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● Global Iniciative for Asthma. Global Strategy for Asthma Management and Prevention, 2019.
Available from: www.ginasthma.org
● PIZZICHINI, Marcia Margaret Menezes et al. Recomendações para o manejo da asma da
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia-2020. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v.
46, n. 1, p. e20190307-e20190307, 2020.
● Hospital Universitário Walter Cantídio – HUWC Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares -
EBSERH Universidade Federal do Ceará – UFC PROTOCOLO DE ASMA Serviço de
Pneumologia – Unidade Respiratória Nº 08 Data: 25/07/16
● Sanarflix
Definição
Doença heterogênea, caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas e broncoconstrição
reversível, podendo evoluir com remodelamento patológico da mucosa brônquica e limitação
persistente do fluxo aéreo (sobreposição asma-DPOC).
Cursa com história de sibilos, dispneia, sensação de opressão torácica, tosse e limitação do fluxo
expiratório variável.
Ausculta pulmonar
- geralmente normal (fora das crises),
- sibilos
- silêncio auscultatório (outros sinais de insuficiência respiratória estarão presentes)
Fisiopatologia
Nos pacientes asmáticos, existe um predomínio de linfócitos Th2 que estimulam, por meio de citocinas
específicas, a proliferação de mastócitos, produção de IgE por linfócitos B e recrutamento de
eosinófilos à mucosa respiratória.
Os eosinófilos são os principais responsáveis pelas lesões estruturais na via aérea, enquanto que os
mastócitos são as células que sinalizam para o sistema imune a ocorrência de contato com alérgenos
(pela ligação dos alérgenos às IgE), promovendo a liberação de mediadores que induzem diretamente
o broncoespamo, entre outras ações. As substâncias pró-inflamatórias mais importantes na asma são
a histamina, bradicinina, prostaglandinas, leucotrienos e fator de ativação plaquetários (PAF). Em
graus variados, todas promovem vasodilatação e edema de mucosa, além de broncoconstrição.
Os leucotrienos ainda aumentam a produção de muco e reduzem a atividade ciliar.
Condições mediadas pela via do Th2 geralmente respondem muito bem aos corticoides! Mas existem
fenótipos de asma cuja patogênese não necessariamente segue a via do Th2.
As principais características que têm sido utilizadas para prever se a sibilância recorrente na criança
irá persistir na vida adulta são as seguintes:
• Diagnóstico de eczema nos três primeiros anos de vida;
• Pai ou mãe com asma;
• Diagnóstico de rinite alérgica nos três primeiros anos de vida;
• Sibilância sem resfriado (virose)
• Eosinofilia sanguínea >3% (na ausência de parasitoses).
Existe a asma não eosinofilia, sendo a neutrofílica um dos seus subtipos. A asma neutrofílica envolve
infiltrado inflamatório atípico, com recrutamento de neutrófilos, participação importante da IL-8 e que
frequentemente é resistente ao tratamento com corticoides, bem como associada à asma grave. No
escarro do paciente com asma neutrofílica, a taxa de neutrófilos é superior a 61%. Esse exame ajuda
a elucidar o fenótipo da asma do paciente, e geralmente é realizado naqueles indivíduos com asma
refratária ao tratamento tradicional.
Diagnóstico
Sintomas característicos + evidência de limitação variável do fluxo expiratório
- Pletismografia
- Avaliação da atopia
# Tipos de laudo:
Exame dentro dos limites da normalidade
DVO - distúrbio ventilatório obstrutivo (leve/moderado/acentuado)
DVR - distúrbio ventilatório restritivo (leve/moderado/acentuado)
DVI - distúrbio ventilatório inespecífico (VEF1/CVF normal, com CVF reduzida e CPT normal ou não
disponível - sugestivo de restritivo)
DVO (leve/moderado/acentuado) com CFV reduzida.
Colocar observação se houve variação significativa (de volume ou de fluxo) após uso de BD.
DVC - Distúrbio ventilatório combinado (CPT reduzida e indícios de obstrução ao fluxo aéreo)
# Classificação do DVO:
Se:
- VEF1 abaixo do limite pré-BD + aumento significativo do VEF1 após BD
- Sintomas respiratórios e/ou tabagismo > 20 maços-ano
- Considerar DVO (também se MMFE ou FEF 75/25 for reduzido)
*Se nenhum desses critérios acima, é variante da normalidade com VEF1/CVF reduzido*
# Estadiamento do DVO
Leve: VEF1 > 60%
Moderado: 40% < VEF1 < 60%
Acentuado: VEF1 < 40%
Variação significativa após BD:
Se VEF1/CVF reduzido: aumento > 200ml E ≥ 12% no VEF1 ou CVF (se criança, só a 2° parte)
Se VEF1/CVF normal: aumento de 10% ou mais do valor inicial do VEF1
A sibilância recorrente do lactente é diagnosticada por 3 episódios de sibilância em um ano antes dos
5 anos. Algumas fontes também colocam a possibilidade de 2 episódios em 6 meses. Pela dificuldade
de realizar provas de função pulmonar em crianças menores que 5 anos, utilizamos escores preditivos
(ver abaixo) e história relacionadas a gravidade dos quadros de sibilância e a recorrência dos
episódios. A criança deve ter uma história de 4 ou mais episódios de sibilância, com no mínimo 1
diagnóstico médico.
Risco de exacerbação
● Baixa aderência
● Alto consumo de SABA
● Obesidade, rinossinusite crônica, DRGE, alergia alimentar confirmada, gestação
● Exposição a cigarro, poluição, alérgenos
● Problema psicossocial ou socioeconômico importante
● Eosinofilia
● FENO (fração exalada de óxido nítrico) elevado
● ≥ 1 exacerbação severa nos últimos 12 meses
● Intubado ou em UTI alguma vez na vida por asma
● Uso de inibidores do P450
● Prematuridade ou baixo peso ao nascer
● Declínio de FEV1 em adultos não fumantes superior a 15-20mL/ano
● Anel vascular
● Fístula traqueoesofágica
● Apnéia obstrutiva do sono
● Não coordenação da deglutição
● Aspergilose broncopulmonar alérgica Infecções virais e bacterianas
● Bronquiectasias
● Insuficiência cardíaca
● Bronquiolites
● Massas hipofaríngeas
● Carcinoma brônquico
● Massas mediastinais
● Discinesia da laringe
● Obstrução alta das vias aéreas
● Disfunção de cordas vocais
● Obstrução mecânica das vias aéreas
● Doença respiratória crônica da prematuridade
● Refluxo gastresofágico
● Doença pulmonar obstrutiva crônica
● Síndrome de Löeffler
● Embolia pulmonar
● Síndrome de hiperventilação
● Fibrose cística
● Alveolite alérgica extrínseca ou pneumonite por hipersensibilidade
Controle da asma
# Severidade da asma
Asma leve – Step 1 ou 2
Asma moderada – Step 3
Asma grave – Step 4 ou 5
Asma que abre com crise severa Corticoide oral por curto período e começar
manutenção com CI em dose alta
Abaixo de 6 anos
Brometo de ipratrópio
Opção quando há intolerância a LABA/SABA ou com CI + LABA
Broncodilatação com doses inferiores as que causam ↑ da FC
Inibem o ↑ da secreção de muco induzida por estimulação vagal
Pode anteceder o uso de imunobiológicos por questão de disponibilidade
Teofilina
Janela terapêutica estreita: usar onde pode fazer dosagem sérica (normal 5 a 20mg/L)
Facilita ação anti-inflamatória dos CI; relaxa musculatura lisa; estimula função cardíaca
Mais para DPOC ou asma muito grave com fadiga muscular
Imunobiológicos
- Omalizumabe -> Anti-IgE (dose por peso e IgE sérica; SC a cada 2-4 semanas)
- Mepolizumabe - Inibe a IL-5 de se ligar aos receptores nos eosinófilos
- Benralizumabe -> Anti IgG1-kappa. Liga-se ao receptor alfa de IL-5 e lava a apoptose do
eosinófilo
- Dupilumabe -> Já usado no Brasil para dermatite atópica
Exercícios respiratórios
https://www.lifeguidehealth.org/player/play/breathe_land_v1
https://www.youtube.com/playlist?list=PLW20ov7mgy21ExqyRBvCEQHdWzDrktBz2
Manejo da crise na atenção básica
ou
Nebulização (3ml de SF)
Fenoterol ou salbutamol (5mg/mL): 1 gota a cada 3kg. Dose máxima 20gotas (5mg/dose)
# Reavaliar em 1h
○ Boa resposta (melhora dos sintomas / 60% < PEF <80% / SatO2>94%)
-> Alta
-> Diluir a dose desejada em SF 0,9% obtendo uma solução com volume final de 3-4mL. A solução
deve ser nebulizada e inalada até ser totalmente consumida.
Ipratrópio (Atrovent@) - 20mcg/dose (solução aerossol)
Resumindo, 3 puffs ou 20gotas a cada 20min (adulto)
E
# Corticoide
Adulto: prednisona 1mg/kg/dia (máx 60mg) por 5 a 7 dias // Crianças: prednisolona 1-2mg/kg/dia (máx
40mg) por 3 a 5 dias (Cp 5-20-40mg) (3mg/mL)
Terapia intensiva
● O tratamento com nebulizador deve ser limitado aos pacientes que não consigam coordenar a
inalação por inalador de dose medida.
● A inalação de altas doses de fluticasona ou de ciclesonida mostrou-se efetiva para "desmamar"
pacientes da terapia crônica com prednisona.
Prescrição se internado
• Jejum.
• Soro glicosado 10% 500 mL + NaCl 20 % 40 mL EV de 12/12 h.
• Inalação SF 0,9 % 3 mL + 10 gotas fenoterol + 40 gotas ipratrópio + 5L/min de O2 ou ar comprimido
a cada 20 minutos na primeira hora.
• Prednisona 40 mg via oral agora.
• Enoxaparina 40 mg SC uma vez ao dia.
• Reavaliação clínica e PFE em 30 minutos.
• Cabeceira elevada a 45 graus.
• Comunicar sinais de desconforto respiratório e ou SpO2 ≤ 92 %.
• Fisioterapia respiratória.
• Monitorização contínua.
Nebulizadores
Converter soluções e/ou suspensões aquosas em aerossol.
● Pneumáticos
○ 6-8L/min com 4-5mL de solução; entre 10-15 min de inalação)
● Ultrassônicos
○ Indicado para administração de grandes volumes e necessidade de fluidificação de
secreções (IOT/TQT)
○ Mais caros e menos ruidosos
○ CONTRAINDICADOS PARA NEBULIZAR SUSPENSÕES, COMO OS CORTICOIDES,
SOLUÇÕES VISCOSAS, ALGUNS ANTIBIÓTICOS E FÁRMACOS QUE POSSAM
DESATIVAR OM AQUECIMENTO
● Eletrônicos com membrana oscilatória
○ Silenciosos com tempo de inalação curto
○ Não necessita de fonte de gás e funciona com bateria ou carregador
○ Soluções e suspensões
Dispositivos
Ordem dos inalatórios:
1- SABA
2- Anticolinérgico
3- Corticoide (5-10min após)