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RUBENS
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RUBENS
MACHON

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Cq sd.
Sumário
APRESENTAǠàO.
Uma conversa rápida cm qum dese ja ca,
 esceve e et om mas apdez e adqa ç ão .            8
CRIVIDAD
Psar d mara dife  a corar camihs nsperados    1 4
Para começo de conversa ....... 8
Origaidad E udo s faz ovo  20
Eapas  bloquios Camhos e descamnhos   23

 RDǠàO.
Tnsfoma idas cavs m extos ees
O artesaao do exo revela o estor      72
Medo de screver ma Por do qe isso é ão reagr   75
Imitação Isso todo mndo á ez (Ou quase odo mndo)  74
Escrevr  sr escritor  7
Começar Isso já  mo camiho adado      81
Rotia  hábitos Para viaar,  stradas    85
Tcca Descbra o modo de zer    88
Tma A ida que ssta o bom txto   92
Frs Sç Parágrao Tudo pa w1idad       94
Rascnho Sta-s à otad  94
AA Harmoia a coista do ior  9
Brieng de criação  103
Os sgrdos dos prossioais Basta aprdr  usar    l  3
Constrido um txto É mais áci do u parc   l 58
Cocusão ara termiar a coersa   7

BBLGRAFA ..... ........ 172

OAUOR ········ · · ··- -·    174


Apresentação.
UMA CONVERSA RÁPIDA
COM QUEM DESEJA CRAR,
ESCREVER E EDITAR
COM MAS RAIDEZ
E ADEQUAÇÃO.

8
S
e você abriu este livro é
poque gosa ou pecisa es
ceve e fma cava.
Tvez quera cona uma hisória,
mas não sabe como começa Ou,
anda busca que seu exo ganhe
elegânci, caez e, em consequên
cia eoes Seja qua  o motvo
você enconaá aqui ramenas
pecosas paa apimora a ma
como escreve Mas ana o qe é
esc ciava? De fma sucnta: é
a ate de expessa ieias de manei
r oignal sem o anço do uga
comum Mesmo emas apaene
mene banais ou árdos podem se
eaados de fma catva Po
ouo ado, sem dedicação e cu
dado emas que seiam aaenes
oam-se chaos
Um bom exempo, que cosu
ma se contado em sala de aula paa
adoescenes entediaos, é o de Ga
cano Raos Antes de se ona
um escito amiado naconamen
te, i prefeito de Palmeira dos Índios. Como tal, tinha de prestar contas
ao goveador de Alagoas, madado relatórios auais Pois bem, eses
relatórios eram verdadeiras peças literárias e de tão iteressate ram
lidos ão apeas pela autoridade a quem eram dirigidos mas também
reproduzidos em joais de Alagoas e até do Ro de Jaeiro.
Mas você ão precisa ser um Graciliano Ramos para escrever
criativamete Quer ver Na útima prova do meu curso de pós
graduação, na ES, optei por responder a úica perguta cotado
uma história, isto é, criado cção - eis a rma que escoi para
sair do lugarcomum Deu resultado? Pela ota obtida e por ver a
prova publicada em um dos maiores jorais do país, como artigo
percebese que sim.
O escritor criativo pesa sempre em como surpreeder o eitor,
premiadoo pelo trabaho de coversar com o autor por meio da escri
ta, parága po parágafo, págia por págia, até o nal da viagem, a
última paavra do texto  como surpreender? Basta zer uma pergunta
miagrosa: "De que outro jeito eu posso er isso  trabalar para
coseguir uma boa resposta.
Mas. será que mesmo aqueles que uca se dedicaram à escrita
coseguiriam alcaçar um resultado criativo? u só aqueles agracia
dos com um taleto fenomeal coseguem Tudo é uma questão de
começar mater a discipia e trabalar duro até chegar ao melhor
resultado  Mia musa ispiradora é meu prao de etrega, disse
certa ve o escritor Luis Fernado Verissimo
Dei o primeiros passos a escrita ainda adolescente, quado
coquistei meu primeiro prêmio iterário Daí para cá, sempre co
tei com os resultados trazidos pea decisão de começar e seguir até
o m em milagres Hoje ão é diete. Apeas para citar um
exemplo, da primeira à útima págia deste livro i exatamete des
se jeito: muito trabao De um ado, a luta sem m com as ideias
e palavras, que ão aparecem ou gem antes de ser capturadas Do
outro o rigor e profissionalismo da ditora propodo ovas mu
danças nm, um longo trabalho para que o leitor receba o melor
Como se vê, persistêcia é o ome do jogo Isso ada tem a ver com
sorte ou predestiação

ESCRITA RATIVA
IO
Voltando a você, leitor: o objevo deste livo é evela o segredo da
ae scinante de cia e escever. Para isso apono o poencial escondi
do na associação de difeentes conhecimentos e técnicas a seviço da es
cria criaiva Desse modo essas páginas seão muo úteis paa quem já
é escitor ou qem qe começa a escreve - sea cção o não cção
Ao longo da nossa viagem você enará em conato com instumen
os de cação e persasão emprestados de dientes áeas Aém da ropa
ganda especiaisa na are de pesuadr com ciaividade al gmas técnicas
am emprestadas do Joalismo que sabe como niném inma e se
analíico Outas vieam da Liteaa geneosa em evela o tabalo dos
mestes na podção de obas qe vencem o tempo. E ainda da Filosoa
sábia consuoa de eexõ aempoas e de valo nivesa

RUBENS MACHIO
t1
Lendo este livro, você vai apender agumas estratégias e tuques
essenciais para ter ideias escrever e revisar/editar:

• Como idar com a inspiração e a imaginação aém de tirar pro-


veit do iprevisto dos esíuos e dos pretextos.
• Como as etapas do processo criaivo conduze você para ente
na busca por ua nova ideia.
• O pode das anotações na descoera de assuntos e ideias paa
criar e escrever
• Como o encontro da segunda esposta certa dfeencia princi-
pianes e prossionais.
• Por que o brainstorming, ou "tempestade de deias pooca
ótimos resutados.
• Coo a costa de ideias e conceitos dá vida nova a paavras 
e ases

ESCRITA RATIVA
12
Você também vai saber:

• O medo de escrever é normal e pede uma grade coagem se


guir em ene.
• No incio da careira, miar os grandes auores é uma gran
de viude.
• Desvendar misérios e derubar mios sobre o que é escrever e
ser escrtor
• Começar o trabaho de escrever é meio caminho adado Ras
cuhar também
• Quais as rotinas e háitos dos grandes escitores
• Tudo o que a deiição de um tema pode zer por você e
pelo leior.
• A costrução de ases e parágas cosistenes.
• Como chamar a aenção despertar o iteresse provocar o dese
jo e levar o leitor à ação.
• Como o briefng, usado po grades agêcias de propaganda 
orienta a criação adequada da mensagem.
• Como o substantivo ao conrário do adjetivo, rabalha a servi
ço da clareza e da cosistência da mesagem.
• O que é escever com estilo isto é com pesonalidade.
• Como os grandes escritores usam o itmo para construir tex-
tos rejados.
• O que o verbo pode fer para o enriquecmeno do texto
• Como descrever narrar disserar e argumentar.
• Como costruir um texo com coeênca, coesão e concisão
• Como o títuo e o subtítuo podem levar o ei or para dentro
do exto
• O passo a passo para a costrução de um bom texto. Sem mistério

Agora vá em ene! Aal, evoluir é um ato praeroso. Assuma o


comado e ça muio sucesso.

RUBENS MACHIO
t3
Criatividade
PENSAR DE MANEIRA
DFERENTE PARA
ENCONTRAR
CAMIHOS INESPERADOS.

A eme huana, ua z apa por ua nov idea


1uc a volta o su taanho ogna.
Oiver Wnd Holmcs

14
e riacividade é a arte de
pensar d maneira di
ren para nontrar a
minhos ines  p rdos. A sutua da
deia está sondida dntro da pe
dra de nossas experiênias. Capri
osa, só s rvla s o anddao
a artsta arediar que a eiste e
avntuar-se roha adenro tirando
om ano os exessos e zendo a
obra enm paree O nono
se coa mais fái e natural para
qum tem uma mete uiosa é
meio bisbilhotiro.
Usei a mtora da esutua
Mas também s pode afirmar que o
proesso riaivo é omo pua um
muro Primiro voê orre em di
ção ao muro e tenta puar Se não
onsegue tenta de ouro jito. Mas
agora prourando a sgunda rs
posa era no oeniona para
a pergunta sobre omo aliar om
suesso aquela empreitda e hegar
do ouro ado lá onde s esonde o
que proura: a ideia.

15
Em todas as ativiades, sempe exise o isco de você ca momen
aneamene sm ideias. Nesse caso, onde encontrá-las?
Embora esperada, a ieia oigina sempe apaece quando menos
maginamos  a tem esse hábito de ser impevisíve. E mesmo sabn
do que ea vem, não a recebemos sem expementar o gosto de supesa
e espano Já qe é assim, meho pepaar-se
Oa, isso az peo menos uma conseqência Nosa mente, uma
vez ampada po uma ideia, não seá mais a mesma Ea nos tonaá
mais capacitados paa enenta os desaos que a via, sem ceimôna,
despeja em nossa poa Qando desenvovemos a ciaividade, poco a
pouco nos toamos pesoas dientes A mdança tende a se visível
Pensamenos, palavas ações, do evea que esamos votando da ex
periência de um momento pviegiado
Mas aq ca um aeta: se a mente não esiver pronta paa ecebe
os utos da ciaividade, não iá enxergáos, tampoco sabeá como
convive com ees O ecido velho se rompeá, devido à diculdade paa
spora o novo, eiminandoo como se z com as coisas que conside
ramos sem tuo
Em casa, na empesa, na escoa e em qaquer ambiente, gerar esu
tados pode depene somene de sabe usa a criaividae  só por meo
dela somos capazes de enconta souçes que os meios convencionais não
conseguiam ofeee, ecebendo-as adeqadamene quando sgirem
Ohando paa o pasado, vemos na históa um esle de pessoas e em
psa notáveis que se dcuidaam isso A mopia lhe custo um boado
ca, pivandoas de boas expeiências de scso. Veja aguns exempos
Em 1878, Jean Boillaud da Academia Facesa de
Ciências, olhou com descaso paa o nóga de
Thomas Edison e disse: "É totalmente mpossível
que os nobes órgãos da a humana seam substitu
ídos po um nsensve e ignóbl mea
Deto da soene Univesiade de Oxd, pelos idos
de 879, Easms Wison e uma amação poco
bilhane: Quando a Exposição de Pais se encera,
ninguém mais ouviá la em luz elética

ESCRITA RATIVA
16
Faando sobre o próprio invento, Auguste Lumire
mostrou quão imitada era sua visão d futuro: O ci
nema será encarado por agum tempo como uma curo
sidade cintíica mas não tem turo comercia.
Era março d 1956 quando ao dmonstrar sua ds
crença no rock a mosa revista V-ie previu Até
julho sai de moda"
Da rvista Amercan Cnematogphe vio esa prvi
são, em 900 O cnema sonor é uma novdade que
durará ma temporada"
O The New Yk es, m 939 arrscou e não acer
tou: A teevisão não dará cero. As pessoas erão de
car ohando sua tea e a mía americana média não
tem tempo para isso" E o presidente do estúdio de ci
nma 201 Cntury Fox m 1946 concordava  t
,

visão não será capaz de maner nnum mercado que


conseguir após os primeiros seis meses As pessoas ogo
se cansarão de olhar para uma caxa de madeira com
pensada oda noite"
\- Para trminar uma armação d 876 do Da/s Ti-

bue paa pensar Quem dsser que um da as ruas
saJão coahadas de carruagns sm cavaos dve ser
inteado m asilo de oucos".

Se aceitamos o desaio de descobrr ovas ideas é ambém por


acreditarmos que transrmadas m açõs eas govrnam o mun
do Nisso comngamos com o pensamento do Tupac Amaru osé
Gariel Condorcanqui Ao perceber a rça de uma ideia não z
cerimônia e dispara ma certeza tão simpes quanto verdadera Não
há cabre que mate uma ideia". No máximo ea pode ser sienciada
nos porões de uma mnte coberta de poira envehcda - os sistemas
ditatoriais qu o digam odavia assim como o so que não deixa de
existir apnas porqu uma uvem teimosa insiste m passar na sua

RUBENS MACHIO
17
ente, uma gande ideia silenciada jamais perderá sua rça trans
madora. E, queiramos ou não, as nuvens são passageias enqanto o
sol atravessa milênios

PARA COMEÇO DE CONVERSA


Qudo merglhamos no trabaho riativo o melhor é começar
pensando em nós mesmos Isso não é nenhm pecado Por exempo: no
qe diz respeio a acessórios pessoais omo roupas e alçados, onvém
preri aqeles qe o deixem à vontade
Trabalhe em um espaço grande o siente para espalhar papéis.
E, á que "esrever é a ate de oloar a bunda na adeira qe ao menos
esse móve sea muito onrtável Na hipótese de trabalhar em asa,
tenha um espaço onde possa esrever, deixar tdo á e sair, com a etea
de qe vai enontar as oisas exatamene omo deixou
Se possível, mantenha duas estações: uma analógica e ou ra digi
tal Ccado de papéis, ápis e aneas, provoque as ideias rabisando,
endo esqemas escevendo o improvável, sendo meio loo meio
arisa, dá na mesma e dá resultado. Depois, quando a primeira ideia
se manifestar avez por descuido, vá para o computador e utiize
odos os rrsos do proessador de txtos paa apidar o diamant
bruto que encontrou enquanto explorava possibilidades sem ompro
misso Tente pesar qu tudo aquio pode não er nada de absudo. E
vá em ente
Uma vez tendo preparado o ambiente de trabalho panee o pró
prio tempo e estabeleça meas - o sbconscente que gosta de mostrar
serviço tem cera xação por metas isso aumena a prodtividade dele.
Determine também o período em que tabalhará em um proeto ome
essas e ou ras deisões e sea disiplinado paa umprilas
Lembrese de que um pouo de pressão mesmo aquela auoim
posta não chega a ser um mau negócio Ningém morre por isso,
pelo onráio Apenas não se recomenda queer enontrar uma gran
de ideia quando todo o tempo de que dispomos são esassos 30 mi
nutos e estamos espremidos enre das atividades muito exigentes
Progame um perodo de mais de uma hora, no qa possa dediarse

ESCRITA RATIVA
18
efetvamene ao assuno. Isso se torna ainda mas mpoate qando
 ema ã é scenemne cnhecid Pesqusa é uma aividade
que exge tempo.
Prao, invsa o abastcimen da sa mne e rene smpre
Não perma qe ela seja atacada pela rrugem. Nesse sentdo vae
cohecer as ecmedações de ma aoridade n assto: Whit N
Schulz moso homem de vendas e pblcdade, que enre ses mao
res empreendmeos ncu a cração da Unversidade de Buo ns
sados ids checda po ses cursos de criavdade. Em atgo
publcad  Chicago Sunday Tribue,  a propõe agns camihs
para ser mas catvo e orgnal.
Schltz adver paa   de qu há um suo na cabeça de
cada um de nós ago cmo uma mina de oo prta para ser explo
rada Pan, se exse  propósio d trnar-se prssial da escr
a escreva ao menos alguma cosa odos os das. Acompanhe agumas
dcas d uor

• aa clita o rabah ça aoações. Nunca saa de casa sem


papel e lápis, s é, alg com qe pssa omar noa de ma
idea repetina. Não coe ano na memóra.
• Armazee idas casskado-as pr assun E ca ier
rompa o abastecimeno desse banco de dads. Paa sso srvase
de eia viagens, cohecmenos obds n cao com n
vas pessoas naquele me enqanto assste a uma cmpetçã
a la d banc
• Cre o hábto de oserar do cudadosamee. Obse ar e ab
srver, agid cmo s sse a úlma vez qe aqea vsã acn
eceria em sua vida. Nesse setido é idspesável desevlver a
própa curosidade sobr pessas, cosas, gares prqu do
pde se transrmado em matéraprma na hora de ca.
• A mesmo mp, nuna se ase dsa práca que unca 
lha qado conversar habiese a ov o qe não  dto
Em ud dscbra sempe ovas nes d deas  eas se es
cdem nas págnas dos lvros as amzades de odo da ns
assnos aparetmene mas mprváves para esse m

RUBENS MACHIO
t9
• Antes de julgar, compeenda o que i dito. E, sobretudo, man
tenha a mente sempre igada
• Uma adveência: crie uma otina iso é dena uma hora e
ugar para pensar e criar odos os dias
• Lembe-se de construir gandes deias zendo cominações
adaptações, modicações, amenando aqui e diminuindo ali
reoganizando, inveendo as ideias que você já em.
• Apenda a ze pergntas qe desenvolvam o cérebo  as me
hoes são o que, quem, quando on, como por que.
  embrese de que uma ideia razoável colocada em práica ten
de a produz esultados mas satistóros que ma deia bi
lhante que que muito bem guardada num coe.

Tudo qe dissemos aé aq em apenas um objeivo espeitar m


pncpio básico da comnicação, iso é, toa uma ideia comum capaz
de povoca mdanças signicativas de comporameno em nosso ei
to Isso equivale a armar que, se emos algo a dize, devemos dizêlo
com paavras e imagens que zem pae do universo do púico qe
desejamos aingir
Portanto, não convém qe sejamos enigmáticos Anal, é mais
prováve que nem mesmo a oa vonade do leito o leve a se esrçar
para descorir o qe estamos qerendo dizer
Ora sem repertório sciente para entrar em sntonia com o pú
blco-alvo, a mensagem não seá assimilada e correremos o risco de car
lando soznhos

ORIGINALIDADE. E TUDO SE FAZ NOVO

Como identicar uma pessoa oigina? Basa veicar se o qe ela


z tem caráe própio, pessoal, se é ago qe não i copiado e não po
derá ser imtado sem que odos pecebam qe o reslado obtido nada
mais é do qe ma cópia, indgna de cédio
A ae de agir com oiginaidade exige uma atde ousada e co
aosa se snceo consgo mesmo na ora de epressar seus pensamen
tos fazendoo da maeira mas pessoal e singa possível

ESCRITA RATIVA
Alguns utores considerm que a arte de escrever de maneira origi
nl consiste, em úim náise n cpcidde d repet um dei com
uma bodgem nov levndo o eitor a pensar e senir que quee con
eúdo é totlmente nédio. Em ou ras pavrs é como se armássemos
que se origin é ter a hbidade de esconder as ntes Todo o edício
da teatur incuindo os clásscos, é ito  prir dessa técnic. A pá
ica vem de onge, portno
Em Pseo na ilha, Caros Drummond de Andrde dmite que o
desenvovimento d oiginlidde em etapas bem denidas Sem mui
 poesi e com um bo prosa ee é caro o desba: "Pimer se
o poeta mit modeos célebres Úima se: o poet imita-se a si mes
mo Naque ind não conqustou a originidade; nesta já a pedeu
Não há mais iste elogio que 'Não é peciso ssinatur, so é de x!
Espêndido seria que só se descobisse que é X pe ssinta
Orginaidde é eatmente o oposo do cichê palvra epressão
ou constução que perdeu o sentido peo ecesso de uso Em vez de usar
cichês ntgos renoveos e cie armções orignis
Aproveitando o cim sugerido por Drummond psseie po es
lst de cichês e fórmus repetds um verddeiro atentado contr
quque coisa que poss ser considead oiginal Depos respond
você us isso com equência? Se é o cso, conroese
A boa caidade começ em cs• A pergun que
não quer caar• A união   ç• Acender um
ve  Deus e outr o dibo• Ago me diz que•
Ato e bom som • As vols que o mundo dá •
Atirr a primeira pedr • Bom dems • Brihr
pea ausência• Chovendo cnvete • Chover no
molhado• Com  c e o queio n mão• Como
dii o outro• Conhecer como  pma d mão•
Criança tem cada um• Custar os ohos da car•
Da boca pra r• Dç conrme a músc•
Dr  mão à pamóri• D murro m ponta de
ca• Dr nome os bois• De cera rma• De
o  pvio• De qulquer modo • De vo pr

RUBENS MACHIO
21
o batente• Deixar como está para ver como é que
ca• Desnecessrio dizer• Dga o que tem a dizer
• Dormir no poto Ele é boa gente Em cheo
no a vo Então, como é que é?• Entrar peo cano
• Está brincando• Está na ponta da íngua• Está
no papo• Estou he fando como amigo• Estou
numa roda- viva• Eu ia mesmo te gar• Faei, está
ado  Indo direto ao ponto• Isoa na madeira
• so deve dar para o gasto • Já se aode você
quer cegar• Jogar mas ea na gueira• Jogar
o verde para coher o maduro• Maar em erro
 io • Maria vai com as outras • Misturar aos
r

com bugaos • Morri de medo • Na caada da


note• Na or da dade• Nada como um dia de
pos do ouro• Não estou no meu norma• Não
quero ouvir um po • Não se ncomode comigo
• Nem wdo o que reuz é ouro• Nos raços de
Moreu • Nuca vou me con ormar• O tempo
 voa• O tiro sau pea cuatra• Onde termina isso?
• Para dizer a verdade • Para encurtar a história
• Para ngês ver• Para ser bem onesto • Pomo
de discórdia  Posso dizer uma cosa? • oso he
zer uma pergunta?• Poso ser anco?• Quebrar
gahos• Quem guarda em• Rinoceronte em oja
de crstais • Roma não se  num dia • Roupa
sua se ava em casa• São coisas da vida• Segure
as pontas• Só tenho duas mãos• Subu o um
roão  Tapar o so com uma peneira• Todo dia é
dia  Tudo o que sobe desce• udo tem um imi
te• Uma das mãos ava a oura • Uma no cravo,
outra na erradura• Vamos e vando• ender gato
por ebre• erde que te quero verde• ocê é meu
amgo ou é amigo da on ça?• ocê tirou as paavras
da minha boca• ou ser caro com você.

ESCRITA RATIVA
ETAPS E BLOQUEIOS. CMNHOS E DESCMNHOS

A estutura do processo criativo é mito smples. Helvéis dizia:


"Uma ideia nova é üha da comparação de das coisas qe ainda não
tinham sido comparadas M Scwob rçava a armação anteror
ao garantir que oda constção
constção é ia de escombros,
escombros, e não há nada de
novo neste mndo senão as a s rmas.
Talvez não tivessem pensado nisso mas se eferiam à associação
associação de
ideias métod sistematizado por Alex Osbo Osbo no cássico livro
livro  p or
car d ment. anipuladas com oiginaidade e sem compomisso
com padrões ou convenções as coisas e os scombo a qe se eferem
Helvéius e Schob tendem a produzi souções criaivas
É ma pena qeqe em geral nossa
no ssa crença
crença na simpicidade do pocesso
e na capacidade de produzr algo orgina se desça como nvem Isso
se deve à endênca naa de complicar as coisas ou de acredia qe não
mos premiados com o dom divno da criatividade
Isso sem contar os ouros boqueios
boque ios dos qais somos vítimas e que
nos impedem de crar Veja o retrato ado de cada um deles. Lembre
se das vezes em qu
qu  esteve envovdo com um o mais personagens da
relação a seguir. Depoi
Depoiss fuja desses monstros qe abortam ou sacricam
ideias rcém-n
rcém-nascda
ascdass
• Rotina e acomodação  a coreria nossa de cada dia não nos
deixa tempo disponível para ter ideas Além disso é mo
mais cil sar o que já i pensado antes A lista de clichês à
nossa dsposição é enorme e não para de crescer
crescer
• Manuenção do status  há uma perna inconsciene que
aparece sempre qe emos a oportunidade de sair do ugarco
mum Essa voz nsistente quer saber: Po qe expermentar a
nsegurança do novo?
• Medo do ridículo  vivemos numa sociedade
socied ade qe ne
nemm sem
pre v com bons ohos os qe m coagem de tentar novos
caminhos. Nossa cltura apenas aparentemente cacada na
liberdade tende a mpossblitar dissimuadamene a ge
ação de ideias em grande quantdade não só no campo da

RUBENS MACHIO
iteratura. Assm, compromete a qualdade dos resutados
obtidos Ea coloca sobre nossos ombros o peso do medo
Trata-se de um mcróbio capaz de nos afetar os sentdos e
quanto amplca o pergo e o torna ada mas assustador e
parasante. Quanto menor o medo que setimos de inovar
antoo menor o pergo real O grande probema está
ant est á em
em nossa
tendêca de acredtar mas no que tememos do que no que
desejamos
deseja mos  vestmos de manea errada e cohemos pre
 juízos
 juíz os Sem cont
contar
ar que
que aí sm geramos de
deas
as que podem
bear o rdículo
• Intolerâcia para com o ovo  acostumados com as mes
mas respostas de sempre nossos ouvdos soen dante de
uma abod
abodagem
agem d
dren
renee  não s os nossos
nossos evdent
evdente
e
mete. Há casos em que pensar de manera drente de
ruba verdades cuja queda ea ão inimagnável quato a do
ecdo Muo de Berlm A ntoerânca maa ideas e tenta
 justca genocídos
• Imedatsmo  nos meus cursos e paestras sempre que ocamocamos
os
neste assunto, a grta é geral: numa úca voz os partcpantes
lamentam não dispor de tempo necessáro para a pesqusa e
o ama
amadur
durecm
ecment
entoo de uma dea Isso os impede
impede de cohecer
cohecer
mais e de r além do que sera apenas o pmeiro rascuno da
mensagem escrta

lvez o bloqueo mais pergoso esteja no to de que não ao


o processo criatvo é descoecido.
descoecido. Nem sempre nos damos conta de
que como quaquer outra maestação exstente na natureza a cração
tamém se desenvove em etapas
A gestação de uma idea guada muta semelança com a grav
dez que não eage voravemete quando uma das etapas é queima
da Mutladas, sem poder seguir seu cuso, dea e gravde têm um
nal trágco O resultado evtável chamase aborto com os evtá
ves scos para a sade ou até paa a sorevvênca da "mãe. Vamos
percorer cada etapa

ESCRITA RATIVA
24
Identificação. Saber a pegunta
pegunta é esta mais peo da resposta
Não eiste nenhum ema sobre o qual você não possa escrever.
Nenhum
Nenhu m campo da vida é iadequado.
iadequa do. Orie
Oriee-se
e-se por suas prerêcias
prerêcias
e seus valores e veja como sso z dirença o que diz respeio à quali
dade na do seu exo e aos resulados obdos.
Se este a necessidade de enconrar uma ideia é porque em a
gum lugar um problema precisa ser resolvido e as soluções coveco
nais não soucionam
Quando sabemos qual é a perguna a ser ia, meade da resposa
á está em nossas mãos. Não mpora se emos a impressão ou a certea
de que conhecemos muio do problema pela busca de resposa
Consideemos que algum aspeco sobre a aturea da resposa espe
rdaa anda ão i oalmee
rd oalme e compreendido. É o caso de irmos
irmos ainda mais
ndo não nos contenarmos com respostas genéricas. Convém nvesiga
iterrogar e saber com o máximo de obetividade aonde se deve chegar.
Assim economiamos empo rabalho dinheiro aborrecimento ec
Anes de econtrar qualquer solução para um desao devese desdes
cobrir por onde começar o trabalho. Compreender o cerne da quesão
é o camiho mais curo para resolvê-la  mehor mneira de cocluir
um proeto é denir sua alidade essencial seu obeivo básico. Por
ano perguese: "Qual o moivo para iniciálo? Qual é o obetivo
a ser alcaçado É aqui que se esconde camuada a solução Esse será
o prme
prmeiro
iro erreo ode vamos raba
rabalhar
lhar..
Já que esse é o momeo em que se dee com maior precisão o
problema a ser resolvido
resolvido comece colocando seu obeivo
obeivo o papel Poi
Poiss
a la de meas claras impõe a aceiação de qualquer resultado. Diga
então para o seu subconsciente o que deverá acontecer depos que en
conrar a soução
Para aprender mais sobre a importância de um obeivo bem
defiido basta oharmos para a dimica da vida cheia de ensi
namentos. Vea o caso dos homens e mulheres mais bem-sucedidos
da hisória  gene como Sephen King . K. Rowling denre ou
tros Não por acaso, odos tham a magem de seu obeivo prnci
pal firmemene impanada na mente

RUBENS MACHIO
O que é, anal, o objetivo? O exemplo a seguir ajuda-nos a
enconta a resposta. Imagine um bebê É madrgada e ele está cho
ando alvez com do de ouvido O objetivo da mãe não será aplica
o emédio  mas er com que depois de medicada, a criança sinta
alívio e duma tanquiamente Donde se conclui que sentir alívio e
domi tanquilamente" são os objetivos não o ato de da emédio
O objeto do medicamento é a ciança não a mãe, tanto quanto o
objeto de um teto é o leito, e não o que o escrito deve e
Paa ilustrar de outa maneia o que acabamos de arma, o
memos agoa um exemplo etraído do seto de popaganda. Se a es
colhemos, é po tatarse essencialmente de uma atividade que vive
da ciatividade e da edação acomodadas nos eíguos espaços de que
dispõem nas páginas de joais no ádio, na teevisão nas mdias
sociais etc
Uma coisa é dier que devemos cria uma campana para vende
camnões Esta não  uma ideia bem rmulada pois lembra uma
o amadoa e sem co denido no objeto E a ealidade mosta bem
caramente que ideias ótimas para poblemas que não eistem ou es
tão indenidos são ideias inúteis Outa mais inteligente é dier que
devemos criar uma campanha a se publicada em X veícuos de comu
nicação com o objetivo de vende camnões de a maca modelo
tonelagem os quais têm um mercado potencial Y e serão vendidos em
tal região geogáca.
A conqusta desse estágio está condicionada à posse de uma propo
sição clara e bem aliceçada, de pefeência epessa com muitos núme
os e substantivos e poucos adjetivos. Caso cotáio, coremos o risco
de trabala oas a o numa direção abotando boas ideias, at que
aguém nos dga que isso não pode ser eito porque ..".
Quanto mais pecisa a inrmação mais eato seá o objetivo e
estaremos menos epostos a eros
Em Ansiede d infação: como tar infrmação em com-
peesão, Ricard aul Wurman embra que quando não nos pergun
tamos qual é o objetivo de nosso poeto nossas escolas tonam-se a
bitráias Oa essa ansiedade gera uma sensação incômoda E ansiosos

ESCRITA RATIVA
amos imagnando se não havera uma soução meho paa aquele
obema. O auto ão meoa mas ecame sso ovoa uma
aasação gea o poesso iatvo, que empaa
Ada sgudo Wuma mos o péssimo osum d  muio
dessa paa o "omo quando devíamos gasa mas empo dnn
do om psão o qu dsejamos z.
Paa desobi esse obetvo bnque um pouo, egute às osas
o qu as dsjam ser. Tlvz ssa omdação sugia ago omo sa
dade mea ompometda mas tudo bm, os atistas vvem psando
a da axa o qu s vzs hs gaat o ótuo d ouos. Assm
se voê va prpaa uma aua eseve uma palesa ou uma ôa,
mage-a omo s sse uma pessoa stada a sua et  ça-h
a pgunta paa aede ao que se poõ, omo voê gostaa de se
dos d pota?  ago omo pgua a uma aça o qu la qu
se quando se. E a, tão desuba que eação sso em om o
que voê dseja e ça os ajustes eessáos e sga em e . Pso
que o seu pojeo de vda  dsvov a pa da muação dessas
gutas  asta e1 e.
»

Preparação. Conhecimento e poder


Estamos dae de uma das tapas qu mais osomm tmo o
osso atvo. Ea é também uma das mais ádas e sossas. O p
odo d prepaação em um enome pod de nos ondu ao desân
mo. É que ao mesmo empo que exge tabaho dobado não mosta
quaquer esultado paáv Não é o aaso que vados peo m
datismo taos esudates desistam da uvesdade o pmio ao
Do mesmo jeto bos músos do tuo aabam om uma aia
bhate quado setem qu hes ta paêa aa te auas sobe
eora Musa Oa, tudo o qu desejavam ea no pmeo mês de
osevaóo omo ue po milage bha uma oquesta sfôa
ave m Vena Um pego
udo omeça aós a deção do pobema quado se tabaha
om ça máima paa obt uma ompeesão aa a rspeto da s
uação que geou a eessdade de uma dea. O abaho de epaação

RUBENS MACHIO
os traz à mete a imagem de um personagem movido a uriosidade,
o explorador. Levado peo iteree ivetigacivo ee deeja aber mai
sobre o que exise de novo e o que pode ou deve zer de maeira di
feree. É quado oetamo o primeiro dado a repeito do ato,
aida om um pé a etapa anterior a idetiação
Sobretudo esse mometo, é importae mater a mete aberta.
Não obtante a a de oulta aos priipais ieresado, o mu
do eá edo virado de abeça para baixo. Noa reaidade vive em
ostate mtação E isso transrma em imprudêia a tetação de
se senir aboucamence eguro a respeito do que se apredeu em urto
epaço de tempo Ese é o priipa moivo peo qua o riador 
pergua irma-se para obter ovo os, evita emitir opiiões
e não se feha a ovos potos de visa Em mete hada ão etra
moquio diria um oheido empreário do mudo eportivo Mas
também ão etra mas ada
Uma pergua é ieviáve: o que az om que esse prosso re
queira amaho evovimeo? A respota é impes O eotro de
uma ova ideia não aotee por aaso Ao orário é reutado de m
merguho prondo o probema É óbio que em udo o que ae
dessa bua em água prodas será dito ao eior Iso os transrma·
ria um poor hato, em didátia O que queremo é domiar de
ca rma o ato para que poamo o dar ao uxo, respoáve e
prosioa de eatar aquee que nos ê, por meio da aordagem e
pea rma iusitada de oar em asutos apareemee orriqueiros,
sempre dirçado om taeto o oo repertório
A preparação pode er direta ou ndire. No primeiro ao bus
amse a iormaçõe a área peía em que a qutão etá en
do rabahada Exempiado podemos pesquisar nova rmas de
veder um orvee evovedoos em um ojo de paavras e de
imagens de sorvete
A preparação hamada ndia aotee quado bamo i
rmações em ugares e situaçõe sem ehuma reação direta om o
auo  pese por exempo, em qanta poibiidades de oução
para pequeos pobemas doméstio exitem esoddas um veho
depóito de rrage e suaa. Ou de voa para a queão do sorvete,

ESCRITA RATIVA
28
podemos tentar encontrar respostas enre palavras e imagens igadas à
ecologia, por exempo. Apenas para "brncr de como seria se sse,
porque não dispomos de um breng de criação que ofereça parâmeros
imagine algo do ipo "O rão, ste ano, sá mais qun. Nosso corpo
sabe disso e reage Transpira muito mais. Perde e pede mais líquido A
soução perfeia é um sorvete de uas Sem aquelas adições que tano
prejudicam a saúde o sorete reesca enquanto nos dá os nutrientes
de que mas precisamos Bom para o nosso organsmo, que se maném
impo e saudáve Bom para a naure, que não so e com a reti1ada
r

de matéria-prima para a bricação de produtos ariciais A dica mais


reescane deste verão é um delicioso sorvee de utas Além de tudo
uma idea orginalmene saudável
De um jeito ou de outro, a competênca ontnua sendo tor deci
sio io em ouras paavras, é ndamena que enhamos uma grande
miaridade com todos os tos e as situações Isso implica aprender
udo a rspeito do problema antes de escrever qualquer coisa sobre ee.
O que não se consegue mantendose trancado enre quaro paredes não
apenas aquelas eias de ijoos, mas as que orecem maior perigo, as
paedes do inelecto.

LEIA MUTO. AMENTE O REPERÓIO

A leiura nos permite passar as horas que desejarmos na companhia


das pessoas mais inerssanes do mundo das letras O que nos dá a
grande vanagem de pensar com a auda de alguém mais xpriente no
assuno sso udo quase de graça se pensarmos no empo e tabalho
inesidos pelo autor etc. na produção do que nos chega às mãos
Se a redação é a manera de organizar e reorganizar o pensamento,
a eitura é a ne de onde retiramos as inrmações que vão servir de
matéraprma para a consrução do eo O que ca muo ineressan
e e dierido quando nos aenturamos em busca de noos camnhos
Sm matériaprima não adanta dispor do melhor marceneiro
Ele não consegurá inenar uma linda cadeira do nada Para Wur
man citado anteriormente, somos o que lemos Seja em nossa ida
prossiona, seja na pessoal somos jugados pela nrmação que

RUBENS MACHIO
uilzaos. A nrção que consumos desenha a nossa perso
dde, contbu pr s des que rulmos e dá co à noss
vsão de undo
O esctor mecno Php Roth cosuv der que qundo
esava abaando a o epo todo Ro aava que essa ea uma
m de mnte os crcuos conado Tatv-se de um modo de
pesa em su na de rabao, enqunto descansav u pouco do que
esv endo "jud vsto que bsece  obsessão gob dsse Não
po acaso Ee Leema aa: Sote é o que acontece quado
 preprção encon  opotundde eura é preprção pur e
smpes Os mehoes as suas especvas áeas de aução, pessoa ou
proissona sabem dsso Saem e prcam drmee udndo a
ente dos ócos à medd que ea em novo exo podudo num
gêneo ou eslo dferene Par cada obr uma atude um busca
dfeencd  f de potencaar o efeo d er e  qualdade
do resuldo na Saer um pouco mas sore o auor e o coneo
em que  oba  podud eva uma compeensão dsocda dos
seus propóos ao escever do uso que z d ngugem do seu to
de vo ec  como se se, é o context que nece o prtext pr a
produção do tet. ambém nesse caso o deseo de prender  crcuar
enre dferenes gêneros, ssocado ao eno dáro poduz óos
esuados Mas é precso começar
Nesse sendo, e udo o que pude ocue w bboec N
a desses verdadeos cenros de culura (que ao cotráro de agu
s pofecs as pessds ão desprecerm) che u v
ou u sebo Esses espaços são ótos escoderos de des e uos
permem que você pssee por suas paees se, necessramene
dqur go  ms co se encon u boa promoção, não perca
 oporudde de coeçr ou uer a u nbboteca  Cerc
do de vos erguhe neles  essa prátc pode eváo  mpr seu
epetóo cuu, de um jeo dvetdo e compensdo. A você
pecisa e muto pa ser cpa de escever Há anda, a possbldade
de consuta obs em doíno púbco dspoves n nere
Segundo esse esmo racocno a eua é para  ene o que
o eerco sco é p o corpo Não é por acso que lgumas pessos

ESCRITA RATIVA
30
dedcam um perodo do dia à letra do diconrio, ada que sso pa
reça oura. Pouo mporta o tamaho da obra: um gade livro o
uma fase em frma de san. Se dmostrar qalidade a trá sido
sempre o rstado d mtas oras de eura e trabaho Cota-se qe
um grad scritor raslro fi ovdado a scrvr o an para m
rstaurat rcémagrado Alguns mutos dpos l aprsto
a fase sotada Costado sobre o prço qu obrara plo srvço,
o clete ão aeto o valor. "Voê gasto apeas ags mtos pra
crar ma as  vai obrar tudo sso?! Ao qu o scrtor rspodu
"Não,  ão gaste apas algs mutos eu gaste mas de 40 aos
pra riar o s l  g an" E flava d todo o su príodo d prparação
para chegar a ssa prfrma. Mntes om msulatra m trnada
poduzm mas  mhor
Mas ão basta apeas er É precso dgerr as palavas. Faer com
qe las se tasfmem m qm as lê  passem a itegar s pat
môo ltural. Ess é o camho natural d qualqer almto qe
germos. Por sso ão h ada melor do qu bber a ft A
possbldade de dspormos do orgnal dspensanos do constrang
mto d desflarmos ostetado ma smpls mtação  o que são
comtros sobre obras terras seão algo semehate O que ota
é o "o não o "sobr.
Mesmo q além dvore motes  mots d ifrmações, re
smos o rítas ada vai sbsttur a lera dreta de m ator. Para
amar a bagagm cultural e apred com quem serv de modelo,
ão devemos os ottar em lr obre Mahado d Asss por exem
plo Ao cotrro Apredrmos mto mas a rspeto do q é a art
d esrvr s degustarmos ada palavra do ator de Dom Cmuro 
oras posdads q compõm sua obra lterára
Ada om relação a este assnto covém tratarmos de outro
dtalh qu pla impotâca de s sgfcado m mcra ss
ome. Não é dl notrar pssoas qu tratam dfents gêeros
d ttos como s todos fssm guas É a massfcação da ltra m
dstúrbo u ão s jstifa O motvo é o msmo qu nos va a com
pedr as azõs plas quas ão usamos ropas de vo m pleo
verão e vceversa

RUBENS MACHIO
31
Oeco Maria Carpaux ratou dss problma m Origens fn ao
dizr qu as pssoas não sabm lr. "Apliam a um poma o msmo
prosso rrado qu apliam a anúnios d jornal ou a noíias d pro
paganda poíia: ontnam-s om o sndo suprfial das palavras,
sm xplorar a innção daqul qu fa Confndm duas oisas qu
são unas m ada palavra ada ou sria: a xprssão  a intnção.
Quando voê lê a nfrmação sgundo a qual o maao é um ai
mal qu pua d galho m galo, sá dian d um xo dnoaivo:
nl a paavra qur omuniar apnas o su snido ral rsringin
do-s à infrmação dsprovida d anális t É a isso qu s propõ
dalmn o oalsmo por xmpo El proura narrar ftos sm
s uizar d rursos róros paa nizar s ou aqul dado  o
xo da objivdad, portao o ontráro disso, o txo onoaivo
m sndo fgurado,  o maao puou ano qu aabou qubrando
a ara qu, a palavra aprsna um signifado mas onxua  in
rpraivo. Traa-s d um rurso sisto, uma vz qu o rfrido
animal pod sar inato  passar muo bm apsar das suas sripu
lias  do norm suso qu lvou
Idnifar  disinguir o qu é dnoaivo  onoavo são provi
dnias intignts. Mas las não são nias Oura m a vr om a
prátia d traçar um guia ants d niar a liura
Para dsvndar lmnos imporans do xo, an-s aos
tns sguints
• Rlação ausaonsqunia
• Maniras omo o podr  a idologa auam
• Ond s nonram os onios
• Esudosos qu traam do ma  rspivas orias
• Exmplos
• naogias
• nlusão d fos
• Moivação dos aors
• Obivos prtndidos
• Fundo hisório
• Formas omo os fnômnos s manifstam

ESCRITA RATIVA
32
• Dados statsticos
• Problematizção
• O qu é sno crítico  nso comum naqula mnagm
• Vlor dndido po utor
• Tndência.
Qundo  tm uma chv d itura dnid, o txto s rva
com mas ciidd.

SAIA A CAMPO. FAÇA UMA BOA COLHE D MATRA INSAO


ar não c pro num bo agmas mdida tratégcas d
vm r tomada São a:
• Fiq atno  aprnda com a xpiência dos outros.
• Já qu u objtivo é lvr o público-avo a acta u ponto d
vista tud o objto d su txto m profnddad.
• To comptnt  pito do qu d lr
• Exain o qu á dissam sobr o asunto pra não incorr
m mr rptiçõ Invstgu obr tdo o qu já dcobri
am a rpito do assunto
• Etd ttmunho d po q provram o u txto m
dxa d vr m cont o qu motivou o comportmnto do
qu o contrio lh drm  cota. É vlador invtga 
causa d uma rc par qu l sja transrmad m dão
po mo d prtic d uma comunicção critiv  adqud
• S uma idi du cro tila d novo agora com variaçõs
• Rún nrmçõ o concido ou inédio
• Exprimnt xpor.
• Convr com muit gnt  po nvolvid com o 
nto tam na bggm lmntos pviívis qu nm por
o dvm  gnodo;  qu o obrvm d long por
outro ldo têm o podr d prcb o qu todo viram ma
poucos nxrgrm trzndo um contúdo originl imp
visto  cio d rqa pr axilir no u trbalo d lr
convnc  contribuir

RUBENS MACHIO
• Faça pergunas.
• Vá ndo no trabalho de abastecer o computador que carrega
sobre  pesç O mmen é de preparar o terreno
• Recuse-se a car parado, lhando para ugar nenhum como
 quem espera por um mlagre que nã vem.

John Dewey advere para a realidade sendo a qual pdemos ter


os tos sem pensar mas nã podems pensar sem ter os tos Porant
interrompa o rabalho somente quando tver certeza de que vasculhou
em odos os cantos possíves
Nesse sendo, aqu estão algumas pergunas que podemos fazer:

• Qua a dea a ser dendda?


• Quas os ponos res dessa dea?
• Em que ambente compevo ela se enconra?
• Quem  o pssve leor?
• Se r esse o caso cmo essa dea  apresenada no passado?
• Quas são os nossos objevos?

 ANOTAÇÕES. PAPEL, CEUR NÃO IMPORTA: ESCREVA NA HORA


A siuações que nos rnecem maeral para gerar deas ou desa
de uma posção aparecem e gem inesperadamente Alguém precsa de
uma razão mas re para zer anoações medatas quando o propós
to é captrálas?
A orgem latna da paavra "anotar nos remete à dea de berva.
Ora sso nã acnece por acaso. E é grade o númer de escrtores que
antes de ncar o trabalho de redgr anotam mutas coisas E entã chega
o da em que tud se resolve na mene e se transrma em text O que só
acontece porque ela está muito bem abasecda de nrmações
A prátca de zer antações ampa as pssibildades de criar e
escrever com mas qualdade Dante da dea para um tex, de um
ea ou de uma magem ela deve ser ransrmada em anotação ar
mazenada num arquv, dgta ou analógc Depos, quando chega o
mment de escrever um novo tex basta vistar esse reservatór de
mara-prma ver o que ele guarda e utlizar  que r mas adequado

ESCRITA RATIVA
34
Se você costuma deixar ares para amanhã, eão deixe suas ideias
scrias m cadro. Apeas ja da asia, aoegaadora de qe
vai se lembra do que é importae sem qe isso esteja esrio em algum
ugar: você ão vai resgaar todo o maeral.
Por isso, aote sempre Na hora de escrever, oras deias virão.
Otros os entrarão em cena Tome ota de udo isso também para
que ada se perca Depois com odo esse coteúdo à disposição lre
o que reamee serve para o seu ovo rabaho decida sobre o que va
para o io e o qe aguarda ma ova oporidade
Goe Vda! diza que escrevia algumas págnas de oas para cada
romace Frases, omes descrições de persoagem Mas ele raramete
votava a olhar o que regisrava No al do dia sim Vda aotava o
que seria trabalhado o dia seguite
Eão aoe isso omar oa coua sedo a soção porqe
em sempe as deias chegam quado você quer Sobredo se é precso
respeiar m croogama qado o empo corre e o prao ge. Nessas
sações, a tesão aumea O camho que resa é egisrar uma deia,
anda que impeita incompea. Paavras às vees desconexas Tirar o
cosciee de cea e, o seu lugar colocar o imprevisíe sbcosciee
Acioado paa erar em processo de icubação ele deverá provde
car dentro do prazo algo sobre o qual valha a pea rabalhar Sem
rçar a aeza que em seu próprio rimo é caro
As aoações icorporam do o que você ecotra seja a rua
prdido em agma págia nos sohos, as covrsas em todos os
caos seja o reperório que já temos à disposição para cosrir um
texo Isso eriquece O corário impica perda Ser escrior como se
vê é rabalho em empo itegra
O recurso de tomar otas pode represear ma saa ajuda para o
escrior qe vive o drama às vezes omm do boqueio mtal. Assim
quado uma ideia emiir os ses ampejos, capre-a imediaamete
al ela é como o relâmpago qe não ca esperado.
Você pode criar um documeo virtua e, se preferr, reservar um
pequeo cadero para isso
Se r o caso, pese em separar um cadero (ou m documeto
elerôico) exclsivo para uma idea que em grade poecial Boas

RUBENS MACHIO
35
ases acabam de chegar à sua mente? Acolha uma a uma. Patricia
Highsmith roteirista e escritora, aconselhava a nunca jogr r uma
história com um bom eredo em mesmo em siopse. ouco importa
se pesou o que é apeas um agmeto de ideia Na hora cera, e com
mais equêcia do que se imagia ele levará a uma ase salvadoa. Ela
observava inda que as ideias "podem ser grades ou pequenas, simples
ou complexas ragmetárias ou completas, imóveis ou em movimeto.
O importae é recohecê-las quado chegam Aotou

MOTE UM BANCO  IDEIAS E FRES

As ideias estão soltas por a. Bricahoas, escondemse ode me


os esperamos e estão prontas para os surpreeder. Se não tomamos
oa quado s reconhecemos, acabamos por esquecêas Ideis não
param ão zem pit sop. Ideias têm asas e abomiam o sedentarismo
eis porque tedem a ser atraetes Às vees, o que os chama a ateção
é uma otícia de jornal ou um caso que ouvimos. Ou é sabese lá o quê
A gete uca sabe como vai ser
ão há dúvida de que o baco de dados que podemos monar a
parir de inrmações ecotradas ao acaso, cotiua sedo um dos
melhoes recursos para er acesso a um o que de outra maneira ca
ria esquecido um cato da memória. Isso explica por que, ão raro,
os escritores adotam um caderno de aotações ou o próprio celular,
do qua ão se separam. Ro Mather trabalha com um boquiho de
otas e uma canea. Bocos de layu são meio difceis de acomodar
em mesas de restaurates Muito raramete a grade ideia é a primei
ra que surge ele escarece. Caderno, bloco de otas o que impora
é capturar a ideia o mesmo insante em que ela se distrai e revelase
sem aviso prévio
osso propósito é preder com a experiêcia de quem cria e es
creve prossioamete Pesado isso, aqui estabelecemos o primeiro
cotato, dete ouros que virão, com uma grade reeêcia o assu
to Pergutado sobre o ema do próximo ivro que pretedia escrever,
supostamente sobre o Oeste americao e um pistoeiro William ur
roughs respode: Sim, eho pesado isso há aos e teho cetenas

ESCRITA RATIVA
de páginas de aotações sobre odo o conceito do pistoleiro". Ee se
refeia ao que modeamete chama1os baco de dados
Portato ome noa: econtrou uma ideia? Preda-a em algum u
gar, por meio de recursos aalógicos ou digitais porque nela pode estar
a salvção do seu trablho literáio Lembre-se de que nossa mente sabe
pouco sobe deidade, o que signica que ão é ada prudente coar
no que ea dee como rea e imagiáio Anotou?

Incubação. Dê um temp para as suas futuras ideias


O criador vive a avenura a qual se arrisca por camihos desco
hecidos em busca de espostas que os meios covecioais o po
dem oeecer de maeira satistória No sse assim como expica a
agústia icômoda que os acomete quado estamos em busca de uma
souo ova para um probema às vezes antigo?
Jacob Riis ofereceos uma eexo que em a medida cera para
compeendermos este mometo E compreendêlo é importante por
que ele em o poder de os merguar em setimetos de deroa e im
potência diate do problema Por supervalorizáo, há quem abadoe
deitivamete a empreitada de trabalhar sobre um exto
Mostrando com uma bea imagem que o esutado saisório de
um trabao é apeas  uo de um logo pocesso Riis tranquiiza o escri
r

tor às poas da desistêcia e o coduz ao ecessáio recomeço Quando


nada parece ajudar eu vou e oho o cortador de pedras martelando sua
rocha alve cem vees sem que nem uma só rachadura apareça No en
ato a cetésma primeira martlada a pedra se abre em duas e sei que
no  aquela a que conseguiu mas odas as que vieram ates
Por sua vez Eistein o gênio acostumado a encontrar respostas
que abalavam coceitos aparetemete inquestionáveis dizia algo pare
cido, o que comprova a tese e recorta Peso 99 vees e ada descu
bro Deixo de pensar mergulho o siêcio e a verdade me é evelada
Porao enete o amiho sabedo que ele é feito de pedas
e das mais perigosas ciladas O começo pode ser descito mais ou me
nos assim primero procuramos odas as hipóteses para a soução do
problema Logo de saída encontramos o insucesso Essa experiêcia

RUBENS MACHIO
37
costuma er eitos
eitos colaerai
colaerai - uma senaçã
senaçãoo de riseza, angua
que beira o deepero. Tudo parec muio cono. Senimono de
oados, om aquele goo amago de inrioidade Experimenamos
enaçõe de fúia que vêm mirada com um ineno deejo de
mandar do para o inno de deisir (Muio aendem a ese im
pulso Param)
É norma E por mai que a armação paeça eanha o idea é
que ee eado inerior chegue ao pono máximo de de auração Decidi
damene, io é o que de melhor pode aconecer nesa e do trabaho
criativo. Sem ese evento a próima etapa não enconra espaço paa
oare realidade Lembree de que a gavide é a imagem do proces
so criaivo Ea não chegaá ao quato m ane que enha pasado peo
erceiro É a ei da naureza irrevogáve
Se r para lar em deisncia que ea eja produiva e intei
gee Deita im, de querer enconr as reposa uando recuro


do consciente Ese insumeno exerce nção inermediária. Logo


não i proeado paa uma are que apena o ubconsciene etá ha
biitado a reaizar
Esamo ando do momeno em que deixamo de penar e de
agir em níve consciene Esa etapa é indispenáve poi se raa da
única maneira de permiimo
permiimo que o ubconsciente reaize
reaize eu rabaho
uma tae ao memo empo esencia e intranserve
Quando colocamo o conciene para ncionar, é como e pués
semos algo para cozinhar em go bando e por muio tempo Querer
que oda a aividade mental aconeça omene ob a reponabilidade
do conciente é desperdiçar energia Ee é óimo como coecionador de
inrmaçõe, ma não eabeece aociaçõe enre ela.
No meio de odo
odo o baruho produido pea agiação em que e  e en
cona o ubconciente
ubconciente não conegue mexe uma paha equer  aí eá
uma boa razão paa que eu mecanismo eja conhecido e respeiado
Ee reaxameno que chmmo deitência é a chave que o coloca
em ncionameno Sem ela noo operáio não pode agi E uma vez
engeado odo o proceo enra em coapso.
Porano, não perca de visa o momeno de air do níve cons
ciene e coocar o ubconciene para agir Deixe que o cérebo tra

ESCRITA RATIVA
38
balhe cão ranquiamene quano possível. Anal ee preisa desse
empo pr rmenr odos ddos preendidos durne  pesquis
os

de ampo e bibiográ.
Henry Dvid Thoreu, esrior disse que é apens quando esque
emos udo o que aprendemos que omeçamos a saber saber Óimo esqeça
momenanemene o assnto Longe de soer m derroa voê esá
ançando mão de um aiude esra esraégi
égiaa - reur par
par vnçar om
mis eiên e mehor ponri em direção o alvo
Disaniese. Fça algo omo uma
uma exursão menal Imagine um l
gar muio gososo onde desejria esar Pense em imgens bem disanes
do ambiene de rbaho
rbaho - pelo menos do rabalho que esá reaiando.
reaiando.
Vá para a rua. Folheie revisas. Tome um banho. Faça qualquer
ois que não seja preouprse om o problema em quesão. Ande. E
enquano aminha prese aenção àqueles dealhes desperebidos aé o
momeno. A resposa pode vir do que esá esrio na hd de m
oja d músia que o no rádio, do peddo que  rinça z pra a
mãe da seção de paoes do supermerado da ena d novela de ma
página dese livro niném sabe de onde. S6 há uma erea: ea he
gará pron pra ooarse  serviço.
Depos de er umlado muia inrmção
inrmção dê insruções ars
par o seu érebro
érebro quno à hor em que preisrá d resposa. s
beleçaa um
beleç um pazo. Se em dois dias para edigir um exo el elee será feio
em dois dias. Ms se ao onrário, dispuser de penas dus horas
enha a ereza de que ee esará lá em duas horas. A práia e não a
eori em onrmdo isso  lembrese pr pedir lgo voê pre
isa anes er muio laro o qe desja eeber. Objeivo om o
O o no obeivo
Agumas pessos
pessos nionm
nionm bem
b em sob pressão - ese é o meu so
so
Se, por exemplo disponho de 15 dis pr esrever um rigo sabe
quando ee será esrio
esrio e edado? xmene nos úlimos
úlim os dis. ressio
ndo pelo empo esasso, me subonsiene se rende e deide revelr
a aquieura
aquieura adeqda para o abalho mnida
mni da em segredo por ele aé
o úlimo prazo
prazo Por onheer bem  maneir
maneir omo
omo niono onsigo
onsigo
pereber o momeno em que esou enrndo em "rbalho de pro
Enão omeço  rabisr oiss sem ompromisso e om odo ompro

RUBENS MACHIO
39
misso do mundo quanto
quanto ao resulado
resulado a se atngido - nessas atuas,
atuas,
vnho d um ongo píodo d ppaação ia po mo d luas e
obsvação. (E você, como abalha? Pocu dscobi a sua dnâmca e
ça um acodo com la paa va poblmas d saúde)
Po m, deixe o pocesso de incubação conclu o tabalho. Com
a mene abea paa novas inmações e sensaçóes/iight, o unve
so no s ansmaá m maéapma à sua disposição paa a
ativdad cava. Quano ao subconscne el pojaá das paa
o consc
conscne
ne no
no momno ceo,
ceo, o que pode aconece em qualque
qualque
ocasião Basa que tenha do opotundad d podulas Afnal le
escve mais do u você magna E do lva a ce que a solução
apacá quando meguha novamente no su abaho. Enquano
doma dscansava, ciculava po ouos mundos, sua mne esava
bem acodada poduva e siencosa Tdo d qu pecsa é vven
ca o pocsso em oda a sua nnsdade e compltude paa coh
os uos, ue smpe chegam, quando seu conscente sçandose
paa escv, mas ncssa
O que mpoa é qu você conheça ss pocesso e dscuba como
a mas poveio de aé msmo zndo adaptaçes.
Po fm, convém lemba que nada é ão gdo e inlevel s
em dfenes maneas de da com o mesmo ecuso A sse popó
so, embamos que cea vez pegunaam ao escio John Cheeve
como  abalhava O obeivo a nvsiga s  colocava logo as
idas no pape ou se speava pelo pocesso de incubação Cheeve
spondu qu a as duas cosas  acscnou qu gosava ms
mo de ve os apaen
apaenemen
emenee sem neo se junaem
junaem  assocaçã
assocaçãoo
de deas Ilusando o depomeno Cheeve aou uma suação
em que "esava snado num café lendo uma caa da ma, que
conava qu uma dona d casa da viznhança stava encabçando um
espeáculo nudista. Dsse que, nquano lia, poda ouvi a voz de
umaa mulh nglsa epndn
um epndndodo os
o s fihos 'Se vocês não
nã o zm so
so
ou aqulo até eu conta aé ês ea o  ão dela. Nese momeno,
r

concluu uma lha odopou no a lembandom do nveno e do


o de que mnha muh nha pado  esava em Roma Lá esava
minha hsóa

ESCRITA RATIVA
40
Se preir vá para os jornais. Eles são ótimos rnecedores de his
órias, d boas araivas Uma nt muio ica, portao semp ao
alcace das mãos Sobretudo procur material m odos os ugares 
ão apas os óbvios

IDEA. TABALHE PARA FISGA O LEITOR

Encorar a grad idia "protótipo ida segudo os grgos is


a glóra suprma para o arsa Ecotrar a ideia qu se direcia cati
va, comov ou muda comporamos is o ue sigika scvr com
adeuação No eato ideias com tamaho podr dvem ser capadas
d imdiao pla câmaa tográca da ossa mt  aotadas para u
não s percam
Para o scrior, a idia cilia o camnho na hora d concbr a ar
quitetra do exo e oá-lo uma obra que se presta ao seu im útimo
Para o itor, rprsta a garantia d lveza o su trabalho d cota
cear com um ovo olhar sobr coisas aigas e chegar a um ia fli
O ue aiás só acotece com qum desmbaca trasmado plas
experiêcias do camiho
Esse rsutado se mostra por mio d jalas u coocam o leior
dia de ovas possibiidades as diversas áras da sua vida Portato
como aquela capaha qu icetiva a doação de órgãos, doe aelas.
Escrior é também prestador d serviços.
No ao m odos os scriors psam assim Agus isis
em o perigo de apoiarse em apas uma ou duas ideias em oda a sua
obra Sia poru isso é udo d u ls dispõm?
Quado uma idia chegar assim d rpt prmia u la ama
dureça detro de voc Como sempre ome noas Faça leituras parale
as para ncorar novos contedos Associados eles rsularão em algo
oalme origia
Trabalh até o poo m qu todo ess cotúdo om corpo
em sua mt e core a sua orma adeuada Visualiz o qu p
nd cria Ps o rmato  úmo aproximado d caracteres
de págias e capítulos No mais dediuse a scever com a disci
plia ue o oício exig para ão acabar em rustação Esablcr

RUBENS MACHIO
4t
um úmero de páginas por dia, isso sempre z muio bem. Lembre
se  que um rio sem margens transfrma-se em pâano e não vê o
mar seu desino fna
Mas as ideias às vees tm o péssimo hábio de ser arredias Co
vidamnos para brincar de escondeescode quando menos estamos
disposos a isso Eão para enconrálas endo com que enreguem
udo o que podem, leve sua mente para passear como já disse. Vá para
a rua. eia. Converse sobre qualquer coisa. E se durante esse processo a
grande ideia chegar convidea a insaarse enre seu arquivo de noas.
Depois untese às suas anoações e rabalhem em parceria na busca
de um resultado satisfório. Surgiu uma ideia, mas ea he parece algo
metasico demais para ser raduida sem o auílio de um recurso adi
ciona? Tansfrmea em paábola e vea como tdo se oa mais claro.
Anal voc sabe exisem dias em que camos com a impressão de
 que as ideias eraram em recesso por empo inderminado Isso aco
ece sobreudo com aqueles que se aimenam dessa maériaprima
para fzer o seu rabaho A produivdade fca reduzida a um resulado
pío  depois de rina has escritas chegase à conclusão melacó
lica de que disso udo somente de por ceno será aproveiado Eão
aproveie. E aproveie ambém para descansar e reomar o rabalo em
circunsâncias mais fvoráveis alve mais relaxado Funciona

IMAGNAÇÃO. MUITO ALÉM DA RAIAE


Imaginar. Criar imagens Etrar em conato com o idea esea ele
dero ou fra da cabeça de quem escreve Criar condições para que um
ovo exo se maeriaize
É aravés dessa capacidade mena que represenamos obeos por
meio dos senidos No eano convém lembrar que imaginação não
é como pode parecer a cudade de frmar imagens da reaidade. Ao
conrário, ela nos permie criar imagens que vão além da reaidade
A imaginação nos presta um serviço reevae. Ela vai buscar em
agum cano um cano da memória alve, o maerial que será colo
cado dante da mesa e manipulado com tods as rramentas de que
dispomos, irando aqui acrescenando ai aé que a reveação aconeça

ESCRITA RATIVA
42
Esteja preparado, com o caderno ao alcace da mão. Sente-se em
ilêcio e pese Nuca perca uma oportuidad de pea Memo
vivedo o mdo louco de hoje, em que todos o sos ivadem ole
ivamete o oo cérebro ão e etege ao pâico em à presa É
bem pvável que você ão depeda desse trabalo para traze o pão de
cada dia Se r asim ão á prao portao Eime da caeça odas
as geeralizações. ão pese de modo abstrato. Apeas relaxe e deixe a
mete ivre para eguir o eu próprio camio
Realidade, o etao, ão pode derbar a ciatividade. Afal,
cia é voar odar iveo e volta reovado peo fesco daqea
ideia iesperada. Aqui e al, desejado a coragem de um gesto de irre
verêcia eise sempre um novo camiho pedido para er revelado
a âsia de coduzi o viajate para ovos horizotes Acee o desao
de iicia a viagem Diae de cada ova propota fete à decisão de 
criar e redigir um ovo eo, pene que, não por acaso, os criativos se
mantêm às votas com a trigate perguta "E e?
E se ao oar para a cortia qe balaça à mia fete, esa
sala eu trase daí a primeira imagem para a primeira ase do meu teo
sobre a Educação em paíse da perifeia? Quatas posibilidades essa
imagem caa e coriqeira me oferece?
Cotias abrem. Cort evelam. Cora sgerem. Cortias es
codem os que deeam e maer protegido pela omisão Coria blo
queam a etrada do ol. Corta mostram em motar e ecodem sem
escoder. Corias impedem o olha de ve aém Cortias ciam uma
barreia qe impede a visão de quem está do lado de ra Corta .
Talve, a última ase do eu eo, apareça algo sugerdo que,
com ela você fcha as cortias da sua reeão Um trabalo o qual
cada palava procurou arir a jaea qe apotam paa a gravidade do
ea da Edcação ão ditae e ão próimo Qe epera er aeo
ovas perspectivas sobre um assuo ue precisa de ovos ares. Sempre
embrado ue esa reovação eá uo ão mai de impe cortias
ereabea, mas de poras escacarada paredes demoida. Porque
omee elas poderão receber o ovo e eprgar o que tem cheiro de
mofo, racafado arás de grdes curricuares que ma aprisiom do
que lieam o epío d ova geaçõe Etc etc

RUBENS MACHIO
D ond saiu ssa idia rpntina para mim? Inspiração Nada
disso. Tdo de que prcis i da coragm de usar ma simples cor
tina adqadamnt  sm qalqr sto,  do sndo d rgência
para dar os rtoqs nas ns ivro q m prazo para votar à Edi
tora (Obrigado cortina da minha sala plos bons srviços prsados
a ss scriba.)

IMPREVSTO. NCLUA SSO O SE OJETO

O imprvisto provoca raçõs surprndnts qu altram o sabor


do txto El dá ao litor ma experiênca renovada de lr aqilo qu
não di o mramnt óbvio.
D um jito o d outro o imprvisto  ago q pod ocorrr m
plno procsso d criação Cab ao scritor dcidir, caso a caso o q
zr com o novo matria Lmbro aqi o dpoimnto d Lêdo vo
dando cona do qanto o scritor é m cro sntido ma criatra
crul  impidosa Drant m ntrro, nqanto as pssoas choram a
prda soida l obsva a cna como s do ss matéra d itra
tra Anal, l é um to obseador Obsrva tudo inclusiv o que
parc inobsrvv. Ele oha mais qu os ouros Prre o úimo ban
co porqu lh garant uma visão panorâmica sucin para não prdr
nada. Iclsiv a visão da mlhr qe chora discrtmnte - conclui.
Quando bm aprovitado o imprvisto pod sgnicar um xc
lnt material para a gração d idias le fnciona como ma guha:
ajda o go a crscr Pod nascr da nossa xpriênca emocional da
vida  do mndo. D um dtalh da vda pssoa alv O da nossa
vida como cidadão  mmbro d uma socidad nal o scritor tm
acsso a aguns spaços Ai l pod dpositar sa palavra  xrcr o
su papl d tambm contribir para qu o mundo qu m poco
mais bonio  gostoso
Para qum gosta d apanhar idias no ar sugridas por uma pala
vra scrita apnas para inslar as otras e chamlas para a convrsa o
mprvisto desmpenha um papl incrív El alimnta o procsso d
crar  scrvr  o papl m branco o a tla do comptador agardam

ESCRITA RATIVA
44
o que também paa ós pode ser uma supesa. "Realmente é quase de
cfa um enigma ou quase espear uma surpresa Eu não sei que flme
vai passar, estou olhando paa a tela e ão sei qual é o flme pogama
do stetizou Frnando Sabo.
A eação ao mpevsto s vees, pode se tadui numa efexão a
espeito do pape do escito Equanto ee esceve muita cosa lá fa
acontece E então existem duas possibiidades Na pimeia o escito
se pergunta se diate de ftos decisivos paa a históia da sua comunida
de, exigido respostas imediaas, ugetes, escever ão é uma atividade
que pode se cassicada como apenas "impotane e não essencial. Na
segunda o impvisto apaece como potado de uma deia uma fma
de ve, pensar e senti a eaidade paa que a sua sensibidade a fto
gaf e tansfme em paavas De um jeito ou de outo, o impevisto
desempeha um papel impotate na vida de quem esceve A cortna
da sala, com seu movimeno de vai e vem, pode ser algo impeviso su
geido um tema para o póximo abaho E, ovamnt seá sempe
uma questão de oha e ve As espostas estão po a, espeando pea
peguta que as evee.
Mas nem todo escto se dexa ata peo impevisto em seu tra
baho cativo. Muitos esistem, assumindo uma posta quase buo
crática equato pesa e edige Apoiam-se numa estutua prévia que
ão compota ateações. Cada um em o seu eito na hoa de ciar e
esceve. Democacia é isso
Auan ourado ea um caso assim. Avesso à ideia de impevisto
que segudo diia desempenha pouco  o escior matiha quase
do sob contoe Douado lembrava que a ideia de que o personagem
pesegue o auto, como a peça Seis persona g e em buca de um auto,
era apenas uma brincadeia do Piadeo. Nada disso acotece de fto
poque o pesoagem não pesegue o autor  o pesoagem do ran
delo é muito bem estutuado. Romaces bem estutuados agumen
tava com uma composção e aqutetura consistentes não admitem
impevistos. Igualmente não comunga com Lygia agundes Telles, que
aclama "o mpevsto o acaso, a loucua

RUBENS MACHIO
45
INCIDENT. UMA RESPOSTA DSFARÇAA
Um inidece pode ser visto omo algo que inomoda, por nos
tirar da segurança de um scipt fehado. Mas pode ser viso também
omo ago que onrbui om o nsso trabalho Ele nos oree a opor
tunidade de entrar em ontato om outros oneúdos desongelar a
nossa mente e enriqueer o que ainda pode iar melhor m nidente
pode ser anotado inrporado. Isso no enano só depende da nossa
disposição de perseguir w ato padrão de quaidade
Do senido iniial "adente so é "oorrer aonteer air so
bre, evento algo que aoee o signiiado da palavra mudou paa
«a1 go que aontee por aaso,
Inidente é o arro uja buzna aaba de soar no momento em
que esrevemos Mas pode ser o avião Ou algum que nos inerrom
pe om a pergunta sobre o que zer para o jantar É tudo o que a
nossa riaividade onsegue apar para inluir no rabalho em se
de prdução e torná-o ainda melho É ao que nada dsso aonee
para enriqueer o seu trabalho Mas ninguém dsse que voê não pode
se apropriar desses pequenos aonteimentos e tornar aida mehor a
sua produção iterra
O inidene em um pape muito imporante omo se vê Ao on
trrio o exeso de uide sgni pergo para o riador que aos pou
cos se toa previsíve prnt para morrer O otidiano quer enonrar
o seu espaço no proesso de riação Tudo de que preisamos é nos
permir essa nterferênia sempre bemvnda, que por vees nvade o
texo e nos surpreende
Perguntado sobre quando os nidenes omeçam a tmar rma
Georges Simenon respondeu que na véspera do primeiro dia ele sabia o
que a aonteer no primeiro aptulo. Da dia após da aptulo após
aptulo desobria o que vinha em seguida Depois de niado um ro
mane esrevia um aptuo por dia sem nuna perder um dia Como
era um srço vioeno segundo ee omprometia-se a seguir o ritmo
d romane E oluiu airmand que se por exempl ava doente
durante 48 horas tinha que jogar ra os aptulos anerioes E nuna
reoava àquele rmane.

ESCRITA RATIVA
46
O incdente tempera, coloca sal para reaçar o sabor de uma deia.
Ee é o inesperado que o universo envia para armaza o texto em se
de prepaação Nã pode ser desperdiçado
Prém ele nã sala sobre a mesa O incidente apenas acontece
Sem hra marcada nem ca previamente estaeecdo É nossa tare
mante as antenas funcionando Capa  to nv A buina que per
fura o ar. O coro da crança que acorda A música que está apenas de
passagem Quaquer coisa Tud o que se pde ver ouvi sentr e chega
de repente. Como fez um diretr de V enquano gavava  cmercial
estrelado por um gaoto que na ora da sua la pronuncou  que não
esava no script- "geladêra Esse erro manido na versão nal como se
ivesse sido pevisto contrbuiu para atrair a atençã do teespectador
vende mas e de quera taer pêmios para a agência de prpaganda.
Resumind: hos e uvidos aentos bc de ntas u quaquer
ouro recuso pr per e na mene a pergunta que identca s cra
ivos Pr que não? Eis o mehor caminho para colocar o unveso a
serviço da criaçã.

ESTÍMULO E PRTXO.

O preexo quer dsrçar a verdadeira intençã de quem cria e


escreve É um argumento ou uma raão para jusicar uma aço ou ex
picar por que alguma coisa i feita desa u daquela maneia Às vezes,
 é o que se anuncia como mtvo mas que na verdade ocuta outra
motivaçã Ser escritr é viver às vltas cm ud isso Esconder-se de s
mesm enquanto se revea n text  perguntado sore o que preendia
comunicar cm seus quadrs um pntr moso respondeu que apenas
pntava dexando o encontro dessa esposta a serviço dos ctcos.
Petexto é ponto de partida nascid de um contexo nem sem
pe cnsciente em busca de um text que ainda é desconhecido por
que não nasceu  o cntexo cria o pretexto que determna  nasci
men d texto
Às veLes primeir a gente escreve depis descbre pr quê Era
assim por exempo com o escror Fenando Sabino Primeiro o texto
depois o tíulo Primeir o útimo parágra depois o prmeio Pri

RUBENS MACHIO
47
meio rodo o tabalho, depois a jusicaiva. Que deliciosa loucua é o
ocio sagado de escee com ibedade!
Como quase sempe aconece, as soluções ciaivas ue pocu
amos uando apaecem chegam da maneia e nos momenos mais
inespeados às vezes inadeuados mesmo. É ue enuano zemos as
coisas coiueias que peenchem nossos dias o subconsciene coni
nua abalhando na busca po uma esposa paa a nossa peguna sobe
o ue e como esceve
Às vezes, um livo nasce de um peueno episódio. Mas o esúulo
ambém pode se enconado no pópio escio em sua viência diá
ia mais do ue em evenos exeioes.
Do lado de a eles podem vi das leiuas ue faemos. Não ao,
os omances hisóicos sugem a pai da leia de ios de hisóia,
e os de cção cieníica a pai da leiua de obas cienícas A mi
ologia i um campo de inspiação paa Rubén Daío e a eiua dos
cássicos da Aiguidade paa Anaole Fance
Ganha dinheio é bom ue se diga, não é, em deniivo um dos
mehoes esímuos paa esceve
Esímuos e peeos esão  nossa ene e ao nosso edo o empo
odo. Basa e olhos e sensibüidade paa capá-os. Dosoievski po eem
po ceveu Cme  cti  g  o a pai de uma peuena noícia de jonal, ue
dispaou sua imaginaão em cima do o e o levou a cia uma obapima.
Auan Douado lembase de uma ideia sbia: ele ia pelo Lago
da Caioca, no Rio de Janeio quando he veio uma ase ue ee inha
lido na An    , de Sócles: "Pecisamos enea os nossos moos
A pai desa ase nasceu oda a ideia da Ó pra ds mrts.
Esímuo é maéiapima abundane. Tudo de ue oc pecisa é
esa igado: um diálogo uma imagem, uma paava uma co ualue
coisa pode dispaa uma ideia paa esceve.

QUEBRE PARADIGMAS. FWA DE EXEMPLOS E ODEOS DESGASTDOS

Na busca de ideias ciaivas aceie os iscos mbese de ue os e


os são, na vedade, gandes opounidades  opounidades de descobi
caminhos A pen paece óbvia mas se não emos muio a pede o

ESCRITA RATIVA
48
que nos mpediria de aiscar uma ova saída? E quanto à desaprovação e
ao acasso Como eta odos sses temors Paa reduzr esss di
s e gahar oaça, pea smp screvr sob assuos que sjam
do seu isse, que o procupa  são coecidos por você.
Boa parte das grads descobtas m dres áras acote
cam po causa d um ro. Pna qu o medo d rra ta maado
atos aletos "A cosa mais mportae que o Coseo Nacioal das
Ats pode faz é da à me ciadoa o deo de ar. É apeas por
mo do acasso e da expemetação qu apdemos e cscemos,
diss o vioiista Isaac Stern, quado pestava depomeo a uma co
mssão da Câmaa dos Dputados
Assm para ncotar ovos caminos  poduz algo evae,
esea prdsposto a aadoa agos peceos queba paradigmas,
pensa ivmete
Mesmo quado uma idea parecer eatate boa, ão se apaixo
e por a. A paixão ira a bdade impde a vsão apisoa Uma vez
apaxoado abadoá-a pac uma ta quas mpossvel E uma gra
de ideia, aquea que sov de to o pobma, pod s uo do abando
o d muias deias que ão sigicaam a gaatia d souções adequadas
A esse espito o escto ead MaJamud em um rcado spe
cial. Experee a ate d caça deas, ee ecomenda a at de esiar
a si própio a rabaa com a ictza
Maamud erse à asiedade que oma cota de mutos esci
oes quado vão começa ou teta ago ovo usca exempo m
Matsse  cama a ateção para o to de que até mesmo um aisa
dssa staura piou quados com asiedade, quado do íco do
vismo  movmto d vaguada do comço do sculo X.
Ess pobma acabou se rvelado soucioado Tudo idica que
isso pod o ajudado a simplca o tabalo. Só nos sta pguta:
por que ão apedr com qum já tou paa a stóia como um
grad taento, seguido suas pgadas
Portao Cora iscos 'Ouse r, emda a sctora  roti
isa Eudora W c ao ama qu as pssoas aastam po a uma sacoa
d medos Es prcsam se descatados, atiados ao vto, s espam
decoa o pocesso de escvr

RUBENS MACHIO
49
 AGORA VOCÊ É O ROTEIISTA

Minha proposta é que você tome auele romance ou conto ue


esá lendo e ça aí uma inervenção. Primero, considere o o de
ue um dos ingredientes mas importanes para poencializar a cria
tividade é o bom humor Falando à Rivsta di Floofa, em 1954, W
Cerf afirmou ue na are não exisem emoções, mas apenas humor -
saber brncar com a formulação das perguntas; procurar soluções
onde menos se espera ue elas esejam E então deie a leitura pas
siva e assuma a condição ativa, zendo anoações e consruindo
novos enredos para a históra em andamento Em outras palavras
deie o caminho á experimentado peo escritor e saa em busca da
segunda resposta cea
Invente outro enue, algo ue alve nem o autor eria ma
ginado Dê um novo desenvolvimento para a história alerando o
desno desse ou dauee personagem Conduzaa para um nal ue
ninguém esperava
Esse exerício de magnação é um reino mporane e saudáve
para rtaecer os múscuos da criatividade Com a vanagem de ue ao
contrário das academias de ginásica ninguém precisa pagar nada por
sso Você vai se surprender om o resultado Tave até descubra ue
ria melhor o pael de auor Enão será a gria

FL PO MÁOAS

"Palavras anigas podem adquirir novos significados A maneira


mais cil de comprovar esse to é procurar palavras no vocabuláro
de uma dicplna ou assunto e entar aplicálas a ouros Outro
escrito, Lous Kahn costumava descrever as ruas de uma cidade
como 'rios e os estacionamenos como 'portos Com isso dava a
seus alunos uma perspeciva maior da cidade Usar palavras de um
uadro de referência em outro produz uma nova luz e novos signi
ficados É como a chuva lavando o póen no ar di urman, já
ciado há pouco
Quando bem escolhida, a meára leva rapidamene à com
preensão dos conceios mais complexos e absraos. Basta ver ese modo

ESCRITA RATIVA
50
bem-humorado de lar sobre coisas sérias e não raro endonhas. Ape
sa de se rata
rata de uma bincadeira,
bincadeira, a póxima
póx ima seção levan
levanos
os mais api
damete à compreensão do poder da meára.

SEJA ORIGINAL. REJUVEESÇA


REJU VEESÇA ATIGAS IDEIAS
Viver em absolua segurança impica sempre um risco: o da mo
noona
noo na Olando po ouo lado obsevamos que ser o ogn
gna
a é muto
mais diverido.
Os grandes ciadoes sabem disso e não pedem empo Quan
do menos se spea lançm mão de uma ideia esquecida no passado
cruzam
cruz amnana com oura
oura  às vezesvezes muit
muitoo difeen
difeenee  e nos apaapaec
ecem
em
com algo nédo neressante e adequado O que conseguem com
isso? Provocam nossa admração, obtêm leiores és para sas ideias
Em outas paavas zem sucesso enquanto se diverem A poposta
não paece seduora
Se udo o que dissemos parece absrao demas demas vamos a um exem
plo concreo Emboa não se ae de um exo produz sensações ão
agradáveis quano os bos ivros. Eamos nos referindo ao liquidca
dor Sua ciação não envolveu nada de maga Tampouco o eletodo
mésico surgu por geração esponânea. O que o deu à uz i a atude
de um omem
om em ao pemiise o envolvimeno
envolvimen o com o noo e inespead
inespeadoo
Primero omo u u  moo
moorr e ma
 ma baedei
baedeia
a de boos. Aé aí nad
nadaa de
novo, po se
s e aare
aaremm de objeos exemamene coiqueiros
coiqueiros e pevisíveis O
que orna a sri
sriaa admirá
admirávelvel e lucraiva é que o invenor olou para ess
dois objeos com olhos dieen E arscouarscou a peguna
peguna "E se eu unasse
os dois Assim eergou o que muia gee olou mas não i capaz de
ver  alve po er
er suas
sua s vists boquedas po antigos
antigos parad
paradgmas
gmas
O maio isco razido por ese ogo é não da cero Um povável
pejuzo nenum A reaidade sucesso po ese pemido aiscar
Valeu a pea

NÃ O   M A MOR GRAÇA


 A PRIMIRA RSPOSA CRA NÃO
Busque a segnd resposa cera. A prmeira esposa que nos vem
à mene paa uma perguna costuma ser pevisvel ceia quadradi

RUBENS MACHIO
51
nha e, o pior, não causa o impacto sucene para zer com c om que o leitor
se denha naquea págna.
Dane da pergunta "Qual é a metade de oito?, nossa tendência
natural é responder "uaro Matemaicamente correta, a concluso
nada ra de novo Logo não chama a anção nem se desaca na mul
idão de tanas
tana s infrmações
infrmações dsponíveis por odos os lados As respostas
seriam mais orignais se dsséssemos
ds séssemos coisas como "E "3 "O "m "w
"o to - o que mais
mais
Agora vamos ao truque Ele consse em primero mudar os ócu
los, aqueles cujas lentes nos desvam do convenconal e mostram o que
todos viram, mas ninguém enxergou Depois em frmular a pergunta
no plural Isso sempre cra o ambiene para o surgimeno da segunda
tercera, quarta
quarta resposas cetas com a maor natraidade Qua 
a metade de oo
oo - perg
pergunt
untaa o cria
criativo
tivo
As resposas são por oda od a par e quer
querm
m vir à tona
tona Basa ape
ape
nas que aguém seja ousado e ineigene para zer as perguntas cer
as Por far nisso, recomendaríamos a taref que vem a seguir Você
aceita o desao

Aquecimento.
Aquecimento. Abra as
a s portas para a nova dea
ara far sobre o aquecimento vamos lançar mão da metáfra
Há sore nosso
nosso pescoço algo semelhane
sem elhane a um extraordinário com
putador Todo o avço da tecnologia anda não conseguiu produzir
nada parecido com o nosso cérebro ratase de um equipamento de
úlima geração, disposto a render muito mais se fr usado com maior
equênca e adquação
Nessa se do processo crativo, seu computador está muito bem
abastecdo com as mais difrenes inrmações. magine que eas esto
emplhadas em quantdade sufciente para as mais inustadas experi
ências udo de que precsamos agora
agora é criar condições fvoráveis para
que aconteça o cruamento dos dados acumulados pelo trabalo de
pesuisa É isso o que vai gerar combnações fra do comum e, con
sequentemente permitirá que enconremos respostas para o problema
que nos aormena

ESCRITA RATIVA
52
Na maioria das vezes,
vezes, uma grande ideia está escondida naquilo ue
muita gente pode er viso ms não enxego iso
i so é a segnda esposta
cera. Ea não pode icar escondida precisa ser evelada. Como?
Para ciitar o trabaho de encontrá-la pegue sua caixa de fera
mentas. Encontre á m instrumento chamado brainstormn também
conhecido como "tempestade de ideias Essa bincadeira séria consiste
em pensar com elementos disos e criar com elementos concretos.
Vamos trabalar com base no comenário de John Sculey expr expre
e
sidente da Apple Compuer paa quem não precisamos inventar nada
porque as coisas já estão á apenas esperando para seem descobertas
Tudo de que precisamos é sair e colher o que já existe.

BRAINSTORMING OU "TMPESTADE D IEAS

Tratase da reunião de pessoas envovidas na busca de soução de


m probema. A dierença está no método A erramenta é ecomenda
da para siações em qe os padrõs convencionais d bsca revearan1
se ineicientes para encontrar uma resposta adeuada. Assim o trabalho
agoa tomará outro rmo bem mais promissor
ara começar  criadores emitirão o máximo de opiniões sobre
o tema em pauta e se aventraão po estradas até então impensáveis
apontadas por uma mente ivre de qualquer juío prévio endo as
sociações inusitadas. A expectativa é de que a resposta apareça como
resultado desse xercício e ela semp vem
O branorming nada tem de ortodoxo Tomado ra de contexto
pode parecer coisa de gente ue sabe pouco a respeito do que é trabalho
tra balho
sério. Mas pocas brincadeiras são levadas tão a sério ou ainda qase
nada é tão sério quanto essa aparente diversão.
Agumas regras são imprescindíveis pra o bom andamento do
bransormn. A primeira ndamenta e indispensáve é: quatidade
gera qualidade Assim para qe o pocesso não seja truncado convém
não coocar o jui ao lado do arisa  o primeiro inibiia o segundo
segundo E
isso seria a more
Livres da pressão do uiz icamos mais à vontade para dier que
no branstormin, todas as ideis são váidas merecem ser notadas

RUBENS MACHIO
53
Mesmo aquelas que parecem mais mprováves e absurdas - mprováve,
absurdo novo nesperado, drente transrmador .. Como no slgan
crado por Fernando Pessoa para a CocaCola, "Prmero estranhas, de
pos entranhas. É só uma qestão de tempo e de olho para se dar coa
de que a proposta absurda pode razer consgo a resposta nelgene
No enanto se agmos apressadamene ou ntenscamos o natural teor
de censura, jogamos ra o que não se encaxa em nosso medatsmo
crônco. Mas uma vez sso será a morte.
Repetndo, a m de não comprometer a produtvdade, agente
o medo e o jugamento prévo que inbe e às vezes a mata. Mas do
que sso, não tenha receo de cometer erros Ao coráro, estmue e
encorae a combnação e o aprmoramento de deas incusve as que
parecem estúpdas É pouco provável que uma grande dea sobrevva
às ameaças da auocensura, uma das poes armas de destrução. Para
se munzar desses etos malgnos, relae e comece a brncar lteral
mente com as nrmações obtdas durante a sessão de brintormin.
O resultado va surpreender
Epermente pegar uma palavra ao acaso e pesar nas coisas mas
absurdas assocadas a ea. Force conexes nesperadas Relacone suas
deas Envovase nesse trabaho de fecundação e desute da beleza
do que vrá pea ene se você se dspuser a cudar elmnar os resquí
cos trazdos do útero na hoa do parto. É assm quando se dá à luz
uma dea
Retomando: para nduzr o parto soe o assunto sobre o qua
desea reetr. Depos ça uma batera de perguntas a cada etapa do
trabaho ou tema: o quê?  quem?  como?  quando?  onde?  por
quê?- usar de manera nova? - adaptar? - amplar? - adcionar? - mul
tplcar?  reduzr?  dmnur?  dvdr? emnar?  substtur?  re
arranjar?  nverter?  combnar?  dexar como está? E tavez as duas
mas mportates e decsvas: e se?  por que não? Por m epermen
te assocar duas perguntas. Ago como O que dvdr?. E então veja
quantas deas novas aparecerão
Depos de Alex Osborn autor do á ctado  poder crdor d
mn, ouro gêno ensnounos um camnho mas curto Estou f-
lando do cneasta Ingmar Bergman que disse: Eu omo todas as

ESCRITA RATIVA
54
minhas decisões baseado em mia intuição. E jogo um dado na
escuidão - isso é itição Depois, mado um exécito recupea o
dado  isso é itelecto"
Simples e dieo, paa qem pesta atenção o oeio vale po m
cso de ciatividade. Em meu tabao como cilitado teo viso
pessoas coms obteem exceetes esltados ciativos com a tcica
sgeida po Begma
Ifelimete ossa culta os esio e os z cultiva um pe
sameo altamee desivo paa a criatividade. Fomos acostmados
com a ideia de que se algo é simpes, ão merece respeito
Talve o compotamento sea to de ma mação eigiosa
distocida Apedemos qe só o que  obtido pelo camio do so
imeto pode e algm vao. Paa compova a suspeita ete ma
igea e obseve o compotamento das pessoas Va como as images
alusivas a Jess cucicado, com ma cooa cuos espios atigem a
alma coqistam muito mais ateção do qe as de Jess essscitado e
glorioso Que gade cotadição!
Esse paadigma é vesgo padece de miopia cônica e tem sido o
picipal motivo paa qe uma lição como essa deixada peo cieasta
passe despecebida. Logo pecisa ser corigido.
aa avaliar o potecial cotido as palavas vamos imagia ma
situação como se ela sse ea Pesemos uma pessoa que em como
tae esceve m atigo o coisa paecida sem um ea pedenido
Nosso pesoagem está tomado o ca da maã Enquanto se
alimeta pesa e preocpase com o tabaho a se desevolvido Se
maio pobema  a lta de ideias Ele ão sabe po ode começa m
texto que ão pode espera Deixar por cota da ispiação? Nem pe
sa Aal ele  um escitor, ão m aveteio qualque
Apesa da aide ele sabe que seus oos estão equipados com
as letes da ciatividade Po acaso, vê passeado sobe a mesa ma
miga Com esço ela tenta carega ma casqiha de pão
A caga  maio do que pode traspoa Mas o iseto ão desis
te ai evatase teta colocase novamente a camiho Repete
a opeação antas vees qatas em ecessáias O impotate 
abastecer o migueio

RUBENS MACHIO
55
O to é corriqueiro, menos paa o nosso personagem, acos
umado ao jogo da ciatividad. El obsrva tudo d ong, n
um go d ie  uma mordida no pão  comça a reetir sobr o
problma do aimnto no mundo O nqu ainda  abrngn 
vago mas epresena uma pisa um pono d parida, o neessáro
para comçar.
Passa-h pla cabça o xrmo srço dspndido po rspon
sáve pla aimnação da míia Vê na rmig a magm do rabaa
dor, assumindo aes gramene acima de suas possiblidades
Ao mmo mpo h vm à mnt o problma do transpor d
alimenos Lemrase de como não estem meios sucientes para des
ocar tudo o q s produz e q na sua san s ncona uma rpo
agem sobre produors capazes de ncndir tonadas d amentos,
ainda qe endo a consciênci de qu mhares d pessoas no msmo
pas, comem o q somente os pocos aceiam como refeção
Amplia o pobma  chga à ára nrnacional. Envovs com a
magem d pases supeaasecidos por tcnoogia, mas sem amentos,
e vicversa, ambos sem possibidads de mudar o cnário E connua
 rexão ensiando possvis souções
Pnsa nisso imagna mas alguma coisa  quando s dá cona, á
em na cabeça o projeo sucien pra produzr não um arigo mas
um ivro Bas apns organiar as ideias e eváas para o papl É cil
quando astamos o jui rpessor, ibermos o artista vcinado conra 
auocnsura  nos prmiimos ci não?
Apenas como execício num eo sem maiores prensões z a
msma xprência do nosso prsonagm dixando a cabça prco
r ouos cminos. O insto q srviu como m i o msmo do
exmpo E ea i reveadora
Sobre frmigas e moscas

A r ,    r   N r 
 s      r   
      , r  v
, r    v     
r  r      r  o 

ESCRITA RATIVA
56
seu tamanho microscópico e da ausência completa de lvre arbítrio,
sene que em algo a reaizar. Est nã realizou. Teve sua rajetória
massacrada, assim cmo massacrados sã antos proetos no mun·
do dos viventes
Oio isso lembro que não tenho por que assumr a auoria desse
crme - em coisas que a gene não sa alardeando nem mesmo em
pape de rascunho, apenas cumpre a are de testemunha ocuar e
narra os os a quem neressar possa
Anal, tenho um nome e uma repuação a zear e devo ao mens,
sugerir que a minha  ilibada nunca use caixa 2 nem z mal a
uma mosca seue
mém m diri m r rini:  rir m l
léd m á qlq  l  q s s  "
 r   d r  mi  r m s rs Di
 m dnr sr  al red ls dis q, r esrm sts
im  s rl É ns m ml, ilsri d n
r nd s d iniir m d  m r  m lvr lz
E por flar em roupa.
Tenho em meu armrio um número considerve de roupas ama
cadas pelo tempo São peças que acohem muio bem  corpo em
posiço de descansar u uando o rabalho prossonal ser
desenvovido em casa como  de costLe depois da chegada do
cnceit de home ofce, usad por prossionas independenes
A ideia d executar no própro domiclo o que seria fe no escri
tóio depois de uma longa viagem atravs do trânsito enluquece
dor da maior cidade da Amrica do Sul  realmene mas conr·
tvel  econômica. Elógica Sensata. Uma prtica saudvel, que
bem poderia ser acessvel a odos
Para repor as energias um bom prato de roupa velha iguaria
Made in Mnas Geras e cm presença marcane em Sã au
lo sm senhor A receita esava escondda numa pgina qualquer
da minha antiga enciclopdia Dlta Larousse. Eu a encontrei por
acaso, num dos meus passeios notos e de insôna em busca e
ideias ureca!
Feio com sobras de cae seca ou similar desada regada com
cebola e temperos verdes ee  servido com rinha de mandioa.
 não dexa dvidas quan ao  de que enrega o que prmete

RUBENS MACHIO
57
almena e á praer. Mas aina nesses as em qe o sol já á sinal
de que va sar em féas.
Roa saa e maca "Roua eh' Uma pa que á conro
à ama e regoa o orpo.
Com lena, ego a hora a mnha sesa Voto já, ua.

ma a  ar  ma aara Pra 


ma aara ar S a raa  x ar r m
  í  a rã abaar ra a ó  mr
ara ba ma rmaçã  am ra aa   
r    ma ra aa br a á a  
çã  .
E a aara arar a na a ara  ? T
a  za  ba  ar ma a a ara r 
 I  rmrá zr m ma raça  ar ár
 aa  raba
ara m mrár  rm arar  rr  start a
a r  bra ara a ra  mrara a 
  rarma  m ra m ara m r
ar  mm rm rara a bm ra  ã m ú
a a ra  mar a ã a  mrár  
r ma rá  a rrêa
Ara ra- m a mar  aara  ár Ea
ã m am r  á  ba à a çã

INSPRÇÃO? NÃO CONTE COM EL


Faa à ra úara Múzák,  mr Sraky
mr-    raçã m rç  aa E
mbra  m  ara  ara rar,  r aarar a
raçã ara  mr  a   m rr E ã
a a mrâa a raçã a rár sraa ma r
ça mr  ra m a aa maa   r a
ã é aa m mó  ara rm a rça 
ó sabra a am rç a õ m mm E 
rç   raba.

ESCRITA RATIVA
58
Paa escreve com criatividade, é pecso m inenso invesmento
no desenvolvmento da écnic po meio do tbalho duo qe inc
pesqsa e esceve. Esceve mio Reesceve muio mis E do isso
exige disciplna oque esceve é nes de do um ofcio qe não
pode depende da inspiação paa se ealiado. Senão ene imagina
m conist vincado a uma míd por um conato de bho n
fmando-a de qe nes semana não enegrá se exo poque fcou
sem inspição pr ciáo A popósio disso o escto Luis Fenando
Vessmo, counst consagado, afma: "Min musa inspiadoa é
meu pzo de entega
Enre os pofssionais da escta que evam o rabaho a sério a ido
laia da inspação em sido exocizada Em vez de fca esperando po
ea, o escior Wiiam akner não economiava pavas paa deixa
cao qe segia na contamão do qe costma se ma caactestica de
pincipianes De pincipianes, ee disse
Menos oeane qe Savnsky ane insisia acima de qa
quer cos no vaor da expeiência da obsevação e da maginação
Cegava mesmo a fca indignado com essa convesa moe e afmava
nda sabe a espeio de nspação: já ina ovido  sobe ea mas
nnc a ina viso  asseveo
Mas aue não é o único membo dess galeria que bomina
ais cendices e em ceeza de que só o abaho áduo prod esu
ados Coocndo a inspição em seu devido ga o auo Somese
Magham nos advete paa o fto de qe nenm escio pofssona
pode dse ao luxo de escrever só qando em vonde Segundo ee
espea aé esta disposo, aé esa inspiado, é sinônimo de espera
indefnidmene Maugham lembav qe o escito pofssion cri
a disposção Clao qe ambém em sa nspirção mas conoa-a e
domina. Dene oas eges de tbaho
O pensmento de Isac Bashevis Snger sege  mesm dieção
Se pondo neesse por rtus e supesições ea visvel. Nem po
isso deixava de proesr cona o cosme de msifc a inspiação
Diza acedi sm em milges em ods s áes d vda Menos na
lieaua onde inh ceea de que a únic saída é o rabho dro
E compeva iônico Não é possível esceve m bo hisói

RUBENS MACHIO
59
carregando um pé de coelho no bolso". Um bloco de noas produz
lhor resulado
Por , Jean Coteau reage de maneira mais vigorosa e onun
dene arriscando um rocadilo com jeio de deboche Recusando-se a
se esender a respeio do ea sua resposa é axaiva: Não é inspira
çao;  ep1raçao
 , . , 

Porano quem desea ser criaivo não deve misicar a inspração


Eplicase a adverência e o cuidado de que deveos nos cercar a esse
respeio A nspração é apenas u eo. No enano, alguns a raa
como um m em si meso, a pono de ser pinada por indscplnados
coo um oeno ágico em que anos dourados ransie ideias
brlhanes a quem fechar os olhos e car ergulhado na inérca Por
cona da absoluiação de um insrumeno relaivo coo esse muios
são os que obê nada como reslado na hora de crar e escrever
Condicionar o ao de criar à cheda graia da inspiração é
prodir um bloqueio menal que em geral copromee o rabalho,
paralisandoo Ao enrar por esse cainho, passamos a consider que
nenhuma idea parecerá boa o suciene para ser escria nal, esare
mos esperando po algo que nos chegue por eio de uma eperincia
mísca e só reconheceremos como váldo o que vier denro dessa e
balage. que não e
Olhe o perigo desse comporameno esperamos que a prmeira
solução enconrada, uo da suposa inspiração resolva muio bem o
problema Resulado: coo o bo é inimigo do óimo, case eaa
mene com nenhu dos dois
Criaividade, como se vê não signica inspiração nem é algo in
uivo ou nao Ao conrrio pode ser ensinada e aprendida, o que
é moivo de aênica alegria embora isso coloque em nossas ãos a
responsabildade direa pela qualidade nal do nosso rabalho (não ela
não é dos anjos).
Ai, desde que eseja disposo a se rçar o suciene para che
gar lá ningué passará o reso da vida considerandose ncapaz de ober
qualquer resulado nesa rea É só predisporse a aprender almas éc
nicas e acrediar que pode ir mui o longe na carreira de inovador Trenar,
reinar reina renar e reinar Quando enm considear que j z

ESCRITA RATIVA
o bastae, treinar mas u pouco - essa empreiada só ermina com a
more. E é preciso esta muio inspirado para compra ea briga.
Bem se não é na nspiação que esá  nossa segurança vamos
buscáa ns écncs Ese recurso nda em de mísico com a vana
gem de ser inniamene mais eca
A pimeira écnica simpes é ler teos cidos po prossionais
que auam no mesmo ramo que você ou escolheram m gênero ie
rário dênico ao seu: popagand cônic ensio etc. Vamos ima
ginar aguém que precise escrever um núncio de vrjo Um bom
começo seria a eiura do maior número de anúncios vareisas pu
blicados em onais Isso o levara a assimar o eião pouco discreto
dessas peças de comuncação Suponhamos que essa pessoa enha a
tare de eigr m anúnco classicado O caminho é o mesmo:
adoa como refeênca a nspração dos ouros; iso é er uma séie
de anúncios classcados e aprender a lngugem elegáca que eles
usm como ninguém.
Como se poe ver além e simpes a rega é democáica e ve
para oos os casos. sso nos eimua a dar uma sugesão práca co
ecione os exos que já provarm ar eslados Leaos qunas vees
pude. Depos transcrevaos aé paecer que ram escitos por você.
Pee o que este e melhor em caa um acrescene su personadde
e esio e produa algo inda supeio De quebra que com a auoga
ticação sempe bemvina de ter mehorao ago que á esava bom.

VOCÊ PODE DAR UMA FOCINHA EXTRA

Ms o trabho de escrever pode revelar surpress nem sempre agr


dáveis. Não é incomum que o momeno e ornar uma ieia concreta
por meio as palavras se ransrme em ma sitação de paralisia - ainda
hoje se a em "dar branco O que zer quano aparece um problema
ess naurea?
Aé qui noss convers giou em orno d experência de muios
escrores Investigamos os uques de que se uilizm pr cii a
tare de escrever Com ees aprendemos técnicas e até a écnica e não
erir  nenhm técnica

RUBENS MACHIO
Agora chegou a sua ve. Veja mais estes exemplos. Você se ideni
ca com algum dees? Descubra as circunstâncas que mas esmuam a
geação de deias, de acordo com cada pessoa:

• Beetoven zia ongas caminhadas, anotando enquanto andaa.


• Brahms tina suas melhores ideias de manhã enquanto engra-
xaa as botinas.
• Daid Ogy a longas camnhadas.
• Enstein ocaa olino ou a Dosoieski.
• Gandh costumaa tecer
• Hemingway apontaa ás.
• Proust só trabalaa em absouo slênco, num quaro rado
de cotiça
• Tom MacElingon leaa o catálogo do Image Bank.
• Tomas Wolfe andaa pelas uas do Brooky à note
• Willa Caher ia uma passagem da Bíblia sem obetio religoso.

Faado em matéra ublcada na reista ¼cê S.A, Manoe Caos,


otersta de noelas da Rede Globo de leisão mecioa algumas
prácas que nunca abandona camnha a a agência bancára enen
tar a la do ango numa adara das izinhanças comar ornas na
banca apenas para cta alguns exempos Faz sso durane as camadas
"pausas criatias. E quanto a ocê? O que  ara esimua a ciatii
dade e iberar seu artista neror?
O escror Chrstohe Iserwood á ieu a expeiência de sentir
que cotnua na redação de um liro ansrmouse numa dicul
dade sem hoa para desaarecer. Mas ele tambm conhece muto a
arte de se desembaraçar quando sso acontece. Sua receta  simes
"Pacênca Persistênca. Dexar de ado e deos oltar. Nunca me
ermir car neroso.
O romancsa conta que repete paa si mesmo que não há prazo; e
que a oba estará termnada quando ese termnada smlesmente
Acrescenta que às ees consegue a' uma dea roeosa do subcons
cente dexandoo rriado

ESCRITA RATIVA
Numa atitde provocativa, ca escrevendo bobagens de propósito,
é qe o ubcociete eov inevr como e eivee dizendo:
"Tudo bm, s idio, deixe-me arruma isso, ocli.
Comdo a ide de qe net proão ão extem verdde
asola, Gore Vida! vai a direção cotrára E gaa uca ter
ido um boquo como critor Ants de começr a coocr as idei o
pp, tomv m cfé. Aí  ms vm  me ecoo, diia
Não apontva lápi em nda pecido M que empr lia
durte uma ou das hors Vid! disse que a isso para lmpa a
mee Reutv em começr  trablhr e adotav o mesmo com·
pormo qundo chegava a hora d paar. Cosderva q o mis
ineressant na tre de escrever era observa como o o apaga o
empo. Par o escrto, esa itações, ra como e três hora pae
cesem r miutos E havi ainda segudo ele o eemento supe
a. A ae qe o a mete mud qado parece n págia Então
Vid começv a cutucáa com a cnea, descobrindo novo signi·
cado. À vees ca na grgahada ao v o qe acoeci enquo
orcia e terv as etença. Negócio croso coniderado tudo
Nuca se chega ao m. É por so que cotio, ponho. Pa ve o
que serao as prox1mas entenças qe eu ecrevere.
, I • • )

E experici gurd emelhça com qe arada cer ve


pelo ecrtor Feando Sbno. O or de  gande mentecpto e  en·
contro mrcdo, detre oro, armo qe à veze começav  ecrever
como prncipiate  não sab o que i dizer. Etão escrevia a pimera
plavr  egnd e  próxim té o texto cr prono pr, nmen
e saber obre o que i ecrver
Nm odo gm d manir mhnt A individidde m
um peso que ão pode ser ignorado. Escrever é m ude solitáia,
peronsm Cd m em eu jeo.
Há escritoe que segem verddeiros riuis pr inicir  sgrada
litugi da crição. Heny Milr cotmv começr  trblhr logo
apó o cfé d mnhã Seavae imedatm diae d máqia
Se v q não cosgi ecrvr dii implsmnte E qu não 
espersse m do qe isso poqe, segdo zia questão de evidecir,
não h nenhm etapa prepartóri ou coi precid

RUBENS MACHIO
Miller aceditava que existe um trenamento especial que o escitor
pode busca. Mas pergutava, desolado "quem o pocura? Afmava
que de um jeito ou de ouro querendo ou ão odo atisa se prepaa
de alguma rma
Sem mecioar a palava incubação, cotava que a maor parte
de do o que é escrto acotece primeiro longe da máquina de escre
ve e da escrvaiha Esava covencido de que uma obra começa
a se escrever os momentos calmos e silenciosos, quando está cami
hado zedo a barba ou jogado uma partida ou seja o que r
Ou até mesmo conversando com alguém por quem ão se ameta
enhum inteesse via Enquato esamos trabalhado a mente está
rabahado o problema que está em nosso íntimo, acresceta "As
sim quado vamos para a máquia de escrever é apeas uma questão
de transferência coclu

COSTURA DE IEAS E CONCEOS. DO CAÓTCO À OREM

O que você ai ver agora é uma das eramentas que podem am
pliar a eciência do bnstorming. A técica é nteressate e consiste
em relacoa uma embaixo da outra as palavas-chave que com
põem o problema Depos "costurase cada palavra, rmado ases
aeatóras Assim:

HOME

ÁRVORE
LOBO

ÁGUA

"O homem passa embaixo da árvore quado vê um lobo que bebe


água traquilamete Nesse instante é uma abordagem possvel Mas
outra poderia se O lobo estava tranquilan1ene bebendo água quando
viu um omem que passava embaixo da árvore e .  Ou O obo estava
embaixo da árvore quando viu o omem que passava em busca de água
para beber Foi quando
Essa é apeas uma ma de assocação de ideias pelo método
da costua Mas podemos descobir outas utilidades para ela. Basta

ESCRITA RATIVA
64
olharmos para os problemas que povoam a área de atvdade em
que nos ncontramos. Não importam as crcunstâncas  dsd qu
assm o perm amos, m odos os casos a "costura de deas revelará
o surprndnt
Apov ess cma de experêca e tabahe com algum poble
ma ra, aqul qu dv sr rsovdo "aé otm.
Por meo da "costura de deas palavras descoexas gaham o
vos stdos, dsham staçõs ispradas  trazm rspostas.

Eureca! Iluminação. Supeenda-se


O grad momento, o ncoto sprado acontecu Isso explca
por qu ss momento é compaado ao mpacto causado por uma lâm
pada qu s aced
dea: uz qu apace toando claro o que anes a apenas uma
prguta  dá a um escrtor do port de Vctor Hugo a sgurança para
armar qu há uma cosa mas r do qu odos os xértos do mun
do  sso é uma dea cujo tempo chegou O momnto é de ecata
mento e d cbração.
Como asce uma dea? Às vees elas aparecm como ugares
comus. Umbro Eco tv a ida do lvro  nom da roa ao sabr
da notíca de um mog que  assassinado uma bbotca Sm
pls assm
Por que almetar o medo  tr das, s eas são uma das cosas
mas maravlhosas do mundo E s acassar Norma Ana d contas
você aprde muo mais com sso, o que é ótmo ão eu ão stou
sugerdo qu tudo na sua vda dve sr acasso. Apeas propondo
que não perca de vsa o quato se pode aprender quado o nevtável
aconc. A semnte qu parc morrr sob a terra é vtorosa na sua
possbdade d s trasrmar  árvore que dá lores utos  som
bra. Em alguns casos, você precsará vver a xperência dess proesso
que antcede o rsultado f
Como vemos dzedo, há métodos sobr onde buscar as dias
d que precsamos para screver Qum nos orece mas uma grande
contrbução nssa etap da camnhada é o rotrst Do Comp-

RUBENS MACHIO
G5
rato, que escreveu o clássico Roteiro: arte e técnica de escever pa
cinema e eleião. Segundo ele, "Exstem seis campos ond provavel
mente encontraremos uma idea, a saber: Idea seleconada - dea
verbalizada  Ideia lda (r fee)  dea ransrmada  dea soici
tada  Ideia pesqusada.
Ora se as deias são como aves camufadas entre as flhas do
problema alguns momentos são mas propícos para encontráas
Por exemplo

• fheando jornais e revstas;


• vajando;
• passeando peas redes socias;
• dentro da própria correspondência
• vsitando lojas
• ohando de novos ângulos o trabalho que reala dariamente;
• fzendo o mesmo com outos textos publicados por dfrentes
autores
• conversando com o públcoalvo
• recuperando antigas ideias ou ideas emprestadas
• levando o cão para passear;
• enquanto reaiza um trabalho manual;
• ouvndo uma pregação na greja;
• acordando no meo da noite
• fzendo algum exercíco;
• lendo sem compromisso;
• duante uma eunão chaa;
• antes de adormecer ou de se levanar da cama;
• indo e voltando do trabaho
 omando banho endo a barba ou depilandose;
• sentado no banhero

Portanto não espere que as ideias apaream assm do nada Dê sua


parcea de contrbuição fça algma cosa em fvor desse paro ue de
sea traer algo novo à lu Comece remexendo sua eperência pessoal
Vascuhe bem e veja quanta cosa pode enconrar Depois organze tudo

ESCRITA RATIVA
A receita vem povando su poencial até nas mos de prossionais
 já conagrado. Veja sta xpincia d Robto Mnna Barto, publi
ctáio  auo de váos livos soe o assuo dene les Cativdade
em propagan, do qua xtraímos st cho:

Ua v a a  Nt  a çã a


aaa a ó (ffó) a  ata va   a Ota
v - a açã a çã  Nwsweek  a ta
  aa   al  a  a  
 a aa  aaça "aaaa  a   êa
aa u   t a a f  a a
Ea a
Nã v z té. D   a  a 
aa  aa    taa  a
  va  çã  aã aa la 
f   
N  a  aú (ta aava  a aa
va'a   a  aa aa  a
ta  Nt aa aa  la  a éa.
E ava O u  t   ra ê  aa 
ata  aa  va  va  ól  v r
ça a aa    a (aa aa 
N  t    taal  tat u
tr al  ara  aa   vê.

o é prciso produ todo o texto d Menna Barreto.  q


emos é suciene para provar qu mesmo um ojeto intil pode ga
nha mpoânca  ulidad qundo olhado com oho ciatio ho
doados do poder ciado capa de ogana em cosmos o que antes
a poco mais q o caos hos  sto pro ao roto d psoas
comuns como voc e ouros mihaes à espera da deciso de enxergar
de manira drn o vho mundo d todos  dia
 posse da maior variedade de nrmaõs esca usando oda
a ra da mente  do corao ls devem ser anados numa grande
vagm plo dsconhcido sair m busca do nespedo.

RUBENS MACHIO
Elaboração. A ideia toma corpo
Recém-nascida a resposta precisa omar corpo, concetizarse
num nível de detalhes mais laborado. Anal a melho ideia, quando
não ealiada não é mas qe um sonho É po isso que um grande pro·
jeto só ganha importância quado sai de nossa mente e vai para o pape
o em outros casos quando se tansrma em obra  viaduto hospita 
escola etc. mas isso á é outa históia
A ideia i encontada está a como matéria bruta Agora ela pre
cisa ser apidada, ganhar ma. Para ser consumida e proporcionar os
esultados a que se propõe deve adequarse a ma inguagem que sea
entendida pelas pessoas às quais se dirige. Isso signica escrever efetiva
mene e a elaboração nal daqee pensameno
Votemos ao ema do erço e da discplna - é peciso trabalhar
duro se deseamos um esultado consistente construdo a parti da ideia
enconrada. Para isso, vamos conversar com escriores experientes paa
saber como lidavam com essas palavrinhas capazes de causar arrepios até
em bocos de mármore
O pimei a ser ouvido é William Faukner Segundo ele o escior
não deve te piedade tendo olhos apenas para sua are Se r um bom
escrior, declara não terá benevolência, amais permiirá qe algo o desvie
do seu co: ciar e escever alkne acrescenta que o escritor em m
sonho. E isso o angusia de tl rma qe a única coisa que desea é ivra
se dele Enqao não az isso ão sabe o qe é ter paz Tudo o mais
ca em segundo plano "honra, orgulho, decncia segurança feicidade
tdo, para qe o livro sea escrito Se um escrito tiver de roubar sa mãe
não hesitará concli O perodo de eaboação tem apelos e exgências
Outro conseo aparentemente impopua é de Albert Colingnon
Em A lgão s let, ele assme uma postura que, pelo nesperado
pode casa repusa
Q  vr v  v   .   
a  v    v v  v 
 , á        r Q
 al   a      v v
r         sa  vr  
   r    .

ESCRITA RATIVA
Emboa menos radicais, vale a pea le os próxmos depoimentos.
Maiane Moore consideada por alguns a muhe mais impor
tae da itatua norte-ameicana modea, advete para o o de qu
um escrito é injusto consigo msmo quado não consgue se rigoroso
om su tabalho.
Parece qu há um cosenso em reação ao caminho que eva à
podução de textos denitivos Vja o qu pesava Enest Hemngway
pêmio Nob de Liteatua sob o qu sria o mhor trio tc
tua para o aspiant a escrto:

Dim   iv d m i    


   d   m  mdm dfí.
t  di   d m idd d m   v
id   i     m ív  t
d d. P m i  iti d m  m.

Concuindo sta tapa de ossa visita à gaeria dos grads scitores


para aprender com ees a arte do texto lmbramos Garil Garca Már
quez paa quem screve ea muito dici ao mesmo tempo que enten
da como um pivlégio zr um taaho para satisção prpia.
Márquz considrase excssvamte rgoroso consigo msmo e
com os outros Não consegue tolera erros. eende a deia de que pri
vilégio mesmo é ze qualquer coisa com peição Crtica os escrtores
que amenam a ate da mgalomania e se cosideam o cento do
univeso e a consciêca da socidade
O que o autor de Cem an d li mais admira é ago bem
ito "Smpe co muito contet em sabr quado estou viajado
que os piotos são meores pilotos do que sou scritor, compaa.

Verificação. Teste a resistência da sua nova ideia


Est é o mehor momto para juga uma idea. Came pois o
juiz que agoa  somnt agora dv entrar m ação
Será qu a almt nciona? Está adquada Prstase a sol
vr o probma sugerido Se o verdcto r positivo, o trabalho stá em
condiçõs de seguir adiat

RUBENS MACHIO
Nesa se, a idea é colocada numa psta de prova. O que deseja
mos é raá-a com o mesmo padrão de exgênca que serve de parâme

ro para esar um caro cujo prmero eemplar acaba de se monado.
Tlve enhamos esco dos exos diferenes ou város íuos paa
o mes eo. Sobre qua eaá a esola? em sempre é fcl omar
essa decsão mas este é o momeno em que alguém deverá decdir
O que cona é vercar a consisênca da mensagem e a capacdade
de transmir aqulo a que se propõe

• ao púbco cero
• da manera cera;
• no momento cero;
• no lugar cero;
• pelo movo cero
• ando com precsão sobre o ema proposo

Para ober o resulado mas seguro aplque o teste de adequação


re algumas cópias do que escreveu e dsribuaas enre pessoas re
presenaivas de seu pblco-avo Ceraene elas poderão ajudá-lo,
assnalando suas prerêncas.
Além de honeso seja exgente consgo mesmo Escolha crícos
de verdade, não amgos incapae de emtr u1a crítca Ouça os co
menáros como aprendz aproveando cada paavra como uma nova
oporundade de aprimorameno e descobrndo como não er
Recomenda-se que do processo de vercação parcipem dos 
pos de pessoas: as que esão marizdas com o assuno e as que não
manê nenuma gação com ee Ceque-se de gene que vve o pro
blema, mas não dee de lado as que nada êm a ver com o assunto em
quesão Quem sabe esa não será sua cance de amplar o leque de
envolvidos que se enquadram em seu gupo de neresse?
Ceque a validade da dea Comprovea ão se contene com
pouo Sea eausvo verque odos os dados e possbdades.
A partir das mpressões que obive e das concusões a que chegar
pense na possibldade de retrabaar as deas, questonando desaan
do esando novamene e acompanandoas aé o m

ESCRITA RATIVA
70
Uma vez tendo econtrado a solução criativa, é preciso aplicá-la 
ninguém recebe o Prêmio Nobe por er uma ideia nova, mas sim por
esála e provar que ela niona. Caso ontário, omee udo de novo
Reome a are de idenifcar o problema, prepararse, deiáo incubar e
assim por diante, aé chegar ao resuado satisfório.
Aprovação obida, inensifque o papel de guerreiro  personagem
que enra logo após o juiz Traalhe para ue a ideia sea ambém ado
ada na práica
Voê oncuiu a primeira pare de odo o rabalho. udo o que
em a fzer é ransfrmar esse enconro em exo que prenda a aenção
do leior e leve a resulados, não impora o que isso signia para você:
 vender, emocionar ensinar, mudar comportamentos, divertir e vai por
aí ara  as possibiidades são ilimiadas e convém saber eaamene
aonde se pretende chegar com a mensagem a ser escrita

RUBENS MACHIO
71
Redação.
TRANSFORMAR IDEAS
CRIAIVAS EM
EXTOS EFICIENTES.
O ARESANATO DO TEXO
REVELA O ESCRITOR

1do o que e es viJ ou  a u I ntr


m t gdo obt clm pod
   o pmo o of
Sidney Smth

72
ão existe uma fórmula

N mágica à disposição de
qum ptene toa
se escri o Basta esrç e disci
plina. A disciplina é undamnta.
Muitos que desstem estão apenas
sndo vítima da indiscipina, ainda
qe tenham todo taento do mun
d Maamud ecmenda: "Escreva
complete vise. Se não nciona
cmece outa cosa Tavez a disci
plina sja m tud  mnt que
decide o ogo. Po isso cmece por
stabcer uma tina Dna um
oráio para esceve e uto para
r  sudar - d preência man
tendo a mesma hora do dia para
cada atividad Acomodese num
ugar bem ilumnado e veniado
Cmo estudioso eia romances
p mp paa apnde a técni
ca mais do que para se emocionar
Cta vez aguém quis sa
 qu técnica o escito Wiliam
Faulkne mpgava paa scrver

73
El rpodu:
Dexe que  escit se eiqe à ciugia  à aenaia, se a técn
ca  inteessa. Nã há m jeit mecânic e esceve nenhm ata
h Um esci n seia m lc se segsse ma tea Dee
aene cm ses óis es; as essas só aenem ean
O bm atista aceita qe ningém é bm  bastane aa lhe 
cnshs Pssi sema aiae Nã imta  qan amie
 elh escit, ee qe seá-
Quado  or lu pa T S El l  tu 
 ud r o pro d rr  o u mth  r
  mu  du  o plç:
ae a máqina ma ba ate e minha na a,  velho es-
 tadita,  a a áis mui tscamente. Deis atigaeia e
mesm, aes qe minha mlhe cmeasse a tabaha nea A
atiga e mesm,  ateaões mtas Mas seja a mã 
a máqina quan cmnh a gma csa e fôeg ma ea
 eem, iss signica aa mim m há egla igams
as ez à ma. Descbi qe ês has  ia é mais  mens 
qe cnsig e em tems e ciaã Pss eisa qem sabe
mais ae Às es e sentia ntae e cntina mas qan
haa a cisa n ia segine,  qe e escea es e tm
naas as tês has nnca ea satisói. É mit melh aa e
nsa m alma cisa cmtamen iente
Err    d ur um mm p d  o
púlo poondo nl  do d dr  um da S u
um   d d p    pro  mp pr r d
dl u mp um o Ca oo orr o ro d lr
mu  dr pu O puí  o
Er    d or p da u o 
 ol d u  dm  d o lum.
da  m prtn do u apd om um  o da maa
u hom  pru d uldo   u uldo!
Am m md d rd  mpr horo omo
u d propd ord d  ud  u pudrm

ESCRITA RATIVA
74
para ransmiir aida melhor as nossas deias. Como vem sendo mosra
do, é isso que dá a ôni dese livro e o orna direne
A fórmula segue quao eapas a conquisa do eor:
• obr a Atenção;
• atrair o Iners,
• desperar o Do;
• levar à Ação.

MEDO DE ESCREVER MAL. PIOR DO QUE ISSO É NÃO REAGIR


O medo de escrever mal pode psoear o nosso projeo de redi
gir. É comum ermos medo de descobrr ago sobre nós mesmos que
preferíamos igorar, ou revear o que gosaríamos de maner oculo
Tememos a ideia de cair no conceio dos ouros. Não queremos
violar nossos próprios padrões, sempre muio elevados mas erra
mos em exigir que o primero rascuho raga-nos o prêmio Nobel
de Lieraura. Esses são aguns dos nasmas que nos convidam a
procura oura ocupação. A leiura pode ser a soução aquio que
vai zer o riua de eorcismo capaz de banir para sempre o mosro
que nos apavora
Jovens e eperienes escriores correm o risco de ser aormenados
por medos e dúvidas. Como esses senimenos podem ser ransrma
dos em a iados para escrever mehor?
Se você convve com o medo de escrever  exaamene porque pre
csa escrever. Mas se aprender a domináo seu medo poderá se ornar
uma poderosa ferramena que o ajudará a expor seus pensamenos e
deseos mas prondos.
Eu posso aceiar os medos como desaos que precsam ser supe
rados para se alcançar um objeivo Ou enão deiáos ornaremse
desculpas para adiar o raalho que poderia me levar à reaiação dos
meus desjos
Se car com a primeira opção enão permiirei que eles me prepa
rem para os desaos que o mundo real airará em mnha direção. Se f-
car com a segunda bem nese caso o medo ambém eve sua uidade

RUBENS MACHIO
75
esto mina deerminação e me impediu e merglhar em ago om o
qua eu não esava suiencemne ompometido
Tmém nesse aso, ogem não signa no ter medo. Ela é a
deisão de possegui assim mesmo. Pense n eompensa que voê que
alança quando spea ses medos
Em Ofcna de escritoes, Stephen Ko nos oee m reao ine-
resse e enoaado:
À vz  u v   v ió  
 á [...] vv    
i  nv "N   V  vu  
v v  ó   i z  v   v
i v    v  b i 
 vi   v,   i   i.
 i  vi e   r v   i
i vi  i vi  iz   v  v
       z  
  i      já
     ii a iv   vi
  i.

IMTAÇÃO. SSO ODO MUNDO JÁ FEZ (OU QUASE ODO MUNDO)


o iníio da areia e empegada omo reso e apendiagem
a imição não  quaue mal oê não seá o únio  se uiia
desse eso paa desenfeua, enont se ppio estio ão so
poos os esrioes que deam te opiado desaradamene muios
de seus olgas. Apenas o nomal pono
Paa o esitor pinpante a possiilidade e imita um ssio
engossa e empea o seu epeio e esio. Amaia o ue ainda em
ero aspeo pmitivo
Isso se evea, desde ogo na seguança adqiida e no aminho
que a imitação are pa que em reve voê ogue a as mueas e
aminhe soino iando e produindo exos om pesonalidade p
pia om um eio pessol e intansfeíve e se e de ier.
José eiga diia q no inio da aeira apenas imiava ses
esiores preidos os modeos que ompunham sa galeia de eslos

ESCRITA RATIVA
76
Escrevia como se sse cada um deles compondo um novo texto. Passou
muto empo zendo esse execcio, que segudo e i um empo
investdo com grande proveito Frequentando o ago gnáso sempre
lia muito Na hoa de escever imtava os autores que ia e de quem
gostava Até sugi a opotundade de pubicar alguma cosa
Vadimi Nabokov questionava a prática o enato Esbravejava
insiuando ue ais escritoes eram consderados de segunda categoria.
Para Nabokov ees dão a impressão de serem versáteis só porue imi·
am tatos ouos, desde os atgos até os contempoâneos. A origai
dade arstca segundo ee em somee a si mesma para imitar
Ter a coagem ecessáia para se expressa a seu modo e ao meo 
empo procura orietação para zê-o parece um tato contaditóro
paradoxa Mas  apenas outo eito de econrar o próprio estio.
Imtação como aavaca: sso  tcica Imitação como ma de
descobr que pagiar  mas fáci do que pesar, ciar escrever e editar
isso  atitico pode razer cosequêcas pouco agradáveis
e

Portanto não tenha mdo da imtação na todos sabem que a


ideia absoluamete orgia  apenas w11a aasia udo já existu em ou
o ugar e outa rma Nem mmo o escoes sagados que á mi
lêios produzira odos os textos bbicos ram rigorosamente orgias
A imitação abre caminos clita o crescmeno É o que revela
ouro exempo de sucesso essa área as prmeias históras de Gabie
Garca Máruez Segundo se comenta elas eam uma vsíve imitação
de Kaa No enano coocaram o autor num camio que fez dele
um dos estiisas mais admiráveis e orignais de sua poca O mesmo
vale para Ato T chekov que apendeu a escrever reescrevendo histÓ·
ras interas de Tostoi e Turgene. Dessa galeria zem parte tambm
Somerse Maugam e Joan Didio Um e outro copiaram longos tre
chos de seus escritores predletos, e aprendean sempre mas o caminho
que os evaia à cosagração erária

ESCREVER E SER ESCRITOR

Quem  aa este ser a quem chamamos escrior e que com


aegria ou do, e deomia como a? O que  um om escritor

RUBENS MACHIO
O escrtor é alguém que domina uma écnica. Mas ela, em si mes
ma, se absoluizada, eva à eza Isso aconece quando, para o autor,
suas deias são mais impoanes do que ualque coisa. Inclusve, mais
do qu o eto, paa quem escreve
Porano, se para o escrtor a técnica se oou uma segunda naure
a, porque nada ria sem ela, não é menos verdade que o domínio pleno
desse recurso não o dispensa do compromisso de usar a alma, a m de
que a écnica não se orne ia Senimeno, si1, para não maar a obra
Senmenalismo rçado, isso nunc, para não car na peguice asera
E quanto ao eslo? Ficção de quaidade comove pelo que aconece,
jaais pea choradeira Isso equvale a dier que o que cona é o esilo,
quando ele é colocado a serviço do maerial apresenado, e não oura coi
sa. Tenha algo a die, es a primera regra para se chega a m bom esilo
Oua quesão se apresenta: escever é uo de uma suposa pre
desinação lierária Não ceio redesinação é algo muio re. Ao
conário sou mais propenso a acrediar que somos levados por c
cunsâncas acidenais, às vezes pelo prmeio êxto obdo no trabaho
de ece com as palavras
ambém não se raa de neuose O pocsso em mais a ver com cer
a abildade de enxega cosas e desear transrmá-as em paavras para
que ouros paricipem desses encontros nem sempre planeados aase do
exerco de deixr um pouco a normalidade, fgir dos paadigmas, enxer
ga o que antos viram, mas não eergam, e dizr o que ninguém dsse
Uma prova está em Carlos Heior Cony, ue começou a escrever
devido a um poblema na la  ee rocava o g pelo d. Um dia, chaeado
com esa siuação, pegou um pape e começou a escever com g, mos
rando que sabia escrever Esava nascendo um novo escrio
A vocação é obsessiva. "Comecei disse Kaherine Ae Poe, "sem
nada no mudo a não ser a paxão, o deseo qe me movia esoas com
essa motivação admiem a ideia de adesrameno inelecua A práica é
adoada quando o assuno é prepararse muo bem para o rabalho  es
crever com adequação e lo é uma tare das mais diceis E o bom
escrior senese de tal rma desaado uando descobe sua vocação que
se vola ineirmene à busc da melho rma de eaizar seu rabaho
Ana, ele desea mane lá em cima o nível de exignca consigo mesmo

ESCRITA RATIVA
78
O escritor é movido por uma vocação, parece que não emos como
gir disso. Ninguém começa a escrever por acaso Assi, ee tem uma
moivação que o leva a se epressar por escrito - pouco mporta se sso
e causa angústia ou um prazer nenso Estamos ando de algo que
em agum momeno o escritor viu ouviu ou sentu, e que agora deseja
tomar a rma das palavras para chegar a outras pessoas Esse escrior
é você que agora se envove na eitura dese exto porque deseja rans
rmar em algo concreto o taeno lerário que se esconde á denro e
pede para vir à luz É de você e de udo o que pode zer que famos da
primeira à lima página dese livro
Assm o ato de escrever não deve produzir no escror a sensação
de erse transrmado numa espécie de deus ou coisa parecida, mas de
cumprir uma are para a qual eria sido desnado Com essa cons
cncia ele aende a uma vocação que o coloca em movimeno para
trabalhar com as palavras Nsso age como os escriores sagrados. Em
troca pela resposta  convocação, experimena uma sensação de bem
esar pela are cumprida
No entanto, e ainda que pareça haver consenso, Georges Simenon
é conundene em seu depoimento que desmisca a aividade ao lem
brar que muios considera o escever uma prossão mas ee não acha
que sea. menon acreda que quem não necessia ser escrtor e dspõe
de meios para zer oura coisa deveria zer outra coisa. E conclui:
"Escrever não é uma prossão mas uma vocação para a nelicidade.
Não creio que um artista possa jamais ser i'.
Iniciarse na carreira de escrior não acontece por acaso. Pouco
impora o momeno em que alguém decide escrever Enconrar ideias
e ransrmálas em eto requer sempre muo trabalho uma discipli
na quase monásica. Observar. Ler Tabahar. O primeiro rascunho O
segundo O vigésmo quino. O mundo á de ra sienciado para que
o de dentro possa dizr sua palavra. O ecolhimeno Aiude eia de
discplina Mara Alce Barroso revela "Realmente eu mpressione mi
1ha míia com a minha capacidade de car horas e horas com a cabeça
meida nas págnas de um ivro. A quase obstinação e o desassossego
aé que aquela maériaprima amor agora transrmada em exto seja
publicada, enregue às mãos do etor seu verdadero e egíimo dono

RUBENS MACHIO
79
Nesse caso o taento não resolve tudo "O taleo é insignican
te, diss Jams Baldwn. El lmbra qu conhc muios facassados
taenosos Aém do taeno ontam também a discipna o amor a
sot, mas acma d tudo, a prsstência - conclui. Todo tanto sá
desperdiçado se não fr preservado e frtaecdo pea quase obsessão
sso que também atende peo nome de vocação. O que conta não é tanto
a abidad de screvr mas a nsistência em fzêo Bons esciores
têm uma compulsão E a su modo você também pecisa tr a sua.
vez pareça um tanto nesperado mas o prazer da escita pode
não estar nela mesma Ele pode ser encontrado no processo mais preci
samente na senda etapa do trabao o momento da revisão Poque
 é aí que o escrtor se coloca como artesão da paava entrando com ea
num corpo a corpo uma uta que sugere a prática do ao sxua, de
onde vai nascer a oba iteráia na sua meor frma.
Existe o prar, sm Mas tem o lado do trabao Em gral o
escrito começa porque em eito para escrever E temina porque não
tm eio de parar isso é equent O prar d scver stá mais no
trabalo de reescrever o materia  não exste escitor mas reescror
Passou baido? Então ecomndo que volt atrás e reeia: não existe
escor, mas eesco.
O escritor tem praer em escever fancamente o que pensa sem
censura e, meor ainda sem auocensura o carrasco que inbe a criati
vidade Podr dxars nvolvr pea sdução do dsconcido  ntão
escreve para fcar sabendo Isso é praeroso
Numa oura vsão do procsso, á qum diga qu só o prar pro
porconado pelo ao sexual  é compaáve à atividade literára Ou seja
er e screve só vae por pazer embora a escita exia muito mais empe
no Para ter uma ideia da ntensidade com que aguns autores tratam
o ato de escrver eia o que disse Lêdo vo Prazer só comparáve ao
sexua Só ê  só screve por praer Para Fernando Sabino escrever
 é uma priência que não raro lva ao orgasmo ao praer fsico e o
estmuo que va a sso é um ato de amor nada compaado às dores
de um parto como desam aguns E ee continua afrmando que a
elaboração é um ato de amor é a concepção E essa concepção segundo
le é uma questão d discipina.

ESCRITA RATIVA
80
No mmeto em que ea atinge sa aturação, o ivo em, a coisa
cmeça e a gente se spõe bota-se no estao e eso e quem
i rabahar. Eão oê se transrma nm erái tem hras de
trabalho tem de arrma sua ida e maneira qe naa conlite e
tem de se organizar metocamente ara que seu tabah chege a
m estao; esse traaho passa a se  tabaho d homem

Sin ii   n  i i a 


i à ir
Pr ,  rr nii  ngi r Sn a
n ngi r   a ir   n i n ga
 i  in ai nr     r
 nn,  ini gn    ri  rr n é
nâni, é         n Afn 
n      rr n   r   
ni    graf,  i,  r  r
i  ?  gn1 gn rini  r
O i   xi M é ana  i  ai n
nó  i  r  in  m a i  
n infni1n n a    nni n a
 

COMEÇAR. ISSO JÁ É MEIO CAMINHO ANDADO


A ag   i ia i í   rn
 a  ann n r    in a ri n 
 O ini    nir i ngi    
  é  g à r n
O ói:  i só  ir  iória  ne i a  n
nraa Or  ó  nnt n  ri  i ain a aar "in
nr é nnr  só  n     i i 
i O  ignif   n  r  inn  ióia
Inn nnar, i   i raa Mai razr
   af  rr ina   ar iir  
ga   f  n iri C i 
  rtgnia n i  n  ar  x. O ra

RUBENS MACHIO
81
é uto de um serviço bem-ito, de enregar mais do que pensamos
pr que o leico sincse reompensdo po invesir seu empo dine
da noss produão ieára.
De onde pode sugir um grande hsóri? De uma simples se
nsisente nasida de um impulso orignado de alguma emoço cvez
v ou enusismo
Uma imgem mencal i o suiene para inia a oba de William
Fulker. "A imgem e dos ndilhos enlmedos d linh de um
menina pequen tepada numa peeira de onde ela podi ver por uma
jnel o lol onde esv se relizndo o nerl de su vó e desever
o que escav oneendo aos seus rmãos no hão emaixo. Faulkner
nos lemb que quando expliou quem eles erm o que esvm fen
do e omo as suas ças hviam se sudo de ma peebeu que ser
mpossíve olo tudo quilo num onto e que eri que ser um lvro
E  eu me dei ona do simbolismo das ls suas de ea e ess
mgem i subsiud pe d menin sem pa nem mãe desendo pelo
ano da alha pra esapar do únio lar que possua no qul nun lhe
hvim dado amo o ou ompeensão ele ont.
Iniiar oninu sendo o gnde desao de quem se olo din
e d lha de papel em brano ou do bilho da ela do omputador.
Tudo pode omear por usa de um leiur do deseo de ntsir.
Faando soe a maneia omo omeou a eseve van Ângeo revela
que endo ele ha que i enado a onr mbém quelas hisórias
náss e omeçou a esrever
O exo pode surgir depois de um espéie de rmigmeno de
pressenimeno da história que vai ser esit omo nara sk inesen.
Ou de um pulsaão omo Nabokov desreveu
O omeço esá muico mais na denião de um cea. Mas heg
um momeno em tod  pesquis em que é peiso omeç  dese
nhar o eo. Não há omo adar.  depois de iniir devese oninur
até que ods as possibiiddes esejam esgoadas Par sair d lergi 
solução esá em dar os prmeios passos vagarosos emoa deididos.
Philip Roh dizi que equenemene inh de esreve em pági
nas ou mais nces de onseguir um prágr que ivesse vd. udo
bem dgo  mim mesmo esse é o inio omee por ; esse é o primei

ESCRITA RATIVA
82
ro parágra do livro". Ao longo dos primeiros seis meses de trabaho,
Roh subliava em vermeo agumas ses  parágras, às vees ap
as um agmeto de ase que tivesse aguma vida Depois trascrevia
tudo uma pága  par
Um dos maiores, seão o maior iimigo do pricipiae, é a fta
de coaça Com o empo o probema dimiui Mas ão desaparece
toamete Os proessores d edação criativa dizem aos auos que
escrevam sobre o que cohecem Mas como saer o qe você cohece
aes de escrever? Escrever, porato, é saber Saber e coar
Para muitos o problema é a a de tempo Soução: arrae em
po Iso é essecia
esse cia Todo escrito,
escrito, mesmo os mais mosos e produivos,
lutam a vida ieira a m de coseguir e preservar o empo para escre
ver. Descoero o empo qu procura, ão se permia
permia mos do que er
o mais dici: a primeira versão, que ceramee será cheia de aresas
desegoçada, cheia de buracos ec Mas ea sempre represea a vitória
de er dado o pri
primei
meiroro passo e cotar com algo para reescrever
reescrever mi ves
se ecessário
Primeiro, é preciso er audácia e coragem para começar Quado
pesamos quaas coisas aerrorizaes as pessoas são chamadas a er
todos os dias ao combaer icdios deder seus direios realiar
ciurgias o cérebro, dar  u, dirigir a via expressa e avar jaeas de
arraha-céus, parece ívoo comodisa e presuçoso ar sobre escre
ver como um ao que requer coragem", embra Fracie rose, em Par
ler como um scrit.
É preciso er o deseo de escrever. Caso corário, srá impossve
ideticar o poo de parida e começar Não há ada para escrever.
udo o que voc precisa er é se sear em ee de sua máquia de
escrever e sagrar, embrou Eres Hemigway Mae o medo de ão
escrever uma obraprima Comece Se everedar por um corsseso
ou digressão
digressão vá aé o m, e deie para
para dar o poimeo a versão a.
E só há um
u m eio
eio de começar começado Quado? Já Agora
Além do empo sabese qe a maioria dos escriores vive o pro
bema de idar com eraves como ansiedade, o cesor intero que
z süeciar, as icerezas e o desao de ideicar uma ideia Sephe
Koch recomeda ão deiar que a asiedade e os emores o deteham

RUBENS MACHIO
83
E acresena que a maioria dos escriores, ainda qe alentosos e bem
suedidos passa grande pare da vida idando om o drama inerior
da onança. Segndo ele, o jeio é "ransrmar a pala poerena da
nereza e do medo no ouo pro da lareza e da onvição É are
para uma vda oda
Dominar a ansedade, eis o primeiro passo Mas é ndispensáve
saber er narraivas e desenvolver m méodo para ê-o. bando
ne esa ideia de qe voê nna vai erminar Esqeça as 400 páginas
e escreva apenas uma por dia Quando você conlir o rabalho cará
prondamene srpreso  sgere John einbeck Koch Koc h sgere qe
voê esreva do modo mais ivre e rápido possíve Que joge do no
papel. Não pare para orrigir não reescreva nada anes de erminar.
Segndo ele Reescrever drane o proesso osuma ser ma desclpa
para nao prossegu 
_ . "

Enão, é preciso deinir o coneúdo qe podepode ser hisória  o qe


onhece As isórias só aconeem com quem sabe onálas lem
bra lan Gurgans Um bom omeço para produr a prmeira ver
são é permiir o joro de deias escrevendo sem síntese Escreva do.
Despejese na página. Escreva uma primeira versão errivemene aa
aoindulgene, an1renta e horamingas. Depois, ire os exessos, o
mais qe pder.
Pesqisando para esrever esse eto dei de ara com auores qe
lam em adsrameno ineleal qando o assno é prepararse ade
qadamente para a tare. Porque escrever bem é ma are das mais di
feis. E o bom scrior senese de al rma desaado quando desobre
sua vocação que se vola ineramene ao trabalho de buscar a melor
rma de reaizar seu rabao Iso  eso lando de maner á em ima
o níve de eigênci
eigênciaa consig
consigoo mesmo, obsea Ees Hemngway
Hemngway
Um detalhe qe oa mio no aspeo práio do desao de ini
ciar m rabalho esá no qe voê vai ler a segir. ssim que o dicioná
rio Houaiss hego ao merado, inrigoume primeiramene o olme
de rabalho eigido para se consrui ma obra de al maneira abran
gene E enonrei nele mesmo a resposa paa a mnha pergna L
pelas anas aparee a armação de qe o grpo so ma esraégia
para vener o desânimo de prossegir no rabalo Ela onsisia em pre

ESCRITA RATIVA
84
parar logo de início o verbete mas breve, ceramente a letra Z, a parte
qu xigss mnos trabalho  mnos tmpo da quip. Ora cocluir
esse verbete lhes dara a sensação de que algo cou pronto e disposição
para prosseir Imagine se tessem iniciado pea etra A! ssim como
a equipe que laborou o compeete diconro
diconro encontre o seu mehor
recurso paa aançar Para isso não  ecssário  muito oge. Lmbre
se do número de ezes em que ao inicia uma proa escita  oien
tado a responder prmeiro as questões que consideraa mais fáceis e em
relação às quais se sentia seguo

ROTNA
ROT NA E HÁBITOS. PARA VAJAR, NVENTE ESTRADAS
Routne, em acês é uma "trilha batda cuso cosmeiro d
ação E hábito que em origem o latm habts a pair do sculo XV
adquiiu o sentdo d pática costumeira.
gus escritoes produiam todos os das. No nanto essa pá
tica está cando cada e mais perdida no passado ivemos tempos
que não os prmitem essa disposição rgular do tempo Estabeecr
um horáio o paa todos os dias como Thomas Man que escreviescreviaa
dária  religosamente, smpre no horário das 9h às 13h quem pode
e isso? s exigncias do osso sculo ditam outras egras Cabe-nos
buscar a adquação ao nosso cenáio
Por ees o escrtor estabelece sua rotina. Para gi do perigo
escree
escree todos os dias, a partr de um
u m mtodo que o ibete da dpndn
ca da boa vontade da spração sem qualqur snso de pontuaidade
Sentar manter uma disposção para o econto com a deia, eis o cami
ho. Isso  te disponibilidade
disponibilidade nterna para escre
escreer.
er.
s possibilidades são muitas omar o ca da manhã e sentarse
diat do cado ou do computador m ovas ttativas que procu
ram outos camihos isita o própro iteior vascuhando o que o
subconsciente produiu no príodo que lhe i concedido para zer o
que sabe ão bem: revlar o que anda não havia sido perebido.
Es Hmngway rlatou que quando saa trabalhado m um
ivro ou
o u um conto escrevia diariamente dede manhã a partir da hora em
qu surgia a prmira luz quado ão tinha igm para pturbar

RUBENS MACHIO
85
interromper o processo. Ele começava a trabahar e a esquentando con
rm escreva La o que tinha feto no da antero e sempre parava
num trecho a partir do qual saba o que ia aconecer, prossegua desse
ponto Escreva até chegar a um momento em qu ainda não tndo
perdido o gás podia antecpar o que vnha em seguida Então ele parava
e tentava sobrevver até o dia segunte para voltar à carga
Gore Vda[ contou sobre a sua rotna: "Escrevo os romances à
mão em blocos de papel aarelo exatament como o crmnoso nú
mero , Non. Por agum motvo, escrevo peças e ensaos a máquna
A prmera versão surge muto depressa Vda nunca rea um texto
aé termnar a prmeira versão, trabaho que segundo ele, sera muto
desencorajador "Também porque quando você em a coisa da al na
ente pela prmeira vez já esqueceu a maor parte e vê do como se
sse novidade Reescrever no enano é um negóco vagaroso penoso
ara mm, o prncpa prazer.
Mas também é possíve não ter qualquer rotna apenas o deseo
de escrever com o mnmo de lturga, sem desejar o perfecconsmo
imedato que não vem Não ter horáro para escrever. rabalhar com
ou sem método
Onde? A escrvannha no quarto; a bbioteca; o caé tudo pode
ser o espaço dea para crar e escrever
E não importa quando De manhã à arde no nco da note ou
madugda adentro odo tempo é tempo quando exste o propósto de
começar para descobrr qual é afnal, o nal
Em tudo o que mas coa é escrever quando a vontade vem 
dos os das para não perder o uo. Apenas alguns das da semana a
m de que as deas amadureçam Sentado Rabscando em qualquer
pedaço de joal, para evtar o apego ao materal e às deas.
E se a dea não vem Dexa-se para depois espeando que as pala
vras quem prontas para começar o dle. Chrsopher Isherwood re
latu que quando jovem era absolutament nátco Escreva à mão e
não supoava ver qualquer rasura no pape. Como sso aconteceu anes
da nvenção do corretvos costumava raspar as paavras com uma lâmna
de barbear asar o papel com a unha do poegar e escrever de novo "Era
tevel! Eu desperdçava tanta energa com esses exageros  dse

ESCRITA RATIVA
86
Caro que é uma grnde coie pensar no esritor omo aquele ue
e levnv de mnhã e e en à u me, rii o go e reebe
a uz divina pr então esreve Esrever é uma tre omo ours.
Ereve-se um pouo po di, po emn por mê e, ao nl de um
período de práia da disipina, emse um livro
Não há um úni mneir O jeio omo rbl desde que ç
isso om disipin não impor Não há mági que possa udr O
truque é arrumr empo  não pen gun miuo  e produir Um
esrior é nuso onsigo memo qundo não onsegue ser rigoroso
om seu rbo
Porano esreva em qulquer luga egue ouro adeo e oura
aneta e simpesmente esrev Tome uma aude deniiva Se quier
esrever em que er iso esrever Não exise mosfer aderno
anet, mea ou ompuador idea Nesse enido, aprend a ser lex
ve xperimene esrever em irunsâias e em lugare diferente: no
trem no ônibu, na mes d oina, n vaand, no degu d enrada
de um loja no bano raeiro do arro, na bblioe no blão de
um retaurne na al de espera, n mea do ba, no aeroporto . m
qualque lugr ibere o eritor e deixe que ele rbale Depois voê
edi e pubia epoi
Willim Fulkner embr: "Voê á deve er ouvdo lar sobre uma
veh órmula egundo  qual oda ração é uo de 5% de leno, e
ouro 95% de disipin, abalho É iso mesmo Nd,  ese repeio
i mudado. Segundo ee esrever é algo deiioso Mas lembr que
não há nd de mágio em udo io Nenhum esuldo ióio
vi sugr sem rabaho sério deerminação Porno esa é um boa
opoundde pr emr o peigo de eperr que u genda, ua
mi, seus migos, professores ees e o liberem pra esrever
utorindoo pr essa re Como vo be ele não o rão Ou
voê inven o empo ou não podu É  vid
Iso no ev nturlmene  um pono indipenáve  diipin
Ter dsiplin oedeer ao menos às pópris regrs neessáris
pr ingi um obetivo, udo iso pode ser prendido desenvolvido
dependendo apens da vonde pessoa l é indispensável qudo se
preende ter liberdde pr i

RUBENS MACHIO
A paavra derva de disci  pulus, "auno, aquee que aprende. Trata
se de obediência ao conjunto de regras  normas esabelecidos por de
termnado gupo ou por nós mesmos Refere-se ao cumprmeno de
responsabdades especcas de cada pessoa
Para zer um bom exto, sobreudo quando ee deve ser eve
rene, ndiscipinado, é precso ter. discipna Elaboração aresanao
dscpna, empenho udo sso anda de mãos dadas.

TÉCNICA. DESCUBRA O MODO DE FER


Em gera odo bom rabaho não apenas na iteratura é uto de
um paneameno prévo Sem um projeto, sem um mapa, o rsco de se
andar muto paa enm chegar a ugar nenhum  sempre ago muio
presente e ameaçador Ainda que nem todos acetem o ato de panejar
a estrutua do exto que equer determnada habdade perme que o
escror tenha segurança na sua caminhada.
Imagine a cena: o pedreio começa a consrur a casa a partr
da sua ndação mas não dispõe de uma pana, sequer em r
ma de rascunho. Não estudou o terreno. Não projeou Não tomou
quaquer provdênca aém de desordenada e apressadamente cavar
e assenar tjolos às cegas Vcê z idea do resutado na quanto
a aspectos como segurança e esética apenas para carmos em dos
quesos báscos?
Há algo que não se pode negar quando o assunto é planejamento
de uma obra erária: a sua imporânca No mínimo ee garante que
o teo na, durane a revisão não nos va obrgar a coocar atos re
mendos. Com isso você ganha em termos de tempo e de nvesimento
de mão de obra. Sem contar que no na das conas seu trabaho não va
egir que você o reça somente porque ee cou parecido com nada
ou quase sso.
Um bom panejamento sempre ajuda se ee não r transrmado
numa camsa de rça. Começar a escrever quando já se sabe o meo e o
m da história dá segurança E não é ncomum o na surgir anes mes
mo do começo. A recompensa por sso pode ser um eo que, depos
de ncado escrevese a s mesmo

ESCRITA RATIVA
88
É conrado saber que odos os que consruram uma obra relevan
t pss pel msm sad. Assim, mos a cza d qu mann
do sa dirção chgarmos o desino que nos movu a inicar a viagm
O planjamno em como pincipal fnção d o scito liv,
inclusve pa em deeminado momeno se desliga dele e seguir um
umo nespedo.
Mas um bom planjamno pde uma boa écnica A palavra vem
do ggo téchne, qu s duz por ae" ou ciênc. É um procdi
mento que em como objeivo a oenção de demnado esulado
seja n ciênca na ecnologia na ate ou em qulque ou áea. Em
outas paavas uma técnica é um conjuno de egas nomas uiadas
como meio para chegr a ceo resulado El supõe que em siuções
semehantes uma msma condua ou um mesmo pocdimeno pro
duzrão o mesmo eio Como a traa-se do ordenamento de uma
rma de auar ou d um conjunto de açõs A écnc requ o uso
de ramns e conhecmenos asane varados os quais podem ser
ano scos como intectuais
Aguns escriores êm horor a palavas como plnejamento pequi-
a, método. Vivem as coisas  os os nes de escrevêlos A pincípio
planejam pouco Grand pae do qu acontece no exto aconece du
rae o ao mesmo da escia
O lvo pode esar organzado em sua cabeça anes de começa. Ou
l s dsnvolv à mdda qu scrv Dune o caminho você dá
de caa com supsas com aquela as que surge do nda Tudo isso
mpu o xo paa  ent lvndoo pa o nal
Às vees o método a écnica nada disso impota Se chegou o
momeno a cianç vai nsce, qulque que seja  m escolhida:
paro normal d cócoas ou cesaina O impuso ou emoção podem
sar po tás, a cn pode s o bisu num tblho qu s desn
vove no erreno do racion
Às ves, a técnic assum o comando do sonho ns qu o pr
pio scritor possa er domíno sobe o aalho Po isso a ibrdade é
sempe emvind A quesão como se vê é conoveida
No planejmento  em a possbidade de esablecer peviamen
t as egas do jogo  se ogado Msmo qu las sejam aleadas durn

RUBENS MACHIO
89
te o tabalho. Isso é mais equente quando se pensa no plajamento
como instumno qu ofc insuçôs mínims sob a sd  s
peoia Se aguém og u1  jogo, pisa de gs, aso onáio
não hv gç nnum
Enetano, o panejamento naa tem de absouo Nem sempre as
coiss constuds mis de acodo om os pnos são as mais bem-sucedi
das Ans citoes seque aceditam nsse ecuso Pem da vazão
às idis ivmnt  deix qu o xo s esev po si msmo O que
não podemos é nega a impoânia de se eaboa um pano antes de
começ a abh An qu s o pno d não te pano agum
A eaboação pode aconee po meio da oganização de maneia
sistêmic d um onjunto de icas paa quem pefe o sistema ma
nua, ou d dados amazenados num aquivo do omputdo. Tudo
povoando o sbconscinte do escito  ançndo novas ues sobe
odo esse matial. Ciando ondiçõs paa qu dvidmnte manipu
ado, apuado, tudo esute num exto om sentido e sbo Ago apa
de atai a atenção do eio mais desinteessado e pn1iihe a cteza
de que valeu a pena gasa tempo naquea eitua. Seja poque ela he
nsinou aguma ois, seja poque i ap de aanca dee um soiso
impevisto sso, naualmene, implica esceve uma pimei ve mais
uma umas antas ouas e d um tabaho pesisten de evisão que
m gea nos z pens que não te m. Não existe escio o que
xise é escito mb?
Paa Geoge Simenon, a meo maneia d inii o omane
 po caminho o mistéio Semp hvi m su cabeça guns
temas giando, que ss a hegada da pimver, a embança de um
uga um catãopos um simpes io e so, quaque cois signi
fva um ssunto passível de s tnsmado em texo O póximo
psso  pocua po gum pesongm qu he seviss de potgo
nis m um enveope, nov noms paa suas tus psonagns
extídos glmnte d ista teefnia  pouava po um mp da
idade onde sua histói seia ambienada De posse desse mteial
tncavase p esceve po extos  ias sem quaque onato
humano, pesenia ou  distânia  o nome disso é disciplina. Jamais
soube o qu ii acon no oman Apns se olocava na pe do

ESCRITA RATIVA
90
protagonista, tornando-se, ele mesmo o protagonista e enentava
situações levadas ao imite, o que resulava em pelo menos duas coisas:
exaustão e um novo romane. Algo de sobrenatura nessa metodolo
gia? Certament não Apenas disiplina e trabalho O que o impede
de zer o mesmo caminho?
A técnica mais omum no seu passo a passo começa om a práti
a de er anotações sem ompromisso, num ado ou em pedaços
soos de pape em todo tempo e lugar  um dia, a ideia aparece e, com
ela o texto. Quano o esritor em uma visão inical, procura reunir
o maior número de inrmações om que va tecer a sua teia literária
O uso do cadeo é habitual. Há quem, diante do projeto de escrever
um novo lvro ompra aguns deles Ene o primero o segundo até
sentir o momento em que pode enm, dar o próximo passo. Nesse
sentdo fca sempre com o binômio anaógioügital. Primeiro ano
tações feitas manualmente Depois a organiação e redação por meio
do edtor de texto
Durante muto empo Simenon ca pensando no assunto. Pensa
no próxmo trabalo ainda desorganiadamente. Fala sobre ele como
algo que está em pleno andamento (não está?) Em geral, maném vá
rios projetos na abeça em se de amadurecmento, enquano prosse
gue na pesquisa in loco, e nos mais diferenes ambientes
Pouo a pouo, organiza om muita paciênia, todo o onunto
de elementos coetado aqu e ai, como quem mona um compexo que
braabeça. Em gera são apenas aponamentos matéria bruta sobre a
qual vai trabaar até que cegue a um texto
Enquano esreve, lá ra o mundo ontinua em sua loua joada
Tudo isso nterfere no seu trabaho, nem sempre de manera positiva
Talve isso sea um bom motvo para a elaboração de um plano prévio
um squema do texto  ser construído Isso ainda que se disponha da
obra esquematiada O plao garante que não averá dispersão evita
inseguranças e surpesas indesejáveis, como disse Até mesmo para mu
dar, é preiso er de onde partir
Penúltima etapa talve a mais desaante de todas esrever a pri
meira versão do texto om o ompromisso de utar contra a tentação de
votar atrás a ada nova ase redigida para corrigir sso é peado Ea

RUBENS MACHIO
é feita a partir da consulta de odo o matera coletado e obedecendo a
um plno prévio. Primeiro o rasunho, dpois as oreções. Os grandes
escritores m esse camnho
Por m,  só agora, omça o posso d dição, fito a pai do
prmiro xo É hoa d mudar nvrter orar sem dó nem pdade
Quas smpr liminando, raamnt aresntando. r obsssão por
limpar o texto eliminar os excessos é uma prática saudável Trminada
ssa s, omça-s o sgundo txto, nm smp uma rprodução 
da pimera vrsão Com muios cores ele ca mais sucino enxuo
Essa tapa fia ainda mho quando s dispõ d mpo nessáro
para ue o texto passe pelo procsso natural de amadurecimento É óti
mo uando o srito pod s disania tmpo suint para enxrgar
o u no calor da hoa passou batido Só enão rtoma o trabalho
agora não mais na ondição d arisa, riador mas d juz. Primio o
ascunho depos o pomento Se o resutado nal não agrada, o mehor
a er é parar  mudar para algo dfeene. E então uando o txto está
pronto chegou a hora d uma nova revsão um trabalho de vocabuláro
 pinçar  subsituir palavras om sntido mramnt aproxmado paa
ue dem ugar às paavras exaas Invesir no substantivo
A laboração sse ao de amor, reuer dsiplina. Chega um mo
mnto em u o ivo apace Hora de colocars em cma d trabalho
Hora d viar opeáio da ideia  da palavra. em hora pra udo. Até
mesmo para as fições por u não? "Meu texto às vees é muito
aborado svo  srvo. A busa da palavra ida é diil é um
ocio difícil É dicil escrever: é o ue eu posso dier É dicil escrever
omo é dil viv, embra Lygia Fagunds lls.

TEMA. A IDEIA QUE SUSTENTA O BOM TEXTO

Tema é a rsposta mais resumda possível à pguna Sobr o ue


é o texto Denir o ema euivale a deni a ideia ue vai sustentar a
onstrução do xo
Nan Guanaes um dos publiáios brasileios mais riavos de
ue se tm nocia, nsiste em ue na propaganda o elemno mais
mportante é a idea E a ideia é o tem. Não só na propagand.

ESCRITA RATIVA
92
Ação aveura, suspese drama, comédia, udo requer um ema
para s oa viávl omo oba de ção. Livros, pças lms, maial
publicitário quaquer ipo de hisória odos êm um ema
Não impoa s a ideia é zr algo om o propósio d vdr d
ser diverido ou emocioae Qualquer que seja a ieção é preciso
oar om uma iha máica que igu os lemeos dispesos da
hisória rasrmando-a um odo com uidad, coeso
A ausêia d u1 ema prévio ria uma quação que o eio d
verá resolver Ele eá de descobrir a ideia sobre a qual se apoia o exo
esrço do qua dev sr poupado. Não é elege agir assim com quem
desia uma pae do seu empo a prcore o osso rabaho
Esrevr sobre uma piua sem aes deir por exemplo que
o ea da mesagem será "cor, dicua o rabalho de quem rdige 
falh uma idia E ão ilia m da a ar do leior sem um
ea que o apoie a compesão do oeúdo
Felizmee, udo pode ser rasmado em ema basa que se au
oriz o ioameo da riaividade E ão xis ma qu o público
rjia, o que exise é f de cuidado o raaeo do ema escolhido
No eao há diudades o caiho Por xmplo esriores
muio jovs, que ão ohm a si pópios equem ão
sabem o qu dier e qua ema esoher para passar su rado Nsse
sido e osiêcia da causa pla qual juga que vale a pea luar
cilia a dição do ema Ora ssa causa ão é algo passagiro oisa
de momeo Em gral, ela permae por oda a vida do escrior assu
mido ouras rmas
Imgie um esrior que eha a pomoção da pa a sua oso
maior. Sem dúvida o ema da pa estaá presee desse ou daquele jei
o, em udo o qu escrever so é o ea ecorado um dia sabese há
quao mpo  por qu moivos o ompahará aé a úima palavra
que cooca o pape sea uma caa ou uma ese acadêmica E isso
va para odo  qualqur ma Nas obas d odo esrior m qu o
íve de compromisso se revele om mais clareza, eoaremos eas
que se repeem.
A deição do ema passa pela quesão dos vaores da maeira
omo o esrio ara a vida s pssoas do plo qual aredia qu

RUBENS MACHIO
vae a pea lutar. O esritor se utlza do texto e da magem para de
monsrar omo pensa, sete, nterpreca essas questões São ees que o
determna em úima análse
Para Jorge Luís Borges, por eempo, a éta é um ema da
menta E cudo nda que essa preoupação era parte da sua atureza
o qu o dspnsava do trabaho de zr quaqur esrço para eonrar
a dea que sea cea de seu prómo rabaho Com esse rtéro em
mente, ee seeionava e organzava os eementos da sóra, transr
mado-a uma arrava
Como vmos por susetar a ostrução o tema a o trabaho
do esror e o etedmeto da mesagem por pare do tor ooa
do dane do que é o seu unverso ngusto e suas eperênas
Que dea o esrtor usará para trasmitr suas emoções sua rava
sua dgação seu sno?
Mas o tema ambm se moda, e sso aotee à medda que o
texo va sedo ostrudo O deal é que ee seja aro desde o o e
assm permaneça ao ongo de todo o trabalho de rar e esrever.
O maor desao está em esoher um ema que seja mente
ompreeddo peo pbloavo e ao mesmo empo de l mauseo
peo esrtor. Ora sso não é fá sobretudo quando a vvêa 
esrever é er ago eevante a der  ou se exste a rejeção por detem
ados assunos. Um eempo dsso é o que aonea om Hemgway
que a maora das vees se esquvava de ar sobre sua mla.
Nem sempre o enontro do ema aotee sem um bom raba
o de garmpagem. nontrálo sgna eorar a dea, e sso pode
exgr mas tabaho do que se maga Sem dea ão exse exto om
quadade Ana é ea que dsgu um bom e um mau xo.
Para os estores oves em gera essa care se mosra um tanto
dl Uma ve que ão dspõem de um repertóro suente de ausas
as quas aredtam e de outras em que não vae a pena vestr tempo
e energa não eontram om dade uma dea sobre a qua raba
a Falcahes uma ausa uma ndgação cavez De ovo a soução
para este probema pode estar em esrever sobre ago vvdo a nfâa
ou adoesêa tos ada presetes esqunhos a memóra om
odas as suas oes e sabores. Quem sabe não estará esondda a a pe

ESCRITA RATIVA
94
quena grande causa a ser dendida, disrçada em acontecimentos apa
renemene sem maior importância.
Alguns esritores se saem bem ao ar da própia inncia que
conhecem o suciente para que tomem como matéria-prima ou de a
guma nasia quem sabe Pena que na maioia das vees ees abando
nam o rabaho iterário depois desa experiência sem conseir repeti
la com sucesso.
Quando ana bater o marteo denindo que um tema pode ser
aproveitado? Quem procura um critério único uma regra xa não os
encontrará. O que existe é a maéria a respeito da qua se vai screer
Um ema inicialmente inadequado pode se revear com grande poen
cia para raduzir a mensagem que deseamos eniar ao leitor Tudo é
uma questão de exercer a criatiidade iso é deixar que as idias as
conexões às vezes inesperadas aconteçam e nos surpreendam.
ara identica o ema comece pea anáise da estrutura da hst
ria Depois erique se as escolhas feias ajudam a comunicáo Muitos
escritores e produtores buscam maeia para lmes em livros e peças de
eato justamente por se tatarem de nes que possuem emas mais
proündos compexos sinlaes do que em muios roeiros
e

ara enconrar o eureca!, Rache de Queioz costumava e enquan


o escreia ou esperaa que a ideia aparecesse Isso podia ear horas.
Ensaios crônicas antigas escitas peos portugueses por voa de 1500.
Rache armou: " inguagem é riquíssima Lendo Fernão Lopes é que
se pode veicar que grande lngua seria a nossa se os portugueses i
vessem dado cero. Ela conssou que demorava para começar mas
depois dessa primeia se tudo caminhaa a passos ápidos É como
se tivesse apenas de coloca no pape um conjunto de ideias que já se
encontravam cristaiadas espendo peo momeno de se converterem
em ases captuos uma obra inteira.
Um exto para ser de fáci compreensão não pede no tema
se

escolhido que dee nciona apenas como acessório.


Afnso Romano de San'Anna lembra que s e escohia o ema
com antecedência e depois redigia a m de descobir por quais ami
!hos aqua ideia o earia Lembrete: que atento para que o excesso de
concenração no tema não preudique a rma Eite extremos portnto

RUBENS MACHIO
FRASE. SENTENÇA. PARÁGRAFO. TUDO PELA UNIDADE
O texto é o resultado de m conjnto de sentenç, também co
nhecidas peo nome defae unidade qe epessa, de maneira sucnta,
uma opinião, pensamento percepção. Ea tem um sentido competo
epresso numa unidade mínima de comunicação Pode ser composta
de ma ou de várias paavras. Jntas as ases compõem o parága. E
 jnos, por sa ve resulam na consução na do eto
Se o texto sse ma casa os parágras seriam cada m dos seus
cômodos, direnes espaços paa o convvo de deas, separados por
meio de poras qe unem m e otro sem no entanto conndi-los. A
orgem da paava está no gego pho "marca à margem de m
eto para macar uma mdança de sentido. É um onuno de ases
 qe expressam um só pensamento ou uma deia centa
O parágra é composto de rs partes: na Inrodução ou tópico
asa! está esmida toda a ideia do texto O Deenvolvimeno cuida
de expicar o tópico inicia Por m a Concuão encerra esta deia e
prepara o eitor para a continuação do texto São ssas tês partes que
garantem a sa coerncia
Usando o recurso da inguagem cinematográca, pods dizr qu
o parágra é o equivaente à mudança de ânguos de câmera. Frequen
temente cada mdança de parágra representa ma igeira mudança
de ponto de vista.
ma das taes do parága é avançar para agum tipo de clmax,
a peqena tomada de fôego qe nos leva ao parágra segunte.
Detalhe nal do poo de vista de ayo da página um enorme bo
co de paavs mpressas ende a asssr o leitor provocando cea sensação
de asia Lembra ago trabaoso de ser enentado Por isso para que o
teto qe arejado, recomendase quebra os parágas longos em dois.

RASCUNHO SINA-SE À VONDE


Rascuno. Rabisco. Quaquer coisa escrita sem compromisso com
o estlo Sem edição Material qe se presta ao apimoamento Sem ee
 qe é o incio do teto na sua vesão pri miiva, como seguir m ente?
O  que mehorar

ESCRITA RATIVA
96
A palavra vem do espanhol rascuio, "aranhar, isca - este ea
o seu signado 1ia Depois passou a efeise a esboça,  os
taços iicais de uma oba. É o deieameto de quaque escto, o
esboço, ou miuta
Pimeio eseva o ascuho paa conhece o assunto Depois ça
a evisão paa desevove ou meoa a deia eontada Não quei
ma etapas, es o segedo
Na edação, omo em udo o mais é sempe uma questão de o
meça De posse do mateal pouco impota ual seja ele e o ível de
oganação em que se eota, o esito omeça a tabalha, da o
po ao seu texto. Se no meio do camiho surgirem novos elementos, eles
podem se inopoados É a pat da que se omeça a a a ma
uma história.
Paa gaati o suesso dessa nova se eseva omo se tivesse de
tiar o pai da ca ápido, paa ão pede o uo das ideias Imagi
e que voe. esta om amgos, o estauate, e omeça a ota uma
. .

históa elaando algo da sua vida ou comentado um to recente


Voê iteompeia a a a oda hoa e voltaia atás paa evisa o que
disse? Como escto, e paa não casa o leito apenas siga em ente
Depos, e só depois voê deveá vol a atás, ele evisa oigi mu
da altea, cota, acesceta começa tudo de novo Depois Não
euato eseve

AIDA. HARMONA NA CONQUSTA DO LEOR

Não não estamos ado da ópea de Giuseppe Vedi, muito co


hecida Nosso tema é a fómula que otiu paa o bilho do espe
tácuo da venda de uma deia, pouo importando seu esto iteáo ou
a mdia a se utiiada
Coo já zemos na pimeia parte, aqui acotece um novo em
péstimo O modelo AIDA está sedo empestado do maketig mais
pecisamene de uma de suas atvidades a popaganda. Tatase da pá
tia de a mensagem despeta a Ateção do leito ia teesse em
conhece melho o que está sendo apesentado poduzi a sensação de
Desejo de posse e po m onduio à Ação de adei

RUBENS MACHIO
Ela usa técnicas modernas de comunicação. Ao longo da histó
ria, mostraram-se ecientes pea capacidade de construr marcas res
como a de um refigerante chamado CocaCola Isso se nos imitarmos
a um exemplo muito cohecdo no âmbio restrito do paneta Terra
onde fgura ere as marcas mais valiosas. Saiba um pouco mais cada
um dos quatro elementos da D

Obtenha a atenção. Isso é interessante


Esa é a primeira tare de um texto. Se ele não chegar a esse resul
tado, pouco adiantará o número de pessoas que verão a mensagem Ela
va fzer barlho, como um sino mas nngém se disporá a mudar o
trajeto para saber o que esá acontecendo
O problema é que as pessoas ovem alarmes a odo momento.
Com tana experiência acumulada á aprenderam a relativiar seus
apeos Aém disso considere qe muios leitores fheiam ornas
revistas livros acessam as redes sociais sem dedicar toda a atenção ao
qe está escrito
Voc está fando com seres humanos que vivem a correria dos
tempos modeos. A maiora das pessoas realia outras tarefs enquanto
está diane da mensagem escria O índice de dispersão, motivado pelo
ato nível de ruídos não apenas sonoros é muito grande.
Fechado um camho temos de abrir ouro. Lançar mão de toda
a nossa hablidade para despertar a atenção do eior. Usar muita imagi
ação a começar pelo título e depois no texo  não i por acaso que
a primeira pare desta obra ocupouse do ea Criativida.
A taref pode parecer mais dic do que imaginamos. eimente
dispomos de muitos recursos para chamar a atenção:

 alar de algo inédito.


• Mostrar que sa proposta realmente é inovadora e nteressante  
é tudo ma questão de como as psoas percebem o que voc di.
• ar ao litor a certea de que ele só tem a ganhar se decidir pela
coninação da leitura.
• esaca uma vanagem especial

ESCRITA RATIVA
98
• Faar de coisa que mexam com seus desejos mas prondos -
am, você o maném prso ao teto zendoo chegr até a
últma paavra esria

Em tudo fça com que o eitor snta que stá caminhndo o seu
lado, movdo pea mais livre opção de seguir seu racocíno ão con
vincente e nteresante. Como dissemos não  outra a tcnca utizada
pela propaganda e todos sabemos o quanto ea funciona
Ma tome cuidado: o meio não devem atrapaar os ns. Não
 a mensagem elaborada de ta maneira que a atenção acabe deviada
para a rma Ana o que deeamos  que o eitor ea atingido pelo
conteúdo Os recursos para camar a aenção devem conduilo para a
próima tapa atrair o interese.

COMO CHAMAR A ATENÇÃO


Use de malcia para manter as pssoas endo. Sirvase de paavra
que despertem emoções A teora do posicionameno sstematizada por
AI Ries e Jack Trout no vro Posiionamento: como a míafz ua abe-
ça, ndamentae no uso das emoções, a meor de todas as raões para
utcar uma ação.
Ao mesmo tempo use paavras e ases de gação (ganchos) nos
nas e começo de entença Embora tenamos aprenddo que inicar
uma ase com "mas ea nadequado convém lembrar que não eiste
palavra mais rte do que ea para começar. Quse insigncante ela
tem o poder de anunciar um contraste tota com o que veo antes, o que
leva o lor a se preparar para a mudança
Prera os parágras curtos  regra é igua para a redação de sen
tenças: quanto mais curtas mais fáceis são de ler e de entender Portan
to, não use três paavras se uma pode resolver Sntetize
u do tangeirsmo pomposo ão em vog nt tempos de go
baização A meor evidência de cutura etá em demontar um repetório
uciente par ar a inguagem do reptor e er comprendido por ee.
Por m, use taeas e grácos quando transmitr nrmação
compe e divida a propota ou a idei visuamente

RUBENS MACHIO
Atraia o interesse. E povoque o desejo
O interesse la odas as ínguas. Mas a ae de araí-lo é mais
dici do que parece No enano, é possvel resolver o problema
Aqi esá uma chave. Usamos a paavra mágica: problema É isso
mesmo as pessoas êm problemas. E o que é mais imporane é que
nossa vda consise no movimeno de olver problemas.
As pessoas êm necessidades e desejos que devem ser saisios,
esolvidos. E se o nosso obeivo é arair o ineresse, a linguagem deve
esar em sinonia na com as experiências e aiudes do leioravo bem
como de seus grupos d eferência. Paa que o eo que pesuasivo
rneça evidências que convençam o leior Contar com o endosso de
celebridades pode se uma grande ideia
Se puder ecorra a esemunhos mosando ao leior que ou
ras pessoas  com necessidades similares às dele  aprovam sa pro
posa. Ou ça comparações que evidenciem a imporância do que
esá amando
Se aniquiarmos o desejo, matamos a vonade de agi isto é de viver.
Comparados ao número de necessidades nossos deseos são incon
áveis. Sem paião não eise ação Resulado a more.
Quem comprova ese pensamento é Jonahan Swi, quando a
ma que " osoa esoica, que consise em supimi a necessidade su
primindo o desejo e aconelhaia a corar os pés para não precisar de
sapaos. Pergunase isso z sendo?
Olhe em paa a palavra desejo. Obsee que ela em duas leras
e. O primeiro dees remee à ideia de  emoção As pessoas não enam a
mão no b por quesões inelecuais mas principamene por razões
emocionais. Quer azão mais re do que a emoção
O segundo e a de entuiasmo Pin imagens enquao avança
levando o eior a acompanháo. Isso é posicionar sua idea da maneia
como deseja que ela seja percebida Como já armamos udo se resolve
na mene do leior não em outra área.
ndo do conceio para a páica percebemos que o que aé aqui
era apenas o ao de esar em sinonia com uma mensagem agora deve
ransmarse em movimeno inerior de desejo de posse

ESCRITA RATIVA
IOO
Convença o leitor. Mosre que você oferece exaamene o que pren
he as neessidades que ele tem aquela área espea Ana de ons
sempre esperamos contar com além que nos ajude a zer o melhor e a
desmpehar nossos papéis da maeira mais adquada possívl
Como dizem McCah e Peraul em Marketing esenal, "alguns
espeiaisas acham que uma mensagem publiitária deve aiar uma
 propoção únca de venda que vise a uma necessidade insatisfeia impor
nte Isso pod audar a dstar uma mar - e a posiionál como
especiamee ecaz em atender às neessidades do mercadoavo Ci
ando um exemplo, ele lmbra qu a Wrigly desnvolveu uma série d
anúncios destinados a fumantes  sugerido que sua goma de mascar é
boa substitut qudo não é permiido mr
Esse é um exemplo irado da propaganda e que pode ser traduzido
ou seja eido e apicado ao esrço d vdr por srio uma ideia ou
poeto Se preende oencer lguém a respeito de alguma cos le do
difecial que ea oferece e que a oa melhor do que as demais

Leve à ação. Afinal, é preciso chega lá


Para aaliarmos a importância da ação asta emrar que é ea
quem transrma sonhos em reaidade arranca projetos presos ao papl
e os transrma em cidades Move o homem em busca de seus objei
os De que seviria ao homm aumular montanhas de trigo, carão
peróleo e odos os metais se tivesse a inlicidade de perder o goso pela
ação isto é o deseo de se toar ada ez mais homem?, perguna
ierre Teilhad de Chardi um dos mais imporaes e polêmios teó
ogos que a Igreja produziu
Se o pensameto ou o conhecimeno não levar à ação nada
aoteeu  o obetio da omuniação ão i atingido Ora, a men
sagem - inrmações, os etc - deve aigir os sentidos da pessoa e
ser aceia omo parte de sua estrura ognitiva
Entrado na convesa McCrth e erreaut acresentam que ob
er a ateção é neessário para oar os onsumidores osientes da
orta da empresa Ao mesmo tempo, atrair o interesse dá à comui
ação a hane de desenoler o interesse do onsumidor pelo produ

RUBENS MACHIO
IOI
to ou serviço oferecido. Despertar o desejo interre no processo de
vlição, e vez desenvova  preferência do púbico-alvo. Por m
a tare de evar à ação incui conseguir a experimentação uma etapa
que pode evr à decisão de copr
Independentemente do que se diga o escrever você espera que o
ior núero de pessos se disponha  coprr sus ideias sso nos
ev  acreditar na viabiidade de apicarmos as regras do mrketing
um delas trnscrit há pouco
esquise e desubr as neessidades insatisitas do púbico, sej ee
rdo por pessos sics ou jurídicas Apee pr esss necessidades
Dê as descups de que o leitor precisa para aderir à proposta embutida
no reatório núncio pedido de emprego, propost de prestação de
serviço, ensaio ou sej qul r o texto produzido.
Mostre que aceitar sus ideis é sinônimo de decisão certa in
teigente Tnquie o eitor Se ee se sentir seguro, essa eoção será
transitida às outras pessoas de seu crcuo de relacionento.
Estaos supondo que você se saiu bem at qui. or isso adverti
os: não perca todo o trabho justo agora que está próximo do mo
ento de romper a ixa da vitri. Aude o eitor a dr o passo nal:
não ai pensr apenas que pode ter sus necessiddes atendidas ms
gir para tor posse efetivmente. Nu pavra, experientar.
Com equência emos textos que desperta o interesse do letor.
Nisso ees são brianes. en que quando cegm ao  sipes
ente orrem desaparecem. Não die o que deve ser ito em segui
da, isto , como trnsrmar aquee desejo e ção concreta
A propagnda, que ntas vezes nos serve de eempo de texto cri
tivo e convincente, tmb erra quando se trta de evr à ção Aqui
podemos nos embrar de alguns núncios veicuados peos bancos. Co
quênci omitem inrmações importntes pr o ciente sobre o que
er na prática. Agindo assi eva o eitor a perder um tempo do qua
não dispõem sentindo-se desrespeitdo peo nuncnte Já que estaos
no assunto não custa embrar o resutdo de tudo isso a comp  adi
da A mensge deveria inrmar exatan1ene o que deve ser feito coo
quando, onde, e o quanto  ci rLzar o que prope. Dr instuçõs
caras sobretudo presentndo otivos pr que ele ja depressa

ESCRITA RATIVA
Wurman adverte para o to de qe estar a comnicação incu o
nvio d uma mnsagm, fazr o cpor comprndê-la nrssar-s
por ela e recordar se conúdo. Para ele, nenhuma outra rma de ava
iar é imporant o váida.
Pensado nisso, sugeimos uma lista de paavras e xprssões q
podem serir como alaanca paa irálo da ércia. Uma dlas será exa
amente a qe mais bem epresenta o objtivo do texto que você va
escrever São eas:
O Analisa o Denr o rdenar
O Aprsnar o Desobrir o rgania
O Avaliar o Dscrver o Prvr
o Classica O Explicar o Provar
o Coltar o Fazr o Pula
o Compara o Idnica o Ronhe
o Comnicar o Imaginar o Rlaar
o Constri o Ierprta o Rememoa
o Conrasa O Jsicar o Rorganiar
o Crar o Listar o Resolver
o Crica O bsrva o Rsumr

BRIEFNG DE CRIAÇÃO
Novamnt stamos no sor pblcitáio para rmxê-o. D á
vamos mprestar novos concitos e buscar erramentas qe rabalharão
m fvor d m txto mais criativo ntrssant  cin.
Msmo não stando a svço d ma agência d propaganda você
pod srvis de m instrmnto iliado por la na obtnção d re
stados. Tatase do briefng d ciação
Assm como a miga da hisória qu contamos agumas páginas
atrás não estava sobre a mesa com o propsto d axiar o scritor mas
o ajdo na prodção do trabalo podmos ançar mão d ramn
as ilizadas por oros seors quando as representam uma ajuda
etva É s ma qesão de "ter olos de ver, como ensina o atisa
plástico João Albrto ssaini

RUBENS MACHIO
I03
O bring representa um grade auxlio. Pode ser comparado à es
trd que se tende à noss fente p que não orrmos o riso de nos
perder na viagem. Também pode ser viso omo as mrgens do ro, que
mantm  águ no seu urso e ontribuem p que ee hegue o des
tino, em ve de se tnsfrmar em mero alagamento Quanas gveas,
quntos rquivos onheemos agdos de infrmções desonexas, que
raramente serão trnsfrmadas em texto? Em gral, porque fta bring.
e permite que as ações de comunicação relizadas por meio de
cada exo, contribuam par que os objetivos sejam atingidos. Para que
sso aonteç, devemos estr de posse de um conjunto adequado de in
frmações. Siga o roeiro que proponho testado  exaustão e apovado
sem somr de dúvida

Fato principal. Cone-me udo


Trata-se do motivo que evou voê a sentr a necessidde de esre
ver o texto.
Qundo está dane do dentista a prmeira providênia tomd
peo cente é passare o brien m outras paavras, ee cona o pro
bem e sugere possíveis souções de aordo om seu ponto de vst
O dentista quer saer ao certo o que o levou até o consultório e como
podeá servo Suponhos que o rneer o brin esse iente dig
qe há tanos nos não f manuenção de seus dentes. O que ee acaba
de dier nada mis  do que o fto prinip de maneir muito resumida
Pra responder adequadamente à pergunta, o cliente proura dar o
máximo de inrmações. Toma o uiddo de ser o mas preciso, a fm de
não comprometer o entendimento por parte do profssionl e devido
a isso gerar uma prestação de serviço inadequada às suas necessidades.
Ora o fto principal pon, portnto, um probema, que leva o
escritor  neessdade de escrever.

Problema que o exo deve resove. Tudo vai ficar bem


Antes de entrr no ssunto do pono de vist externo, ve a pena
gasar um empo com ee no aspecto interno, iso é, na perspetiva da
pessoa que v resolvêo Nesses asos,  trnquiidde  eencil.

ESCRITA RATIVA
IM
Quando lamos em problemas, a reação geralmnte não é das m
hos. Não tmos nnhuma sipatia m ação a ls A palava lva a
pensa m situações nsolúveis ustações poteniais que nos aguadam
paa nos oma d assalto supndndo-os a qualqu momnto
Mas, ao msmo tempo, um poblema aprece porque já estão pr
sns odas as odçõs paa qu l sa sovdo A dia é oma
da po outro pensado, Krishnamui, que nos tranquilza ao lembar
qu s almnt ntndmos o problma a sposta vá d á qu a
esposta ão esá spaada do probema
Convém lmba qu o  problema que o texto deve resolver ns do
ft pinca, e esá dirtamnte reaionado om ee Portato, omee
por dnilo laramnt Todo poblma bm sovdo é uto d uma
boa dição d suas ausas  do estágio m qu  s nontra
Fato pinipa: do d dt oblma a s solvido: volta a
sentir alívio pemanente e ter vda norma Em sumo, é isso

Objetivo do texto. O que o leitor deve faer?


Ao di o obetvo do xo não va a sposta "esolv o
prolema Por se muito genéia ela não deimta xaene aonde
s pretnd hga. Isso o impd d tr um amiho dido para
váo aé lá.
Nst momnto do tabalho voê não dv di o qu ptnd
faze, mas o que epra que o leitor ça depois de ler sua mensagem 
aqu stá o grade segrdo. m outras palav é priso evidenia a
manira omo spra qu o etor  re-j que omportamentos qur que
l mud Com sta amação dixamos lao qu voê staá lando
sempre do leitor nuna de voê Hugh Makay lemba que o que d
temina o susso da omuniação ão é o qu a mensagem z do pú
blioavo mas o que o púbioalvo z a partir dea Segundo Maka
quado nos eeimos a uma menagm podosa lamos do pod
que la tm de povoa uma ação A omunicação ocor quando
a audiênia  algo om a msagem. A audiênia dém o pode de
inteptar a mensagem m termos d omuniação, esse é o podr
supmo  di (A prop  g a imp  éu  XXI  Jim Aithison).

RUBENS MACHIO
Para aingir o objetivo você precsa alerar aiudes e crenças do
leor, mudar o pono de visa dele em relação ao que você apresena.
Sem dúvda essa are não oberá êxito a menos que sejamos espe
ciaisas em gene essa categoria de seres qe se caracerza sobredo
pela imprevisbiidade.
É isso mesmo Precisamos saber como fnciona a cabeça e o co
ração do bcho homem e er ma visão muo clara dos vedadeiros
moivos qe o levam a agir A esse respeio veja o que disse a pubici
ária Chrisina Carvalho Pno em paestra reaiada no jornal Flha
de S.Pau, quando lava sobre o processo criaivo: "Faer criação
pbliciária nos orga a esudar a alma hmana. Isso é scinane. A
mehor coisa na publicidade é criar ponos de empaia etre marcs e
pessoas porque ambos êm vida própria A magia dessa pone é a es
sência de nossa prossão Tudo isso vae para o escritor não impora
sa área de auação
Ainda bem que nossa inteligêcia nos permte capar essas técnicas
vencedoras- como as da propagada- e adapálas a nosso conexo
pois aparenemene eas são resrias a ma área prossional disna da
nossa o isso que  Guenerg gêno que permiiu arediar que
se

o nsrumeno uilizado para a bricação de vinho poderia ser adapado


ao intento de imprimir texos em papel sso mudou a história que i
dividida em anes e depos da invenção da imprensa

Necessidades e desejos humanos


Emboa lando de um conexo drene do nosso a ar
mação de Goehe é perinene  lei é poderosa mais poderosa
porém é a necessidade
Olhemos para o mesmo assuno com os olhos do markeing- de
um jeio ou de ouro esamos sempre realiando uma venda Na de
nição de Phlip Koer em Admintçã d markn g   "uma neces
sidade humana é um esado de privação de aguma satisção básica.
A pessoa precisa de ameno vesuáro moradia segurança ação
esima e agumas ouras coisas para 'soreviver E Koer advere para

ESCRITA RATIVA
to
o o de que essas necessidads não são criadas pla sociedade ou por
homns d marketing, porqu simplsmnt zm par da bioogia 
da condção umanas.
Conrm o spcialista dsjos são ncssidads mais prondas
E xmplica:

U        úu; 


  ,    P    ,
  .  r   n 
f d  fr O ê     
 a u ni  vá   n ua a 
m r  .

E concui lembrando que enquano as necessidades das pessoas são


poucas os dsjos são muios, consatmn alrados por rças 
insiuições socais ais como igrejas escolas mílias  empresas
Rconhcemos a cincia da comunicação ao prcbr qu a s
dirciona para as ncssdades  dsjos do lior sja l uma pssoa
ou organiação A pssoa criativa nxrga com mais ciidad as carn
cas qu esão espaadas por aí como na rlação abaixo e procura ao
mnos indicar o camino para atnd-las orqu sab qu pssoas 
mprsas desejam ao mnos

Aprovear oporunidades•Brincar I er umor•


Compir•Conrmars•Conquisar abrigo•
aceiação•admiração•aição•aiação•ar
mação•alegria•alimno• mizae•amor
miliar mao I próprio•aprciação•aprovação
!socia•aação•atualização•autoconança•
auoesma•auoxpressão•auoidnicação•
autorraização•autorrspeito•autossaisção•
bla boa aparncia boa rma sica•ca
samno liz•compania•conro•con
cimeno • cuura  deesa • desenvolvmeno
pssoal diniro distção  ntreenimento•

RUBENS MACHIO
I07
economa• ecênca• elogo• estima• excta
 ção• ma• prtencimnto a um g upo• hospta
ldade• depndênca nstru ção• lberdade•
melhoria fsica e mental • morada• mudança•
partcipação • poder • popularidade • posses •
poupança• prestígo•progresso• promoção socia
1 prssional • poteçã • ralzção • rconc
mentojcomo autordade• relaxameto• rspeto•
romanc • satsção I da curiosdad • saúd •
segurança  na velce• smpatia• socabdade•
solida dade s t  atus- suprioridad• tu a•
abalo • Consevar os bns • Consumi •
Contolar a própa vida• Coordea os outros •
Dsabar • Disigu-s • Estar na moda •
Evadse pscologcamete• Evtar: aborecmento
• agrssão• constangimno • ctca • deprs
são • dsconrto• don ça• domnação• dor!
sca • dúvda• embaaço • esrço • dga•
frmnto • m • medo • ofnsa • perdas •
preocupação • pressão • problemas • responsa
blidade• rtaação • dculo• cos • sd•
sntmentos de ansiedad• tédo• tsteza• Ex
brs• Eprssar a prsonaldad• nluncar •
tegar-se • Pecincar • Preserar a mlia •
Proteger: mla• reputa ção.• Rssr à domna
 ção • Sr: bom pa • bons pas cratvo •
gregáo• mtado• ndvdua• únco.• oca
blidad• Ter amb ção• apt• carrira pros
sional• curosdade• espaço• stlo• amla•
la ção• gee• dntdade la r• ldran ça•
luco• ordem• orgulo• perseveran ça• pazer•
propredade• sexo • tempo Ide a zer• vantagem
n cmpas• varedade• vsturo

ESCRITA RATIVA
Estratégia criativa.
A guerra para conqustar o seu espaço na mente do se leitor
Nasce da defnição dos seguintes elemenos:

• públco-avo: disponha de um per dealhado dos leitors


 instituiçõs ou organizações qe pretende convencer com
suas ideias;
• concorrênca direta e indireta qando se mpnha em provar
a alguém que seu ponto de visa é o mais adequado, lmbre
s de qu outros ambém estarão fzendo o mesmo portanto
cuidado para não incorrer na ingenuidade de acrediar que a
mene do itor é um pape m branco uma área jamais dispu
tada promessa que benecio o ei or vai obter por aderir ao
qe você propõe? Como vimos o egoísmo nrente à naturea
hmana f com qu mesmo as pssoas de bm estjam smpr
pnsando m si msmas
• razão da promessa: se em ago a ofrecer obviamente de
vrá tr também uma boa razão para evar o litor a acitar
seus argmentos.

A dfnição do perl psicológico do grupo de itors-alvo prmite


criar uma mensagem calizada com precisão nas mntes que pretn
dmos atingir

ESCAADA. NO JULGAMENO DE UMA IEA, O VAOR ESTÁ ACIMA E TUO

O q é isso? Um instrumento criado por uma das maiores agên


cias de propaganda do planeta para auxliar na descoberta das verdadei
ras razõs plas quais determinado público adr a uma idia, tangvl
ou não Na hora de denir o obetivo da comunicação a escalada trans
frma-se num lançafgutes qu conduz o criador aos tores mais mo
ivadores do público-alvo
Vamos exmplifcar sse conceito absrao. Aparntmnte uma
mã compra determinado produo para o bebê porque aquele itm pa
rec sgro  de conança, apenas isso. Na verdad ela adquir o b

RUBENS MACHIO
I09
nefcio de poder cuidar melhor do bebê e, com sso senr-se uma boa
mãe. Asm, não ser exgero amr que a compr do produto seá
ea muio mais com base nesta última rmação do que na primeira
O pocesso é inconscene Por isso não é sequer admitido pela
consumidora. O mecanismo interno alojado em nossa mente bloqueia
o surgimento de tal consciênca já que o comportamento é socialmente
epovado po ser consideado egoísmo. Isso não se apic apenas 
produtos mas a ideias
De um jeito ou de ouo odo leitor é um consumidor... de ide.
A mda seja ela qua r, é o loca onde acontece o encontro do que
o escitor oerece e a dsposição do leitor para compr, isto é, aderir 
quem lê um relatório decide se compra aquelas inrmações; quem lê
um romance abrese, ou não, a determinada emoção. Agumas ideias
o eito recus no ato não servem Ouras vão paa o seu carrnho
mena, emocional, paa consumo imediato. E tem aquelas que viverão
mesmo a eperiência do esquecimento. Assim quando ao apresentr
ua ideia ou convidar o etor a acredta no que está sendo relatado
s chnces de sucesso aumentm se o invés de rgumentar  part de
meros atributos houve o apelo adeuado aos valoes mais importanes
para o leo. Escrever com ciaividade é lançar mão desses recursos
tamém Se alguém inventou um novo e eciente recurso de persuasão
por que não usá-lo? Anal, nenhum escritor que ser esquecido por
descuido às vezes na segunda página ou nem isso

CONCORRÊNCIA DRETA  INDRE.


COM QUAS IDEIAS VOCÊ ESTÁ COMPEINDO?

Novamente vamos tomar emprestado um eemplo tpico do setor


de marketing. Ele nos judrá a compeender melho o que acabmos
de dze
Aqu não se trata apenas ds ideias contra s quas você va lutar
e está vendendo iciclets d mrc X seu concorente não é pens o
ricante V, mas o prprio hábito e todo o incentivo dado às pessoas
pa que ndem a pé. O mesmo crtéio vale pr a disseminação de

ESCRITA RATIVA
IIO
ideias, quer çam parte de um projeto de uma disseração, d um
anúncio. Lembrando mais uma vez: você não está soziho tem mais
além interessado em ncar raízes no mesmo terreno, e é possível qu
o espaço esea pequeno para odos Eendeu?
Logo al atrás, ávamos que odo leitor é um consumdor d
ideias. Mas para quem escreve isso não é nada ranquilo Porque o
mesmo leitor qu "compra uma ideia é aqu que, diariamente, é
bombardeado por milhares d outras dias mehors pors ou iguais
às suas A umanidade quer que ele se convença disso ou daquo 
rápido Todos querem um espaço na mente do etor brigam pelo seu
posicionameno Ingeudade ness caso é morta Fazer de cota qe
não existe ua guerra às vezes suti ravada por outros escritores é
queer nrar para a hisória da criação e veicuação de ideias como u
ano d Tal o Breve Daí a imporância de esar atento a uma questão
ndamntal com quem você está dispuando espaço Qum é o seu
concorrnt? O qu l scrior ou não faz para lvar o su litor a
comprar o ivro oal, revista etc, e, mas do qu isso, as ideias qu
essa mídia contém? Sobretudo em tempos de mídas sociais quando
odos se oaram comunicadores, no momento em que você decid
dizer o su parágra mihars já s antcparam com txtos iniros
muito bem ariculados para conqustar o sucesso no mundo editorial
ou apnas no contxo mprsarial - quando scrv no ambin cor
porativo, para o pblico inteo ou xteo você está sendo scritor.

PROMESSA. OSTRE AO SEU LEITOR NO QUE ELE DEVE ACREDITAR

É pruden retr antes de promr Mais desejável ainda é cum


prir o que  promtido O pesmento de JeanJacques Rousseau de
vria srvirnos como alrta  motivo d au toanális Sndo l o
mais lnto em prometer é sempre o mais  em cumprir Não impor
am as mudanças que sacodem o mundo o sucesso coninuará sendo
um direito daqueles que prometem ago signicativo ao consumidor e,
mais imporante do que isso, cumprem
Promssa, ou plus, esse é o nom do dierencial, aqulo qu srá
orecido a mais ao leitor e que representará sua vantagem competitiva

RUBENS MACHIO
It1
Tcncamn, o dfrncal também é conhcido como USP. A
sgl rva o concto d Unique Seling Propostion ou m poru
guês oposção Únc d Venda. Há qum pra lar m roposição
Emocona Únca no sntdo d vr o lior  crdt qu pod vvr
um xprênc úc ao consumr qu m
Fl d promssa não é lr d caacríscas ou d mros ribu
tos da id uma vz qu n hor d rsov probmas s pssoas bus
cam souçõs travstds d doogas ou objtos Mudam s rms
mas as smpr rspondm a propostas nduzds po dois motivos:
gnhar o qu não tm ou vr prdr o qu possu.
Rlcon os bnícos qu a ida rará ao tor a dos aspctos
postivos Dstaqu s vangns qu  va otr o actar o qu você
propõ. a também dos spctos ngatvos. Com om gosto - vt
o populsco pnt um qdro draátco raçando os prjuízos 
aborcmntos qu o tor rá cso s dcid po contráro
 su di não possu um ccrísc qu poss sr ds
tacada l d algo qu as conconts possum mas sobr as qus
não tomrm a incatv d r. Em trcho ctado m A propagan
imprssa do século XI, May tow sug qu s você não tm ago
novo a dir dv rcorrr a um oqu d novdd, "ncontrr uma
nov mnir d ar sob o ssuo xporar um novo trtório
mocona. Assm você s dnca  sa na n, so é, poscona
sua propost como ídr n cabç do to Isso sgu  lnha sugr
da por spcasas sgundo os quas é mhor s o prmro do qu
o mlhor, ságio qu vm com o mpo
Qundo a concorênca acordar para o o  omar  dcsão d
dzr qu  igua ou mlhor qu você dscobrá dsoada qu já é
tard. No máxmo, consgurá sr vs como mtadora do nmro 1
nqu suno. (Qu bom qu o nmo  é você!)

RAZO DA PROMESSA. Ê U BO OTIVO PARA ACREIR

É a aão mas mportan qu você pod dr ao or par qu
l crdi no qu sá ndo rts d um dcarção qu supo

ESCRITA RATIVA
I 12
ta diretamente a promessa ia. É ela que va ser a esposável pela
geração d redibildade, cão imporate quado se preede o
veer alguém a espeio do que que que seja. Não basa promeer,
é preiso provar

OBRIGATOREDADES E LIMAÇÕES. NEM TUDO É PERMITIDO


São quaisquer resrições ou mposições que preisam se ex
pliitadas. As obrigaoriedades e limiações geralmee se equadram
e aegorias, omo a de aáer legal ou espaia Um eepo que
aerala o oeo é a deliiação prévia do espaço dispoível para
a iserção do texo a ser rado
Há quem se rebele, om todo vigor, ora a preseça dese em
Motivo alegado: ele mutilaria ou poderia aé mesmo maar a ria
tividade do esrito Melho é deiar de lado a ideia de esbravear diate
dessas duas paavras que paeem duas demas. Ao otário lemre-se
de que é ela, a iiação que revela o aeo Afal quem ão sabe
imitase provavelete não saberá esrever.
Vivemos em u mudo feio de espaço e empo. srever u ar
tigo para uma revsa ou oa oeça om o oheieo do espaço
dispoíve e do pazo de erega Citamos apeas dos exemplos, as
oda a mídia vive em orno disso É adaptase ou argar

OS SEGREDOS DOS PROFISSIONAIS. BAST APRENDER E USAR

Substanivo. Dê preferência à palava exata


 ái iê d  d d i r ird 
ve-L

 u d       ii    
dd  d d   ó d . E d "E
  vi   i  d d 
 á dúid d    u  i. P   r
   i? r  di O r
d   i  r d t  
  di    u  u d.     di     
r dz    d  i    E    d
  i        e  d  i

RUBENS MACHIO
It3
 acoece, a jusça desva-se-á de se mo. Se a jsça desvase
d seu rumo ntão as pssoas carão pdidas denro d ma con
ão sm m" (Adapdo de Coco)
(Txro eiad n liv Bom ses m markein  g dl"eto,  scit p Day i)

N mm é m ó: v d m q  l


g md O x q m  d d mv   é
íd  lv   . E é fl bv q d
l  v D d vb d é mlh  
m  v d q  v . Og y G,
d d  hm mb q  v é  vd  d
 m é dv.
Um m x é d  mõ   x
m  vd m  d í d q é msvl 
gém g d q  h
m q   d m d v m  m
 d l  g  xlê d  xd   x  
 m mgm  d q  nd    dqd
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m x  d é  xmd É d   d
  d d m m   v.  d mh 
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w lmb q  d   lv    v q
 é  d   lâmg   âmd
   ms v d q gdd. 
 m xm  m é mm õ P
 í d d m ís  l  dg   
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  d Propa  g  an d resposta reta  altamente vendeCra.
I õ q mvm  q dz    mlh
d   mg m ggm q h    
l d ú q d g
 d  q m d dz,  vd q  
v é  nh d d x  m q  z  m é

ESCRITA RATIVA
114
Conscienes de que ele é a subsância, a essência da mensagem só nos
res onsrir o melhor reperório. Sem e vriedde e riqez omo
esoher a melhor pvr? Voltir lembra: "Uma pavr posa r do
ugar esrga o pesmeno mais bonio
Nosso dia a di é feio de um desle interminável de palavras sa
ds sem criério Apenas pr exemplir, omemos s plvrs chei
ro, "roma e "perme Um bom diionáro não hesiará em deixar
lro qe há m visível difereç de signido entre es ind qe
envo em era siea
Tomndo ouro exemplo, podemos pergunr o qe qer dizer
alguém qe discorre sobre ma chuva frte. O que é uma chuva re,
an? E o qe pensar qado lemos o ouvimos armções dando
ona de que deermindo gar  pero ou lnge do Rio de Jneiro?
Deveramos spor qe se raa de Manaus? De Nierói?
Conclindo, observemos  la de precisão dos boleins de me
eorologi Eles insisem em armar qe eremos m di com "empo
bom Nese caso pergn-se: bom pa quem ou para quê?
Se lguém arma que deerminado objeo de escria é uma anea,
o eior não em omo onesar a proposição A parir do momeno em
que defende a ideia de qe aqe é ma cne bonia, adjeivandoa
arese espaço para conesações legims Não seri de esranhar se o
eior regisse à armção dizendo go como: Bem, esa é  sua opi
nião não a 1inha Par mim es ne é fei
or m ado é possível provar qe um objeto é ma canea, já
que se r de um inrmção espeí e onre Ao onrário
não emos como er o mesmo em relção à presença ou à ausênci
de bele por serem oneios purmene subeivos e ondiiondos
 specos cu!uris
Como nos únios assidos s ideias e os rgmeos mis
res são consrdos  prir de subsnivos Eles vão direo o pono,
imiandose  dar inrmções plpáveis sobre o qe nim Isso s
oa campeões de obeividade
Redaores sbem que só ssim  idei erá chane de ser cei
peo pbicoalvo e qe um esio bsrao peca pel a de con
sisni podendo ompromeer o resuldo do rblho. E Os

RUBENS MACHIO
II5
escritoes também cultuam o bezero de ouro do estilo e são mais
cilmnt sduzidos po tom litrário do qu pla scrta clara.
Irs Murdoch dsse cea vz que para srmos bons escitores mos
d 'matar nossos bbês: cortar algo que achamos brilhante, por não
estar no contexto ou não contrbuir para o assuno" diz Rchad
Wurman, no já citado Ansiedade de infrmação. Ele coniua: Ora,
dveamos parar e planear nossas nstruçõs com mas eexão.
Dvríamos prgunta Quais os damntos desta explcação?;
Como posso transmitir certeza paa que os que seguiem as oren
taçõs sabam que esão no caminho cero?; Qual a inguagem qu
lhs prmitira compreder?
Wurman z eferência ao to de que absurdos nos são imposos
sob o disrce d inrmação. Automatcament atribumos crto peso
aos dados dependendo d rm como eles nos são trasmtidos Sem
parar para quesionar acreditamos star rcebendo alguma inrma
ção Seu exemplo prerido para ilustrar o que diz esá nas recetas de
cuinária qu rcomndam tmprar a gosto ou cozinha at car
o ponto. Segundo ele, isso não diz muio. Por que se dar ao raba
lho de dizê-o? As imposturas de nmação são a mariaprima da
administivite", conclu.
ostre númeos eatos e apresente os especcos. Em ve d di
zer que uma lâmpada   mais ecoômca do mundo ja desse exage
o El justica a prda de crdibildad da inmação possivlmnte
sua melhor part.
Prra diz qu segudo tests realizados no nstituto XO, da
Universidade X, ela i considerada 57% mais econômica que as lâm
padas de sua categoria Com isso, esará dzedo claramente de onde
vem tal irmação e que a lâmpada  a mais econômca sim porm
se analisada dntro da própia categoria o qu deix clao qu você não
praicou a chutometria", nem pretende zer do produto mais do que
 ralmnt . O rsulado  um texo honesto
É claro que algm pode questionar se o ndice 5% não  muito
baixo para servi como recurso argumntativo Quao a um aspecto,
estamos de acodo o mero em s não chega a ser algo expressivo.
Mas, se olharmos dieito, vrmos que xist ago ralmn pssivo

ESCRITA RATIVA
I 16
nssa nrmaão. Ela é xata, transparn  mr rédto Assm a
mas  ardtar  s dxar prsuadr
Sando da ára das pótss tldas no xmpl vja o gra
d xatdã ontd nst aún assad pblad  jal O
Etado de S Pau:

e de ç eei de eehei vi qe e


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alvz por sso Gabl Garía Máruz prra sar trs jrna
ísts m ss txts ltrárs A ms é ss  q ns lva a pnsar
ad xmpl " oê dz u á ts vad no é as
pssoas nã ã ardtar m o Mas s dssr u á uatrnts 
vnt  no lns n é as pssoas proalmnt ardtarã m
v Cem anos de solidão stá o dss tpo d osa
 srr  já s srv d rra m outras págas oa
 ssa ra xatamnt a téna u a aó dl saa Máruz rorda
d mara partlar a stóra sbr o prsagm  é rdad por
borboltas amarlas
Quando pqun um ltrsta a à sua asa Márz aa
mut rs m   d  a mm tr um nt m  al s
tmaa pdurars nos posts d lz. Lmbra q sa aó dza ,
da z  al mm gava dxaa a asa a d brbolas
Quando sava svndo sso, dsobru , s nã dssss  as
borboltas ram amarlas as pssas não ram ardtar.
 srtor n om oro to u lusra as duas armaõs
a rdgr o psódo d méds, a bla, ndo para o é dmoro
muto tmp para dar rdbdad Um da sau d ardm e 
uma mulr  stmaa r laar as rpas la staa stndd s
nós para sar  vtaa bastant A mlr dsuta m o vto

RUBENS MACHIO
It7
para que não levasse os ençóis embora. Então Márquez descobru que,
se ussse os ençóis pr Remédios, a b, e iri crescer Foi o que fez
para dr credibilidade ao que relatv
Para Mrque o probema par odo escritor  a credbilidade
Segundo ele, "qualquer pessoa pode escrever quaquer oisa, desde qe
sej possível acredtar nel
Resumindo: s palavras podem ser comparadas a pequenos pre
gos com os quais prendemos nossas ideas É por meo delas que di
rigimos as pessoas Quanto mehor as escohemos, mais satstórios
são o resultados

Clareza. Até para ser obscuro


Camus  uma advertência: "Aqueles que escrevem de modo caro
têm leitores; qees que escrevem de modo obscuro têm comentaristas
Pode parecer brncadeir, mas, aind que opte por ser obscuro em
seu texto, ç-o com  devid clre Esse é um dos pr-requisitos
essenciais par que a comunicção produa o efeio desejado s pal
vrs simpes são mis honesas justmente por não dr a impressão de
esconder algo suspeito. Só quem não tem nada a esconder pode lar
com mnha trnsprência
Ese é um bom motivo para que rimas e trocadLlhos sejm evita
dos sobredo em textos inrmativos que não priviegim o aspecto
lierário, apenas o tcnico ém de desviar a atenção do principal, com
prometem  ênci do exto O que qeremos é que  pesso se lembre
da mensagem, não do trocadilho
Por isso eve o excesso de envovimento Não rquitete quebr
cabeças nem espere que o leior sea trendo na arte de adivinhr Isso
pode enretêlo e desviálo do que  mis impornte
Clarez é sinônimo de crediblidade, um item cad vez mas pro
crdo por pessos de todos os lugres, bombrdeds dirimene por
mhares de mensagens.
Ciando Edwrd Tutfe, prossor de Ciênci Poltic e de Esttís
tica da Unversidade de Yle, Wrman diz: "Clarez, creza, clarea
Você não consee desenhr bem se não respeitr o eo Um bom

ESCRITA RATIVA
I 18
tabalho de comunicação visua é como edgi bem. Caeza no de
senho e complexidade a inrmação é o que cona - exaamete o
oposto do mundo modeno".
O joal U Tda  y emba que Lee Iacocca, qando presidene da
Cysle Copoation tnha um mandameno paa a boa admistra
ção: Fale caro e seja beve Esceva do jeio que fla Se você ão fa
assm ao escreva assm 
• , • .n

A lta de clarea ão acoece po acaso Exisem basicamene tês


motivos que levam aguém a comete esse pecado"
1  esilo aniquado;
2 deseo de impessiona o eito pelo uso de paavas diceis e
esutura empolada;
3 diculdade de pesar e ogai as ideias  o cohecimeto
do assuo em podidade é codção essencial paa o exe
cício da claea
É ceo que uma mensagem ma escia poduziá uma resposa 
erada! Potanto se você aca que o leito precisaá eer detemiada
seença ou pedi algum esclaecimeo adicioal mude o eo
De nada adiana uma ideia se claa e brilhae apenas para o e
dato Esceve bem é ates de tudo a ate de comuica bem toma
comm a deia A popósito eia ese bilete ctado po Iidoo Biks
ein o livro cnicas de comuncção scrit e espoda com seguraça
o que exatamente está sedo espeado de Maia.
 v   R    Q qu v  -
v u u à ,   as 8 ar  Ri

Um texo assim leva qualque um a se setr inseguo a espeio do


que deve e Sim poque rer (com s" e não com "i') ão é o
mesmo que com  p . À oite" reeese ao oáio em que a secetáia
deve povidecia a reseva ou ao período em que o chee deseja vaja?
E uma útima dvida o tem das " Da manã ou da noie
E o por vo" e o obrigado" que ão apaecem no exto? Eles
não am seqe emados pelo ce pouco aito aos ábtos de ci

RUBENS MACHIO
II9
vilidade em suas relações pessoas. O assunto, sem elação dreta com o
ato de edigr, etra a área esoregadia das boas maeias e, por abea,
compromete a comunicação. Ou seja a melhor ideia escrita da manei
a mas prossona, ão poduziá o efeio desejado se ão repeitar
agus padrs de onvivência.
Por m, onvém lemba que pensa om aeza é tare de reda
to que leva a séio o póprio oício de escever e respeita o leitor Fases
construídas com aeza ão aonteem po aaso Não depedem da
soe. Nascem apenas como esultado de uma boa dose de trabalho,
muito empenho Ates duae e depois

Adjetivo. A gordura ndesejada do texto


Não é peado usa adjetivo. Desde que o çamos como Gaciiao
Ramos que se serve deste reurso paa desuda o objeto da sua esi
ta e não como o prcipiate que adetva para escondê-lo com uma
massa de atibutos
O adjetivo debilita a inguagem É preiso gi da tentação fác,
de ilar tudo para dar aes de impotânia além do que as evidêias
evelam. A propósto dsso, David Abbott em A propaganda impressa d
éculo X, adverte, sem ze rodeios: "ealmete, quando se vê muita
babosera e palavras compicadas é para amuar a ta de uma boa e
sólida dea ental''
Escrever bem é despr cada ase até que estem apeas os eleme
tos esseniais Qualquer cosa dta com muitos adjetivos aaba aido
o vaio Ae mesmo é dier tudo com substantvos, deixado os adje
tivos para os asos de etrema ecessidade Portanto eca suas ases
com pedas metais, cadeiras, mesas, animais, homes e mulheres Em
outras paavras, dê cosistêna, substâa aos seus pesamentos. Paa
que a comunicação se estabeleça ão é necessário imar que esava
um pouco conso meio triste ou um tao desaimado É suciente
dizer que estava onso, triste ou dsaimado.
Em A barca de Gere, Montero Lobato lembra Nos gades
mestes o adjetivo é escasso e sóbrio  vai abudando pogressvamente
à proporção que desemos a esala de valoes E contnua

ESCRITA RATIVA
12
Conei os adjeivos em Monaigne, Rea e Gori. Shaespeae
quando q pinta um cáio (um maavloo cnáio shak
piano!) diz co: "Uma uà' Tooi ó ua o adivo qando
incisvamene qaica o deemna o subsavo Tenho qe o
maio mal da oa iaua é o avanço do adivo. Mal sg
m pob ubtaivo na a vin adivo ançam- ob l
 e fcam "encosados como o ncosados das eaições púbica

Voltare chama a atenção para o to de que o adjetivo é o pior


nmgo do subsanvo. Fazendo coro com o pensador, Mark Twan
aconseha: "Quanto ao adjetvo em caso de dúvda apague-o. O mes
mo vale quano ao uso de advérbios, muos dos quas dspensáves. É
provável que você já tena ouvdo uma notíca segundo a qua "José
matou violenamente Maria Pergunase: é possvel pensar num assas
snato motivado e executado com o maor carnho do mundo?
Em udo porano, a egra é simplica, smplcar. Menos é
mas. Ponto Porque se não tomamos o devido cuidado podemos
crar um texto que emboa esteja ceo de palavras, é pobre de con
eúdo algo paecdo com a nguagem adotada por maus polcos e
seus colegas de ouras áreas.
O uso do adjetvo equer prática e muta abdade Nada mas
mprocedente do que a deia de que quanto mas enfeitado, mas com
pleto. Na hora de decdir o eior desconado ca com um pé atás
dane do exo que exagera na qualcação do objeo apresenado É
que o clente espera po inrmações precsas conceos exatos nos
quas possa acredta sem medo de se arrepende.
O cuo do arcoris ou adjeve aguda. raa-se de uma crença
epdmca a de que mas cores e nguagem mas enetada rão por si
sós aumentar a compreensão Uma ára em que sso é partcuarmene
nsdoso é a do nocáro esportvo que adaptou a nguagem da
mátca da guerra. As equpes são aniquladas destrudas massacradas
comena Wuman
O adjetivo não descreve não acrescenta no sentdo de proporcio
nar nrmações concretas sobre aqulo que mosra ao leto Ee apenas
d o que qualquer um pode der, sem compromsso com a verdade,
porque nem precsa ser exao mensurável Não prova o que às vees

RUBENS MACHIO
I2I
é improváve. Adjetivo é aparência e aparência não é udo, mais anda
porque pode esconder a la grave de uma essência incapaz de se sus
enar Como quando se diz que um carro é indo. Ou muito úil. "Úi
em que stuações? o leior pode quesionar Ora um veículo anbio
em pouca uilidade se seu proprietário anda apenas por esradas ruas
e avenids numa cidade em que a chuva abundante é um fenômeno
aamene viso e o lago mais próximo ca a mutos quilômeros daí.
A comunicação s em razão de ser quando noada O brilho ir
relevante a ea nada acrescena. Ao contrário pode sugerir que a baixa
qualidade da ideia ou a la de aleno do criador eseja por rás daquele
exo a pono de paa se percebido ee precisar gria muito e o az
exatamente por não er algo imporane a dier
Anes de superloar um exo com adjeivos ou ênses dsne
cessárias embre-se da sábia adverência encontrada num para-coque
de caminão: Se grito resolvesse porco não morria
Use adjeivos com reserva apenas com o m de esclarecer in
mar entusiasma nunca para exagerar ou rçar uma siuação que de
oura maneira não se sustenaria m único to  essência objeo
reaidade  pode er o valor de uma dezena de adjeivos.
Melor do que o brilho rreevane é a perinência e a adequação.
O o adjeivo é a gordura do exo e ninguém se considera mais bo
nio ou mais valioso só porque em uns quilinos a mais. Ao contrário
o desejo da maioria das pessoas em sido deixáos em algum regime
aimenar ou livrar-se deles por meio de um bom programa de condi
cionamento sico
Um exto elegante e gososo de ser ido em apenas as inrmações
necssárias à boa compreensão da mensagem Em ouras palavras é um
exto enxuo em sua melor rma sica exibindo apenas o essencia
para inrmar com careza e posicionar a ideia com objeividade na
mene do leior.

FALTA DE CONSISÊNC: FUJ DESSE RSC

1. O uso do adjeivo exige muita orignaidade Nos dias em que


vivemos parece que do já i dio Não é ão simpes dizer

ESCRITA RATIVA
12
algo novo, diference, sobre o que quer que seja. Ainda em
que onnu sendo seguro dr inrmções preiss onstruir
argumenos res a partir da matéria-prim do sustantivo
2 Pr um sustntivo eistem muitos djetivos e isso ger um
proem sério de esolha. A possiilidades de aerco am re
duzids A mrgem de erro é grnde Anal no meio de ntos
detivos, qual deles é o mis adequado? Um esoha equivo
d pode ter resultdos atstróos
3 Votando ao exemplo da anec, não remos que hja outs
rms de idntir sse ojeto de esrit ms tente relaio
nar os adjetivos que podemos enonrr para ele. O resulado
será um ist enorme de palvas um mr de tetivs no
qual é muito i se aogar
4 O adjetivo é impreiso, rngente e sujetivo Ele não trns
mite um inrmção em deimitada eata, e seu signifiado
gerlmente não é o mesmo pr tods s pessoas  d um o
interpreta segundo suas eperiênias e esla de valores
5 Como se não ssse á ind o prolem d regionlizção
um imtção que não é exusividade do djetivo, emor
he pese um pouo mis O signido de um palvra pode
estar muito adequado ao púio de uma região, ms não ne
essrimente será proprido em our ode mesmo on
teer de a plavr signifr algo oposto ou até possuir um
sentdo negativo.
6 Por m, o djeivo está sujeito às mesmas onds que aançam
a mod o que to o teto etremmene pereível Um
aordgem pode ar destuaiad om muito mais rapide
do que se imgin  nl vivemos n er d mudnç Evitr
modismos no teto é sempre uma atitude inteligente

O detvo está mis sueito  despreer do que o susntivo


Déadas atrás, ninguém se surpreenderia so visse uma anea desrit
omo um ojeto "supimp  redite ess triste plvr á esteve em
moda Agora, imgine-se diendo ca oisa nos dis de oje No encn
to o sustntivo caneta não mudou

RUBENS MACHIO
I23
O adjetvo tem seu papel no texto Ee serve paa qualiar o que
escá sendo pesencado Como t, deve ser usdo p esee e não
par xgrr. m so de dúvd elmne-o

Estilo. Estístca. Personadade é udo

Estlo: a plavra erta no uga erto; a ordem e o movmento que


ooamos em nosss deas omo reeo de nosso neor
A spdde n onstrução d fase é o prmero passo par um
esto sostdo A se bem esta penetra om dade a nte
gêna Cso não o sej tansma  letura num eerío cedoso de
de des Po sso o estlo deve ser luente avel, ms sempre
om o udado de evar ntmdades que nvdm o espaço do leor e
rem onstrngmentos
Se o stlo r naura sco é sem artos no lugar de um autor
enontamos L homem Que o dg Tolsto tado em  romance, de
Adol Cass Montero: "O esto nem por somba orresponde a um
smpl uto da m, mas muto longe dsso a uma prtua onep
ção da are e mas em gera a uma partular onepção da vdà' E onde
entr o estlo? le wpre bem seu ppe quando non omo roupa
feta sob medda vestndo um pensamento laro e eo de substâna
Preoupdo em ontrbur para o prmoramento de edatores, um
grnde jorna pulst fez uma pesqusa par nvestgr o estio omum
de nguagem esrca usada nos Boetns de Oorrn Aqu estão l
gums destas preosdades:

O ausado oloou em peração  vd d pe ou


vda ao deposta sobre seu opo solução ombustíve
O elemento dsparou rma de go váras vezes onta
s autodades e se evadu do loal do o em desb
lda arrer
O meante  obdo ogo após reeber vo de prsão
da autordde.
O autor da prát detv onfessou ter batido na p
te ouvd

ESCRITA RATIVA
124
O melante uso de objetos pontagudos e cortates para
daifkar a laara qu rvs o veíulo motorzado.
O elemeno no desntelgênca no leto arroçável

O rsado, como s vê f mprssonan Palavras  xprssões


qe o própro donáro á squece  onstruçs rebsadas se n
avam para consrr ass q provoavam o rso O objetvo provávl
do "redaor era mostrar m elevado grau d ulra Uma pena E
ra obdo maor êxto scrvndo d manra smpls e dra, com
uma lnguagm mas próxma de nosso da a da
Falando sobre tas eageros e cosas do gênero Isaac Bashevs Sin
ger dz que qando m sror enta epar demas azer psologa
ele á stá fra de rmo na ora em qe começa Sngr nos convda a
magnar Homro explando os etos de ses herós segundo a aniga
flosofa grega ou a pscologa de su empo Se sse assm, acredta
nnguém lra omero "Fzment Homero só nos de as magens 
os fos, e é por sso qe a líada  a Odiea são vvas aé o Acho
qe sso se apla a oda a leratra
Esrever é mas do que dspear paavras no pap Esse orro prc
sa tr ma prsonadad qe o dntfqe  dstnga d tdo pas sas
caractríscas marcanes, ndvdas e nranseríves
A slísa s opa do raado das dfrens frmas o spés
d esos e dos preceos qe he dem respeo Se obeo é a are d
bm esreve Para a exse uma língua normal orren o modo
convenconal a parr de onde podem sr eas dstorções po ator
Ela é a ênca dos dsvos no qe f esabeledo omo norma-padrão.
Para T E Lawrnce, o so é a arqteura do lvro e sa oan1en
aço É ua onsrução muo laborada  onsne que não adme a
smpcdade  Nesse sentdo Lawrence omnga com Ortega y Gasse
q advert: "Esrevr bm onsste em zer connuamnte pqnas
erosõs na gramáca no so sabecdo, na norma vgne da ína É
um ao de reblda prman onr o amben soal uma sbvrsão
Na opnão de Marcel Jouhandea, o q rma o stlo é a
rsa de sar eras palavras e não a solha dsta o daqua Se

RUBENS MACHIO
I25
gundo ele, esceve bem quem "esistiu às nsistenes insinuações de
deermnado adjevo de uja aqueza ou  voldade de mau goso
r

desconiou a empo.
O estlo poanto é o espelho da sensbldade do asta E ele
ona muito mais que o conteúdo de sua oba - segundo a Psiologia,
quando o de José emboa ee seja o obeo do meu omenáo flo
muio mais de mim. Com o esilo aconece o mesmo. Ele evela o auto,
mas do que o objeto do seu exo que é algo extero a quem eseve
Sempe lembrando que, de um jeto ou de ouro odos os escrioes
êm eslo emboa nem todos nvstam om ano na pesonaldade do
póprio exto, deixandoo aconece de maneia mais espontânea, sem
um rabalo assumdo de artesanao
Assim o que é o auor de esilo nonndível senão aquee que
em um jeio partular de onsru ases e usa palavas?
Todo escrio em um eso omo disse mas nem odos são esi
lsas ouo ato a sso Faulker por exempo advere que o asa
deveria dzer as coisas o mas depessa e om a maio simpicidade pos
sível Ceamente ele nega o gupo daqueles que quado erevem
esão ocupados demas paa nevi no signicado das paavas e na
onsrução das ases
Uma vez iniciado o rabalo sua are única e ndispensáve
omo esro é pem a luêa das deas para que elas se man
sem na sua ma oigina com todo o escor. Ora udo isso o eva
a den a manea omo va tabalha a nguagem Assm o ereno
esaá pepaado paa a denição do própio eso. É quando se pode
dze que a eapa nuva esá oluda é possível apla elemenos
voltados para a écnica É quando ee se empena na busca po paavas
exatas para expessa suas deas É quando en ee mpme o seu
esio pessoa

A boa escrita. Ela está por toda pate


Muias pessoas enaram a esra om medo ou desonança Co
metem um equvoco. Consideamna o eióo miseoso de gene
que cassam omo espeal Da isa zem pae o poeta o oma

ESCRITA RATIVA
cisa, o joalista ou qualquer outra porção da hu1anidade ungida es
pecilmente par  missão de escrever credim.
Não é bem assim Quem quer que se comunique com alguém uti
iando papel ou outro meio que empregue plavrs é um escritor não
imporando o eor do exo ue produziu Basta que ao menos uma vez
enha deido um bihete na mes da coiha ou redigido um memo
rando no escritório
Em qualquer um dos casos, estamos diane de um escrior repito
Pea posição ocupada ele enenta ainda que em pequena escala os
poblemas vividos pelos prossionais das etrs
Dentr as atividades básicas das quais podemos paricipar a dis
ciplin de empregar a palavra para comunicar ideias é uma das mais
importanes Basta lembrar que durante toda a nossa vida boa pae
das inrmções é rnsmitida por meio da inguagem escrita
Se redigir não é sua aribuição prossional mas na vida pessoal
você se vê como um escrior isso o toa mais bem preprado para en
ntr os desos de um mundo que descara o especiaista e privilegia
o generlista gente que além de produir ideias também s comunica
por meio da palavra Essa é uma boa razão para armar que poderíamos
odos nos benecir do aperfeiçomeno de nossa comunicação escrita
Apens pr iustrar ao tornar-se mehor como redator de memo
randos você aumena a probabilidade de suas ideias serem posas em
prática Trnsmitindo bem suas ordens seus subordinados irão reaizar
cad tare com mais precisão Isso tudo é um pouco do muio que
signica escrever bem

Síntese e impacto. Eles andam sempre juntos


Cer vez o lóso Bise Pscl escreveu: "Minhs sincers des
cupas por essa carta tão longa; se tivesse tido mais tempo eria sido
bem mis curta A verdde é ue é mis dicil escrever menos do ue
escrever mis, por mais que isso possa parecer contradtório No en
anto não se sbe exatmente por quê ind persiste  ideia de que o
amanho do texo é algo vaorizado O ideal está no caminho inverso
Ao sinetizr  mensgem crise um idei muito mis impctnte

RUBENS MACHIO
I2
Ainda há qem gast tempo dscutndo a qualdade de um texto
a parr d sa xtnsão, como s o número d palavras smplsmnte
dtminasse o qano le é cne  adqado à soção d detrmi
ado probma.
Para resolver a pendenga Drayton Bird especalista em maketng
drto, mx no vspro lvanando a sgt qstão: "D qanto
barbante você pecsa para amarrar se pacot? Essa pegunta é um je
to ntlgnt  ápdo d acabar com ssa rga sm fto. Um txto,
seja e qal r deve ter o tmnho necessáro paa a fção a q s
propõe respeitadas as lmitaçõs naturas do vco não sndo maor
nem mnor do qe o necessáro para comncar com eciênca
As siuações q xgm a criação d m txo variam. Às vzs
saltam de um para otro exremo. ma cosa é dscreve a complex
dad d um novo comptador drnt dos dmais m dtrminados
aspectos inovadores e portanto desconhecdos. Oura é xaltar o sabor
de m regerane sobretdo quado s trata de uma marca mundal
mente conhcida.
Nada o mpede de redg um texto ogo s exste uma dmanda
para sso - po exempo qando s trata  screvr contos, romances,
ensaos dsseraçõs etc Tdo é ma qestão de sabr de qanto ba
ban você prcsa para amarrar o su pacot.
Ates da pergna ntelgnemente ncômoda de Drayto Brd o
lóso Fredrch Nzsch não ev d pnsar muto paa dzr "M
ha ambção é der m d ass o q otro qualqur di m lvro
Algm tempo dpois, rrçando a msma tse, Jlo Danas uso a
obra A ate de digir paa arma qe dcl não é escever muto e
sm dzr do scrvndo poco. Sgndo , a cocsão  a brvdad,
vudes grgas são meio camho andado paa a perção Não é o qu
acontc com prncpants sgundo org Ls Borgs:
 níi  rr,  rtr n n  
rv i,  n. tv    n
  n tm n  n  inxrina C 
  rtr  ta  o   iia r
 vr   n     nt.

ESCRITA RATIVA
128
Ao contráio do que parece à primeir vista, "escrever é corr pa
lvrs. O recdo é do poet Cros Drummond de Adrde A idei é
ão simpes e óbva quao verdadeir Qundo cortmos uma pavr
vlorimos s demis - não há nenhu mistéro nisso.
O critério ão se apica apeas à redação Observe como os
gerentes das ojs de grfe utizm recurso semelhe pr montr
suas vries Germente expõem um úmero reduido de exempa
res dos produos  vend A mensgem que está por trás é mis ou
meos es: "São produtos especiais e ecusivos ada que ustique
 venda por bcid como n fer livre Um bom texo é um oj
de grie Tem paavras excusivas escohidas com rigor e ada ai é
barato ou grauito
Num primero mometo uma se pode parecer pereita ão
comportando qualquer ntervenção e ão é incomum esrmos en
gandos Como neste exempo: "Ee não em nenhum dinheiro A
ase ca bem melhor se r submetid a um plásica e gnhar es
aparêcia: "Está sem dieiro Ee é um omem muito rico cri
mehor como É muito rico Há muias pessoas que usam ese méo
do ganh mais eegâci a pee de "Mu gente us ese método Por
im Não demorou muito para ele acaçar  popularidade desejda
em mais chrme assim: "Logo torouse popuar
O eitor de oje em pouco tempo Ee quer saber ogo que bee
co o texto que está edo he tra Pode ser um irmção imporn
e  resposta p um ntg quesão existencial o esclaecimeto que
o cpcit pr  omd de decisões ão import Este pobem pode
ser muito bem resovido já a pair do títuo do teo
Pr isso é importe deir com careza o posiciometo d
irmção Ee os permte sber etamente a mneir como quere
mos que noso púbco  eend Etão podemos usr s pvrs mis
adequdas pr pntr esse quadro em su mente com o maior vigor e
no menor espço possvel
É um equvoco pesar que qudo se r de inrmação é mis
seguro ter demis do que de meos. Ou que é mehor encer o eitor de
irmação do que correr o risco de êlo se sentr udibrido por ão
er tido um motoado de ppéis pr ler.

RUBENS MACHIO
I29
Obsrv stas ass. Sinéicas, las ram scitas om poucas pa
lavras E êm um poder exraordináro de omuniação:
Beba-o com rspito É provável que l sja mais vho
y qu voê Cognac Mrte!

y
Faça agoa Amanã pode apareer a li proibindo
• Lawren F Pee.

y
Gnio é a habilidad d duzir o qu é ompiado a
algo simpes.  W Cea
Manteha a América bonia. Traga um Jaguar da Euro
y pa Phe Bok
Nós srevemos Ge e paz uma ve po smaa Re-
�' visa Time.

y
Nós gostamo de rianças tanto quanto você av
 mais Pesevavos Finesse
O mlhor amigo do scrito é a lata de io Isaa
y B. Sige
Sem proemas de radiador Sm radiado. Vlkswagen
\�

Afinal, o que fazer para mehorar a sa comuncação?


Na opinião do profsor Pasqual Cipo No a primira provi
dncia é simplicar a iagm  via odios que orm a ase
longa  sm objividad
Ao  refrr aos ecuivos o professor di qu els devem de
diar diaiamente um período de mpo à leura de algo que seja de
su intrss. Além d aumta a cultura gal ssa prática amplia o
voaburio Assim a pssoa vai srvr  xprssas ada v m
lor acrscna
Ele observa u no Brasil não  valora a língua mal As pes
soas não  pocupam com a corrta costrução das ass. Volando
ao aso do exeutivos em pariular rssalta qu apear de terem an
tas rsposabiidads e compromissos dveriam prstar mais atção a
sso Ua da vantagns ande pelo nome de "eonomia de tempo

ESCRITA RATIVA
130
Apenas para lustrar, Pasquae acrescenta que é comum as pessoas
precsarm, dpois d t nvado um -ma, xplca o conúdo do
texto por telene.
or sua vz, Donald Weiss sugere: escreva como se flasse com um
ompanheiro. Se para conversa você tem a vvacdade de uma abeha
não prmta qu o oque da cana o dx com a mão ndurcda A
esse propósto Davd Oglvy  uma recomendação que merece ser
remrada  papa d propagand como é conhecdo, d que quando
va escreve o anco de um automóve magna estar sentado ao lado
de uma muher em um jatar estvo E a ee smpsment anota o ue
dra sobre o carro à sua compahera
Uma boa prátca nesse caso, é trabahar m duas tapas Na pr
meia trhando o camnho poposto por Donad Wess e Davd Og v
so é escrevendo nmamnte Em seguda, á num cima de edção,
dando cera rmadade ao texto como recomenda Cpro Neto

Ritmo. Uso restrto para profssonais


Assim como a músca um texto dv tr rtmo sto é, e dv can
tar ou, em outras paavras ser agradáve de er e cl de compreender.
Como conseguir al eto? Equilbrando o uso das paavas
Os escritores prossonas podm não sar dendo sso por aí
mas usam bascamnt ass monofásica, bináia  ternáia altr
nando seu uso conrme a cadnca que pretendem dar ao texto à
medda que o compõem
As ases monoi são as mas adequadas quando o que se pre
tend é ser objtvo  causar mpacto omo neste exempo: "Deus é
grande (apeas uma nrmação, seguda do potona). Lembrese
de quantas vees voc ouvu alguém dier, para sr concusvo ago
como Não! Na campanha de conscentaço contra o estupro, a
mensagem, dreta, é "Não é não Atgament um dscurso sempre
ermnava com a expessão Tenho o Era tudo de que o oador
prcsava para rmar qu o assunto sava ncerrado
As ases bináia são deas quando osso propósto é er a passa
gem d uma nrmação para outra Ou quando s pretend stabelecer

RUBENS MACHIO
I3I
compaações Ou, ainda, quando se acrescena uma nrmaço a ais
em uma ase moofásica.
No primeio caso, podemos dier: "Além de ecoômco o novo
caro X é corável. Como se vê passaos do coceo de economia
para o de conto o segudo, emos o seguine exemplo Minha

pme1ra secreaa era oa; e copesaçao, essa - aqu se co
• ' ,  I  _ ))

para o desempenho de duas prossioais que auam na mesma área


Ou, apliado a ase oofásica que nos serviu de exeplo, para que
se oe biária Deus é gade e udo vê (apenas duas irmações,
segudas do poonal)
Como acabamos de lar em passagem aqui esá uma lisa de ex
pressões de ransição

• Adição: e, depois além disso aé e adiço ec


• Conclusão porano, assim em, e resumo, cocluido ec
• Consequência, causa e eito: porao eno por isso desse
modo ec
• Contrste e concessão: mas porém eneano odavia ao
corário e vez de, aida que por ouo ado ec
• Eemplicao: por exemplo, iso é, coo ec.
• Ligção espcil ao lado, oe, so, à esquerda, o meio no
do ec.
• Ligação tempoa assi que, e seguida, aé que, quado,
por i, depois ec
• Rearmção ou esumo e ouras paavras, e resumo,
de fo ec
• Semelhança e ênfase do eso modo, igualene dessa 
ma ec

Por im, as ases tenárias se presam a enumera e eplicar Eco


nôico, oio e uio conráve assi é o ovo  Ou, coo o
exemplo cia, Deus é grade, udo vê e udo perdoa (ê ima
 ções, seguidas do ponofa.
Supomos que o objeivo do redaor é escrever al ual os prossio
nais do exo. Logo ele deve eviar a cosruço de ases com ais de

ESCRITA RATIVA
132
três inrmações, iso é ernárias. Aém de se lembrar de que os bons
cxos são os que mancêm o equilíbrio enre as ass monofásias bi
nárias e ernárias.
É udo muio simple Val a pna intrrompr a liura por um
insan e pratiar um pouo. Faa d ona que o propóso é onar os
prinipais os em que voê seve envolvido em era manhã
Talve pudesse omeçar o exo om uma ase monofásia: "Ainda
estáfio. O dsperador par não ntnder nada sor o dsejo d ar
mais um pouquino ene as obertas"
Ma m qu voê podria iniiar om uma as binária Assim
Frio e ono Tudo se mistrava naquela manã de quarta-feira.
Ou ainda o omeo do xo pod ter uma ase ternária Como
esa o, oo e prguiça O dia esava apenas omeando
Caro qu a rdaão não dvrá er monótona Portan vit usar
um únio om que soa omo a mesmie de uma rajada d metrala
dora  isso maa Esrvr om rimo nos protege dsse peado Ele dá
musiaidade aelera e reduz aalma e agia Dá ao exo uma adênia
que o oa mlódio  armonioso Para isso basa usar om quilbrio
os ês tipos de fase independentemene daquelas que esolheu para
ser a primeira e a úlima do exo
A ase monofásia é a mais indiada para o enrrameno por ser
mais enfáia Seu esilo brve m exaamene o om onlusivo Tam
bém nsse aso val a pena experimenar

Pontuação. Engenharia a serviço do leitor


Anes que voê seja omado por quaquer snsaão esranha aí vai
um aviso tranquilizador não vamos reomar as regrs gramaiais que
são repeidas à exausão dde o momeno m que ainda pequnos
ooamos os pés na esoa e que tentam organizar o assuno.
Eviando qualqur imposião iaremos om o pensameno de
Vaéry Larbaud auor de Sob a invocao d o Jônimo: A pontua
ão de um esritor doado de re personalidade litrária srá pessoa e
s asará em maior ou menor grau das regras xadas pelo uso orrente
e peas gramátias

RUBENS MACHIO
I3
Mas uma osa é erta: a pontuação ontribu para o ritmo do
texo. a omo os redatores prossionas a uzam para tomar seus
esritos mas arejados sem perder a seriedade do que transmtem

PONT-FIAL. SE E ABUSE


Mutos esritores demora a hegar até ele - se voê já dse cudo,
proure a pora de saída fehando a ase om um pontona Nos me
lores esritores, o que predomna são as ases urtas Portanto, useo
à vontade nusve porque ele dá lareza à mensagem em é possíve
pensar em deálo de ado sobretudo agora quando esperamos que
seus textos seam musas, ompostos om o rtmo que só o uso das
ases monofásias, bináras e ernáras pode dar Voê deve er notado
que eas se araterzam exatamente pela rta utlização do ponona,
o que toa qualquer outro omentário dspensáve, porque norreria
em redundânia Resolver o problema é mas i do que paree. Basta
quebrar a sentença que ou longa demas em duas ou até mesmo três,
dando autonoma a ada uma deas

VRGUA COHÇA O S ODER E SE BEM


Além de eegâna, a vírgula garante preisão ao texto Essas são duas
das mas mportantes tares desse pequeno sinal E embora ele seja pe
queno, seu uso norreto ou ra de ugar pode rar as stuações mais
estranas e ndejadas, omo no aso do oa que, tendo sido onde
nado reebe a segue sentença, do rei "erdoar impossível, mandar
para a ra Condoída e determinada a muda a sorte do rapa a ranha
salvouo om a smpl mudança da vrgula Perdoar mpossíve mandar
para a ra Ou na narrativa segundo a qual ero goveado, omuni
ando a revota de sua dade ao seu superor, pergunoule Devo azer
go ou poupar a dade? A resposta i Fogo não, poupe a dade o
enanto aidentalmene o teégra roou a vír g a e a resposta tornou
e tal ogo não poupe a idade

E quanto ao poo e vg la, essa vírgua om rça estendda O


sinal deve ser usado om a mesma autela om que se drige um arro
antigo Se o obetvo é produir ases urtas reomendase que ele sea

ESCRITA RATIVA
13
evitado mas isso não deve, nunca representar uma camisa de rça.
Anal, sabemos que em aguns casos não teremos como gir desse
sial de pontuação comum nos texos acadêmicos por exempo. No
eanto uma ase cura não requer pono e vrgula Assim se ele i
necessário pode-se energar aí a possiilidade de enugála, quem sabe
ransrmandoa em duas ase. Ou opando pelo ravessão.

INTEROGAÇÃO. PEGUNTOU? RESONDA


Este sina pode ser usado para efeio retórico Neste caso, funciona
como uma espécie de preparação do terreno, um jeito de criar epec
ativa Quando, numa conversa diemos "Sabe o que me aconteceu
hoje de manã? não esperamos ecessariamente que o nterlocutor se
aecipe e responda que sim ou que não
O caso que acabamos de sugerir é mais comum nas comunicações
verbais. De um jeio ou de ouro a regra será sempre a mesma: s pe
gunou responda imediaamente Não espere que o leitor saia à procura
da resposa, numa pesqusa demorada para descobrir o que você preen
dia dize. Ee poderá não zêo em geral é iso o que aconece, e a
a mensagem perde seu eito
Iguamete m sempre convém permitir que ele tena tempo para
rmular uma rposta baseado as próprias convicçes Pode ser que ea
não sea eatamente a que ocê considera a mais ad euada para o caso
Ora, uma ve pesadas ais paavras icarão regisradas na mene
do leitor. Assim quado você cegar com a resposta que desea ser
admitida como correta, encorará outra ocupado seu luga A demo
ra em responder implicará a necessidade de uma consideráve dose de
esrço para remover e subsituir aquilo que está se transrmando em
certeza cristalizada
Nesse caso lemrese de usar o poo de inerrogação apenas
quado tiver certea absouta d que a resposta será aquea d que pre
cisa para coniuar o que pretende dize Nuca ça ao leitor uma
perguna que possa ser respondida com ão eu não quero isso O
criério é caro, vae sobretudo em situaçes em que o objeivo é con
vencer o eor a respeio de ago considerado muito importane

RUBENS MACHIO
I35
Pense numa conversa cujo iníco é "Você gostaria de dobar seu
salário sm zr nnhum srço? S não sivrmos nganados, a rs
posta será um sm. Agoa magin o ttuo de um anúncio qu com
çss com a sguint prgun: Você qur comprr o novo cminhão
x? Se  respost r negativ o litor vraá a página sem lhe dar sequer
 chnc d ntra n convs. Não cri ssa opoundde Não o
ajude  despisá-lo com tana cidade Sja nstigane. Provoque o
diálogo scohndo caminhos mais abros  pomissors

EXCLAMAÇÃO. NÃO TORE A PIADA MAIS SEM GAÇA


O ponto d ecmação fe muito sucesso nas décdas de 1930
a 1960. Naquele perodo nem mesmo a propaganda na qual a busca
pla modrnidad é smp maior scapava Eam poucos os ttos qu
não apareciam rcheados desse pontinho. Hoje le está ra de moda.
Os mlhores escritos o evita a não s para csos espcais. Els
descobirm que eistem outras rms de vorizar uma mensgm.
Ao contrário dos principiantes, gem da enção de usar um ponto de
eclamação par alerar o leitor de que esão zndo uma brincadeia
ou sendo irônicos.
O uso desse sinl é sintomático. Ee apont pa a fraqueza do teto
Oleo com mais igor. Seu aspeco é de uma muleta  um hase nali
zada por uma borracha qu lh serv de supote.
Na as m qu nada é orignl l erc atament sta n
ção mule de uma inmação que não se susten p consisência
ds palavs, pla novidad d mnsgem  plo alno da construção.
Produz o fito semehante ao to d eplicr um piada que, lém de
ser sem gaça, i mal cond.
Pens naqul chefe desagadável que na seaira alguns mi
nuos ants do inal do pdient, conta um piada ruim Ele já a
contou outrs vezes mas ainda ssm spr qu odos rim à vontad
Qundo pecebe que não ez ano sucsso resove epicr a andota.
No máimo, o qu consegu é um rpdio vdo, sconddo trás d
uma risadina amare, uma mstur de jogd poltica e ndignção.
Não é bem sso que sprmos como ração do or Escrevr bem é sr

ESCRITA RATIVA
oiginal, mesmo quando o que se diz é apenas o óbvio. É assim, e não de
ouo jeio, que se provoca o inteesse e o paze pea eitua.

RETICÊNCAS E ASPAS. PARA STUAÇÕES ESPECAS


Use as reticências apenas quando interompe um pensameno,
como no caso seguinte: "A minha antiga secetáia ea ineiciente; em
compensação, a aua . goa veja ês exempos de uiizção oea
de sinais como aspas e eticências
spas O céebo é como um paraquedas Só cio
na quando está abeto rJames Dewr- O sinal in
ma que o pesameno do auor i tanscito iera
e integamete
Reticências e aspas: "[...] só nciona quando esá
abeto Sirm Dewar - O sinal que vem o início,
composto pea combiação de cochetes ou parênteses
e eticências, avisa o eior de que, po ama razão
especial a ase não i anscia integamente
Reticências e aspas: O céebo é como um paaque
das Só nciona[) Ou O céebo[. só nciona
quado esá abeo. Sirm Da  O acioíio é
o mesmo do item aneio, com a dienç de que nes
te caso preferiuse omiti a parte centa do pesameno
de Si James Dewa po consideáa desnecessáia aos
supostos popósitos em questão.

Muios insistem em acedita que eicêcias aqui, uma eca


maçã ai, aspas acoá deixam o texo mais te ou peo menos mais
efeiado. Nada mais onge da vedade. Tudo não passa de um eercício
desnecessário de pouição da mensagem, que em nada gaha com isso
Sinais de potuação nada têm a ve com aquees vasihos de o
de pásico que são distibuídos com mau gosto pea saa Ees não 
a ciados paa sevi como peças de decoação, mas de siaização
organizdo um aciocínio

RUBENS MACHIO
I37
A fnção dos sinais de pontuação é orientar o leitor, que drige
sus ohos paa a pista d um txto  qur vtar acdnts qu pod
iam se tais.
Assim, imagin um ngnhiro d trânso dcidndo-s po co
ocar um snal quaquer em cra squina No caso,  só o z po
que tem prdieção peo símbolo que orienta o moorsta para que
nt à squda Acontcá com o txto ma ponado um acidnt
semelhante ao ocorrido naqua esquna. A, tudo podera ser ito
para qu o oca cass mas onito, mnos coocar um sina de trân
sito aritraiament
Traahando como escriors, mos a ngenharia das palavrs
 dos pnsamentos, organizandoos  dando a ls uma ógica Nossa
tae é orientar o leitor, não conndio ou ze com que se perca.
Como spa qu motoristas  pdsts crcum com sgurança por
nosso texto, se e estiver ma sinaizado?

Verbo. Faça acontecer


Quando prcbu qu havia chgado a hora d crar o mundo,
Deus revelouse o prmeio usurio do verbo. Nos captuos iniciais do
ivro do Gênsis, na Bbla, mos que Dus dss "Faça-s ..  para cada
cosa que desejava tonar ra. Assim, é indispnsáve usar vbos res,
uma ve que es ncionam como os pegos que sustntam a ase
Vrbo é ação, o qu justica o consho d mantêlo na voz ativa
Vea aguns exemplos:

• Preste muita atenção.


• Faça isso agora
• Esceva um texto mehor

Essas são ases curtas com veros que motivam a ação Eas não
são inrtes Faz pate de nosso taaho a criação d txos que s mo
vimentem e, como ais, sejam incitados o basant para neutralizar a
nércia humana

ESCRITA RATIVA
138
Históra. Leve o letor para passear
Quem conta um conto aumenta um poto. Mas quem conta um
coto, uma boa história, aumnta potos o coceito do litor  isso é
udo o que se quer.
Sntindo-s graticado plo xo qu lh i orcido,  pr
maece por aí com a motivação que o levaá até a ltima página E
crtaen, à idicação da obra para pssoas do su círculo de rlaco
nameto. O que é bom é pa ser mostado
No ato uca é dmais lmbrar: o litor não é bobo. Ao co
tráro seu nível de eigência aumenta a cada dia E ele não perdoa a
entrega de um serviço com qualidade duvidosa
A nte de psquisa, o níl de criação o cuidado o aresaao
na carpitaria da história tudo isso cota muito. Essa jornada comça
na usca pa matériaprima a ser trabalhada Esse costuma ser, sobre
tudo para escritores principiantes, o maior desao. De depende odo
o começo Dee depende odo o rsto O cenário tende a se toar apa
vorante portanto.
Busca uma história cosiste num trabaho de merguho no seu
etoo e o mais podo d si msmo para que o escodido s rv
e Não xiste saída o único ito de contar uma história é contar uma
históra. Smples e desaador assim. Aal de contas a sua história,
aquela que se esconde em algum lugr do qual só você tem a chave
sta unca i contada Até qu isso aconteça, ela será o máximo, um
emrião peddo paa gahar corpo e espaço. E é de você que ela espea
as condições para se ralizr.
Mais do que isso convém ter conscência de que a primeira versão
da naativa não vai agradar em cheio. Em gera, nem a segunda Nem a
terceira Talvez nem a décima Mas ão vale gir da raia Contntarse
com uma descupa por não conhecer oda a hstória a ser narrada não o
evará muito loge o ofcio de scrtor.
Para iiciar esse voo, você não dispõe de muita coisa aém da dis
posção e da sperança  esperança do verbo esperança- de que vai dar
certo. Anal a sua imagnação trouxe  tona algum contedo que tem
potncial para toarse uma boa históia Assuma o pap de piloto

RUBENS MACHIO
I39
dessa nova ideia e alcance as alturas em termos de qualidade do texto e
de realização pesoa.
Stephen King lembra qe "o trabaho do scritor é consegir tirar
ada osso do solo sem daniá-lo. Para isso, é preiso omeçar, mesmo
qe o começo seja osco É preciso criar envovimento Chegar ao ponto
de sentir que ali eiste uma históia, e qe ela tem qualidade verda
de, consistência suciente para atrair, ativa o leior Um rabaho que
omeça pelo começo por meio de anotações e que ermina no fa
quando a narrativa já estiver impressa, pronta para circar e umprir
os seus propósitos

Comeei nossa conversa insistindo em ores como qualidade,


vedade consistência Num primeiro momento, isso pode nos levar à
ideia de qe o qe se propõe é algo inatngíve para  mortais ada
disso E aqui mais ma vez, experimento a aegria de derrubar mais m
possve mio
Onde estão as históias que vamos contar? De qe reursos so
brenaturais preisamos estar mnidos paa encontrálas Resposta:
eas estão ali mesmo, bem ao alcance das nossas mãos humanas Um
exercício pomissor, e básico, consiste em dar uma olhada nas man
chetes de joais por exemplo Esa mídia ão gaz, costuma estar
echeada de narrativas, apenas esperando por um escritor que trabalhe
o seu desenvovimeno
Isaa Bashevis Singer di que jamais sai em busa de história le
toma noas, nuna omo repóter De onde vêm suas histórias? De coi
sas qe vieram até ele sem que prorasse por eas. Anota ideias para
uma história, que deve ter m clmax,  claro Ao se deparar com a
narrativa que he i entregue sem que e esrçasse para ano, dedica
se a escrevêla, porque disso consiste seu ocio de escritor Mas e não
é o únio.
Ricardo Linhares, roteirista da Rede Globo, segue o mesmo ca
minho. Sas eerênias ionais são ivros lmes, jornais revistas
a própia vida enm Considea que nos onais esão narradas his
tóias vividas po pessoas reais que podem ser tansportadas com
scesso para a cção João Emanel arneio, da mesma emissora
em sas ntes no inema e na iteratura do séclo XIX - Balzac Guy

ESCRITA RATIVA
140
de Maupassan Dosoievsk e Vicor Hugo po exempo. É igual
mente nos cássicos qu ouo sco e oeiris, Wcy Csco,
 gimpa seu ptóio
Ingn do msmo im lh Ngão diz qu vi o m
cdnho paa scua s comdes sobr o qe las gosm  o qu não
 gosm lém d se neir um pouco ds cs que cicul em seu
entono. Procur ouvir muio Por te sido jornalista especiizou-s n
ar d pgun, diz  Pgun  ouv Gos d conhcr gn
Quando va ee acescena sua paisgem pefeida é composa po
pssos, mis do qu pons  cseos
Nd é agoa eveou o coneúdo da su uur narativa cao
leto? Que m exis nisso Um ds mehos nes, se não  melho,
anda não i dvidmne vascuhd: você É denro de si msmo qu
s scondm, tlvz, s mhos históias ind não tds Ana,
ninguém o conhce mais do que você mesmo Tudo o que em  z é
encona hisóris com um signido emocion consisente e depois
tnsfir tdo isso p o ppe lvz com o poio d um pesongem

Descrição. Pnte uma magem feta de palavras


Dscição é  psnação vb d obtos pssoas  ugs
mdin a indicção d spcos cacrísicos dnidos que 
vm o eio  visuliz o obo d pesnção Assim, "Descve
é caracizr um cena um esdo um momeno vivido ou sonhado
po meio de noss pecepção sensoia e de noss mginção cidor
A vsão o ao  udição o oto e o pldar  nossos cinco seni
dos  constiuem os licces d descição mm Emli A
Seveino Aônio  Mauo Feira do aocnio no livo Redação 
gmáca  literau  inteetaço de text.
Ponto dscrev  ideia dequadmente. Não dê nad por ce
o não ci em suposições tão espernçoss qunto ches de perigos
como a d imaginar qu o eio  sbe go  respeito do qu você
peende dize
Sem suesima-he  inteigênci com ases os aisque-se 
pensar que ee sbe pouco ou quse nad  é mis seguo

RUBENS MACHIO
14
Isso nos eva a chamar a atenção para o hábito de observa. O
bom observado pecebe detalhes que, usados oam o exo mais
sabooso e surpreedete.
A oservação pode ser dieta sto é, feita o póprio oca Tat-se
de epor os pormeores mais reevates A técic icui  utiiação
dos setidos humos: oto o, paadr udição visão Epore-os
da maeia mais ciativa evado o eitor a se ser em cotato com a
eidde d qua você a mesmo que ee esteja distante dea A rma
de cot um acoecimeo pode aumetr cosideravemete  i
tesidade do teto.
A obsevação tamém pode ser indireta. Isso acotece quando usa
mos a imagiação ou a memóia. Nesse cso, buscase tsmiir a sen
sação de que tudo é verdadeiro. Uma nte inesgotáve de observação é
 eitura como á dissemos ateriomete.

TIPOS DE DESCRÇÃO. IPOS E PINTURAS


• Descrição subjetiva pesso: "Stea era espigad dum moeo
chado muito a de corpo. T iha as pernas e os rços mui
to ogos e uma voz igeiramete ouca.  Stea me briu a
por, Marques Rebeo
• Descrição fsia de pessoas "Iracema, a virgem dos áios de
me, que tiha os caeos mais negros que a as da graúna e
mais ogos que seu tahe de pameira. O vo de ati ão ea
doce como o seu sorrso; bem  uiha escedia o bosque
como seu háito pemado. Mis rápida que  ema sevagem
a more virgem corri o sertão e as ms do Ipu ode cam
peava sua guereia tribo, da grande nação taaara. O pé gáci
e u ma roçado aisava apeas  verde peúcia que vestia a
terra com as primeiras águas  Icema, José de Aear
• Descrição psicológica de pessos Ee um homem passion
esudioso e austero já edo  Arte por sua md. Ea, uma
jovem de rr ee chei de ecaos e egria pea de u
e sorisos travessa como uma gaea ova aetuos e cheia de
amor à vid  O retrato ov Ed gr Aa Poe

ESCRITA RATIVA
142
• Descrção de objeos: "Óulos: instrumeno om lees que
amplam os objetos discaes ou peto do obsevador e que hes
pemiem uma visão ítida dos mesmos." - Douglas To
• Descrção de fncionamento Para operar sua avadora distri
bua a roupa uiormemente no entro da máqua. Em segui
da gre o botão do seletor de íve de áa, seleoe o proga
ma d lavagem  apee o boão.
• Descrção de ambiene Os ampos e as ávoes pareiam a
da mais boitos sob a luz do sol Os pássaros aavam alegre
mee equato atravessavam o éu au De epee quado
a famía Otis etrou a estrada que oduia à masão Ca
terville, uves esuras sugiram o éu e gralhas voaram sem
paar tão gotas de huva omeçaram a air - O tasma
de Catevile Osar Wide

NUMERAR  DSCRVR

Veja algus exempos:


• Gratação de 100 mil réis Fugu há um mês mais ou meos
muato laro, meio aaboado, abelos esorridos, um pouo
respos fa ompassado, bigode e barba o quexo ato e ma
gro di que soe do peto. Desoase que anda lá peos lados
da Va de Crueiro.
(Gazta da Bocaina, 1884)

• Silêio. Passopecos Sêio Cisado das galihas. Passopre


os Siêio
Uma poeira Mas poteiras Os urais Vultos de vaas de
badado. A varada grade. Lues. Chegamos. Apear.
Ooão Guimares Rosa, em Srana)

• [..] Um homem vai devaga


Um ahorro vai devagar.
Um buro vai devaga
Devaga. as jaeas olham.
(Co Dond de Ande "Cddeznha qle, c Aluma poeia)

RUBENS MACHIO
I4
Dissertação. Trate de ser convincente
Dissertação é um processo em qe o emssor expõe deas, discorre
sobre determnado assunto, argmena bsca convencer o nerlocor.
É sada em extos crcos eses exposção explanação e argmeação
Denndo o assnto os já ctados Emía Amara, Severno Anôno e
Maro Ferrera do Parocnio lembram qe "Dsserar é epor opnões,
pontos de vsta, ndamentados em argumentos e racocnos baseados
em nossa vvênca, nossas eras, nossas postras, nossas conclsões a
respeto da vda, dos homens, de nós mesmos.
Faando do pono de vsta da organção e do coneúdo a dsser
tação buscar defender m prncpo, demonsrar correspondênca entre
ideas e parágras, apresenar argumenos prcsos xempar, nro
dzr e concr, docmentar as armações e ser rca em deas.
A nrodção pode ser ncada por ma consderação geral ma
ctação ma nterrogação. No desenvolvmento, evte o excesso de con
junções conclsvas: poi, Lgo portano. A concusão deve apresenar,
aém da recaplação dos argmenos, uma dedução própra - não se
raa de reper o que  do anerormene m rabalo nú para o
leto, que não quer e não precsa ver do de novo.
Algmas regras báscas para a boa dsseração são analsar as deas,
er a aprecação de prós e contras, procrar as casas e as consequêncas.
A disseração envolve elemenos como to, opnão, hpóese e
argumentação
• Fao é a realdade
• Opinão é ma manera de pensar sobre deermnado assuno
• Hpóese é ma deia suea a conrmação
A dedção e a dção são nsrmenos para a busca da verdade.
O racocno dedvo é o pensameno que pare do gera para o
parcar como neste exemplo Todo omem é moral. ( 1) Robero é
omem (2) Logo, Roberto é mortal 3
As duas prmeras proposições - 1 e 2 - camamse premsa maor
e menor respecvamene A lma  3  é a conclusão
Já a ndção é o pensameno que va do partcular para o gera.

ESCRITA RATIVA
14
Veja este exemplo:
Na primeira noite eles se aproximam
e oubam m for
do nosso jrdim.
E não dizemos nd
Na segund noite, já não se escondem:
psm as ores
mtam nosso ão
 não dizmos nd
Até qe m dia,
o mais fgi dees
entr sonho em noss s,
roba-nos  z e
oneendo nosso medo
ananos  vo d grgn
  não podemos dizer nad
(Euardo Alv da Costa, "No caminho, om Maakosi, em Poema)

Etapas da construção do exto. Vamos por partes


Comec panejando. Assim você pode economizar  disribuir me
lhor o tmpo disponíl  Isso é fndamnal.

• O primiro paso consis na escoha do assnto sobr o qua


prtnd far
• Dlimi se assnto, iso é não e far tdo sobr do
• Detrmin com clareza qu é o objivo do texto.
• Escreva ma fase-núceo iso é que conha em si oos os
lmnos do qu prtnd ordar como ma smnt qu
sconde uma grand árvo Os oirisas  chamam storline,
síns do rsumo d hisóri conaa ago cuja extnsão em
Tims Nw Roman copo 1 2 não vai além d st linhas
• Eabor um pano d desnvovimno. A parir d slcion
os aspcos qu dsnvolverão a fasnúceo  ordnos
• Escreva o desenvovimeno do eo.
• Escrva a fas e concusão

RUBENS MACHIO
I45
• Revise udo. Supondo-se que escreveu como composior, leia-o
em voz  om os ouvidos exigenes de um mtro par pe
eber flhas que ane não erm aparenes Faça com que o exo
mantenha um ritmo  ele deve ant Revise de novo Se puder
deixe o rabalho de moho Depois ça uma nova evisão
• Agor e só gora ele esá prono

Argumentação e contra-argumentação. Seja consistete


Desenvolva a apidade de rmulr opiniões racioínios argu
menos dierenes ou mesmo oposos Isso represen um sato de qu
lidade na paidade de disserr
Ese é um bom exemplo de argumenação: nenhum homem é uma
iha porque po mais soliário que ele seja sempre erá guém ao seu
lado, dando "aquela rça O homem nunca poderia se uma iha pois
esá sempre pourndo novs oiss novas emoções sempre se envol
 vendo com gene nova por mais desconhecido que sea
Agor vea ese uo obeivo é de ontrargumena e pereba
 dierença: será que realmene sempre emos guém ao nosso lado
dando quel rç?  nos momentos em que isso não oore? Seá
que o o de procurarmos coisas novas envover-nos em novs emo
ções e om novas pessoas signi neessrimente enontarmos o
que procurmos?
P er erez de que ez o mehor em su disseção nlisea
sob os seguines ponos de visa
 introdução (ea apresen O qulidade da documenação
o tem?); presentad/disuid;
 ação e coneúdo;  iqueza de ideias;
 quaidde d tese; O lingem deuada;
 corespondênca enre  comprimeno dos parágrs e
ideis e paágrs; ds ses;
 precisão dos argumenos;  clreza e legibiidade;
 presenç de exemplos  sinxe ponuo e otog;
 nexos gicos; O conclusão mara os dierenes
elemenos?)

ESCRITA RATIVA
Potencializando seu conhecimento. Para atingir os sentidos
Mais do que conhecmentos, as pessoas qerem obter certezs.
Assim perguntmos: o que deve contecer pr qe o texto inuencie
o comportmeno do leitor? N opinião de Phiip Kote professor de
Marketin nerncion na Keogg Schoo of Mgemen,  mensgem
compsta por inrmações, tos etc. deve tingir os senidos da pessoa.
Como m dvogdo que defende o ciente e desej ganhr  cusa
não se limite a emitir sas opiniões sobre o o É mais segro e pru
dente anexr provs qe conrmem cada ma de ss palvas em vor
do cliente e contr o réu. Par isso
• Faça anaogias e, se r o aso, incla ma anedota
• Cone ma históri pesso
 Apoie ses argumentos na toridade de m especalist o
conte um cse.
• Cite m dado estatstico sobre a qestão presentada.
• Se o simpes o de efrir-se  m valor como 5 mi dóaes
orn a inrmação vaga, use ma o mais reerências conhe
cidas peo eior Dig, por exemplo qnos aprmenos o
qntos caros poplares é possível comprar com esse dinheio.
  tor mis crs s ideis presentads den termos qe
de otr mneir poderiam csr mentendidos.
• Algums pessoas não veem citções com bons olhos ms há
quem goste desse recuso comprovdamente váido. Flndo
sore o uso eqente de citções em sa obr  escritor Ma
rinne Moore diz que pens procrva ser honest e não rou
ar coiss A pegnta qe sustent  tese de Moore é qe se
ma coisa i di d meho maneir como se pode dzêo de
rm ind melhor? Se queri dizer lgo e l gém  o havi
dito da maneira ideal, então ea utilizava as mesmas plavras,
sem esquecer de d o crédito à pesso Moore diz: "Se você está
encntdo com m ator creio que pecisri ter um imagina
ção muito estrh e doenti par não quere comprtil ess
sensção Algém mis deveia ler isso, não ch?

RUBENS MACHIO
I47
• Cite um evento, dê exemplos e apresente tos.
• Mostre ilustrações: tos desenhos etc
• Rera-se a nocias publcadas pela mídia.
• Vá buscar na istória um pano de no para sua defesa ou a
desa de um de seus aspectos.
• earme os conceitos apresentados
• Por m não eixe de ado a rça do testemnho de alguém
tavez um prossional, que goe de credibilidade junto a se
púbicoalvo mesmo que não pertença ao mundo acadêmico à
comunidade cienca etc

Voltando ao pensamento de Kotler sobre o camino de uma


mensagem persuasiva o autor acrescenta "Para indur uma ação por
meio da pesuasão em massa, essa ação deve ser vista pela pessoa como
um camino para cegar a um obetivo ue ela visa E Kotler con
cui Para indui u1a ação, um sistema cognitivo e moivaciona
apropriado deve obter o controle do comportamento da pessoa num
dado momento.
Dissertar  debater. Disctir. Questionar. pressar nosso ponto
de vista qualquer que sea ele. Desenvolver um raciocnio argumen
tos que ndamentem nossa posição. Polemiar, at, com opiniões e
argumentos contrários aos nossos Estabelecer relações de causa e con
sequência. Dar exemplos. Tirar concusões Apresentar um texto com
organiação ógica de nossas ideias

Lógica. Isso faz todo sentdo


O princpa obetivo da comunicação  inluenciar o compor
tamento atingir os senidos e ser aceita. Ela deve ser vista como cami
no para o sistema cognitivo motivacional.
Nossa maneira ocidental de pensar respeita as regras da ógica
aristotica Aqui o esquema composto por tês elementos aparece na
primeira colna duas premissas e uma conclusão com seus equiva
lentes posicionados à sua direita

ESCRITA RATIVA
148
1 . Premissa maior robema Itrodução
2. Premissa menor Comprovção Desenvolvimnto
3. Concusão Convie à ação Concusão

Vamos imaginar um siuação a qu um baco deseja ar


com seus cientes uais e  pros pects. Ee quer oferecer-hes um ovo
serviço e, mis um vez servese da estratégia "probem  compro
vção  convite  ção, gor em oura vesão consruída segundo
os pricpios do raciocio dedutivo Na premissa maior ee z ree
rência ao probema vivid peo ciee que o evaria  compra de um
novo serviço como rma de soucioná-o. Por exempo  necessida
de de enbiidade para o seu dinheiro disponve para invesimento.
No segundo momeo,  premiss menor (comprovação) pesen
odas as provas segundo s quis a istiição nnceira esá apt 
oferecer udo o que o ciente deseja e é mais. Por m na concu
são z o covie à ção, orienndoo sobre como zer em ermos
práticos, para se beeficiar de udo o que e é oferecido paa que seu
dineiro rend o máximo possve No primeiro prágr trvés d
premiss meo, o assuno i introduzido No segundo, por meio d
premiss menor o tem i desenvovido Po fim, no erceiro veio
a conclusão

A estrutura e seus princíios


• O tíu expess o reconecieno de um necessidde ou de
seo do eior.
• A apenção de arumeos mostr como  idei pode stis
zer ess necessidde ou deseo.
• A comprovação ou desenvolvimeno dos argumeos rerça 
ideia por meio de provs ou de miores detes dos rgu
mentos presetados.
• O conte à ação  com que o eior se sint uoriado ou us
ticado a agir segudo o convie que cbamos de aer sindo
d mer conempção.

RUBENS MACHIO
149
Na opinão de Chales Dickens, oveista ingês autor de Olver
Twist, "os os é que vaem. Só o tos é que são necessáios na vda
já que nossa atueza est no movimeto, e o epouso competo seia
equivaene à mote.
Podemos anda desevove e apoda o texto pocuado cau
sas que atecedem as causas apesentaas Aém disso, temos a possibi
idade de ivestiga as consequências das cosequências apesentadas.
Agido assim a discussão ca mais viva, mais conea, mais cooida
e gaa em emos de cosstêcia.
A concusão (cosequência) pode se iiciada com um dos segui
tes emos:
O poque O po motivo de
O uma vez que O po causa de
O a medida em que O tendo em vista que etc

Narração. O que aconteceu?


Naação é a eposição de um ato mediate eao de cicustâ
cias que o pecedeam acompaaam ou se seguiam a ee Recoe
mos mais uma vez a Amaa, Antônio e Patocíio Naa é cota é
eacoa siuações e pesoages no tempo e no espaço é pecebe o
que aconteceu, o que podeia te acontecido e coa eata epati
com os ouvntes ou eitoes as istóas de nossa istóia
Naação e descição conndem-se muitas vezes É difíc enco
ta um teto com caaceísticas totamete descitivas, bem como
teiamete aaivas. Se a descição a atitude do escito é de ob
sevação na naação o compotameo é ativo e icui vebos que po
pocionam movmeno ao texto.
A naação é o métoo mais ago e mais decisivo paa ete a
aenção de Ua pessoa. Aa todo mundo gosta de ouvi uma istó
ia Assim sempe que possíve apoveite a opotuiade e eça a
mação de ma aativa.

ESCRITA RATIVA
150
Perguntas universais. Todo mndo quer saber
O planejameno para uma boa comnicação não perde de vista
qe ea consise em denir qem diz o que paa qem, mediante qe
meios o eícos com qa oeio. Se ma pergna em rmlada
traz em si a meade da resposa m caminho qe pode condzr a res
posas ineessanes é ese:

QUEM?

Quem são os personagens? Identica indivdos e grpos qe pos


sam esar enovidos na siação, com rças recrsos o acessos espe
ciais a inmações úteis, assim como pessoas qe enham ago a ganhar
com a soção do problema.
Pode-se começar com esas pergnas

• A qem interessaria esa ideia? Qual o sexo, idade, saário/ren


da tamanho da míia nacionaidade, ocpação edcação ec
dessas pessoas?
• Qem oma a decisão para aderi à ideia proposa?
• Qem de o adere a ea? Em qe medida pode se apresena
da/vendida a noos tipos de leiores?

O QUÊ?

Referese ao aconecimento propriamene dio denica as coisas


os oeos e arigos envolidos na siação Aém disso, apona os re
qisios, dicudades, enecios, vanagens e desvanagens implicadas
na práica de rmar uma soção Agns passos qe podem ajdar

• Descea a ideia sumariamene


• O qe a pesqisa indica como a razão "rea pea qa esse
ipo de ideia é consmida? Qua desejo paricar é sais
feio e como?
• Qais oros ipos de ideias o proposas concorem com ea e
a qe pono?

RUBENS MACHIO
I5I
• Quais são as principais vaagens e desvantagens competiivas
de oss poposa?
• Quis so as vages e desvatages de ossos pricipas o
cos?
• De qe modo é páco da  essa ideia maio persolidade
ompeiiv?

ONDE?

T do lug em q s deseolam os os. Diz espeio  lo


lizações e cos do probema

• Ode es ideia é mis em ei do poo de vis de áes


geogáas: ual o ana? Peqeas dades o meópoes?
• E pode e o eição em ovs áes? Quis seim elas?

COMO?

Q sabe a mai omo s oss oeem o aom.


Fla de ma, de medidas ec

• Há ês fases o ilo de vida de m idia: iodção (p


seação) cosoldaço e evitlizaço Qua delas esamos ata
vssdo?

Onde, quando e quem peecem à iodução do exto O quê


úe s dados q am o dsvovimo da mesagm O
como pee soetdo o clímax da av Reseva-se o por quê
p a olusão
Se em vez de esceve voê peede presea vealmee suas
deis ess pegnas podem espode às ecessidades d pejameno:

• Soe o que vi l?


• Qum seá o se pio?

• Qundo iso é ql é o meho momeo?

• Qua a liguagem adeqada  sação e ao púico visado iso


é omo l?

ESCRITA RATIVA
152
• Onde vai la?
• Se  o aso, inlua uma úlci1a pegunta: quato desejo ga
nha om isso?

Já que eles são mais eazes do que as palavas, aqui vão dois bos
exemplos de desrição. Um deles  empesado da liteata

O   a ér  m V   r v  


l  l m      m  l E 
 l, m   m   l, - m
  la    á Há mã    
 m  l Cr rí 
 G R        
    l    má V
 r lm   lm l  , ma á
 m . V ê ma  , f m
  am  E      mt  r
  l    ár,   m m   
 tu n  é m m m E     
m l   r   l  m [  ]
(Jor e de Lma, Obm poéti

 outo exempo vem da popaganda:

Al Km nn m m rn m  


l N  m   l N  m 
  N  m rq N  é 
   N  Wm F B Al  
q  é i

QUADO?

onsdea o momento em que o o ooe Tabala om a noção


de tempo eeese a orios, datas e opotunidades ligadas à situaão

• Quão equetemente esta ideia  aeita?


• Quano  aeia samos nos edo a tos omo ora do
dia poa do ano  ias oasiões espeas ente outos
• Podem se iados novos momenos paa mpliar a adesão?

RUBENS MACHIO
I53
POR QUÊ?

Qual é a causa dos ros? Pemite alcança uma compeensão do


objeivo básico ou das azõs que povocaam dmiado vno.

Coerência, coesão concsão. Você fala cosa com cosa?


A coeência é um conceio usado com efeênca a algo que é ló
gico  consquen m ação a um anecedne em é cone
maném uma mesma linha com uma posição aneio
aa a inguísica, a coência exua é o esado de um xo em
que os seus componenes auam em conunos soldáios. Isso que di
z que aém das enidades uiáias  das ideias scundáias é possív
encona um signcado globa em oo de um ema pncipal.
aa que algo nha coeêcia, pecisa apesna uma sequência
que dê um sendo geal e lógico ao ecepo de ma que não aa
conadiçõs ou dúvidas sobe o assuno É da coeência ne palavas,
ases e paágas que nasce o senido de um capíulo É da coeência
ene os capíulos que sug a uidade de um livo.
Coeênca ee-s àquilo qu m ógica, ou sa, um conuno
de ideias que m nexo e unimidade Não po acaso um exo bem
esuuado é fio d ês emnos: in odução   desenvolvimeto 
r

coclão. E cona com o auxílo de pposições e onunçõs  po


exmplo "niciamn, "pimiamen, "aém disso, do mesmo
mo do, (bem como  enf11 , (ssa toma  ou sa c  que d'ao o
) (
,, " . »

acabamno coclum o abaho de macnaia, so é dão cosão ao


exo ou sa el ca bem cosuado e anspia uião amonia com
uma associação nima  as pas compoes.
Cocisão po sua ve em oigem no laim ono,  sigica "s
paação e paes, ene divisõs de onidere "coa coa aa
vés coa m pdaços, de  om iesicaivo mais  aedere coa
Um escio concso coa elimia as paes desnecessáias do exo,
expõ as deias em poucas paavas

ESCRITA RATIVA
154
Título e subuo. Convide o eior para enra
As pessoas leem para se inrmar sobr o que há de novo. A rvista
Reader' Digest (Seleções), considrda a pubicação mis lid do mundo,
em três princípios básicos para seus títuos:
• most uma vanagm ao lito;
• torne essa vanagm bem evidnte
• most como é cil obtê-a
O títuo é o tlegram que dcid s o litor lrá o txto. Não
lemos o jorn intiro Nossa decisão sobre o qu r acontc a
parti das manchets. E epae não gosamos qu nos nganm.
Po isso, comc com um tíuo de abetura re e um parágra
em destaque  Lea - que xponham os benecios imdiatos para o
litor, traiam sua atnção por algum motivo. S o ttuo dcd a
entrada no tto o lea é qum o conduz dnitivament paa o seu
intrior Um dos maiors dsaios na escita é como iniciáo. A ta
re do lea é sgar o leitor com uma ideia povocatva prndendo
o a cada págr, crscentndo inrmções pouco  pouco. O
fea pode se cuto ou ter o tamano de um parágra. m nunca
dixa d ado sse aspecto dnitivo a as mais important d um
txto é a pimeira. É le que evanta o probema zndo com qu o
lior diga ogo d cara, "opa, isso m in ss.
O rdator pubictáio Jon Caps ensina que os títuos é que f
zm os núncios ncionrm ar e os mors títuos aplm par
o inteess pssoa dos itos ou hs dão notícias novas Os títuos
longos com ago a dizr são mis cins qu os títuos curtos qu
não dzem nada. E lembra que cada títuo em como pincipal tar
parisr o eito com um promssa em que l possa acditr
S consguir er um ttulo que dga muito e ao mesmo tempo
sj curto  tlegráco não s imprssione você pens stará no cmi-
1ho d peição.
Para obter esse esutado rcorr o uxíio da técnic escrv uma
séri d paavras qu rpesentem vanagns ofercidas pa idia paa a
qu você busca a povação por part do su pbicoavo. Depois tent

RUBENS MACHIO
I55
ransmar essa sequência em ases que reraem o pincipa benefcio.
Uma delas será o íuo do rabalo. As outras poderão ser aproveiadas
como subulos Não é ão dici.
Deixe o texto "de molho por um empo Mais arde, eome-o
para olháo com olhos descansados Enão poderá opa por um dos
tulos ou pea são das duas abordagens que julgou mais neressantes.
Um bom ulo seleciona eiores potencias qualcados e os
conduz ao exto. Po isso ele deve ser rresstvel. Recomendamos que
aprenda com os onaistas o que á leu nese lvro Ao ciar uos eles
procuram responder às pergunas:
O Quem? O Quando?
 O quê  Por quê
 Onde?  Como?
Anal de conas, são essas as indagações que as pessoas querem ver
espondidas na maioia das siuaçes
O melho uo é aquele que, embora matenha uma reação de
dependência com a iusração e o eo consegue er vida própria e
maner o poder de comunicação Como você desea que o leior se mova
na dreção da ideia apresenada embrese de incluir verbos. Aborde o
argumeno de venda do pono de visa da ideia, do usuário dos bene
cios de uso da la que az ou ra da concorência ec

TIPOS DE [ULOS. VOCÊ PODE SCOHR

• Novidade ou notícias: emboa conscienes de que oda no


 vdade, mesmo a licidade amedrona o deseo de saber das
novidades é uma caacesica inerene ao ser humano É como
se po uma espécie de direio adquirdo, a cada dia que ama
nhecesse quiséssemos algo novo sobeudo se esse o novo
nos ra alguma vanagem
• fra o promessa dá um conselho uma sugesão mosa
como ober alguma coisa com melhores resuados, de rma
mas smples por menos dinhero, em menos empo ec

ESCRITA RATIVA
156
• Desafo ou interpelação: esse gênero provoca uma respos
ta metal, muda. Ele contém um emulo apreentado em
frma de perguta, de uma proposção que geralmente não
passa depecebida Mas seja cauteloo Não fça como aquee
publictáro que sugeru a seu cliente uma empsa ara, um
slogan que dzia ago amedrontado como "Acete o desafo de
voar coosco 

POSSIBILIDADES NA CRAÇÃO  UM OM T[ULO


 Agumas palavas têm um poder mágco na mete do letor. Por
tao o títuo erá ma ecaz e começar com uma dela:
O Como O Seu
O o que O Ete
O Qual O Novo
O Você
1 Coloque uma data no títo
2 Comece cotando uma hstóra e contue a narração o texto
3 Tire proveto do sentdo de objetvdade que é prpro do jor
na e escreva o ttuo em esto joalstco
4 Faça com que a mesagem se drija a cada letor dvdua
mente ainda que eteja flando com mJhare dele Partcu
are-a
5 Mostre ao letor o que ee perdeá caso veha a adar a decsão
6 feça infrmação de vao
7 Pense também em dar um conelho Este certamente é um do
camhos mas efcaes para caregar o letor para deto do
texto Afa as pesoas gotam de ouvr bons coeho en
ota ouções para seus problemas
8 em uma gade dea o eitor não paará para a egunda eta
pa a etura do texto
9 Ue uma paavra a chamada e pense a posbidade de m
pim-la em tpo bem grande como se se sar da págna
1 Ue uma chamada em ma de tetemunho

RUBENS MACHIO
I57
Pergunado sobre o momento em que criaa o íulo, Ees He
mngvy disse que não o zia duane o poesso de ição d his
óia O escrio eaoaa uma reação de tíulos depois de erminar
o cono ou o io. Ess lisa segundo ele poda cheg a e é em
deias Então ele começaa a seeção, eliminando alguns e às ees,
odos. Cem ideias! Isso pee muio? Pa alguém ujo níe de 
exgência o leou ao pêmio Nobel de Lieatu isso e pens
nomal. Uma coisa eplica a ou.

SUBTÍTLO. MA QUESTÃO D CONFORTO

Ele é adequdo pa o aso de ideis ompleas Em l gns sos


é mpossel resumi-las ao número imitado de palaras que um tíulo
ompo. Um subuo ud  esaee o senido esen ou
desenoer um promessa descr um deale ec
N opnião de Wumn:

[ ]         


          
  S ê      á qu 
 á
     l       
 .        a  ê
 ê    A     
á   f     
      ê   
 

CONSTRUINDO UM TEXTO. É MAS FÁCL DO QUE PARECE


o taa da cição do ambiene ideal paa a escia espontânea
Jack Keouc di que é omo enr em nse enquno esamos on
esando O escior considera que o ao de esceer é uma mediação
silenciosa. Mesmo que ocê esea  cem po oa

Vê     A doce vi     


          
á      V    " 

ESCRITA RATIVA
158
possíve ter vsões o meo desta louura enéca grara e em
puões. As vsões são obidas somee  meo do slêni e a
mediação" Ê sso

Mara z q ra m r rav rv   a;


ma vla ã v r rrma Qa ara  r va 
x, qa ã  ma va  rvr ara. Nã mra
  mahã à ar  à  rvr x mar ã ara
mar  raah
Um amh ara a rã    r a  aa:

• aã  raraã;
 aã - maã ma  m 
 rmr rah  brainstoming;
 raã  araã
 rvã  raã.

Para m rmaa    m.  maã 


r a aa aa  aah. Eqa rva m a l ma
ta o lm q omorã  ra o róxmo
Sja m r  mra  rr  rór amh a m
da ma aqaa à a rala. Para m  al
vlv ma lã  frrama amh q lam m
 r d rar rvr  tar -   lo   os ceaive. Trman Ca
r x1 ã mava a rvr a  r ma a lara 
q ra  úlm a
Sm rfra mar raa alma a. O? Nm
v  amah . l l ava dad ra r  r
a  q aa ã rrava  r a hóra. Na a
a  raah  ar ã aa  q ra ar m  ra
. D rár a óra r r ara mm' mava.
Para a mara  rr a alavra vm a d am
Da rma l só mam a  q am   r
 q rvm
Cm xã  Hy Jam, a mara  ar ã alha
m ár a r al a  mar a rvr

RUBENS MACHIO
I59
Quando se traa de adotar ma metodologia de trabalho, os roman
iscas peferem partir paa a viagem de expoação om os mais piiti
vos mapas. É o aso de Fançoise Sagan, qe arma preisar omeçar a
eseve para e ideias O poeso é semelhane ao que ooe om o
basileio ernando Sabino e já z hisóia dede Mahado de Ais Em
Htóri sem a, Mahado lemba: "Palava pua palava uma ideia
tra otra, e assim se a m livro, m governo ou ma revoução alns
dizem mesmo que assim é ue a nareza ompôs as suas espéies
Muitos romanistas são omo os hes de expedições ietías.
les onheem seus ompaheiros, sabem qe teióios irão ataves
 sa, mas não sabem ao ero omo será o aminho, qe aventuras irão
enonar nem omo os ompanheios irão eagi quando rem pes
 sionados até o limie. Seque sabem se o ontinene qe esão mapean
do existe no espaço ou somente em sua imaginação

Relacione as informações. Pense em tudo


Tudo pode omeçar de algma oisa que voê viu ouviu o sentiu
em algum momeno Uma lembança alve ou uem sabe a obseva
ção asual de um rosto na mulidão. Pode partir também da obseração
de uma iança uja ação o evou a pensa mais pondamene sobe
determinado ema.
H qem assoie ese geme a ma ísa ma guha qe viabili
 a o inio do eo. Conta-se que Joye Ca teria riado ma história
a parti da visão do rosto enrugado de uma mulhe qe observou nm
baro po alguns minutos. Louura? Não. Apenas o eeríio da libe
dade de ver om olhos direntes e por isso dieniarse da mlidão
ão é por aaso que algém se torna m íone da literatua
ma ve despertados para um o ue nos atingiu de aguma 
ma entramos num procsso d mdtação. Quem o onhee muito bem
e sabe de seus meandos é se sbonsiee
ns hamam esse poesso de período de gesaão enqanto
otos preeem denio omo inubação Esse perodo só tem hoa
para omeçar Pode dua dois dias ou aguns anos. De repente o auor
aorda om a hisória na abeça e a eseve apidamente

ESCRITA RATIVA
to
Uma vz ness eságio de produção, relacione todas as nrmaçõs
qu dvm sr dadas a lit. Faça uma ista d udo qu diz rspt
à ideia principa.
Para qu su trabalho rnda ms, nã s procup cm a ordm
dos tópicos. Eles apenas devem sair de sua cabeça para o papel livre
mnt Sã cmo móvis rirados d caminhã  clcados d manra
provisóra na nva casa durant uma mudança em dia de chuva quan
d udo dv sr fito com rapid  sm qualqur prcupação cm
detahes, qu cam para depis Só assim você terá algo concreo sobre
o qu rabalhar, colcar m ordem dalhar
Senã como visualizr e tesar o mehor ugar para cada móve ou
paavra? m nossa comparação, é sua mene que precisa sr colocada à
vnad para auar quando vir a hora d scrvr

Dê uma ordem de prioridade. Do essencial para o acidenta


Planj a arquttura d txto d manira que as dias  infr
mações posam ser apresentadas em uma ordem lógica e efcaz. Dsse
modo, fcam assgurads  quíbro  a unidad do cnunto.
Sgundo euillet "a ordem é a blza mra das coisas Aproveite
o dseo natura das pssoas d estabelcer uma ordm em su mundo
para mlhr comprndê-l e mdifcá-o Esabeeça uma ordm de
prioridad ntre os ópicos rlacinados. Numr o tópics cmeçan
d pl mais imporan  esta infrmaçã sr ransfrmada no lead
talv mesm no íul do to.

Escreva sem síntese O bom é amigo do ótimo


"O fo de você andar e far signica que fz 99% do qu ps
soas como Beethoven e Shakespare ziam. Quando vcê vê uma
cisa e a descreve com uma fase, stá usand 20 bihõ d céulas
cerebrais de maneira complea diz Marvn Mnsky auor de A cie-
 ae a ente. Em uma ntrvisa à revista The Btt Lin Pernal
Minsky reafrmou que odas as pessoas são criaivas mas algumas não
permim qu as idias novas aform "S vcê dsea sr criativo,

RUBENS MACHIO
IOI
precisa ser capaz de eprimir sua críica pelo menos por um miuto"
diz Wurma. Ele la sobre rasmar-se ieiramente em artista e
deixar de ado o juiz, com seu desejo icotido de julga o que ada
em acabou de ascer
Escev o texo rapidamente. Até oje não se inveou nada melhor
para esa eapa do trabao. Mais do que isso, esceva com o mximo
de velocidade e sem coreções que vião depois na oa de edia de
enm se juiz
A esse propósio Maupassan aconsela: Pona o peto o
braco Não se preocupe com o escio Esceva quaquer cois, mes
mo que seja um ixo, desde que a escia cubra o assuno. Depois você
começa a va Não se peocupe em mudar as paavrs ao mesmo
empo que escreve Po mais que se sina tenado disciplinese a zer
isso somen quando o pimeiro rascunho esive prono
O puo do go, nesa se consise em cir sem sínese escrever
udo o que e vier à cabeça sem a menor peocupação de ober o
melor resudo ogo de iício Bebês que ascem os cinco mess
de gavidez não sobevivem são ideis imoras Aguade aé que
chegue o momeo proposo pea naureza. E ainda assim não espere
que recémsaído do venre maeo ele diga umas palavas a título
de apreseação d s mesmo O mis imporne agoa é deixar as
ideis luírem na rma orgina sem interomperlhes o rimo que
deve ser celeado.
Não impora o que você escreverá no iício  palavras sotas a
se sem seido, udo é lido esse momeo O que coa mesmo é
começar com iberdade e sem amrras de enuma naureza Deixar o
pensameto voa sabedo que o peço da pocrasiação é muito supe
ior ao cuso de fazer enavas.
Sobeudo, não se sita desecorajado po evenuai dicu
dades  agumas são apenas aprentes Além disso elas acotecem
com todos os que um dia esolveam lar no papel
Pense em escritores como Wiliam Sakespeare T. S. Elio ou Ga
briel García Mrquez Nem mesmo ele poderiam criar uma ae imo
al após a ou como uma coreeza

ESCRITA RATIVA
Escreva a primeira paavra, a segunda a erceira e pegue go Faça
sair íscas da ponta ds deds e nã pare nunca. Não caprche na lera
se estive escrevend a mão nem revse enqua escreve, para eviar
que a nerpção enaqueça o lx das deias Aqu, vecdade é or
determinante Corra Um truque vaiosssmo: enquano escreve uma
palavra e anes que isso temine pense na oura nas uras e deixe-as
na pona do ápis Essa é a técnica bemsucedida, uiiada por repór
teres que dispõem po exempo de dois mins para de imprviso
narrar um o sem gaguejar ou rechear cada ase com né? t? e ouas
quinquiarias despezveis
Nossa cabeça só sabe rabaar em alta velcidade Ela é como um
cmpuadr de assima poência, capa de produzr muias ideias em
m mnu. Mas se nssa mão que z o papel de impessra, nã cor
responder a esse dinamismo, perdendo empo cm a are de desenhar
leras em vez de regisrar deias a quaidade do resuad na car
seriamene cmpomeida
Nã será esse o mhor argumeno cnra a idea de escrever
texos em grup? Clao que sim Redação, segund mostou aé ago
ra a experiência ds maiores especiaisas cnsutads é trabah
soliário, indivdua
A idea de abao coivo da maneira como acnece cm
requência, só é defendda po esudanes preguiçosos, que nem se
que êm coagem de enenar ma a de papel ou  própio
medo de acassar Represena uma aiude pica de gene maura e
sem vonade própria  coisa que no combina em nada com escrever
de maneira prssiona
Isso signica a more das possiidades oerecidas pea ciação em
grupo Não Apenas o deseo de eimina o extremo desgaste e o baix
resuado bido nessas expeiências Anal tods sabemos o quanto
eas pderiam ser bem mais rcas qand vvidas adequadamene
Se não queremos ou não podemos descara a produção grupa,
que ea ao menos seja prduiva Não há nenhm misério em udo
isso, mito meos razões paa resisências e proesos Basa dvidi o
temp disponve para a edaçã em três bocos

RUBENS MACHIO
1. Eleição do redator e binstormin com a participação integra
do grupo - nes se, o redaor apenas noa as ideias e o z
na ordem em que elas chegam (eja o que dssemos no em
"Rcone s nrmações)
2 . Trabho indiviual do redor, preimente escolhido.
3 Leu e reoques ns, nomene enolendo odo o gupo.

De cero ponto de isa, o casameno é uma das meáras que


mehor denem como deve ser o trabalho em grupo Ee tmbém é
diido em ês blocos:

1 Noivos, cebrante e convidos atam juntos n igreja e durane


 fesa, se houer
2 . Apenas e tão somente o asal viaja pa a l de me Nenhuma
our pesso, por mis querd que sej, os acompanh, com
um dealhe: ninguém  sene excluído, sobrecarregdo ou
irresponse por sso odos sabem e ldam muito em com
o o de que há o empo de juna e o tempo de separar En
quno isso o que zem ueles que crm? Quu cois
que não sej rplhr a rnquilidade dos recémcasados
3. Tdos se reencontm quando da ol do cas pr mar su
ddes e ou noidades.

O ue  erc hoje nas escos são rablhos de redação em


que pre dos habites da cidade acompnh o csl na nimidade
d ua de mel.
A gerção de deis nciona como uma corree Um idia px
a our ue puxa  oua que puxa  outra e quando menos espermos
o exto está prono Mas é impornte noar que sso aconece num
elocidade ncríel. Se a correne r quebrd, se o processo r ine
ompido um ez udo er de ser rencado
Como na modgem de uma escultur exise um timing  ser
espeido Qundo  inerrupção aconece r do tempo considerdo
ecnicmene correto,  massa c sec, ransrmase em pedra e não
sere ms pa gnhr conoos de um obr de are

ESCRITA RATIVA
164
Partndo desse prncípo, magne um texto construído com e
quete nterupçõe da corrente de dea ora para reler o que  e
crto até aquele mometo ora para ouvir o papte muto bem-te
coado do coega ao ado egudo o qual trabalhar em grupo gca
todo erem tudo ao mesmo tempo.
O txto cará trucado, podedo ugerr a magem de uma es
cadnha ou como acontece na maora da veze va car parecdo
com cosa ehuma com um gotnho acetuado de "ubtrato de
po, d e ad a. 
Mas sabemos que ão é ese o meor resutado. Ate, o texto
devera sugerr um tobogã no qua o letor podera entar-e u to
é sem precsar de um maual de struções para compreender o que
era ldo Melhor ada: ao pear que ra car a letura ele já tera
termado tamanha a uêca do texto.
Uma vez encotrandose oado, corra voe obre o papel ou a
tela Não ça tervaos Isso mpca perda de rtmo. Nuca vote para
reer o que escrevu Iso ca para dpos, na hora da edção
Para aumetar a potênca do motor use a técca sobre a qua já
lamo: equato ecreve a paavra laranja, pene e a próxma paavra
a mas adequada para exprssar seu pensamento era a paavra doce,
 aze, amare ou oura qualquer Só ão permta a nterpção ao r
necmento de eerga
Quato maor a cocentração e a veocdade mehor O papel de
racunho exste para rascuhar rabcar Ele não recama não se n
comoda de carrgar um texto que só você coegue er Dexe a letra
bonta por conta do computador mestre na artes gráca. Ee doma
muto mas o asuto do que todo ó uto.
O traaho de zer etra bonta deve ser reervado ao prosoas
que atuam em empresa especalzadas na confecção de paés pacas
xa etc. Não pratque esa concorrêca abomáve. Gate eu pre
coso tempo em atvdades como pensar, crar ter dea brlhantes e
tranmta da maera ma taetoa poíve.
Asm em os grades escrtore. E ão á por que não apren
der com quem abe er muto bem Ao meno até que dpona

RUBENS MACHIO
IG5
de conhecmentos, habildades e experênca sucentes para pro
var que estão equvocados. Só não é muto ntlgente insst em
permanece na contramão antes de ter ago melor a sugerir para a
comundade lteáa.

Edite. Reveja Reescreva. Reescreva de novo Mais uma vez


Os meoes escitoes sabem que reesceve  a essênca de es
ceve bem. É isso que decde. Gana ou pede o jogo tudo de
pende dessa se do taalo liteáo Nesse caso temos de vence
um problemina na verdade dos: 1. não escreve porque assm
evta-se ncore em mpeeições; 2 bate o p at o na dos tem
pos paa defende a poe ilusão de que nss texto já nasceu pe
eito Vedade  que salvo no plano do sobenatua diclmente
um escto dz logo de caa o que planejava. Somos sees uma
nos Impereitos Chegar à clareza concisão coerênca tdo sso
 o esultado de uma se de emendos. A popósto dsso mutos
acredtam que esctoes possonas não pecisam eescever. Não
 assim que ncona. Quanto mas cudadoso e possona mao
o número de vezes em que um escrtor va mexer no próprio texo
Esceve bem  pocesso desses que terminam somente uma sema
na antes da mssa de stmo dia Não termna nunca Inlizmente
manemos uma dculdade enome de admt que nosso texto pos
sa ter nascdo com mperções
Falando sobre o assunto em  trbalho d eti, Antone Aba
la mostrouse axavo ao embrar que tornase necessário recome
ça. Mas uantas vezes? Tantas quantas consdea que pode zer
melor que a anteror Reundr reze não  sina de mpotênca
Ao contráro  prova de taento Paa Aalat nem odos são capa
zes de perceber o que  precso retoca nem como  necessáo reto
ca Ele acedita que já  escritor quem reconece que pode escrever
melor E oncu: "ó um espíto superor eonece o que le
lta.. Impona o traalo a um auto medíoce e ele não rá longe.
ão somente o bom autor corge porque ee contnua a ver o que
s outros não pecebem.

ESCRITA RATIVA
Depois de esceve o texto, pepae-se paa eescevê-lo. É isso o
que Albalar quis dize.
Enxge e edite o que esceveu A maioia dos ascnhos iniciais
pode se cotada pela meade sem pede nenuma nmação impo
ane o compomete a intenção do auto Po exemplo comece o ta
bao expeimetando descata a pimea ase qem sabe o pimeo
paága  o efeito pode se speendente
Cote esta paava, sbstitua aqea mde a odem d uma as
se  o caso Simpliqe Exugue ao extemo. Faça isso até sei qe
suas ases estão ealmente impas  isso dstnge os escitoes pos
sionais Ees não senem mais a necessdade comum em algns pinci
pianes, de impessiona editoes e leitoes.
Descuba pontos em qe uma palava pode subsit uma ase E
idenie as ases sobecaegadas aquelas que devm cmpi mui
as nções ao memo tempo Cote ases ongas a pai da vígla
substitidoa po um potonal e iiciado ota com o que eso.
Test m paága Relia cada as E tnha a coagem de
pegnase se todas as paavas cmpem alguma nção Caso co
áio cote elmine os excessos. Depos veja se mesmo assim a ideia
cotia inaleada
Faça uma "opação peneno paa descobi se ão exstem
epetições iúteis ago que possa se sbstiuído po paavas mais
es e exíveis
Os adetivos e advébios ão alecem o texto? Coeos Os ve
bos são mais es do que os subsanivos Os vebos a vo ativa pe
íveis aos vebos a voz passiva Palavas e ases cutas são mas áceis
de le e entede do ue as longas Detalhes concetos são pocessados
ieamene com mais cilidade do que as abstações vagas. Não te
a medo de ze cotes sbsttuições
Revis signica se cieioso com elação ao cotedo que vai de
emia a qualdade nal da oba iteáa Isso sem estana se sgi
m estágio adicional qe costuma apaece após a evisão. Tatase do
implso paa ma ova oba necessáia paa discuti mais poda
mee detemiado aspecto do abalo atual

RUBENS MACHIO
Como você verá a partr de agora, alguns escrtoes são mosos
não só pela habldade, mas pea impedade com que cortavam paa
vras e ases.
Joyce ay dz: "Tabahe em cma de odo o seu lvro e corte tudo
o que não pertence ao desenvovmeno emocona, à tetua do sen·
meno E ames hurber conrma a tese: Uma hstóra que eu esava
escrevendo i reescria 15 vees por compleo.
Geoges Smenon cora adjevos advébios e todo po de paava
que segundo ee está á só para er eto da vez que enconta ago
assm em um dos seus romances, é para ser coado. ssa é a caracterís
tca marcante de suas revsões
Para Wuman uma ase cara não é acdenta. Pouqussimas
saem certas na prmera vez ou mesmo na tercea O sgncado é no·
avemente gdo. Sempre me surpreende o o de as pessoas acha
em que os escrores prossonas aceam na primea tenava Ao
contáo, nnguém rescreve mas do ue o verdadeo possonal
B Whte e T hurbe, que eram scrors reescreviam oto ou nove
vezes seus teos
Lembre-se: você está enenando dos adversáros muto po
derosos. Um é a tendênca que quase todas as ases êm de sar só
um pouco erradas. O outro  a ixa de aenção do eior médio que
é mnma.
Portano, não heste em se coocar no ugar dele e perguntese
"stá perfetamente caro? Se num teto que está preparando, uma
ase não z sentido paa você, o mesmo rá ocore com os ue a
eem Se algo agum pedaço de nrmação de que o leor neces
ste está ltando, escrevao Quando se trata de obter careza não
heste em ser chato Afna, ela é um eemento ndispensáve na are
de gerar compreensão.
m seguda, ça como dse que Gore Vda! a termine a pr
mera versão e só depos dsso releia o teto  dee paa reer amanhã
o que esceveu hoje  relea em voz aa, do começo ao m tomando o
eto pea mão e evandoo paa a ente Nada mehor para a saúde de
um teto do que ca algumas horas de molho epousando sencosa

ESCRITA RATIVA
168
mene De volta ao que escreveu, sempre enconrará ago que pode ser
mehorado dio com mais ineresse e vigor.
Bead Maamud gaante ue os escitores que escrevem apenas
um ascunho esão enganndo a si mesmos. Ele acredia que os prmei
ros ascunhos são para sabe sobe o que será o romance ou o cono Já a
revisão é rabahar com esse conhecimeno paa aumenar e desenvover
uma idea; em outras paavas para ermá-a
Maamud z uesão de lembrar que D H Lawence po exem
po fe sete ou oito ascunhos de O arco-íis e acescea que o pimero
rascunho de um ivo é o mais incero E quando você precsa d co
ragem e da capacidade de acear o impereio aé consegui mehora.
A revsão para ee é um dos verdadeios pazeres de escever. "O
omens e as coisas de oje costumam ca mais níidos e verdadeios
na memóra de amanhã" disse Thoreau
John dos Passos ambém a um bocado de revisões Cega a revi
sar alguns capítuos ses see vees Sua expeiênca em mostrado ue
de vez m quando se consegue a cosa cera na primea ve Mais e
quenemen e não A esse propósito Passos embra George Mooe que
reescreveu omances ineiros Um pouco mais adiane voldo a ar
de s mesmo on acrescena que normamene escreve aé o ponto em
que o rabaho comça a pioar em ve de mehora Enão considera
que ese é o momeno de parar e pubicar
Crisopher Ishewood segue o mesmo camino: reescreve bas
ante  escrior arma que não cosuma cismar com uma coisa mas
senar e reescreve o abaho ineiro Tano paa Um homem s6 como
para Encontro à be do ro, escreveu rês rascunhos completos Após
ze anotações em um ascunho senavase e reescrevia desde o iní
cio Achava esse méodo muo meor do que acrescenar remendos
e amputar pedaços É preciso repensar a coisa compeamene di
a om mais equncia do que se imagina um probema dici de
resover em uma ase pode ser solucionado por simples descae No
enanto muos nsisem em emendar e emenda a ase problemáti
ca E isso, com euência condu a uma situação ainda pior Diane
do pono probemáico ça a perguna Eu preciso mesmo disso?

RUBENS MACHIO
169
Em geal, a esposta seá" Não. Remova-o e veja omo o eho ga
nh um nov vid.
Achony Bugess evisa à medida que eve ada pága, não a ada
apíulo o o livro rodo Revs o iv todo o deiaia entediado dela
Enest Hemigway sempe eesea na manhã seguinte o e
ho do d nteio. Qundo bv epaava tudo outa vez Dessa
maneia tinha mas uma hane de oigi e eeseve quando outa
pessoa datilogav A lma opotunidade onteia duante  evi
são das povas. Hemngway destaav o o de que ea bom te antas
hanes diences
E quanas ezes ele eesevia um texto? O esito diz que isso
vaiava de so pa aso. Em Ades às armas, po eempo eeseveu a
última página nta e ove vezes até a sisfeito. Não que houvesse
agum pobema téio eoda Ea penas pa pô as palvas do
eito eco.
Heny Mille também dise que o meo de vezes que evsava
ou modiava um teo soia muitas vaições. Um oisa ea eca: ele
nuna zia qualque oeção ou evisão duate o poesso d esit.
Pmeio esevia algo de quaque jeito apenas paa dispo de mate
ial p abalh Deiv o teto de moho dunte agum tempo  um
mês ou dois e depois que baava  poei etomava o abalho só que
om ouos olhos. A dvetase  vale Cmeçava  tbalha nele om
 mahdinha amou Ele embava que nem sempe e ssim poque
às vezes o teto j sía quase omo ee gostava.
Conui é ão impoante quanto iniia. Potano, dediquese ao
g  nfna/. Invista na esolh d ase fnal. E p te etez de que
nada esapou poue e o seu texo em voz ata. É damena pes
ta ateção à sooidade das palvas. É ndamental pesa aenção à
sonoidade das palvas.

CONCLUSÃO. PRA TERMINAR A CONVERSA


omo voê abou de ve se iativo e eseve bem é uma ques
tão de vonade e dsplna. Esses são os dois ingedienes indispesáveis
pa  plição da téni que apendeu

ESCRITA RATIVA
170
Você só precisa acredtar que é capaz e começar a pratcar. Lem
brando o edador Paulo Frer, "A esprança qe não s z na ação
não é ma espeança espeançosa.
O enontro om o sesso é ago mto pessoal e deve spor o
pleno uso do live-arbítro. Em minhas palestras e cursos costmo
hamar a aenção para o papel do onte no proesso de aprendza
do. Lembo que exste em nossa mente e coração ma fecadra qe
só abe por dentro

Discreta

  
à   
  
 
     
   
(Margaee Schiavinato)

RUBENS MACHIO
I7I
Bibliografia

172
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I73
O autor

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