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SEMINÁRIO MARCIA
INTRODUÇÃO
Os sinais extracelulares podem ter efeitos tanto a curto quanto a longo prazo. Os efeitos a
curto prazo normalmente são acionados por modificações de proteínas ou enzimas existentes,
como mostrado pelo BOLIVAL. Entretanto, diversos sinais extracelulares também afetam a
expressão genica e, assim, podem induzir mudanças a longo prazo na função celular,
mudanças essas que incluem por exemplo a divisão e diferenciação celular. As mudanças na
expressão genica também possibilitam que células diferenciadas respondam as interações
ambientais, mudando sua forma, seu metabolismo ou seu movimento.
Nas células do sistema imune, diversos hormônios ativam um fator de transcrição (NF-kB)
que, por fim, afeta a expressão de mais de 150 geens envolvidos na resposta imune contra a
infecção. Tendo em vista o amplo papel da transcrição genica, não é surpreendente que
mutações nessas vias de sinalização ocasionem o desenvolvimento de doenças, como o
câncer, diabetes e os distúrbios imunes.
O processo de transcrição genética (formação do RNA a partir da cadeia molde de DNA –
informa a ordem correta dos aminoácidos a serem sintetizados), é influenciado pela estrutura
da cromatina (o complexo proteína-DNA no qual o DNA nuclear ocorre nas células
eucarióticas), por modificações epigeneticas em histonas (funcionam como a matriz na qual o
DNA se enrola. Tem um importante papel na regulação dos genes. Ao compactarem o DNA,
permitem que os genomas eucarióticos de grande dimensão caibam dentro do núcleo das
células. Podem sofrer modificações pos-traducionais, por sua vez, estas modificações podem
desempenhar um importante papel na regulação dos genes, de maneira epigenetica – todas as
mudanças reversíveis e herdáveis no genoma funcional que não alteram a sequencia de
nucleotídeos do DNA – padrão de expressão que herdamos de nossos antepassados), e outras
proteínas nucleares e pela complementação celular de fatores de transcricaoe outras proteínas.
Essas propriedades determinam quais genes a célula pode transcrever a qualquer momento,
uma proprodedade de memoria celular, determinado pela sua historia e pela sua resposta a
sinais prévios. Sobretudo, diversos fatores de transcrição regulatórios são mantidos em estado
inativo no citosol ou no nuclo e se tornam ativos apenas em respota a sinais externos,
induzindo a expressão de um conjunto de genes especifcos para esse tipo celular.
Em eucariotos existem 12 classes de receptores de superfície celular, altamente conservadas,
que ativam diversos tipos de vias de transdução de sinal ( processo pelo qual uma molécula
sinalizante extracelular ativa um receptor de membrana, que, por sua vez, altera moléculas
intracelulares para gerar uma resposta. Muitas dessas vias são formadas por múltiplas
proteínas, pequenas moléculas intracelulares e ions como o Ca, que juntos, forma m uma
cascata complexa. Dada essa complexidade, muitas vezes nos assustamos com os mulhares de
nomes, abreviações que temos que aprender.
Para simplificar, as vias de transdução podem ser agrupadas em diversos tiposbasicos, com
base na sequencia de eventos intracelulares.
Quase todas as vias de sinalização podem ser agrupadas em um desses tipos básicos.
QUAL A IMPORTANCIA DE SE ESTUDAR VIAS DE SINALIZAÇÃO?
È a de compreender não só os processos naturais que conduzem a diferenciação ou ativação
de um gene, mas também perceber que uma ativação anormal pode conduzir a uma patologia
como o câncer.
Nenhuma via de sinalização age sozinha. Diversas células respondem a múltiplos hormônios e
outras moléculas sinalizadoras, algumas células de mamíferos apresentam mais de 100
diferentes tipos e não classes de receptores na superfície celular, e cada um se liga a um
ligante diferente.
Dessa forma, o objetivo deste capitulo é ver como múltiplas vias de sinalização interagem na
regulação de aspectos cruciais no metabolismo, como o nível de glicose sanguínea e a
formação de adipócitos.
Quando os domínios cinase de um dímero RTK são ativados, eles fosforilam múltiplos sítios
adicionais nas partes citosolicas dos receptores. Essa fosforilcao cria sítios de ancoragem de
alta afinidade para proteinas de sinalização intracelular. Cada uma delas se liga a um sitio
fosforilado especifico nos receptores ativados. Uma vez ligada ao RTK ativado, a proteína
sinalizadora pode ser fosforilada em algumas tirosinas, tornando-se ativa. Em muitos casos,
contudo, a ligação por si só é suficiente para ativar a proteína sinalizadora, tanto por induzir
uma mudança na conformação da proteína, como simplesmente por aproxima-la da proteína
seguinte na via de sinalização. Assim, a fosforilação do receptor serve como um comutador
para deflagrar a associação de um complexo de sinalização intracelular, que pode transmitir o
sinal adiante, frequentemente ao longo de múltiplas vias, para vários destinos nas células.
Diferentes RTKs desencadeiam diferentes respostas, pois se ligam a diferentes combinações
de proteinas sinalizadoras.
Alguns RTKs usam proteínas de ancoragem adicionais para aumentar o complexo de
sinalização em receptores ativados. A sinalização do receptor de insulina e de IGF1,
dependende de uma proteína de ancoragem especializada chamada substrato 1 do receptor da
insulina (IRS1). Essa proteína se associa as tirosinas fosforiladas no receptor ativado sendo
então fosforilada em múltiplos sítios, criando, dessa forma, mais sititios de ancoragem dos
que poderiam ser acomodados somente no receptor.
ATIVAÇAO DO ErbB
Em condições fisiológicas normais, a ativação dos receptores de ErbB é controlado pela
expressão espacial e temporal de seus ligantes. No momento em que um ligante especifico do
fator de crescimento se acopla ao domínio extracelular do EGFR, este se dimereiza com outro
EGFR (homodimerizacao) ou com outro membro da família ErbB (heterodimerizacao),
induzindo a formação de diferentes homo e heterodimeros e, como consequência, o domínio
intrínseco de quinase é ativado, resultando na autofosforilacao, e sendo finalizado pela quebra
da proteína no lisossomo com a parada da sinalização.