 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
juntando-se 1, 3, 5, 7 e finalmente 9).
11 3. (As outras três figuras são esquemas de urna mão esquerda; a de
45 6. (Há duas séries alternadas. Cada uma se eleva ao quadrado e se n.° 3 é o esquema de urna mão direita).
soma um 2 constante).
A primeira é: O 3 6 9 12 3. (A figura gira 45° cada vez em sentido contrario aos ponteiros do
Quadrado; O 9 36 81 relógio, porém o sombreado preto avança urna posição a mais, exceto
Mais dois: 2 11 38 83 em 3, que é, portanto, a figura que não corresponde as demais).
A segunda é 5 4 3 2
Quadrado: 25 16 9 4 13 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
Mais dois: 27 18 11 6
14 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
46 91. (Some 1 ao primeiro número (7+1 = 8), junte esta soma ao segun-
do número (8 + 19 = 27) e seguir até que se obtenha: (125 +o número 15 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
que falta = ?).
As somas obtidas até aqui formam a série 1, 8, 27, 64, 125 que são os 16 5. (O conjunto completo de 4 círculos gira num ângulo de 90° cada
cubos 1, 2, 3, 4 e 5. Para completar a série, tome-se o cubo de 6 que vez. Em 5 os círculos com + e o com x trocaram suas posições. Em
é = 216). Assim, [125.+ ? = 216]. todas as demais figuras o + está na mesma fileira que o círculo preto).

47 64. (Os números e respectivos quadrados ficam em setores opostos). 17 6. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

48 6. (Some todos os números que se acham nos ângulos dos triângulos 18 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
e subtraia os que estão fora. Obtém-se, assim, o número do círculo).

19 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).


49 297. (A diferença se multiplica por dois cada vez, e se soma ou se
subtrai alternadamente dos números sucessivos).
20 2. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
50 581.
(Começar a série: 21 5. (1 e 3, e 2 e 4 são duplas que podem se sobreporem girando 45°.
A figura 5 não pode sobrepor-se porque a cruz e o circulo interio-
0 2 4 6 8
res ficariam em posição diferente).
Multiplicar por
3 O 6 12 18 24 22 4. (Os setores preto, branco ou hachur giram em sentido contrario aos
Elevar ao quadrado: ponteiros do relógio; na figura 4 os setores branco e hachur estão
O 36 144 324 576 em posição diferente).
Somar 5:
5 41 149 329 581). 23 1. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

TESTE DE HABILIDADE VÍSUO – ESPACIAL 24 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
Respostas
25 4. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
1 4. (Todas as outras figuras podem inverterem-se sem qualquer dife-
rença). 26 3. (1 e 4 formam urna dupla e o mesmo ocorre com 2 e 5. Em cada
dupla os retângulos preto e hachur alternam sua posição; a figura 3
tem o sombreado em posição diferente).
2 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
27 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).
3 4 . (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem).

Raciocínio Lógico e Matemático 42 A Opção Certa Para a Sua Realização


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28 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). PROVA SIMULADA I

29 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). 01. Imagine que seu relógio adiante exatamente 4 minutos em 24 horas.
Quando eram 7,30 da manhã, ele marcava 7 horas e 30 minutos e
meio. Que horas estará marcando quando forem 12 horas do mesmo
30 3. (A figura principal gira no sentido dos ponteiros do relógio; a seta,
dia?:
no sentido contrario).
a) 12 horas, 1 minuto e 15 segundos;
31 3. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). b) 12 horas e 1 minuto;
c) 12 horas e 45 segundos;
32 5. (Todas as outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 12 horas e 30 segundos;
e) 12 horas e 30 minutos.
33 1 e 2. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 1 e 2 não o
podem). 02. Quantas dezenas há no número 469?:
a) nenhuma
2 e 5. (As outras figuras podem girar até se sobreporem; 2 e 5 não o po- b) 4,6;
dem). c) 6;
d) 6,9;
35 2. (A figura principal gira 90° no sentido contrario aos ponteiros do e) 46.
relógio junto com as figuras pequenas, que por sua vez trocam por
sua oposta após o giro; isto é, as da parte superior passam para a ba- 03. Quantos quartos de quilo existem em meia tonelada?:
se e as da base á parte superior) . a) 500;
b) 1000;
36 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). c) 1500;
37 3. (Todas as outras figuras seguem a regra de que o desenho comple- d) 2000;
to gira 90° cada vez; na figura 3 o sombreado gira incorretamente). e) 2500.

38 3, (A figura principal gira 180° (de cima para baixo) e as três listras 04. O carro azul é maior do que o vermelho e o vermelho é menor do que
pretas passaram a ser duas; as três pequenas alteram sua posição o amarelo. Qual o maior dos carros?:
passando á contígua em sentido contrario aos ponteiros do relógio). a) o vermelho;
b) o amarelo;
39 1, 3 e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). c) o azul;
d) o azul e o amarelo;
40 3 e 6. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). e) impossível responder.

41 2. (O que na primeira figura é redondo torna-se quadrado; o que 05. O carro amarelo anda mais rapidamente do que o vermelho e este
aponta para cima passa a apontar para baíxo). mais rapidamente do que o azul. Qual o carro que está se movimen-
tando com maior velocidade?:
a) o amarelo;
42 7. (Todas as figuras podem girar até se sobreporem).
b) o azul;
43 3. (As figuras superior e inferior alteram suas posições; a figura interi- c) o vermelho;
or superior permanece; porém o sombreado da figura da base troca d) o vermelho e o azul;
com o da parte não sombreada. Os contornos da direita e esquerda e) impossível responder.
da figura principal alternam sua posição).
06. Para que haja uma representação teatral não pode faltar:
44 5, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). a) palco:
b) bilheteria;
45 2, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). c) ator;
d) auditório;
46 1 e 4. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). e) texto.

47 1, 6 e 8. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). 07. João e José têm, juntos, 125 anos. João tem 11 anos menos que Júlio
e 7 mais que José. Quantos anos tem Júlio?:
a) 83;
48 1, 6 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem).
b) 77;
c) 71:
49 2, 3 e 7. (As outras figuras podem girar até se sobreporem). d) 66:
e) 59.
50 2. (O sombreado passa das figuras exteriores as interiores e vice-
versa; a posição — vertical ou horizontal — permanece constante). 08. Na série de números colocada a seguir, sempre que dois algarismos
vizinhos somados proporcionem o total de 10, faça a soma. E indique
Testes extraídos de: o total geral desta forma encontrado.
35546322881374511246678791829:
FAÇA SEU TESTE - Volumes 1 a 7 a) 45:
Editora Mestre Jou - São Paulo b) 50:
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c) 60: 17 Quantas estão entre Marisa e Mariana?
d) 70:
e) 80. 18 Imagine dois recipientes opacos, com a forma de garrafa de boca
estreita, que vamos chamar A e B. E bolas brancas e pretas, que po-
09 Qual o número que colocado no lugar do traço deixará o conjunto dem ser colocadas nos recipientes e que irão ser retiradas como se
coerente?: fosse um sorteio. O problema é este: de qual recipiente você terá mais
chance de retirar uma bola preta numa. primeira e única tentativa, ha-
57 19 38 - 19 38 57 - 38 57 vendo, em A 2 bolas pretas e 4 brancas em B 3 bolas pretas e 7 bran-
a) 19; cas? Opções:
b) 35: a) do A;
c) 38; b) do B;
d) 57; c) é indiferente;
e) 85; d) impossível responder por falta de dados;
e) impossível responder por estarem os dados mal colocados.
10. O time azul, jogando uma partida de futebol com o time verde, tem
70% de possibilidade de ganhar, atuando durante o dia; mas sob a luz 19. O mesmo problema, com as mesmas opções anteriores: havendo, em
dos refletores, sua possibilidade (por motivos ignorados) desce para A 4 bolas pretas e 8 brancas em B 6 bolas pretas e 12 brancas.
20%, Qual sua possibilidade ganhar num jogo que terá, dos 90 minu-
tos regulamentares, 18 jogados ainda de dia e 72 disputados já com
os refletores acesos : 20. ldem, havendo, em 1 bola preta e 3 brancas em B 2 bolas pretas e 5
a) 80%; brancas.
b) 60%;
c) 50%; 21. ldem, havendo, em A 6 bolas pretas e 10 brancas em B 3 bolas pretas
e 6 brancas.
d) 45%;
e) 30%.
22. Considere, agora, três recipientes, permanecendo o mesmo problema:
havendo, em A 5 bolas pretas e 10 brancas em B 4 bolas pretas e 7
11. Qual o menor número de carros que nos permite armar o seguinte brancas em C 2 bolas pretas e 5 brancas. As opções, para este caso
conjunto de afirmações: Nesta rua vimos passar 2 carros na frente de 22, são as seguintes:
2, 2 atrás de 2 e 2 entre 2?: a) do A;
a) 12; b) do B;
b) 8; c) do C;
c) 6; d) é indiferente;
d) 4; e) é impossível responder.
e) 3.
23. Indique entre as opções o melhor sinônimo: Para "pecúlio":
12. Qual o número que, acrescido da 3, dá metade de 9 vezes um oitavo a) roubo;
de 32?:
b) porção;
a) 15;
c) bens;
b) 16;
d) herança;
c) 21;
e) criação.
d) 27;
e) 34;
24. Para "misantropia":
a) religiosidade;
13. Esta a situação: Cinco moças estão sentadas na primeira fila da sala
de aula: são Maria, Mariana, Marina, Marisa e Matilde. Marisa está b) sociabilidade;
numa extremidade e Marina na outra. Mariana senta-se ao lado de c) aversão;
Marina e Matilde, ao lado de Marisa. . d) ira;
e) caridade.
Este o esquema para responder:
Para quantidades Para nomes 25. Para "exasperação":
a) =1 a) = Mariana a) alisamento;
b) =2 b) = Maria b) espera;
c) =3 c) = Matilde c) evocação;
d) =4 d) = Marina d) exatidão;
e) =5 e) = Marisa e) irritação.

E estas as perguntas:
Quantas estão entre Marina e Marisa?: 26. está para assim como está para
14. Quem está no meio?:
a) b) c) d)
15. Quem está entre Matilde e Mariana?:
e)
16 Quem está entre Marina e Maria?:

Raciocínio Lógico e Matemático 44 A Opção Certa Para a Sua Realização


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27 Uma família gastou 1/4 de seu salário mensal em alimentação e 1/3 2. Algum B é C
do restante em pagamento de prestações. Que porcentagem de salá- algum C é A
rio lhe restou?: logo, algum A é B.
a) 15% 3. Nenhum D é A
b) 25%; todo A é C
c) 35%; logo, nenhum D é C.
d) 45%; 4. Todo C é B
e) 50%. algum B é A
logo, todo A é C,
28. 32 42 52...21 31 41.....40 50 _ 5. Algum D é B
a) 24; nenhum B é A
b) 30; logo, algum D é A.
c) 33; E assinale conforme as seguintes opções:
d) 60; a) Todos os raciocínios são falsos;
e) 63. b) Todos os raciocínios são verdadeiros;
c) Apenas o terceiro é verdadeiro;
29. Sendo este quadro um código - linhas e colunas -, o que está repre- d) Apenas os raciocínios 2 e 4 são falsos;
sentando a fórmula 45551142?
e) Nenhum dos casos anteriores.
a) Ele;
b) Fae;
34. Confira os raciocínios seguintes:
c) lNRl;
1. Todo P é O
d) Deus;
ora, R é P
e) Jesus.
logo, R é O.
2. Todo R é S
ora, P não é S
logo, P não é R,
3. Todo S é P
todo S é O
logo, algum P é O.
4. Todo P é O
todo O é R
logo, P é R.
30. Descobriu-se num código, até então secreto, que o número 12=8=4 5. Nenhum S é T
realmente significava 9=5=1. Daí, como se espera que esteja escrito .....ora, R é T
"revolução" : .....logo, R não é S.
a) vibapegia; b) tgyqnxebq;
c) obslirzxl; d) sfxpmvdbp; e) uhzroyfdr. E assinale conforme as seguintes opções
a) Todos os raciocínios são verdadeiros;
31. 14 64 24 11 61 21 b) São falsos os raciocínios 4 e 5;
15 65 - c) São verdadeiros apenas os de números 1 e 3;
a) 45; d) São falsos todos os raciocínios;
b) 26; e) Nenhum dos casos anteriores.
c) 25;
d) 22; 35. O contrário do contrário de exato é:
e) 16. a) duvidoso; b) provável;
c) inexato; d) errado; e) certo.
32. Afirmando que o fogo é "frio" e que o açúcar é "salgado", poderíamos
dizer que o perito é alguém: 36. Quantos cubos você necessária para reproduzir a construção apre-
a) inábil sentada a seguir
b) experimentado; a) 60;
c) sábio; b) 40;
d) prático; c) 32;
e) culto. d) 24;
e) 16.
33. Seguem-se alguns raciocínios (duas premissas e uma conclusão) que
você deve julgar como verdadeiros ou falsos, isto é, se a conclusão é 37. E esta outra
correta ou não, dadas como verdadeiras as premissas:
a) 10;
1. A não é B
b) 16;
B não é C
c) 17;
logo, A não é C.
d) 20;
e) 24.

Raciocínio Lógico e Matemático 45 A Opção Certa Para a Sua Realização


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38. Medo está para coragem assim como esperança está para: 44. Há uma lesma que pretende subir um muro de 8 metros de altura - e
a) fé; ela sabe percorrer um caminho exatamente perpendicular.
b) cólera; Das 6 ás 18 horas, ela sobe 3 metros. Dai, descansa, e das 18 ás 6
c) desespero; horas, desce, deslizando, 2 metros.
d) tristeza; Tendo iniciado a subida ás 6 horas de uma segunda feira, quando
atingirá os 8 metros?
e) melancolia.
a) às 18 horas de sábado;
b) às 6 horas de domingo;
39. Admitindo que cada quadra é percorrida em 5 minutos e que para
atravessar uma rua sempre pelas faixas situadas junto às esquinas - c) ás 18 horas de domingo;
,você dispenderá 50 segundos, permanecendo 10 minutos em cada d) às 6 horas da segunda feira seguinte;
local, qual a sequência que você seguirá para ir, o mais rapidamente e) ás 18 horas da segunda feira seguinte.
possível, de sua casa até a livraria, e voltar, passando, na ida ou na
volta, pelo correio, pela panificadora, pela casa de lanches e pelo 45. O número que continua a sequência 12 34 56
banco?
a) 65;
b) 68;
c) 75;
d) 76;
e) 78.

46. São apresentados cinco raciocínios, isto é, algumas premissas, se-


guidas de uma conclusão. Aceitando como verdadeiras as premissas,
verifique se a conclusão é verdadeira ou não.
1. Quadrados são figuras que têm ângulos. Esta figura não tem nenhum
ângulo. Logo, esta figura é necessariamente um círculo.
2. Se o mar é pequeno, a ilha é grande. Se o lago é médio, também a
ponte é média. Mas, ou o mar é pequeno ou a ilha é média, nunca os
dois juntos. Então, tanto a ponte como a ilha são médios.
3. Eu moro entre o estádio e o centro da cidade. O estádio fica entre a
rodoviária e o centro da cidade. Logo, eu moro mais perto do estádio
do que da rodoviária.
CO = correio CL = casa de lanches
4. Somente quando domingo é lua cheia. Segunda é lua nova. Terça é
L = livraria P = panificadora lua cheia ou lua nova somente quando segunda não é lua nova. Logo,
C = casa B = banco quando domingo é lua cheia, Terça não é nem lua cheia nem lua no-
a) é indiferente; va.
b) livraria - correio - casa de lanches - panificadora - banco; 5. Enquanto rabanete for vermelho, alface será verde. Alface não sendo
c) banco - panificadora - casa de lanches - livraria - correio; verde, o repolho será amarelo. Porém o repolho nunca será amarelo
enquanto o rabanete for vermelho. Logo, desde que o repolho seja
d) livraria - casa de lanches - panificadora - correio - banco:
amarelo, a alface será verde.
e) correio - panificadora - casa de lanches - livraria - banco.
Assinale conforme as seguintes hipóteses.
a) todas as conclusões são falsas;
40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para:
b) são falsas as conclusões 2, 3 e 5:
a) mocidade; b) imaturidade;
c) são verdadeiras as conclusões 1 e 2;
c) cansaço d) cãs; e) morte.
d) são verdadeiras as conclusões 3 e 4;
e) nenhum dos casos anteriores.
41. Precoce está para cedo assim como tardio está para:
a) inverno;
47. O diretor de um presídio resolve dar uma chance a um condenado á
b) manhã; morte e lhe propõe o seguinte: “Vá até o fim desse corredor e lá você
c) serôdio; encontrará duas portas, cada uma com um guarda. Uma delas conduz
d) inoportuno; á câmara de gás e a outra á liberdade. Os guardas sabem onde vai
e) inicial. dar cada uma das portas. Você tem o direito de fazer somente um pe-
dido a um deles. Mas um dos guardas sempre faz o contrário do que
lhe pedem e o outro sempre obedece cegamente. Que pedido deve
42. Direita está para esquerda assim como destro está para: fazer o prisioneiro para sair pela porta da liberdade?”.
a) ágil;
b) esperto; 48. Quatro irmãs dividem uma herança de 70 milhões de maneira que
c) sinistro; cada uma recebe 3 milhões a mais que a irmã imediatamente mais
d) inábil; velha. Quanto recebe exatamente cada uma das quatro?:
e) reto.
43. Franco está para a França assim como Lira está para: 49. Um rei, na iminência de contratar um cobrador de impostos, propõe a
a) Música; ele o seguinte problema: "Você tem aqui dez sacos cheios de moe-
b) Mentiroso; das, todos iguais, mas um deles só contém moedas falsas. As verda-
deiras pesam 10 gramas cada uma e as falsas, 9 gramas. Você tem
c) Bulgária; que descobrir qual é o saco que contém moedas falsas, usando uma
d) Itália; balança de um prato só e fazendo apenas uma pesagem". O cobrador
e) Espanha. de impostos conseguiu passar no teste. Como?

Raciocínio Lógico e Matemático 46 A Opção Certa Para a Sua Realização


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50. Polycrato pergunta a Pitágoras quantos alunos ele tem em sua escola. 22. A maior probabilidade de tirarmos uma bola preta em primeiro lugar é
Pitágoras lhe responde o seguinte: a do recipiente B, pois a fração 4/7 é a maior de todas e corresponde
- a metade estuda matemática a uma chance de 57,14%.
- um quarto estuda ciências 23. A definição mais exata de pecúlio é soma ou quantidade de dinheiro
- um sétimo estuda filosofia que alguém conseguiu acumular pelo seu trabalho e economia, po-
- e há mais três mulheres. rém o sinônimo bens não é incorreto.
Quantos são os discípulos de Pitágoras 24. Misantropia é um tipo de aversão, mais especificamente aversão
social, aversão ao contato com pessoas.
RESPOSTAS 25. O sinônimo mais correto para exasperação é o contido na alternativa
E: irritação.
01. Se o relógio adianta 4 minutos em 24 horas, ou seja, em 1.440 minu- 26. A figura que corresponde ao par de figuras anteriores se encontra na
tos, então ele adianta 10s por hora. Entre 7h30 e 12h temos 4h30, ou letra B, pois o que foi feito foi uma repetição do mesmo desenho ori-
seja, um adiantamento de 45s. Acrescendo estes 45s aos 30s que o ginal dobrado.
relógio já marcava às 7h30 teremos às 12h a marcação 12 h/min e 15 27. Se a família gastou 1/4, então lhe restam 3/4. Gastando 1/3 do que
segundos. restou, isso significa mais um quarto, pois 1/3 de 3/4 é 1/4. Desta ma-
02. No número 469 temos mais exatamente 46,9 dezenas, mas se consi- neira a família ainda dispõe de 50% do salário total.
derarmos apenas os inteiros, temos então 46 dezenas. 28. Pela lei de formação deste problema, repete-se o segundo número e
03. Para sabermos quantos quartos de kilo temos em meia tonelada substitui-se o primeiro pelo seu consecutivo. Assim sendo, o número
basta dividirmos os 500 kg que equivalem a uma tonelada por 0.25kg, que deve ser colocado no espaço é 60.
que é um quarto de kilo. Assim sendo, temos 2.000 quartos de kilo 29. Se é um quadro de linhas e colunas, então devemos analisar cada
em meia tonelada. par de números, sendo o primeiro número do paro que designa a li-
04. É impossível responder qual é o maior dos carros, sabe-se apenas nha e o segundo o que designa a coluna. Desta maneira a fórmula
que o vermelho é o menor entre eles. dada corresponde a Deus.
05. O carro que dentre os três está se movimentando com maior rapidez 30. Pelo código apresentado, cada termo deve ser substituído por outras
é o amarelo. três unidades inferiores. Assim as letras devem ser substituídas por
06. Para que haja uma representação teatral aquilo que absolutamente outras que as precedem 3 vezes. Por exemplo d corresponde à letra
imprescindível é que exista um ator ou uma atriz. a. Transcrevendo então resolução obteremos uma palavra análoga à
07. Chamando de x a idade de João, y a de José e z a de Júlio, teremos contida na alternativa C.
o seguinte sistema de equações: x + y = 125. Resolvendo por x = y + 31. O número que deve ser colocado no espaço em branco é 25, de
7 substituição encontraremos que João tem 66 anos. Portanto Júlio, acordo com o estabelecido nas linhas anteriores à incompleta.
que é 11 anos mais velho tem 77 anos. 32. Se as afirmações são ao contrário; então podemos dizer que o perito
08. Teste fácil, cuja resposta correta é a letra D. é alguém inábil.
09. Questão sobre lei de formação, que neste caso é começar a linha 33. De acordo com o nosso raciocínio apenas a terceira afirmação é
pelo segundo termo da linha anterior e terminá-la com o primeiro ter- perfeitamente condizente.
mo da anterior. Desta maneira o número a ser colocado no espaço 34. De acordo com nossa opinião todos os raciocínios apresentados
em branco é 19. estão corretos.
10. Para resolvermos este problema basta fazermos uma média ponde- 35. O contrário do contrário de algo é o próprio algo. Portanto o contrário
rada: durante 4/5 de jogo, ou seja, 80% é dia durante 20% de jogo à do contrário do exato é certo.
noite, ou seja, há o uso dos refletores. Basta multiplicarmos cada fra- 36. São precisos 40 cubos para erguermos uma construção igual à
ção do jogo pela chance do time azul, ou seja, fazermos: 80% x 70% apresentada.
+ 20% x 20%, o que resulta em 60% de chance de vitória.
37. São precisos 20 cubos para fazermos uma construção análoga à
11. O menor número de carros que nos permite armar o conjunto propos- desenhada no enunciado.
to é 6. Suponhamos que à frente dos 6 tenhamos os carros azuis;
38. As coisas estão com valor inverso, portanto esperança está para
atrás destes os vermelhos e por último dois amarelos. Consequente-
desespero, assim como medo está para coragem.
mente teremos duas possibilidades para vermos passarem 2 na fren-
te de 2. Teremos 3 possibilidades de vermos 2 atrás de 2 e uma pos- 39. Cremos que o itinerário contido na alternativa C é o que despende
sibilidade de termos 2 entre 2. menor quantidade de tempo.
12. Um oitavo de 32 é 4. 9 vezes isto é 36. A metade de 36 é 18. Portan- 40. Fogo está para fumaça assim como velhice está para cãs, ou seja,
to o número que acrescido de 3 dá metade de 9 vezes um oitavo de fumaça é um sinal de fogo assim como cãs o é de velhice.
32 é15. 41. Precoce está para cedo assim como tardio está para serôdio.
13. Devemos responder com a letra C pois há 3 moças entre Marina e 42. Destro é sinônimo de direito, que usa a mão direita. Portanto de
Marisa. acordo com a proposição feita devemos associá-lo a sinistro, que é a
14. No meio das 5 encontra-se sentada Maria. pessoa que usa a mão esquerda.
15. Quem está entre Matilde e Marina é Maria, a que está no meio-de 43. Franco é a moeda da França, assim como a libra o é da ltália.
todas. 44. se a lesma subir neste ritmo chegará ao topo do muro às 18 horas de
16. Entre Marina e Maria está sentada Mariana. sábado, quando deixará de escorregar porque já chegou ao topo.
17. Duas estão entre Marisa e Mariana: Matilde e Maria. 45. A sequência apresentada é uma P.A. de razão 22, portanto o quarto
termo é 78.
18. No recipiente A a possibilidade de tirarmos uma bola preta é maior
que no recipiente B, pois a fração 2/6 é maior que 3/10, pois em de- 46. Acreditamos que apenas as posições lll e lV são verdadeiras, o que
cimais temos respectivamente 0,333... e 0,30. nos leva a assinalar a letra D.
19. Neste caso é diferente porque a proporção de bolas pretas para o 47. O condenado deve pedir a qualquer dos guardas que mande o outro
total é a mesma: 1 para 3. mostrar a porta que conduz à morte e poderá, com toda a segurança,
sair pela porta que o guarda indicar. Se ele se dirigir ao guarda do
20. É maior agora a possibilidade de tirarmos uma bola preta do recipien-
contra, ele >mandará o outro mostrar a porta da liberdade. E. na hipó-
te B, pois a fração 2/7 é maior que 1/4, em decimais, respectivamente
tese de ele se dirigir ao guarda obediente, ele mandará o outro mos-
0,285 e 0,25.
trar a porta da morte, mas a porta mostrada será a da liberdade.
21. A fração 6/16 é maior que 3/9, portanto no recipiente A a possibilida-
48. Da mais velha à mais moça: 13, 16, 19 e 22 milhões.
de de tirarmos primeiro uma bola preta é maior.

Raciocínio Lógico e Matemático 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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49. Ele numerou as sacolas de 1 a 10 e tirou de cada uma delas tantas ___________________________________
moedas quanto fosse o número da sacola. Pesou então todas as mo-
edas. Se fosse verdadeiras, o resultado seria 550 gramas. A diferen- ___________________________________
ça a menos desse peso indica quantas moedas falsas foram pesadas. ___________________________________
E o número de moedas é igual ao número da sacola de onde elas fo-
ram tiradas. ___________________________________
___________________________________
50. Com efeito os homens reunidos fazem
_______________________________________________________
1 1 1 14 + 7 + 4 25 de toda a escola. Os 3 res-
+ + = = _______________________________________________________
2 4 7 28 28 38
tantes são compostos por três mulheres, donde - é igual a 1 estudan- _______________________________________________________
te. Portanto, a escola ter 28 alunos.
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Raciocínio Lógico e Matemático 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
ção de sistema de gestão único com geração de indicadores quantitativos e
qualitativos para o estabelecimento de metas; e
VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, nos termos
do seu estatuto social.
Art. 5o É dispensada a licitação para a contratação da EBSERH pela
administração pública para realizar atividades relacionadas ao seu objeto
social.
1 Lei Federal nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011. Art. 6o A EBSERH, respeitado o princípio da autonomia universitária,
poderá prestar os serviços relacionados às suas competências mediante
Autoriza o Poder Executivo a criar a empresa pública denominada Em- contrato com as instituições federais de ensino ou instituições congêneres.
presa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH; acrescenta dispositi- § 1o O contrato de que trata o caput estabelecerá, entre outras:
vos ao Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; e I - as obrigações dos signatários;
dá outras providências. II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a se-
Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a criar empresa pública uni- rem observados pelas partes;
pessoal, na forma definida no inciso II do art. 5o do Decreto-Lei no 200, de III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, conten-
25 de fevereiro de 1967, e no art. 5o do Decreto-Lei no 900, de 29 de do critérios e parâmetros a serem aplicados; e
setembro de 1969, denominada Empresa Brasileira de Serviços Hospitala- IV - a previsão de que a avaliação de resultados obtidos, no cumpri-
res - EBSERH, com personalidade jurídica de direito privado e patrimônio mento de metas de desempenho e observância de prazos pelas unidades
próprio, vinculada ao Ministério da Educação, com prazo de duração inde- da EBSERH, será usada para o aprimoramento de pessoal e melhorias
terminado. estratégicas na atuação perante a população e as instituições federais de
§ 1o A EBSERH terá sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e pode- ensino ou instituições congêneres, visando ao melhor aproveitamento dos
rá manter escritórios, representações, dependências e filiais em outras recursos destinados à EBSERH.
unidades da Federação. § 2o Ao contrato firmado será dada ampla divulgação por intermédio
§ 2o Fica a EBSERH autorizada a criar subsidiárias para o desenvol- dos sítios da EBSERH e da entidade contratante na internet.
vimento de atividades inerentes ao seu objeto social, com as mesmas
§ 3o Consideram-se instituições congêneres, para efeitos desta Lei, as
características estabelecidas no caput deste artigo, aplicando-se a essas
instituições públicas que desenvolvam atividades de ensino e de pesquisa
subsidiárias o disposto nos arts. 2o a 8o, no caput e nos §§ 1o, 4o e 5o do
na área da saúde e que prestem serviços no âmbito do Sistema Único de
art. 9o e, ainda, nos arts. 10 a 15 desta Lei.
Saúde - SUS.
Art. 2o A EBSERH terá seu capital social integralmente sob a proprie-
Art. 7o No âmbito dos contratos previstos no art. 6o, os servidores titu-
dade da União.
lares de cargo efetivo em exercício na instituição federal de ensino ou
Parágrafo único. A integralização do capital social será realizada com
instituição congênere que exerçam atividades relacionadas ao objeto da
recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União, bem
EBSERH poderão ser a ela cedidos para a realização de atividades de
como pela incorporação de qualquer espécie de bens e direitos suscetíveis
assistência à saúde e administrativas.
de avaliação em dinheiro.
§ 1o Ficam assegurados aos servidores referidos no caput os direitos
Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos
e as vantagens a que façam jus no órgão ou entidade de origem.
de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e
terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas § 2o A cessão de que trata o caput ocorrerá com ônus para o cessio-
federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao nário.
ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de Art. 8o Constituem recursos da EBSERH:
pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da I - recursos oriundos de dotações consignadas no orçamento da União;
Constituição Federal, a autonomia universitária. II - as receitas decorrentes:
§ 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do b) da alienação de bens e direitos;
Sistema Único de Saúde - SUS. c) das aplicações financeiras que realizar;
§ 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bo-
EBSERH observará as orientações da Política Nacional de Saúde, de nificações; e
responsabilidade do Ministério da Saúde. e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e in-
§ 3o É assegurado à EBSERH o ressarcimento das despesas com o ternacionais;
atendimento de consumidores e respectivos dependentes de planos priva- III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem
dos de assistência à saúde, na forma estabelecida pelo art. 32 da Lei no destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; e
9.656, de 3 de junho de 1998, observados os valores de referência estabe- IV - rendas provenientes de outras fontes.
lecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para
Art. 4o Compete à EBSERH:
atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decor-
I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de as- rentes da reserva legal e da reserva para contingência.
sistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêu-
Art. 9o A EBSERH será administrada por um Conselho de Administra-
tico à comunidade, no âmbito do SUS;
ção, com funções deliberativas, e por uma Diretoria Executiva e contará
II - prestar às instituições federais de ensino superior e a outras institui-
ainda com um Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo.
ções congêneres serviços de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão, ao
§ 1o O estatuto social da EBSERH definirá a composição, as atribui-
ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da saúde públi-
ções e o funcionamento dos órgãos referidos no caput.
ca, mediante as condições que forem fixadas em seu estatuto social;
III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições § 2o (VETADO).
federais de ensino superior e de outras instituições congêneres, cuja vincu- § 3o (VETADO).
lação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da sua § 4o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo
atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implementa- não será remunerada e será considerada como função relevante.
ção das residências médica, multiprofissional e em área profissional da § 5o Ato do Poder Executivo aprovará o estatuto da EBSERH.
saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS; Art. 10. O regime de pessoal permanente da EBSERH será o da Con-
IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesqui- solidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452,
sas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a de 1o de maio de 1943, e legislação complementar, condicionada a contra-
outras instituições congêneres; tação à prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e
V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais uni- títulos, observadas as normas específicas editadas pelo Conselho de
versitários e federais e a outras instituições congêneres, com implementa- Administração.

Legislação Aplicada à EBSERH 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Parágrafo único. Os editais de concursos públicos para o preenchi- 2 Decreto nº 7.661, de 28 de dezembro de 2011.
mento de emprego no âmbito da EBSERH poderão estabelecer, como
título, o cômputo do tempo de exercício em atividades correlatas às atribui-
ções do respectivo emprego. Art. 1o Fica aprovado o Estatuto Social da Empresa Brasileira de Ser-
viços Hospitalares - EBSERH, nos termos do Anexo, empresa pública
Art. 11. Fica a EBSERH, para fins de sua implantação, autorizada a
federal, unipessoal, vinculada ao Ministério da Educação.
contratar, mediante processo seletivo simplificado, pessoal técnico e admi-
nistrativo por tempo determinado. Art. 2o A constituição inicial do capital social da EBSERH será de R$
5.000.000,00 (cinco milhões de reais), a ser integralizado pela União.
§ 1o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput so-
mente poderão ser celebrados durante os 2 (dois) anos subsequentes à Art. 3o O disposto no art. 1o, inciso II do caput, do Decreto no 757, de
constituição da EBSERH e, quando destinados ao cumprimento de contrato 19 de fevereiro de 1993, não se aplica à EBSERH.
celebrado nos termos do art. 6o, nos primeiros 180 (cento e oitenta) dias de Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
vigência dele.
§ 2o Os contratos temporários de emprego de que trata o caput pode- ANEXO
rão ser prorrogados uma única vez, desde que a soma dos 2 (dois) perío- ESTATUTO SOCIAL DA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS
dos não ultrapasse 5 (cinco) anos. HOSPITALARES S.A. - EBSERH
Art. 12. A EBSERH poderá celebrar contratos temporários de emprego CAPÍTULO I
com base nas alíneas a e b do § 2º do art. 443 da Consolidação das Leis DA NATUREZA, FINALIDADE, SEDE E DURAÇÃO
do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de Art. 1o A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - EBSERH, em-
1943, mediante processo seletivo simplificado, observado o prazo máximo presa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimô-
de duração estabelecido no seu art. 445. nio próprio, reger-se-á pelo presente Estatuto Social e pelas disposições
Art. 13. Ficam as instituições públicas federais de ensino e instituições legais que lhe forem aplicáveis.
congêneres autorizadas a ceder à EBSERH, no âmbito e durante a vigência Parágrafo único. A EBSERH fica sujeita à supervisão do Ministro de
do contrato de que trata o art. 6o, bens e direitos necessários à sua execu- Estado da Educação.
ção. Art. 2o A EBSERH tem sede e foro em Brasília, Distrito Federal, e atu-
Parágrafo único. Ao término do contrato, os bens serão devolvidos à ação em todo o território nacional, podendo criar subsidiárias, sucursais,
instituição cedente. filiais ou escritórios e representações no país.
Art. 14. A EBSERH e suas subsidiárias estarão sujeitas à fiscalização Art. 3o A EBSERH terá por finalidade a prestação de serviços gratuitos
dos órgãos de controle interno do Poder Executivo e ao controle externo de assistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e
exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da terapêutico à comunidade, assim como a prestação às instituições públicas
União. federais de ensino ou instituições congêneres de serviços de apoio ao
Art. 15. A EBSERH fica autorizada a patrocinar entidade fechada de ensino, à pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de
previdência privada, nos termos da legislação vigente. pessoas no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da
Parágrafo único. O patrocínio de que trata o caput poderá ser feito Constituição, a autonomia universitária.
mediante adesão a entidade fechada de previdência privada já existente. § 1o As atividades de prestação de serviços de assistência à saúde de
Art. 16. A partir da assinatura do contrato entre a EBSERH e a institui- que trata o caput estarão inseridas integral e exclusivamente no âmbito do
ção de ensino superior, a EBSERH disporá de prazo de até 1 (um) ano para Sistema Único de Saúde - SUS.
reativação de leitos e serviço inativos por falta de pessoal. § 2o No desenvolvimento de suas atividades de assistência à saúde, a
Art. 17. Os Estados poderão autorizar a criação de empresas públicas EBSERH observará as diretrizes e políticas estabelecidas pelo Ministério da
de serviços hospitalares. Saúde.
Art. 18. O art. 47 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - § 3o A execução das atividades mencionadas neste artigo dar-se-á por
Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso V: meio da celebração de contrato específico para este fim, pactuado de
“Art. 47. ..................................................................... comum acordo entre a EBSERH e cada uma das instituições de ensino ou
............................................................................................. instituições congêneres, respeitado o princípio da autonomia das universi-
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públi- dades.
cos.” (NR) § 4o A EBSERH, no exercício de suas atividades, deverá estar orien-
Art. 19. O Título X da Parte Especial do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de tada pelas políticas acadêmicas estabelecidas no âmbito das instituições de
dezembro de 1940 - Código Penal, passa a vigorar acrescido do seguinte ensino com as quais estabelecer contrato de prestação de serviços.
Capítulo V: Art. 4o O prazo de duração da EBSERH é indeterminado.
“CAPÍTULO V Art. 5o A EBSERH sujeitar-se-á ao regime jurídico próprio das empre-
das fraudes em certames de interesse público sas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,
Fraudes em certames de interesse público trabalhistas e tributários.
‘Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar CAPÍTULO II
a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo DO CAPITAL SOCIAL E DOS RECURSOS
sigiloso de: Art. 6o O capital social da EBSERH é de R$ 5.000.000,00 (cinco mi-
I - concurso público; lhões de reais), integralmente sob a propriedade da União.
II - avaliação ou exame públicos; Parágrafo único. O capital social da EBSERH poderá ser aumentado e
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou integralizado com recursos oriundos de dotações consignadas no orçamen-
to da União, bem como pela incorporação de qualquer espécie de bens e
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
direitos suscetíveis de avaliação em dinheiro.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 7o Constituem recursos da EBSERH:
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer
I - as dotações que lhe forem consignadas no orçamento da União;
meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações mencionadas
no caput. II - as receitas decorrentes:
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: a) da prestação de serviços compreendidos em seu objeto;
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. b) da alienação de bens e direitos;
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por c) das aplicações financeiras que realizar;
funcionário público.’ (NR)” d) dos direitos patrimoniais, tais como aluguéis, foros, dividendos e bo-
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. nificações; e
e) dos acordos e convênios que realizar com entidades nacionais e in-
ternacionais;

Legislação Aplicada à EBSERH 2 A Opção Certa Para a Sua Realização


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III - doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem anos anteriores à data da eleição ou nomeação, salvo na condição de
destinados por pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado; síndico, comissário ou administrador judicial;
IV - os oriundos de operações de crédito, assim entendidos os proveni- VI - sócio, ascendente, descendente ou parente colateral ou afim, até o
entes de empréstimos e financiamentos obtidos pela entidade; e terceiro grau, de membro do Conselho de Administração, da Diretoria
V - rendas provenientes de outras fontes. Executiva e do Conselho Fiscal;
Parágrafo único. O lucro líquido da EBSERH será reinvestido para VII - os que tiverem interesse conflitante com a sociedade.
atendimento do objeto social da empresa, excetuadas as parcelas decor- § 1o Aos integrantes dos órgãos de administração é vedado intervir
rentes da reserva legal e da reserva para contingência. em operação em que, direta ou indiretamente, sejam interessadas socieda-
CAPÍTULO III des de que detenham o controle ou participação superior a cinco por cento
DA COMPETÊNCIA do capital social.
Art. 8o A EBSERH exercerá atividades relacionadas com suas finali- § 2o O impedimento referido no § 1o aplica-se, ainda, quando se tratar
dades, competindo-lhe, particularmente: de empresa em que ocupem ou tenham ocupado, em período imediatamen-
I - administrar unidades hospitalares, bem como prestar serviços de as- te anterior à investidura na EBSERH, cargo de gestão.
sistência médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêu- CAPÍTULO V
tico à comunidade, integralmente disponibilizados ao Sistema Único de DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Saúde; Art. 12. O órgão de orientação superior da EBSERH é o Conselho de
II - prestar, às instituições federais de ensino superior e a outras insti- Administração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de
tuições públicas congêneres, serviços de apoio ao ensino e à pesquisa e à Estado da Educação, obedecendo a seguinte composição:
extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas no campo da I - três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sen-
saúde publica, em consonância com as diretrizes do Poder Executivo; do que um será o Presidente do Conselho e outro substituto nas suas
III - apoiar a execução de planos de ensino e pesquisa de instituições ausências e impedimentos;
federais de ensino superior e de outras instituições públicas congêneres, II - o Presidente da Empresa, que não poderá exercer a Presidência do
cuja vinculação com o campo da saúde pública ou com outros aspectos da Conselho, ainda que interinamente;
sua atividade torne necessária essa cooperação, em especial na implemen- III - um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Or-
tação de residência médica ou multiprofissional e em área profissional da çamento e Gestão;
saúde, nas especialidades e regiões estratégicas para o SUS; IV - dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde;
IV - prestar serviços de apoio à geração do conhecimento em pesqui- V - um representante dos empregados e respectivo suplente, na forma
sas básicas, clínicas e aplicadas nos hospitais universitários federais e a da Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e
outras instituições públicas congêneres; VI - um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das
V - prestar serviços de apoio ao processo de gestão dos hospitais uni- Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES, sendo reitor de uni-
versitários e federais e a outras instituições públicas congêneres, com a versidade federal ou diretor de hospital universitário federal.
implementação de sistema de gestão único com geração de indicadores § 1o O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração
quantitativos e qualitativos para o estabelecimento de metas; e será de dois anos contados a partir da data de publicação do ato de nome-
VI - exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. ação, podendo ser reconduzidos por igual período.
Art. 9o A EBSERH prestará os serviços relacionados às suas compe- § 2o O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste
tências mediante contrato com as instituições federais de ensino ou institui- artigo, e seu respectivo suplente, serão escolhidos dentre os empregados
ções públicas congêneres, o qual conterá, obrigatoriamente: ativos da EBSERH, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada
I - as obrigações dos signatários; pela empresa em conjunto com as entidades sindicais que os representem,
II - as metas de desempenho, indicadores e prazos de execução a se- na forma da Lei no 12.353, de 2010, e sua regulamentação.
rem observados pelas partes; e § 3o O representante dos empregados não participará das discussões e
III - a respectiva sistemática de acompanhamento e avaliação, conten- deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remuneração,
do critérios e parâmetros a serem aplicados. benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência complemen-
Parágrafo único. A EBSERH dará ampla publicidade aos contratos fir- tar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesse, sendo tais
mados, inclusive por meio de sítio na Internet. assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para tal fim.
CAPÍTULO IV § 4o A investidura dos membros do Conselho de Administração far-se-
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS á mediante assinatura em livro de termo de posse.
Art. 10. São órgãos estatutários da EBSERH: § 5o Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a
I - o Conselho de Administração; partir da data do término do prazo de gestão anterior.
II - a Diretoria Executiva; § 6o Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administra-
ção permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto.
III - o Conselho Fiscal; e
§ 7o No caso de vacância definitiva do cargo de Conselheiro, o substi-
IV - o Conselho Consultivo. tuto será nomeado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a
Art. 11. Não podem participar dos órgãos da EBSERH, além dos im- designação do novo representante, exceto no caso do representante dos
pedidos por lei: empregados.
I - os que detenham controle ou participação relevante no capital social § 8o O suplente do representante dos empregados exercerá suas fun-
de pessoa jurídica inadimplente com a EBSERH ou que lhe tenha causado ções apenas no caso de vacância definitiva do seu titular.
prejuízo ainda não ressarcido, estendendo-se esse impedimento aos que § 9o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Adminis-
tenham ocupado cargo de administração em pessoa jurídica nessa situação, tração farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da
no exercício social imediatamente anterior à data da eleição ou nomeação; remuneração média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso,
II - os que houverem sido condenados por crime falimentar, de sonega- obrigatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desem-
ção fiscal, de prevaricação, de corrupção ativa ou passiva, de concussão, penho da função.
de peculato, contra a economia popular, contra a fé pública, contra a pro- § 10. Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previs-
priedade ou que houverem sido condenados a pena criminal que vede, tos em lei, considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho de
ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; Administração que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a
III - os declarados inabilitados para cargos de administração em em- duas reuniões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano,
presas sujeitas a autorização, controle e fiscalização de órgãos e entidades salvo caso de forca maior ou caso fortuito.
da administração pública direta e indireta; Art. 13. Compete ao Conselho de Administração:
IV - os declarados falidos ou insolventes; I - fixar as orientações gerais das atividades da EBSERH;
V - os que detiveram o controle ou participaram da administração de II - examinar e aprovar, por proposta do Presidente da EBSERH, políti-
pessoa jurídica concordatária, falida ou insolvente, no período de cinco cas gerais e programas de atuação a curto, médio e longo prazo, em har-

Legislação Aplicada à EBSERH 3 A Opção Certa Para a Sua Realização


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monia com a política de educação, com a política de saúde e com a política V - autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto
econômico-financeira do Governo Federal; valores mobiliários, podendo estabelecer normas e delegar poderes;
III - aprovar o regimento interno da EBSERH, que deverá conter, dentre VI - analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração
outros aspectos, a estrutura básica da empresa e os níveis de alçada propostas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores
decisória da Diretoria e do Presidente, para fins de aprovação de opera- mobiliários;
ções; VII - estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de sua compe-
IV - aprovar o orçamento e programa de investimentos e acompanhar a tência;
sua execução; VIII - elaborar as demonstrações financeiras de encerramento de exer-
V - aprovar os contratos previstos no art. 6o da Lei no 12.550, de 2011; cício;
VI - apreciar os relatórios anuais de auditoria e as informações sobre os IX - autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que cons-
resultados da ação da EBSERH, bem como sobre os principais projetos por tituam ônus, obrigações ou compromissos para a EBSERH, exceto os
esta apoiados; constantes do art. 6o da Lei no 12.550, de 2011; e
VII - autorizar a contratação de auditores independentes; X - pronunciar-se sobre todas as matérias que devam ser submetidas
VIII - opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazen- ao Conselho de Administração.
da, por intermédio do Ministro de Estado da Educação: Art. 17. A Diretoria reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e,
a) o relatório de administração e as demonstrações contábeis anuais extraordinariamente, sempre que convocada pelo Presidente da EBSERH,
da EBSERH; deliberando com a presença da maioria de seus membros.
b) a proposta de destinação de lucros ou resultados; § 1o As deliberações da Diretoria serão tomadas por maioria de votos e regis-
c) a proposta de criação de subsidiárias; e tradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade.
d) a proposta de dissolução, cisão, fusão e incorporação que envolva a § 2o O Presidente poderá vetar as deliberações da Diretoria, subme-
EBSERH. tendo-as, neste caso, ao Conselho de Administração.
IX - deliberar sobre alteração do capital e do estatuto social da EB- Art. 18. Compete ao Presidente:
SERH; I - representar a EBSERH, em juízo ou fora dele, podendo delegar essa
X - deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: atribuição, em casos específicos, e, em nome da entidade, constituir man-
a) o regulamento de licitação; datários ou procuradores;
b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas II - convocar e presidir as reuniões da Diretoria;
sobre apuração de responsabilidade; III - coordenar o trabalho das unidades da EBSERH, podendo delegar
c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas; competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a coorde-
e nação dos serviços da empresa;
d) o plano de salários, benefícios, vantagens e quaisquer outras parce- IV - editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços
las que componham a retribuição de seus empregados; da EBSERH, de acordo com a organização interna e a respectiva distribui-
XI - autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens imóveis e ção de competências estabelecidas pela Diretoria;
valores mobiliários; V - admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos com-
XII - autorizar a contratação de empréstimos no interesse da EBSERH; preendidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e
XIII - designar e destituir o titular da auditoria interna, após aprovação critérios previstos em lei e aprovados pela Diretoria, podendo delegar esta
da Controladoria Geral da União; e atribuição no todo ou em parte;
XIV - dirimir questões em que não haja previsão estatutária, aplicando, VI - designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impe-
subsidiariamente, a Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976. dimentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribui-
Art. 14. O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, ção de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento; e
mensalmente e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo VII - apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração relató-
Presidente, a seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus rio das atividades da EBSERH.
membros. Art. 19. Aos Diretores compete auxiliar o Presidente na direção e coor-
§ 1o O Conselho somente deliberará com a presença da maioria abso- denação das atividades da EBSERH e exercer as tarefas de coordenação
luta dos seus membros. que lhe forem atribuídas em regimento ou delegadas pelo Presidente.
§ 2o As deliberações do Conselho serão tomadas por maioria simples Art. 20. Os contratos que a EBSERH celebrar ou em que vier a intervir
de votos dos presentes, respeitado o quorum do § 1o, e registradas em e os atos que envolvam obrigações ou responsabilidades por parte da
atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. empresa serão assinados pelo Presidente, em conjunto com um Diretor.
CAPÍTULO VI § 1o Os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obrigações
DA DIRETORIA contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento
Art. 15. A EBSERH será administrada por uma Diretoria Executiva, serão assinados pelo Presidente, que poderá delegar esta atribuição.
composta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituí- § 2o Na hipótese de delegação da atribuição referida no § 1o, os títu-
veis, a qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do los, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo menos,
Ministro de Estado da Educação. duas assinaturas.
§ 1o A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assina- CAPÍTULO VII
tura em livro de termo de posse. DO CONSELHO FISCAL
§ 2o O Presidente e Diretores da EBSERH serão nomeados dentre Art. 21. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da EBSERH,
brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: compõe-se de três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados
I - idoneidade moral e reputação ilibada; pelo Ministro de Estado da Educação, sendo:
II - notórios conhecimentos na área de gestão, da atenção hospitalar e I - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que
do ensino em saúde; e exercerá a sua presidência;
III - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade II - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; e
profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. III - um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda como re-
Art. 16. Compete à Diretoria: presentante do Tesouro Nacional.
I - administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da EBSERH e de- § 1o A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante
cidir, por proposta dos responsáveis pelas respectivas áreas de coordena- registro na ata da primeira reunião de que participarem.
ção, sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de
§ 2o O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos
alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;
contados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser
II - propor e implementar as linhas orientadoras da ação da EBSERH;
reconduzidos por igual período.
III - apreciar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e
programa de investimentos da EBSERH; § 3o Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus
IV - deliberar sobre operações, situadas no respectivo nível de alçada a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração
decisória estabelecido pelo Conselho de Administração; média mensal dos Diretores da EBSERH, além do reembolso, obrigatório, das
despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho da função.
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Art. 22. Cabe ao Conselho Fiscal: CAPÍTULO IX
I - fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administrado- DO EXERCÍCIO SOCIAL, DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E
res e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; DOS LUCROS
II - opinar sobre o relatório anual da administração e demonstrações fi- Art. 26. O exercício social da EBSERH coincidirá com o ano civil.
nanceiras do exercício social; Art. 27. A EBSERH levantará demonstrações financeiras e procederá à
III - opinar sobre a modificação do capital social, planos de investimen- apuração do resultado em 31 de dezembro de cada exercício.
to ou orçamentos de capital, transformação, incorporação, fusão ou cisão; Art. 28. Do resultado do exercício, feita a dedução para atender a pre-
IV - denunciar, por qualquer de seus membros, os erros, fraudes ou juízos acumulados e a provisão para imposto sobre a renda, o Conselho de
crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis; Administração proporá ao Ministro de Estado da Fazenda a sua destinação,
V - analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demons- observando a parcela de cinco por cento para a constituição da reserva
trações financeiras elaboradas periodicamente pela EBSERH; e legal, até o limite de vinte por cento do capital social.
VI - acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, poden- Parágrafo único. Os prejuízos acumulados devem, preferencialmente,
do examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informações. ser deduzidos do capital social.
§ 1o A Diretoria e o Conselho de Administração são obrigados a dis-
ponibilizar, por meio de comunicação formal, aos membros em exercício do CAPÍTULO X
Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e, DA ORGANIZAÇÃO INTERNA E DO PESSOAL
dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais Art. 29. A estrutura organizacional da EBSERH e a respectiva distribui-
demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos ção de competências serão estabelecidas pelo Conselho de Administração,
relatórios de execução do orçamento. mediante proposta da Diretoria Executiva.
§ 2o O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, ex- Parágrafo único. O órgão de auditoria interna da EBSERH vincula-se
traordinariamente, quando convocado pelo seu Presidente. diretamente ao Conselho de Administração.
§ 3o Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros Art. 30. Aplica-se ao pessoal da EBSERH o regime jurídico estabeleci-
efetivos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a do pela legislação vigente para as relações de emprego privado.
nomeação de novo membro. Parágrafo único. O ingresso do pessoal far-se-á mediante concurso público
§ 4o Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em lei, de provas ou de provas e títulos, observadas as normas específicas expedidas
considerar-se-á vaga a função de membro do Conselho Fiscal que, sem causa pela Diretoria, respeitado o disposto no art. 10 da Lei nº 12.550, de 2011.
formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecutivas ou três
alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de forca maior ou caso fortuito. CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
CAPÍTULO VIII Art. 31. Os membros do Conselho de Administração, da Diretoria Exe-
DO CONSELHO CONSULTIVO cutiva, do Conselho Fiscal e os ocupantes de cargos de confiança, direção,
Art. 23. Conselho Consultivo é órgão permanente da EBSERH que assessoramento ou chefia, ao assumirem suas funções, apresentarão
tem as finalidades de consulta, controle social e apoio à Diretoria Executiva declaração de bens e renda, anualmente renovada.
e ao Conselho de Administração, e é constituído pelos seguintes membros: Art. 32. A EBSERH, na forma previamente definida pelo Conselho de
I- o Presidente da EBSERH, que o preside; Administração, assegurará aos integrantes e ex-integrantes dos Conselhos
II - dois representantes do Ministério da Educação; de Administração e Fiscal e da Diretoria Executiva a defesa em processos
III - um representante do Ministério da Saúde; judiciais e administrativos contra eles instaurados pela prática de atos no
IV - um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospi- exercício do cargo ou função, nos casos em que não houver incompatibili-
tais universitários federais, indicado pelo Conselho Nacional de Saúde; dade com os interesses da empresa.
V - um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitá- Parágrafo único. A defesa prevista no caput aplica-se, no que couber,
rios federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas; e a critério do Conselho de Administração, aos empregados ocupantes e
VI - um reitor ou diretor de hospital universitário, indicado pela ANDI- ex-ocupantes de cargo ou de função de confiança.
FES; e Art. 33. A EBSERH rege-se pela Lei no 12.550, de 2011, pela Lei no
VII - um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários 6.404, de 1976, por este Estatuto e pelas demais normas que lhe sejam
federais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade aplicáveis.
representativa.
§ 1o Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmen- 3 Regimento Interno da EBSERH.
te pelos respectivos órgãos e entidades e designados pelo Ministro de
Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata
da primeira reunião de que participarem. CAPÍTULO I
§ 2o A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
não será remunerada e será considerada como função relevante, assegu-
rado o reembolso das despesas de locomoção e estada necessárias ao Artigo 1°. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh -, em-
desempenho da função. presa pública dotada de personalidade jurídica de direito privado e patrimô-
Art. 24. Compete ao Conselho Consultivo: nio próprio, cuja criação foi autorizada pela Lei 12.550, de 15 de dezembro
I - opinar sobre as linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias da de 2011, e cujo Estatuto Social foi aprovado pelo Decreto n°.7.661, de 28
EBSERH, orientando o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva de dezembro de 2011, reger-se-á pelas disposições legais que lhe forem
no cumprimento de suas atribuições; aplicáveis e pelos dispositivos deste Regimento.
II - propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atu-
ação ou outras medidas, orientando para que a EBSERH atinja os objetivos Artigo 2º. A Ebserh tem por finalidade a prestação de serviços gratuitos de
para a qual foi criada; atenção médico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnóstico e terapêuti-
III - acompanhar e avaliar periodicamente o desempenho da EBSERH; e co à comunidade, bem como a prestação, às instituições públicas federais
IV - assistir à Diretoria e ao Conselho de Administração em suas fun- de ensino ou instituições congêneres, de serviços de apoio ao ensino, à
ções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação das estratégias pesquisa e à extensão, ao ensino-aprendizagem e à formação de pessoas
de ação da EBSERH. no campo da saúde pública, observada, nos termos do art. 207 da Consti-
Art. 25. O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos tuição Federal, a autonomia universitária.
uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo § 1º Para a execução de suas finalidades a Ebserh deverá:
presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administra- I – Planejar, implantar, coordenar, monitorar, avaliar e criar condições para
ção, ou a pedido de um terço dos seus membros. aperfeiçoar continuamente a auto-administração, em um sistema unificado
entre a Sede, as filiais ou outras unidades descentralizadas, e a prestação
de serviços de atenção à saúde da população, integralmente disponibiliza-
dos ao Sistema Único de Saúde – SUS, por meio dessas filiais e unidades

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descentralizadas; Artigo 5º Não podem participar dos órgãos de administração da Ebserh os
II - Criar condições para aperfeiçoamento da realização e desenvolvimento impedidos por lei e pelo Estatuto Social.
dos programas de residência em todos os campos da saúde, particularmen-
te nas especialidades e regiões estratégicas para o trabalho e o desenvol- Subseção I
vimento do Sistema Único de Saúde – SUS, em função das necessidades Do Conselho de Administração
da população;
III – Criar, juntamente com as Universidades, condições de apoio para o Artigo 6° O órgão de orientação superior da Ebserh é o Conselho de Admi-
aperfeiçoamento do ensino e da produção de conhecimento em pesquisas nistração, composto por nove membros, nomeados pelo Ministro de Estado
básicas, clínicas, tecnológicas ou aplicadas, nos hospitais universitários da Educação, obedecendo a seguinte composição:
federais, assim como em unidades descentralizadas da Ebserh, de acordo I – três membros indicados pelo Ministro de Estado da Educação, sendo
com as diretrizes do Poder Executivo e em conformidade com as atribui- que um será o Presidente do Conselho e outro será seu substituto nas suas
ções de outros órgãos dos sistemas universitário e de saúde; ausências e impedimentos;
IV – Integrar, articular e otimizar os processos de atenção à saúde e de II – o Presidente da Ebserh, que não poderá exercer a Presidência do
gestão dos hospitais universitários federais e instituições públicas congêne- Conselho, ainda que interinamente;
res, por meio de um sistema de informação, monitoramento, avaliação e III – um membro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orça-
aperfeiçoamento unificado, em consonância com as necessidades decor- mento e Gestão;
rentes da missão da Ebserh, de acordo com as finalidades das instituições IV – dois membros indicados pelo Ministro de Estado da Saúde;
de ensino superior e em função das necessidades, condições e possibilida- V – um representante dos empregados, e respectivo suplente, na forma da
des regionais e institucionais; Lei nº 12.353, de 28 de dezembro de 2010; e
V – Exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, nos termos da VI – um membro indicado pela Associação Nacional dos Dirigentes das
Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, do seu Estatuto Social e deste Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), sendo reitor de universi-
Regimento. dade federal ou superintendente de hospital universitário federal.
§ 2º Para os fins deste regimento, considera-se: § 1º O prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração será
I – Sede – o conjunto das unidades integrantes da administração central da de dois anos, contados a partir da data de publicação do ato de nomeação,
Ebserh, cujas competências prioritárias são a articulação, a coordenação, o podendo ser reconduzidos por igual período.
monitoramento, a avaliação, o planejamento e a gestão das finalidades da § 2º O representante dos empregados, de que trata o inciso V deste artigo,
empresa; e seu respectivo suplente serão escolhidos dentre os empregados ativos da
II – Filiais – o conjunto de unidades descentralizadas da Ebserh, constituído Ebserh, pelo voto direto de seus pares, em eleição organizada pela empre-
pelos hospitais universitários federais, cuja competência prioritária é o apoio sa em conjunto com as entidades sindicais que os representem, na forma
e a prestação direta da atenção à saúde, bem como a integração respectiva da Lei nº 12.353, de 2010, e sua regulamentação.
ao ensino e à pesquisa; § 3º O representante dos empregados não participará das discussões e
III – Unidades descentralizadas – unidades ou conjuntos de unidades deliberações sobre assuntos que envolvam relações sindicais, remunera-
descentralizadas da Ebserh, na forma de escritórios, representações ou ção, benefícios e vantagens, inclusive assistenciais ou de previdência
subsidiárias. complementar, hipóteses em que fica configurado o conflito de interesses,
§ 3º As atividades de prestação de serviços de atenção à saúde de que sendo estes assuntos deliberados em reunião separada e exclusiva para
trata o caput deste artigo estarão inseridas integral e exclusivamente no tais fins.
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), observadas as diretrizes e § 4º A investidura dos membros do Conselho de Administração será feita
políticas estabelecidas pelo Ministério da Saúde. mediante assinatura em livro de termo de posse.
§ 4º A execução das atividades da Ebserh, por intermédio de suas filiais e § 5º Na hipótese de recondução, o prazo de nova gestão conta-se a partir
unidades descentralizadas, dar-se-á por meio da celebração de contrato da data do término do prazo de gestão anterior.
específico para esse fim, nos termos da Lei nº 12.550/11. § 6º Findo o prazo de gestão, o membro do Conselho de Administração
permanecerá no exercício da função até a investidura de substituto.
CAPÍTULO II § 7º No caso de vacância do cargo de Conselheiro, o substituto será nome-
DOS ÓRGÃOS ESTATUTÁRIOS E REGIMENTAIS ado pelos Conselheiros remanescentes e servirá até a designação do novo
SEÇÃO I representante, exceto no caso do representante dos empregados.
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL § 8º O suplente do representante dos empregados exercerá suas funções
apenas no caso de vacância do seu titular.
Artigo 3º Para cumprimento das suas competências legais, a Ebserh apre- § 9º Salvo impedimento legal, os membros do Conselho de Administração
senta a seguinte estrutura de governança: farão jus a honorários mensais correspondentes a dez por cento da remu-
§ 1º Órgãos de administração: neração média mensal dos Diretores da Ebserh, além do reembolso, obri-
I – Conselho de Administração; gatório, das despesas de locomoção e estada necessárias ao desempenho
II – Diretoria Executiva; da função.
III – Conselho Consultivo. § 10 Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em
§ 2º Órgãos de fiscalização: lei, considerar-se-á vaga a função do membro do Conselho de Administra-
I – Conselho Fiscal; ção que, sem causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuni-
II – Auditoria Interna. ões consecutivas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo caso de
§ 3° Comissões: força maior ou caso fortuito.
I – Comissão de Ética;
II – Comissão de Controle Interno; Artigo 7° O Conselho de Administração aprovará em ato próprio seu Regi-
III. Outras Comissões constituídas pela Presidência ou pela Diretoria Exe- mento Interno.
cutiva.
Artigo 8° Compete ao Conselho de Administração:
SEÇÃO II I – fixar as orientações gerais das atividades da Ebserh;
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO II – examinar, e aprovar, por proposta do Presidente da Ebserh, as políticas
gerais e programas de atuação da Empresa a curto, médio e longo prazos,
Artigo 4º Os órgãos de administração da Ebserh serão integrados por em harmonia com a política de educação, com a política de saúde e com a
brasileiros,residentes no País, dotados de notório saber, inclusive sobre as política econômico-financeira do Governo Federal;
melhores práticas de governança corporativa, experiência, idoneidade III – aprovar o Regimento Interno da Ebserh e suas alterações supervenien-
moral, reputação ilibada e capacidade técnica compatível com o cargo. tes, o qual deverá conter, dentre outros aspectos, a estrutura básica da
Parágrafo Único. Os membros da Diretoria Executiva deverão ter experiên- Empresa e os níveis de alçada decisória da Diretoria e do Presidente, para
cia profissional mínima de 10 anos em suas respectivas áreas de atuação, fins de aprovação de operações;
comprovada por meio de documentação pertinente.

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IV – aprovar o orçamento e programa de investimentos propostos pela Artigo 11 Compete à Diretoria Executiva:
Presidência e acompanhar a sua execução; I – administrar e dirigir os bens, serviços e negócios da Ebserh e decidir,
V – aprovar os contratos previstos no art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de por proposta dos responsáveis pelas áreas de coordenação competentes,
dezembro de 2011; sobre operações de responsabilidade situadas no respectivo nível de
VI – apreciar e aprovar o Relatório Anual de Gestão apresentado pela alçada decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;
Administração da Ebserh; II – propor os valores dos regimes de alçada para as várias instâncias de
VII – apreciar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna (RAINT) gestão da Ebserh;
emitido pela Auditoria Interna da Ebserh, nos termos da Resolução CGPAR III – monitorar e avaliar continuamente os processos de serviços e de
nº 3, de 31 de dezembro de 2010; gestão, assim como as condições para o funcionamento adequado das
VIII – autorizar a contratação de auditores independentes; filiais da Ebserh ou outras unidades descentralizadas, e da própria Sede;
IX – opinar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Fazenda, por IV – avaliar as propostas de dados, indicadores e sinalizadores para o
intermédio do Ministro de Estado da Educação: monitoramento e avaliação contínuos das unidades e órgãos componentes
a) relatórios de administração e demonstrações contábeis anuais da Eb- da Ebserh, a serem especificados e apresentados pela Diretoria de Gestão
serh; de Processos e de Tecnologia da Informação, a partir de propostas das
b) propostas de destinação de resultados e eventuais lucros; demais Diretorias da instituição ou em articulação e avaliação conjunta com
c) propostas de criação de subsidiárias; e elas;
d) propostas de dissolução, cisão, fusão ou incorporação que envolvam a V – propor e implementar as linhas orientadoras das ações da Ebserh;
Ebserh. VI – aprovar os regulamentos internos das Diretorias da Ebserh e demais
X – deliberar sobre propostas de alterações do capital e do Estatuto Social órgãos da Sede, assim como seus respectivos quadros de pessoal e orga-
da Ebserh; nogramas funcionais;
XI – deliberar, mediante proposta da Diretoria Executiva, sobre: VII – aprovar os planos e relatórios anuais de cada Diretoria da Ebserh;
a) o regulamento de licitações; VIII – aprovar e submeter ao Conselho de Administração o orçamento e
b) o regulamento de pessoal, incluindo o regime disciplinar e as normas programa de investimentos da Ebserh;
sobre apuração de responsabilidade; IX – deliberar sobre operações situadas no respectivo nível de alçada
c) o quadro de pessoal, com a indicação do total de vagas autorizadas; e decisória estabelecido pelo Conselho de Administração;
d) o Plano de Cargos, Carreira e Salários; o Plano de Benefícios; e o Plano X – autorizar a aquisição, alienação e oneração de bens móveis, exceto
de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas; valores mobiliários;
XII – autorizar a aquisição, alienação e a oneração de bens imóveis e XI – analisar e submeter à aprovação do Conselho de Administração pro-
valores mobiliários; postas de aquisição, alienação e oneração de bens imóveis e valores
XIII – autorizar a contratação de empréstimos no interesse da Ebserh; mobiliários;
XIV – designar e destituir o titular da Auditoria Interna, após aprovação da XII – estabelecer normas e delegar poderes, no âmbito de suas competên-
Controladoria Geral da União; e cias;
XV – aprovar a criação de escritórios, representações, dependências e XIII – elaborar as demonstrações financeiras de encerramento de exercício;
filiais da Empresa. XIV – autorizar a realização de acordos, contratos e convênios que consti-
tuam ônus, obrigações ou compromissos para a Ebserh, exceto os constan-
Artigo 9° O Conselho de Administração reunir-se-á, ordinariamente, a cada tes do art. 6º da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011;
mês e, extraordinariamente, sempre que for convocado pelo Presidente, a XV – pronunciar-se em relação às matérias que devam ser submetidas ao
seu critério, ou por solicitação de, pelo menos, quatro de seus membros. Conselho de Administração;
§ 1° O Conselho somente deliberará com a presença da maioria absoluta XVI – fornecer todas e quaisquer informações solicitadas pelos Conselhos;
de seus membros. XVII – fornecer ao Conselho de Administração os recursos necessários ao
§ 2° As deliberações do Conselho serão realizadas por maioria simples de seu funcionamento;
votos dos presentes, respeitado o quórum do § 1° e registradas em atas, XVIII – aprovar o Plano Estratégico da Ebserh para ações com períodos
cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o voto de qualidade. definidos;
§ 3° Deliberar sobre matérias não previstas pelo Estatuto da Empresa ou XIX – aprovar o Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) e a
por este Regimento. Política de Segurança da Informação (PSI), elaborados pela Diretoria de
§ 4° Admite-se a decisão ad referendum, pelo Presidente, em casos de Gestão de Processos e Tecnologia da Informação; e
comprovada urgência, devendo ser ela submetida à aprovação do colegia- XX – propor ao Conselho de Administração a criação de escritórios, repre-
do, na primeira reunião subsequente do Conselho. sentações, dependências e filiais da Empresa.
Subseção II Parágrafo Único - Admite-se a decisão ad referendum, pelo Presidente, em
Da Diretoria Executiva caso de comprovada necessidade, devendo ela ser submetida à votação,
na primeira reunião subsequente da Diretoria Executiva.
Artigo 10 A Ebserh será administrada por uma Diretoria Executiva, compos- Subseção III
ta pelo Presidente e até seis Diretores, todos nomeados e destituíveis, a Do Conselho Consultivo
qualquer tempo, pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de
Estado da Educação. Artigo 12 O Conselho Consultivo é o órgão permanente da Ebserh que tem
§ 1°. Os componentes da Diretoria Executiva são: a finalidade de oferecer consultoria e apoio à Diretoria Executiva e ao
I – Presidente da Ebserh; Conselho de Administração, além de avaliar e fazer sugestões em relação
II – Diretor de Atenção à Saúde (DAS); ao papel social da Ebserh, de acordo com seus objetivos específicos na
III – Diretor de Gestão de Pessoas (DGP); sociedade; sendo constituído pelos seguintes membros:
IV – Diretor de Logística e Infraestrutura Hospitalar (DLIH); I – o Presidente da Ebserh, que o preside;
V – Diretor Administrativo Financeiro (DAF); e II – dois representantes do Ministério da Educação;
VI – Diretor de Gestão de Processos e de Tecnologia da Informação III – um representante do Ministério da Saúde;
(DGPTI). IV – um representante dos usuários dos serviços de saúde dos hospitais
§ 2º. A investidura dos membros da Diretoria far-se-á mediante assinatura universitários federais, filiais da Ebserh, indicado pelo Conselho Nacional
em livro de termo de posse. de Saúde;
§ 3º. O Presidente e Diretores da Ebserh serão nomeados dentre brasileiros V – um representante dos residentes em saúde dos hospitais universitários
que satisfaçam os seguintes requisitos: federais, indicado pelo conjunto de entidades representativas;
I – idoneidade moral e reputação ilibada; VI – um reitor ou superintendente de hospital universitário, indicado pela
II – notórios conhecimentos na área de gestão, de atenção hospitalar e de Andifes; e
ensino em saúde; VII – um representante dos trabalhadores dos hospitais universitários
III – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profis- federais administrados pela EBSERH, indicado pela respectiva entidade
sional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. representativa.

Legislação Aplicada à EBSERH 7 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 1º Os membros do Conselho Consultivo serão indicados bienalmente, IV – acompanhar a execução patrimonial, financeira e orçamentária, po-
pelos respectivos órgãos ou entidades, e designados pelo Ministro de dendo examinar livros e quaisquer outros documentos e requisitar informa-
Estado da Educação, sendo sua investidura feita mediante registro na ata ções para essa finalidade;
da primeira reunião de que participarem. V – opinar sobre ao Relatório Anual de Gestão e às demonstrações finan-
§ 2º A atuação de membros da sociedade civil no Conselho Consultivo não ceiras de cada exercício social;
será remunerada e será considerada como função socialmente relevante, VI – opinar sobre a modificação do capital social, orçamento, planos de
assegurada a indenização das despesas com locomoção, estadia e alimen- investimento, transformação, incorporação, fusão ou cisão.
tação necessárias ao desempenho da função. § 1° A Diretoria Executiva e o Conselho de Administração são obrigados a
disponibilizar, por meio de comunicação formal, aos membros em exercício
Artigo 13 Compete ao Conselho Consultivo: no Conselho Fiscal, dentro de dez dias, cópia das atas de suas reuniões e,
I – opinar a respeito das linhas gerais das políticas, diretrizes e estratégias dentro de quinze dias de sua elaboração, cópias dos balancetes e demais
da Ebserh, indicando propostas de melhoria ao Conselho de Administração demonstrações financeiras elaboradas periodicamente, bem como dos
e à Diretoria Executiva; relatórios de execução do orçamento.
II – propor linhas de ação, programas, estudos, projetos, formas de atuação § 2° O Conselho Fiscal reunir-se-á, ordinariamente, a cada mês e, extraor-
ou outras medidas, para que a Ebserh atinja os objetivos para os quais foi dinariamente, quando convocado pelo seu presidente.
criada; Subseção II
III – acompanhar periodicamente o desempenho da Ebserh; Da Auditoria Interna
IV – assistir a Diretoria Executiva e o Conselho de Administração em suas
funções, sobretudo na formulação, implementação e avaliação de estraté- Artigo 18 O órgão de Auditoria Interna da Ebserh vincula-se diretamente ao
gias de ação da Ebserh. Conselho de Administração, nos termos do art. 15, § 3º, do Decreto nº
3.591, de 6 de setembro de 2000, e terá suporte administrativo da Presi-
Artigo 14 O Conselho Consultivo reunir-se-á ordinariamente pelo menos dência da Ebserh, que proverá os meios e condições necessários à execu-
uma vez por ano e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo ção das suas competências.
presidente, por sua iniciativa ou por solicitação do Conselho de Administra- § 1° A Auditoria Interna da Ebserh é uma atividade independente, de avali-
ção, ou a pedido de um terço dos seus membros. ação e assessoramento aos gestores da entidade, no acompanhamento da
execução dos programas de governo, visando comprovar o nível de execu-
SEÇÃO III ção das metas, o alcance dos objetivos e a adequação do gerenciamento;
DOS ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO § 2° A Auditoria Interna recebe orientação normativa e supervisão técnica
do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, de acordo com
Artigo 15. São órgãos de fiscalização da Ebserh o Conselho Fiscal e a o caput do art. 15 do Decreto n.° 3.591, de 6 de setembro de 2000.
Auditoria Interna. § 3° A nomeação, designação, exoneração ou dispensa do Auditor Geral,
Subseção I titular da Unidade de Auditoria Interna será submetida, pelo Presidente da
Do Conselho Fiscal Ebserh, à aprovação do Conselho de Administração e, subsequentemente,
à aprovação da Controladoria-Geral da União, nos termos do art. 15, §5º,
Artigo 16. O Conselho Fiscal, como órgão permanente da Ebserh, é com- do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000.
posto por três membros efetivos e respectivos suplentes, nomeados pelo § 4° É vedada a atuação dos auditores internos em atividades que possam
Ministro de Estado da Educação, sendo: caracterizar participação na gestão, conforme determina o art. 1°, alínea “d”
I – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Educação, que exerce- da Resolução/ CGPAR/ n° 2, de 31 de dezembro de 2010.
rá a presidência;
II – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Saúde; Artigo 19 Compete à Auditoria Interna da Ebserh:
III – um membro indicado pelo Ministro de Estado da Fazenda, como repre- I – estabelecer estratégias com o objetivo de avaliar a legalidade e acom-
sentante do Tesouro Nacional. panhar os resultados da gestão orçamentária, financeira, patrimonial e de
§ 1° A investidura dos membros do Conselho Fiscal far-se-á mediante recursos humanos da Sede e filiais da Ebserh;
registro na ata da primeira reunião de que participarem. II – definir metas e procedimentos para auditoria e fiscalização, por meio de
§ 2° O mandato dos membros do Conselho Fiscal será de dois anos, con- ações preventivas e corretivas na Sede e filiais da Ebserh;
tados a partir da data de publicação do ato de nomeação, podendo ser III – definir estratégias para a execução de ações de controle nas entidades
reconduzidos por igual período. públicas e privadas sob Contrato de Gestão com a Sede e filiais da Ebserh;
§ 3° Em caso de renúncia, falecimento ou impedimento, os membros efeti- IV – elaborar e submeter à aprovação do Conselho de Administração da
vos do Conselho Fiscal serão substituídos pelos seus suplentes, até a Ebserh o Plano Anual de Atividades de Auditoria Interna (PAINT), de acor-
nomeação de novo membro. do com o disposto na legislação;
§ 4° Além dos casos de morte, renúncia, destituição e outros previstos em V – elaborar o Relatório Anual de Atividades de Auditoria Interna (RAINT), e
lei, considerar-se-á vaga a função do membro do Conselho Fiscal que, sem apresentá-lo ao Conselho de Administração da Ebserh, de acordo com o
causa formalmente justificada, não comparecer a duas reuniões consecuti- disposto na legislação;
vas ou três alternadas, no intervalo de um ano, salvo em caso de força VI – examinar e emitir Parecer quanto à Prestação de Contas anual da
maior. Ebserh, e tomada de contas especial, nos termos da legislação em vigor.
§ 5° Salvo impedimento legal, os membros do Conselho Fiscal farão jus a VII – elaborar e encaminhar ao Conselho de Administração e ao Presidente
honorários mensais correspondentes a dez por cento da remuneração da Ebserh, relatórios gerenciais e operacionais das auditorias realizadas;
média mensal dos Diretores da Ebserh, além da indenização, obrigatória, VIII – instituir, em conjunto com os demais setores da Ebserh, instrumentos
para as despesas de locomoção, alimentação e estada necessárias ao internos de controle administrativo de desempenho, de aplicação dos
desempenho da função. recursos públicos e da guarda dos bens públicos, sua área de atuação, nos
termos do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000;
Artigo 17 Compete ao Conselho Fiscal: IX – prestar apoio aos Conselhos de Administração e Fiscal da Ebserh,
I – fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores dentro do limite de suas competências.
da Ebserh e verificar o cumprimento de seus deveres legais, estatutários e
regimentais; Artigo 20 Todos os servidores e empregados da Ebserh prestarão o apoio
II – denunciar, por qualquer de seus membros, erros, fraudes ou crimes que necessário para a realização das Ações de Controle da Auditoria Interna.
identificarem no âmbito da Ebserh, e propor providências corretivas e Parágrafo Único Quando se fizer necessário, a Auditoria Interna poderá
saneadoras para o que for identificado; solicitar a assistência de especialistas e de outros profissionais, internos ou
III – analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstra- externos à instituição.
ções financeiras, elaboradas periodicamente pela Ebserh;

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Artigo 21 A Auditoria Interna possui autorização para acesso a registros, § 2º Alterações na estrutura organizacional hierárquica e funcional e as
pessoal, informações, sistemas e propriedades físicas relevantes à execu- respectivas mudanças na distribuição de competências poderão, a qualquer
ção de suas ações de controle. tempo, ser submetidas à aprovação do Conselho de Administração
Parágrafo Único A Auditoria Interna poderá solicitar às áreas da Sede ou
das filiais da Ebserh, ou a unidades a ela vinculadas, quando necessário ou CAPÍTULO III
pertinente, informações que deverão ser apresentadas tempestiva e obriga- DO CORPO DIRETIVO
toriamente pelos seus respectivos gestores.
Artigo 28 O corpo diretivo da Ebserh é constituído pelo Presidente e pelos
SEÇÃO IV Diretores que compõem a Diretoria Executiva.
DAS COMISSÕES
SEÇÃO I
Artigo 22 Sem prejuízo de outras que possam ser criadas, são comissões DA PRESIDÊNCIA
da Ebserh a Comissão de Ética e a Comissão de Controle Interno.
Subseção I Artigo 29 São estruturas de assessoria diretamente vinculadas à Presidên-
Da Comissão de Ética cia:
I – a Chefia de Gabinete;
Artigo 23 O Presidente da Ebserh constituirá Comissão de Ética composta II – a Coordenadoria Jurídica;
por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego III – a Assessoria de Planejamento e Avaliação;
permanente, e seus respectivos suplentes, conforme Decreto nº 1.171, de IV – a Assessoria de Comunicação Social; e
22 de junho de 1994. V – a Ouvidoria Geral.

Artigo 24 É finalidade da Comissão de Ética zelar pelo cumprimento do Artigo 30 Ao Presidente da Ebserh compete:
Código de Ética Profissional da Ebserh. I – dirigir, coordenar e controlar as ações desenvolvidas pela instituição de
§ 1°. Os membros da Comissão serão designados pelo Presidente para forma a que, continuamente, sua atuação esteja orientada para os seus
mandatos não coincidentes de três anos. objetivos, conforme indicados na Lei de criação, no Estatuto Social, neste
§ 2°. A atuação no âmbito da Comissão de Ética não enseja qualquer regimento e nas disposições resultantes do Conselho de Administração;
remuneração para seus membros e os trabalhos nela desenvolvidos são II – representar a Ebserh, em juízo ou fora dele, podendo delegar, em
considerados prestação de relevante serviço público. casos específicos, essa atribuição, e, em nome da entidade, constituir
§ 3°. A Comissão de Ética da Ebserh será vinculada administrativamente à mandatários ou procuradores;
Presidência, para cumprir plano de trabalho aprovado pela Presidência, que III – convocar e presidir as reuniões da Diretoria Executiva e do Conselho
proverá o apoio técnico e material para os trabalhos da Comissão, nos Consultivo;
termos do § 1º do art. 7º do Decreto 6.029, de 1º de fevereiro de 2007. IV – coordenar e articular o trabalho em relação às unidades da Ebserh,
tanto na Sede quanto nas suas filiais e unidades descentralizadas, podendo
Artigo 25 Compete à Comissão de Ética: delegar competência executiva e decisória e distribuir, entre os Diretores, a
I - – dirimir dúvidas a respeito da interpretação das normas éticas a que coordenação e articulação dos serviços da Empresa;
estão subordinados os empregados da Ebserh e deliberar em relação a V – editar normas necessárias ao funcionamento dos órgãos e serviços da
casos omissos; Ebserh, de acordo com a organização interna e a respectiva distribuição de
II – apurar, mediante denúncia ou de ofício, conduta em desacordo com as competências da Sede e das filiais ou unidades descentralizadas, estabele-
normas éticas pertinentes; cidas por este Regimento e pela Diretoria Executiva;
III – disseminar informações e desenvolver capacitação, junto às unidades VI – admitir, promover, punir, dispensar e praticar os demais atos compre-
e setores da Ebserh, em relação a orientações de ética profissional no endidos na administração de pessoal, de acordo com as normas e critérios
âmbito da instituição; previstos em Lei, neste Regimento e na avaliação da Comissão de Ética da
IV representar a Ebserh na Rede de Ética do Poder Executivo Federal a Ebserh, podendo delegar essas atribuições no todo ou em parte;
que se refere o art. 9º do Decreto n° 6029, de 1º de fevereiro de 2007; VII – designar substitutos para os membros da Diretoria, em seus impedi-
V – elaborar e aprovar seu regulamento interno; mentos temporários, que não possam ser atendidos mediante redistribuição
VI – escolher seu presidente; de tarefas, e, no caso de vaga, até o seu preenchimento;
VII – exercer outras atividades inerentes às suas finalidades. VIII – submeter, por critério de relevância, matérias da Diretoria Executiva
Parágrafo Único – Aos dirigentes da Ebserh aplicam-se as disposições ao Conselho de Administração;
contidas no Código de Conduta da Alta Administração Federal. IX – apresentar, trimestralmente, ao Conselho de Administração, relatório
Subseção II das atividades da Ebserh;
Da Comissão de Controle Interno X – submeter a nomeação, designação, exoneração ou dispensa do Auditor
Geral, titular da Unidade de Auditoria Interna, à aprovação do Conselho de
Artigo 26 O presidente da Ebserh poderá constituir Comissão de Controle Administração e, subsequentemente, à aprovação da Controladoria-Geral
Interno, da União, nos termos do art. 15, § 5º, do Decreto nº 3.591, de 6 de setem-
composta por seis membros, sendo um representante da Presidência e um bro de 2000;
representante de cada Diretoria. XI – designar os componentes da Comissão de Ética da Ebserh;
Parágrafo Único – A Comissão, por ato próprio, aprovará seu regulamento XII – assegurar as condições de trabalho para que a Comissão de Ética
interno, incluindo suas competências institucionais. cumpra suas funções, inclusive para que, do exercício das atribuições de
seus integrantes, não lhes resulte qualquer prejuízo ou dano;
SEÇÃO V XIII – monitorar, em seu âmbito de responsabilidade, a avaliação da gestão
DA ORGANIZAÇÃO INTERNA da ética conforme processo coordenado pela Comissão de Ética Pública da
Ebserh;
Artigo 27 A estrutura organizacional da Ebserh, Sede, Filiais e unidades XIV – emitir Portarias e Resoluções necessárias ao cumprimento dos
descentralizadas, será estabelecida no organograma funcional aprovado objetivos e metas da Ebserh;
pelo Conselho de Administração, assim como o Plano de Cargos, Carreiras XV – constituir comissões especiais, integradas por conselheiros ou espe-
e Salários; o Plano de Benefícios; e o Plano de Cargos em Comissão e de cialistas, para realizar estudos de interesse da Ebserh;
Funções Gratificadas. XVI – operacionalizar a criação de subsidiárias, escritórios, representações,
§ 1º Após aprovação pelo Conselho de Administração, os Planos serão dependências e filiais em quaisquer unidades da Federação, para o desen-
submetidos à aprovação do Ministério do Planejamento, Orçamento e volvimento de atividades inerentes ao seu objeto social, conforme §1º e §2º
Gestão e à subsequente homologação do Ministério do Trabalho. do art. 1º da Lei no 12.550, de 15 de dezembro de 2011, bem como extin-
gui-las, nos termos da legislação vigente;

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XVII – instituir e normatizar a utilização de instrumentos administrativos
internos de monitoramento, controle e avaliação de gestão, desempenho, XVI – submeter à aprovação da Diretoria Executiva o regulamento com o
aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, nos termos detalhamento das atribuições e o organograma da Chefia de Gabinete;
do art. 17, do Decreto nº 3.591, de 6 de setembro de 2000; XVII – exercer outras atribuições determinadas pelo Presidente.
XVIII – instituir a Comissão de Controle Interno da Ebserh, designar seus
membros e presidência; Artigo 34 Compete à Coordenadoria Jurídica:
XIX – assinar, conjuntamente com um diretor, os contratos que a Ebserh I – assessorar juridicamente o Presidente, a Diretoria Executiva, o Conselho
celebrar ou em que vier a intervir e os atos que envolvam obrigações ou de Administração, o Conselho Fiscal e o Conselho Consultivo;
responsabilidades por parte da Empresa; II – realizar advocacia preventiva na Ebserh, antecipando e propondo
XX – assinar os títulos ou documentos emitidos em decorrência de obriga- soluções jurídicas para a Sede e para as filiais e unidades descentraliza-
ções contratuais, bem como os cheques e outras obrigações de pagamento das;
ou delegar essa atribuição; III – assessorar as Diretorias da Sede, bem como as Superintendências e
XXI – emitir Portaria com os valores dos limites de alçada da Ebserh, Gerências das filiais em relação a assuntos jurídicos específicos relativos a
estabelecidos no Regulamento de Alçada e na Norma Operacional proposta seus campos de atuação na Ebserh;
pela Diretoria Administrativa Financeira; IV – avaliar a legalidade e regularidade de atos e procedimentos submeti-
XXII – exercer outras atribuições previstas no Estatuto e no Regimento da dos à Coordenadoria Jurídica pelas Diretorias, Superintendências e Gerên-
Ebserh. cias da Ebserh;
Parágrafo Único V – formular e supervisionar as teses jurídicas da Sede da Ebserh, assim
Na hipótese de delegação da atribuição referida no Item XX deste artigo, os como as das filiais e unidades descentralizadas;
títulos, documentos, cheques e outras obrigações deverão conter, pelo VI – representar a Empresa judicial e extrajudicialmente, com a outorga do
menos, duas assinaturas de Diretores da Ebserh. Presidente, por meio do exercício e coordenação da representação ativa e
passiva da Ebserh nas vias judicial e administrativa;
Artigo 31 Em situações de emergência, o Presidente poderá decidir ad VII – analisar, avaliar e emitir parecer relativo à legalidade e conformidade
referendum pela Diretoria Executiva, devendo a decisão ser submetida à de editais,bem como quanto à formalização de contratos, convênios, acor-
Diretoria na reunião subsequente à decisão. dos, ajustes e instrumentos congêneres, e aos aspectos de legalidade e
conformidade da instrução processual;
Artigo 32 Nas suas ausências e impedimentos, o Presidente será substituí- VIII – elaborar informações em mandado de segurança;
do por Diretor por ele designado dentre os membros da Diretoria Executiva. IX – analisar e emitir parecer jurídico referente à legalidade de conclusões
de relatórios de apurações de responsabilidade, bem como das consequen-
Artigo 33 Compete à Chefia de Gabinete: tes proposições de medidas administrativas ou imputações de responsabili-
I – auxiliar a Presidência da Ebserh na condução e gestão da instituição, dade administrativa ou civil;
em consonância com as diretrizes estabelecidas para a realização dos X – defender os integrantes e ex-integrantes dos Conselhos de Administra-
objetivos institucionais; ção e Fiscal e da Diretoria Executiva em processos judiciais e administrati-
II – prestar assistência direta e imediata ao Presidente, na preparação, na vos contra eles instaurados pela prática de atos no exercício do cargo ou
análise e no despacho do expediente, incluindo a coordenação da agenda função, nos casos em que não houver incompatibilidade com os interesses
da Presidência; da Empresa;
III – coordenar a Secretaria Geral da Ebserh e articular a realização das XI – propor a contratação de serviços jurídicos especializados;
atribuições dessa Secretaria Geral com as demais atribuições do Gabinete XII – responder ou prestar informações solicitadas pelo Ministério Público,
da Presidência; Procon, Defensorias Públicas, Delegacias de Polícia e outros órgãos de
IV – organizar as agendas, preparar a documentação e supervisionar a controle externo à Ebserh, conforme subsídios prestados pelas unidades da
secretaria das reuniões do Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Ebserh;
Conselho Consultivo e da Diretoria Executiva; XIII – submeter ao Presidente, para aprovação pela Diretoria Executiva, o
V – supervisionar os trabalhos da Secretaria Geral na organização e reali- regulamento com o detalhamento das atribuições e o organograma da
zação das reuniões dos órgãos colegiados; Coordenadoria Jurídica;
VI – supervisionar os trabalhos da Secretaria Geral na elaboração e publi- XIV – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência.
cação dos atos normativos da Presidência da Ebserh, junto às instâncias
competentes para o encaminhamento desses processos; Artigo 35 Compete à Assessoria de Planejamento e Avaliação:
VII – subsidiar e auxiliar o Presidente na preparação de documentos para I – assessorar a Presidência e a Diretoria Executiva nos processos de
apresentação em eventos internos e externos à Ebserh, com a participação planejamento institucional;
da Assessoria de Comunicação Social, quando for necessário; II – elaborar, coordenar, monitorar e avaliar os instrumentos formais de
VIII – organizar e acompanhar pronunciamentos públicos da Presidência, planejamento e de avaliação institucional, visando o aprimoramento contí-
com a participação da Assessoria de Comunicação Social, quando for nuo das ações da empresa;
necessário; III – subsidiar e apoiar a Presidência e demais órgãos da Ebserh com
IX – supervisionar o trabalho da Secretaria Geral relativo aos registros de informações estratégicas referentes aos programas, planos e projetos
documentos na Junta Comercial; institucionais, visando seu monitoramento e avaliação;
X – participar e monitorar grupos de trabalho e reuniões de interesse imedi- IV – coordenar em conjunto com o Gabinete da Presidência as atividades
ato da Presidência, em conjunto com as Assessorias da Presidência, quan- preparatórias à assinatura dos contratos de gestão dos hospitais universitá-
do for necessário; rios federais e instituições congêneres;
XI – monitorar o trabalho dos assessores diretos do Presidente em projetos V – coordenar a produção, monitorar e homologar os indicadores estratégi-
especiais demandados pelos Órgãos de Administração da Ebserh e pelo cos e de gestão da Ebserh;
Ministério da Educação; VI – articular e monitorar a elaboração e execução das peças orçamentá-
XII – monitorar projetos e atividades desenvolvidos no âmbito das Assesso- rias, visando o alinhamento das mesmas ao planejamento institucional;
rias da Presidência e manter a Presidência informada a respeito do desen- VII – coordenar a elaboração dos relatórios de atividades e de gestão da
volvimento desses projetos e atividades; Ebserh;
XIII – redigir, revisar, movimentar e organizar correspondência e outros VIII – articular e monitorar a execução do plano de ação da Ebserh;
documentos da Presidência da Ebserh; IX – apoiar a implementação do planejamento institucional no âmbito das
XIV – manter em bom funcionamento a gestão interna do Gabinete da filiais e unidades descentralizadas;
Presidência, quanto à infraestrutura e ao suporte necessários ao seu funci- X – coordenar o Comitê Interno de Gestão do Programa Nacional de Rees-
onamento, em articulação com as demais Assessorias da Presidência; truturação dos Hospitais Universitários Federais (REHUF) em consonância
XV – monitorar matérias de interesse da Empresa relativas a assuntos com as diretrizes do Comitê Gestor Nacional do Programa;
legislativos e orientar as ações da Ebserh, em articulação com a Coordena- XI – coordenar os programas de cooperação entre instituições e organis-
doria Jurídica; mos nacionais, internacionais e Ebserh;

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XII – subsidiar a Presidência com informações acerca do processo decisó-
rio de adesão e incorporação de novos hospitais; Artigo 38 Compete à Ouvidoria Geral da Ebserh:
XIII – articular com as Diretorias da Empresa estudos contínuos para o I – registrar as manifestações recebidas da sociedade, relacionadas à
aprimoramento dos processos de trabalho realizados pela Ebserh; Sede, filiais e unidades descentralizadas da Ebserh, que contenham suges-
XIV – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. tões, críticas, reclamações, denúncias, elogios, pedidos de informações
Parágrafo Único As Diretorias encaminharão ao Comitê Interno previsto no e/ou esclarecimentos de dúvidas sobre quaisquer atos praticados ou de
inciso X subsídios para proposição, ao Comitê Gestor do REHUF, dos responsabilidade das unidades da Empresa;
critérios para a descentralização de recursos do Programa, de acordo com II – encaminhar, monitorar e avaliar as ações e providências adotadas pelos
o perfil assistencial e de ensino dos Hospitais Universitários e com as setores e unidades competentes em relação a manifestações dos cidadãos;
diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde. III – encaminhar ao presidente da Ebserh as demandas que não forem
resolvidas pelo setor responsável, após o vencimento do prazo de resposta;
Artigo 36 A Assessoria de Ensino e Pesquisa deverá desenvolver ações de IV – manter atualizados os registros e o acompanhamento das demandas
articulação entre os gerentes dessa área das filiais e as diversas Diretorias recebidas, com os respectivos encaminhamentos e respostas;
da Empresa, para apoio ao desenvolvimento dos trabalhos de ensino e V – gerir e coordenar o Serviço de Informação ao Cidadão (SIC) e prestar
pesquisa nos hospitais universitários. informações ao público quanto aos serviços e ao funcionamento da Ebserh,
de acordo com a legislação em vigor;
Artigo 37 Compete à Assessoria de Comunicação Social: VI – padronizar procedimentos referentes à elaboração e utilização de
I – planejar, orientar, coordenar, e supervisionar as atividades de comuni- formulários, guias e outros documentos utilizados para orientar e informar o
cação da Ebserh quanto a jornalismo, publicidade, relações públicas, cidadão, nos termos da legislação em vigor;
cerimonial, protocolo e propaganda institucional; VII – assessorar, coordenar e articular a instalação, a organização e o
II – elaborar, supervisionar e avaliar a execução do Plano Anual de Comu- funcionamento das ouvidorias das filiais da Ebserh e de unidades descen-
nicação; tralizadas, assim como as pesquisas de satisfação junto aos usuários dos
III – difundir objetivos, serviços, ações, imagem, papel e a importância da serviços prestados, nos termos da legislação em vigor;
Empresa; VIII – submeter ao Presidente da Ebserh, para avaliação e aprovação pela
IV – orientar tecnicamente as assessorias de Comunicação Social das filiais Diretoria Executiva, o regulamento, ou propostas de alteração do mesmo,
da Ebserh e unidades descentralizadas, na execução de suas atividades, com o detalhamento das atribuições e o organograma da Ouvidoria Geral;
alinhadas às políticas de Comunicação do Ministério da Educação; IX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência.
V – orientar os dirigentes e empregados sobre os prazos de entrega de
informações e pautas que serão utilizadas pelos diversos veículos de Artigo 39 As ouvidorias das filiais da Ebserh, ou unidades descentralizadas,
comunicação que utilizam a Ebserh como fonte de reportagens; se reportarão ao respectivo Superintendente e integrarão uma Rede de
VI – intermediar e intensificar o relacionamento da Ebserh com os veículos Ouvidorias com atuação descentralizada, mas articulada na padronização
de comunicação e profissionais de imprensa; dos processos e na unificação dos dados nacionais para a produção de
VII – produzir, organizar e divulgar, interna e externamente, material jorna- relatórios estatísticos e de gestão, por meio da Ouvidoria Geral.
lístico e administrativo relativo ao trabalho da Empresa;
VIII – subsidiar os órgãos de direção da Ebserh em relação ao comporta- SEÇÃO II
mento e à imagem da Empresa na mídia, por meio de monitoramento e DAS DIRETORIAS
avaliação das informações a respeito da instituição, divulgadas pelos veícu-
los de comunicação impressos e eletrônicos; Artigo 40 Cada uma das Diretorias que compõem a Ebserh elaborará seu
IX – orientar os empregados da empresa sobre como lidar adequadamente Regulamento e organograma funcional próprios e os submeterá à Presi-
com a imprensa; dência para aprovação pela Diretoria Executiva.
X – assessorar a Presidência, as diretorias e demais órgãos da Ebserh nas § 1° Cada Diretoria implementará a política organizacional definida pelas
ações que envolvam comunicação social, promoção institucional e realiza- múltiplas instâncias competentes da Ebserh, nos seus respectivos âmbitos
ção de eventos; de competência;
XI – estabelecer e administrar processos e procedimentos para realização § 2° Cada Diretor indicará seu substituto legal, dentre os Coordenadores a
de solenidades e eventos, de acordo com normas de Cerimonial e de ele subordinados, e submeterá tal indicação à aprovação do Presidente da
Protocolo; Ebserh.
XII – elaborar e executar pesquisa de opinião relativa aos serviços presta- § 3° Cada Diretoria deverá instituir, em consonância com as demais Direto-
dos pela Ebserh, em consonância com os órgãos diretivos da Empresa; rias, instrumentos internos de controle administrativo de desempenho, de
XIII – desenvolver, regulamentar, e monitorar o uso correto e padronizado aplicação dos recursos públicos e da guarda dos bens públicos, na sua
da marca, do slogan e demais elementos relacionados à identidade visual área de atuação, nos termos da legislação em vigor.
da Empresa;
XIV – coordenar, elaborar ou editar todo e qualquer material gráfico ou Artigo 41 Compete à Diretoria de Atenção à Saúde:
audiovisual com vista à divulgação da Empresa para o público interno ou I – alinhar as ações de atenção à saúde coordenadas pela Ebserh às
externo; políticas e diretrizes dos Ministérios da Educação e da Saúde;
XV – estabelecer diretrizes para envio de mensagens dos diversos setores II – estabelecer o modelo de atenção à saúde e o perfil assistencial das
da Ebserh aos empregados da Sede, filiais e unidades descentralizadas, filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, de acordo com as necessi-
bem como administrar informes diversos a serem afixados nos quadros de dades de saúde da população e de formação profissional, em consonância
aviso da Sede; com as políticas públicas, em conjunto com os gestores do SUS;
XVI – propor parcerias para ações promocionais da empresa, apoiadas na III – planejar, implementar, monitorar e avaliar as ações e serviços de
legislação pertinente e em decisão da Diretoria Executiva; atenção à saúde nas filiais da Ebserh e nas unidades descentralizadas, de
XVII – administrar o uso de critérios relativos às normas técnicas das co- acordo com as políticas e diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS);
municações visuais e jornalísticas, de informações relativas à Ebserh, IV – articular com os gestores do SUS, nos âmbitos federal, estadual e
disponibilizadas na intranet, internet ou nas redes sociais; municipal, o desenvolvimento de ações de atenção à saúde pelas filiais da
XVIII – planejar e gerenciar as atividades de web com interface operacional Ebserh, em consonância com as políticas públicas de saúde;
de criação interna para briefing, layout, mídia interna online (banners, selos, V – estabelecer com os gestores do SUS as bases de negociação para os
popups, flashes, novas áreas, materiais multimídia), bem como propor e contratos de prestação de serviços pelas filiais da Ebserh;
monitorar procedimentos de comunicação para novos meios (internet, VI – gerir os contratos estabelecidos entre as filiais da Ebserh e unidades
tecnologia móvel, redes sociais, blogs) em parceria com a DGPTI, alinha- descentralizadas com os gestores do SUS;
das com os objetivos de comunicação do Ministério da Educação; VII – definir, em conjunto com os hospitais universitários, protocolos clíni-
XIX – supervisionar e fiscalizar os contratos, para prestação de serviços cos, assistenciais e diretrizes terapêuticas, em consonância com a normati-
firmados com terceiros, relativos à área de comunicação social da Sede; zação do SUS, visando qualificar os processos e a gestão do cuidado em
XX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. saúde nas filiais da Ebserh e em suas unidades descentralizadas;

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VIII – estabelecer e articular com as demais Diretorias da Ebserh, diretrizes, X – propor padrões, definir orientações técnicas e delegar competências no
indicadores e parâmetros para monitoramento e avaliação da qualidade da âmbito da Diretoria, comunicando às demais Diretorias e aos gestores das
atenção à saúde nas filiaisda Ebserh e em suas unidades descentralizadas; filiais e unidades descentralizadas;
IX – estabelecer e articular, com as demais Diretorias, os padrões técnicos XI – articular com a DGPTI o desenvolvimento e implantação dos Sistemas
de qualidade hospitalar e de segurança do paciente, a serem adotados nas de Gestão Hospitalar no tocante à infraestrutura física, às tecnologias, aos
filiais da Ebserh e em suas unidades descentralizadas; insumos estratégicos e serviços hospitalares, bem como aos seus indicado-
X – implantar o processo de Gestão de Tecnologias em Saúde nas filiais da res de monitoramento; e
Ebserh e em suas unidades descentralizadas, em consonância com as II – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência da Ebserh.
diretrizes do SUS;
XI – propor a padronização de equipamentos, materiais médico- Artigo 43 Compete à Diretoria Administrativa Financeira:
hospitalares e medicamentos estratégicos a serem utilizados nas filiais da I – planejar, implementar e controlar as políticas e diretrizes de gestão
Ebserh e em unidades descentralizadas, de acordo com os respectivos administrativa, orçamentária, financeira, patrimonial e contábil no âmbito da
perfis assistenciais; Sede da Ebserh, das filiais e das unidades descentralizadas;
XII – articular a atenção à saúde desenvolvida nas filiais da Ebserh e em II – subsidiar a Presidência, o Conselho de Administração, o Conselho
unidades descentralizadas com a produção de conhecimento em diferentes Fiscal e a Diretoria Executiva com as informações necessárias para as
áreas e a formação de recursos humanos em múltiplos campos de atuação; decisões relacionadas à execução e ao desempenho do orçamento da
XIII – apoiar as filiais da Ebserh e unidades descentralizadas, dotando-as Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades descentralizadas;
de condições necessárias para a obtenção de certificação como Hospitais III – apoiar e monitorar as filiais e unidades descentralizadas da Ebserh no
de Ensino; planejamento, implementação e controle de seus respectivos orçamentos e
XIV – coordenar o processo de certificação dos Hospitais de Ensino de desempenhos institucionais, de acordo com as características definidas no
forma articulada com os Ministérios da Educação e da Saúde; planejamento de cada unidade;
XV – articular com os gestores do SUS, apoiar e monitorar as filiais da IV – planejar, gerenciar e controlar a execução orçamentária e financeira da
Ebserh e unidades descentralizadas, na implementação das ações de Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades descentralizadas, com as medi-
vigilância em saúde, em consonância com as diretrizes do SUS; das necessárias à manutenção do equilíbrio financeiro da Empresa;
XVI – estabelecer condições, critérios e procedimentos para a implementa- V – planejar, estabelecer diretrizes de gerenciamento, monitorar e avaliar o
ção da regulação assistencial nas filiais da Ebserh e unidades descentrali- método de apuração e gestão de custos da Empresa;
zadas, em consonância com a política nacional de regulação do SUS; VI – planejar, estabelecer diretrizes de gerenciamento, controlar e registrar
XVII – articular com a DGPTI o desenvolvimento e implantação de Sistemas o movimento contábil da Sede, de suas filiais e unidades descentralizadas,
de Gestão Hospitalar, no tocante ao componente assistencial e aos indica- de forma a viabilizar acesso contínuo aos dados e resultados contábeis da
dores de avaliação da atenção à saúde; e instituição;
XVIII – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. VII – planejar, estabelecer diretrizes e normas para as atividades de com-
pras, aquisições e contratações de bens e serviços necessários ao pleno
Artigo 42.Compete à Diretoria de Logística e Infraestrutura Hospitalar: funcionamento da Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades descentrali-
I – planejar, coordenar e implementar, em conjunto com as Diretorias da zadas, assim como executar os procedimentos para a consecução dessas
Ebserh, o processo de especificação técnica para o provimento de infraes- atividades;
trutura física, tecnologias hospitalares, insumos estratégicos e serviços VIII – planejar, estabelecer diretrizes e normas de gerenciamento e fiscali-
hospitalares para as filiais e unidades descentralizadas; zação de contratos, convênios, suprimentos de fundos e demais recursos
II – avaliar as demandas das Diretorias e propor soluções eficazes e efeti- no âmbito da Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades descentralizadas;
vas para a infraestrutura física, as tecnologias, os insumos estratégicos e IX – gerenciar o patrimônio da Sede da Ebserh e monitorar sua manuten-
serviços hospitalares nas filiais e unidades descentralizadas; ção nas filiais e nas unidades descentralizadas;
III – monitorar e avaliar a gestão de infraestrutura física, tecnológica, insu- X – gerenciar o almoxarifado, a infraestrutura física e os serviços adminis-
mos estratégicos e serviços hospitalares para as filiais e unidades descen- trativos da Sede da Ebserh;
tralizadas, de forma orientada para a qualificação das áreas físicas e insta- XI – planejar, estabelecer diretrizes e normas, avaliar e controlar a emissão
lações prediais, do parque tecnológico, do uso racional de insumos estraté- de passagens e diárias necessárias para a realização de trabalhos no
gicos e dos serviços hospitalares; âmbito da Sede da Ebserh, de suas filiais e unidades descentralizadas;
IV – estabelecer, em acordo com as demais Diretorias, diretrizes, indicado- XII- emitir passagens e conceder diárias no interesse dos serviços da Sede
res e parâmetros de referência para o monitoramento e avaliação da quali- da Ebserh;
dade da infraestrutura física, das tecnologias, dos insumos estratégicos e XIII – articular com a DGPTI o desenvolvimento e a implantação do Sistema
dos serviços hospitalares nas filiais e unidades descentralizadas; Informatizado de Gestão Hospitalar da Ebserh, no tocante a processos e
V – propor, monitorar e atualizar os processos e procedimentos de defini- procedimentos, infraestrutura, tecnologias e serviços, assim como aos seus
ção, aquisição e utilização de tecnologias, de insumos estratégicos e de indicadores para monitoramento no âmbito das atribuições desta Diretoria;
serviços hospitalares, nas filiais e unidades descentralizadas, de forma e
articulada com as Diretorias envolvidas, atendendo as diretrizes gerais e as XIV – exercer outra atribuições determinadas pela Presidência da Ebserh.
especificidades locais;
VI – articular os processos e procedimentos de definição de infraestrutura Artigo 44 Compete à Diretoria de Gestão de Pessoas:
física, tecnologias, insumos estratégicos e serviços hospitalares, a serem I – propor e gerir a Política de Gestão de Pessoas da Ebserh, em articula-
adotados com os Ministérios, Agências, Institutos e demais órgãos com ção com as demais Diretorias e a Coordenadoria Jurídica e de acordo com
quem a Ebserh vier a se relacionar; as necessidades da Empresa;
VII – submeter à Diretoria Executiva da Ebserh as propostas de implanta- II – planejar, administrar e desenvolver a força de trabalho própria e cedida
ção das diretrizes e orientações aplicáveis à infraestrutura física, às tecno- da Ebserh, em articulação com as demais Diretorias e de acordo com as
logias, aos insumos estratégicos e aos serviços hospitalares; necessidades de serviço no âmbito de cada uma das unidades da institui-
VIII – articular com as Diretorias envolvidas o dimensionamento e a capaci- ção;
tação dos recursos humanos necessários para o uso e gestão da infraestru- III – articular com todas as instâncias de gestão da Ebserh, de acordo com
tura física, das tecnologias, dos insumos estratégicos e dos serviços hospi- as respectivas atribuições, o processo de planejamento, desenvolvimento
talares implantados ou a implantar nas filiais e unidades descentralizadas; de atividades e avaliação das ações relativas à gestão de pessoas;
IX – coordenar, em conjunto com as demais Diretorias, o processo de IV – articular, desenvolver e implementar, em conjunto com outras entida-
articulação com as filiais e unidades descentralizadas, para o planejamento, des públicas ou privadas, projetos e ações e quaisquer outras contribuições
a logística e a manutenção de infraestrutura física, tecnologias, insumos que possibilitem melhoria dos processos de gestão de pessoas na Ebserh;
estratégicos e serviços hospitalares, necessários à execução das atividades V – identificar, sistematizar e padronizar os processos de trabalho relacio-
dos hospitais; nados à gestão de pessoas, no âmbito do funcionamento da Ebserh, em
articulação com a Diretoria de Gestão de Processos e Tecnologia da Infor-
mação;

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VI – dimensionar, de acordo com as necessidades dos processos de traba- VII – avaliar e autorizar a aquisição e implantação de soluções tecnológi-
lho a serem realizados, e em articulação com as demais Diretorias e Equi- cas, equipamentos ou sistemas informatizados, no âmbito da Ebserh, que
pes de Governança das filiais ou unidades descentralizadas, as caracterís- atendam às necessidades das unidades descentralizadas;
ticas e quantidades dos recursos humanos; VIII – desenvolver procedimentos operacionais informatizados na Ebserh,
VII – formular, propor e implementar política e processos de contratação de para o monitoramento prévio e efetivo dos serviços e da gestão da institui-
recursos humanos para a Ebserh, incluindo a elaboração de editais de ção;
concurso público, realização de processos seletivos e divulgação dos IX – propor e implementar soluções informatizadas que possibilitem, às
respectivos resultados, em articulação com as demais Diretorias e a Coor- várias instâncias de gestão, monitorar e avaliar os estágios de execução
denadoria Jurídica da instituição; dos contratos realizados entre a EBSERH e as universidades;
VIII – elaborar, propor e regulamentar os Planos de Cargos, Carreiras e X – propor e implementar, nas unidades descentralizadas da Ebserh,
Salários; de Benefícios; e de Cargos em Comissão e Funções Gratificadas soluções informatizadas que possibilitem monitorar e avaliar, pelas várias
para a Ebserh, em articulação com as demais Diretorias, a Assessoria de instâncias de gestão da instituição, os serviços de saúde prestados por
Planejamento e Avaliação e a Coordenadoria Jurídica da instituição; essas unidades à população, por meio dos contratos firmados com o SUS;
IX – coordenar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar a aplicação dos Planos de XI – integrar as redes de dados e sistemas de telecomunicações entre
Cargos, Carreiras e Salários; de Benefícios; e de Cargos em Comissão e unidades descentralizadas e Sede da Ebserh;
Funções Gratificadas para a Ebserh; XII – integrar os sistemas informatizados das filiais e unidades descentrali-
X – formular e propor a política de formação e capacitação de recursos zadas com a Sede da Ebserh;
humanos para a Ebserh, assim como de unidades descentralizadas, em XIII – integrar, quando couber, os sistemas de informações da Ebserh com
consonância com o regimento e o planejamento da instituição, e de acordo os sistemas de informações congêneres federais, de forma a qualificar os
com as necessidades de cada unidade da instituição; sistemas internos da instituição;
XI – coordenar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar os processos e procedimen- XIV – coordenar e articular projetos de soluções tecnológicas que envolvam
tos de formação, capacitação e avaliação de recursos humanos para a telesaúde e telemedicina, no âmbito da Ebserh;
Ebserh, de acordo com a política formulada na instituição; XV – planejar, implementar e monitorar a logística de equipamentos de
XII – desenvolver a integração dos empregados da Ebserh, em articulação informática, a infraestrutura de Tecnologia da Informação e Telecomunica-
com as demais Diretorias, as Assessorias da Presidência e as equipes de ções - TIC, as tecnologias das redes e os sistemas de informação da Eb-
governança das filiais; serh;
XIII – divulgar as normas e os procedimentos administrativos e técnicos XVI – assessorar o desenvolvimento e a capacitação de pessoal para a
relativos à política de recursos humanos da Ebserh, em articulação com as implementação de mudanças ou aperfeiçoamentos necessários nos meios
demais Diretorias e a Coordenadoria Jurídica da instituição; e processos de informatização da Ebserh;
XIV – disseminar, no âmbito da Ebserh, as informações relativas a atribui- XVII – desenvolver, implantar e sustentar os Sistemas de Gestão Hospitalar
ções, funções, direitos e deveres dos empregados da Ebserh e dos servido- da Empresa, no que tange às responsabilidades de negócio envolvidas;
res a ela cedidos, em articulação com a Assessoria de Comunicação Soci- XVIII – realizar estudos, em conjunto com a Assessoria de Planejamento e
al; Avaliação e com representantes das Diretorias pertinentes, a respeito de
XV – formular e implementar política de ações de Segurança e Medicina do processos ou procedimentos existentes ou necessários à Sede, às filiais ou
Trabalho na Ebserh, em articulação com as demais Diretorias, com a unidades descentralizadas da Ebserh, que tenham que ser implantados,
Assessoria de Planejamento e Avaliação e com a Coordenadoria Jurídica, e corrigidos ou aperfeiçoados; e
de acordo com as necessidades e pessoal necessário ou existente na XIX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência da Ebserh.
Sede, em cada filial ou unidade descentralizada;
XVI – estabelecer instrumento formal de comunicação permanente entre os SEÇÃO III
empregados da Ebserh e servidores a ela cedidos e a Diretoria de Gestão DAS REUNIÕES DOS CONSELHOS
de Pessoas, relacionado a demandas referentes ao ambiente e às condi-
ções de trabalho; Artigo 46 A inclusão de matérias nas pautas das reuniões ordinárias do
XVII – articular, no âmbito de suas atribuições, com órgãos de classe e Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e do Conselho Consultivo
sindicais, informações e condições relacionados ao trabalho na Ebserh; será solicitada à Chefia de Gabinete do Presidente da Ebserh até 72 (se-
XVIII – negociar acordos coletivos de trabalho da Ebserh, com órgãos de tenta e duas) horas antes do horário de realização da respectiva reunião.
classe e sindicais, em articulação com a Coordenadoria Jurídica da institui- § 1° As pautas das reuniões dos Conselhos serão aos Diretores e membros
ção; e dos Conselhos até cinco dias úteis antes do dia de realização das respecti-
XIX – exercer outras atribuições determinadas pela Presidência. vas reuniões.
§ 2°. Em sendo encaminhada matéria fora do prazo previsto no caput,
Artigo 45 Compete à Diretoria de Gestão de Processos e de Tecnologia da caberá ao respectivo Conselho decidir pela inclusão extrapauta;
Informação:
I – propor e gerir a Política de Gestão de Processos, Segurança e Tecnolo- Artigo 47 O Conselho de Administração e o Conselho Fiscal deverão apro-
gia da Informação da Ebserh, em articulação com as demais Diretorias e a var, na última reunião do ano, o calendário de reuniões para o ano subse-
Coordenadoria Jurídica; quente.
II – elaborar e submeter o Plano Estratégico de Tecnologia da Informação
(PETI) e o Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) à aprovação Parágrafo Único – As datas de que trata o caput poderão, eventualmente,
da Diretoria Executiva da Ebserh, em consonância com o planejamento sofrer alteração desde que haja concordância dos membros dos Conselhos.
institucional;
III – implementar, monitorar, avaliar e aperfeiçoar as características e a Subseção I
execução do Plano Estratégico de Tecnologia da Informação (PETI) e do Das reuniões da Diretoria Executiva
Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) na Ebserh, de acordo Artigo 48 As reuniões da Diretoria Executiva ocorrerão, ordinariamente, a
com o planejamento institucional; cada semana e, extraordinariamente, sempre que convocadas pelo Presi-
IV – mapear, propor, avaliar e aperfeiçoar os fluxos de processos de aten- dente.
ção à saúde e administrativos, em articulação com as respectivas Diretorias § 1° O Presidente poderá alterar a data da reunião com comunicação
e demais unidades descentralizadasda Ebserh; prévia aos membros da Diretoria Executiva;
V – coordenar, planejar, desenvolver ou propor a contratação de infraestru- § 2° Em caso de ausências e eventuais impedimentos dos Diretores, parti-
tura tecnológica e de sistemas de informação necessários para auxiliar os ciparão da reunião com direito a voto, seus substitutos;
processos de trabalho na Ebserh; § 3° O presidente poderá, quando for pertinente e considerar necessário,
VI – coordenar o desenvolvimento, implantação e manutenção dos siste- convidar pessoas para participação nas reuniões da Diretoria Executiva.
mas informatizados com foco nos processos de atenção à saúde, de ensino § 4° As deliberações da Diretoria Executiva serão tomadas por maioria de
e pesquisa e de gestão para o campo da saúde; votos e registradas em atas, cabendo ao Presidente, além do voto ordiná-
rio, o de qualidade.

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CAPÍTULO IV CAPÍTULO V
DA ESTRUTURA DE GOVERNANÇA DAS UNIDADES HOSPITALARES DO PESSOAL
ADMINISTRADAS PELA EBSERH Artigo 52 Integram o quadro de pessoal da Ebserh os empregados públicos
admitidos na forma do art. 10 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de
Artigo 49 As filiais da Ebserh serão administradas por um colegiado execu- 2011, e os servidores e empregados públicos a ela cedidos.
tivo composto por:
a) Superintendente do Hospital; Parágrafo Único As formas e requisitos para ingresso na Ebserh, a política
b) um Gerente de Atenção à Saúde; de desenvolvimento na carreira, as políticas de remuneração e os benefí-
c) um Gerente Administrativo e cios sociais a serem concedidos aos empregados serão disciplinados pelos
d) um Gerente de Ensino e Pesquisa, quando se tratar de hospitais univer- Planos de Cargos, Carreiras e Salários; de Benefícios; e de Cargos em
sitários ou de ensino. Comissão e Funções Gratificadas e pelo Regulamento de Pessoal da
§ 1° Os cargos de Superintendente do Hospital e de Gerentes serão de Ebserh.
livre nomeação.
§ 2° O Superintendente, nos casos dos Hospitais Universitários, será Artigo 53 Os empregados temporários contratados na forma do art. 11, §§
selecionado e indicado pelo Reitor, preferencialmente no quadro permanen- 1º e 2º, e do art. 12 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, não
te da universidade contratante da Ebserh, obedecendo a critérios estabele- farão parte do quadro de pessoal próprio da Ebserh e não poderão integrar
cidos de titulação acadêmica e comprovada experiência em gestão pública o Plano de Cargos, Carreiras e Salários da Empresa.
no campo da saúde, definidos conjuntamente entre a respectiva reitoria e a
Ebserh, nos termos do artigo 6º da Lei n°. 12.550, de 15 de dezembro de Artigo 54 No âmbito da Ebserh, são vedadas as nomeações, contratações
2011. ou designações de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou
§ 3° As Gerências serão ocupadas por pessoas selecionadas por uma colateral, por consanguinidade ou afinidade até terceiro grau, dos membros
comissão composta por membros da Diretoria Executiva da Ebserh e pelo dos Conselhos, da Diretoria Executiva, e ocupantes de cargos de livre
Superintendente da unidade hospitalar, indicados a partir da análise curricu- provimento, salvo de integrantes do quadro de pessoal da Ebserh, na forma
lar que comprove qualificação para o atendimento das competências espe- do art. 10 da Lei nº 12.550, de 15 de dezembro de 2011, para diferentes
cíficas de cada Gerência, de acordo com a normativa interna que trata do Diretorias, neste último caso.
assunto.
§ 4° A estrutura de governança indicada no art. 49 poderá ser alterada no CAPÍTULO VI
caso de um complexo hospitalar ou de alguma excepcionalidade detectada DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
nas unidades hospitalares, mediante aprovação do Conselho de Adminis-
tração a partir de proposta da Diretoria Executiva. Artigo 55 Os casos omissos e as dúvidas referentes à aplicação deste
§ 5° As pessoas selecionadas para as Gerências serão nomeadas pelo Regimento Interno, não solucionadas no âmbito da Diretoria Executiva,
Presidente da Ebserh para ocupar os respectivos cargos. serão dirimidos pelo Conselho de Administração.

Artigo 50 O Colegiado Executivo, composto pelo Superintendente e Geren- Artigo 56 Os regulamentos previstos neste Regimento Interno deverão ser
tes de cada unidade hospitalar vinculada à Ebserh, será responsável pela elaborados pelas áreas e submetidos à aprovação da Diretoria Executiva
direção e administração de todas as atividades da unidade, em consonân- em até 180 dias após a publicação deste normativo.
cia com as diretrizes, coordenação e monitoramento da Ebserh e, no que
for pertinente ao ensino e à pesquisa, de acordo com as necessidades e Artigo 57 O presente Regimento Interno entra em vigor na data da publica-
orientações da Universidade a qual a unidade hospitalar estiver vinculada. ção de seu extrato no Diário Oficial da União e da sua disponibilidade
integral na página oficial da Ebserh.
Artigo 51. Ao Colegiado Executivo de cada unidade hospitalar compete:
I - propor, implementar, monitorar, gerir e avaliar, de forma integrada, o
planejamento de atividades de atenção à saúde, de ensino e de pesquisa a
serem desenvolvidas no âmbito do Hospital, em consonância com as
diretrizes estabelecidas pela Ebserh, as orientações da Universidade a qual
o Hospital estiver vinculado e as políticas de Saúde e Educação do País;
II - administrar a execução das diretrizes da Ebserh e dos contratos firma-
dos;
III - monitorar a atuação dos agentes de cada setor e avaliar os serviços
realizados em conjunto com as Diretorias da Ebserh e com a Universidade, REGIME INTERNO
de acordo com os indicadores, instrumentos e procedimentos desenvolvi- Versão Atualizada
dos para essas funções; Abril – 2014
IV - participar dos estudos a respeito dos dados de avaliação e das propo-
sições para aperfeiçoamento dos serviços e condições da respectiva unida-
de hospitalar e das relações com a Sede da Ebserh; Fonte:
V - implementar as soluções propostas para aperfeiçoamento ou desenvol- http://ebserh.mec.gov.br/images/pdf/legislacao/regimento_interno_dou_02_04
vimento dos serviços ou condições da unidade hospitalar em conjunto com _2014_aprovado_ca_26_03_2014.pdf
as Diretorias da Ebserh;
VI - estabelecer normas e delegar poderes no âmbito de suas respectivas
competências;
VII - intermediar o relacionamento da unidade hospitalar com a Universida-
de e com a Sede da Ebserh;
VIII – atualizar os dados relacionados aos sistemas implantados pela Eb-
serh para monitoramento e avaliação dos serviços, equipamentos, condi-
ções e instalações da unidade hospitalar;
IX - fornecer todas e quaisquer informações e dados solicitados pela Sede
da Ebserh; e
X - instituir as respectivas Comissões Hospitalares previstas, nos termos da
legislação vigente;

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rios dos meios de produção. Nesta forma de organização da produção, o
indivíduo sobrevive através de um emprego e a própria forma de vida o
impede de cuidar dos velhos e doentes, pois deve trabalhar para viver.

Assim, o princípio da prestação de assistência aos menos favorecidos,


pelo Estado, é o da solidariedade. É como se a sociedade fosse uma
grande família onde todos colaboram mutuamente e quem pode mais ajuda
a quem pode menos. É fácil identificar este princípio numa das formas de
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA ORGANIZAÇÃO DO assistência mais comuns do Estado: a Previdência Social. Este sistema é
SISTEMA DE SAÚDE NO BRASIL E A CONSTRU- organizado em nome da solidariedade social, ou seja, os jovens aparecem
ÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) – contribuindo para a aposentadoria dos velhos, para o tratamento dos doen-
PRINCÍPIOS, DIRETRIZES E ARCABOUÇO LEGAL. tes, os empregados para os desempregados, os ativos para os inativos e
assim por diante.
SAÚDE NO BRASIL: TRAJETÓRIAS DE UMA POLÍTICA ASSISTENCIAL
Desta forma, a partir dos princípios de colaboração, proteção social,
Ângelo Giuseppe Roncalli da Costa Oliveira
harmonia e paz social, foram delineadas as diversas formas de relação
Elizabethe Cristina Fagundes de Souza
entre o Estado e os seus cidadãos. A magnitude da oferta de benefícios à
Introdução
população varia, pois, de acordo com a forma como o Estado é organizado
"A saúde é um direito de todos e um dever do Estado". Esta frase, cu-
política e economicamente. Algumas formas de organização de corte mais
nhada na atual Constituição Brasileira (1988) pode ser considerada como a
liberal (os Estados Unidos são um exemplo) defendem que o Estado deve
representação de uma das maiores conquistas da sociedade brasileira no
restringir sua ação aos mais carentes. No caso da saúde, os serviços
campo das políticas sociais.
gratuitos são restritos apenas aos velhos e pobres e a grande maioria paga
pela prestação de serviços de saúde. Na maioria dos países capitalistas
Mas por que, somente em 1988 este direito foi conquistado? Por que a
europeus, contudo, o princípio é o da igualdade e não da solidariedade.
saúde deve ser direito de todos? Por que o Estado tem que suprir seus
Assim o Estado dispõe de uma política de seguridade social que garante
cidadãos com assistência à saúde? E, mais ainda, por que isto não está
serviços e benefícios ao cidadão desde o nascimento até sua morte. Este
acontecendo no Brasil?
"acesso geral" à educação, saúde e justiça, existente na Europa, decorre
de direitos estabelecidos e se justifica em nome da cidadania. "O cidadão é
Como sabemos, a saúde do brasileiro vai mal, e aliado a isso, um sem
um sujeito de direitos sociais que tem igualdade de tratamento perante as
número de indicadores sociais coloca o Brasil numa das mais vergonhosas
políticas sociais existentes". Este tipo de organização estatal, no âmbito das
posições no cenário mundial. Ocupamos há vários anos o posto de número
políticas sociais, é conhecido com Welfare State ou Estado de Bem -Estar
um do mundo em pior distribuição de renda, ou seja, o fosso entre os muito
Social.
ricos e os muito pobres é cada dia maior. Convivemos com doenças há
muito erradicadas em outras nações, temos uma taxa de analfabetismo
Uma vez que a saúde pode ser considerada como uma das formas de
altíssima (cerca de 28 milhões de pessoas não sabem ler), mais de dois
expressão das políticas sociais e tendo em vista que essas políticas podem
terços da população não dispõe de renda suficiente para assegurar o
ser encaradas de diferentes formas nas várias organizações sociais, é
acesso a condições dignas de vida. Sessenta em cada mil crianças que
conveniente discutir: a saúde é, portanto, um dever do Estado e um direito
nascem, morrem antes de completar um ano de vida e perto de trinta e dois
do cidadão?
milhões de brasileiros passam fome.
É preciso, primeiramente, definir o que é direito à saúde. A noção des-
Inúmeras razões podem ser apontadas como causas deste quadro as
se direito vem sendo difundida já há algum tempo como um componente da
quais, em sua maioria têm sua discussão mais aprofundada situada além
doutrina dos direitos humanos. Isto quer dizer que "todo indivíduo, indepen-
dos limites deste texto. É fato, contudo, que as condições de saúde de uma
dente da cor, situação sócio-econômica, religião e credo político, deve ter
população são um reflexo de como são estabelecidas as relações entre o
sua saúde preservada". Deste modo, torna-se necessário um esforço social
Estado e a sociedade. Uma das formas de expressão dessa relação Esta-
"visando a mobilização dos recursos necessários para promoção, proteção,
do-sociedade são as Políticas Sociais, nas quais estão incluídas as Políti-
recuperação e reabilitação da saúde". Num raciocínio simplista, a saúde
cas de Saúde.
não pode ser colocada no mesmo plano de quaisquer outras formas de
direito, uma vez que é uma condição de sobrevivência e manutenção da
Neste sentido, para que seja possível compreender o quadro atual da
espécie. A sociedade e, portanto, suas formas de gerência e controle como
saúde no Brasil, torna-se necessário definir todos estes termos, bem como
é o Estado, tem a obrigação de preservar a saúde de todos.
nos remetermos às determinações históricas de todo esse processo.
Contudo, é importante não confundir direito à saúde com direito à as-
O ESTADO E AS POLÍTICAS SOCIAIS
sistência à saúde. Como sabemos, a saúde é resultante das condições
Numa definição bastante simples, o Estado pode ser considerado como
objetivas de existência, ou seja, resulta das condições de vida biológica
a expressão maior de organização política da sociedade. O Estado surge,
social e cultural e, particularmente, das relações que os homens estabele-
pois, como um aperfeiçoamento da relação entre as pessoas de uma
cem entre si e com a natureza, através do trabalho. A saúde, portanto, deve
sociedade. Não é sinônimo de governo, como é comumente confundido,
ser mantida através de mecanismos que incrementem a qualidade da vida,
mas compreende todas as formas de gerência e de controle da sociedade,
e não somente da assistência. Isso exige uma articulação de todos os
aí incluídos os conceitos de território, instituições e, também, o próprio
setores sociais e econômicos e, desta forma, o direito à saúde não seria o
governo. Este, por seu turno, compreende um conjunto coordenado de
pressuposto que apenas nortearia as políticas setoriais de saúde, mas seria
pessoas que controlam os cargos de decisão política e dão a direção
"um elo integrador que teria de permear todas as políticas sociais do Estado
principal ao Estado num momento determinado.
e balizar a elaboração e a implementação das políticas econômicas". Isto
significa uma ação articulada com todo o conjunto de políticas sociais mais
Em princípio, o Estado existe para promover o bem comum, ou seja,
amplas como as relativas ao emprego, moradia, saneamento, alimentação,
desde que as primeiras pessoas se organizaram em comunidades e defini-
educação etc.
ram uma série de regras de convivência, tinham em mente este princípio
norteador. Hoje as formas de organização social estão bem mais comple-
Este raciocínio, todavia, não visa diminuir a importância das políticas
xas e o Estado, na forma como o conhecemos hoje, é relativamente novo: o
de assistência à saúde, muito pelo contrário. Os serviços de saúde têm
chamado Estado Moderno surgiu somente no século XVIII.
uma grande responsabilidade na manutenção da saúde dos cidadãos e a
defesa de um serviço que seja igualitário, eficaz e resolutivo deve fazer
Com a expansão do modo de produção capitalista, as sociedades se
parte da defesa pela democracia.
organizaram em basicamente dois grupos: os patrões e os trabalhadores
(empregados), estes, detentores da força de trabalho e aqueles proprietá-
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Neste capítulo, portanto, discutiremos, principalmente, como se deu, am a previdência social, mantendo a assistência médica num segundo
historicamente, a implementação das políticas de assistência à saúde no plano.
Brasil. Tal conhecimento é fundamental para compreendermos o estado
atual em que se encontra a prestação de serviços de saúde no país. Não Em resumo, o que se observa, nos primórdios da ação governamental
pretendemos, contudo, e nem seria possível, esgotar o assunto, mas ape- na saúde, no Brasil, é que as ações de caráter coletivo, como imunização,
nas apresentar algumas noções a respeito do tema que deve ser aprofun- controle de epidemias e saneamento se dão no campo da saúde pública,
dado a partir da literatura recomendada no final do capítulo. com uma vinculação clara com a conjuntura econômica vigente. As ações
de assistência à saúde a nível individual começaram a partir da estrutura-
POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL ção da previdência social, vinculando a assistência médica ao princípio do
Até fins do século passado, o Estado brasileiro não tinha uma forma de seguro social e colocando-a no mesmo plano de benefícios como as apo-
atuação sistemática sobre a saúde de seus habitantes; apenas esporadi- sentadorias, pensões por invalidez etc. Este é um aspecto extremamente
camente atuava de forma pontual em situações de epidemias. importante, pois foi a partir desse modelo de prestação de serviços de
saúde que se chegou ao quadro caótico que hoje temos na saúde.
A economia brasileira na virada do século era essencialmente agrícola
e as divisas necessárias para o crescimento do país advinham principal- O que se observou a partir da criação dos IAPs, foi uma crescente cen-
mente da exportação de produtos da agricultura, em especial a cafeeira e a tralização das ações de saúde no âmbito federal. Era de interesse do
açucareira. governo criar um sistema de seguro social que garantisse a integridade do
novo foco de atenção das ações do governo: o corpo do trabalhador. Expli-
Assim, o foco da atenção do governo brasileiro se situava, estrategi- ca-se: com o crescimento da industrialização, o modelo agro-exportador
camente, nos chamados "espaços de circulação de mercadorias", ou seja, passa a não ser mais hegemônico, deslocando-se a necessidade de sanear
as estradas e os portos, principalmente os do Rio de Janeiro e de Santos. os espaços de circulação de mercadorias para a atuação sobre o corpo do
Além disso, era importante para o Estado criar condições para incrementar trabalhador, a fim de manter e restaurar sua capacidade produtiva. A con-
a política de imigração, incentivando a incorporação de mão-de-obra imi- juntura política da época se caracterizava pelo Estado populista, onde
grante para as culturas cafeeiras. Nesse sentido foram tomadas as primei- diversas outras medidas foram tomadas, dentro das políticas sociais, no
ras providências pelo então presidente Rodrigues Alves que, em 1902, sentido mais de cooptar as categorias de trabalhadores que, a cada dia,
lança o programa de saneamento do Rio de Janeiro e o combate à febre avançavam em sua organização, e menos de responder aos problemas
amarela urbana em São Paulo. estruturais de vida daqueles trabalhadores. É criada, então, durante o
governo Vargas, a legislação trabalhista, a montagem do sistema previden-
Portanto, as primeiras iniciativas do governo no campo da atenção à ciário, a regulação das relações sindicais etc.
saúde se dão a partir de interesses puramente mercantis. As regiões que
não tinham importância estratégica para a economia do país ficavam resig- A medida que este sistema crescia, tornava-se cada vez mais centrali-
nadas à própria sorte em termos de práticas sanitárias. Não se pode dizer, zado no Estado e ficava mais clara a dicotomia entre as ações de saúde
então, que à essa altura se tinha uma política nacional de saúde pública, pública e a assistência médica. Como discutido anteriormente, a institucio-
com objetivos claros de melhorar as condições de vida da população. nalização das ações de saúde pública se deu na forma de uma centraliza-
ção crescente em torno do governo, sendo este modelo predominante até
O primeiro marco da atuação do governo federal na saúde se deu so- 1960 e permanecendo praticamente inalterado até os dias atuais. A partir
mente em 1923 com a criação do Departamento Nacional de Saúde Públi- do final da década de 50, a Medicina Previdenciária, torna-se cada vez
ca. Foram então definidas as áreas de atuação do governo na saúde: o mais importante para o Estado, conquistando espaço e assumindo sua
saneamento urbano e rural, a propaganda sanitária, as higienes infantil, predominância em meados dos anos 60 quando se dá a unificação de
industrial e profissional, as atividades de supervisão e fiscalização, a saúde todos os Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) numa única institui-
dos portos e o combate às endemias rurais. ção estatal: o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).

Estas eram ações que se davam no campo coletivo, ou seja, as cha- A criação do INPS consolidou o modelo brasileiro de seguro social e de
madas ações de saúde pública. No campo da assistência individual, ainda prestação de serviços médicos. O direito à assistência à saúde não era
inexistiam práticas de assistência à saúde e a atenção médica e odontoló- uma condição de cidadania, mas uma prerrogativa dos trabalhadores que
gica ainda era essencialmente liberal, ou seja, financiada pelos próprios tinham carteira assinada e, portanto, contribuíam com a previdência.
indivíduos.
Com o advento do regime militar após 1964, uma gigantesca estrutura
Contudo, ainda em 1923, com a Lei Elói Chaves, é criado o primeiro foi criada em torno da Previdência Social, com uma clara vinculação com os
embrião do que hoje conhecemos como previdência social: as Caixas de interesses do capital nacional e estrangeiro. O Estado passa a ser o grande
Aposentadorias e Pensões (CAPs). As CAPs eram organizadas por empre- gerenciador do sistema de seguro social, na medida que aumentou seu
sas e mantidas e geridas pelos patrões e empregados. Seu surgimento poder em duas frentes: econômica e política. No primeiro caso, a partir do
obedeceu também à mesma lógica: as empresas que eram estratégicas aumento das alíquotas de contribuição, o que aumentou consideravelmente
para a economia nacional fundaram suas caixas. As primeiras foram as dos os recursos financeiros disponíveis. No campo político, é abolida a partici-
trabalhadores das companhias de via férrea e portuários. Funcionavam pação dos usuários na gestão da previdência social (que existia na época
como uma espécie de seguro social (tem direito aquele que paga contribui- das CAPs e dos IAPs), aumentando ainda mais o controle governamental.
ção) que garantiria certos benefícios como a aposentadoria e, principalmen-
te a assistência médica. Como tinham caráter privado, ou seja, eram manti- É estabelecido, então, o que ficou conhecido como "complexo previ-
das por empresas, ainda não se configuravam como iniciativas do Estado, denciário", que era composto de três sistemas: o sistema próprio, formado
muito embora os presidentes das Caixas fossem nomeados pelo Presidente pela rede de hospitais e unidades de saúde de propriedade da Previdência
da República e houvesse um interesse claro do governo na manutenção Social, além dos recursos humanos assalariados pelo Estado e o sistema
deste sistema. contratado, que era subdividido no sistema contratado credenciado (com
sistema de pagamento por unidades de serviço) e no sistema contratado
Entretanto, com o crescimento das CAPs (em 1930 já existiam 47 de- conveniado (sistema de pré-pagamento).
las, cobrindo mais de 140 mil associados), são criados os Institutos de
Aposentadorias e Pensões (IAPs), onde a participação do Estado já se dá O modelo de prestação de serviços de saúde pelo INPS privilegiava a
de forma mais clara. A contribuição passa a ser tripartite, entrando o Estado forma conveniada, ou seja, o governo comprava os serviços de assistência
como contribuinte. Os IAPs passam a se organizar por categorias e o médica às grandes corporações médicas privadas, principalmente hospitais
primeiro a surgir é o dos marítimos (IAPM) em 1933, seguido dos comerciá- e multinacionais fabricantes de medicamentos. Era um excelente negócio.
rios e dos bancários em 1934. Enquanto as CAPs privilegiavam a assistên- O Estado tinha renda garantida, uma vez que a contribuição previdenciária
cia médica como um dos principais benefícios, os IAPs, já com a participa- era obrigatória - tanto que estimulava cada vez mais a expansão das con-
ção do governo e, portanto, com uma política mais contencionista, privilegi- tribuições através do incentivo à prática do trabalho assalariado - e passou

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a ser o grande comprador de serviços de saúde às empresas médicas, para a sua reestruturação. À medida que o processo de abertura política se
expandindo o capital privado na área de saúde. ampliava, com a oposição tendo vitórias significativas nas eleições parla-
mentares, o movimento foi se ampliando e a ele foram se incorporando
Em 1977 é criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência So- lideranças políticas, sindicais e populares, bem como parlamentares inte-
cial (SINPAS) onde as ações relativas à previdência e a assistência médica ressados na causa.
ficam divididas. O SINPAS é, então, formado pelo IAPAS (Instituto de
Administração Financeira da Previdência Social), que, como o próprio nome O primeiro marco desse movimento se deu em 1979, no I Simpósio
indica, cuidava da parte financeira da Previdência, e pelo INAMPS (Instituto Nacional de Política de Saúde, realizado pela comissão de saúde da Câma-
Nacional de Assistência Médica da Previdência Social), responsável pela ra dos Deputados. Na ocasião, o Centro Brasileiro de Estudos de Saúde
assistência médica. O INAMPS passa, então, a ser o grande catalisador (CEBES) era o legítimo representante do movimento sanitário e apresentou
das ações de assistência médica no Brasil, continuando com a mesma e discutiu publicamente, pela primeira vez, uma proposta de reorganização
política de privilegiamento do setor privado. Passa a ser difundido o discur- do sistema de saúde. Essa proposta, que já se chamava, na época, de
so de que o aumento dos serviços através de convênios é, tecnicamente, a Sistema Único de Saúde, contemplava diversos conceitos oriundos de
alternativa mais correta. experiências bem sucedidas em outros países, como a universalização do
direito à saúde, racionalização e integralidade das ações, democratização e
Em síntese, apesar de ser uma ação com características de uma assis- participação popular, bem como algumas experiências de atenção primária
tência à saúde estatal, tratava-se de uma crescente privatização do setor e de extensão de cobertura desenvolvidas no país, como o Programa de
saúde. A participação do setor privado na assistência médica, através dos Interiorização das Ações de Saúde e Sanemaneto (PIASS) que foram
convênios e credenciamentos, tornava-se cada dia maior, com o governo implementadas em áreas rurais do Nordeste e o Projeto Montes Claros em
investindo cada vez menos em sua rede própria. No início da década de 80, Minas Gerais.
por exemplo, cerca de 70% das verbas destinadas à assistência médica ia
para as mãos dos empresários da saúde, e o INAMPS chegou a comprar, Num primeiro momento, as propostas foram ignoradas pelo Governo,
naquela mesma época, 300 mil leitos a hospitais particulares e disponibili- mas aos poucos o movimento foi crescendo, legitimado pelos movimentos
zar apenas 7.800 de sua rede própria. populares e pela atuação de seus militantes a nível parlamentar e em
algumas instituições de saúde.
Este modelo de prestação de serviços era extremamente perverso. A-
lém de excludente - pois só tinha acesso ao serviço quem contribuía com a Com o agravamento da crise do sistema de saúde previdenciário, as i-
previdência - possuía características em sua prática que não guardavam niciativas de extensão de cobertura assistencial a nível estadual e municipal
nenhum compromisso com a melhoria dos níveis de saúde da população. são reforçadas pelo discurso oficial. O próprio governo elaborou seu plano
Era um tipo de prática médica essencialmente curativista, centrada na de reorganização da assistência à saúde, que possuía características muito
técnica, privilegiando as ações de maior sofisticação tecnológica. Isto semelhantes ao projeto da Reforma Sanitária, pois previa a implantação de
acontecia por motivos óbvios: esse tipo de prática médica, apesar de limita- uma rede de serviços básicos, apontava para a descentralização do setor,
do na redução dos índices de morbi-mortalidade da população, gerava pregava a participação popular e a integração dos Ministérios da Saúde e
maiores lucros. Além disso era um tipo de serviço que, pelo fato de ser uma da Previdência. Esse projeto, discutido em 1980, chamou-se PREV-
produção privada de serviços, paga pelo Estado através da Previdência, SAÚDE, sofreu muitas pressões e não saiu da gaveta.
criava um estímulo à corrupção. Ficaram bastante conhecidos, na década
de 70, os famosos escândalos da Previdência Social, onde hospitais priva- Enfim, havia um reconhecimento da falência e, sobretudo, da obsoles-
dos consumiam o dinheiro do contribuinte com procedimentos e pacientes cência do sistema de saúde também por parte de alguns técnicos do go-
fantasmas. verno. Ocorre que os anos anteriores de absoluta anuência do governo com
o capital privado criou uma rede de influências que não era fácil quebrar. As
A partir do início da década de 80, este sistema começa a mostrar si- grandes corporações e associações médicas, particularmente a Federação
nais de esgotamento. As intermináveis filas, baixos salários, precárias Brasileira de Hospitais (FBH) ainda defendiam com unhas e dentes o
condições de trabalho, geravam uma insatisfação crescente da população modelo que tantos lucros lhe geravam.
com a qualidade da assistência. A má-gerência dos recursos, aliada aos
episódios cada vez mais crescentes de corrupção, levaram a Previdência a Mesmo assim, algumas conquistas foram sendo obtidas paulatinamen-
um colapso. Como fator agravante, à essa época a previdência começa a te. Com a criação do CONASP (Conselho Consultivo da Administração de
"envelhecer" e a fase de captação de recursos começa a dar lugar a uma Saúde Previdenciária), em 1981, foi elaborado o Plano de Reorientação da
fase de maiores gastos. Ou seja, durante os primeiros anos de sua existên- Assistência à Saúde no âmbito da Previdência Social, conhecido como
cia, a Previdência Social apenas recebeu contribuições que proporcionaram Plano CONASP, que incorporava diversas propostas da Reforma Sanitária.
um volume de recursos e um patrimônio consideráveis. Com o aparecimen- A efetivação desse plano se deu, estrategicamente a partir das Ações
to das primeiras aposentadorias e pensões, a Previdência passa a ter que Integradas de Saúde (AIS), que se constituíram na primeira experiência de
gastar um dinheiro que não mais tem. um sistema mais articulado e integrado. As AIS propiciaram o surgimento
das Comissões Inter-institucionais de Saúde (CIS), os embriões dos atuais
É importante ressaltar, também, que este sistema já era por demais cri- Conselhos de Saúde e foram a base para a implantação, mais tarde, do
ticado. Tais críticas não vieram à tona na ocasião, pois, durante o período Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), a primeira aproxi-
mais repressor do regime militar, até fins dos anos 70, o sistema foi mantido mação estratégica para Sistema Único de Saúde (SUS).
à força. As lideranças sindicais haviam sido praticamente extintas à essa
época e a participação dos trabalhadores nas discussões sobre o sistema Essa sucessão de planos, siglas, propostas frustradas, caracterizaram
de prestação de serviços médicos inexistia. a efervescência da produção intelectual do movimento sanitário brasileiro.
Era preciso por em prática todos esses conceitos que, apenas timidamente,
Com a abertura política, a partir do início dos anos 80, vão se reestrutu- com iniciativas isoladas, ainda não impactavam sobre a saúde do país.
rando os movimentos em defesa de uma política de saúde mais abrangen-
te, democrática e disponível para todos. Esse movimento, que surgiu a O momento político era propício, com o advento da Nova República e a
partir de discussões acadêmicas sobre as políticas de saúde e da reestrutu- redemocratização do país após o fim do regime militar. Em 1985, após a
ração das organizações de trabalhadores da saúde, ficou conhecido como eleição de Tancredo Neves/Sarney, os movimentos sociais se intensificam
Movimento Sanitário e teve uma atuação marcante nos destinos do sistema e uma maior discussão foi possível sobre os novos rumos que deveria
de saúde brasileiro. tomar o sistema de saúde. Com a previsão da eleição da Assembleia
Nacional Constituinte, que se encarregaria da elaboração da nova Constitu-
O MOVIMENTO PELA REFORMA SANITÁRIA ição Brasileira, é convocada a 8a Conferência Nacional de Saúde, para
O Movimento pela Reforma Sanitária teve suas raízes em profissionais discutir a nova proposta de estrutura e de política de saúde para o país.
da saúde que, de posse de diversos estudos feitos por intelectuais ligados à
área de saúde, passaram a criticar o modelo vigente e propor alternativas

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A 8A CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE E A NOVA CONSTITU- que sejam oferecidos ações e serviços de acordo com as neces-
IÇÃO BRASILEIRA sidades da população, e não como é hoje, onde em muitos luga-
A Oitava Conferência é, hoje, considerada como um divisor de águas res há serviços hospitalares mas não há serviços básicos de sa-
no Movimento Sanitário. Com uma ampla participação (cerca de 5.000 úde; ou há um aparelho altamente sofisticado, mas não há médi-
pessoas entre trabalhadores da saúde, usuários, técnicos, políticos, lide- co geral, só o especialista. Para isso o SUS deve se organizar a
ranças sindicais e populares), a 8a Conferência se constituiu no maior fórum partir de pequenas regiões e ser planejado para suas popula-
de debates sobre a situação de saúde do país e seu relatório serviu de ções, de acordo com o que elas precisam e não com o que al-
base para a proposta de restruturação do sistema de saúde brasileiro que guém decide 'lá em cima'. Isso inclui a decisão sobre a necessi-
deveria ser defendida na Constituinte. dade de se contratar ou não serviços privados; e quando se de-
cide pela contratação, que o contrato seja feito nesse nível, para
Entre as propostas constantes no relatório constam o conceito amplia- cumprir funções bem definidas e sob controle direto da institui-
do de saúde, onde esta é entendida como resultante das condições de vida, ção pública contratante. É essencial, conforme o princípio da
alimentação, lazer, acesso e posse da terra, transporte, emprego, moradia. descentralização, que essas decisões sejam tomadas por uma
De acordo com o relatório, "a saúde não é um conceito abstrato. Define-se autoridade de saúde de nível local. É a isso que se chama de
no contexto histórico de determinada sociedade e num dado momento de Distrito Sanitário.
seu desenvolvimento, devendo ser conquistada pela população em suas • Deve ser eficaz e eficiente. Isto é, deve produzir resultados posi-
lutas cotidianas" (grifo nosso). Além disso, a saúde é colocada como direito tivos quando as pessoas o procuram ou quando um problema se
de todos e dever do Estado. apresenta na comunidade; para tanto, precisa ter qualidade. Mas
não basta: é necessário que utilize as técnicas mais adequadas,
A concretização das propostas da Reforma Sanitária se dá, no plano de acordo com a realidade local e a disponibilidade de recursos,
jurídico e institucional, na implementação do Sistema Único de Saúde, o eliminando o desperdício e fazendo com que os recursos públi-
SUS. Com a aprovação da nova Constituição Brasileira em 1988, foi incluí- cos sejam aplicados da melhor maneira possível. Isso implica
do, pela primeira vez, uma seção sobre a Saúde, a qual incorporou em necessidades não só de equipamentos adequados e pessoal
grande parte, os conceitos e propostas contemplados no Relatório da 8a qualificado e comprometido com o serviço e a população, como
Conferência, ou seja, a Constituição incorporou as propostas da Reforma a adoção de técnicas modernas de administração dos serviços
Sanitária. A Constituição Brasileira passou a ser, então, considerada como de saúde.
uma das mais avançadas do mundo no que diz respeito à saúde. • Deve ser democrático, ou seja, deve assegurar o direito de parti-
cipação de todos os segmentos envolvidos com o sistema - diri-
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - PRINCÍPIOS E DIRETRIZES gentes institucionais, prestadores de serviços, trabalhadores de
saúde e principalmente, a comunidade, a população, os usuários
O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS do serviço de saúde. Esse direito implica a participação de todos
É comum, no entanto, se terem notícias muito ruins sobre o SUS, atu- esses segmentos no processo de tomada de decisão sobre as
almente. Os meios de comunicação, frequentemente, veiculam notícias políticas que são definidas no seu nível de atuação, assim como
aterradoras sobre a ineficiência do sistema, grandes filas, corredores lota- no controle sobre a execução das ações e serviços de saúde.
dos, hospitais sucateados, profissionais mal-remunerados. Por que, então, (...) Por isso, a ideia e a estratégia de organização dos Conse-
isso ocorre? Por que o SUS ainda não conseguiu ser implantado em sua lhos de Saúde - nacional, estaduais e municipais, para exerce-
plenitude? Em primeiro lugar, é preciso conhecer os princípios deste siste- rem esse controle social sobre o SUS, devendo respeitar o crité-
ma que estão contemplados na lei. O sanitarista Eleutério Rodrigues Neto rio de composição paritária: participação igual entre usuários e
explica como deve ser o SUS: os demais; além de ter poder de decisão (não ser apenas con-
"Primeiramente, o SUS é um sistema, ou seja, é formado por várias sultivo)."
instituições dos três níveis de governo (União, Estados e Municípios) e pelo
setor privado contratado e conveniado, como se fosse um mesmo corpo. Todos esses princípios, para serem colocados em prática exigem mu-
Assim, o serviço privado, quando é contratado pelo SUS, deve atuar como danças profundas e complexas, até mesmo por que questiona muitos
se fosse público, usando as mesmas normas do serviço público. interesses ainda muito presentes na vida política brasileira. Com a aprova-
ção do SUS na Constituição, poderia até se pensar que a batalha estava
Depois, é único, isto é tem a mesma doutrina e a mesma filosofia de ganha e o sistema de saúde brasileiro seria, finalmente o ideal. Só que a
atuação em todo o território nacional e é organizado de acordo com uma parte mais difícil ainda estava por vir: a implementação, na prática, das
mesma sistemática. conquistas obtidas na lei.

Além disso, o SUS tem as seguintes características principais: A Constituição remetia a regulamentação do sistema para a chamada
• Deve atender a todos, de acordo com suas necessidades, inde- Lei Orgânica da Saúde, que foi, constantemente relegada a um segundo
pendentemente de que a pessoa pague ou não Previdência So- plano durante o governo de Fernando Collor, e, somente em 1990 foi
cial e sem cobrar nada pelo atendimento. aprovada, depois de muita negociação do Ministério da Saúde com o
• Deve atuar de maneira integral, isto é, não deve ver a pessoa movimento da Reforma Sanitária. Ainda assim, a Lei Orgânica, personifica-
como um amontoado de partes, mas como um todo, que faz par- da nas leis 8080 e 8142, saiu com muitas restrições. E mesmo após a sua
te de uma sociedade, o que significa que as ações de saúde de- aprovação, houve muita dificuldade de implantação, com resistências claras
vem estar voltadas, ao mesmo tempo, para o indivíduo e para a do Ministério da Saúde ao processo de descentralização, ao repasse auto-
comunidade, para a prevenção e para o tratamento e respeitar e mático de recursos para os Estados e Municípios. Ainda se continuou com
dignidade humana. a prática dos convênios e outros expedientes centralizadores, facilitadores
• Deve ser descentralizado, ou seja, o poder de decisão deve ser do clientelismo e da corrupção.
daqueles que são responsáveis pela execução das ações, pois,
quanto mais perto do problema, mais chance se tem de acertar No entanto, algumas experiências inovadoras foram desenvolvidas em
sobre a sua solução. Isso significa que as ações e serviços que alguns municípios que encararam de frente o processo de municipalização.
atendem à população de um município devem ser municipais; as Havia um consenso de que o aparato jurídico já estava definido e era
que servem e alcançam vários municípios devem ser estaduais e preciso ter a "ousadia de cumprir e fazer cumprir a lei". E sob esta afirma-
aquelas que são dirigidas a todo o território nacional devem ser ção foram geradas as principais discussões na 9a Conferência Nacional de
federais. Dessa forma deverá haver uma inversão na situação Saúde que deveria ter ocorrido em 1990, mas só veio a acontecer em 1992.
atual, quando a maioria dos serviços de saúde que têm sido vin-
culados ao nível federal, como o INAMPS, devem passar para os Como um desdobramento da 9a Conferência, já no governo Itamar, a-
níveis estadual e municipal, principalmente para este último, pro- pós a queda de Collor, é publicada, pelo Ministério da Saúde, a Norma
duzindo o que se tem chamado de municipalização da saúde. Operacional Básica (NOB) n0 1, de maio de 1993, que regulamentava o
• Deve ser racional. Ou seja, o SUS deve se organizar de maneira processo de descentralização das ações de saúde para Estados e Municí-

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pios. A NOB funcionou como uma espécie de manual para o processo de e universal. Este foi o tema da Décima Conferência que ocorreu este ano: o
municipalização, com regras claras sobre a participação dos diversos níveis SUS que deu certo. A partir do entendimento que todos nós temos de
e explicitando os estágios crescentes de municipalização. Definia ainda as saúde enquanto direito, é nosso dever lutar para que este sistema seja
formas de controle social através da atuação dos Conselhos de Saúde. desenvolvido em sua plenitude. Essa é uma forma de, inclusive, promover
mais justiça social, mais democracia e mais humanidade dentro da socie-
Ainda assim, o SUS enfrenta hoje grandes dificuldades de implementa- dade.
ção. O Ministério da Saúde vem enfrentando sucessivas crises e o financi-
amento do setor, ainda dependente dos recursos da previdência, sofre com Para compreender as propostas do SUS, serão abordados seus princí-
os sucessivos cortes. O gasto per capita com saúde no Brasil é um dos pios, ou seja, suas características principais:
menores do mundo (menos de 50 dólares por ano) e vem apresentando um • Universalidade - deve atender, gratuitamente, a todos de acor-
declínio nos últimos anos. do com suas necessidades.
• Integralidade - deve atuar de maneira integral, de forma holísti-
Toda essa situação ocorre por que, apesar de temos uma legislação ca, a fim de prestar assistência, objetivando a promoção da saú-
avançada no campo da saúde, os governos que deveriam pô-la em prática de, prevenção e cura da doença.
têm uma outra visão de saúde, de políticas sociais e de relação Estado- • Descentralizado - deve permitir aos níveis estadual e municipal
sociedade. É comum ouvirmos alguns setores, principalmente os trabalha- coordenar as ações de modo que a implantação do SUS esteja
dores organizados divulgarem que devemos lutar contra a política neo- de acordo com seus princípios. As ações devem estar concen-
liberal do governo de Fernando Henrique Cardoso. Mas o que significa isso tradas no nível municipal, já que ocorreu a municipalização da
e quais são os seus reflexos sobre o campo da saúde? saúde, privilegiando e respeitando as características particulares
de cada município, fazendo com que o nível federal apenas
Como vimos inicialmente, as políticas sociais adquirem aspectos varia- transfira o pagamento para os demais níveis administrarem as
dos, de acordo com as formas de organização política e econômica dos ações.
países. A política neo-liberal defende a existência de um Estado mínimo, ou • Racional - deve-se disponibilizar ações nos diferentes níveis de
seja a interferência do Estado na vida das pessoas deve ser reduzida ao atenção, atentando para as características da clientela em cada
máximo. Isso explica a política de privatização, a abertura ao capital es- setor, a fim de suprir e solucionar suas necessidades. Também é
trangeiro e, no campo das políticas sociais, um total abandono, uma vez necessário atentar para a contratação ou não de serviços priva-
que, no entendimento dos neo-liberais, o Estado não deve se responsabili- dos, realizando o contrato em nível municipal, podendo atuar no
zar por estas questões. Desnecessário se faz discutir novamente a condi- controle e qualidade dos serviços prestados pelos mesmos.
ção de saúde como dever do Estado, no entanto, o raciocínio neo-liberal • Eficaz e Eficiente - deve ser capaz de solucionar o problema de
ignora esse conceito. quem o procura, ou seja, garantir qualidade e resolutividade do
serviço. Para que isso ocorra, também há a necessidade de a-
A estratégia dos últimos governos, de caráter neo-liberal, foi de ignorar dequar-se à realidade da comunidade e à disponibilidade de re-
a legislação relativa ao SUS, pois não é do interesse deles manter um cursos, administrando os recursos públicos de modo eficiente.
sistema como esse. O que se configurou, no sistema de saúde a partir dos • Democrático - deve permitir a participação de todos os segmen-
anos 90 foi uma expansão da chamada medicina supletiva, cujos maiores tos envolvidos com o sistema, ajudando a delimitar a política no
representantes são os planos de saúde privados. Mas como isso foi acon- seu nível de atuação, auxiliando no melhor modo de administra-
tecer justo na hora em que o SUS deveria se firmar como o sistema de ção que garanta qualidade de vida e do serviço à comunidade.
saúde para todos os brasileiros? Há os Conselhos de Saúde nos três níveis, exercendo controle
social do SUS, a fim de garantir a sua implantação.
Ocorreu um fenômeno que Eugênio Vilaça chama de universalização
excludente. Com o advento do SUS, a assistência à saúde foi universaliza- Estes princípios do SUS foram estabelecidos legalmente, porém há a
da, ou seja, não era preciso mais ser contribuinte da previdência para ter necessidade de que o SUS seja implantado de forma a respeitá-los e,
acesso aos serviços de saúde; bastava ser cidadão. Com o aumento da principalmente, garantir à população o acesso a um serviço de saúde com
demanda, não foram criadas estratégias para dar conta desse aumento, qualidade, contribuindo para manter uma melhor qualidade de vida e de
nem a nível de financiamento, nem a nível de implementação de medidas saúde da população.
racionalizadoras como a municipalização, distritalização e controle social.
Assim, o SUS apenas aumentou o contingente de pessoas que se acotove-
lavam para ter acesso aos serviços de saúde, sem aumentar a qualidade
nem a quantidade da prestação da assistência. Por seu turno, o governo 2 CONTROLE SOCIAL NO SUS
ignorava as mudanças estruturais que deveriam ser implementadas, tra-
zendo prejuízos ao funcionamento do serviço. SUS e CONTROLE SOCIAL
Sociedade precisa ter participação garantida e efetiva no Sistema Úni-
Com o estrangulamento da classe média, também provocado pela polí- co de Saúde.
tica econômica, houve um crescimento vertiginoso da assistência médica Pesquisa do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS)
privada oferecida pelos planos de saúde. A chamada Medicina de Grupo realizada em 2002 mostrou que apenas 35% dos brasileiros sabem o que
cresceu a níveis assustadores nos últimos anos às expensas da falência significa a sigla "SUS". Ou seja, Mais de 65% desconhecem o que a sigla
premeditada do serviço público de saúde e da fuga da classe média dos quer dizer Sistema Único de Saúde. Essa realidade ganha importância
consultórios privados, provocada pelo achatamento salarial. Este modelo de quando se sabe que um dos pilares do SUS – Sistema Único de Saúde – é
prestação de serviços é típico de países de política neo-liberal, onde um justamente o Controle Social, exercido por meio dos Conselhos de Saúde,
mínimo de assistência é dado aos pobres e indigentes e o restante da onde os usuários acompanham e fiscalizam a execução da política de
população fica à mercê da medicina privada. A estratégia das grandes saúde e participam da formulação das estratégias do SUS.
corporações médicas acabou dando certo e o que eles não tinham conse- Por outro lado, ninguém pode dizer que não utiliza o SUS. Mesmo a-
guido na Constituição, acabaram conseguindo por outros meios, com a queles que têm plano de saúde usam, indiretamente, o SUS, quer através
conivência do governo brasileiro. das ações de vigilância sanitária dos alimentos que consome, quer do
controle de doenças infecciosas e de epidemias como a da dengue, quer da
Ocorre que o SUS não foi criado para servir como o sistema de saúde avaliação do sangue usado para transfusão em hospitais públicos e priva-
dos pobres e indigentes. Ele foi criado para ser o sistema de saúde de dos, além de outras.
todos os brasileiros, de qualidade, eficiente, eficaz, resolutivo e democráti- No Brasil, mais de 90% das cirurgias cardíacas, transplantes, e outros
co. procedimentos de alta complexidade, são ofertados pelo SUS. Muitas
Devem sempre ser ressaltadas as iniciativas que deram e que estão pessoas que pagam seguro privado de saúde o SUS para realização de
dando certo. Os municípios que encararam a municipalização com serieda- hemodiálise e recebem medicamentos de alto custo para tratamento da
de estão colhendo os frutos de um serviço público de saúde mais eficiente Aids e outras doenças. Todavia, muitos deles nem sabem que é o SUS que

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financia esses serviços. e 11a Conferências Nacionais de Saúde, e nas Conferências Estaduais, do
Distrito Federal e Municipais de Saúde;
O SUS compreende o conjunto de ações e serviços de saúde ofereci-
dos pelo Governo Federal, estados, Distrito Federal e municípios que Considerando a experiência acumulada do Controle Social da Sa-
cumprem funções e competências específicas. O SUS garante atenção úde à necessidade de aprimoramento do Controle Social da Saúde no
integral à saúde, participação da sociedade e a descentralização dos servi- âmbito nacional e as reiteradas demandas dos Conselhos Estaduais e
ços. Cerca de 98% da população brasileira são usuários do SUS, mesmo Municipais referentes às propostas de composição, organização e funcio-
que não seja de forma exclusiva. namento, conforme o § 5o inciso II art. 1o da Lei no 8.142, de 28 de de-
zembro de 1990;
Ainda segundo a pesquisa acima citada, 61% das pessoas entrevista-
das, se disseram satisfeitas em relação às atividades de prevenção promo- Considerando a ampla discussão da Resolução do CNS no 333/03
vidas pelo SUS, como, por exemplo, as campanhas para evitar doenças realizada nos espaços de Controle Social, entre os quais se destacam as
como a hipertensão arterial, a diabetes, a aids, etc. Por outro lado, há Plenárias de Conselhos de Saúde;
grande insatisfação no que diz respeito ao tempo de espera para atendi-
mento no SUS (demora na fila, na marcação de consultas e no resultado de Considerando os objetivos de consolidar, fortalecer, ampliar e
exames). Mas, dentre aqueles que conseguem ter acesso aos serviços, a acelerar o processo de Controle Social do SUS, por intermédio dos
satisfação é grande. Conselhos Nacional, Estaduais, Municipais, das Conferências de Saúde e
Plenárias de Conselhos de Saúde;
A questão da agilidade no atendimento do SUS se deve, muitas vezes,
Considerando que os Conselhos de Saúde, consagrados pela
à falta de informação, leitos insuficientes, desorganização dos protocolos e
efetiva participação da sociedade civil organizada, representam polos de
atendimentos por ordem de chegada e não por gravidade. A falta de um
qualificação de cidadãos para o Controle Social nas esferas da ação do
sistema organizado de atendimento de urgência e emergência nos municí-
Estado; e
pios é outro foco de insatisfação do usuário do SUS.
Dentre as medidas prioritárias para se agilizar e melhorar o atendimen-
Considerando o que disciplina a Lei Complementar no 141, de 13
to do SUS, estão a ampliação do acesso aos serviços de saúde, sobretudo
de janeiro de 2012, e o Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que
os de urgência e emergência, o reforço da atenção básica nos postos e
regulamentam a Lei Orgânica da Saúde.
centros de saúde e a intensificação das ações de controle de doenças.
O Controle Social Resolve:
Quando se fala em Controle Social no SUS, se está falando, funda- Aprovar as seguintes diretrizes para instituição, reformulação, rees-
mentalmente, no papel dos Conselhos de Saúde. Isto porque é neles que truturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde:
se dá a participação da comunidade na fiscalização e na condução das
políticas de saúde, garantida a partir da Lei N° 8.142, de 28/12/1990, que DA DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE
instituiu os Conselhos e as Conferências de Saúde como instância de
controle social do SUS nas três esferas de governo - nacional, municipal e Primeira Diretriz: o Conselho de Saúde é uma instância colegiada,
estadual. Atualmente, se estima que existam mais de 100 mil conselheiros deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada
de saúde em todo o país. esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da
A principal característica dos Conselhos de Saúde é o seu caráter deli- Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos
berativo sobre a formulação das estratégias de atenção à saúde do País. Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei no
Cinquenta por cento da composição dos conselhos é formada por represen- 8.142/90. O processo bem-sucedido de descentralização da saúde promo-
tantes de usuários do SUS, 25% por trabalhadores de saúde e 25% por veu o surgimento de Conselhos Regionais, Conselhos Locais, Conselhos
prestadores e gestores. Distritais de Saúde, incluindo os Conselhos
O SUS garante aos estados, Distrito Federal e municípios a autonomia dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas, sob a coordenação
para administrar os recursos da saúde, de acordo com a sua condição de dos Conselhos de Saúde da esfera correspondente. Assim, os Conselhos
gestão (gestão plena da atenção básica e gestão plena do sistema munici- de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas
pal). Para isso, é preciso que cada região tenha seu Conselho de Saúde políticas públicas e na administração da saúde.
funcionando de forma adequada. Assim, os recursos federais são repassa-
dos, do Fundo Nacional para os Fundos Estaduais ou Municipais de Saúde Parágrafo único. Como Subsistema da Seguridade Social, o Con-
ou, ainda, dos Fundos Estaduais para os Fundos Municipais de Saúde. selho de Saúde atua na formulação e proposição de estratégias e no con-
Para participar de um Conselho de Saúde o cidadão precisa pertencer trole da execução das Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos
a alguma entidade, a qual representará no colegiado. A maioria dos Conse- econômicos e financeiros.
lhos de Saúde estabelece formatos eleitorais em que a população pode se
candidatar para participar. Em geral, a população organizada é mais ativa DA INSTITUIÇÃO E REFORMULAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
nesse processo. Os conselhos se reúnem constantemente para discutir
uma pauta pré-definida e elaborar estratégias de um planejamento anual. Segunda Diretriz: a instituição dos Conselhos de Saúde é estabe-
lecida por lei federal, estadual, do Distrito Federal e municipal, obedecida a
3 RESOLUÇÃO NO 453/2012,
Lei no 8.142/90.
DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE.
Parágrafo único. Na instituição e reformulação dos Conselhos de
Saúde o Poder Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá
RESOLUÇÃO No 453, DE 10 DE MAIO DE 2012
acolher as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde,
e em consonância com a legislação.
O Plenário do Conselho Nacional de Saúde, em sua Ducentésima
Trigésima Terceira Reunião Ordinária, realizada nos dias 9 e 10 de maio de A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
2012, no uso de suas competências regimentais e atribuições conferidas
pela Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei no 8.142, de 28 Terceira Diretriz: a participação da sociedade organizada, garanti-
da na legislação, torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada
de dezembro de 1990, e pelo Decreto no 5.839, de 11 de julho de 2006, e na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e
Considerando os debates ocorridos nos Conselhos de Saúde, nas fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus
três esferas de Governo, na X Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, aspectos econômicos e financeiros. A legislação estabelece, ainda, a
composição paritária de usuários em relação ao conjunto dos demais
nas Plenárias Regionais e Estaduais de Conselhos de Saúde, nas 9a, 10a segmentos representados. O Conselho de Saúde será composto por repre-
sentantes de entidades, instituições e movimentos representativos de

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usuários, de entidades representativas de trabalhadores da área da saúde, IX - Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em ati-
do governo e de entidades representativas de prestadores de serviços de vidade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto
saúde, sendo o seu presidente eleito entre os membros do Conselho, em ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Munici-
reunião plenária. Nos Municípios onde não existem entidades, instituições e pal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e compo-
movimentos organizados em número suficiente para compor o Conselho, a sição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacio-
eleição da representação será realizada em plenária no Município, promo- nal de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído
vida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e democrática. ou em funcionamento.
X - As funções, como membro do Conselho de Saúde, não serão
I - O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e,
Saúde e constituído em lei. portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro.
II - Mantendo o que propôs as Resoluções nos 33/92 e 333/03 do Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e institui-
ções, o Conselho de Saúde emitirá declaração de participação de seus
CNS e consoante com as Recomendações da 10a e 11a Conferências membros durante o período das reuniões, representações, capacitações e
Nacionais de Saúde, as vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma: outras atividades específicas.
a) 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; XI - O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos
b) 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de seus atos conforme legislação vigente.
saúde;
c) 25% de representação de governo e prestadores de serviços pri- ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE
vados conveniados, ou sem fins lucrativos.
III - A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá Quarta Diretriz: as três esferas de Governo garantirão autonomia
como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade administrativa para o pleno funcionamento do Conselho de Saúde, dotação
do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. orçamentária, autonomia financeira e organização da secretaria-executiva
De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da paridade, com a necessária infraestrutura e apoio técnico:
serão contempladas, dentre outras, as seguintes representações: I - cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutu-
a) associações de pessoas com patologias; ra administrativa e o quadro de pessoal;
b) associações de pessoas com deficiências; II - o Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva
c) entidades indígenas; coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte técnico e
d) movimentos sociais e populares, organizados (movimento negro, administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá
LGBT...); sua estrutura e dimensão;
e) movimentos organizados de mulheres, em saúde;
f) entidades de aposentados e pensionistas; III - o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento;
g) entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confe- IV - o Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a ca-
derações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; da mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu
h) entidades de defesa do consumidor; Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser
i) organizações de moradores; encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez)
j) entidades ambientalistas; dias;
k) organizações religiosas;
l) trabalhadores da área de saúde: associações, confederações, V - as reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao
conselhos de profissões regulamentadas, federações e sindicatos, obede- público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a
cendo as instâncias federativas; participação da sociedade;
m) comunidade científica;
VI - o Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante o fun-
n) entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais campo
cionamento do Plenário, que, além das comissões intersetoriais, estabele-
de estágio, de pesquisa e desenvolvimento;
o) entidades patronais; cidas na Lei no 8.080/90, instalará outras comissões intersetoriais e grupos
p) entidades dos prestadores de serviço de saúde; e de trabalho de conselheiros para ações transitórias. As comissões poderão
q) governo. contar com integrantes não conselheiros;
VII - o Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em
IV - As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conse-
Plenário, respeitando a paridade expressa nesta Resolução;
lho de Saúde terão os conselheiros indicados, por escrito, conforme
processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e VIII - as decisões do Conselho de Saúde serão adotadas mediante
instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendação quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes, ressalvados os
de que ocorra renovação de seus representantes. casos regimentais nos quais se exija quórum especial, ou maioria qualifica-
da de votos;
V - Recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de repre-
sentações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu a) entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente
critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades superior à metade dos membros presentes;
representativas. b) entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente
superior à metade de membros do Conselho;
VI - A representação nos segmentos deve ser distinta e autônoma
c) entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de
em relação aos demais segmentos que compõem o Conselho, por isso, um
membros do Conselho;
profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou
IX - qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde
como prestador de serviços de saúde não pode ser representante dos(as)
preservará o que está garantido em lei e deve ser proposta pelo próprio
Usuários(as) ou de Trabalhadores(as).
Conselho e votada em reunião plenária, com quórum qualificado, para
VII - A ocupação de funções na área da saúde que interfiram na depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada pelo gestor da
autonomia representativa do Conselheiro(a) deve ser avaliada como possí- esfera correspondente;
vel impedimento da representação de Usuário(a) e Trabalhador(a), e, a
X - a cada quadrimestre deverá constar dos itens da pauta o pro-
juízo da entidade, indicativo de substituição do Conselheiro(a).
nunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, para que faça
VIII - A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, re- a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano
presentação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselhei- de saúde, agenda da saúde pactuada, relatório de gestão, dados sobre o
ros, não é permitida nos Conselhos de Saúde. montante e a forma de aplicação dos recursos, as auditorias iniciadas e

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concluídas no período, bem como a produção e a oferta de serviços na sos transferidos e próprios do Município, Estado, Distrito Federal e da
rede assistencial própria, contratada ou conveniada, de acordo com o art. União, com base no que a lei disciplina;
12 da Lei no 8.689/93 e com a Lei Complementar no 141/2012; XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a pres-
XI - os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa, buscarão tação de contas e informações financeiras, repassadas em tempo hábil aos
auditorias externas e independentes sobre as contas e atividades do Gestor conselheiros, e garantia do devido assessoramento;
do SUS; e XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos
XII - o Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos órgãos de
de resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. As controle interno e externo, conforme legislação vigente;
resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do poder XVIII - examinar propostas e denúncias de indícios de irregularida-
constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, des, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às
dando-se-lhes publicidade oficial. Decorrido o prazo mencionado e não ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de
sendo homologada a resolução e nem enviada justificativa pelo gestor ao deliberações do Conselho nas suas respectivas instâncias;
Conselho de Saúde com proposta de alteração ou rejeição a ser apreciada
na reunião seguinte, as entidades que integram o Conselho de Saúde XIX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar as
podem buscar a validação das resoluções, recorrendo à justiça e ao Minis- Conferências de Saúde, propor sua convocação ordinária ou extraordinária
tério Público, quando necessário. e estruturar a comissão organizadora, submeter o respectivo regimento e
programa ao Pleno do Conselho de Saúde correspondente, convocar a
Quinta Diretriz: aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Mu- sociedade para a participação nas pré-conferências e conferências de
nicipais e do Distrito Federal, que têm competências definidas nas leis saúde;
federais, bem como em indicações advindas das Conferências de Saúde,
compete: XX - estimular articulação e intercâmbio entre os Conselhos de
Saúde, entidades, movimentos populares, instituições públicas e privadas
I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar e para a promoção da Saúde;
articular a sociedade de forma permanente na defesa dos princípios consti-
tucionais que fundamentam o SUS; XXI - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre as-
suntos e temas na área de saúde pertinente ao desenvolvimento do Siste-
II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas de ma Único de Saúde (SUS);
funcionamento; XXII - acompanhar o processo de desenvolvimento e incorporação
III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização das científica e tecnológica, observados os padrões éticos compatíveis com o
diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde; desenvolvimento sociocultural do País;

IV - atuar na formulação e no controle da execução da política de XXIII - estabelecer ações de informação, educação e comunicação
saúde, incluindo os seus aspectos econômicos e financeiros, e propor em saúde, divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde,
estratégias para a sua aplicação aos setores público e privado; seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação, incluindo informa-
ções sobre as agendas, datas e local das reuniões e dos eventos;
V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e delibe-
rar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações epidemiológicas XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação perma-
e a capacidade organizacional dos serviços; nente para o controle social, de acordo com as Diretrizes e a Política Na-
cional de Educação Permanente para o Controle Social do SUS;
VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do relatório de
gestão; XXV - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento sistemático com
os poderes constituídos, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, meios
VII - estabelecer estratégias e procedimentos de acompanhamento de comunicação, bem como setores relevantes não representados nos
da gestão do SUS, articulando-se com os demais colegiados, a exemplo conselhos;
dos de seguridade social, meio ambiente, justiça, educação, trabalho,
agricultura, idosos, criança e adolescente e outros; XXVI - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em pes-
quisas aprovadas pelo CNS;
VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde;
XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão do
IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos a Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção de critérios
definidores de qualidade e resolutividade, atualizando-os face ao processo XXVIII - acompanhar a implementação das propostas constantes
de incorporação dos avanços científicos e tecnológicos na área da Saúde; do relatório das plenárias dos Conselhos de Saúde; e

X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o XXIX - atualizar periodicamente as informações sobre o Conselho
funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS; de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde
(SIACS).
XI - avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios,
conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Fica revogada a Resolução do CNS no 333, de 4 de novembro de
Federal e Municipais;
2003.
XII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado credencia-
do mediante contrato ou convênio na área de saúde;
ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo em Presidente do Conselho Nacional de Saúde
vista as metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentá- Homologo a Resolução CNS no 453, de 10 de maio de 2012, nos
rias, observado o princípio do processo de planejamento e orçamento termos do Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006.
ascendentes, conforme legislação vigente;
XIV - propor critérios para programação e execução financeira e ALEXANDRE ROCHA SANTOS PADILHA
orçamentária dos Fundos de Saúde e acompanhar a movimentação e Ministro de Estado da Saúde
destino dos recursos;
XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de mo- Republicada por ter saído com incorreção no original, publicado no
vimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de Saúde e os recur- Diário Oficial da União nº 109, Seção 1, página 138

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4 CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ARTIGOS DE 194 A 200 empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sis-
ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a tema único de saúde e ações de assistência social da União para os Esta-
assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. dos, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios,
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organi- observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda
zar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: Constitucional nº 20, de 1998)
I - universalidade da cobertura e do atendimento; § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às popula- sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em
ções urbanas e rurais; montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e servi- Constitucional nº 20, de 1998)
ços; § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-
V - equidade na forma de participação no custeio; cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
VI - diversidade da base de financiamento; § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a,
gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregado- pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda
res, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Seção II
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de DA SAÚDE
forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido medi-
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí- ante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doen-
pios, e das seguintes contribuições sociais: ça e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e servi-
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na for- ços para sua promoção, proteção e recuperação.
ma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, ca-
20, de 1998) bendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamenta-
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou credi- ção, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou
tados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) privado.
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede re-
20, de 1998) gionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) acordo com as seguintes diretrizes:
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas,
regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada sem prejuízo dos serviços assistenciais;
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - participação da comunidade.
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. § 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195,
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados,
ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. (Parágrafo
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,
integrando o orçamento da União. anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de derivados da aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela
forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar
lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus prevista no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
recursos. II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecada-
ção dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. Constitucional nº 29, de 2000)
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manuten- III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arreca-
ção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. dação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitu-
criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. cional nº 29, de 2000)
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco
exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. Regulamento
150, III, "b". I - os percentuais de que trata o § 2º; (Incluído pela Emenda Constitu-
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entida- cional nº 29, de 2000)
des beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabe- II - os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde des-
lecidas em lei. tinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pesca- destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redu-
dor artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas ção das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, de 2000)
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota III - as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefí- saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela
cios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
de 1998) IV - as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela Uni-
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo ão.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir a-
atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da gentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio

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de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de tre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien-
suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos
Emenda Constitucional nº 51, de 2006) bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profis- organização social e econômica do País.
sional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamenta- Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por
ção das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à
às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, TÍTULO II
para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Constitucional nº 63, de 2010) DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos
169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração
de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o
poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específi- Sistema Único de Saúde (SUS).
cos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitu- § 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas fe-
cional nº 51, de 2006) derais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa e produ-
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. ção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e hemoderivados, e
§ 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complemen- de equipamentos para saúde.
tar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato § 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde
de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas (SUS), em caráter complementar.
e as sem fins lucrativos. CAPÍTULO I
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou Dos Objetivos e Atribuições
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capi- I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determi-
tais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos nantes da saúde;
em lei. II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos cam-
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a pos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta
remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplan- lei;
te, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribui- assistenciais e das atividades preventivas.
ções, nos termos da lei: Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de inte- de Saúde (SUS):
resse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamen- I - a execução de ações:
tos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; a) de vigilância sanitária;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem co- b) de vigilância epidemiológica;
mo as de saúde do trabalhador; c) de saúde do trabalhador; e
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; d) de assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de II - a participação na formulação da política e na execução de ações de
saneamento básico; saneamento básico;
V - incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e III - a ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde;
tecnológico; IV - a vigilância nutricional e a orientação alimentar;
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; do trabalho;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guar- VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos, imuno-
da e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; biológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do sua produção;
trabalho.
5 LEI ORGÂNICA DA SAÚDE - LEI Nº 8.080/1990, VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de
LEI Nº 8.142/1990 E DECRETO PRESIDENCIAL interesse para a saúde;
VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para
Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.
consumo humano;
IX - a participação no controle e na fiscalização da produção, transpor-
Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação te, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes radioativos;
e dá outras providências. X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento científi-
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR co e tecnológico;
Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e serviços XI - a formulação e execução da política de sangue e seus derivados.
de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em caráter permanente ou § 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de
eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de direito Público ou privado. eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas
TÍTULO I sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se re-
Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. lacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e produção ao consumo; e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou in-
de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que diretamente com a saúde.
assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a § 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
sua promoção, proteção e recuperação. que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das em- mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
presas e da sociedade. ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de pre-
Art. 3º A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, en- venção e controle das doenças ou agravos.

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§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um con- Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo
junto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epide- com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em cada
miológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos traba- esfera de governo pelos seguintes órgãos:
lhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva Secre-
trabalho, abrangendo: taria de Saúde ou órgão equivalente; e
I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho ou porta- III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
dor de doença profissional e do trabalho; órgão equivalente.
II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para desenvolver
(SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes correspondam.
potenciais à saúde existentes no processo de trabalho; § 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o princípio
III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saú- da direção única, e os respectivos atos constitutivos disporão sobre sua
de (SUS), da normatização, fiscalização e controle das condições de pro- observância.
dução, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de § 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá or-
substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam ganizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos, técnicas e
riscos à saúde do trabalhador; práticas voltadas para a cobertura total das ações de saúde.
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde; Art. 11. (Vetado).
V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e às Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional, su-
empresas sobre os riscos de acidentes de trabalho, doença profissional e bordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos Ministérios e
do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambien- órgãos competentes e por entidades representativas da sociedade civil.
tais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeita- Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de arti-
dos os preceitos da ética profissional; cular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja execução
VI - participação na normatização, fiscalização e controle dos serviços envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema Único de Saúde
de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas; (SUS).
VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no pro- Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das comissões
cesso de trabalho, tendo na sua elaboração a colaboração das entidades intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes atividades:
sindicais; e I - alimentação e nutrição;
VIII - a garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão II - saneamento e meio ambiente;
competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo ambi- III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;
ente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou IV - recursos humanos;
saúde dos trabalhadores. V - ciência e tecnologia; e
CAPÍTULO II VI - saúde do trabalhador.
Dos Princípios e Diretrizes Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração
Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e superi-
contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde or.
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade pro-
da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios: por prioridades, métodos e estratégias para a formação e educação conti-
I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis nuada dos recursos humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), na esfera
de assistência; correspondente, assim como em relação à pesquisa e à cooperação técnica
II - integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e entre essas instituições.
contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coleti- Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são reco-
vos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do nhecidas como foros de negociação e pactuação entre gestores, quanto
sistema; aos aspectos operacionais do Sistema Único de Saúde (SUS). (Incluído
III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integri- pela Lei nº 12.466, de 2011).
dade física e moral; Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e
IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios Tripartite terá por objetivo: (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
de qualquer espécie; I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e administrativos
V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde; da gestão compartilhada do SUS, em conformidade com a definição da
VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de sa- política consubstanciada em planos de saúde, aprovados pelos conselhos
úde e a sua utilização pelo usuário; de saúde; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a
a alocação de recursos e a orientação programática; respeito da organização das redes de ações e serviços de saúde, princi-
VIII - participação da comunidade; palmente no tocante à sua governança institucional e à integração das
IX - descentralização político-administrativa, com direção única em ca- ações e serviços dos entes federados; (Incluído pela Lei nº 12.466, de
da esfera de governo: 2011).
a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário, integra-
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde; ção de territórios, referência e contrarreferência e demais aspectos vincula-
X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente dos à integração das ações e serviços de saúde entre os entes federados.
e saneamento básico; (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e hu- Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o
manos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são
prestação de serviços de assistência à saúde da população; reconhecidos como entidades representativas dos entes estaduais e muni-
XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de as- cipais para tratar de matérias referentes à saúde e declarados de utilidade
sistência; e pública e de relevante função social, na forma do regulamento. (Incluído
XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade pela Lei nº 12.466, de 2011).
de meios para fins idênticos. § 1o O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento geral
CAPÍTULO III da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar no custeio de
Da Organização, da Direção e da Gestão suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar convênios com a
Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único União. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011).
de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação complementar § 2o Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) são
da iniciativa privada, serão organizados de forma regionalizada e hierarqui- reconhecidos como entidades que representam os entes municipais, no
zada em níveis de complexidade crescente. âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à saúde, desde que

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vinculados institucionalmente ao Conasems, na forma que dispuserem seus miológica;
estatutos. (Incluído pela Lei nº 12.466, de 2011). VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de portos, ae-
CAPÍTULO IV roportos e fronteiras, podendo a execução ser complementada pelos Esta-
Da Competência e das Atribuições dos, Distrito Federal e Municípios;
Seção I VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o controle da
Das Atribuições Comuns qualidade sanitária de produtos, substâncias e serviços de consumo e uso
Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exerce- humano;
rão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização
I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de do exercício profissional, bem como com entidades representativas de
fiscalização das ações e serviços de saúde; formação de recursos humanos na área de saúde;
II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução da polí-
em cada ano, à saúde; tica nacional e produção de insumos e equipamentos para a saúde, em
III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de saúde da articulação com os demais órgãos governamentais;
população e das condições ambientais; XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência nacional
IV - organização e coordenação do sistema de informação de saúde; para o estabelecimento de padrões técnicos de assistência à saúde;
V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de in-
qualidade e parâmetros de custos que caracterizam a assistência à saúde; teresse para a saúde;
VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de padrões de XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito
qualidade para promoção da saúde do trabalhador; Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da sua atuação institu-
VII - participação de formulação da política e da execução das ações cional;
de saneamento básico e colaboração na proteção e recuperação do meio XIV - elaborar normas para regular as relações entre o Sistema Único
ambiente; de Saúde (SUS) e os serviços privados contratados de assistência à saúde;
VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde; XV - promover a descentralização para as Unidades Federadas e para
IX - participação na formulação e na execução da política de formação os Municípios, dos serviços e ações de saúde, respectivamente, de abran-
e desenvolvimento de recursos humanos para a saúde; gência estadual e municipal;
X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de Saúde XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema Nacional de
(SUS), de conformidade com o plano de saúde; Sangue, Componentes e Derivados;
XI - elaboração de normas para regular as atividades de serviços priva- XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saú-
dos de saúde, tendo em vista a sua relevância pública; de, respeitadas as competências estaduais e municipais;
XII - realização de operações externas de natureza financeira de inte- XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito do
resse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal; SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e Distrito Fede-
XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitó- ral;
rias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar a avali-
de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa ação técnica e financeira do SUS em todo o Território Nacional em coope-
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de pessoas natu- ração técnica com os Estados, Municípios e Distrito Federal.
rais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada justa indenização; Parágrafo único. A União poderá executar ações de vigilância epidemi-
XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e De- ológica e sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de
rivados; agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da direção
XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos interna- estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que representem risco de
cionais relativos à saúde, saneamento e meio ambiente; disseminação nacional.
XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção, proteção e re- Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:
cuperação da saúde; I - promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das
XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do exercício ações de saúde;
profissional e outras entidades representativas da sociedade civil para a II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do Sistema
definição e controle dos padrões éticos para pesquisa, ações e serviços de Único de Saúde (SUS);
saúde; III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e executar suple-
XVIII - promover a articulação da política e dos planos de saúde; tivamente ações e serviços de saúde;
XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde; IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços:
XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e fiscalização ine- a) de vigilância epidemiológica;
rentes ao poder de polícia sanitária; b) de vigilância sanitária;
XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos estratégicos c) de alimentação e nutrição; e
e de atendimento emergencial. d) de saúde do trabalhador;
Seção II V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos agravos do
Da Competência meio ambiente que tenham repercussão na saúde humana;
Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS) compete: VI - participar da formulação da política e da execução de ações de sa-
I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e nutrição; neamento básico;
II - participar na formulação e na implementação das políticas: VII - participar das ações de controle e avaliação das condições e dos
a) de controle das agressões ao meio ambiente; ambientes de trabalho;
b) de saneamento básico; e VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar e avaliar
c) relativas às condições e aos ambientes de trabalho; a política de insumos e equipamentos para a saúde;
III - definir e coordenar os sistemas: IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e gerir sis-
a) de redes integradas de assistência de alta complexidade; temas públicos de alta complexidade, de referência estadual e regional;
b) de rede de laboratórios de saúde pública; X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública e he-
c) de vigilância epidemiológica; e mocentros, e gerir as unidades que permaneçam em sua organização
d) vigilância sanitária; administrativa;
IV - participar da definição de normas e mecanismos de controle, com XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e
órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente ou dele decorrentes, que avaliação das ações e serviços de saúde;
tenham repercussão na saúde humana; XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar,
V - participar da definição de normas, critérios e padrões para o contro- de procedimentos de controle de qualidade para produtos e substâncias de
le das condições e dos ambientes de trabalho e coordenar a política de consumo humano;
saúde do trabalhador; XIII - colaborar com a União na execução da vigilância sanitária de por-
VI - coordenar e participar na execução das ações de vigilância epide- tos, aeroportos e fronteiras;

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XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos indicadores de § 3o As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em
morbidade e mortalidade no âmbito da unidade federada. âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com suas
Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete: necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária e terciária à
I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de sa- saúde. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999)
úde e gerir e executar os serviços públicos de saúde; Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos orga-
II - participar do planejamento, programação e organização da rede re- nismos colegiados de formulação, acompanhamento e avaliação das políti-
gionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS), em articu- cas de saúde, tais como o Conselho Nacional de Saúde e os Conselhos
lação com sua direção estadual; Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº
III - participar da execução, controle e avaliação das ações referentes 9.836, de 1999)
às condições e aos ambientes de trabalho; CAPÍTULO VI
IV - executar serviços: DO SUBSISTEMA DE ATENDIMENTO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR
a) de vigilância epidemiológica; (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
b) vigilância sanitária; Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o
c) de alimentação e nutrição; atendimento domiciliar e a internação domiciliar. (Incluído pela Lei nº
d) de saneamento básico; e 10.424, de 2002)
e) de saúde do trabalhador; § 1o Na modalidade de assistência de atendimento e internação domi-
V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equi- ciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos médicos, de enfer-
pamentos para a saúde; magem, fisioterapêuticos, psicológicos e de assistência social, entre outros
VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que te- necessários ao cuidado integral dos pacientes em seu domicílio. (Incluído
nham repercussão sobre a saúde humana e atuar, junto aos órgãos muni- pela Lei nº 10.424, de 2002)
cipais, estaduais e federais competentes, para controlá-las; § 2o O atendimento e a internação domiciliares serão realizados por
VII - formar consórcios administrativos intermunicipais; equipes multidisciplinares que atuarão nos níveis da medicina preventiva,
VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros; terapêutica e reabilitadora. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
IX - colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sa- § 3o O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser realiza-
nitária de portos, aeroportos e fronteiras; dos por indicação médica, com expressa concordância do paciente e de
X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar contratos e con- sua família. (Incluído pela Lei nº 10.424, de 2002)
vênios com entidades prestadoras de serviços privados de saúde, bem CAPÍTULO VII
como controlar e avaliar sua execução; DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO
XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços privados de DE PARTO, PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO
saúde; (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
XII - normatizar complementarmente as ações e serviços públicos de Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da
saúde no seu âmbito de atuação. rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à
Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos parturiente, de 1 (um) acompanhante durante todo o período de trabalho de
Estados e aos Municípios. parto, parto e pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
CAPÍTULO V § 1o O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado
Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena pela parturiente. (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
(Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) § 2o As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de
Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento que trata este artigo constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo
das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou indivi- órgão competente do Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 11.108, de
dualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.836, 2005)
de 1999) Art. 19-L. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.108, de 2005)
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, CAPÍTULO VIII
componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por esta (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual funciona- DA ASSISTÊNCIA TERAPÊUTICA E DA INCORPORAÇÃO DE TECNO-
rá em perfeita integração. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) LOGIA EM SAÚDE”
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea d
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena. (Incluído pela Lei nº 9.836, de do inciso I do art. 6o consiste em: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
1999) I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a saú-
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por de, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes terapêuticas
esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País. (Inclu- definidas em protocolo clínico para a doença ou o agravo à saúde a ser
ído pela Lei nº 9.836, de 1999) tratado ou, na falta do protocolo, em conformidade com o disposto no art.
Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e 19-P; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011)
não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio e II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar, ambula-
execução das ações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) torial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo gestor federal do
Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a reali- Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no território nacional por serviço
dade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e o modelo próprio, conveniado ou contratado.
a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se deve pautar por Art. 19-N. Para os efeitos do disposto no art. 19-M, são adotadas as
uma abordagem diferenciada e global, contemplando os aspectos de assis- seguintes definições:
tência à saúde, saneamento básico, nutrição, habitação, meio ambiente, I - produtos de interesse para a saúde: órteses, próteses, bolsas coleto-
demarcação de terras, educação sanitária e integração institucional. (Incluí- ras e equipamentos médicos;
do pela Lei nº 9.836, de 1999) II - protocolo clínico e diretriz terapêutica: documento que estabelece
Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser, co- critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento
mo o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.(Incluído pela Lei preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, quan-
nº 9.836, de 1999) do couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle
§ 1o O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base os clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a
Distritos Sanitários Especiais Indígenas. (Incluído pela Lei nº 9.836, de serem seguidos pelos gestores do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de
1999) 2011)
§ 2o O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de Aten- Art. 19-O. Os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas deverão
ção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações na estrutura estabelecer os medicamentos ou produtos necessários nas diferentes fases
e organização do SUS nas regiões onde residem as populações indígenas, evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que tratam, bem como
para propiciar essa integração e o atendimento necessário em todos os aqueles indicados em casos de perda de eficácia e de surgimento de
níveis, sem discriminações. (Incluído pela Lei nº 9.836, de 1999) intolerância ou reação adversa relevante, provocadas pelo medicamento,

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produto ou procedimento de primeira escolha. (Incluído pela Lei nº 12.401, Art. 19-U. A responsabilidade financeira pelo fornecimento de medica-
de 2011) mentos, produtos de interesse para a saúde ou procedimentos de que trata
Parágrafo único. Em qualquer caso, os medicamentos ou produtos de este Capítulo será pactuada na Comissão Intergestores Tripartite. (Incluído
que trata o caput deste artigo serão aqueles avaliados quanto à sua eficá- pela Lei nº 12.401, de 2011)
cia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes fases TÍTULO III
evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo. (Inclu- DOS SERVIÇOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÙDE
ído pela Lei nº 12.401, de 2011) CAPÍTULO I
Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a dis- Do Funcionamento
pensação será realizada: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor fe- pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais, legalmente
deral do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei, e a habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na promoção, proteção
responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão Intergesto- e recuperação da saúde.
res Tripartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma suplemen- Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde, se-
tar, com base nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores rão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo órgão de
estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às condições para seu
na Comissão Intergestores Bipartite; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) funcionamento.
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base nas Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de
relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais do SUS, e capitais estrangeiros na assistência à saúde, salvo através de doações de
a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no Conselho Municipal organismos internacionais vinculados à Organização das Nações Unidas,
de Saúde. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.
Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de no- § 1° Em qualquer caso é obrigatória a autorização do órgão de direção
vos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a constituição ou nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), submetendo-se a seu controle
a alteração de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, são atribuições do as atividades que forem desenvolvidas e os instrumentos que forem firma-
Ministério da Saúde, assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação dos.
de Tecnologias no SUS. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) § 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde manti-
§ 1o A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, dos, sem finalidade lucrativa, por empresas, para atendimento de seus
cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará com a empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social.
participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho Nacional de CAPÍTULO II
Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área, indicado pelo Con- Da Participação Complementar
selho Federal de Medicina. (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para ga-
§ 2o O relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias rantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o
no SUS levará em consideração, necessariamente: (Incluído pela Lei nº Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela
12.401, de 2011) iniciativa privada.
I - as evidências científicas sobre a eficácia, a acurácia, a efetividade e Parágrafo único. A participação complementar dos serviços privados
a segurança do medicamento, produto ou procedimento objeto do proces- será formalizada mediante contrato ou convênio, observadas, a respeito, as
so, acatadas pelo órgão competente para o registro ou a autorização de normas de direito público.
uso; (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as
II - a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema Único de
relação às tecnologias já incorporadas, inclusive no que se refere aos Saúde (SUS).
atendimentos domiciliar, ambulatorial ou hospitalar, quando cabível. (Incluí- Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os pa-
do pela Lei nº 12.401, de 2011) râmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela direção nacio-
Art. 19-R. A incorporação, a exclusão e a alteração a que se refere o nal do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de
art. 19-Q serão efetuadas mediante a instauração de processo administrati- Saúde.
vo, a ser concluído em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias, § 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de paga-
contado da data em que foi protocolado o pedido, admitida a sua prorroga- mento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional do Sistema
ção por 90 (noventa) dias corridos, quando as circunstâncias exigirem. Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em demonstrativo
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) econômico-financeiro que garanta a efetiva qualidade de execução dos
§ 1o O processo de que trata o caput deste artigo observará, no que serviços contratados.
couber, o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, e as seguin- § 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e
tes determinações especiais: (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde
I - apresentação pelo interessado dos documentos e, se cabível, das (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
amostras de produtos, na forma do regulamento, com informações neces- § 3° (Vetado).
sárias para o atendimento do disposto no § 2o do art. 19-Q; (Incluído pela § 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou
Lei nº 12.401, de 2011) serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de confi-
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) ança no Sistema Único de Saúde (SUS).
III - realização de consulta pública que inclua a divulgação do parecer TÍTULO IV
emitido pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS; DOS RECURSOS HUMANOS
(Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será formali-
IV - realização de audiência pública, antes da tomada de decisão, se a zada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo,
relevância da matéria justificar o evento. (Incluído pela Lei nº 12.401, de em cumprimento dos seguintes objetivos:
2011) I - organização de um sistema de formação de recursos humanos em
§ 2o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração
Art. 19-S. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.401, de 2011) de programas de permanente aperfeiçoamento de pessoal;
Art. 19-T. São vedados, em todas as esferas de gestão do SUS: (Inclu- II - (Vetado)
ído pela Lei nº 12.401, de 2011) III - (Vetado)
I - o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de medicamento, IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema Único
produto e procedimento clínico ou cirúrgico experimental, ou de uso não de Saúde (SUS).
autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; (Incluí- Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único de
do pela Lei nº 12.401, de 2011) Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e pesquisa, median-
II - a dispensação, o pagamento, o ressarcimento ou o reembolso de te normas específicas, elaboradas conjuntamente com o sistema educacio-
medicamento e produto, nacional ou importado, sem registro na Anvisa.” nal.

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Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas em Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da Segurida-
regime de tempo integral. de Social será observada a mesma proporção da despesa prevista de cada
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou empregos área, no Orçamento da Seguridade Social.
poderão exercer suas atividades em mais de um estabelecimento do Sis- Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a Es-
tema Único de Saúde (SUS). tados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação dos se-
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos servidores guintes critérios, segundo análise técnica de programas e projetos:
em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes de cargos ou I - perfil demográfico da região;
função de chefia, direção ou assessoramento. II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
Art. 29. (Vetado). III - características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na á-
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob rea;
supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída de IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior;
acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das entidades V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e
profissionais correspondentes. municipais;
TÍTULO V VI - previsão do plano quinquenal de investimentos da rede;
DO FINANCIAMENTO VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras
CAPÍTULO I esferas de governo.
Dos Recursos § 1º (Revogado pela Lei Complementar nº 141, de 2012)
Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema Único § 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de
de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos necessá- migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão pondera-
rios à realização de suas finalidades, previstos em proposta elaborada pela dos por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o
sua direção nacional, com a participação dos órgãos da Previdência Social número de eleitores registrados.
e da Assistência Social, tendo em vista as metas e prioridades estabeleci- § 3º (Vetado).
das na Lei de Diretrizes Orçamentárias. § 4º (Vetado).
Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes § 5º (Vetado).
de: § 6º O disposto no parágrafo anterior não prejudica a atuação dos ór-
I - (Vetado) gãos de controle interno e externo e nem a aplicação de penalidades pre-
II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da assistência à vistas em lei, em caso de irregularidades verificadas na gestão dos recur-
saúde; sos transferidos.
III - ajuda, contribuições, doações e donativos; CAPÍTULO III
IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital; Do Planejamento e do Orçamento
V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados no âm- Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de
bito do Sistema Único de Saúde (SUS); e Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus
VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais. órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de
§ 1° Ao Sistema Único de Saúde (SUS) caberá metade da receita de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municí-
que trata o inciso I deste artigo, apurada mensalmente, a qual será destina- pios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
da à recuperação de viciados. § 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações
§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu financi-
serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas pela sua amento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas. § 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de a-
§ 3º As ações de saneamento que venham a ser executadas supleti- ções não previstas nos planos de saúde, exceto em situações emergenciais
vamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), serão financiadas por recur- ou de calamidade pública, na área de saúde.
sos tarifários específicos e outros da União, Estados, Distrito Federal, Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a se-
Municípios e, em particular, do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). rem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das carac-
§ 4º (Vetado). terísticas epidemiológicas e da organização dos serviços em cada jurisdi-
§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnoló- ção administrativa.
gico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a
pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de recursos de institui- instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade lucrativa.
ções de fomento e financiamento ou de origem externa e receita própria DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
das instituições executoras. Art. 39. (Vetado).
§ 6º (Vetado). § 1º (Vetado).
CAPÍTULO II § 2º (Vetado).
Da Gestão Financeira § 3º (Vetado).
Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) se- § 4º (Vetado).
rão depositados em conta especial, em cada esfera de sua atuação, e § 5º A cessão de uso dos imóveis de propriedade do Inamps para ór-
movimentados sob fiscalização dos respectivos Conselhos de Saúde. gãos integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) será feita de modo a
§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do Orçamen- preservá-los como patrimônio da Seguridade Social.
to da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União, além de outras § 6º Os imóveis de que trata o parágrafo anterior serão inventariados
fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde, através do Fundo com todos os seus acessórios, equipamentos e outros
Nacional de Saúde. § 7º (Vetado).
§ 2º (Vetado). § 8º O acesso aos serviços de informática e bases de dados, mantidos
§ 3º (Vetado). pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho e da Previdência
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de Social, será assegurado às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde
auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação dos recur- ou órgãos congêneres, como suporte ao processo de gestão, de forma a
sos repassados a Estados e Municípios. Constatada a malversação, desvio permitir a gerencia informatizada das contas e a disseminação de estatísti-
ou não aplicação dos recursos, caberá ao Ministério da Saúde aplicar as cas sanitárias e epidemiológicas médico-hospitalares.
medidas previstas em lei. Art. 40. (Vetado)
Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita efeti- Art. 41. As ações desenvolvidas pela Fundação das Pioneiras Sociais e
vamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo Nacional de pelo Instituto Nacional do Câncer, supervisionadas pela direção nacional do
Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único deste artigo, os Sistema Único de Saúde (SUS), permanecerão como referencial de presta-
recursos financeiros correspondentes às dotações consignadas no Orça- ção de serviços, formação de recursos humanos e para transferência de
mento da Seguridade Social, a projetos e atividades a serem executados no tecnologia.

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Art. 42. (Vetado). organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio,
Art. 43. A gratuidade das ações e serviços de saúde fica preservada aprovadas pelo respectivo conselho.
nos serviços públicos contratados, ressalvando-se as cláusulas dos contra- Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados
tos ou convênios estabelecidos com as entidades privadas. como:
Art. 44. (Vetado). I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus ór-
Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de ensino gãos e entidades, da administração direta e indireta;
integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante convênio, preser- II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder
vada a sua autonomia administrativa, em relação ao patrimônio, aos recur- Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;
sos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e extensão nos limites confe- III - investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saú-
ridos pelas instituições a que estejam vinculados. de;
§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de pre- IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados
vidência social deverão integrar-se à direção correspondente do Sistema pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.
Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação, bem como quais- Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo desti-
quer outros órgãos e serviços de saúde. nar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial
§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.
saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único de Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão re-
Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse fim, for passados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e
firmado. Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n°
Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos de 8.080, de 19 de setembro de 1990.
incentivos à participação do setor privado no investimento em ciência e § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previs-
tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das universidades e tos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado,
institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos Estados, Distrito Federal e para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1°
Municípios, e às empresas nacionais. do mesmo artigo.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos
e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo de setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.
dois anos, um sistema nacional de informações em saúde, integrado em § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de
todo o território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de pres- ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos
tação de serviços. previstos no inciso IV do art. 2° desta lei.
Art. 48. (Vetado). Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os
Art. 49. (Vetado). Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:
Art. 50. Os convênios entre a União, os Estados e os Municípios, cele- I - Fundo de Saúde;
brados para implantação dos Sistemas Unificados e Descentralizados de II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o
Saúde, ficarão rescindidos à proporção que seu objeto for sendo absorvido Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). III - plano de saúde;
Art. 51. (Vetado). IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art. 315) a V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;
utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS) em VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários
finalidades diversas das previstas nesta lei. (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação.
Art. 53. (Vetado). Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Esta-
Art. 54. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. dos, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo,
Art. 55. São revogadas a Lei nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respecti-
nº. 6.229, de 17 de julho de 1975, e demais disposições em contrário. vamente, pelos Estados ou pela União.
Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Esta-
LEI Nº 8.142, DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990. do, autorizado a estabelecer condições para aplicação desta lei.
Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Úni- Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
co de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.
recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências.
Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, DECRETO Nº 7.508, DE 28 DE JUNHO DE 2011.
de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem Regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da
colegiadas: saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras
I - a Conferência de Saúde; e providências.
II - o Conselho de Saúde. CAPÍTULO I
§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a re- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
presentação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de Art. 1o Este Decreto regulamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de
saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS,
níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinari- o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfedera-
amente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. tiva.
§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, ór- Art. 2o Para efeito deste Decreto, considera-se:
gão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agru-
serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estraté- pamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades cultu-
gias e no controle da execução da política de saúde na instância corres- rais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de
pondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o
serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada planejamento e a execução de ações e serviços de saúde;
esfera do governo. II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de cola-
§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Con- boração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e
selho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquiza-
representação no Conselho Nacional de Saúde. da, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde,
§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Confe- critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
rências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e de-
§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua mais elementos necessários à implementação integrada das ações e servi-

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ços de saúde; IV - especiais de acesso aberto.
III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do u- Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pac-
suário no SUS; tuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar
IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual en- novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as
tre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada características da Região de Saúde.
do SUS; Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais especiali-
V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos zados, entre outros de maior complexidade e densidade tecnológica, serão
humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela inicia- referenciados pelas Portas de Entrada de que trata o art. 9o.
tiva privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investi- Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de sa-
mentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do úde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na avaliação
sistema; da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico, obser-
VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços de saúde vadas as especificidades previstas para pessoas com proteção especial,
articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de conforme legislação vigente.
garantir a integralidade da assistência à saúde; Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos dife-
VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde específi- renciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e com a ne-
cos para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação cessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo com disposições
laboral, necessita de atendimento especial; e do Ministério da Saúde.
VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que estabe- Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em sa-
lece: critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o trata- úde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em outras
mento preconizado, com os medicamentos e demais produtos apropriados, unidades integrantes da rede de atenção da respectiva região.
quando couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de controle Parágrafo único. As Comissões Intergestores pactuarão as regras de
clínico; e o acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a continuidade do acesso às ações e aos serviços de saúde na respectiva
serem seguidos pelos gestores do SUS. área de atuação.
CAPÍTULO II Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e or-
DA ORGANIZAÇÃO DO SUS denado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes federati-
Art. 3o O SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de vos, além de outras atribuições que venham a ser pactuadas pelas Comis-
promoção, proteção e recuperação da saúde executados pelos entes sões Intergestores:
federativos, de forma direta ou indireta, mediante a participação comple- I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no acesso às
mentar da iniciativa privada, sendo organizado de forma regionalizada e ações e aos serviços de saúde;
hierarquizada. II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de saúde;
Seção I III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde; e
Das Regiões de Saúde IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.
Art. 4o As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articu- Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes, proce-
lação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na dimentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos no cumpri-
Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30. mento das atribuições previstas no art. 13.
§ 1o Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais, compos- CAPÍTULO III
tas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos respectivos Estados em DO PLANEJAMENTO DA SAÚDE
articulação com os Municípios. Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e inte-
§ 2o A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira grado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos Conselhos de
com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações Saúde, compatibilizando-se as necessidades das políticas de saúde com a
internacionais. disponibilidade de recursos financeiros.
Art. 5o Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, § 1o O planejamento da saúde é obrigatório para os entes públicos e
ações e serviços de: será indutor de políticas para a iniciativa privada.
I - atenção primária; § 2o A compatibilização de que trata o caput será efetuada no âmbito
II - urgência e emergência; dos planos de saúde, os quais serão resultado do planejamento integrado
III - atenção psicossocial; dos entes federativos, e deverão conter metas de saúde.
IV - atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e § 3o O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a serem
V - vigilância em saúde. observadas na elaboração dos planos de saúde, de acordo com as caracte-
Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará crono- rísticas epidemiológicas e da organização de serviços nos entes federativos
grama pactuado nas Comissões Intergestores. e nas Regiões de Saúde.
Art. 6o As Regiões de Saúde serão referência para as transferências Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as a-
de recursos entre os entes federativos. ções prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou não ao
Art. 7o As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbi- SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional, estadual e
to de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com nacional.
diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das necessi-
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos dades de saúde e orientará o planejamento integrado dos entes federativos,
em relação às Regiões de Saúde: contribuindo para o estabelecimento de metas de saúde.
I - seus limites geográficos; Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser realiza-
II - população usuária das ações e serviços; do de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos Municípios,
III - rol de ações e serviços que serão ofertados; e considerando o estabelecimento de metas de saúde.
IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala Art. 19. Compete à Comissão Intergestores Bipartite - CIB de que trata
para conformação dos serviços. o inciso II do art. 30 pactuar as etapas do processo e os prazos do plane-
Seção II jamento municipal em consonância com os planejamentos estadual e
Da Hierarquização nacional.
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços CAPÍTULO IV
de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na rede DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE
regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do serviço. Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se completa
Art. 9o São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento do usuário na
Redes de Atenção à Saúde os serviços: rede regional e interestadual, conforme pactuado nas Comissões Interges-
I - de atenção primária; tores.
II - de atenção de urgência e emergência; Seção I
III - de atenção psicossocial; e Da Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES

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Art. 21. A Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde - RENASES partilhada do SUS, de acordo com a definição da política de saúde dos
compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para entes federativos, consubstanciada nos seus planos de saúde, aprovados
atendimento da integralidade da assistência à saúde. pelos respectivos conselhos de saúde;
Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de limites ge-
nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. ográficos, referência e contrarreferência e demais aspectos vinculados à
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e integração das ações e serviços de saúde entre os entes federativos;
publicará as atualizações da RENASES. III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e interestadual, a
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios pactua- respeito da organização das redes de atenção à saúde, principalmente no
rão nas respectivas Comissões Intergestores as suas responsabilidades em tocante à gestão institucional e à integração das ações e serviços dos entes
relação ao rol de ações e serviços constantes da RENASES. federativos;
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de Atenção à
relações específicas e complementares de ações e serviços de saúde, em Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e seu desenvolvimento
consonância com a RENASES, respeitadas as responsabilidades dos entes econômico-financeiro, estabelecendo as responsabilidades individuais e as
pelo seu financiamento, de acordo com o pactuado nas Comissões Inter- solidárias; e
gestores. V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de atenção à
Seção II saúde para o atendimento da integralidade da assistência.
Da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a pactuação:
Art. 25. A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME I - das diretrizes gerais para a composição da RENASES;
compreende a seleção e a padronização de medicamentos indicados para II - dos critérios para o planejamento integrado das ações e serviços de
atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. saúde da Região de Saúde, em razão do compartilhamento da gestão; e
Parágrafo único. A RENAME será acompanhada do Formulário Tera- III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões opera-
pêutico Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação e o uso cionais das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países,
dos seus medicamentos. respeitadas, em todos os casos, as normas que regem as relações interna-
Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor sobre cionais.
a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em âmbito Seção II
nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT. Do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde consolidará e Art. 33. O acordo de colaboração entre os entes federativos para a or-
publicará as atualizações da RENAME, do respectivo FTN e dos Protocolos ganização da rede interfederativa de atenção à saúde será firmado por
Clínicos e Diretrizes Terapêuticas. meio de Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde.
Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar rela- Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde é
ções específicas e complementares de medicamentos, em consonância a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde, sob a
com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos entes pelo financi- responsabilidade dos entes federativos em uma Região de Saúde, com a
amento de medicamentos, de acordo com o pactuado nas Comissões finalidade de garantir a integralidade da assistência aos usuários.
Intergestores. Parágrafo único. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde
Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica resultará da integração dos planos de saúde dos entes federativos na Rede
pressupõe, cumulativamente: de Atenção à Saúde, tendo como fundamento as pactuações estabelecidas
I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS; pela CIT.
II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exer- Art. 35. O Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde definirá as
cício regular de suas funções no SUS; responsabilidades individuais e solidárias dos entes federativos com rela-
III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os Protoco- ção às ações e serviços de saúde, os indicadores e as metas de saúde, os
los Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação específica comple- critérios de avaliação de desempenho, os recursos financeiros que serão
mentar estadual, distrital ou municipal de medicamentos; e disponibilizados, a forma de controle e fiscalização da sua execução e
IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela direção do demais elementos necessários à implementação integrada das ações e
SUS. serviços de saúde.
§ 1o Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à assis- § 1o O Ministério da Saúde definirá indicadores nacionais de garantia
tência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o justifiquem. de acesso às ações e aos serviços de saúde no âmbito do SUS, a partir de
§ 2o O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas de diretrizes estabelecidas pelo Plano Nacional de Saúde.
acesso a medicamentos de caráter especializado.
Art. 29. A RENAME e a relação específica complementar estadual, dis- § 2o O desempenho aferido a partir dos indicadores nacionais de ga-
trital ou municipal de medicamentos somente poderão conter produtos com rantia de acesso servirá como parâmetro para avaliação do desempenho da
registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA. prestação das ações e dos serviços definidos no Contrato Organizativo de
CAPÍTULO V Ação Pública de Saúde em todas as Regiões de Saúde, considerando-se
DA ARTICULAÇÃO INTERFEDERATIVA as especificidades municipais, regionais e estaduais.
Seção I Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá as
Das Comissões Intergestores seguintes disposições essenciais:
Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o fun- I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;
cionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes de atenção II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde, promoção, pro-
à saúde, sendo: teção e recuperação da saúde em âmbito regional e inter-regional;
I - a CIT, no âmbito da União, vinculada ao Ministério da Saúde para III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos perante a po-
efeitos administrativos e operacionais; pulação no processo de regionalização, as quais serão estabelecidas de
II - a CIB, no âmbito do Estado, vinculada à Secretaria Estadual de Sa- forma individualizada, de acordo com o perfil, a organização e a capacidade
úde para efeitos administrativos e operacionais; e de prestação das ações e dos serviços de cada ente federativo da Região
III - a Comissão Intergestores Regional - CIR, no âmbito regional, vin- de Saúde;
culada à Secretaria Estadual de Saúde para efeitos administrativos e ope- IV - indicadores e metas de saúde;
racionais, devendo observar as diretrizes da CIB. V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;
Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de monitoramento
poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de permanente;
Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de VII - adequação das ações e dos serviços dos entes federativos em re-
Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias Municipais lação às atualizações realizadas na RENASES;
de Saúde - COSEMS. VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas responsabili-
Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão: dades; e
I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão com- IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada um dos

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partícipes para sua execução. ser alterados através de ações baseadas em informação. Tarlov (1996)
Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de in- propõe, finalmente, uma definição bastante sintética, ao entendê-los como
centivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das ações e as características sociais dentro das quais a vida transcorre.
serviços de saúde. Embora, como já mencionado, tenha-se hoje alcançado certo consenso
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará sobre a importância dos DSS na situação de saúde, esse consenso foi
as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão participativa: sendo construído ao longo da história. Entre os diversos paradigmas expli-
I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação do usuá- cativos para os problemas de saúde, em meados do século XIX predomina-
rio das ações e dos serviços, como ferramenta de sua melhoria; va a teoria miasmática, que conseguia responder às importantes mudanças
II - apuração permanente das necessidades e interesses do usuário; e sociais e práticas de saúde observadas no âmbito dos novos processos de
III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em todas urbanização e industrialização ocorridos naquele momento histórico. Estu-
as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades privadas que dele dos sobre a contaminação da água e dos alimentos, assim como sobre
participem de forma complementar. riscos ocupacionais, trouxeram importante reforço para o conceito de
Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator determi- miasma e para as ações de saúde pública (SUSSER, 1998).
nante para o estabelecimento das metas de saúde previstas no Contrato Virchow, um dos mais destacados cientistas vinculados a essa teoria,
Organizativo de Ação Pública de Saúde. entendia que a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência
Art. 39. As normas de elaboração e fluxos do Contrato Organizativo de social”, que as condições econômicas e sociais exercem um efeito impor-
Ação Pública de Saúde serão pactuados pelo CIT, cabendo à Secretaria de tante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas
Saúde Estadual coordenar a sua implementação. à pesquisa científica. Entendia também que o próprio termo “saúde pública”
Art. 40. O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS, por meio expressa seu caráter político e que sua prática implica necessariamente a
de serviço especializado, fará o controle e a fiscalização do Contrato Orga- intervenção na vida política e social para identificar e eliminar os fatores
nizativo de Ação Pública da Saúde. que prejudicam a saúde da população (ROSEN, 1980). Outros autores que
§ 1o O Relatório de Gestão a que se refere o inciso IV do art. 4o da Lei merecem destaque nessa corrente de pensamento são Chadwick, com seu
no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, conterá seção específica relativa Report on the sanitary condition of the labouring population of Great Britain,
aos compromissos assumidos no âmbito do Contrato Organizativo de Ação de 1842, Villermé, com Tableau de
Pública de Saúde. l’état physique et moral des ouvriers de Paris, de 1840, e Engels, com
§ 2o O disposto neste artigo será implementado em conformidade com A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra, Londres, de 1845.
as demais formas de controle e fiscalização previstas em Lei. Nas últimas décadas do século XIX, com o extraordinário trabalho de
Art. 41. Aos partícipes caberá monitorar e avaliar a execução do Con- bacteriologistas como Koch e Pasteur, afirma-se um novo paradigma para a
trato Organizativo de Ação Pública de Saúde, em relação ao cumprimento explicação do processo saúde-doença. A história da criação da primeira
das metas estabelecidas, ao seu desempenho e à aplicação dos recursos escola de saúde pública nos Estados Unidos, na Universidade Johns Hop-
disponibilizados. kins, é um interessante exemplo do processo de afirmação da hegemonia
Parágrafo único. Os partícipes incluirão dados sobre o Contrato Orga- desse “paradigma bacteriológico”. Desde 1913, quando a Fundação Rocke-
nizativo de Ação Pública de Saúde no sistema de informações em saúde feller decide propor o estabelecimento de uma escola para treinar os profis-
organizado pelo Ministério da Saúde e os encaminhará ao respectivo sionais de saúde pública, até a decisão, em 1916, de financiar sua implan-
Conselho de Saúde para monitoramento. tação em Johns Hopkins, há um importante debate entre diversas correntes
CAPÍTULO VI e concepções sobre a estruturação do campo da saúde pública. No centro
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS do debate estiveram questões como: deve a saúde pública tratar do estudo
Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da de doenças específicas, como um ramo especializado da medicina, base-
Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo: ando-se fundamentalmente na microbiologia e nos sucessos da teoria dos
I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação germes ou deve centrar-se no estudo da influência das condições sociais,
de ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste econômicas e ambientais na saúde dos indivíduos? Outras questões rela-
Decreto; cionadas: a saúde e a doença devem ser pesquisadas no laboratório, com
II - a não apresentação do Relatório de Gestão a que se refere o inciso o estudo biológico dos organismos infecciosos, ou nas casas, nas fábricas
IV do art. 4º da Lei no 8.142, de 1990; e nos campos, buscando conhecer as condições de vida e os hábitos de
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e seus hospedeiros?
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.
Como se pode ver, o conflito entre saúde pública e medicina e entre os
Art. 43. A primeira RENASES é a somatória de todas as ações e servi-
enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro
ços de saúde que na data da publicação deste Decreto são ofertados pelo
do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de
SUS à população, por meio dos entes federados, de forma direta ou indire-
prática e de educação. Ao final desse processo, Hopkins foi escolhida pela
ta.
excelência de sua escola de medicina, de seu hospital e de seu corpo de
Art. 44. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes de
pesquisadores médicos. Esta decisão representou o predomínio do concei-
que trata o § 3o do art. 15 no prazo de cento e oitenta dias a partir da
to da saúde pública orientada ao controle de doenças específicas, funda-
publicação deste Decreto.
mentada no conhecimento científico baseado na bacteriologia e contribuiu
Art. 45. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
para “estreitar” o foco da saúde pública, que passa a distanciar-se das
questões políticas e dos esforços por reformas sociais e sanitárias de
caráter mais amplo. A influência desse processo e do modelo por ele gera-
6 DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE. do não se limita à escola de saúde pública de Hopkins, estendendo-se por
todo o país e internacionalmente. O modelo serviu para que nos anos
Que se entende por determinantes sociais da saúde? seguintes a Fundação Rockefeller apoiasse o estabelecimento de escolas
As diversas definições de determinantes sociais de saúde (DSS) ex- de saúde pública no Brasil (Faculdade de Higiene e Saúde Pública de São
pressam, com maior ou menor nível de detalhe, o conceito atualmente Paulo), Bulgária, Canadá, Checoslováquia, Inglaterra, Hungria, Índia, Itália,
bastante generalizado de que as condições de vida e trabalho dos indiví- Japão, Noruega, Filipinas, Polônia, Romênia, Suécia, Turquia e Iugoslávia
duos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de (FEE, 1987).
saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Apesar da preponderância do enfoque médico biológico na conforma-
Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, ção inicial da saúde pública como campo científico, em detrimento dos
étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrên- enfoques sociopolíticos e ambientais, observa-se, ao longo do século XX,
cia de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. A comis- uma permanente tensão entre essas diversas abordagens. A própria histó-
são homônima da Organização Mundial da Saúde (OMS) adota uma defini- ria da OMS oferece interessantes exemplos dessa tensão, observando-se
ção mais curta, segundo a qual os DSS são as condições sociais em que períodos de forte preponderância de enfoques mais centrados em aspectos
as pessoas vivem e trabalham. Nancy Krieger (2001) introduz um elemento biológicos, individuais e tecnológicos, intercalados com outros em que se
de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos destacam fatores sociais e ambientais. A definição de saúde como um
quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a
Legislação Aplicada ao SUS 19 A Opção Certa Para a Sua Realização
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ausência de doença ou enfermidade, inserida na Constituição da OMS no aceitando o contrário da chamada “falácia ecológica” (KAWACHI et al.,
momento de sua fundação, em 1948, é uma clara expressão de uma con- 1997; WILKINSON, 1997; PELEGRINI FILHO, 2000).
cepção bastante ampla da saúde, para além de um enfoque centrado na O clássico estudo de Rose e Marmot (1981) sobre a mortalidade por
doença. Entretanto, na década de 50, com o sucesso da erradicação da doença coronariana em funcionários públicos ingleses ilustra muito bem
varíola, há uma ênfase nas campanhas de combate a doenças específicas, esta situação. Fixando como um o risco relativo de morrer por esta doença
com a aplicação de tecnologias de prevenção ou cura. no grupo ocupacional de mais alto nível na hierarquia funcional, os funcio-
A Conferência de Alma-Ata, no final dos anos 70, e as atividades inspi- nários de níveis hierárquicos inferiores, como profissional/executivo, aten-
radas no lema “Saúde para todos no ano 2000” recolocam em destaque o dentes e outros, teriam risco relativo aproximadamente duas, três e quatro
tema dos determinantes sociais. Na década de 80, o predomínio do enfo- vezes maiores, respectivamente. Os autores encontraram que os fatores de
que da saúde como um bem privado desloca novamente o pêndulo para risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão arterial e
uma concepção centrada na assistência médica individual, a qual, na outros explicavam apenas 35 a 40% da diferença, sendo que os restantes
década seguinte, com o debate sobre as Metas do Milênio, novamente dá 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS.
lugar a uma ênfase nos determinantes sociais que se afirma com a criação Há várias abordagens para o estudo dos mecanismos através dos
da Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS, em 2005. quais os DSS provocam as iniquidades de saúde. A primeira delas privilegia
O estudo dos determinantes sociais da saúde os “aspectos físico-materiais” na produção da saúde e da doença, enten-
Nas últimas décadas, tanto na literatura nacional, como internacional, dendo que as diferenças de renda influenciam a saúde pela escassez de
observa-se um extraordinário avanço no estudo das relações entre a ma- recursos dos indivíduos e pela ausência de investimentos em infra-estrutura
neira como se organiza e se desenvolve uma determinada sociedade e a comunitária (educação, transporte, saneamento, habitação, serviços de
situação de saúde de sua população (ALMEIDA-FILHO, 2002). Esse avan- saúde etc.), decorrentes de processos econômicos e de decisões políticas.
ço é particularmente marcante no estudo das iniquidades em saúde, ou Outro enfoque privilegia os “fatores psicosociais”, explorando as relações
seja, daquelas desigualdades de saúde entre grupos populacionais que, entre percepções de desigualdades sociais, mecanismos psicobiológicos e
além de sistemáticas e relevantes, são também evitáveis, injustas e desne- situação de saúde, com base no conceito de que as percepções e as
cessárias (WHITEHEAD, 2000). Segundo Nancy Adler (2006), podemos experiências de pessoas em sociedades desiguais provocam estresse e
identificar três gerações de estudos sobre as iniquidades em saúde. A prejuízos à saúde. Os enfoques “ecossociais” e os chamados “enfoques
primeira geração se dedicou a descrever as relações entre pobreza e multiníveis” buscam integrar as abordagens individuais e grupais, sociais e
saúde; a segunda, a descrever os gradientes de saúde de acordo com biológicas numa perspectiva dinâmica, histórica e ecológica.
vários critérios de estratificação socioeconômica; e a terceira e atual gera- Finalmente, há os enfoques que buscam analisar as relações entre a
ção está dedicada principalmente aos saúde das populações, as desigualdades nas condições de vida e o grau
estudos dos mecanismos de produção das iniquidades ou, para usar a de desenvolvimento da trama de vínculos e associações entre indivíduos e
expressão de Adler, está dedicada a responder à pergunta: como a estrati- grupos. Esses estudos identificam o desgaste do chamado “capital social”,
ficação econômico-social consegue “entrar” no corpo humano? ou seja, das relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos,
O principal desafio dos estudos sobre as relações entre determinantes como um importante mecanismo através do qual as iniquidades de renda
sociais e saúde consiste em estabelecer uma hierarquia de determinações impactam negativamente a situação de saúde. Países com frágeis laços de
entre os fatores mais gerais de natureza social, econômica, política e as coesão social, ocasionados pelas iniquidades de renda, são os que menos
mediações através das quais esses fatores incidem sobre a situação de investem em capital humano e em redes de apoio social, fundamentais para
saúde de grupos e pessoas, já que a relação de determinação não é uma a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Esses estudos
simples relação direta de causa-efeito. É através do conhecimento deste também procuram mostrar por que não são as sociedades mais ricas as
complexo de mediações que se pode entender, por exemplo, por que não que possuem melhores níveis de saúde, mas as que são mais igualitárias e
há uma correlação constante entre os macroindicadores de riqueza de uma com alta coesão social.
sociedade, como o PIB, com os indicadores de saúde. Embora o volume de Diversos são os modelos que procuram esquematizar a trama de rela-
riqueza gerado por uma sociedade seja um elemento fundamental para ções entre os diversos fatores estudados através desses diversos enfo-
viabilizar melhores condições de vida e de saúde, o estudo dessas media- ques. Dois modelos serão analisados a seguir: o modelo de Dahlgren e
ções permite entender por que existem países com um PIB total ou PIB per Whitehead (GUNNING-SCHEPERS, 1999) e o modelo de Didericksen e
capita muito superior a outros que, no entanto, possuem indicadores de outros (EVANS et al., 2001).
saúde muito mais satisfatórios. O estudo dessa cadeia de mediações O modelo de Dahlgren e Whitehead inclui os DSS dispostos em dife-
permite também identificar onde e como devem ser feitas as intervenções, rentes camadas, desde uma camada mais próxima dos determinantes
com o objetivo de reduzir as iniquidades de saúde, ou seja, os pontos mais individuais até uma camada distal, onde se situam os macrodeterminantes.
sensíveis onde tais intervenções podem provocar maior impacto. Apesar da facilidade da visualização gráfica dos DSS e sua distribuição em
Outro desafio importante em termos conceituais e metodológicos se re- camadas, segundo seu nível de abrangência, o modelo não pretende
fere à distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de explicar com detalhes as relações e mediações entre os diversos níveis e a
grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para explicar gênese das iniquidades. Como se pode ver na figura 1, os indivíduos estão
as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferen- na base do modelo, com suas características individuais de idade, sexo e
ças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas. Em fatores genéticos que, evidentemente, exercem influência sobre seu poten-
outras palavras, não basta somar os determinantes de saúde identificados cial e suas condições de saúde. Na camada imediatamente externa apare-
em estudos com indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no cem o comportamento e os estilos de vida individuais. Esta camada está
nível da sociedade. As importantes diferenças de mortalidade constatadas situada no limiar entre os fatores individuais e os DSS, já que os compor-
entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas tamentos, muitas vezes entendidos apenas como de responsabilidade
pelos mesmos fatores aos quais se atribuem as diferenças entre indivíduos, individual, dependentes de opções feitas pelo livre arbítrio das pessoas, na
pois se controlamos esses fatores (hábito de fumar, dieta, sedentarismo realidade podem também ser considerados parte dos DSS, já que essas
etc.), as diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalte- opções estão fortemente condicionadas por determinantes sociais - como
radas. informações, propaganda, pressão dos pares, possibilidades de acesso a
Enquanto os fatores individuais são importantes para identificar que in- alimentos saudáveis e espaços de lazer etc.
divíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco, as dife- A camada seguinte destaca a influência das redes comunitárias e de
renças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas apoio, cuja maior ou menor riqueza expressa o nível de coesão social que,
com outros fatores, principalmente o grau de equidade na distribuição de como vimos, é de fundamental importância para a saúde da sociedade
renda. Por exemplo, o Japão é o país com a maior expectativa de vida ao como um todo. No próximo nível estão representados os fatores relaciona-
nascer, não porque os japoneses fumam menos ou fazem mais exercícios, dos a condições de vida e de trabalho, disponibilidade de alimentos e
mas porque o Japão é um dos países mais igualitários do mundo. Ao acesso a ambientes e serviços essenciais, como saúde e educação, indi-
confundir os níveis de análise e tratar de explicar a saúde das populações a cando que as pessoas em desvantagem social correm um risco diferencia-
partir de resultados de estudos realizados com indivíduos, estaríamos do, criado por condições habitacionais mais humildes, exposição a condi-
ções mais perigosas ou estressantes de trabalho e acesso menor aos
serviços. Finalmente, no último nível estão situados os macrodeterminantes
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relacionados às condições econômicas, culturais e ambientais da socieda- educação e seguridade social, além de um sistemático acompanhamento
de e que possuem grande influência sobre as demais camadas. de políticas econômicas e sociais para avaliar seu impacto e diminuir seus
Necessário mencionar, pela crescente influência sobre as condições efeitos sobre a estratificação social.
sociais, econômicas e culturais dos países, o fenômeno da globalização. O segundo conjunto de políticas busca diminuir os diferenciais de ex-
Suas principais características, assim como a influência da globalização posição a riscos, tendo como alvo, por exemplo, os grupos que vivem em
sobre a pobreza e as condições de saúde, e sobre as condições de vida em condições de habitação insalubres, trabalham em ambientes pouco seguros
geral foram analisadas por Buss (2006). ou estão expostos a deficiências nutricionais. Aqui se incluem também
O modelo de Diderichsen e Hallqvist, de 1998, foi adaptado por Dideri- políticas de fortalecimento de redes de apoio a grupos vulneráveis para
chsen, Evans e Whitehead (2001). Esse modelo enfatiza a estratificação mitigar os efeitos de condições materiais e psicossociais adversas. Quanto
social gerada pelo contexto social, que confere aos indivíduos posições ao enfrentamento dos diferenciais de vulnerabilidade, são mais efetivas as
sociais distintas, as quais por sua vez provocam diferenciais de saúde. No intervenções que buscam fortalecer a resistência a diversas exposições,
diagrama abaixo (figura 2), (I) representa o processo segundo o qual cada como por exemplo, a educação das mulheres para diminuir sua própria
indivíduo ocupa determinada posição social como resultado de diversos vulnerabilidade e a de seus filhos. A intervenção no sistema de saúde
mecanismos sociais, como o sistema educacional e o mercado de trabalho. busca reduzir os diferenciais de consequências ocasionadas pela doença,
De acordo com a posição social ocupada pelos diferentes indivíduos, aqui incluindo a melhoria da qualidade dos serviços a toda a população,
aparecem diferenciais, como o de exposição a riscos que causam danos à apoio a deficientes, acesso a cuidados de reabilitação e mecanismos de
saúde (II); o diferencial de vulnerabilidade à ocorrência de doença, uma vez financiamento equitativos, que impeçam o empobrecimento adicional cau-
exposto a estes riscos (III); e o diferencial de consequências sociais ou sado pela doença.
físicas, uma vez contraída a doença (IV). Por “consequências sociais” Essas intervenções sobre níveis macro, intermediário ou micro de DSS,
entende-se o impacto que a doença pode ter sobre a situação socioeconô- com vistas a diminuir as iniquidades relacionadas à estratificação social,
mica do indivíduo e sua família. além de obrigarem a uma atuação coordenada intersetorial abarcando
diversos níveis da administração pública, devem estar também acompa-
As intervenções sobre os determinantes sociais da saúde nhadas por políticas mais gerais de caráter transversal que busquem forta-
O modelo de Dahlgren e Whitehead e o de Diderichsen permitem iden- lecer a coesão e ampliar o “capital social” das comunidades vulneráveis, e
tificar pontos para intervenções de políticas, no sentido de minimizar os promover a participação social no desenho e implementação de políticas e
diferenciais de DSS originados pela posição social dos indivíduos e grupos. programas (CSDH, 2006).
Tomando o modelo de camadas de Dahlgren e Whitehead, o primeiro A evolução conceitual e prática do movimento de promoção da saúde
nível relacionado aos fatores comportamentais e de estilos de vida indica em nível mundial indica uma ênfase cada vez maior na atuação sobre os
que estes estão fortemente influenciados pelos DSS, pois é muito difícil DSS, constituindo importante apoio para a implantação das políticas e
mudar comportamentos de risco sem mudar as normas culturais que os intervenções acima mencionadas.
influenciam. Atuando-se exclusivamente sobre os indivíduos, às vezes se
consegue que alguns deles mudem de comportamento, mas logo eles A Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde
serão substituídos por outros (ROSE, 1992). Para atuar nesse nível de (CNDSS)
maneira eficaz, são necessárias políticas de abrangência populacional que O conhecimento e as intervenções sobre os DSS no Brasil deverão re-
promovam mudanças de comportamento, através de programas educati- ceber importante impulso, com a criação da Comissão Nacional sobre
vos, comunicação social, acesso facilitado a alimentos saudáveis, criação Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Essa Comissão foi estabe-
de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem lecida em 13 de março de 2006, através de Decreto Presidencial, com um
como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas mandato de dois anos. A criação da CNDSS é uma resposta ao movimento
formas. global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que em março de 2005
O segundo nível corresponde às comunidades e suas redes de rela- criou a Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde (Commission on
ções. Como já mencionado, os laços de coesão social e as relações de Social Determinants of Health - CSDH), com o objetivo de promover, em
solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são fundamentais para a âmbito internacional, uma tomada de consciência sobre a importância dos
promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Aqui se incluem políti- determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e
cas que busquem estabelecer redes de apoio e fortalecer a organização e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde por eles geradas.
participação das pessoas e das comunidades, especialmente dos grupos A CNDSS está integrada por 16 personalidades expressivas de nossa
vulneráveis, em ações coletivas para a melhoria de suas condições de vida social, cultural, científica e empresarial.1 Sua constituição diversificada
saúde e bem-estar, e para que se constituam em atores sociais e partici- é uma expressão do reconhecimento de que a saúde é um bem público,
pantes ativos das decisões da vida social. construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade
O terceiro nível se refere à atuação das políticas sobre as condições brasileira. O Decreto Presidencial que criou a CNDSS constituiu também
materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham, buscan- um Grupo de Trabalho Intersetorial, integrado por diversos ministérios
do assegurar melhor acesso à água limpa, esgoto, habitação adequada, relacionados com os DSS, além dos Conselhos Nacionais de Secretários
alimentos saudáveis e nutritivos, emprego seguro e realizador, ambientes Estaduais e Municipais de Saúde (CONASS e CONASEMS). O trabalho
de trabalho saudáveis, serviços de saúde e de educação de qualidade e articulado da CNDSS com esse Grupo permite que se multipliquem ações
outros. Em geral essas políticas são responsabilidade de setores distintos, integradas entre as diversas esferas da administração pública, e que as já
que frequentemente operam de maneira independente, obrigando o estabe- existentes ganhem maior coerência e efetividade.
lecimento de mecanismos que permitam uma ação integrada. As atividades da CNDSS têm como referência o conceito de saúde, tal
O quarto nível de atuação se refere à atuação ao nível dos macrode- como a concebe a OMS - “um estado de completo bem-estar físico, mental
terminantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de traba- e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade” - e o
lho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidari- preceito constitucional de reconhecer a saúde como um “direito de todos e
edade que visem a promover um desenvolvimento sustentável, reduzindo dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que
as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambi- visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao acesso universal
ental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recupera-
2006). ção” (artigo 196 da Constituição brasileira de 1988).
O outro modelo, proposto por Diderichsen et al., permite também identi- Três compromissos vêm orientando a atuação da Comissão:
ficar alguns pontos de incidência de políticas que atuem sobre os mecanis- Compromisso com a ação: implica apresentar recomendações concre-
mos de estratificação social e sobre os diferenciais de exposição, de vulne- tas de políticas, programas e intervenções para o combate às iniquidades
rabilidade e de suas consequências. de saúde geradas pelos DSS.
Embora a intervenção sobre os mecanismos de estratificação social se- Compromisso com a equidade: a promoção da equidade em saúde é
ja de responsabilidade de outros setores, ela é das mais cruciais para fundamentalmente um compromisso ético e uma posição política que
combater as iniquidades de saúde. Aqui se incluem políticas que diminuam orienta as ações da CNDSS para assegurar o direito universal à saúde.
as diferenças sociais, como as relacionadas ao mercado de trabalho,

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Compromisso com a evidência: as recomendações da Comissão de- BUSS, P. M. Globalização, pobreza e saúde. Conferência Leavell apresentada
vem estar solidamente fundamentadas em evidências científicas, que ao VIII Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e XI Congresso Mundial de Saúde
permitam, por um lado, entender como operam os determinantes sociais na Pública, Rio de Janeiro, agosto de 2006. Disponível em: www.fiocruz.br. Acesso em:
14/02/07.
geração das iniquidades em saúde e, por outro, como e onde devem incidir
COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE
as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados (CNDSS). Carta aberta aos candidatos à Presidência da República. Setembro de
em termos de efetividade e eficiência. 2006. Disponível em: www.determinantes.fiocruz.br. Acesso em: 15/02/07.
COMMISSION ON SOCIAL DETERMINANTS OF HEALTH (CSDH). A concep-
Os principais objetivos da CNDSS são: tual framework for action on social determinants of health. Disponível em
• produzir conhecimentos e informações sobre os DSS no www.determinantes.fiocruz.br. Acesso em: 10/02/07.
Brasil; EVANS, T. et al. Challenging inequities in health from ethics to action. Oxford:
Oxford University Press, 2001.
• apoiar o desenvolvimento de políticas e programas para a
FEE, E. Disease and discovery: a history of the Johns Hopkins School of Hy-
promoção da equidade em saúde; giene and Public Health. Baltimore :The Johns Hopkins University Press, 1987.
• promover atividades de mobilização da sociedade civil para GUNNING-SCHEPERS, L. J. Models: instruments for evidence based policy. J
tomada de consciência e atuação sobre os DSS. Epidemiology Community Health, n. 53, p. 263, 1999.
Para o alcance desses objetivos, a CNDSS vem desenvolvendo as se- KAWACHI, I. et al. Social capital, income inequality and mortality. Am J Public
guintes linhas de atuação: Health, n. 87, p. 1.491-1.498, 1997.
1) Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre KRIEGER N. A Glossary for social epidemiology. J. Epidemiology Community
Health, n. 55, p. 693-700, 2001.
os determinantes sociais e a situação de saúde, particularmente as iniqui-
PELLEGRINI FILHO A. Compromisso com a ação. Radis, n. 47, p.12-14, jul.
dades de saúde, com vistas a fundamentar políticas e programas. No
2006.
âmbito desta linha de atuação, a CNDSS, o Departamento de Ciência e
PELLEGRINI FILHO, A. Ciencia en pro de la Salud. Publicación científica y téc-
Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq lançaram um edital de pes-
nica no. 578. Washington DC: OPS/OMS, 2000.
quisa que permitiu apoiar projetos de pesquisa sobre DSS por um montante
ROSE, G. The strategy of preventive medicine. Oxford: Oxford University Press,
de cerca de quatro milhões de reais. Os pesquisadores responsáveis por 1992.
esses projetos e gestores locais e estaduais convidados estão conformando ROSE, G.; MARMOT, M. Social class and coronary heart disease. British Heart
uma rede de colaboração e intercâmbio para seguimento dos projetos e Journal, p. 13-19, 1981.
discussão de implicações para políticas de seus resultados intermediários. ROSEN, G. Da polícia médica à medicina social. Rio de Janeiro, Graal, 1980.
Ainda no âmbito desta linha de atuação, foram identificados e avaliados SUSSER, M. Does risk factor epidemiology put epidemiology at risk? Peering in-
sistemas de informação de abrangência nacional sobre DSS e foi realizado to the future. J Epidemiol Community Health, n. 52, p. 608-611, 1998.
um seminário internacional sobre metodologias de avaliação de interven- TARLOV, A. Social Determinants of Health: the sociobiological translation. In:
ções sobre os DSS. Os resultados dessas atividades estarão em breve BLANE, D.; BRUNNER,E.; WILKINSON, R. (Eds.). Health and Social Organization.
disponíveis no site da CNDSS. London: Routledge. p. 71-93, 1996.
2) Promoção, apoio, seguimento e avaliação de políticas, programas e WHITEHEAD, M. The concepts and principles of equity and health. EUR/
intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em nível ICP/RPD 414, 7734r, Geneva: WHO, 2000.
local, regional e nacional. O GT Intersetorial deve constituir o principal WILKINSON, R. Unhealthy societies. New York: Routledge, 1997.
instrumento para o desenvolvimento desta linha de atuação.
3) Desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diver- NOTAS
sos setores da sociedade civil, para a tomada de consciência sobre a Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Membro titular da Acade-
mia Nacional de Medicina e coordenador da Comissão Nacional sobre Determinantes
importância das relações entre saúde e condições de vida e sobre as
Sociais da Saúde (CNDSS). Endereço eletrônico: buss@fiocruz.br.
possibilidades de atuação para diminuição das iniquidades de saúde.
Pesquisador titular da FIOCRUZ e coordenador da Secretaria Técnica da
Membros da CNDSS e da secretaria técnica vêm participando de congres- CNDSS. Endereço eletrônico: pellegrini@fiocruz.br.
sos e reuniões nacionais e internacionais e utilizando meios de comunica- São membros da CNDSS: Adib Jatene, Aloysio Teixeira, César Victora, Dalmo
ção de massa para o desenvolvimento desta linha de atuação. Em breve Dallari, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, Elza Berquó, Jaguar, Jairnilson Paim,
será organizado um fórum de discussão nacional e regional, com a partici- Lucélia Santos, Moacyr Scliar, Roberto Esmeraldi, Rubem César Fernandes, Sandra
pação de organizações não governamentais que atuam em áreas relacio- de Sá, Sonia Fleury, Zilda Arns e Paulo M. Buss (coordenador).
nadas com os DSS. Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/saudeedeterminantessociais_artigo.pdf
4) Portal sobre DSS: a CNDSS mantém uma página institucional 7 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE.
(www.determinates.fiocruz.br) com informações sobre as atividades que
vem desenvolvendo, além de publicações de interesse. Em breve será A Rede Nacional de Informações de Saúde (RNIS) tem como objetivo
lançado um Portal sobre DSS, onde, além de informações sobre as ativida- integrar e disseminar as informações de saúde no país. Criada como um
des da CNDSS, serão incluídos dados, informações e conhecimentos sobre projeto do Ministério da Saúde, a RNIS está integrando, através da Internet,
DSS existentes nos sistemas de informação e na literatura mundial e nacio- todos os municípios brasileiros, facilitando o acesso e o intercâmbio das
nal. Esse portal deve também se constituir num espaço de interação para informações em saúde. Com isso, a Rede pretende contribuir para a melho-
intercâmbio e discussão de grupos estratégicos relacionados aos DSS, ria da gestão, do controle social, do planejamento e da pesquisa de gesto-
como pesquisadores, tomadores de decisão, profissionais de comunicação res, agentes e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
e outros.
A partir do segundo semestre de 2007, a CNDSS começará a publicar INFORMAÇÕES DE SAÚDE
seu relatório final em fascículos, para prestar contas sobre o cumprimento APRESENTAÇÃO
de seus objetivos, traçar um panorama geral da situação de saúde do país O Datasus disponibiliza informações que poderão servir de subsídios
e propor políticas e programas relacionados aos DSS. Estamos convenci- para: análise objetiva da situação sanitária, tomada de decisões baseadas
dos de que as atividades da CNDSS e seus desdobramentos futuros serão em evidências e programação de ações de saúde.
uma valiosa contribuição para o avanço do processo de reforma sanitária
brasileira e para a construção de uma sociedade mais humana e justa. A mensuração do estado de saúde da população é uma tradição em
saúde pública. Teve seu início com o registro sistemático de dados de
Referências mortalidade e de sobrevivência (estatísticas vitais). Com os avanços no
ADLER, N. Behavioral and social sciences research contributions in NIH Confe- controle das doenças infecciosas (informações epidemiológicas e morbida-
rence on Understanding and Reducing Disparities in Health, October 23-24, 2006 NIH de), e com a melhor compreensão do conceito de saúde e de seus determi-
Campus, Bethesda, Maryland. Disponível em: http:// nantes populacionais, a análise da situação sanitária passou a incorporar
obssr.od.nih.gov/HealthDisparities/presentation.html. Acesso em: 14/02/07. outras dimensões do estado de saúde.
ALMEIDA FILHO, N. et al. Research on health inequalities in Latin America and
the Caribbean: Bibliometric analysis (1971-2000) and descriptive content analysis Dados de morbidade, incapacidade, acesso a serviços, qualidade da
(1971-1995). Am J Public Health, n. 93, p. 2.037-2.043, 2003.
atenção, condições de vida e fatores ambientais passaram a ser métricas

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utilizadas na construção de indicadores de saúde, que se traduzem em aumento da eficiência dos cuidados primários que se consegue obter um
informação relevante para a quantificação e a avaliação das informações impacto positivo a longo prazo nos custos da prestação de cuidados de
em saúde. saúde. São exemplos de países com projetos em funcionamento o Reino
Unido (NHS Connecting for Health - CfH) , a Alemanha e a França.
Disseminamos, também nesta seção, informações sobre assistência a
saúde da população, os cadastros (rede assistencial) das redes hospitala- Sistemas de informação clínicos
res e ambulatoriais, o cadastro dos estabelecimentos de saúde, além de Os sistemas de informação clínicos para os cuidados primários são
informações sobre recursos financeiros e informações demográficas e sistemas que ajudam na gestão clínica do paciente ao nível da prática
socioeconômicas. médica, e incluem funcionalidades como agendamento, registro da consulta
e de tratamentos, dados laboratoriais e de imagem, e prescrição médica.
Além disso, em saúde suplementar, são apresentados links para as Também podem incluir sistemas de apoio à decisão, sistemas de gestão de
páginas de informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS. doença e acesso a apoio clínico on-line. Alguns sistemas possuem ainda
ferramentas de análise para criar tabelas, gráficos e mapas dos dados
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE existentes para apoio aos cuidados primários.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sistemas de informação administrativos
Características gerais
Os sistemas de informação administrativos para os cuidados primários
Sistema de informação (S.I.): é um sistema, automatizado ou manual,
são sistemas que ajudam na gestão dos pacientes e do funcionamento de
que inclua pessoas, máquinas, e/ou métodos organizados para recolher,
uma instituição de cuidados primários, e incluem funcionalidades como
processar, transmitir e disseminar dados que representam informação para
gestão de doentes, agendamento, orçamentação e arquivo documental.
o utilizador. Normalmente é composto por Software (Símbolos e
Alguns sistemas incluem sistemas de informação clínicos e administrativos
Linguagem, Modelo computacional) e por Hardware.
num único.
Objetivos Hospitais
A implementação de sistemas de informação em saúde têm Um sistema de informação hospitalar pode ser descrito como sendo um
normalmente pelo menos um dos seguintes objetivos: sistema desenhado para auxiliar na gestão de toda a informação clínica e
 administrativos - pretende-se registrar os dados demográficos dos administrativa da instituição, e melhorar a qualidade da prestação de
doentes, bem como os dados do funcionamento de instituição (ex.: cuidados de saúde. Um sistema de informação hospitalar tem por objetivo
datas de internamentos de doentes) integrar outros sistemas já existentes.
 financeiros - pretende-se registrar dados relativos aos custos ou
receitas de serviços prestados (ex.: despesas a apresentar a Os sistemas de informação existentes num hospital normalmente
subsistemas de saúde) refletem os vários departamentos existentes dentro da instituição. Eis uma
 stocks - pretende-se fazer a gestão de stocks de uma instituição divisão possível de um hospital:
(ex.: fármacos)  Serviços administrativos
 clínicos - pretende-se registrar os dados de saúde e doença de  Gestão
utentes  Serviços financeiros
 Pessoal
Utilizadores  Gestão de informação
Cada sistema pode estar direcionado para ter os seguintes tipos de  Arquivo
utilizadores:  Estatísticas
 Pessoal administrativo  Comunicações
 Profissionais de saúde - médicos, enfermeiros e outros  Logística
profissionais de saúde  Cozinhas
 Gestores - diretores de serviço, administração clínica  Lavanderia
 Utentes  Manutenção
Tecnologias  Serviços clínicos
Estes sistemas podem fazer uso de uma grande diversidade de  Consultas
tecnologias.  Urgências
 Quanto ao aspecto da interface com o utilizador podem ser  Serviços médicos
aplicações: em modo texto, gráficas, ou ambiente Web  Serviços cirúrgicos
 A estrutura destes sistemas depende da dimensão da instituição e  Serviços de apoio
da qualidade do sistema. Podem ser:  Bioquímica
 stand-alone - funcionam apenas num computador  Hematologia
 cliente-servidor - a aplicação é instalada em vários computadores,  Bacteriologia e virologia
mas o servidor de base de dados encontra-se num único servidor  Imunologia
 em ambiente Web - a aplicação é um conjunto de páginas que se  Função respiratória
pode aceder de vários computadores, estando assim dados e
 Citologia
aplicação no servidor
 Radiologia
 de acesso remoto - utilizando remote-desktops ou thin-clients para
aceder a ambientes que se encontram no servidor
 Endoscopia
 Farmácia
Os componentes tradicionais de um sistema de informação hospitalar Administrativos
são: administrativo, clínico e de apoio. Estes componentes incluem subsistemas de gestão:
 médico-administrativa - identificação de utentes; pré-admissão,
Cuidados primários admissão, alta e transferências; correspondência e ligações a
A área dos sistemas de informação para cuidados primários é hoje companhias de seguros
considerada como em crescimento na Europa. Os avanços na tecnologia e  financeira - contabilidade; controlo administrativo
a constatação dos seus benefícios, forçam a sua implementação pelos  inventarial - compras, planejamento
governos dos vários países. Com exemplos de redução de custos noutros  da atividade hospitalares - gestão de recursos (camas, consultas),
mercados europeus, a utilização das tecnologias de informação nos relatórios estatísticos e de atividades; gestão de recursos humanos
cuidados primários já não é de baixa prioridade. Apesar de muito do esforço
de informatização estar centrado em hospitais, sabe-se que é através do Clínicos
Os serviços agrupam as funções relacionadas com a prestação de
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cuidados e outras atividades médicas em geral. Por isso são muito complexas  vários registros clínico eletrônicos departamentais, semelhantes
e difíceis de modelar. Estas funções podem ser divididas em três aos anteriores mas onde as bases de dados comunicam entre si;
subsistemas:  um único sistema de registros clínico eletrônico hospitalar, em que
 subsistema que cria o Registro Clínico Eletrônico - muitos destes todas as especialidades trabalham com o mesmo registro clínico
sistemas tomam a forma de registros clínicos eletrônicos de eletrônico, embora os interfaces de introdução de dados possam
diferentes especialidades médicas (ex.: obstetrícia, pneumologia, ser adaptados a cada uma delas. Neste caso os sistemas de apoio
cuidados intensivos, ...). Estes registros contêm considerações, clínico, que correspondem aos sistemas de informação de
achados, resultados de meios complementares de diagnóstico e radiologia, de patologia (exames de anatomia patológica), de
informações sobre o tratamento do processo patológico. hematologia e bioquímica e de laboratórios que avaliam a função
 subsistema que executa tarefas de requisição de exames e retorno (como ECG, testes de função respiratória) alimentam ou não o
de resultados Registro Clínico Eletrônico;
 subsistema que controla e verifica estas atividades (workflow)  vários registros clínicos eletrônicos departamentais, mas o
armazenamento da informação clínica é feita em várias bases de
Os componentes do subsistema de prestação de cuidados são: dados hospitalares não diretamente associados aos registros
 Gestão de dados de pacientes eletrônicos. Existe uma plataforma comum a todos os sistemas de
 Observações, entrevistas, exames, diagnósticos e prognósticos informação que permite a comunicação dos dados entre cada um.
 Gestão de atividades (procedimentos e prescrição) Um dos aspectos mais importantes para a existência de um
 Reportar (relatórios, sumários, gráficos) sistema de informação hospitalar desta natureza é a
 Comunicações compatibilidade entre os vários sistemas informáticos.
 Com unidades de prestação de cuidados internas e externas
 Com unidades fora do hospital Sistemas para utentes
 Gestão da prestação de cuidados Atualmente os utentes são responsáveis por fazer a gestão e
 Logística manutenção de informação relevante para a sua saúde (história familiar,
 Administração e contabilidade análises, radiografias, boletins de vacinas, …). Estes dados existem
 Estatísticas de atividades normalmente em suportes pouco eficazes e de difícil organização, por se
 Ensino e investigação encontrarem em múltiplos documentos em papel dispersos ou na memória
 Acesso a conhecimento médico e protocolos dos cidadãos.
 Consulta a bases de dados Existem sistemas que fornecem num portal um ambiente personalizado
Apoio por cidadão que permite concentrar informação útil e de caráter pessoal,
Estes componentes cobrem todas as atividades dos laboratórios que pode ser atualizada pelo cidadão, e onde posteriormente se podem
biológicos e serviços de imagem. Os componentes do subsistema de apoio obter registros informais relativos ao seu histórico de saúde, registros
médico são: anatômicos, histórico das suas atividades relativas às suas consultas e/ou
 Exames exames ou outros. Podendo também garantir de forma voluntária a
 Registro de pedidos subscrição dos cidadãos a serviços extras consolidados por portais das
 Impressão de documentos instituições prestadoras de cuidados de saúde da região (exemplo:
 Aquisição de dados (manual, ligação a analisadores) consolidação de informação e mecanismos para chegar informação útil de
 Validação caráter generalizado ou personalizado tal como alertas a disponibilizar por
 Impressão e distribuição e-mail ou outro canal de distribuição relativamente à prestação de cuidados
 Arquivo de saúde).
 Gestão laboratorial
 Administração e contabilidade SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO SUS
 Controlo de qualidade
 Estatística de atividades SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
Integração entre Sistemas de Informação O conhecimento atualizado das condições de saúde da população de-
Com a disseminação de Tecnologias de Informação e Comunicação corre da realização de estudos e análises das informações disponíveis,
(TIC), muitos departamentos hospitalares ou profissionais de saúde especialmente as referentes ao conjunto de indicadores básicos seleciona-
individualmente adquiriram software médico ou criaram as suas bases de dos para acompanhamento periódico. A precisão desse conhecimento, por
dados informáticas, de forma a armazenar e gerir registros contendo dados sua vez, depende, em grande parte, da qualidade dos dados gerados nos
relevantes dos seus doentes. Infelizmente, muitos destes sistemas não sistemas de informação de saúde, o que pode estar influenciado por múlti-
foram desenhados de forma a permitir a comunicação entre si, tornando plos fatores, técnicos e operacionais. O uso regular desses dados, por
ineficiente a utilização e partilha de informação clínica. Para além deste serviços e instituições acadêmicas da área de saúde, contribui decisiva-
fato, a multiplicação de sistemas não articulados gera a existência de dados mente para o progressivo aprimoramento dos sistemas e bases de dados e,
replicados ou contraditórios, e a não utilização de normas de terminologia consequentemente, para a consistência das análises realizadas.
ou até de identificadores únicos de doentes pode dificultar a sua integração,
impossibilitando o acesso integrado a toda a informação existente de um Em relação à Vigilância Epidemiológica nada se faz sem a obtenção de
doente. Nesta situação, o custo dos recursos humanos e técnicos informações. Por outro lado, um bom sistema de informações depende da
necessários para a recolha, integração e armazenamento não automático periodicidade do fluxo de fornecimento dos dados e do criterioso preenchi-
de informação clínica é elevado. mento dos instrumentos de coleta (fichas de notificação e investigação,
declaração de óbito, declaração de nascido vivo, boletins de atendimento,
A ideia de um sistema que assente em sistemas de informação autorizações de internação, relatórios etc). A transformação desses dados
previamente existentes, pode ajudar no processo de integração e facilitar a (valor quantitativo obtido para caracterizar um fato ou circunstância) em
comunicação entre sistemas, sem pôr em risco os dados já existentes ou informações (análise descritiva dos dados) pode ser feita em todos os
interferir com as suas atualizações. (Exemplo: HSJ.ICU - Informação níveis do sistema de saúde. Para isso, faz-se necessário organizá-los em
Clínica de Utente) tabelas e gráficos, que, dependendo do grau de complexidade das análises,
podem ser realizados por todos os profissionais, ou por alguns com capaci-
No caso de sistemas de informação hospitalares existem vários tipos tação específica.
de sistemas e organização:
 vários registros clínico eletrônicos departamentais, adaptados às A Lei Orgânica da Saúde - Lei 8080/90 prevê, em seu artigo 47, a or-
necessidades da especialidade, com uma base de dados do ganização pelo Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estadu-
sistema de informação e sem relação com os outros sistemas de ais e municipais do SUS, de um Sistema Nacional de Informações em
registros clínicos; Saúde - SIS, integrado em todo o território nacional, abrangendo questões

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epidemiológicas e de prestação de serviços. Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão -
a Declaração de Óbito (DO), sendo ele o documento de entrada do sistema
Denomina-se Sistema de informações ao conjunto de unidades de nos estados e municípios. Os dados coletados são de grande importância
produção, análise e divulgação de dados, que atuam com a finalidade de para a vigilância sanitária e análise epidemiológica, além de estatísticas de
atender às necessidades de informações de instituições, programas, servi- saúde e demografia.
ços. Podem ser informatizados ou manuais.
Os dados de Mortalidade podem ser obtidos através de:
Os Sistemas de Informações em Saúde (SIS) são aqueles desenvol- • Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em
vidos e implantados com o objetivo de facilitar a formulação e avaliação das Saúde;
políticas, planos e programas de saúde, subsidiando o processo de tomada • consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde
de decisões, a fim de contribuir para melhorar a situação de saúde individu- - Mortalidade; e
al e coletiva. São funções dos SIS: planejamento; coordenação; supervisão Também se encontra disponível uma FAQ, ou seja, respostas às per-
dos processos de seleção, coleta, aquisição, registro, armazenamento, guntas mais frequentes, do sistema SIM. Para abrir a FAQ, clique aqui.
processamento, recuperação, análise e difusão de dados e geração de
informações. O SIM foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 e, até recentemen-
te, só era operado na administração central das Secretarias Estaduais de
É importante salientar que, para a área de saúde, também são de inte- Saúde (SES). Com o desenvolvimento de um sistema informatizado de
resse dados produzidos fora do setor (demográficos, de saneamento, seleção de causa básica de óbito, está sendo iniciada a sua descentraliza-
documentais e administrativos). Dados não rotineiros e que são coletados ção para as Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O formulário de
esporadicamente, obtidos através de inquéritos, levantamentos e estudos entrada de dados é a Declaração de Óbito (DO). Os dados do SIM permi-
especiais, também são muito úteis às análises da situação de saúde e da tem calcular importantes indicadores para a VE, como: taxa ou coeficiente
vigilância epidemiológica. A coleta de dados deve ser racional e objetiva, de mortalidade e mortalidade proporcional por grandes grupos de causas,
visando a construção de indicadores epidemiológicos ou operacionais que por causas específicas, faixa etária, sexo, escolaridade, ocupação, e outras
atendam aos objetivos de cada programa ou instituição, evitando-se des- características do falecido constantes nas declarações de óbitos.
crédito do sistema e desperdício de tempo e recursos.
Sistema de Nascidos Vivos - SINASC
Denominam-se Indicadores as informações produzidas com periodici- Este sistema, implantado oficialmente em 1990, concebido e montado
dade definida e critérios constantes, que revelam o comportamento de um à semelhança do SIM, propicia um aporte significativo de dados sobre
fenômeno em um dado espaço de tempo. Para isso, faz-se necessário a nascidos vivos, com suas características mais importantes, como sexo,
disponibilidade do dado, bem como, uniformidade e sinteticidade na coleta, local onde ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre
simplicidade técnica na elaboração e bom poder discriminatório do indica- outras. Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro
dor. Nacional de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento
de Informática do SUS - DATASUS.
Os principais Sistemas de Informação em Saúde para a operacionali- Sua operacionalização é feita a partir de um único documento padrão -
zação do SUS, sendo que os principais são: a Declaração de Nascimento (DN) e o programa para operação em micro-
computadores, em todos os Estados. Os dados, coletados a partir de 1992,
Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN são de grande importância para análise epidemiológica, estatística e demo-
Em 1975, a lei que instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemio- gráfica.
lógica também criou a obrigatoriedade da notificação compulsória de algu-
mas doenças, que era feita pelas Unidades de Saúde semanalmente, Os dados de Nascidos Vivos podem ser obtidos através de:
através do preenchimento do Boletim Semanal de Doenças. As Secretarias • Arquivos do CD-ROM, distribuído pela Secretaria de Vigilância em
Estaduais faziam um consolidado mensal e o enviavam por aerograma para Saúde;
o Ministério da Saúde. Esse Sistema de Notificação Compulsória de Doen- • consultas na home-page do DATASUS, em Informações de Saúde
ças (SNCD) sempre apresentou problemas de sub-notificação e supria - Nascidos Vivos; e
limitadamente as necessidades mínimas de informação de morbidade do
país. Dentre os indicadores que podem ser construídos a partir desse siste-
ma, incluem-se proporção de nascidos vivos de baixo peso, proporção de
Como consequência disso e visando melhorar a geração de informa- prematuridade, proporção de partos hospitalares, proporção de nascidos
ção, diversos sistemas paralelos foram criados nos diferentes níveis, inclu- vivos por faixa etária da mãe, taxa bruta de natalidade e taxa de fecundida-
indo o nacional. O Sistema de Informações de Agravos de Notificação - de.
SINAN foi idealizado para racionalizar o processo de coleta e transferência
de dados relacionados às doenças e agravos de notificação compulsória, Nascido Vivo, segundo definição da Organização Mundial da Saúde -
embora o número de doenças e agravos por ele contemplados venha OMS, é todo produto da concepção que, independentemente do tempo de
aumentando, sem relação direta com a compulsoriedade de sua notifica- gestação, depois de expulso ou extraído do corpo da mãe, respira ou
ção. O formulário padrão contém duas partes: a Ficha Individual de Notifi- apresenta outro sinal de vida, tal como batimento cardíaco, pulsação do
cação (FIN), que deve ser preenchida por profissionais das unidades assis- cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração volun-
tenciais da rede privada, conveniada e pública; e a Ficha Individual de tária, estando ou não desprendida a placenta.
Investigação (FII), que, em geral, é preenchida pelo responsável da investi- Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS
gação. Os principais indicadores gerados pelo SINAN e SNCD são: taxa ou O SIH-SUS representa importante fonte de informação por registrar em
coeficiente de incidência, taxa ou coeficiente de prevalência, taxa ou coefi- torno de 70% (setenta por cento) das internações hospitalares realizadas
ciente de letalidade. Com as fichas de investigação, muitas outras informa- no Brasil e por gerar diversos indicadores: mortalidade hospitalar geral
ções podem ser obtidas, como percentual de sequelas, impacto das medi- (segundo alguma causa ou segundo algum procedimento específico); taxa
das de controle, percentual de casos suspeitos e confirmados, entre outras. de utilização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de hospi-
talização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; índice de gasto com
Sistema de Informação de Mortalidade - SIM hospitalização por faixa etária e/ou sexo, geral ou por causa; tempo médio
Este sistema oferece informações da maior relevância para a definição de permanência geral ou por alguma causa específica; valor médio da
de prioridades nos programas de prevenção e controle de doenças, a partir internação, geral ou por alguma causa específica; proporção de internação
das declarações de óbito coletadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde. por causa ou procedimento selecionado; utilização de UTI e outros.
Sua Base de Dados é nacional, gerada e administrada pelo Centro Nacio- Por outro lado, este sistema contém informações que viabilizam efetuar
nal de Epidemiologia - CENEPI em cooperação com o Departamento de o pagamento dos serviços hospitalares prestados pelo SUS, através da
Informática do SUS - DATASUS. captação de dados em disquete das Autorizações de Internação Hospitalar
- AIH - relativas a mais de 1.300.000 internações/mês. E mais, sendo o

Legislação Aplicada ao SUS 25 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sistema que processa as AIHs, dispõe de informações sobre recursos mos:
destinados a cada hospital que integra a rede do SUS, as principais causas • micro-espacialização de problemas de saúde e de avaliação de in-
de internações no Brasil, a relação dos procedimentos mais frequentes tervenções;
realizados mensalmente em cada hospital, município e estado, a quantida- • utilização mais ágil e oportuna da informação;
de de leitos existentes para cada especialidade e o tempo médio de perma-
• produção de indicadores capazes de cobrir todo o ciclo de organi-
nência do paciente no hospital. Suas informações facilitam as atividades de
zação das ações de saúde a partir da identificação de problemas;
Controle e Avaliação e Vigilância Epidemiológica em âmbito nacional e
estão disponíveis para consulta, através de produtos desenvolvidos pelo • consolidação progressiva da informação, partindo de níveis menos
DATASUS, gerados a partir do processamento da AIH: o BDAIH, o VALAIH, agregados para mais agregados.
o CD-ROM, o MS-BBS, através das tabulações disbonibilizadas via Inter-
net, bem como o SÍNTESE. Por meio dele obtêm-se informações sobre cadastros de famílias, con-
dições de moradia e saneamento, situação de saúde, produção e composi-
A captação dos dados das Autorizações de Internação Hospitalar é fei- ção das equipes de saúde.
ta através de meio magnético - disquetes - que são gerados no próprio
hospital, através de programa desenvolvido pelo DATASUS e distribuído Principal instrumento de monitoramento das ações do Saúde da Famí-
gratuitamente às Unidades Hospitalares. Esta forma de captação de dados lia, tem sua gestão na Coordenação de Acompanhamento e Avalia-
abrange atualmente 100% das AIH/mês possibilitando a implantação nos ção/DAB/SAS (CAA/DAB/SAS), cuja missão é monitorar e avaliar a atenção
municípios de bases de dados locais - Módulo Gerencial Básico - através básica, instrumentalizando a gestão e fomentar /consolidar a cultura avalia-
da leitura e gravação nas Secretarias Municipais de Saúde que estiverem tiva nas três instâncias de gestão do SUS.
capacitadas, dos disquetes gerados pelas Unidades Hospitalares. Estas
bases de dados locais permitirão, às Secretarias Municipais de Saúde, aos A disponibilização da base de dados do SIAB na internet, faz parte das
Conselhos Municipais de Saúde e ao público em geral, o acesso às infor- ações estratégicas da política definida pelo Ministério da Saúde com o
mações referentes às internações ocorridas no município e, ainda, a interfe- objetivo de fornecer informações que subsidiem a tomada de decisão pelos
rência da auditoria nas internações indevidas antes do efetivo pagamento. gestores do SUS, e a instrumentalização pelas instâncias de Controle
Possibilita ainda aos municípios o processamento do faturamento mensal Social, publicizando, assim, os dados para o uso de todos os atores envol-
das internações (descentralização do sistema AIH). vidos na consolidação do SUS.
Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS - SIA/SUS Atualmente, para que o sistema se transforme, de fato, num sistema
Oferece à sociedade em geral e, particularmente, aos gestores, geren- que permita o monitoramento e favoreça a avaliação da atenção básica, o
tes, trabalhadores e usuários do Sistema Único de Saúde - SUS, em con- Departamento de Atenção Básica/SAS em conjunto com o Departamento
formidade com as normas do Ministério da Saúde, instrumentos para a de Informação e Informática do SUS/Datasus/SE vem investindo em sua
operacionalização das funções de cadastramento, controle orçamentário, reformulação, articulada com os demais sistemas de informação dos outros
controle e cálculo da produção, assim como para a geração de informações níveis de atenção. Este processo está envolvendo todas as áreas técnicas
relativas à Rede Ambulatorial e à Produção Ambulatorial do SUS. Estas do MS que implementam ações básicas de saúde e, posteriormente, será
informações, por sua vez, são necessárias, respectivamente, ao gerencia- discutido nas instâncias de deliberação do SUS. A conclusão do desenvol-
mento da oferta de serviços e da capacidade instalada, visando o orçamen- vimento do sistema está prevista para o 1º semestre de 2004.
to e repasse de recursos financeiros pelo governo federal ao Distrito Fede-
ral, estados e municípios, e aos demais prestadores de serviços do SUS, Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações
para o custeio e pagamento das ações de caráter ambulatorial. (PNI) - SI-PNI
Este sistema não registra os códigos da Classificação Estatística Inter- Este sistema de informação por objetivo possibilitar aos gestores en-
nacional de Doenças e Problemas relacionados à Saúde - CID, do(s) diag- volvidos no programa, a avaliação do risco quanto à ocorrência de surtos
nóstico(s) dos pacientes, o que torna difícil a sua utilização como fonte de ou epidemias, a partir do registro dos imunobiológicos aplicados e quantita-
informação epidemiológica. Entretanto, é capaz de gerar indicadores ope- tivo populacional vacinado, que são agregados por faixa etária, em deter-
racionais que podem ser importantes como complemento das análises minado período de tempo, em uma área geográfica. Por outro lado, possibi-
epidemiológicas, por exemplo: número de consultas médicas por habitante lita o controle do estoque de imunobiológicos, necessário aos administrado-
ao ano, número de consultas médicas por consultório, número de exa- res que têm a incumbência de programar sua aquisição e distribuição. O SI-
mes/terapias realizados pelo quantitativo de consultas médicas. PNI é formado por dois subsistemas:
Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB • Subsistema de Avaliação do Programa de Imunizações – API que
Este sistema de informação, implantado em 1998 em substituição ao fornece informações sobre a cobertura vacinal (em rotina e em
Sistema de Informação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde - campanhas), taxa de abandono e controle do envio de boletins de
SIPACS, pela então Coordenação da Saúde da Comunidade/Secretaria de imunização. Pode ser utilizado nos níveis Federal, Estadual, Regi-
Assistência à Saúde, hoje Departamento de Atenção Básica/Secretaria de onal e Municipal.
Atenção à Saúde, em conjunto com o Departamento de Informação e • Subsistema de Estoque e Distribuição de Imunobiológicos – EDI
Informática do SUS/Datasus/SE, tem por objetivo o acompanhamento das que controla o estoque e a distribuição dos imunobiológicos em
ações e dos resultados das atividades realizadas pelas equipes do Pro- âmbito Estadual e Federal.
grama Saúde da Família - PSF.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI), formulado em 1973, a par-
Os dados que os Agentes Comunitários de Saúde - ACS e a Equipe de tir de uma proposta básica elaborada por técnicos do Departamento Nacio-
Saúde da Família - ESF coletam regularmente sobre é que alimentam esse nal de Profilaxia e Controle de Doenças (Ministério da Saúde e da Central
sistema, permitindo acompanhar os casos de doenças, a vacinação, a de Medicamentos CEME - Presidência da República) e renomados sanita-
gestação, o crescimento e desenvolvimento das crianças e os óbitos. As ristas e infectologistas, visa contribuir para o controle ou erradicação das
informações fornecidas por esse sistema são bastante abrangentes e, doenças infecto-contagiosas e imunopreviníveis, tais como a poliomielite
quando alimentado corretamente (fichas preenchidas e digitadas correta- (paralisia infantil), sarampo, difteria, tétano, coqueluche, tuberculose e
mente), é possível acompanhar somente através dele os principais indica- outras, mediante a imunização sistemática da população. .
dores de saúde da população. O PNI é parte integrante do Programa da Organização Mundial de Sa-
úde, com o apoio técnico, operacional e financeiro da UNICEF e contribui-
Desenvolvido como instrumento gerencial dos Sistemas Locais de Sa- ções do Rotary Internacional e do Programa das Nações Unidas para o
úde, incorporou em sua formulação conceitos como território, problema e Desenvolvimento (PNUD).
responsabilidade sanitária completamente inserido no contexto de reorgani-
zação do SUS no país, o que fez com que assumisse características distin- A gestão nacional do PNI compete à Coordenação de Imunizações e
tas dos demais sistemas existentes. Tais características significaram avan- Auto-Suficiência em Imunobiológicos CIAIM do Centro Nacional de Epide-
ços concretos no campo da informação em saúde. Dentre elas, destaca- miologia (CENEPI) da Fundação Nacional de Saúde.

Legislação Aplicada ao SUS 26 A Opção Certa Para a Sua Realização


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brasileira, independente da confirmação diagnóstica, bem como as que
A informatização do PNI foi desenvolvida pelo DATASUS (GTSA), se- foram acrescentadas nos âmbitos estaduais e municipais. Essa notificação
gundo especificação da CIAIM. pode ser feita em formulário próprio, por telefone, fax ou outro meio.
Sistema de Informação do Câncer da Mulher - SISCAM O objetivo da notificação é a adoção de medidas de controle pertinen-
Este sistema de informação, desenvolvido pelo Departamento de In- tes e a alimentação dos sistemas de informações. A notificação de casos
formática do SUS - DATASUS, em parceria com o INCA, tem com dados de suspeitos justifica-se pela necessidade de rapidez na execução de medidas
entrada a identificação da mulher e os laudos dos exames citopatológicos e de controle para algumas patologias, que podem não ter impacto se execu-
histopatológicos são digitados, constituindo, hoje, um dos principais instru- tadas tardiamente. A retroalimentação dos sistemas deve ser considerada
mentos na consolidação do Viva Mulher - Programa Nacional de Controle como um dos aspectos fundamentais para o processo continuado de aper-
do Câncer do Colo do Útero e de Mama, no sentido do gerenciamento das feiçoamento, gerência e controle da qualidade dos dados. Tal prática deve
informações geradas pelas unidades de saúde. ocorrer em seus diversos níveis, de modo sistemático, com periodicidade
Por meio do SISCAM pode-se: obter informações referentes aos exa- previamente definida, de modo a permitir a utilização das informações nas
mes realizados nas mulheres, assim como a frequência das lesões pré- atividades de planejamento, definição de prioridades, alocação de recursos
cancerosas e do câncer invasivo, além da qualidade das coletas, das e avaliação dos programas desenvolvidos.
leituras das lâminas; conferir os valores de exames pagos em relação aos
dados dos exames apresentados; proceder o monitoramento externo da Fluxo dos Sistemas de Informações
qualidade dos exames citopatológicos e, assim, orientar os gerentes esta- O fluxo desses sistemas é basicamente o mesmo para todos, com ex-
duais sobre a qualidade dos laboratórios responsáveis pela leitura dos ceção do SIH, onde o prestador de serviços entrega o banco de dados
exames no município. mensal ao gestor municipal. As Secretarias Municipais de Saúde são
responsáveis pela coleta das informações e entrada dos dados nos siste-
Sistema de Informações de Vigilância Alimentar e Nutricional - mas. Nos casos em que o sistema informatizado não foi descentralizado, o
SISVAN município deve enviar os formulários para as Regionais de Proteção Social,
Instrumento de políticas federais focalizadas e compensatórias (Pro- que os repassará ao setor responsável, na Secretaria de Estado de Saúde.
grama “Leite é Saúde”), atualmente implantado em aproximadamente 1.600 Para um município organizar um sistema local de informações é muito
municípios brasileiros considerados de risco para a mortalidade infantil. simples. Primeiramente, é necessário definir quais as informações que são
Sistema de Informações sobre Malária - SISMAL importantes para se conhecer a situação da morbidade e da mortalidade,
Utilizado para o registro de informações sobre os casos de malária: isto é: quais doenças são mais comuns? quem adoeceu? onde moram?
somente municípios com casos de malária operacionalizam esse sistema. quando aconteceu? quantos morreram devido a quais doenças ou agravos?
Além de informações sobre o doente, esse sistema informa se a infecção com qual idade? Com essas informações, é possível saber se estão ocor-
ocorreu no próprio município ou se o caso é de fora e houve somente o rendo doenças ou agravos preveníveis por vacinação ou tratamento preco-
atendimento. Essas informações são importantes para que o município de ce, ou por informação sobre higiene, cuidados pessoais, saneamento,
origem dos casos tome as medidas de controle. prevenção de acidentes de trabalho etc., e então planejar as ações neces-
sárias para diminuir ou eliminar o problema.
Sistema de Informações sobre Orçamento Público de Saúde - SI- Ao mesmo tempo, é necessário conhecer quantos Postos e Centros de
OPS Saúde existem e os serviços que oferecem; quantos profissionais de saúde
Utilizado para o acompanhamento das receitas e despesas do municí- existem e de quais áreas; se há agentes comunitários de saúde; equipes de
pio no setor saúde. Esse sistema emite relatórios da execução orçamentá- saúde da família; laboratórios próprios ou contratados; se há leitos do SUS
ria para o Prefeito e o Conselho Municipal de Saúde. O sistema está dispo- ou contratados no município; outros serviços de apoio e diagnóstico; quan-
nível na internet, no endereço do DATASUS: www.datasus.gov.br . Após o tas pessoas são consultadas; quantas são internadas e por qual doença ou
preenchimento das planilhas, as informações devem ser enviadas pela agravo etc.
internet para o DATASUS.
Por último é necessário definir os recursos para viabilizar tudo isso,
Sala de Situação quanto o município recebe do Ministério da Saúde, da Secretaria de Estado
A Sala de Situação é outra ferramenta indispensável que possibilita ao de Saúde e, principalmente, da própria Prefeitura. A análise dos gastos com
Gestor Municipal integrar dados dos principais Sistemas de Informação a atenção básica, a assistência e a vigilância sanitária vai permitir ao gestor
inclusive do pacto da atenção Básica , Controle Social, SIOPS e dados de identificar áreas problemáticas, acompanhar a execução de ações e priori-
Recursos Humanos, através de gráficos e planilhas construindo automati- zar medidas.
camente indicadores de saúde através de gráficos e planilhas, constituin- Os dados mais utilizados para a análise da situação de saúde do muni-
do-se em ferramenta indispensável para condução das ações de Saúde a cípio através de indicadores são o número absoluto, a percentagem e as
nível local. Esta ferramenta esta disponível no endereço do DATASUS: taxas. O número absoluto é o número bruto: número de crianças vacinadas,
www.datasus.gov.br na página Rede Nacional de Saúde - RNIS/ Sala de número de partos normais, etc. A percentagem é a proporção de eventos
Situação, disponibilizando instruções para instalação e operação. de determinado tipo dentre todos os eventos: 10% de óbitos de crianças
menores de 1 ano, 60% de partos normais. A taxa ou coeficiente indica o
Além das informações decorrentes dos sistemas acima descritos, exis- risco de determinado evento acontecer: por exemplo, o coeficiente de
tem outras grandes bases de dados de interesse para o setor saúde que mortalidade infantil é calculado levando-se em conta quantas crianças
apresentam padronização e abrangência nacionais. Entre elas, devem ser menores de 1 ano morreram dentre todas as nascidas naquele ano. Se, em
citadas as disponibilizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti- determinado município, o coeficiente de mortalidade infantil é de 20 óbitos
ca-IBGE (particularmente no que se refere ao Censo Demográfico, Pesqui- por 1.000 nascidos vivos, isto significa que, a cada grupo de 1.000 crianças
sa Brasileira por Amostragem de Domicílios-PNAD e a Pesquisa de Assis- nascidas vivas, 20 morrem por ano.
tência Médico-Sanitária-AMS) e pelos Conselhos de Classe (como o Con-
selho Federal de Medicina-CFM, Conselho Federal de Enfermagem- Estes são apenas alguns exemplos de indicadores que cada município
COFEN e Conselho Federal de Odontologia-CFO). São, ainda, importantes pode utilizar para os mais diversos tipos de dados. É interessante que cada
fontes de dados, as pesquisas realizadas pelo Instituto de Pesquisa Eco- município defina quais indicadores são necessários para a sua realidade e
nômica Aplicada-IPEA, relatórios e outras publicações de associações e os acompanhe regularmente.
empresas que atuam no setor médico supletivo (medicina de grupo, segu- Na Secretaria Estadual de Saúde do Pará - SESPA, os Sistemas de In-
radoras, autogestão e planos de administração). formações são distribuídos entre os diversos setores que são os responsá-
veis pelos diversos.
Coleta e Divulgação das Informações
É dever de todo o profissional de saúde da rede pública, conveniada e NÚCLEO DE EPIDEMIOLOGIA
privada comunicar, à autoridade sanitária mais próxima, todos os casos • SIM – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MORTALIDADE
suspeitos de doenças de notificação compulsória que compõem a lista • SINASC – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE NASCIDOS VIVOS

Legislação Aplicada ao SUS 27 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• SINAN – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVO E NOTIFI- SECRETARIA DO GABINETE:
CAÇÃO • SISPRO – SISTEMA DE PROTOCOLO
• SI-API – SISTEMA DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA DE IMUNI- NÚCLEO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO:
ZAÇÃO • SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GOVERNAMENTAIS
• SI-EDI – SISTEMA DE ESTOQUE E DISTRIBUIÇÃO DE IMUNI- Os dados disponíveis nesta parte da nossa home page são oriundos,
ZAÇÃO principalmente dos Sistemas de Informações em Saúde - SIS, gerenciados
• SI-EAPV – SISTEMAS DE EFETITOS ADVERSOS PÓS VACINAS pelo DATASUS, Secretaria de Assistência à Saúde - SAS e outros órgãos
• SI-PAIS – SISTEMA DE INF. DO PROG DE AVALIAÇÃO DE INS- do Ministério da Saúde, em conjunto com as demais Secretarias Estaduais
TR. E SUPERVISÃO e Municipais de Saúde.
• RCBP – REGISTRO DE CANCER DE BASE POPULACIONAL Quase todos os dados que alimentam esses Sistemas de Informações
NÚCLEO DE ENDEMIAS: em Saúde são gerados nos municípios ou nos estados e enviados ao
Ministério da Saúde, que os processa e disponibiliza através da Internet.
• SISMAL – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MALÁRIA
• SISFAD – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE FEBRE AMARELA E Além da Internet, o Ministério da Saúde coloca à disposição da comu-
DENGUE nidade diversos meios para obter informações sobre a gestão da saúde,
dentre eles:
DIRETORIA TÉCNICA: • Banco de Dados da AIH (BDAIH) - permite consultas mais detalha-
• SISVAN - SITEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL das a informações dos hospitais e dos prestadores de serviço.
• SISCOLO - SISTEMA DE CONTROLE DO CANCER DO COLO • CD-ROM das AIH: CD-ROMs mensais (completos, desde novem-
UTERINO bro/94) e anuais (reduzidos, com as informações principais, desde
• SISDST/AIDS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE DST/AIDS 93), distribuídos através das unidades regionais do Ministério da
• SIHIPERDIA - SISTEMA DE CONTROLE DE HIPERTENÇOS Saúde;
• SIAB - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA • Transferência de arquivos pela Internet (FTP): podem ser transferi-
• SIAB-PLUS - SISTEMA DE INF. DA ATENÇÃO BÁSICA (Implan- dos os arquivos reduzidos, assim como os programas, documentos
tação outubro/2002 pelo MS) e utilitários diversos;
• SISPACTO - SISTEMA DO PACTO DA ATENÇÃO BÁSICA • Transferência de arquivos pelo MS-BBS: podem ser transferidos os
arquivos reduzidos, assim como programas, documentos e utilitá-
DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO E AUDITORIA DOS SERVI- rios diversos;
ÇOS DE SAÚDE: • Tabulações especiais: podem ser solicitados ao DATASUS.
• SIASUS – SISTEMA DE INFORMAÇÃO AMBULATORIAL • Podem também ser obtidas algumas informações do extinto Ca-
• SIHSUS - SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR dastro de Estabelecimento do Ministério da Saúde (1988).
• SISREG – SISTEMA DE REGULAÇÃO Formas de contato com o DATASUS:
Por correspondência ou ofício:
DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA: Ministério da Saúde
• SIAFEM - SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO Secretaria Executiva
FINANCEIRA PARA ESTADOS E MUNICÍPIOS Departamento de Informática do SUS
• SIOPS - SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ORÇAMENTOS PÚ- Coordenação Geral de Informações de Saúde
BLICOS EM SAÚDE Rua México, 128, 8º andar
NÚCLEO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE E PLANEJAMENTO: CEP 20.031-142 - Castelo
Rio de Janeiro - RJ
• SISPPI - SISTEMA DE PACTUAÇÃO PROGRAMADA E INTE-
GRADA Por fax: (21)3974-7240
• SPIV - SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO PROJETO VIGISUS Por e-mail: info@datasus.gov.br
• CADSUS - CADASTRAMENTO DO SUS Pode ser utilizado para contato, também, o MS-BBS (Bulletim Board
• SCNS - SISTEMA CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE(a ser implan- System) do DATASUS, através do telefone (21)3974-7050, em velocidade
tado pelo MS para operacionalização do Projeto CARTÃO) de até 56 Kbps, configuração 8-N-1, 24 horas por dia.
DIVISÃO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA: Neste BBS, podem ser copiados (download) para o seu micro novas
• HEMOCAD – CADASTRO DE UNIDADES HENOTERÁPICAS versões dos softwares distribuídos, assim como outros utilitários e arquivos
de interesse para a área de saúde.
• HEMOPROD – PRODUÇÃO MENSAL DAS UNIDADES HEMO-
TERÁPICAS
O aplicativo utilizado para realização de tabulações na Internet é o
• PRODIR – PROGRAMA DESOBRIGADOR DE REGISTRO TabNet, cuja versão atual é a 2:2.
LABORATÓRIO CENTRAL:
• HOSPUB – SISTEMA PARA HOSPITAIS PÚBLICOS O programa TabNet foi elaborado com a finalidade de permitir às equi-
• SISCEL – SIST. DE CONTROLE DE EXAMES LABORATORIAIS pes técnicas do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais de Saúde e
DE CD4/CD8 E CARGA VIRAL das Secretarias Municipais de Saúde a realização de tabulações rápidas
• SISCAN – SISTEMA DE INFORMAÇÃO DO CANCER sobre os arquivos .DBF, que constituem os componentes básicos dos
• SILTB – SISTEMA INF. LABORATORIAL DE TUBERCULOSE Sistemas de Informações do Sistema Único de Saúde dentro de suas
• PROMOSAN – PROGRAMA NACIONAL DE MONITORAMENTO Intranets ou em seus sites Internet.
DE PRODUTOS SANEANTES DOMISSANITÁRIOS
Os seguintes requisitos foram considerados essenciais para permitir a
Os setores responsáveis pelos Sistemas de Base Estadual são:
ampla utilização do programa:
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO • Ser suficientemente rápido, de forma a permitir a tabulação de
• SISGP-PARÁ- SISTEMA DE GESTÃO DE PROGRAMAS DO ES- grandes massas de dados em servidores linha Intel, equipamentos
TADO DO PARÁ de baixo custo.
• SIMAS- SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE MATERIAIS E SER- • Interface simples de interação com o usuário concentrando todas
VIÇOS as opções de tabulação em um único questionário - FORM (formu-
NUCLEO DE EPDEMIOLOGIA lário HTML).
• MDDA – MONITORAMENTO DAS DOENÇAS DIARRÉICAS A- • Forma aberta de inclusão de novas definições de arquivos e de ta-
GUDAS belas de conversão de variáveis sem alterar o programa, de manei-

Legislação Aplicada ao SUS 28 A Opção Certa Para a Sua Realização


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ra a permitir que, no campo, as equipes técnicas das Secretarias tigo sistema de informação de saúde no país; implantado em 1976,
de Saúde o utilizassem para realizar tabulações de outros tipos de vigora nacionalmente desde 1979. Sua fonte de informação é a
.DBF. Declaração de Óbito (DO. Como se relaciona ao evento final, os
• Concatenar logicamente arquivos de anos ou meses diferentes indicadores sobre mortalidade permitem avaliar o impacto das a-
produzindo séries históricas dos dados. ções de saúde, assim como diagnósticos de saúde da população.
• Transferir para o usuário, via Intranet ou Internet, os dados no for- Com a identificação a partir do Cartão, será possível relacionar o
mato do TABWIN para permitir aos mesmos integrar em uma evento às ações desenvolvidas pelo SUS, avaliando a qualidade e
mesma planilha dados de bases diferentes, calcular indicadores, e cobertura da assistência.
produzir gráficos e mapas a partir dessas informações. - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS): A-
brange todas as internações realizadas pelo SUS, tanto na rede
O CARTÃO NACIONAL DE SAÚDE: INSTRUMENTO PARA UM NO- pública quanto contratada, sendo oriundo do antigo INAMPS-
VO MODELO DE ATENÇÃO? MPAS. As informações de entrada no sistema são oriundas dos
Janete Maria Ferreira dados da AIH, a Autorização de Internação Hospitalar. Com a iden-
Médica, técnica da Gerência de Epidemiologia e Informação tificação do Cartão será possível reconhecer o indivíduo internado
(atualmente cada internação gera um número diferente) e com is-
Este texto está fortemente baseado em um artigo de difusão técnico- so, conhecer os casos de reinternação e de internações sucessi-
científico do Ministério da Saúde , onde são feitos alguns apontamentos vas. Através do cruzamento com outros bancos de dados, a identi-
acerca da relação entre conceitos e ações para promoção da saúde, reori- ficação do usuário permite enfocar a sequência de eventos e a-
entação do modelo de atenção e o Cartão Nacional de Saúde. ções: nascimentos, internações e óbitos. Além disso, as informa-
ções hospitalares podem, enquanto evento sentinela , avaliar as
Segundo esse artigo, "o nível federal deve colocar a disposição dos
ações básicas desenvolvidas pelos municípios.
demais gestores instrumentos que possam estimular, subsidiar e dar supor-
- Sistema de Informações Ambulatoriais do SUS (SIA-SUS): Re-
te à administração e aperfeiçoamento dos sistemas estaduais e municipais
gistra a produção de serviços ambulatoriais realizadas pela rede
e às transformações do modelo e reorganizações dos sistemas e redes de
SUS, com 60 mil unidades prestadoras em todo o país. Ao contrá-
atenção" e " sob tal enfoque o Cartão Nacional de Saúde é um desses
rio do SIH-SUS o registro não é individualizado, principalmente de-
instrumentos".
vido ao volume de atendimentos realizados. Com a implantação do
O Cartão SUS está fundamentado na necessidade de identificação in- Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) é possível in-
dividualizada dos usuários. Segundo seus idealizadores, a partir de um dividualizar os dados, tornando possível a construção de informa-
Cadastro do SUS, baseado no número do Programa de Integração Social ções sobre o perfil do usuário (sexo, faixa etária), diagnóstico do
(PIS) e do Programa de Assistência ao Servidor Público (PASEP), cada atendimento (morbidade ambulatorial) e cobertura das ações assis-
cidadão terá um cartão identificador de abrangência nacional. tenciais.

A introdução desse mecanismo de registro vem atender à necessidade Dentro do SIA-SUS, foi recentemente desenvolvido o Sistema APAC -
apresentada, qual seja, conhecer o fluxo dos usuários entre os diversos Autorização para Procedimentos de Alto Custo-Complexidade - que
serviços de saúde, na medida em que são associadas as informações trata da assistência ambulatorial em procedimentos de alto custo ou alta
sobre os atendimentos ou ações de saúde à clientela atendida nos diversos complexidade, como hemodiálise e oncologia. A identificação do usuário
níveis do sistema. Ao vincular a informação ao usuário (e não ao procedi- permitirá o cruzamento das informações da APAC com o sistema hospitalar
mento) torna-se possível o cruzamento de dados entre os sistemas e (importante função para controle de fraudes, uma vez que, sem a identifica-
prestadores, ampliando-se a capacidade de controle e auditoria. ção do indivíduo, os procedimentos podem ser constar tanto na APAC
quanto no SIH-SUS) e com o sistema de óbitos (importante função para
De fato, os sistemas de informações de base nacional atualmente exis- controle de fraudes, uma vez que, sem a identificação do indivíduo, os
tentes captam, primariamente, informações referentes aos eventos da vida procedimentos podem ser cobrados mesmo após o óbito).
relacionados à saúde: nascimentos, ações assistenciais, ocorrências de - Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN): Tem co-
agravos, diagnósticos, terapias e óbitos. Entretanto, nenhum desses siste- mo objetivo coletar, transmitir e disseminar dados rotineiramente
mas consegue identificar a clientela do Sistema Único de Saúde (SUS) e gerados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica, permitindo a
explicitar sua vinculação a um gestor sanitário ou a cobertura pretendida investigação e acompanhamento de agravos e fornecendo infor-
pelas ações praticadas. mações para análise do perfil de morbidade. Através do cruzamen-
to com outros bancos de dados, a identificação do usuário permite
Nesse sentido, o Cartão Nacional de Saúde tem como objetivo a mo- enfocar a sequência de eventos e ações de saúde, construindo in-
dernização dos instrumentos de gerenciamento da atenção a saúde e sua dicadores de incidência e prevalência e relação causal.
característica principal será a possibilidade de identificação dos usuários. - Sistema de Informações do Programa Nacional de Imuniza-
Para tanto, será utilizado o Cadastro Nacional de Usuários, baseado no ções (PNI): Tem como objetivo contribuir para o controle, elimina-
número do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Assis- ção e/ou erradicação das doenças transmissíveis e imunopreviní-
tência ao Servidor Público (PASEP). Cada cidadão receberá um Cartão veis, com a imunização sistemática da população. Com o Cartão
identificador que identificará o usuário em todos os seus contatos com o SUS e a identificação do usuário, será possível o cálculo preciso
SUS e acompanhará a sua evolução dentro do sistema, com efeitos na de índices de cobertura, especialmente em pequenos espaços, tais
atenção individual e no planejamento das ações de saúde. como, micro-áreas, áreas de abrangência de Centros de Saúde e
Distritos Sanitários
Em relação aos sistemas de informação de base nacional, essa identi- - Sistema de Informações de Atenção Básica (SIAB): Coleta in-
ficação permitirá (1) a integração entre os eventos de vida e as ações formações para o planejamento, acompanhamento e avaliação das
desenvolvidas e (2) a avaliação de processo e impacto dessas ações, ações desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde
conforme detalhado a seguir. (PACS) e pelas equipes de Saúde da família (PSF). Com a implan-
tação do Cartão SUS (associado a tecnologias da informação) será
SISTEMAS DE INFORMAÇÕES DE BASE NACIONAL: possível individualizar os dados, tornando possível a construção de
- Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC): Implan- informações sobre a cobertura das ações desenvolvidas e acom-
tado em Belo Horizonte a partir de 1992 e em vigor nacionalmente panhamento dos indicadores de saúde da população assistida.
desde 1994, coleta as Declarações de Nascidos vivos (DN), preen-
chidas nos estabelecimentos de saúde ou em cartórios (em caso Em resumo, o Cartão SUS traz como característica fundamental a pos-
de parto domiciliar). Esse sistema permite a vigilância à saúde dos sibilidade de identificação individualizada dos usuários do SUS, em todos
recém-nascidos, além de fornecer uma série de indicadores esta- os seus contatos com os serviços de saúde, acompanhando sua evolução
tísticos, permitindo avaliar a qualidade e cobertura da atenção pré- dentro do Sistema. Esse acompanhamento, com efeitos na atenção indivi-
natal e ao parto. dual e no planejamento das ações de saúde, oferece novos recursos para
- Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): É o mais an- auditoria, combate às fraudes e reorganização dos sistemas e redes de
Legislação Aplicada ao SUS 29 A Opção Certa Para a Sua Realização
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atenção a saúde no Brasil

Nesses termos, retorna-se à assertiva que inaugura este texto, que diz
respeito a relação entre o Cartão SUS e o modelo assistencial.

O CARTÃO NACIONAL E A ATENÇÃO A SAÚDE


Pelos preceitos e conceitos discutidos até aqui, o Cartão Nacional de
Saúde pode ser entendido como um importante instrumento para a gestão
dos sistemas de saúde no país.

Segundo o Ministério da Saúde, para atender a essa expectativa o sis-


tema do cartão SUS deverá ser capaz de:
- integrar os diversos sistemas de informações em saúde de Base
Nacional existentes, tornando factível o intercâmbio de dados e
ensejando a rediscussão das metodologias de coleta dos dados e
de geração das informações de saúde;
- promover uma vinculação entre atendimento em estabelecimento
de saúde do SUS e usuário de serviços de saúde, permitindo a i- 2. A seta A, na figura da questão anterior, indica:
dentificação da clientela do sistema e a individualização dos pro- a) cisto
cedimentos. b) indivíduo adulto
c) miracidio
Essas características conferem ao projeto uma grande importância pa- d) ovo não-fecundado
ra a reorganização da atenção à saúde no país, subsidiando (1) a definição e) larva que infecta o homem
das prioridades nas ações de saúde, (2) o acompanhamento das políticas
realizadas, (3) a mensuração da cobertura das atividades desenvolvidas e 3. (CESCEM) A poluição de um rio depende da proporção existente
(4) a detecção de pontos de estrangulamento do sistema de saúde. entre a quantidade de poluentes e a vazão do rio que a recebe. Con-
siderando:
Entretanto, a construção de um arcabouço informacional adequado não
I — vazão do rio
garante, por sí só, a redefinição dos processos de atenção à saúde. Para
II — quantidade de poluentes
isso, é necessário assegurar que a implementação do Cartão Nacional seja
III — poluição
acompanhada de uso intensivo e efetivo do arsenal de dados por ele gera-
podemos afirmar que:
do.
a) se I e li aumentam, III diminui sensivelmente
Os avanços atingidos pela implantação do Cartão SUS não podem ficar b) se I aumenta e II é constante, III tende a diminuir
restritos apenas a disponibilidade das informações necessárias ao planeja- c) se I diminui e II é constante, III tende a diminuir
mento e à tomada de decisões. As informações não são "automaticamente" d) se I e II forem constantes, III tende a aumentar
incorporadas ao processo decisório.
4. (CESCEM) Os gráficos abaixo referem-se As populações de orga-
De fato, a efetividade no uso de qualquer sistema de informação exige nismos de dois rios de uma bacia hidrográfica, poluída pela elimina-
que as organizações de saúde assumam a responsabilidade de transformar ção de resíduos das indústrias da região. Os números das abscissas
a informação numa ferramenta de compreensão da realidade que, por sua representam as espécies estudadas. Nas ordenadas estão os núme-
vez, se transforme na base para a reorientação das ações hoje desenvolvi- ros de indivíduos de cada espécie.
das.

A meu ver, é necessário buscar a efetiva compreensão e utilização do


arcabouço informacional a ser gerado pela implantação do Cartão SUS,
como forma de melhorar a qualidade dos dados coletados e transformar a
informação em recurso para a tomada de decisão.
A análise desses dados mostra que:
Utilizando-se desses fundamentos, as organizações públicas de saúde
a) A poluição pode reduzir o número de algumas formas de vida e
poderiam buscar a efetividade dos serviços oferecidos aos cidadãos e
aumentar ode outras.
ampliar a capacidade de gestão do sistema. Com efeito, uma estratégia
b) A poluição aumenta a competição entre as espécies sobreviventes
orientada para a utilização do conhecimento na área pública de saúde pode
quê, por isso, passam a ter menor número de indivíduos.
contabilizar êxitos, cada vez maiores, na construção de um novo modelo de
c) O número de indivíduos de todas as populações reduz-se drastica-
atenção.
mente, qualquer que seja o grau de poluição.
d) Todas as espécies têm o mesmo grau de tolerância á poluição.
PROVA SIMULADA 5. (CESCEM) A malária é causada por uni protozoário do gênero Plas-
modium, que é transmitido ao homem pelas fêmeas dos mosquitos
1. A figura abaixo ilustra o ciclo reprodutivo do parasita: do gênero Anophdes, as quais depositam ovos no funil formado pe-
a) Ancylostcma las folhas de Bromeliáceas, onde a água se acumula. Do ponto de
b) Ascaris vista da manutenção do equilíbrio ecológico de uma região, qual se-
c) Taenia ria a medida mais indicada?
d) Schistosoma a) Erradicação dos insetos transmissores com DDT.
e) Plasmnodium b) Extermínio das Bromeliáceas.
c) Uso de (a) e (b).
d) Eliminação das aves que se alimentam dos insetos transmissores.
e) Somente tratando o doente.

6. (CESCEM) O hospedeiro intermediário do S histosoma é um:


a) percevejo (hemiptero)
b) pernilongo (diptero)
c) carrapato (ácaro)

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d) caramujo (gastrópode) dimensões trágicas ainda subdimensionadas. O maior dano do al-
e) mosquito coolismo é a destruição de famílias inteiras.
• O alcoolismo é resultado de um cérebro que perdeu a capacidade de
7. (CESCEM) Como medidas preventivas contra a infestação pelos decidir quando começar a beber e quando parar. Os japoneses têm
parasitos Schistosoma mansoni e Taenia saginata. deve-se evitar, um provérbio que diz: "Primeiro o homem toma uma bebida, e depois
respectivamente: a bebida toma o homem".
a) comer carne bovina mal cozida; nadar em reservatórios de água • O indivíduo alcoólatra é alguém que perdeu a liberdade de escolha.
doce desconhecidos.
b) andar descalço; nadar em reservatórios de água doce desconheci- 14. “Um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detec-
dos. ção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e
c) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer verdu- condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de
ras mal lavadas. recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doen-
d) nadar em reservatórios de água doce desconhecidos; comer carne ças ou agravos”. Esse texto, extraído da Lei Orgânica da Saúde, se
bovina mal cozida. refere à:
A) vigilância entomológica.
8. (CESCEM) O barbeiro, agente transmissor do Mal de Chagas (Tripa- B) vigilância sanitária.
nossomiase), é um: C) vigilância epidemiológica.
a) mosquito D) vigilância clínica.
b) percevejo E) vigilância ocupacional.
c) besouro
d) carrapato 15. São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS):
e) pernilongo 1) universalidade de acesso aos serviços de saúde, em todos os níveis
de assistência.
9. Assinale a alternativa que contiver as doenças endêmicas causadas, 2) participação da comunidade.
exclusivamente, por vermes: 3) igualdade de assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de
a) amarelão, teniase (solitária) e ascaridíase (lombriga) qualquer espécie.
b) bócio (papo), sarampo e meningite 4) integralidade da assistência, entendida como conjunto articulado e
c) esquistossomose, varíola e febre amarela contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, individuais e
d) difteria. coqueluche e doença de Chagas coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexi-
e) sarampo, amarelão e Mal de Chagas. dade do sistema.
5) descentralização político-administrativa, com direção única em cada
10. A doença do sono é causada por: esfera de governo.
a) Trypanosoma cruzi d) Plasnzodium vivax Estão corretas:
b) Trypanosoma gambiensi e) Necator americanus A) 1, 2 e 4 apenas
c) Leishmania spp. B) 3, 4 e 5 apenas
C) 2 e 4 apenas
11. O Art. 198 da Constituição Federal refere à descentralização como D) 1, 3 e 5 apenas
uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde. Na perspectiva da E) 1, 2, 3, 4 e 5
gestão municipal da saúde, o Recife é divido em:
A) 4 distritos sanitários. 16. A Lei Orgânica da Saúde, Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990, e a
B) 5 distritos sanitários. Lei 8.142 de 28 de dezembro de 1990 estabelecem, com relação ao
C) 6 distritos sanitários. financiamento e à gestão financeira do SUS, que:
D) 7 distritos sanitários. A) o orçamento da Previdência Social destinará ao SUS, de acordo com
E) 8 distritos sanitários. a receita estimada, os recursos necessários à realização de suas fi-
nalidades.
12. A Lei Orgânica da Saúde (Lei 8080, de 19 de setembro de 1990) B) os valores a serem transferidos pelo Governo Federal aos municípios
recomenda o uso da epidemiologia para o estabelecimento de priori- obedecerão à lógica do pagamento por produção, aliado à conside-
dades, a alocação de recursos e a orientação programática do Sis- ração do perfil epidemiológico da população.
tema Único de Saúde. O primeiro momento do processo de planeja- C) as transferências intergovernamentais para a saúde serão distribuí-
mento que usa dados e informações epidemiológicas para conhecer das proporcionalmente ao número de habitantes.
a situação de saúde-doença de uma determinada população é de- D) os recursos financeiros do SUS serão depositados em conta especi-
nominado: al, em cada esfera de atuação, e movimentados sob fiscalização dos
A) diagnóstico. respectivos conselhos de saúde.
B) normativo. E) a fim de receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde, para
C) operacional. cobertura de ações e serviços de saúde, é suficiente que os municí-
D) tático. pios tenham Fundo de Saúde, Conselho de Saúde e Conferência de
E) estratégico. Saúde.
13. A Norma Operacional da Assistência à Saúde – NOAS-SUS 01/2001 17. A Norma Operacional Básica da Assistência à Saúde – NOAS-SUS
– estabelece as responsabilidades do gestor municipal, os requisitos 01/01 - considera que a estratégia da Saúde da Família encontra-se
relativos às modalidades de gestão e as prerrogativas que favorecem em expansão e vem se consolidando como um eixo estruturante para
o seu desempenho. Segundo essa norma, os municípios podem ha- a organização da atenção à saúde. Os Programas de Saúde da Fa-
bilitar-se nas condições de: mília (PSF) e os Programas de Agentes Comunitários de Saúde
A) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Parcial do (PACS), compõem o modelo assistencial, na perspectiva de:
Sistema Municipal. A) garantir os cuidados suficientes às necessidades da população,
B) Gestão Semiplena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do privilegiando a atenção básica e simplificando o modelo assistencial.
Sistema Municipal. B) privilegiar o modelo assistencialista de atenção à saúde, tendo o
C) Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do Sis- médico como sujeito central e fundamental no processo de saúde.
tema Municipal. C) funcionar como porta de entrada do sistema de saúde, articulando-se
D) Gestão Parcial da Atenção Básica Ampliada e Gestão Semiplena do com a atenção secundária e terciária.
Sistema Municipal. D) responder ao perfil epidemiológico predominante no país, pelo qual o
E) Gestão Incipiente da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do adoecimento deve-se a problemas de saúde coletiva.
Sistema Municipal. E) estruturar os sistemas municipais de saúde, com base na predomi-
• Minha principal convicção hoje é que o alcoolismo é um problema de nância de níveis secundários de atenção.

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_______________________________________________________
18. De acordo com a Lei 8080/90, são da competência das três esferas _______________________________________________________
de governo as ações abaixo citadas, exceto aquelas relacionadas:
A) ao saneamento básico. _______________________________________________________
B) à vigilância sanitária.
_______________________________________________________
C) à saúde do trabalhador.
D) à vigilância epidemiológica. _______________________________________________________
E) ao controle da natalidade.
_______________________________________________________
19. A vigilância sanitária consiste em um conjunto de ações: _______________________________________________________
A) capazes de eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde e de intervir
_______________________________________________________
nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente.
B) destinadas à detecção de determinadas doenças que afetam as _______________________________________________________
comunidades da periferia urbana.
C) voltadas exclusivamente à fiscalização de alimentos destinados aos _______________________________________________________
centros de distribuição. _______________________________________________________
D) programadas para avaliação e controle do valor nutricional dos
alimentos hortigranjeiros. _______________________________________________________
E) destinadas à fiscalização do meio ambiente, sobretudo em regiões _______________________________________________________
afetadas por grandes estiagens.
_______________________________________________________
20. Em relação à saúde do trabalhador, a Lei 8080/90 contém atividades _______________________________________________________
que abrangem:
1) recursos humanos destinados à proteção permanente do ambiente _______________________________________________________
de trabalho. _______________________________________________________
2) estudos, pesquisas, avaliação e controle de riscos e agravos poten-
ciais à saúde presentes em situações de trabalho. _______________________________________________________
3) assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho.
4) avaliação do impacto que as tecnologias causam à saúde.
_______________________________________________________
5) participação do Sindicato dos Trabalhadores na defesa dos mesmos, _______________________________________________________
quando existir risco iminente de agravo à saúde.
Estão corretas apenas: _______________________________________________________
A) 1, 3, 4 e 5 _______________________________________________________
B) 1, 2 e 5
C) 1e4 _______________________________________________________
D) 2, 3 e 4
_______________________________________________________
E) 2, 3, 4 e 5
_______________________________________________________
_______________________________________________________
RESPOSTAS _______________________________________________________

01. D 11. C _______________________________________________________


02. C 12. A _______________________________________________________
03. B 13. C
04. A 14. C _______________________________________________________
05. B 15. E
_______________________________________________________
06. D 16. D
07. D 17. C _______________________________________________________
08. B 18. E
09. A 19. A _______________________________________________________
10. B 20. E _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
_______________________________________________________
___________________________________
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___________________________________
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Legislação Aplicada ao SUS 32 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Conduta
É o conjunto de todas essas recomendações e práticas, no ato do a-
tendimento, dentro dos critérios de urbanidade já mencionados. Mas tam-
bém é a livre condução de sua vida privada, que deverá ser sempre condi-
zente com o exercício do cargo que ocupa. Ex.: as restrições de comporta-
mento social inadequado por que passam os juízes e promotores, sob risco
de comprometerem a qualidade e credibilidade dos seus trabalhos.

1 QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO. Objetividade


COMUNICABILIDADE, APRESENTAÇÃO, ATEN- Ligado à eficiência e à presteza. Devem ser os atendimentos feitos
ÇÃO, CORTESIA, INTERESSE, PRESTEZA, EFICI- com loquacidade, tornando-se práticos e simplificados ao máximo para o
ÊNCIA, TOLERÂNCIA, DISCRIÇÃO, CONDUTA E atendido. Alcançar o objetivo do atendimento, sem rodeios ou dificuldades
OBJETIVIDADE. adicionais.

Qualidade no atendimento ao público


A qualidade no atendimento é pré-requisito de qualquer serviço presta- 2 TRABALHO EM EQUIPE. 2.1 PERSONALIDADE E
do no mercado, tanto no setor público quanto no privado. Aqui, interessa RELACIONAMENTO. 2.2 EFICÁCIA NO COMPOR-
que essa qualidade esteja voltada também para os pré-requisitos constitu- TAMENTO INTERPESSOAL. 2.3 FATORES POSITI-
cionais do ato administrativo e dos princípios gerais da administração VOS DO RELACIONAMENTO. 2.4 COMPORTAMEN-
pública, já comentados nos tópicos de Direito Administrativo e constitucio- TO RECEPTIVO E DEFENSIVO, EMPATIA E COM-
nal. Mas também estão relacionados a:
PREENSÃO MÚTUA.
Comunicabilidade
Tanto na sua divulgação (publicidade) quanto na entrega do serviço, o Servidor e opinião pública (o órgão e a opinião pública)
ato de atendimento público deve ser livre de embaraços e complicações na Nos dias de hoje, um dos elementos de mensuração da qualidade é a
sua prestabilidade. Deve chegar como informação completa e eficaz, capaz opinião pública. Mas aqui, trata-se mais da imagem que tem o servidor e o
de realizar-se como atendimento às necessidades a que se propõe satisfa- órgão público a que pertence. Tomemos como exemplo o INSS e a sua já
zer. clássica má fama no atendimento ao público. Muitas vezes isso decorre,
mas da desorganização dos serviços prestados, do mau planejamento, da
Mas também é pré-requisito ligado diretamente ao comportamento do inadequação de práticas administrativas do que da real conduta de seus
servidor que entrega o serviço, que deverá portar-se de maneira gentil, servidores. Isso torna a imagem do serviço e por conseqüência, do órgão,
objetiva e eficaz, na mesma proporção e com os mesmos objetivos no associada à má qualidade, o que gera uma imagem pública ruim. Outro
atendimento. exemplo é o atendimento médico na saúde pública, que dispensa maiores
comentários. Essa imagem de descaso e ineficiência reflete na opinião que
Apresentação o público em geral tem desses serviços.
A apresentação se refere ao servidor, que deverá estar sempre de a-
cordo com a prestação a que se determinou. Assim, é importante que Fatores positivos do relacionamento
esteja adequadamente trajado, demonstrando higiene e organização pes- Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num somatório ge-
soal. ral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento. Assim, desde
que cumpridos ou atendidos todos os requisitos antes mencionados para o
Atenção concurso de um bom atendimento, estaremos falando de um bom relacio-
Refere-se à atenciosidade desprendida no ato do atendimento. É im- namento entre servidor e atendidos. Os níveis de relacionamento aqui
prescindível para a conclusão de eficiência do atendimento. devem ser elevados, tendo em vista sempre o direito de cada assistido de
receber com qualidade a supressão de suas necessidades.
Cortesia
Ser cortês e polido é obrigação que provém da urbanidade, requisito Comportamento receptivo e defensivo
constitucional do ato de atendimento. Receptivo, como o próprio nome já diz, é o comportamento que trans-
corre naturalmente aberto, solícito, prestativo, objetivo, claro, sem rodeios,
Interesse e presteza
indo direto ao ponto da necessidade do atendido. Defensivo, ao contrário, é
São importantíssimos para concluir o atendimento em eficiência. Estão aquele em que o servidor cria obstáculos e dificuldades para livrar-se do
expressos na boa vontade e determinação em atingir os objetivos do aten- encargo, obstruindo a qualidade.
dimento, até fim.
Empatia e compreensão mútua
Eficiência
E empatia é resultado de uma preparação do servidor em atender. De
Requisito já comentado, é o cerne da realização do ato de atendimen-
sua dedicação ao exercício da função. Deve ser natural e quase pessoal.
to. É tão importante que está prescrito no texto da Constituição Federal
Pode estar resumido no aspecto daquele servidor que “gosta do que faz”.
como princípio da administração pública.
Será muito mais fácil transmitir empatias nesses casos. O resultado da
Tolerância empatia, mesmo que consciente e provocada com gentileza, é a compreen-
são mútua, que certamente facilitará o atendimento e a conclusão pela
Leia-se aqui paciência, para não se confundir com favorecimento me-
eficiência.
diante benevolência. Deve o funcionário ser tolerante com o público atendi-
do ou assistido, no sentido de compreender suas dificuldades e viabilizar a Trabalho em equipe
melhor e mais adequada solução do problema apresentado. Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe
Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a cria-
Discrição tividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho
Recomenda-se que seja o servidor discreto no atendimento, evitando individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar
bem em equipe.
situações de constrangimento para os atendidos, não adentrando em
situações particulares ou impertinentes. É comum o atendido expor certas
1. Seja paciente
situações pessoais (atendimento médico, por exemplo) ou segredos de
família (atendimento jurídico) que devem ser tratadas com a devida reserva Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça
e respeito. uma sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os
seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a

Conhecimentos Específicos 1 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as Não há muito que se falar em personalidade do servidor e tampouco do
suas opiniões. setor em que funciona, pois as instruções que normatizam sua prestabilida-
de são determinadas em escala decrescente (vêm de cima para baixo, já
2. Aceite as ideias dos outros prontas) e sua conduta profissional está “amarrada” no código de ética do
As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; serviço público. Tanto com os colegas de trabalho quanto no atendimento
mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser ao público, sua personalidade deve ser “moldada” segundo os princípios
melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso que regem o atendimento público, como vimos no texto sobre a ética no
orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar. serviço público. Comportando-se de acordo com aqueles princípios, o
servidor estará atendendo perfeitamente ao perfil de personalidade deseja-
do para o exercício da função pública.
3. Não critique os colegas
As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito im-
portante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as Eficácia no comportamento interpessoal
ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as Está ligada diretamente ao princípio de mesmo nome, que norteia o
ideias, nunca a pessoa. serviço público, a administração pública e demais atividades em que o
interesse público é alvo ou cliente. Significa que o servidor não pode se
interpor, em atitude de cunho pessoal, ante os interesses coletivos, sem
4. Saiba dividir
risco de comprometer a eficácia, a segurança da realização do serviço, do
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do atendimento, da prestação pública.
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa.
Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
Os funcionários públicos são treinados para atuarem segundo o que
hoje se chama etiqueta profissional, uma espécie de código de conduta
5. Trabalhe convencional, nascido no próprio mercado, das relações modernas do
Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. mundo dos negócios e que permeou para a qualidade de atendimento e
Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente inter-relacionamentos no setor público.
diferente. O saber se comportar e a aparência são questões cada vez mais exigi-
das para o funcionário público. As administrações desenvolvem cursos e
6. Seja participativo e solidário treinamento para prepararem seus funcionários. Quem faz o curso aprende
Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre ainda:
que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido a) a criticar com resultados positivos;
quando necessitar pedir ajuda. b) transformar reclamações em resultados e lidar com colegas e cli-
entes de temperamento difícil;
7. Dialogue c) apresentar ideias e projetos com eficiência;
Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe te- d) conduzir reuniões e até mesmo contornar situações mais graves,
nha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja como o assédio sexual, por exemplo
possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.
NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS
8. Planeje 1 - Introdução
Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbaniza-
uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são ção, da comunicação de massa, da tecnologia e da informática coloca o ser
ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e consi-
eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se go mesmo.
propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimen-
9. Evite cair no "pensamento de grupo" to entre os seres humanos, pois a atenção do homem está voltada para a
Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este distancia-
coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mu- mento do homem para com o próprio homem gera insatisfações, angustias,
danças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões vazios e ansiedade nos indivíduos.
externas e que aceite a ideia de que pode errar.
Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de,
ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência de nós mesmos.
Aproveite o trabalho em equipe Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior
Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de con- abertura teremos para com os outros e cada vez mais o nosso ser pessoal
viver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles. se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do
ambiente, pois o ser pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo.
Trabalho em equipe
É da essência do trabalho em órgãos públicos o inter-relacionamento Durante toda a vida, somos afetados pôr nossa habilidade de nos rela-
de qualidade ímpar, devido ao alto grau de responsabilidade desejado. cionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos quer com grupos. É
Como os órgãos obedecem a estruturas pré-determinadas por Lei, as uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver
repartições, seções, departamentos, etc. já trazem pronta a sua funcionabi- e a comunicação interpessoal.
lidade e todas elas, sem exceção, dependem de trabalho em equipe. É o
perfil principal da administração moderna, que se projeta na administração Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si
pública como solução inteligente (isso ocorre já há alguns anos). mesmo, para um relacionamento humano eficaz e para ser um comunica-
dor mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons
Assim, o trabalho em equipe deixa de ser uma característica para ser relacionamentos dentro do grupo ao qual pertence, seja este profissional,
uma determinante superior de funcionabilidade do setor público. Ainda que familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser
funcione isoladamente, sozinho num posto de atendimento, o servidor terá respeitado como uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações,
vinculada a sua rotina a de outros colegas, que recebem sua produção ou angustias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade enquan-
lhe enviam informações e procedimentos a serem cumpridos. to ser humano.

Personalidade e relacionamento no trabalho 2 - Relações Humanas

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Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sen- mos trabalhando, um vocabulário compreensível para todos.
do os contatos que se processam, em todas as situações, entre os seres
humanos. Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes,
temos uma ideia ou tomamos uma posição para a qual tentamos, simples-
Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em mente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção ao
conferências, discursos e mesmo em conversas informais, mas não são que eles pensam e dizem. Se nós fecharmos sobre nós mesmos, ficaremos
capazes de concretizar essas relações. limitados ao monologo, deixando de receber e aprender muitas informações
valiosas para o nosso crescimento, e mesmo o aperfeiçoamento humano,
Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que es- em geral , estará sendo prejudicado.
tabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa
entender o relacionamento entre as pessoas, compreende-las, respeitando Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente,
a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida, diferente da nossa. mas compensador, porque, só assim, poderemos manter um autentico e
profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação.
Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de a-
ção (comportamento), ou seja, adequar o nosso comportamento, apropria- Como podemos observar, se as verdadeiras relações humanas são
damente, a uma situação dada, com determinadas pessoas. proveitosas e importantes de se praticarem pois evitam comportamentos
desajustados que foram gerados por insatisfações; mantém o bem-estar
Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a or- individual e coletivo e, acima de tudo, proporcionam segurança, paz e
ganização humana. Estas organizações estão inter-relacionadas e são tranqüilidade aos indivíduos e à empresa.
interdependentes.
3 - Dinâmica de Grupo
A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da
conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada um deles tem seus Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e experimentadores das
próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo.
e sociais, associados a sua própria história de vida. Tais indivíduos, dentro
desse sistema empresarial, estabelecem freqüentes inter-relações, cada Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como tota-
qual com uma forma particular de se comunicar. lidade dinâmicas que resultam das interações entre os membros.

É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas caracte- Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de for-
rísticas do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de segurança que, por ças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos". Estas forças, tais
imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do tempo estabe- como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspec-
lecendo e mantendo contatos com todos os operários das varias seções da to dinâmico do grupo e, consequentemente, afetam a sua conduta.
fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos de segurança
envolve relacionamento com outras pessoas. Por este motivo, ele deve A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da
estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambiente, onde as Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo como um todo, as
comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e adequa- variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os
da. grupos ao formular leis e princípios, e ao introduzir técnicas que aumentem
a eficácia dos grupos.
Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as di-
ferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é especifica, original e No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma
possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por reunião de duas ou mais pessoas que compartilham normas, e cujos papeis
realidades diferentes: meio familiar, escolar, cultural, social profissional , sociais estão estritamente intervinculados.
etc, e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de
vida.
No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em pri-
mários e secundários.
Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que diri-
gem o seu comportamento, as quais ela procura constantemente satisfazer.
O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que
Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as necessidades
se relacionam "face a face", ligadas por laços emocionais com relações
variam de indivíduo para indivíduo.
diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima.
Exemplo: grupo de amigos, grupo familiar, grupo de estudo e o próprio
Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza grupo de trabalho.
humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições violentas entre os
indivíduos.
O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo
primário. Para que exista, é preciso que haja interação entre os participan-
Por estes motivos, devemos estar aberto para respeitar tais diferenças. tes, no qual cada membro deverá perceber cada um como pessoas indivi-
duais.
Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das
pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os atos e as palavras Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais
dos outros em função da nossa própria experiência e de certos preconcei- e formais. Estas se estabelecem através de comunicações indiretas, como
tos. Este conformismo no julgamento é muito grave, pois nos arriscamos a é o caso das empresas, instituições, etc.
classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva. Deixamos, pois,
de perceber o indivíduo tal como ele é, e de manter o diálogo, se não
O comportamento do grupo depende em grande parte do número de
reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude.
participantes. Este é um fator importante, no que diz respeito a produção e
ao nível de desenvolvimento grupal.
Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa lingua-
gem pode constituir um obstáculo a comunicação e consequentemente
A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo, varia
afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos colocarmos no
segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto são unânimes em
lugar da pessoa que esta nos ouvindo.
afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 20 participantes, e
que o ideal para a sua constituição é de 5 a 12 elementos, possibilitando
Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual esta-

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assim, maior coesão, interação e participação. Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa
dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas devemos estar abertos
4 - Objetivos da dinâmica de grupo e atentos para os seguintes pontos básicos:
a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais • ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando, quando
funcionais que os utilizados até o momento; possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo;
b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentra-lo de si mesmo • participar e contribuir para as discussões;
e situa-lo em relação aos outros; • ter consciência das suas necessidades;
c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma
autocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá possibilida-
• visar principalmente as necessidades grupais;
des de perceber e solucionar seus problemas; • perceber como as interações individuais afetam o grupo;
d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positi- • auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em co-
vo, dando ênfase ao potencial de cada um; municar-se;
e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu pró- • respeitar os membros do grupo como seres humanos;
prio valor; • manter o dialogo e não o monologo;
f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual
• discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo;
pelos seus atos;
g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros; • controlar as reações agressivas;
h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que e- • expor com clareza as sugestões e pontos de vista;
xistem nas pessoas; • não permitir que você ou outros membros, assumam papeis de a-
i) levar o indivíduo a integração e ajustamento nos grupos em que judante;
participa para uma atuação cada vez mais satisfatória, e uma parti- • comunicar-se clara e objetivamente;
cipação cada vez maior.
• ouvir e atender o outro participante;
5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo
• integrar-se totalmente a vida do grupo, sem perder a sua própria
individualidade e originalidade.
Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em
sua maneira de ser e de executar um trabalho.
7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo
O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um edu-
Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são
cador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que os treinandos pos-
peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, inibições, frustrações,
sam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, como
em outras palavras, suas personalidades.
recursos valiosos para a aprendizagem.
Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo.
Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas
Outras forças podem resultar da interação das pessoas. A integração e a
e incentiva a participação de cada treinando; quando e capaz de aprender
transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do
com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita
Grupo, e uma das forças internas mais importantes é a participação, o
e aceita todos os membros do grupo.
empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo.
Deve ouvir atentamente, todas as pessoas do mesmo modo, mesmo
Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos
que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele participante.
indivíduos para com o grupo e tanto maior seu interesse pelo grupo.

A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e coor-


As pessoas que mais participam, são as que compreendem as finalida-
denador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a com-
des e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no desempenho de
petência e as qualidades que possui.
suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o fun-
cionamento do grupo.
A integração não se realizará no interior de um grupo e, em conse-
qüência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações inter-
A vida de um grupo passa por varias fases, e em cada uma delas, os
pessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas em
membros atuam de formas diferentes, tanto em relação à etapa de vida do
comunicações abertas, confiantes e adequadas.
grupo como em relação aos demais membros.

Grupo de interesse
Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social,
treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá certas funções a A função geral de vincular governantes e governados é desempenhada
serem executadas por seus componentes. por vários tipos de instituição, como partidos políticos, movimentos sociais
ou meios de comunicação de massa. Tal tarefa, no entanto, pode ser
exercida por grupos de interesse, expressão que os cientistas políticos
Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos
contemporâneos preferem à tradicional "grupos de pressão", por ser mais
os grupos, e são desempenhadas pelos membros, para que o grupo possa
abrangente do que aquela.
mover-se ou progredir em direção às suas metas.
Grupo de interesse é o conjunto de indivíduos que procura defender
O complexo processo de interação humana, exige de cada participante
determinada causa comum junto a órgãos oficiais, para o que utiliza os
um determinado desempenho, o qual variará em função da dinâmica de sua
meios legítimos ou tolerados que estiveram a seu alcance. Do ponto de
personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto.
vista do governo, essa é também uma oportunidade de se manter informa-
do das necessidades e reivindicações dos diferentes setores da sociedade.
Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem desem-
penhar eventualmente, alguns papeis nao-construtivos, dificultando a tarefa
O interesse em torno do qual o grupo se organiza deve ser entendido
do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades e
em sentido amplo. Seu conteúdo pode coincidir com uma reivindicação de
comportamentos não condizentes com os objetivos comuns do grupo. Estes
caráter estritamente econômico até a defesa de uma causa concernente ao
papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de cunho
bem-estar da sociedade, ou a posições ideológicas que expressam o ponto
pessoal , à problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem de
de vista de uma camada da população. A expressão "grupo de interesse"
falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo.
pode ser aplicada, portanto, a associações patronais, a sindicatos de em-
6. Responsabilidades de um bom participante pregados, a associações profissionais e aos diversos grupos que se organi-
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zam para pleitear algo em favor dos moradores de um bairro, dos pratican- métodos científicos ao estudo dos fenômenos grupais. Do ponto de vista
tes de uma religião, dos defensores de causas beneficentes, ideais, morais aplicado ou técnico, a dinâmica de grupos é o método de trabalho baseado
e outras. nessa teoria.

É próprio do grupo de interesse não pretender ocupar o lugar do go- O estudo da dinâmica de grupos iniciou-se em 1946, quando teve início
verno, mas apenas influir sobre as decisões oficiais. Desse modo, os gru- a atividade de Kurt Lewin e alguns de seus colaboradores no Instituto de
pos de interesse distinguem-se claramente dos partidos políticos. Tecnologia de Massachusetts. Em cada grupo, composto de aproximada-
mente dez membros, eram levadas a termo discussões e dramatizações,
Atuação. Os padrões de relacionamento entre os grupos e o governo cuja evolução era observada por um pesquisador. Não demorou a desco-
podem ser formais ou informais. São exemplo dos primeiros as relações brir-se que aquele era um poderoso método de educação e terapia.
institucionalizadas que têm lugar mediante canais legais de acesso ao
governo, e compreendem o comparecimento perante comissões legislati- O novo método recebeu o nome de T-Group, grupo de aprendizagem
vas, órgãos ministeriais, departamentos ou agências do executivo. ativo no qual cada participante encontra seu papel, que não é definido de
antemão, e explicita sua capacidade ou sua resistência para executar a
Outro padrão consiste nos contatos informais, que incluem vasta gama tarefa, bem como para submeter-se à influência dos demais participantes.
de relações. Os grupos, ou seus representantes, podem estabelecer rela- Nesse sentido, a dinâmica de grupos se configura como instrumento de
ções informais com legisladores ou funcionários públicos, valendo-se da adaptação e meio de integração pessoal.
existência de pontos de aproximação, como é o caso de pessoas de mes-
ma origem regional ou social, que freqüentaram a mesma escola ou têm Terapia de grupos. Após a segunda guerra mundial, o grande número
amigos ou parentes comuns. Além disso, são ainda usados como recursos de soldados que necessitavam de tratamento psicológico incentivou os
para a criação e manutenção dessas relações informais a participação em psiquiatras a experimentarem a terapia de grupo. Até então, embora reco-
reuniões, almoços, passeios e outras formas de entretenimento. Com base nhecessem a influência dos grupos no comportamento das pessoas, os
nos contatos assim estabelecidos, as relações podem assumir formas que médicos defendiam a importância da privacidade da relação entre médico e
vão da persuasão e troca de favores até o suborno. paciente. Os novos métodos se revelaram eficazes e, nos anos do pós-
guerra, a terapia de grupo se desenvolveu rapidamente e acabou se esten-
A representação direta no governo é uma possibilidade facultada aos dendo ao trabalho de psicologia clínica e de aconselhamento, bem como ao
grupos que dispõem de meios para tanto. Assim, um sindicato que conte de assistentes sociais.
com grande número de filiados e se disponha a articular-se com um partido
político tem chances de pôr seus próprios representantes nos órgãos As técnicas de terapia de grupos são tão variadas quanto as de terapia
legislativos. Já para os grupos pouco expressivos quanto ao número de individual, mas todas se assemelham na ênfase que dão ao alívio das
associados, mas economicamente poderosos, torna-se mais fácil influir na tensões mediante ações diretas ou na criação de uma atmosfera grupal
escolha de funcionários para as assessorias burocráticas ou técnicas, e favorável ao autoconhecimento e ao amadurecimento pessoal.
mesmo na nomeação de ministros, do que guindar seus próprios represen-
tantes ao nível das posições legislativas. Psicologia humanista. Antes mesmo de 1960, o psicólogo americano
Carl Rogers passou a trabalhar com grupos mais orientados para os aspec-
Legitimidade. Os métodos utilizados pelos grupos tendem a variar em tos emocionais do que para a aprendizagem de comportamentos. Rogers,
cada sociedade, em função do grau de legitimidade atribuído a suas ativi- junto com Fritz Perls, desenvolveu uma prática que denominou psicologia
dades. No Reino Unido, por exemplo, a interação entre os administradores humanista cuja aplicação grupal devia permitir o desenvolvimento das
e os representantes dos grupos tende a ser freqüente, aberta e instituciona- aptidões pessoais num ambiente de equilíbrio e de integração pessoal, e
lizada, uma vez que ambas as partes encaram como necessária e normal a favorecer o encontro profundo com o outro. Esse encontro, que pode ser ou
adoção do sistema de consulta mútua como método de tomada de deci- não pessoal, é favorecido quando existe uma transparência e disponibilida-
sões. Na Itália, a influência exercida pelos grupos tende a ser vista com de, permitindo que se transcenda a individualidade e se atinja um estado de
desconfiança e não se acredita que dela possam resultar reais benefícios paz e felicidade. Nesse caso, o grupo se transforma num ponto de encontro
para a coletividade. Em conseqüência disso, os grupos tendem a adotar um básico, com apoio de um moderador que deve atuar como catalisador dos
estilo de atuação mais encoberto e menos formalizado. processos afetivos interpessoais.©Encyclopaedia Britannica do Brasil
Publicações Ltda.
Nos Estados Unidos, onde certas atividades dos grupos de interesse
são regulamentadas por lei, existem escritórios de assessoria dedicados a Empatia
promover, em caráter profissional, os interesses de qualquer cliente que Você pratica a empatia com alguém? Descubra
contrate seus serviços. O Federal Regulation of Lobbying Act (regulamento por Rosemeire Zago
federal da lei sobre grupos de interesse), de 1946, obriga todas as pessoas Como você se sente quando está contando algo muito triste que te a-
que pretendam influir no processo legislativo a se registrarem no Congres- conteceu e percebe que a pessoa que supostamente está te ouvindo de-
so, declarando a que projeto de lei se opõem ou qual defendem, quem as monstra um leve sorriso no rosto ou continua atenta ao que está passando
está empregando e quais são as despesas envolvidas no caso, desde a na TV? Ou ainda, muda de assunto com uma piada nada conveniente para
remuneração que recebem até os gastos que pretendem fazer para con- o momento? Péssimo, não é mesmo? Sente-se como tivesse falando com
quistar a colaboração de funcionários e políticos. uma parede ou pedra, fria, insensível, dura!

No Brasil, a atividade dos grupos de interesse é mais conhecida pela Alguém que demonstra ser incapaz de sentir o que você está sentindo.
palavra inglesa lobby. Reveste sentido pejorativo quando se refere à prática Você se sente incompreendido, e muitas vezes até se arrepende de ter
tradicional dos representantes ("lobistas") de grandes empresas, especial- contado aquilo para tal pessoa. Promete a si mesmo que não contará mais
mente empreiteiras interessadas em contratar irregularmente obras públi- nada para ela devido a sua falta de sensibilidade. Não é apenas o que a
cas milionárias. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. outra pessoa nos fala que faz com que nos sintamos compreendidos, mas
principalmente suas expressões faciais, seu corpo, se nos envolve, se nos
DINÂMICA DE GRUPOS toca com um profundo abraço, se nos compreende com seu olhar ou se nos
Os grupos humanos têm vida própria e peculiar, que ultrapassa as ca- olha com indiferença ou com alguma expressão contrária aquilo que esta-
racterísticas dos indivíduos que os compõem e se manifesta não só na mos sentindo.
relação de um grupo com outro, mas também, e principalmente, nas rela-
Mas e aquelas pessoas que fazem com que nos sintamos à vontade e
ções que os membros de um grupo mantêm entre si.
temos cada vez mais desejo de falar, falar? Elas têm o que chamamos de
Do ponto de vista teórico, a dinâmica de grupos é uma área das ciên- empatia, ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa e
cias sociais, em particular da sociologia e da psicologia, que procura aplicar tentar "ver com os olhos dela".

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o outro, mas para consigo mesmo. As pessoas que têm empatia aprende-
O que é empatia ram desde cedo que os sentimentos devem ser respeitados, começando
O termo empatia foi utilizado pela primeira vez por E.B. Titchener, psi- pelos próprios. E se não receberam isso na infância, sempre é tempo de
cólogo, e o termo origina-se do termo grego empátheia, que significa "entrar aprender. Um bom exercício para isso é aprender a escutar a si mesmo,
no sentimento". Para alcançarmos este estágio é necessário deixar de lado respeitando acima de tudo, os próprios sentimentos. Afinal, só conseguimos
nossos próprios pontos de vista e valores para poder entrar no mundo do dar ao outro aquilo que temos por nós mesmos!
outro sem julgamentos. E como isso é difícil de fazer!
IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS NA EMPRESA
Geralmente, nem acabamos de falar e já estamos sendo julgados. Isso, As Relações Interpessoais desenvolvem-se em decorrência do proces-
quando não tentam nos interromper com opiniões, ainda que nem tenha- so de interação.
mos pedido, só queríamos falar, desabafar. Sabemos que isso nem sempre
é fácil de encontrarmos nas relações, mas é o que esperamos quando Em situações de trabalho, compartilhadas por duas ou mais pessoas,
contamos algo para alguém: sermos ouvido em todos os sentidos e mais há atividades predeterminadas a serem executadas, bem como interações
importante, sentir que o outro está nos compreendendo, seja com um gesto e sentimentos recomendados, tais como: comunicação, cooperação, respei-
ou um simples olhar, mas que demonstra de alguma forma sentir nossa dor. to e amizade. Na medida em que as atividades e interações prosseguem,
os sentimentos podem ser diferentes dos indicados inicialmente e então,
É preciso deixar claro que empatia não tem nada a ver com necessida- inevitavelmente, os sentimentos influenciarão as interações e as próprias
de compulsiva de realizar desejo alheios, de ajudar e de servir. E também é atividades. Assim, sentimentos positivos de simpatia e atração provocarão
muito diferente da simpatia, que é algo que sentimos pelo que o outro está aumento de produtividade.
vivenciando, sem entretanto, sentir o que ele está sentindo. E muito menos
tem haver com alexitimia, que se refere a pessoas que não conseguem Esse ciclo "atividades-interações-sentimentos" não se relaciona direta-
identificar e nem descrever seus sentimentos. mente com a competência técnica de cada pessoa e sim com o equilíbrio
emocional de cada indivíduo originando a harmonia do grupo. Quando uma
A empatia também é a primeira condição para a prática da psicoterapi- pessoa começa a participar de um grupo, há uma base interna de diferen-
a. É preciso ter uma percepção do mundo do outro como se fosse o seu ças que englobam conhecimentos, informações, opiniões, preconceitos,
próprio, o que leva a pessoa a desenvolver sua auto-estima, pois sente que atitudes, experiências anteriores, gostos, heranças, valores e estilos com-
é importante e que seus sentimentos são considerados. A empatia muitas portamentais, o que traz inevitáveis diferenças de percepções e opiniões
vezes é tudo que uma pessoa precisa, pois geralmente não encontra isso em relação a cada situação compartilhada pelo grupo.
dentro da própria família. E é a falta dessa compreensão que faz com que
muitos relacionamentos terminem. Como essas diferenças são encaradas e tratadas determinará a moda-
lidade de relacionamento entre o membro do grupo, seus colegas de traba-
Como desenvolver a empatia lho, superiores e camadas hierárquicas abaixo dele. A maneira de lidar com
Mas como alguém pode saber o que sentimos? Entrando em sintonia diferenças individuais cria um certo clima entre as pessoas e tem forte
com nossa dor física ou emocional. É reconhecer as emoções ou necessi- influência sobre toda a vida em grupo, principalmente nos processos de
dades do outro. E para desenvolver essa capacidade é preciso que a comunicação, no relacionamento interpessoal, no comportamento organi-
pessoa saiba antes de tudo ouvir e respeitar as próprias necessidades e zacional e na produtividade.
dores. Tratar-se com empatia, ser compreensivo consigo mesmo como
gostaria que fossem com você é característica básica para o autoconheci- O relacionamento interpessoal pode tornar-se produtivo a partir do de-
mento. senvolvimento pessoal e manter-se harmonioso e prazeroso, permitindo o
trabalho cooperativo em equipe, com integração de esforços, conjugando
Empatia começa com a capacidade de estar bem consigo mesmo, de energias, conhecimentos e experiências ou tornar-se muito tenso, conflitivo,
perceber as coisas que não gosta dentro de você e as coisas desagradá- levando à desintegração de esforços, à divisão de energias e crescente
veis da sua personalidade. Pessoas com dificuldade de entender o outro deterioração do desempenho grupal quando por falta de visão, de consci-
muitas vezes demonstram que possivelmente não receberam compreensão ência do ser humano em relação ao seu desenvolvimento pessoal, emocio-
em suas necessidade e sentimentos durante sua vida. Se suas próprias nal e profissional.
necessidades não foram supridas como poderá entender as necessidades
de alguém? A liderança e a participação eficaz em grupo dependem, essencialmen-
te, da competência interpessoal do líder e dos seus membros. O trabalho
A base e a prática da empatia em equipe só terá expressão real se alcançar a tão desejada e propalada
A empatia se baseia na capacidade de se colocar no lugar do outro; na sinergia para obter muito mais do que a simples soma das competências
percepção daquilo que as pessoas estão sentindo ou passando e na habili- técnicas individuais como resultado conjunto do grupo. O caminho para
dade de ouvir com carinho e atenção aquilo que estão nos comunicando e essa convivência salutar deve partir daquele que conhece, enfim, a nature-
isso deve ser feito não só através de palavras, mas também nos gestos, o za do seu papel na sociedade e tem consciência de sua responsabilidade
tom de voz, e especialmente, nas expressões faciais. perante seu grupo social e profissional. Yolanda Fernandes

É preciso colocar o sentimento à frente das palavras. Conseguindo se Liderança


colocar no lugar do outro, você se sensibiliza com as dificuldades e o A ideia da liderança vinculada aos atributos pessoais do líder predomi-
sofrimento, e é isso que nos torna mais humanos e nos possibilita realmen- nou até o início do século XX. Modernamente, entende-se liderança como
te ajudar alguém. Entrar em contato com os próprios sentimentos é a base uma função organizacional, subordinada à dinâmica de grupo.
para desenvolver a empatia. Como alguém que despreza as próprias
necessidades e sentimentos poderá compreender as necessidades do Liderança é o processo de estímulo pelo qual, mediante ações recípro-
outro? cas bem-sucedidas, as diferenças individuais são controladas e a energia
humana que delas deriva se encaminha em benefício de uma causa co-
Para desenvolver a empatia procure ouvir com a intenção de entender
mum. Esse conceito, decorrente das contribuições do movimento gestaltis-
e não de argumentar, como faz a maioria das pessoas, sempre atentas
ta, apoiado nas obras dos psicólogos Kurt Lewin e Kurt Koffka, contraria o
para saberem onde podem discordar. Deixe as pedras de lado se deseja ter
que predominava no início do século XX, segundo o qual a liderança se
uma comunicação verdadeira com alguém. A essência de escutar com
vincula estritamente aos atributos pessoais do líder. Tal conceito se expres-
empatia não é concordar, mas entender profundamente o que o outro quer
sa, de forma radicalizada, na tese do líder nato.
dizer e principalmente, o que está sentindo.
Segundo a perspectiva que subordina a liderança à dinâmica de grupo,
Como é reconfortante ter alguém que nos compreenda e a sensibilida-
o estudo da matéria deve envolver não apenas a pessoa do líder como os
de é a principal característica para essa sintonia. Sensibilidade não só com

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demais integrantes do grupo; não apenas as pessoas, como também as expectativas do grupo.
relações que se estabelecem entre elas; não apenas o meio, como os
fatores históricos e culturais que sobre ele atuam. A liderança, portanto, não As sociedades modernas deram origem a vasto número de situações
é condição passiva ou reunião de certos traços ou combinações de traços, potenciais de liderança nos setores de política, economia, lazer, trabalho
mas se produz na interação dos membros do grupo como expressão de etc. Ante a complexidade dos grupos de interesses sociais, a autoridade
ativa participação e demonstração de capacidade para conduzir cooperati- subdividiu-se, de forma a suprir as necessidades situacionais e atingir os
vamente à realização de metas. Dentro dessa perspectiva, equiparou-se o objetivos específicos de cada grupo. A exigência de uma liderança eficiente
líder a uma figura que emerge de um fundo ou contexto e a ele permanece e empreendedora no campo político decorre do crescimento do estado e da
vinculado por meio de contínua troca de influências. economia, particularmente no século XX, em face da rivalidade internacio-
nal com vistas ao progresso econômico.
Formas de liderança. Distinguem-se várias formas de liderança, combi-
nando diferentes critérios de classificação, fundados na origem dessa O líder moderno deve ser recrutado para cumprir objetivos sociais e po-
capacidade, em sua extensão ou na técnica de exercitá-los. líticos, com base no merecimento e no conhecimento especializado. Seu
campo de ação é regulado por leis e normas jurídicas. Essa conceituação
Carismática. Assim denominada por Max Weber, a liderança carismáti- moderna difere essencialmente da tradicional, em que poderosos e rígidos
ca, supostamente de origem sobrenatural, é aceita pelo grupo em períodos sistemas autocráticos e de classes fechadas atribuíam aos líderes valores
de pesadas frustrações e depressões coletivas. especiais de dominação. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
Ltda.
Reformista. Os representantes da liderança reformista se caracterizam
pela imensa carga de hostilidade e agressão de que são portadores. Seus Personalidade
dotes oratórios e capacidade de persuasão são capazes de gerar notáveis De persona, "máscara" ou "personagem de teatro", veio a palavra per-
efeitos de destruição no campo das instituições e sistemas de organização sonalidade, o conjunto de qualidades que definem uma pessoa. A psicolo-
social. gia estuda as diferenças e semelhanças entre as pessoas e busca terapias
para corrigir os transtornos de personalidade.
Executiva. Supostamente presente nas grandes organizações, a lide-
rança executiva se caracteriza principalmente pela habilidade organizadora Personalidade é o termo utilizado para designar a organização dinâmi-
e capacidade de orientação das forças coletivas. ca do conjunto de sistemas psicofísicos que determinam os ajustamentos
do indivíduo ao meio em que vive. Tem, pois, várias características: (1) é
Coercitiva. A liderança coercitiva, também chamada autoritária, carac- única, própria a um só indivíduo, ainda que este tenha traços comuns a
teriza-se pela total absorção do poder de decisão e peculiar distância social outros indivíduos; (2) é uma integração das diversas funções, e mesmo que
que separa a personalidade que a exerce da coletividade sobre a qual atua. esta integração ainda não esteja concretizada, existe uma tendência à
integração que confere à personalidade o caráter de centro organizador; (3)
De tarefa e socioemocional. A liderança de tarefa tem como caracterís- é temporal, pois é sempre a de um indivíduo que vive historicamente; (4)
tica principal a estruturação de ideias e a iniciativa na solução de proble- não é estímulo nem resposta, mas uma variável intermediária que se afir-
mas, enquanto a liderança socioemocional funciona como fator de escoa- ma, portanto, como um estilo pela conduta.
mento de tensões e promoção do moral.
No estudo da personalidade registram-se duas teorias opostas: a ca-
Estatutária e espontânea. O poder de influência e as funções de dire- racterologia e a psicologia das personalidades, ou personologia, na termi-
ção do líder por delegação estatutária decorrem de imposições legais. A nologia de Henry Alexander Murray. Para a primeira, personalidade é um
rigor, tais líderes não se revestem de autenticidade e em pouco tempo se conjunto de traços mais ou menos fundamentais que, agrupados, formam
deixam anular pela maior habilidade de organização e iniciativa dos líderes tipos em número limitado, aos quais podem ser reduzidos todos os indiví-
espontâneos, ou passam a exercer formas autoritárias de ação. duos. A personalidade será então uma estrutura fundamental estável,
analisada em seu comportamento atual. Já a personologia busca os fatores
dinâmicos da conduta, as motivações, os complexos centrais que influem
Autoritária e democrática ou liberal. O conceito de liderança autoritária
na integração da personalidade. No que tange à psicologia da personalida-
coincide com o da coercitiva. Define-se pela competência exclusiva do líder
de, a teoria volta-se para sua função integrativa, considerando-a de um
na determinação dos objetivos do grupo, em cuja discussão e fixação os
ponto de vista histórico, num esquema evolutivo.
liderados são totalmente excluídos. A liderança democrática se caracteriza
pela preocupação de, tanto quanto possível, incorporar os liderados nas
tarefas de direção. Aspectos. No estudo da personalidade devem ser observados quatro
aspectos:
Funções desempenhadas pelos líderes. As funções de que se inves- (1) Dados psicofisiológicos, provenientes da hereditariedade e matura-
tem os líderes podem ser primárias, quando se mostram essenciais ao ção em relação constante com o adquirido. O ponto de vista mais aceito
desempenho da liderança, ou secundárias, quando decorrem da própria quanto à relação entre hereditariedade e meio é o de uma interação. Os
posição assumida pelo líder. São funções primárias: (1) a de diretor ou efeitos da hereditariedade e do ambiente não são meramente somados,
coordenador das atividades do grupo, que pode ser distribuída e delegada; mas a extensão da influência de um fator depende da contribuição do outro.
(2) a de planejador dos meios capazes de possibilitar a total realização dos Os dados psicofisiológicos podem ser considerados como produto da
objetivos visados pelo grupo; (3) a de especialista e centro de informações; hereditariedade e do meio. Assim, uma pequena diferença de hereditarie-
(4) a de representante externo do grupo; (5) a de árbitro e mediador, com a dade e uma ligeira modificação do ambiente podem produzir uma enorme
decorrência natural de punir e distribuir recompensas. São funções secun- diferença da personalidade.
dárias: (1) a de apresentar-se como símbolo do grupo; (2) a de ideólogo (2) Transformações da conduta e fixação de tipos de comportamento.
que, como a anterior, está muito vinculada à liderança autoritária, mais que As transformações dependem de diversos fatores: (a) tendências elementa-
à liberal; (3) a de figura paternal; (4) a de bode expiatório ou vítima propicia- res ou adquiridas, inatas ou surgidas com a maturação, que suscitam e
tória, em condições de crise ou conseqüente estado de depressão. dirigem o comportamento; (b) operações já existentes, instintivas ou adqui-
ridas, que formam o fundamento da transformação, seja por assimilação a
um novo todo, seja por dissociação; (c) obstáculos sociais ou modelos
No que toca às expectativas em torno da conduta dos líderes, há que
culturais, cuja influência foi valorizada pela psicanálise; (d) variabilidade
observar algumas: (1) o líder deve agir de maneira a ser percebido pelos
pessoal, a personalidade em formação, que proíbe ou facilita certas possibi-
integrantes do grupo como um de seus membros; (2) os valores e as nor-
lidades, na qual se destaca o funcionamento da autodeterminação. A
mas consagradas pela coletividade devem ter sido incorporados no líder;
fixação das condutas mais complexas que substituem as condutas inade-
(3) o grupo deve poder beneficiar-se da investidura do líder, destacado dos
quadas pode ser explicada pelo que a psicologia experimental chama de lei
demais por suas qualificações; (4) ao líder cabe a tarefa de corresponder às
do efeito, e a psicanálise de princípio da realidade: permanecem as condu-

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tas que levam a um resultado favorável. etc.), e vão compor a estrutura da personalidade-base. Esta estrutura dá
(3) Determinismo social e cultura. Observações de psicólogos e antro- origem a outras instituições, de caráter secundário, que atuam para aliviar
pólogos dão exemplos de diversidade de comportamento com referência à tensões. É exemplo de uma instituição secundária a maneira pela qual os
percepção, memória e julgamento estético, segundo o tipo de grupo social. membros de uma cultura solicitam a proteção divina. Se bem que o concei-
As diferenças culturais também interferem no conceito de comportamento to de divindade seja universal, o modo de solicitar sua proteção varia enor-
normal e anormal, que exigem referência a um tipo determinado de norma memente de povo para povo, em geral como decorrência de experiências
social. Mesmo comportamentos anteriormente considerados básicos da criadas na mentalidade da criança e dos objetivos definidos pela sociedade.
natureza humana são entendidos, na atualidade, como produtos de deter- Esta variação de experiências indica que a estrutura da personalidade-base
minado tipo de cultura. é formada de elementos comuns à personalidade da maioria dos membros
(4) Condições de unidade do ego e de identidade pessoal. Tais condi- individuais de uma cultura dada.
ções são estudadas pela psicologia evolutiva e pela psicanálise. A tarefa
principal do indivíduo será manter essa unidade, apesar das modificações Surgida na década de 1930, a formulação do conceito de personalida-
do tempo e das situações dispersivas. A história individual deve ser vista de-base teve seu mais amplo desenvolvimento na década seguinte, quando
em seu quadro social, no âmbito do movimento evolutivo das sociedades. foi comprovado por experiências de campo. Cora Dubois estudou os nati-
vos da ilha de Alor, na Melanésia, e encontrou três componentes da perso-
Métodos experimentais. São estes os principais métodos experimentais nalidade: uma estrutura básica que pode ser fisiológica e comum a toda a
empregados no estudo da personalidade: (1) escalas de avaliação, nas humanidade; tendências individuais da personalidade; e formas culturais
quais os traços aparecem numa escala e o examinador deve classificar o que atuam sobre os dois primeiros componentes e ocasionam certas ten-
examinado pela cotação dos diversos traços: (2) questionários, série de dências centrais, que podem ser denominadas personalidade modal. Nesse
perguntas ao examinado, sobre motivações, atitudes, interesses etc.; (3) mesmo período, Linton realizou estudos que comprovaram sua hipótese de
técnicas projetivas, com estímulos pouco estruturados, algumas mais que a estrutura básica da personalidade se refere mais a certos denomina-
sujeitas que outras a alguma correção. dores comuns da personalidade de todos os membros de um grupo.

De todos esses métodos, o mais utilizado é o da entrevista, raramente A teoria da personalidade-base trouxe considerável avanço para as re-
dispensada pelo avaliador da personalidade de um indivíduo. Existem lações entre antropologia e psicologia, e sua aplicação por especialistas de
vários tipos de entrevista e os dados obtidos por esse meio com freqüência uma ou de outra dessas disciplinas conduziu a uma soma de dados e de
modificam a avaliação final da personalidade cujos dados haviam sido material científico valiosa para o desenvolvimento das ciências sociais.
indicados anteriormente por outros métodos. Durante muito tempo, a psico- Com a segunda guerra mundial, aumentaram os estudos sobre diferentes
logia atribuiu grande importância aos métodos ditos morfológicos de descri- culturas, e o conceito de personalidade-base tomou a denominação de
ção da personalidade, tais como os elaborados por especialistas como caráter nacional. Os estudos sobre o caráter nacional desenvolveram-se
William Herbert Sheldon e Ernst Kretschmer, ambos proponentes de tipolo- principalmente a partir de uma unidade psíquica da humanidade, diferenci-
gias em que determinadas características de personalidade eram associa- ando-se cada cultura como resultado de escolhas e rejeições operadas
das a tipos físicos. A relação entre biótipo e tipo psicológico não é mais sobre os dados culturais comuns a uma certa área geográfica. Foi este o
considerada tão importante pelos especialistas, embora não deixe de método utilizado por Ruth Benedict ao estudar o caráter nacional japonês,
fornecer subsídios ao estudo da personalidade humana. em seu livro The Chrysanthemum and the Sword (1946; O crisântemo e a
espada). Além de descrever a cultura japonesa, a autora conceituou o
princípio da configuração única de cada cultura e de cada conjunto de
Teorias psicanalíticas. Para Sigmund Freud, a estrutura da personali-
tradições históricas.
dade é formada por três instâncias: id, ego e superego. O id é inato, e dele
deriva a energia necessária à formação do ego e do superego. Tanto o que
é herdado psicologicamente quanto os instintos já existem no id no momen- O comportamento de cada grupo nacional pode ser analisado em rela-
to do nascimento. As necessidades do id são atendidas pelos processos ção a situações particulares e a atitudes e comportamentos de outros
primários e pelos atos reflexos. grupos nacionais. Este é o caráter nacional, que a rigor é o mesmo conceito
de personalidade-base, ou seja, uma configuração psicológica particular
própria dos membros de uma sociedade dada, que se manifesta por um
À medida que a criança entra em interação com o ambiente, atos refle-
certo estilo de vida sobre o qual os indivíduos limitam suas variantes singu-
xos e processos primários passam a ser insuficientes para reduzir a tensão
lares. Esta configuração é formada por um conjunto de traços. É a persona-
psicológica provocada por agentes internos e externos, e o ego se estrutura
lidade-base não porque constitua exatamente uma personalidade, mas por
para estabelecer contato com a realidade exterior. Por intermédio dos
ser a base da personalidade dos membros do grupo, a matriz sobre a qual
processos secundários, encontra então na realidade os objetos adequados
os traços de caráter se fixam e se desenvolvem. ©Encyclopaedia Britannica
à reestruturação do equilíbrio desestabilizado por tensões psíquicas. O
do Brasil Publicações Ltda.
prosseguimento das interações com o meio conduz à formação do supere-
go, ou seja, a internalização do julgamento moral, em que atuam o eu-ideal
e a consciência. O eu-ideal se manifesta por meio de injunções a respeito Uma Nova Imagem para o Servidor Público
de como a pessoa deve agir em relação a suas aspirações e a consciência Durante as últimas décadas, o Servidor Público foi alvo, por parte da
estabelece o que ela não pode fazer. mídia, de um processo deliberado de formação de uma caricatura, que
transformou sua imagem no estereótipo do cidadão que trabalha pouco,
Personalidade básica. O conceito de personalidade básica surgiu da ganha muito, não pode ser demitido e é invariavelmente malandro e corrup-
colaboração entre o antropólogo Ralph Linton e o psicanalista Abraham to. Com raríssimas exceções, presentes aliás em qualquer profissão ou
Kardiner. Com base em trabalhos de Linton sobre populações de Madagas- ramo social, sabemos que tal imagem é falsa e ardilosamente mentirosa.
car e das ilhas Marquesas, Kardiner realizou análises para verificar a exis-
tência de correlações entre as instituições da cultura e a personalidade. Sabemos também que é difícil contrapor, mesmo com argumentos ver-
Desses primeiros estudos, base de trabalhos posteriores sobre cultura e dadeiros e inteligentes, a tantos anos de bem feita propaganda negativa
personalidade, surgiu o conceito (mais produto de reflexão teórica que de pela mídia. Essa verdadeira lavagem cerebral é levada a cabo a mando de
trabalho de campo) de personalidade-base, ou personalidade básica, para segmentos sociais privilegiados, que sentem-se prejudicados em não poder
definir condutas e atitudes comuns à maioria dos integrantes de um grupo. exercer plenamente os desmandos do capital e do poder. O bloqueio das
ingerências dessa classe dominante dá-se, visivelmente, por conta do
Só após as primeiras ideias formuladas por Kardiner é que se fizeram heroísmo das diversas instituições do poder público e seus servidores, as
experiências de campo, na década de 1940. Kardiner compreendia a exis- quais somente conduzidas e representadas por servidores públicos está-
tência de certos padrões fixos de pensamento e ação, aceitos em geral por veis, capacitados e bem remunerados, podem refutar os ataques subversi-
um grupo de indivíduos e que podem causar distúrbios a estes, quando vos da alternância do poder e do crescimento e concentração do capital.
violados. As instituições primárias são formadas por certos desejos do Assim urge necessária uma nova estratégia, permanente e progressiva,
indivíduo, independentemente de seu controle (como apetite, sensualidade de esclarecimento da sociedade civil, a fim de desmistificar a função públi-

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ca, mostrando o porquê de sua existência e necessidade, o porquê de sua (20/08)
necessária e constante valorização. Há uma hostilidade contra o "Cansei" que é compreensível. Ela provém
do pessoal que apóia o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. É razoável
O cidadão, mesmo bem atendido por um servidor público, o que sabe- que quem apóia o governo tente desqualificar quem é contra o governo,
mos que é a regra, embora só sejam divulgadas as exceções, não conse- vocês não acham? Não é desejável, mas é compreensível. Especialmente
gue sustentar uma boa imagem do serviço e do servidor públicos, pois a num ambiente de radicalização política. Incompreensível, para mim, é a
mídia e o estereótipo negativo por ela criado tratam logo de desmanchar a atitude das pessoas que vivem descendo a lenha no governo federal e
boa impressão, convencendo o cidadão, em seu íntimo, de que aquele bom também achincalham o "Cansei". Pensei um pouco antes de escrever este
atendimento recebido fora, quem sabe, sorte. post, porque normalmente reluto quando é para discutir o comportamento
da opinião pública. Mas como este texto tratará de generalidades e
O convencimento da opinião pública através da mídia é uma prática po- abstrações acho que ninguém vai se ofender. Aquela hostilidade contra o
lítica e social largamente utilizada por quase todos os setores sociais, a fim "Cansei" que nasce exatamente da oposição a Lula me deixa, como disse,
de defender seus interesses e promover sua reivindicações. Infelizmente tal com a pulga atrás da orelha. Matutando e tentando ligar as coisas. Faz
ação é praticada, principalmente as de maior poder de penetração social, tempo, por exemplo, que eu desconfio da tese de que a opinião pública
para defesa de interesses puramente econômicos. Raras são as campa- (uso a expressão a partir do método gramsciano, o desenvolvido na cadeia)
nhas de mídia e tentativas de convencimento e formação de opinião pública é vaquinha de presépio da oposição. É o contrário. A oposição é que está
que defendem o interesse coletivo, estas geralmente patrocinadas por refém da opinião pública. Por sinal, nessa parceria entre a opinião pública e
organizações não governamentais de defesa da infância, do meio- a oposição só quem tem se dado bem é a opinião pública -que de tempos
ambiente, sindicatos, entre outras. em tempos exibe o seu poder, enquanto a oposição não consegue ganhar
umazinha sequer. Na eleição do ano passado, por exemplo, a oposição foi
atrás dos conselhos da opinião pública e se deu mal. A opinião pública vem
Não estamos falando aqui de campanhas milionárias de marketing.
com suas maluquices e acaba arrastando a oposição a situações que a
Vemos diariamente na mídia esses setores sociais organizados praticando
oposição não planejou nem desejou. Dura tem sido a vida da nossa
seus lobbies, influindo nas pautas dos Jornais e Telejornais, dos programas
oposição, nesse cabresto que lhe foi colocado pela opinião pública. Não se
de auditório e dominicais e até na criação das telenovelas, trazendo à tona
sabe o que a oposição deseja ou propõe para o Brasil, pois ela se limita a
não a discussão sobre o tema, mas o seu próprio posicionamento, a fim de
reverberar os movimento espasmódicos da opinião pública. É nessa
influir a opinião pública, induzindo a sociedade a pensar dessa ou daquela
conjuntura que aparece o "Cansei", um movimento orgânico de oposição ao
maneira. Senhores respeitáveis, críticos de revistas, jornais e noticiários de
governo federal mas que não nasceu da opinião pública. Aliás, um registro.
televisão, moldam o pensamento popular ao bel prazer de seus endinheira-
O "Cansei" conseguiu em poucas semanas mobilizar mais gente contra o
dos anunciantes, em clara oposição ao interesse público.
governo do que dois anos de campanha da opinião pública contra Lula.
Querem saber? Eu aposto que o problema da opinião pública com o Cansei
A estratégia aqui rascunhada, para obter resultados satisfatórios, deve é porque o "Cansei" não veio da opinião pública, e portanto não está
ser implementada, necessariamente, em caráter permanente e de longo encabrestado por ela. A opinião pública está com ciúmes do "Cansei", que
prazo, já que desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa não lhe pediu licença para ir às ruas gritar "Fora Lula". Eu me oponho
de paciência e que demanda, principalmente, tempo. politicamente ao "Cansei". Eu defendo que Lula está fazendo um bom
governo e deve ficar no cargo até o fim do mandato. Se o governo fosse
Para o sucesso de uma campanha institucional deste porte é impres- meu, eu faria coisas diferentes. Mas o fato é que os votos foram do Lula e
cindível a continuidade das ações, sob pena de os valiosos e dispendiosos não meus. É uma premissa fundamental. Eu me limito a analisar e criticar
esforços depreendidos na conquista de posições favoráveis à imagem do as realizações do governo Lula no âmbito do que Lula prometeu quando
Servidor Público percam-se em uma breve interrupção das ações institucio- pediu os votos dos eleitores em 2002 e 2006. Não no âmbito do que eu
nais, pois os ataques da mídia ao serviço público certamente não cessarão. acho que o Lula deveria fazer. Mas este post não é sobre o governo. É
Essa continuidade de ações, por seu tempo, depende de garantia por parte sobre as relações entre a oposição, a opinião pública e o "Cansei". Eu
dos sindicatos, federações e até das confederações e coordenações nacio- saudei desde o início o movimento, pois nada há de mais saudável do que
nais, se possível de forma estatutária, dos recursos necessários, humanos as pessoas descontentes com o governo irem para a rua dizer que estão
e financeiros, de modo que se possa tornar tal campanha institucional como descontentes. Eu não estou nem aí para o fato de haver gente rica no
uma rubrica indispensável nos orçamentos e planejamentos das adminis- "Cansei". O problema do Brasil não são os ricos. A China, por exemplo, tem
trações sindicais. hoje muito mais ricos do que tinha trinta anos atrás. E a China está muito
melhor do que estava trinta anos atrás. Enriquecer é glorioso, afirmava o
Muitas ideias simples, baratas e de fácil implementação, para positivar arquiteto da China contemporânea, Deng Xiaoping. Ele tinha razão. Quem
a imagem do servidor público e acabar com o estereótipo do paletó na é rico tem dinheiro sobrando para investir e, portanto, propiciar
cadeira, pipocam por este país, nos mais diversos setores do serviço públi- oportunidades econômicas a quem não é tão rico assim. O Brasil deveria
co. Porém, são ações que, de forma isolada, dificilmente surtiriam algum copiar a China nesse aspecto. Precisamos de ricos em maior quantidade, e
efeito positivo, o que as faz se dissiparem antes mesmo de postas em de ricos mais ricos. Acho que nisso o pessoal do "Cansei" concorda
prática. comigo. Onde é que talvez esteja a nossa maior discordância? Pode ser
que a turma do "Cansei" ache que o Brasil estaria melhor se os ricos além
O que faz falta é a canalização e aprimoramento desses assuntos por de ficarem cada vez mais ricos também mandassem no país. Eu penso que
uma equipe multidisciplinar, a fim de transformarem-se ideias em iniciativas não, que o melhor é os ricos cuidarem de enriquecer enquanto os não tão
positivas e, na prática, de forma lenta, sistemática e contínua, através da ricos assim governam. Mas é apenas uma diferença de pontos de vista.
utilização dos vários mecanismos de convencimento e de mídia, iniciar o Não é motivo para ficar brigando. Até porque quem vai decidir a parada não
processo que resultará numa sociedade na qual se possa defender o somos nem eu nem a turma do "Cansei". Muito menos a opinião pública. É
servidor público como um esteio das instituições democráticas, primordiais o povo, na urna. Esse, por sinal, talvez seja o maior problema do pessoal
para a soberania, liberdade e defesa dos direitos mais elementares. do "Cansei" e também da opinião pública: depois dos discursos, contar o
voto na urna. Blog do Alon
Por menores a mais demorados que sejam os resultados, serão sem-
ABSENTEÍSMO NO SERVIÇO PÚBLICO
pre satisfatórios e de longa duração, pois desde sempre a impopularidade
do serviço público só cresce e, a estagnação ou o recuo deste quadro de Texto extraído do Jus Navigandi
impopularidade serão vitórias demoradas mas imprescindíveis para alavan- http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9204
car e facilitar as demais conquistas almejadas por esses valorosos cida-
dãos brasileiros: os servidores públicos municipais, estaduais e federais Luís Fernando Quinteiro de Souza
das três esferas de poder. Sergio Amorim dos Santos delegado seccional de Polícia de Ourinhos (SP), professor de Direito
A OPINIÃO PÚBLICA, OS RICOS E O "CANSEI" - ATUALIZADO Administrativo e Direito Processual Penal nas Faculdades Integradas de
Ourinhos

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O estudo da Administração Pública, partindo do conceito jurídico de Es- Apesar da possibilidade de rotatividade de pessoal, de modo célere,
tado, compreende, inicialmente, a organização soberana, com a instituição que a iniciativa privada têm a seu alcance, diante do regime jurídico adota-
constitucional dos três Poderes que compõem o Governo, na clássica do para a contratação e demissão, nos moldes da Consolidação das Leis
tripartição de Montesquieu, isto é, Legislativo, Executivo e Judiciário, inde- do Trabalho, ainda assim é oneroso a qualquer empresa privada, pelas
pendentes e harmônicos entre si, com funções precípuas e imanentes do responsabilidades trabalhistas decorrentes de demissão e de admissão de
Estado. novo empregado, com a respectiva capacitação, mas, de qualquer forma, é
sempre bom realçar, em que pese tais encargos, constitui num verdadeiro e
Sequencialmente, segue-se a organização da Administração, consis- autêntico privilégio constitucional, à disposição do empregador, do qual não
tindo na estruturação legal das entidades e órgãos que irão desempenhar dispõe o Administrador Público, diante de funcionário ausente por desídia
as funções, através de agentes públicos e o rol de suas atividades, numa ou necessidade premente, o qual, para submeter-se a um processo disci-
concepção moderna de desenvolvimento e funcionamento dos serviços a plinar administrativo, goza de um elenco de situações privilegiadas, que
serem prestados aos administrados, ou seja, à coletividade, de forma demanda muito tempo a concretizar-se.
generalizada.
É de extrema relevância que o servidor público (que um dia, por crité-
No contexto global da Administração Pública a representação humana rios de seleção e por meio de concurso público, se destacou entre seus
se faz através dos agentes públicos, conceituados pelo consagrado Hely inúmeros pares, foi aprovado e vislumbrou a possibilidade de fazer carreira
Lopes Meirelles: "como pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitori- na atividade de governo, com segurança e estabilidade, características
amente, do exercício de alguma função estatal" [01]. Ainda, o gênero agente inexistentes na iniciativa privada), atue, de modo perene, com a consciência
público, comporta as espécies agentes políticos, agentes administrativos, voltada à importância de seu trabalho assíduo e permanente, para o desen-
agentes honoríficos e agentes delegados, com algumas sub-espécies, que volvimento de seu país, de seu Estado e de sua cidade, além de seu cres-
em outra oportunidade poderão ser objeto de análise mais específica. cimento interior, dignificando o seu nome e sua atividade laborativa, tanto
para conhecimento próprio e servir de exemplo à sua linha ascendente
Os órgãos públicos, como centros de competência instituídos para o como para sua descendência, destacando-se entre seus pares.
desempenho de funções estatais, têm seus cargos ocupados por pessoas
físicas que atuam como seus agentes, com parcelas de seu poder, ou seja, Entretanto, concomitantemente, com a grande massa de servidores
a máquina estatal somente exteriorizará e concretizará sua vontade política que pensam, ajam e atuam de maneira sóbria e responsável, concretizando
através de seus servidores públicos, que ocuparão os cargos existentes e e materializando os anseios do Poder Central e, reconhecidos como dignos
desempenharão, nos limites dos princípios que norteiam a Administração paladinos estatais, temos um insignificante segmento de funcionários, mal
Pública, o serviço pretendido pelo governante, em benefício da sociedade. contratados e mal formados, despidos de qualquer senso de responsabili-
dade e respeito para com seus pares e para com sua entidade estatal, os
Nosso propósito é demonstrar as dificuldades e os problemas que re- quais absorvem proventos correspondentes, sem prestar uma atividade
sultam ao Poder Público, consequentemente, à coletividade, quando a sequer, sobrecarregando o colega de trabalho e que por meio de subterfú-
figura relevante do agente público pratica, de modo espontâneo ou não, o gios legais, arcaicos e absurdos como reiteradas e descabidas licenças
absenteísmo, culminando na prestação de um serviço de má qualidade ou médicas, por patologias relativamente simples, conseguem burlar a Admi-
deficitário, com sérios prejuízos aos seus destinatários. nistração Pública, de modo a impedi-la de torná-lo readaptado para outra
atividade, culminando, por vezes, em permanecer claro o seu cargo, até por
décadas, sem, inclusive, a viabilização de uma aposentadoria precoce, o
Absenteísmo, palavra de origem francesa, absentéisme, significa pes- que ensejaria o preenchimento do claro existente naquela carreira, com
soa que falta ao trabalho, ou ainda, ausência no serviço por inúmeros conseqüências externas, que atingem o público em geral, como menor
motivos, propositais ou por circunstâncias alheias à vontade do trabalhador. qualidade e desempenho do serviço prestado.

Trazendo o conceito acima para o serviço público, o Administrador da Por outro lado, o Administrador Público inovador, diante de situações
Coisa Pública, como dirigente e fiscalizador de um órgão estatal, se depara dessa natureza, para a qual não concorreu e sequer deu causa, tem a
com graves situações concretas com resultados nefastos e jamais preten- oportunidade de, também com supedâneo aos princípios informadores do
didos pelo Estado. Estado de Direito, fazer uso de sua imaginação, criando ou buscando
alternativas permitidas, para sobrepor àquelas carências provocadas pelo
O absenteísmo tem se tornado problema crucial tanto para as organi- absenteísmo e, consequentemente, minimizando o estado de ira e revolta
zações particulares como para as estatais e, respectivamente, aos seus no ambiente de trabalho, promovendo cursos de capacitação, prêmios de
administradores, os quais percebem a repercussão no quantitativo de incentivo e de valorização profissional, procurando recursos para moderni-
recursos humanos e, por via de conseqüência, o reflexo na qualidade do zar o labor e, assim, ofertando melhores meios ao desenvolvimento de
serviço prestado. Suas causas estão ligadas a múltiplos fatores, tornando-o qualquer atividade a que está incumbido o Estado.
complexo e de difícil gerenciamento, pois, inúmeras situações pessoais do
servidor podem desencadear no seu surgimento, como exemplo problemas FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA OPINIÃO PÚBLICA
de ordem pessoal, biológica, ambiental, social, familiar, financeira, funcio-
Sidineia Gomes Freitas
nal, etc.
INTRODUÇÃO
Segundo Gaidzinski, que desenvolveu um estudo para dimensionar o
quadro de pessoal para os serviços, classificou as ausências em previstas Falar de opinião pública é assunto apaixonante e controverso. Isto pos-
e não previstas. Constituem a primeira classe aquelas permitidas e de to, fica ainda mais difícil darmos um passo além e analisarmos o tema:
direito ao servidor, podendo ser planejadas com antecedência como férias, Formação e desenvolvimento da opinião pública.
folgas e feriados. As ausências não previstas são as que efetivamente
caracterizam o absenteísmo, pelo seu caráter imprevisível, como faltas Pela profundidade do assunto, temos consciência de que não o esgota-
abonadas e injustificadas, licenças médicas, acidente de trabalho, licenças remos, mas sim indicaremos alguns parâmetros para a sua discussão.
maternidade e paternidade, período de nojo, de gala, de cursos de especia-
lização e outras situações que impedirão o servidor ao trabalho. Em quais- CONCEITO DE OPINIÃO PÚBLICA
quer, das hipóteses, este fenômeno ocasiona não só custos diretos, mas Na verdade, o conceito de opinião pública vem se transformando atra-
também indiretos, representados pela diminuição da produtividade porque vés dos tempos. No século XIX ocorreu a primeira revolução industrial,
haverá menos servidores em ação, com redução da qualidade do serviço surgiu a imprensa e as reivindicações deixaram de representar apenas os
uma vez que um outro funcionário em atividade executará também o servi- interesses de um grupo dominante, abrangendo caráter não só político,
ço do ausente, ocasionando, certamente, a diminuição da eficiência e mas também social e econômico.
eficácia nos resultados esperados.

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Os estudiosos da opinião pública consideram-na, antes de mais nada, Seria bom se estivéssemos sempre diante de públicos e de indivíduos
um estudo essencialmente interdisciplinar que envolve a Sociologia, a no público, mas Monique Augras nos diz que “A opinião pública é, declara-
Psicologia Social, a Ciência Política e outras. damente, uma alavanca na mão do demagogo. Daí em diante aparecerá
um duplo aspecto: expressão genuína da vontade do povo e meio de
O senso comum utiliza o termo opinião pública com naturalidade (gran- manipulação desse povo”. Nas sociedades complexas nem sempre a
de parte de nossos representantes políticos assim agem), mas ao investi- opinião pública influencia e determina ações, sejam tais ações de caráter
gador interessa saber o que é opinião pública. puramente social, ou de caráter político e econômico. Por isso, precisamos
verificar que fatores interferem na formação e no desenvolvimento da
A reflexão nos leva, automaticamente, a lembrarmos de grupo, de pú- opinião pública.
blico, de atitude de maioria, de opinião, do indivíduo no grupo, no público.
OPINIÃO PÚBLICA: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
A professora Sarah Chucid da Viá refere-se à definição de Kimbal Além da classificação dos grupos, os fatores sociais, os psicológicos, a
Young: “Opinião é conjunto de crenças a respeito de temas controvertidos persuasão e os veículos de comunicação massiva interferem na formação e
ou relacionados com interpretação valorativa ou o significado moral de desenvolvimento da opinião pública.
certos fatos”.
No sentido de facilitarmos a análise isolaremos as interferências.
Monique Augras afirma “a opinião é um fenômeno social. Existe ape-
nas em relação a um grupo, é um dos modos de expressão desse grupo e Fatores Sociais
difunde-se utilizando as redes de comunicação do grupo”. O tipo de sociedade ao qual pertencemos, nossa classe social e as vá-
rias relações estabelecidas interferem na formação da opinião pública. Nas
De fato, a opinião tem sua origem nos grupos, mas só assim não carac- sociedades mais estáticas as opiniões são mais permanentes e se aproxi-
terizaremos a opinião pública, porque esses grupos transformam-se em mam mais de crenças, enquanto que em sociedades mais dinâmicas os
públicos quando se organizam em torno das controvérsias, com ou sem indivíduos tendem a mudar de opinião e devido à grande mobilidade social,
contigüidade espacial, discutem, informam-se, refletem, criticam e procuram opiniões se transformam ou até mesmo desaparecem.
uma atitude comum, e atitude para a professora Sarah Chucid da Viá “é
uma tendência para atuar, agir. Relaciona-se com os hábitos, com os Os grandes centros urbanos apresentam grande mobilidade social dife-
comportamentos e transforma-se em opinião quando adquire um caráter renciando-se da população concentrada em aldeias rurais, onde há mais
verbal e simbólico”, mas onde fica o indivíduo na opinião pública? dificuldades nos contatos e nas informações.

Ora, todos nós sabemos que o indivíduo, o ser humano, é um ser soci- A classe social também interfere na formação da opinião. “Marx afirma
al e não vive sozinho. No mínimo pertencerá ao grupo primário “família”. Na que toda a opinião é opinião de classe, uma opinião determinada pelo
verdade, ainda não se sabe qual é a real natureza do termo opinião pública, grupo social em que se vive”, nos lembra a professora Sarah C. da Via.
mas analisando o que dizem os especialistas podemos encontrar pontos de
destaque sobre o assunto. Vejamos: Os Fatores Psicológicos e a Persuasão
• a opinião pública está diretamente relacionada a um fenômeno so- Os fatores psicológicos são os que melhor explicam a formação da o-
cial que poderá ou não ter caráter político; pinião pública, pois opinião relaciona-se com o conjunto de crença e ideolo-
• é um pouco mais que a simples soma das opiniões; gia de um indivíduo que tem disposição para expressar-se (caso não se
• é influenciada pelo sistema social de um país, de uma comunida- expresse trata-se de uma atitude latente) e “a opinião seria um dos modos
de; de expressão dessa disposição, surgindo a propósito de um acontecimento
• é influenciada pelos veículos de comunicação massiva; determinado. Sendo essencialmente expressão, a opinião é de natureza
• poderá ou não ter origem na opinião resultante da formação do pú- comunicativa e interpessoal. Serve de mediadora entre o mundo exterior e
blico; a pessoa sob dois aspectos: 1) adaptação à realidade e ao grupo; 2) exteri-
• não deve ser confundida com a vontade popular, pois esta se rela- orização”, nos lembra a professora Sarah C. da Viá.
ciona aos sentimentos individuais mais profundos;
• depende e resulta de uma elaboração maior; Ocorre que a adaptação à realidade e ao grupo, bem como a exteriori-
• não é estática, é dinâmica. zação, envolvem a identificação, a projeção e a rejeição que verificamos no
relacionamento social, e não é difícil observarmos isto nas representações
coletivas, pois todos desejam a aprovação social. “As opiniões considera-
Convém aqui destacar que a opinião de um grupo não é a opinião do
das pelo indivíduo com a maior cautela; inversamente, se alguém tiver
público, e a melhor forma de esclarecermos o assunto ainda é o exemplo.
necessidade de agressão e de autonomia, expressá-la-ás sem restrições”,
Assim, sabemos que no grupo primário “família”, a hierarquia, bem como a
analisa a professora Sarah C. da Viá.
comunicação face a face, interfere na discussão que é mais do tipo demo-
crático direto, onde geralmente a opinião preponderante é a do líder do
grupo (o chefe da família, por exemplo). Ainda considerando a identificação, a projeção e a rejeição iremos en-
contrar os estereótipos criados nas sociedades de massa onde os fatores
afetivos e irracionais funcionam com maior intensidade.
No grupo primário “família”, os problemas são mais concretos, mas nas
sociedades mais complexas, os grupos secundários (escola, igreja) carac-
terizam-se por apresentarem indivíduos com multiplicidade de tarefas e de Os estereótipos apresentam algumas características que auxiliam so-
atividades, e os problemas tornam-se mais abstratos, bem como as rela- bremaneira a formação e desenvolvimento da opinião pública. Vejamos:
ções também se tornam mais abstratas e surge a controvérsia que, a meu • o estereótipo é persistente, pode permanecer por gerações;
ver, é a origem da formação do público. • é elaborado por um grupo para definir-se ou definir outro grupo;
• apresenta ma imagem idealizada do próprio grupo;
A essa altura, surge o indivíduo no público que, segundo o Prof. Dr. • apresenta a esquematização, onde as qualidades de um objeto
Cândido Teobaldo de Souza Andrade: são reduzidas a uma só;
• não perde a faculdade de crítica e autocontrole; • engloba todos em único conceito;
• está disposto a intensificar sua habilidade de crítica e de discussão • tem função compensatória de frustrações, assim, o outro grupo
frente a controvérsia; passa a ser responsabilizado pelas frustrações.
• age racionalmente através de sua opinião, mas está disposto a fa- Os estereótipos são, de fato, fantasias, mas fantasias que determinam
zer concessões e compartilhar de experiência alheia. atitudes que podem levar à ação. Pessoas, frases, modelos podem trans-
formar-se em estereótipos.

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Criar estereótipos, alterar e induzir opiniões irá requerer a persuasão. A A opinião pública não é resultado do impulso de multidões passageiras
persuasão tem na propaganda sua melhor arma de ação, pois a propagan- que, excitadas por um fato novo e na fantasia criada pelos estereótipos e
da pode ser definida como técnica que manipula as representações, os apaixonada por seus oradores, precisam adquirir a exata consciência de
estereótipos e influencia nas ações humanas, nas atitudes das pessoas. nação.
Por outro lado, sabemos que o homem é um ser social, é passível de
influência e, portanto, pode ser persuadido. Quer e deseja a aprovação Precisamos não só informar, mas principalmente formar, e Canfield já
social. registrava: “No seu papel de divulgar informações ao público, o profissional
de Relações Públicas ocupa uma posição chave na formação de uma
De fato, a persuasão e a propaganda andam de mãos dadas, pois o opinião pública esclarecida”.
professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade nos diz: “A propaganda é
considerada suspeita, porque na área da discussão pública, ela molda OBSERVAÇÕES FINAIS
opiniões e julgamentos, não baseada apenas no mérito da controvérsia,
A controvérsia deve ser vista como fato natural em uma sociedade
mas, principalmente, agindo sobre os sentimentos. O objetivo precípuo da
mais evoluída. Assim, a iniciativa privada e o governo devem acostumar-se
propaganda é implantar uma atitude que vem a ser sentida pelas pessoas
a discutir.
como natural, certa e espontânea. Deseja assim a propaganda criar uma
convicção e obter ação de acordo com essa convicção”.
Não é porque uma empresa é alvo de críticas, que deixará de existir.
Pelo contrário, é necessário que se estabeleça o diálogo e que os empresá-
Os Veículos de Comunicação Massiva
rios assumam sua responsabilidade social, pois o público não só deseja,
Somos constantemente bombardeados pelos veículos de comunicação mas principalmente merece explicações.
massiva que agem sobre nossas opiniões, nossas atitudes, nossas ações.
“Hoje, mais do que ontem, a humanidade tem como seu alicerce a opi-
Bombardeiam nossos lares e formam nossas crianças.
nião pública e exclusivamente sobre essa base o mundo pode sobreviver. A
sociedade de massas precisa ser substituída pela comunidade de públicos,
A interferência desses veículos vem sendo lembrada a todo momento
pela evasão do pensamento coletivo, mediante apelos dirigidos à razão e à
nos problemas levantados em nosso curso.
reflexão. A humanidade só poderá viver em harmonia se existir ampla e
Os veículos de comunicação massiva usam e abusam da propaganda. livre comunicação, sob pena de sofrermos uma imprevisível rebelião das
massas”, nos lembra o professor Teobaldo.
Basta nos colocarmos diante de um aparelho de televisão realizarmos uma
simples contagem do número de comerciais veiculados. Estamos diante de
veículos onerosos e somente grupos poderosos podem mantê-los e mane- Childs nos diz: “Os grupos de pressão identificam seus interesses com
já-los, mas a opinião pública existe, não pode continuar a ser manipulada o interesse público. Essa identificação não se pode efetivar com um simples
de maneira abusiva e desejamos chegar mais próximos da verdade. Porque movimento de pena ou agir de mão. O público está sempre interessado em
ao invés de negarmos o poder de tais veículos, não utilizá-los de modo decisões mais sábias e racionais quanto a assuntos de relevância para ele.
mais racional e eqüitativo? Os grupos de interesse agem. Suas competência para decidir sabiamente depende, em grande parte, do
grau em que os grupos de pressão esclarecem o seu espírito, e não da
PÚBLICO E OPINIÃO PÚBLICA extensão em que despertam instintos animais”.
O professor Cândido Teobaldo de Souza Andrade e quase todas as o-
bras que falam de Relações Públicas admitem a existência de grupos, mas Childs continua sua análise, demonstrando as condições básicas para
sabem que um grupo pode ou não se constituir como um público. Desta o exercício da democracia que são:
forma, chegamos às características da opinião pública que, segundo o • direito de escolha;
professor Teobaldo, fica assim caracterizada: • liberdade de expressão;
• não é uma opinião unânime; • substituição de apelos irracionais por apelos menos irracionais, já
• não é, necessariamente, a opinião da maioria; que as emoções e os sentimentos não podem ser esquecidos;
• normalmente é diferente da opinião de qualquer elemento do públi- • mais informação às massas e muita reflexão;
co; • educação;
• é uma opinião composta, formada das diversas opiniões existentes • uso adequado da propaganda.
no público;
• está em contínuo processo de formação das diversas opiniões e- Childs apresenta ainda os pontos fundamentais que Relações Públicas
xistentes no público; deve observar, no que se refere ao controle social, quando falamos em
• está em contínuo processo de formação e em direção a um con- opinião pública.
senso completo, sem nunca alcançá-lo.
Vejamos:
Sabemos que os grupos de interesse, as pessoas interessadas e os • Relações Públicas, em seu sentido mais amplo, referem-se àque-
espectadores constituem o público. les aspectos do nosso comportamento individual ou institucional
que tem implicações sociais;
Os grupos de interesse têm importante papel na formação da opinião • O problema fundamental de relações públicas é por essas relações
pública e, mais uma vez, o professor Teobaldo nos lembra que os grupos em conformidade com o interesse público – um interesse que está
de interesse colocam a controvérsia e esforçam-se para obter aliados entre sendo constantemente redefinido pela opinião das massas;
os desinteressados. Desta forma o desinteresse, e a não informação contri- • Temos não só o dever de sujeitar-nos à opinião pública, mas tam-
buem para a ação dos grupos de interesse. “Esses grupos de interesse, no bém a responsabilidade e a oportunidade de modelá-la e guiá-la;
seu esforço para moldar opiniões, podem provocar, pela propaganda, o
• Agindo assim, precisamos estar conscientes do significado social
estabelecimento de atitudes emocionais e sentimentos. A contrapropagan-
da propaganda – do papel que cabe na teoria democrática e das
da faz aparecer, novamente, a controvérsia e o processo de discussão.
condições essenciais para o seu correto funcionamento;
Assim, pode-se notar que a propaganda é prejudicial somente quando
existe apenas uma propaganda”. • Em última análise, a opinião pública é aquilo que, coletivamente,
fazemos com que ela seja. Só quando procuramos, de todas as
De fato, a opinião pública deve funcionar como fiscal necessário e, pa- maneiras possíveis, melhorar a sua qualidade é que nos libertamos
ra que isto ocorra, os seres racionais devem tornar-se cada vez mais racio- dos perigos do conformismo”.
nais, mas vivemos em uma sociedade de massas onde o interesse privado
geralmente se sobrepõe ao interesse público. Hoje, o que temos é a multi- A estes aspectos, devemos incluir a administração da controvérsia e,
dão, que foi característica da antiguidade e da Idade Média. Temos a neste caso, a profa. Sarah C. da Viá nos traz as diferenças no tratamento
massa de consumidores. Onde está o público? da informação, quando diz: “Numa comunidade de públicos, a discussão é

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o meio de comunicação fundamental, e os veículos de comunicação de O estilo de gestão autoritário e hierarquizado cede lugar à
massa, quando existem, apenas ampliam e animam a discussão, ligando administração tipo “rede”.
um grupo primário com as discussões de outro”. E continua: “Numa socie- A organização do futuro será uma federação de empreendedores
dade de massas, o tipo de comunicação dominante é o veículo formal, e os internos.
públicos se tornam apenas simples mercados dos veículos de comunicação Nessa nova organização, o fator de qualidade será primordial e a
de massa”. intuição passa a assumir um papel cada vez mais relevante.
O centro de interesse se desloca da infra-estrutura para a qualidade
de vida.
3 CONHECIMENTOS BÁSICOS DE ADMINISTRA- Downsinzing  Nas décadas de hiper desenvolvimento que se
ÇÃO. 3.1 CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES seguiram à segunda grande guerra todas as empresas incharam suas
estruturas no intuito de estarem presentes em diversos mercados. Pode até
FORMAIS: TIPOS DE ESTRUTURA ORGANIZACIO-
ter sido a opção correta na época.
NAL, NATUREZA, FINALIDADES E CRITÉRIOS DE Porém o mundo mudou, a tecnologia evoluiu, e nenhuma
DEPARTAMENTALIZAÇÃO. 3.2 PROCESSO ORGA- organização consegue sustentar estruturas administrativas pesadas,
NIZACIONAL: PLANEJAMENTO, DIREÇÃO, COMU- havendo, portanto necessidade de eliminar o excesso de gorduras.
NICAÇÃO, CONTROLE E AVALIAÇÃO. 3.3 COM- O downsinzing não se refere à demissão de Office boy e auxiliares
PORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO, como forma de redução de custo de pessoal, mas sim a técnica de
LIDERANÇA E DESEMPENHO. adequação do tamanho e da qualidade da estrutura com vistas à
consecução dos objetivos com máxima produtividade.
O administrador é a pessoa responsável pelo desempenho do Administração Participativa  Apesar de não ser técnica muito
trabalho de outras pessoas. A administração é o processo de utilização dos recente, essa teoria ganhou vulto maior na década de 80, notadamente
recursos organizacionais para atingir objetivos específicos através das entre os brasileiros. Sua lógica é muito simples, os níveis hierárquicos
funções de planejar, organizar e alocar pessoas, liderar e controlar. Os inferiores possuem tanta ou mais informações sobre o dia a dia dos clientes
níveis de organização compreendem administradores de alto nível, nível e dos concorrentes que os próprios gerentes.
médio, de nível operacional e colaboradores individuais. As categorias de Desenvolver mecanismos de escuta e coleta de informações e
administradores incluem administradores funcionais e administradores- sugestões pode resultar em significativa economia de tempo, dinheiro e
gerais, administradores de serviços públicos (sobretudo administradores em demais recursos. Foi-se o tempo em que somente os donos, os principais
organizações sem fins lucrativos), empreendedores (aqueles que começam diretores e uns poucos iluminados detinham o saber nas organizações. Mas
negócios inovadores), proprietários de pequenos negócios e líderes de a administração participativa não é apenas instalar uma caixinha de
equipes. sugestões nem transferir responsabilidade para os empregados.
Para atingir as metas de organização, os administradores de Administração da Qualidade Total  Foi-se também o tempo em que
recursos a levam a cabo as funções administrativas básica. Os recursos era assunto da engenharia, da produção ou da assistência técnica. Na
são divididos em categorias:humanos, financeiros, físicos e informativos. organização moderna, qualidade é atributi de todos e deve estar presente
Os administradores de alto nível valorizam o planejamento estratégico, em toda parte, em todas as tarefas, em todas as pessoas, produtos e
enquanto os de nível operacional se concentram na liderança face a face. serviços. O certificado ISO 9000 virou mania e muitas empresas gastaram
Para realizar suas tarefas, os administradores necessitam de pequenas fortunas nesse sentido, muitas vezes por puro marketing,
habilidades interpessoais, conceituais, diagnósticas e políticas. Um modo acabando por perdê-la poucas auditorias mais tarde. Na maioria das vezes
eficaz de desenvolver habilidades administrativas é seguir um modelo de eram casos em que a cúpula queria por que queria a certificação e exigiu
aprendizado geral. O modelo envolve conhecimento conceitual, linhas que toda a organização, exceto a própria cúpula, se empenhasse em obtê-
gerais de comportamento, exemplos a seguir, exercícios de la. Descobriram que perderam tempo e dinheiro, pois a política da
desenvolvimento de habilidade e feedback. As habilidades administrativas qualidade total começa pelo comprometimento da cúpula.
são também adquiridas através de uma combinação de cultura e Reengenharia  Em determinadas circunstâncias aperfeiçoar o que já
experiência. existe pode até trazer alguma lehoria, mas começar de novo livrando-se
O ambiente externo da empresa é dividido em forças ambientais dos vícios da estrutura e do modelo anterior, pode propriciar melhorias da
gerais e especificas. As forças ambientais gerais são: econômicas, ordem de 80 a 90%. Reengenharia é uma mudança drática na forma de
sociais/culturais, políticas/legais, tecnológicas e internacionais. As forças produzir e gerenciar, orientada para o obajetivo maior da organização e não
ambientais especificas são os clientes, fornecedores de apenas a busca de pequenas melhorias. Não apenas organizações em
créditos/fornecedores, mercados de trabalho, agências regulatórias e os extrema dificuldade podem reengenheirar, mas também aquelas que estão
concorrentes. em situação relativamente cômoda hoje mas vislubram a continuidade
Os maiores desafios para os administradores incluem: ênfase sobre desse estado num futuro próximo.
a qualidade total, organizações baseadas em equipe, downsinzing
corporativos, reengenharias, ambiente de trabalho polarizado (empregos de ÉTICA NOS NEGÓCIOS
alta habilitação versus emprego de baixa habilitação), integração das Compreender e praticar bons negócios é uma parte importante do
demandas de trabalho e da família ênfase na ética. Outro desafio é o de trabalho de um administrador. Uma das muitas razões pelas quais a ética é
lidar com os sindicatos, porque eles são afetados pelos outros desafios. importante é a de que os clientes e fornecedores preferem lidar com
As crises geram a necessidade de mudança, mas para mudar certo é empresas éticas. A ética é o estudo da obrigação moral, ou a separação do
preciso primeiro identificar qual é o real problema para depois pensar nas certo e do errado.
possíveis soluções. Pior que estar doente é tomar o remédio errado, ou o Quando decidirem sobre o que é certo ou errado, as pessoas podem
remédio certo porem em doses equivocadas. focalizar as consequências; responsabilidades, obrigações e princípios; ou
Algumas das principais novidades em tecnologia de gestão integridade. Focalizar as consequências é chamado de utilitarismo, porque
produzidas nas últimas décadas e que provaram ter valor : o tomador de decisão está preocupado com a utilidade da decisão.
Reinventando as organizações  Os autores John Naisbitt e Patrícia Examinar as próprias responsabilidades na tomada de decisão é a
Aburdene apontam algumas características do que denominas reinvenções abordagem deontológica, que se baseia nos princípios universais como
das organizações: honestidade e equidade. De acordo com a abordagem da virtude, se o
O novo papel do dirigente é o de cultivar e manter um ambiente tomador de decisão tem bom caráter e motivações e intenções genuínas,
propicio ao desenvolvimento pessoal; ele está se comportando eticamente.
Os sistemas de remuneração devem atuar como estímulos e Os padrões e valores morais de uma empresa ajudam a nortear uma
recompensarem o desempenho e a inovação; atitude ética na tomada de decisão. Os valores de uma pessoa também
O emprego permanente e de tempo integral perde terreno para influem no tipo de comportamentos que ela acredita são éticos. De acordo
outras formas de prestação de serviço. O que se pode dizer da estabilidade com uma administração eticamente centrada, a alta qualidade de um
no serviço? produto final tem precedência sobre a obtenção do prazo de entrega.

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Verdadeiras catástrofes podem advir quando a administração não e direta quando não houver as condições sociais mínimas para compartilhar
eticamente centrada. as atividades com a sociedade. Portanto, é preciso diferenciar as situações
Os fatores que mais contribuem para o comportamento antiético são nas quais os serviços poderão ser prestados por mais de um provedor e/ou
a cobiça e ambição, além de uma atmosfera organizacional que tolera o por entidades públicas não-estatais daquelas em que o aparato estatal será
comportamento antiético. Tentações e violações éticas são usuais, inclusive o único a garantir a uniformidade e a realização continuada das políticas
atos criminais, incluem: roubar dos empregadores e clientes, copiar públicas.
software ilegalmente, tratar as pessoas de modo desigual, assédio sexual,
conflito de interesses, divulgação de informações confidenciais e A - Reconstruindo o Estado e Recuperando a Governança
apropriação indébita de recursos corporativos. A reconstrução da capacidade estatal é uma condição essencial para
O comportamento ética e socialmente responsável parece ser custo- que os países latino-americanos enfrentem com mais sucesso as questões
efetivo ou ao menos custo-neutro e também resulta em bem social. Esse da redemocratização, do desenvolvimento econômico e da distribuição de
comportamento pode também atrair e reter empregados e clientes valiosos. riqueza. Neste contexto, a implantação da Reforma Gerencial é um aspecto
fundamental para aumentar a governança do Estado bem como para
ADMINISTRAÇÃO GERENCIAL melhorar a governabilidade democrática do sistema político.
A reforma do Estado tornou-se o tema central da agenda política A Reforma Gerencial vem ocorrendo na administração pública de
mundial. A origem deste processo ocorreu quando o modelo de Estado vários países, como mostram diversos estudos. No entanto, apesar das
montado pelos países desenvolvidos no pós-guerra, responsável por uma características comuns às experiências de reforma, não há um sentido
era de prosperidade sem igual no capitalismo, entrou em crise no final da unívoco, um único paradigma organizacional que guie a todas as nações.
década de 70. Num primeiro momento, a resposta foi a neoliberal- Neste sentido, procuraremos definir a Reforma Gerencial que mais se
conservadora. Dada a imperiosa necessidade de reformar o Estado, adapta à realidade e às necessidades dos países latino-americanos.
restabelecer seu equilíbrio fiscal, e equilibrar o balanço de pagamento dos O modelo gerencial tem como inspiração às transformações
países em crise, aproveitou-se à oportunidade para se propor, organizacionais ocorridas no setor privado, as quais têm alterado a forma
simplesmente, a redução do tamanho do Estado e o predomínio total do burocrática-piramidal de administração, flexibilizando a gestão, diminuindo
mercado. A proposta, entretanto, fazia pouco sentido econômico ou político. os níveis hierárquicos e, por conseguinte, aumentando a autonomia de
Depois de algum tempo constatou-se que a solução não estaria no decisão dos gerentes - daí o nome gerencial. Com estas mudanças, saiu-se
desmantelamento do aparelho estatal, mas em sua reconstrução. de uma estrutura baseada em normas centralizadas para outra ancorada na
A construção de um novo tipo de Estado é também a grande questão responsabilização dos administradores, avaliados pelos resultados
para a Brasil. Mas embora haja um contexto global de reformas, há efetivamente produzidos. Este novo modelo busca responder mais
importantes peculiaridades latino-americanas. Primeiro, no que diz respeito rapidamente às grandes mudanças ambientais que acontecem na
à situação inicial da crise do Estado, cuja gravidade era bem maior do que economia e na sociedade contemporâneas.
a existente no mundo desenvolvido. Não só estes países entravam em uma Embora inspirado na iniciativa privada, o modelo gerencial deve
séria crise fiscal como ainda o modelo anterior de desenvolvimento impreterivelmente se adequar ao contexto político democrático no qual está
econômico (modelo de substituição de importações) exauria-se. Ademais, o inserido o setor público. A especificidade da organização governamental
problema da dívida externa tornou-se crônico em quase todo o continente. deriva, em primeiro lugar, da motivação que a guia: enquanto as empresas
A não resolução destes problemas estruturais fez com que a década de 80 buscam o lucro, os gestores públicos devem atuar conforme o interesse
fosse marcada, para a maioria das nações latino-americanas, pela público. É bem verdade que os políticos também se orientam pelo desejo
estagnação e por altas taxas de inflação. de reeleição e os burocratas podem ser capturados pelos interesses
Diante deste cenário econômico, o ângulo financeiro da crise do econômicos. Mas é a necessidade de ser ter o crivo democrático que torna
Estado foi priorizado pela primeira geração de reformas. Assim, as reformas a ação de políticos e burocratas passível de controle público. Controle este
orientadas para o mercado, sobretudo a abertura comercial, e o presente nos arranjos da democracia representativa, nos mecanismos de
ajustamento fiscal foram as principais medidas tomadas nos anos 80. A democracia direta ou, mais recentemente, na participação dos cidadãos na
busca da estabilização da economia ante o perigo hiperinflacionário foi, na avaliação e na gestão de políticas públicas, formas típicas do modelo
maior parte dos casos, o êxito mais importante desta primeira rodada de gerencial. Este tipo de controle democrático não encontra similar nas
reformas. organizações privadas.
A mudança do papel do Estado nos setores econômicos e sociais é No processo de decisão encontra-se outra diferença entre o setor
outra tendência estrutural. Sua atuação deve estar voltada primordialmente público e o privado. No setor privado, o número de participantes é restrito e
para a área social, assegurando a universalidade dos serviços de saúde e a capacidade para tomar decisões mais rápidas é maior. O governo, por
educação, e para a criação de instrumentos que ajudem a promover o sua vez, toma suas decisões segundo procedimento democrático, que
desenvolvimento econômico, garantindo as condições macroeconômicas envolvem um número maior de atores e maior demora na tomada de
favoráveis ao investimento privado e o aumento da competitividade decisões, sobretudo porque tal sistema pressupõe o controle mútuo entre
sistêmica do país, através de políticas fortes nos setores de ciência e os Poderes e a fiscalização da oposição. Por fim, a “legitimidade” de uma
tecnologia e comércio exterior. A grande modificação no papel do Estado, empresa resulta de sua sobrevivência à competição no mercado, ao passo
contudo, tem de ocorrer na forma de intervenção, no plano econômico e no que os governos se legitimam pela via democrática.
plano político.
Neste sentido, em termos econômicos, em vez da intervenção direta Em suma, como bem tem sido afirmado, “o governo não pode ser
como produtor, o aparelho estatal deve concentrar suas atividades na uma empresa, mas pode se tornar mais empresarial”, isto é, pode ser mais
regulação. Privatizações e a criação de agências reguladoras fazem parte ágil e flexível frente às gigantescas mudanças ambientais que atingem a
deste processo. Além disso, o Estado deve desenvolver sua capacidade todas as organizações.
estratégica de atuar junto ao setor privado e à universidade para criar um A administração pública burocrática, em primeiro lugar, não deu
entorno adequado ao aumento da competitividade das empresas. Ressalte- conta do problema da eficiência. Com a diminuição dos recursos à
se que Estado também deve atuar para que os novos ciclos de disposição dos governos, tornou-se fundamental aumentar a eficiência
desenvolvimento e a elevação da produtividade sejam virtuosos no que se administrativa. Tal questão é ainda mais importante na Brasil, onde o
refere ao uso dos recursos naturais, ao incremento da base tecnológica e à Estado é mais pobre, a sociedade é mais desigual e, portanto, é
distribuição de renda, saindo assim do círculo vicioso do “crescimento imprescindível a otimização dos recursos usados nas políticas sociais.
empobrecedor” que caracterizou a Brasil no passado. A Reforma Gerencial é uma modificação estrutural do aparelho de
Na área social, o caminho é reforçar o papel do Estado como Estado. Não pode ser confundida com a mera implementação de novas
formulador e financiador das políticas públicas Para isso, torna-se formas de gestão, como a da qualidade total. Trata-se de mudar os
fundamental o desenvolvimento da capacidade catalisadora dos governos incentivos institucionais do sistema, de modo a transformar as regras
em atrair a comunidade, as empresas ou o Terceiro setor para compartilhar burocráticas mais gerais, o que permitiria aos administradores públicos
a responsabilidade pela execução dos serviços públicos, principalmente os adotar estratégias e técnicas de gestão mais adequadas.
de saúde e educação básica. Mas um primeiro alerta deve ser feito para o A implantação de uma reforma institucional não implica, porém, a
caso latino-americano: é necessário manter o poder de intervenção estatal criação de um extenso e detalhado arcabouço de regras jurídicas. Essa é a

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tradição latino-americana - na verdade, ibero-americana -, cujos resultados circunstância, o único modo de resolver os problemas da administração
têm sido perversos, criando um Direito Administrativo extremamente rígido pública. Isto porque, em primeiro lugar, a relação entre a centralização e a
que atrapalha a flexibilização da Administração Pública, importante requisito descentralização não é dicotômica e sim complementar. O Governo Central
da Reforma Gerencial do Estado. Além do mais, o formalismo continuará tendo um papel estratégico para garantir a equidade, sobretudo
administrativo vigente na Brasil tem instaurado uma “poluição legal” que em países com grandes desequilíbrios socioeconômicos regionais,
pode significar, na verdade, o primado da informalidade, isto é, o financiando parte da provisão dos serviços públicos. A descentralização
comportamento burocrático real não corresponde ao universo jurídico realizada sem contrapartidas aos lugares mais pobres tende a reproduzir a
estabelecido, favorecendo assim o estabelecimento de máfias desigualdade social existente, mantendo assim o padrão histórico de
administrativas ou de ineficiência generalizada. desenvolvimento perverso do continente latino-americano.
O sucesso das mudanças institucionais rumo ao modelo gerencial B4) Nas atividades exclusivas de Estado que permanecerem a cargo
depende, primeiro, da criação de regras gerais e claras que modifiquem os do Governo Central, a administração deve ser baseada na
incentivos à atuação dos atores, o que, em suma, constituir-se-ia em um desconcentração organizacional. Os órgãos centrais devem delegar a
novo contrato entre os políticos, os funcionários públicos e a sociedade. É execução das funções para agências descentralizadas. O princípio que
preciso, ainda, uma aplicação contínua das reformas, monitorando-as e norteia esta mudança é o de que deve haver uma separação funcional
estabelecendo junto à burocracia uma nova cultura administrativa. Desse entre as estruturas responsáveis pela formulação de políticas e as unidades
modo, transformações das regras e da cultura administrativas fazem parte descentralizadas e autônomas, executora dos serviços, e, dessa maneira,
de um mesmo processo. orientar a administração pública pelo controle dos resultados obtidos pelas
agências autônomas.
B - Características e Objetivos da Reforma Gerencial Nestes espaços, a Reforma Gerencial modifica os pressupostos que
A Reforma Gerencial assegura os mecanismos necessários ao guiaram a administração pública burocrática ao longo deste século e que já
aumento da eficácia, eficiência e efetividade da administração pública, além não dão mais conta dos problemas atuais. Com o controle a posteriori dos
de criar novas condições que possibilitam tornar mais democrática a resultados, em primeiro lugar, o pressuposto norteador é o da confiança
relação entre o Estado e a sociedade. As principais características deste limitada e não da desconfiança total em relação aos funcionários públicos.
modelo administrativo são as seguintes: A administração baseada no controle a posteriori dos resultados
B1) A profissionalização da alta burocracia é o ponto de partida da também obriga a organização a definir claramente seus objetivos,
Reforma Gerencial. Para isso, deve-se constituir um núcleo estatal analisados em sua substância e não como processo administrativo. Desse
estratégico, fundamental na formulação, supervisão e regulação das modo, a avaliação da burocracia se faz predominantemente através do
políticas, e formada por uma elite burocrática tecnicamente preparada e cumprimento ou não de metas, e não a partir do respeito a regras que por
motivada. Esta elite burocrática terá também que desenvolver a capacidade muitas vezes são autoreferidas.
de negociação e responsabilização perante o sistema político. Isto a torna A avaliação do desempenho burocrático não serve apenas para aferir
bastante distinta da tecnocracia estruturada nos regimes autoritários latino- se as metas foram ou não cumpridas. A administração pública gerencial
americanos, que acreditava na superioridade de seu saber e prática em utiliza-se do controle a posteriori dos resultados como um instrumento
relação ao comportamento da classe política - classificado como técnico capaz de fazer as organizações aprenderem com seus erros e, a
oportunista e irracional do ponto de vista técnico. Decerto que é preciso partir disso, elaborarem suas estratégias futuras. Isto é o que tem sido
reduzir o clientelismo e a politização da alta burocracia presentes na Brasil, denominado princípio do aprendizado organizacional, fundamental para que
mas não se pode fazê-lo insulando os funcionários públicos da necessária a administração por objetivos não seja meramente uma forma de punir ou
supervisão democrática dos políticos e da sociedade. encontrar responsáveis pelo eventual mau desempenho dos órgãos
É bem verdade que o grau de profissionalização da administração públicos, mas sim consiga desenvolver a capacidade de aprender com sua
pública não será o mesmo por todo o funcionalismo. Seguindo tendência performance e melhorar continuamente a prestação dos serviços públicos.
mundial de reformas gerenciais, o Brasil não pode adotar um padrão único O primeiro mecanismo é o estabelecimento de um modelo contratual
de regime jurídico ou de contratação, tratando os burocratas igualmente em entre o órgão central e as agências descentralizadas. É o chamado contrato
termos de direitos e deveres, até porque parte das atividades públicas de gestão, que tem como base metas quantitativas e qualitativas definidas
poderá ser realizada por profissionais que não necessariamente serão a priori e posteriormente avaliadas. O contrato de gestão também deve
servidores públicos. Determinadas tarefas auxiliares ou de apoio ao núcleo definir o que fazer após a avaliação, em termos de penalidades,
duro do Estado serão de modo geral terceirizadas, desde as mais simples, premiações ou formas de corrigir os erros. Em suma, o contrato de gestão
como limpeza, até as mais complexas, como serviços de informática. constitui um instrumento que permite tanto uma aferição mais rigorosa da
Apesar disto, cabe ter uma política ativa para dignificar todos aqueles que eficiência, da eficácia e da efetividade, bem como aumentar a transparência
exercerem função pública, valorizando-os e exigindo em troca a da administração pública, uma vez que a sociedade pode saber de
observância de rígidos padrões éticos. antemão quais são de fato os objetivos de cada órgão público, seus
B2) A administração pública deve ser transparente e seus resultados e o que poderá ser feito para porventura mudar um mau
administradores, responsabilizados democraticamente perante a sociedade. desempenho.
Isto porque a profissionalização da burocracia não a torna completamente B5) A maior autonomia gerencial das agências e de seus gestores
imune à corrupção, fenômeno mundial que tem aumentado deve ser complementada por novas formas de controle. O controle deixa de
demasiadamente no Brasil. Neste ponto, vários estudos comparados e o ser o primordialmente burocrático, que buscava aferir se todos os
Relatório do Banco Mundial de 1997 são unânimes: é preciso atuar procedimentos tinham sido cumpridos de forma correta, para se preocupar
diretamente na relação entre política e administração, diminuindo a mais com os ganhos de eficiência e efetividade das políticas. Com a
politização da máquina governamental, tornando mais transparentes as Reforma Gerencial do Estado, o controle que antes era realizado apenas
decisões públicas e investindo no reforço dos padrões salariais e éticos do pelos administradores e estruturas internas de controle externo e interno,
funcionalismo. passa a ser, adicionalmente, a combinação de quatro tipos de controle:
Ao tornar os administradores públicos mais autônomos e mais Controle de resultados, realizado a partir de indicadores de
responsabilizados perante a sociedade, a Administração Pública Gerencial desempenho estipulados de forma precisa nos contratos de gestão.
constitui-se em um instrumento fundamental na defesa do patrimônio Controle contábil de custos, que estará preocupado não somente
público e dos princípios republicanos. com a checagem dos gastos realizados, mas também com a descoberta de
B3) Descentralizar a execução dos serviços públicos é tarefa formas mais econômicas e eficientes de fazer as políticas públicas. A
essencial no caminho da modernização gerencial do Estado latino- aquisição desta última habilidade foi chamada na reforma administrativa
americano. Primordialmente, as funções que podem ser realizadas pelos inglesa de incorporação da “consciência de custos” no serviço público. A
governos subnacionais e que antes estavam centralizadas, devem ser partir disso, os funcionários públicos começaram a valorizar o bom uso do
descentralizadas. Esta medida busca não somente ganhos de eficiência e dinheiro público e, assim, respeitar mais a população pensada como
efetividade, mas também aumentar a fiscalização e o controle social dos contribuinte.
cidadãos sobre as políticas públicas. O Governo opta normativamente pela Controle por competição administrada, ou por quase-mercados, nos
descentralização, mas faz ressalvas quanto à adoção de uma perspectiva quais as diversas agências buscam oferecer o melhor serviço público aos
em que o processo descentralizador seja sempre, em qualquer usuários. Essa competição pode trazer ganhos de eficiência e efetividade

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ao sistema, já que a disputa obriga a uma utilização mais racional dos estão assumindo a responsabilidade por programas nas áreas da
recursos e porque a tendência é aumentar o leque de serviços à disposição educação, saúde e habitação, como se pode ver em diversas experiências
dos cidadãos. bem sucedidas na Brasil.
E, por fim, o controle social, por meio do qual os cidadãos avaliarão C - Uma Reforma Democrática e Progressista
os serviços públicos ou participaram de sua gestão. O controle social é um A Reforma Gerencial do Estado precisa assumir uma estratégia
instrumento fundamental para lidar com a complexa relação entre os diferente da assumida pelas reformas até então. Primeiro, utilizando-se do
cidadãos e seus agentes, os políticos e os burocratas. Obviamente o aprendizado adquirido diante dos erros cometidos. Segundo, e mais
controle da burocracia feito pelos políticos é essencial na democracia importante, os objetivos da Reforma Gerencial são diferentes dos presentes
representativa, mas seguramente ele não é o único que garante a nas primeiras reformas implantadas na Brasil.
informação necessária à população avaliar o caráter público das ações do A primeira rodada de reforma, de cunho mais neoliberal, colocou a
Estado. Tem mostrado-se que controle da população sobre a burocracia - burocracia pública e a esquerda tradicional na defensiva, já que estes
supervisão de tipo “alarme de incêndio” - é o que assegura a maior grupos insistiam em fechar os olhos para a grave crise que assolava o
otimização da relação entre o principal (cidadãos) e seus agentes Estado latino-americano. Mas sabemos hoje que os meios utilizados por
governamentais, uma vez que o custo da informação é menor do que na essas reformas não levaram à resolução dos problemas. No que se refere à
relação estabelecida entre políticos e burocratas e os ganhos imediatos à administração pública, as medidas inicialmente tomadas enfatizaram a
sociedade são maiores. demissão de funcionários (downsinzing), a eficiência a qualquer custo e a
Além destes controles vinculados ao modelo da Reforma Gerencial identificação pura e simples da administração pública com a administração
do Estado, é preciso reforçar o controle judicial sobre atos ilícitos e para de empresas.
garantir a uniformidade de tratamento aos cidadãos. Esta questão é A Reforma Gerencial do Estado posiciona-se contra esta receita. Ela
extremamente relevante no Brasil, dada a histórica fragilidade dos órgãos vê na demissão apenas um recurso - e certamente não o mais relevante -
judiciários na região, ao contrário da experiência norte-americana ou para se alcançar equilíbrio fiscal e eficiência. Mais do que isso, o critério de
mesmo europeia. Duas razões justificam atualmente o reforço do controle que a redução de pessoal não deve ser abordada como um fim em si
judicial como um aspecto importante do processo de reforma do Estado. A mesma ou como uma mera reação a problemas fiscais. Sem planejamento
primeira é que a confiança dos agentes econômicos no Judiciário, cuidadoso dos programas de corte, o risco de curto prazo é o êxodo dos
sobretudo em sua relação de fiscalização do Poder público, é fundamental melhores. Os riscos de longo prazo incluem a desmoralização dos
para estabelecer o bom funcionamento do mercado. E mais importante, é funcionários públicos, a qualidade inferior do serviço e a perda de
fundamental aprimorar o controle judicial no continente latino-americano, credibilidade se os cortes forem percebidos como arbitrários e opacos.
pois os direitos civis e a efetividade da lei não são respeitados A Reforma Gerencial do Estado também não busca a eficiência a
integralmente pelo Poder público. Cabe lembrar que os usuários dos qualquer custo. Primeiro porque a eficiência não pode ser descolada da
serviços públicos em nosso continente de modo geral não têm protegidos efetividade, pois otimizar os recursos públicos sem oferecer bons serviços
os seus direitos de consumidores. De fato, o modelo gerencial pode mudar ou resolver os problemas sociais é incompatível com os valores que
muito esta situação, mas fica a pergunta: e quando tais direitos não forem estamos defendendo. Além disso, o modelo gerencial deve subordinar a
respeitados? Os controles gerenciais, em suma, precisam ter como eficiência ou qualquer outro critério racional administrativo ao critério
salvaguarda última o controle judicial. democrático, expresso na vontade popular. São os critérios definidos nos
Com relação ao segundo tipo de agência descentralizada, que atua espaços públicos que devem prevalecer sobre qualquer racionalidade
nos serviços sociais e científicos, o Governo defende que o Estado deve técnica, e por isso a Reforma Gerencial do Estado se afasta de qualquer
continuar atuando na formulação geral, na regulação e no financiamento visão tecnocrática de gestão.
das políticas sociais e de desenvolvimento científico-tecnológico, mas que é Desse modo, a Reforma gerencial não opta pelos princípios do
possível transferir o provimento desses serviços a um setor público não mercado como o ordenador por excelência dos novos rumos do setor
estatal em várias situações. De antemão, é preciso frisar que não se trata público. A proposta do CLAD é de que o caminho para modernizar a
da privatização dos serviços públicos na área social. O Estado continuará administração pública passa pela redefinição das relações entre a
sendo o principal financiador e, mais do que isso terá um papel regulador sociedade e o Estado, construindo uma esfera pública que de fato envolva
no sentido de continuar definindo as diretrizes gerais e poder retirar a a sociedade e os cidadãos na gestão das políticas públicas.
provisão de determinadas políticas caso seus mantenedores não estejam Por fim, a Reforma Gerencial do Estado, como definimos
realizando um trabalho de acordo com o esperado pelos cidadãos. Essa anteriormente, tem muito clara a distinção entre a administração pública e a
confusão conceitual provém de uma visão dicotômica que contrapõe o administração de empresas.
“estatal” ao “privado”. Assim, se o Estado não está realizando diretamente a Portanto, não se trata de uma proposta contra os servidores públicos.
prestação dos serviços, logo eles foram privatizados. Procura-se compatibilizar a profissionalização dos setores fundamentais da
Além disso, os grupos sociais que assumem esse espaço público burocracia com o aumento da responsabilização dos funcionários públicos
não-estatal, em sua maioria, possuem uma motivação que vai além da frente à sociedade e ao sistema político.
pecuniária. Isto ocorre, sobretudo porque o compromisso ideológico com a O Governo propõe uma nova burocracia, e não o seu fim. Com novos
causa em questão - serviços na área educacional ou assistência à velhice, estímulos no ambiente de trabalho, dada a mudança gerencial da gestão,
por exemplo - estreita os vínculos dos membros dessas organizações, os funcionários tornar-se-ão mais autônomos e responsáveis
sendo mais relevante do que os preceitos organizacionais burocráticos ou (empowerment) e não peças de uma engrenagem sem vida. Certamente
aqueles voltados ao lucro. Em políticas como as da área social, é de terão que ser mais treinados e bem pagos, contudo terão que responder
importância capital a dedicação humana, mais presente em organizações precisamente às metas do contrato de gestão e às demandas do cidadão-
cuja base é a solidariedade. usuário. Para parte do funcionalismo, os contratos de trabalho serão
Uma outra vantagem trazida pelo conceito de público não-estatal é flexibilizados, mas continuará sendo objetivo do Estado dignificar a função
mostrar que o Estado precisa aumentar sua capacidade de cooperação pública.
com a comunidade, o Terceiro Setor e o mercado. Sem isso, os governos A Reforma Gerencial do Estado também não é conservadora, como
terão dificuldade de melhorar a prestação dos serviços públicos. alardeiam alguns grupos, muitos deles temerosos de perder o seu statu
Finalmente, o setor público não-estatal tem a grande vantagem de quo. Ao contrário, ela é uma proposta essencialmente progressista, pois:
tornar mais democrática a prestação e a gestão dos serviços públicos. Esse - Afirma a responsabilidade do Estado pelos direitos sociais e o seu
é um aspecto capital do modelo gerencial, tal como mostramos logo papel financiador na área dos serviços sociais de educação, saúde e
adiante. cultura.
B6) Outra característica importante da Reforma Gerencial do Estado - Pressupõe que a função do Estado no plano do emprego não é dar
é a orientação da prestação dos serviços para o cidadão-usuário. emprego, mas criar condições favoráveis ao pleno emprego. Para isso, é
Com esta mudança, os cidadãos devem participar tanto da avaliação preciso garantir condições macroeconômicas saudáveis e, sobretudo,
como da gestão das políticas públicas, especialmente na área social. No investir maciçamente em educação, grande porta para a empregabilidade
caso da avaliação, várias reformas administrativas pelo mundo estão no século XXI.
introduzindo instrumentos de aferição dos resultados dos serviços públicos
através da consulta popular. No que se refere à gestão, as comunidades

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- Busca ampliar o espaço público, com a criação do conceito do O número de gerentes tende a ser econômico
público não-estatal e procura aumentar as formas de participação popular O desenvolvimento da experiência e da competência técnica fica
na avaliação e controle dos serviços públicos. favorecido, porque os especialistas funcionais ficam juntos.
O Brasil passou por uma grande crise na década de 80 e está Com o aumento da especialização e da competência, torna-se fácil
buscando sua superação ao longo dos anos 90. A consciência dos erros absorver novas técnicas e conceitos relacionados com as operações de
das reformas anteriores já existe, e por isso é preciso assumir a Reforma cada área. Há uma tendência à administração eficaz.
Gerencial, para a qual o Brasil já está preparado, como o instrumento Se o tamanho aumenta muito, certos problemas podem surgir. Entre
fundamental para tornar o Estado capaz de atuar positivamente em prol do eles, o da excessiva especialização, porque as funções vão subdividindo-se
desenvolvimento econômico sustentado, da melhor distribuição de renda e sucessivamente e com isso criam-se novas camadas funcionais e novos
da consolidação da democracia. cargos especializados. A estrutura tende a tornar-se complexa e
“feudalizada” , acarretando um distanciamento dos objetivos gerais.
Processo administrativo. Funções da administração: planejamento, ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL
organização, direção e controle. Estrutura organizacional. Cultura A alternativa da organização territorial torna-se uma exigência
organizacional. quando a empresa opera em lugares físicos diferentes e em cada local é
A administração pública pode ser definida objetivamente com necessário alocar certo volume de recursos ou certa autonomia, e também
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS ORGANIZAÇÕES FORMAIS quando é possível promover algum tipo de agregação por proximidade.
Uma organização é uma combinação de esforços individuais que tem Quando a organização usa este critério geográfico de
por finalidade realizar propósitos coletivos. Além de pessoas, as departamentalização, cada unidade de trabalho corresponde a um território.
organizações utilizam outros recursos, como máquinas e equipamentos, O gerente dessa unidade é responsável por tudo aquilo que aconteça
dinheiro, tempo, espaço e conhecimentos. dentro de seu território ou região.
Por meio de uma organização, é possível perseguir e alcançar O critério territorial é usado no primeiro escalão quando há um grau
objetivos que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa elevado de dispersão geográfica de todas as atividades. Este é o caso que
ou uma pequena oficina, um laboratório de análises ou um corpo de será analisado adiante, no segmento divisionalização.
bombeiros, um hospital ou uma escola são todos exemplos de
organizações. ORGANIZAÇÃO POR PRODUTO
As organizações têm características importantes que as diferenciam Quando a empresa trabalha com vários produtos, que apresentam
de outros grupos sociais, como a família, as multidões, os passageiros de diferenças importantes entre si pode ser melhor tratá-los separadamente,
um veículo coletivo e a massa de consumidores de determinado produto. no que diz respeito aos processos de fabricá-los e comercializá-los
As principais são: Isto conduz a uma forma de organizar onde a responsabilidade é
Propósito atribuída tendo o produto como critério. Cada unidade de trabalho,
Divisão do trabalho, e consequentemente, tem responsabilidade sobre um grupo de operações ou
Coordenação. sobre a totalidade das operações relativas a um produto.
Todas as organizações formais são burocracias, ou seja, há excesso Esta alternativa pode ser usada tanto em empresas industrias, para
de regulamentos, há gente demais para fazer pouca coisa, há muitas estruturar linhas de produção , ou comerciais, para especializar o trabalho
tramitações a serem percorridas num processo. de vendas.
ORGANIZAÇÃO POR FASES
ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL Dentro da função de produção das empresas industriais e em outras
Qualquer empreendimento pode ter seu propósito básico dividido operações, mesmo de escritório, que envolvem a montagem de um produto
numa sequência de funções ou operações principais. Um primeiro critério final, uma possibilidade de organização frequentemente empregada é a
que se pode adotar, para dividir a organização em departamentos, consiste criação de departamentos que têm responsabilidades sobre cada um dos
em usar funções como base para a divisão do trabalho. Assim uma estágios pelos quais passam os materiais até se transformarem no produto
organização segue o critério funcional de departamentalização quando final. Neste caso, os indivíduos e os recursos por eles utilizados são
cada departamento corresponde a uma função principal. Há um agrupados em função de sua posição na sequência dos estágios que foram
administrador geral que comanda o conjunto todo e, logo abaixo, cada definidos pela administração. Esses estágios - ou fases - podem abranger
integrante do primeiro escalão hierárquico é responsável por uma atividade todo o processo de montagem ou fabricação, ou uma parte dele que se
especifica: produção, vendas, finanças, e assim por diante. julgue mais importante.
O modelo funcional de departamentalização presta-se a um grande ORGANIZAÇÃO POR CLIENTE
número de utilidades. Ele é usado em primeiro lugar, por organizadores Assim como a organização por produto é a escolha natural no caso
que: de haver distinções marcantes entre os produtos, à diversificação dos
Estão no começo de sua vida clientes é o fator que determina a escolha da organização por cliente. O
São de pequeno porte; Volume de compras, a intensidade e a frequência do atendimento exigido e
Manufaturam apenas um produto. outros fatores diferenciam os clientes uns dos outros.
O modelo funcional também é usado por grandes empresas quando O ponto extremo da organização por cliente é a criação de um
as seguintes condições estejam presentes: departamento para cada cliente, ou pelo menos, para cada um dos clientes
Pequena diversificação tecnológica ou de produtos: há um número ,mais trabalho ou do faturamento da organização. Agências de publicidade
pequeno de produtos, ou todos são fabricados usando a mesma tecnologia e empregar esta opção, onde cada cliente é uma conta.
básica. ORGANIZAÇÃO DISCIPLINAR
Venda e distribuição dos produtos pelos mesmos tipos de canais Organizações como escolas, laboratórios industriais e centros de
Execução de operações numa mesma área geográfica pesquisa, que têm como objetivos a educação e a produção de informações
Ambiente externo estável (consumo, fornecimento e concorrência costumam empregar a alternativa da divisão do trabalho segundo os ramos
relativamente constantes). do conhecimento, disciplinas ou especializações profissionais.
O critério funcional também pode ser usado sucessivamente, nas Neste caso, casa departamento corresponde a um grupo de
partes menores dos departamentos, dividindo-se o trabalho de acordo com especialistas em determinada área do conhecimento, que procuram
as operações principais dessas partes. alcançar objetivos como:
Em todos os casos onde é utilizada, a estrutura funcional apresenta Obter novos conhecimentos por meio de pesquisa.
algumas características como: Aplicar o conhecimento disponível à solução de problemas
A administração geral tem pleno controle dos destinos da empresa e Transmitir o conhecimento a estudantes ou à comunidade em geral.
há segurança de que a ação esteja orientada para a missão, porque é ORGANIZAÇÃO POR PERÍODO
muito fácil atribuir, localizar e cobrar responsabilidades dentro de uma Atividade que devem ser executadas ininterruptamente, ou que vão
estrutura onde a divisão de tarefas é muito cristalina além do chamado horário comercial de trabalho, podem ser divididas em
Há pequena confusão em relação sobre quem tem que fazer o que já períodos, chamados turnos. Neste caso, cada turno corresponde a um
que as responsabilidades estão muito bem definidas. grupo diferente de indivíduos que trabalham em determinado horário, sendo

Conhecimentos Específicos 17 A Opção Certa Para a Sua Realização


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o chefe do turno responsável pelas tarefas executadas durante aquele Um projeto autônomo é uma força tarefa “encaixada” dentro de uma
período de trabalho. Esta alternativa é muito empregada em determinados estrutura maior, que pode estar organizada segundo qualquer um dos
tipos de linhas de produção e prestação de serviços, como hospitais critérios anteriores. Esta é uma solução interessante quando a organização
segurança pública e agências bancárias. tem uma predominância de atividades rotineiras, combinadas com a
ORGANIZAÇÃO POR QUANTIDADE ocorrência muito esporádica de projetos, ou quando há uma atividade
A organização por quantidade é o que o próprio nome diz: as importante demais para ser tratada de modo comum.
pessoas são agrupadas em quantias, em função do volume de trabalho a Estrutura Matricial
ser realizado o qual geralmente é o mesmo para cada uma das quantias. É A estrutura do tipo matricial pode ser empregada quando for
provavelmente o critério de organização sobre o qual primeiro se escreveu, necessário conduzir diversos projetos de natureza similar, utilizando os
estando registrado na Bíblia como a forma empregada por Moisés, mesmos recursos humanos. Em seu modelo “ideal” este tipo de estrutura
seguindo o conselho de Jetro, para dividir os hebreus em grupos. consiste em uma organização funcional estável combinada com uma
As forças armadas, com sua estrutura de divisões, regimentos e estrutura consiste em uma organização funcional estável combinada com
batalhões, também o empregam desde a antiguidade. As empresas uma estrutura horizontal de coordenação que comanda e orienta os
modernas quando têm que lidar com grandes volumes de produção fazem recursos humanos especializados para a execução de um mais projeto.
a mesma coisa. O volume total é dividido em linhas de produção, cada uma A vantagem da estrutura matricial decorre da combinação de dois
delas correspondendo a uma gerência, que fazem todas a mesma coisa. outros tipos de estrutura. Enquanto a organização funcional favorece a
DIVISIONALIZAÇÃO especialização e a acumulação de conhecimentos, a organização por
A divisionalização é um processo de atividades e de autoridade pelo projetos favorece a orientação para algum tipo de resultado ou problema a
qual cada unidade de trabalho passa a desfrutar de grande autonomia - ser resolvido.
com uma dose correspondente de responsabilidade. Essa descentralização Uma análise dessa combinação de vantagens foi feita pelo professor
torna-se uma necessidade quando a organização cresce, passando a atuar Roberto Sbragia que estudou a ocorrência da estrutura matricial em
em grandes extensões geográficas, a atender a mercados muito diferentes institutos de pesquisa. Neste tipo de empresa, em geral organiza por meio
uns dos outros, ou a operar linhas muito diversificadas de produtos e de uma estrutura disciplinar, as divisões técnicas realizam algumas
serviços atividades continuamente, tais como ensaios, testes, atendimento de
Quando se emprega a divisionalização, os produtos ou as áreas consultas, pesquisas produção de materiais diversos em pequenas
geográficas vêm em primeiro lugar, logo abaixo do administrador geral, ás quantidades.
funções, seguem-se as gerências de produto ou território. De outro lado, a estrutura matricial compromete os princípios
Uma divisão, portanto, é uma unidade de trabalho que tem clássicos da unidade de comando e da equivalência entre responsabilidade
responsabilidade sobre um produto ou sobre um território e, de maneira e autoridade, por causa da dupla subordinação e porque nem sempre o
geral , engloba todos os recursos necessários à produção e gerente de projeto tem a dose necessária de poderes formais para garantir
comercialização do respectivo produto na respectivo território. o desempenho dos profissionais que lhe são emprestados.
ORGANIZAÇÕES DE PROJETOS
As diversas possibilidades da estrutura funcional e a estrutura COMO ESCOLHER UMA ESTRUTURA
divisional prestam-se a atividades ou organizações cujas atividades são Qual é o tipo especifico de estrutura organizacional que se deve
rotineiras e programadas. usar?
Certos empreendimentos, no entanto, não seguem nenhum padrão Para selecionar o padrão estrutural mais apropriado, é preciso levar
de uniformidade. Eles podem ser muito esporádicos, ou ocorrer uma única em conta diversos fatores. Alguns deles são os seguintes:
vez na vida da organização e mesmo repetir-se, mas nunca duas vezes do Diversidade ou homogeneidade de operações, por causa da
mesmo jeito. tecnologia empregada, por exemplo, na produção ou nas matérias-primas.
Nesse caso, por exemplo, estão atividades como: Diversidade ou homogeneidade dos canais de distribuição das fontes
Certos tipos de industria que trabalham por encomenda, em de recursos e das necessidades do consumidor ou usuário.
particular a indústria de grandes equipamentos. Natureza da organização (pública, privada, banco, sindicato, escola
Certos tipos de serviços prestados também sob encomendas, como etc.)
congressos e convenções, programas de treinamento, corridas de Ênfase estratégia (estabilidade e eficiência ou expansão e eficácia).
automóveis, eleições presidenciais e grandes competições esportivas. Proporção entre atividades de rotina e de inovação: uma das duas
Implantação de mudanças organizacionais de larga escala e foco predomina ou têm a mesma importância?
bem definido - novos métodos , procedimentos e tecnologia. Turbulência em contraposição a tranquilidade no ambiente:
Pesquisa, desenvolvimento e lançamento de novos produtos. estabilidade ou instabilidade no comportamento de clientes, fornecedores e
Implantação e operação de novas instalações fabris, ou transferência outros segmentos do ambiente organizacional.
de sede de um cidade para outra Participação de cada um dos produtos serviços ou linhas no volume
Para organizar as pessoas e os recursos empenhados em atividades total de recursos empregados ou resultados obtidos pela empresa.
como as destes exemplos, que têm começo e fim definidos, a alternativa a Ênfase da administração superior na centralização ou
ser considerada é alguma forma de organização de projeto. descentralização de autoridade e atividades.
Um projeto compreende todas as tarefas necessárias para realizar Num determinado estudo, os diferentes fatores que influenciam a
um objetivo específico, e a pessoas que nelas trabalham formam a equipe estrutura, como os dessa relação, forma simplificada e agrupada em três
do projeto. Há pelo menos três alternativas para a organização de projetos. categorias principais:
Projetos puros Grau de diversificação de produtos e clientes;
A primeira possibilidade para organizar projetos é estruturar toda a Ênfase dos planos e objetivos; e
empresa em forças tarefas, com exceção de um grupo centralizado de Alocação dos recursos
pessoas que respondem pelos serviços de infra-estrutura administrativa. A tarefa de organizar não termina com a divisão do trabalho e a
Neste modelo, cada um dos projetos corresponde a uma equipe diferente escolha de uma estrutura. Não apenas é preciso acompanhar e avaliar a
das demais , com responsabilidade sobre um produto final ou serviço estrutura escolhida, como também há muitas outras decisões que se deve
específico. tomar a fim de torná-la viável.
Este modelo de organização de projeto tem a vantagem evidente de NATUREZA
possibilitar a concentração da equipe nos objetivos de seu projeto e de Por estrutura entende-se um sistema estável formado de vários
orientá-la eficazmente em direção ao problema a ser resolvido. No entanto elementos coordenados ou relacionado de determinada maneira. Se o
tem a desvantagem evidente da ociosidade de cada equipe, uma vez que termo refere à estrutura da empresa, então admitem-se várias acepções. A
seu projeto termine , tornando-se necessário desmobilizá-la ou demitir seus mais elementar delas é a que define a estrutura como uma equipe de
integrantes se não houver possibilidade de distribuí-los entre as demais homens da qual derivam todas as realizações da empresa. Uma segunda
equipes. acepção é aquela que considera a estrutura como um conjunto de níveis
Projetos Autônomos hierárquicos e de inter-relações entre diferentes grupos de homens ao
desenvolverem sua atividade profissional. Diz-se também que a estrutura é

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um esquema de organização que determina quem depende de quem, e Com a mudança de pessoas, que normalmente ocorre em qualquer
como se dividem e se integram as tarefas. empresa, em com o simples passar do tempo, também é possível que a
Esta última acepção pressupõe que na empresa se realizem divisão do trabalho comece a ficar confusa.
trabalhos diretivos e operativos. Os primeiros relacionados com as tomadas A estrutura organizacional necessita de revisão e de manutenção
de decisões apontam os objetivos determinados, que se alcançam periodicamente, e para isso existem ferramentas apropriadas. Uma delas é
mediante uma condução adequada dos homens e com a autoridade que a o organograma linear, que aplica particularmente às situações
competência específica confere. Os segundos são as atividades exemplificadas acima.
padronizadas, que se repetem sob essa condução. Os instrumentos a que O organograma linear é um recurso gráfico no qual está embutida
se refere esta acepção são os meios disponíveis para essa atividade. uma técnica para analisar três coisas, simultaneamente:
Atividades.
FINALIDADES Departamentos envolvidos na execução dessas atividades.
As finalidade seriam: melhorar o produto, melhorar o volume de Divisão de autoridade e responsabilidade dos departamentos na
vendas e os serviços, aumentar a rentabilidade, melhorar a imagem junto execução das atividades.
ao público, melhorar as relações humanas dentro da organização e COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL: MOTIVAÇÃO
melhorar a capacidade organizacional de resposta a situações futuras. A motivação (derivada do latim motivus, movere, mover) indica o
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO conjunto de razões ou motivos que explicam, induzem, incentivam,
Uma das questões enfrentadas por organizações de grande porte, ou estimulam ou provocam algum tipo de ação ou comportamento. Dentro de
que passam por processos de mudanças ou crescimento diz respeito à campos especializados, a palavra motivação adquire significados
concentração ou dispersão do poder e de certas atividades. Esta questão específicos. Por exemplo, motivação do consumidor refere-se às razões
envolve decisões de centralizar ou descentralizar que se referem a dois que induzem o comportamento de comprar; a pesquisa motivacional é o
aspectos das organizações: a autoridade e as atividades. estudo das atitudes do consumidor em relação a produtos e serviços.
Atividades A motivação para o trabalho é uma expressão que indica um estado
A descentralização de atividades é também chamada de dispersão psicológico de disposição ou vontade de perseguir uma meta ou realizar
geográfica. Há centralização quando as atividades são executadas num uma tarefa. Uma pessoa motivada para o trabalho é uma pessoa com
mesmo local; inversamente, há descentralização quando diferentes locais disposição favorável para perseguir a meta ou realizar a tarefa. Estudar a
abrigam atividades de uma mesma natureza. Esta configuração significa motivação para o trabalho é procurar entender quais são as razões ou
que as atividades relativas à função de recursos humanos estão motivos que influenciam o desempenho das pessoas, que é a mola
descentralizadas (dispersas) no nível de cada fábrica, de forma que as propulsora da produção de bens e da prestação de serviços.
questões locais são tratadas localmente.
Autoridade MOTIVOS INTERNOS
Autoridade está centralizada quando o poder de decisão sobre Os motivos internos são as necessidades, aptidões, interesses e
determinados assuntos permanece nas mãos de uma pessoa ou grupo de habilidades do indivíduo, que o fazem capaz de realizar certas tarefas e não
pessoas, sem que os executores da decisão ou outros interessados outras; que o fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar
possam participar do processo. Inversamente, quando o poder de decisão outros. São impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica,
está distribuído, diz-se que a autoridade foi descentralizada, ou que há afetadas por fatores sociológicos necessidades, frustração, aptidões,
delegação de autoridade. Por exemplo, quando o diretor industrial permite habilidades, atitudes e interesses.
que o gerente de produção estabeleça suas metas de fabricação mediante Entre os motivos mais importantes estão as necessidades humanas.
entendimentos diretos com o gerente de vendas subordinado do diretor A fome, por exemplo, é uma necessidade que motiva o organismo a
comercial, está havendo delegação de autoridade nesse assunto procurar alimento. Quanto mais forte essa necessidade, maior será o
específico. empenho em satisfazê-la - mais intensa será a motivação. Uma vez
Centralizar ou Descentralizar? satisfeita a necessidade, o organismo entra num estado de saciedade ou
Tanto a centralização quanto a descentralização oferecem vantagens satisfação, e o objeto do comportamento - no caso da fome, o alimento -
e há inúmeros fatores que influem em cada uma das duas possibilidades. deixa de representar um estímulo, porque se extinguiu o impulso interno
Uma grande empresa tem em sua área industrial, um setor de fabricação, para persegui-lo.
organizado por produtos e dois laboratórios, um de análise de matéria- Necessidades inerentes à condição humana, como as de
prima e outro de análise de produtos acabados. Essa mesma organização alimentação, reprodução , abrigo e segurança , são básicas ou primárias.
tem em sua área administrativa, um setor de suprimentos, que administra Elas tornam todos os indivíduos iguais uns aos outros. São também
um grande almoxarifado central, cujos itens de estoque atendem à maior chamadas necessidades de sobrevivência.
parte das necessidades da empresa. Hierarquia das necessidades
Dessa forma, as atividades de prestação de serviços ficam A noção de que as necessidades humanas estão organizadas numa
descentralizadas, facilitando o atendimento adaptado às necessidades e, espécie de ordem ou hierarquia desempenha papel importante campo do
ao mesmo tempo, a autoridade pelas compras fica centralizada, comportamento humano nas organizações
preservando a economia de compras, cadastro de fornecedores, licitações, Necessidades básicas: Abrigo, Vestimenta, Fome, Sede, Sexo,
e assim por diante. Essa é a vantagem de especialização que favorece a Conforto.
descentralização. Necessidades de segurança: Proteção, Ordem, Consciência dos
Entretanto, se a especialização é uma vantagem da perigos e riscos, Senso de responsabilidade.
descentralização, a necessidade de coordenação é um motivo que provoca Necessidades de participação: Amizade, Inter-relacionamento
a centralização. É esse papel que exercem os conselhos de administração humano, Amor.
e as holdings, que procuram preservar a uniformidade de conduta em suas Necessidades de estima: Status, Egocentrismo, Ambição, Exceção.
diferentes empresas. Necessidades de auto - realização : Crescimento pessoal, Aceitação
A necessidade de economia é outro fator que costuma provocar a de desafios, Sucesso pessoal, Autonomia.
centralização. Como a dispersão de atividades e de autoridade De acordo com Maslow:
normalmente implicam o aumento do número de pessoas e instalações , As necessidades básicas manifestam-se em primeiro lugar, e as
organizações com problemas de dinheiro ou em épocas de crise procuram pessoas procuram satisfazê-las antes de se preocupar com as de nível
evitá-las. mais elevado.
PROCESSO ORGANIZACIONAL Uma necessidade de uma categoria qualquer entre as cinco precisa
Na operação diária de uma organização principalmente aquelas que ser atendida antes que a necessidade de uma categoria seguinte
estão em processo de amadurecimento e consolidação, é possível que represente uma preocupação. Em outras palavras, se uma necessidade
ocorram indefinições de responsabilidade e autoridade , tais como não for satisfeita, a pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação.
duplicação de esforços ou omissão; certas atividades são executadas por Uma vez atendida, uma necessidade deixa de representar uma
mais de uma pessoa ou certas coisas deixam de ser feitas, porque alguém preocupação. Em outras palavras, se uma necessidade não for satisfeita, a
acha é incumbência de outro. pessoa ficará estacionada nesse nível de motivação.

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Uma vez atendida, uma necessidade deixa de representar uma Quem são os líderes?
preocupação, e a pessoa a ser motivada pela ordem seguinte de Um líder não é apenas um personagem proeminente, que pertence à
necessidades. história ou tem uma aura de sobrenaturalidade a seu redor. Há muitas
situações nas organizações e na vida social que envolvem essa capacidade
MOTIVOS EXTERNOS de comandar visando à realização de objetivos.
Os motivos externos são estímulos ou incentivos que o ambiente Que tipos de líderes há?
oferece ou objetos que a pessoa persegue porque satisfazem a uma Em segundo lugar, é importante distinguir administradores formais de
necessidade, despertam um sentimento de interesse ou representam a lideres informais. Não que os dois sejam mutuamente exclusivos, mas há
recompensa a ser alcançada. Um discurso de exortação feito por um líder diferença entre por exemplo, o presidente de uma empresa e o dirigente
político, um desafio proposto pelo gerente de vendas, uma escala de sindical que mobiliza seus empregados numa manifestação ou greve contra
progressão salarial, “o que eu quero ser quando crescer” e até mesmo o essa mesma empresa. A diferença é que o primeiro tem poder formal (ou
chicote usado pelos antigos feitores de escravos são exemplos desses autoridade formal) sobre seus funcionários, enquanto o segundo está
estímulos externos. exercendo uma liderança informal, ou simplesmente liderança, sobre os
Os motivos externos podem ser divididos em duas categorias mesmos funcionários, visando a meta de fazer manifestação ou greve.
principais - o trabalho - segundo uma classificação feita numa teoria Por que há liderados?
proposta por Frederick Herzberg, que exerceu grande influência nos O terceiro aspecto importante no fenômeno da liderança envolve os
estudos sobre a motivação. motivos que levam um grupo a concordar com a influência de um líder
A estes aspectos foi dado o nome de fatores intrínsecos ou fatores sobre seu comportamento.
de motivação propriamente dita entre estes encontravam-se os seguintes: A compreensão do fenômeno da liderança precisamente nesse
O trabalho em si. ponto: os motivos que levam uma pessoa a ser capaz de influenciar o
A realização de algo importante comportamento alheio. Esta é a questão essencial, que abrange as duas
O exercício da responsabilidade anteriores.
A possibilidade de crescimento
Felizmente, o conhecimento disponível oferece-nos uma
Teoria dos dois fatores classificação desses motivos, chamado bases da autoridade.
Por outro lado, os aspectos insatisfatórios diziam respeito mais ao
contexto do trabalho, ou seja, às condições dentro das quais o trabalho era ESTILOS DE LIDERANÇA
executado. A estes aspectos foi dado o nome fatores extrínsecos ou Uma ideia bastante disseminada sobre os estilos de liderança coloca
higiênicos e eram: os três comportamentos - autocrático, democrático e liberal - não como
Estilo de supervisão categorias totalmente distintas e isoladas umas das outras, mas como
Relações pessoais pontos de referência dentro de uma escala.
Salário Comportamentos autocráticos
Políticas de administração de pessoal Os comportamentos autocráticos correspondem ao uso propriamente
Condições físicas e segurança do trabalho. dito da autoridade formal e de seus instrumentos, e suprimem a
Incentivos monetários participação ou influencia dos subordinados no processo decisório do
A premiação em dinheiro é a mais simples que uma empresa pode dirigente. A autocracia, como comportamento do dirigente, pode ser “suave
usar. É também muito tradicional e largamente usada: comissões de “ ou forte.
vendas, bonificações por peças produzidas, participação nos lucros e Comportamentos democráticos
prêmios por sugestões são apenas alguns dos inúmeros exemplos que esta Os comportamentos do tipo democrático pressupõem alguma
modalidade de premiação oferece. O dinheiro é fácil de manejar; é algo de espécie de influência ou participação dos subordinados no processo de
que todos precisam e tem a vantagem de que o ganhador pode escolher o decisão ou de uso da autoridade por parte do dirigente. Aqui também,
que fazer com ele. temos mais e menos democracia.
Os incentivos monetários também podem ser combinados com Comportamentos Liberais
outras modalidades de premiação. Pode-se oferecê-los em ocasiões No caso dos comportamentos liberais, o gerente ou líder transfere
especiais , como um salário extra atingimento de uma meta de sua autoridade para os subordinados, conferindo-lhes o poder de tomar
desempenho. decisões que os afetam e que afetam o próprio gerente ou líder. Ser liberal,
em termos de comportamento do líder, implica a decisão de abdicar
LIDERANÇA racionalmente do poder de decisão.
“É mais fácil apontar alguém que tem liderança do que tentar definir o
que seja liderança”. Não apenas é extremamente difícil dizer o que é LIDERANÇA SITUACIONAL
liderança”, como também o conceito do que é o líder varia de pessoa para Um dos modelos mais populares de liderança que se baseiam na
pessoa, de grupo para grupo, e de situação para situação. Teremos todos ideia de dois estilos - tarefa versus pessoa - é a grade gerencial
que concordar que o Papa, por exemplo, tem essa capacidade, apesar que (managerial grid, no original), de Blake e Mouton .
aqueles que não são católicos não a aceitam. Mesmo estes, no entanto , Autoridade versus liberdade
não poderão deixar de reconhecer que ela existe dentro de determinado Dos autores que disseminaram a ideia da liderança situacional,
universo de valores. Além disso, ficamos em dúvida sobre a base de sua Tanenbaum e Schmit estão entre os primeiros que tentaram definir os
liderança : ela está no indivíduo , na posição que ele ocupa ou na instituição fatores que poderiam influenciar a escolha do estilo de liderança e a
que ele simboliza? eficácia do dirigente. Eles desenvolveram a ideia de um continuum ou
Definição spectrum da liderança , dentro do qual a autoridade do gerente e a
Há muitas definições desse fenômeno social complexo que é a liberdade do subordinado se combinam em proporções variadas, e
liderança. A explicação mais simples diz que o indivíduo A é um líder (ou propuseram que três conjuntos de “forças” ( ou fatores da situação) pesam
tem liderança) quando consegue conduzir as ações ou influenciar com na escolha do estilo de liderança entre essas diferenças possibilidades:
sucesso o comportamento dos indivíduos B, C, D etc. Resumindo
Nessa definição, está caracterizada a natureza da liderança como A liderança foi considerada, como produto de diversos aspectos da
fenômeno, sem discutirmos, ainda , os motivos pelos quais os indivíduos personalidade e do comportamento e da capacidade de utilizar o conceito
B,C, D etc. concordam em ser conduzidos ou deixam que seu de liderança situacional No entanto, é uma assunto por demais complexo
comportamento seja influenciado pelo indivíduo A . para caber numa apostila, e sobre o qual nunca é demais estudar, não
Outra definição diz o seguinte: apenas em livros de administração, mas também em outras disciplinas e na
“Liderança é a realização de uma meta por meio da direção de observação que no dia-a-dia podemos dos líderes que nos cercam.
colaboradores humanos. O homem que comanda com sucesso seus DESEMPENHO
colaboradores para alcançar finalidades específicas é um líder. Um grande É necessário, portanto, haver sintonia entre os motivos internos e os
líder é aquele que tem essa capacidade dia após dia, ano após ano , numa externos. As necessidades, interesses a aptidões, de um lado, e os
grande variedade de situações”. estímulos que lhes correspondem, de outro, agem simultaneamente para

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motivar o comportamento. A carência de algo que parece importante a Pelo Decreto-lei nº 900 de 29-09-1969, em seu artigo 3º, “Não
pessoa a perseguí-lo. Enquanto permanecer a carência, permanecerá o constituem entidades da Administração Indireta as fundações instituídas em
comportamento de busca da satisfação. virtude de lei federal, aplicando-se-lhes, entretanto, quando recebem
Em outras palavras, para que um estímulo de qualquer natureza subvenções ou transferências à conta do orçamento da União, a supervisão
tenha efeito motivador, é preciso que seja visto como recompensa - algo ministerial”.
que a satisfaz uma necessidade ou responde a um interesse. Dessa forma, Entretanto o Decreto-lei nº 2.299, de 22-11-1986, em seu artigo 1º,
o principal efeito que empresta maior ou menor força a determinado fator de introduziu o §2º ao artigo 4º do Decreto-lei nº 200/67, integrando à
motivação ou satisfação vem do próprio indivíduo, de sua forma de encarar Administração Federal Indireta as fundações instituídas em virtude de lei
o mundo, seus interesses e aptidões. Esses fatores individuais, tão federal ou de cujos recursos participe a União. E o § 3º exclui as fundações
numerosos quanto os indivíduos, exercem o mesmo tipo de influência que universitárias e as destinadas à pesquisa, ao ensino e às atividades
os fatores sociais ou grupais analisados a seguir. culturais, mas apenas para efeitos de inclusão de seus cargos, empregos,
funções e respectivos titulares no Plano de Classificação de Cargos
INFLUÊNCIA NO DESEMPENHO instituídos pela Lei nº 5.645, de 10-12-1970. Referidos parágrafos foram
O limite do desempenho não é estático e altera-se com a aquisição revogados pelo artigo 10 da Lei nº 7.569, de 10-04-1987. Essa mesma lei
de novos conhecimentos, com o aprimoramento das habilidades e com a inclui as fundações públicas entre as entidades constantes do inciso II do
mudança de atitudes e interesses, por meio de treinamento, educação, art. 4º do Decreto-lei nº 200/67 (alínea d).
interação social ou da experiência trazida pela passagem do tempo. Essa O artigo 5º do Decreto-lei nº 200/67 define os seguintes tipos de
evolução constante oferece a cada indivíduo um grande leque de entidades:
possibilidades, cada uma das quais pode concretizar-se ou não, uma vez autarquia => serviço autônomo, criado por lei, com personalidade
que uma pessoa em particular pode estar obrigada a permanecer em jurídica , patrimônio e receita próprios para executar atividades típicas da
determinado patamar de aproveitamento de potencialidades, seja pela falta Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento,
de oportunidade para progredir, pela falta de incentivos, ou por alguma gestão administrativa e financeira descentralizada;
outra razão. empresa pública => entidade dotada de personalidade jurídica de
Efeito Pigmalião nas relações humanas direito privado, com patrimônio e capital exclusivo da união criada por lei
Saindo do plano sociológico para o psicólogo, o fator desencadeador para a exploração da atividade econômica que o Governo seja levado a
tem analogia com a lenda de Pigmalião, da mitologia grega, que se exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa,
apaixonou pela estátua da mulher perfeita que havia esculpido. Vênus deu podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito;
vida à uma estátua e transformou em realidade a expectativa de Pigmalião, sociedade de economia mista => entidade dotada de personalidade
de que ela fosse uma mulher de verdade. Por causa disso, o fator jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade
desencadeador analisado por Merton como um fenômeno sociológico é econômica, sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a
também conhecido como efeito Pigmalião, quando transposto para a esfera voto pertençam, em sua maioria, à União ou à entidade da Administração
das relações humanas. Indireta, mas somente a União quando a atividade for submetida a regime
O Experimento de Rosenthal de monopólio estatal.
Para comprovar esse conceito, inúmeros experimentos foram, O Poder Executivo assegurará autonomia administrativa e financeira,
realizados. Um dos mais interessantes, cuja concepção forneceu o modelo no grau conveniente, aos serviços, institutos e estabelecimentos
para os demais, foi levado a efeito por Robert Rosenthal, e consistiu em incumbidos da execução de atividades de pesquisa ou ensino ou de caráter
dizer a uma professora de uma escola primária americana que metade de industrial, comercial ou agrícola que, por suas peculiaridades de
seus alunos haviam sido indicados como intelectualmente promissores” organização e funcionamento, exijam tratamento diverso do aplicável aos
num teste de QI, e que ao longo do curso esses alunos mostrariam um demais órgãos da Administração Direta, observada sempre a supervisão
desempenho excepcionalmente elevado. ministerial”
O efeito Pigmalião nas organizações Os órgão a que se refere este artigo terão a denominação genérica
Aplicado ao trabalho dos gerentes, o conceito do efeito Pigmalião de órgãos autônomos. Vê-se, pois, que os órgãos autônomos fazem parte
propõe que o desenvolvimento, a motivação e o desempenho de uma da Administração Direta
pessoa dependem em parte da forma como ela é tratada por outros, em De acordo o 2º, incluído pelo Decreto-lei nº 900/67, “ Nos casos de
particular por aqueles outros que têm sobre ela alguma espécie de concessão de autonomia financeira , fica o Poder Executivo autorizado a
ascendência, como é o caso de seus chefes. Esse tratamento, por sua vez, instituir fundos especiais, de natureza contábil, a cujo crédito se levarão
é produto das expectativas que a segunda pessoa tem em relação aos todos os recursos vinculados às atividades do órgão autônomo
alunos. orçamentários , inclusive a receita própria.
INFLUÊNCIA DA PERCEPÇÃO Recentemente, o Decreto nº 93.872/86, em seu artigo 71, denominou
A percepção pode ser definida como um processo de aquisição e Fundo Especial, para os fins daquele Decreto (o que faria supor a
interpretação de informações. Uma pessoa faminta vê a comida de forma existência de tais fundos em outras circunstâncias) “ a modalidade de
diferente de outra satisfeita, porque aquilo que ocorre em seu organismo gestão de parcela de recursos do Tesouro Nacional, vinculados por lei à
altera psicologicamente as propriedades intrínsecas do estímulo, realização de determinados objetivos de política econômica, social ou
emprestando-lhe um significado particular. Por isso, é a percepção: a administrativa do Governo”.
maneira como o estímulo é visto e interpretado. O distingue, das demais, os de natureza contábil os primeiros,
A percepção resulta de todos os fatores anteriormente analisados: a referentes a este capítulo, são os constituídos por disponibilidades
sociedade, o grupo e o próprio indivíduo. Cada um destes exerce sua financeiras evidenciadas em registros contábeis, destinados a atender a
influência particular, para que o estímulo seja percebido de maneira saques a serem efetuados diretamente contra a caixa do Tesouro Nacional
peculiar por um indivíduo. “.
A contabilização dos fundos especiais a que se faz referência é de
PRINCÍPIOS E SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO FEDERAL responsabilidade do órgão de contabilidade do Sistema de Controle Interno,
Segundo o artigo 4º do Decreto-lei nº 200, de 25-02-1967, “a onde, inclusive, ficarão arquivados os respectivos documentos.
administração Federal compreende”: Quando se tratar especificamente dos controles interno, poder-se-á
I - a Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados constatar que a abrangência do controle governamental é bem mais ampla
na estrutura da Presidência da República e dos Ministérios. que o campo de aplicação da Contabilidade Pública e o dos próprios órgãos
II - a Administração Pública Indireta que compreende as seguintes e entidades que integram a estrutura da Administração Pública.
categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: Objetivos das empresas públicas
Autarquia; empresas públicas; sociedades de economia mista. Diz-se que as empresas públicas têm, por exemplo, os seguintes
§1º - As entidades compreendidas na Administração Indireta objetivos: promover o desenvolvimento e superar uma alta aversão privada
consideram-se vinculadas ao Ministério em cuja área de competência ao risco; coordenar atividades infra e intersetoriais; assegurar o controle
estiver enquadrada sua principal atividade. estatal sobre os setores considerados básicos, assim como administrador
dos monopólios; limitar as práticas monopolísticas ou oligopolísticas e frear

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a intervenção das empresas multinacionais; contribuir para a
instrumentalização da prática econômica governamental, na atenuação ou
compensação dos desequilíbrios regionais etc.
O desenvolvimento das empresas públicas pode ser explicado pela
concorrência de quatro tipos de causas:
1. Fatores políticos. Derivam das contradições geradas pelo próprio
sistema capitalista e que obrigam o Estado a participar da produção direta
de bens e serviços
2. Instrumento de política econômica. O governo utiliza a empresa
pública para intervir sobre variáveis econômicas, como emprego,
investimento, redução dos desequilíbrios regionais ,crescimento,
reestruturação setorial e promoção da reindustrialização.
3. Condições técnicas que impedem uma empresa regida pela ótica
privada de alcançar a otimização individual, compatível com otimização
social e sem incorrer em perdas de bem-estar. Natureza e quadro jurídico da empresa
4. Vincular sua criação à função que é objetivo dos executivos das Define-se uma empresa como um conjunto de pessoas e meios
empresas públicas, como meio para aumentar sua autonomia e seu poder. materiais cuja atividade é orientada para a produção de bens econômicos,
A forma utilizada nestes casos é a criação de filiais e subfiliais. isto é, bens ou serviços que satisfazem às necessidades humanas.
Essa definição se aplica tanto às empresas capitalistas, próprias do
sistema de livre mercado, que buscam a obtenção de lucro e decidem sua
própria política econômica, quanto àquelas que atuam em um sistema
4 PATRIMÔNIO. 4.1 CONCEITO. 4.2 COMPONEN- econômico coletivizado, e que têm como objetivo o cumprimento de metas
TES. 4.3 VARIAÇÕES E CONFIGURAÇÕES. impostas através de um plano traçado pelas autoridades econômicas do
estado. Mesmo nos países de economia de mercado existem empresas de
Direito de propriedade — Fundamentos propriedade pública, como é em geral o caso das redes de transporte
A propriedade, objeto imediato dos direitos fundamentais (art. 5º, ca- urbano, das companhias estatais de petróleo etc., para as quais a obtenção
put), é garantida pelo inciso XXII e constitui princípio da ordem econômica de lucro pode ou não constituir o objetivo primordial. O que dá a uma
(art. 170, II). instituição o caráter de empresa, seja qual for o sistema econômico e social
em que esteja inserida, é sua atividade e não seu objetivo. Uma empresa é
O direito de propriedade é “abrangente de todo o patrimônio, isto é, os a combinação de bens materiais e de trabalho humano com a finalidade de
direitos reais, pessoais e a propriedade literária, a artística, a de invenções produzir bens ou serviços.
e descoberta. A conceituação de patrimônio inclui o conjunto de direitos e O conceito de empresa, surgido na área econômica, é de difícil
obrigações economicamente apreciáveis, atingindo, consequentemente, as apreensão do ponto de vista jurídico. Constituída por um conjunto de bens,
coisas, créditos e os débitos, todas as relações jurídicas de conteúdo regulado pelas normas do direito patrimonial, uma empresa é também uma
econômico das quais participe a pessoa, ativa ou passivamente”, ensina reunião de pessoas. Trata-se, assim, de uma entidade de conteúdo
Ylves José de Miranda Guimarães. econômico, ao mesmo tempo, social. Em consequência disso, aplicam-se
ao campo empresarial diversos ramos da ciência jurídica, tais como o
Para o Direito Natural, a propriedade antecede ao Estado e à própria direito comercial, trabalhista etc. Por outro lado, a diversidade de formas
sociedade, e não poderá ser abolida, mas seu uso poderá ser regulado em que uma empresa pode assumir determina também as normas legais a ela
função do bem comum. aplicáveis.
Direção e administração de empresas
Quando a empresa é constituída de uma só pessoa, cabe a esta a
5 HIERARQUIA E AUTORIDADE. 6 EFICIÊNCIA, E- determinação de objetivos e a escolha dos meios que serão empregados
FICÁCIA, PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE. 7 para sua consecução. Entretanto, de modo geral, as empresas se
PROCESSO DECISÓRIO. 8 PLANEJAMENTO compõem de um grupo de indivíduos entre os quais alguns são
responsáveis pela tomada de decisões. A questão se mostra mais
ADMINISTRATIVO E OPERACIONAL. 9 DIVISÃO
complexa quando as contribuições das diversas pessoas que compõem a
DO TRABALHO. 10 CONTROLE E AVALIAÇÃO. empresa não são iguais, e também porque umas contribuem, por exemplo,
11 MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO. 12 LIDERANÇA. com capital e outras com trabalho. No mundo moderno a empresa é, na
13 GESTÃO DA QUALIDADE. 16 NOÇÕES DE maior parte dos casos, uma associação de elementos muito heterogêneos,
USO E CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE cujos interesses nem sempre coincidem, e podem mesmo mostrar-se
ESCRITÓRIO. diametralmente opostos. Esses interesses estão normalmente submetidos
a uma regulamentação jurídica muito complexa. Em consequência disso,
Administração: noções de organização, sistemas e métodos. surge a figura do diretor ou administrador de empresas, que pode ou não
ser a pessoa que detém a maior parte do capital.
Administração de empresas Pode acontecer que a empresa, em seu processo de crescimento,
A tarefa de administrar uma empresa -- planejar seus objetivos, alcance dimensões tais que os dirigentes da entidade perdem o controle
mobilizar os meios necessários para atingi-los e controlar os resultados sobre a totalidade de seus processos. Torna-se então manifesta a
obtidos -- tem sido considerada tradicionalmente mais uma arte ou uma necessidade de adotar uma adequada política de descentralização, que
qualificação adquirida pela experiência do que um conjunto de técnicas aplique também à alta direção o princípio da divisão do trabalho. Todavia,
baseadas no conhecimento científico. No mundo contemporâneo, contudo, ocorre com frequência, sobretudo em empresas de tamanho médio ou em
os administradores de empresas, se desejam permanecer atualizados, companhias familiares, cujo crescimento se dá com rapidez em
aproveitar todas as oportunidades e enfrentar a concorrência, devem determinadas circunstâncias, que a diretoria -- por inércia, desconfiança ou
aplicar técnicas extremamente complexas, como a mercadologia, a análise simples incapacidade de delegar um número cada vez maior de funções
financeira, a programação linear e outras que exigem sólida formação diretivas -- pretenda continuar controlando todo o processo empresarial.
profissional e aprendizado permanente. A incapacidade material de abranger todas essas funções dá origem a
um verdadeiro gargalo, que pode prejudicar seriamente a tomada de
decisões e outros aspectos da atividade empresarial.

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Organograma funcional Organograma matricial


Funções de direção A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que
Os órgãos de direção da empresa têm a função específica, que só a a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes.
eles compete, de determinar as políticas empresariais a curto e a longo Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da
prazo. Outra função da direção da empresa è a coordenação dos diferentes estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O
setores. Uma empresa pode ser comparada a uma máquina grande e fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos
complexa, cujas peças devem se adaptar entre si de modo a atingir uma de pouca importância denuncia falha na organização da empresa.
otimização de seu funcionamento geral. O planejamento e a organização são dois fatores complementares:
Para pôr em prática sua missão, a direção da empresa dispõe de sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não
diferentes procedimentos que podem ser classificados como instrumentos poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma ideia, por melhor
de planejamento, de organização e de controle. que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma
Planejamento. Planejar é antecipar a forma em que se darão no futuro organização adequada para levá-la a cabo.
determinados acontecimentos. Por meio do planejamento se estabelece a Princípios de organização empresarial
ordem futura dos fatos que constituem o desempenho da empresa. Dessa Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa
maneira se assegura o funcionamento correto da entidade frente a é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros
interferências não previstas em seu processo produtivo. Pode-se considerar mais específicos.
o planejamento como um conjunto de decisões antecipadas tendentes a (1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da
guiar a empresa até seus objetivos. empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou
A forma de planejamento varia de acordo com o tipo de empresa. órgão para atingir os objetivos da entidade.
Existem setores produtivos em que as oscilações imprevistas do mercado, (2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a
a escolha de opções que implicam grandes riscos e outras circunstâncias -- consecução dos objetivos com um mínimo de custos.
intrínsecas ou extrínsecas à empresa -- impõem um sistema de (3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é
planejamento flexível, capaz de adaptar-se a qualquer momento a um empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um
ambiente em mutação. Por outro lado, há setores em que o planejamento chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é,
deve ser muito rígido, com um grau bastante preciso de explicitação quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe,
numérica dos resultados em cada uma das seções da empresa. É este manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa
habitualmente o caso das empresas estatais nos países de economia organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número
dirigida. excessivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre
O planejamento global da empresa deve ater-se, a curto prazo, às eles terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo
limitações que lhe impõe o setor mais fraco de todos os que constituem a que dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se
entidade, adaptando o conjunto ao gargalo formado pelo referido setor. traduz em falta de eficácia.
Assim, por exemplo, se a empresa tem diante de si um mercado de É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de
grandes possibilidades, mas sua capacidade de produção é insuficiente, o autoridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos
planejamento a curto prazo deverá tomar como referência essa capacidade subordinados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações
limitada de produção, já que as potencialidades comerciais não poderão ser nos vários escalões da empresa.
utilizadas em sua totalidade pela falta de produtos para vender. A longo (4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tarefas
prazo, ao contrário, o objetivo do planejamento deverá ser a redução da repetitivas e rotineiras, que são as mais frequentes no cotidiano de uma
distância entre o setor fraco e os demais elementos da empresa. No caso empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos,
citado anteriormente, seria necessário planejar a compra de novas dedicados a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um
máquinas, a contratação de pessoal e a disposição adequada de todos os número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento
elementos essenciais, com o objetivo de evitar que a capacidade produtiva com o mesmo esforço.
da empresa constitua um obstáculo para sua expansão comercial. Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a
Organização. A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia consequente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar
possível no conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser
Para isso, a direção deve definir as funções, obrigações e contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura
responsabilidades dos diversos cargos e níveis hierárquicos, tratando de organizacional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente
evitar lacunas e superposições. Além disso é preciso elaborar a rede geral complexa. De outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a
de informações da empresa, através da qual as ordens e diretrizes circulem sensação de realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz
da maneira mais fluente possível, desde os escalões superiores até os mais diminuir a produtividade.
inferiores, enquanto os resultados e das informações referentes ao controle (5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do
fluem em sentido contrário. qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é
Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se frequente o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o
mecanizam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão trabalhador de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões
particularizado. Sua execução se faz automaticamente, com o consequente referentes à disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em
ganho de tempo e rendimento. princípio, a unidade de comando significa que a organização deve estar
disposta de modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de
autoridades diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as
outras.

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(6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação.
Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par Também é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se
da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve exerce sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra.
assumir a responsabilidade consequente. Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em
A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está sentido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se
subordinado a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de
subordinados. A função da hierarquia baseia-se na descentralização das gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle,
diretrizes de trabalho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem
transmissão descentralizada de ordens, em sentido descendente, e a periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes,
centralização das informações sobre os resultados, em sentido ascendente. quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem
Departamentalização da empresa. O princípio da hierarquia e da o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning-
autoridade produz uma diferenciação vertical de atividades na empresa. O Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento,
princípio da divisão e da especialização do trabalho estabelece, por sua Programação e Orçamento) é um sistema integrado de controle de
vez, uma diferenciação horizontal. A conjunção de ambas as diferenciações programas e orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no
dá o perfil da estrutura organizacional. Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se
A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da generalizou entre os órgãos do governo federal daquele país e também
empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode entre numerosas entidades públicas e empresas privadas.
obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do Evolução da administração de empresas
agrupamento por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico
ao princípio da especialização e favorece o controle exercido pela alta passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como
direção da empresa. conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência
A departamentalização por produto é própria de empresas que individual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início
fabricam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. do século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou
Favorece a diversificação da produção e o estabelecimento da decorrente da intuição de certas pessoas.
administração por objetivos. Sua principal desvantagem em relação à Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento
departamentalização funcional, reside numa maior dificuldade para exercer das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino
um controle eficaz sobre o conjunto da empresa. da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a
Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas mercadologia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se
geográficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma tornaram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige
departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos as empresas.
critérios. A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de
Coordenação de atividades. A departamentalização divide as conhecimentos específicos, é hoje prática indispensável para os
atividades da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja profissionais da administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e
coordenação e integração dessas atividades, de modo que todas elas se conceitos.
articulem adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para Organização científica do trabalho: Taylor
essa finalidade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento
consiste na aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra The
se realiza mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração
eficaz em organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da
complexidade, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações
complementado com sistemas administrativos, que são procedimentos sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país.
formais que levam à realização automática do trabalho rotineiro de O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos
coordenação. principais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser
Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos feita com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões
de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou intermediários entre a direção da empresa e o operário que realiza o
departamentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada trabalho material. Taylor examinou em minúcias a função de controladores,
tarefa. Por fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de chefes de equipe etc., e propôs pela primeira vez um sistema de
certas pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a comunicação interno para a empresa, de cima para baixo -- isto é, dos
coordenação entre setores distintos de uma organização. escalões superiores para os inferiores --, mediante instruções escritas,
Modelos comuns da estrutura organizacional estudadas e preparadas com antecipação suficiente para a realização
A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos concreta das tarefas correspondentes.
básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo
rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de detalhado dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas,
comando. Nela, cada subordinado obedece seu chefe imediato e não há divididas em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar
comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A a uma fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o
coordenação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica. trabalho seja realizado com menor esforço e maior velocidade possível.
A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo
departamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização
casos em que se combinam numa mesma estrutura a organização correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento.
funcional e uma organização orientada para a realização de projetos As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito
concretos, surge a chamada organização matricial. A característica imediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se
determinante da organização matricial é a interação dos fluxos de seguiram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar
autoridade: um deles, vertical, corresponde à organização funcional, o consideravelmente a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo
outro, horizontal, emana da autoridade técnica ou de projeto. teve pouca influência além da organização material das oficinas.
Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava
simplesmente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol,
de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de
como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da
de decisões. empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes
Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e
atingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase
execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns

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dos quais já foram tratados aqui especificamente. As ideias de Fayol, que Origens da empresa moderna. Remontam à expansão do capital
encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de comercial as origens da empresa moderna. No século XVI surgiram as
Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas bolsas de mercadorias e de valores e as sociedades por ações. No século
administrações públicas europeias. Entretanto, como aconteceu com o seguinte foram organizadas as grandes companhias coloniais, ao mesmo
taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática tempo em que se instalavam na França as chamadas manufaturas reais. A
as ideias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. consolidação e a expansão da empresa moderna acompanharam a
Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções evolução do capitalismo industrial. A primeira fase de expansão significativa
tayloristas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de da empresa confunde-se com a revolução industrial, que teve início na
empresas) partem de um princípio muito simples no que diz respeito à segunda metade do século XVIII na Inglaterra, de onde se estendeu a toda
psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é a Europa ocidental e, posteriormente, aos Estados Unidos. As empresas
guiado unicamente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador industriais pioneiras dedicavam-se à fiação e tecelagem, primeiros setores
renuncie a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um beneficiados pelo avanço tecnológico, incentivado pela expansão do
mero prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se mercado consumidor. A empresa plurissetorial, com múltiplas funções,
conseguir a maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um nasceu nos Estados Unidos.
incentivo. Só há duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento Classificação das empresas. Segundo os fins que perseguem e
dos salários ou melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a conforme recomenda o Conselho Econômico e Social da Organização das
diminuição da jornada. Nações Unidas, as empresas se classificam em: (1) de agricultura, caça,
Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra silvicultura e pesca; (2) de exploração de recursos minerais; (3) de indústria
a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo manufatureira; (4) de eletricidade, gás e água; (5) de construção; (6) de
australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no comércio; (7) de transporte, armazenagem e comunicações; (8) financeiras,
estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e 1932. de seguro, imobiliárias e de serviços; (9) de serviços comunitários, sociais e
Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro pessoais; (10) outras atividades não especificadas.
da lógica plenamente racional da escola da organização científica do De acordo com o tipo de organização a que pertencem, as empresas
trabalho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. podem ser singulares, quando de propriedade de uma só pessoa física, e
Experimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente coletivas, quando constituídas de uma associação de pessoas. As
fraca até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade empresas coletivas podem ser públicas ou privadas. A empresa pública
em todos os casos. Esse resultado era imcompreensível do ponto de vista pode: (1) estar subordinada diretamente à administração central, caso em
da organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores que constitui um serviço público industrial (casa da moeda, correios e
demonstraram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a telégrafos, serviço de abastecimento de água etc.); (2) estar organizada sob
nenhuma causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da a forma de autarquia, entidade dotada de personalidade jurídica, com
realização das experiências -- nas relações sociais entre a direção da autonomia administrativa e financeira; (3) estar organizada sob a forma de
empresa e os trabalhadores e, em consequência, à mudança entre os sociedade anônima, de que o estado é o único acionista, caso em que se
próprios trabalhadores. constitui a empresa pública propriamente dita.
Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes As empresas privadas são civis ou comerciais. Quando as sociedades
conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente civis visam a uma finalidade de ordem econômica -- sociedades
individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele cooperativas, de exploração agrícola ou de prestação de serviços --
pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas organizam-se como empresas. As sociedades comerciais, que se
reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, constituem sempre como empresas, podem revestir-se de uma das
estudada racionalmente pela escola clássica, existe uma organização seguintes formas: sociedade em nome coletivo; sociedade por quotas de
informal -- redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o responsabilidade limitada; sociedade de capital e indústria; sociedade em
funcionamento do grupo. comandita simples ou por ações; sociedade por ações ou sociedade
As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da anônima. Geralmente, a grande empresa se forma como sociedade por
sociedade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra ações, também denominada companhia. Algumas vezes, a empresa é uma
mundial. Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração sociedade anônima de que participam, como acionista majoritário, o estado
de empresas. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. e, como acionistas minoritários, pessoas físicas ou pessoas jurídicas
Empresa privadas. Nesse caso, a empresa é de economia mista.
Como unidade básica da produção de bens, a empresa tem sido Empresas multinacionais. As grandes empresas transnacionais se
tradicionalmente objeto de estudo da economia e do direito. A progressiva organizaram para atender ao duplo propósito de suprir o mercado interno e
concentração industrial, a aparição das grandes sociedades multinacionais atender à demanda do mercado internacional, em escala capaz de
e a extensão da iniciativa empresarial a novos setores da vida social têm multiplicar várias vezes os lucros. Com a expansão de suas operações,
feito com que a realidade da empresa interesse também, cada vez mais, à essas empresas modificaram sua intervenção no mercado internacional: ao
teoria política, à sociologia e às ciências sociais e humanas em geral. invés de adquirir matéria-prima no exterior e vender produtos acabados,
Empresa é a entidade econômica que administra e controla uma ou passaram a instalar empresas subsidiárias nos próprios países onde
mais unidades técnicas de produção, distribuição ou prestação de serviços. adquirem a matéria-prima, utilizando tecnologia própria e mão-de-obra
A empresa pode ser matriz de um conglomerado, de um grupo de local, e vendendo produtos industrializados. De exportadoras de
empresas associadas (empresas do tipo holding) ou sede de um grupo de mercadorias elas evoluíram para exportadoras de serviços e investidoras
empresas filiais, sucursais ou subsidiárias. Nesses casos, a empresa-matriz diretas de capital. A grande empresa transformou-se numa constelação de
ou empresa-sede funciona como centro das decisões sobre a linha de ação empresas disseminadas por todo o mundo, todas, porém, subordinadas à
a seguir pelas demais unidades do grupo. holding com sede no país de origem.
Desde o surgimento das empresas familiares, próprias da fase da A produção de uma só grande empresa multinacional -- a General
manufatura, quando ainda predominavam o trabalho domiciliar e a Motors -- supera o produto nacional bruto da grande maioria dos países. As
produção sob encomenda, até o estabelecimento das fábricas modernas cem maiores empresas industriais do mundo têm sede nos Estados Unidos,
(factory system), a empresa foi alvo de importantes modificações devidas a Europa e Japão. Estão ausentes da relação todos os países da América
diferentes fatores: (1) o crescimento populacional, que possibilitou a divisão Latina, África e resto da Ásia.
do trabalho e a ampliação dos mercados; (2) o progresso técnico Para ser classificada na categoria de transnacional, uma empresa
decorrente do uso da máquina e o consequente aumento da produtividade; privada deve possuir as seguintes características: (1) operações em mais
e (3) a acumulação e a concentração do capital. de um país; (2) vendas que ultrapassem cem milhões de dólares; (3)
A empresa se configura como um complexo de atividades econômicas direção coordenada e em nível estratégico, global, dada pela matriz no
sob controle de uma entidade jurídica (pessoa física, sociedade mercantil, país-base; e (4) as subsidiárias nos outros países devem representar pelo
sociedade cooperativa, instituição privada sem fins lucrativos e organização menos vinte por cento dos haveres totais da empresa.
estatal).

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O crescimento acelerado das multinacionais deve-se aos gigantescos " Você tem o desempenho que você paga"
recursos financeiros de que dispõem, o que lhes permite também investir Edward Lawler III, From the ground up
pesadamente em pesquisa, e também aos modernos métodos gerenciais. Imaginemos uma sociedade onde as reflexões que se seguem fossem
Os avanços em tecnologia ou mercadologia conseguidos por uma das tomadas como paradigmas organizacionais:
subsidiárias são transmitidos -- por intermédio da matriz -- às demais. Por • A visão da organização como uma unidade econômica deve ser
sua vez, cada subsidiária mantém a matriz informada não só da evolução revista;
da economia do país em que opera como também de eventos políticos e • Gestores devem se prover de ferramentas intelectuais que os
sociais que a podem afetar. permitam desenvolver habilidades e políticas e se entrosar com diversas
Para governos e povos, os eventuais abusos de poder econômico áreas de conhecimento);
pelas multinacionais têm sido vistos de modo diferente. Enquanto na
• Gerentes efetivos devem adotar estilos que não inibam o com-
maioria dos países subdesenvolvidos o problema é encarado em termos
prometimento e a motivação dos outros;
políticos, como confronto entre a soberania nacional e o perigo da
dominação econômica estrangeira, nos Estados Unidos, onde tem sua base • Há uma necessidade de se reconhecer, por parte dos gerentes,
a imensa maioria das multinacionais, as duas preocupações principais são diferenças individuais;
a "exportação de empregos" e a deterioração do balanço de pagamentos. • Organizações podem tornar-se lugares onde as pessoas possam
Os dirigentes trabalhistas acusam as multinacionais de seu país não só de desenvolver experiências de crescimento, equilibrando o poder entre inte-
implantar novas fábricas em países de mão-de-obra barata, como também lecto e anseios pessoais com o poder da intuição e do amor;
de transferirem fábricas existentes nos Estados Unidos para tais países. • As pessoas querem coerência e um senso lógico no sentido de
Após a segunda guerra mundial, registrou-se uma expansão das atingirem uma situação de bem estar e de harmonia uns com os outros;
multinacionais em novos setores industriais, além dos até então • Gerentes efetivos dialogam e interagem responsavelmente com
tradicionais, que eram mineração e petróleo. As multinacionais americanas os outros, conseguindo compreender de forma enfática o conceito de tudo
tomaram a iniciativa, diante da abertura de novos mercados nos países que o universo onde operam, e promovem união e qualidade no relaciona-
europeus em fase de reconstrução e recuperação, assim como a mento em seu contexto social);
oportunidade de fabricar mais barato na Europa artigos para o mercado dos • Gerentes verão a si próprios como administradores, gerenciando
Estados Unidos. Os investimentos diretos de multinacionais americanas no o crescimento, a coesão e o renasciment);
estrangeiro, que somavam apenas 11,8 bilhões de dólares em 1950, • Organizações começam timidamente com pequenas inovações e
passaram a 32 bilhões em 1960 e a 82 bilhões em 1970. Mais de dois progridem para uma dimensão em que introduzem sistemas, estruturas,
terços desses investimentos foram aplicados em países da Europa onde a descentralização e a liderança pessoal são vistas em todos os
ocidental. A expansão da indústria americana na Europa caracterizou-se níveis
pela concentração em setores de tecnologia avançada: indústria Esta é nossa sociedade contemporânea. Globalizada, competitiva, in-
automobilística, eletrônica, química e de informática. festada por uma megatonelagem de informações e vivenciando um cenário
No fim da década de 1960 esboçou-se um movimento em sentido de mudanças em constante processo de transformação.
contrário. Muitas empresas de países da Comunidade Europeia que se Este cenário nos mostra um constante movimento de mudanças, e nem
haviam tornado "transeuropeias" instalaram-se também nos Estados sempre estamos em condições de dominá-lo. Há determinadas situações
Unidos. Sucessivas desvalorizações do dólar contribuíram para acelerar onde sequer conhecemos os perfis destas mudanças, sabemos tão somen-
essa tendência. te onde elas vão acontecer, e quais suas consequências.
As empresas japonesas só cogitaram de se tornar multinacionais muito Em outras situações até conhecemos estes perfis, mas as mudanças
depois das americanas e europeias. Durante a década de 1960, o se revelam em níveis inalcançáveis, e nada podemos contra elas. Nos dois
vertiginoso crescimento econômico do Japão foi devido quase cenários de mudanças que nos restam estamos em condições de influenci-
exclusivamente ao superávit das exportações. No fim daquele decênio, os á-las ou até mesmo controlá-las, mas, sem dúvida, são fenômenos de
investimentos diretos das empresas japonesas no estrangeiro não dimensões, volume e quantidade inferiores aos outros dois.
chegavam a cinco bilhões de dólares. A política econômica mudou Neste momento é que percebemos a necessidade de enfrentar este
radicalmente a partir de 1970. Os Estados Unidos e outros países cenário de mudanças com estruturas internas, nas organizações baseadas
ameaçaram reagir com medidas de protecionismo em relação às em equipes fortes, sinérgicas, com estruturas de sustentação sólidas,
exportações japonesas e Tóquio relaxou as restrições que fazia à gerando o que Kotter chamou de coalizões poderosas.
exportação de capitais. Este cenário, que está representado pelas reflexões que abrem este
Empresa na economia socialista. Criada no capitalismo, a grande texto, geram o que denominamos – A NOVA LÓGICA DAS ORGANIZA-
empresa como complexo de atividade econômica tornou-se a base da ÇÕES.
economia socialista. Na extinta União Soviética, a empresa se estabelecia Sob esta nova lógica, os líderes destas organizações devem dar início
sob as duas formas de propriedade socialista (propriedade estatal e a uma mudança significativa em seus paradigmas de gestão:
propriedade cooperativa).
Assim como a empresa capitalista, a empresa socialista buscava • A própria estrutura organizacional deve funcionar como um dife-
igualmente a otimização da rentabilidade e empregava técnicas rencial competitivo, por sua dinâmica, sua linha de atuação, suas políticas e
administrativas e métodos de gestão condizentes com esse objetivo. seus perfis de dominância interna, preferivelmente integrada – lideranças e
bases produtivas;
Com a progressiva atenuação da guerra fria entre o bloco de países
liderados pela União Soviética e o Ocidente, as nações do leste europeu, • Cada um dos colaboradores destas organizações devem estar
de economia centralizada e regime socialista, passaram a ser alvo da conscientes de que, com suas atitudes, comportamentos e posturas devem
expansão das multinacionais. Um dos primeiros grandes investimentos, da agregar valores significativos ao resultado final;
ordem de cinquenta milhões de dólares, foi feito pela Fiat, que instalou uma • Nestas organizações modelos de abordagem da liderança de-
fábrica de automóveis na própria União Soviética. O principal impulso ao vem ser mais importantes do que estilos pessoais de liderança; líderes
investimento estrangeiro na área de influência soviética foi dado pelos devem ser reconhecidos como tal por sua capacidade de influenciar pesso-
acordos de cooperação econômica assinados em Moscou em 1972, entre as e gerar resultados através estas pessoas, segundo Drucker);
os Estados Unidos e a União Soviética, no qual se tornava evidente a • O núcleo superior de decisão dessas organizações devem en-
decisão soviética de recorrer à tecnologia mais avançada do Ocidente. tender que carisma, empatia e popularidade até podem ser importantes na
A partir de 1991, com o fim do bloco socialista, as multinacionais relação interna nas organizações, mas não significam liderança; o que
passaram a investir mais intensamente nas repúblicas que integravam a caracteriza a liderança é a capacidade efetiva de gerar resultados por
antiga União Soviética e demais países do leste europeu, atraídas por um intermédio das pessoas;
novo e vasto mercado. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações • Nas organizações que se proponham adotar a nova lógica é fun-
Ltda. damental entender que a gestão de pessoas se faz em toda a organização;
unidades de recursos humanos funcionam como consultores internos,
A Nova Lógica das Organizações gerando recursos e condições para um efetivo gerenciamento do talento,
FRANCISCO BITTENCOURT
CONSULTOR DO INSTITUTO MVC
conhecimento e do capital humano disponível;

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• Processos seletivos, atividades de treinamento, aperfeiçoamento Uma organização é formada pelo soma de pessoas, máquinas e outros
e desenvolvimento devem ter como foco as habilidades individuais e o equipamentos, recursos financeiros e outros.
objetivo a geração de resultados, com a meta de minimizar custos, otimizar A organização então é o resultado da combinação de todos estes ele-
recursos e investimentos e maximizar resultados e lucros; mentos orientados a um objetivo comum.
• A formação e consolidação de equipes internas produtivas, ge- A qualidade é o resultado de um trabalho de organização.
rando coalizões poderosas (como Kotter definiu), e onde o principal instru- A importância da organização
mento de ação é a negociação; Podemos ter uma ideia porque a organização é importante compreen-
dendo que um dos primeiros passos para uma empresa implantar um
• O instrumento básico de controle dessas organizações que ado-
processo TQM - gerenciamento total da qualidade (total quality manage-
tam a nova lógica é o comprometimento – compromisso com obrigação,
ment). Esse primeiro passo tem início no uso dos conhecidos 5 S, que
representado por uma linha de ação divulgada e entendida por toda a base
significam, a partir das palavras japonesas:
de colaboradores:
• SEIRI que corresponde a eliminar o desnecessário separando-o
• estratégias, ou a direção a ser tomada
do necessário.
• objetivos, ou as ações a serem implementadas
• SEITON que significa colocar em ordem, guardando de forma
• metas, ou a dimensão valorativa destes objetivos ordenada tudo que é necessário.
Alguns outros aspectos são fundamentais no processo de efetivação
• SEISO que significa limpeza, eliminação da sujeira, acabando
desta forma de gestão e com eles, as organizações complementam seu
com as fontes dos problemas.
universo interno:
• SEIKETSU que significa asseio, padronização, higiene, e tam-
• a linguagem praticada pela organização deve ser construída
bém o estágio onde se evita que as etapas anteriores retrocedam.
com base no mecanismo da linguagem de gerência – objetivo, resultado e
lucro (é sempre assim que as organizações ditas produtivas, no modelo • SHITSUKE que significa disciplina, com a cumprimento rigoroso
neoliberal se manifestam); de tudo que foi estabelecido pelo grupo.
Os cinco S somente terão sucesso se forem praticados de forma siste-
• a linguagem entendida pelos colaboradores deve ser arquitetada
mática e contínua, bem como sejam resultado do consenso do grupo envol-
pelas lideranças internas com base no mecanismo da linguagem de estimu-
vido neste processo.
lação – reconhecimento, oportunidade e participação (contrapartida social
http://www.gerenco.com.br/page3.html
ao neoliberalismo organizacional); esta linguagem de estimulação leva ao
envolvimento e ao comprometimento;
Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de
• o mecanismo de comunicação interna deve ser desenvolvido por Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos
um processo de comunicação não ameaçadora, caracterizado por: clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria
• abordagens espontâneas Clássica da Administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral
• mensagens com sentido (entendidas e internalizadas) (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance
• perfis de linguagem questionadoras e não julgadoras organisation - commandement, coordination – contrôle).
• posturas assertivas e não agressivas, francas e não rudes Vida
A organização deve ser construída e desenvolver seus processos de Fayol era filho de pais franceses. Seu pai André Fayol, um
evolução e liderança em torno de dois componentes básicos: clientes e contramestre em metalurgia. Casou-se com Adélaïde Saulé e teve três
produtos. filhos, Marie Henriette, Madeleine e Henri Joseph, o último sempre hostil às
Processos participativos de gestão são bem vindos. Mas devem ser en- ideias do pai.
tendidos como processos onde mecanismos de proteção, paternalistas, Criou o Centro de Estudos Administrativos, onde se reuniam
autocráticos ou liberais são vistos com desconfiança. semanalmente pessoas interessadas na administração de negócios
Para que, nesta nova lógica, esses paradigmas resultem em contribui- comerciais, industriais e governamentais, contribuindo para a difusão das
ções efetivas para o negócio, deve-se entender que: doutrinas administrativas. Entre seus seguidores estavam Luther Guilick,
• gerenciar a atenção é uma necessidade fundamental, na medida James D. Mooney, Oliver Sheldon e Lyndal F. Urwick.
em que a percepção (estar atento a tudo o que se desenvolve no cenário) é Também direcionou seu trabalho para a empresa como um todo, ou
o primeiro passo para consolidar mudanças comportamentais; seja, procurando cuidar da empresa de cima para baixo, ao contrário das
ideias adotadas por Taylor e Ford.
• gerenciar o significado, de forma a que a todo o instante as
Juntamente com Taylor e Ford são considerados os pioneiros da
mensagens trocadas na organização façam sentido, não só para quem administração. Sua visão, diferentemente de Taylor (trabalhador) e Ford
emita, como para quem receba; (dono), foi a de um Gerente ou Diretor. Em 1888, aos 47 anos, assumiu a
• gerenciar a confiança, de maneira a que seja praticado o autoge- direção geral da mineradora de carvão francesa Commentry-
renciamento, forma de comprometimento do indivíduo com seu próprio Fourchambault-Decazeville, em falência. Reestabeleceu a saúde
crescimento, e uma das chaves fundamentais da nova lógica; econômica-financeira da companhia. Após 58 anos de estudos, pesquisa e
A necessidade de se construir, na organização unidades de negócio in- observação reuniu suas teorias na obra Administração Industrial Geral
terdependentes, onde seus membros estão conscientes de processos de (Administration Industrielle et Generale), em 1916. Só foi traduzida para o
gestão por resultados formais, acompanhados de gestão do desempenho inglês em 1949.
(negociados internamente) levam a real efetividade = eficiência + eficácia, Fayol sempre afirmava que seu êxito se devia não só às suas
instrumentaliza a organização para enfrentar o cenário mencionado no qualidades pessoais, mas aos métodos que empregava.
início desta matéria. Pesquisas
As organizações adeptas da nova lógica têm a necessidade de enten- Henri Fayol é um dos principais contribuintes para o desenvolvimento
der que profissionais cuja retribuição ao trabalho é compatível com o nível do conhecimento administrativo moderno. Uma das contribuições da teoria
de exigência, em relação a resultados, padrões de qualidade e comprome- criada e divulgada por ele foi o desenvolvimento a abordagem conhecida
timento esperam que se concretize a máxima que abriu este texto: a orga- como Gestão Administrativa ou processo administrativo, onde pela primeira
nização tem o desempenho que paga. vez falou-se em administração como disciplina e profissão, que por sua vez,
Isto é pensar sob a nova lógica. poderia ser ensinada através de uma Teoria Geral da Administração.
www.institutomvc.com.br Outra contribuição da teoria de Fayol é a identificação das atuais
quatro funções da Administração que são: Planejar, Organizar, Liderar e
O que significa organização Controlar, à qual Fayol ainda acrescenta a função de Coordenar.
Segundo Maximiano(1992)1 "uma organização é uma combinação de Segundo Fayol a Administração é uma função distinta das outras
esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por funções, como finanças, produção e distribuição, e o trabalho do gerente
meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos está distinto das operações técnicas das empresas. Com essa distinção
que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma Fayol contribuiu para que se torne mais nítido o papel dos executivos.
pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou Identificou catorze princípios que devem ser seguidos para que a
uma escola são todos exemplos de organizações."

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Administração seja eficaz. Esses princípios se tornaram uma espécie de A finalidade da organização é conseguir a maior eficácia possível no
prescrição administrativa universal, que segundo Fayol devem ser conjunto de operações que compõem a atividade da empresa. Para isso, a
aplicadas de modo flexível. Os catorze princípios são: direção deve definir as funções, obrigações e responsabilidades dos
 1. Divisão do Trabalho: dividir o trabalho em tarefas diversos cargos e níveis hierárquicos, tratando de evitar lacunas e
especializadas e destinar responsabilidades a indivíduos específicos; superposições. Além disso é preciso elaborar a rede geral de informações
 2. Autoridade e Responsabilidade: a autoridade sendo o poder da empresa, através da qual as ordens e diretrizes circulem da maneira
de dar ordens e no poder de se fazer obedecer. Estatutária ( normas legais) mais fluente possível, desde os escalões superiores até os mais inferiores,
e Pessoal (projeção das qualidades do chefe). Responsabilidade resumindo enquanto os resultados e das informações referentes ao controle fluem em
na obrigação de prestar contas, ambas sendo delegadas mutuamente; sentido contrário.
 3. Disciplina: tornar as expectativas claras e punir as violações; Graças à organização, as operações de caráter repetitivo se
 4. Unidade de Comando: cada agente, para cada ação só deve mecanizam, de forma a tornar dispensável um processo de reflexão
receber ordens, ou seja, se reportar à um único chefe/gerente; particularizado. Sua execução se faz automaticamente, com o consequente
 5. Unidade de Direção: os esforços dos empregados devem ganho de tempo e rendimento.
centra-se no atingimento dos objetivos organizacionais; A organização, quando bem imaginada e executada, deve permitir que
 6. Subordinação: prevalência dos interesses gerais da a direção da empresa se ocupe exclusivamente das questões importantes.
organização; Os problemas menos relevantes se solucionam em níveis inferiores da
 7. Remuneração do pessoal: sistematicamente recompensar os estrutura, sem que a alta direção tenha que lhes dedicar seus esforços. O
esforços que sustentam a direção da organização. Deve ser justa, evitando- fato de que os diretores se vejam forçados a tomar decisões em assuntos
se a exploração; de pouca importância denuncia falha na organização da empresa.
 8. Centralização: um único núcleo de comando centralizado, O planejamento e a organização são dois fatores complementares:
atuando de forma similar ao cérebro, que comanda o organismo. Considera sem planejamento, uma empresa, apesar de perfeitamente organizada, não
que centralizar é aumentar a importância da carga de trabalho do chefe e poderá funcionar adequadamente. Do mesmo modo, uma ideia, por melhor
que descentralizar é distribuir de forma mais homogênea as atribuições e que seja, permanece parada na fase de planejamento se não houver uma
tarefas; organização adequada para levá-la a cabo.
Princípios de organização empresarial
 9. Hierarquia: cadeia de comando (cadeia escalar). Também
Para a elaboração da estrutura organizacional correta de uma empresa
recomendava uma comunicação horizontal embrião do mecanismo de
é necessário considerar certos princípios, alguns de caráter geral e outros
coordenação);
mais específicos.
 10. Ordem: ordenar as tarefas e os materiais para que possam
(1) Princípio da unidade de objetivos. A estrutura organizacional da
auxiliar a direção da organização.
empresa deve facilitar a contribuição de cada indivíduo, departamento ou
 11. Equidade: disciplina e ordem juntas melhoram o órgão para atingir os objetivos da entidade.
comportamento dos empregados. (2) Princípio da eficiência. A estrutura é eficiente se facilitar a
 12. Estabilidade do Pessoal: promover a lealdade e a consecução dos objetivos com um mínimo de custos.
longevidade do empregado. Segurança no emprego, as organizações (3) Amplitude da autoridade. A expressão "amplitude de autoridade" é
devem buscar reter seus funcionários, evitando o prejuízo/custos empregada com referência ao número de subordinados sobre os quais um
decorrente de novos processos de seleção, treinamento e adaptações; chefe exerce controle direto e efetivo. Quanto maior essa amplitude, isto é,
 13. Iniciativa: estimular em seus liderados a inciativa para quanto maior o número de subordinados diretos, mais difícil e, para o chefe,
solução dos problemas que se apresentem.Cita Fayol: “ o chefe deve saber manter um controle eficaz sobre suas atividades. Por outro lado, se numa
sacrificar algumas vezes o seu amor próprio, para dar satisfações desta organização se restringe demais essa amplitude, cria-se um número
natureza a seus subordinados”; excessivo de escalões hierárquicos e a informação que deve circular entre
 14. Espírito de Equipe (União): cultiva o espírito de corpo, a eles terá que percorrer vários passos sucessivos até chegar ao indivíduo
harmonia e o entendimento entre os membros de uma organização. que dela necessita. Isso provoca maior lentidão no processo decisório e se
Consciência da identidade de objetivos e esforços. Destinos interligados. traduz em falta de eficácia.
 A administração é função distinta das demais (finanças, É preciso encontrar um ponto de equilíbrio, em que a amplitude de
produção, distribuição, segurança e contabilidade) autoridade seja suficientemente pequena para permitir o controle dos
subordinados e aberta o bastante para não obstar o fluxo de informações
Funções do Administrador nos vários escalões da empresa.
Jules Henri Fayol atribuiu cinco funções ao administrador dentro de (4) Divisão e especialização do trabalho. Aplica-se aos casos de tarefas
uma estrutura organizacional, chamadas de PO3C: repetitivas e rotineiras, que são as mais frequentes no cotidiano de uma
1. Prever e planejar (prévoir - visualizar o futuro e traçar o empresa. A divisão de trabalho entre vários indivíduos ou grupos,
programa de ação) dedicados a atividades específicas, permite centralizar a atenção em um
2. Organizar (organiser - constituir o duplo organismo material e número menor de operações ou problemas, trazendo maior rendimento
social da empresa) com o mesmo esforço.
3. Comandar (commander - dirigir e orientar a organização) Ainda que se reconheça a conveniência da divisão do trabalho e a
4. Coordenar (coordonner - unir e harmonizar os atos e esforços consequente especialização dos membros da empresa, deve-se considerar
coletivos) que, levada essa prática além de certo limite, os resultados podem ser
5. Controlar (contrôler - verificar se as normas e regras contraproducentes. De um lado surge o perigo de que a estrutura
estabelecidas estão sendo seguidas) organizacional fique sobrecarregada, por tornar-se excessivamente
Tais ações conduziriam à uma administração eficaz das atividades da complexa. De outro ângulo, é possível que o trabalhador venha a perder a
organização.[2] sensação de realizar um trabalho útil, o que reduz sua motivação e faz
Posteriormente, as funções de Comando e Coordenação foram diminuir a produtividade.
reunidas sob o nome de Direção, passando as iniciais para PODC: (5) Unidade de comando. Um subordinado tem, em geral, um chefe do
Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. E ainda Planejar, Organizar, qual depende diretamente em seu trabalho. Na prática, contudo, é
Executar e Avaliar, assim passando as iniciais para POEA. frequente o cruzamento dos fluxos de autoridade. Assim, por exemplo, o
Além destas ainda temos: trabalhador de uma oficina depende de seu capataz, mas em questões
 Motivar referentes à disciplina pode estar subordinado ao chefe do pessoal. Em
 Comunicar princípio, a unidade de comando significa que a organização deve estar
 Decidir disposta de modo tal que, em caso de conflito entre ordens emanadas de
 Assessorar autoridades diferentes, fique clara a precedência de uma delas sobre as
 e outras outras.
(6) Autoridade e hierarquia. A autoridade consiste, nas palavras de
Organização. Henri Fayol, no "direito de mandar e no poder de fazer-se obedecer". A par

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da autoridade se situa a responsabilidade; quem exerce a autoridade deve Também é possível estabelecer um controle de pré-alimentação, que se
assumir a responsabilidade consequente. exerce sobre as variáveis que intervêm, no processo antes que este ocorra.
A hierarquia é uma estrutura dentro da qual cada indivíduo está Existem muitos tipos diferentes de controle nas empresas, ou, em
subordinado a outro e, por sua vez, tem outros indivíduos a ele sentido mais geral, nas organizações. O controle de qualidade determina se
subordinados. A função da hierarquia baseia-se na descentralização das um produto preenche os requisitos prefixados. O controle integrado de
diretrizes de trabalho, mediante a delegação de autoridade. Isso permite a gestão consiste no emprego de um conjunto de subsistemas de controle,
transmissão descentralizada de ordens, em sentido descendente, e a que fiscalizam todos os aspectos da atividade empresarial e produzem
centralização das informações sobre os resultados, em sentido ascendente. periodicamente quadros de comando, quadros de pontos fracos e fortes,
Departamentalização da empresa. O princípio da hierarquia e da quadros comparativos com as demais empresas do setor etc., que refletem
autoridade produz uma diferenciação vertical de atividades na empresa. O o estado da empresa em dado momento. O chamado PPBS (Planning-
princípio da divisão e da especialização do trabalho estabelece, por sua Programming-Budgeting System, ou Sistema de Planejamento,
vez, uma diferenciação horizontal. A conjunção de ambas as diferenciações Programação e Orçamento) é um sistema integrado de controle de
dá o perfil da estrutura organizacional. programas e orçamentos, postos em prática pela primeira vez em 1961 no
A departamentalização se refere à reunião das diversas atividades da Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Mais tarde esse sistema se
empresa em seções, departamentos, setores etc. Esse agrupamento pode generalizou entre os órgãos do governo federal daquele país e também
obedecer a diferentes critérios, dos quais o mais comum é o do entre numerosas entidades públicas e empresas privadas.
agrupamento por funções. A departamentalização funcional se ajusta bem Evolução da administração de empresas
ao princípio da especialização e favorece o controle exercido pela alta Muitas atividades humanas que são hoje objeto de tratamento científico
direção da empresa. passaram por uma fase inicial em que eram tidas como arte ou como
A departamentalização por produto é própria de empresas que conjunto de conhecimento empíricos, só adquiridos pela experiência
fabricam ou comercializam um grande número de artigos diferentes. individual. A atividade empresarial não escapou a essa regra. Até o início
Favorece a diversificação da produção e o estabelecimento da do século XX essa atividade era vista como uma habilidade especial ou
administração por objetivos. Sua principal desvantagem em relação à decorrente da intuição de certas pessoas.
departamentalização funcional, reside numa maior dificuldade para exercer Mais tarde, com o descobrimento das leis que regem o funcionamento
um controle eficaz sobre o conjunto da empresa. das empresas, multiplicaram-se em todo o mundo as instituições de ensino
Existem muitos outros critérios de departamentalização: por áreas da administração. A análise operacional, a psicologia industrial, a
geográficas, por processos produtivos etc. É possível também adotar uma mercadologia, a informática e a organização administrativa, entre outras, se
departamentalização mista, que obedeça de forma simultânea a diversos tornaram disciplinas científicas cujo domínio é obrigatório para quem dirige
critérios. as empresas.
Coordenação de atividades. A departamentalização divide as A chamada reciclagem, ou seja, a atualização permanente de
atividades da empresa em grupos (departamentos). É preciso que haja conhecimentos específicos, é hoje prática indispensável para os
coordenação e integração dessas atividades, de modo que todas elas se profissionais da administração que desejam adaptar-se a novas técnicas e
articulem adequadamente, visando atingir os objetivos da entidade. Para conceitos.
essa finalidade podem-se utilizar diversos procedimentos: o primeiro Organização científica do trabalho: Taylor
consiste na aplicação do princípio hierárquico, segundo o qual a integração O americano Frederick Winslow Taylor foi o primeiro a dar tratamento
se realiza mediante uma autoridade central, sistema que se mostra muito científico aos problemas referentes à organização do trabalho. Na obra The
eficaz em organizações de pequeno tamanho. Em organizações de certa Principles of Scientific Management (1911; Princípios de administração
complexidade, o sistema hierárquico se mostra insuficiente e deve ser científica) Taylor desenvolveu duas teses fundamentais, extraídas da
complementado com sistemas administrativos, que são procedimentos análise de um grande número de casos, e sistematizou suas observações
formais que levam à realização automática do trabalho rotineiro de sobre o funcionamento de diversas empresas em seu país.
coordenação. O pensamento de Taylor foi elaborado em torno de três eixos
Outro meio de coordenação é a criação de comissões, que são grupos principais. Em primeiro lugar está a distribuição das tarefas, a qual deve ser
de pessoas, normalmente procedentes de diferentes seções ou feita com extremo cuidado, estabelecendo-se diversos escalões
departamentos, encarregadas de realizar em conjunto uma determinada intermediários entre a direção da empresa e o operário que realiza o
tarefa. Por fim, a atuação, à margem da estrutura organizacional formal, de trabalho material. Taylor examinou em minúcias a função de controladores,
certas pessoas que agem como pontos de ligação facilita bastante a chefes de equipe etc., e propôs pela primeira vez um sistema de
coordenação entre setores distintos de uma organização. comunicação interno para a empresa, de cima para baixo -- isto é, dos
Modelos comuns da estrutura organizacional escalões superiores para os inferiores --, mediante instruções escritas,
A estrutura organizacional geralmente obedece a um dos três modelos estudadas e preparadas com antecipação suficiente para a realização
básicos seguintes: linear, funcional ou matricial. A organização linear estará concreta das tarefas correspondentes.
rigidamente fundamentada nos princípios da hierarquia e unidade de A segunda vertente básica do chamado taylorismo é o estudo
comando. Nela, cada subordinado obedece seu chefe imediato e não há detalhado dos movimentos e tempos necessários para realizar as tarefas,
comunicação direta entre os diferentes grupos ou departamentos. A divididas em seus componentes mais elementares. Assim, pode-se chegar
coordenação se efetua exclusivamente por meio da escala hierárquica. a uma fórmula capaz de otimizar métodos e tempos, de modo que o
A organização funcional é aquela que se propõe a estabelecer a trabalho seja realizado com menor esforço e maior velocidade possível.
departamentalização por funções em todos os níveis da empresa. Nos Intimamente relacionado com o anterior está o terceiro fator: o estudo
casos em que se combinam numa mesma estrutura a organização das máquinas necessárias para o processo produtivo e sua localização
funcional e uma organização orientada para a realização de projetos correta, com o objetivo de obter o máximo rendimento.
concretos, surge a chamada organização matricial. A característica As fórmulas de organização estabelecidas por Taylor tiveram êxito
determinante da organização matricial é a interação dos fluxos de imediato. Rapidamente aplicadas pelas empresas nos anos que se
autoridade: um deles, vertical, corresponde à organização funcional, o seguiram à primeira guerra mundial, contribuíram para elevar
outro, horizontal, emana da autoridade técnica ou de projeto. consideravelmente a produção geral do sistema. Entretanto, o taylorismo
Órgãos de assessoria. A designação órgão de assessoria, ou teve pouca influência além da organização material das oficinas.
simplesmente assessoria, engloba pessoas ou departamentos desprovidos Fayol e o fayolismo. Quase ao mesmo tempo em que Taylor realizava
de autoridade e que, portanto, não se encaixam no esquema linear senão seus estudos nos Estados Unidos, surgiram na França os de Henri Fayol,
como adjuntos a órgãos de comando, com os quais colaboram na tomada engenheiro de minas. A análise de Fayol teve um enfoque oposto ao de
de decisões. Taylor. O autor francês dirigiu sua atenção à estrutura organizacional da
Controle. O controle tem a finalidade de avaliar em que medida são empresa, começando pela cúpula desta. Distinguiu então seis diferentes
atingidos os objetivos da empresa, localizar possíveis desvios e pôr em classes de funções: técnica, comercial, financeira, de segurança, contábil, e
execução mecanismos que permitam sua correção. Quando se realiza administrativa. Destacou que a função de alta direção da empresa é quase
depois de efetuada a tarefa, o controle se denomina realimentação. exclusivamente administrativa e fixou princípios da administração, alguns
dos quais já foram tratados aqui especificamente. As ideias de Fayol, que

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encarava o fenômeno empresarial sob uma ótica mais ampla que a de Organizar compreende atribuir responsabilidades às pessoas e
Taylor, tiveram grande repercussão e foram adotadas inclusive por algumas atividades aos órgãos (unidades administrativas). A forma de organizar
administrações públicas europeias. Entretanto, como aconteceu com o estes órgãos chama-se de departamentalização.
taylorismo, as empresas privadas americanas passaram a pôr em prática Do grego "organon", organização significa instrumento, utensílio. De
as ideias de Fayol antes mesmo de suas congêneres da Europa. acordo Bilhim (2006) "a organização é uma entidade social,
Nascimento da moderna sociologia industrial. As concepções conscientemente coordenada, gozando de fronteiras delimitadas que
tayloristas e fayolistas (a chamada escola clássica de administração de funcionam numa base relativamente contínua, tendo em vista a realização
empresas) partem de um princípio muito simples no que diz respeito à de objetivos comuns". Sobrevivência e crescimento (metas e objetivos) é o
psicologia do trabalhador: o comportamento do homem frente ao trabalho é que a maioria ambiciona. Objetivos que exigem grupos de duas ou mais
guiado unicamente pelo interesse material. Por isso, para que o trabalhador pessoas, que estabelecem entre eles relações de cooperação, ações
renuncie a sua espontaneidade natural e se adapte ao trabalho como um formalmente coordenadas e funções diferenciadas, hierarquicamente
mero prolongamento da máquina -- requisito imprescindível para se hierárquica.
conseguir a maior produtividade possível -- é necessário dar-lhe um
incentivo. Só há duas maneiras de se conseguir isso: mediante aumento Autogestão
dos salários ou melhoria das condições de trabalho, como por exemplo, a Autogestão é quando um organismo é administrado pelos seus
diminuição da jornada. participantes em regime de democracia direta. Em autogestão, não há a
Os fundamentos psicológicos do taylorismo começaram a cair por terra figura do patrão, mas todos os empregados participam das decisões
a partir das experiências levadas a cabo por uma equipe dirigida pelo administrativas em igualdade de condições. Em geral, os trabalhadores são
australiano Elton Mayo nas oficinas da companhia Western Electric, no os proprietários da empresa autogestionada. A autogestão não pode ser
estado de Illinois, Estados Unidos, entre 1927 e 1932. confundida com controle operário, que mantém a hierarquia e o controle
Com a finalidade de melhorar a produtividade dos operários, e dentro externo do organismo (ou da fábrica) a algum organismo ou instância
da lógica plenamente racional da escola da organização científica do superior (como um partido político por exemplo).
trabalho, foram estudadas as condições ideais de iluminação das oficinas. Os conceitos de autogestão costumam variar de acordo com a posição
Experimentaram-se vários tipos de iluminação, desde uma extremamente política ou social de determinado grupo. O conceito anarquista de
fraca até outra bastante intensa, conseguindo-se melhora de produtividade autogestão se caracteriza por eliminar a hierarquia e os mecanismos
em todos os casos. Esse resultado era imcompreensível do ponto de vista capitalistas de organização envolvidos. Já os conceitos de autogestão
da organização científica do trabalho. Mayo e seus colaboradores empresarial, mantém os mecanismos tradicionais de organização
demonstraram, contudo, que o aumento da produtividade não se devia a capitalistas. Outra concepção de autogestão é aquela que a caracteriza
nenhuma causa material, mas sim à mudança ocorrida -- no momento da como sendo as relações de produção da sociedade comunista, tal como o
realização das experiências -- nas relações sociais entre a direção da caso de Nildo Viana em seu artigo O Que é Autogestão?, desenvolvido de
empresa e os trabalhadores e, em consequência, à mudança entre os forma mais aprofundada em seu livro Manifesto Autogestionário e João
próprios trabalhadores. Bernardo em seu livro Para Uma Teoria do Modo de Produção Comunista.
Depois de longos estudos, Mayo e sua equipe chegaram às seguintes Fundamentação Teórica
conclusões: (1) o comportamento do trabalhador não é simplesmente Erroneamente, muitas pessoas compreendem o anarquismo como uma
individual e deve ser apreciado dentro do contexto do grau ao qual ele forma totalmente desorganizada de ser e agir, ou como “bagunça
pertence; (2) há outras formas de motivação para o trabalho, além daquelas generalizada”. Este pré-conceito estabelecido ao longo dos últimos 150
reconhecidas pela escola clássica; (3) além da organização formal, anos não compreende a extensão do modo anarquista de organização, que
estudada racionalmente pela escola clássica, existe uma organização contrariamente ao conceituado usualmente, é um meio extremamente
informal -- redes de amizade, liderança pessoal etc. -- que afeta o organizado de defesa de direitos. Neste sistema organizativo, tem-se a
funcionamento do grupo. autogestão, uma tecnologia de trabalho, de organização de produção,
As pesquisas realizadas por Mayo vieram a constituir a base da resultado de esforços coletivos. O que não é autogestão:
sociedade industrial, desenvolvida sobretudo depois da segunda guerra Partindo da negação, ou seja, “o que não é autogestão”, será possível
mundial. Seu conhecimento é fundamental para a moderna administração encontrar um conceito amplo e ao mesmo tempo aplicado ao caso em tela.
de empresas. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. Guillerm e Bourdet trazem 5 conceitos para determinar o tipo de relação
que um grupo de operários possuem com as fábricas, participação, co-
Organização gestão, controle operário, cooperativa e autogestão.
Em sentido geral organização é o modo como se organiza um sistema.
É a forma escolhida para arranjar, dispor ou classificar objetos, documentos Conceitos
e informações. Participação
Em Administração, organização tem dois sentidos: Co-Gestão
1. Combinação de esforços individuais que tem por finalidade realizar Por Co-Gestão, Guilllerm e Bourdet apontam ter seu nascimento na
propósitos coletivos. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ausência de conflitos, neste caso, os operários de uma fábrica participam
ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são dos processos “meio”, ou seja, da melhoria e otimização da execução de
compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas. um fim proposto pela fábrica. Trata-se de uma tentativa de integrar a
2. Modo como foi estruturado, dividido e sequenciado o trabalho. criatividade e a iniciativa operária ao processo produtivo de ordem
Segundo Montana (2003, p. 170) organizar é o processo de reunir capitalista (aumento de produtividade e consequente extração de lucros).
recursos físicos e humanos essenciais à consecução dos objetivos de uma Há um enriquecimento das atividades propostas na medida em que os
empresa. operários vão adquirindo um conhecimento maior para a escolha dos meios
A estrutura de uma organização é representada através do seu de atingir os objetivos propostos. Os operários recebem uma dose de auto-
organograma. organização para a execução de suas tarefas e na determinação dos meios
Segundo Maximiano(1992)uma organização é uma combinação de para o alcance de objetivos, porém sem a definição de metas - trabalhador
esforços individuais que tem por finalidade realizar propósitos coletivos. Por participa apenas no processo de produção, nos meios, NÃO NOS FINS.
meio de uma organização torna-se possível perseguir e alcançar objetivos Segundo os defensores deste modo de gestão, a integração parcial da
que seriam inatingíveis para uma pessoa. Uma grande empresa ou uma iniciativa e criatividade operária no processo de produção é uma forma de
pequena oficina, um laboratório ou o corpo de bombeiros, um hospital ou não dar um simples papel instrumental dentro da empresa. Em realidade, a
uma escola são todos exemplos de organizações. Co-gestão dá a possibilidade de intervenção operária, através de seus
Uma organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros representantes dos conselhos administrativos, o que pode ser considerado
equipamentos, recursos financeiros e outros.A organização então é o um grande passo em direção a um processo autogestionário.
resultado da combinação de todos estes elementos orientados a um
objetivo comum. Controle operário
Controle operário segundo Guillerm e Bourdet têm nascedouro na
existência de um conflito, onde os operários de uma fábrica ou empresa,

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realizam protestos contra suas condições de trabalho, melhorias salariais, Passeando pela internet é possível encontrar a seguinte definição no
etc. Um dos meios mais usados neste tipo trazido por Bourdet e Guillerm é saite da Anteag – Associação Nacional dos Trabalhadores das Empresas
a greve, onde os operários paralisam suas atividades de maneira total ou Autogestionárias: “A autogestão é um modelo de organização em que o
parcial para alcançar a execução de suas reivindicações. No que se refere relacionamento e as atividades econômicas combinam propriedade e/ou
ao conceito “cooperativa”, por questões meramente didáticas não serão controle efetivo dos meios de produção com participação democrática da
colocadas como um tipo de gestão, uma vez que durante o presente gestão.
trabalho este conceito será explorado na sua totalidade com a autonomia Autogestão também significa autonomia. Assim, as decisões e o
que o tema merece, não desmerecendo de maneira alguma os conceitos de controle pertencem aos próprios profissionais que integram diretamente a
Guillerm e Bourdet. empresa. (www,anteag.org.br)” A ANTEAG, não fornece uma inovação
História conceitual sobre o tema, por outro lado, fornece experiências
Historicamente encontramos registros de autogestão em várias autogestionárias, trazendo um novo paradigma das relações de trabalho,
situações, inclusive bíblicas, quando mencionamos os Essênios, povo administração e gestão de empreendimentos.
antigo que vivia em comunidade e usufruía os frutos de seu trabalho, Autogestão em Proudhon
decidindo os rumos do grupo. Autogestão é um termo relativamente novo, Apesar do pensamento contrário de Guillerm e Bourdet, e Nanci
tendo sido incluído nos dicionários franceses na década de 60. Os Carvalho, Proudhon com justa razão, é considerado o “Pai da Autogestão”,
tradutores de Soljenitsyn, por exemplo, empregam autogestão para inspirando experiências históricas de criação regimes autogestionários.
caracterizar a organização do rodízio para “despejar o urinol”: Proudhon era antes de tudo, um crítico da burocracia e de todas as
“Na Prisão Política Central (...) “já ao se levantar, o guarda fez uma construções que visavam o seu estabelecimento institucional.
importante comunicação : designou entre os detidos de nossa cela os que O autor francês jamais empregou o termo “autogestão”, isto deve ficar
terão a incumbência de despejar o urinol. (Nas prisões banais, comuns, os claro, e talvez por este motivo alguns autores não lhe dêem o crédito sobre
prisioneiros têm igualdade de liberdade de palavra e direito à autogestão, este instituto organizacional. Por outro lado, empregou seu conteúdo, não
que lhes permite resolver por si mesmos este problema”. Soljenistyn, Arqui- restringindo o sentido autogestionário de uma sociedade autônoma à
pélago Gulag, Guillerm e Bourdet, p.9. simples administração de uma empresa pelo seu pessoal. Proudhon foi
Os tradutores do Arquipélago Gulag souberam traduzir de forma além, fornecendo a sua concepção, como um conjunto social de grupos
específica a autogestão, referindo-se em uma análise simples a um rodízio autônomos, associados tanto nas suas funções econômicas de produção
de urinol. Por outro lado ao se fazer a análise completa é possível observar quanto nas suas funções políticas.
o poder de decisão do grupo sobre algo que lhes diz respeito. Em uma organização autogestionária, as decisões fundamentais têm
Característica dos sistemas autogestionários coletivos. A decisão coletiva é de ser tomadas pelo coletivo. Para isso é necessário que todos tenham
possibilidade de um sistema democrático, onde o espaço permite este tipo acesso às informações, responsabilidade com o coletivo e disciplina. A
de prática. Mas, voltando os dicionários franceses da década de 60, o Autogestão tem uma história, Carvalho, descrevem um pouco sobre isto:
termo autogestão, ou autogestion surge da tradução da palavra servo- “A autogestão é impelida pelas condições materiais do nosso tempo e
croata samoupravlje, em que samo equivale ao prefixo grego “auto” e não como um amadurecimento de formas anteriores da mesma coisa. O
upravlje significa “gestão”. Foi introduzida na França para designar a homem que conduz a experiência de sua própria gestão é o homem
experiência político-econômico-social da Iugoslávia de Tito em ruptura ao contemporâneo e não o bárbaro ou selvagem que luta pela sobrevivência.
stalinismo: o chamado titoísmo. A autogestão é um fenômeno pós-industrial baseado na associação de
Não se pode aceitar como autogestão a experiência Iugoslava, até homens em suas vidas para uma participação maior e mais profunda.
mesmo pelo controle e ingerência do Estado, o que subverte o sistema Expressa o impulso cultural das massas que querem o controle dos
como um todo. Não o desmerece, apenas tira de sua caracterização o processos de mudança histórica, em vez de delegar este controle para os
rótulo “Autogestão” podendo vir a ser reconhecido como sistema de Co- “poucos educados”. Desta maneira - e se nesse sentido realmente for bem
Gestão, pelo menos em uma análise primeira. sucedida - a autogestão pode tomar-se a gestão dos processos de
A possibilidade de tomar decisões, de se autogovernar é um grande mudança histórica”. (Carvalho, 1983: 34)
passo na jornada para a Emancipação. A liberdade se conquista, e isto, os Autogestão em Nildo Viana
oriundos do sistema prisional no país sabem muito melhor do que nós A autogestão para Nildo Vianas é um processo que abrange a
teóricos do assunto: “Entendemos por autogestión el movimiento social, totalidade das relações sociais, ou seja, é autogestão social, ou sociedade
econômico y político que tiene como método y objetivo que la empresa, la autogerida, cuja base fundamental se encontra nas relações de produção,
economia y la sociedad em general estan dirigidas por quienes producen y nas quais os produtores gerem todo o processo de produção e distribuição,
distribuien los bienes y servicios generados socialmente. La autogestion de forma coletiva e igualitária.
propugna la gestión directa y democrática de los trabajadores, en las fun- A autogestão social é produto de uma ampla, radical e profunda
ciones de planificacion, direccion y ejecución” (Iturruspe, 1988). transformação social, subvertendo todas as relações sociais, abolindo o
A grande maioria das pessoas executa tarefas e não sabem o motivo capital, o estado, o mercado, as organizações burocráticas em geral, e
pelo qual o fazem. Iturruspe nos traz um conceito importante sobre o que instituindo novas organizações e relações sociais, entre as quais os
vem a ser Autogestão. “La gestión directa y democrática de los trabajado- conselhos dos produtores associados que devem gerir o conjunto da
res, en las funciones de planificación, direccion y ejecución”. Não se pode produção e distribuição, os conselhos comunais e outros organizações
afirmar mais que seria utopia acreditar que um grupo de trabalhadores autogeridas.
pudesse ser dono de suas atividades, seus meios de produção e com isto A transformação das relações de produção promove uma
produzisse riquezas. Ou como diz Iturruspe, participando das atividades de transformação geral da sociedade, promovendo o fim da oposição entre
planificação, direção e execução referentes ao seu empreendimento. A produtores e consumidores, transformando a cultura, as relações entre os
experiência de Rochdale mostra que é uma possibilidade real. Nanci sexos, alterando radicalmente os valores e a mentalidade dos indivíduos.
Valadares Carvalho, em seu livro Autogestão, o Nascimento das ONGs, O fim do processo é a sociedade autogerida, o ponto mais alto de
conceitua autogestão da seguinte maneira: desenvolvimento da humanidade e dos indivíduos associados livremente e
“Unidade de autogestão é aquela unidade para qual seus membros igualitariamente. Sendo uma sociedade que garante a satisfação das
formam um grupo que se governa a si mesmo. No tipo autogestão de necessidades humanas e o desenvolvimento do conjunto das
autogoverno todos os trabalhadores numa determinada firma se tornam potencialidades humanas, superando a especialização e os homens
seus administradores diretos.” unilaterais, instituindo os seres humanos unilaterais.
A grande colaboração deste sistema trazido por Proudhon – sem As Organizações e a Teoria Organizacional
jamais ter usado o termo – está na possibilidade de promover a liberdade Sara Fichman Raskin
coletiva dos envolvidos no sistema. Não se pode falar em autogestão de Introdução
forma genérica, pois se trata de modo de gestão autônomo, como valores e As organizações estão inseridas em ambientes complexos e turbulen-
meios específicos. A Autogestão é resultado de processos democráticos e tos, enfrentando constantes desafios e problemas, para os quais precisam
decisórios. Possível, mediante liberdade, produzindo e promovendo encontrar soluções. Uma organização é a ferramenta usada pelas pessoas
liberdade. para coordenar suas ações na obtenção de algo que desejam ou possui
valor – isto é, para atingir seus objetivos. As organizações são intangíveis,

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isto é, podemos ver os produtos ou serviços produzidos e, em alguns decisões e ações gerenciais no uso de competências, para ter vantagem
casos, podemos ver seus empregados, mas não vemos como e por que competitiva e superar competidores.
eles são motivados a produzir tais bens e serviços. No entanto, os grupos O desenho organizacional é, então, a maneira que a empresa imple-
de pessoas e outros recursos utilizados na produção, são a essência das menta sua estratégia e deve estar evoluindo constantemente, acompa-
organizações. nhando mudanças e tendências, não existindo uma forma perfeita. Uma
Como uma organização cria valor organização deve desenhar sua estrutura de forma a maximizar o uso de
Uma organização é uma resposta para satisfazer alguma necessidade seus talentos e a desenvolver uma cultura que motive as pessoas a traba-
humana, formada por indivíduos ou grupos de pessoas que acreditam lharem em equipe. A cultura e estrutura organizacional determinam a
possuir as habilidades e conhecimentos necessários para tal. Empreende- habilidade dos gestores para coordenar e motivar seus empregados.
dorismo é o termo usado para descrever o processo pelo qual as pessoas Quanto melhor uma empresa funciona, mais valor ela cria. Historica-
reconhecem oportunidades e reúnem recursos para satisfazer essas ne- mente essa capacidade de criar valor tem aumentado, daí a importância da
cessidades. divisão do trabalho, do uso de novas tecnologias e do desenho e estruturas
Um modelo de criação de valor em três estágios - entrada, conversão e modernas e eficientes, para acompanhar a evolução do mundo competitivo.
saída - pode ser usado para descrever as atividades da maioria das organi- Stakeholders
zações (ver figura). Cada estágio é afetado pelo ambiente em que a organi- Geralmente, os stakeholders são motivados para participarem de uma
zação opera. A maneira que as organizações adotam para obter do ambi- organização se recebem incentivos que excedem o valor de suas contribui-
ente as entradas necessárias (recursos humanos, informação e conheci- ções. Existem dois grupos principais, os internos e os externos à organiza-
mento, matéria bruta, ou dinheiro e capital) para produção de bens e servi- ção.
ços, e para utilizar os recursos humanos e tecnologias para transformar Stakeholders internos são as pessoas mais próximas da organização,
entradas em saídas, determina quanto vale a organização em cada estágio. como os acionistas, os gerentes e os trabalhadores. Os acionistas são os
O resultado do processo de conversão são as saídas - produtos acabados donos da organização e sua contribuição é o investimento em suas ações
e serviços - disponibilizadas ao ambiente onde são compradas pelos clien- pela perspectiva de retorno. Os gerentes são os responsáveis pelos negó-
tes. As organizações usam o dinheiro das vendas para obter novos forne- cios da organização, coordenando os recursos e assegurando o alcance
cedores de entradas e o ciclo começa novamente. dos objetivos. Os trabalhadores são todos os outros empregados que
A maioria da produção de bens e serviços se dá em locais de empre- possuem obrigações e responsabilidades.
sas porque, trabalhando juntas, as pessoas podem criar mais valor que Stakeholders externos são pessoas que possuem algum interesse na
individualmente, coordenando suas ações em local organizado. O uso de organização, como clientes, fornecedores, governo, comunidades locais e
organizações permite às pessoas em conjunto: aumentarem a especializa- público em geral.
ção e divisão do trabalho; usarem tecnologias modernas para economia de Efetividade Organizacional: satisfazendo os objetivos e interesses
escala e escopo; gerenciarem a complexidade do ambiente externo; eco- dos stakeholders
nomizarem nos custos de transações como negociações e monitoramento; As organizações podem ser usadas por diferentes grupos de stakehol-
e exercerem poder e controle sobre as pessoas para aumento de produção ders e todas as contribuições são necessárias para viabilizá-las. Cada
e eficiência. grupo de stakeholder é motivado por seu conjunto de objetivos a contribuir
O que é teoria organizacional com a organização e é através do julgamento de quão bem seus objetivos
É o estudo de como as organizações funcionam e como elas afetam e são alcançados que avaliam a efetividade da organização. Algumas vezes
são afetadas pelo ambiente no qual operam. os objetivos são conflitantes e os grupos buscam equilibrar os incentivos e
Estrutura organizacional é o sistema formal de tarefas e relaciona- as contribuições. Uma organização é viável enquanto um grupo de stake-
mentos de autoridade que controla como as pessoas coordenam suas holders dominante possuir controle sobre os incentivos de forma a obterem
ações e usam os recursos para atingir os objetivos organizacionais; contro- as contribuições necessárias de outros grupos.
la também a coordenação e as formas de motivação. Para qualquer organi- Para ser efetiva, a organização deve, no mínimo, satisfazer os interes-
zação, uma estrutura apropriada é aquela que facilita respostas eficazes ses de todos os grupos que apostaram nela. O poder relativo dos grupos de
aos problemas de coordenação e motivação, evolui à medida que a organi- stakeholders para controlar a distribuição de incentivos determina como os
zação cresce e se diferencia, e pode ser gerenciada e modificada através diferentes objetivos serão atingidos e que critério será utilizado na avaliação
do processo de desenho organizacional. de seu desempenho. Mas, quem decide quais são os objetivos mais impor-
Cultura Organizacional é o conjunto de valores compartilhados e tantes?
normas que controla a interação entre os membros da organização e des- A escolha de objetivos tem implicações políticas e sociais. Quando os
tes com fornecedores, clientes e outras pessoas externas. Formata o acionistas delegam para os gerentes a coordenação e uso dos recursos e
comportamento das pessoas e é formada pelas pessoas internas, pela ética habilidades da organização, ocorre uma divisão de liderança e controle.
da organização, pelo seu tipo de estrutura e pelos direitos dos empregados. Apesar de, na teoria, os gerentes serem os empregados dos acionistas, na
Também evolui e pode ser gerenciada através do desenho organizacional. prática, essa delegação dá aos gerentes o controle real da corporação e o
Desenho Organizacional é o processo pelo qual os gerentes selecio- resultado é que os gerentes provavelmente vão perseguir os objetivos
nam e gerenciam vários aspectos e dimensões da estrutura e cultura de segundo seus próprios interesses, que podem ser conflitantes com os dos
forma que a organização possa controlar as atividades necessárias para acionistas. Mesmo quando não existe concorrência entre os objetivos dos
atingir seus objetivos. Para a sua sobrevivência, deve equilibrar as pres- diversos stakeholders, selecionar os que irão aumentar as chances de
sões internas e as externas do ambiente. sobrevivência da organização não é uma tarefa simples. Uma organização
O desenho organizacional tem-se tornado uma das principais priorida- que não dá atenção a seus stakeholders e nem tenta satisfazer minima-
des de gestão devido ao aumento da competitividade global e do crescente mente seus interesses, está fadada ao fracasso.
uso da tecnologia da informação. É a fonte de sustentação de sua vanta- Outro problema que uma organização tem de enfrentar é como distribu-
gem competitiva e tem influência no tratamento de contingência (evento ir, entre os diversos grupos de stakeholders, os prêmios que ganha como
que deve ocorrer de forma planejada, como uma mudança no ambiente ou resultado de ter sido eficiente. Essa alocação de prêmios ou incentivos é
uso de uma nova tecnologia), na gestão eficaz da diversidade, na habilida- um componente importante da eficiência da organização, pois pode influir
de para inovar em bens e serviços, no controle do ambiente, na coordena- na motivação para futuras contribuições.
ção e motivação dos empregados e no desenvolvimento e implantação de Uma organização deve balancear cuidadosamente os interesses dos
sua estratégia. Um desenho pobre pode levar ao declínio da organização. stakeholders quando escolher um critério para avaliação de desempenho.
Obtendo Vantagem Competitiva Normalmente, os interesses dos gerentes e acionistas são usados no
Como foi dito, o desenho organizacional é a forma para sustentação da direcionamento das atividades pelo efeito positivo que tem para a sobrevi-
vantagem competitiva, que vem a ser a habilidade de uma companhia vência e prosperidade da organização.
superar outra, devido à sua gestão ser capaz de criar mais valor a partir dos Ter habilidade para satisfazer às necessidades de clientes e stakehol-
recursos disponíveis. A Competência permite à empresa desenvolver uma ders é uma tarefa difícil e poucas organizações conseguem fazer isso bem.
estratégia para superar seus competidores produzindo produtos melhores a Assim como é difícil gerenciar os recursos do ambiente para competir com
custos mais baixos. A Estratégia é o modelo específico que orienta as outras organizações de mesmos objetivos. A habilidade da organização

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para satisfazer os seus satakeholders também é uma questão de sobrevi- Quando uma organização é criada e colocada em funcionamento, ocor-
vência. rem vários processos internos, ou processos organizacionais; à medida
Sendo os gerentes os responsáveis pelo uso maximizado dos recursos que ela vai crescendo, muitos dos processos podem passar por crises que
da organização, é importante entender como eles avaliam a efetividade da provocam mudanças em suas estratégias e estruturas.
organização. Controle, inovação e eficiência foram apontadas como as três Para finalizar, ressalta-se que a teoria organizacional procura entender
tarefas essenciais. Controle significa ter controle sobre o ambiente externo, os princípios que governam uma organização e os fatores que afetam a
tendo habilidade para atrair recursos e clientes. Inovação significa desen- maneira de sua operação, evolução e mudança, com foco na organização
volver as habilidades e capacidades de forma a descobrir novos produtos e como um todo.
processos. Eficiência significa desenvolver facilidades de produção usando Uma Definição de Organização
a tecnologia da informação para produzir e distribuir produtos competitivos Organizar é o processo de estabelecer o uso ordenado de todos os
mais rapidamente. recursos do sistema administrativo. O uso ordenado enfatiza o alcance dos
Nesse contexto, existem três abordagens para a avaliação de eficiên- objetivos do sistema administrativo e contribui para que os gerentes não
cia: a abordagem de recurso externo (a organização é eficiente se pode apenas tomem essas metas explícitas, como também esclareçam quais
assegurar habilidades e recursos valiosos de fora da organização); a abor- recursos serão utilizados para alcançá-las. O principal foco da organização
dagem de sistemas internos (coordena recursos com a habilidade dos é determinar o que os funcionários farão individualmente, assim como a
empregados para inovar em produtos e se adaptar a mudanças); e a abor- melhor maneira de combinar seus esforços para progredir no alcance dos
dagem técnica (converte habilidades e recursos em produtos acabados e objetivos da empresa. A organização se refere ao resultado do processo de
serviços). organizar.
A abordagem de recurso externo: Controle Os Parâmetros de Fayol
É um método que permite aos gerentes avaliar com que eficiência uma Em essência, cada recurso da empresa representa um investimento do
organização gerencia e controla o ambiente externo. Como medida, os qual o sistema administrativo deve obter um retomo. A organização
gerentes utilizam indicadores como preço de estoque, lucratividade, e apropriada desses recursos aumenta a eficiência e a eficácia de seu uso.
retorno de investimento, comparando o desempenho de sua empresa com Henri Fayol desenvolveu 16 parâmetros gerais para organizar recursos:
outras. Outro indicador pode ser a habilidade dos diretores para perceber e 1.Preparar e executar com critério o plano de operações.
responder rapidamente a mudanças no ambiente, sendo os primeiros a 2.Organizar os aspectos humanos e materiais para que eles sejam
aproveitarem novas oportunidades. coerentes com os objetivos, os recursos e os requerimentos pertinen-
A abordagem de sistemas internos: Inovação tes.
É um método que permite aos gerentes avaliarem com que eficiência 3. Estabelecer uma autoridade única, competente e dinâmica
uma organização funciona e opera. A estrutura e cultura organizacionais (estrutura administrativa formal).
devem permitir à empresa adaptabilidade e respostas rápidas a mudanças 4. Coordenar todas as atividades e esforços.
de condições no ambiente. Também é necessário ser flexível para tomar 5. Formular decisões claras, precisas e bem definidas.
decisões mais rapidamente e inovar em produtos e serviços. Medidas 6. Dispor de um processo seletivo eficiente para que cada
incluem tempo necessário para tomada de decisão, tempo necessário para departamento seja comandado por um gerente competente e enérgico e
colocar novos produtos no mercado, e tempo gasto na coordenação de para que todos os funcionários estejam trabalhando naquilo que mais
atividades de diferentes departamentos. possam ser úteis.
A abordagem técnica: eficiência 7. Definir deveres.
É um método que permite aos gerentes avaliarem com que eficiência 8. Encorajar a iniciativa e a responsabilidade.
uma organização transforma uma dada quantidade de habilidades e recur- 9. Oferecer recompensas justas e apropriadas pelos serviços
sos em produtos acabados e serviços, e é medido em termos de produtivi- prestados.
dade e eficiência. Por exemplo, um aumento na quantidade produzida com 10. Aplicar sanções contra erros e faltas.
o mesmo trabalho indica um ganho de produtividade. A atitude e motivação 11. Manter a disciplina.
dos empregados e seu desejo em cooperar são fatores importantes que 12. Assegurar-se de que os interesses individuais são coerentes
influenciam a produtividade e eficiência. com os interesses gerais da empresa.
Medindo efetividade: objetivos organizacionais 13. Reconhecer a unidade de comando.
Os gerentes criam objetivos que serão usados para avaliar o desem- 14. Promover a coordenação tanto humana quanto material.
penho da organização, que podem ser de dois tipos: oficiais e operativos. 15. Institucionalizar e efetuar controles.
Os objetivos oficiais são os princípios que a organização estabelece for- 16. Evitar regras, formalidades e burocracia.
malmente em seus relatórios anuais e outros documentos públicos, que Caso o objetivo seja uma colheita bem-sucedida, o processo de
podem também dispor sobre sua missão. Os operativos são objetivos organização pode ser dividido em tarefas principais, como arar, plantar,
específicos de curto e longo prazo que orientam os gerentes e empregados fertilizar, regar e assim por diante. Para tanto, devem ser destinados
no desempenho de seu trabalho. Podem ser utilizados para medir como a recursos como equipamentos e força de trabalho, a fim de cumprir
organização está gerenciando o ambiente, como está o seu funcionamento subtarefas, como selecionar a colheita e, por fim, avaliar o resultado de
através da medição do tempo gasto na tomada de decisão, ou para medir a acordo com a qualidade e a quantidade produzida.
eficiência da organização através de benchmarks que podem ser compara- A Importância da Organização
dos com seus competidores. A função de organizar é extremamente importante para o sistema
Os fatores que afetam as organizações administrativo, por ser o principal mecanismo utilizado pelos gerentes para
Uma organização eficiente desenha sua estrutura e cultura de acordo colocar seus planos em ação. O ato de organizar cria e mantém relações
com as necessidades de seus stakeholders de forma a ganhar vantagem entre todos os recursos da empresa ao indicar quais deles serão usados
competitiva e sobreviver. O desenho organizacional deve também conside- para atividades especificas e quando, onde e como serão utilizados. Um
rar as contingências de ambiente, tecnologias, processos internos que exaustivo esforço de organização auxilia os gerentes a minimizar as
certamente irão influenciar a escolha da estrutura e cultura organizacionais. fraquezas dispendiosas, como repetição de esforços e ociosidade dos
Os demais capítulos irão detalhar esses assuntos, fornecendo um modelo recursos da empresa.
de componentes da teoria organizacional. Alguns teóricos da administração consideram a função de organizar tão
O ambiente organizacional é o ambiente no qual a organização opera importante que eles defendem a criação de um departamento de
e é a principal fonte de incerteza, pois clientes podem retirar seu suporte, organização dentro do sistema administrativo. Entre as responsabilidades
fornecedores podem segurar o fornecimento de algum recurso ou mesmo típicas desse departamento estão o desenvolvimento dos seguintes tópicos:
alguns stakeholders podem ameaçar a empresa. Sendo assim, sua estrutu- 1. Planos de reorganização que tornassem o sistema administrativo
ra deve ser desenhada de forma a permitir tratar adequadamente os rela- mais eficaz e eficiente.
cionamentos tanto com os stakeholders, como com o ambiente externo. 2. Planos que aprimorassem as habilidades administrativas a fim de
O ambiente tecnológico, ou seja, a maneira como os bens e serviços adequá-las às atuais necessidades do sistema administrativo.
são produzidos e a incerteza relacionada aos diferentes métodos de produ- 3. Um clima organizacional benéfico dentro do sistema administrativo.
ção, são fatores importantes a considerar no desenho da empresa.

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O Processo de Organização funcionando todos os recursos da Lucent, a fim de poder aprimorar suas
1. Refletir sobre planos e objetivos. tentativas de organização. Por exemplo, ele poderá descobrir que, para que
2. Estabelecer as tarefas principais. a Lucent se tome mais competitiva, precisará de uma capacidade de
3. Dividir as tarefas principais em subtarefas. sistemas de Internet maior em um país do que em outro, e mais
4. Destinar recursos e instruções para as subtarefas. funcionários na área de produtos ao consumidor em contraposição à área
5. Avaliar os resultados da estratégia organizadora implementada. comercial. De posse das informações cenas, McGinn pode aprimorar
Os gerentes devem repetir essas etapas continuamente. Por meio da continuamente o atual sistema de organização da Lucent.
repetição, eles conseguem o feedback que os ajudará a aperfeiçoar a A Teoria Clássica da Organização
organização existente. A teoria clássica da organização resume os conceitos acumulados dos
A gerência de um restaurante pode servir de exemplo para ilustrar o primeiros teóricos da administração sobre como os recursos da empresa
funcionamento do processo de organização. A primeira etapa pela qual podem ser mais bem utilizados para atingir as metas da empresa. O teórico
deve passar o gerente do restaurante a fim de iniciar o processo de que provavelmente exerceu a mais profunda influência na teoria clássica da
organização é pensar sobre os planos e objetivos do restaurante. Pelo fato organização foi Max Weber. De acordo com ele, os principais componentes
de que o planejamento consiste em determinar o modo como o restaurante de uma tentativa organizadora são regras e procedimentos detalhados,
alcançará suas metas e como determinará onde os recursos do restaurante uma hierarquia empresarial claramente elaborada e uma relação impessoal
serão utilizados para concretizar os planos, o gerente do restaurante deve entre os funcionários da empresa.
começar a se organizar assim que compreender os planos. O Modelo Burocrático de Weber
A segunda e a terceira etapa do processo de organizar se centram em Weber utilizou o termo burocracia para denominar o sistema
tarefas que devem ser desempenhadas dentro do sistema administrativo. O administrativo que contém esses componentes. Apesar de acreditar
gerente deve determinar as principais tarefas ou trabalhos a ser realizados firmemente na abordagem burocrática da organização, ele se preocupava
dentro do restaurante. Duas dessas tarefas seriam servir os fregueses e com o fato de que os gerentes tendiam a supervalorizar os méritos da
preparar a comida. A partir disso as tarefas devem ser divididas em burocracia. Weber alertava que a burocracia não era um fim em si mesma;
subtarefas. Por exemplo, o gerente poderá decidir que a tarefa de servir os em vez disso, era um meio que levava o sistema administrativo a atingir
clientes implica as subtarefas de atender a pedidos e limpar as mesas. seus objetivos. A maior crítica a respeito do modelo burocrático de Weber,
A quarta etapa do processo de organizar é determinar quem anotará os bem como dos conceitos de outros teóricos clássicos da organização, é de
pedidos, quem limpará as mesas e os detalhes da relação que existirá entre que eles dão pouca importância à variável humana dentro das empresas.
essas duas pessoas. O tamanho das mesas e como elas serão De fato, hoje em dia se reconhece que a abordagem burocrática destituída
posicionadas são outros fatores que devem ser considerados nessa etapa. da ênfase adequada da variável humana é certamente uma fórmula de
Na quinta etapa, a avaliação dos resultados da estratégia organizadora fracasso empresarial.
implementada, o gerente recolhe informações sobre como a estratégia está O restante deste capítulo resume as quatro principais considerações da
funcionando. Essas informações devem fornecer dados que possam ser teoria clássica da organização que todos os gerentes modernos devem
utilizados no aprimoramento da organização atual. Por exemplo, o gerente incorporar em suas tentativas organizadoras:
poderá concluir que um certo tipo de mesa não é grande o bastante e que 1. Estrutura.
mesas maiores devem ser compradas para que o restaurante atinja seus 2. Divisão do trabalho.
objetivos. 3. Alcance administrativo.
O Subsistema Organizacional 4. Relações hierárquicas.
Assim como a função de planejamento, a função organizadora pode Estrutura
ser vista como um subsistema do sistema administrativo geral. O principal Em qualquer tentativa de organização, os gerentes devem escolher
propósito do subsistema organizacional é promover o cumprimento de uma estrutura apropriada. Estrutura se refere às relações designadas entre
metas do sistema administrativo geral, racionalizando a utilização dos os recursos do sistema administrativo. Seu propósito é facilitar a utilização
recursos da empresa. Os insumos são uma parte dos recursos totais da de cada recurso, individual ou coletivamente, à medida que o sistema
empresa, o processo são as etapas que constituem a função organizadora administrativo procura alcançar seus objetivos.
e o resultado é a própria organização. A estrutura de uma empresa é representada principalmente por meio
Da Volta ao Caso de gráficos chamados organogramas. Tradicionalmente, um organograma é
Ao pensar sobre como a Lucent deve se organizar, um gerente como construído em forma de pirâmide, na qual os indivíduos situados nas
Richard A. McGinn poderá preocupar-se em responder a várias questões proximidades do topo da pirâmide têm mais autoridade e responsabilidades
importantes. Essas questões devem ter como objetivo o estabelecimento do do que aqueles situados nas proximidades da base. A posição relativa dos
uso ordenado dos recursos empresariais da Lucent. Pelo fato de esses indivíduos nos retângulos do organograma indica as relações gerais de
recursos representarem um investimento a partir do qual McGinn deve ter trabalho e as linhas que ligam esses retângulos indicam os canais formais
um retomo, suas questões devem orientar-se pela obtenção de informações de comunicação entre os indivíduos.
que serão utilizadas na maximização desse retomo. Acima de tudo, essas Autoridade e Responsabilidade: A posição do gerente do restaurante
questões devem centrar-se em determinar que tipo de utilização dos está no topo da pirâmide e as posições mais próximas do gerente do
recursos da Lucent será melhor para o alcance das metas da empresa. restaurante implicam maior autoridade e responsabilidade, enquanto as
Algumas questões preliminares poderiam ser as seguintes: posições mais distantes dele implicam menor autoridade e
1. Quais os atuais objetivos da Lucent como empresa? Por exemplo: a responsabilidade.
Lucent deseja centrar-se em mercados internacionais assim como nos Estrutura e Gênero: As estruturas piramidais nas empresas
nacionais? A Lucent pretende manter ou aumentar seu tamanho atual? provavelmente seguem o modelo da estrutura hierárquica de comando das
2. Quais os planos da Lucent para atingir seus objetivos? A Lucent forças armadas. No mundo ocidental, a estrutura das instituições religiosas
abrirá mais escritórios no exterior? Estão sendo criados programas também tem sido hierárquica e sua autoridade emana do topo. Alguns
adicionais de treinamento que permitam que os funcionários trabalhem pesquisadores descobriram que as mulheres não se sentem à vontade com
eficazmente no exterior? esse tipo de estrutura. Portanto, à medida que mais e mais mulheres
3. Quais as principais tarefas que a Lucent deve cumprir para oferecer ingressam na área administrativa, será necessário um novo tipo de modelo
produtos de mensagem e de voz? Por exemplo, quantas etapas consistem estrutural. No livro The Female Advantage: Women’s Ways of Leadership
no desenvolvimento de um novo telefone sem fio e em sua colocação no (A vantagem feminina: as maneiras femininas de liderança), Sally Helgesen
mercado para o público correto? argumenta que as mulheres criam ‘redes’ de autoridade e que os estilos de
4. Quais os recursos de que a Lucent dispõe para se manter ativa? liderança feminina são relacionais em vez de serem hierárquicos e
As respostas a essa questão devem enfatizar assuntos como o número de autoritários. Tom Peters, teórico da administração, sugere que esses estilos
funcionários, os recursos financeiros disponíveis e os equipamentos utiliza- sejam inerentemente mais adequados aos novos tipos de estruturas
dos. empresariais, por enfocar o trabalho em equipe e a administração
McGinn deve também pensar em algum mecanismo de avaliação da participativa, aspectos exigidos no ambiente de competitividade global do
estratégia organizadora desenvolvida. Uma vez implementada a estratégia, século XXI.
McGinn deve ser capaz de recolher informações sobre como estão

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Estrutura Formal e Informal: Existem dois tipos básicos de estrutura Caso as circunstâncias permitam, os organogramas de uma empresa
dentro dos sistemas administrativos: formal e informal. A estrutura formal é podem ser combinados a fim de mostrar cada um desses cinco fatores.
definida como a relação entre os recursos da empresa do modo como Forças Que Influenciam a Estrutura Formal: De acordo com Y.K. Shetty
foram planejados pela gerência. É representada principalmente pelo e Howard M. Carlisle, a estrutura formal de um sistema administrativo está
organograma. em constante evolução. Quatro forças principais influenciam essa evolução:
A estrutura informal é definida como os padrões de relacionamento que 1. Forças da gerência.
surgem em virtude das atividades informais dos membros da empresa. 2. Forças das tarefas.
Naturalmente envolve normas e valores individuais e relações sociais e 3. Forças do ambiente.
tende a ser moldada por elas. Em essência, a estrutura informal de uma 4. Forças dos subordinados.
empresa é o sistema ou rede de relações interpessoais que existem dentro A evolução de uma empresa em particular é, na verdade, o resultado
dela, mas geralmente não é idêntica á estrutura formal da empresa. de uma interação complexa e dinâmica entre essas forças.
Departamentalização e Estrutura Formal: Um Ponto de Vista As forças da gerência são uma maneira única por meio da qual um
contingencial O método mais comum de instituir relações formais entre os gerente percebe os problemas da empresa. Naturalmente, o histórico, o
recursos é estabelecer departamentos. Basicamente, um departamento é conhecimento, a experiência e os valores do gerente influenciam sua
um grupo de recursos único criado pela gerência para desempenhar percepção de como deveria ser a estrutura formal da empresa ou de como
alguma tarefa da empresa. O processo de criação de departamentos dentro ela deveria ser modificada.
do sistema administrativo é chamado de departamentalização. Tipicamente, Entre as forças das tarefas estão o grau de tecnologia necessário ao
esses departamentos são baseados em, ou dependem de, fatores desempenho da tarefa e sua complexidade. À medida que as tarefas
circunstanciais como as funções de trabalho a serem desempenhadas, o mudam, surge uma força voltada para mudar o estado atual de
produto que está sendo manufaturado, a área territorial a ser atendida, o organização. Dentre as forças do ambiente destacam-se os clientes e os
público-alvo e o processo planejado para manufaturar o produto. fornecedores do sistema administrativo, ao lado das estruturas políticas e
Departamentalização Funcional: Talvez o critério mais utilizado para a sociais. Entre as forças dos subordinados estão suas necessidades e seus
criação de departamentos na estrutura formal seja o das funções do níveis de habilidades. E claro que, à medida que o ambiente e os
trabalho (atividades) a ser desempenhadas dentro do sistema subordinados mudam, simultaneamente forças são criadas para alterar a
administrativo. As funções são geralmente divididas em grandes categorias organização.
como marketing, produção e finanças. De Volta ao Caso
Departamentalização de Produto: A estrutura de uma empresa se A fim de fortalecer sua organização, um gerente como McGinn deveria
baseia primordialmente no produto que ‘departamentaliza’ os recursos de levar em consideração a teoria clássica da organização. Entre os quatro
acordo com o que se está produzindo. À medida que mais produtos são principais elementos da teoria clássica da organização, o primeiro a ser
manufaturados pela empresa, torna-se cada vez mais difícil para a gerência levado em conta aqui é a estrutura. Os pensamentos de McGinn quanto à
a tarefa de coordenar as atividades internas. Organizar-se de acordo com o estrutura da Lucent devem estar voltados para a criação de relações de
produto permite o agrupamento racional dos recursos necessários para trabalho entre todos os funcionários da empresa. Para que uma estrutura
produzir cada produto. empresarial eficaz seja desenvolvida, McGinn deve analisar os fatores
Departamentalização Geográfica: Essas estruturas estão baseadas circunstanciais relativos à empresa, como funções, produtos, localização
primordialmente na divisão por território de acordo com os lugares em que geográfica, clientes e processos envolvidos no fornecimento de seus
os trabalhos estão sendo desenvolvidos ou nos mercados geográficos que produtos aos consumidores.
estão sendo enfatizados pelo sistema administrativo. As distâncias físicas Nesse caso, informações indicam que a estrutura de organização que
podem variar pouco (entre dois pontos da mesma cidade) ou muito (entre McGinn criou para a Lucent se baseia primordialmente nos produtos ou
dois pontos no mesmo estado, em estados diferentes ou até mesmo em serviços oferecidos. Por exemplo, duas das 11 áreas principais da Lucent
diferentes países). À medida que os mercados e os locais de trabalho se são as de Fornecedor Mundial de Serviços e Sistemas Empresariais e
expandem, as distâncias físicas entre os lugares podem tornar a tarefa Sistemas de Redes de Dados. Em essência, a Lucent está organizando
administrativa extremamente complicada. Para minimizar esse problema, seus recursos para se concentrar em seus 11 produtos e em suas áreas
os recursos podem ser departamentalizados geograficamente. principais.
O McDonald’s Organiza-se pelo Território Global É típico de um gerente como McGinn utilizar um organograma para
A McDonald’s Corporation dirige restaurantes de fast-food com a marca representar a estrutura da empresa. Esse organograma permitiria que
McDonald’s. Os restaurantes populares servem um menu variado, porém McGinn não apenas enxergasse as linhas de autoridade e responsabilidade
limitado, com bom preço, em 120 países no mundo todo. dentro da Lucent, mas também compreendesse as amplas relações de
Para reagir ao seu fraco desempenho financeiro recente, o McDonald’s trabalho entres seus funcionários.
decidiu reorganizar sua equipe de gerenciamento sênior global. Isso Divisão do Trabalho
envolveu criar duas áreas geográficas de responsabilidade. Uma das novas A segunda principal consideração a respeito de qualquer tentativa de
posições visa gerenciar operações nas Américas enquanto a outra organização é como dividir o trabalho. Divisão de trabalho é a designação
gerenciar operações na Europa, na Ásia e no Pacífico. de várias partes de uma tarefa em particular entre alguns membros da
De acordo com Jack Greenberg, presidente do conselho e diretor- empresa. Em vez de ter um indivíduo realizando todo o trabalho, várias
presidente do McDonald’s, a nova hierarquia da organização evoluiu pessoas realizam diferentes partes dele. A produção é dividida em várias
durante muitos meses, como veículo para criar linhas mais claras de etapas e a responsabilidade por completar cada etapa é entregue a
responsabilidade nos dois territórios e para que cada território focalize o indivíduos específicos. A essência da divisão do trabalho é que as pessoas
desempenho financeiro da empresa e assuma a responsabilidade por ele. se especializem em fazer partes de uma tarefa, em vez de completá-la por
A nova estrutura também visou a ajudar a empresa a tomar decisões inteiro.
de negócios mais rapidamente. Greenberg acredita que a reorganização Um exemplo muito comum que ilustra a divisão do trabalho é a linha de
deveria aprimorar a capacidade do McDonald’s de efetuar a mudança montagem de automóveis. Em vez de ter uma pessoa para montar o carro
necessária, inovar e ser mais consistente em seu gerenciamento em todo o inteiro, partes especificas do carro são montadas por vários funcionários.
globo. As seções a seguir discutem as vantagens e as desvantagens da divisão do
Departamentalização por clientes: A estrutura que se baseia trabalho e a relação entre divisão do trabalho e coordenação.
primordialmente nos clientes ‘gera departamentos’ de acordo com os Vantagens e Desvantagens da Divisão do Trabalho: Até mesmo o
principais consumidores da empresa. Esse tipo de estrutura, obviamente, inigualável cientista Albert Einstein, famoso pela independência de suas
supõe que os principais clientes podem ser identificados e divididos em teorias, acreditava que a divisão do trabalho poderia ser vantajosa sob
categorias lógicas. vários aspectos. Várias explicações sobre a utilidade da divisão do trabalho
Departamentalização do Processo de Produção: A estrutura que se foram apresentadas. Primeiramente, quando os trabalhadores se
baseia primordialmente no processo de produção cria departamentos de especializam em uma tarefa em particular, suas habilidades no
acordo com as principais fases do processo utilizado na fabricação dos desempenho dessa tarefa tendem a melhorar. Em segundo lugar,
produtos. trabalhadores que têm uma função e um determinado local para executá-la
não perdem seu valioso tempo alternando ferramentas ou locais de

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trabalho. Em terceiro, quando os trabalhadores se concentram na Assim como no passado, a empresa compete permanecendo
realização de apenas uma tarefa, eles naturalmente tentam torná-la mais firmemente comprometida com o aperfeiçoamento geral da qualidade de
fácil e eficiente. Por fim, a divisão do trabalho gera uma situação em que os seus produtos. KlausDieter Vohringer, membro da alta gerência da
trabalhadores precisam apenas saber executar sua parte da tarefa em vez DaimlerChrysler, diz que a empresa demonstrará seu compromisso com a
de conhecer todo o processo de produção do produto final. Com isso, a qualidade dos produtos por meio de um plano que enfatize a melhoria da
tarefa de compreender sua função não se torna demasiadamente coordenação entre três diferentes unidades de produção e montagem.
enfadonha. Espera-se que essa grande reestruturação do processo de produção da
Também já se argumentou contra o uso extremo da divisão do DaimlerChrysler resulte não apenas em uma melhor qualidade dos
trabalho. Essencialmente, esses argumentos afirmam que a divisão do produtos, mas também em usos mais produtivos das instalações atuais,
trabalho está unicamente voltada para a eficiência e os lucros, ignorando a respostas mais rápidas às alterações das necessidades dos consumidores
variável humana nas empresas. e em custos mais baixos de produção e produtos competitivos. Segundo
O trabalho extremamente especializado tende a ser enfadonho e, Vohringer, a DaimlerChrysler desenvolveu uma sofisticada compreensão de
consequentemente, fará com que os níveis de produção caiam à medida seus consumidores ao longo dos anos. A fim de manter o alto nível de
que os trabalhadores fiquem ressentidos por serem tratados como satisfação do consumidor, a gerência sabe que deve estar constantemente
máquinas. Evidentemente, os gerentes precisam encontrar um equilíbrio alerta quanto a novos métodos de aperfeiçoamento da qualidade dos
razoável entre a especialização e a motivação humana. produtos e esta coo-vencida de que uma melhor coordenação do processo
Divisão de Trabalho e Coordenação: Quando existe divisão do de produção ajudará a DaimlerChrysler a alcançar suas metas de
trabalho, é óbvia a importância de coordenação efetiva dos diferentes qualidade.
indivíduos que executam partes de uma tarefa. Mooney definiu De Volta ao Caso
coordenação como “o arranjo ordenado de um esforço conjunto a fim de Ao desenvolver a maneira mais adequada de organizar os funcionários
proporcionar unidade de ação em busca de um propósito comum”. Em da Lucent, um gerente como McGinn pode pensar sobre o segundo
essência, coordenação é o modo de cada um e todos alcançar os objetivos elemento principal na teoria clássica da organização: a divisão do trabalho.
da empresa. Implica o encorajamento da conclusão de partes individuais de Ele poderia decidir, por exemplo, que em vez de ter uma pessoa para fazer
uma tarefa em uma ordem sincronizada que seja adequada para a tarefa todo o trabalho de atendimento a um cliente empresarial, a tarefa poderia
como um todo. Os grupos não conseguem manter sua produtividade sem ser dividida de modo que, para cada cliente empresarial, uma pessoa
coordenação. Parte da ordem sincronizada da montagem de um automóvel, realizasse o contato inicial, outra avaliasse as necessidades de
por exemplo, implica que os assentos sejam instalados somente após a comunicação da empresa e uma terceira pessoa investigasse alternativas
colocação do piso; seguir essa ordem de instalação é um exemplo de que a Lucent poderia propor para o suprimento dessas necessidades.
coordenação. Dessa maneira, os funcionários poderiam trabalhar mais rapidamente e
Implantar e manter a coordenação requer uma supervisão próxima dos especializar-se em uma das áreas de relações empresariais com clientes,
funcionários, embora os gerentes devam procurar afastar-se da ideia de como investigação de necessidades dos clientes empresariais ou satisfação
que a coordenação só pode ser alcançada dessa maneira. Em vez disso, das necessidades dos clientes empresariais.
eles podem implantar e manter a coordenação por meio de negociação, Ao considerar a propriedade da divisão do trabalho na Lucent, um
formulação de um propósito comum para o grupo ou ainda o gerente como McGinn poderia também criar um mecanismo que
aprimoramento de soluções para problemas específicos, para que o grupo promovesse a coordenação. Para desenvolver esse mecanismo, McGinn
saiba o que fazer quando se deparar com esses problemas. Cada uma deve ter uma profunda compreensão de como vários processos
dessas tentativas é considerada uma ferramenta administrativa específica. empresariais da Lucent ocorrem, para que possa dividir as várias tarefas e
Parâmetros de Follett sobre Coordenação Mary Parker Follett manter a coordenação dentro das várias divisões da empresa. Além disso,
contribuiu com sugestões valiosas sobre como os gerentes podem McGinn deve enfatizar a comunicação como pré-requisito para a
implantar e manter a coordenação dentro da empresa. Primeiramente, coordenação. Se os funcionários da Lucent não se comunicarem
Follett afirmou que é possível atingir a coordenação com menor dificuldade constantemente uns com os outros, a coordenação será uma tarefa
por meio das relações horizontais diretas e da comunicação pessoal. Em praticamente impossível. Ao tomar atitudes voltadas para a promoção da
outras palavras, quando surge um problema de coordenação, discuti-lo coordenação na empresa, McGinn deve também planejar e agir para
entre trabalhadores de mesmo nível deve ser a melhor maneira de resolvê- manter essa coordenação continuamente.
lo. Em segundo lugar, Follett sugeriu que a coordenação deve ser um
tópico das discussões durante o processo de planejamento. Em essência, CONHECIMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE ADMINISTRAÇÃO
os gerentes devem planejar a coordenação. Em terceiro, manter a GERENCIAL
coordenação é um processo contínuo e deve ser tratado como tal. Os Características básicas das organizações formais:
gerentes não conseguem presumir isso porque seu sistema administrativo • Tipos de estrutura organizacional
mostra a coordenação de hoje do mesmo modo que a estará mostrando • Natureza
amanhã. • Finalidade e critérios de departamentalização
Follett também percebeu que é possível alcançar a coordenação ORGANIZAÇÃO FORMAL
meramente com atitudes administrativas dotadas de propósito — nada Organização e o estabelecimento de uma estrutura formal de autorida-
pode ser deixado ao sabor do acaso. Por fim, ela enfatizou a importância do de, mediante a qual se definem, dispõem e coordenam as fases e métodos
elemento humano e alertou para o fato de que o processo de comunicação de trabalho para se atingir um objetivo.
é um assunto essencial em qualquer tentativa de encorajar a coordenação. A organização formal constitui um sistema estrutural.
Os níveis de habilidades e motivação dos funcionários também são temas A estrutura formal da empresa está assentada nos princípios da divisão
primordiais, assim como a eficácia do processo de comunicação humana do trabalho, da especialização, da hierarquia, da autoridade e da responsa-
durante as atividades de coordenação. bilidade. São estes, pois, os fundamentos da Organização.
A DaimlerChrysler Aperfeiçoa a Coordenação para da Melhorar a
Qualidade de Seus Produtos ORGANIZAÇÃO FORMAL
O aprimoramento da coordenação é capaz de melhorar a eficácia e a As principais características da organização formal são:
eficiência da força de trabalho em quase qualquer empresa. Os executivos a. Divisão do Trabalho — Maneira pela qual um processo complexo
da DaimlerChrysler enfatizam o aperfeiçoamento da coordenação para pode ser decomposto em uma serie de pequenas tarefas. A divisão foi
melhorar a qualidade dos produtos. iniciada ao nível de operários, com a Administração Científica alçando os
Embora eles saibam que novos concorrentes, como a Lexus e a mais elevados escalões da organização, com a Teoria Clássica, cuja acei-
Infinity, causaram grande impacto no mercado de automóveis de categoria tação e divulgação foi devida aos seguintes fatores: padronização e simpli-
superior, os executivos da DaimlerChrysler não estão desanimados nem se ficação das atividades do operário; melhor especialização com o detalha-
desviam das metas de organização que vêm mantendo durante décadas. A mento das tarefas; melhor aproveitamento do trabalho especializado atra-
empresa continua se dedicando às necessidades e aos desejos do vés da departamentalização; melhor eficiência da organização; redução dos
consumidor de classe alta, porém despretensioso, que busca um veículo custos de produção, sobretudo os de mão-de-obra e de materiais diretos.
que consiga equilibrar estilo e desempenho com sua forma e função. b. Especialização — Cada órgão ou cargo passa a ter funções es-

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pecializadas, como consequência da divisão do trabalho. Defendida pela Relações
Teoria Clássica com base no pressuposto de que a concentração de esfor- Entre o superior e o subordinado estabelece-se uma relação de linha
ços em campos limitados permite incrementar a quantidade e qualidade da ou hierárquica; todos os empregados estão ligados ao Presidente por uma
produção. relação de linha ou hierárquica; a linha de autoridade, partindo do mais
c. Hierarquia — Como decorrência das funções especializadas surge elevado nível hierárquico da empresa, corre sem interrupção até atingir os
a função de comando, que tem a missão de controlar e dirigir todas as elementos situados nos níveis inferiores.
atividades. Desta forma, a organização precisa de uma estrutura hierárqui-
ca, além da estrutura de funções. Daí o princípio de hierarquia que deve b) Autoridade de “Staff’ (ou de Estado-Maior)
existir em toda organização formal. A hierarquia divide a organização em Conceituação
níveis de autoridade, onde os superiores possuem certo tipo de autoridade O detentor da autoridade de linha muitas vezes não possui tempo para
sobre os inferiores. Portanto, a estrutura formal apresenta uma cadeia de digerir a carga de trabalho que lhe chega às mãos; outras vezes não tem o
níveis hierárquicos sobrepostos (cadeia escalar), formando geralmente uma suficiente conhecimento especializado para decidir sobre a enorme varie-
pirâmide, tendo a direção no topo (nível decisorial), os executadores na dade de problemas que deve tratar; é neste momento que entra em cena
base (nível oporacional ou executório) e nos níveis intermediários as de- um indivíduo ou um grupo de indivíduos dotados do que denominamos
mais camadas hierárquicas. Autoridade de “Staff’, ou seja, indivíduos que têm autoridade para auxiliar,
c. Autoridade — Dentro da organização existem pessoas cumprindo apoiar, aconselhar, assistir a autoridade de linha, sem contudo decidir, pois
ordens de outras situadas em níveis mais elevados, o que denota suas o poder de decisão permanece privativo da Autoridade de Linha.
posições relativas, bem como o volume de sua autoridade em relação às
demais posições. O “Staff” (ou Assessoria) é considerado uma extensão da personalida-
e. Responsabilidade — Para os autores clássicos, a responsabilida- de do Chefe, exercendo uma autoridade própria não menos real que a de
de advém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autori- linha, a autoridade de ideias, consubstanciada através de CONSELHOS ou
dade para exigir determinadas tarefas de outras pessoas. A essência da PARECERES.
responsabilidade é a obrigação de utilizar a autoridade para exigir que
sejam executadas as tarefas. Relações
f. Racionalismo — O princípio básico é que, dentro de certos limi- Entre o Assessor e o Chefe de Linha, estabelece-se, no sentido ascen-
tes, os seus membros se comportarão de acordo com as nomas lógicas de dente uma relação de “Stafíf (ou de Estado-Maior, ou de Assessoria); o
comportamento prescritas para cada um deles. assessor assiste o Chefe de Linha, sem contudo impor ao mesmo o seu
g. Coordenação — Para Fayol, a coordenação é a reunião, a unifi- julgamento.
cação e a harmonização de toda a atividade e esforço.
Algumas vezes o Assessor tende o tomar a si o poder de decisão de
HIERARQUIA Chefe de Linha. Este fato, prejudicial à vida de empresa, pela dualidade de
É a disposição de níveis verticais de responsabilidades, em degraus de comando que estabelece, resulta de uma ou mais das seguintes situações:
importância de cima para baixo. Estes níveis caracterizam todas as formas • Alguns Chefes de Linha, por deficiência ou insegurança pessoal se
de esforço cooperativo organizado. apóiam demasiadamente nos seus Assessores.
• O tipo de trabalho desenvolvido pelos Assessores é um processo
O número de níveis aumenta à medida que a empresa cresce. eminentemente intelectual; eles estudam, coligem dados, chegam a solu-
ções por processos intelectuais muitas vezes acabando por se tornarem
AUTORIDADE autênticos “cérebros” da organização.
É o direito ou poder de mandar. Segundo a fonte de onde emana esse • As vezes, o Assessor possui aptidões técnicas e conhecimentos
poder ou direito, diz-se primária ou por delegação. especializados que o Chefe de Linha não tem. Desta forma, frequentemen-
te os conselhos que dá têm necessariamente de ser aceitos, o Chefe de
A autoridade primária é a autoridade suprema da organização. Segun- Linha praticamente assinando em cruz.
do Max Weber, a autoridade provém de três origens: • Por outro lado, é comum encontrar-se Chefes de Linha cuja confi-
Carismática: baseada na devoção afetiva e pessoal. ança em seus próprios recursos o fazem impermeável a todo conselho dos
Tradicional: fundamentada nos costumes e normas da ordem seus Assessores. Neste caso o “Staff’ tende a atrofiar-se e desaparecer.
social vigente (estrutura patriarcal ou feudal).
Legal: definida nos procedimentos formais, atos de institui- c) Autoridade Funcional
ção, regulamentos etc. Conceituação
A Autoridade Funcional é aquela que se exerce sobre determinados
A transferência de autoridade dos níveis superiores para os inferiores assuntos ou determinadas espécies de atividades. Ela envolve a capacida-
se processa através de Delegação. de para emitir ORIENTAÇÃO NORMATIVA sobre determinados atos ou
operações de pessoas sujeitas a diferentes autoridades hierárquicas. A
A autoridade não se exerce de modo absoluto. Há limitações impostas Autoridade Funcional é confiada a uma pessoa para que ela possa regula-
pela Lei, pela Ordem Social, por fatores físicos etc. mentar um certo número de atividades basicamente homogêneas cujo
grupamento é denominado Função.
Em Administração, interessa-nos a autoridade legal e passaremos a A Autoridade Funcional não possibilita determinar as ações a serem
abordar os tipos existentes em uma empresa. executadas, ela deve, isto sim, definir as DIRETRIZES segundo as quais a
Serão aqui apresentados quatro Tipos de Autoridade a saber: ação comandada pela autoridade hierárquica se desenvolvera.
Autoridade de Linha (ou Hierárquica) Relações
Autoridade de “Stafl” (ou de Estado-Maior) É aquela que se estabelece entre dois indivíduos, ou dois órgãos, um
Autoridade Funcional dos quais possui autoridade funcional sobre o outro. Assim, numa empresa,
Autoridade de Fiscalização um Chefe de Linha, além de autoridade hierárquica do seu superior imedia-
to, recebe autoridade funcional dos responsáveis pelas funções com as
a) Autoridade de Linha (ou Hierárquica) quais se relacionam suas atividades.
Conceituação Exemplificando: se desejar autorizar horas extraordinários para seus
A autoridade de Linha (ou Hierárquica) é aquela que se exerce direta- subordinados, terá de cingir-se às diretrizes baixadas pelo Diretor ou Ge-
mente sobre as pessoas que integram um órgão; envolve a capacidade de rente Pessoal; ao elaborar um relatório de despesas de viagem terá de
um chefe para dar ordens aos seus subordinados, coordenar sua ação e levarem conta as diretrizes emitidas pelo Diretor ou Gerente Financeiro.
cobrar resultados; a autoridade de Linha se manifesta através de ORDENS
que emanam dos superiores para os respectivos subordinados. Conflitos
Em princípio não deveria haver conflito entre estas duas autoridades,
cada uma delas limitada por atribuições bem definidas que harmonizaram

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sua interação. Entretanto, podem surgir dificuldades, seja pela falta de grupamento de atividades são por função (ou propósito), por produto (ou
coerência dos textos, seja por sua interpretação errônea ou por sua dificul- serviço), por processo, por clientela, por localização (ou área geográfica) e,
dade de aplicação a problemas complexos. Acontece então um enfraque- antes de apresentar cada um individualmente, tornam-se necessários dois
cimento de controle disciplinar, dificuldades de coordenação e aumento esclarecimentos:
considerável dos canais de comunicação.  A grande maioria das empresas não adota um único Critério
de Departamentalização, empregando em seu lugar um CRITÉRIO MISTO,
Em caso de conflito entre uma e outra, a prática parece favorecer a LI- de modo que não haja uma estrutura rígida e sim que as atividades sejam
MITAÇÃO DA AUTORIDADE FUNCIONAL para não enfraquecer a posição agrupadas de forma que contribuam melhor para a realização dos objetivos
do Executivo de Linha (esse está mais próximo da ação). da empresa.
 Apesar do nome Departamentalização sugerir que os órgãos cri-
A Autoridade Funcional deve portanto ser usada COM PARCIMÔNIA e ados devam denominar-se Departamentos, isto não se verifica. A nomen-
somente quando existirem influências externas (que devem ser interpreta- clatura a ser utilizada fica a critério do organizador devendo apenas ser
das por especialistas) e internas (quando os assuntos são de tal importân- coerente e uniforme para toda a empresa, como já foi assinalado anterior-
cia e complexidade que torna-se necessário um grau máximo de uniformi- mente.
dade de ação).
Departamentalização por Função (ou Propósito)
d) Autoridade de Fiscalização Ocorre quando são agrupadas num mesmo órgão as atividades que
Conceituação possuam uma singularidade de propósitos ou objetivos. É talvez o critério
É aquela que consiste em zelar pela observância de um conjunto orgâ- mais extensamente empregado, e está presente em quase todas as empre-
nico de regras, verificando se a execução está sendo realizada de acordo sas, em algum nível hierárquico da Estrutura de Organização.
com os regulamentos e instruções em vigor. E a autoridade típica de uma
Auditoria, de um Conselho Fiscal nas Sociedades Anônimas e das Inspeto- Departamentalização por Produto (ou Serviço)
rias de Segurança Industrial. Ocorre quando são agrupadas, num mesmo órgão, as atividades dire-
tamente relacionadas a um determinado produto ou serviço.
Modalidade de Ação
Os indivíduos investidos deste tipo de autoridade não podem interferir Departamentalização por Processo
na gestão mediante ordens, cabendo-lhes apenas verificar, através de Ocorre quando são reunidas, num mesmo órgão, as pessoas que utili-
VISITAS, EXAMES DE DOCUMENTOS e CONFERENCIAS DE BENS, a zam um mesmo tipo de equipamento ou de técnica. Nos órgãos organiza-
conformidade de atos ou situações a princípios de ética, leis do país e dos de acordo com este critério, concentram-se todos ou quase todos os
normas da empresa. profissionais de determinada especialização ou profissão.

RESPONSABILIDADE Departamentalização por clientela


E a aceitação do papel a ser desempenhado na organização, composto Ocorre quando o grupamento de atividades num mesmo órgão é feito
de tarefas, missões, atividades. Todo cargo encerra um grau de responsa- com o objetivo de servir um grupo determinado de pessoas ou clientes. Há
bilidade. um interesse fundamental pelo cliente que passa a ser a razão primordial
A Responsabilidade não pode ser delegada. para grupar as atividades.

DEPARTAMENTALIZAÇAO Departamentalização por Localização (ou Área Geográfica)


É o processo de estabelecer unidades compostas de grupos, com fun- Este critério ocorre particularmente em empresas cujas atividades são
ções relacionadas. Cada agrupamento é atribuído a um chefe, com autori- físicas ou geograficamente espalhadas, nas quais se torna conveniente que
dade para dirigir tais atividades. todas as atividades executadas numa determinada região sejam agrupadas
Torna-se pois importante que tais atividades sejam agrupadas logica- e colocadas sob a chefia de um administrador local.
mente.
Diversos são os critérios para proceder-se à Departamentalização: Existem ainda outros critérios que podem ser adotados, como:
Por função: atividades similares; por Período de Tempo.
por áreas geográficas: têm por base a localização; por Quantidade de Força de Trabalho
por produto: segundo a linha de fabricação; por Conveniência Empírica
por clientela: segundo o interesse do freguês ou cliente;
por processo: de acordo com a tecnologia empregada. Estes serão examinados em outra oportunidade.
Identificadas as atividades da empresa, elas serão agrupadas. Este a-
grupamento ou arrumação das atividades será efetuado de acordo com os PROCESSO ORGANIZACIONAL
determinados critérios inicialmente propostos por LUTHER GULICK. Planejamento, direção, comunicação, controle e avaliação:

Órgãos de Departamentalização PLANEJAMENTO


Resulta na criação dos átomos da empresa, que são seus Órgãos ou FASES PARA GERAÇÃO DE UM PLANEJAMENTO
Unidades Administrativas. a. Obtenção de informação e dados
Os órgãos se distinguem uns dos outros de acordo com o elemento hi- b. Análise dos dados e informações obtidos
erárquico de sua denominação, que indicará a importância do órgão da c. Previsão dos acontecimentos futuros
empresa. Não existe nenhuma regra fixa para a hierarquização das deno- d . Decisões sobre:
minações, sendo necessário, entretanto, que os títulos adotados sejam d.1 - fins; - especificações sobre metas e objetivos.
COERENTES e UNIFORMES para toda a empresa. d.2- meios:- seleção das diretrizes, dos procedimentos, das nor-
mas, dos orçamentos, programas e estratégia, através dos quais as metas
Os títulos mais comumente adotados na Empresa Privada, para indicar e objetivos serão alcançados.
posição hierárquica, são os seguintes: d.3 - recursos: determinação dos tipos e quantidades de recursos
a) Diretoria (exemplificando: Diretoria de Administração) necessários, como deverão ser gerados ou adquiridos e como serão aloca-
b) Departamento (Departamento de Pessoal) dos as atividades.
c) Divisão (Divisão de Recrutamento e Seleção) d.4- implementação - projeto da política de tomada de decisão e
d) Seção (Seção de Seleção) uma forma de organizá-la de tal modo que o plano possa ser executado.
e) Setor (Setor de Testes Psicotécnicos)
NORMAS PARA UM PLANEJAMENTO EFICIENTE
Critérios de Departamentalização a. DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS
Como vimos, os critérios de Departamentalização utilizados para o a- Em todos os estágios do planejamento, é imperioso lembrar as finali-

Conhecimentos Específicos 38 A Opção Certa Para a Sua Realização


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dades que se espera, sejam por ele atingidas. termos financeiros, como em homens-hora; unidades de produção; horas-
O sucesso final de um plano depende do grau em que ele atinge os ob- máquina, ou qualquer outra expressão numericamente mensurável. Pode
jetivos desejados. Se os resultados estão abaixo dos objetivos, o plano tratar de operações (orçamento de despesas) ou investimentos de capital
então falhou naquela quantidade ou proporção. (orçamentos de despesa de capital) ou ainda demonstrar o fluxo monetário
Um plano é um meio para um fim, e devera ser encarado dessa manei- (orçamento de caixa).
ra. Um orçamento obriga uma empresa a fazer antecipadamente (seja com
antecipação de uma semana ou de 5 anos) uma compilação numérica do
b- FLEXIBILIDADE DOS PLANOS fluxo do numerário esperado, de receitas e despesas, de investimentos ou
Um plano deve indicar uma rota para as metas desejadas, mas assim utilização de homens-obra ou horas-máquina.
mesmo, deve ter um grau de flexibilidade. Um orçamento financeiro expres- O orçamento é necessário para o controle mas, não pode servir um
sa em termos monetários, quanto deverá ser gasto, em algum período padrão coerente de aferição a menos que reflita os planos.
futuro, para que certas finalidades sejam conseguidas. Mas, durante esse
período, poderão ocorrer variações diferentes das esperadas e, para tanto, e. PROGRAMAS
deverá ser estabelecido um plano que faça concessões para desvios das Programas são um complexo de diretrizes, procedimentos, normas, de-
condições planejadas. Assim, o orçamento é estável no que se refere ao signação de obrigações e outros elementos necessários para dar andamen-
estabelecimento de uma rota para os objetivos desejados mas, é flexível no to a um certo curso de ação. Os programas podem ser tão importantes,
que diz respeito às variações em quantias fixos que a rota poderá sofrer. como o de uma empresa aérea para adquirir uma frota de jatos de 800
milhões de dólares ou, mais simples, como o formulado por um único
c. CLAREZA NA REDAÇÃO encarregado num departamento de peças para melhorar a moral de seus
Um bom plano deve ser claro e compreensível. Um plano pode ser cla- subordinados.
ro para o planejador, mas o será também para quem o vai usar? Além No 1.º caso o programa inicial exige muitos programas derivados como:
disso, o planejador tem a responsabilidade de transmitir um plano de modo e.1- provisionamento das bases de operação e manutenção com
que os que vão utilizá-lo acreditem na sua eficácia e bom senso. componentes e peças;
e.2- treinamento do pessoal encarregado;
TIPOS DE PLANO e.3- especialização de pilotos a engenheiros de vôo;
a. DIRETRIZES e.4- recrutamento de novos elementos;
São afirmações ou entendimentos generalizadas que orientam ou ca- e.5- escalonamento de voôs;
nalizam o raciocínio no processo de tomada de decisão pelos subordina- e.6- publicidade adequada ao novo serviço;
dos. e.7- financiamento das aeronaves e respectivos seguros.
As diretrizes delimitam uma área dentro do qual uma decisão deve ser
tomada e asseguram que essa decisão seja compatível com os objetivos e Esses e outros programas devem ser elaborados e executados antes
contribua para que eles seja alcançados. que qualquer novo aparelho seja recebido e colocado em serviço. Além
Tanto as diretrizes como os objetivos orientam os pensamentos à ação, isso, todos esses programas reclamam coordenação e sincronização pois,
mas com uma diferença: os objetivos são pontos terminais do planejamen- o fracasso de qualquer um deles, atrasará o programa principal e, em
to, ao passo que, as diretrizes canalizam decisões no processo até esses consequência, acarretará custos desnecessários e evasão de rendas por
pontos, ou seja, as diretrizes conduzem aos objetivos, assim como uma terem sido executados "cedo demais" ou "tarde demais".
série de itinerários alternativos conduzem a uma cidade. Assim, é raro encontrar-se em um programa de planejamento de algu-
ma importância, isolado.
b- PROCEDIMENTOS Ele usualmente faz parte de uma complexa estrutura de programas de-
São também planos para estabelecer um método costumeiro de lidar pendendo de alguns, e afetando outros.
com atividades, na realidade, são mais guias de ação do que de raciocínio Mesmo um procedimento ou norma aparentemente sem importância
e especificam a maneira exata pela qual uma certa atividade deve ser quando impropriamente concebido, pode arruinar um importante programa.
realizada.
Sua essência é sequência cronológica f. ESTRATÉGIA
Numa empresa industrial, o procedimento para atender a encomendas, Estratégias podem ser consideradas como planejamento interpretativo
certamente compreenderá: ou planos feitos à luz dos planos de um competidor.
a. o departamento de vendas para o pedido original; A competição existe onde duas ou mais pessoas lutam pelo mesmo ob-
b. o departamento financeiro para a concessão do crédito; jetivo, que poderá ser alcançado apenas por uma delas.
c. o departamento de produção para produzir ou retirar do estoque; Se um administrador elabora seus planos sem atentar ao que seus
d. o departamento contábil para o faturamento; competidores estão fazendo, está sujeito a que mesmo os seus melhores
e. o departamento de expedição para estabelecer o roteiro e efetuar a projetos caiam por terra.
entrega. Evidentemente, o melhor tipo de estratégia pode ser elaborado quando
o administrador tem conhecimento dos planos de seus competidores, em
c. NORMAS caso contrário, deverá colocar-se no lugar delas, avaliar as circunstâncias
As normas são, frequentemente, confundidas com os procedimentos nas quais estão operando e modificar seus planos estrategicamente.
embora as duas coisas sejam inteiramente distintas. A norma exige que
uma ação especifica e definida seja, tomada com respeito a uma situação CONCLUSÃO
mas, não especifica uma sequência de tempo. O planejamento é a função administrativa de determinar, adiantada-
"É Proibido Fumar" - É uma norma inteiramente sem relação com qual- mente, o que um grupo deve fazer e quais as metas devem ser atingidas.
quer procedimento. 0 procedimento, porém, regulamentando um manejo de Um administrador planeja o trabalho dos outros.
pedidos, pode incorporar a norma segundo a qual todos os pedidos devem Ele segue o que Frederick Taylor arquitetou ser um principio básico da
ser submetidos à seção de crédito, no mesmo dia em que são recebidos, administração, isto é, separar o planejamento do desempenho. O especia-
“Os encarregados da inspeção, no setor de recebimentos, devem con- lista em administração deve planejar o trabalho do grupo e os membros do
tar ou pesar todos materiais recebidos pela empresa" - é outro exemplo de grupo devem especializar-se no desempenho do trabalho como este foi
norma. planejado.
As diretrizes guiam o raciocínio no processo de decisão através demar- O planejamento é, ao mesmo tempo, o resultado visado, a linha de
cação de áreas de arbítrio. As normas não facultam arbítrio em seu empre- conduta a seguir, as etapas a vencer, os meios a empregar; é uma espécie
go. de quadro do futuro, é a marcha da empresa prevista e preparada para
certo tempo.
d. ORÇAMENTOS
Um orçamento, visto como um plano, é uma afirmação de resultados DIREÇÃO
esperados, expressa em termos numéricos. Pode ser apresentado em Direção é a função administrativa de operar a organização (ou qualquer

Conhecimentos Específicos 39 A Opção Certa Para a Sua Realização


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sub-divisão), à medida que esta, ativamente, executa os planos traçados. muitas vezes deparamos com termos como "controle financeiro", "controle
Esta fase de administração, como o termo implica, dirige o grupo para de material", "controle de qualidade" e "controle de pessoal". Nestes casos
as metas estabelecidas numa fase anterior de planejamento. Quanto mais o controle recebe, realmente, o significado de administração; assim, contro-
completos forem o planejamento e organização, tanto menores serão os le financeiro é essencialmente administração financeira, controle de materi-
problemas inesperados e as decisões de última hora que o executivo al e administração do material, etc.
encontrará a medida que ele guiar, eficientemente, sua equipe para os Neste contexto, controle não tem significado tão amplo, porque essa
objetivos desejados. palavra não implica o suficiente para garantir o seu uso como sinônimo de
"administração".
Para dirigir subordinados um administrador tem que : Controle define uma parte bastante importante do trabalho de adminis-
- motivar trição e consiste em medir o desempenho de subordinados para assegurar
- comunicar que os objetivos da empresa e os planos delineados para alcança-los,
- liderar sejam realizados. É, pois, a função segundo a qual cada administrador, do
COMUNICAÇÃO presidente ao mestre, certifica-se de que aquilo que é feito está de acordo
Comunicação é uma troca dos fatos, ideias, opiniões ou emoções entre com o que se tencionava fazer.
duas ou mais pessoas, por meio de palavras, letras, símbolos ou mensa-
gens. ETAPAS DO PROCESSO DE CONTROLE
O propósito da comunicação em uma empresa é efetivar mudanças e O processo básico de controle, onde quer que exista e qualquer que
influenciar ações. seja a coisa controlada, envolve 3 etapas:
1. estabelecer os padrões
a. PRINCÍPIOS DA COMUNICAÇAO: 2. medir o desempenho conforme esses padrões.
a.1- Clareza; 3. corrigir desvios em relação aos padrões e aos planos.
Comunicar sempre em linguagem compreensível, isto requer familiari-
dade com padrões de linguagem dos subordinados, colegas e superiores. a. Estabelecimento de Padrões
a.2- Atenção: Padrões são critérios estabelecidos mediante os quais os resultados
Dar toda a atenção quando do recebimento da comunicação. Ouvir de reais podem ser medidos. Constituem a expressão de objetivos de plane-
maneira descontínua e esporádica; portar-se desatentamente; ignorar ou jamento da empresa ou departamento, em termos tais que a prática efetiva
saltar palavras escritas redunda em falta de compreensão. dos deveres pode ser medida em relação a esses objetivos.
a.3- Integridade : Os padrões podem ser físicos e representar quantidades de produto,
Para um administrador a comunicação é sempre um meio e nunca um unidades de serviço, homens-hora, velocidade, volume dê rejeições, etc.,
fim. A integridade da empresa depende em parte, de apoiar a posição dos ou podem ser formulados em termos monetários, tais como custos, rendas
administradores subordinados. Os superiores muitas vezes esquecem isso ou investimentos ou ainda, expressos em quaisquer outros termos que
e enviam mensagens passando por cima dos subordinados, num esforço medem o desempenho.
de atingir diretamente os empregados a que elas se destinam, é muito
importante que o superior imediato transmita e interprete as informações. b. Avaliação de Desempenho
a.4- Utilização da organização Informal Se o padrão foi estabelecido apropriadamente e se há meios disponí-
As mensagens fluem regularmente de superior a subordinados e vice- veis para determinar com exatidão o que os subordinados estão fazendo, a
versa, mas esse canal, às vezes, é inadequado para transmitir de maneira avaliação do desempenho real ou esperado é relativamente fácil.
rápida e compreensível, havendo, portanto, necessidade de uma aborda- Nos tipos de trabalho menos técnicos, não somente será difícil estabe-
gem informal entre superior e subordinados. lecer o padrão, como também será bastante trabalhosa a avaliação.
Por exemplo, não é fácil controlar o desempenho de um diretor de fi-
b. COMUNICAÇÃO ORAL x COMUNICAÇÃO ESCRITA nanças ou de um diretor de relações industriais, porque, raramente, se
b.1- Comunicação Escrita: podem estabelecer padrões definidos e medir-se com exatidão o desempe-
Vantagens : nho. O superior desses administradores tende, muitas vezes, a confiar em
I. podem ser retidas como documentos legais e fontes de referência. padrões imprecisos, tais como, o estado financeiro da firma, o entusiasmo e
II. São formuladas mais cuidadosamente. lealdade dos subordinados, a admiração dos colegas e o sucesso em geral
Desvantagens: do departamento (muitas vezes medido de maneira negativa pela ausência
I. quando redigidas precariamente obrigam inúmeros esclarecimen- de provas de fracasso).
tos escritos e orais, que tornam a mensagem cara e confusa. É importante, portanto, ressaltar que à medida que as tarefas se afas-
II. por segurança, isenção de responsabilidade ou para créditos futu- tam da linha de montagem, da oficina ou da máquina de calcular o trabalho
ros as pessoas tendem à conservação de uma volumosa documentação de controlar se torna mais complexo e muitas vezes, mais importante.
escrita como meio de defesa ou ataque.
c. Correção dos Desvios
b.2- Comunicação Oral : Se os padrões são estabelecidos para refletir a estrutura da organiza-
Vantagens: ção e se o desempenho é medido nesses termos, a correção dos desvios é
I. intercâmbio rápido, completo acelerada, pois o administrador sabe exatamente onde, na designação
II. perguntas podem ser formuladas e respondidas imediatamente. individual ou grupal de tarefas, que medida corretiva deve ser aplicada.
III. a pessoa que fala é obrigada a ter contato direto com o ouvinte e a
se fazer entender. A correção dos desvios no desempenho é o ponto em que o controle
Desvantagens: se utiliza e se confunde com as demais funções administrativas. O adminis-
I. transmissões sucessivas de uma mesma mensagem acarretam trador pode corrigir retraçando seus planos ou modificando seu objetivo; ou
perda na sua clareza; na comunicação oral, algo da ordem de 30% é perdi- então poderá corrigir o desvio exercitando sua função de organizar, medi-
do em cada transmissão. ante redistribuição das tarefas, novas designações de pessoal, melhor
II. Dificuldade na apuração de mérito ou responsabilidade. seleção e treinamento de subordinados, ou pelo último recurso para reno-
vação de pessoal, a demissão.
CONTROLE
Controlar é o exercício da função administrativa de restringir e regular Poderá ainda, corrigir por uma direção melhor, através de explicações
vários fatores, de modo que as obras e projetos sejam completados pela mais detalhadas das tarefas, novas formas de incentivo ou liderança mais
maneira porque foram planejados, organizados e dirigidos. Equivale a enérgica.
verificar se cada pessoa faz a coisa certa, no tempo certo, no lugar certo e
com os recursos certos. AVALIAÇÃO – A aferição ou o julgamento d eficiência de uma ativida-
Certas pessoas se impressionam tanto com o significado de "controle" de administrativa.
que usam o termo como um equivalente para "administração". Assim,

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COMUNICAÇÃO. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO. cessidade de auto-confiança, necessidade de afeição, necessidade de
reconhecimento, necessidade de status, necessidade de pertencer, neces-
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL sidade de auto-afirmação, etc.

Motivação, liderança e desempenho a.3- Necessidades de Auto-Realização


São produtos da educação e da cultura a também elas, como as ne-
MOTIVAÇÃO cessidades psicológicas, são raramente satisfeitas em sua plenitude, pois o
Todo administrador é responsável, em sua esfera de autoridade, pela homem vai procurando, gradativamente, maiores satisfações e estabele-
motivação de seus subordinados. Um presidente deve sentir-se responsá- cendo metas crescentemente sofisticadas.
vel por motivar, em primeiro lugar, os que prestam contas a ele diretamente
e, em segundo lugar, a todos os empregados da empresa. A necessidade de auto-realização é a síntese de todas as outras ne-
cessidades. É o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, de
Talvez, a melhor norma para um sistema salutar de motivação, seja esta em continuo auto-desenvolvimento no sentido mais elevado do termo.
advertência bíblica "Faça aos outros o que quizeres que te façam".
b. Nem sempre a satisfação das necessidades é obtida. Pode existir
a. Necessidades Humanas e a motivação alguma barreira ou obstáculo que impeça a satisfação de alguma necessi-
O comportamento humano é determinado por causas que, às vezes, dade.
escapam ao próprio entendimento ou controle do homem. Essas causas se Toda a vez que alguma satisfação é bloqueada por alguma barreira
chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou inconscientes ocorrem a frustração ou a compensação ou transferência.
que levam o indivíduo a um determinado comportamento,
Dessa forma, toda a necessidade humana pode ser satisfeita, frustrada
A motivação se refere ao comportamento que, é causado por necessi- ou compensada.
dades do indivíduo e que é dirigido no sentido dos objetivos que podem
satisfazer essas necessidades. b.1- Frustração
A frustração pode levar a certas reações generalizadas, a saber;
O moral é uma decorrência do estado motivacional, uma atitude mental - desorganização do comportamento:
provocada pela satisfação ou não-satisfação das necessidades do indiví- conduta ilógica e sem explicação aparente.
duo. O moral elevado é acompanhado de uma atitude de interesse, identifi- - agressividade;
cação, aceitação fácil, entusiasmo e impulso positivo, em relação ao traba- a liberação da tensão acumulada pode acontecer através da a-
lho; desenvolve a colaboração, porquanto ele se apóia em uma base psico- gressividade física, verbal , simbólica, etc.
lógica onde predominam o desejo de pertencer e a satisfação de trabalhar - reações emocionais:
em grupo. a tensão retida pela não satisfação da necessidade pode provocar
Por outro lado, o moral baixo é acompanhado por, uma atitude de de- ansiedade, aflição, insônia, distúrbios circulatórios, digestivos, etc.
sinteresse, negação, pessimismo, rejeição e apatia com relação ao trabalho - alienação e apatia
e, geralmente, trazendo problemas de supervisão e de disciplina. o desagrado em face da não satisfação pode ocasionar reações de
alienação, de apatia e de desinteresse pelo alcance dos objetivos frustra-
Assim, o moral é uma consequência do grau de satisfação das neces- dos como forma ou mecanismo inconsciente de defesa do ego.
sidades individuais.
b.2- Compensação ou Transferência
O homem é um animal dotado de necessidades que se alternam e se Ocorre a compensação ou transferência quando o indivíduo tenta satis-
sucedem conjunta ou isoladamente. Satisfeita uma necessidade surge fazer alguma necessidade impossível de ser satisfeita através da satisfação
outra em seu lugar e assim por diante, continua e infinitamente. de outra necessidade complementar ou substitutiva. Assim, a satisfação de
outra necessidade aplaca a necessidade mais importante, e reduz ou evita
As necessidades motivam o comportamento humano dando-lhe direção a frustração. A necessidade de prestigio pode ser satisfeita pela ascensão
e conteúdo, social, pelo sucesso profissional, pelo poder do dinheiro ou pela conduta
atlética. "
Ao longo de sua vida, o homem evolui por três níveis ou estágios de
motivação: à medida que vai crescendo e amadurecendo vai ultrapassando LIDERANÇA
os estágios mais baixo e desenvolvendo necessidades de níveis, gradati-
vamente, mais elevados. As diferenças individuais influem, poderosamente, Autoridade e Poder:
quanto à duração, intensidade e possível fixação em cada um desses Autoridade é o direito de dar ordens e o de exigir obediência. (James
estágios. D. Mooney )

Os três níveis ou estágios de motivação correspondem às necessida- Influência


des fisiológicas, psicológicas e de auto-realização. É qualquer comportamento da parte de um indivíduo que altera o com-
portamento, atitudes, sentimentos de outro indivíduo.
a.1- Necessidades Fisiológicas, Vitais ou Vegetativas
São inatas e instintivas e relacionadas com a sobrevivência do indiví- Poder:
duo. Situadas no nível mais baixo são, também, comuns aos animais, e Implica em ter potencial para exercer influência. A autoridade propor-
exigem satisfações periódicas e cíclicas. As principais são: alimentação, ciona o poder que é ligado à posição dentro da organização.
sono, exercício físico, satisfação sexual, proteção contra os elementos,
segurança física contra os perigos. Tipos de Poder (Do Ponto de Vista dos Subordinados)

a.2- Necessidades Psicológicas ou Sociais PODER DE RECOMPENSA


São necessidades exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe de
no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo de lhes proporcionar recompensas (motivador).
necessidades.
PODER COERCITIVO:
O homem procura, indefinidamente, maiores satisfações dessas ne- Percepção, por parte dos subordinados, da capacidade do chefe de
cessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. lhes proporcionar punições (gera agressividade e hostilidade. Usado em
excesso leva à desmotivação).
Necessidade de segurança íntima, necessidade de participação, ne-

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PODER LEGITIMADO plina e a agressividade.
Baseado nos valores de um indivíduo. Existe quando uma pessoa ou
grupo acredita que é correto ou legitimo para outra pessoa ou grupo influ- LIDERANÇA DEMOCRÁTICA
enciar suas ações (religiões, Papa, etc).
O líder democrático é uma pessoa sensível as solicitações e as influ-
PODER DE REFERÊNCIA ências de seus subordinados; não é rígido em demasia, recebe e utiliza
É baseado no desejo de um indivíduo ou grupo de identificar-se ou ser efetivamente as contribuições dos subordinados não se atendo exclusiva-
semelhante a outra pessoa ou grupo (com o superior, com o artista, com o mente às suas próprias ideias na busca de alternativas para a solução dos
político). problemas empresariais.

PODER DE PERÍCIA O ponto central desse estilo de liderança é um entendimento mútuo e


É baseada na percepção de uma pessoa ou grupo a respeito do maior um acordo bilateral entre o chefe e seus subordinados, quanto a quais são
conhecimento, capacidade ou perícia de outra pessoa ou grupo. as metas da organização e quanto aos meios pelos quais tais metas serão
atingidas.
ASPECTOS GERAIS
Do mesmo modo que a motivação e a comunicação, a liderança é um 1- Características da Liderança Democrática
dos requisitos básicos da direção. I. As tarefas são debatidas e decididas pelo grupo que é estimulado
e assistido pelo líder;
Os chefes tem poderes para contratar, demitir, promover e afetar de II. O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o
outras formas as possibilidades dos subordinados realizarem seus objetivos objetivo, solicitando aconselhamento ao líder quando necessário, o qual
pessoais; mas, para obter melhores resultados, o líder deve fazer com que sugere duas ou mais opções pára o grupo escolher;
suas ordens sejam cumpridas espontâneamente e não sob coação. O III. A divisão de tarefas fica a critério do próprio grupo e cada membro
administrador que cria e mantém um ambiente que favorece o desempenho tem a liberdade de escolher seus companheiros de trabalho;
eficiente das pessoas pelas quais é responsável, está fazendo muito no IV. O líder é "objetivo" e limita-se aos "fatos" em suas criticas ou elogi-
sentido de garantir sua liderança. os.

A ideia de que a capacidade de liderança pode ser ensinada, está su- 2- Reações dos subordinadas
jeita a polêmicas e controvérsias. Capacidades sumamente talentosas de I. Há formação de amizade e relacionamentos cordiais entre os
liderança estão em evidência em toda parte, seja em grupos formais ou membros do grupo;
informais, desde jardins da infância até universidades, de instituições II. Líder e subordinados passam a desenvolver comunicações espon-
sociais até o submundo e os lideres espontâneos parecem mais bem tâneas, francas e cordiais;
sucedidos do que aqueles que se submetem ao estudo e ao treinamento III. O trabalho tem um ritmo suave e seguro, sem alterações, mesmo
formal de liderança quando o líder se ausenta;
IV. Há um nítido sentimento de responsabilidade e comprometimento
ESTILOS DE LIDERANÇA pessoal.

LIDERANÇA AUTOCRÁTICA LIDERANÇA LIBERAL OU "LAISSEZ-FAIRE"


É o estilo de liderança em que o superior, simplesmente, não toma co-
Este estilo é bastante comum nas empresas é e típica do indivíduos nhecimento dos problemas existentes, nem busca soluções para eles.
que não arredam pé de suas convicções as quais, quando contestadas, Como suas preocupações, tanto com a produção como com as pessoas,
defendem com veemência. são mínimas ele não enfrenta grandes dilemas entre ambas as coisas.
Espera-se pouco dele e ele dá pouco em troca.
Pode ser gentil, cortês e aparentemente manso, desde que a situação
não ameace suas ideias; quando isso ocorre, entretanto, pode tornar-se O liberal poderia ser tomado, ainda, como um caso extremo de chefia
bastante agressivo. democrática, se considerarmos que a liderança autocrática representa uma
situação de mínima participação dos subordinados no processo decisório e
Faz valer sua autoridade e a posição de mando de que está investido. que a liderança democrática significaria uma participação substancial
desses mesmos subordinados nesse processo, a liderança "laissez-faire"
1- Características da Liderança Autocrática se caracterizaria por uma participação exagerada dos subordinados, com a
I. Apenas o líder toma decisões; o papel do subordinado é de apenas completa ou quase completa omissão do chefe. Em suma, os subordinados
cumprir ordens; participariam tanto, que cada qual faria o que bem entendesse, sem uma
II. 0 líder procura motivar os subordinados através do medo, ameaças coordenação ou um comando de suas ações.
e punições e raras recompensas;
III. 0 líder é "pessoal" nos elogios e nas criticas ao trabalho de cada Características da Liderança Liberal
funcionário: I. Há liberdade completa para as decisões grupais ou individuais com
IV. Apenas o líder fixa as tarefas sem qualquer participação do grupo; participação mínima do líder;
. II. A participação do líder é limitada esclarecendo que pode apresen-
V. 0 líder determina as providências e as técnicas para a execução tar materiais ou fornecer informações desde que lhe sejam solicitados;
dos trabalhos, uma por vez, à medida em que se tornem necessárias e de III. Tanta a divisão das tarefas como a escolha dos companheiros fica,
modo imprevisível para o grupo; totalmente, a cargo da grupo;
VI. O líder determina qual a tarefa que cada um deve executar e quais IV. O líder não faz nenhuma tentativa de avaliar ou de regular o curso
os seus companheiros de trabalho; dos acontecimentos, somente fazendo comentários quando perguntado.
VII. O chefe planeja organiza, dirige e controla; os subordinados execu-
tam. Reações
I. Embora a atividade do grupo possa ser intensa a produção é me-
2- Reações dos Subordinados díocre;
I. O comportamento do grupo mostra forte tensão, frustração, sobre- II. As tarefas se desenvolvem ao acaso, com muitas oscilações, per-
tudo, agressividade e nenhuma iniciativa; de apenas cumprir ordens; dendo-se muito tempo com discussões, mais voltadas para motivos pesso-
II. Embora possam gostar das tarefas, os membros do grupo, não ais da que relacionadas com o trabalho em si;
demonstram satisfação com relação à sua execução; III. Nota-se forte individualismo agressivo e pouco respeito com rela-
III. O trabalho só se desenvolve bem com a presença do líder; na sua ção ao líder.
ausência o grupo expande os sentimentos reprimidos chegando a indisci-

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DESEMPENHO – O grau ou nível de habilidade e de esforço gasto na alocar recursos ou resolver problemas que surgem pelo caminho, o admi-
execução de um processo. nistrador deve ponderar o efeito da decisão de hoje sobre as oportunidades
Cultura Organizacional de amanhã. Decidir é optar ou selecionar dentre varias alternativas de
Elementos da Cultura Organizacional cursos de ação aquela que pareça mais adequada.
A cultura compreende um conjunto de propriedades do ambiente de As decisões são tomadas em resposta a algum problema a ser resolvi-
trabalho, percebidas pelos empregados, constituindo-se numa das forças do, a alguma necessidade a ser satisfeita ou a algum objetivo a ser alcan-
importantes que influenciam o comportamento. Compreende além das çado. As decisões envolvem um processo, isto é, uma sequência de passos
normas formais, também o conjunto de regras não escritas, que condicio- ou fases que se sucedem. Dai o nome processo decisório para se descre-
nam as atitudes tomadas pelas pessoas dentro da organização: por este ver as sequências de fases que são quatro:
motivo, o processo de mudança é muito difícil, exigindo cuidado e tempo. • Definição e diagnostico do problema: essa fase envolve a obten-
Para se obter uma mudança duradoura, não se tenta mudar pessoas, mas ção dos dados e dos fatos a respeito do problema., suas ralações com o
as restrições organizacionais que operam sobre elas. A cultura da organi- contexto mais amplo, suas causas, definição e diagnostico.
zação envolve um conjunto de pressupostos psicossociais como normas, • Processo de soluções alternativas mais promissoras: esta fase
valores, recompensas e poder, sendo atributo intrínseco a organização. envolve a busca de cursos alternativos de ação possíveis e que se mostrem
Normas, valores, recompensa e poder. mais promissoras para a solução do problema, satisfação da necessidade
Normas: São padrões ou regras de conduta nos quais os membros da ou alcance do objetivo.
organização se enquadram. A norma é um padrão que as pessoas obede-
• Análise e comparação dessas alternativas de solução: é a fase
cem sem levar em conta o lado bem ou mau. As normas podem ser explíci-
na qual as alternativas de cursos de ação são devidamente analisadas,
tas e as pessoas a elas se adequam conscientemente. Ex.: manuais,
ponderadas e comparadas, no sentido de verificar os custos e os benefí-
estatutos, regulamentos, etc. Podem as normas ser implícitas (subentendi-
cios.
das), como aquelas regras de conduta às quais as pessoas se conformam,
mas não tem consciência. Quanto mais conformidade existir entre os dois • Seleção e escolha da melhor alternativa como um plano de a-
tipos de normas, mais desenvolvida e eficaz será uma organização. ção: a seleção e a escolha de uma alternativa de curso de ação implicam o
Valores: O conjunto daquilo que a força de trabalho julga positivo ou abandono dos demais curso alternativos.
negativo numa organização constitui o sistema de valores da organização. O tomador de decisão escolhe uma alternativa dentre varias outras. Se
Normas e valores inter relacionam-se, existindo, consequentemente, uma ele escolhe os meios apropriados para alcançar um determinado objetivo, a
interdependência entre eles; os valores podem estar refletidos nas normas, decisão é considerada racional.
mas pressupõem se a norma é boa ou ruim, uma vez que há avaliação. O processo na empresa se caracteriza pelos seguintes aspectos:
Refletem esses valores a sociedade onde se insere a organização. • O tomador de decisões evita a incerteza e segue as regras pa-
Recompensa: Segundo um postulado das ciências do comportamento: dronizadas para tomar as decisões.
"as pessoas se comportam como uma função daquilo que recebem de • Procura manter as regras estabelecidas pela empresa e somen-
recompensa ou reforço". Portanto, é indispensável, no desenvolvimento do te a redefine quando sofre pressões.
trabalho, procurar identificar aos gerentes não só laurear os empregados de • Quando o ambiente muda subitamente e novas estatísticas aflo-
excepcional rendimento, mas que também possa servir de estimulo aos ram ao processo decisional, a empresa se mostra relativamente lento no
menos dedicados. ajustamento e tenta utilizar o seu modelo decisório atual a respeito do
Poder: Quem tem poder na organização? Até que ponto esse poder é mundo para lidar com as condições modificadas.
distribuído? Qual o grau de centralização ou descentralização da autorida- A sua forma existem dois tipos de decisões: as decisões programáveis
de? Quem determina as recompensas? e as não programáveis. As programáveis são aquelas tomadas de acordo
O entendimento desses quatro pressupostos à cultura da organização, com métodos e técnicas já estabelecidas, e as não programáveis constitu-
é um ponto básico para o sucesso do diagnostico organizacional, geralmen- em novidades e tendem a ser tomadas dentro de regras improvisadas
te naquelas intervenções onde se torna fundamental compreender como a exigindo esforços para definir e diagnosticar o problema ou situação através
organização funciona ao ponto de vista do comportamento humano. da obtenção dos fatos e dos dados.
CLIMA ORGANIZACIONAL Quanto ao nível em que são tomadas:
O C. O. refere-se ao ambiente interno que existe entre os participantes • Decisões estratégicas: relacionada com o estabelecimento de
da empresa. Está intimamente relacionado com o grau de motivação de ralações entre a empresa e o ambiente. São tomadas no nível institucional.
seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente • Decisões administrativas: relacionadas com o estabelecimento
às propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aque- da estrutura e configuração organizacional da empresa. Tomadas no nível
les aspectos internos da empresa que levam à provocação de diferentes intermediário da empresa.
espécies de motivação nos seus participantes. Em termos mais práticos, o
clima organizacional depende das condições econômicas da empresa, do • Decisões Operacionais: relacionadas com a seleção e orienta-
estilo de liderança utilizada, das políticas e valores existentes, da estrutura ção dos níveis operacionais da empresa encarregadas de realizar a tarefa
organizacional, das características das pessoas que participam da empre- técnica.
sa, da natureza do negocio (ramo de atividade da empresa) e do estagio de As decisões podem ser tomadas dentro de três condições a saber:
vida da empresa. • Incerteza: nas situações de decisão sob incerteza, o tomador de
Clima versus Cultura Organizacional decisão tem pouco ou nenhum conhecimento ou informação para utilizar
É importante ressaltar que não são intercombináveis os conceitos de como base para atribuir probabilidades a cada estado de natureza ou
cultura e clima organizacional. O clima não aponta os modos institucionali- evento futuro.
zados de agir e de pensar. • Risco: o tomador de decisões tem informação suficiente para
O clima mapea o ambiente interno que varia segundo a motivação dos predizer os diferentes estados da natureza. Porem, a quantidade dessa
agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e suas insatis- informação e sua interpretação pelos diversos administradores pode atribuir
fações pessoais: desenha um retrato dos problemas que a situação do diferentes probabilidades conforme sua crença ou intuição, experiência
trabalho, a identificação como a organização e a perspectiva de carreira anterior, opinião, etc.
eventualmente provocam na cultura organizacional constituem sistemas de • Certeza: o administrador tem completo conhecimento das con-
referencias simbólicas e moldam as ações de seus membros segundo um sequências ou resultados das varias alternativas de cursos de ação para
certo figurino. Ao servir de elo entre o passado e o presente, contribuem resolver o problema.
para a permanência e a coesão da organização. E diante das exigências ESTILOS DE LIDERANÇA
que o ambiente externo provoca, formam conjunto de soluções relativas à Para fazer uma empresa ou departamento produzir resultados, o admi-
sobrevivência, à manutenção e ao crescimento da organização. nistrador deve desempenhar funções ativadores. Entre elas sobressaem a
PROCESSO DECISÓRIO liderança e o uso adequado de incentivos para obter motivação. A liderança
A tomada de decisões é o núcleo da responsabilidade administrativa. O é necessária em todos os tipos de organização humana. Principalmente
administrador deve continuamente decidir o que fazer, quem deve fazer, nas empresas e em cada um de seus departamento. Ele é igualmente
quando, onde e muitas vezes, como fazer. Seja ao estabelecer objetivos ou essencial em todas as demais funções de administração: planejamento

Conhecimentos Específicos 43 A Opção Certa Para a Sua Realização


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organizacional, direção e controle. Porém, a liderança é mais relevante na Organização de Sistemas e Metodos
função de direção menos aquela que toca mais perto as pessoa. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Não se deve confundir liderança com direção. Um bom dirigente Evolução de O&M
deve ser um bom líder e nem sempre um bom líder é um bom dirigente As alterações ocorridas na área de O&M. Até a década de 80, era
." comum encontrar nas grandes e médias empresas um quadro próprio de
A liderança é a capacidade de influenciar subordinados a fazer profissionais de O&M. Era os especialistas em diagnosticar problemas,
aquilo que devem fazer. propor e implantar medidas corretivas ou melhorias em praticamente todas
ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL as áreas de uma empresa. Entretanto, atualmente a função de O&M, da
O aspecto formal da organização abrange problemas de estruturas, forma como era conhecida até os anos 80, praticamente não existe mais.
normas, métodos e processos de trabalho, como concebidos pelos criado- Se era uma função tão necessária e influente, tanto que é matéria
res da organização. Por outro lado, quase sempre o quadro real do compor- obrigatória no currículo de Administração, por quê não é mais encontrada
tamento e de reações apresentada pelos membros de uma organização se nas organizações? Para responder a essa questão, recomendo, além da
afasta, ligeira ou amplamente do plano formal de duas maneiras: leitura da síntese abaixo, a leitura do texto: “O triste destino da área de
• O plano formal pode estar incompleto - pode não compreender O&M, partes I e II”, escrito pelo Mestre e Doutor em Administração de
integralmente o padrão de comportamento efetivamente seguido, e algu- Empresas pela FGV, Prof. Miguel P. Caldas, cuja cópia está à disposição
mas partes do padrão de comportamento podem estar em contradição com dos alunos.
o plano. 1 - Área de O&M deixou de existir nas empresas pelos seguintes
Assim, emerge o outro angulo, a organização informal, que envolve o motivos.
padrão de comportamento adotado - a maneira pela qual os membros da • Velocidade das mudanças
organização realmente se comportam, à medida que esses padrões não • Globalização
coincidem com o plano formal. • Tecnologia de informação
Segundo Chester Bernard, a organização formal é um sistema de atitu- • Competitividade / redução de custos
des ou de forças de duas ou mais pessoas, coincidentemente coordenadas, • Multifuncionalidade
enquanto a organização informal é um agregado de contatos e integrações
pessoais e os agrupamentos de pessoas associadas. No Brasil, em especial, os motivos foram: • Abertura de mercado e suas
A distinção entre a organização formal e a informal é que enquanto a consequências
primeira é uma organização planejada e a segunda constitui o resultado da • Downsizing, Qualidade total, reestruturação organizacional,
interação espontânea dos membros da organização, o impacto das perso- reengenharia
nalidades dos atores sobre os papeis que lhe foram destinados. Portanto, • Competitividade / redução de custos
não existe organização formal sem a sua informal contrapartida, pois o • Velocidade de mudança
plano administrativo formal não pode nunca refletir adequada ou completa- • O&M, na sua forma de especialização tradicional, não se adaptou.
mente a organização completa a qual se refere, pela razão obvia que de
nenhum plano abstrato pode descrever exaustivamente uma totalidade 2 – Os resultados da pesquisa realizada pelo Prof. da FGV, apontam para
empírica. Embora os objetivos de uma organização formal sejam mais os seguintes motivos:
explícitos, algumas vezes pode ocorrer que a estrutura informal tenha uma • Mudanças nos modelos de gestão – polivalência, autonomia de
influencia tão penetrante que leve a uma definição da estrutura formal. Não atuação, eliminação de formalismos.
se deve esquecer que as estruturas pode tornar-se um competidor em vez • Tecnologia de informação – evolução, disponibilizarão
de um complemento da estrutura formal. • Competitividade
Comunicação empresarial • Multifuncionalidade
A Comunicação Empresarial é uma atividade estratégica para as • Redução de custos
diretorias e presidencias das empresas. Ela engloba, nas empresas, a
supervisão da assessoria de imprensa, o planejamento, implementação e 3 – Segundo a pesquisa, a função de O&M tradicional ainda existe em
condução das ações de comunicação interna — o que envolve o público empresas onde: • Existe um elevado nível de regulação do setor
interno, ou seja, os funcionários da corporação, e todo e qualquer • Existe um baixo nível de competitividade
relacionamento com o público externo, no âmbito corporativo. As atividades
de Comunicação Empresarial ainda englobam o cuidado com a imagem CONCLUSÃO: As funções de O&M devem ser incorporadas pelos
corporativo, ou seja, com a marca da empresa (não confundir com as administradores, pois eles devem ter as habilidades requeridas para atuar
marcas dos produtos)e assim, cuida da imagem da empresa. Os nos processos organizacionais
profissionais desta área estão sempre preocupados com o relacionamento Atividade Fim e Meio
da empresa como um todo com a sociedade e seus interlocutores. Eles Atividade fim é a atividade principal de uma empresa, que sustenta a
olham este relacionamento não de forma multifacetada, ou seja, apenas existência da empresa, sem ela a empresa não existiria. Podemos pegar
como clientes, fornecedores, parceiros, mas principalmente como como exemplo uma montadora de veiculo, qual a atividade principal dela?
formadores de opinião e membros de uma sociedade e que podem auxiliar Qual a atividade que justifica a existência dela? Com certeza é a produção
ou não na preservação da imagem da empresa. Trabalham na área de de carros, então essa é a atividade fim. E um supermercado qual a
Comunicação Empresarial principalmente jornalistas, relações públicas e atividade fim dela? A atividade coração dela? E as vendas.
publicitários mas, no Brasil, os postos de gerência sênior e de diretoria têm Atividade meio são as atividades que apóiam a atividade fim de uma
sido ocupados por profissionais de outras áreas. empresa. Uma montadora de veículos a atividade fim dela e produção de
No Brasil veículos e a atividade meio são as vendas, a contabilidade e todas as
A partir dos anos 1960, principalmente com a fundação da ABERJE atividades necessárias para executar a atividade fim.
(Associação Brasileira de Editores de Revistas e Jornais de Empresa)- Processos
marca que representa atualmente a Associação Brasileira de Comunicação Processo e um conjunto de atividade que tem por objetivo transformar
Empresarial e a Associação Brasileira de Comunicação Organizacional - a insumos/entradas adicionando-lhes valor por meio de procedimentos, em
comunicação organizacional evoluiu de forma orgânica, para um status bens ou serviços (saída) que serão entregues aos clientes do processo.
estratégico, fundamental para a excelência nos relacionamentos das Tipos de processos
empresas e instituições com os seus inúmeros públicos estratégicos. Primário: ligados a produção e a atividade fim da empresa (atividades
A fundação da ABERJE, em 8 de outubro de 1967, foi obra de um executas na atividade fim).
grupo de jornalistas e relações-públicas, executivos de importantes Secundários: ou de suporte fornecem apoio aos primários. (que se
empresas multinacionais e brasileiras, sediadas basicamente em São relacionam com os processos da atividade fim)
Paulo. Este grupo era liderado por Nilo Luchetti, gerente da Pirelli,
considerado pai da Comunicação Empresarial Brasileira de relações Natureza dos processos
humanas. Industriais: Produzem o bem ou serviço comercializado pela empresa
(linha de produção se for uma indústria)

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Administrativo: dão apoio as áreas de produção. (parte administrativa menos recursos.e é uma forma eficiente de coleta informação de um
como, por exemplo: contas a pagar a receber, e DP e etc.) grande número de respondentes. Grandes amostras são possíveis. As
Diagnostico administrativo pessoas envolvidas com o questionário devem garantir o sigilo e informa
Consiste nas seguintes etapas qual o e objetivo da pesquisa e garantir a transparência, para que os
• Levantamento pesquisado sinta segurança e boa vontade para realizá-las.
• Analise
• Conclusão c) Entrevista
• Recomendação E a técnica mais difícil e mais cara
E recomendado para identificar problemas necessidades ou desafio. • É a técnica mais utilizada para levantamento de informações
Levantamento de informação • É recomendada para levantamento de informações que precisam ser
Técnicas interpretadas, refletidas, aprofundadas.
a) Observação pessoal ou direta • É baseada em diálogo entre o entrevistador e o entrevistado.
b) Questionários • Normalmente é realizada com gerentes, empregados que ocupem
c) Entrevista posição de supervisão ou de coordenação de atividades.
d) Pesquisas bibliográficas • É flexível e completa.

a) Observação pessoal Vantagens


• Destina-se a um objetivo específico de pesquisa, normalmente de • Pode-se alterar a forma de fazer as perguntas, tirar dúvidas sobre a
campo. compreensão ou obter informações mais precisas e detalhadas.
• Deve ser sistematicamente planejada. • Pode-se alterar a ordem das perguntas e até incluir alguns aspectos
• Deve ser sistematicamente registrada. que não haviam sido previamente planejados e até eliminar perguntas que
• Deve ser submetida a verificações e controles de validade e precisão. ao longo da entrevista se mostrarem desnecessárias.
• Pode-se complementar perguntas para obter informações adicionais.
É importante lembrar que quando observadas, as pessoas tendem a alterar • Pode-se motivar o entrevistado a responder as questões.
seu comportamento. Por isso a observação deve ser discreta e interferir o • Pode-se avaliar as reações dos entrevistados às perguntas e também
mínimo possível no ambiente onde estiver sendo realizada. Dever-se se o avaliar o tom que usam nas respostas.
mais discreto possível e não interferir no processo ou na realização das • É uma excelente técnica para fazer as pessoas “buscarem”
atividades, pois as pessoas ao notarem sua presença mesmo que não informações que estão guardadas na memória, até mesmo em tom de
esteja sendo observadas mudarão de comportamento por receio, “desabafo”.
constrangimento e etc., e levar em consideração os desvios de Desvantagens
comportamentos. A observação pessoal permite confronta as informações • Atingem uma quantidade menor de pessoas do que o questionário em
recolhidas X a realidade enriquecer e valida as conclusões. função da duração e da quantidade de pessoas necessárias para a sua
realização.
b) Questionários: • Os entrevistados podem ser tratados de forma diferente pelo mesmo
Tipos entrevistador em função de “empatias” diferenciadas.
• Perguntas com resposta • Podem ocorrer desvios de curso e virar um “bate-papo”.
• Fechada (sim/não) • Podem ocorrer avaliações subjetivas em função do contato que
• Múltipla escolha comprometam o resultado.
• aberta • A inexperiência ou falta de habilidade do entrevistador pode provocar
alterações de forma ou na ordem das questões, dificultar o raciocínio lógico
Caracteristicas do entrevistado e até colocá-lo em posição defensiva comprometendo o
• É um instrumento normalmente preparado em um formulário pré- resultado.
impresso em papel ou meio magnético, que permite redução do tempo para • Pode-se perder tempo com conversas improdutivas ou ser objetivo
levantamento de informações junto a um grande número de pessoas. demais e desestimular o entrevistado.
• Facilita a tabulação de resultados, se este for o objetivo da pesquisa. • É uma técnica que consome mais tempo e recursos com sua
realização e tabulação dos dados.
Vantagens Cuidados
• Menos dispendioso Deve ser planejada quanto a:
• É de fácil aplicação • Objetivos
• Permite maior uniformidade na medição dos resultados • Local da realização
• Preserva o anonimato das pessoas que o respondem • Conteúdo e roteiro
• Pode ser aplicado a um grande número de pessoas em pouco tempo • Forma
• Reduz a pressão para as respostas imediatas a um entrevistador • Quantidade de quesitos e duração da entrevista
• Ritmo ou cadência
Cuidados na elaboração e aplicação: • Desinibição e motivação do entrevistado
• Deve ser cuidadosamente elaborado • Seleção dos entrevistados
• Deve-se tomar cuidado com as diferentes percepções de significados
que as palavras ou frases possam ter para diferentes pessoas O entrevistador deve
• Deve ser testado previamente • Ter sólida experiência em entrevistas
• Deve ser acompanhado de apresentação e explicações sobre seu • Facilidade de expressão
objetivo • Habilidade e flexibilidade para condução da entrevista
• Pode-se optar por perguntas com respostas fechadas, de múltipla • Ser agradável, simpático e calmo
escolha ou abertas, dependendo dos objetivos que se quer atingir • Ter capacidade de percepção
O questionário dever ter perguntas objetivas, curtas, especificas e • Capacidade de motivar e interessar o entrevistado
incisas e dever ter uma linguagem clara e precisar de acordo com o nível • Assumir atitudes neutras
do pesquisado. O questionário aberto apesar de ser o mais confiável • Capacidade para distinguir o que é essencial
apresentar uma serie de problemas, começando pelo fato que cada
resposta ser individual e que exigira do pesquisador ter que compreender a A entrevista permite uma melhor coleta de dados e informações, numa
letra e a interpretação do pesquisado e analisar uma por uma, o que exigira entrevista antes de se iniciada deve se marcada e confirmada a presença
muito mais tempo e muito mais funcionários para realizar a pesquisa, e do entrevistador e entrevistado, se for gravada tem que avisar, e analisar o
conseguintemente e mais cara, já a fechada apresenta uma certa facilidade perfil do entrevistado, o entrevistado tem que leva um roteiro prévio, ir
na analise das perguntas , e muito mais rápido e econômico e exige muito sempre em dupla um para anotar e outro para coleta os dados, o

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entrevistador tem que ter um pouco de carisma, educação, ser • Cada componente do grupo deve identificar, em sua opinião, qual é o
comunicativo e antes de tudo mostra que saber sobre o assunto, pois problema mais importante e atribuir notas, em ordem decrescente. Por
senão o entrevistado perde a confiança e por receio ocultara dados exemplo, se foram identificados 10 problemas, o mais importante deve
importantes. E se o entrevistador se não tiver conhecimento e boa receber nota 10 e o menos importante nota 1
comunicação também perdera a possibilidade de coleta dados importantes • O relator deve tabular as notas dadas por cada componente e somar
d) Pesquisa bibliográfica na linha horizontal.
É a denominação genérica para as técnicas de levantamento de b) – Folha de Verificação Regras
informação. Pode ser usada também para designar “pesquisa bibliográfica” • Definir o evento – Todos deve observar a mesma coisa
quando se deseja obter informações sobre um tema ou assunto de • Definir o período de coleta dos dados
interesse. Podem ser obtidas em livros, periódicos, jornais, revistas, em • Construir formulário fácil
bibliotecas, internet, ou em acervos específicos.Nestes casos deve-se c) – Diagrama de Causa e Efeito
observar sempre a origem da informação obtida, quanto a sua Causas • Método
confiabilidade e também atualidade, aplicabilidade e validade. • Mão de obra
• Analisar a confiabilidade da informação (origem) • Material
• Analisar a Atualidade dos conteúdos • Máquina
• Visualização: organização ideal X organização real • Efeito
• Poder servir como auxilio a outras coletas de informação • Qualidade
• Mais profundas e específicas que o levantamento prévio
Ferramenta da “Qualidade” Metodologia para desenvolvimento de projetos
Ferramentas para análise • Seleção e reconhecimento do sistema ou do projeto de estudo.
A preocupação com qualidade dos serviços e com o relacionamento • Estudo de alternativas e viabilidade
com clientes e funcionários veio com os japoneses, que diante das • Levantamento e analise
gigantescas indústrias americanas e inglesas, começou a atender uma • Delineamento e estruturação dos novos sistemas
demanda que nenhuma delas atendia; os desejos e a vontade do cliente, • Delineamento
antes só se fabricavam carro de cores especificas, eram todos Fluxograma
padronizados com o foco e o objetivo na produção, mais os japoneses É um gráfico que mostra o fluxo da informação, o caminho de uma
percebendo que existiam uma demanda por outras cores começaram a atividade, como começa e como termina, para ele ser melhor entendido,
fabrica carros com cores que os clientes queriam, e a presta serviços de tem que ser bem claro, curto, e com simbologia da ABNT. É um gráfico que
acordo com o gosto do cliente, focando sempre o cliente, foi onde as representa com racionalidade, lógica, clareza e síntese, rotinas ou
empresas japonesas começaram a ganhar mercado internacional e assumir procedimentos que envolvam documentos, informações recebidas,
liderança de mercado, servindo assim como modelo de empresas e gestão processadas e emitidas, seus respectivos responsáveis e/ ou unidade
para todas as outras, empresas com GM e muitas outras para competir com organizacional.
as japonesas tiveram que mudar sua política administrativa pois estavam Em suma, pode ser entendido como uma representação esquemática
perdendo clientes. E Assim começaram a copiar todos os processos dos de um processo, muitas vezes feita através de gráficos que ilustram de
japoneses com intuito de ser iguais a eles. Mas os japoneses não só forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o
inovaram no relacionamento com os clientes como também com os compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como a documentação dos
funcionários, eles começaram a trata-lo com seres humanos, e sabia que passos necessários para a execução de um processo qualquer.
quem realmente conheciam os processos da empresa eram os Fluxograma deve ser escrito em uma linguagem objetiva e muito clara,
funcionários. para todos entenderem.
1 – Brainstorming “chuva de ideias” Fluxograma ilustrativo de um algoritmo simples: acender um candeeiro.
Regras Diagrama de Bloco
• Nunca criticar as ideias Tem como objetivo descrever o método e a sequência dos processos.
• Registrar o que foi dito, sem interpretações Pode ser desenvolvido em qualquer nível de detalhe que seja necessário.
• Rápido Esta ferramenta usa diversos símbolos geométricos, os quais
Estruturado Não estruturado estabelecerão as sequências de operações a serem efetuadas em um
E reunido um grupo de funcionários, pois são eles que mais entendem processamento computacional. Após a elaboração do diagrama de bloco,
dos problemas nos processos que participam, em uma sala em volta de um será realizada a codificação do programa.
circulo são todos reunidos, onde cada um vai dar uma ideia para melhorar
os processos da empresas, não é permitido censuras nem criticas, e cada ADMINISTRAÇÃO DE O&M
um começa falando em sentido horário ser for estruturado ou sem nenhuma CONSIDERAÇÕES GERAIS
organização se for não estruturado, lembrando que se feito no modo O homem desde a Antiguidade destacava a importância da Organiza-
estruturado e muito melhor pois terá a certeza da participação de todos, ção e Administração dos Estados burocráticos; por tal motivo, Roma legou
incluso os mais tímidos que se fossem feito no modo não estruturado se ao mundo diversos indícios da aplicação dos princípios de organização, fato
acanhariam diante dos mais falantes, são registradas todas as ideias do esse que contribuiu sobremodo para o sucesso de seu império.
modo que foi falado sem interpretações, as melhores ideias eram
premiadas com prêmios significativos, tinha um tempo limite de no Maximo A Revolução Industrial foi um marco sumamente importante para o de-
2h uma vez por semana, e geravam muito lucro economizam muito senvolvimento das técnicas utilizadas em O & M nos dias atuais. O surgi-
recursos que antes eram desperdiçado pela ineficiência dos processos da mento e incremento das primeiras máquinas mudou profundamente a
empresas, e diante do seu sucesso acabou varando modismo nas filosofia da produção artesanal, em face do surgimento de novos problemas
empresas no Brasil, ate chegar os sindicatos percebendo que as empresas de ordem técnica, organizacional e humana.
com esse método gralhavam milhões e os funcionários donos das ideias O exercício da função de O & M, em sistemas de escritórios, desenvol-
não ganhavam nada, e acabou com a fama desse método. veu-se mais intensamente após a Segunda Grande Guerra, uma vez que
a) – Técnica Nominal de Grupo Regras as empresas atentaram para. a importância das atividades-meio no auxílio
• Cada participante, individualmente registra o problema que julga mais às atividades-fim para que estas atingissem seus objetivos.
importante
• Reuna os participantes em grupos e peça para um relator em cada Assim, pode-se definir Organização e Métodos como sendo uma fun-
grupo, verificar se o mesmo problema foi escrito mais de uma vez e peça ção mista das funções de Organização e Planejamento, desenvolvendo-se
para eliminar duplicidade na construção da estrutura de recursos e de operações de uma instituição,
• Todos os componentes do grupo devem listar todos os problemas na assim como na determinação de seus planos, principalmente na definição
mesma ordem, um em cada linha e na frente de cada problema, deve dos procedimentos, das rotinas ou dos métodos.
colocar letras, em ordem alfabética. Todos iguais
Concorreram para o processo de especialização desta função, entre

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outros, os seguintes fatores: a) Integrar-se ao contexto sócio-cultural brasileiro, procurando não
• Aumento da complexidade dos problemas administrativos nas di- aplicar artificialismos importados.
versas empresas, notadamente nas de médio e grande porte. b) Evitar a todo custo criar soluções na base do bom-senso; utilizar
• Conhecimentos técnicos e tempo para resolução desses proble- sempre a(s) técnica(s) específica(s) para cada caso.
mas. c) Analisar individualmente cada problema, de modo a evitar solu-
• Evolução e consequente transformação das técnicas de racionali- ções utilizadas em problemas semelhantes; jamais esquecer que cada caso
zação de trabalho, hoje mais comumente denominadas de técnicas é um caso com detalhes e peculiaridades próprias.
de O & M. d) Utilizar sabiamente seu posicionamento na estrutura da empre-
sa, evitando envolver-se por fatores emocionais que porventura surjam de
A criação de um órgão especializado em O & M depende de uma série um problema organizacional; procurar ser o mais imparcial possível.
de fatores, todos ligados à preocupação que a cúpula da empresa deve ter
sempre em mente, ou seja, redução de custo e consequente aumento da Desse modo, o julgamento e o reconhecimento do valor de um órgão
eficiência. Assim sendo, a introdução de um órgão altamente técnico, como de O & M dentro de um empresa será sempre em função dos resultados
o é qualquer órgão de O & M, independentemente de seu posicionamento obtidos. Assim, quanto mais acertos este órgão produzir, maior será seu
na estrutura, dependerá exclusivamente do reconhecimento de sua neces- crédito perante os órgãos da cúpula e de linha e vice-versa.
sidade pela alta administração, do mesmo modo que seu dimensionamento POSICIONAMENTO ESTRUTURAL DO ÓRGÃO DE O & M
e caracterização deverá ser proporcional ao tamanho da estrutura da Um órgão de O & M deve posicionar-se como assessoria à maior auto-
organização. Partindo desse raciocínio, vemos em empresas de médio e ridade decisória da empresa, pois basicamente irá representar uma exten-
grande porte um órgão de O & M posicionado como Departamento, Divisão são da autoridade decisória, no que se relaciona a estudos e equaciona-
etc, e, nas de pequeno porte o que normalmente se encontra é um funcio- mento de soluções, ligados a problemas de organização e metodização do
nário, com formação universitária, classificado como Analista de Organiza- trabalho.
ção e Métodos ou Analista de Normas e Métodos.
Tal fato significa que não deverá ter alguma interferência de comando
O PROFISSIONAL DE ORGANIZAÇÃO E MÉTODOS em qualquer das autoridades de linha (execução), ou mesmo em outros
O profissional que milita na área de O & M é um especialista cuja habili- órgãos de staff da Empresa. Exercendo sua autoridade apenas de modo
tação é requerida, no Brasil, pela Lei n0 4.769, de 9 de setembro de 1965, e “funcional”, seu acesso e penetração a todos os níveis hierárquicos estará
por seu Regulamento, Decreto n°9 61.934, de 22 de dezembro de 1967. A garantido e, pelo fato de estar ligado à maior autoridade decisória, suas
referida Lei que criou a profissão liberal de Técnico de Administração foi relações com os demais órgãos são praticamente representativas dessa
alterada em 13 de junho de 1985, pela Lei n°9 7.321, que diz no seu art. autoridade, fato esse que o coloca numa situação de absoluta imparcialida-
19: “O Conselho Federal de Técnicos de Administração e os Conselhos de.
Regionais de Técnicos de Administração passam a denominar-se Conselho
Federal de Administração e Conselhos Regionais de Administração, res- No que se refere aos seus componentes, normalmente denominados
pectivamente. No seu parágrafo único, estabelece que: “Fica alterada, para Analistas de O & M, apresentam graduações correspondentes aos diversos
Administrador, a denominação da categoria profissional de Técnico de níveis de qualificação e habilitação profissional requeridos para o exercício
Administração”. da função. Desse modo, temos a seguinte classificação:
• Analista-chefe, Analista sênior, Analista júnior e Auxiliar de Analista
A atividade profissional de Administrador será exercida como profissão e estes podem-se dividir, de acordo com suas especializações em:
liberal, mediante: • Analista de Estrutura, de Processamentos e Métodos, de Formulá-
a) pareceres, relatórios, planos, arbitragens, laudos, assessoria em rios, de Layout e outras especificações.
geral, chefia intermediária e direção superior; e REQUISITOS PARA O ANALISTA DE O & M
b) pesquisas, estudos, análise, interpretação, planejamento, implanta- Para que um analista de O & M exerça satisfatoriamente sua profissão,
ção, coordenação e controle dos trabalhos no campo da administração, determinados requisitos tornam-se indispensáveis e dentre eles destacam-
como: administração e seleção de pessoal, Organização e Métodos, or- se:
çamentos, administração de material, administração financeira, relações
públicas, administração da produção, relações industriais, bem como outros Possuir conhecimentos especializados sobre processamentos, méto-
campos em que esses se desdobram ou aos quais sejam conexos”. dos, técnicas e instrumentos de análise administrativa.

Do mesmo modo, o exercício da profissão de Administrador é privativo Ter capacidade de analisar e sintetizar em proporções superiores ao
dos bacharéis em Administração Pública ou de Empresas, diplomados no que normalmente se exige da média dos administradores.
Brasil, em cursos regulares de ensino superior, oficial, oficializado ou reco- Ser criativo, hábil e autoconfiante.
nhecido, cujo currículo seja fixado pelo Conselho Federal de Educação nos Possuir facilidade de relacionamento humano
termos da Lei n°9 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Saber ouvir, observar, argumentar e influenciar terceiros.
ACEITAÇÃO DA ATIVIDADE DE O & M MANUAIS
A aceitação da atividade está diretamente relacionada à tradição que IMPORTÂNCIA E FINALIDADE
os profissionais de nível superior militantes nessa área possuem. Esta Nos dias atuais, as empresas necessitam, para o perfeito desempenho
pouca tradição é decorrente de uma série de fatores que vinculam Organi- de suas múltiplas atividades, de um sem-número de informações, cujo valor
zação e Métodos a todo e qualquer trabalho, pois em qualquer campo do está diretamente relacionado com os veículos que as transmitem. Assim,
conhecimento sempre haverá uma maneira de criar métodos e organizar o informações corretas prestadas de um modo ineficiente terão o mesmo
trabalho, isto porque até pouco tempo os problemas afetos aos profissio- valor funesto que informações incorretas prestadas eficientemente. Desse
nais de O & M eram resolvidos, empiricamente, por quaisquer outros profis- modo, nas empresas de hoje, onde a velocidade da informação é fator de
sionais (não formados em administração e nem especializados nessa área). sucesso para a tomada de decisões, essas informações são adquiridas,
transmitidas e preservadas através de documentos previamente estudados
Outro fato que contribuiu sobremodo para os problemas ligados à acei- e perfeitamente identificados com os fins para os quais se destinam. Esses
tação dessa atividade foi a insuficiência quantitativa e qualitativa de técni- documentos são, genericamente, denominados “Manuais”, e neste capítulo
cos, isto tudo sem falar na mentalidade ultrapassada do empresário brasi- abordaremos o quão são importantes e necessários.
leiro e de outros elementos de posicionamento hierárquico superior dentro Embora considerado por muitos como um “aglomerado de papéis inú-
das instituições. teis, que não servem para nada, a não ser para enfeitar prateleiras e estan-
O COMPORTAMENTO DO PROFISSIONAL DE O & M tes”, nas empresas de grande porte, o emprego de manuais é quase que
O comportamento do profissional de O & M, quer trabalhando individu- obrigatório, face à multiplicidade de seus controles e abrangência de seus
almente quer em grupo, para conseguir atingir os objetivos básicos de sua sistemas operacionais. Já em empresas de médio e pequeno porte, seus
atividade, deve considerar, entre outras, as seguinte; recomendações: dirigentes podem colocar dúvida quanto à validade da confecção e utiliza-
ção de manuais, pelo simples fato de desconhecerem quais os tipos mais

Conhecimentos Específicos 47 A Opção Certa Para a Sua Realização


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necessários para suas organizações. Este raciocínio pode, em princípio, e demais relações de trabalho que seja necessário estabelecer (linhas inter-
parecer fácil de responder; entretanto, a prática tem-nos ensinado que não rompidas).
é bem assim. Cada caso é um caso, e como tal, deverá ser cuida-
dosamente analisado em função de suas peculiaridades. Observação: Na parte descritiva às atribuições dos diversos órgãos e-
xistentes na estrutura, a utilização quase padronizada de alguns verbos
Na realidade existem indícios que servem como um sinal de alerta para auxilia na descrição e compreensão das mesmas.
que determinadas empresas passem a pensar seriamente no que tange à
elaboração de determinados manuais. Dentre esses indícios, podemos Como porém não existe uma regra fixa para a nomenclatura dos ór-
citar: crescimento da empresa, diversificação do seu campo de atuação, gãos de uma empresa em face da posição ou nível que os mesmos se
novas atribuições etc. De acordo com o Prof. Rudolf Popper,’ os manuais acham colocados no Organograma, adotaremos, a título de exemplo, a
são úteis em quaisquer instituições, independente do dimensionamento, abaixo descrita:
número de empregados, objetivos etc. Entretanto, nas empresas denomi- • Compete aos Departamentos (ou órgãos similares): Assessorar, Su-
nadas de “pequeno porte”, sua aplicação não é tão necessária, uma vez pervisionar, Programar ou Estabelecer a Programação, Coordenar as
que as informações se processam mais diretamente em função de seu Divisões, Avaliar etc.
dimensionamento estrutural organizativo, e sem trazer problemas aos seus • Compete às Divisões (ou órgãos similares): Controlar, Orien-
dirigentes. Nessas empresas, as atividades afetas a cada funcionário não tar, Promover, Solicitar, Planejar, Acompanhar, Estudar, Providenciar,
se restringem, na maioria das vezes, a determinada função. Assim, pode Coordenar as Seções etc.
tornar-se difícil e até mesmo desaconselhável para o andamento do traba- • Compete aos Setores (ou órgãos similares): Executar, Elabo-
lho fixá-las através de um manual. rar, Desenvolver, Fornecer, Criar, Aplicar, Processar, Verificar, Informar,
Conferir, Proceder, Distribuir etc.
O que se pode afirmar é que o surgimento da necessidade da criação
de manuais encontra-se diretamente relacionado com a perda da visão Claro está que o emprego desta série de verbos não pode ser rígido,
sistêmica por parte dos dirigentes, além de ser inevitável, cada vez mais, devendo o mesmo ser adaptado às necessidades de que cada Manual de
catalogar e manter atualizadas determinadas informações técnicas e/ou Organização exigir, em face das atribuições afetas aos vários órgãos da
administrativas. empresa.
Manual de diretrizes e políticas
Tendo chegado à conclusão de que é necessário elaborar manuais, os Uma empresa de pequeno porte dificilmente terá necessidade de um
dirigentes devem ter sempre em mente que: a validade e a credibilidade Manual de Diretrizes e Políticas. As diretrizes gerais são estabelecidas e
dos manuais encontram-se na razão direta da sua constante atualização. determinadas à medida que surge a ocasião e as revisões possam ser
Manuais desatualizados e ultrapassados não apresentam o mínimo valor executadas com tanta frequência quanto as circunstâncias as tornem
consultivo e muito menos decisório; eles realmente só servem para enfeitar necessárias. Entretanto, à medida que a empresa for expandindo-se, à
prateleiras e estantes. medida que ela for aproximando-se do ponto denominado “organização de
CLASSIFICAÇÃO DOS MANUAIS linha e assessoria” a existência deste Manual se tornará cada vez mais
É praticamente ilimitado o número de manuais que podem ser criados necessária.
com o objetivo de auxiliar as instituições e alcançarem seus objetivos. Os
manuais podem ser classificados em diversos grupos, aos quais outros Assim, definições claras das diretrizes gerais e do procedimento para
tantos poderiam ser acrescentados, dependendo unicamente das necessi- que estas diretrizes sejam estabelecidas tornam-se uma necessidade.
dades de cada empresa. Dentre os mais comumente empregados, desta- Diretrizes de ação bem fundamentadas e baseadas numa exploração bem
camos cinco (5), como capazes de propiciar melhor compreensão para o feita das relações normais também devem ser formuladas e redigidas.
assunto enfocado. São eles: Manual de Organização ou Regimento Interno;
Manual de Diretrizes Políticas; Manual de Normas e Procedimentos ou Entre os vários objetivos a que se prestam os Manuais de Diretrizes e
Manual de Instruções Normativas; Manual de Formulários; e Manual de Políticas, destacam-se os seguintes:
Padrões. • Demonstram o pensamento e a filosofia da cúpuIa da
Manual de organização ou regimento interno administração no que se refere às obrigações que ela tenha decidido as-
Tem como função apresentar a estrutura formal de uma empresa, tal sumir e aos requisitos quê ela deve satisfazer em todas as fases das ope-
como delineada pelo Regulamento da Instituição, por meio da definição rações da empresa.
clara, racional e objetiva de autoridade, responsabilidade, atividades-fins e • Proporcionam à organização todas as informações relati-
meio, assim como as relações criadas, de modo que coordene os esforços vas à forma e extensão com que a empresa se encontra comprometida e
das pessoas para que os objetivos comuns sejam atingidos. até que ponto esta situação é vigente. Determinam também o que aqueles
que transacionam com a empresa, direta ou indiretamente, podem esperar
Este tipo de Manual é o meio ideal para tornar bem claro quais são os dela.
deveres que tocam aos executivos dos diversos níveis, assim como para • Estabelecem uma fonte de referência com relação às di-
seus subordinados, levando desse modo as obrigações e atribuições a retrizes em vigor, podendo estas últimas ser revisadas e consequentemente
todos os empregados da empresa, independente da posição hierárquica atualizadas pela administração, quando as circunstâncias assim o aconse-
que ocupem. lharem.
Manual de normas e procedimentos ou manual de instruções
O conteúdo deste Manual constitui-se, normalmente, de: Este tipo de Manual nada mais é do que um conjunto de instruções es-
1. Documento que oficializa o uso do Manual (Ordem Interna ou critas, elaborado para destacar em todos os seus detalhes a rotina a ser
equivalente) emitida pelo órgão máximo da estrutura. seguida de uma função específica. Esclarece as diretrizes, propiciando
2. Parte Descritiva — dividida em capítulos, nos quais são discrimi- dessa forma toda a assistência para que o funcionário se mantenha dentro
nadas as diversas partes componentes da estrutura organizacional da dos limites por elas estabelecidos.
empresa (Direção Superior, Direção Intermediária, órgãos de Execução,
Assessorias, Conselhos etc., as respectivas atribuições e os deveres fun- Reduz também em muito o tempo de treinamento, tanto em escritório
cionais de seus ocupantes, código dos cargos etc.). como em uma fábrica, ajudando inclusive a manter os erros em um nível
3. Lotação ideal — quantidade e qualidade do pessoal julgado ne- bem baixo, servindo também como fundamento para novas apreciações e
cessário ao funcionamento da empresa, em condições normais de desem- novas avaliações das rotinas em uso, objetivando redução dos custos
penho. globais.
4. Gráfico da Estrutura — Organograma Geral (ou setorial, caso Manual de Formulários
necessário), representando a. organização formal, configurada na estrutura Este tipo de manual é um dos mais largamente usados nas empresas,
delineada por meio do Regulamento da Instituição, configurando-se no pois conforme nos diz Rudolf Popper, ele é um instrumento por demais útil
mesmo os diversos órgãos, suas posições e respectivas interdependências, quando da criação ou modificação de um sistema de trabalho administrativo
via hierárquica, linhas de autoridade (linha cheia), vinculação, subordinação e muito valioso na introdução de novos formulários, alterações de Iayout de

Conhecimentos Específicos 48 A Opção Certa Para a Sua Realização


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formulários ou mesmo no fluxo de formulários. sando-se sua troca tão logo quanto possível. Será conveniente que, quando
da entrega do(s) texto(s) novo(s) ou revisado(s), seja solicitada a devolução
Levando em consideração que nenhum formulário pode ser considera- do antigo.
do como um documento isolado, mas sim um elo na cadeia de informações A inspeção para verificar se os Manuais estão sendo corretamente utili-
da empresa, e, como tal, um meio de comunicação, sua atualização cons- zados deverá ser feita, pelo menos, uma vez por ano, pelo órgão ou pessoa
tante é fator preponderante de sucesso para sua utilização. competente.

A exemplo do que foi comentado no capítulo anterior, os formulários No que tange às áreas de aplicação dos Manuais, sabemos que são
são normalmente elaborados em tamanhos padronizados, muitos deles no vastíssimas, em face da diversidade de assuntos que podem exigir a elabo-
tamanho A4 (ou para ele reduzidos) em função do dimensionamento das ração destes. Assim, de modo geral, podemos dizer que as áreas nas quais
pastas nas quais ficarão arquivados. suas aplicações mais se evidenciam são:
a) Pesquisa e Desenvolvimento, Planejamento de Produtos, Ven-
Valendo-nos ainda do que diz Rudolf Popper a descrição de um formu- das e Serviços, Propaganda, nos quais se enquadram os Manuais de
lário abrange os seguintes tópicos: Organização, Políticas e Diretrizes.
a) Finalidade — deverá ser descrito qual o intuito que se pretende b) Engenharia Técnica e Industrial, Compras, Controle de Qualida-
alcançar com o emprego do formulário. de, Planejamento e Programação, utilizando-se para tal os Manuais de Pro-
b) Apresentação — descrever a forma de acondicionamento do cedimentos e de Padrões.
formulário, discriminando eventual numeração da tipografia que o imprimiu,
assim como o número de jogos por talão. INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE UM MANUAL DE ORGANIZA-
c) Frequência — indicar qual a frequência da emissão (mensal, bi- ÇÃO — EXEMPLO PRÁTICO
mensal) do formulário. Imaginemos, a título de exemplo, que uma empresa, em fase de ex-
d) Emitente — indicar quem emite o formulário. pansão e consequente reorganização, tenha resolvido, por meio de seu
e) Preenchimento — relacionar todos os tens que deverão ser pre- órgão de Organização e Métodos, elaborar um novo Manual de Organiza-
enchidos, assim como sua respectiva descrição. ção e, para tal, submete à Diretoria Executiva as instruções abaixo descri-
f) Número e distribuição de vias — descrever isoladamente o fluxo tas.
de cada via, para que órgão ela se destina, qual sua utilização nos órgãos “Instruções para elaboração do Manual de Organização da Empresa
pelo qual ela tramite etc. Deita de Incorporações & Cia. Ltda.”
g) Prazo de arquivamento — tem como objetivo máximo forçar os 1. Finalidade
responsáveis a analisar a questão e fornecer os prazos de arquivamento As presentes instruções têm como finalidade estabelecer normas para
dos documentos da empresa. a elaboração do Manual de Organização, assim como definir as atribuições
h) Substituição — deve indicar se o formulário é novo ou se substi- dos órgãos componentes da estrutura organizacional.
tui outro, e, no caso, indicar qual.
i) Entrada em vigor — especificar quando entra em vigor. 2. Elaboração
j) Cópia do formulário — como nem sempre o formulário original O Manual de Organização discriminará todos os elementos da estrutura
apresenta dimensões adequadas para sua inclusão no Manual, utiliza-se organizacional da Empresa DeIta de Incorporações & Cia. Ltda, suas
reduzi-lo às dimensões da folha-padrão do Manual (normalmente tamanho atribuições, deveres de seus funcionários, e tudo o mais que possa condi-
A-4). cionar o bom funcionamento da mesma.
k) Fluxograma — como para reforçar o descrito no “item f”, pode A estrutura organizacional da empresa deve ser planejada e ativada de
eventualmente ser apresentado um fluxograma simples, demonstrando modo a se obter o máximo de sua atividade-fim. Para tal, deverão ser
apenas os órgãos atingidos pelo formulário; empregadas as técnicas de racionalização, métodos de administração,
Manual de padrões assim como o pleno emprego dos recursos disponíveis, humano e material,
Determina quais são as especificações predeterminadas e que dizem objetivando atingir a menor relação custo/benefício.
respeito aos diferentes tipos de padrões para as funções tais como: Com-
pras, Controle de Qualidade, Planejamento de Produtos etc. Este tipo de a) O manual deverá compor-se, basicamente, das seguintes eta-
Manual torna possível a uniformidade e a consistência no tratamento, na pas:
aplicação e utilização de pontos específicos de uma empresa, com o objeti- — Parte descritiva
vo de reduzir os custos e ao aperfeiçoamento contínuo dos planos gerais, Dividida em capítulos onde serão discriminadas as diversas partes
produtos e serviços. componentes da estrutura organizacional da empresa (Chefia Superior,
DISTRIBUIÇÃO DOS MANUAIS Órgão de Assessoramento, Departamentos, Divisões e Setores), as respec-
Item extremamente importante para qualquer empresa que adote o tivas atribuições, os deveres funcionais de seus empregados, assim como
emprego de Manuais é a distribuição dos mesmos. as eventuais substituições nas funções de chefia e de assessoramento.
b) Organograma hierárquico
Assim, determinados tópicos devem ser considerados ao se proceder à Representação gráfica da estrutura formal da empresa, indicando
distribuição dos mesmos e, entre eles, destacamos: seus elementos componentes, utilizando as linhas contínuas para represen-
a) Os Manuais só deverão ser entregues àqueles que realmente os u- tar a hierarquia e consequente subordinação e linhas interrompidas para
tilizarão. b) Todos os Manuais deverão ser numerados, com o objetivo de demonstrar as demais relações de trabalho que porventura sejam necessá-
serem controlados. rias. De preferência, os organogramas setoriais devem ser traçados em
b) Deverá existir uma relação dos funcionários que recebem os Ma- papel tamanho padrão A4.
nuais, para: c) Lotação de pessoal
• poder enviar documentos e folhas revisadas; Contendo a quantidade e qualidade de pessoal necessário dentro
• poder controlar a devolução, quando empregados forem transferi- das diversas categorias funcionais existentes, julgado indispensável ao
dos ou demitidos. pleno funcionamento da empresa, em condições normais de desempenho.
c) Quando alguém for promovido ou transferido para cargo ou órgão 3. Disposições finais
que utilize Manuais, será conveniente possuir uma relação do(s) mesmo(s), Desde que qualquer órgão, independente de seu posicionamento hie-
para posterior remessa, mantendo, dessa forma, atualizada a lista dos rárquico, sinta condições de fornecer subsídios para complementar e/ou
funcionários que os recebem. atualizar à Manual de Organização, deverá submetê-los à chefia imediata-
mente superior e assim, sucessivamente, até a chefia máxima.
ATUALIZAÇÃO E ÁREAS DE APLICAÇÃO DOS MANUAIS
O maior problema que qualquer empresa enfrenta com relação a seus Uma vez aprovadas as sugestões, estas entrarão em vigor por meio de
Manuais é não deixar que se desatualizem, pois, se tal fato acontecer, Ordem de Serviço, passando então a fazer parte do mesmo.
estes poderão ficar totalmente desacreditados. Assim, qualquer modifica-
ção que surja deverá ser traduzida em textos novos ou revisados, proces- Estudo e Análise do Trabalho

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CONCEITO Para esclarecer como se preenche o quadro, teremos o seguinte:
A definição de análise contida em diversos compêndios de administra- 1. Período considerado — muito embora seja padrão considerar-se
ção e organização é a seguinte: “Processo racional utilizado para caracteri- o tempo de execução das tarefas como uma semana, conforme dito anteri-
zar, decompor e interpretar um sistema, de modo a conhecer seus fatores ormente, considera-se a semana com cinco dias e não com sete; o total de
constitutivos imprescindíveis, assim como seu comportamento e suas horas diárias de trabalho igual a oito horas, e para o total mensal quarenta
respectivas leis de Interação.” Tal qual esta definição, o estudo e a análise horas.
do trabalho têm por finalidade verificar se um órgão é eficiente ou não, 2. Coluna da frequência — é obtida pela divisão da quantidade pelo
servindo ao mesmo tempo como ligação entre os estudos da estrutura da período considerado e demonstra o numero de vezes em que a tarefa é
empresa e o processamento das operações. realizada em um dia.
3. Coluna quantidade — registra o número de vezes que a tarefa foi
Para se começar a entender o mecanismo do estudo e da análise do realizada durante o espaço de tempo estabelecido, ou seja, em uma sema-
trabalho, torna-se necessário conhecer os conceitos de Atividade e de na.
Tarefa. 4. Tempo consumido em 1 dia de trabalho — obtido ao levantarmos
• Atividade — Compreende um conjunto ou grupo de tarefas reu- as tarefas individuais (fase preliminar).
nidas de acordo com critérios de complementaridade e similaridade, ou 5. Tempo total consumido — representará o tempo consumido por
seja, devem complementar-se e ser similares entre si, de modo a poderem cada tarefa durante a semana. Assim, ter-se-á que se a tarefa “Consultar
definir as finalidades do órgão em exame. Cadastro de Fornecedores” consome 00:24 h de um dia de trabalho, assim
• Tarefa — Compreende um grupamento de passos interligados, basta multiplicar por cinco (dias da semana) para chegar ao resultado final,
de acordo com determinada sequência e levando em consideração a subdi- ou seja: 02:00 h.
visão do trabalho entre cada empregado.
• A fim de melhor esclarecer dúvidas quanto ao que sejam ativida- 2ª etapa — Agrupamento das tarefas em atividades
des, tarefa e passos, daremos os seguintes exemplos: Esta etapa é a que antecederá à de elaboração do Quadro de Distribu-
• Atividades — Cobrança de títulos de clientes, serviço de câmbio, ição do Trabalho (ou das tarefas). Assim sendo, para melhor poder definir
contas correntes etc. as finalidades funcionais de um órgão, as tarefas são reunidas através de
• Tarefas — (Com referência à atividade de contas correntes) — características de “complementaridade” e de “similaridade”, em grupos
pagamento de cheques, recebimento de depósitos, ordens de pagamento, homogêneos, denominados atividades, as quais irão definir as atribuições
fornecimento de talões de cheques, emissão de cheques visados etc. do órgão em exame.
• Passas — (Com referência à tarefa de pagamento de che-
ques)—conferência da assinatura e do saldo, debitar o valor do cheque na Agindo-se dessa forma, fica possível elaborar o QDT, que irá propor-
conta do cliente, guardar ficha de controle de saldo etc. cionar ao analista uma clara visão de como o trabalho é distribuído naquela
unidade organizacional.
Em função desta explanação, podemos traçar o esquema de um pro-
cedimento (ou processamento) administrativo: 3ª etapa — Elaboração do quadro de distribuição do trabalho
O QDT nada mais é do que o demonstrativo das tarefas desenvolvidas,
Desse modo, pode-se raciocinar que o conceito de atividade destaca individualmente, pelos funcionários, com o registro do tempo consumido
um aspecto diferencial com referência às tarefas, ou seja: uma atividade (referente ao período-base preestabelecido) e o reagrupamento dos tempos
pode resultar de um grupo de “Tarefas Sequenciais” ou não, como nos parciais em tempos totais para as atividades, assim como para o órgão em
exemplos abaixo: exame.
1. Tarefas sequenciais (dependem umas das outras): Coletar da-
dos, tabular dados e calcular índices, para compor a atividade denominada Como cada QDT se refere a uma determinada unidade organizacional,
“Estatística de Compras dos Fornecedores X e W.,, certos detalhes poderão surgir, sem que no entanto representem problemas
2. Tarefas realizadas paralelamente (independem umas das ou- ao analista. Como exemplo desses detalhes citemos o seguinte:
tras): Relatório de compras na capital, relatório de compras nos Estados,
relatório de compras no exterior, para compor a atividade denominada Por vezes pode o QDT não realçar a importância de determinadas Ta-
“Relatório de Compras”. refas que apresentam características operacionais similares e que façam
parte de diversas atividades do órgão em estudo. Nesses casos pode ser
ETAPAS DO ESTUDO E DA ANALISE DO TRABALHO conveniente (entretanto cada caso é um caso) ao analista proceder a um
1ª etapa — Registro das tarefas individuais reagrupamento das Tarefas, obedecendo às suas características operativas
Consiste no relacionamento das “tarefas” desenvolvidas por cada em- similares, visando obter o valor do empenho do funcionário para cada um
pregado, com o tempo alocado à realização de cada uma delas. dos grupos assim formados.
Especial cuidado deve-se ter nesta etapa, para não serem indicados Concluindo, pode-se afirmar que o objetivo do QDT é “mostrar o que o
detalhes em demasia (o que acabaria por representar “passos”) nem sínte- órgão faz, quem o executa e qual o tempo consumido pelas atividades e
se ou resumo (o que fatalmente nos levaria às atividades). O conjunto deve respectivas tarefas”.
primar por apresentar um caráter mais analítico do que sintético.
Entretanto, saindo da teoria e passando para a prática, esse relacio- 4ª etapa — Análise do quadro de distribuição do trabalho
namento existente entre as tarefas processa-se através de duas fases Uma vez que o técnico dispõe do QDT montado, cabe-lhe analisá-lo
totalmente distintas. Na primeira fase, chamada comumente de “preliminar”, em busca de possíveis defeitos quanto ~ distribuição de trabalhos e aos
são relacionados os vários elementos do trabalho sem a preocupação de problemas inerentes ao mesmo, tais como: atividades que necessitam
diferenciar tarefas e passas; na segunda, denominada de “definitiva”, maior número de horas para se realizarem a contento, ou que sejam de
resultante que é da primeira, são indicados os reagrupamentos, definidos e difícil realização em face das condições atuais de trabalho etc.
classificados como tarefas .
O tempo requerido para realização da análise das diversas tarefas po- Desse modo, deve o analista observar o QDT nos itens abaixo discri-
de referir-se a qualquer período de tempo; no entanto, com o fim de simpli- minados, na tentativa de descobrir as possíveis falhas:
ficar a apuração do tempo consumido para a execução das mesmas, con- • tempo consumido pelas várias atividades;
vencionou-se que esse período seria de uma semana. Claro está que • capacidade profissional dos funcionários;
algumas operações não apresentam condições de ter a periodicidade • volume de trabalho afeto aos funcionários; e
semanal, constituindo-se em trabalhos mensais, bimensais etc. Quando tal • possibilidades preliminares de simplificação.
fato suceder, tornar-se-á necessário incluí-las com o tempo presumivelmen-
te empregado para realizá-las, assinalando, entretanto, a que base de Vejamos mais detalhadamente o significado de cada um desses itens e
tempo se referem (mês, semestre etc.). que perguntas poderiam ser alocadas aos mesmos de forma a complemen-
tá-los, capa-citando assim o analista a possuir uma imagem mais precisa

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do problema. tal, utiliza as seguintes perguntas:
• Todas as Tarefas que aparecem no QDT são realmente necessá-
a) Tempo consumido pelas várias atividades rias?
• Entre as diversas atividades e respectivas tarefas que compõem o • Existe duplicidade de trabalho?
QDT, quais as que consomem mais tempo para serem realizadas? • Pode alguma máquina representativa de um processo mecânico
substituir vantajosamente um trabalho manual ou vice-versa?
São elas que na realidade devem consumir mais tempo? O tempo con- • Layout pode ser melhorado de modo a facilitar o trabalho desenvol-
sumido nas mesmas é compatível com sua respectiva importância? vido na área?
• As tarefas mais urgentes têm prioridade de execução?
• Existe esforço humano mal empregado? Obviamente que uma série de perguntas poderá ser acrescentada a
estas, dependendo unicamente do grau de profundidade que o problema
Deve o analista procurar verificar na coluna Tempo Total do QDT se o exigir.
maior número de horas é consumido pela atividade que ele considera como
mais importante. Caso contrário, deve verificar o “porquê” de tal evento, Ao analisar o QDT, o técnico chegará à conclusão de que esta análise
reexaminando as atividades e sua respectiva classificação por ordem de foi suficiente para encontrar as falhas existentes no órgão em exame; assim
importância. sendo, executará um novo 001 com as Tarefas redistribuídas segundo seu
critério, comunicando posteriormente aos funcionários suas novas atribui-
Do mesmo modo é importante observar as tarefas individuais e o tem- ções, terminando por proceder à implantação das mesmas.
po alocado àquelas menos importantes ou até mesmo desnecessárias.
Quase sempre a coluna Diversos apresenta tarefas sem grande significado Entretanto, pode também o analista perceber que a análise do ODT é
para a consecução dos objetivos do órgão,absorvendo tempo exagerado insuficiente para resolver os problemas do órgão em exame e que o recurso
para sua execução. técnico que deverá utilizar será a fluxogramação da sequência dos diversos
“passos” constituintes que são das diversas tarefas.
A análise deste primeiro tem objetiva buscar um equilíbrio entre o tem-
po e a importância do trabalho, procurando inclusive diminuir ou eliminar, 5ª etapa — A fluxogramação.
caso possível, os tempos mortos. Conforme já explanado anteriormente, o fluxograma tem como finalida-
de registrar a sequência dos passos ou fases de um trabalho, constituindo-
b) Capacidade profissional dos funcionários se a partir de cada tarefa de uma atividade.
Uma das partes mais delicadas em uma empresa é aquela que envolve
o aproveitamento racional de toda a potencialidade de seus empregados e, Embora vistas anteriormente, não custa lembrar que os passos classifi-
por incrível que pareça, poucas são as que conseguem. cam-se, entre outros, da seguinte forma:
1. Operação.
Como não poderia deixar de ser, a análise desse segundo item busca 2. Inspeção, controle ou análise.
equilibrar a capacidade profissional dos funcionários em razão das tarefas a 3. Demora, atraso ou espera.
eles atribuídas. Desse modo, utilizam-se, entre outras, as seguintes pergun- 4. Transporte ou deslocamento.
tas: 5. Arquivo ou armazenamento definitivo (ou temporário).
São aproveitadas com acerto as habilidades e a formação técnica e
profissional de cada um? Existe pessoal desqualificado funcionalmente? Como ponto de partida para análise do fluxograma deve o técnico veri-
Em que quantidades? Existem indícios que demonstrem que os funcio- ficar entre suas fases quais as que oferecem maiores possibilidades ou
nários necessitam de treinamento específico? condições de serem aperfeiçoadas.
• Existem funcionários executando tarefas não relacionadas entre
si? Tarefas com características operacionais semelhantes podem ser Uma rápida visualização nos fluxogramas permite-nos perceber que as
vantajosamente agrupadas? Operações e Decisões se constituem na parte central da tarefa, pois é
• Existem funcionários superespecializados, ou seja, realizando a- nestas fases que o objeto se caracteriza, tomando forma.
penas uma ou duas tarefas?
• Existem tarefas muito centralizadas ou descentralizadas? Já no caso do Transporte, o mesmo não acrescenta nada de positivo
• Os empregados sabem operar produtivamente as máquinas exis- em termos de resultados ou produtos, pois esta fase só tem condições de
tentes nas áreas de trabalho? aumentar custos e tempos alocados para execução da tarefa, o que fatal-
mente nos leva a raciocinar que quanto menos transportes, melhor para a
Para tentar solucionar esta série de quesitos, deve o analista proceder execução da mesma.
da seguinte forma:
• Verificar e estudar as Tarefas Individuais em face das aptidões e ní- Quanto à fase da Espera, ela representa um tempo ou período inútil,
vel funcional dos servidores, pois torna-se sumamente desagradável reali- forçando o produto a estacionar na sequência, o que nos leva a dizer que
zar-se trabalhos abaixo ou acima de nossa capacidade. quanto maior for o número de fases de Espera em um trabalho, maior será
• Procurar qual ou quais coluna(s) vertical(ais) se apresenta(m) so- o tempo consumido pelo mesmo para ser produzido.
brecarregada(s) com Tarefas classificadas em diversas atividades,
• Observar nas colunas verticais se há funcionário(s) executando Portanto, em face do acima explanado, concluímos que, na maioria das
uma ou duas Tarefas. vezes, as fases de Espera oferecem maiores possibilidades de eliminação
que a dos Transportes, Operações e Decisões. Assim, o critério mais
c) Volume de trabalho afeto aos funcionários utilizado para efetuar a análise de um fluxograma é primeiramente estudar
• Existem funcionários sobrecarregados de trabalho e outros não? as Esperas, para, em seguida, analisar os Transportes, finalizando pelas
fases de Decisão e Operação.
• Existe acúmulo de trabalho urgente e de trabalho normal?
O que uma análise do trabalho busca obter em termos de objetivo
• Existe trabalho de execução cíclica? Por quê?
básico é:
• Eliminar o trabalho desnecessário.
Deve o analista buscar o equilíbrio na quantidade de trabalho realizado
no órgão, muito embora nem sempre isto seja conseguido utilizando-se • Combinar as várias operações.
unicamente o 001 como fonte de análise. • Modificar seu desenvolvimento.
• Simplificar o trabalho e as operações.
d) Possibilidades preliminares de simplificação
Este último item força o analista a buscar uma simplificação ou di- A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO
minuição do número de Tarefas desenvolvidas no órgão em exame e, para Normalmente, os relatórios de Estudo de Caso são longas narrativas
que não seguem uma estrutura planejada, difícil tanto de ser redigida

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quanto de ser lida. Ao se elaborar o relatório, a primeira coisa a fazer é 5. Benchmarking;
elaborar um esquema conceitual claro que irá orientar todo o trabalho de 6. Visão futura do processo;
redação. 7. Forma de atuar sobre o processo;
Ao se elaborar o relatório do Estudo de Caso, deve-se atentar para al- 8. Redesenho do processo;
guns aspectos importantes, como os propostos por YIN (1989): 9. Implantação do processo;
• A audiência para o Estudo de Caso; 10.Avaliação dos resultados obtidos;
• A variedade de composições possíveis para os relatos de Estudos 11.Aperfeiçoamento Contínuo.
de Caso; As fases do modelo integrado e suas correlações são apresentadas na
figura abaixo.
• A estrutura das ilustrações para o estudo de caso;
• Os procedimentos a serem seguidos na confecção;
• As características de um relatório adequado, cobrindo o projeto e o
conteúdo.

Observar estes aspectos pode ajudar o investigador a elaborar um rela-


tório de forma adequada e, assim, atender tanto aos requisitos dos leitores
quanto aos de relato do estudo de caso propriamente dito.

Fluxograma
Representação gráfica da definição, análise e solução de um problema,
por meio de símbolos geométricos e notações simbólicas. Usado em áreas
diversas, como administração de empresas e informática.

Organograma Linear
No organograma linear (linear chart), as relações entre uma ativida-
de/decisão e uma área/função/cargo estão muito explícitas.
Sua utilidade como ferramenta de planejamento num projeto é determi-
nar a participação e a responsabilidade dos principais envolvidos em cada
atividade.
O organograma linear é representado graficamente por uma matriz que
relaciona as atividades/decisões mais significativas do projeto(formadas
pelas linhas da matriz) e os principais cargos /áreas/funções envolvidas (as
colunas). É muito indicado no caso de necessidade de detalhar a respon-
sabilidade de cada participante.

UM MODELO INTEGRADO PARA O REDESENHO DE PROCESSOS


Os anos noventa, marcados pela recessão global e pela competitivida-
de acirrada dos países emergentes (por exemplo os Tigres Asiáticos), tem
obrigado as organizações ocidentais a um constante repensar de suas
práticas gerenciais. Por exemplo, a forma hierárquica do modelo acabado
de organização de Taylor (onde de um lado, existe uma cabeça pensante e
de outro, um braço executante) já não mais satisfaz. Neste ambiente, as
organizações estão descobrindo novos imperativos do administração (com- Fase 1: Preparação
petir no mercado; aumentar a produtividade; fazer mais com menos; dimi- O objetivo desta fase é estabelecer uma infra-estrutura para o emprego
nuir o custo unitário; aumentar vendas; proteger a margem de lucro sem deste modelo integrado, em termos de formação de equipes (comitê execu-
aumentar os preços; conseguir tempos eficientes de resposta ao cliente; tivo, equipes de redesenho e equipes de melhoria contínua), do processo
produzir com ciclos curtos; diferenciar-se pelo serviço e não pelo cliente; de comunicação (forma de divulgação pela organização) e do gerenciamen-
entre outros. to da mudança (forma de condução).
Segundo Davenport (Davenport, 1993) a busca pela competitividade Fase 2: Identificação dos Macro-processos e Seleção do Macro-
industrial na década de oitenta, levou as organizações mais avançadas a Processo Prioritário O objetivo desta fase é identificar os macro-processos,
adotarem processos de melhoria continua (tipo TQM e TQC). Muitas des- estabelecer prioridades e ajudar à tomada de decisões preliminares sobre
sas mesmas organizações, nos anos noventa, estão experimentando os macro-processos prioritários que podem sofrer redesenho.
mudanças mais radicais através de processos de reengenharia. A decisão sobre quais macro-processos devem sofrer redesenho pode
A maioria dos processos de mudança operacional, tais como melhoria recair entre os que causam maior impacto, os mais problemáticos, os que
contínua, estão focalizados no aprimoramento de produtos/serviços para podem ser mais facilmente reformulados ou aqueles que não vão encontrar
clientes e fornecedores. A melhoria contínua requer mudanças incrementais muita resistência interna ao redesenho de processos. Cada organização
ao longo de vários anos, e estas mudanças normalmente são pequenas e seleciona os macro-processos ou processos para o redesenho, de forma
se localizam dentro da atual cultura da organização. Entretanto, algumas que lhe for mais apropriada.
organizações têm reconhecido a necessidade de mudanças mais amplas, É de responsabilidade comitê executivo a definição dos critérios para
radicais, nas operações. A reengenharia de processos é o procedimento selecionar os macro-processos para o redesenho (macro-processos priori-
empregado para projetar tais mudanças radicais. tários). Esta definição de critérios deve estar relacionada, na medida do
II- Modelo Integrado possível, com os indicadores de desempenho da organização. Aqueles
O modelo integrado de reengenharia de processos com melhoria contí- macro-processos/processos, cujos indicadores de desempenho estão
nua para o redesenho de processos é composto de onze fases (algumas aquém das expectativas da organização são sérios candidatos para o
podem ser executadas em paralelo): redesenho.
1. Preparação; Entretanto, é fundamental nesta etapa, não perder a ligação com o
2. Identificação dos macro-processos e seleção do macro-processo pri- processo estratégico definido pela organização. A seleção do macro-
oritário; processo prioritário para redesenho tem grande impacto nos negócios e,
3. Mapeamento do macro-processo prioritário, seleção e mapeamento em consequência, nas vantagens competitivas.
do processo crítico; Fase 3: Mapeamento do Macro-Processo Prioritário, Seleção e Mape-
4. Análise do processo crítico; amento do Processo Crítico

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Inicialmente, o mapeamento do macro-processo processo prioritário é o A equipe de redesenho, de posse das informações oriundas das etapas
de alto nível. O mapeamento de alto nível deve apresentar as grandes entra- anteriores (mapeamento do processo, análise do processos crítico, visão
das de fornecedores (frequentemente eles são fornecedores internos), três ou futura do processo, benchmarking e reavaliação do processo), pode então
quatro grandes passos de transformação, e os produtos emergindo da trans- realizar o mapeamento “ideal” do processo. Há restrição, que o processo
formação (saídas). Este mapeamento de alto nível deve ser estudado para redesenhado deva ser mais eficiente e eficaz para a concretização dos
permitir observações mais amplas a respeito do macroprocesso em análise. objetivos propostos para o referido processo.
O processo a ser selecionado como crítico deve ser aquele com o qual Fase 9 - Implantação do Processo
a gerência ou os clientes não estejam satisfeitos. Normalmente, um ou mais O objetivo desta fase é planejar a implementação da alternativa da so-
dos motivos listados a seguir são a razão da escolha de um processo para lução escolhida, bem como realizar o treinamento, a comunicação e o
o redesenho: suporte para viabilizar as mudanças. O processo redesenhado é implemen-
- contém uma atividade que apresenta um fator crítico para os outros tado através de
processos e/ou organização; um piloto.
- existe excesso de controles ou fraqueza operacional; Fase 10- Avaliação dos Resultados Obtidos
- há atividades que consomem muitos recursos; O propósito desta fase é a avaliação do processo redesenhado para
- o layout é pouco funcional; institucionalização na organização. Nesta é avaliado o desempenho do
- há atividades que apresentam condições de risco para o operador; processo redesenhado, em termos indicadores de desempenho (tempo,
- há atividades que afetam a eficiência do processo global; custo, qualidade, entre outros), da satisfação dos clientes, da flexibilidade
- é um processo gargalo ou contém uma atividade que representa um administrativa e das mudanças culturais em função das metas/objetivos
gargalo. propostos.
Fase 4: Análise do Processo Crítico Fase 11 - Aperfeiçoamento do Processo
O objetivo desta fase é reunir informações que demonstrem as causas O objetivo desta fase é realizar o aperfeiçoamento contínuo e constan-
das falhas e/ou incompatibilidades identificadas no desempenho dos pro- te do processo redesenhado. Nesta fase é que as equipes de melhoria
cessos. As atividades fundamentais nesta etapa são a análise em termos contínua são empregadas. Estas equipes são responsáveis pelo controle
de qualidade, custo, tempo e valor, análise de complexidade, e a determi- de atividades do dia-a-dia.
nação da forma básica do processo. IV - Considerações Finais
Fase 5 - Benchmarking O trabalho propõe a busca de um modelo que abarque a melhoria con-
A análise interna dos processo crítico pode levar a grandes melhorias tínua e a reengenharia de processos com a finalidade de proporcionar um
de desempenho, mas o redesenho dos processos às vezes só é consegui- maior desempenho aos processos, no intuito de trazer vantagens competiti-
do fazendo benchmarking de processos semelhantes nas melhores organi- vas para a organização.
zações. O bjetivo desta etapa é promover benchmarking para descobrir Destaca-se alguns aspectos gerais mais relevantes sobre a proposta
alternativas comprovadamente inovadoras a serem empregadas na visão desenvolvida e sua aplicação prática:
futura e no redesenho dos processos da organização. · modelo desenvolvido fundamentado numa abordagem sistêmica;
Fase 6 - Visão Futura do Processo · redesenho realizado de baixo para cima;
Segundo Hammer (Hammer & Champy, 1993), a reengenharia exige · mudança de atitude, que leva a organização a pensar, organizar e a-
dois ingredientes essenciais: o emprego da criatividade e do gerenciamento gir horizontamente, em termos de processos interfuncionais, e não verti-
da mudança. A etapa mais estimulante e criativa do modelo integrado de calmente, em termos de funções e departamentos.
redesenho é a de gerar opções que vão formar a base dos novos proces- · os processos redesenhados não precisam contestar a estrutura orga-
sos da organização. Isto é a visão futura do processo. O ponto de partida nizacional de um só vez;
para a visão futura do processo consiste em definir, pelo comitê executivo, · válido tanto para processos produtivos como para processos empre-
a missão e os limites do processo a ser redesenhado. sariais;
As principais influências que moldam a visão futura do processo advém · uso de critérios quantitativos para aplicar reengenharia ou melhoria
da compreensão das necessidades dos clientes, do desempenho do pro- contínua;
cesso atual, do grau de extensão dos padrões de desempenho (benchmar- · desmistifica a reeengenharia por meio de uma avaliação com critérios
king interno e externo) e da relação de opções de redesenho que comple- quantitativos para sua aplicação;
mentam, e não limitam a visão . · exige-se tempo relativamente curto para as 7 primeiras fases (estima-
Fase 7 - Forma de Atuar sobre o Processo do em 3 meses).
Nesta fase, realizam-se comparações entre o desempenho do proces- Luiz Veriano O. Dalla Valentina
so atual e o previsto pelo processo futuro. Este procedimento possibilita Osmar Possamai
determinar com exatidão as lacunas existentes entre os processos atuais e
processos futuros. Em segundo lugar, conhecidas as lacunas, é o momento FLUXOGRAMAS
de fixar as metas para eliminar estes gaps. Isto é, metas observáveis, A elaboração de fluxogramas de análise de processos é de funda-
mensuráveis, acompanhadas de prazos, com grande probabilidade de ser mental importância para qualquer organização que deseja trabalhar com
atingidas e de colocar a organização favoravelmente em relação aos com- máxima eficiência, buscando aproveitar ao máximo os recursos, sejam
petidores. eles financeiros ou humanos.
Após a identificação , mapeamento, análise dos processos críticos Como constituição o fluxograma é uma ferramenta que permite pa-
(processo atual) e a visão futura dos processos (processo futuro), conjuga- dronizar processos de trabalho, que também pode ser utilizado em
dos ao emprego do benchmarking, tem-se as informações necessárias para outras áreas, como exemplo o fluxograma produtivo. Mas neste artigo
decidir atuar através da melhoria ou da reengenharia do processo. vou focar a importância do estabelecimento do fluxograma como ferramenta
Fase 8 - Redesenho do Processo aplicada a gestão de processos e cargos.
O objetivo desta fase é detalhar a solução, que inclui o desenho e a Podem ocorrer diversos problemas para a organização em decorrência
quantificação do novo processo. Ou seja, como concretizar a visão futura da não utilização do fluxograma, ou seja, os processos básicos de cargos
do processo. podem não estar claramente definidos. Quanto maior a organização (em
A equipe de redesenho do processo deve levar em consideração, que quantidade de pessoas), maior será o problema, pois ocorre um efeito
cada processo existe para dar uma contribuição a um ou mais objetivos da cascata, em decorrência dos problemas serem propagados para os
organização. Objetivos estes delineados pelo processo estratégico, através níveis subsequentes.
da determinação da visão/missão da organização. Assim sendo, cada Entre alguns problemas mais comuns ocorridos quando os fluxogramas
processo deve ser redesenhado de acordo com os objetivos do mesmo, os de análise de processos não são utilizados são as falhas operacionais,
quais refletem a contribuição que aquele deve dar a um ou mais objetivos falta de padronização, baixa eficiência e a dificuldade ou impossibili-
da organização. Os objetivos do processo provêm de três fontes: dos dade da aplicação de melhoria contínua.
objetivos da organização, das necessidades/expectativas dos clientes e das Como as tarefas para processos específicos não estão delineadas, pode
informações advindas do benchmarking. ocorrer de algum colaborador “pular” algum passo importante do processo, ou
mesmo realizar alguma ação incorreta, por fim, pode resultar em re-trabalho e

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baixa eficiência. Outro ponto importante salientar que a longo prazo a organi- Método Matéria-prima Mão-de-obra Máquinas Medição Meio ambiente
zação pode sofrer problemas em relação a aplicação de mecanismos de Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determina-
melhoria continua, ou simplesmente não conseguir encontrar problemas do problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a
devido a desorganização ou não padronização dos processos. qualidade. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de
Então para fomentar o desenvolvimento organizacional, a definição resposta de forma gráfica e sintética.
de fluxogramas de análise de processos torna-se importante, pois primei- O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagra-
ramente padroniza os processos, desta forma, existe maior possibilidade na ma de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade
identificação de problemas em qualquer estágio, por fim, a organização não ou Sete Ferramentas da Qualidade por ele desenvolvidas, que apresenta
fica refém dos colaboradores, pois as definições de processos (o que deve uma estrutura mais complexa, não hierárquica
ser feito e por quem) estão estabelecidas, o que resulta em aumento de Histogramas.
produtividade. Na estatística, um histograma é uma representação gráfica da distribui-
ção de frequências de uma massa de medições, normalmente um gráfico
de barras verticais. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade.
O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em
que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua
altura à respectiva frequência. Quando o número de dados aumenta indefi-
nidamente e o intervalo de classe tende a zero, a distribuição de frequência
passa para uma distribuição de densidade de probabilidades. A construção
de histogramas tem caráter preliminar em qualquer estudo e é um importan-
te indicador da distribuição de dados. Podem indicar se uma distribuição
aproxima-se de uma função normal, como pode indicar mistura de popula-
ções quando se apresentam bimodais.
Folhas de verificação.
As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a
coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo,
eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetiti-
vos. Além disso elas evitam comprometer a análise dos dados. É uma das
sete ferramentas da qualidade
Gráficos de dispersão.
Um gráfico de dispersão constitui a melhor maneira de visualizar a re-
lação entre duas variáveis quantitativas. É uma das sete ferramentas da
qualidade. Coleta dados aos pares de duas variáveis (causa/efeito) para
checar a existência real da relação entre essas variáveis.
Fluxogramas.
Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma
representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de
gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações
entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como
a documentação dos passos necessários para a execução de um processo
Mas podem existir problemas na definição dos fluxogramas quando o qualquer. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. Muito utilizada em
processo é altamente complexo, ou quando o cargo necessita de alta fábricas e industrias para a organização de produtos e processos.
qualificação do colaborador. Nesses casos a aplicabilidade do fluxogra- O Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) utiliza do Fluxograma para mo-
ma, e a definição dos processos é complexo e as vezes impossibilitada. delagem e documentação de sistemas computacionais.
Em contra partida os processos com baixa complexidade, ou Cartas de controle.
cargos com baixa qualificação podem ser totalmente desenhados Carta de controle é um tipo de gráfico, comumente utilizado para o a-
em fluxograma de análise de processo. companhamento durante um processo, determina uma faixa chamada de
Porém observo que em qualquer organização seguramente 80% (arbi- tolerância limitada pela linha superior (limite superior de controle) e uma
trei pelo conhecimento empírico) dos processos podem ser padronizados linha inferior (limite inferior de controle) e uma linha média do processo, que
através de fluxogramas, ou seja, esta é uma ferramenta extremamente foram estatisticamente determinadas. É uma das Sete Ferramentas da
importante para a gestão e de fácil aplicabilidade, mas mesmo assim mui- Qualidade.
tas organizações não utilizam. Realizada em amostras extraídas durante o processo, supõe-se distri-
Fonte: http://www.portaldaadministracao.org buição normal das características da qualidade. O objetivo é verificar se o
processo está sob controle. Este controle é feito através do gráfico.
QUALIDADE: FERRAMENTAS DE CONTROLE Tipos de Cartas de Controle:
Diagrama de Pareto Controle por variáveis Controle por atributos
Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as frequências Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser
das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que
problemas. Mostra ainda a curva de percentagens acumuladas. Sua maior qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algu-
utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou mas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishika-
problemas mais importantes, possibilitando a concentração de esforços wa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade
sobre os mesmos. É uma das sete ferramentas da qualidade. Industrial nos anos 60.
Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishika- Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos
wa). Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a
O Diagrama de Ishikawa ou Espinha-de-peixe é uma ferramenta gráfica todos, especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente.
utilizada pela Administração para o Gerenciamento e o Controle da Quali- Esse aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável
dade (CQ) em processos diversos. Originalmente proposto pelo engenheiro por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses, e posteri-
químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. ormente muitos dos produtos e serviços de classe mundial, durante as
Também é conhecido como: diagrama causa-efeito, diagrama 4M, diagra- últimas três décadas.
ma 5M e diagrama 6M.
Este diagrama é conhecido como 6M pois, em sua estrutura, todos os QUALIDADE – GRÁFICOS E FERRAMENTAS DE CONTROLE II
tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos As sete ferramentas do controle de qualidade são:
diferentes: • Diagrama de Pareto

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• Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishi- Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser
kawa) resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que
• Histogramas qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algu-
• Folhas de verificação mas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishika-
• Gráficos de dispersão wa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade
• Fluxogramas Industrial nos anos 60.
• Cartas de controle Talvez o alcance maior dessas ferramentas tenha sido a instrução dos
Círculos de Controle de Qualidade (CCQ). Seu sucesso surpreendeu a
Diagrama de Pareto todos, especialmente quando foram exportados do Japão para o ocidente.
Diagrama de Pareto é um gráfico de barras que ordena as fre- Esse aspecto essencial do Gerenciamento da Qualidade foi responsável
quências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priori- por muitos dos acréscimos na qualidade dos produtos japoneses, e posteri-
zação dos problemas. Mostra ainda a curva de percentagens acumula- ormente muitos dos produtos e serviços de classe mundial por isso a Natu-
das. Sua maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identifi- rativa optou na utilização dessa ferramenta.
cação das causas ou problemas mais importantes, possibilitando a O Diagrama espinha de peixe pode ser utilizado na verificação e vali-
concentração de esforços sobre os mesmos. É uma das sete ferramen- dação de software.
tas da qualidade. • Fatores Críticos de Sucesso
Diagrama espinha de peixe • Envolver todos os interessados na Naturativa /atingidos pelo
Definição processo.
O Diagrama de Ishikawa ou Espinha-de-peixe é uma ferramenta gráfica • Não criticar ideias e sugestões.
utilizada pela Administração da Naturativa para o Gerenciamento e o Con- • Agrupar as causas conjuntamente.
trole da Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmu- • Não sobrecarregar o diagrama.
las. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em • Construir um diagrama para cada problema/defeito localizado
1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes. Também é conhecido como: no processo da Naturativa.
diagrama causa-efeito, diagrama 4M, diagrama 5M e diagrama 6M. • Listar todas as causas mais prováveis.
Este diagrama é conhecido como 6M pois, em sua estrutura, todos os • Criar ambiente favorável à solução do problema.
tipos de problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos • Entender claramente cada causa e seus possíveis efeitos.
diferentes: • Utilização
Método Esta ferramenta pode ser utilizada não apenas na CQ (Controle de
Matéria-prima Qualidade) ou na CCQ mas a qualquer momento e por qualquer um. Já foi
Mão-de-obra utilizado pela Polícia Militar de São Paulo para a localização e captura do
Máquinas Maníaco do Parque. Pode ser usada por qualquer pessoa para conseguir
Medição solucionar um problema na vida pessoal, ou seja, não há limites.
Meio ambiente
Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de de- Histograma
terminado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efei- Na estatística, um histograma é uma representação gráfica da dis-
tos sobre a qualidade dos produtos oferecidos pela Naturativa. Permite tribuição de frequências de uma massa de medições, normalmente um
também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de for- gráfico de barras verticais. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade.
ma gráfica e sintética( melhor visualização).
O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagra-
ma de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento da Qualidade
ou Sete Ferramentas da Qualidade por ele desenvolvidas, que apresenta
uma estrutura mais complexa, não hierárquica da Naturativa.
Graficamente, a estrutura de um gráfico espinha-de-peixe é tal como se
segue

O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em


que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua
altura à respectiva frequência. Quando o número de dados aumenta indefi-
nidamente e o intervalo de classe tende a zero, a distribuição de frequência
passa para uma distribuição de densidade de probabilidades. A construção
de histogramas tem caráter preliminar em qualquer estudo e é um importan-
te indicador da distribuição de dados. Podem indicar se uma distribuição
aproxima-se de uma função normal, como pode indicar mistura de popula-
A Naturativa optou pela utilização do Diagrama de causa- efeito como ções quando se apresentam bimodais.
ferramenta de medição de sua Qualidade Iremos destacar citar abaixo as Folha de verificação
Sete Ferramentas da Qualidade existentes: As folhas de verificação são tabelas ou planilhas usadas para facilitar a
1. Gráfico de Pareto. coleta e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo,
2. Diagramas de causa-efeito (espinha de peixe ou diagrama de Ishi- eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetiti-
kawa). vos. Além disso elas evitam comprometer a análise dos dados. É uma das
3. Histogramas. sete ferramentas da qualidade.
4. Folhas de verificação. Gráfico de dispersão
5. Gráficos de dispersão. Um gráfico de dispersão constitui a melhor maneira de visualizar a re-
6. Fluxogramas. lação entre duas variáveis quantitativas. É uma das sete ferramentas da
7. Cartas de controle. qualidade. Coleta dados aos pares de duas variáveis (causa/efeito) para
checar a existência real da relação entre essas variáveis.

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Fluxograma IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma Dentro de uma empresa, uma das principais qualidades desejáveis do
representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de funcionário é sua capacidade de relacionar-se bem com executivos, auxilia-
gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações res, colegas, visitantes. Em suma, é necessário promover boas relações no
entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo, na prática, como escritório.
a documentação dos passos necessários para a execução de um processo
qualquer. É uma das Sete Ferramentas da Qualidade. Muito utilizada em O fluxo uniforme e harmonioso do trabalho depende da forma como o
fábricas e industrias para a organização de produtos e processos. funcionário trabalha com os outros e da forma como influencia os outros
O Diagrama de Fluxo de Dados (DFD) utiliza do Fluxograma para mo- para que trabalhem com ele.
delagem e documentação de sistemas computacionais.
Carta de controle As relações humanas resumem-se em obter e conservar a confiança
Carta de controle ou Carta de controlo é um tipo de gráfico, comumente dos semelhantes. Cabe citar aqui um trecho de Motta (1973:51):
utilizado para o acompanhamento durante um processo, determina uma
faixa chamada de tolerância limitada pela linha superior (limite superior de "A vida no campo psicossocial, com relação a pessoas integrantes de
controle) e uma linha inferior (limite inferior de controle) e uma linha média um grupo de trabalho, requer sempre um estado de alerta como preventivo
do processo, que foram estatisticamente determinadas. É uma das Sete a fim de evitar problemas e atritos, provenientes de complexos e tempera-
Ferramentas da Qualidade. mentos.
Realizada em amostras extraídas durante o processo, supõe-se distri-
buição normal das características da qualidade. O objetivo é verificar se o Uma boa regra a seguir para evitar tais situações é não se envolver em
processo está sob controle. Este controle é feito através do gráfico. discussões de aspecto pessoal, excluir expressões tais como 'eu acho que',
Tipos de Cartas de Controle: 'na minha opinião', 'modéstia à parte, eu creio que só eu entendo', 'perdão,
Controle por variáveis mas você não entende' e outras."
Controle por atributos
Há comportamentos que provocam, em geral, atritos ou indispõem as
Relações interpessoais pessoas: reações agressivas, cortar a palavra de quem está falando, pas-
CONCEITO sar por cima de quem ocupa cargos superiores, a falta de modéstia e a
Relações Humanas é uma disciplina que tem por objetivo a investiga- presunção. Enfim, é necessário sempre deixar aberta a possibilidade de
ção de fatos relativos às relações e ao estabelecimento de normas em vista rever posições e aceitar que talvez o outro possa ter razão.
de uma convivência melhor dos seres humanos na empresa, no lar, na
escola. Vale-se sobretudo da Psicologia Humana para determinar as nor- Para o funcionário, relações humanas definem-se geralmente como a
mas do bom relacionamento (Dorin, 1978:246-7). Para Agostinho Minicucci capacidade de se relacionar positivamente com as pessoas com quem
(1984:18), "o termo Relações Humanas tem sido empregado, com frequên- trabalha. Um bom relacionamento humano com o executivo é, evidente-
cia, para referir-se a relações interpessoais". mente, indispensável para o bom desempenho profissional dela. O primeiro
passo para isso é compreender que o executivo é uma pessoa, é um indiví-
Relações Humanas é o estudo do comportamento humano e não de duo.
normas de boas maneiras (como portar-se à mesa, como viver em
comunidade). O funcionário deverá também trabalhar harmoniosamente com os cole-
gas, procurando não fazer distinção de qualquer espécie. Nesse tipo de
Do funcionário moderno exigem-se não só conhecimentos econômicos relacionamento, deve demonstrar lealdade, confiabilidade e bom-senso.
e técnico-financeiros, como também de comportamento interpessoal e
compreensão das pessoas com quem se relaciona. Para bem compreender Nosso comportamento resulta não só de nossa personalidade, mas so-
as pessoas, é necessário colocar-se dentro do mundo psicológico delas. bretudo das expectativas do grupo a que pertencemos e do papel que aí
desempenhamos.
Saliente-se que, "a menos que façamos uma tentativa sistemática para
compreender o comportamento humano, as ações das pessoas com as Como primeiras etapas no estudo das relações humanas considerem-
quais entramos em contato não terão frequentemente nenhum significado se: ouvir tão bem quanto falar; não interromper o outro quando está falan-
para nós. E importante conservar em mente, no entanto, que mesmo uma do; não ser agressivo; não impor as próprias ideias; compreender as pes-
extensa experiência de relações humanas e um profundo conhecimento da soas a partir do ângulo de visão delas. O aspecto mais importante, porém,
mecânica do comportamento não possibilitarão a um indivíduo compreen- é "sentir o que os outros pensam e sentem" (Minicucci, 1984:26).
der a si mesmo e/ou seus companheiros, além de certo limite" (Williams,
1972:37). As Relações Humanas interessam-se sobretudo pelos seguintes as-
pectos do comportamento: atitudes, motivação, satisfação de necessida-
Minicucci apresenta como fator importante no trato com as pessoas o des, frustração, comportamento defensivo, estereótipos.
saber ser flexível, isto é, ter reação segundo os casos que se apresentam,
conforme as pessoas. Atitude é a predisposição para reagir positiva ou negativamente com
relação a pessoas, objetos, conceitos ou situações. "São padrões de racio-
Para desenvolver a flexibilidade de comportamento, exige-se o conhe- cínio solidamente estabelecidos e altamente resistentes a qualquer modifi-
cimento de si mesmo, melhor compreensão dos outros, boa convivência cação" (Williams, 1972:66).
grupal, desenvolvimento de aptidões para um relacionamento mais ameno
com as pessoas. O conhecimento de si mesmo deveria levar à rejeição de - Não suporto a atitude deste colega de trabalho...
defesas, que impossibilitam aceitar críticas. Se alguém diz que você é
egoísta e você diz que a pessoa está com inveja, é chata ou coisa que o Motivação é um conjunto de fatores que despertam, sustentam e/ou di-
valha, esse mecanismo de defesa impossibilita-lhe compreender suas rigem o comportamento. Motivação também inclui o incentivo, que é um
falhas e melhorar o relacionamento com os colegas. objeto ou fato capaz de remover o estado de impulso, restabelecendo o
Quando uma pessoa compreende e aceita seu mundo pessoal, ela se equilíbrio da organização. Segundo Agostinho Minicucci (1984:152), "as
torna mais tolerante com o comportamento das pessoas. motivações podem ser entendidas como certos impulsos para certos tipos
de comportamento que satisfaçam às necessidades pessoais, seus desejos
Para a compreensão das pessoas, Minicucci (1984:30) considera indis- e aspirações".
pensável observar o comportamento delas, dar-lhes oportunidade de expo-
rem seus pensamentos, sentimentos e ações, no relacionamento com seus Satisfação de necessidade: a necessidade é um traço motivacional
semelhantes. do indivíduo. Existe em forma de impulsos e pode ser definida como um

Conhecimentos Específicos 56 A Opção Certa Para a Sua Realização


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estado de carência ou perturbação orgânica. As pessoas têm necessidades O conflito é a presença simultânea de impulsos, desejos, interesses
de alimento, repouso, segurança, auto-estima, ar, calor. opostos ou mutuamente exclusivos. O conflito é caracterizado pela
ansiedade.
Frustração: é o bloqueio de um comportamento que tem como objetivo
reduzir uma necessidade. Desejo impedido de realizar-se. A frustração O fracasso é a desgraça, a ruína que algo provoca em alguém. Os fra-
manifesta-se como irritação, agressão, hostilidade, raiva, projeção, regres- cassos profissionais são sentidos como fato bastante grave, razão de
são. preocupações e de crises de depressão. O medo de errar provoca inibição
da capacidade criativa e diminui a eficiência. A secretária profissional,
- Você parece frustrado com alguma coisa; cometeu um sem- porém, não se deixa abater com medo de fracassos, porque sabe que é
número de erros datilográficos, bateu a porta, atendeu mal aos clientes, capaz de errar e acertar e que suas falhas não são vistas como incapacida-
bateu o telefone. Será que isso vai resolver seu problema? de. Evita, portanto, quando erra, situações de lamúria, de manifestações de
desequilíbrio emocional. Evita, sobretudo, fazer acusações e culpar alguém
Comportamento defensivo: é o comportamento que visa defender o por seus próprios limites. Não se transformará jamais em vítima.
ego da ansiedade. É um ato de autoproteção.
Podem causar-lhe fracasso profissional: mau estado de saúde, pregui-
- Simone, vamos automatizar nosso escritório. Em primeiro lugar, ça, falta de conhecimento técnico, instrução inadequada, sentimento de
vamos instalar um microcomputador, uma impressora, depois um telex, e inferioridade, excesso de timidez, falta de interesse pela empresa, inadap-
assim por diante. tação ao ambiente, ausência de auxílio nos momentos de dificuldade,
excesso de ocupações, instabilidade emocional.
- Ih! vocês com esta mania de grandeza. . . Isto aqui está ficando
muito chato. Eu vou embora. (O medo de adaptar-se ou o temor de não O medo é uma forma de reação emocional que causa desprazer e é
aprender a trabalhar com computador é que gera este tipo de comporta- caracterizado por inibição e insegurança.
mento defensivo.)
A ansiedade é outro fator que contribui para que a vida dentro de uma
Estereótipos: aos sentimentos cristalizados, ideias rígidas a respeito empresa se torne difícil; é uma experiência de desgosto intenso, que nem
das pessoas, dá-se o nome de estereótipo. Em geral, os estereótipos sempre está relacionada com a ameaça externa. Difere do medo por ser
nascem das primeiras impressões, não são conhecimentos profundos que vaga. O medo é temporário.
se têm das pessoas.
Esses comportamentos, que, geralmente, são caracterizados por emo-
É frequente ouvir conversas do tipo: ção excessiva e geram ira, ressentimento e hostilidade, reduzem a eficiên-
cia no trabalho. É de Williams (1972:42) a afirmação:
"Mulher nenhuma sabe dirigir. . ."
"Quando uma relação de trabalho se transforma em um veículo para a
"Pessoas que fazem análise são muito complicadas. . ." propagação da violência, o esforço de cooperação será mínimo." O mesmo
Michael R. Williams volta a afirmar que "sempre que um indivíduo ou um
"'Pessoas que não nos olham nos olhos são falsas. . ." grupo de pessoas estiverem em estado de ira ou tensão, o seu esforço no
sentido de eficiência não será bem-sucedido".
Segundo Eva Maria Lakatos (1984:286), "estereótipos são construções
mentais falsas, imagens e ideias, de conteúdo alógico, que estabelecem O funcionário, no relacionamento diário, estará sempre atento às dife-
critérios socialmente falsificados. Os estereótipos baseiam-se em renças de personalidade de seu gerente, de seu superior imediato e das
características não comprovadas e não demonstradas, atribuídas a demais pessoas com quem trabalha. Não existem regras fixas e só a ob-
pessoas, a coisas e a situações sociais, mas que, na realidade, não servação apurada lhe poderá indicar que tipo de comportamento adotar
existem". diante das situações concretas. A tendência geral é considerar as experiên-
cias passadas ao avaliar situações presentes. O controle emocional possi-
Os estereótipos consistem em atribuir determinado valor a certas ca- bilita refletir e avaliar situação por situação e garante relações humanas
racterísticas não comprovadas nem demonstradas. Segundo a mesma mais duradouras e satisfatórias.
Lakatos, os principais estereótipos referem-se a classe social, etnia e
religião. Saliente-se também que um estereótipo tanto pode realçar quali- Quando um funcionário precisar modificar ou alterar atitudes de um
dades quanto defeitos. Em geral, as generalizações são as seguintes: o grupo ou indivíduo, há um modo prático que muito o auxiliará: proporcionar
japonês é trabalhador, o brasileiro é ocioso, o inglês é frio, o americano só uma atmosfera de liberdade de expressão, de troca de ideias, informações
pensa em dinheiro, o mineiro é pão duro. e pontos de vista. É condição básica ouvir as pessoas e dar-lhes oportuni-
dades para expressar seus problemas, pois só assim elas se sentem segu-
Resumindo, estereótipo é ideia pré-fabricada, não fundamentada em ras e, talvez, aceitem mudar de comportamento.
dados precisos, imposta indevidamente aos membros de um grupo social
(Dorin, 1978:102). Em geral, as atitudes reforçam a imagem que pintamos de nós mes-
mos. E quanto mais insegura é uma pessoa, mais desejará saber o que as
PROBLEMAS QUE ENVOLVEM AS RELAÇÕES DE TRABALHO pessoas a seu redor pensam dela. Nossos comportamentos tentam vender
Segundo Williams (1972:40), "cerca de um terço das transferências de uma imagem nossa que nos assegure que somos aceitáveis.
mão-de-obra e de absenteísmo (falta ao trabalho) está ligado a receios
quanto à própria segurança". O funcionário procurará de todos os modos buscar equilíbrio emocional
e evitará comportamentos que manifestem insegurança, como protestar
A segurança emocional, num grupo de trabalho, pode advir do status contra casuais observações desfavoráveis a seu trabalho, ficando ofendido
que o indivíduo tem no grupo, especialmente quando a posição que o ou ressentido; antes, não aceitará tais críticas como pessoais, mas relativas
indivíduo ocupa é reconhecida e aceita e daí obtém prestígio. a uma parte de seu trabalho, a um momento de seu dia. Quem muito preci-
sa de aprovação e reconhecimento dá provas de imaturidade profissional.
A ameaça à segurança física, material, social ou emocional pode gerar
ansiedade e forte sensação de medo. Tal fato gera o comportamento ALGUNS CONCEITOS SOCIOLÓGICOS
defensivo que, em geral, torna a pessoa agressiva. São comportamentos O conhecimento de alguns conceitos de Sociologia pode ajudar você a
agressivos: a discussão, a reprimenda, o ridículo, o sarcasmo, o mexerico compreender determinados comportamentos. Ressalte-se que as pessoas
malévolo, a difamação. ocupam determinados status e gostam de ser reconhecidas pelo papel que
desempenham em determinado grupo, e é normal que a preocupação com
a posição que determinadas pessoas ocupam dentro de uma empresa

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possa gerar atritos, equívocos, angústias e aborrecimentos. Em geral, as fato, pode passar a sentir dor de cabeça de tal modo intensa que a impede
pessoas não se sentem bem quando são tolhidas em seus desejos de de comparecer ao trabalho. Segundo Williams (1972:85), "essas (. . .) dores
poder, em sua ânsia de conquistar determinadas posições. de cabeça são reais. São auto-induzidas, já que a natureza interfere e alivia
a pressão emocional, criando uma espécie de válvula de segurança, ainda
FRUSTRAÇÃO que desconfortável". Ninguém precisa sentir-se envergonhado quando isto
Anteriormente, definiu-se frustração como um desejo impedido de reali- acontece. Reconhecida, porém, a causa e relacionada ao efeito, podemos
zar-se. O mundo em que vive uma secretária não é ideal em termos de nós mesmos superar o problema.
satisfação de todas suas necessidades. Ora, se for impedida em seus
esforços para satisfazer a carências, a secretária tentará superar esses 6. Fantasia: aparece nos estados de frustração e vem acompanhada
empecilhos. Se não puder sobrepujá-los nem atingir seus objetivos, terá um de isolamento. É um sonhar acordado.
desses comportamentos:
7. Generalização: consiste em atribuir a um grupo social verdades
• Tornar-se-á frustrado e atacará o obstáculo. desagradáveis que não podem ser atribuídas a uma única pessoa. O indiví-
• Tornar-se-á frustrado e desabafará seus sentimentos sobre duo, ao generalizar, descarrega sua tensão e livra-se do desprazer.
alguém ou sobre alguma coisa.
• Mudará suas metas e objetivos. 8. Projeção: o indivíduo transfere aos outros características que são
suas.
Evidentemente, o terceiro comportamento é mais racional, mas nem
sempre aquele que as pessoas costumeiramente adotam. 9. Deslocamento: agressividade dirigida a um indivíduo ou ser que
não é causa da raiva.
MECANISMOS DE DEFESA
O mecanismo de defesa é um processo mental que nos possibilita li- 10. Substituição: o indivíduo substitui o todo por uma de suas partes
vrarmos da ansiedade, da angústia e do desprazer. São eles: regressão, ou substitui uma situação por outra, como, por exemplo, a secretária que,
repressão, sublimação, conversão, fantasia, generalização, projeção, não tendo obtido aumento salarial, chega em casa e extravasa seus
deslocamento, substituição. sentimentos por meio de uma violenta discussão com sua mãe ou
companheiro, filhos, ou chuta objetos que encontra a sua frente.
Com frequência, a frustração revela falta de orientação e de um objeti-
vo real, inflexibilidade, compulsão e irracionalidade. Como falta aqui o TIMIDEZ
raciocínio, tal tipo de comportamento não é capaz de resolver problemas. A timidez invade também o mundo profissional de uma secretária e es-
Comumente, o comportamento frustrado gera sérios obstáculos, que dificul- tá ligada à insegurança, ao medo do desconhecido, de errar, de ser vista
tam ainda mais atingir os objetivos que se possam ter. como intrusa.

Segundo Michael Williams (1972:83), "a experiência parece demonstrar Quando há timidez, em geral, ocorre medo de não sermos aceitos, te-
que as pessoas mais agressivas e rebeldes são aquelas que ainda não memos que o trabalho realizado seja rejeitado, tememos por nossa capaci-
obtiveram êxito na realização de sua ambições e são, por essa razão, como dade de executar determinado trabalho com eficiência. Não é com retração
personalidade, grandemente irrealizadas. (...) Uma pessoa que é tida como de comportamento nem com fugas que alguém consegue vencer obstácu-
frustrada em suas tentativas de atingir o ideal de seu ego é geralmente los.
mais 'esquisita', mais 'do contra' ou mais beligerante".
É preciso aceitar erros e falhas para superar entraves e aprender a
A seguir, são apresentados alguns dos mecanismos de defesa. executar determinadas tarefas.
1. Regressão: mecanismo de defesa em que a pessoa se vale da
volta aos primeiros estágios de seu desenvolvimento para reduzir a ansie- O diálogo ajuda a superar a timidez e a encontrar o caminho da
dade decorrente de alguma frustração. "O que precisamos lembrar é que eficiência e do bem-estar.
nossos poderes de rememorar são seletivos e que eliminamos os espinhos
que tornaram a vida muito menos cor-de-rosa do que lembramos em nosso NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS
retrospecto" (Williams, 1972:84). 1 - Introdução
Vivemos num tempo em que o avanço dos transportes, da urbaniza-
2. Repressão ou recalque: consiste na tendência inconsciente de ção, da comunicação de massa, da tecnologia e da informática coloca o ser
esquecer, de afastar ou de evitar que impulsos, desejos e lembranças humano em maior contato com o mundo, com a sua própria nação e consi-
desagradáveis se tornem conscientes. Ocorre como consequência de go mesmo.
algum conflito e tem por finalidade evitar o aumento da ansiedade e prote- No entanto, toda essa evolução dificulta, de certa forma, o envolvimen-
ger a auto-imagem. to entre os seres humanos, pois a atenção do homem está voltada para a
tecnologia, muito mais do que para as relações humanas. Este distancia-
Segundo esse mecanismo de defesa, proibimo-nos comportamentos mento do homem para com o próprio homem gera insatisfações, angustias,
que ameaçam nossos valores. Selecionamos valores para classificar as vazios e ansiedade nos indivíduos.
coisas e não termos de enfrentar o desconforto de tomar decisões objetivas Podemos ver um lado positivo em nossa época, que é a tendência de,
em uma situação difícil. ao nos isolarmos, sermos levados a tomar consciência de nós mesmos.
Quanto maior a nossa disponibilidade em relação a nós mesmos, maior
Em geral, essa defesa aparece em colocações de secretárias abertura teremos para com os outros e cada vez mais o nosso ser pessoal
inexperientes: se tornará social. Isto porque já não teremos receio dos outros e/ou do
- Eu não quero saber de nada a respeito disso. ambiente, pois o ser pessoal aprendeu a lidar consigo mesmo.
Durante toda a vida, somos afetados por nossa habilidade de nos rela-
3. Sublimação: a pessoa desvia certos impulsos para atividades cionarmos com outras pessoas, quer com indivíduos, quer com grupos. É
socialmente mais aceitáveis. uma das habilidades mais importantes que o ser humano pode desenvolver
é a comunicação interpessoal.
4. Idealização: processo mental de supervalorização das qualidades Podemos ajudar o indivíduo a abrir-se para uma experiência total de si
de um objeto pretendido ou possuído, sem que haja mudanças das proprie- mesmo, para um relacionamento humano eficaz e para ser um comunica-
dades desse ser idealizado. dor mais eficiente, oferecendo-lhe a oportunidade de estabelecer bons
relacionamentos dentro do grupo ao qual pertence, seja este profissional,
5. Conversão: é um tipo de reação em que a ansiedade se converte familiar, social, religioso, político, etc. Em tal grupo, o indivíduo deve ser
em sintomas palpáveis, como paralisia dos lábios e até perda da visão. respeitado como uma pessoa específica, com suas inibições, frustrações,
Exemplo: a secretária tem de apresentar um relatório qualquer. Diante do

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angústias, satisfações, ansiedades, enfim, pela sua individualidade enquan- Estar disponível em relação ao outro exige um esforço permanente,
to ser humano. mas compensador, porque, só assim, poderemos manter um autêntico e
profundo relacionamento, que invariavelmente gera satisfação.
2 - Relações Humanas Como podemos observar, as verdadeiras relações humanas são pro-
Comumente, entende-se a expressão "relações humanas" como sen- veitosas e importantes de se praticarem pois evitam comportamentos
do os contatos que se processam, em todas as situações, entre os seres desajustados que foram gerados por insatisfações, mantém o bem-estar
humanos. individual e coletivo e, acima de tudo, proporcionam segurança, paz e
Muitas pessoas podem falar sobre relações humanas, discuti-las em tranquilidade aos indivíduos e à empresa.
conferências, discursos e mesmo em conversas informais, mas não são 3 - Dinâmica de Grupo
capazes de concretizar essas relações. Kurt Lewin, psicólogo alemão, e reconhecido por todos no campo da
Efetuar "relações humanas", significa, portanto, muito mais do que es- Psicologia de Grupo foi um dos primeiros teóricos e experimentadores das
tabelecermos e/ou mantermos contatos com outros indivíduos. Significa leis dinâmicas que regem o comportamento dos indivíduos em grupo.
entender o relacionamento entre as pessoas, compreendê-las, respeitando Para este autor, todos os grupos devem ser compreendidos como tota-
a sua personalidade, cuja estrutura é, sem duvida, diferente da nossa. lidades dinâmicas que resultam das interações entre os membros.
Além de compreender os indivíduos, precisamos ter flexibilidade de a- Estes grupos adotam formas de equilíbrio no seio de um campo de for-
ção (comportamento), ou seja, adequar o nosso comportamento, apropria- ças, tensões e pelo campo perceptivo dos indivíduos". Estas forças, tais
damente, a uma situação dada, com determinadas pessoas. como: movimento, ação, interação, reação, etc., é que constituem o aspec-
Dentro de um sistema empresarial, existe a organização técnica e a or- to dinâmico do grupo e, consequentemente, afetam a sua conduta.
ganização humana. Estas organizações estão inter-relacionadas e são A Dinâmica de Grupo como disciplina moderna dentro do campo da
interdependentes. Psicologia Social, estuda e analisa a conduta do grupo como um todo, as
A organização humana de uma fabrica é muito mais do que um simples variações da conduta individual de seus membros, as reações entre os
conjunto, um agrupamento de indivíduos, pois cada um deles tem seus grupos ao formular leis e princípios e ao introduzir técnicas que aumentem
próprios sentimentos, interesses, desejos, frustrações, necessidades físicas a eficácia dos grupos.
e sociais, associados a sua própria história de vida. Tais indivíduos, dentro No campo da Psicologia Social, o grupo pode ser definido como uma
desse sistema empresarial, estabelecem frequentes inter-relações, cada reunião de duas ou mais pessoas que compartilham normas, e cujos papéis
qual com uma forma particular de se comunicar. sociais estão estritamente intervinculados.
É claro que uma grande parte dessas relações é criada pelas caracte- No campo da Dinâmica de Grupo, os grupos são classificados em pri-
rísticas do trabalho, como, por exemplo, os técnicos de segurança que, por mários e secundários.
imposição de suas próprias tarefas, passam a maior parte do tempo estabe- O grupo primário é composto por um número reduzido de pessoas que
lecendo e mantendo contatos com todos os operários das varias seções da se relacionam "face a face", ligadas por laços emocionais com relações
fábrica. Quase toda a atividade executada pelos técnicos de segurança diretas, mantendo-se um processo de associação e cooperação íntima.
envolve relacionamento com outras pessoas. Por este motivo, ele deve Exemplo: grupo de amigos, grupo familiar, grupo de estudo e o próprio
estar atento a essas relações, deve procurar manter um ambiente, onde as grupo de trabalho.
comunicações possam se processar de forma aberta, confiante e adequa- O fato de um grupo ser pequeno, não significa sempre que é um grupo
da. primário. Para que exista, é preciso que haja interação entre os participan-
Um ponto importante, que devemos levar em consideração, são as di- tes, no qual cada membro deverá perceber cada um como pessoas indivi-
ferenças entre as pessoas. Saber que cada pessoa é especifica, original e duais.
possui reações próprias; que, em sua formação, cada uma foi marcada por Nos grupos secundários as relações se mantém mais frias, impessoais
realidades diferentes: meio familiar, escolar, cultural, social profissional , e formais. Estas se estabelecem através de comunicações indiretas, como
etc, e que cada indivíduo atuará em função de sua própria experiência de é o caso das empresas, instituições, etc.
vida. O comportamento do grupo depende em grande parte do número de
Devemos saber, também que toda pessoa tem necessidades que diri- participantes. Este é um fator importante, no que diz respeito à produção e
gem o seu comportamento, às quais ela procura constantemente satisfazer. ao nível de desenvolvimento grupal.
Não só as pessoas são diferentes entre si, mas também as necessidades A delimitação exata de um pequeno grupo e de um grande grupo varia
variam de indivíduo para indivíduo. segundo os diferentes autores. Estudiosos no assunto são unânimes em
Esta grande diversidade pode se constituir em uma imensa riqueza afirmar que o pequeno grupo não deve ultrapassar de 20 participantes, e
humana, mas, de início, pode ser fonte de oposições violentas entre os que o ideal para a sua constituição é de 5 a 12 elementos, possibilitando
indivíduos. assim, maior coesão, interação e participação.
Por estes motivos, devemos estar abertos para respeitar tais diferen- 4 - Objetivos da dinâmica de grupo
ças. a) ajudar o indivíduo a adquirir e desenvolver comportamentos mais
Outro fator relevante é o que se refere aos Juízos de Valor acerca das funcionais que os utilizados até o momento;
pessoas. Normalmente, temos tendência para julgar os atos e as palavras b) colaborar com o indivíduo no sentido de descentrá-lo de si mesmo e
dos outros em função da nossa própria experiência e de certos preconcei- situá-lo em relação aos outros;
tos. Este conformismo no julgamento é muito grave, pois nos arriscamos a c) levar o membro do grupo a se perceber honestamente, em uma au-
classificar as pessoas por categorias e de forma definitiva. Deixamos, pois, tocrítica objetiva e construtiva, onde o indivíduo terá possibilidades de
de perceber o indivíduo tal como ele é, e de manter o diálogo, se não perceber e solucionar seus problemas;
reagirmos rápida e eficazmente contra este tipo de atitude. d) ajudar o indivíduo a perceber o seu crescimento como algo positivo,
Outro ponto a ser considerado é o Uso da Linguagem. A nossa lingua- dando ênfase ao potencial de cada um;
gem pode constituir um obstáculo à comunicação e consequentemente e) oferecer condições para que o indivíduo tenha noção do seu próprio
afetar o relacionamento humano. E preciso, sempre, nos colocarmos no valor;
lugar da pessoa que está nos ouvindo. f) levar o membro do grupo a um nível de responsabilidade individual
Devemos usar um vocabulário adaptado à realidade com a qual esta- pelos seus atos;
mos trabalhando, um vocabulário compreensível para todos. g) desenvolver no indivíduo tolerância consigo e com os outros;
Um outro aspecto a ser focalizado é a Falta de Abertura. Muitas vezes, h) levar o indivíduo a respeitar a variedade de opiniões e atos que exis-
temos uma ideia ou tomamos uma posição para a qual tentamos, simples- tem nas pessoas;
mente, obter a aprovação dos outros, sem ouvi-los, sem dar atenção ao i. levar o indivíduo à integração e ajustamento nos grupos
que eles pensam e dizem. Se nos fecharmos sobre nós mesmos, ficaremos em que participa para uma atuação cada vez mais satisfatória e uma parti-
limitados ao monólogo, deixando de receber e aprender muitas informações cipação cada vez maior.
valiosas para o nosso crescimento, e mesmo o aperfeiçoamento humano, 5 - Desenvolvimento interpessoal - Treinamento em grupo
em geral , estará sendo prejudicado. Todo grupo é composto por pessoas que diferem uma das outras em
sua maneira de ser e de executar um trabalho.

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Os indivíduos trazem para o grupo certas características que lhes são A integração não se realizará no interior de um grupo e, em conse-
peculiares tais como: interesses, aptidões, desejos, inibições, frustrações, quência, sua criatividade não poderá ser duradoura, se as relações inter-
em outras palavras, suas personalidades. pessoais entre todos os membros do grupo não estiverem baseadas em
Todas essas características atuam como forças na dinâmica de grupo. comunicações abertas, confiantes e adequadas.
Outras forças podem resultar da interação das pessoas. A integração e a
transformação de todas essas forcas é a própria Dinâmica Interna do
Grupo, e uma das forças internas mais importantes é a participação, o Trabalho em equipe
empenho pessoal e psicológico dos indivíduos no grupo. Trabalho em equipe ou trabalho de equipe é quando um grupo ou
Quanto maior essa participação, mais favoráveis serão as atitudes dos uma sociedade resolve criar um esforço coletivo para resolver um
indivíduos para com o grupo e tanto maior seu interesse pelo grupo. problema.
As pessoas que mais participam, são as que compreendem as finalida- O trabalho em equipe pode também ser descrito como um conjunto ou
des e funções básicas do grupo, sentem-se seguras no desempenho de grupo de pessoas que dedicam-se a realizar uma tarefa ou determinado
suas funções, conhecem a importância delas para o objetivo final e o fun- trabalho.
cionamento do grupo. O trabalho em equipe possibilita a troca de conhecimento e agilidade
A vida de um grupo passa por várias fases, e em cada uma delas, os no cumprimento de metas e objetivos compartilhados.
membros atuam de formas diferentes, tanto em relação à etapa de vida do Exemplo de uma atuação de um trabalho em equipe são os esportes
grupo como em relação aos demais membros. ou atividades, em que times ou seleções jogam umas contras as outras.
Dependendo do tipo de grupo (formal, informal, profissional, social, Dez ótimas dicas para o trabalho em equipe
treinamento, etc.) e da fase em que se encontra, haverá certas funções a Cada vez mais o trabalho em equipe é valorizado. Porque ativa a cria-
serem executadas por seus componentes. tividade e quase sempre produz melhores resultados do que o trabalho
Algumas funções soam mais genéricas que outras, existindo em todos individual, já que "1+1= 3". Por tudo isto aqui ficam dez dicas para trabalhar
os grupos, e são desempenhadas pelos membros, para que o grupo possa bem em equipe.
mover-se ou progredir em direção às suas metas. 1. Seja paciente
O complexo processo de interação humana exige de cada participante Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça
um determinado desempenho, o qual variará em função da dinâmica de sua uma sentença". Por isso é importante que seja paciente. Procure expor os
personalidade e da dinâmica grupal na situação, momento ou contexto. seus pontos de vista com moderação e procure ouvir o que os outros têm a
Em todos os grupos em funcionamento, seus membros podem desem- dizer. Respeite sempre os outros, mesmo que não esteja de acordo com as
penhar, eventualmente, alguns papéis nao-construtivos, dificultando a suas opiniões.
tarefa do grupo, criando obstáculos e canalizando energias para atividades 2. Aceite as ideiás dos outros
e comportamentos não condizentes com os objetivos comuns do grupo. As vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão;
Estes papéis correspondem às necessidades individuais, às motivações de mas é importante saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser
cunho pessoal , a problemas de personalidade, ou, muitas vezes, decorrem melhor do que a nossa. Afinal de contas, mais importante do que o nosso
de falhas de estruturação ou da dinâmica do próprio grupo. orgulho, é o objetivo comum que o grupo pretende alcançar.
6. Responsabilidades de um bom participante 3. Não critique os colegas
Podem ser diversas as razões que motivam a nossa participação numa As vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito im-
dinâmica de grupo, ou qualquer tipo de grupo, mas devemos estar abertos portante não deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as
e atentos para os seguintes pontos básicos: ideias do colega, independentemente daquilo que achar dele. Critique as
• ajudar a estabelecer um clima positivo no grupo, tentando, ideias, nunca a pessoa.
quando possível, auxiliar os outros, sendo cooperativo; 4. Saiba dividir
• participar e contribuir para as discussões; Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do
princípio que é o único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa.
• ter consciência das suas necessidades;
Compartilhar responsabilidades e informação é fundamental.
• visar principalmente as necessidades grupais; 5. Trabalhe
• perceber como as interações individuais afetam o grupo; Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações.
• auxiliar os participantes quando estes tiverem dificuldade em Dividir tarefas é uma coisa, deixar de trabalhar é outra completamente
comunicar-se; diferente.
• respeitar os membros do grupo como seres humanos; 6. Seja participativo e solidário
• manter o diálogo e não o monólogo; Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre
• discutir as dificuldades que você tem em relação ao grupo; que seja necessário. Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido
quando necessitar pedir ajuda.
• controlar as reações agressivas; 7. Dialogue
• expor com clareza as sugestões e pontos de vista; Ao sentir-se desconfortável com alguma situação ou função que lhe te-
• não permitir que você ou outros membros assumam papéis de nha sido atribuída, é importante que explique o problema, para que seja
ajudante; possível alcançar uma solução de compromisso, que agrade a todos.
• comunicar-se clara e objetivamente; 8. Planeje
• ouvir e atender o outro participante; Quando várias pessoas trabalham em conjunto, é natural que surja
• integrar-se totalmente à vida do grupo, sem perder a sua própria uma tendência para se dispersarem; o planejamento e a organização são
individalidade e originalidade. ferramentas importantes para que o trabalho em equipe seja eficiente e
7 - Papel do coordenador na Dinâmica de Grupo eficaz. É importante fazer o balanço entre as metas a que o grupo se
O coordenador da Dinâmica de Grupo deve ser acima de tudo um edu- propôs e o que conseguiu alcançar no tempo previsto.
cador. Sua tarefa prioritária é criar condições tais, que os treinandos pos- 9. Evite cair no "pensamento de grupo"
sam aprender e crescer como pessoas, confiando em si e nos outros, como Quando todas as barreiras já foram ultrapassadas, e um grupo é muito
recursos valiosos para a aprendizagem. coeso e homogêneo, existe a possibilidade de se tornar resistente a mu-
Isto é possível quando o coordenador expressa expectativas positivas danças e a opiniões discordantes. É importante que o grupo ouça opiniões
e incentiva a participação de cada treinando; quando é capaz de aprender externas e que aceite a ideia de que pode errar.
com os outros membros a fornecer e receber informações; quando respeita 10. Aproveite o trabalho em equipe
e aceita todos os membros do grupo. Afinal o trabalho de equipe, acaba por ser uma oportunidade de con-
Deve ouvir atentamente todas as pessoas do mesmo modo, mesmo viver mais perto de seus colegas, e também de aprender com eles.
que tenha ideias preconcebidas sobre este ou aquele participante.
A vida do grupo será mais fecunda se cada membro do grupo e coor-
denador fornecer a sua contribuição, colocando a serviço de todos a com-
petência e as qualidades que possui.

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14 TÉCNICAS DE ARQUIVAMENTO: O primeiro tratado moderno de arquivística, de autoria dos holandeses
CLASSIFICAÇÃO, ORGANIZAÇÃO, ARQUIVOS Samuel Muller, Johan Adriaan Feith e Robert Fruin, data de 1898 e intitula-
se, em edição brasileira, Manual de arranjo e descrição de arquivos (1960).
CORRENTES E PROTOCOLO.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
ARQUIVOLOGIA DOCUMENTAÇÃO
Considerada disciplina, técnica e arte, a arquivologia é uma ciência au- O imenso volume de informações gerado a partir do século XIX e am-
xiliar da história. Fonte de consulta para todos os fins, um arquivo organiza- pliado extraordinariamente no século XX seria de pouca utilidade se não
do constitui valioso patrimônio e pode documentar o passado de uma pudesse ser localizado para consulta por meio das técnicas da documenta-
nação. ção.
Arquivologia é o conjunto de conhecimentos sobre a organização de Conjunto de técnicas que têm por objetivo a elaboração, produção, sis-
arquivos, tanto no que se refere ao recolhimento e conservação de docu- tematização, coleção, classificação, distribuição e utilização de documentos
mentos, títulos e textos de valor permanente e elaboração dos respectivos de qualquer natureza, a documentação permite que se organize o conheci-
instrumentos de pesquisa, como no que toca à eliminação de peças de mento ao longo do tempo e o põe à disposição dos consulentes de forma
valor transitório e controle dos arquivos em formação. Inclui também as conveniente e prática. O campo da documentação se amplia ou restringe
tarefas dos arquivistas. O termo arquivística pode, de modo geral, ser de acordo com o conceito de documento. Para o belga Paul Otlet, autor do
empregado como sinônimo de arquivologia. primeiro tratado de documentação, documento é o manuscrito, livro, revista,
jornal, estampa, partitura musical, selo, medalha, moeda, filme, disco,
Os arquivos de determinada origem constituem um todo orgânico de- objeto histórico ou artístico (quando devidamente tombado) e as espécies
nominado fundo, grupo, núcleo ou corpo de arquivos, no qual se incluem animais e vegetais classificadas e catalogadas em parques zoobotânicos.
documentos escritos e iconográficos, como os audiovisuais, discos, fitas
magnéticas e filmes. Começam também a ser objeto da arquivologia os Com tal amplitude para o conceito de documento, a documentação se-
arquivos eletrônicos. Os arquivos econômicos, de empresas comerciais, ria um conhecimento de caráter puramente especulativo, uma vez que é
bancárias, industriais, desde que se revistam de importância histórica, impossível, na prática, organizar domínio tão vasto. Assim, uma teoria geral
como ocorre, em alguns casos, com papéis de famílias e pessoas ilustres, da documentação se confundiria com a teoria geral da cultura.
interessam à arquivística.
O crescente volume da produção escrita, que se compõe de muitos mi-
A preocupação dos governos e autoridades em conservar determina- lhões de obras impressas desde a invenção da imprensa de caracteres
dos documentos em lugares seguros por motivos de ordem administrativa, móveis, obrigou ao estabelecimento de técnicas especiais para organização
jurídica ou militar, remonta à antiguidade, sobretudo no que diz respeito a e obtenção de informações e dados necessários a estudos, trabalhos de
títulos de propriedade. Os eruditos do Renascimento foram os primeiros a múltiplas ordens e pesquisas. Nas bibliotecas, museus, arquivos e centros
ocupar-se dos arquivos como fonte da história, dando início aos estudos de de pesquisas e informações bibliográficas, foram instituídos processos e
diplomática, que levariam à moderna crítica histórica. A partir da revolução normas especiais para registro da documentação existente, controle e
francesa, os arquivos tornaram-se bem público, proclamando-se o direito do manuseio da produção bibliográfica e dos conhecimentos em geral.
povo de acesso aos documentos, cuja preservação foi oficialmente reco-
nhecida como de responsabilidade do Estado. Os setores de atividades tecnológicas e de ciências exatas, as grandes
empresas industriais e as entidades de pesquisa científica foram os primei-
Uma arquivística essencialmente voltada para os diplomas medievais ros a manifestar a necessidade de estabelecer serviços especializados,
surgiu no século XIX, principalmente após a criação da École des Chartes com o objetivo de facilitar aos especialistas a obtenção de informações e
(Escola das Cartas), que passaria a formar arquivistas paleógrafos altamen- dados mais atualizados referentes aos trabalhos e pesquisas em andamen-
te qualificados. Em meados do mesmo século lançaram-se as bases da to. Desde meados do século XIX, os serviços de referência bibliográfica das
arquivística moderna, com os princípios do respect des fonds (todos os bibliotecas especializadas, sobretudo as americanas, já haviam compreen-
documentos originais de uma autoridade administrativa, corporação ou dido a necessidade de um trabalho específico para facilitar a localização de
família devem ser mantidos em grupos, separados segundo a natureza das livros, artigos e documentos e também para prestar auxílio direto à busca
instituições que os criaram); da proveniência (os documentos públicos de dados e informações específicas de seus consulentes.
devem ser agrupados de acordo com as unidades administrativas que os
originaram); do respeito à ordem original (o arranjo dado aos documentos História. A organização racional da informação e da documentação le-
pelos órgãos criadores deve ser mantido nos arquivos gerais ou de custódia vou Paul Otlet, em colaboração com Henri La Fontaine, a fundar, em Bruxe-
permanente); e da centralização (unidade e indivisibilidade dos arquivos las, em 1895, o Instituto Internacional de Bibliografia. Como primeira tarefa,
públicos nacionais). a instituição organizou um catálogo em fichas da produção bibliográfica
mundial. Na ordenação temática das fichas, adotou-se o sistema de classi-
Uma série de fatos novos, diretamente relacionados com os progressos ficação decimal que, devidamente atualizado e aperfeiçoado, se transfor-
da civilização, marcam a arquivologia na segunda metade do século XX. mou no sistema de classificação decimal universal (CDU). Em 1931 o
São eles, entre outros: adoção de arquitetura moderna e funcional nos instituto passou a denominar-se Instituto Internacional de Documentação e,
prédios de arquivos; uso de microfilmagem de substituição; programas de em 1937, Federação Internacional de Documentação (FID). O primeiro
história oral; restauração de documentos pelo emprego de máquinas e projeto de trabalho, de organização sistemática da bibliografia mundial, foi
material sintético; intervenção dos arquivistas na gestão de papéis adminis- abandonado, mas a federação ampliou-se e passou a congregar grande
trativos e nos arquivos econômicos, pessoais e familiares; aparecimento de número de entidades de diferentes países, num programa que tem por
depósitos intermediários de arquivos ou centros de pré-arquivamento; finalidade facilitar a comunicação dos conhecimentos e a consulta de todos
tentativas de aplicar as conquistas da eletrônica ao trabalho arquivístico. os dados e informações disponíveis. Em Varsóvia, em 1959, foi aprovado
pelos membros da FID, reunidos em sua 25ª conferência geral, um plano
O grande problema da arquivologia contemporânea é o volume de pa- de longo prazo que previa a criação, em todo o mundo, de uma rede de
péis criados e acumulados pelas administrações e a necessária eliminação informações técnicas e científicas a serviço de estudiosos e pesquisadores
de documentos depois de avaliados. O arquivista desenvolve padrões de de todos os países. Os trabalhos desenvolvidos pela Organização das
avaliação, elabora planos de descarte, prepara tabelas e listas de material Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) têm os mes-
repetitivo de descarte automático. As listas e tabelas de descarte especifi- mos objetivos da FID e são realizados em cooperação mútua com entida-
cam o período de retenção de documentos comuns à maioria dos serviços des internacionais de biblioteconomia e bibliografia.
existentes, e tabelas especiais cogitam de cada administração em particu-
lar. O arquivista pode recorrer a especialistas para decidir quanto à destina- Em grande número de países foram organizados centros ou serviços
ção dos documentos. de documentação e realizados congressos para discussão e estudo de
problemas referentes aos trabalhos de documentação, inclusive as relações

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entre documentação e bibliografia, biblioteconomia, museologia e arquivo- indústria fez com que a documentação a adotasse, com o objetivo de tornar
logia. A documentação passou a ter assim um sentido mais amplo e a internacionalmente acessíveis os resultados do trabalho intelectual de cada
incluir todas as técnicas de análise da produção bibliográfica, produção e autor, uma vez que para obter a máxima disseminação da informação
controle de traduções, técnicas de controle da informação, mecanização de científica o pesquisador deve apresentar os dados de forma que a interpre-
informações e reprodução fotográfica de documentos, trabalhos de referên- tação deles se faça sem dificuldade. Para que a informação se torne imedi-
cia em suas mais diversas formas e publicação e divulgação de informa- atamente acessível, a documentação estabelece normas para organização
ções. Estabeleceu-se assim uma íntima relação entre essas áreas e acen- e difusão dos documentos. Todos os documentos devem ser normalizados,
tuou-se a tendência da documentação para englobar atividades que antes isto é, produzidos e divulgados de acordo com as normas internacionalmen-
eram da competência de bibliotecas e bibliotecários. te aceitas. O progresso da ciência exige o mais amplo intercâmbio de
informações e a normalização internacional tem o objetivo de facilitar esse
Paralelamente, e por força das iniciativas citadas, criou-se em diferen- intercâmbio.
tes países a profissão de documentarista (também denominada documenta-
lista), que se ocupa de reunir, classificar, catalogar, informar, editar e divul- Se a documentação pouco ajudou à biblioteconomia, à arquivologia e à
gar informações que, de certa maneira, complementam o trabalho dos museologia na organização de documentos em bibliotecas, arquivos e
bibliotecários, arquivistas, museólogos e restauradores. Como em diversos museus, muito contribuiu no campo da produção de documentos e na
pontos a biblioteconomia e a documentação se confundem, há polêmica difusão das informações neles contidas. A bibliografia tradicional limita-se a
entre as duas categorias profissionais, mas a diferença fundamental entre referenciar livros, que por seu atraso em relação a documentos de outra
elas está no grau em que uma ou outra se debruça sobre os documentos natureza não são considerados pela documentação. Tampouco satisfazem
em busca de informações e no interesse que demonstram na disseminação os documentalistas descrições puramente externas dos documentos. À
dessas informações. documentação interessa, principalmente, a difusão das informações conti-
das em artigos de publicações periódicas, em comunicações a congressos,
Enquanto no Reino Unido os documentaristas são chamados de técni- em relatórios de pesquisas -- concluídas ou em andamento -- teses univer-
cos de informação (information officers), nos Estados Unidos os bibliotecá- sitárias, registros de patentes etc.
rios resistem à idéia da criação de uma profissão e de organismos que Na conceituação moderna, portanto, documentação é, em sentido am-
chamem a si a execução de tarefas que julgam caber-lhes de direito e de plo, a produção, organização e difusão de documentos de qualquer nature-
fato, como parte fundamental das atribuições das bibliotecas, mormente za. Em sentido estrito, é a difusão das informações neles contidas. A orga-
das especializadas. Durante algum tempo, os especialistas americanos nização de documentos cabe, conforme a natureza dos mesmos, às biblio-
tentaram adotar a palavra comunicação (communication) em lugar de tecas, arquivos, museus etc. A difusão de documentos é o objetivo especí-
documentação, mas a criação de vários institutos de documentação e a fico dos serviços ou centro de documentação.
circulação da palavra pelo mundo contribuíram para que fosse finalmente
aceita em seu significado mais moderno. Documentação, portanto, não se confunde com biblioteconomia, arqui-
vologia ou museologia, nem centro de documentação com biblioteca,
O Brasil pode ser considerado pioneiro nesse setor, fato comprovado arquivo ou museu. Como os documentos bibliográficos estão nas bibliote-
pela data de criação de seus organismos de documentação e do reconhe- cas, alguns dos maiores serviços de documentação do mundo funcionam
cimento profissional do documentarista, termo preferido na lei que classifica dentro da estrutura de algumas dessas instituições. Outros, porém, são
as carreiras e cargos do serviço público brasileiro. Manuel Cícero Peregrino independentes.
da Silva, que dirigiu a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro entre 1900 e
1924, ao planejar a reforma do regulamento da instituição, em 1902, procu- Mecanização e automação. Livros, artigos, relatórios e comunicados,
rou habilitá-la a promover a organização da produção bibliográfica brasileira por exemplo, são chamados documentos primários. Documentos secundá-
e para isso sugeriu a criação de um órgão a ela subordinado, para desen- rios são aqueles que se produzem para difusão da informação contida nos
volver o serviço de bibliografia e documentação. Tais medidas constam nos primeiros: bibliografias comentadas ou críticas, resumos, traduções, repro-
regulamentos aprovados pelos decretos de nº 8.835 de 11 de julho de 1911 duções etc. Os estudos recapitulativos são os documentos terciários.
e nº 15.670, de 6 de setembro de 1922. A esse serviço de bibliografia e
documentação competiam funções comparáveis às que são desempenha- Com o advento do processamento eletrônico de dados, após a segun-
das pelos modernos centros de documentação. da guerra mundial, métodos mais eficientes começaram a ser experimenta-
dos pelos centros e serviços de documentação. Distinguem-se três tipos de
Em 1954, por proposta conjunta da Fundação Getúlio Vargas e do sistemas que, embora tenham atingido diferentes graus de aperfeiçoamen-
Conselho Nacional de Pesquisas, o governo brasileiro criou, com assistên- to, possuem características comuns: (1) fichas perfuradas e selecionadas
cia técnica da UNESCO, o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documenta- por processos eletrônicos ou eletromecânicos; (2) sistemas baseados em
ção (IBBD), subordinado ao Conselho Nacional de Pesquisas e membro da métodos fotográficos (geralmente microcópias), com seleção fotoelétrica
FID, destinado a coordenar e desenvolver a informação científica e técnica por meio de código; (3) sistemas baseados no registro magnético (em fios,
no Brasil. O IBBD organizou o guia Bibliotecas especializadas brasileiras, o tambores ou núcleos). Com o avanço das técnicas de informática, foram
Repertório dos cientistas brasileiros, o guia das Pesquisas em processo no criados programas mais sofisticados para armazenamento e recuperação
Brasil, o Catálogo coletivo de publicações periódicas de ciência e tecnologia de informações, que podem ser específicas para cada assunto, principal-
e o guia dos Periódicos brasileiros de cultura, além de bibliografias periódi- mente no tocante às informações técnicas. A informática tornou ilimitado o
cas, com a indexação de artigos de autores brasileiros e estrangeiros campo da documentação. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações
publicados no Brasil nos campos das ciências puras e aplicadas, da tecno- Ltda.
logia e das ciências sociais.
ARQUIVOS, GESTÃO DE DOCUMENTOS E INFORMAÇÃO
Sistemática da documentação. Os principais instrumentos da documen- RESUMO
tação são a classificação e a normalização. Com a classificação, procura-se A gestão de documentos arquivísticos é um procedimento fundamental
organizar a informação em ordem temática e não apenas alfabética ou na vida de uma empresa pública ou privada. Para tomar decisões, recupe-
alfanumérica. A normalização racionaliza os processos de produção, orga- rar a informação e preservar a memória institucional é preciso estabelecer
nização e difusão da informação contida nos documentos. Essa fase é um conjunto de práticas que garanta a organização e preservação dos
ainda mais importante que a classificação, uma vez que esta também deve arquivos. Este artigo aborda os principais aspectos, teóricos e práticos, que
ser normalizada. devem ser levados em consideração na implantação da gestão de docu-
mentos e os desafios que as instituições brasileiras, públicas ou privadas,
Os processos de normalização tiveram origem na indústria e consistiam ainda precisam enfrentar para gerenciar e preservar seus acervos docu-
em fixar condições para execução de cálculos, projetos, obras, serviços ou mentais.
instalações, bem como a elaboração das próprias normas e regulamentos. 1 INTRODUÇÃO
A uniformidade dos processos proporcionou economia na utilização inter- Informação e documento são termos polissêmicos tão amplamente
nacional dos produtos industriais. O sucesso da normalização no campo da usados pelos mais diferentes segmentos sociais e profissionais que se

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torna quase uma obrigação indicar em que sentido esses termos estão diário, corresponde ao valor probatório e/ou legal do documento e o último
sendo empregados, ainda que pareça óbvio o seu uso na área de ar- ciclo, denominado permanente, quando o valor histórico e científico se
quivos. Informação é um termo de difícil definição porque permeia toda sobrepõe ao demais valores. Caso não se reconheça esse valor permanen-
a estrutura social. tudo o que vemos, fazemos, inventamos, construí- te, o conjunto documental será eliminado.
mos, vestimos, falamos, escrevemos, desenhamos é informação. Usa-
remos aqui, portanto, uma definição abrangente, porém menos ampla A função de um arquivo é guardar a documentação e principalmente
quanto dizermos que informação é tudo, ou seja, segundo Porat citado fornecer aos interessados as informações contidas em seu acervo de
por Castells, informação são todos os dados que são organizados e maneira rápida e segura. Neste sentido, a classificação dos documentos de
comunicados. arquivos deve ser feita a partir de um método de arquivamento a ser defini-
do, levando em consideração a estrutura da empresa, suas funções e a
Documento é um termo também polissêmico, posto que se pode consi- natureza de seus documentos. Não há um único método válido para arqui-
derar documento qualquer suporte que registre informações. São documen- var documentos. Na prática, inclusive, faz-se uso da combinação de um ou
tos as camadas da terra escavadas pelos geólogos, os vestígios materiais mais métodos. Os métodos mais comuns são os que classificam os docu-
de civilizações desaparecidas investigados pelos arqueólogos, os registros mentos por assunto, seguidos de uma classificação secundária por ordem
orais de grupos humanos estudados pelos antropólogos e sociólogos ou a alfabética, cronológica ou geográfica. O agrupamento dos documentos por
correspondência, mapas, contratos privados ou públicos que são pesquisa- assunto, entretanto, deve atender às necessidades da empresa, suas
das pelos historiadores. “Tudo é história” anunciariam provocativamente os características e prioridades.2
historiadores franceses da Novelle Histoire do século 20, em contraposição
à história tradicional, factual e política, baseada nos grandes feitos de O método de arquivamento adotado pela empresa pública ou privada,
grandes homens, para a qual os únicos registros válidos eram os documen- assim como os cuidados de conservação e os procedimentos de elimina-
tos oficiais. Mas, a partir do momento em que se fortalece a idéia de que ção, transferência e recolhimento, quando for o caso, devem ser repassa-
tudo é história, todos os registros, vestígios, marcas deixadas pela humani- dos para todas as unidades administrativas, para que estas fiquem cientes,
dade servem para orientar, provar, comprovar, informar, refletir sobre possam se adequar ao método e efetivamente implantá-lo pois a organiza-
determinada coisa ou fato. ção dos arquivos, como foi exposto aqui, inicia-se com a produção dos
documentos, assim como a responsabilidade pela organização das infor-
Tal abrangência de características físicas e simbólicas dos documen- mações, em diferentes graus, diz respeito a todos os funcionários.
tos, alguns mantidos no seu próprio local de produção (como as monta-
nhas, solos e edificações), outros reunidos em ambientes diversos do lugar Cabe ainda salientar que o método de classificação de documentos
onde foram produzidos como os museus, bibliotecas e arquivos, levou à adotado, ou a combinação de um ou mais métodos, deve ser registrado
construção de referenciais teóricos e práticos de organização e preserva- detalhadamente pelo arquivista ou responsável pela gestão de documentos
ção. para que no caso de mudanças no quadro de pessoal, por exemplo, possa
se dar continuidade ao trabalho ou, se for o caso de transformações institu-
Os documentos considerados documentos de arquivo, embora possam cionais, possa se fazer as alterações necessárias.
variar na forma como se apresentam, ou tecnicamente falando, no suporte
em que a informação está registrada, apresentam algumas características Essas definições e conceitos construídos pela Arquivologia aparente-
que os diferem de outros documentos que podem conter informações de mente são simples e claros e nos ajudam a definir o que é documento de
valor científico, histórico e cultural. arquivo, como avaliar o seu valor e, portanto, sua temporalidade. Mas na
prática surgem questões como: por quê é tão difícil, principalmente nos
Em primeiro lugar são documentos produzidos e/ ou acumulados orga- arquivos das empresas públicas, encontrar as informações que se necessi-
nicamente no decorrer das atividades de uma pessoa, família, instituição ta a qualquer tempo e rapidamente? O quê fazer com o grande volume de
pública ou privada. Ou seja, os documentos são criados uns após os ou- massa documental que tende a se acumular de forma desorganizada
tros, em decorrência das necessidades sociais e legais da sociedade e do dificultando o acesso às informações ali existentes?
próprio desenvolvimento da vida pessoal ou institucional. No caso da do-
cumentação privada, um cidadão não terá uma carteira de identidade sem 3 PERFIL DOS PROFISSIONAIS
antes ter obtido uma certidão de nascimento ou, no caso de uma empresa A definição dos recursos humanos a serem empregados nos arquivos
privada, realizar um contrato de prestação de serviços sem antes ter regis- de empresas públicas ou privadas está relacionada à complexidade da
trado sua firma num cartório. atividade da empresa, ao volume do acervo e ao número de consultas às
informações constantes nos documentos arquivados. Considerando as
É importante ressaltar a questão da organicidade dos documentos de atividades específicas do arquivo — receber, organizar, preservar e dispo-
arquivos porque isto significa que um documento não tem importância em si nibilizar os documentos da instituição a qual vincula-se — é recomendável
mesmo (embora possa conter informações valiosas), mas no conjunto de um quadro de profissionais com formação diversificada como arquivistas,
documentos do qual faz parte e que ajuda a explicar, demonstrar, compro- conservadores, programadores de informática, historiadores e bibliotecá-
var, enfim, dar a conhecer a realidade que se busca compreender seja ela a rios.
vida de uma pessoa, as atividades de uma empresa pública ou privada.
O perfil dos profissionais apresentados aqui, no entanto, não corres-
Em segundo lugar, os documentos de arquivo são produzidos com fina- ponde à realidade da maioria das instituições públicas e privadas brasilei-
lidades específicas para atender várias demandas de informações. Embora ras. Em geral, as empresas não investem ou investem pouco em pessoal
alguns documentos possam, no seu momento de criação, já ter um valor especializado e voltado para a atuação nos arquivos. Há uma escassez
histórico como, por exemplo, a carta deixada pelo presidente Getúlio Var- generalizada de pessoal com formação técnica e visão estratégica das
gas em meados do século 20, no momento do seu suicídio ou um tratado funções de um arquivo. Conseqüentemente, no lugar de arquivos encontra-
celebrado pelo Brasil, Argentina e Uruguai para formar uma aliança contra o se, amiúde, depósitos de papel nos quais não se consegue diferenciar o
Paraguai no século 19, a produção da maioria dos documentos atende que é lixo do que é documento. Esse processo de transformação dos
primeiramente as necessidades burocráticas, administrativas ou legais. arquivos em depósitos, ao longo do século 20, ocorreu paralelamente ao
processo de enxugamento, quantitativo e qualitativo, dos recursos huma-
ORGANIZAÇÃO DE ARQUIVOS nos.
A não intencionalidade e as contingências na produção dos documen-
tos, a ampla burocratização e o uso massivo de tecnologias de reprodução, O papel do arquivista nas empresas, no entanto, é fundamental. Cabe
assim como o crescente interesse na preservação da memória, levaram a a este profissional planejar a organização do arquivo, considerando as
uma definição arquivística dos ciclos de vida dos documentos e dos valores qualidades inerentes aos documentos de arquivo, a importância da organi-
que lhe são relacionados em cada ciclo. Esquematicamente se apresentam cidade e do ciclo vital dos documentos. Ele deve distinguir tais documentos
três fases da vida do documento: o primeiro ciclo, denominado corrente, de outros conjuntos documentais acumulados por interesses particulares
corresponde ao valor administrativo; o segundo ciclo, denominado interme- como, por exemplo, os jornais colecionados por um dirigente da empresa.

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Conseqüentemente a primeira tarefa na organização dos documentos arquivamento que facilitem a recuperação das informações contidas nos
arquivísticos é a identificação das atividades desenvolvidas pela empresa. documentos sobre as quais se define a produção, o trâmite e o uso.
Em seguida, deve-se distinguir as atividades de apoio (materiais, recursos
humanos, financeiros etc.), conhecidas como atividades-meio, das ativida- A avaliação constitui uma etapa essencial da gestão de documentos. É
des-fim, que são aquelas que justificam a própria existência da empresa e a a fase em que se define a eliminação ou a guarda, temporária ou perma-
razão pela qual ela foi criada. Finalmente, um passo importante na organi- nente, de um documento. É o momento em que também, mais do que em
zação de arquivos, é identificar no desenvolvimento de cada atividade qualquer outro, deve ser levada em conta a formação multidisciplinar da
institucional a série de documentos que se constitui, natural e inevitavel- equipe. Toda e qualquer observação de um componente da equipe merece
mente. Manter a ordem original dos documentos ou restabelecê-la quando respeito e atenção dos demais. Uma avaliação documental inadequada, por
for perdida é outra tarefa do arquivista. menor que seja, pode causar prejuízos administrativos, financeiros e histó-
rico-culturais e, sob determinadas circunstâncias, irreparáveis. Desta forma,
4 GESTÃO DE DOCUMENTOS ARQUIVÍSTICOS a equipe de gestão de documentos pode e deve contar, na fase da avalia-
Administrar ou gerenciar documentos arquivísticos, a partir da aplica- ção documental, com outros profissionais especializados nos assuntos
ção de conceitos e teorias difundidas pela Arquivologia, garante às empre- pertinentes.
sas públicas ou privadas obter maior controle sobre as informações que
produzem e/ou recebem, racionalizar os espaços de guarda de documen- Outro aspecto fundamental para o adequado desenvolvimento da ges-
tos, desenvolver com mais eficiência e rapidez suas atividades, atender tão de documentos é a noção, por parte de todos os profissionais envolvi-
adequadamente clientes e cidadãos. Conforme a Lei Federal nº8.159, que dos na gestão, do ciclo vital dos documentos, ainda que cada um deles
se refere aos arquivos públicos, mas também aos arquivos privados consti- atue somente numa fase do ciclo vital.
tuídos por pessoas físicas ou jurídicas, gestão de documentos é “o conjunto
de procedimentos e operações técnicas referentes à sua produção, tramita- O arquivo intermediário da empresa, que guarda os documentos que já
ção, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e intermediária, não são de uso corrente nos setores, mas que por motivos de ordem legal
visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”. ou administrativa ainda são preservados, recebe a documentação conforme
as normas estabelecidas pela gestão, dentro dos prazos previstos na tabela
Tanto esta Lei quanto a NBR ISO 9001/2000, indicam a necessidade de temporalidade de documentos e de acordo com os procedimentos de
de alguns requisitos para o gerenciamento de documentos nos arquivos transferência: cronograma, acondicionamento, descrição e relação dos
públicos e privados. A gestão de documentos aplicada nas empresas é uma documentos a serem transferidos. Este conjunto de orientações só pode ser
atividade estratégica na constituição do acervo arquivístico, pois define o definido por uma consonância entre os setores produtores/acumuladores e
ciclo vital dos documentos, estabelecendo aqueles que após o uso adminis- a administração do arquivo intermediário. A construção deste elo, na verda-
trativo pelos setores das empresas podem ser eliminados, os que serão de um feixe de relações que primordialmente devem ser institucionais e
transferidos ao arquivo, a temporalidade de guarda e sua destinação final: administrativas, mas que não perdem a sua dimensão humana e pessoal,
eliminação ou guarda permanente. se faz por meio da equipe de gestão.

Contudo, a operacionalização da gestão de documentos, isto é, a or- O acervo de valor histórico, a ser guardado no arquivo permanente,
ganização interna do trabalho, conta muito nos resultados obtidos. Por trás também é fruto das elaborações técnicas da gestão de documentos. Como
das metodologias escolhidas e das normas implantadas deve existir um vimos acima, o historiador deve fazer parte de uma equipe de gestão,
conjunto de pessoas com competências e habilidades variadas, pensando e sobretudo nas instituições públicas. Sua função é garantir que documentos
atuando juntas para que o fluxo e a tramitação dos documentos, os assun- de valor histórico, alguns imbuídos deste valor já na sua produção, outros
tos selecionados, os prazos definidos, os cuidados de conservação estabe- que o adquirem ao longo de sua existência, após cumprirem os prazos de
lecidos e o arquivamento final espelhem a realidade institucional ou contri- guarda no arquivo corrente e/ou intermediário, sejam recolhidos ao arquivo
buam para a sua interpretação. permanente, permitindo ao arquivo o cumprimento de sua função de pre-
4.1 Equipe de trabalho servação da memória documental da instituição à qual pertence. Nesta
A gestão de documentos deve ser realizada não apenas por um grupo tarefa o relacionamento com o responsável pelo arquivo permanente que,
de trabalho, mas por uma equipe integrada nos seus objetivos com cada no Brasil, em geral é um historiador deve ser constante, pois este suposta-
componente compreendendo claramente o seu papel e a contribuição mente tem a experiência das demandas atuais no campo da pesquisa
profissional que os outros esperam dele. Ou seja, uma equipe em que o histórico-social e, especificamente, dos documentos ou assuntos pesquisa-
todo é maior que a soma das partes. Se não partirmos deste pressuposto dos no acervo sob seus cuidados. Faz-se necessário também uma constan-
qualquer resultado em gestão de documentos estará, com certeza, aquém te atualização destes profissionais para que o avanço dos métodos e o
do desejável. surgimento de novos objetos do conhecimento histórico sejam incorporados
nos pressupostos de seu trabalho.
É importante observar que embora em cada momento prevaleçam as-
pectos técnicos relativos a uma ou outra área do conhecimento, todos os A gestão de documentos ainda se relaciona internamente com a área
profissionais envolvidos devem participar das discussões e definições para de conservação, pois muitas das definições da gestão são o ponto de
todas as fases de vida do documento. Por exemplo, quando se trata da partida para o desenvolvimento do trabalho de conservação, que irá hierar-
produção, tramitação e uso corrente dos documentos, podemos supor que quizar suas prioridades de acordo com o suporte da informação, o seu
é maior a influência do administrador, que identifica competências, subordi- volume físico e o tempo de guarda dos documentos. Portanto, as estraté-
nações e os fluxos de trabalho; e do técnico de informática, que propõe gias da conservação se dão a partir e em conjunto com o trabalho da
alternativas eletrônicas para a produção de formulários e fluxogramas. gestão.

Mas, neste momento, é importante também a presença do documenta- Além das unidades internas ao arquivo com as quais se relaciona, uma
lista, o qual detendo noções de diplomática pode sugerir a forma e a estru- equipe de gestão de documentos interage constantemente com os diversos
tura dos documentos. Um advogado oferece significativa contribuição para setores produtores/acumuladores de documentos. A qualidade desta rela-
que as normativas legais e processuais sejam atendidas. O historiador, que ção com a estrutura da empresa é essencial para o bom desempenho da
também integra a equipe de gestão de documentos, participa destas defini- gestão. Ela inicia-se com a sensibilização dos dirigentes para os benefícios
ções, pois orienta quanto ao valor histórico das informações registradas, da gestão — agilidade na recuperação das informações, racionalização da
valor este nem sempre considerado na análise de profissionais de outras massa documental, economia de espaços físicos destinados à guarda de
áreas. documentos e redução dos custos operacionais —, demonstrando os
ganhos financeiros, funcionais, ambientais e na melhoria da imagem institu-
O conservador, cuja formação está voltada para a preservação física cional.
dos suportes da informação, propõe os cuidados necessários desde o
momento da produção do documento, tendo em vista a necessidade da sua Uma vez implementada a gestão de documentos, a estratégia a ser
preservação ao longo do tempo. E o arquivista já pode elaborar métodos de seguida é a disseminação dos seus objetivos para os diferentes níveis

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hierárquicos e das vantagens para todos da aplicação dos princípios arqui- mento. A preservação deve considerar as técnicas corretas e específicas
vísticos no trato das informações registradas. para os diferentes suportes, tendo sempre em vista prolongar o máximo
possível o seu tempo de vida.
A maior dificuldade no decorrer do processo de implantação da gestão
de documentos se encontra na resistência às mudanças, nos hábitos O que torna-se essencial para alcançar um programa de preservação
arraigados, cuja justificativa se perdeu no tempo. Considere-se ainda que, bem sucedido é a identificação clara dos riscos, tanto reais como potenci-
no campo específico da gestão, freqüentemente o domínio físico de um ais. Deve-se realizar um diagnóstico para identificar e incluir nele desde as
conjunto de documentos ou o domínio de informações que permitam a sua características estruturais do prédio até as questões de segurança, os
localização no caos dos “arquivos”, geram ou são usados nas disputas de problemas de acondicionamento, as rotinas de manuseio e consulta. So-
poder interno na empresa. Neste momento, outras qualidades, além da mente a partir deste ponto central é possível estabelecer as prioridades de
formação técnica dos profissionais da equipe de gestão, devem se fazer ação.
presente: a paciência e a percepção das relações interpessoais e da assi-
milação ou não das políticas administrativas pelo conjunto dos funcionários. No processo de implantação de um programa de preservação é prová-
vel encontrar resistência às mudanças, especialmente quando é preciso
5 ASPECTOS DA PRESERVAÇÃO DOCUMENTAL alterar rotinas e hábitos há muito estabelecidos. A implantação de novos
A aplicação dos princípios de preservação deve, a princípio, ocorrer procedimentos que inicialmente parecem simples como, por exemplo, a
desde a fase da produção dos documentos como forma de garantir, em proibição do consumo de alimentos ou do tradicional cafezinho nas áreas
qualquer etapa do tempo de vida dos documentos, o acesso com qualidade de trabalho e de guarda dos documentos, na prática pode se constituir em
às informações buscadas. Atualmente já estão disponíveis em um bom grandes desafios para a equipe de preservação.
número de publicações com orientações técnicas específicas para a pre-
servação dos diferentes suportes e acervos documentais. O crescente uso Atualmente, considerando-se a realidade das instituições que muitas
da Internet possibilita que muitas instituições disponibilizem em seus sites vezes trabalham com poucos e precários recursos humanos e financeiros,
textos integrais sobre o assunto ou links para outras instituições que atuam recomenda-se seguir uma proposta onde “mais vale prevenir do que curar”.
na área de preservação e conservação de acervos. Os procedimentos e ações voltados para a estabilização ou redução dos
processos de deterioração normalmente são mais eficientes e baratos que
O termo preservação, assim como informação e documento, é polissê- os procedimentos de recuperação de documentos que já se encontram em
mico e hoje em dia tende a ser associado com a área de meio ambiente. um processo avançado de degradação.
Mas cabe aqui esclarecer o entendimento de preservação na área de
acervos, incluindo a conservação, que freqüentemente se confunde ou às Neste sentido é recomendável investir prioritariamente, independente
vezes é utilizada como sinônimo de preservação. Escolheu-se, dentre da etapa de vida do ciclo em que o documento se encontra, em segurança
tantas outras válidas, a definição que consta no documento Memória del (redução de riscos de acidentes como, por exemplo, incêndio e alagamen-
Mundo – directrices para la salvaguardia del patrimônio documental, no to, prevenção contra vandalismo ou roubos) e em melhorias das condições
qual consta que a preservação é a soma das medidas necessárias para ambientais dos locais de guarda (redução dos índices de temperatura e de
garantir a acessibilidade permanente - para sempre - do patrimônio docu- umidade, da incidência da luz natural ou artificial, da presença de poluen-
mental. Estabelece ainda que a preservação inclui a conservação, que é o tes, e ainda, realizar o controle de infestação de pragas tais como insetos,
conjunto de medidas específicas que visam evitar uma deterioração poste- fungos e roedores).
rior do documento original e que requerem uma intervenção técnica míni-
ma. Investimentos na qualidade do mobiliário e do acondicionamento (cai-
xas, folders e pastas com materiais de qualidade arquivística) também
Neste documento da UNESCO aparece ainda outra questão importan- devem ser uma das metas principais porque um acondicionamento ade-
te: a vinculação entre preservação e organização, pois considera-se que a quado protege os documentos e reduz os fatores de deterioração ocasio-
organização adequada dos acervos é uma condição prévia indispensável nados pelos altos índices de temperatura, umidade e presença de poluen-
para a sua preservação. Ou seja, não é possível dissociar a aplicação dos tes.
procedimentos de preservação dos princípios de organização e de acesso.
Não faz absolutamente nenhum sentido adotar medidas extremas de pre- Enfim, trata-se sobretudo de saber estabelecer prioridades, direcionan-
servação que resultem no total isolamento de um documento. E tampouco do os recursos e esforços no sentido de salvaguardar o acervo como um
pode-se disponibilizar um documento de tal forma que resulte na sua rápida todo. É recomendável ter sempre em mente que se as condições ideais são
destruição. difíceis de serem alcançadas, deve-se, com os meios disponíveis, fazer o
possível para melhorar a situação existente e reduzir os fatores de risco.
Ainda visando esclarecer qual a natureza da preservação, segundo Consertar ou realizar a manutenção de um telhado, que coloca um risco
Dan Hazen a preservação pode ser entendida como o agrupamento de três iminente de inundação, é mais importante que, por exemplo, o investimento
tipos principais de atividades. O primeiro tipo concentra-se nos ambientes em mobiliário. A compra de estantes pode ser programada para um segun-
da instituição e nas maneiras de torná-los mais apropriados a seus conteú- do momento, após terem sido resolvidos os problemas que implicam em
dos. O segundo incorpora esforços para estender a vida física de documen- maiores riscos para o acervo.
tos como, por exemplo, no caso de acervos com suporte em papel, o que
implica na aplicação de métodos como a desacidificação, a restauração e A questão do acesso, como foi dito anteriormente, é função básica das
encadernação. O terceiro tipo envolve a transferência de conteúdo intelec- instituições que trabalham com documentos e informação, mas se não for
tual ou informativo de um formato ou matriz para outro. pensada adequadamente pode resultar em uma série de danos aos docu-
mentos. O manuseio configura-se como um dos principais fatores de dete-
A aplicação desses três tipos de ações exige conhecimentos técnicos rioração dos documentos. Os documentos de arquivo, caracterizados como
específicos. Mesmo sabendo-se que existe uma grande distância entre a únicos, normalmente não saem da instituição, ou seja, não existe uma
situação ideal e a encontrada nas instituições brasileiras, não se pode situação de empréstimo externo de documentos. Mas dentro da instituição
deixar de enfatizar que essas atividades devem ser desenvolvidas por uma os documentos são freqüentemente manuseados e consultados, seja por
equipe de profissionais bem preparados e treinados. Tal preocupação é funcionários e empregados da instituição ou, no caso de um arquivo per-
maior em relação àqueles procedimentos adotados que interferem direta- manente, por pesquisadores.
mente nos documentos. Um procedimento inadequado pode trazer danos
irreversíveis aos documentos e a conseqüente perda da informação. Esses não são os únicos riscos, entretanto, pois muitos danos aconte-
cem freqüentemente no caminho percorrido pelo documento entre os
É necessário considerar ainda as especificidades e as exigências dos setores produtores/acumuladores e as estantes do arquivo. A escolha do
diferentes suportes da informação. Um disquete, uma fita de vídeo, um mobiliário e do tipo de acondicionamento é fundamental. Uma estante de
documento em papel , um microfilme – cada um deles apresenta diferentes má qualidade, por exemplo, pode ter cantos cortantes que ocasionam
processos de deterioração e necessitam distintos procedimentos de trata- rasgos nas capas dos encadernados. A acidez de uma caixa de papelão de

Conhecimentos Específicos 65 A Opção Certa Para a Sua Realização


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má qualidade migra para o documento, acelerando os processos de deteri- - ARQUIVO PERMANENTE - conjunto de documentos custodiados
oração química do papel. Uma determinada posição da caixa-arquivo na em caráter definitivo, em função de seu valor.
estante pode obrigar a pessoa a consultá-la com segurança sobre uma - ARQUIVO PÚBLICO - conjunto de documentos acumulados em
mesa ou, por outro lado, facilitar um manuseio inadequado no qual o docu- decorrência das funções executivas, legislativas e judiciárias do
mento é retirado ou recolocado na caixa de forma descuidada. Os docu- poder público no âmbito federal, estadual e municipal, bem como o
mentos podem ser transportados com segurança em carrinhos, planejados conjunto de documentos de entidades de direito privado encarre-
para circular entre as estantes ou atravessar com folga as portas. Situação gadas de serviços públicos.
totalmente diferente de pilhas de documentos ou caixas transitando nos - ARQUIVO SETORIAL - unidade responsável pelo arquivamento
braços de alguém com risco de desabarem no chão a qualquer momento. de documentos acumulados por entidade subordinada que, no sis-
Esses são apenas alguns exemplos de como é importante estar atento às tema de arquivos adotado pela administração a que pertence, de-
rotinas de manuseio. pende tecnicamente do arquivo central.
- ATIVIDADES-FIM - conjunto de operações que uma instituição le-
As orientações para a preservação de acervos não se esgotam aqui. va a efeito para o desempenho de suas atribuições específicas e
Buscou-se apenas apontar algumas questões gerais necessárias para a que resulta na acumulação de documentos de caráter substantivo
implantação de qualquer proposta de preservação. Mas essa é uma área para o seu funcionamento.
do conhecimento que exige um forte investimento na formação e atualiza- - ATIVIDADES-MEIO - conjunto de operações que uma instituição
ção profissional, sem contar em uma busca contínua de soluções e alterna- leva a efeito para auxiliar e viabilizar o desempenho de suas atribu-
tivas viáveis para a realidade e especificidade de cada acervo e instituição ições específicas e que resulta na acumulação de documentos de
com as quais se está trabalhando. caráter instrumental e acessório.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS PROCEDIMENTOS DE PROTOCOLO


Em todas as épocas a informação apresentou-se como um instrumento É o registro das deliberações ou das atas de um congresso ou confe-
importante para a sociedade, seja para a sua organização e funcionamento, rência diplomática. Por protocolo também se entende o livro em que os
para o aperfeiçoamento das suas instituições, para o exercício do poder, escrivães do juízo registram o que se passa na audiência e que no fim
para a conquista e ampliação de direitos. Na atualidade, diante das trans- desta é assinado pelo juiz.
formações econômicas, políticas e tecnológicas que experimentamos, a
informação tornou-se uma ferramenta ainda mais poderosa e essencial. De modo geral, significa o livro onde se registram, em ordem, os docu-
Manter os arquivos organizados corretamente significa, em última análise, mentos apresentados numa repartição ou, então, os fatos e as decisões
manter a informação organizada e à disposição para os fins que se fizerem ocorridos numa assembléia ou audiência. A principal função do protocolo é
importantes e necessários para as empresas, sejam elas públicas ou priva- autenticar a entrega de um documento, ou evidenciar a decisão ou o fato
das, e para a sociedade em geral. que deve ser registrado. Em linguagem diplomática, significa a própria
deliberação ou resolução que foi registrada na ata da reunião respectiva e
A gestão de documentos depende de inúmeros fatores, alguns aqui que acarretou uma espécie de convenção entre os participantes da assem-
destacados por serem os mais determinantes, ao nosso ver, para garantir a bléia ou congresso.
recuperação da informação e a preservação da memória institucional. No
entanto, a apreensão dos conceitos que norteiam a produção, organização Em Direito Público, significa o formulário em que se determinam fórmu-
e preservação dos documentos, o entendimento do que seja a documenta- las e modelos para os atos públicos. Denomina-se protocolo de registro o
ção arquivística, os prazos legais de guarda que devem ser respeitados, a livro obrigatório nos cartórios de registro; e protocolo dos corretores o livro
importância de escolher profissionais capacitados são apenas uma faceta obrigatório dos corretores, onde se anotam todas as operações em que
da realidade. Para que todos esses aspectos sejam assimilados e incorpo- tenham participado.
rados pelas empresas, torna-se fundamental a sensibilidade e a decisão de
quem responde pela instituição, seja este presidente/diretor de uma empre- Aqui, no entanto, será considerado qualquer registro dos atos públicos,
sa privada ou dirigente de um órgão público. registro das audiências nos tribunais; convenção internacional. “Protocolo,
convenção, tratado ou pacto, tudo é ajuste” — afirma Odacir Beltrão.
Para fazer bom uso da informação é preciso ter informação. Reconhe-
cer as vantagens, os direitos e deveres envolvidos na organização e pre- O NOVO MUNDO DOS ARQUIVOS – AUTOMAÇÃO
servação dos documentos. Reconhecer, enfim, que os conjuntos documen- James M. Turner – U. de Montreal
tais produzidos e/ou acumulados são, em última instância, patrimônio da
instituição. (artigo extraído da internet). Introdução
Para bem se entender a problemática atual dos arquivos, é preciso
ARQUIVO PÚBLICO - conjunto de documentos acumulados em decor- compreender o século XX sob o ponto de vista da extraordinária rapidez da
rência das funções executivas, legislativas e judiciárias do poder público no evolução tecnológica. É suficiente lembrar que diversos atores, cada um
âmbito federal, estadual e municipal, bem como o conjunto de documentos tendo uma influência profunda sobre a sociedade humana, se instalaram no
de entidades de direito privado encarregadas de serviços públicos. cenário tecnológico durante esse período: por exemplo, a eletricidade, o
rádio, o telefone, o automóvel, o cinema, a máquina de escrever, para
ARQUIVOS CORRENTES E INTERMEDIÁRIOS nomear somente alguns. A partir da Segunda Guerra Mundial, assiste-se à
- ARQUIVO - conjunto de documentos que, independentemente da chegada da fotocopiadora, a eletrônica, a televisão, os satélites, e sobretu-
natureza ou do suporte, são reunidos por acumulação ao longo das do os computadores. A partir da década de 1970, a telemática, ou seja, o
atividades de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas. computador conectado a outros computadores via linhas telefônicas, mudou
- ARQUIVO CORRENTE - conjunto de documentos estreitamente profundamente as possibilidades de comunicação de documentos. Desde
vinculados aos objetivos imediatos para os quais foram produzidos 1990, a Internet e a World Wide Web não cessam de nos espantar por
ou recebidos no cumprimento de atividades-meio e atividades-fim e causa do desenvolvimento quase cotidiano de novas possibilidades de
que se conservam junto aos órgãos produtores em razão de sua interação no mundo da informação.
vigência e da freqüência com que são por eles consultados.
Depois de muitos anos, a disciplina de arquivística conheceu desenvol-
- ARQUIVO CENTRAL - unidade responsável pelo controle dos do-
vimentos importantes no estabelecimento da teoria, nas técnicas de organi-
cumentos acumulados pelos diversos setores e serviços de uma
zação e nos métodos de trabalho. Constata-se, entretanto, que apesar de
administração e pelos procedimentos técnicos a que devem ser
nossa disciplina ainda não estar estabilizada definitivamente, desde já é
submetidos, independentemente da centralização do armazena-
preciso rever seus fundamentos teóricos e estabelecer um novo paradigma
mento.
para a disciplina em função das novas tecnologias da informação.
- ARQUIVO INTERMEDIÁRIO - conjunto de documentos originários
de arquivos correntes, com uso pouco freqüente, que aguardam, É útil observar nesse contexto que não há nada de novo. Pode-se
em depósito de armazenamento temporário, sua destinação final. constatar que são sempre as mudanças tecnológicas que determinam a

Conhecimentos Específicos 66 A Opção Certa Para a Sua Realização


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maneira de se realizar nosso trabalho de organização da informação. O Outro problema de capacidade: não se pode mais conservar a informa-
surgimento de novas e importantes tecnologias no campo da informação, ção apenas em formato linear. O hipertexto e as ligações hipertextuais e
como nos casos do papel e da prensa de Gutenberg, causaram também hipermidiáticas, assim como as estruturas relacionais das bases de dados,
mudanças fundamentais nos métodos de trabalho das pessoas que gera- acrescentam uma outra dimensão e complexificam mais o problema. Por
vam a informação no momento desses desenvolvimentos e pelos séculos outro lado, a chegada dos arquivos multimídia torna mais complexos do que
seguintes. Essas tecnologias também mudaram profundamente a socieda- nunca os arquivos eletrônicos (Bergeron 1992,53).
de em seu conjunto. Nós que vivemos sobre a terra nesse momento somos
Outros fatores importantes que contribuem para as mudanças funda-
testemunhas de desenvolvimentos que se desenrolam a uma velocidade
mentais nas teorias e nas práticas, quando se trabalha com os documentos
impressionante.
eletrônicos, são a dependência diante da mídia e dos aparelhos, a impossi-
bilidade de entrevistar os aparelhos, a volatilidade da informação, sua
Histórico recente
segurança e sua integridade, e a proliferação de formatos proprietários, de
Durante os anos de 1960 assiste-se à implantação de computadores
sistemas de exploração, de sistemas operacionais, de versões desses
nos governos e corporações mais importantes. Muito caros, esses apare-
sistemas operacionais, bem como o preço do desenvolvimento de tudo
lhos são sensíveis à temperatura e precisam ser instalados nos locais
isso.
talhados sob medida e com acesso controlado. Os computadores não são
muito “inteligentes”, mas o que interessa é que podem calcular com muita Breve, no espaço de trinta anos, a natureza da matéria de que tratam
rapidez. Somente hoje os computadores começam a ser capazes de tratar os arquivistas terá mudado radicalmente. Deve-se já distinguir o conceito
de atividades mais “inteligentes”. de suporte daquele de informação. Antes, como a informação estava sem-
pre integrada ao suporte, tratavam-se os dois ao mesmo tempo e pensa-
Ao mesmo tempo, as organizações de menor tamanho buscam a má- vam-se nos dois como sendo uma coisa só: um documento. Para adaptar a
quina de escrever elétrica, que se espalha durante os anos de 1960 e 1970. expressão de Negroponte (1995), antes tratavam-se dos átomos, hoje
Por volta do fim dos anos de 1970 assiste-se à chegada de aparelhos tratam-se dos bits.
dedicados ao tratamento de textos. Ainda uma vez, os preços são tão
elevados que somente as organizações bastante importantes têm condi- Questões atuais
ções de usar essas máquinas. Ao mesmo tempo, as máquinas de escrever Para os fins de nossa apresentação hoje, dividimos as questões em
eletrônicas chegam ao mercado, mas sua utilização não se torna muito cinco categorias: os documentos e seus suportes, a interconectividade, a
difundida em razão da chegada quase simultânea dos microcomputadores. normalização, a conversão e a preservação. Os documentos e seus supor-
tes: A tendência para a numerização faz com que quase a totalidade dos
O aparecimento dos microcomputadores em 1980 muda radicalmente o arquivos seja já criado em formato informático. É claro, pode-se encontrar
quadro tecnológico. O computador pessoal custa menos que um automóvel. exceções; entretanto, essa tendência é clara. Ora, o antigo papel pode
Hoje um computador custa muito menos que um carro e é capaz de execu- durar milhares de anos, mesmo em más condições. Pode-se maltratá-lo e
tar as importantes operações que os grandes computadores do tipo main- mesmo assim ler facilmente o texto que está relatado sobre o papel. Ao
frame não realizavam nos anos de 1960 e 1970. O novo ambiente, que se contrário, os suportes eletrônicos são muito instáveis, mesmo nas melhores
instala rapidamente, cria um problema de escala para os aparelhos admi- condições. A duração dos suportes eletrônicos é suficiente para muitas
nistrativos, que se vêem impossibilitados de seguir tantos desenvolvimen- situações, é claro, mas pouca para a conservação a longo prazo dos arqui-
tos. vos. O problema é tributário do fato de que nossa tendência é adotar, para
fins de gestão da informação, as tecnologias criadas para outros fins.
Por exemplo, a política do NARA ( National Archives and Records Ad-
ministration, nos Estados Unidos) sobre os arquivos ordinolingues está tão Para conjugar-se ao problema da longevidade dos suportes, tem-se re-
mal estabelecida (aproximadamente 25 anos após o começo da informati- corrido ao repiquage. Periodicamente, copia-se o sinal eletrônico sobre um
zação), que a chegada da microinformática nos obriga a interrogar sobre a suporte novo a fim de assegurar sua sobrevida. Todavia, hoje, os desenvol-
pertinência dessa política (Bergeron 1992,54). vimentos tecnológicos estão de tal forma rápidos, que esta prática não é
mais suficiente. Agora a mudança que precisa ser vista é a "migração", ou
Aliás, os exemplos de perdas de arquivos eletrônicos importantes se seja, a prática não somente de copiar um documento eletrônico antigo
multiplicam: os dados do recenseamento americano de 1960, a primeira sobre um suporte novo, mas também de o converter a uma versão mais
mensagem de correio eletrônico em 1964, os dados sobre as florestas do recente do sistema operacional empregado para o conceber, ou ainda em
Brasil capturadas por satélite nos anos de 1970, os dados da NASA, e um outro sistema operacional mais normalizado e capaz de o ler, a fim de
assim por diante. Os exemplos americanos são característicos da situação assegurar sua consultabilidade a longo prazo.
por toda parte do mundo.
A interconectividade, representada atualmente pela Internet e pelo
A situação hoje Word Wibe Web, acrescenta uma dimensão nova à problemática. Não
Atualmente a capacidade dos computadores muda de modo radical e somente pode-se conectar dois computadores via rede telefônica, mas vê-
muito velozmente, abalando assim os fundamentos teóricos do arquivismo. se hoje redes inteiras de computadores interligadas em uma vasta super-
Nós transferimos para o ambiente informatizado as políticas desenvolvidas rede em escala mundial. Vê-se nesse contexto do desenvolvimento da
para os documentos sobre papel, mas a complexificação das tecnologias e Infovia, numerosas vantagens para os depósitos dos arquivos: por exemplo,
a influência dessas últimas sobre nossos métodos de trabalho foram de tal a visibilidade, a difusão ampla das fontes, a facilidade de consulta pelos
ordem que essas políticas não são mais suficientes. O documento eletrôni- usuários, a possibilidade do teletrabalho para os arquivistas. Mas até onde
co tornou-se um conjunto de relações ou de trechos de informação, poden- deveria ir esta presença? Dever-se-ia contentar com informações gerais
do residir em diferentes arquivos (Bergeron 1992, 53). Por exemplo, o num resumo das fontes, ou seria melhor colocar em linha os instrumentos
relatório anual de uma companhia pode consistir em arquivos de texto, de pesquisa, os planos de classificação, os calendários de conservação, e
cada um redigido por uma pessoa diferente, empregando um processador eventualmente o texto inteiro de documentos manuscritos? Dever-se-ia
textual diferente num ambiente informático diverso. Pode-se encontrar na fornecer o acesso via as redes às nossas bases de dados, aos documentos
relação das fotos e outros gráficos criados com outros sistemas operacio- eletrônicos, às imagens de documentos manuscritos?
nais, assim como os quadros estatísticos criados com diferentes sistemas
Por outro lado, esse novo mundo nos apresenta um problema filosófi-
operacionais, e ainda gráficos gerados por outros sistemas, tudo reunido
co: sobre a Infovia, há uma verdadeira distinção entre arquivos numéricos e
em um documento eletrônico colocado em página para a impressão sobre
bibliotecas numéricas ( “ arquivos digitais” e “bibliotecas digitais”)? Se todos
papel ainda por outro sistema operacional, e ainda com uma versão diversa
os textos são conservados em formato eletrônico, em que a cópia original é
para ser instalada no Web. O leitor recebe um simples documento em
estocada num computador para consulta através das redes, ou seja, se um
papel, mas o arquivista responsável pelo documento eletrônico deve pensar
documento de arquivo torna-se um fichário informático e se um livro torna-
a organização para a armazenagem, a marcação e a preservação de todos
se também um fichário informático, podemos ainda distinguir as bibliotecas
esses arquivos, bem como a relação entre eles.
dos arquivos (Preserving digital information 1996, 7)? Esse problema de-
monstra a que ponto as mudanças tecnológicas são profundas.

Conhecimentos Específicos 67 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Nesse complexo contexto , os metadados, essas camadas de dados em torno de 18 milhões de certidões, ele custará 650 Go de espaço de
adicionais que utilizamos para descrever e organizar os dados contidos nos estocagem para registar somente as imagens desses dados, que não
documentos eletrônicos, ganham muita importância. Há múltiplos tipos de estarão ainda em formato de fichários manipuláveis para uso, sem falar nos
metadados: para a apresentação do documento (por exemplo, os sinais de trinta meses de trabalho para efetuar essa pesquisa (Lubkov 1997, 42).
estilos, de caracteres itálicos), para exprimir suas relações com outros
documentos (por exemplo, de linhas, de pontos), para exprimir a cataloga- Para disfarçar os problemas desses fichários de imagens que permitem
ção, a classificação, a indexação ( os pontos de acesso para o tema), para ao usuário ver a colocação de um texto na página, mas que não o permite
gerir o fichário informático (por exemplo, as informações técnicas concer- manipular os dados, desenvolve-se atualmente linguagens de descrição de
nentes ao formato do fichário), etc.. Porém, é sobretudo a normalização dos páginas. Isto acrescentou uma camada de metadados, permitindo afixar o
metadados que é de uma importância capital nesse contexto. Se se deseja texto com a sua colocação na página exigida, e substituirão, pode-se espe-
permitir o acesso a muita informação via redes, tem-se todo o interesse em rar, esses sistemas operacionais intermitentes tal como o Acrobat d’Adobe,
normalizar práticas de descrição e de organização, senão o usuário será que oferece uma colocação em página que exige muita memória informáti-
obrigado a aprender a linguagem de cada novo sistema com o qual deseja ca, mas que está sempre em forma de ficha não manipulável, como uma
trabalhar. telecópia.

Muitas iniciativas nesse sentido foram empreendidas, por exemplo, as Os problemas associados à imagem fixa e em movimento são ainda
Regras para a Descrição dos Documentos de Arquivos (RDDA, no Cana- mais importantes. A questão mais notável associada a esse gênero de
dá), a Encoded Archival Description (EAD, nos Estados Unidos), a Standart documentos é a dimensão dos fichários quando esses documentos são
Generalized Markup Language (SGML, norma ISO 8879), e a Duplin Core, informatizados. Para a imagem fixa, não há mais problema com as simples
a Wrawick Framework e seus sucessores (15 elementos de base para a imagens em preto e branco, mas cada pixel que compõe a imagem tem
comunicação de documentos em rede). Resta ainda muito trabalho a fazer, necessidade de muito mais profundidade para exprimir as cores, e assim
especialmente o aperfeiçoamento das normas e sua implantação universal mais memória informática. Para uma imagem em torno de 20 cm por 25 cm,
de forma independente dos sistemas operacionais e do material informáti- é preciso mais ou menos 1Mo de memória. Para a imagem em movimento,
co. O que nos permite ser otimistas é que, a longo prazo, seremos os sem compressão, necessita-se 40 Mo/imagens. A taxa de affichage do filme
conservadores de documentos altamente estruturados e onde as informa- é de 24 imagens/segundo, e do vídeo, 30 imagens/segundo. O custo em
ções concernentes à estrutura e à organização desses documentos "via- memória para estocar um filme de 90 minutos é então de 960 Mo por
jem" através das redes com os documentos como parte integrante de tudo segundo de filme, e então de 59,6 Go por minuto e de 3,5 To/hora, ou seja,
isso, não importando onde estão os diversos destinatários eletrônicos pelo aproximadamente 5 To por 90 minutos de filme.
mundo afora. Com a sistematização das práticas, passa-se de um mundo
tecnológico caótico a um mundo ordenado. A título de exemplo do que estes algarismos representam em um caso
concreto, pode-se notar que o sistema “Cineon de Kodak”, um dos poucos
Para chegar a um mundo no qual toda a informação está em formato sistemas disponíveis para a numeração da imagem em movimento, neces-
eletrônico e acessível a quem possua um computador e uma ligação com sitaria de 33 grossos cassetes para estocar este filme, ao custo de 13.000 $
as redes, precisaria considerar a conversão maciça dos fichários já existen- US pela fita magnética somente! Além disto, o sistema necessitaria de 110
tes, senão não se poderia consultar as informações mais recentes. Como horas para converter a imagem em movimento do formato analógico ao
assinalava Clifford Lynch, este importante observador das atividades das formato numérico. Isto se traduz por mais de uma hora de tratamento por
grandes redes, se se confia nas informações disponíveis em linha, teremos minuto de filme. Não falamos ainda de custos de tratamento. E com tudo
a impressão de que a história da raça humana sobre a terra começou em isso, seria necessário transplantar cassetes em dez ou vinte anos para
1970. Que fazer então com as informações acumuladas em nossos depósi- evitar a perda de todo esse trabalho!
tos depois de séculos?
Como os suportes numéricos não são confiáveis para a conservação a
longo prazo, enaltece-se às vezes a impressão sobre papéis do código
É preciso demonstrar se a conversão dos fichários existentes é desejá-
informático codificado em algarismos 1 e 0, em razão das propriedades de
vel, se ela é necessária, se ela é possível. No momento, entretanto, há
conservação a longo praz do papel. Mais tarde um sistema operacional de
obstáculos importantes, especialmente as infra-estruturas atuais, o estado
reconhecimento ótico de caracteres lerá o código para reconstituir o fichário
das tecnologias e os custos necessários. Tomemos por exemplo o estado
informático. Para a imagem em movimento, esta prática não será nada
dos numériseurs e os sistemas operacionais de reconhecimento ótico de
prática, pois um cálculo rápido nos dá os algarismos seguintes, baseados
caracteres (ROC). O alvo desses últimos é permitir a conversão de docu-
sobre um sistema que permite a resolução comandada de 320 milhões de
mentos impressos sobre papel e fichários tratáveis por computador e isso a
pixels por imagem: a 24 imagens/segundo, serão necessários aproximada-
custo abordável. Mas os melhores sistemas operacionais atuais não fazem
mente 8 bilhões de pixels/segundo de filme 35mm. No ritmo de 6000
prova de uma taxa de resultados além de 97% ou 98% (Linke 1997, 70).
bits/página (quando se datilografa com entrelinha simples, calcula-se 3000),
Em princípio, isso pode parecer muito elevado, mas quando se considera
contaremos 5600 páginas (uma pilha de aproximadamente 5m) por cada
que aquilo se traduz por cerca de trinta erros por folha A4 datilografada em
segundo de filme, e portanto 180 m3 por minuto de filme, vale dizer, 16 km
espaço duplo, compreende-se facilmente que a intervenção humana é
de espaço para estocar nosso filme de 90 minutos! Decididamente, não se
necessária para efetuar a correção de cada página antes que a possamos
poderá considerar a numeração das coleções de imagem em movimento
considerar como consultável.
antes de encontrar maneiras mais econômicas de estocar os fichários
assim criados.
Por outro lado, seria necessário prever muitas vezes não apenas a
conversão de textos em octetos, mas também uma restruturação dos Considerando a preservação e a conservação dos arquivos eletrônicos,
dados. Por exemplo, um fichário de informação estocado sobre fichas de podemos nos voltar um pouco para as conclusões do grupo de trabalho
cartão tomará sem dúvida a forma de uma base de dados. É preciso não sobre a preservação dos arquivos numéricos (Preserving digital information
somente prever os campos evidentes nas estruturas, mas também de 1996, 37). Este grupo de trabalho conclui que a responsabilidade primeira
outros para acomodar a informação analógica e aquela que pode ser a- para a informação numérica permanece com os criadores, os fornecedores
crescentada à mão sobre as fichas, senão há perda de informações. e, eventualmente, os proprietários. Além disso, o grupo enaltece a criação
de uma infra-estrutura muito profunda (deep infrastructure) capaz de supor-
Consideremos igualmente o caso da dimensão dos fichários de ima- tar um sistema distribuído de dados. Na disposição de uma tal estrutura,
gens de páginas, fichários onde o texto não é tratável por computadores, criar-se-á um processo de certificação de organizações capazes de estocar,
mas que se pode ler sobre uma tela. A uma resolução de 400 pontos por de migrar e abastecer o acesso às coleções numéricas. Estas organizações
polegada (ppp), se conta em torno de 85Ko/página. Porém, quando melho- certificadas teriam o direito legal de intervir pela salvaguarda de documen-
ra-se a resolução para 600 ppp, ele nos custa em espaço de estocagem tos depositados alhures, em caso de perigo de destruição, seja por uma
cerca de 500 Ko/página. Para atender a resolução do microfilme, precisaria ameaça física à integridade dos documentos, seja por uma mudança de
escanear a 1000 ppp. A título de exemplo desse problema à escala de um políticas de conservação em outro lugar, devido à privatização de um
arquivo, nota-se que para contar o estado civil dos habitantes de Québec, arquivo, por exemplo.

Conhecimentos Específicos 68 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Obstáculos à automação ção, seja por sua instituição como arquivos permanentes. Nossos métodos,
Nesta parte, resume-se brevemente alguns obstáculos atuais à auto- nossos processos, nossas práticas, nossas normas serão estabilzadas
mação dos arquivos. Em nível das infra-estruturas, a banda freqüentada eventualmente. O turbilhão tecnológico no qual nos encontramos atualmen-
terá necessidade de ser acrescida consideravelmente antes que se possa te dará lugar aos métodos normalizados, sobre os quais trabalhamos
responder convenientemente às necessidades dos usuários cujo número atualmente.
não cessa de crescer. Devemos prever eventualmente o acesso universal à
Internet e seus sucessores, como é o caso do correio à escala internacio- No que concerne aos computadores, esses instrumentos de trabalho
nal, ou ainda do telefone. Lembremos que no momento somente uma tão importantes à nossa vida, veremos bem eventualmente a chegada de
ínfima parte da população global está em linha, e que mesmo nos países computadores melhor “educados” para responder a nossas necessidades.
industrializados falamos apenas de dez ou quinze por cento da população. Eles serão capazes de detectar um problema de funcionamento que expe-
rimentamos, por exemplo, e intervir de maneira interativa para nos apontar
A questão da “prisão ASCIL”, expressão de Mitchell Kapor para desig- as soluções possíveis. Veremos disponíveis em linha de demonstrações
nar o problema das línguas não inglesas que lutam para ostentar suas vídeo para nos mostrar como executar tal função, como executar tal tarefa,
marcas diacríticas no meio informático, é extremamente importante no efetuar tal manobra informática. Além disso, o desenvolvimento de tipos de
contexto das redes. A “consortium Unicode” trabalha há vários anos para memória viva e morta que não se apagam automaticamente ou que não se
desenvolver um código informático que dê conta de todas as línguas escri- corrompem em função de uma falha de eletricidade nos permite assuager
tas, mas esse código toma 16 bits de memória para cada caracter compa- nossos temores psicológicos face a nossas relações com esses instrumen-
rado a 7 ou 8 para os dados codificados em ASCIL, e os produtores de tos que têm uma importância tão grande em nossas vidas. Veremos even-
sistemas operacionais não os adotam muito rapidamente. Todavia, com o tualmente a automatização de procedimentos de salvaguarda, de formação
desenvolvimento das soluções a baixo custo dos problemas de estocagem de usuários, de migração de dados e de outras funções arquivistas. Final-
e de tratamento, este problema importante vai, sem dúvida, ser solucionado mente, com o tempo assistiremos sem dúvida ao desenvolvimento de
num futuro não muito distante. Um passo importante: a “World Wide Web suportes informáticos tão inabaláveis quanto o velho papel.
Consortium” vem de anunciar (julho 1997) a publicação da primeira versão
de trabalho da HTML 4, a qual adota como jogo de caracteres a “Unicode”. Terminando, será bom lembrar que nós nos encontramos atualmente
no meio desse turbilhão tecnológico, que o papel que representamos neste
Ao nível dos suportes físicos, o obstáculo principal é sua instabilidade. momento é de uma grande importância histórica, pois é a presente geração
É necessário encontrar soluções neste nível para evitar que estejamos de arquivistas que assegura a transição entre dois mundos tecnológicos
eternamente condenados a substituir a intervalos relativamente curtos a fundamentalmente diferentes um do outro. É na gestão dessa transição que
totalidade de arquivos que possuímos. No momento, não há nada além de nós podemos tirar vantagem de nossas atividades para os próximos anos.
tecnologias experimentais, mas é preciso crer que o problema será resolvi- * Tradução de Andréa Araújo do Vale, Carla da Silva Miguelote e Reja-
do eventualmente. Passa-se sob silêncio os problemas de deterioração ne Moreira.
química e biológica.
Ao nível do endocage, assinalemos os problemas de integridade e au- PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
tenticidade dos dados. Os arquivistas precisam ter confiança de que os Procedimento administrativo
documentos informáticos dos quais eles têm a guarda não podem ser ALVARO LAZZARINI
alterados, e que o documento que eles oferecem aos usuários por consulta 1. Introdução
é o mesmo que eles receberam por arquivo. É recomendável a instauração de procedimento administrativo adequa-
do, como mais adiante se verá, toda vez que seja verificada a ocorrência,
Ao nível dos sistemas operacionais, tem-se a necessidade de desen- mesmo em tese, de uma falta disciplinar.
volver os sistemas melhor integrados às necessidades dos arquivistas e
dos usuários, tanto ao nível das linhas diretas entre os sistemas de gestão A providência documenta que o órgão superior não está inerte, que não
e documentos quanto ao nível da interação pessoa-máquina. Visto desta coonesta eventual quebra de deveres funcionais de seus subordinados;
última perspectiva, os sistemas operacionais disponíveis atualmente são documenta, enfim, que o órgão superior busca a moralidade administrativa.
bastante penosos, não recorrem senão de maneira muito primitiva aos
Essa providência demonstra que a Administração Pública está vigilante
aparelhos cognitivos dos usuários.
sobre as atividades dos seus órgãos inferiores, exercendo uma fiscalização
constante, ou seja, a fiscalização ordinária, como fator fundamental de
Como vimos, a conversão dos fichários permanece um problema im-
harmonia no funcionamento da Administração.
portante por várias razões. Podemos assinalar particularmente as dificulda-
des de conversão de fichários de ordem técnica e aqueles de ordem eco- Enfim, faz retomar a confiança que o administrado deve ter da Adminis-
nômica. Além disso, teríamos vantagem em considerar como inaceitável a tração Pública, como fator de inequívoco equilíbrio social. Há, como sabido,
prática atual de versar os dados nos sistemas de informação sem controle descontentamento popular, quando não mais acreditam, não confiam nas
de qualidade, ao dizer que se fará correções mais tarde. Muito freqüente- autoridades públicas que, com paternalismo ou não, procuram acobertar
mente vimos que as condições econômicas não permitem essas correções. seus servidores que se envolvem em atos menos dignos, com evidente
As pessoas que administram os orçamentos têm a impressão de que os quebra de deveres funcionais.
trabalhos estão completos, e são os usuários que sofrem a utilização des-
ses dados não verificados e não corrigidos. Como é o caso em qualquer Não podemos esquecer que o cumprimento normal e corrente dos de-
ouro lugar, o controle de qualidade é importante no arquivamento de dados veres corresponde à rotina funcional desenvolvida pelos servidores públicos
eletrônicos. em geral. Há, porém, aqueles que se mostram exemplares no cumprimento
de seus deveres funcionais. Destacam-se, positivamente, porque desem-
Terminando, analisaremos o problema considerável da pilha de fichá- penham ditos deveres com consciência e boa-vontade, procurando melho-
rios necessária para a estocagem de imagens em movimento quando estas rar os métodos de trabalho, para melhor alcançar os objetivos comuns da
últimas são numerosas, os problemas arquivísticos associados à compre- sua repartição. Quem assim se houver é digno de recompensas, como
ensão de imagens para melhor estocá-las, o trabalho considerável requeri- louvores, elogios, medalhas, prêmios pecuniários, promoção por mereci-
do para efetuar os trabalhos de conversão, os custos implicados nesse mento, etc.
processo, e o problema ao nível da infra-estrutura incapaz de tratar conve-
nientemente esses enormes fichários. Ao contrário, há os que se destacam negativamente, isto é, aqueles
que se tem com quebra no cumprimento dos seus deveres funcionais,
Soluções a longo prazo Apesar dos numerosos e importantes proble- fazendo surgir, então, a infração disciplinar, a transgressão disciplinar, a
mas associados atualmente aos arquivos automatizados, podemos ainda falta disciplinar, o ilícito disciplinar, como quer que se denomine tal quebra
assim esperar ver melhoras consideráveis a curto, médio e longo prazo. A do dever, a ser reprimida pelo detentor do “Poder Disciplinar”, mediante
importância dos trabalhos em curso nos deixa crer que se verá o controle sanções, ou seja, penas ou punições, a serem impostas, em regra, por
dos dados desde sua criação até sua disposição eventual, seja por elimina- meio de regular procedimento administrativo disciplinar.

Conhecimentos Específicos 69 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Mas, cumpre ressaltar, mormente para os espíritos mais desavisados, vérsia, do teleológico e do formal, do ato e da função, do procedimento
que a disciplina não se mantém, tão-só, com a aplicação de sanções disci- como gênero e processo como espécie, da colaboração dos interessados, e
plinares. O exemplo do chefe que dá tudo de si para o exato desempenho do contraditório, com isso, demonstra que “O rol dos critérios comumente
da repartição é fator importante para ter subordinados coesos e eficientes invocados para distinguir procedimento e processo revela não só o empe-
em suas atividades funcionais. Em outras palavras, serão funcionários nho científico de administrativistas e processualistas na caracterização de
dedicados ao serviço público, como tal disciplinados. cada uma das figuras, mas também a própria evolução da matéria, no rumo
da valorização procedimental, da mais precisa noção de processo e da
De outra parte, não pode ser esquecida a lição de administrativistas i- idéia da existência de processualidade no exercício de todos os poderes
lustres – e que tem paralelo nos ensinamentos da psicologia –, segundo a estatais. Essa evolução culmina, principalmente, na concepção do proce-
qual recompensas e sanções disciplinares são os meios clássicos para dimento-gênero, como representação da passagem do poder em ato.
manter a disciplina em qualquer instituição.
Nesse enfoque, o procedimento consiste na sucessão necessária de
Mas, de qualquer modo, deve ser lembrado nesta oportunidade que, atos encadeados entre si, que antecede e prepara um ato final. O procedi-
enquanto recompensas ficam à discrição do administrador, ou seja, do seu mento se expressa também na cooperação de sujeitos, sob prisma contra-
poder discricionário, a aplicação de sanção disciplinar, não significa, em ditório. (...) A despeito do difundido uso do termo ‘procedimento’ no âmbito
absoluto, a possibilidade de deixar de punir o faltoso, o transgressor dos da atividade administrativa – continua Odete Medauar –, mais adequada se
deveres funcionais. Ao faltoso, como tal considerado o servidor que prati- mostra a expressão ‘processo administrativo’.
cou o ilícito administrativo disciplinar, a imposição de pena é obrigatória,
pois é delito, definido como de condescendência criminosa (artigo 320 do A resistência ao uso do vocábulo ‘processo’ no campo da Administra-
Código Penal e artigo 322 do Código Penal Militar), deixar o funcionário, no ção Pública, explicada pelo receio de confusão com o processo jurisdicio-
caso o superior hierárquico competente, por indulgência, de responsabilizar nal, deixa de ter consistência no momento em que se acolhe a processuali-
subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe dade ampla, isto é, a processualidade associada ao exercício de qualquer
faltar competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade compe- poder estatal. Em decorrência, há processo jurisdicional,processo legislati-
tente. vo, processo administrativo; ou seja, o processo recebe a adjetivação
provinda do poder ou função de que é instrumento. A adjetivação, dessa
Daí a importância de que se conheça o devido processo legal, no âmbi- forma, permite especificar a que âmbito de atividade se refere determinado
to do Direito Administrativo, para que se possa usar convenientemente o processo. (...) No ordenamento pátrio – finaliza Odete Medauar – a Consti-
poder disciplinar, como instrumento adequado para o aperfeiçoamento tuição Federal de 1988 adotou a expressão ‘processo administrativo’ ou
progressivo do serviço público. utilizou o termo ‘processo’, o que significa não só escolha terminológica,
mas sobretudo reconhecimento do processo nas atividades da Administra-
2. Processo administrativo ou procedimento administrativo ção Pública, como demonstram, de forma clara, quatro dispositivos, princi-
Surge, agora, velha disputa em saber-se qual a locução correta, ou se- palmente o inc. LV do art. 5º: ‘Aos litigantes, em processo judicial ou admi-
ja, se há um verdadeiro processo administrativo ou um procedimento admi- nistrativo, e aos acusados, em geral, são assegurados o contraditório e a
nistrativo. ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes’; o inc. LXXII do art.
5º: ‘conceder-se-á habeas data... b) para retificação de dados quando não
Hely Lopes Meirelles, cuidando da questão, atesta ter sido Aldo M. se prefira fazê-lo por processo sigiloso judicial ou administrativo; o inc. XXI
Sandulli, no seu Il Procedimento Amministrativo, o sistematizador da “teoria do art. 37: ‘ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
do procedimento administrativo”, lembrando também que “os autores de serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
língua castelhana ora empregam a palavra ‘procedimento’ no sentido de licitação pública...’, o § 1º do art. 41: ‘O servidor público estável só perderá
processo administrativo, ora no de procedimento administrativo propriamen- o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou mediante
te dito, o que exige do leitor a devida atenção para fazer a distinção neces- processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa’”.
sária, uma vez que para nós processo e procedimento têm significado
jurídico diverso”. Sem embargo dessa escolha pelo constituinte federal de 1988, o cons-
tituinte paulista de 1989, por sua vez, optou pelo termo “procedimento”,
Por sua vez, José Cretella Júnior salienta que “processo designa enti- embora utilize também “processo”, quando, no seu artigo 4º, dispôs que
dade que, em natureza, ontologicamente, nada difere da que for procedi- “Nos procedimentos administrativos, qualquer que seja o objeto, observar-
mento, podendo-se, quando muito, quantitativamente, empregar aquele se-ão, entre outros requisitos de validade, a igualdade entre os administra-
para mostrar o conjunto de todos os atos, e este para designar cada um dos e o devido processo legal, especialmente quanto à exigência da publi-
desses atos: processo é o todo, procedimento as diferentes operações que cidade, do contraditório, da ampla defesa e do despacho ou decisão moti-
integram esse todo”. vados”.

Bem por isso, Edmir Netto Araújo afirma que José Cretella Júnior “não Como se verifica, conquanto não haja óbice científico ao uso do termo
atribui maior importância à distinção entre ‘processo’ e ‘procedimento’”, e, “processo administrativo”, mais difundido está o uso do termo “procedimen-
após examinar o tema, deu a sua posição no sentido de que, no “campo to administrativo”, como gênero do qual, em matéria disciplinar, há espécies
específico do ilícito administrativo e seu processo, e em sentido estrito, como o “processo administrativo” para apuração das faltas disciplinares
preferimos denominar processo aquele procedimento que prevê, em sua mais graves – no regime jurídico dos militares, tem o nome de “Conselho de
estrutura, o diálogo manifestado pelo contraditório, que é a bilateralidade de Justificação” (para oficiais) e “Conselho de Disciplina” (para praças) – e
audiência, ou a ciência bilateral dos atos do processo e a possibilidade de Inquéritos Administrativos, Sindicâncias, Averiguações, etc., para as faltas
impugná-los. Por sua vez, seriam procedimentos as formalizações de disciplinares menos graves.
passos escalados em seqüência lógica, em direção ao objetivo formal
(‘produto’ formal, ‘provimento’ formal) visado, sem a previsão do contraditó- Daí por que, sem maior preocupação de tecnicismo processual, usare-
rio na respectiva estrutura. Como se vê – concluiu Edmir Netto de Araújo –, mos os vocábulos “procedimento administrativo”, “procedimento administra-
esse sentido estrito de processo administrativo enquadra quase que so- tivo disciplinar” ou, simplesmente, “procedimento disciplinar”, lembrando,
mente o processo administrativo disciplinar (ou funcional), pelo qual são finalmente, que a Escola Paulista da Magistratura, órgão do Poder Judiciá-
apresentados os ilícitos administrativos de maior gravidade, constituindo rio do Estado de São Paulo, optou por “procedimento administrativo” no
simples procedimentos os demais meios de verificação”. curso de iniciação funcional dos novos juízes substitutos aprovados no 167º
Concurso de Ingresso à Magistratura do Estado de São Paulo.
Sistematizando, no Brasil, a temática em exame, ou seja, a controvér-
sia terminológica e substancial do “processo ou procedimento administrati- Mas, de qualquer modo, é necessário, novamente, invocar Odete Me-
vo”, Odete Medauar, em monografia específica sobre “A Processualidade dauar ao concluir sobre “A Processualidade no Direito Administrativo” que
no Direito Administrativo”6, após estudar os critérios da amplitude, da “O processo administrativo representa garantia de direitos ou direito instru-
complexidade, do interesse, do concreto e do abstrato, da lide, da contro- mental quanto ao indivíduo (...). Além do mais, associa-se à concepção de

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Estado democrático de direito e aos princípios constitucionais da Adminis- da jurisdicionalização, sob pena de, eventualmente, vir a ser anulada a
tração, como corolário e veículo de sua expressão”, como também Edmir sanção disciplinar, como, por exemplo, quando houvesse preterição do
Netto de Araújo, por sua vez, lembra que “O ordenamento coloca à disposi- direito de defesa. Predomina hoje o entendimento, entre os estudiosos do
ção da Administração meios ‘mais formais’ e ‘menos formais’ para a apura- Poder Disciplinar, de estar vedado a aplicação de sanção disciplinar pela
ção do ilícito administrativo, cuja utilização se relaciona diretamente com a “verdade sabida”, diante da norma constitucional do artigo 5º, inciso LV, da
gravidade da falta e da correspondente penalidade. Esses meios devem ser Constituição da República, que assegura e exige que, nos processos
utilizados, garantindo-se a ampla defesa ao indiciado, pois ‘ninguém pode administrativos, ao acusado em geral sejam deferidos o contraditório e a
ser condenado sem ser ouvido’, sem que lhe seja proporcionada oportuni- ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, com o que se
dade de defesa”. desnaturou, por completo, a “verdade sabida”.

2.1. Estrutura 3. Do direito à ampla defesa no procedimento administrativo


Quanto à sua estrutura, e no dizer autorizado de Odete Medauar, todo Como se verifica, o artigo 5º, inciso LV, da Constituição da República,
processo administrativo, dentre outras que não interessam ao presente pondo fim à antiga discussão que existia ao tempo do artigo 153, § 15, da
exame, tem uma “fase introdutória ou inicial, integrada por atos que desen- revogada Constituição da República (1969), previu, expressamente, o
cadeiam o procedimento; o processo administrativo pode iniciar-se de ofício “direito de defesa” nos processos administrativos em geral.
ou por iniciativa de interessados (particulares, individualmente ou em grupo,
e servidores para pleitear direitos, por exemplo)”, mesmo porque o proce- Dessa forma, podemos dizer que esse direito de defesa é o fulcro, o
dimento administrativo está jurisdicionalizado. Vale dizer que o “procedi- cerne de todo procedimento disciplinar.
mento administrativo disciplinar, atualmente, está jurisdicionalizado, isto é, É a faculdade do acusado ter vista, ter conhecimento da acusação, po-
o poder disciplinar deve exercer-se dentro de determinadas formalidades, dendo rebatê-la, produzindo prova pertinente. Realmente, tem o servidor
como sejam, o contraditório, o direito de defesa, a motivação da pena, a tido por faltoso, o direito público subjetivo de, diante de uma acusação,
competência do julgador, a proibição de castigar-se tendo por base docu- apresentar, em querendo, defesa ampla, na qual poderá valer-se dos meios
mentos secretos, enfim tudo que possa ferir a garantia constitucional, no de prova pertinentes, isto é, que sejam aptas a demonstrar aquilo que
que toca à apenação de qualquer indivíduo”. venha a alegar em prol dos seus direitos e interesses.
Como pondera Hely Lopes Meirelles, não basta o acusado ser ouvido
A aplicação da pena disciplinar, já se disse anteriormente, sujeita-se a em simples declaração para dizer-se observado o direito de defesa.
um procedimento administrativo, qualificado de disciplinar, porque deve
haver um encadeamento de operações ordenadas que objetivam a regular Essa declaração, via de regra, reduzida a termo, quase sempre inibe
apuração da conduta do faltoso, como também, em sendo o caso, a sua psicologicamente o acusado, que se vê frente a frente com superiores
apenação disciplinar. hierárquicos, dentro de salas onde reina austeridade amedrontante, onde
nem sempre aquilo que foi declarado fica registrado corretamente no termo
2.2. Jurisdicionalização que esteja sendo lavrado. Há o temor reverencial em grande parte das
Tal procedimento disciplinar envolve uma verdadeira jurisdicionaliza- situações. O acusado declara o que não devia declarar, confunde-se em
ção, ou seja, deve ser exercido dentro de determinadas formalidades, respostas onde não devia confundir-se; enfim, pode ser levado a responder,
como, por exemplo, a observância do direito de defesa, com vistas ao pode ser conduzido, induzido a declarar ou a seu favor ou, então, a seu
contraditório, a motivação de pena disciplinar, como anteriormente focaliza- desfavor. Daí por que mister se torna dar ao acusado a oportunidade e
da, a proibição de castigar-se tendo por base documentos secretos, enfim, liberdade de produzir defesa escrita, com prazo razoável para arquitetá-la
todas aquelas formalidades que possam fazer prevalecer as garantias como entenda de seu interesse e direito. Só então poderá ser dito que ao
constitucionais referentes à apenação de qualquer indivíduo. acusado foi dada a possibilidade de ampla defesa. E note-se que, nem por
Essa jurisdicionalização deve estar presente em qualquer das modali- isso, estará o detentor do “Poder Disciplinar” inibido de apurar a verdade
dades de procedimentos disciplinares, solenes ou sumários. real. O superior hierárquico, com efeito, tem todos os meios ao seu alcance
– muito mais do que o acusado, bastando querê-lo – para bem apurar a
São solenes o processo administrativo (também, conhecido por inquéri- conduta faltosa. Basta pôr em funcionamento o instrumental administrativo
to administrativo), a que se sujeita o funcionário civil toda vez que a pena que tem em mãos, e certamente apurará a verdade real, aceitando ou não
demissória seja a prevista para a sua falta, e o denominado conselho de a versão do acusado. Basta, portanto, que não se contente com a verdade
disciplina, previsto para as praças das corporações militares para apurar se formal, aprofundando-se, pois, na pesquisa do ocorrido.
o acusado, por seu comportamento, está ou não moralmente incapacitado
para continuar a servir em suas fileiras. Essa modalidade não admite a 3.1. Portaria inicial no procedimento administrativo e a ampla defesa
preterição de formalidades previstas na lei ou regulamento que estabeleça A portaria inicial é essencial ao regular exercício do Poder Disciplinar.
o regime jurídico disciplinar, sob pena de levar à irremediável nulidade do Na sua falta, viciado fica o “procedimento administrativo disciplinar”, hoje
ato sancionador final, salvo se não houver influído na apuração da verdade jurisdicionalizado a teor do artigo 5º, inciso LV, da Constituição da Repúbli-
substancial ou, diretamente, na decisão do procedimento, o que será sem- ca. Sob pena de nulidade da sanção administrativa, exige-se uma formal
pre uma incógnita a ser decidida, em última instância, pelo Poder Judiciário. portaria de iniciação do procedimento administrativo disciplinar. Isso evi-
dencia, em sede de procedimento administrativo, o mesmo que ocorre com
São sumários aqueles procedimentos disciplinares que independem de a petição inicial do processo civil e com a denúncia do processo criminal, ou
maior solenidade na apuração da conduta faltosa, como sejam as sindicân- seja, a peça vestibular há de existir formalmente, sob pena de não-
cias ou a aplicação da penalidade pela denominada “verdade sabida”. A atendimento da prerrogativa de toda e qualquer pessoa em saber do que,
apuração sumária não tem forma nem figura de juízo, embora tudo reco- oficialmente, está sendo acusada para defender-se e promover o contradi-
mende a observância, ainda que mitigada, do iter legal previsto para o outro tório, como previsto no art. 5º, inciso LV, da vigente Constituição de 1988 e
procedimento, com o quê garantida estará a sua jurisdicionalização para o art. 4º da vigente Constituição Estadual de São Paulo de 1989. Tanto isso é
exato exercício do “Poder Disciplinar”, tudo sem se esquecer da natureza verdade que a Escola Paulista da Magistratura editou a obra Procedimento
sumária da apuração da conduta faltosa. Administrativo Disciplinar no Poder Judiciário – Teoria e Prática, de autoria
do experiente jurista e magistrado Rui Stoco e na qual enfatizado ficou, por
2.2.1. VERDADE SABIDA mais de uma vez, que “Exige-se que se instaure o procedimento principal
Merece maior apreciação a aplicação de sua disciplinar pelo que se através de portaria, como ocorre na esfera criminal, podendo-se fazer
convencionou dizer de “verdade sabida”. Na realidade, tratava-se de um correlação, de modo que o inquérito está para a sindicância assim como o
procedimento mais que sumário, sumaríssimo, pois a legislação autorizava processo administrativo está para a ação penal”.
que o faltoso fosse punido disciplinarmente, desde que a autoridade com-
petente tivesse conhecimento pessoal e direto da falta de que deverá Rui Stoco, em outra passagem da sua citada obra, na p. 27 advertiu
decorrer a pena disciplinar, como, em outras palavras, define o artigo 271, que
parágrafo único, do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de “A portaria está para o processo administrativo como a denúncia está
São Paulo. Porém, mesmo assim, não podiam ser esquecidos os princípios para o processo criminal. Deve conter todos os dados de qualificação do

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agente infrator, os fatos e suas circunstâncias e o fundamento legal. Arrola- Gilberto Passos de Freitas e Vladimir Passos de Freitas, no clássico
rá as testemunhas de acusação e, se houver, o nome de quem denunciou o comentário a essa lei, lembram que “O inquérito administrativo será iniciado
servidor, para que, também este, seja ouvido em audiência”. por Portaria”.

O Egrégio Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 9 Não seria, assim, um mero despacho de expediente: “Solicitem-se in-
de outubro de 1991, sendo relator o eminente Desembargador Ney Almada, formações ao acusado”, como já se viu diante da representação. Necessá-
em julgamento de Mandado de Segurança nº 13.213-0/2, de São Paulo, rio era que ato formal determinasse a instauração do devido procedimento
decidiu que “A sindicância ou o processo disciplinar para a apuração de administrativo disciplinar, ou seja, do devido processo administrativo legal,
falta cometida pelo servidor público deve iniciar-se através de portaria de em face da representação.
autoridade administrativa, pois trata-se de formalidade obrigatória cuja
omissão importa nulidade dos atos praticados por afronta aos princípios do Oferecidas as informações do acusado, cumpria à autoridade compe-
contraditório e da ampla defesa” (Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 674, tente decidir se instaurava ou não o devido e legal procedimento adminis-
p. 97-101). trativo disciplinar, delimitando em regular e formal portaria a acusação,
como ocorre, insisto, em qualquer procedimento disciplinar envolvendo
O venerando acórdão tem a sua ementa transcrita por Rui Stoco, servidores públicos civis.
quando cuida da Portaria – Formalidade obrigatória para início do procedi-
mento (op. cit., p. 159). Aliás, e a título de argumentação, quanto aos servidores públicos mili-
tares estaduais, após inúmeras anulações de sanções disciplinares por
Dele consta, também, voto vencedor do eminente Desembargador Al- parte do Egrégio Tribunal de Justiça, a Administração Policial Militar de São
ves Braga que, em excelente e fundamentado estudo envolvendo servidor Paulo orientou-se no sentido de que, quando a conduta faltosa não seja
cartorário extrajudicial – o mandado de segurança foi impetrado contra ato apontada em regular comunicação de superior hierárquico militar, há ne-
do Corregedor Geral da Justiça –, afirmou que “A sindicância, ou o proces- cessidade de ato formal para a instauração do devido procedimento admi-
so disciplinar, deve se iniciar com a portaria da autoridade administrativa, nistrativo disciplinar e isto após as informações escritas dos acusados, tudo
não suprindo sua falta a menção a representação escrita do terceiro que para compatibilizar os seus regulamentos disciplinares – há o dos policiais
pede providências e menos ainda o termo de declarações por ela presta- militares e o das policiais femininas – ao novo ordenamento jurídico consti-
das. A ausência dessa peça inicial, que dá existência legal à sindicância ou tucional de 1988, conforme orientação jurisprudencial do Tribunal de Justiça
processo disciplinar, não é mera irregularidade. Afronta o princípio do de São Paulo, do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal
devido processo legal e, conseqüentemente, implica em nulidade dos atos Federal.
praticados. O princípio se insere nas garantias constitucionais. Vale aqui a
advertência deste E. Plenário – continuou o eminente Desembargador Os procedimentos, aliás, estão disciplinados nas Instruções do Proces-
Alves Braga naquele seu voto vencedor – no MS 213.314, relatado pelo so Administrativo da Polícia Militar, ou seja, no I-16-PM da Corporação,
Des. Acácio Rebouças. Transcrevo as palavras de S. Exª.: ‘Deviam os aprovado por ato de 2 de dezembro de 1993 do Comandante-Geral, consi-
juízes ter excepcional cuidado quando se aventuram pelo Direito Adminis- derando-se pública a instauração de sindicância só “após publicação da
trativo, porque facilmente se convertem em contestador das garantias portaria em boletim ou afixação, por três dias consecutivos, no quadro
constitucionais e, se não for criticado e escandido, logo porá por terra todas principal de avisos da OPM” (Organização Policial Militar), nos termos do
as garantias democráticas’. seu art. 68, parágrafo 2º.Quanto ao processo disciplinar sumário, igualmen-
te, exige-se portaria (art. 139, parágrafos 1º e 2º), sendo que esse ato
Quando as garantias constitucionais entram em jogo – são discutidas e administrativo para os Conselhos de Disciplina, destinado às praças, por
minimizadas entre sorrisos céticos e novidades doutrinárias, – deviam os força de norma legal, tem o nome de Ofício de Convocação, enquanto que
juízes advertirem-se do perigo que representa o administrativista improvi- nos Conselhos de Justificação, destinado aos oficiais, a acusação é do
sado e sua ardorosa preocupação de dar sempre cobertura jurídica a todos Comandante Geral e deve ser formalizada em representação contra o
os atos da Administração”. oficial (art. 211, parágrafo 1º).

O moderno Direito Administrativo, com efeito, não mais se preocupa 3.2. Da competência no procedimento administrativo e a ampla defesa
em “dar sempre cobertura jurídica a todos os atos da Administração”, salvo A competência para a prática do ato punitivo deve resultar da lei, sendo
se o for por administrativista improvisado. Na sua excelente obra, O direito por ela delimitada. Já se disse que competente para a prática de um ato
administrativo em evolução, Odete Medauar conclui que o “Momento revela administrativo é quem a lei assim o indique e não aquele que se julgue
mudanças que vêm se realizando no Direito Administrativo no sentido de competente. Lembre-se que competência, como requisito de validade do
sua atualização e revitalização, para que entre em sintonia com o cenário ato administrativo, é o somatório de poderes atribuídos ao agente público
atual da sociedade e do Estado. para o regular desempenho de suas funções específicas. Em matéria
disciplinar, será sempre do órgão, singular ou coletivo, previsto em lei ou
Algumas tendências podem ser extraídas: regulamento disciplinar.
a) desvencilhamento de resquícios absolutistas, sobretudo no aspec-
to da vontade da autoridade impondo-se imponente; O órgão poderá ter mera ação disciplinar, como, por exemplo, as co-
b) absorção de valores e princípios do ordenamento consagrados na missões sindicantes ou processantes, os conselhos de disciplina, etc.
Constituição; Poderá, ainda, ter o verdadeiro poder sancionador, isto é, o poder-dever de
c) assimilação da nova realidade do relacionamento Estado- aplicar a sanção disciplinar.
sociedade;
d) abertura para o cenário sócio-político-econômico em que se situa; A ação disciplinar é faculdade de promover a averiguação dos fatos,
e) abertura para conexões científicas inter-disciplinares; para eventual repressão disciplinar. Quase sempre se exaure com o relató-
f) disposição de acrescentar novos itens à temática clássica”. rio do órgão, propondo, de modo não vinculativo, a aplicação ou não da
Não basta, portanto, como exemplo, uma representação em si. Diante sanção disciplinar.
dela, a autoridade competente, com atribuição do que se denomina de ação
disciplinar, para a apuração, deve expedir a regular portaria, dando início à O órgão que tenha o poder sancionador, isto é, a competência para a-
averiguação dos fatos, em regular procedimento administrativo disciplinar. plicar as sanções, é que tem a atribuição de decidir a respeito. Aliás, essa
competência poderá pertencer a outro superior de maior grau hierárquico.
Lembremos, agora no plano da Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº
4.898, de 9 de dezembro de 1965), que regula o Direito de Representação O Excelso Pretório, no Recurso Extraordinário nº 70.566, de São Paulo,
e o Processo de Responsabilidade Administrativa, Civil e Penal, que o seu relatado pelo saudoso Ministro Aliomar Baleeiro, examinando exclusão
art. 7º deixa bem certo que “Recebida a representação em que for solicitada disciplinar de aluno do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de
a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competen- São Paulo – CPOR/SP, por ato do Comandante da Segunda Região Militar,
te determinará a instauração de inquérito para apurar o fato”. afirmou a tese de que a autoridade militar superior pode impor pena disci-

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plinar, ainda que o regulamento mencione, para esse fim, a inferior (Revista transgressão disciplinar. Essa medida cautelar é possível e, via de regra,
Trimestral de Jurisprudência, v. 71, p. 721). está expressa na legislação disciplinar, em várias linguagens. O entendi-
mento, mesmo quando exista uma linguagem imperativa determinando o
Porém, o inverso não foi tido por legal, isto é, o Tribunal de Justiça de afastamento do acusado, é o de que não há essa imperatividade, isto é, o
São Paulo, na Apelação Cível nº 204.678, de São Paulo, de que foi relator afastamento preventivo dar-se-á, se assim o entender oportuno e conveni-
o Desembargador Souza Lima, concluiu pela nulidade da exclusão de ente o detentor do “Poder Disciplinar”, para resguardar os interesses na
policial militar a bem da disciplina, pois o ato fora praticado pelo chefe do apuração dos fatos, sem que isso implique em cerceamento de defesa para
Estado-Maior da Corporação, autoridade incompetente, em nada importan- o acusado. Mas, decretado o afastamento preventivo, seja por suspeição
do que esse ato punitivo tenha sido de orientação do Comandante-Geral da ou prisão disciplinar, mister se torna, desde logo, a sua limitação no tempo,
Polícia Militar, autoridade essa que, ao depois, teria ratificado o mesmo ato evitando-se, destarte, afastamentos demorados e, assim, arbitrários, que
no Boletim Geral, órgão que publica os atos oficiais da aludida Corporação. mais se confundem com uma pena demissória do faltoso. Como medida
Em matéria de competência, atualmente há o tema da vitaliciedade das cautelar que é, pode o afastamento preventivo ser revogado a qualquer
Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, prevista no artigo tempo. Como visto, o seu objetivo é o de possibilitar uma melhor investiga-
125, § 4º, da Constituição da República e sobre a qual vitaliciedade, na ção da conduta faltosa, impossibilitando que este possa influir, por meios
esteira da jurisprudência firme do Supremo Tribunal Federal, discorremos escusos, na apuração da verdade.
longamente em diversa dissertação sobre o tema. TACITO, Caio. O abuso
ao poder administrativo no Brasil : conceito e remédios. Rio de Janeiro : Assim, colhidas as provas necessárias, se o entender possível, oportu-
Departamento Administrativo do Serviço Público : Instituto Brasileiro de no e conveniente, nada impede que se permita o retorno do funcionário,
Ciências Administrativas, 1959. p. 27. que esteja afastado preventivamente, do serviço. E, de qualquer modo, o
tempo em que ele esteve afastado deverá ser computado, quando da
3.2.1. INDELEGABILIDADE DA COMPETÊNCIA eventual sanção final, como ocorre com a prisão preventiva, no âmbito do
Com certeza, não se delega competência punitiva, isto é, poder san- direito criminal.
cionador, por simples ato administrativo, salvo, é lógico, quando tal delega-
ção esteja expressa na lei disciplinar. Mesmo assim, essa exceção, que 3.5. Da prescrição no procedimento administrativo e a ampla defesa
venha expressamente prevista, haverá de ser interpretada restritivamente, Não aceitar prescrição da falta disciplinar prevista na lei disciplinar a-
sem ampliações. O faltoso tem direito subjetivo público de ser apenado só tenta contra o “direito de defesa”, que assim fica inevitavelmente cerceado.
por aquela autoridade que a lei, expressamente, designe. A delegação só
será viável se a lei o prever ou, então, para o exercício da ação disciplinar, Nesse tema, duas são as correntes que disputam a questão principal
na apuração dos fatos. E isso é valido para os servidores civis e militares. de saber a partir de quando passa a fluir o prazo prescricional.

3.2.2. DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA Uma estabelece que tal prazo começa a partir da conduta faltosa, a
Ainda no que toca à competência, surge a questão do deslocamento exemplo da prescrição em matéria criminal, na qual se leva em conta a data
seu. Em outras palavras, e exemplificando, o servidor pratica falta discipli- do ilícito penal. Outra, a partir do conhecimento, pela Administração Públi-
nar na repartição “X”. Antes de ela ser descoberta, ele é movimentado para ca, da falta disciplinar.
a repartição “Y”, de linha hierárquica diversa, de modo que, vindo à luz a
sua conduta anterior, resta saber qual autoridade tem competência discipli- Esta última é a que melhor atende aos superiores interesses da Admi-
nar, isto é, a da repartição “X” ou a da “Y”. A questão é polêmica, com nistração Pública e da própria coletividade administrada. É defendida, entre
argumentos bons de ambos os lados. No entanto, como afirma Marcelo outros, por Caio Tácito, em parecer inserto na Revista de Direito Adminis-
Caetano, quer teórica, quer praticamente, a solução aconselhada nestes trativo (v. 45, p. 48). Está no sentido de que a prescrição da falta disciplinar
casos será a da repartição de serviço, da qual saiu o funcionário, remeter a começa correr a partir de sua ciência pela Administração.
documentação pertinente ao ocorrido à repartição a que passou o faltoso a
ter exercício, a fim de que o seu novo superior hierárquico possa decidir A prescrição, como sabido, depende de um prazo, previsto em lei, co-
como oportuno, conveniente e justo. Enfim, é esse novo superior que mo da inércia do titular do direito nesse prazo. Porém, desde que, pelas
passou a deter todo o “Poder Disciplinar”; o anterior, desde o desligamento circunstâncias, a violação do dever funcional se acoberte no sigilo, subtra-
do faltoso de sua repartição, não mais o detém. indo-se ao conhecimento normal da Administração, não se configura a
noção de inércia no uso do Poder Disciplinar, que caracteriza a prescrição.
3.3. Suspeição no Procedimento administrativo e ampla defesa
É de indagar-se a respeito do direito de defesa quando a autoridade Aliás, no Estado de São Paulo, a Lei Complementar nº 61, de 21 de
administrativa competente incorrer em hipótese de suspeição não prevista agosto de 1972, adotou esse entendimento, ao alterar o artigo 261 e seu
na lei disciplinar de regência, embora prevista no ordenamento processual parágrafo único, da Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, ou seja, do
civil ou penal. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo.
Pode, em outras palavras, o detentor do Poder Disciplinar ser argüido
de suspeito? Pode ele jurar suspeição? Controvertidos são os entendimen- É Regis Fernandes de Oliveira que, em sua obra Infrações e Sanções
tos. Contudo, não é demais lembrar que, juridicamente, suspeição importa Administrativas, sustenta, ainda no plano da jurisdicionalização do procedi-
na imputação de certa qualidade, de que geram desconfianças ou suposi- mento administrativo, que “A Administração Pública perde o poder de
ções capazes de autorizarem justas prevenções contra o suspeito, que, no sancionar pela prescrição e pela decadência”.
caso, seria o superior detentor do “Poder Disciplinar”. De outro lado, não se
pode desconhecer que o superior está amarrado ao princípio da legalidade, Mas, como o adverte Edmir Netto de Araújo e vimos ocorrer, “O pro-
que é básico para a Administração Pública, vale dizer, que ele nada poderá blema mais relevante relativo à prescrição ‘interna’, na esfera administrati-
fazer ou deixar de fazer que não esteja, expressa ou implicitamente, previs- va, é o da fixação do dies a quo, ou seja, do prazo em que começa a fluir o
to em lei. Ao certo, não se é de presumir que o superior irá prevaricar. Daí lapso prescricional. Quando a falta é também crime, prescreve juntamente
por que só se torna possível dizer de suspeição em matéria disciplinar com este, mas quando se trata de ilícito administrativo, as leis administrati-
quando houver norma legal expressa. Aliás, julgado do Tribunal de Justiça vas estabelecem o início do prazo a contar da ciência do fato pela autorida-
de São Paulo proclamou, com acerto, ser impossível transpor a exceção de de administrativa, com a abertura do processo administrativo ou mesmo do
suspeição prevista para o campo limitado da jurisdição civil, para a esfera inquérito policial, interrompendo a prescrição, ao contrário da esfera penal,
do processo administrativo, que de tal remédio não cogita (Revista dos quando o lapso prescricional se inicia na data do fato, não se interrompen-
Tribunais, v. 389, p. 217). do com o procedimento administrativo ou com a instauração do inquérito
policial. Além de injusto – conclui o ilustre administrativista –, isto constitui
3.4. Afastamento preventivo no procedimento administrativo e ampla aberração no nosso sistema jurídico, conduzindo, na prática, à imprescritibi-
defesa lidade de penas disciplinares”.
Outro ponto que, no estudo do procedimento disciplinar, merece desta-
que é o relativo ao afastamento preventivo do funcionário acusado de 3.6. Dos recursos inerentes à ampla defesa no procedimento adminis-

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trativo 175).
Apenado, o servidor tem direito de pedir ao órgão superior o reexame
do ato punitivo, praticado pelo inferior, em tudo observado o estabelecido O pedido de revisão será, no âmbito federal, dirigido ao Ministro de Es-
na lei disciplinar (artigo 5º, inciso LV, da Constituição da República). tado ou autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminha-lo-á
ao dirigente do órgão ou entidade onde se organizou o processo disciplinar
3.6.1. RECURSO E RECONSIDERAÇÃO. DIFERENÇA para, deferida a petição, providenciar a constituição de comissão, como
Note-se que a regra é não se confundirem recurso e pedido de recon- prevista na mesma lei (artigos 177 e 149).
sideração. Aquele é pedido de reexame dirigido ao órgão superior ao que
praticou o ato punitivo; este é dirigido ao mesmo órgão que o praticou, com Ultimados os trabalhos da Comissão, o julgamento caberá à autoridade
pretensão de reexame do ato. Pedido de reconsideração não suspende que aplicou a penalidade (artigo 184) e, julgada procedente a revisão, será
nem interrompe o prazo para a manifestação de regular recurso, ao órgão declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os
superior competente. direitos do servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comissão,
que será convertida em exoneração, certo que, da revisão do processo, não
3.6.2. EFEITOS DO RECURSO E DA RECONSIDERAÇÃO poderá resultar agravamento de penalidade (artigo 182).
A regra é não terem os recursos e os pedidos de reconsideração efeito
suspensivo. Vale dizer, o efeito será meramente devolutivo, não alterando, Enfim, como se verifica, embora a Constituição da República, no artigo
portanto, a plena eficácia, a plena execução do ato punitivo. Em outras 5º, inciso LV, refira-se a recursos inerentes à ampla defesa, não podemos
palavras, o recurso ou o pedido de reconsideração não suspendem a descartar, também, as hipóteses de reexame conhecidas por “pedido de
execução do ato punitivo, salvo se, ao contrário, dispuser a lei disciplinar. reconsideração” e “pedido de revisão” em matéria disciplinar.
Porém, providos que sejam, darão, então, lugar às retificações necessárias,
retroagindo os seus efeitos à data do ato impugnado, desde que outra 4. Conclusão
providência não determine a autoridade quanto aos efeitos relativos ao Podemos assim concluir este estudo, afirmando que:
passado, tomadas à luz da legislação pertinente. 4.1. Não há possibilidade de aplicação de sanção disciplinar sem o
devido processo legal administrativo.
3.6.3. REFORMATIO IN PEJUS – IMPOSSIBILIDADE 4.2. Deve o acusado em geral ter oportunidade à “ampla defesa”, que
Indagação que merece ser examinada é a da possibilidade da reforma- como cerne de todo procedimento administrativo, de natureza
tio in pejus. Muitos, inclusive doutrinadores de renome, admitem-na. Toda- disciplinar, encerra o inafastável “direito de defesa” de o acusado
via, com a devida vênia, deve ser combatida essa tendência, pois fere o ter vista, ter conhecimento da acusação, para poder rebatê-la,
senso de justiça. Com efeito, se o apenado recorreu ou pediu reconsidera- produzindo prova pertinente, no contraditório instaurado.
ção de ato, na verdade, é porque, pelo menos, quer ver abrandado o ato 4.3. Por “recurso inerente à ampla defesa”, devemos entender não só
punitivo, mitigada a sua situação disciplinar. o recurso propriamente dito, como pedido de reexame dirigido à
autoridade superior à que praticou o ato punitivo, como também
Em absoluto, não mostra o seu inconformismo para ver agravada a sua as figuras do “pedido de reconsideração” e do “pedido de revi-
pena disciplinar. Não é a agravação da penalidade disciplinar que o legisla- são”, aquele como pedido de reexame dirigido à própria autori-
dor, inclusive o constituinte, há de ter querido quando previu a existência de dade administrativa que apenou o acusado, e este só admissível
recursos inerentes à ampla defesa. após o trânsito em julgado da decisão administrativa punitiva pa-
ra o reexame, a qualquer tempo, do processo disciplinar nas hi-
3.6.4. REVISÃO póteses em lei previstas.
Enquanto recurso e pedido de reconsideração sejam modalidades de
demonstrar inconformismo contra ato punitivo não transitado em julgado,
ocorrendo este, isto é, o trânsito em julgado administrativo, surge a revisão 15 NOÇÕES DE CIDADANIA.
da pena disciplinar.
Cidadania
A revisão, em matéria disciplinar, é conhecida na doutrina e contem- Foi de um discurso do dramaturgo Pierre-Augustin Caron de Beaumar-
plada, como regra, na generalidade das leis disciplinares. O Estatuto dos chais, em outubro de 1774, que surgiu o sentido moderno da palavra cida-
Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo a prevê nos artigos dão -- que ganharia maior ressonância nos primeiros meses da revolução
312 e seguintes. francesa, com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
A revisão poderá verificar-se em qualquer tempo e não autoriza a agra- Em sentido etimológico, cidadania refere-se à condição dos que resi-
vação da pena, isto é, a condenada reformatio in pejus. Cabe revisão só dem na cidade. Ao mesmo tempo, diz da condição de um indivíduo como
dos processos findos, ou seja, com decisão administrativa transitada em membro de um estado, como portador de direitos e obrigações. A associa-
julgado. Mas, mesmo assim, deve ser evidenciado que tal decisão tenha ção entre os dois significados deve-se a uma transformação fundamental
sido contrária ao texto expresso em lei ou à evidência dos autos, quando no mundo moderno: a formação dos estados centralizados, impondo juris-
ela se fundar em depoimento, exame ou documento, comprovadamente dição uniforme sobre um território não limitado aos burgos medievais.
falsos ou errados e que, após a sua prolação, descobrirem-se novas provas
da inocência do punido ou de circunstâncias que autorizem pena mais Na Europa, até o início dos tempos modernos, o reconhecimento de di-
branda. reitos civis e sua consagração em documentos escritos (constituições) eram
limitados aos burgos ou cidades. A individualização desses direitos a rigor
Pedido de revisão que não se enquadre em qualquer uma dessas hipó- não existe até o surgimento da teoria dos direitos naturais do indivíduo e do
teses é incabível e autoriza o seu liminar indeferimento. contrato social, bases filosóficas do antigo liberalismo. Nesse sentido, os
privilégios e imunidades dos burgos medievais não diferem, quanto à forma,
No âmbito do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da dos direitos e obrigações das corporações e outros agrupamentos, decor-
União (Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990), o pedido revisional tem rentes de sua posição ou função na hierarquia social e na divisão social do
tratamento específico nos artigos 174 a 182, prevendo-se que o processo trabalho. São direitos atribuídos a uma entidade coletiva, e ao indivíduo
disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, apenas em decorrência de sua participação em um desses "corpos" sociais.
quando aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada; certo que, O termo cidadão tornou-se sinônimo de homem livre, portador de direi-
em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qual- tos e obrigações a título individual, assegurados em lei. É na cidade que se
quer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo e, no caso formam as forças sociais mais diretamente interessadas na individualização
de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respecti- e na codificação desses direitos: a burguesia e a moderna economia capita-
vo curador (artigo 174). lista.
Em qualquer das hipóteses, será do requerente o ônus da prova (artigo Ao ultrapassar os estreitos limites do mundo medieval -- pela interliga-

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ção de feiras e comunas, pelo estabelecimento de rotas regulares de co- inseridas nas constituições escritas, adquirem o perfil de relação de direitos
mércio, entre regiões da Europa e entre os continentes --, a dinâmica da oponíveis ao estado, e dos quais os indivíduos são titulares diretos. Dada
economia capitalista favorece a imposição de uma jurisdição uniforme em sua importância, o direito constitucional clássico dividia as leis fundamen-
determinados territórios, cuja extensão e perfil derivam tanto da interdepen- tais em duas partes: uma estabelecia os poderes e seu funcionamento;
dência interna enquanto "mercado", como dos fatores culturais, lingüísticos, outra, os direitos e garantias individuais.
políticos e militares que favorecem a unificação.
No Brasil, é clássica a definição dada por Rui Barbosa às garantias,
Em seus primórdios, a constituição do estado moderno e da economia desdobramento dos direitos individuais: "Os direitos são aspectos, manifes-
comercial capitalista é uma grande força libertária. Em primeiro lugar, pela tações da personalidade humana em sua existência subjetiva, ou nas suas
dilatação de horizontes, pela emancipação dos indivíduos ante o localismo, situações de relações com a sociedade, ou os indivíduos que a compõem.
ante as convenções medievais que impediam ou dificultavam a escolha de As garantias constitucionais stricto sensu são as solenidades tutelares de
uma ocupação diferente da transmitida como herança familiar; libertária, que a lei circunda alguns desses direitos contra os abusos do poder." É o
também, ante as tradições e crenças que se diluíam com a maior mobilida- caso do direito à liberdade pessoal, cuja garantia é o recurso do habeas
de geográfica e social; mas libertária, sobretudo, pela imposição de uma corpus.
jurisdição uniforme, que superava o arbítrio dos senhores feudais e reco-
nhecia a todos os mesmos direitos e obrigações, independentemente de Direitos sociais. Na antiguidade, considerava-se que o trabalho manual
seu trabalho ou condição socioeconômica. não era compatível com a inteligência crítica e especulativa, ideal do esta-
do. Daí o reconhecimento da escravidão, que restringia consideravelmente
Além do sentido sociológico, a cidadania tem um sentido político, que os ideais teóricos da democracia direta. A revolução social do cristianismo
expressa a igualdade perante a lei, conquistada pelas grandes revoluções baseou-se principalmente na dignificação do trabalho manual. Por conse-
(inglesa, francesa e americana), e posteriormente reconhecida no mundo guinte, durante a Idade Média, o trabalho era considerado um dever social
inteiro. e mesmo religioso do indivíduo.

Nessa perspectiva, a passagem do âmbito limitado - dos burgos - ao Com o declínio das corporações de ofício, que controlavam o trabalho
significado amplo da cidadania nacional é a própria história da formação e medieval, e o surgimento das oficinas de trabalho, de características dife-
unificação dos estados modernos, capazes de exercer efetivo controle rentes, entre as quais a relação salarial entre operário e patrão, estão
sobre seus respectivos territórios e de garantir os mesmos direitos a todos dadas as condições propícias ao capitalismo mercantilista da época do
os seus habitantes. É fundamentalmente uma garantia negativa: contra as Renascimento e da Reforma.
limitações convencionais ao comportamento individual e contra o poder
arbitrário, público ou privado. Mais tarde, a burguesia, que dominara a revolução francesa, viu-se di-
ante dos problemas sociais decorrentes da revolução industrial. Assim,
Rumo à universalização. A cidadania é originalmente um direito bur- tornou-se indispensável a intervenção do estado entre as partes desiguais
guês. Contudo, quando reivindicada como soma de direitos fundamentais em confronto no campo do trabalho, para regular o mercado livre em que o
do indivíduo, estes se tornam neutros quanto a seus beneficiários presentes trabalhador era cruelmente explorado.
e potenciais.
Atualmente não se pode conceber a proteção jurídica dos direitos indi-
Vista como processo histórico gradual, a extensão da cidadania é (1) a viduais sem o reconhecimento e a proteção dos direitos sociais do homem,
transformação da estrutura social pré-moderna no quadro da economia que são oponíveis não ao estado, mas ao capital, e têm na ação do estado
capitalista e do estado nacional moderno e (2) o reconhecimento e a uni- sua garantia.
versalização de toda uma série de novos direitos que, em parte, são indis-
pensáveis ao funcionamento da economia capitalista moderna e, em parte, Hoje existe um grande movimento pelo reconhecimento, definição e ga-
são resultado concreto do conflito político dentro de cada país. Portanto, rantia internacionais dos direitos humanos. Em 10 de dezembro de 1948, a
trata-se de um conceito ao mesmo tempo jurídico, sociológico e político: assembléia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adotou em
descreve a consagração formal de certos direitos, o processo político de Paris a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que só terá força
sua obtenção e a criação das condições socioeconômicas que lhe dão obrigatória quando for uma convenção firmada por todos os países mem-
efetividade. bros da ONU.

Cidadania e democracia. A cidadania tem dois aspectos: (1) o institu- Os regimes de governo são justos na medida em que as liberdades são
cional, porque envolve o reconhecimento explícito e a garantia de certos defendidas, mesmo em épocas de crise. Os princípios gerais de direito são
direitos fundamentais, embora sua institucionalização nunca seja constante sempre os mesmos: processo legal, ausência de crueldade, respeito à
e irredutível; (2) e o processual, porque as garantias civis e políticas, bem dignidade humana. As formas de execução desses princípios também não
como o conteúdo substantivo, social e econômico, não podem ser vistos variam. Resumem-se em leis anteriores, em garantias eficazes de defesa e,
como entidades fixas e definitivas, mas apenas como um processo em como sempre, acima de tudo, em justiça independente e imparcial.
constante reafirmação, com limiares abaixo dos quais não há democracia.
Democrático, no sentido liberal, é o país que, além das garantias jurídicas e Suspensão das garantias constitucionais. No Brasil, a instabilidade do
políticas fundamentais, institucionaliza amplamente a participação política. poder político e as lutas oligárquicas durante a primeira república fizeram
do estado de sítio e da intervenção federal os centros de convergência dos
Direitos e garantias individuais. A necessidade de certas prerrogativas debates jurídicos e das ações políticas. Também o Supremo Tribunal
que limitem o poder político em suas relações com a pessoa humana são, Federal defrontou-se freqüentemente com o problema. No entanto os fatos
muito provavelmente, criação do cristianismo, que definiu o primeiro terreno mais de uma vez atropelaram o direito ao longo da história do Brasil.
interditado ao estado: o espiritual. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

No campo do direito positivo, foi a revolução francesa que incorporou o Direitos humanos
sistema dos direitos humanos ao direito constitucional moderno. A teoria do No final do século XX, a expressão "direitos humanos" assumiu o signi-
direito constitucional dividiu, de início, os direitos humanos em naturais e ficado exato de direitos do homem, de acordo com a formulação, nas
civis, considerando que a liberdade natural, mais ampla, evolui para o últimas décadas do século XVIII, das revoluções francesa e americana.
conceito de liberdade civil, mais limitada, visto que seus limites coincidem
com os da liberdade dos outros homens. Direitos humanos é a designação genérica dos direitos que dizem res-
peito diretamente ao indivíduo, em decorrência de sua condição humana e
A primeira concretização da teoria jurídica dos direitos humanos foi o em consonância com a lei natural. No âmbito dos direitos humanos, distin-
Bill of Rights, de 1689 -- a declaração de direitos inglesa. Só depois da guem-se duas áreas: a dos direitos civis e a das liberdades civis.
independência dos Estados Unidos, porém, as declarações de direitos, O gozo da liberdade tem também seus limites e condições. Uma pes-

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soa pode ser legalmente livre para expressar suas opiniões, mas isso não humanos de qualquer pessoa ou grupo têm validade até o ponto em que
lhe assegura o direito de obrigar nenhum veículo a publicá-las. E mesmo não agridam ou impeçam os direitos de outras pessoas e grupos. Não
que o faça mediante pagamento, estará obrigada a responder por suas existe, entretanto, unanimidade de opiniões quanto aos chamados direitos
opiniões, atos ou palavras diante de seus concidadãos. A conquista das prima facie ou fundamentais: se para alguns eles se limitam ao direito à
liberdades, que decorrem de um ideal genérico e comum a todos os ho- vida e à liberdade, para outros englobam o direito à propriedade.
mens, só se concretiza quando a elas corresponde uma norma jurídica que
assegura sua existência e respeito. Nesse sentido, os movimentos pelos A aceitação dos direitos humanos encontrou sua expressão mais clara
direitos civis podem ser vistos como tentativas de concretizar a igualdade na Carta das Nações Unidas, de 1945, e sobretudo na Declaração Univer-
de todos perante a lei. sal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948, em que
se consubstanciam todos os direitos políticos e civis tradicionalmente
Histórico. A concepção de direitos humanos sofreu grande evolução no enfeixados nas constituições democráticas e se reafirma a fé nos direitos
curso da história. Já no quinto século a.C., na tragédia Antígona, de Sófo- fundamentais do homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na
cles, a personagem assim se dirige ao rei Creonte, que quer impedi-la de igualdade de direitos entre homens e mulheres e entre as grandes e pe-
sepultar o cadáver do irmão: "Mas toda a tua força é fraqueza, diante das quenas nações. Reconhece a proteção aos homens contra a prisão arbitrá-
tácitas e imortais leis de Deus." Essa frase invoca uma lei mais alta, a lei ria, a liberdade de pensamento, consciência e opinião e enumera os direitos
natural -- os direitos naturais inatos à condição humana. Embora tais direi- econômicos e os direitos do trabalhador, admite o direito a salário igual
tos possam não constar de um código, estão inscritos na consciência para a execução de trabalhos iguais, o direito a formar e integrar sindicatos,
coletiva da humanidade, e por isso têm sido invocados em toda a história, o direito ao descanso, o direito a um adequado nível de vida e o direito à
todas as vezes em que foram desrespeitados. educação.

Ao longo dos séculos, sempre houve uma íntima correlação entre a i- Em 1966, após 19 anos de esforços e discussões, a assembléia geral
déia de lei natural e a concepção dos direitos naturais do homem. Essa da ONU aprovou por unanimidade dois acordos relativos a direitos huma-
correlação pode ser vista nos textos dos estóicos gregos e romanos, nas nos, civis e políticos. Esses acordos foram ratificados em 1976, em forma
mensagens do cristianismo primitivo, na filosofia de santo Tomás de Aqui- de duas convenções: uma econômica e social e outra política e civil. Apesar
no, nos tratadistas medievais ingleses, nos teólogos espanhóis dos séculos da delonga e da natural dificuldade de fiscalização de sua aplicação, ambos
XVI e XVII e na obra de Hugo Grotius, fundador do moderno direito interna- os diplomas constituíram um passo importante no reconhecimento interna-
cional. cional dos direitos humanos e incorporaram os dispositivos da Declaração
Universal. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Durante o Renascimento, por obra dos pensadores racionalistas, como
Descartes e Spinoza, começou a tomar vulto essa idéia de um direito
natural garantidor dos direitos essenciais do homem. A intolerância decor- 17 COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
rente das guerras religiosas e o absolutismo dificultaram a efetivação de 17.1 LICITAÇÕES E CONTRATOS.
tais ideais. A paz de Augsburg, celebrada em 1555 na Alemanha para
17.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA LICITAÇÃO.
assegurar a igualdade de direitos de católicos e luteranos, estabeleceu
entretanto a fórmula cuius regio, eius religio, que obrigava os súditos de um 17.3 LEGISLAÇÃO PERTINENTE.
estado a professar a mesma religião do príncipe em cujo território habitas-
sem. GESTÃO DE CONTRATOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
GESTÃO DE CONTRATOS
Somente na Inglaterra, em fins do século XVII, graças a inúmeros filó- A Lei de Licitações e Contratos, Lei nº 8666/93, prevê, nas entrelinhas
sofos, entre eles John Locke, autor de Epistola de tolerantia (1689; Carta de seus artigos, que o Administrador Público deve organizar e implantar em
sobre a tolerância), é que se passou a reconhecer a existência de direitos órgãos públicos um sistema de gestão de contratos, compreendendo o
humanos. No século XVIII, filósofos e juristas do Iluminismo, com base nas gerenciamento, o acompanhamento e a fiscalização da execução até o
teorias do direito natural e do racionalismo, defenderam a idéia de que todo recebimento do objeto.
homem possui direitos naturais, anteriores e superiores ao próprio estado,
A gestão de contratos compreende:
que tem a obrigação de garanti-los. A Declaração de Independência dos
Estados Unidos, de 4 de julho de 1776, reconheceu isso.  O gerenciamento dos contratos;
 A fiscalização da execução dos contratos;
Também a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, promul-  O recebimento dos objetos contratados.
gada pela Assembléia Nacional Francesa, em 26 de agosto de 1789, pro- Nota: Os artigos citados neste trabalho se referem todos à Lei nº
clamava em seus 17 artigos que todos os homens são iguais perante a lei, 8666/93, conhecida como Lei de Licitações e Contratos.
com direitos naturais de liberdade de pensamento, de expressão, de reuni-
GERENCIAMENTO DE CONTRATOS
ão e associação, de proteção contra a prisão arbitrária e de rebelar-se
contra o arbítrio e a opressão. O gerenciamento de contratos é um serviço administrativo que com-
preende a gestão geral dos contratos e que poderá ser exercido por um
A essa primeira admissão de direitos políticos e civis somou-se, no sé- setor ou por um funcionário e que trata das questões gerais relativas aos
culo XIX, uma segunda, referente aos direitos econômicos, sociais e cultu- contratos, tais como: o controle dos prazos de vencimento ou de renovação
rais, influenciada pelo pensamento socialista e impulsionada pelos movi- dos contratos, questões ligadas ao reequilíbrio econômico-financeiro, à
mentos revolucionários. Depois da segunda guerra mundial, novos movi- documentação, aos pagamentos e outras de amplitude geral.
mentos desfraldaram a bandeira dos direitos à saúde e a um meio ambiente O Administrador Público, com o objetivo de se resguardar de respon-
saudável, sem poluição. sabilidades, no que diz respeito aos contratos, deverá adotar algumas
providências:
No século XX, verifica-se no mundo civilizado a plena aceitação dos di- Criar comissão permanente de licitações, propiciando a especialização,
reitos humanos, no plano nacional e internacional, embora sem uma com- ou comissões especiais de licitação para casos que requeiram conhecimen-
preensão homogênea de sua natureza doutrinária, ou mesmo de sua forma tos específicos;
de aplicação. Com relação a alguns princípios, porém, pode-se falar de um Implantar um serviço de gestão de contratos. A implantação de um ser-
consenso: os direitos humanos representam demandas individuais de viço específico de gestão de contratos, com estrutura física definida e de
participação nas decisões do governo e na riqueza nacional, sob a forma de um sistema de controle, que pode ser informatizado, permite a profissionali-
acesso à educação básica livre e gratuita, à saúde e à moradia condigna, e zação e forma especialistas na área, resguardando a responsabilidade do
da prerrogativa de representar contra quaisquer pessoas ou instituições que administrador;
limitem o exercício desses direitos; os direitos humanos fazem parte da
Designar um fiscal para cada contrato. O fiscal deverá ser um funcioná-
ordem legal e moral; os direitos humanos são universais e conferidos a
rio da Administração, preferencialmente ocupante de cargo efetivo, desig-
qualquer homem pela simples razão de sua condição humana; os direitos
nado pelo Ordenador de Despesa através de portaria ou termo próprio, com

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conhecimento do contratado ou ainda previsto no próprio contrato; administração irá se reportar sempre que necessário. A Administra-
Nomear um funcionário ou comissão para receber o objeto da cada ção designará um fiscal que será a referência nos contatos do con-
contrato, com o objetivo de se assegurar que o objeto que está sendo tratado e será o responsável pela verificação da regularidade na
recebido corresponda exatamente aquilo que foi contratado; fase de execução.
Designar comissão permanente de sindicância e de processo discipli- O ordenador de despesa deve resguardar-se com respeito à in-
nar, com o objetivo de apurar fatos e responsabilidades de forma segura. A dicação do fiscal que precisa ter um perfil adequado ao ofício. O
sindicância é instrumento para investigar irregularidades sejam elas prati-
cadas por servidores ou por funcionários de empresas contratadas. No
fiscal do contrato precisa estar preparado para a tarefa porque
caso de sindicância envolvendo procedimentos de contratados, o objetivo é envolve um nível de responsabilidade específica. É necessário que
reunir provas de responsabilidade da contratada, para lastrear providências o fiscal, ao ser nomeado, tenha conhecimento de suas responsabili-
tais como rescisão contratual ou reparação de danos. O processo discipli- dades e de como deve, efetivamente, desempenhar a missão.
nar visa punir servidor ou empregado público; A contratada deve nomear um preposto que será aceito ou não
Providenciar no sentido de que os servidores responsáveis pela fiscali- pela Administração. Ele será e elo de contato do fiscal com a em-
zação de contratos ou pelo recebimento dos objetos contratados sejam presa contratada.
treinados para o exercício das atividades pertinentes;
3.2 – ATRIBUIÇÕES DO FISCAL DE CONTRATO
Providenciar junto à área de recursos humanos em treinamento para pre-
Nomeado o fiscal e instruído sobre seus deveres e responsabilidades,
parar os empregados da contratada para trabalhar dentro da repartição
a ele compete:
pública e dar-lhes conhecimento dos hábitos e posturas nos recintos oficiais;
Obter cópia do contrato, do edital e da proposta da empresa vencedora
Orientar os servidores e empregados públicos sobre como deverão se
da licitação, para análise e arquivo;
relacionar com as empresas contratadas que exercem serviços terceiriza-
dos. Não lhes compete dar ordens, instruções ou repreendê-los. Não po- O fiscal precisa conhecer detalhadamente o contrato e as cláusulas ne-
dem a eles atribuir tarefas particulares porque eles não são seus emprega- le estabelecidas e buscar os necessários esclarecimentos junto a assesso-
dos. Eventuais observações ou queixas devem ser levadas ao fiscal do rias, consultorias ou ao gestor de contratos.
contrato ao qual cabe adotar as providências que forem necessárias. O fiscal deve estar ciente e atento para a forma com que são executa-
dos os serviços, os prazos, horários, o material empregado, enfim com tudo
o que se relaciona à atividade sob fiscalização;
ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO DA EXECUÇÃO DE CON-
TRATOS A partir da análise do contrato e dos demais documentos, verificará da
necessidade ou não de requisitar apoio especializado de terceiros para
Requisitado o objeto, efetuada licitação e celebrado o contrato, segue-
assisti-lo e subsidiá-lo com informações técnicas; (art. 67, caput);
se a fase de execução.
O fiscal do contrato anotará em registro próprio todas as ocorrências
A Lei de Licitações e contratos dispõe em seu art. 67: “A execução do
relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for necessá-
contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representante da
rio à regularização das faltas ou defeitos observados; (art. 67, § 1º).
Administração especialmente designado, permitida a contratação de tercei-
ros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribui- Conforme dispõe a Lei de Licitações e Contratos (art. 78 e inciso VIII),
ção”. é facultado à Administração, em processo próprio, rescindir o contrato pela
ocorrência reiterada de faltas, desde que essas faltas estejam anotadas
A designação de um representante da Administração é obrigatória, eis
pelo fiscal no registro próprio. O fiscal omisso ocorre em infração disci-
que a lei dispõe que: “deverá ser...”.
plinar.
O acompanhamento e a fiscalização da execução do contrato são obri-
O registro poderá ser feito em livro próprio, fichas ou em arquivos ele-
gatórios para todos os contratos que não se esgotem em um único ato tal
trônicos e dele deverão constar anotações relativas ao desenvolvimento
qual a compra de um bem já fabricado, como por exemplo, a aquisição de
dos trabalhos, incidentes, visitas, encaminhamento de providências e
um eletrodoméstico.
resultados.
Acompanhar significa estar presente ou manter um sistema de acom-
É recomendável que o fiscal transfira a guarda dos documentos origi-
panhamento da execução do contrato.
nais, ao encerrar sua tarefa, mediante recibo e mantenha preventivamente
Fiscalizar significa verificar se o contrato está sendo executado de a- em seu poder cópia desses documentos;
cordo o que foi pactuado, através de observações e ações junto ao prepos- Quando ultrapassarem a competência do fiscal, as decisões e provi-
to do contratado, tudo devidamente registrado e comunicado ao gestor do
dências a ser tomadas deverão ser solicitadas aos superiores hierárquicos
contrato nos casos de descumprimento do disposto no contrato.
para adoção das medidas convenientes; (art.67, § 2º);
A fiscalização deverá ser efetuada por um representante da Adminis-
Há contratos que exigem acompanhamento e fiscalização diária, tais
tração e para ser tal representante, ele deverá ter vínculo com órgão públi-
como os de serviços de limpeza e higiene e de segurança ou vigilância,
co, isto é, ser servidor estável, comissionado ou empregado público.
recepção e portaria. O fiscal deverá fazer um acompanhamento rotineiro,
O representante da Administração será especialmente designado, isto recolhendo as queixas dos funcionários do órgão, anotando-as e levando-
significa que para cada contrato deve ser designado um fiscal, mesmo que as para solução junto ao preposto da contratada. A mesma atitude deverá
designado para fiscal vários contratos, mas, para cada um, receberá uma ser tomada quanto às queixas dos empregados da contratada;
designação específica.
O fiscal deve ainda, atestar a execução total ou parcial do serviço con-
A designação do fiscal de contrato, efetuada pelo ordenador de despe- tratado.
sa, deverá constar do próprio instrumento de contrato ou formalizada em
termo próprio, sendo ainda aconselhável a designação de um suplente para
atuar nos impedimentos do titular designado. RECEBIMENTO DO OBJETO CONTRATADO
A lei ainda permite a contratação de terceiros para assistir e subsidiar o 4.1 - A Lei de Licitações e Contratos determina que, executado o con-
fiscal do contrato referente à suas atribuições. trato, o seu objeto será recebido provisoriamente pelo fiscal do contrato
da seguinte forma:
A Lei de Licitações e Contratos inclui como motivo para a rescisão con-
tratual: “o desatendimento das determinações regulares da autoridade Em se tratando de obras e serviços: mediante termo circunstanciado,
designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como a de assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do
suas superiores. (Art. 78, VII). contratado. Isto significa que o contratado deverá comunicar por escrito à
Administração a conclusão da obra ou a prestação do serviço, para que, no
prazo citado seja lavrado e assinado o termo circunstanciado de recebimen-
- FISCAL DE CONTRATO E PREPOSTO DO CONTRATADO to provisório. Pela Administração assina o fiscal do contrato e, pela contra-
A Lei de Licitações impõe a obrigação de as duas partes, con- tada, poderá ser o preposto. (Art. 73, I, “a”);
tratante e contratado, terem um representante. O contratado desig-
na um preposto, que deverá ser a pessoa de contato, a quem a Em se tratando de compras ou de locação de equipamentos: para fins

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de verificação da conformidade do material com a especificação. Nos casos Quem receber a tarefa deve, efetivamente, estar preparado. A ele
de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á devem ser fornecidos recursos materiais e técnicos necessários
mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo. (Art. 73, II ao desempenho do ofício. Quem dá a tarefa tem que oferecer
“a” e § 1º); os meios para realizá-las.
Poderá ser dispensado o recebimento provisório e efetuado recebimen-
to definitivo, mediante recibo, nos casos de:
Há, portanto, que ter cautela porque o recebimento do objeto é uma
linha de risco, tanto para o gestor que não nomeia quem vai re-
 Gêneros perecíveis e alimentação preparada;
ceber, ou escolhe mal, tanto para quem é incumbido da tarefa e
 Serviços profissionais;
não a executa com segurança.
 Obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inc. II, alínea
“a” da Lei 8666/93, desde que não se componham de aparelhos, equipa-
mentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtivida- CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
de. 6.1 – FORMALIZAÇÃO, ARQUIVO E PUBLICAÇÃO
4.2 - A Lei de Licitações e Contratos determina que a Administração Para a Administração Pública, considera-se contrato: “todo e qualquer
designe um servidor ou uma comissão para o recebimento definitivo do ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares,
objeto do contrato, da seguinte forma: em que haja um acordo de vontade para a formação de vínculo e a estipu-
a) Em se tratando de obras e serviços: Mediante termo circunstanciado lação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.” (Art.
assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vis- 2º, Parágrafo [único).
toria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições inte-
sendo que tal prazo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo ressadas, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formali-
em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital, zam por instrumento lavrado em cartório de notas e reconhecimento de
observando-se que o contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, firma (Art. 60).
reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o ob- As repartições manterão arquivo cronológico de seus autógrafos e re-
jeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções gistro sistemático do seu extrato (Art. 60).
resultantes da execução ou de materiais empregados. (Art. 73, I “b”, §§ É obrigatória a publicação resumida do instrumento de contrato ou de
1º e 3º e art. 69). seus aditamentos na imprensa oficial, como condição indispensável para
b) Em se tratando de compras ou locação de equipamentos: após a sua eficácia. (Art. 61, Parágrafo único).
verificação da qualidade e quantidade do material e consequente acei- O gerente de contratos deve manter em arquivo cópia dos contratos,
tação, sendo que, nos casos de aquisição de equipamentos de grande de seus aditamentos e da publicação dos respectivos extratos ou súmulas,
vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos à disposição dos órgãos de fiscalização interna e externa.
demais casos, mediante recibo.(Art. 73, II, “b” e § 1º);
É nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
c) Nos casos em que o termo circunstanciado ou a verificação citada não exceto o de pequenas despesas de pronto pagamento feitas em regime de
serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro dos prazos fixa- adiantamento (Art. 60, Parágrafo único).
dos, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Admi-
nistração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mesmos. (Art. O instrumento de contrato é obrigatório nas contratações fundamenta-
73, § 4º). das em:
d) A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou forne-  Concorrências;
cimento executado em desacordo com o contrato. (Art. 76).  Tomadas de preços;
 Dispensas ou inexigibilidades de licitação cujos valores estejam
DA ATIVIDADE DE RECEBIMENTO DEFINITIVO DO OBJETO compreendidos nos limites das modalidades de concorrência ou
tomada de preços;
A Lei de Licitações criou a obrigação de nomear-se um servidor, repre-
sentante da Administração, especialmente designado para acompanhar e  Compres de qualquer valor de que resultem obrigações futuras.
fiscalizar a execução do contrato. É o fiscal do contrato. (art. 67). O instrumento de contrato é facultativo nas contratações fundamenta-
A Lei também determinou que, executado o contrato, o seu objeto será das em:
recebido definitivamente por servidor ou comissão designada pela auto-  Convites;
ridade. (art. 73).  Compras para entrega imediata e integral de que não resultem
Enquanto o fiscal age durante o período de execução do contrato, o re- obrigações futuras, independentemente de valor;
cebimento do objeto se dá depois da execução: a Lei diz: “executado o Nos demais casos em que a Administração puder substituí-los por ou-
contrato...”. O Fiscal fiscaliza a execução, enquanto que o responsável pelo tros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de
recebimento do objeto verifica se o resultado do contrato corresponde ao despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço. (Art.
estabelecido no contrato. Indiretamente ele fiscaliza o fiscal do contrato. 62).
O sentido da lei é o de assegurar que aquilo que foi contratado é exa- A contratação somente será efetuada quando existirem à disposição os
tamente aquilo que está sendo recebido pelo contratante. O Administrador correspondentes recursos orçamentários.
ao indicar quem irá receber o objeto do contrato deverá atentar para que a As minutas dos contratos, acordos, convênios ou ajustes e de editais
pessoa indicada tenha perfil adequado, responsabilidade e conhecimento de licitação devem ser previamente examinados e aprovados por assesso-
necessário para o desempenho da tarefa. Em resumo, deverá estar prepa- ria jurídica da Administração (Art. 38, Parágrafo único).
rado, treinado.
O primeiro ponto de cautela é indicar quem irá receber o objeto. 6.2 – PRAZOS DE VIGÊNCIA DOS CONTRATOS
Mas isso não esgota a obrigação do gestor. Ele não pode indi- É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado, se regido
car qualquer pessoa ou comissão, devendo indicar quem atenda pela Lei de Licitações e Contratos (Art. 57, § 3º).
o perfil para a tarefa e a este proporcionar o conhecimento dos Regra geral:
critérios e das responsabilidades. A duração dos contratos administrativos, regidos pela Lei de Licitações
Esta tarefa deve ser entregue a quem: e Contratos, ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentá-
 Tenha recebido treinamento para tal fim; rios. (Art. 57, caput).
 Tenha familiaridade com o objeto; Projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabeleci-
das no Plano Plurianual:
 Seja detalhista;
 Seja organizado; Poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e des-
 Esteja ciente de suas responsabilidades.
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de que isto tenha sido previsto no ato convocatório. (Art. 57, I). normas gerais, estando pois a contratação sujeita ao processo de dispensa
Prestação de serviços a serem executados de forma contínua: e às demais formalidades previstas na legislação;
Poderão ter sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos Merecem controle especial os contratos de locação, pois a Lei nº
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a 8245/91, estabelece em seu artigo 56, Parágrafo único, que, findo o prazo
Administração, limitada a 60 (sessenta) meses, ou seja, 5 (cinco) anos, estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais de trinta dias sem
podendo ainda ser prorrogados em até 12 (doze) meses, em caráter excep- oposição do locador. Presumir-se-á prorrogada a locação, nas condições
cional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade ajustadas, mas sem prazo determinado. Neste caso, o contrato de locação
superior. (Art. 57, II e § 4º com as alterações da Lei 9.648/98). por prazo indeterminado poderá ser denunciado por escrito pelo locador,
Aluguel de equipamentos e utilização de programas de informática: concedendo ao locatário trinta dias para a desocupação. Um falta de con-
trole, nesta hipótese, poderá deixar a Administração em situação de ter que
Pode a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) me- desocupar o imóvel no prazo de trinta dias;
ses após o início da vigência do contrato. (Art. 57, IV).
Quando a locação do imóvel for destinada ao comércio, como é o caso
Casos especiais, não sujeitos aos prazos estabelecidos no art. 57 da dos bancos oficiais ou de outras empresas públicas ou sociedades de
Lei de Licitações e Contratos: economia mista, tem direito à renovação do contrato, por igual prazo, desde
 Contratos de seguro, financiamento, locação em que o Poder Pú- que cumulativamente o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito
blico seja locatário. (Art. 62, § 3º, I); e com prazo determinado e que o prazo mínimo do contrato a renovar ou a
 Contratos em que a Administração faz parte como usuária de ser- soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos, e
viço público. (Art. 62, § 3º, II); o locatário esteja no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três
 Demais contratos cujo conteúdo seja regido predominantemente anos;
por norma de direito privado. (Art. 62, § 3º, I). Nesses casos, deve a Administração procurar assinar esses contratos
Disciplinando sobre estes contratos, enumerados no item 5, o § 3º de pelo prazo de cinco anos, prazo sempre determinado, e, em tempo oportu-
art. 62 da Lei de Licitações e Contratos manda aplicar tão somente o dis- no, antes do seu vencimento, intentar negociações com vistas à sua reno-
posto no art. 55 e nos arts. 58 a 61, não fazendo nenhuma referência e, vação, se interessar, a qual, não logrando êxito, poderá propor a competen-
portanto, excluindo exatamente o art. 57, que estabelece limites de prazo e te ação renovatória, assegurada pela Lei nº 8.245/91;
veda o contrato com prazo indeterminado. Nas concessões de uso, chamadas de comodato, também não cabem
Assim é que esses contratos são se subordinam aos prazos de dura- a limitação de prazo, devendo, no entanto, caso assinado por prazo deter-
ção fixados no art. 57, incisos II e IV, nem à vedação do § 3º do mesmo minado, formalizar-se, no tempo próprio, as prorrogações ou, proceder
artigo, que proíbe a contratação por prazo indeterminado. Podem, portanto, nova licitação.
ter prazos superiores a cinco anos ou, até mesmo, ser assinados por prazo 6.3 – PRERROGATIVAS DA ADMINISTRAÇÃO EM RELAÇÃO AOS
indeterminado. CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
O § 3º de art. 62, que exclui a incidência do art. 57, manda que sejam Em relação aos contratos, a Administração tem a prerrogativa de:
aplicadas as demais normas gerais, no que couber, pelo que, mesmo em “Modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
se tratando de serviços públicos, de locação ou de concessão de uso, não de interesse público, respeitados os direitos do contratado.” (Art. 58, I).
está a Administração desobrigada do processo de licitação, de dispensa ou A Administração não tem a faculdade de alterar o contrato administrati-
inexigibilidade, bem como das publicações previstas em lei. vo quando e como bem entender. A Administração tem o dever de intervir
no contrato e introduzir as modificações necessárias e adequadas à satis-
6.3 – PRORROGAÇÕES DOS PRAZOS DE DURAÇÃO DOS CON- fação do interesse público.
TRATOS. Nos contratos administrativos existem cláusulas que dizem respeito ao
A regra geral é a de que a duração dos contratos administrativos deve- desempenho das atividades, denominadas cláusulas regulamentares, e
rá observar a vigência dos respectivos créditos orçamentários. cláusulas que dizem respeito à remuneração do contratado, denominadas
Existem, porém, serviços de natureza contínua destinados a atender cláusulas econômicas.
necessidades públicas permanentes. De outra parte, presume-se a disponi- As cláusulas regulamentares, verificados os pressupostos normativos,
bilidade de recursos orçamentários, pois os orçamentos certamente con- podem ser unilateralmente alteradas pela Administração Pública.
templarão verbas para despesas com serviços contínuos. As cláusulas econômicas não podem ser alteradas unilateralmente pela
De um modo geral, os contratos são firmados com prazo de um ano, Administração Pública: “As cláusulas econômico-financeiras e monetárias
com previsão de prorrogação por iguais períodos até o limite de sessenta dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con-
meses, no caso de serviços contínuos, e de quarenta e oito meses, em se cordância do contratado.” (Art. 58, § 1º).
tratando de aluguel de equipamentos ou utilização de programas de infor- A alteração unilateral do contrato somente poderá ser efetuada pela
mática. ocorrência de eventos ocorridos ou somente conhecidos após a contrata-
Não há prorrogação tácita. A prorrogação deve ser motivada, previa- ção, eis que realizado o certame licitatório. Isto significa que a faculdade
mente autorizada pela autoridade competente e formalizada por um que a Administração detém de modificar o contrato está condicionada a
Termo Aditivo analisado e aprovado pelo serviço jurídico do órgão. ocorrências posteriores à data da contratação. Ocorrências que modifiquem
Uma vez aditado, o resumo deverá ser publicado na imprensa oficial as circunstâncias de fato ou de direito e que motivam e embasam a neces-
para que alcance a eficácia e seja de conhecimento dos interessados e dos sidade ou conveniência de alterar o contrato.
órgãos de controle. A alteração do contrato deverá ser:
A única disposição que a prorrogação deverá conter é o novo prazo, Motivada, justificada, sem o que, será inválida a alteração unilateral do
nada mais podendo ser incorporado. contrato administrativo.
Não basta simplesmente invocar a necessidade ou o interesse público.
6.4 CONTRATOS DE LOCAÇÃO DE IMÓVEIS É necessário explicitar o motivo real e concreto que embasa a modificação.
Quanto a tais contratos, cabe observar: A Administração deverá demonstrar que não existia na data da contra-
É dispensável a licitação para a locação de imóvel destinado ao aten- tação o motivo da modificação, isto é, de que o evento que motivou a
dimento das finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades alteração ocorreu após aquela data ou comprovar que somente se tornou
de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço conhecido após a data da assinatura do contrato.
seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. (Art. A modificação introduzida no contrato deverá ser proporcional à ocor-
24, X); rência que a motivou.
Tais contratos não estão adstritos aos prazos estabelecidos no art. 57, A modificação do contrato será nula quando:
de vez que o seu conteúdo é regido predominantemente por norma de  Desmotivada;
direito privado, Lei 8.245/91, mas devem, da mesma forma ser aplicadas as  Fundamentada em motivo existente e conhecido em data anterior á

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contratação; tos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas
 Fundamentada em motivo inexistente; após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos
 Desproporcional à motivação. preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos,
conforme o caso;
No tópico a seguir, sobre as alterações nos contratos, serão abordados
os limites à faculdade de a Administração modificar unilateralmente os § 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os en-
contratos administrativos. cargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento,
o equilíbrio econômico-financeiro inicial;
“Rescindí-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
art. 79 desta Lei.” (Art. 58, II). § 7º - (VETADO);
Este tópico será tratado adiante quando for abordado o assunto: resci- § 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajustamento de
são de contratos. preços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou
penalizações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele
“Fiscalizar-lhes a execução.” previstas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares
Este assunto foi abordado em páginas anteriores. até o limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo,
“Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.” dispensando a celebração de aditamento.”
(Art. 58, IV). 6.7 – ANULAÇÃO E RESCISÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATI-
O tópico será tratado adiante quedo for abordado o assunto: rescisão VOS
de contratos. De um modo geral um contrato se extingue pela conclusão do seu ob-
“O disposto no inciso V do art. 58 não tem mais aplicação no campo jeto ou pelo término do prazo.
dos contratos administrativos, com a edição da Lei nº 8.987 , lei específica Existem, porém, situações anormais em que um contrato se extingue
que disciplina as concessões e permissões de serviço público.” pela anulação ou pela rescisão.
6.6 – ALTERAÇÃO DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS 6.7.1 – ANULAÇÃO DE CONTRATO
A Lei de Licitações e Contratos dispõe, em seu art. 65, que os contra- Anular um contrato significa desconstituir o contrato suprimindo seus
tos administrativos poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos efeitos. A nulidade se dá quando o contrato ofende norma que tutela o
seguintes casos: interesse público, pressupõe um quadro anormal de direito.
“I – Unilateralmente pela Administração: A Lei de Licitações e Contratos assim dispõe sobre a anulação de con-
quando houver modificação do projeto ou das especificações, para me- tratos administrativos: “A declaração de nulidade do contrato administrativo
lhor adequação técnica aos seus objetivos; opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamen-
quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência te, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.” (Art. 59).
de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permiti- Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de
dos por esta Lei; indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que
II – por acordo das partes: ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contan-
 quando conveniente a substituição da garantia da execução; to que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem
lhe deu causa.”
 quando necessária a modificação do regime de execução da o-
bra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação Declarada a nulidade a Administração tem o dever de indenizar o con-
técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários; tratado, por perdas e danos, no que couber. Vedado o enriquecimento sem
causa, a Administração não poderá declarar nulidade de contrato como
 quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
instrumento de enriquecimento.
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atuali-
zado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma A decisão sobre a anulação do contrato e a indenização do contratado
financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento deverá se antecedida do devido processo legal, com garantia do contraditó-
de bens ou execução de obra ou serviço: rio e de ampla defesa do contratado, tanto no que se refere à anulação do
contrato quanto ao montante da indenização.
- para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmen-
te entre os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a 6.7.2 – RESCISÃO DE CONTRATO
justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manu- A Lei de Licitações e Contratos assim dispõe: “a inexecução total ou
tenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de parcial do contrato enseja a sua rescisão, com as consequências contratu-
sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências ais e as previstas em lei ou regulamento.” (Art.77).
incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou A rescisão do contrato poderá ser provocada pela Administração ou,
ainda. Em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configu- pelo próprio contratado no caso de descumprimento por parte do Poder
rando álea econômica extraordinária e extracontratual. Público.
§ 1 º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições con- A inexecução poderá ser total ou parcial, conforme afete o todo ou a-
tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços penas parcialmente o contrato, por ação ou omissão, com ou sem culpa.
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do Haverá culpa quando ocorrer negligência, imprudência, imprevidência
contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, ou imperícia no atendimento das disposições contidas nas cláusulas contra-
até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos. tuais.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites esta- RESCISÃO PELA INEXECUÇÃO COM CULPA
belecidos no parágrafo anterior, salvo: A inexecução com culpa enseja a aplicação de sanções legais ou con-
I – (VETADO); tratuais proporcionais à gravidade da falta, garantido o contraditório e ampla
II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratan- defesa por parte do contratado. As sanções poderão ocorrer pela aplicação
tes; de multas até a rescisão do contrato, com a cobrança de perdas e danos e,
§ 3º Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários até, com a suspensão provisória e a declaração de inidoneidade pra contra-
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as tar com a administração. Tais sanções encontram-se explicitadas nos
partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo. artigos 87 e 88 da Lei de Licitações e Contratos.
§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado Além das sanções administrativas, a Lei de Licitações e Contratos tam-
já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes bém dispõem em seus artigos 89 a 99, sobre os crimes e as penas com
deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regular- relação a licitações e contratos.
mente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeniza- RESCISÃO PELA INEXECUÇÃO SEM CULPA
ção por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde que A inexecução sem culpa ocorre em decorrência de atos ou fatos estra-
regularmente comprovados; nhos à conduta dos contratantes, ocorridos posteriormente à assinatura do
§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extin- contrato e que impediram ou dificultaram o cumprimento das obrigações

Conhecimentos Específicos 80 A Opção Certa Para a Sua Realização


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assumidas, caso em que a parte fica isenta de responsabilidades. do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a
De acordo com a Teoria da Imprevisão, existem três hipóteses que ex- situação;
cluem a culpa pela inexecução de contrato: o fato do príncipe, o caso XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos
fortuito e a força maior. pela Administração decorrente de obras, serviços, ou fornecimento, ou
A base da Teoria da Imprevisão é a de que o contrato deve ser cumpri- parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
do em conformidade com as mesmas condições existentes quando da pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao
assinatura. Ocorrendo instabilidade econômica ou social, não previstas e contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas
sem intervenção dos contratantes, que alterem as condições do contrato, obrigações até que seja normalizada a situação;
não se poderá atribuir culpa ao contratante inadimplente. XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou ob-
Fato do Príncipe: jeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratu-
Trata-se de medidas tomadas pela Administração Pública contratante e ais, bem como das fontes de materiais naturais especificados no projeto;
que venham a comprometer o equilíbrio econômico-financeiro do contrato. XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
Há situações em que, pelo aumento do encargo, o contratado terá di- comprovada, impeditiva da execução do contrato”.
reito à revisão do preço para restabelecimento do equilíbrio econômico- 6.8 – CLÁUSULAS CONTRATUAIS
financeiro. Podem ocorrer também situações em que a alteração unilateral Os contratos administrativos regulam-se pelas suas cláusulas e pelos
ocasionada pela Administração inviabilize o contratado de cumprir com o preceitos do direito público, aplicando-se-lhes, supletivamente, os princípios
contrato, fazendo então jus à indenização. da teoria geral dos contratos e as disposições do direito privado. (Art. 54).
Caso fortuito e força maior: As cláusulas contratuais deverão estar conforme com os termos do edi-
Caso fortuito é decorrente de evento da natureza, imprevisto e inevitá- tal da licitação e da proposta a que se vinculam. As cláusulas contratuais
vel, que torne impossível a execução do contrato, tal como vendaval, inun- decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de licitação devem atender
dação, terremoto ou outro evento natural anormal. aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.
Força maior é decorrente de evento humano inevitável que impossibilite A Lei de Licitações e Contratos dispõem, em seu artigo 55, como
ou impeça o cumprimento do contrato, tal como uma greve prolongada no necessárias e, portanto, obrigatórias, cláusulas contratuais que
sistema de transportes que impossibilite o cumprimento do contrato, graves estabeleçam:
perturbações à ordem pública que inviabilizem a execução do que foi “I – o objeto e seus elementos característicos;
contratado. II – o regime de execução ou a forma de fornecimento;
Hipóteses de rescisão contratual III – o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e
A Lei de Licitações e Contratos enumera no artigo 78, dezessete casos periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização
para rescisão de contrato administrativo, que deverão ser formalmente monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
motivados nos autos do respectivo processo, assegurando-se o contraditó- pagamento;
rio e a ampla defesa: IV – os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de
“I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, proje- entrega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
tos e prazos; V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, classificação funcional programática e da categoria econômica;
projetos e prazos; VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução,
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a com- quando exigidas;
provar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do forneci- VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades
mento, nos prazos estipulados; cabíveis e os valores das multas;
IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento; VIII – os casos de rescisão;
V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa IX – o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de
causa e prévia comunicação à Administração; rescisão administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
VI – a subcontratação parcial ou total do seu objeto, a associação do X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para
contrato com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como conversão, quando for o caso;
a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou
VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade de- a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente
seus superiores; aos casos omissos;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução
forma do § 1º de art.67 desta Lei; do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas,
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; 6.9 – GARANTIAS CONTRATUAIS
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura Ao critério da Administração e prevista no instrumento convocatório,
da empresa, que prejudique a execução co contrato; poderá ser exigida garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conheci- (Art.56).
mento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera No caso de prestação de garantias, caberá ao contratado optar por
administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no proces- uma das seguintes modalidades (Art. 56, § 1º):
so administrativo a que se refere o contrato; “I – caução em dinheiro ou título da dívida pública;
XIII – a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou II – seguro-garantia;
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
permitido no § 1º do art. 65 desta Lei: III – fiança bancária.”
XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administra- A Lei dispõe, nos incisos do artigo 56, que:
ção, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de cala- A garantia não excederá a cinco por cento do valor do contrato, e terá o
midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda seu valor atualizado nas mesmas condições do contrato, exceto para obras,
por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemen- serviços e fornecimentos de grande vulto, alta complexidade técnica e
te do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratu- consideráveis riscos financeiros, quando sob condições de demonstração
almente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, técnica e aprovação pela autoridade, o limite da garantia poderá ser eleva-
assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do até dez por cento do valor do contrato;

Conhecimentos Específicos 81 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Após a execução do contrato a garantia será liberada ou restituída, e, IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa
quando em dinheiro, atualizada monetariamente; e no desenvolvimento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196,
Nos casos em que os contratos importem em na entrega de bens pela de 2005)
Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garan- § 3o A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao pú-
tia deverá ser acrescido o valor desses bens. blico os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propos-
RAIMUNDI & RAMON ADVOGADOS ASSOCIADOS tas, até a respectiva abertura.
http://www.sindaf.com.br § 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
SINDAF – SINDICATO DOS AUDITORES DE FINANÇAS PÚBLICAS § 5o Nos processos de licitação previstos no caput, poderá ser estabe-
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
lecido margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços
nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras. (Incluído pela Lei nº
Lei 8.666/1993 12.349, de 2010)
Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui o
§ 6o A margem de preferência de que trata o § 5 será estabelecida
normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5
providências.
(cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de
Capítulo I 2010)
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
I - geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Seção I
II - efeito na arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais;
Dos Princípios
(Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; (Inclu-
administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, ído pela Lei nº 12.349, de 2010)
compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos IV - custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 12.349, de 2010)
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos V - em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pe-
da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações la Lei nº 12.349, de 2010)
públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e de-
mais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, § 7o Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes
Distrito Federal e Municípios. de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser
o
Art. 2o As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, aliena- estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5 .
ções, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quan- (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
do contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licita- § 8o As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produ-
ção, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei. o o
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e tos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5 e 7 , serão definidas
qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o
particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos
vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denomina- manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de
ção utilizada. 2010)
o o
o
Art. 3 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio § 9o As disposições contidas nos §§ 5 e 7 deste artigo não se apli-
constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a cam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no
administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou (Incluído pela Lei nº
básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da 12.349, de 2010)
publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7o do art. 23 desta Lei,
convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Reda- quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
ção dada pela Lei nº 12.349, de 2010)
§ 10. A margem de preferência a que se refere o § 5o poderá ser es-
§ 1o É vedado aos agentes públicos: tendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originários dos Estados
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas Partes do Mercado Comum do Sul - Mercosul. (Incluído pela Lei nº 12.349,
ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter de 2010)
competitivo, inclusive nos casos de sociedades cooperativas, e estabele- § 11. Os editais de licitação para a contratação de bens, serviços e o-
çam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou bras poderão, mediante prévia justificativa da autoridade competente, exigir
domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da
irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos administração pública ou daqueles por ela indicados a partir de processo
o o o isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou
§§ 5 a 12 deste artigo e no art. 3 da Lei n 8.248, de 23 de outubro de
1991; (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não,
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, na forma estabelecida pelo Poder Executivo federal. (Incluído pela Lei nº
trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e 12.349, de 2010)
estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de § 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao
pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências inter- aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação,
o considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação
nacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3 da Lei poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País
o e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata a Lei
n 8.248, de 23 de outubro de 1991.
§ 2o Em igualdade de condições, como critério de desempate, será as- no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
segurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: § 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação
o
I - (Revogado pela Lei nº 12.349, de 2010) de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5o, 7 , 10, 11
II - produzidos no País; e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destinados a cada
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

Conhecimentos Específicos 82 A Opção Certa Para a Sua Realização


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Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos II - trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso
observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo anterior; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou
interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteri- III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados
za ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
Administração Pública. de 1994)
Art. 5o Todos os valores, preços e custos utilizados nas licitações terão IV - cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
como expressão monetária a moeda corrente nacional, ressalvado o dis- 1994)
posto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no § 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a
pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, partir da última publicação do edital resumido ou da expedição do convite,
realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte ou ainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela
exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse Lei nº 8.883, de 1994)
público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devida-
mente publicada. § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma for-
ma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabele-
§ 1o Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigi- cido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formu-
dos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o lação das propostas.
valor. Art. 22. São modalidades de licitação:
o I - concorrência;
§ 2 A correção de que trata o parágrafo anterior cujo pagamento será
feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas dotações orçamen- II - tomada de preços;
tárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela III - convite;
Lei nº 8.883, de 1994) IV - concurso;
§ 3o Observados o disposto no caput, os pagamentos decorrentes de V - leilão.
despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que trata o inciso II do
art. 24, sem prejuízo do que dispõe seu parágrafo único, deverão ser efetu- § 1o Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interes-
ados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da sados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os
fatura. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.
...
Das Modalidades, Limites e Dispensa § 2o Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados
Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a reparti- devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas
ção interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justifi- para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
cado. propostas, observada a necessária qualificação.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de § 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo
interessados residentes ou sediados em outros locais. pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em
Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em
das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos
local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem
no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apre-
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por ór- sentação das propostas.
gão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se § 4o Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessa-
tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou dos para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a
garantidas por instituições federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
1994) constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência míni-
II - no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, ma de 45 (quarenta e cinco) dias.
respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração o
Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela § 5 Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
Lei nº 8.883, de 1994) para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produ-
tos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens
III - em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se hou-
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superi-
ver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada
or ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo
o
ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros § 6o Na hipótese do § 3 deste artigo, existindo na praça mais de 3
meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para objeto
pela Lei nº 8.883, de 1994) idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
§ 1o O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interes- interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas
sados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
sobre a licitação. § 7o Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse
§ 2o O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes
do evento será: exigidos no § 3o deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamen-
I - quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de te justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
1994) § 8o É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a com-
a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) binação das referidas neste artigo.
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regi- o o
me de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" § 9 Na hipótese do parágrafo 2 deste artigo, a administração somen-
ou "técnica e preço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994) te poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos

Conhecimentos Específicos 83 A Opção Certa Para a Sua Realização


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arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da Art. 24. É dispensável a licitação:
licitação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cen-
Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III to) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que
do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para
tendo em vista o valor estimado da contratação: obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser
I - para obras e serviços de engenharia: (Redação dada pela Lei nº realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº
9.648, de 1998) 9.648, de 1998)
a) convite - até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais); (Redação II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações,
b) tomada de preços - até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realiza-
da de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)
c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos
mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
II - para compras e serviços não referidos no inciso anterior:(Redação IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando carac-
dada pela Lei nº 9.648, de 1998) terizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo
ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e
a) convite - até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais); (Redação dada pela outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários
Lei nº 9.648, de 1998) ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas
b) tomada de preços - até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180
reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência
c) concorrência - acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinquenta mil da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998) contratos;
§ 1o As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi-
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economi- ficadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração,
camente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor aprovei- mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;
tamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competiti- VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regu-
vidade sem perda da economia de escala. (Redação dada pela Lei nº lar preços ou normalizar o abastecimento;
8.883, de 1994) VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifes-
tamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incom-
§ 2o Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parce-
patíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que,
ladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas
observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação,
da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preserva-
será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não
da a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. (Reda-
superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;
ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
§ 3o A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a
seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em
ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, obser- compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883,
vados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou de 1994)
entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República,
pela Lei nº 8.883, de 1994) ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)
§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e
o localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível
§ 5 É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de pre-
com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei
ços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou
nº 8.883, de 1994)
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o soma- XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento,
tório de seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concor- em consequência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de
rência", respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições ofereci-
de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empre- das pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigi-
sas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. do;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecí-
veis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios
§ 6o As organizações industriais da Administração Federal direta, em correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Reda-
face de suas peculiaridades, obedecerão aos limites estabelecidos no ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde
XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou
que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manuten-
estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucio-
ção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à
nal, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a
União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)
contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha
§ 7o Na compra de bens de natureza divisível e desde que não haja fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cotação de quantidade XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo inter-
inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da competitivi- nacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condi-
dade, podendo o edital fixar quantitativo mínimo para preservar a economia ções ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;
de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 8o No caso de consórcios públicos, aplicar-se-á o dobro dos valores XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos histó-
mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes ricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às
da Federação, e o triplo, quando formado por maior número. (Incluído pela finalidades do órgão ou entidade.
Lei nº 11.107, de 2005)

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XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padroniza- preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Coman-
dos de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como dante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).
para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou privada,
público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência
Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência
1994) Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária,
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência
ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts.
período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipa- o o o o
mentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a 3 , 4 , 5 e 20 da Lei n 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados
vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº
12.349, de 2010)
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento
de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput
deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movi- contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empre-
mentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos sa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como
prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das ope- Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
rações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competi-
incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) ção, em especial:
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só pos-
exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver sam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial
necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de co- exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro
missão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço,
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas
sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades entidades equivalentes;
da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 des-
de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o ta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória
praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
XXI - para a aquisição de bens e insumos destinados exclusivamente à divulgação;
pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela Capes, III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, direta-
pela Finep, pelo CNPq ou por outras instituições de fomento a pesquisa mente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela
credenciadas pelo CNPq para esse fim específico; (Redação dada pela Lei crítica especializada ou pela opinião pública.
nº 12.349, de 2010)
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétri- cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho
ca e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segun- anterior, estudos, experiências, publicações, organização, aparelhamento,
do as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998) equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades,
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de permita inferir que o seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais
economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço
contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei § 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa,
nº 9.648, de 1998) se comprovado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano
causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com
agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabí-
as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de
veis.
governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído
pela Lei nº 9.648, de 1998) o o
Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2 e 4 do art. 17 e no inciso III
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25,
- ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do pará-
o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. o
grafo único do art. 8 desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3
(Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004) (três) dias, à autoridade superior, para ratificação e publicação na imprensa
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos.
ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de servi- (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
ços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de re-
consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº tardamento, previsto neste artigo, será instruído, no que couber, com os
11.107, de 2005) seguintes elementos:
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de I - caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique
resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema a dispensa, quando for o caso;
de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas
formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas II - razão da escolha do fornecedor ou executante;
pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de III - justificativa do preço.
equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde IV - documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os
pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). bens serão alocados. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou pres- ...
tados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnoló- DOS CONTRATOS
gica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente Seção I
designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, Disposições Preliminares
de 2007).
Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se
XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando-se-lhes,
aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas
em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao

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supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições § 3o Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo
de direito privado. alta complexidade técnica e riscos financeiros consideráveis, demonstrados
§ 1o Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condi- através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o
ções para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos, limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de
termos da licitação e da proposta a que se vinculam. 1994)

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade de lici- § 4o A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída
tação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atualizada monetari-
proposta. amente.
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabele- § 5o Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela
çam: Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao valor da garan-
I - o objeto e seus elementos característicos; tia deverá ser acrescido o valor desses bens.
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento; Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e pe- vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relati-
riodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetá- vos:
ria entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento; I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas esta-
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de en- belecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver
trega, de observação e de recebimento definitivo, conforme o caso; interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato
convocatório;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classifi-
cação funcional programática e da categoria econômica; II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,
que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quan-
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
do exigidas;
administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades ca- 9.648, de 1998)
bíveis e os valores das multas;
III - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
VIII - os casos de rescisão;
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de infor-
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de resci- mática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e
são administrativa prevista no art. 77 desta Lei; oito) meses após o início da vigência do contrato.
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para con- V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24,
versão, quando for o caso; cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses,
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou caso haja interesse da administração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)
a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;
§ 1o Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e
casos omissos; assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em pro-
contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas cesso:
as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação. I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) II - superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à von-
§ 2o Nos contratos celebrados pela Administração Pública com pesso- tade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução
as físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deve- do contrato;
rá constar necessariamente cláusula que declare competente o foro da III - interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de tra-
sede da Administração para dirimir qualquer questão contratual, salvo o balho por ordem e no interesse da Administração;
disposto no § 6o do art. 32 desta Lei. IV - aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos
o limites permitidos por esta Lei;
§ 3 No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade V - impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro
comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscalização de reconhecido pela Administração em documento contemporâneo à sua
tributos da União, Estado ou Município, as características e os valores ocorrência;
o
pagos, segundo o disposto no art. 63 da Lei n 4.320, de 17 de março de VI - omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, in-
1964. clusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde impedimento ou retardamento na execução do contrato, sem prejuízo das
que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
§ 2o Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e pre-
o viamente autorizada pela autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 1 Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades
de garantia: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) § 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes o
ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema § 4 Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante auto-
centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do rização da autoridade superior, o prazo de que trata o inciso II do caput
Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses. (Incluído pela Lei
Ministério da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004) nº 9.648, de 1998)
II - seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
III - fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94) esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não excederá a de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mes-
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do
o
mas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3 deste artigo. art. 79 desta Lei;
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) III - fiscalizar-lhes a execução;

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IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajus- seu valor, nos casos de compra com entrega imediata e integral dos bens
te; adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens técnica.
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhecimento dos termos do
hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato obtenção de cópia autenticada, mediante o pagamento dos emolumentos
administrativo. devidos.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para
administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do assinar o termo de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente,
contratado. dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à
contratação, sem prejuízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equi- § 1o O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual
líbrio contratual. período, quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que
ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera re-
troativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deve- § 2o É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o
ria produzir, além de desconstituir os já produzidos. termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na
indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condi-
ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, con- ções propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços
tanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação
quem lhe deu causa. independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.
Seção II § 3o Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas,
Da Formalização dos Contratos sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas reparti- compromissos assumidos.
ções interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autó-
grafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos Seção III
reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório Da Alteração dos Contratos
de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a as devidas justificativas, nos seguintes casos:
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim
entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite I - unilateralmente pela Administração:
estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para
adiantamento. melhor adequação técnica aos seus objetivos;
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência
seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permiti-
número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a dos por esta Lei;
sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais. II - por acordo das partes:
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
de seus aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra
para sua eficácia, será providenciada pela Administração até o quinto dia ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação
útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;
dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por im-
ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº posição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualiza-
8.883, de 1994) do, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma
Art. 62. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concor- financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento
rência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibilidades de bens ou execução de obra ou serviço;
cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente
de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substi- entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a
tuí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manu-
empenho de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de tenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de
serviço. sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências
§ 1o A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato con- incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
vocatório da licitação. ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configu-
o rando álea econômica extraordinária e extracontratual. (Redação dada pela
§ 2 Em "carta contrato", "nota de empenho de despesa", "autorização Lei nº 8.883, de 1994)
de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis
aplica-se, no que couber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Redação dada § 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições con-
pela Lei nº 8.883, de 1994) tratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços
ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atualizado do
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento,
normas gerais, no que couber: até o limite de 50% (cinquenta por cento) para os seus acréscimos.
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o o
Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, § 2 Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites esta-
predominantemente, por norma de direito privado; belecidos no parágrafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de
1998)
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de
serviço público. I - (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratan-
§ 4o É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição tes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)
prevista neste artigo, a critério da Administração e independentemente de

Conhecimentos Específicos 87 A Opção Certa Para a Sua Realização


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§ 3o Se no contrato não houverem sido contemplados preços unitários Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das res-
para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acordo entre as ponsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,
serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Adminis-
partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1o deste artigo. tração.
§ 4o No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contrata- Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
do já houver adquirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes I - em se tratando de obras e serviços:
deverão ser pagos pela Administração pelos custos de aquisição regular- a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fisca-
mente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indeni- lização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15
zação por outros danos eventualmente decorrentes da supressão, desde (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;
que regularmente comprovados.
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade
§ 5o Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extin- competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após
tos, bem como a superveniência de disposições legais, quando ocorridas o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação
após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;
preços contratados, implicarão a revisão destes para mais ou para menos, II - em se tratando de compras ou de locação de equipamentos:
conforme o caso. a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformida-
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os en- de do material com a especificação;
cargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamen- b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do
to, o equilíbrio econômico-financeiro inicial. material e consequente aceitação.
o
§ 7 (VETADO) § 1o Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o re-
cebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, median-
§ 8o A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de pre- te recibo.
ços previsto no próprio contrato, as atualizações, compensações ou penali-
zações financeiras decorrentes das condições de pagamento nele previs- § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabili-
tas, bem como o empenho de dotações orçamentárias suplementares até o dade civil pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-
limite do seu valor corrigido, não caracterizam alteração do mesmo, poden- profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabele-
do ser registrados por simples apostila, dispensando a celebração de cidos pela lei ou pelo contrato.
aditamento.
§ 3o O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não
Seção IV poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excepcionais,
Da Execução dos Contratos devidamente justificados e previstos no edital.
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de a-
cordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo § 4o Na hipótese de o termo circunstanciado ou a verificação a que se
cada uma pelas consequências de sua inexecução total ou parcial. refere este artigo não serem, respectivamente, lavrado ou procedida dentro
dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunica-
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
dos à Administração nos 15 (quinze) dias anteriores à exaustão dos mes-
por um representante da Administração especialmente designado, permiti-
mos.
da a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição. Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes
casos:
§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio to- I - gêneros perecíveis e alimentação preparada;
das as ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinan-
II - serviços profissionais;
do o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos observados.
III - obras e serviços de valor até o previsto no art. 23, inciso II, alínea
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do "a", desta Lei, desde que não se componham de aparelhos, equipamentos
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtividade.
para a adoção das medidas convenientes. Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito me-
Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administra- diante recibo.
ção, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do contra- Art. 75. Salvo disposições em contrário constantes do edital, do convite
to. ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por
Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm
ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato por conta do contratado.
em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execu- Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço
ção ou de materiais empregados. ou fornecimento executado em desacordo com o contrato.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente
à Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execu-
Seção V
ção do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a
Da Inexecução e da Rescisão dos Contratos
fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.
Art. 77. A inexecução total ou parcial do contrato enseja a sua resci-
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previ-
são, com as consequências contratuais e as previstas em lei ou regulamen-
denciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
to.
o
§ 1 A inadimplência do contratado, com referência aos encargos tra- Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
balhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, proje-
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do tos ou prazos;
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações,
inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, projetos e prazos;
de 1995)
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a com-
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o contrata- provar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do forneci-
do pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, mento, nos prazos estipulados;
nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa
§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994) causa e prévia comunicação à Administração;

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VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as
contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem seguintes consequências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
como a fusão, cisão ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato; I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade de- se encontrar, por ato próprio da Administração;
signada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material
seus superiores; e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua conti-
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na nuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;
forma do § 1o do art. 67 desta Lei; III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Adminis-
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil; tração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado; IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos pre-
juízos causados à Administração.
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura
da empresa, que prejudique a execução do contrato; § 1o A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conheci- fica a critério da Administração, que poderá dar continuidade à obra ou ao
mento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera serviço por execução direta ou indireta.
administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no proces- § 2o É permitido à Administração, no caso de concordata do contrata-
so administrativo a que se refere o contrato; do, manter o contrato, podendo assumir o controle de determinadas ativi-
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou dades de serviços essenciais.
compras, acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite
§ 3o Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido
permitido no § 1o do art. 65 desta Lei; de autorização expressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administra- Estadual ou Municipal, conforme o caso.
ção, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de cala-
midade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda § 4o A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à
por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independente- Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no inciso I deste
mente do pagamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e con- artigo.
tratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previs- Capítulo IV
tas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela sus- DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL
pensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normali- Seção I
zada a situação; Disposições Gerais
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pe- Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatário em assinar o contrato,
la Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce- aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo estabelecido
las destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação
pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado ao assumida, sujeitando-o às penalidades legalmente estabelecidas.
contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de suas Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes
obrigações até que seja normalizada a situação;
convocados nos termos do art. 64, § 2o desta Lei, que não aceitarem a
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou ob-
contratação, nas mesmas condições propostas pelo primeiro adjudicatário,
jeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratu-
inclusive quanto ao prazo e preço.
ais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente
com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licitação
comprovada, impeditiva da execução do contrato.
sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios,
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
motivados nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tenta-
defesa.
dos, sujeitam os seus autores, quando servidores públicos, além das san-
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuí- ções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.
zo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser: que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo,
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos função ou emprego público.
enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
§ 1o Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exer-
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo
ce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas,
da licitação, desde que haja conveniência para a Administração;
além das fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista,
III - judicial, nos termos da legislação; as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
IV - (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 2o A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de au- dos crimes previstos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou
torização escrita e fundamentada da autoridade competente. de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, em-
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do ar- presa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra
tigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos entidade controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e
direito a: aos contratos celebrados pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios,
I - devolução de garantia; e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
direto ou indireto.
III - pagamento do custo da desmobilização.
§ 3º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
Seção II
§ 4º (Vetado).(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994) Das Sanções Administrativas
§ 5o Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o con-
cronograma de execução será prorrogado automaticamente por igual tratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convocatório ou
tempo. no contrato.

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§ 1o A multa a que alude este artigo não impede que a Administração durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem
rescinda unilateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos
nesta Lei. instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem
cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta
§ 2o A multa, aplicada após regular processo administrativo, será des- Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
contada da garantia do respectivo contratado. Pena - detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela
§ 3o Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, a- Lei nº 8.883, de 1994)
lém da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, a qual Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo com-
será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administra- provadamente concorrido para a consumação da ilegalidade, obtém vanta-
ção ou ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente. gem indevida ou se beneficia, injustamente, das modificações ou prorroga-
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração ções contratuais.
poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de
sanções: procedimento licitatório:
I - advertência; Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contra- Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento li-
to; citatório, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
de contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos; Art. 95. Afastar ou procura afastar licitante, por meio de violência, grave
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Adminis- ameaça, fraude ou oferecimento de vantagem de qualquer tipo:
tração Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena
ou até que seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que correspondente à violência.
aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressar- Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste
cir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da de licitar, em razão da vantagem oferecida.
sanção aplicada com base no inciso anterior. Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada
§ 1o Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, a- para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela decor-
lém da perda desta, responderá o contratado pela sua diferença, que será rente:
descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou I - elevando arbitrariamente os preços;
cobrada judicialmente. II - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou
§ 2o As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão deteriorada;
ser aplicadas juntamente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do III - entregando uma mercadoria por outra;
interessado, no respectivo processo, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. IV - alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria for-
o necida;
§ 3 A sanção estabelecida no inciso IV deste artigo é de competência
V - tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a propos-
exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal,
ta ou a execução do contrato:
conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo proces-
so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profis-
Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior po- sional declarado inidôneo:
derão também ser aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
razão dos contratos regidos por esta Lei: Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidô-
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios do- neo, venha a licitar ou a contratar com a Administração.
losos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos; Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qual-
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da lici- quer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamente a
tação; alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Adminis- Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
tração em virtude de atos ilícitos praticados. Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste
Seção III no pagamento de quantia fixada na sentença e calculada em índices per-
Dos Crimes e das Penas centuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
lei, ou deixar de observar as formalidades pertinentes à dispensa ou à § 1o Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a
inexigibilidade: 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cento) do valor do
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa. contrato licitado ou celebrado com dispensa ou inexigibilidade de licitação.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprova-
§ 2o O produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à
damente concorrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da
Fazenda Federal, Distrital, Estadual ou Municipal.
dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder
Público. Seção IV
Do Processo e do Procedimento Judicial
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer
outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública in-
intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudica- condicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.
ção do objeto da licitação: Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei,
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações
sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a
ocorrência.
Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de
contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder Judiciário: Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autori-
dade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemu-
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
nhas.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou
Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os
vantagem, inclusive prorrogação contratual, em favor do adjudicatário,
magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os

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titulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer Em todas as outras profissões das Ciências da Saúde tem-se buscado
dos Poderes verificarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, reme- a fundamentacão das técnicas de tratamento, condutas de manejo e inter-
terão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao venção, através da pesquisa. Através das pesquisas foi possível compre-
oferecimento da denúncia. ender melhor o funcionamento das estruturas biológicas em geral e portan-
Art. 103. Será admitida ação penal privada subsidiária da pública, se to comprovar através de parâmetros , delineamentos metodológicos e
esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o dispos- análise de dados o efeito de diversas intervenções terapêuticas. O conhe-
to nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal. cimento dos mecanismos orgânicos possibilita através do raciocínio lógico
Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 de causa e efeito determinar os riscos, benefícios e efeitos colaterais de
(dez) dias para apresentação de defesa escrita, contado da data do seu intervenções terapêuticas. Assim sendo a pesquisa contribui em muito para
interrogatório, podendo juntar documentos, arrolar as testemunhas que determinar a eficácia dos métodos terapêuticos a serem empregados.
tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que Condutas éticas com o paciente:
pretenda produzir. Muitos profissionais em várias especialidades das ciências da saúde,
Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e pratica- tem condutas inapropriadas quanto a ética e mesmo a moral. Casos, como
das as diligências instrutórias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, o do pediatra e psicanalista carioca, já a algum tempo em custódia, que
sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações enquanto medicava crianças com dormonid (um sedativo conhecido),
finais. abusava sexualmente destes pacientes, sempre do sexo masculino, docu-
Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vin- mentando tais atos através de vídeo; ou do cirurgião plástico de Porto
te e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença. Alegre que abusava de suas pacientes sedadas. Na realidade nem sempre
uma conduta antiética pode necessariamente acompanhar tal nível de
Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponível no prazo de 5 (cin- gravidade. Alguns profissionais, muito frequentemente mentem sobre os
co) dias. efeitos fisiológicos e benefícios terapêuticos, conduzindo os pacientes que
Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais defini- são leigos, a realizarem tratamentos ou pacotes terapêuticos, desnecessá-
das nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam rios, indevidos ou mesmo iatrogênicos.
respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Código de Processo Penal e a Premissas éticas importates na relação com o paciente:
Lei de Execução Penal.
a)Respeitar o libido do paciente, conquistando gradualmente a confi-
ança técnica , ética e moral do paciente. Desta forma todo procedimento
realizado deve ser explanado, fazendo com que o mesmo se mantenha
sempre seguro.
18 CONDUTA ÉTICA DOS PROFISSIONAIS DA Á-
b) Manter registros, relatórios e evoluções clínicas do paciente sempre
REA DE SAÚDE. atualizadas.
c) Não divulgar, em particular ou em público, quaisquer informes que
"Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consci- tenham origem nas palavras dos pacientes, mesmo que estes tenham dito
ente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e que os mesmos não eram segredáveis. Da mesma forma deve se manter
errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só em sigilo as informações clínicas ou de estudo clínico compartilhadas entre
conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar a equipe multidisciplinar , as quais forem obtidas em discussões clínicas,
o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores prontuários e relatos para atuação multi, inter ou transdisciplinar.
morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos
d) Ética profissional: Regulamento tomado como consenso para se se-
pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade
guir de acordo com os conceitos morais intrínsecos específicos de cada
são condições indispensáveis da vida ética. A consciência moral manifesta-
profissão. Vide: Código de Ética Profissional
se, antes de tudo, na capacidade para deliberar diante de alternativas
possíveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lançar-se na ação. f) Na massoterapia muitos profissionais de ambos os sexos tem repor-
Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigên- tado sobre ataques de assédio proveniente de pacientes ipsi ou contra-
cias feitas pela situação, as conseqüências para si e para os outros, a lateralmente de ambos os sexos. Quando tal fato ocorrer o profissional
conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para alcançar deve estar preparado para explicar os limites dos procedimentos exercidos
fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou de de forma que não haja constrangimento ou que o constrangimento seja
transgredi-lo (se o estabelecido for moral ou injusto). A vontade é esse eufemisado pelo profissional, que em primeira instância deve ser claro
poder deliberativo e decisório do agente moral. Para que se exerça tal quanto as intenções e “dar a volta“ na situação. Caso haja re-incidência,
poder sobre o sujeito moral, a vontade deve ser livre, isto é, não pode estar condutas mais duras devem ser tomadas, no intuito de preservar a integri-
submetida à vontade de um outro nem pode estar submetida aos instintos e dade física e moral do profissional.
às paixões, mas, ao contrário, deve ter poder sobre eles e elas. O campo g) Ter cuidado ao gerar aproximações emocionais com um paciente.
ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o Deve haver uma separação formal do profissional e do amigo, do profissio-
conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas nal e do esposo. Deve-se utilizar de um ritual formal a ser incorporado para
pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética." (SPOB - Dr. que haja uma sinalização da distinção destas partes do todo. Instrumentos
Heitor A. da Silva e Dra. Ivone Boechat). como o tratamento pela titulação profissional, uso do jaleco ou uniforme,
“Para que não haja problemas, as condutas de intervenção e diagnós- auxiliam neste ritual, mas o comportamento também deve modificar. Muitas
tico profissional deve ser sempre realizada por um profissional legalmente condutas ou intervenções terapêuticas não são executadas por profissio-
habilitado para tal prática.” nais com membros de sua própria família para evitar a influência emocional
ou mesmo a banalização da intervenção.
A ética através da prática baseada em evidências
h)É dever de cada profissional estadiar e admitir os limites de interven-
“Praticar Medicina Baseada em Evidências significa integrar a experi-
ção técnica e ética de sua profissão, encaminhando o paciente a um espe-
ência clínica com as melhores evidências disponíveis derivadas de pesqui-
cialista de acoordo com as necessidades clinicas específicas de cada
sas sistemáticas. É Uma forma nova de ensino e prática da medicina que
situação, sempre explicando claramente ao paciente..
atribui um papel menos destacado para o raciocínio fisiopatológico para a
intuição e para a experiência clínica não sistematizada. Enfatiza o exame i)Nunca desacreditará ou menosprezará ao médico ou qualquer outro
das evidências de pesquisas clínicas como instrumento adequado para a profissional de saúde, valorizando sempre o seu trabalho e quando houve-
prática de uma medicina mais eficiente. Requer que o médico tenha novas rem diagnósticos equivocados, os mesmos devem ser primariamente
habilidades tais como capacidade para elaborar questões clínicas correta- debatidos e discutidos com o profissional antes de trazer algum dolo moral
mente, para realizar busca de respostas a estas questões, criticar a infor- do aludido profissional perante o paciente
mação obtida através da aplicação de regras de evidência, capacidade de j)Ter cautela ao comentar casos de pacientes com outros pacientes
decisão com base nestas informações, mais que na opinião de autoridades mesmo com a intenção de encorajá-los, pois isto tanto foge da técnica
ou em experiências não sistemáticas.” quanto amedronta o paciente.
Condutas éticas na equipe multidiciplinar

Conhecimentos Específicos 91 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O conhecimento na área da saúde tem crescido de forma avassaladora próximo ou remoto dessa lesão" (NBR 14280/99, Cadastro de Acidentes do
nas últimas décadas, levando a um incremento considerável dos conteú- Trabalho - Procedimento e Classificação.)
dos, artigos e relatos clínicos ou científicos sobre as mais diversas especia- Muitas vezes o acidente parece ocorrer sem ocasionar lesão ou danos,
lidades e disciplinas em saúde. Desta forma cada vez mais um único pro- o que, a princípio poderia contradizer a definição acima apresentada.
blema de saúde em um dado paciente, tem merecido a assistência conjun- Alguns autores chamam esses acidentes de incidentes ou de "quase-
ta de vários profissionais. A atuação em mútua colaboração de vários acidentes". Outros autores, preservando a definição, os chamam de "aci-
profissionais em prol da recuperação de um paciente torna necessário o dentes sem lesão ou danos visíveis". Nesse caso o prejuízo (dano) material
estabelecimento de políticas éticas para o relacionamento entre estes pode ser até mesmo a perda de tempo associada ao acidente.
profissionais, diminuindo assim possíveis atritos que possam interromper Exemplificamos aqui dois acidentes com lesão:
um sincronismo e uma harmonia que possam ser vitais para a saúde e a 1) acidente: exposição do trabalhador a ruído excessivo
qualidade de vida dos pacientes. causa: ausência de isolamento acústico e/ou não utilização de protetor
“O paciente não tem dono: Todo profissional deve realizar e desejar o auricular conseqüência: perda auditiva (doença profissional).
melhor para seu paciente, enquanto a intervenção, diagnóstico e mesmo 2) acidente: queda do trabalhador de um andaime
encaminhamento a outros profissionais, mesmo que a sua intervenção causa: ausência da proteção lateral do andaime e/ou não utilização de cinto
tenha que ser suspensa, de forma temporária ou permanente. .” de segurança conseqüência: fraturas diversas (lesões traumáticas) e/ou
São premissas importantes morte.
a) Manter um bom relacionamento com os demais membros da equipe Existe uma ampla legislação sobre esse assunto, especialmente na á-
multidisciplinar em saúde. rea trabalhista e previdenciária.
b) Nunca diminuir o respeito e a consideração técnica do paciente a um O gerenciamento dos riscos associados ao trabalho é fundamental pa-
outro profissional. ra a prevenção de acidentes. Isso requer pesquisas, métodos e técnicas
c) Nunca cercear o exercício profissional de outrem. específicas, monitoramento e controle.
Os conceitos básicos de segurança e saúde devem estar incorporados
d) Respeitar as normas internas, titulações, condutas éticas específicas
em todas as etapas do processo produtivo, do projeto à operação. Essa
e legislações, estabelecidas pela ordem, associação ou conselho profissio-
concepção irá garantir inclusive a continuidade e segurança dos processos,
nal das demais profissões.
uma vez que os acidentes geram horas e dias perdidos.
f) Seguir as normas legais de sua própria profissão. Instituições públicas e privadas, no Brasil e no exterior dedicam-se a
g) Manter a humildade como uma ferramenta de diálogo entre a equipe esse assunto em suas mais variadas vertentes, envolvendo uma grande
de saúde, facilitando assim a troca de informações entre especialidades e diversidade de profissionais, devido ao seu caráter multidisciplinar.
disciplinas de saúde. Acima de tudo, entretanto, a busca de condições seguras e saudáveis
... Se fossemos apenas viventes biológicos, subordinados às leis do no ambiente de trabalho significa proteger e preservar a vida e, principal-
funcionamento dos sistemas vivos, não nos colocaríamos questões éticas, mente, é mais uma forma de se construir qualidade de vida.
mas como existências conscientes e livres, tomamos sempre novas deci- O trabalho realizado seriamente de forma competente e assídua, é
sões e orientações: somos a única natureza que controla seu devir. uma das maiores virtudes do ser humano. Ele valoriza, revitaliza e honra
Fonte: http://www.sogab.com.br/apeticaemsaude.htm quem o realiza para o bem estar próprio e ao dos seus semelhantes.
Os frutos colhidos do trabalho desenvolvido com segurança geram pra-
zer e satisfação. Os traumas físicos e psicológicos provocados por aciden-
19 PRINCÍPIOS GERAIS DE SEGURANÇA NO TRA- tes durante o mesmo, geram a angústia, a infelicidade e, conseqüentemen-
BALHO. 19.1 PREVENÇÃO E CAUSAS DOS ACI- te, o desestímulo.
DENTES DO TRABALHO. 19.2 PRINCÍPIOS DE ER- O trabalhador e a unidade onde ele desenvolve suas atividades têm
GONOMIA NO TRABALHO. 19.3 CÓDIGOS E SÍM- obrigação de conhecer os respectivos direitos e deveres que regem o
trabalho feito com harmonia, satisfação e, sobretudo, segurança.
BOLOS ESPECÍFICOS DE SAÚDE E SEGURANÇA
O contorno às situações insalubres, o uso de equipamentos de segu-
NO TRABALHO.
rança individual e/ou coletiva e a supervisão constante de uma Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), são objetivos que não podemos
Prevenção de acidentes. deixar de priorizar.
A segurança no trabalho sempre foi essencial para garantir a saúde e A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) define que as Unidades
evitar acidentes nos locais de trabalho. Atualmente, tornou-se um item mantenham Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Traba-
obrigatório em todos os tipos de trabalho. lho, de acordo com o grau de risco da atividade específica e com o número
Milhares ou milhões? de servidores.
Infelizmente, as estatísticas oficiais ainda não quantificam, adequada- A legislação prevê, por exemplo, que o custeio de exames médicos o-
mente, a ocorrência anual de acidentes do trabalho no Brasil. Segundo as cupacionais dos servidores seja de responsabilidade do empregador.
últimas estatísticas da Previdência Social, os acidentes com lesão foram da Existem também Normas Regulamentadoras da CLT, que estabelecem
ordem de 400 mil no período de um ano, sendo que aproximadamente 400 direitos e deveres da Unidade e dos servidores, relativos à Segurança e
desses acidentes resultaram na morte do trabalhador. Medicina do Trabalho. Como é o caso da Portaria nº 3214, de 08.06.78.
Desde aqueles que ocorrem sem lesão ou danos visíveis até os fatais, Assim, é de fundamental importância que não só o empregador cumpra
os acidentes no trabalho são objeto de estudo de um setor que, entre sua parte, mas principalmente os servidores conheçam as normas e instru-
outras denominações, intitula-se de Segurança e Saúde no Trabalho (SST). ções existentes em sua área de trabalho e as atitudes corretas que devem
O acidente é, por definição, um evento negativo e indesejado do qual ser tomadas no dia a dia.
resulta uma lesão pessoal ou dano material. Diante de situações novas ou de emergências, use o bom senso, veri-
Essa lesão pode ser imediata (lesão traumática) ou mediata (doença fique as precauções a serem tomadas, em consonância com as recomen-
profissional). dações da Unidade. Em caso de dúvida, busque orientação da chefia
Assim, caracteriza-se a lesão quando a integridade física ou a saúde imediata, a quem devem ser dadas também sugestões práticas de como
são atingidas. O acidente, entretanto, caracteriza-se pela existência do executar um trabalho em condições seguras.
risco.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT apresenta a se- SEGURANÇA
guinte definição para o acidente do trabalho: Alguns conceitos norteiam as ações de segurança no ambiente de tra-
"ACIDENTE DO TRABALHO (ou, simplesmente, ACIDENTE ) é a ocor- balho:
rência imprevista e indesejável, instantânea ou não, relacionada com o Segurança do Trabalho:
exercício do trabalho, que provoca lesão pessoal ou de que decorre risco Conjunto de recursos utilizados para manter sistemas de controle de
riscos e prevenção de acidente.

Conhecimentos Específicos 92 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
Risco: Frio Gases Parasitas Imposição de Eletricidade
Conjunto de variáveis que favorecem a interrupção de um processo e a ritmos excessi-
ocorrência de um acidente. vos
Calor Vapores Bacilos Trabalho em Probabilidade de
Prevenção: turno e noturno incêndio ou explo-
Conjunto de métodos ou processos cuja finalidade é evitar ou controlar são
os riscos. Pressões Substâncias, Jornada de Armazena-mento
anormais compostos trabalho inadequado
ou produtos prolongada
Controle:
químicos em
Concretização dos métodos e processos de prevenção. geral
Umidade Monotonia e Animais peçonhen-
Controle de Risco: repetitividade tos
Para preservar a integridade dos servidores, a CIPA deve desenvolver Outras situa- Outras situações
um trabalho de levantamento das condições de trabalho e dos riscos que ções causado- de risco que
podem causar desconforto, lesão ou agravo à saúde. ras de “stress” poderão contribuir
físico e/ou para a ocorrência
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): psíquico de acidentes
É um grupo de servidores constituído por representantes da Unidade SIMBOLOGIA UTILIZADA
(indicados pelo Diretor), para contribuir na prevenção de doenças e aciden- Círculos com diâmetros diferentes
tes do trabalho. No entanto, TODOS devem se sentir integrantes da CIPA. A simbologia representada pelo tamanho dos círculos acompanha o ti-
Entre as suas várias atividades, está a Semana Interna de Prevenção de po de gravidade de risco.
Acidentes - SIPAT, durante a qual se desenvolvem eventos para despertar O tipo de risco varia com a cor. Veja:
em cada um o interesse prevencionista. SUA participação é de grande
importância.
RISCOS AMBIENTAIS
Acidente de trabalho: Agentes Físicos Verde
Incidentes que acontecem, apesar dos programas de controle de riscos Agentes Químicos Vermelho
desenvolvidos periodicamente. O conceito legal de acidente de trabalho é Agentes Biológicos Marrom
“o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da Unidade, provocando Agentes Ergonômicos Amarelo
lesão corporal ou perturbação funcional, que causa a morte ou a perda ou Agentes de Acidentes Azul
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.
RECOMENDAÇÕES
Acidente de trajeto:
Para sua própria segurança, procure estar sempre informado sobre
É aquele ocorrido fora do local de trabalho, no trajeto do trabalho para normas e instruções existentes em sua área de trabalho. Diante de novas
a residência ou da residência para o trabalho e no deslocamento do traba- situações no dia a dia, use o bom senso. Verifique as precauções a serem
lho para atender necessidades fisiológicas - refeições, lanches e outros - e tomadas, observando sempre as recomendações da Unidade. Em caso de
para descanso programado. dúvidas, consulte seu Chefe Imediato. Faça sugestões sobre como execu-
Daí a importância de manter sempre atualizado o endereço de sua re- tar o trabalho em condições mais seguras.
sidência junto a Sessão de Pessoal e Chefe imediato. É IMPORTANTE CONHECER OS REPRESENTANTES DA CIPA DE
SUA UNIDADE
Doenças profissionais:
OS CINCO SENSOS
São equiparadas aos acidentes de trabalho.
O Programa dos Cinco Sensos, que vamos chamar de 5S, consolidou-
• na Unidade ou fora da Unidade, no horário de trabalho -
se no Japão a partir da década de 50. Seu nome provém das palavras que,
procurar atendimento médico e comunicar o fato à chefia
em japonês, começam com a letra S.
imediata.
Antes de adotar estes princípios de segurança, torna-se necessário
• fora da Unidade e do horário de trabalho ou no trajeto - pro-
uma explicação detalhada de cada um para o entendimento da verdadeira
curar atendimento médico e comunicar ao Chefe imediato, profundidade do programa.
no início do próximo expediente
1º S (SEIRI) - Senso de Utilização
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS 2º S (SEITON) - Senso de Ordenação
OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA NATUREZA E 3º S (SEISOU) - Senso de Limpeza
A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES 4º S (SEIKETSU) - Senso de Saúde
5º S (SHITSUKE) - Senso de Autodisciplina
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5
Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul As etapas mencionadas fazem parte do Programa 5S. Em cada uma
Riscos Riscos Riscos Biológi- Riscos Ergo- Riscos de Aciden- delas, sua participação é muito importante. Só você pode melhorar o seu
Físicos Químicos cos nômicos tes ambiente de trabalho.
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico
intenso inadequado SENSO DE UTILIZAÇÃO
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento Máquinas e equi-
O que é ?
e transporte pamentos sem Manter no local de trabalho apenas o que você realmente precisa e usa, e
manual de proteção na quantidade certa.
peso Para que serve ?
Radiações Névoas Protozoários Exigência de Ferramentas • Eliminar materiais desnecessários;
ionizantes postura inade- inadequadas ou
quada defeituosas
• Poupar energia das pessoas;
Radiações Neblinas Fungos Controle rígido Iluminação inade-
• Reduzir acidentes;
não ionizan- de produtivida- quada • Reaproveitar recursos;
tes de • Elevar a produtividade;

Conhecimentos Específicos 93 A Opção Certa Para a Sua Realização


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• Diminuir custos; A limpeza protege nossa saúde, torna o ambiente mais agradável, é sinal
• Liberar espaços; de respeito aos clientes e a todos nós.
Como praticar o Senso de Limpeza ?
• Combater a burocracia.
Vamos nos livrar do inútil ! • Eduque para não sujar;
O que não serve para nada só atrapalha. Vai ser muito bom poder livrar-se • Antes de guardar, limpe as ferramentas e os utensílios imedia-
do que é inútil em sua volta e em todos os outros locais da Unidade. Faça a tamente após o uso;
sua parte. O primeiro passo é separar o que é necessário do que é inútil em • Conserve sempre limpas as mesas, gavetas, armários, equipa-
seu local de trabalho. mentos e móveis em geral;
Como praticar o Senso de Utilização ? • Inspecione enquanto limpa;
• Analise criteriosamente os recursos disponíveis, de acordo com • Descubra e elimine as fontes de sujeira;
a necessidade e a utilização diária; • Recolha o lixo de forma seletiva.
• Retire o inútil, deslocando-o para a área determinada de descar-
te; SENSO DE SAÚDE
• Busque as causas e evite novos acúmulos; O que é ?
• Aplique o princípio um que é o melhor. Ex.: uma ferramenta, Manter condições favoráveis para a saúde (física e mental). Engloba,
uma cópia, um dia definido para as providências, uma hora de portanto, não apenas o que a Unidade pode oferecer destas condições em
reunião, etc.; termos de asseio e bem-estar no trabalho, mas também cuidados com a
• Confraternize e compartilhe, não aceitando argumentos que não saúde, segurança e apresentação pessoal dos servidores.
justifiquem ter mais do que um objeto a ser guardado e/ou utili- Para que serve?
zado em um determinado ambiente. • Maior motivação e satisfação das pessoas
• Tornar o ambiente de trabalho extremamente limpo, seguro, a-
SENSO DE ORDENAÇÃO gradável e arrumado
O que é ? • Evitar qualquer tipo de poluição do ar, da água, sonora ou visual
Determinar um local único e exclusivo para cada coisa, para você achar
• Melhorar o convívio social
facilmente quando precisar.
Para que serve ? • Melhorar a imagem da Unidade perante os seus membros e a
comunidade
• Economizar tempo e material;
• Trabalhar melhor, com mais conforto; Viva com mais qualidade!
• Facilitar a comunicação (todos sabem onde estão os objetos); Com a nossa saúde, todo cuidado é pouco. Da mesma forma, é preciso
• Elevar a produtividade; zelar pela nossa segurança no local de trabalho.
• Reduzir acidentes; A higiene deve ser observada por todos na Unidade, mas exige, igualmen-
te, cuidados pessoais indispensáveis. Outra coisa importante é manter um
• Poupar energia das pessoas.
ambiente de trabalho alegre e cordial entre os colegas: isso faz parte de
nossa higiene mental.
Cada coisa em seu lugar !
Em um ambiente organizado, vive-se e trabalha-se melhor. Não perdemos Como praticar o Senso de Saúde ?
tempo e evitamos erros.
A dica para organizar o seu local de trabalho é: materiais e objetos limpos, • Pense e aja positivamente, isso faz parte da higiene mental;
conservados, organizados e com a identificação necessária. • Mantenha hábitos que melhorem a higiene pessoal;
• Mantenha sempre limpos e higienizados os banheiros, lavató-
Como praticar o Senso de Ordenação ? rios, restaurantes, etc.;
• Defina o melhor arranjo físico de sua área de trabalho; • Conserve o ambiente de trabalho com aspecto agradável e sau-
• Padronize nomes; dável;
• Guarde objetos semelhantes no mesmo lugar; • Evite qualquer tipo de poluição;
• Use rótulos e cores vivas para identificar os materiais; • Crie mecanismo de avaliação e melhoria das condições de tra-
balho.
• Busque o comprometimento de todos na manutenção da ordem.
SENSO DE AUTODISCIPLINA
SENSO DE LIMPEZA
O que é ?
O que é ?
É o cumprimento rigoroso daquilo que for estabelecido entre as pessoas,
Retirar sujeiras do ambiente de trabalho e conservar as ferramentas, má- bem como das normas vigentes. É uma atitude de respeito ao próximo.
quinas e instrumentos na melhor condição de uso possível.
Na prática, significa paciência e persistência na forma correta de fazer as
Para que serve ? coisas. Completa todos os sensos anteriores, permitindo manter o que foi
• Eliminar todo e qualquer traço de sujeira; conseguido anteriormente. A evolução da disciplina é a autodisciplina e o
• Maior satisfação das pessoas por se sentirem mais valorizadas e autocontrole.
por trabalharem em ambiente mais agradável;
• Maior controle sobre o estado de conservação das ferramentas, Para que serve?
máquinas e instrumentos; • Eliminar a necessidade de controles e pressões;
• Eliminar tudo aquilo que incomoda (desrespeito, fofoca, futri- • Facilitar a execução das tarefas de acordo com o estabelecido;
cas...). • Elevar a previsibilidade do resultado;
Nós fazemos o ambiente
• Aumentar o autodesenvolvimento;
Trabalhar num ambiente limpo é outra coisa. Aliás, deve ser um direito de
todos, mas também uma obrigação. Não sujar é tão importante quanto • Melhorar o clima organizacional;
limpar. Por isso, todos são responsáveis pela limpeza. • Aumentar a produtividade através da criatividade;
Sujou, limpou. Esta é a regra ! • Dar manutenção nos padrões de qualidade.

Conhecimentos Específicos 94 A Opção Certa Para a Sua Realização


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O comprometimento de cada um em benefício de todos ! emocional, de saúde ou econômica. Há necessidade de tentar revelar todas
O respeito aos outros é fundamental para o sucesso do trabalho em equipe essas causas, suas relações e interdependências.
e da melhoria da eficiência dos processos.
Como praticar o Senso de Autodisciplina ? A análise do acidente
• Compartilhe visão e valores; A cuidadosa investigação de um acidente oferece elementos valiosos
• Eduque para a criatividade; para a análise que deve ser feita, concluindo-se sobre suas causas e suas
conseqüências.
• Tenha padrões simples; Tal trabalho provoca a adoção de uma série de medidas ou providên-
• Melhore a comunicação em geral; cias administrativas, técnicas, psicológicas ou educativas dentro da empre-
• Treine com paciência e persistência. sa.
A CIPA deve participar dos vários aspectos relacionados com o estudo
Pratique os 5S sem parar ! dos acidentes, preocupando-se em analisá-lo e elaborando relatórios,
Lembre-se de que os cinco sensos estão interligados compondo um registros, comunicações e sugestões entre outras providências.
sistema. O estudo dos acidentes não deve limitar-se àqueles considerados gra-
A prevenção de acidentes deve obedecer a um processo dinâmico e ves. Pequenos acidentes podem revelar riscos grandes; acidentes sem
constante que se caracterize por ações efetivamente prevencionistas que lesão podem transformar-se em ocorrências com vítimas. A CIPA deve
devem ser tomadas no sentido de evitar, eliminar, controlar ou impedir a investir na identificação de perigos que parecem sem gravidade, mas que
evolução e consolidação dos riscos no ambiente de trabalho. poderão tornar-se fontes de acidentes graves.
Assim, a ação prevencionista correta e ideal é aquela que procura eli- A análise dos acidentes fornece dados que se acumulam e possibilitam
minar ou minimizar as causas dos acidentes antes que os mesmos aconte- uma visão mais correta sobre as condições de trabalho da empresa, com
çam, proporcionando aos trabalhadores condições eficazes de sobrevivên- indicações sobre os tipos de acidentes mais comuns, sobre as causas mais
cia no exercício do trabalho. No entanto, mesmo dentro deste sistema, os atuantes, medindo a gravidade das conseqüências e revelando os setores
acidentes poderão ocorrer e caberá à “CIPA” (Comissão Interna de Preven- que necessitam de maior atenção da CIPA e do SESMT.
ção de acidentes) estudar suas causas, circunstâncias e conseqüências. Considerando-se dimensão das conseqüências do acidentes (físicas,
econômicas, psicológicas, sociais, etc.) para o trabalhador e analisando de
Identificação das causas forma real os benefícios devidos, os efetivados pela legislação, e a real
perspectiva de reabilitação profissional, reintegração social e familiar,
Basicamente, existem duas causas de acidentes difundidas pelos “es-
revela-se a necessidade de realizar com seriedade e competência a inves-
pecialistas” e cipeiros, que são:
tigação e análise dos acidentes, como trabalho prevencionista.
Ato inseguro
Passos a serem seguidos
É todo o ato do trabalhador que contraria normas e procedimentos que
Levantar os fatos:
visam a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. A Portaria 3214 –
NR 1, item 1.7 – subitem I, define a responsabilidade com relação ao ato • fazer pesquisa no local de trabalho;
inseguro; Cabe ao empregador prevenir atos inseguros no desempenho do • fazer entrevistas com pessoas envolvidas com o objetivo de levantar
trabalho. Deve ficar claro que o importante não é eliminar a ação ou ato e os fatos reais e não fazer prejulgamentos ou interpretações pessoais.
sim modificar a atitude.
Ordenar os fatos:
Atitude – decisão mental de fazer ou não algo. • identificar o último fato, ou seja, o acidente;
• identificar as causas, perguntando:
Condição insegura - O que causou este fato?
É outro termo técnico usado na prevenção de acidentes que tem como - Esse “causador” foi necessário?
definição as circunstâncias externas de que dependem os trabalhadores - Esse mesmo causador foi suficiente para que o acidente ocor-
para executarem usas atividades e que sejam contrárias às normas e resse, ou há outras causas?
procedimentos de segurança. Deve ser lembrado que essas condições
estão presentes no ambiente de trabalho pelo simples fato que foram Procurar medidas preventivas que:
instaladas por decisão, acompanhamento inadequado e/ou mau comporta-
• Estejam de conformidade com a lei;
mento das pessoas que observam ou não o desenvolvimento das situações
de risco daqueles que estão exercendo ou vão exercer atividades. Portanto, • Apresentem relação custo/benefício positiva;
as condições inseguras são, freqüentemente, geradas pelo comportamento • Providenciem a eliminação do risco.
do homem. Priorizar e acompanhar a implantação das medidas.
Deve-se evitar o uso dos termos condição insegura e/ou ato inseguro Ter sempre como requisito básico – rigor, lógica, objetividade e eficá-
em uma investigação e análise de acidentes. O objetivo é identificar as cia.
falhas no processo que levaram ao ato e/ou condição insegura. 5. Preservação do meio ambiente.
Coletadas as informações, incluindo fatores que precederam e sucede- Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. O
ram o acidente, poderemos comparar os depoimentos, apurar as causas meio ambiente é bem da natureza, de uso comum do povo e essencial à
reais e propor esforços para eliminação das mesmas. Em resumo, as sadia qualidade de vida. O Poder Público e a coletividade têm o dever de
investigações de acidente visam apurar: defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gera-
• o que aconteceu; ções. É o que expressamente consta no art. 225 da Constituição Federal.
• como aconteceu;
• por que aconteceu; Como assegurar esses direitos?
• o que deve ser feito ou providenciado para evitar casos semelhantes. A Constituição Federal elencou medidas e providências cabíveis tanto
Desse último item deve resultar recomendação das medidas que deve- à União como aos Estados e Municípios e que se destinam a assegurar a
rão ser tomadas para prevenir novas ocorrências semelhantes. efetividade do direito ao meio ambiente equilibrado, entre as quais:
A anatomia dos acidentes nem sempre é fácil de ser estudada, pois • preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o
não se resume nos fatos aparentes ou visíveis, exigindo o levantamento de manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
todos os fatores que o procederam, até o último que resultou no acidente. • preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Pa-
A situação é muitas vezes complexa, envolve diversos itens ligados às ís e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material
instalações, maquinarias, ferramentas, horário de trabalho, etc., ligados às genético;
ações negligentes dos trabalhadores ou a problemas pessoais de ordem

Conhecimentos Específicos 95 A Opção Certa Para a Sua Realização


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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos
• exigir, na forma da lei, relatório de impacto ambiental e de vizinhança ___________________________________
para a instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de signifi-
cativa degradação do meio ambiente; ___________________________________
• controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé- ___________________________________
todos e substâncias que comportem risco para a vida e sua qualidade;
• proteger a fauna e a flora, sendo vedadas as práticas que coloquem ___________________________________
em risco sua função ecológica. ___________________________________

Quais são os principais crimes ambientais? _______________________________________________________


A Lei nº 9.605/98 dispõe sobre as sanções penais e administrativas de- _______________________________________________________
rivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Assim, por esta
lei são crimes as seguintes condutas: _______________________________________________________
• matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécie da fauna silvestre ou _______________________________________________________
nativa;
• vender, exportar, guardar espécies da fauna silvestre sem a devida _______________________________________________________
permissão; _______________________________________________________
• cortar árvores sem permissão da autoridade competente;
• fabricar, vender, transportar balões que possam provocar incêndios; _______________________________________________________
• causar poluição de qualquer natureza em níveis que possam resultar _______________________________________________________
danos à saúde humana ou mortalidade de animais ou a destruição significa-
tiva da flora; _______________________________________________________
• alterar a edificação que esteja protegida por lei em razão de seu valor _______________________________________________________
paisagístico, ecológico, turístico, religioso;
• pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou _______________________________________________________
monumento urbano. _______________________________________________________
Há também muitas outras espécies de crime. As penas para a pessoa
ou empresa que cometeu uma dessas práticas delituosas são muito pesa- _______________________________________________________
das. Envolvem penas administrativas como de prisão e multas, esta poden- _______________________________________________________
do ser diária.
No crime ambiental, por ser de ação pública, a competência para in- _______________________________________________________
gressar com a ação é do Ministério Público. Assim, a polícia investiga e o _______________________________________________________
Ministério Público ingressa com a ação penal. Na maioria dos casos, tam-
bém cabe indenização por danos causados às vítimas. _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Questões _______________________________________________________
1. A qualidade do atendimento ao público fundamenta-se na prestação da _______________________________________________________
informação correta, na cortesia do atendimento, na brevidade da resposta e
_______________________________________________________
na adequação do ambiente para a realização do atendimento.
_______________________________________________________
2. A avaliação de satisfação do usuário deriva da mesma premissa que
orienta o estabelecimento de padrões de qualidade pelas organizações _______________________________________________________
públicas, ou seja, da necessidade de envolver a ótica do cidadão sobre as _______________________________________________________
demandas de atendimento.
_______________________________________________________
3. Para planejar um programa de atendimento ao público por um órgão _______________________________________________________
público, é necessário investigar as experiências bem-sucedidas em organi-
zações privadas e tentar reaplica-las na realidade da administração pública. _______________________________________________________
_______________________________________________________
4. O trabalho desenvolvido pelo funcionário que exerça a função de atendi-
mento ao público deve ser considerado mera reprodução de procedimentos _______________________________________________________
padronizados.
_______________________________________________________
5. O atendente, ao desempenhar seu trabalho, cria uma possibilidade de _______________________________________________________
relação interpessoal que possibilita a aproximação entre a satisfação do
cliente/cidadão e os objetivos da organização. _______________________________________________________
_______________________________________________________
_______________________________________________________
Respostas _______________________________________________________
1. C _______________________________________________________
2. C
3. E _______________________________________________________
4. E _______________________________________________________
5. C
_______________________________________________________
_______________________________________________________

Conhecimentos Específicos 96 A Opção Certa Para a Sua Realização


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