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1. Ideia e Inovação
Isto é uma oportunidade? Isto é uma boa idéia de negócio? Essas são questões
frequentes dos futuros empreendedores. Identificar idéias de negócio é o primeiro
desafio do empreendedor. O segundo desafio será selecionar entre as várias ideias
qual é a melhor, a mais promissora, a que poderá render maiores lucros e tornar o
empreendedor mais feliz. Isso mesmo, mais feliz, por que não? Em suma, escolher a
idéia que realmente é uma oportunidade.
Oportunidades, por outro lado, são ideias que foram analisadas criteriosamente. Para
que uma idéia se transforme numa oportunidade é preciso fazer um bom trabalho de
busca informações sobre os consumidores, os concorrentes, os fornecedores, os
procedimentos tributários e trabalhistas, as licenças necessárias, entre outros. Colocar
tudo isso no papel, num plano de negócio e verificar os números, tais como: quanto o
negócio vai render de lucros, em quanto tempo o investimento será pago, quanto o
empreendedor poderá tirar de salário (pró-labore). E, por fim, responder duas
perguntas essenciais:
Qual a sua experiência e conhecimento no ramo? Esse tipo de negócio vai fazer você
feliz?
Ou seja, entre idéias e uma boa oportunidade de negócio, existe um longo percurso
nem sempre fácil de percorrer. Porém, como disse Guimarães Rosa "... o real não é a
saída, nem a chegada, é o percurso".
que você sonha, planeia e espera sobre seu negócio. A idéia de que o negócio está na
cabeça do dono é besteira, para se ter um negócio, e principalmente para que ele
tenha mais chances de sucesso é preciso que o negócio esteja no papel, esteja escrito.
Passar sua idéia para o papel é o primeiro passo para concretizar seu novo negócio. E
neste momento você verá o quanto é difícil fazer isto, ao começar a escrever você
começará a visualizar que seu negócio é mais complexo do que você pensava no
início, que talvez seja necessário ter uma equipe maior, ou que talvez seja necessário
incluir mais etapas nos processos, ou buscar mais fornecedores, ou ainda quem sabe
você vai ter que acabar de vez com aquele departamento que no início você imaginava
ser o mais importante, enfim, somente após você começar a transcrever suas idéias é
que você poderá enxergar seu novo negócio.
Como dica, sugiro que escreva por etapas, dividindo isso em capítulos. Comece com
idéia central, faça um resumo do que pretende, responda a perguntas do tipo “meu
negócio é um comércio, uma indústria, prestação de serviço ou mais de um ao mesmo
tempo?”, “vou vender a grosso ou a retalho?”, Vou atender pequenas ou grandes
empresas?”, “como vou vender meu produto/serviço?”, “onde vou vender?” são
perguntas básicas, e as respostas devem estar todas na ponta da língua, então,
escreva isso, organize o básico de sua empresa. Parta então para o grosso da
empresa, comece a fazer listas. Liste todos os distribuidores que você conhece, todos
os clientes, todos os possíveis clientes, liste os produtos, os serviços, as
especificações técnicas de tudo, liste seus concorrentes, os produtos dos seus
concorrentes.
Faça uma lista para cada etapa, produto, empresa, pessoa envolvida com seu novo
negócio. Agora pesquise, pesquise tudo sobre tudo que você listou. Pesquise se
existem mais distribuidores do que os que estão na lista, veja como cada um deles
funciona, entre em contato com cada um deles. Faça o mesmo com cada uma das
listas criadas, veja se alguém ficou de fora, descubra como funciona e se apresente.
Agora pare e comece a calcular, apesar de cálculos serem da área de exatas é comum
neste momento o empreendedor sonhar demais, então tome cuidado, deixe sempre
seus pés no chão. Calcule o quanto irá vender, use as informações dos concorrentes
para ter uma estimativa e não pense que nos primeiros meses você venderá como
eles. Calcule o quanto será pago por cada produto vendido ou serviço prestado, quanto
se gastará com coisas externas aos produtos/serviços, por exemplo, energia elétrica,
água, aluguel, telefone, calcule tudo isso baseado em informações técnicas, veja no
manual da sua geladeira quanto kw/h ela consome, multiplique pelas horas do mês e
divida pela quantidade de produtos que vendeu, e saiba o quanto você gasta da
energia da geladeira para cada produto vendido. Faça os cálculos para tudo, até
mesmo para as coisas que você achar que não tem importância, saiba exatamente
quanto você gasta com cada coisinha do seu novo negócio, tenha um controle rígido.
Agora parta para a lapidação, a sintonia fina do seu negócio, organize tudo o que você
escreveu de forma clara, de um jeito para que qualquer pessoa que leia isso saiba
exatamente como é o seu negócio, com o que seu negócio trabalha, como ele trabalha,
quanto se gasta para iniciar, quanto se ganhará com ele, quando e onde começar,
quem ler tem que entender seu negócio por um todo. Feito isso você terá em
Na verdade, antes de tentar achar aquela idéia maravilhosa que só você quer ter acesso, pense um pouco: será
que todos estes negócios que estão por aí dando certo foram fruto de idéias maravilhosas de seus criadores? A
resposta é simples: Não. De forma alguma e muito pelo contrário. Na maioria dos casos, os negócios existentes
são cópias de outros negócios, de outras regiões, de outros países ou mesmo da concorrência da própria
vizinhança. Então porque as pessoas ficam atrás da grande idéia de negócio? Isto ocorre porque existe um mito
muito difundido de que o grande segredo dos negócios está na idéia maravilhosa, sem similar, inédita. Mas
poucos são os privilegiados que acordam de manhã e conseguem ter estas idéias que vão mudar o mundo.
Se é assim, como as pessoas “normais” podem aumentar suas chances de sucesso nos negócios? O segredo é não
se prender a idéias, mas a oportunidades. Mas qual é a diferença entre idéia e oportunidade? A idéia é algo livre,
espontâneo, que não tem comprometimento com nada e em dar certo. É fruto da criatividade e de descobertas.
Já a oportunidade é uma idéia trabalhada, analisada, calculada e, se possível, testada, que tem chances de
sucesso, pois envolve uma análise econômica de investimentos e retorno potencial.
Então, muitos dos negócios de sucesso que estão por aí nem sempre foram baseados em idéias maravilhosas, mas
tratavam de oportunidades incríveis, de preenchimento de lacunas em determinados segmentos, de vender
produtos e serviços atendendo demandas específicas de um nicho de mercado. Às vezes, e eu me arriscaria a
dizer que na maioria dos casos, tratam de idéias simples e até cópias, que nem sempre foram criadas ou
inicialmente pensadas pelo empreendedor, mas que deram certo!
13 de July, 2006
Disponivel em http://www.josedornelas.com.br/artigos/que-grande-ideia/
suas mãos o que nós chamamos de “plano de negócio”, um guia, um manual sobre seu
negócio.
2.1 Inovação
Uma característica comum de toda a inovação é que tem que ser implementada.
Um produto novo ou melhorado é implementado quando é introduzido no mercado.
Os novos processos, métodos de marketing ou métodos organizacionais são
implementados quando são efectivamente utilizados nas operações da empresa.
Uma empresa inovadora é aquela que implementa uma inovação durante o período em
análise Para uma clara compreensão do que é inovação e do que não é inovação, o
Manual de Oslo, define mudanças nas empresas que NÃO são consideradas inovação:
• Não é uma inovação cessar de produzir algo, mesmo que isso melhore o
desempenho de uma empresa. Por exemplo, não é uma inovação quando um
fabricante de televisões pára de produzir e vender um modelo de televisão com leitor
de DVD incorporado, ou uma agência imobiliária ou uma construtora pare de
construir aldeamentos para reformados. Da mesma forma, deixar de usar um
determinado método organizacional ou de marketing não é uma inovação.
Pare e pense: Alguma vez pensou sobre a inovação na sua empresa? Os seus produtos ou
serviços ainda são competitivos no mercado? Os custos de produção actuais representam
um número significativo na mudança da sua empresa? Talvez valha a pena reflectir sobre
isto.
A Sony produz 5000 produtos novos por ano. A esperança de vida de um computador
portátil é apenas de dois anos. O desenvolvimento farmacológico desceu de dez para
apenas quatro anos. Nunca houve nenhuma outra época em que mais produtos e serviços
tenham sido lançados ou em que novas tecnologias tenham sido tão rapidamente
introduzidas no mercado.14
As empresas vencedoras dos próximos dez anos são aquelas que aceitam a inovação e
fazem dela a sua principal força.
Se não está a inovar, a concorrência está! Se não inova, apenas compete com o
preço!
Por exemplo, a utilização inicial dos diferentes meios de comunicação ou técnicas – como
a colocação de produtos em filmes ou programas de televisão – é uma inovação de
marketing.
A inovação organizacional pode ter como fim aumentar o desempenho de uma empresa
ao reduzir custos administrativos ou de transacção, melhorar as condições no local de
trabalho (e, desse modo, a produtividade laboral), adquirir acesso a recursos não taxáveis
(como conhecimento descodificado) ou reduzir custos de fornecimento.
Exemplos:
Em 1981, o computador pessoal (PC) da Xerox tinha um grande desempenho de
vanguarda com a capacidade de enviar, receber e imprimir documentos de elevada
qualidade. A Xerox construiu totalmente o sistema Star, a partir de chips através de
software incluindo produção, distribuição, serviço e financiamento. Você não estaria a
comprar apenas uma única Xerox Star. Estaria a comprar um sistema de três funções com
rede e partilha de impressora de laser por $17,000. Este é o exemplo de uma inovação
fechada.
Embora a Xerox tenha publicitado o Alto e o Star por vários anos, foi desastrosamente
lenta em reconhecer e adoptar estratégias mais eficazes. Para além disso, não explorou
eficazmente os métodos mais fortes do paradigma da inovação fechada. Por exemplo, não
protegeu agressivamente a sua tecnologia recorrendo a patentes. Não desenvolveu uma
estratégia efectiva de licenciamento nem usou as patentes para travar a concorrência.
2.2.5 Inovação “ top down”( de cima para baixo) e “ bottom-up”( de baixo para cima)
Na maior parte das organizações, a inovação é, normalmente, top-down (de cima para
baixo) ou bottom-up (de baixo para cima)
A inovação top-down (de cima para baixo) tem como vantagem que as pessoas com poder
de decisão marcam o passo – definem os alvos e objectivos e fornecem o financiamento. A
implementação é deixada ao pessoal mais adequado.
Aqueles que trabalham no projecto não têm que “mendigar” por financiamento. Esta
abordagem assume um carácter directivo, por exemplo:
• Exploraremos o novo mercado.
• Eliminaremos alguns segmentos da nossa linha de produção corrente.
• Competiremos num novo segmento de mercado com um novo produto.
• Investiremos nesta nova tecnologia no futuro.
• Faremos um investimento no automatismo da produção
Os únicos limites da inovação top-down são os recursos humanos.
A Canon abordou a oportunidade com uma equipa de projecto de alto nível. A equipa
incluía:
A inovação bottom-up (de baixo para cima) é a inovação que surge algures no interior da
empresa. Todos são bem-vindos a participar na inovação bottom-up (de baixo para cima).
Este tipo de inovação fornece os maiores desafios aos inovadores – aquelas pessoas que
pensam de modo diferente, que têm muitas questões, muitos interesses, que estão
insatisfeitos com a mudança, que são considerados arrogantes, que trazem uma
perspectiva diferente, que perguntam mais “porque não?” do que “porquê?”, que criam
problemas com os seus superiores directos, mas que são, isso sim, o “sangue” e o futuro
da empresa. Estas são as pessoas que surgem com ideias novas e estão dispostos a
passar em primeira mão pelo laborioso processo de se auto-convencerem e depois
convencer diferentes níveis de gestão do valor dessas ideias.