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Aula 02

Medicina Legal p/ PC-PR (Delegado) -


Pós-Edital

Autor:
Paulo Bilynskyj
Aula 02

10 de Abril de 2020

A Divisão - (Cursos p/ Concursos) - 66 99936 7124


Paulo Bilynskyj
Aula 02

Sumário
1 – Introdução ao Estudo da Antropologia Forense ....................................................................................... 3

1.1 – Classificação de identidade ............................................................................................................... 3

1.2 – Métodos de Identificação ................................................................................................................. 4

1.3 – Fases da Perícia de Identificação ...................................................................................................... 5

2 – Classificação de Identificação .................................................................................................................. 6

2.1 – Identificação Médico-legal, pericial ou antropológica ....................................................................... 6

2.1.1 - Identificação da espécie ........................................................................................................................................ 7


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2.1.2 - Identificação da raça ............................................................................................................................................. 8

2.1.3 - Identificação do sexo .......................................................................................................................................... 17

2.1.4 - Identificação da idade ......................................................................................................................................... 19

2.1.5 - Identificação da estatura ..................................................................................................................................... 22

2.1.6 - Identificação por sinais individuais...................................................................................................................... 25

2.1.7 - Identificação por meio de malformações e sinais profissionais .......................................................................... 25

2.1.8 - Identificação pelos dentes................................................................................................................................... 26

2.1.9 - Identificação por palatoscopia ............................................................................................................................ 26

2.1.10 - Identificação por queiloscopia .......................................................................................................................... 26

2.1.11 - Identificação por superposição de imagens ...................................................................................................... 26

2.1.12 - Identificação por DNA ....................................................................................................................................... 27

2.1.13 - Identificação tipo sanguíneo ............................................................................................................................. 28

3.2 – Identificação Judiciária ou Policial .................................................................................................. 28

3.2.1 - Assinalamento sucinto ........................................................................................................................................ 31

3.2.2 - Fotografia ............................................................................................................................................................ 31

3.2.3 - Retrato falado ...................................................................................................................................................... 31

3.2.4 - Sistema antropométrico de Bertillon .................................................................................................................. 31

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3.2.5 - Fotografia sinalética ............................................................................................................................................ 32

3.2.6 - Sistema dactiloscópico de Vucetich .................................................................................................................... 32

3.3 – O Sistema Vucetich ......................................................................................................................... 37

3.4 – AFIS – AUTOMATIC FINGERPRINT IDENTIFICATION SYSTEM ............................................................ 45

3.5 – Identificação Criminal ..................................................................................................................... 45

3.6 – Reconhecimento ............................................................................................................................. 47

3.7 – Genética Forense ............................................................................................................................ 47

4 – Exames de Locais de Crime.................................................................................................................... 48

4.1 – Local do Crime ................................................................................................................................ 48

Resumo....................................................................................................................................................... 53

Destaque à Legislação e Jurisprudência ...................................................................................................... 55

Considerações finais ................................................................................................................................... 62

Questões comentadas ................................................................................................................................ 63

Lista de Questões........................................................................................................................................ 71

Gabarito ..................................................................................................................................................... 88

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1 – INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANTROPOLOGIA FORENSE


Antropologia Forense é o ramo da Medicina Legal que estuda a identificação e a identidade dos seres
humanos.

Podemos conceituar identidade como sendo o conjunto de elementos que caracterizam uma pessoa,
tornando-a única e, consequentemente distinguindo-a das demais pessoas.

Identificação, por sua vez, é o processo técnico e científico utilizado para se chegar a uma identidade; para
se determinar uma identidade ou não de uma pessoa.

ANTROPOLOGIA

IDENTIDADE IDENTIFICAÇÃO

É o processo técnico e científico


É o conjunto de elementos que utilizado para se chegar a uma
caracterizam uma pessoa.
identidade.

A identidade possui grande importância, seja para efeitos civis, seja para efeitos criminais, já que toda e
qualquer responsabilização somente é possível após a prévia identificação.

1.1 – CLASSIFICAÇÃO DE IDENTIDADE


A identidade pode ser classifica em:

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Subjetiva

Identidade

Objetiva

 Identidade subjetiva: quando diz respeito à consciência, à capacidade do ser humano de


compreender que existe como indivíduo na estrutura da realidade.

 Identidade objetiva: diz respeito às qualidades físicas do indivíduo.

Todo ser Todo ser


Cada ser
humano possuí humano possuí
humano é
características características
único
físicas únicas

A identificação pode ser feita através do corpo vivo ou do cadáver, ainda que em partes e
através de coisas (unha, cabelo, ossos...).

1.2 – MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO


Para ser considerado um bom método de identificação, este deve ter algumas características:

• Unicidade: o elemento identificador deve ser único para cada pessoa. (Critério biológico)
• Imutabilidade: o elemento identificador não sofre a ação do tempo, ou seja, permanece o
mesmo com o passar do tempo. (Critério biológico)

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• Perenidade: o elemento deve estar presente durante toda a vida e até após a morte (até
certo tempo). (Critério biológico)
• Praticabilidade: o elemento deve ser obtido e registrado de forma fácil. (Critério técnico)
• Classificabilidade: o elemento deve ser de fácil classificação permitindo assim, seu
arquivamento o qual permitirá uma busca rápida e fácil do registro. (Critério técnico)

Assim, um bom método de identificação deve atender a essas características.

Esse elemento ficará então registrado e arquivado e, quando necessário será utilizado como padrão de
comparação (ponto de partida). Será colhido o elemento da pessoa que se pretende identificar e então se
fará a comparação entre os dois registros.

1.3 – FASES DA PERÍCIA DE IDENTIFICAÇÃO


Fases da perícia de identificação

Coleta e registro do
Registro do mesmo elemento do Comparação dos
elemento indivíduo que se dois registros
pretende identificar

A identificação se dará quando da comparação, se positivo trata-se da mesma pessoa de quem foi colhido
o elemento quando do primeiro registro. Assim, percebe-se que se não houver um registro anterior do
elemento característico ou se não for possível coletar o mesmo elemento para o confronto, será impossível
a identificação, já que não haverá padrão para o confronto. Daí podemos inferir que:

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TODO MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO É COMPARATIVO.

2 – CLASSIFICAÇÃO DE IDENTIFICAÇÃO
A identificação é classificada em:

Identificação médico-legal,
pericial ou antropológica
Identificação

Identificação judiciária

Identificação criminal

2.1 – IDENTIFICAÇÃO MÉDICO-LEGAL, PERICIAL OU


ANTROPOLÓGICA

É aquela realizada pelos médicos legistas, exige conhecimentos médicos e de ciências biológicas e afins.
Ela, de acordo com Flamínio Favero, divide-se em três partes: física, funcional e psíquica.

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Ident. Médico Legal


...

Física Funcional Psíquica

1. Assim, a identificação física seria aquela que tem como objetivo determinar qual a espécie (se
animal ou humano), raça, o sexo, a idade, a altura, o peso, sinais, cor, etc.

2. A identificação funcional tem seu foco voltado para o modo como o indivíduo se apresenta, com
suas atitudes, assim preocupa-se com dados como a voz, a escrita, a força, a forma de andar, gestos
entre outros.

3. Já a identificação psíquica preocupa-se com a consciência individual, com as manifestações


psíquicas normais e anormais (patológicas), identifica as oligofrenias, psicoses, neuroses, etc.

Dito isso vamos verificar as principais identificações médico-legais.

2.1.1 - Identificação da espécie

Suponha que o perito médico legista esteja diante de pedaços de ossos ou de fragmentos de
corpos que não se tenha certeza se são de ser humano ou de animal. Nesses casos, antes de
qualquer outro exame será necessário identificar a espécie dos restos mortais, se humana ou
animal.

Todos os ossos, tanto humanos como de animais possuem em seu interior canalículos
microscópicos – os canais de Havers. O que difere um osso humano de um osso de animal é a quantidade e
a largura desses canais, assim, nos humanos temos menor quantidade e maior largura dos canais de
Havers.

Se houver sangue nos fragmentos, será submetido a testes para indicar se é humano ou animal e, em
sendo humano serão feitos testes individuais de tipagem sanguínea. (A, B, AB, O, Rh positivo ou negativo,
etc.).

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Figura 1: Exemplo de Canal de Havers

2.1.2 - Identificação da raça

Primeiramente temos que frisar que não existem raças puras, superiores ou inferiores!
Sabemos que se admite como tipos étnicos fundamentais os caucasianos, mongólicos
indianos, negroides e australoides.

Existem alguns elementos que permitem a diferenciação das raças, os principais são: a
forma do crânio; o índice cefálico (relação entre largura e comprimento do crânio), o
ângulo facial, as dimensões da face, o tipo de cabelo e a cor da pele.

1
Imagem obtida em https://www.slideshare.net/leostefaisk/lminas-explicadas

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Figura 2: Diferença entre crânio s

Assim, o tipo caucasiano tem como característica a pele branca, cabelos lisos ou crespos,
castanhos ou louros, íris azul ou castanha e contorno crânio-facial ovoide ou ovoide poligonal
e perfil facial ortognata e ligeiramente prognata.
O tipo mongólico, por outro lado, apresenta pelo amarela, cabelos lisos, face achatada,
arcada superciliar pouco saliente, pálpebras amendoadas, nariz curto e largo e maxilares
pequenos.
Já o tipo negroide apresenta como características a pele negra, cabelos crespos, perfil facial
prognata, íris castanha, nariz pequeno de perfil côncavo e narinas curtas e afastadas.
Com relação ao tipo indiano podemos dizer que se caracteriza por pele amarela trigueira,
tendente para o avermelhado, alta estatura, cabelos lisos e pretos, íris castanha, ausência de
barba e bigode, orelhas pequenas e nariz saliente, longo e estreito.
Por fim o tipo australoide pode ser caracterizado como sendo de estatura alta, pele trigueira,
cabelos pretos, ondulados e longos, nariz curto com narinas afastadas.

Para a caracterização da raça são levados em conta os seguintes exames:

a) Formato do crânio. Avaliam-se os contornos vertical, anterior, posterior e laterais, que


formarão figuras geométricas correspondentes a cada tipo;

2
Imagem obtida em http://seguindopassoshistoria.blogspot.com/2015/07/o-racismo-cientifico-da-
teoria-pratica.html

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b) Índices cefálicos. Se subdividem em: (i) índice cefálico horizontal – obtido por meio da relação
entre a largura e o comprimento do crânio, fixa-se na puberdade e é menos homogêneo na
mulher; (ii) índice cefálico vertical; (iii) índice cefálico transverso ou vertical posterior – obtido
pela média do índice cefálico horizontal e vertical; e (iv) índice nasal – obtido por meio da
relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura násio-espinhal.

c) Capacidade do crânio. Dada pela quantidade de chumbo necessária para encher a cavidade
craniana após tapado seus orifícios. A quantidade de chumbo (quantitas plumbem) obtida é
posta em frasco graduado em centímetros cúbicos, determinando-se, o seu volume em
capacidade. A capacidade do crânio é maior no sexo masculino. E de forma decrescente é maior
em indivíduos da raça branca, amarela, vermelha e negra.

d) Ângulo facial. Determina o prognatismo (proeminência dos maxilares); quanto mais agudo for o
ângulo facial maior o prognatismo, na raça branca esse ângulo é máximo e na raça negra é
mínimo.

É possível aferir as medidas por meio dos goniômetros (o de Broca, p. ex).

Existem diversos critérios para aferi-lo; para Jacquart,

O ângulo é obtido por uma linha vertical que passa pela fronte e pela espinha nasal anterior — linha
facial — e por uma outra que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha biauricular — linha
aurículo-espinal;

Já de acordo com Cloquet:

Essas duas linhas se encontram no rebordo alveolar;

Curvier, por sua vez utiliza a intersecção dessas duas linhas na margem cortante dos incisivos;

O método de Rivet, por outro lado, consiste em se traçar um triângulo facial por intermédio
das linhas facial e aurículo-espinal como foram descritas no método de Jacquart, e uma outra
linha tangente ao mento e aos incisivos mediais inferiores. A partir do comprimento dos três
lados do triângulo obtido, calcula-se os seus ângulos por meio de tábuas logarítmicas.

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Figura 3: Ângulos faciais

Com base nas medidas do ângulo facial (método de Camper o qual compreende um plano aurículo-
orbitário que passa pelos bordos inferiores das órbitas e pelas bordas superiores dos orifícios do
conduto auditivo e por uma reta que, partindo do ponto de inserção dos incisivos, passa pelo
começo do nariz), classificamos em:

I. Ortognatas: ângulo com mais de 85º;


II. Mesognatas: ângulo com mais de 80º a 85º;
III. Prognatas: ângulo com menos de 80º.

As partes moles (os lábios, p. ex) impedem a determinação do prognatismo no vivo e no cadáver recente.

a. Dimensões da face. É obtida por meio da relação entre a largura e a altura da face (Largura máxima
X 100 – altura násio -alveolar / altura máxima da face – diâmetro bizigomático máximo). A partir das
dimensões da face classificam-se em braquifacial, mesofacial, dolicofacial, conforme seja o índice
facial superior encontrado. Levando em consideração os diâmetros bizigomático e násio-alveolar, os
amarelos têm a face mais larga, seguidos pelos negros e, depois, pelos brancos, (mais estreitas).

b. Envergadura. É um sinal étnico. As pessoas da raça negra em regra têm os membros superiores
mais longos em relação aos inferiores.

Índice R. Negra R. Branca


Tibiofemoral sup. a 83 inf. a 83
Radioumeral sup. a 80 inf. a 75

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c. Cabelos. É um sinal étnico. É possível identificar através de exame de DNA se trata-se de animal ou
ser humano, a raça; o sexo, a idade, a região de onde saíram, se foram arrancados, se caíram, se
foram cortados.

Aqui no Brasil não temos um tipo racial definido em razão da grande miscigenação. Assim, temos branco,
negro, índio, mulato (branco + negro), mameluco (branco + índio) e os cafuzos (negro + índio).

Importante dedicarmos um tempinho ao estudo dos pontos anatômicos cranimétricos utilizados na


determinação dos índices cefálicos. Conforme ensinam L. Testut e A. Latarjet, Anatomia humana, Salvat
Ed., 1954, p.284 e s, citados por Dalton Croce em seu Manual de Medicina Legal temos os seguintes pontos
anatômicos craniométricos:

Gnation: que se localiza entre os forames mentonianos bilaterais, na parte mais anterior
e inferior do mento ósseo;
Próstion ou ponto alveolar: que se localizam no rebordo alveolar dos dentes incisivos
centrais superiores;
Násion ou ponto nasal: que se localiza no centro da articulação nasofrontal;
Ponto subnasal ou espinal: que se localiza no centro virtual da espinha nasal anterior;
Glabela: é aquela protuberância frontal entre as cristas superciliares;
Bregma: é o ponto de convergência das suturas sagital, metópica e coronária;
Obelion: localiza-se na altura dos buracos parietais;
Lambda: é o ponto de junção da sutura lambdoide com a sagital;
Ínion: localizado na base da protuberância occipital externa;
Metalambda: localizado no centro mais posterior do crânio;
Opístion: situado na margem posterior do forame occipital;
Básion: localizado no ponto médio da borda anterior do buraco occipital.

Os pontos anatômicos laterais que merecem destaque são:

a. Gonion: localizado no lado externo do ângulo mandibular;


b. Dacrion: o ponto de encontro das suturas vertical lacrimomaxilar e nasofrontal.

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Figura 4: pontos craniométricos.3

Por ser bastante cobrado em provas, vamos aprofundar os estudos dos índices cefálicos. Assim, temos:

- Índice cefálico horizontal — Obtido pela relação entre a largura e o comprimento do crânio.
Esse índice como já dissemos fixa-se durante a puberdade e é mais homogêneo no homem do
que na mulher. De acordo com Retzius, temos a seguinte fórmula:

ICH =Largura máxima X100

---------------------------

Comprimento máximo

Onde o comprimento máximo é composto pela longitude glabelo-metalambda.

3
extraída de: http://estudos-na-web.blogspot.com/2017/07/anatomia-cranio.html

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Com base no índice cefálico horizontal denominamos os crânios como sendo:

a. dolicocéfalos: em que o ICH é igual ou inferior a 75;


b. subdolicocéfalos: em que o ICH vai de 75,01 a 77,77;
c. mesaticéfalos: em que o ICH vai de 77,78 a 80;
d. sub-braquicéfalos: em que o ICH vai de 80,01 a 82,33;
e. braquicéfalos: em que o ICH é de 82,34 ou maior.

- Índice vertical (perfil) — Obtido pela fórmula:

IV.Pe = Altura basiobregma x 100

------------------------------------

Longitude glabelo-metalambda

Com base no índice vertical denomina-se o crânio como:

a. Hipsicéfalos (crânios altos): o índice é maior do que 75;


b. Mesocéfalos (crânios médios): o índice varia entre 75 e 69;
c. Platicéfalos (crânios baixos): o índice é menor que 69.

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Figura 5:índice vertical (perfil)

Índice transverso ou vertical posterior — Obtido pela média do índice cefálico horizontal e índice vertical
(perfil).

IV.Po = Altura basiobregmática X 100

-----------------------------------

Diâmetro transverso máximo

De acordo com esse índice os crânios se dividem em:

a. tapinocéfalos: o índice é de até 91,99;


b. metriocéfalos: o índice varia de 91,99 a 97,99;
c. estenocéfalos: o índice é de 98 ou mais.

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Figura 6: Índice transverso

- Índice nasal — Obtido por meio da relação centesimal entre a largura máxima das fossas nasais e a altura
násio-espinal.

IN = Largura máxima nasal X 100

---------------------------------

Altura násio-espinal

De acordo com esse índice classifica-se em:

a. Nariz platirrino: característico de negros africanos e da Oceania;


b. Nariz mesorrino: característico de amarelos;
c. Nariz leptorrino: característico dos brancos.

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Figura 7: Índice nasal

Importante destacar que a classificação em branco, pardo ou negro não é designação


etnográfica, é sim uma classificação baseada na tonalidade da pele segundo a concentração de
melanina.

2.1.3 - Identificação do sexo

Existem diversas formas de identificação do sexo. Obviamente o sexo na pessoa viva e no cadáver recente
e sem mutilações do aparelho reprodutor e dos caracteres sexuais é muito fácil. Porém existem algumas
situações em que não será tão simples a identificação, abaixo elencamos algumas dessas situações:

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 Putrefação avançada, se a putrefação houver destruído os genitais externos ainda é possível


identificar através dos ovários presentes nas mulheres ou da próstata presente nos homens.
 Obs.: É possível encontrar o útero preservado em corpos carbonizados;
 Intersexuais (anomalias que dificultam a determinação do sexo);
 Hermafroditismo (pseudo) o indivíduo possui gônada de um sexo e características físicas do
outro, assim o pseudo-hermafroditismo masculino apresenta testículos, mas a continuação e
aspectos genitais externos se assemelham ao do sexo feminino. O pseudo-hermafroditismo
feminino se caracteriza por possuir ovários, mas a genitália externa tem aparência masculina.
O sexo real do indivíduo é atestado através de exame cuidadoso conforme o caso, através de
cirurgias, bem como pelo estudo da cromatina sexual.
 Ossada (quando visto o esqueleto, em conjunto, é possível conseguir dados que auxiliam na
identificação). Nas pessoas do sexo masculino os ossos do crânio são mais espessos quando
comparados aos das pessoas do sexo feminino, as quais possuem ossos mais delicados, os
malares são mais salientes nos homens, o tórax tem formato cônico, com a parte superior
mais larga, enquanto nas mulheres o tórax é ovoide, na bacia as dimensões verticais
predominam, já nas mulheres a bacia tem maior diâmetro transversal, nos homens o sacro é
mais alto, já nas mulheres é mais baixo;
 Sexo genético ou cromossomial: faz-se a análise dos cromossomos, por meio dos
corpúsculos de Borr e pelo corpúsculo fluorescente;
 Sexo gonadal: identificado pela presença de testículos e ovários.

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Figura 8: Figura 09: Diferenças na pelve masculina e feminia

Tanto o crânio como o tórax trazem elementos que permitem se presumir qual o sexo do indivíduo. O
crânio da pessoa do sexo feminino tem a fronte mais verticalizada, a articulação frontonasal curva,
saliências ósseas e as apófises mastoides e estiloides menos desenvolvidas quando comparadas ao crânio
do indivíduo do sexo masculino. Em regra a capacidade do crânio feminino corresponde a nove décimos da
capacidade do masculino.

Em indivíduos do sexo feminino, a capacidade torácica é menor e as apófises transversas das vértebras
dorsais mostram-se mais dirigidas para trás.

Obs.: É possível que o útero se mantenha preservado em caso de incêndio e em caso


de putrefação avançada.

Devemos ter em mente, no entanto, que embora crânio e tórax permitam identificar o sexo; é a bacia que
nos fornece as características diferenciais mais importantes.

Curiosidade: A inclinação da sínfise vertical é menos pronunciada no sexo feminino. As dimensões verticais
da bacia masculina ultrapassam as da bacia feminina.

2.1.4 - Identificação da idade

A vida humana tem as seguintes fases etárias, de acordo com Croce:

 Vida intrauterina (embrião até o 3º mês, feto até o parto);


 Infante nascido (nascido que não recebeu cuidados higiênicos);
 Recém-nascido (nascido que recebeu cuidados higiênicos);

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 1ª Infância (até os 07 anos de idade);


 2ª Infância (dos 08 aos 11 anos de idade);
 Adolescência (dos 12 aos 18 anos de idade);
 Mocidade (dos 19 aos 21 anos de idade);
 Idade adulta (dos 22 aos 60 anos de idade);
 Velhice (dos 61 aos 80 anos de idade);
 Senilidade (após os 80 anos de idade).

Tem forma específica para o feto e a partir do nascimento. No feto, verifica-se o aspecto morfológico e a
estatura. Assim, temos:

 Do primeiro ao terceiro mês de vida intrauterina: crescimento de 0,6 cm/mês;


 A partir do quarto mês: crescimento de 5,5 cm/mês.

A partir do nascimento, serão utilizados os seguintes parâmetros:

 Aparência: somente é útil para identificar como bebê, jovem e idoso, já que nas transições de faixas
etárias haverá dificuldades em razão da mudança que se dará ano a ano;
 Pele: rugas que geralmente aparecem entre 25 e 30 anos.
 Pelos pubianos: em pessoas do sexo feminino surgem por volta dos 12 a 13 anos e os axilares aos
15 a 16 anos. Nas pessoas do sexo masculino surgem entre os 13 e 15 anos.
 Globo ocular: presença do arco senil (faixa acinzentada ao redor da íris) com incidência comum em
pessoas acima de 80 (oitenta) anos, mas pode aparecer em poucos casos em pessoas na faixa dos
40 (quarenta anos).
 Dentes: verifica-se se se trata de 1ª ou 2ª dentição.
 Radiografia dos ossos: através da ossificação das cartilagens de crescimento. Geralmente utiliza-se
a radiografia do punho.
 Crânio: sistema de suturas do palato duro.

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Existem algumas fórmulas para cálculo da idade que vocês devem conhecer:

Fórmula de Balthazard-Dervieux: fórmula para cálculo da idade fetal em dias pela


estatura, que é calculada pelos comprimentos das diáfises do fêmur, tíbia e úmero. (I =
Ex5,6; E=5,6Cf + 8; E=6,5Ct + 8; E=6,5Cu + 8).
Tabela de Ernestino Lopes: tabela que estima a idade tendo como base as alterações do
ângulo mandibular.
Tabela de Ema de Azevedo: tabela utilizada para determinação da idade de 0 a 14 anos,
fazendo-se uma correlação entre peso, idade e sexo.

E qual a importância da determinação da idade?

A idade tem desdobramentos na esfera cível e criminal. E o que fazer se não há Certidão de Nascimento?

No indivíduo vivo e no cadáver preservado e íntegro é possível a partir do exterior se chegar a uma idade
aproximada. Não é difícil diferenciar uma criança, de um adulto e de um idoso. O problema está no período
de transição entre as fases etárias da vida humana, já que a aparência não se modifica da noite para o dia e
sim aos poucos.

A idade tem desdobramentos na esfera cível e criminal. E o que fazer se não há Certidão de Nascimento?

No indivíduo vivo e no cadáver preservado e íntegro é possível a partir do exterior se chegar a uma idade
aproximada. Não é difícil diferenciar uma criança, de um adulto e de um idoso. O problema está no período
de transição entre as fases etárias da vida humana, já que a aparência não se modifica da noite para o dia e
sim aos poucos.

O arco senil, semitranslúcido, composto de colesterol, triglicérides e fosfolípides, mais constantes nos
diabéticos, hipertensos e desnutridos, que se manifesta por uma faixa acinzentada circular na periferia da
íris, pode ou não aparecer acima dos 45 anos (20%), mas está presente em 100% dos octogenários. Esse
arco tem maior frequência na raça negra, no sexo masculino e nos brasileiros.

Esse arco é de difícil constatação no cadáver se não houver acesso aos recursos de coloração específica.
Caso esteja presente estará mais acentuado no cadáver do que na pessoa viva, isoladamente não é
suficiente para determinação da idade mas ao lado de outros meios de prova tem valor para a
determinação da idade.

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Também pode ser levado em conta para determinar a idade a diminuição da acuidade visual pela
presbiopia a partir dos 40 anos e a opacificação dos cristalinos (possuem valor relativo e devem ser levados
em conta com os demais meios de prova).

A partir dos 50 anos (cinquenta anos) é possível notar uma diminuição na audição.

No cadáver é possível se identificar a idade a partir do desenvolvimento e das lesões dos órgãos; assim, por
exemplo, é característica da senilidade a diminuição do peso dos órgãos e o aumento da próstata nos
homens.

Curiosidade: As moleiras (seis fontanelas no crânio infantil) desaparecem entre 1


ano e 1 ano e meio em razão da interpenetração dos ossos, dando lugar às suturas.

Como já dissemos anteriormente a radiologia do sistema ósseo (punho, cotovelo, úmero, fêmur, joelho,
bacia, crânio) tem grande importância na determinação da idade.

2.1.5 - Identificação da estatura

Estatura corresponde à altura total do indivíduo!

Isso significa que a estatura varia em razão da raça, sexo, idade, desenvolvimento, hormônios etc. Em geral
as mulheres possuem menor estatura quando comparadas aos homens.

A estatura é medida na pessoa viva, de pé, já no cadáver e nas crianças as medidas são tomadas em
decúbito dorsal por dois planos verticais que passam pelo vértice e pela planta dos pés.

Obs.: No cadáver, deve-se subtrair 16mm da medida total, correspondente ao


achatamento natural dos discos intervertebrais sobre as cartilagens intra-articulares, e,
no esqueleto em posição normal, deve-se aumentar, nessa medida total, 6cm
correspondentes às partes moles destruídas.

Existem tabelas próprias para comparação de ossos longos, então mesmo que não se tenha todo o
esqueleto ainda assim é possível identificar a estatura.

Assim, é possível determinar a altura aproximada do indivíduo multiplicando-se o comprimento de um dos


ossos longos pelos seguintes números:

TÁBUA Fêmur Tíbia Perônio Úmero Rádio Cúbito


OSTEOMÉTRICA
DE BROCA

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Homens 3,66 4,53 4,58 5,06 6,86 6,41


Mulheres 3,71 4,61 4,66 5,22 7,16 6,66

Outra tabela muito usada é a tabela de Étienne-Rollet que indica o comprimento dos ossos conforme as
estaturas.

Membro Inferior Membro Superior


Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna
HOMENS

1,52m 415mm 334mm 330mm 298mm 223mm 233mm


1,54m 421mm 338mm 333mm 302mm 226m 237mm
1,56m 426mm 343mm 338mm 307mm 228mm 240mm
1,58m 431mm 348mm 343mm 311mm 231mm 244mm

1,60m 437mm 352mm 348mm 315mm 234mm 248mm


1,62m 442mm 357mm 352mm 319mm 236mm 252mm
1,64m 448mm 361mm 357mm 324mm 239mm 255mm
1,66m 453mm 366mm 362mm 328mm 242mm 259mm
1,68m 458mm 369mm 366mm 331mm 244mm 261mm
1,70m 462mm 373mm 369mm 335mm 246mm 264mm
1,72m 467mm 376mm 373mm 338mm 249mm 266mm
1,74m 472mm 380mm 377mm 342mm 251mm 269mm

1,76m 477mm 383mm 380mm 346mm 253mm 271mm


1,78m 481mm 386mm 384mm 348mm 255mm 273mm
1,80m 486mm 390mm 388mm 352mm 258mm 278mm

Membro Inferior Membro Superior


Estatura Fêmur Tíbia Fíbula Úmero Rádio Ulna
MULHERES
1,40m 373mm 299mm 294mm 271mm 200mm 214mm

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1,42m 379mm 304mm 299mm 275mm 202mm 217mm


1,44m 385mm 309mm 305mm 278mm 204mm 219mm
1,46m 391mm 314mm 310mm 281mm 206mm 221mm

1,48m 397mm 319mm 315mm 285mm 208mm 224mm


1,50m 403mm 324mm 320mm 288mm 211mm 226mm
1,52m 409mm 329mm 325mm 292mm 213mm 229mm
1,54m 415mm 334mm 330mm 295mm 215mm 231mm
1,56m 420mm 338mm 334mm 299mm 217mm 234mm
1,58m 424mm 343mm 339mm 303mm 219mm 236mm
1,60m 429mm 347mm 343mm 307mm 222mm 239mm
1,62m 434mm 352mm 346mm 311mm 224mm 242mm

1,64m 439mm 356mm 352mm 315mm 226mm 244mm


1,66m 444mm 360mm 356mm 319mm 228mm 247mm
1,68m 448mm 365mm 360mm 323mm 230mm 250mm

Tábua de Manouvier é aquela que estabelece uma relação entre os ossos longos e a estatura do indivíduo.

Há autores que entendem possível a determinação da estatura através dos dentes. Nesse caso as medições
são feitas em milímetros, dos dentes incisivos medial e distal e canino, por suas faces externa e interna. A
tomada de medida externa aplica-se à determinação da altura máxima do examinando e a interna à sua
altura mínima (assim temos: altura máxima = a x 6 (em mm) x Pi/2 (em cm) e altura mínima = a x 6 (em
mm) x Pi/2 (em cm)). Então somam-se os resultados e divide-se por dois.

Em 1985, o Instituto Médico Legal de São Paulo, em perícia de determinação de


identidade procedida em cadáver identificaram a ossada como sendo do criminoso de
guerra Joseph Mengele, conhecido como o “anjo da morte”, carrasco que atuava nos

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campos nazistas e promoveu centenas de experiências no judeus, em especial em


gêmeos.

2.1.6 - Identificação por sinais individuais

São sinais que diferenciam a pessoa, como manchas, verrugas, cicatrizes.

Vale dispensar especial atenção às cicatrizes. Elas se dividem em:

 Traumáticas: aquelas que aparecem em razão de ferimento causado por instrumentos


mecânicos, queimaduras ou lesões;
 Patológicas: aquelas que aparecem em razão de vacinas ou doenças ou acne;
 Cirúrgicas: aquelas que aparecem em razão de cirurgias.

As cicatrizes inicialmente aparentam coloração vermelha ou rósea e, quando antigas, são esbranquiçadas.

É possível que as cicatrizes em razão do crescimento do indivíduo, mudem de localização, forma,


dimensões, etc.

 Sinal do “Ferrete”: Consiste em uma marca de ferro ao rubro (ferrete), usado no passado para
marcar criminosos ou escravos fugitivos (como é feito com o gado). O sinal mais conhecido é a
chamada “flor de liz”.

Obs.: A tatuagem também é empregada na identificação, mas não é critério


médico-legal e em razão disso não é considerada antropológica. A tatuagem teve
origem na polinésia e o significado da palavra tatuagem é desenho. Acredita-se
que no início era utilizada como forma de se distinguir o clã, a casta ou a
profissão. Através da perícia é possível identificar eventual desenho coberto por
outra tatuagem, também, mesmo nos casos em que se realiza a “retirada” da
tatuagem é possível à perícia identificar que no local havia uma tatuagem.

2.1.7 - Identificação por meio de malformações e sinais profissionais

Malformações são aqueles “defeitos” congênitos e os calos formados em razão de fratura antiga, dedos
supranumerários, pé torto, falta de um membro, lábio leporino dentre outras.

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Algumas profissões deixam marcas, estigmas; como as marcas nas mãos de sapateiros e alfaiates,
calígrafos, pintores entre outras profissões.

Orla de Burton é uma linha azulada, na gengiva daqueles que trabalham com
chumbo. Para quem trabalha com cobre a linha é de coloração verde-azulada ou
verde-amarelada.

2.1.8 - Identificação pelos dentes

É possível desde que haja uma ficha dentária prévia para se fazer a comparação. Muito comum a
utilização em situações de corpos carbonizados.

2.1.9 - Identificação por palatoscopia

Identificação através do céu da boca (pregas palatinas), é necessário que haja um registro prévio.

2.1.10 - Identificação por queiloscopia

Essa identificação é feita por meio da comparação dos sulcos dos lábios com impressões deixadas em
pontas de cigarro, guardanapos, copos etc.

2.1.11 - Identificação por superposição de imagens

Pode ser feita por meio de imagens fotográficas, ou imagens fotográficas e oriundas de radiografia ou
ainda analisando a altura da implantação das orelhas.

Prosopografia significa descrição da face e é o processo de identificação feito a


partir da superposição de fotografias do indivíduo, tiradas quando ainda vivo, sobre
foto do crânio. Faz-se então a correspondência dos pontos ósseos e das partes
moles da face, principalmente no rosto, nas órbitas e supercílios, no nariz.
Modernamente usa-se o computador e o resultado tem sido muito semelhante.

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2.1.12 - Identificação por DNA

O DNA está presente em todos os nossos tecidos. Como dissemos acima, em se tratando de célula
nucleada é possível realizar a análise do DNA.

As características provenientes do DNA são únicas em cada indivíduo, salvo com relação aos gêmeos
univitelinos, pois estes se originam de um único óvulo e de um único espermatozoide. Porém a
probabilidade de duas pessoas possuírem o mesmo DNA é de uma em trilhões.

No núcleo de cada célula existem 23 pares de cromossomos (46 cromossomas) que carregam nossas
informações genéticas (DNA).

Os óvulos e espermatozoides carregam apenas 23 cromossomos; e ao fundirem-se formam o zigoto que


carregará 46 cromossomos, 23 do pai e 23 da mãe.

Obs.: Glóbulos vermelhos não possuem núcleo.

Idiograma é o exame dos cromossomos de uma célula.

O DNA é muito resistente, porém em situações de carbonizados (alta temperatura) e corpos imersos
durante muito tempo em água salgada (variação do PH) a identificação por DNA é quase impossível. Por
outro lado o DNA em razão da sua resistência pode ser arquivado por longos períodos e ainda sim pode ser
usado para identificação.

Curiosidade: A pessoa que possuí 03 cromossomos no par 21 é portador de síndrome de down


ou mongolismo.

Uma grande vantagem da identificação via DNA em relação aos outros métodos é que o padrão de
confronto, o elemento que será usado para comparação, pode ser colhido do próprio indivíduo e de seus
familiares.

Vale lembrar que ninguém será obrigado a fornecer material genético.

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Então podemos dizer que o DNA nuclear (herdado do pai e da mãe) só pode ser analisado nas células que
têm núcleo; permite a identificação, caso não haja material da própria pessoa, por meio de parentes
próximos (pais e filhos).

Curiosidade: A técnica PCR é utilizada em casos de identificação de DNA em


que se tenha pequenos fragmentos. Quando existe bastante material a
análise se dá no comprimento dos segmentos do DNA e na sequência de
seus elementos.

Antes de encerrarmos a questão de identificação por meio do DNA, temos que lembrar que existe o
chamado DNA mitocondrial, proveniente somente da mãe, o qual também permite a identificação, mas
nesse caso, ausente o material da própria pessoa, para identificação será necessário material de parentes
da linha materna.

Hoje acredita-se que a probabilidade de acertos do exame de DNA é de 99,99%, mas como não existe uma
padronização nos laboratórios esse índice pode não ser nesse patamar, mas ainda assim é uma das formas
mais seguras de identificação.

2.1.13 - Identificação tipo sanguíneo

São imutáveis, assim tem grande valia para exclusão da identidade.

3.2 – IDENTIFICAÇÃO JUDICIÁRIA OU POLICIAL


É aquela realizada com base em documentos, anotações e depoimentos, sem realização de perícia
médico-legal. Visa tanto à identificação civil comum como a identificação de criminosos.

Na antiguidade eram utilizadas medidas rigorosas e cruéis para identificar os criminosos, tais como
símbolos, letras, flor de lis, marcas no corpo feitas com ferro incandescente, mutilações das orelhas, nariz e
língua, extração de dentes etc.

O inglês Benjamin Bentham, já no período contemporâneo, sugeriu nova forma de identificação, menos
cruel, empregando-se a tatuagem (sistema dermográfico de Bentham) para identificação de criminosos e
de todas as pessoas.

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Obs.: Icard sugeriu a injeção de parafina em regiões do corpo, gerando-se assim uma saliência
perceptível, que revelaria que a pessoa era ou não criminosa, no entanto, esse processo nunca
foi acolhido na prática.

Assim, dizemos que a identificação policial se divide em 02 (dois) momentos:

1º Momento = técnica de identificação policial

 FERRETE

Marca com ferro em brasa nos:

 Criminosos (letras e símbolos identificando o crime cometido)


 Escravos
 Animais

 MUTILIAÇÃO

Dos órgãos correspondentes ao crime:

 Mãos.
 Língua
 Narinas

 TATUAGEM
 Tribos indígenas (Nova Zelândia, Japão, Nigéria)
 Nazistas (Waffen SS - Tipo sanguíneo)
 Judeus no campo de concentração

Alphonse Bertillon

1879 - Integrante da polícia francesa, descontente com as técnicas de identificação policial existentes,
inventou o “método bertillon” utilizando antropometria (Antropo = homem, metria = medida).

Problemas:

 Equipamentos utilizados na medição = não havia consistência


 Envelhecimento = modificações corpóreas alteram as medições.

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1903 = Caso Will West = inocente mesma identificação antropomórfica Willian West = condenado

Leavenworth Kansas = o caso somente foi esclarecido por utilização de comparação de impressões digitais.

2º Momento da história da identificação policial - judicial

As curiosas marcas das pontas dos dedos.

Desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície. Ocorre pelo depósito de suor e
gordura em um objeto.

 1880 - Henry Faulds

Publicou na revista NATURE um artigo científico expondo o potencial das impressões digitais como método
de identificação. Faulds descobriu que um litro de álcool puro sumiu do laboratório e com as impressões
digitais do frasco identificou o autor do furto como um assistente de laboratório.

 1891 - Juan Vucetich

Classificação das impressões digitais. Sistema que poderia ser utilizado para identificar criminosos.

 1892 - Classificação de Vucetich

Utilizado para esclarecer um caso em que uma mulher (Francisca Rojas) matou seus 2 filhos e depois
cortou a própria garganta para simular a participação de um terceiro. A coleta e comparação de impressões
digitais possibilitou a solução do caso.

Implementação do sistema de identificação por individuais datiloscópicas:

 Reino Unido: Scotland Yard = 1901


 Estados Unidos = FBI = 1924
 Brasil = 1903 = Decreto 4764-1903

Identificação Criminal oposto de Identificação Civil.

 Lei 12.037-09
 Art. 5º, inc. LVII

Hoje não cabe mais aceitar métodos de identificação que segreguem ou mutilem os seres humanos, pois
há que se respeitar a dignidade da pessoa humana.

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3.2.1 - Assinalamento sucinto

Feita através das características do indivíduo como a estatura, cor da pele, dos olhos, do cabelo, a idade;
etc. A crítica a esse sistema é o uso de expressões imprecisas e subjetivas, como velho, moço, gordo,
magro, alto, baixo.

3.2.2 - Fotografia

Identifica-se geralmente por meio das fotografias utilizadas nos documentos.

A fotografia passou a ter mais importância e começou a ser utilizada como meio subsidiário de
identificação no ano de 1882, em razão do método antropométrico de Bertillon, o qual conferiu à
identidade judiciária um base científica e estável.

3.2.3 - Retrato falado

Obtido a partir de informações prestadas pelas testemunhas, vítimas ou outra pessoa interessada, as
quais descrevem de forma minuciosa as características da pessoa a ser identificada, especialmente,
altura, compleição física, cor dos olhos, formato e cor de cabelo, presença ou não de barba ou bigode,
presença de rugas.

Com a descrição rigorosa do indivíduo é possível ao perito traçar o retrato


falado, hoje utiliza-se modernos programas de computador.

Obs.: O retrato falado não é meio de prova; mas é um importante método que auxilia as investigações
policiais.

3.2.4 - Sistema antropométrico de Bertillon

Esse sistema, também chamado de bertillonagem, é a base dos processos de


identificação civil e criminal. Baseia-se na imutabilidade do esqueleto após os 20
(vinte) anos e faz uso de onze medidas e a elas associam-se caracteres
complementares. Assim não se aplica aos menores de 20 (vinte) anos, já que neles a
ossatura ainda está em desenvolvimento.

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A antropometria leva em consideração as medidas dos diâmetros longitudinal e transversal do crânio, o


diâmetro bizigomático, o tamanho dos dedos médio e mínimo, o tamanho do antebraço e do pé do lado
esquerdo do corpo, a altura da orelha direita, a cor da íris esquerda, a estatura, a envergadura e a altura do
busto. Mede-se tudo em milímetros e faz-se um assinalamento descritivo de todos os sinais profissionais e
individuais, tatuagens, deformidades, malformações e cicatrizes encontradas.

Compõem o Sistema Antropométrico de Bertillon:

 A antropometria (estatura, altura do busto e envergadura);


 A antroposcopia (cor dos olhos, cabelo, pele, formato do nariz, boca e orelha) e os sinais
particulares (cicatrizes, tatuagens e eventuais manchas).

Essa técnica é complementada pela fotografia sinalética e pelas impressões digitais.

3.2.5 - Fotografia sinalética

Sistema de identificação que utiliza a fotografia tirada de frente e perfil, com redução de
1/7, faz-se a superposição de imagens e compara-se os mínimos detalhes. Para esse tipo
de fotografia existem uma série de cuidados como por exemplo iluminação e distância
padronizadas.

3.2.6 - Sistema dactiloscópico de Vucetich

O que é dactiloscopia?

É a ciência que tem como objeto a identificação de pessoas por meio das impressões digitais ou
reproduções físicas dos desenhos formados pelas cristas papilares das pontas dos dedos.

Sem dúvida, dentre todos os métodos existentes, a dactiloscopia é o mais fácil, econômico e
seguro.

No Sistema Vucetich temos as seguintes figuras fundamentais:

 Linhas pretas: impressões das cristas papilares;


 Linhas brancas: sulcos que existem entre as cristas papilares (são paralelas às linhas pretas);
 Pontos brancos: encontrados nas linhas pretas (espaços puntiformes que correspondem aos poros).

O que se entende por Desenho digital? é o desenho formado pelas cristas e sulcos existentes nas polpas
dos dedos.

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Faz uso do desenho impresso; isto é, a IMPRESSÃO DIGITAL, que é o reverso do desenho digital.

Se você examinar diretamente a ponta dos dedos você verá uma série de linhas. A pele apresenta
saliências (papilas) e depressões (cristas).

A impressão digital é o desenho existente nos dedos humanos constituído pelas chamadas cristas
papilares e sulcos interpapilares.

Esse desenho formado pelo contato das pontas dos dedos com uma superfície – a conhecida impressão
digital – ocorre na maioria dos casos pelo depósito de suor e gordura da mão contra um objeto.

Figura 9: cristas papilares e sulcos interpapilares.

A impressão digital se forma a partir do 6º mês de vida intrauterina e permanece inalterado durante toda a
sua vida, perdurando até após a morte, somente desaparecendo quando da putrefação.

Caso destruídas, as papilas podem ser regenerar e o desenho se refaz.

Diz-se que a primeira utilização prática da impressão digital ocorreu em 1858 como uma forma de
assinatura. William Herschel4, um Oficial Britânico que trabalhava na Índia passou a utilizá-la com o intuito
de evitar fraudes contratuais 5.

4
http://www.crimescene-forensics.com/History_of_Fingerprints.html

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Existem quatro características nas impressões digitais que as fazem ideais como meio de identificação 6:

Característica Descrição
Perenidade Cada pessoa é classificada por um conjunto de características que
(Universalidade) permanecem por toda vida
Imutabilidade Propriedade dos desenhos digitais onde cada pessoa tem suas
(Unicidade) características próprias (mesmo que sofram a ação de queimaduras,
corrosivos, acetona se refazem em 48 (quarenta e oito horas)
Classificabilidade As figuras digitais podem ser classificadas para arquivamento e
pesquisas. Estas características digitais podem ser medidas
quantitativamente
Variabilidade Propriedade dos desenhos digitais em variar de dedo para dedo e de
pessoa para pessoa

Em razão dessas características em 1880 o médico Henry Faulds, publicou um artigo científico na Revista
Nature, na qual demonstrava o potencial das impressões digitais como método de identificação. Vale dizer
que Faulds foi o primeiro a utilizar a comparação entre digitais para identificar o autor de um delito.

Faulds ao notar que um frasco de álcool puro desapareceu de seu laboratório, checou as fichas de
identificação de seus funcionários, nas quais existia a impressão digital de cada um deles e identificou o
autor do delito como sendo um de seus assistentes 7.

Apenas em 1891 foi desenvolvido um sistema de classificação de impressões digitais para utilização na
identificação de criminosos, o responsável pela criação desse sistema foi o argentino Juan Vucetich.

Em 1892 a classificação de Vucetich foi utilizada com sucesso no caso conhecido como o homicídio de Rojas
em que uma mulher matou seus dois filhos e cortou a própria garganta simulando a participação de uma 3ª
pessoa. Graças à colheita e comparação das impressões digitais esclareceu-se o caso.

A Scotland Yard implementou o sistema de identificação através das digitais em 1901 na Inglaterra e Reino
Unido e o FBI - Federal Bureau of Investigation em 1924 nos Estados Unidos.

5
Herschel, W.J: The origin of fingerprints. London: Oxford University Press; 1916

6
http://jpconsultoria.com.br/Seguranca/Biometria_ImpressoesDigitais.html

7
Beavan, C: Fingerprints: The origins of crime detection and the murder case that launched forensic
science. New York: Hyperion; 2001.

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No Brasil, a identificação através das digitais teve início com o Decreto 4.764 de 5 de fevereiro de 1903 8,
seu grande defensor foi Félix Pacheco, patrono do Instituto de Identificação do Rio de Janeiro.

Em geral a coleta de impressões datiloscópicas que sejam de interesse para a investigação


policial fica a cargo dos Papiloscopistas Policiais e Auxiliares de Papiloscopistas. Ambos os
cargos se submetem à Autoridade Policial que é a responsável por requisitar a realização do
levantamento das impressões e seu posterior confronto com as Fichas de Identificação de
possíveis suspeitos.

A identificação datiloscópica é uma das mais importantes técnicas de investigação já que garante certeza
sobre a relação entre a impressão digital e seu possuidor, pois cada conjunto de características é uno,
perene e imutável, sendo impossível a negativa por parte do suspeito quanto à sua relação com a
impressão deixada.

Nem sempre as impressões digitais estarão visíveis na cena de crime, muitas vezes elas estão ocultas, mas
mesmo as impressões ocultas podem ser colhidas 9.

Serão consideradas visíveis aquelas impressões cuja observação e coleta não dependem de agente
revelador, já que o contraste entre a superfície e a impressão digital é marcado por algum agente
externo como tinta, sujeira ou sangue.

Já as impressões ditas ocultas são aquelas não aparentes, cuja visualização dependerá da utilização de
uma técnica reveladora como o pó que tem aderência ao suor e à gordura revelando a impressão, o vapor
de iodo, comumente utilizado para revelar impressões em objetos pequenos, o nitrato de prata e a
ninidrina que reagem quimicamente com a impressão, tornando-a visível.

Já afirmamos que o Sistema de Vucetich tem por base a impressão digital!

Vucetich notou que é possível a impressão de 04 (quatro) figuras e que cada um dos dedos pode
apresentar qualquer uma dessas figuras.

Também observou que temos, basicamente, 03 (três) sistemas de linhas formando as figuras:

 Linhas basilares, na base da polpa digital;


 Linhas marginais, no contorno da polpa digital;
 Linhas nucleares, situadas entre as duas anteriores.

8
http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1900-1909/decreto-4764-5-fevereiro-1903-506801-publicacaooriginal-1-
pe.html

9
http://www.asbrapp.org.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=47&Itemid=237

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10
Figura 10: sistemas de linhas

O ponto de encontro dos três sistemas é chamado de delta (um triângulo formado pela junção dos três
sistemas de linhas). O delta é a base de todo o sistema de Vucetich.

Impressão digital Latente ou Invisível é aquela que necessita de técnica especializada para ser
visualizada. Não é possível a visualização da digital a olho nu.

Você lembra que falamos que os gêmeos univitelinos têm o mesmo DNA? E com relação à impressão
digital, é a mesma? NÃO! As digitais são diferentes.

10
Imagem obtida em http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html

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3.3 – O SISTEMA VUCETICH


Em razão da sua grande importância abriremos um tópico específico para tratar das impressões digitais.

 Desenho Digital = conjunto de cristas e vales presentes na falange Distal.


 Impressão digital = reprodução do desenho digital em uma superfície.
 Impressão palmar = reprodução do desenho da mão inteira.
 Impressão plantar = reprodução do desenho da planta do pé.
 Impressão papilar = digital + palmar = plantar

 Elementos formadores da Impressão Digital


 Linhas pretas = cristas entintadas
 Linhas brancas = vales
 Pontos característicos: acidentes que ocorrem nas linhas pretas e brancas.
 12 pontos: tridente, arpão, forquilha, ilhota, bifurcação, cortada.

 Linha Albodatiloscópica

-Interrupção de uma ou mais linhas pretas ou brancas

-Aparecem ou desaparecem de acordo com a hidratação da pele e o decurso do tempo

*Único elemento que não serve para identificar uma impressão digital

 Linha interfalangeana

- Linha que divide as falanges

Podem ser impressas as seguintes figuras fundamentais:

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A) Verticilo: Apresenta dois deltas e um núcleo central; a parte central do polegar forma um turbilhão que
se encontra com as linhas do sistema basal e marginal, formando dois deltas (um do lado esquerdo e outro
do lado direito). É representado pela letra “V” quando estiver nos polegares e pelo numeral 04 nos demais
dedos.

B) Presilha externa: Apresenta um delta à esquerda e o núcleo à direita. As linhas se dividem da direita
para o centro e retornam para a direita, formando um delta à esquerda do observador. É representado
pela letra “E” quando estiver nos polegares e pelo numeral 03 nos demais dedos.

C) Presilha interna: Apresenta um delta à direita e o núcleo à esquerda. As linhas se dividem da esquerda
para o centro e retornam para a esquerda, resultando a presença de um delta à direita do observador. É
representado pela letra “I” quando estiver nos polegares e pelo numeral 02 nos demais dedos.

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D) Arco: Não apresenta deltas (as linhas nucleares são ausentes). Temos apenas o sistema de linhas
marginais e basais, não há o sistema central. É representado pela letra “A” quando estiver nos polegares e
pelo numeral 01 nos demais dedos.

Obs.: No caso das presilhas externas, se o observador olhar para seu próprio dedo os deltas estarão
invertidos.

À sequência das digitais do polegar, indicador, médio, anular e mínimo, dá-se o nome de fórmula
fundamental. A fórmula fundamental corresponde à fração, colocando-se no numerador a mão direita e
no denominador a mão esquerda. Aos dedos da mão direita dá se o nome de série e aos da mão esquerda
de secção. O polegar da série é chamado de fundamental e os demais dedos de divisão. O polegar da
secção chama-se subclassificação e os demais dedos de subdivisão.

Exemplo: Fd = A -3221 (mão direita)

V -1443 (mão esquerda)

Para o nosso exemplo teremos:

 Mão direita: Arco no polegar, presilha externa no dedo indicador, presilha interna no dedo médio,
presilha interna no dedo anular e arco no mínimo.
 Mão esquerda: Verticilo no polegar, arco no dedo indicador, verticilo no dedo médio, verticilo no
dedo anular e presilha externa no dedo mínimo.

E as situações de anomalias, como ficam?

Ausência de dedo: representa-se pelo número 0.

Cicatriz que altera a impressão digital: representa-se pela letra X.

Dedos supranumerários: representa-se por letra minúscula após o polegar.

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O sistema decadactilar (a figura impressa dos dez dedos) permite variabilidade de combinações e é de fácil
arquivamento.

 Dactilograma é a impressão de um dedo; a impressão registrada dos dez dedos constitui a


individual dactiloscópica.
 Vucetich dividiu os tipos fundamentais em subtipos:

-simples

Arco
- angular

-verticiladas

Presilhas -transversais

Tipos
-longitudinais

-circular

-espiral

Verticilo -ovoidal

- sinuoso

- ganchoso

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Porém, o que realmente servirá à identificação serão as irregularidades existentes nas diversas linhas, os
acidentes, já que é possível duas individuais dactiloscópicas semelhantes.

Por isso temos a “regra dos 12 pontos” (doze pontos característicos). No Brasil para que se afirme que a
impressão digital é de determinada pessoa é necessário que os mesmos acidentes coincidam em 12 (doze)
pontos. Se forem coincidentes de 08 a 12 pontos existe grande probabilidade de ser a pessoa.

Os acidentes mais comuns são:

 Ponto
 Ilhota: a linha papilar forma uma espécie de um ponto;
 Cortada: a linha se interrompe dá um espaço e continua;
 Bifurcação: a linha se divide em duas, em ângulo aberto e curvilíneo;
 Confluência (forquilha): muito parecida com a bifurcação, a linha se divide em duas, em ângulo
agudo e quase retilíneo;
 Encerro: resultante de duas cortadas que se opõem, formando um anel oval;
 Haste: um segmento de linha forma um apêndice na linha, semelhante a uma haste ou uma "fisga
de arpão";
 Anastomose: duas linhas são ligadas por um seguimento curto formando entre elas uma ponte de
ligação.

 Papiloscopia: é a ciência que estuda todas as impressões:


dactiloscópica, quiroscopia e podoscopia.
 Datiloscopia: impressão das pontas dos dedos (digitais).
 Quiroscopia: impressão das plantas palmares (palmas das mãos).

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 Podoscopia: Impressão das pontas solares (sola dos pés).

Assim que iniciamos o estudo das impressões digitais dissemos que elas se formam aos seis meses de vida
uterina.

O Estatuto da Criança e do Adolescente regula a identificação do recém-nascido e estabelece que os


hospitais e demais estabelecimentos dê atenção à saúde da gestante, sendo obrigados a identificar o
recém-nascido mediante impressão plantar e digital, e sua mãe mediante impressão digital:

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são
obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-
nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.

Além disso os registros devem ser guardados por 18 (dezoito) anos.

A identificação incorreta é crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente:

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos
exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

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Poroscopia: Estuda a presença de pontos claros nas linhas papilares, dos poros feitos para identificar de
quem é a impressão digital. Esse estudo tem lugar quando o fragmento da impressão encontrada no local é
muito pequeno, de modo que não há pontos característicos suficientes para se estabelecer a identidade ou
a não identidade.

Albodactilograma: Estudo da presença de linhas brancas nas impressões digitais. Setenta por cento (70%)
dessas linhas são permanentes, fornecendo um resultado seguro.

Impressão plantar: da sola dos pés, de grande importância para identificação do recém-nascido, é
obrigatória a sua coleta nas maternidades, conforme dispõe o artigo 10, II do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

As impressões digitais podem ser visíveis, latentes, moldadas e inversa.

Visíveis são aquelas percebidas a olho nu.

Invisíveis ou latentes são aquelas que para serem vistas necessitam do emprego de reagentes como o
carbonato de chumbo, o grafite, o alumínio em pó, o pó de bronze, o Pongekouk-vermeillion japonês etc. O
carbonato de chumbo geralmente é utilizado para revelar impressões digitais latentes em superfícies de
granito, mármore, plásticos de cor escura, vidro, madeira envernizada ou pintada a esmalte; já o grafite em
pó tem uso para revelar impressões digitais latentes em superfícies metálicas. Tanto o alumínio como o
bronze em pó revelam impressões digitais latentes em superfícies esmaltadas brancas, ferro ágate e louça
branca, plásticos e papel couché brancos. Por último o Pongekouk-vermeillion japonês serve para
arabescos digitais latentes em papel.

Pulveriza-se o pó cuidadosamente a superfície onde estão os desenhos digitais, o excesso é removido com
um pincel de pelos de marta, de cerdas longas, fazendo aparecer, de forma visível, os desenhos latentes.

Moldada: Impressão digital produzida contra uma superfície moldável.

Inversa: precisa ser analisada de forma negativa (software de imagem).

O examinador, muitas vezes, não pergunta a regra e sim a exceção, por isso vale conhecer algumas
especificidades:

 Síndrome de Nagali - Rara forma de displasia ectodermal, causa:

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-manchas na pele

-função diminuída das glândulas sudoríparas

-ausência de dentes

-hiperqueratose

*Ausência de Impressões Digitais

 Polidactilia - Alteração da quantidade de dedos das mãos ou dos pés. Como o fenômeno gera dedos
que podem ou não serem funcionais, o fenômeno deverá ser mostrado pelo papiloscopista que
colherá a impressão caso exista.
 Sindactilia - Ocorre por fusão dos dedos das mãos ou dos pés, podendo ser óssea ou somente da
pele. Anotação do fenômeno. Se existir a possibilidade colher as impressões.
 Ectrodactilia - Ausência de um ou mais dedos das mãos ou dos pés.

- Símbolo na ficha dactiloscópica – 0

- Anotação do fenômeno.

 Análise e processamento das impressões digitais

Por meio do sistema manual: FBI – 1974 (fichas com as individuais dactiloscópicas). Um pedido demorava
de 30-45 dias.

Automated Fingerprint Identification System – AFIS (FBI – 1969). Em 2010 foram 61 milhões de pedidos de
comparação 27 minutos no Banco de Dados Criminal, 1 hora e 12 minutos no banco civil.

Quem usa o AFIS: Canadá, Israel, Paquistão, Argentina, Chile. Em São Paulo já está implantado (desde
2014), porém ainda não se tem todos os cadastros, de modo que ainda são utilizadas as fichas, até a
completa digitalização.

Obs.: A União Europeia, em 2008, por meio de resolução, implantou base de dados unificada
(PRUM DECISION), que engloba DNA, impressões digitais e veicular.

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3.4 – AFIS – AUTOMATIC FINGERPRINT IDENTIFICATION


SYSTEM
Não que seja impossível, mas um sistema manual de análise e processamento de impressões digitais seria
quase impraticável, tal como procurar por uma agulha em um palheiro. Para se ter uma ideia no ano de
1974, através do sistema manual de comparação de impressões digitais o FBI levava de 30 a 45 dias para
processar um pedido de identificação de impressão digital.

Em razão dessa grande demora no processamento dos dados através do sistema manual o qual acabaria
por tornar inviável o uso da análise da impressão datiloscópica, em 1969 o FBI iniciou a implantação de um
sistema automático de identificação de impressões digitais, conhecido como AFIS, automated fingerprint
identification system.

O AFIS permite que a busca de impressões digitais no banco de dados criminal leve cerca de
27 minutos.

Esse sistema automático torna a busca muito mais célere; para se ter uma ideia, a busca no banco de dados
civil leva cerca de uma hora e 12 minutos.

3.5 – IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL


A identificação criminal se desenvolve em etapas:

1) Identificação dactiloscópica para fins criminais;


2) Fotografia sinaléptica (frente e perfil); e
3) Vida pregressa.

a) Etapas da identificação criminal

Nossa Constituição estabelece que aquele que estiver civilmente identificado não será submetido à
identificação criminal, salvo nos casos previstos em lei:

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Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei.

O que se entende por civilmente identificado?

Indivíduo que esteja portando documento hábil de identificação, que nos termos da Lei
12.037/2009 são:

Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:


I – carteira de identidade;
II – carteira de trabalho;
III – carteira profissional;
IV – passaporte;
V – carteira de identificação funcional;
VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.
Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os
documentos de identificação militares.

A Constituição faz uma ressalva quanto à possibilidade de identificação em alguns casos previstos em lei.
Qual Lei? A Lei 12.037/2009. E o que diz essa Lei? Ela entre outras coisas estabelece os casos em que
mesmo civilmente identificado, haverá a identificação criminal.

Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade judiciária
competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do Ministério Público ou
da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento
apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou
outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

A Lei ainda estabelece que a identificação criminal incluirá o processo dactiloscópico e o fotográfico, sendo
que a autoridade deverá tomar as providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.

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Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as


providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.
Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos autos
da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.

O artigo 109 do Estatuto da Criança e do Adolescente também enfrenta o tema e excepciona a


identificação criminal para os casos de o adolescente não estar civilmente identificado ou quando haja
fundada dúvida:

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Por fim, cumpre esclarecer que a vedação constitucional se refere apenas à identificação criminal, sendo
possível a exigência de identificação para fins civis.

3.6 – RECONHECIMENTO
Não utiliza nenhuma das técnicas até aqui estudadas, porém não deixa de ser uma forma de identificação.
É uma identificação não científica; é uma identificação empírica.

Lembre-se que toda identificação é feita por comparação então até para o
reconhecimento vale essa regra.

Assim, por exemplo, suponha que uma vítima tenha sido assaltada e quando do
registro dos fatos ela relata que o indivíduo que a assaltou tinha cabelos loiros e
olhos claros, altura de cerca de 1,70 e pele parda, e um indivíduo com essas
características é capturado pela polícia, a vítima é chamada para realizar reconhecimento e, ao ver o
indivíduo entre outros o reconhece.

3.7 – GENÉTICA FORENSE


Consiste na identificação humana por meio do DNA.

O DNA é uma estrutura descoberta em 1953. Como já vimos, o DNA contém as instruções para o
desenvolvimento e funcionamento dos seres humanos.

Do ponto de vista da identificação temos o DNA Profiline - Impressão Genética

 Utilizado como técnica de identificação policial em 1987.


 Utilidade: de ponta a ponta o genoma possui 290 milhões de bases nitrogenadas. (Base: A,C,T,G).

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No exame de DNA profiline, de impressão genética, são analisadas sequências repetitivas dessas bases
nitrogenadas = VNTR, variable number tandem repeat.

Dois seres humanos terão sequências diferentes, a não ser que sejam gêmeos univitelinos, idênticos, pois
estes possuem exatamente o mesmo DNA, conforme já estudado.

Amostras utilizadas:

 -sangue
 -saliva
 -sêmen

Probabilidade de existirem dois perfis iguais = 1 em 10 trilhões.

Outras informações importantes:

• Sexo das amostras: cromossomos X e Y


Mulher: XX
Homem: XY
• Relação de parentesco entre as amostras
- Banco de dados genético.
Um problema de bancos de dados genéticos é a dificuldade de se manter a confidencialidade
das redes informáticas; e do ponto de vista operacional, um banco de dados genéticos exigiria
uma padronização na forma da coleta, análise e armazenamento do DNA.

4 – EXAMES DE LOCAIS DE CRIME

4.1 – LOCAL DO CRIME


É o local ou os locais onde ocorreram os fatos de interesse policial e judiciário.

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Primeiramente classifica-se o local quanto à sua área, se interna ou externa, após verifica-se a sua
localização, se urbana ou rural. Feito este levantamento verifica-se os indícios, faz-se um levantamento do
local por meio de descrição, desenhos e fotografias ou filmagens.

Com relação aos indícios classifica-se o local em:

a. Local preservado: quando os indícios estão preservados desde o momento da ocorrência


até o completo registro dos fatos.
b. Local contaminado: quando o local foi alterado, seja por adição, subtração ou substituição
de elemento incriminador. Nesses casos o local é considerado inidôneo.
c. Local referido: quando duas áreas possuem relação na configuração do delito.

A Autoridade Policial deve diligenciar para que o local permaneça preservado, sem alterações, até a
chegada dos peritos, devendo interditar a área e impedir a entrada de pessoas estranhas ao local a ser
periciado.

Obs.: Na hipótese de necessidade de socorro é permitido que se altere o estado das coisas,
como por exemplo, para retirada de pessoa das ferragens de veículo.

E o que podemos encontrar em um local de crime que pode ser de interesse para as investigações? Muitas
coisas; dentre elas, destacamos as mais relevantes:

 Impressões digitais.

Mesmo que imperfeitas, pouco nítidas ou fragmentadas são de grande importância para as investigações.
Elas podem ser:

1. Coloridas: quando provenientes de mãos sujas, por exemplo de sangue.


2. Moldadas: quando deixadas em uma superfície depressível, como massa de vidraceiro, por
exemplo.
3. Latentes: deixadas em razão do suor das mãos.

 Manchas de esperma.

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Quando forem encontrados espermatozoides haverá certeza de que se trata de esperma. Se ausentes, faz-
se a dosagem da fosfatase ácida que é um sinal de probabilidade já que esta substância está presente em
outras secreções. Também é possível confirmar a presença de esperma pela dosagem da glicoproteína P30.

 Manchas de sangue.

É possível a utilização de diversas reações para detecção de manchas de sangue. Podemos dividir essas
reações em 04 (quatro) grupos:

1. Provas de orientação. Se negativas, excluem a possibilidade de ser sangue, quando positivas


indicam que pode ser sangue (sem certeza, sendo necessário outros testes). Assim, as provas de
orientação têm valor apenas quando negativas (certeza de que não é sangue).
2. Provas de certeza. Se negativas, não é sangue, quando positivas indicam que é sangue, porém não
indicam se é sangue animal ou humano.

A identificação de manchas e amostras de sangue se faz pelo uso de microscópio,


espectroscopia (luzes especiais) ou por uso de reagentes químicos que fazem surgir
as imagens as quais se dá o nome de cristais de teichmann.

3. Provas específicas. Identificam a origem do sangue, se animal (boi, cavalo, cachorro etc.) ou
humano. Bastante utilizado para identificação de venda de carne proibida, como por exemplo a de
cachorro.

Obs.: As estruturas morfológicas das hemácias nos humanos são anucleadas e circulares. Como vimos
acima para verificar se trata-se de sangue humano ou animal, é preciso a realização de exames específicos,
notadamente o processo de UHLENHUTH (reação de soroprecipitação ou albumina reação).

A prova de Coombs é uma reação para dosagem de hemácias (Inibição de antiglobulina).

4. Provas individuais. Identificam os grupos sanguíneos (A, B, AB, O, Rh+, Rh-...).

 Pelos e saliva.
 Manchas de leite e colostro.

Associadas à presença de líquido amniótico ou ao indulto sebáceo podem indicar infanticídio.

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O artigo 6º do Código de Processo Penal impõe alguns deveres à autoridade policial assim que esta tiver
conhecimento da prática de infração penal:

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
==16f2e8==

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;


VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua
folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos
que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

Perceba que da leitura do artigo 6º do Código de Processo Penal, extraímos que:


I. O Delegado de Polícia deve dirigir-se ao local para que não seja alterado;
II. Apreender objetos, quando guardarem relação com o fato delituoso. Essa apreensão deve ser
feita após a realização da perícia;
III. Colher provas;
IV. Ouvir o ofendido;
V. Ouvir o indiciado;
VI. Proceder o reconhecimento de pessoas, coisas ou acareações;
VII. Determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e quaisquer outras perícias
(veja que é discricionariedade do Delegado de Polícia se interessa ou não à investigação).

O Delegado de Polícia DETERMINA, ele não pede, ele não pergunta, ele não opina, ELE
DETERMINA!

Qual a forma dessa determinação? A requisição de Exame Pericial.

Quando o Delegado de Polícia se depara com a necessidade de exame acerca de pessoas ou objetos, ele
REQUISITA ao perito criminal (médico ou perito) a realização de uma perícia.

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PERGUNTA: QUAL A DIFERENÇA ENTRE REQUISITAR E REQUERER?

RESPOSTA: CONTRA O REQUERIMENTO CABE INDEFERIMENTO. CONTRA A REQUISIÇÃO


NÃO CABE.

Obs.: REQUISIÇÃO: Quesitos - Quesitos são perguntas.

Dispõe o Art. 176 do Código de Processo Penal:

Art. 176: A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.

Exemplos de quesitos:

 Houve morte?
 Qual a causa?

Ocorreu mediante emprego de:

 Veneno;
 Fogo;
 Explosivo;
 Asfixia;
 Tortura;
 Outro meio insidioso ou cruel;
 Gerando perigo comum?

Atentem-se para a Lei 13.245/06 que alterou o Estatuto da OAB - Artigo 7º, XXI “a”:

Art. 7º, XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade
absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no
curso da respectiva apuração:
a. apresentar razões e quesitos.

Pela nova sistemática é permitido ao advogado, assistindo seu cliente, no curso da investigação, que
apresente quesitos.

Considerando que o Inquérito Policial é um procedimento Administrativo Investigatório, baseado na busca


da verdade REAL, a apresentação de quesitos é bem vinda pelo Delegado de Polícia, pois permite que os
exames periciais sejam ainda mais completos.

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Atenção! Croqui é o desenho do local do crime sem escala e desenho topográfico é o desenho
do local do crime com escala.

(CESPE / PCPB Perito Criminal – 2009) A respeito da classificação dos locais de crime, assinale a
opção correta.

a. O local onde ocorreu um suicídio não será tratado como local de crime, pois suicídio não é crime.

b. Local inidôneo ou violado é aquele que foi alterado integralmente antes de se efetuar o
levantamento pericial. Se a alteração se deu de forma parcial, o local do crime será considerado
idôneo.

c. Os locais de crime são classificados, quanto à situação, em preservados e não preservados.

d. Locais relacionados são aqueles que apresentam pontos de contato, já que se referem a uma
mesma ocorrência ilícita. Por exemplo, o crime de homicídio foi praticado em um local, mas o
cadáver foi deixado em outro.

e. O ambiente imediato constitui as adjacências, os arredores do local onde ocorreu o fato.

Gabarito: D

RESUMO

Identidade

o Conceito

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 O conjunto de elementos que caracterizam uma pessoa.

Identificação

 Conceito

 é o processo técnico e científico utilizado para se chegar a uma identidade

o Método de identificação

 Unicidade: o elemento identificador deve ser único para cada pessoa. (critério biológico)

Imutabilidade: o elemento identificador não sofre a ação do tempo, ou seja, permanece o mesmo com o
passar do tempo. (critério biológico)

 Perenidade: o elemento deve estar presente durante toda a vida e até após a morte (até certo
tempo).(critério biológico)

 Praticabilidade: o elemento deve ser obtido e registrado de forma fácil. (critério técnico)

 Classificabilidade: o elemento deve ser de fácil classificação permitindo assim, seu arquivamento o qual
permitirá uma busca rápida e fácil do registro. (critério técnico)

Fases de identificação

 Médico-legal, pericial ou antropológica;

 É aquele realizada pelos médicos legistas, exige conhecimentos médicos e de ciências biológicas e afins.
Divide-se em três partes: física, funcional e psíquica.

 identificação judiciária;

 É aquela realizada com base em documentos, anotações e depoimentos, sem realização de perícia
médico-legal. Visa tanto a identificação civil comum como a identificação de criminosos.

 identificação criminal.

 Se desenvolve em etapas:

 Identificação dactiloscópica;

 Fotografia sinaléptica

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 Vida pregressa

DESTAQUE À LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA

↳ Art. 5º, LVIII da Constituição Federal: Identificação

Art. 5º, LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei.

↳ Art. 6º, do Código de Processo Penal: Deveres da Autoridade Policial ao tomar conhecimento de um
delito

Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:

I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a
chegada dos peritos criminais;

II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;

III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;

IV - ouvir o ofendido;

V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste
Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;

VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;

VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;

VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos
sua folha de antecedentes;

IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição
econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros
elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.

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↳ Art. 176º, do Código de Processo Penal: Quesitos

Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência.

↳ Arts. 165, 165-A, 276, 277 e 306, do Código de Trânsito Brasileiro: Perícia para apuração de embriaguez

Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine
dependência:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses.

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o


disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do Código de Trânsito Brasileiro.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até
12 (doze) meses.

Art. 165-A. Recusar-se a ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que permita
certificar influência de álcool ou outra substância psicoativa, na forma estabelecida pelo art. 277:

Infração - gravíssima;

Penalidade - multa (dez vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses;

Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, observado o


disposto no § 4º do art. 270.

Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista no caput em caso de reincidência no período de até
12 (doze) meses

Art. 276. Qualquer concentração de álcool por litro de sangue ou por litro de ar alveolar sujeita o condutor
às penalidades previstas no art. 165.

Parágrafo único. O Contran disciplinará as margens de tolerância quando a infração for apurada por meio
de aparelho de medição, observada a legislação metrológica

Art. 277. O condutor de veículo automotor envolvido em acidente de trânsito ou que for alvo de
fiscalização de trânsito poderá ser submetido a teste, exame clínico, perícia ou outro procedimento que,
por meios técnicos ou científicos, na forma disciplinada pelo Contran, permita certificar influência de álcool
ou outra substância psicoativa que determine dependência.

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§ 1o (Revogado).

§ 2o A infração prevista no art. 165 também poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo,
constatação de sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade
psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas.

§ 3º Serão aplicadas as penalidades e medidas administrativas estabelecidas no art. 165-A deste Código
ao condutor que se recusar a se submeter a qualquer dos procedimentos previstos no caput deste artigo.

Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de
álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a
habilitação para dirigir veículo automotor.

§ 1o As condutas previstas no caput serão constatadas por:

I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3
miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou

II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora.

§ 2o A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou
toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito
admitidos, observado o direito à contraprova.

§ 3o O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para
efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo.

↳ Art. 7º, XXI, do Estatuto da OAB: Dispõe sobre a possibilidade de o advogado formular quesitos
durante o inquérito policial

Art. 7º São direitos do advogado:

(...)

XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta
do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e
probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da
respectiva apuração:

a) apresentar razões e quesitos;


b)

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↳ Arts. 3º, 5º, 6º e 7º da Resolução CONATRAM 432 de 2013: Dispõe sobre os procedimentos a serem
adotados pelas autoridades de trânsito durante a fiscalização do consumo de álcool ou outra substância
psicoativa que cause dependência

Art. 3o A confirmação da alteração da capacidade psicomotora em razão da influ ncia de lcool ou de


outra subst ncia psicoativa que determine depend ncia dar-se- por meio de, pelo menos, um dos
seguintes procedimentos a serem realizados no condutor de veículo automotor:

I – exame de sangue;

II – e ames realizados por laborat rios especializados, indicados pelo rgão ou entidade de tr nsito
competente ou pela Polícia udici ria, em caso de consumo de outras substâncias psicoativas que
determinem dependência;

III – teste em aparelho destinado medição do teor alco lico no ar alveolar (etil metro)

IV – verificação dos sinais que indiquem a alteração da capacidade psicomotora do

condutor.

1o Além do disposto nos incisos deste artigo, também poderão ser utilizados prova testemunhal,
imagem, vídeo ou qualquer outro meio de prova em direito admitido.

2o Nos procedimentos de fiscalização deve-se priorizar a utilização do teste com

etilômetro.

3 e o condutor apresentar sinais de alteração da capacidade psicomotora na forma do art. 5o ou haja


comprovação dessa situação por meio do teste de etil metro e houver encaminhamento do condutor para
a realização do e ame de sangue ou e ame clínico, não ser necess rio aguardar o resultado desses
e ames para fins de autuação administrativa.

DOS SINAIS DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE PSICOMOTORA

Art. 5o s sinais de alteração da capacidade psicomotora poderão ser verificados por:

I – e ame clínico com laudo conclusivo e firmado por médico perito ou

II – constatação, pelo agente da Autoridade de r nsito, dos sinais de alteração da capacidade psicomotora
nos termos do Anexo II.

1o Para confirmação da alteração da capacidade psicomotora pelo agente da Autoridade de r nsito,


dever ser considerado não somente um sinal, mas um conjunto de sinais que comprovem a situação do
condutor.

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2o s sinais de alteração da capacidade psicomotora de que trata o inciso II deverão ser descritos no auto
de infração ou em termo específico que contenha as informações mínimas indicadas no Ane o II, o qual
dever acompanhar o auto de infração. sangue

DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA

Art. 6o A infração prevista no art. 165 do B ser caracterizada por:

I – e ame de sangue que apresente qualquer concentração de lcool por litro de

II – teste de etil metro com medição realizada igual ou superior a 0,05 miligrama de lcool por litro de ar
alveolar e pirado (0,05 mg ), descontado o erro m imo admissível nos termos da “ abela de Valores
Referenciais para Etil metro” constante no Ane o I

III – sinais de alteração da capacidade psicomotora obtidos na forma do art. 5o.

Par grafo nico. erão aplicadas as penalidades e medidas administrativas previstas no art. 165 do B ao
condutor que recusar a se submeter a qualquer um dos procedimentos previstos no art. 3o, sem prejuízo
da incid ncia do crime previsto no art. 306 do B caso o condutor apresente os sinais de alteração da
capacidade psicomotora.

DO CRIME

Art. 7o crime previsto no art. 306 do B ser caracterizado por qualquer um dos procedimentos abai o:

I – exame de sangue que apresente resultado igual ou superior a 6 (seis) decigramas de lcool por litro de
sangue (6 dg/L);

II - teste de etil metro com medição realizada igual ou superior a 0,34 miligrama de lcool por litro de ar
alveolar expirado (0,34 mg/L), descontado o erro m imo admissível nos termos da “ abela de Valores
Referenciais para Etil metro” constante no Ane o I

III – e ames realizados por laborat rios especializados, indicados pelo rgão ou entidade de tr nsito
competente ou pela Polícia udici ria, em caso de consumo de outras subst ncias psicoativas que
determinem dependência;

IV – sinais de alteração da capacidade psicomotora obtido na forma do art. 5o.

1o A ocorr ncia do crime de que trata o caput não elide a aplicação do disposto no art. 165 do CTB.

2o onfigurado o crime de que trata este artigo, o condutor e testemunhas, se houver, serão
encaminhados Polícia udici ria, devendo ser acompanhados dos elementos probat rios.

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↳ Arts. 6º, 109 e 229 do Estatuto da criança e do adolescente: Dispõe sobre a obrigatoriedade da
identificação do recém-nascido

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares,
são obrigados a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito
anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital
da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente;

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-


nascido, bem como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do


desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.

VI - acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica


adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação compulsória pelos
órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação, havendo dúvida fundada.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto, bem como deixar de proceder
aos exames referidos no art. 10 desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Parágrafo único. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

↳ Lei 12.037 de 2009: Dispõe sobre a identificação civil

Art. 1º O civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nos casos previstos
nesta Lei.

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Art. 2º A identificação civil é atestada por qualquer dos seguintes documentos:

I – carteira de identidade;

II – carteira de trabalho;

III – carteira profissional;

IV – passaporte;

V – carteira de identificação funcional;

VI – outro documento público que permita a identificação do indiciado.

Parágrafo único. Para as finalidades desta Lei, equiparam-se aos documentos de identificação civis os
documentos de identificação militares.

Art. 3º Embora apresentado documento de identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:

I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;

II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;

III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes entre si;

IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da autoridade


judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da autoridade policial, do
Ministério Público ou da defesa;

V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;

VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do documento


apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.

Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do inquérito, ou
outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar o indiciado.

Art. 4º Quando houver necessidade de identificação criminal, a autoridade encarregada tomará as


providências necessárias para evitar o constrangimento do identificado.

Art. 5º A identificação criminal incluirá o processo datiloscópico e o fotográfico, que serão juntados aos
autos da comunicação da prisão em flagrante, ou do inquérito policial ou outra forma de investigação.

Parágrafo único. Na hipótese do inciso IV do art. 3o, a identificação criminal poderá incluir a coleta de
material biológico para a obtenção do perfil genético.

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Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados
de perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal.

§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar
traços somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as
normas constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos.

§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo
civil, penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos
previstos nesta Lei ou em decisão judicial.

§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo
pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado.

Art. 6º É vedado mencionar a identificação criminal do indiciado em atestados de antecedentes ou em


informações não destinadas ao juízo criminal, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória.

Art. 7º No caso de não oferecimento da denúncia, ou sua rejeição, ou absolvição, é facultado ao indiciado
ou ao réu, após o arquivamento definitivo do inquérito, ou trânsito em julgado da sentença, requerer a
retirada da identificação fotográfica do inquérito ou processo, desde que apresente provas de sua
identificação civil.

Art. 7o-A. A exclusão dos perfis genéticos dos bancos de dados ocorrerá no término do prazo estabelecido
em lei para a prescrição do delito.

Art. 7o-B. A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme
regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Guerreiros,

Chegamos ao final da aula de hoje. Seguiremos nosso plano nos próximos encontro.

Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou disponível no fórum no Curso,
por e-mail e, inclusive, pelo Instagram.

Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!

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QUESTÕES COMENTADAS
1. (FUMARC/ PCMG Médico Legista – 2013) NÃO se trata de método de identificação judiciária ou
policial:
a. Ferrete.
b. Antropometria.
c. Retrato falado.
d. Sistema dactiloscópico de Vucetich.

Comentários

A Antropometria é método de identificação médico legal. A identificação divide-se em identificação:


• médico-legal, pericial ou antropológica;
• identificação judiciária; e
• identificação criminal.

Gabarito: Alternativa B

2. (FUMARC/ PCMG Médico Legista – 2013) NÃO é correto o que se afirma em:
a. O método de Uhlenhuth utiliza a albuminorreação e se presta à especificação do tipo étnico
fundamental.
b. A procura dos cristais de Teichmann é uma técnica utilizada para saber se determinado material
enviado para exame é sangue.
c. A fórmula de Retzius é descrita como a largura do crânio multiplicada pelo número 100, dividida
pelo comprimento do crânio.
d. Microscopicamente, a distinção entre os ossos de animais e do homem é dada pela análise da
disposição do tamanho dos canais de Havers.

Comentários

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Para verificar se se trata de sangue humano ou animal se faz necessária a realização de exames específicos,
notadamente o processo de UHLENHUTH (reação de soroprecipitação ou albumina reação). Assim, o
método de Uhlenhuth se presta à especificação do sangue coletado, se animal ou humano.

Gabarito: Alternativa A

3. (FUMARC /PCMG Médico Legista – 2013 ) NÃO é correto afirmar que:


a. A pelve apresenta os caracteres mais palpáveis da diferenciação sexual.
b. O tórax do homem se assemelha a um ovoide e o da mulher, a um cone invertido.
c. O elemento mais significativo no estudo externo do globo ocular, referente à idade, é o arco senil.
d. O fêmur e a tíbia, respectivamente, são os ossos mais importantes para o estabelecimento da
estatura.

Comentários

O tórax no homem tem formato cônico, com a parte superior mais larga, enquanto nas mulheres o tórax é
ovóide.

Gabarito: Alternativa B

4. (FUMARC /PCMG Médico Legista – 2013 ) Quanto ao uso do DNA para identificação, é correto o
que se afirma, EXCETO em:
a. A prova obtida por meios ilícitos ou ilegais pode comprometer o princípio da privacidade
constitucional.
b. A possibilidade de se encontrarem duas pessoas iguais pelo método de DNA é de uma em 10
trilhões.
c. Um problema de bancos de dados genéticos é a dificuldade de se manter a confidencialidade das
redes informáticas.
d. Do ponto de vista operacional, a dificuldade do método está na ampliação dos exames e na criação
de um banco de dados, não havendo dificuldade na padronização.

Comentários

Um problema de bancos de dados genéticos é a dificuldade de se manter a confidencialidade das redes


informáticas; e do ponto de vista operacional, um banco de dados genéticos exigiria uma padronização na
forma da coleta, análise e armazenamento do DNA.

Gabarito: Alternativa D

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5. (FUMARC /PCMG Delegado de Polícia Civil – 2011) No esqueleto, a estimativa do sexo, faz-se
pelas características morfológicas observadas, após a puberdade. Os achados mais evidentes do
dimorfismo sexual são observados no(a):
a. clavícula.
b. úmero.
c. fêmur.
d. pelve.

Comentários

Ao se observar a pelve é possível notar que nas mulheres a bacia tem maior diâmetro transversal, nos
homens o sacro é mais alto e nas mulheres é mais baixo.

Gabarito: Alternativa D

6. (VUNESP/ PCSP Médico Legista – 2014) A figura refere-se à impressão digital de indivíduo cujas
características, segundo o Sistema Datiloscópico de Vucetich, correspondem ao tipo
a. presilha interna
b. presilha externa
c. Verticilo
d. Arco
e. núcleo

Comentários

A figura apresenta um delta à esquerda e o núcleo à direita; as linhas se dividem da direita para o centro e
retornam para a direita, formando um delta à esquerda do observador, logo a figura corresponde à
presilha externa.

Gabarito: Alternativa B

7. (VUNESP/ PCSP Perito Criminal – 2014) A classificação da impressão digital representada a seguir
é do tipo

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a. presilha interna.
b. delta interno.
c. presilha externa.
d. arco.
e. verticilo.

Comentários

O verticilo apresenta dois deltas e um núcleo central; a parte central do polegar forma um turbilhão que se
encontra com as linhas do sistema basal e marginal, formando dois deltas (um do lado esquerdo e outro do
lado direito), logo a figura representa uma impressão digital do tipo verticilo .

Gabarito: Alternativa E

8. (ESTRATÉGIA/ Medicina Legal – 2018) Com relação ao local do crime e à sua preservação, é
INCORRETO dizer que:
a. Para o efeito de exame do local onde foi praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão
instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
b. O Código Penal (CP) comina pena a quem altera, sem licença da autoridade competente, o aspecto
de local especialmente protegido por lei.
c. No exame do local, a perícia visa à constatação material do evento, ao exame dos meios
empregados para a perpetração do crime, à coleta das provas que permitem a interpretação das
evidências materiais, para que determine os meios e os modos pelos quais o evento ocorreu bem
como aponte o autor do delito.
d. Assim que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deve apreender os
objetos que têm relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais.
e. Croqui é um esboço do desenho do local do crime feito com escala e rigor técnico.

Comentários

Croqui é o desenho do local do crime sem escala e desenho topográfico é o desenho do local do crime com
escala.

Gabarito: Alternativa E

9. (CESPE/ SEGESP AL Perito Médico Legal – 2013) Com relação aos métodos utilizados no processo
de identificação, julgue os itens seguintes:

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A identificação pericial de um corpo em processo adiantado de decomposição é feita com base em


fundamentos biológicos — perenidade, imutabilidade e unicidade — e técnicos — praticabilidade e
classificabilidade.

Comentários

 Para ser considerado um bom método de identificação, o método deve ter algumas características:
 Unicidade: o elemento identificador deve ser único para cada pessoa.
 Imutabilidade: o elemento identificador não sofre a ação do tempo, ou seja permanece o mesmo
com o passar do tempo.
 Perenidade: o elemento deve estar presente durante toda a vida e até após a morte (até certo
tempo).
 Praticabilidade: o elemento deve ser obtido e registrado de forma fácil.
 Classificabilidade: o elemento deve ser de fácil classificação permitindo assim, seu arquivamento o
qual permitirá uma busca rápida e fácil do registro.

Gabarito: Alternativa CERTA

10. (CESPE/ SEGESP AL Perito Médico Legal – 2013) Com relação aos métodos utilizados no processo
de identificação, julgue os itens seguintes.

Na impressão digital, um dos diversos métodos de identificação, as linhas pretas correspondem a


impressões das cristas papilares; as linhas brancas paralelas às linhas pretas, a sulcos; os pontos brancos
sobre as linhas pretas, às aberturas dos ductos excretores das glândulas sudoríparas.

Gabarito: Alternativa CERTA

Comentários

No Sistema Vucetich temos as seguintes figuras fundamentais:

 Linhas pretas: impressões das cristas papilares;


 Linhas brancas: sulcos que existem entre as cristas papilares (são paralelas às linhas pretas);
 Pontos brancos (sulcos): encontrados nas linhas pretas (espaços puntiformes que correspondem
aos poros).

Gabarito: Alternativa CERTA

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11. (CESPE/SEGESPAL Perito Médico Legal – 2013) Com relação aos métodos utilizados no processo
de identificação, julgue os itens seguintes.

A realização de identificação judiciária pode ser realizada somente por perito médico-legista, profissional
que detém conhecimentos médicos imprescindíveis à execução dessa atividade

a. Certo
b. Errado

Comentários

Identificação judiciária é aquela realizada com base em documentos, anotações e depoimentos, sem
realização de perícia médico-legal. Visa tanto a identificação civil comum, a identificação de criminosos.

Gabarito: Alternativa ERRADA

12. (NUCEPE/PCPI Delegado De Polícia Civil – 2018) Em relação à identificação policial ou judiciária
podem ser destacados vários métodos de identificação, entre eles, o sistema dactiloscópico de Vucetich,
que se baseia na disposição das cristas papilares que se encontram na polpa dos dedos. A presença de
um, ou dois, ou nenhum delta numa impressão digital estabelece os quatro tipos fundamentais do
Sistema dactiloscópico de Vucetich, assim qual a alternativa CORRETA em relação a esse sistema?
a. Presilha externa: presença de um delta à direita do observador e de núcleo voltado à esquerda.
b. Verticilo: presença de dois deltas e um núcleo central.
c. Presilha interna: presença de um delta à esquerda do observador e de núcleo voltado em sentido
contrário ao delta.
d. Arco: presença de dois deltas e um núcleo central.
e. Presilha externa: ausência de deltas e apenas com sistema de linhas basilares e marginais. Não tem
núcleo.

Comentários

Os 04 (quatro) tipos fundamentais de Vucetich são:

LETRA A: Verticilo: Apresenta dois deltas e um núcleo central; a parte central do polegar forma um
turbilhão que se encontra com as linhas do sistema basal e marginal, formando dois deltas (um do lado
esquerdo e outro do lado direito). É representado pela letra “V” quando estiver nos polegares e pelo
numeral 04 nos demais dedos.

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LETRA B: Presilha externa: Apresenta um delta à esquerda e o núcleo à direita. As linhas se dividem da
direita para o centro e retornam para a direita, formando um delta à esquerda do observador. É
representado pela letra “E” quando estiver nos polegares e pelo numeral 03 nos demais dedos.

LETRA C: Presilha interna: Apresenta um delta à direita e o núcleo à esquerda. As linhas se dividem da
esquerda para o centro e retornam para a esquerda, resultando a presença de um delta à direita do
observador. É representado pela letra “I” quando estiver nos polegares e pelo numeral 02 nos demais
dedos.

LETRA D: Arco: Não apresenta deltas (as linhas nucleares são ausentes). Temos apenas o sistema de linhas
marginais e basais, não h o sistema central. É representado pela letra “A” quando estiver nos polegares e
pelo numeral 01 nos demais dedos.

Gabarito: Alternativa B

13. (CESPE / PCMA Delegado De Polícia – 2018) Em determinada cidade interiorana, por volta das
dezesseis horas de um dia ensolarado, o corpo de uma mulher jovem foi encontrado por populares, em
área descoberta de um terreno baldio. O delegado de plantão foi comunicado do fato e, ao dirigir-se ao
local, a autoridade policial verificou que o corpo se encontrava em decúbito dorsal e despido. A perícia
de local, tendo realizado exame perinecroscópico, verificou que o corpo apresentava temperatura de 27
ºC, além de rigidez completa de tronco e membros. Constataram-se escoriações na face, fraturas dos
elementos dentários anteriores, manchas roxas na região cervical anterior e duas lesões profundas na
região torácica anterior, abaixo da mama esquerda, medindo a maior delas 4 cm × 1 cm. Havia tênue
mancha de tonalidade avermelhada na face posterior do corpo, que só não se evidenciava nas partes
que estavam em contato com o solo. Nas adjacências das lesões torácicas e no solo próximo ao corpo,
havia pequena quantidade de sangue coagulado. No mesmo terreno onde estava o corpo, foi encontrada
uma faca de gume liso único. A lâmina, que estava suja de sangue, tinha formato triangular e media 20
cm de comprimento e 4 cm de largura em sua base. Exames laboratoriais realizados posteriormente
atestaram que o sangue presente na faca pertencia à vítima. Após a lavagem do corpo, foi possível
detectar lesões torácicas, de acordo com as imagens mostradas na figura a seguir:

A perícia dactiloscópica realizada no cadáver referido no texto identificou a impressão digital de um único
dedo na faca encontrada no local do crime. A comparação dessa impressão digital com os dados do arquivo
criminal revelou que ela coincidia com a do dedo indicador da mão direita de um homem foragido da
justiça que havia sido condenado pelo estupro seguido de morte de outras mulheres. Com referência a
essas considerações adicionais, assinale a opção correta.

a. A análise do perfil genético de espermatozoides detectados na secreção vaginal da vítima seria


opção mais confiável que a impressão digital para identificar o criminoso.
b. No caso considerado, a impressão digital de uma única polpa digital poderá ser considerada
suficiente para estabelecer a autoria do crime.

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c. Se o referido homem tiver um irmão gêmeo univitelínico, as impressões digitais serão insuficientes
para diferenciá-los.
d. A impressão digital encontrada na faca deverá ser comparada com registros recentes do homem
em questão, uma vez que as linhas dactiloscópicas variam com o tempo.
e. O fato de ser comum encontrar indivíduos diferentes que possuam impressões digitais idênticas
justifica a impossibilidade de se estabelecer com segurança a autoria no caso em apreço.

Comentários

A impressão digital se forma a partir do 6º mês de vida intrauterina e permanece inalterado durante toda a
sua vida, perdurando até após a morte, somente desaparecendo quando da putrefação. Não existem duas
impressões digitais iguais, nem mesmo irmãos gêmeos univitelinos possuem a mesma impressão digital
apesar de possuírem o mesmo código genético (DNA).

Gabarito: Alternativa B

14. ( CESPE / PCMA Médico Legista – 2018) Noções de antropologia forense são importantes na
estratégia de identificação de pessoas vítimas de acidentes em massa, pois, eventualmente, dependendo
da qualidade do material biológico, não é possível o emprego da técnica de identificação pelo DNA (ácido
desoxirribonucleico). Para determinar o comprimento de um indivíduo por meio da análise de um osso
como o fêmur, é recomendado utilizar a
a. fórmula de Balthazard-Dervieux.
b. tábua de Manouvier.
c. tábua de Quételet.
d. tabela de Ernestino Lopes.
e. tabela de Ema de Azevedo.

Comentários

Tábua de Manouvier, a qual estabelece uma relação entre os ossos longos e a estatura do indivíduo.

Gabarito: Alternativa B

15. (FUNCAB/ PCPA Delegado De Polícia – 2016) No que se refere ao tema “identificação", os ângulos
de Jacquart, Cloquet e Curvier são verificados:
a. no tórax.
b. nas pernas.
c. nos braços.

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d. na bacia.
e. no crânio.

Comentários

Existem diversos critérios para aferir o ângulo facial:

 Jacquart: o ângulo é obtido por uma linha vertical que passa pela fronte e pela espinha nasal
anterior — linha facial — e por uma outra que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha
biauricular — linha aurículo-espinal;
 Cloquet: essas duas linhas se encontram no rebordo alveolar;
 Curvier, por sua vez utiliza a intersecção dessas duas linhas na margem cortante dos incisivos;
 O método de Rivet, por outro lado consiste em se traçar um triângulo facial por intermédio das
linhas facial e aurículo-espinal como foram descritas no método de Jacquart, e uma outra linha
tangente ao mento e aos incisivos mediais inferiores. A partir do comprimento dos três lados do
triângulo obtido, calcula-se os seus ângulos por meio de tábuas logarítmicas.

Gabarito: Alternativa E

LISTA DE QUESTÕES
1. (INSTITUTO ACESSO/ES DELEGADO DE POLÍCIA – 2019) A respeito da identificação criminal,
assinale a alternativa correta:
a. A fotografia sinalética constitui um método bastante eficaz de identificação e, por sua precisão,
pode ser utilizada como método isolado de identificação de pessoas.
b. A rugopalatoscopia é um método de identificação que leva em consideração as cristas sinuosas
existentes do palato duro.
c. As tatuagens não possuem valor significativo no processo de identificação de pessoas.
d. Ilhotas, forquilhas e bifurcações são espécies de pontos característicos existentes nos desenhos
digitais, sendo que a presença de ao menos quatro destes pontos, sem nenhum ponto de
divergência, indica confronto positivo para a identificação do suspeito.
e. A datiloscopia se constitui um excelente método de identificação e tem como principais
características a unicidade, a mutabilidade, a praticidade e a classificabilidade.

2. (INSTITUTO ACESSO/ES DELEGADO DE POLÍCIA – 2019) Em junho de 2011, um menino de 11 anos


de nome Juan foi morto na Grande Vitória. Seu desaparecimento durou duas semanas. Um corpo de
criança foi encontrado, no mesmo período, em estado de putrefação, nas margens de um córrego,
cerca de alguns quilômetros de distância do local do crime. Na perícia de local, a antropóloga forense
identificou o cadáver como sendo de uma menina. Posteriormente, por meio de exame genético,

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comprovou-se que aquele cadáver era do menino de 11 anos. A antropóloga forense, para
identificação daquele corpo, de acordo com sua faixa etária, não poderia utilizar o(s)/a(s):
a. desenvolvimento de pelos pubianos.
b. parâmetros morfológicos confiáveis.
c. radiografias das mãos.
d. crânio braquicéfalo.
e. suturas cranianas afastadas.

3. (INSTITUTO ACESSO/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Identidade é a soma de caracteres que


individualizam uma pessoa, distinguindo-a das demais. Os métodos de identificação por meio dos
dentes e das impressões digitais são considerados, respectivamente:
a. identificação técnica e biológica.
b. identificação médico-legal e biológica.
c. identificação técnica e médico-legal.
d. identificação policial e biológica.
e. identificação médico-legal e judiciária.

4. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Em relação à cartilagem da epífise medial da


clavícula, assinale a alternativa correta.
a. Se estiver fechada, o indivíduo tem mais de 16 anos de idade.
b. Se estiver aberta, o indivíduo tem menos de 15 anos de idade.
c. Se estiver aberta, a investigação pende para adultos.
d. Se estiver fechada, a investigação pende para subadultos.
e. É a última cartilagem epifisária a se fechar.

5. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Um corpo de um subadulto de 8 anos foi


encontrado na beira de um rio, totalmente esqueletizado e sem pertences. Com base em
metodologia científica, qual método deveria ser utilizado para estimar o sexo dos remanescentes
ósseos?
a. Método antroposcópico da pelve.
b. Método antroposcópico do crânio.
c. Método antropométrico da cabeça do fêmur.
d. Exame genético.
e. Método antropométrico do crânio.

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6. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) A estimativa da espécie é um dos primeiros passos
no exame de um corpo. A diferenciação entre ossos humanos e não humanos pode ser feita por meio
da tricologia forense. Em relação a esse método, assinale a alternativa correta.
a. Os animais possuem pelos cilíndricos.
b. Os humanos apresentam cutícula fortemente imbricada.
c. Os humanos possuem cortical muito reduzida.
d. Os animais apresentam a medular nem sempre visível.
e. Os pelos de humanos são fusiformes.

7. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Um corpo foi encontrado carbonizado em um


acidente automobilístico, restando apenas o tronco, parte dos membros inferiores sem as
extremidades e a cabeça. Para realizar sua identificação, qual dentre os seguintes métodos seria o
mais indicado, considerando que existem informações ante mortem disponíveis para os métodos
propostos?
a. Impressão digital.
b. Reconhecimento facial.
c. DNA.
d. Método odontolegal.
e. Reconstrução facial forense.

8. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Para calcular a estimativa de estatura de um


esqueleto adulto completo, é possível realizar variados métodos. Sobre o tema, assinale a alternativa
correta.
a. É possível utilizar o primeiro metatarso esquerdo.
b. O mais adequado é utilizar um método com amostra de diferente ancestralidade em relação ao
esqueleto encontrado.
c. A estimativa deve ter como resultado um valor exato.
d. A medição do fêmur deve ser realizada com a medida anatômica, independente do método
utilizado.
e. A estatura deve ser realizada em primeiro lugar, quando da estimativa do perfil biológico.

9. (INSTITUTO AOCP/ES MÉDICO LEGISTA – 2019) Para realizar a estimativa de idade de uma ossada
de um subadulto, qual, dentre os seguintes métodos, deveria ser o escolhido por fornecer resultados
mais acurados?
a. Método dental regressivo.
b. Suturas cranianas.
c. Sínfise púbica.
d. Superfície auricular do ílio.
e. União das epífises.

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10. (CESPE/SE DELEGADO DE POLÍCIA – 2018) A respeito de identificação médico-legal, de aspectos


médico-legais das toxicomanias e lesões por ação elétrica, de modificadores da capacidade civil e de
imputabilidade penal, julgue o item que se segue.

O procedimento de identificação de uma pessoa baseia-se na comparação entre a experiência da sensação


proporcionada no passado com a mesma experiência renovada no presente pela pessoa a ser identificada.

a. Certo
b. Errado

11. (NUCEPE/PI MÉDICO LEGISTA – 2018) Com relação aos objetivos que constituem a antropologia
forense, analise as assertivas a seguir e marque a alternativa CORRETA.

I - Somente a identificação de pessoa viva ou morta.

II - Somente determinar as causas, circunstâncias e tempo de morte.

III - Determinar a identificação do cadáver somente pelo D.N.A.

IV - Determinar a identificação de pessoa viva ou morta e determinar as causas, circunstâncias e tempo de


morte.

a. Somente IV está correta.


b. Somente I está correta.
c. Somente II e III estão corretas.
d. Somente I e IV estão corretas.
e. Somente II está correta.

12. (NUCEPE/PI MÉDICO LEGISTA – 2018) Nas análises forenses, é importante reconhecer diferenças
histológicas entre ossos humanos e não humanos. Quando estamos diante de um osso humano
adulto, esperamos encontrar na histologia:
a. Canais de Harvers mais largos, com até 8 por mm².
b. Predomínio de osso plexiforme.
c. Canais de Havers em maior número, chegando a 40 por mm².
d. Ósteons tendendo a se alinhar em fileiras limitadas por bandas.
e. Ósteons tendendo a se alinhar em estruturas de formato regular.

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13. (NUCEPE/PI PERITO MÉDICO LEGISTA – 2018) Qual dos métodos de identificação abaixo melhor
satisfaz aos requisitos de unicidade, imutabilidade, praticabilidade e classificabilidade?
a. Método de Vucetich.
b. Oftalmoscopia.
c. Poroscopia.
d. Rugopalatoscopia.
e. Flebografia.

14. (VUNESP/SP AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) Necropapiloscopia, por definição,


refere-se:
a. às técnicas de classificação do sistema de Vucetich.
b. à leitura de minúcias empregadas na pesquisa dactiloscópica.
c. à dactiloscopia aplicada para a identificação post mortem.
d. à identificação que sucede à cremação.
e. ao processo de reconhecimento de cadáveres por familiares.

15. (VUNESP/SP AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) O sistema utilizado para análise,
classificação, identificação e arquivamento das impressões digitais utilizando todos os dactilogramas
de um indivíduo é chamado de sistema:
a. infradactilar.
b. autodactilar.
c. de arquivo.
d. monodactilar
e. decadactilar.

16. (VUNESP/SP AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) Na análise de uma ossada humana
pelo antropólogo forense, com a finalidade de identificação de um indivíduo, características do
crânio poderão contribuir para predizer, principalmente, o(s) seguinte(s) parâmetro(s):
a. idade e altura.
b. somente sexo.
c. sexo e altura.
d. somente idade.
e. sexo e idade.

17. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018)

Na fórmula E4343/I4242, o número 4 representa o tipo fundamental:

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a. presilha interna.
b. arco plano.
c. presilha externa.
d. arco ganchoso.
e. verticilo.

18. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) O sistema datiloscópico [...] foi introduzido na
medicina legal brasileira por volta de 1903, representando uma verdadeira mudança nos métodos de
identificação, ante sua praticidade, simplicidade, eficiência e segurança nos resultados [...].

O sistema mencionado no texto refere-se ao sistema criado por

a. Ricardo Gumbleton Daunt.


b. Rodrigues Alves.
c. Marcello Malpighi.
d. Eduardo Ramos.
e. Juan Vucetich.

19. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) Impressões digitais (cristas epidérmicas) têm sido
usadas como um meio de identificação há mais de 2000 anos. Elas também foram extensivamente
estudadas cientificamente por antropólogos e biólogos. No entanto, apesar de todo o conhecimento
empírico e experimental, nenhuma explicação amplamente aceita para o desenvolvimento das
cristas epidérmicas nos dedos, palmas das mãos e plantas dos pés ainda emergiu. [...].

O momento em que se dá a completa formação das impressões digitais é:

a. em torno dos 6 meses de gestação.


b. nos 3 primeiros meses de vida após o nascimento.
c. por ocasião do trabalho de parto.
d. 3 semanas após o nascimento.
e. imediatamente após a fertilização.

20. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) As técnicas de identificação criminal usadas hoje
pelas forças policiais americanas estão enraizadas na ciência da antropometria, que se concentra na
medição e registro meticulosos de diferentes partes e componentes do corpo humano. Geralmente, a
aplicação da lei no final do séc. XIX e início do séc. XX acreditava que cada indivíduo possuía uma
combinação única de medidas de diferentes partes do corpo, e a comparação dessas medidas poderia
ser usada para distinguir os indivíduos.

O criminologista que primeiro desenvolveu esse sistema antropométrico foi:

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a. Cesare Lombroso.
b. Alphonse Bertillon.
c. Marcello Malpighi.
d. Juan Vucetich.
e. Enrico Ferri.

21. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) No incêndio e desabamento de um prédio,


algumas vítimas tiveram seus corpos fragmentados e carbonizados. Considerando-se os recursos
utilizados pela odontologia legal para a identificação de indivíduos, é correto afirmar:
a. os exames imaginológicos dentais geralmente não auxiliam na identificação.
b. são necessários pelo menos 12 pontos dentais de coincidência para a identificação.
c. a identificação pela análise da arcada dental tem pouca contribuição diagnóstica.
d. se a vítima for criança, a análise dentária para estimativa da faixa etária tem pouco valor.
e. componentes dentais como esmalte, dentina e cemento podem resistir a altas temperaturas.

22. (VUNESP/SP PAPILOSCOPISTA POLICIAL – 2018) No exame antropológico forense de uma ossada
humana completa, correspondente a um indivíduo adulto, com finalidade de definir altura e sexo, os
ossos mais indicados para essa análise são, respectivamente:
a. crânio e úmero.
b. fêmur e clavícula.
c. fêmur e pelve.
d. clavícula e rádio.
e. crânio e fíbula.

23. (INSTITUTO AOCP/ITEP-RN PERITO CRIMINAL – 2018) Considerando a estimativa de sexo em um


esqueleto humano, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a
alternativa com a sequência correta.

( ) Os ossos da pelve são considerados os melhores marcadores biológicos para a estimativa de sexo.

( ) Zonas de inserção muscular óssea acentuadas são características femininas.

( ) O sulco pré-auricular é uma característica predominantemente feminina.

( ) Os ossos da pelve exibem características que permitem realizar a estimativa de sexo desde a infância.

a. V-F-F-V
b. F - F - V - V.
c. V - V - F - F.
d. V - V - V - F.

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e. V - F - V - F.

24. (INSTITUTO AOCP/ITEP-RN PERITO CRIMINAL – 2018) A antroposcopia e a antropometria tratam,


respectivamente, de características:
a. quantitativas e qualitativas.
b. qualitativas e subjetivas.
c. qualitativas e quantitativas.
d. objetivas e quantitativas.
e. subjetivas e qualitativas.

25. (NUCEPE/PI PERITO MÉDICO LEGAL – 2012) O numerador da fórmula dactiloscópica 4-1322/32234
representa:
a. verticilo, arco, presilha interna, presilha externa, presilha externa.
b. arco, presilha externa, verticilo, presilha interna, presilha interna.
c. verticilo, arco, presilha externa, presilha interna, presilha interna.
d. presilha externa, verticilo, arco, presilha interna, presilha interna.
e. arco, verticilo, presilha interna, presilha externa, presilha externa.

26. (NUCEPE/PI PERITO MÉDICO LEGAL – 2012) Com relação à determinação do sexo na identificação
médico-legal, assinale a alternativa correta.
a. O fêmur fornece mais elementos para a determinação do sexo do que o crânio.
b. A primeira vértebra cervical não fornece elementos para determinação do sexo.
c. A bacia é a parte do esqueleto que mais fornece elementos para a determinação do sexo.
d. O tórax é a parte do esqueleto que fornece mais elementos para a determinação do sexo.
e. O crânio fornece raros elementos para a determinação do sexo.

27. (NUCEPE/PI PERITO MÉDICO LEGAL – 2012) Um eletricista da Companhia de Eletricidade,


trabalhando numa linha energizada, recebeu uma descarga elétrica e caiu de uma altura de três
metros, sofrendo um traumatismo craniano. No hospital, constataram a existência de um hematoma
extradural, que foi drenado. A vítima permaneceu hospitalizada por mais de uma semana. Ao final
desse período, desenvolveu um quadro de pneumonia e faleceu com insuficiência respiratória e
septicemia.

Com relação à identificação médico-legal, assinale a alternativa correta.

a. O arco senil é o elemento fundamental no exame do globo ocular, referente à determinação do


sexo.

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b. O exame radiológico dos ossos do carpo tem pouca importância para a estimativa da idade.
c. O exame dos dentes representa importante papel na identificação de vítimas de desastres de
massa.
d. A pele, os pelos e a estatura fornecem valiosos subsídios para a estimativa da idade.
e. O crescimento dos ossos longos cessa primeiro nas pessoas do sexo masculino.

28. (CESPE/MA ODONTOLEGISTA – 2018) O crânio de um cadáver encontrado mostrava, na dentição


decídua, a presença dos caninos inferiores; na dentição permanente, os incisivos centrais e laterais
superiores e inferiores erupcionados, primeiros molares superiores e inferiores erupcionados,
segundos molares inferiores erupcionados e superiores em erupção. No referido crânio, os caninos
superiores já estavam erupcionados, mas os caninos inferiores não eram visualizados por intraoral no
arco, não havendo erupção dos terceiros molares.

Com base nessa situação hipotética, antes de serem realizados os exames complementares, é correto
afirmar que o crânio seria de uma criança:

a. menor de onze anos de idade com cronologia de erupção retardada.


b. menor de onze anos de idade com cronologia de erupção normal.
c. maior de onze anos de idade com cronologia de erupção normal.
d. com doze anos de idade ou mais possivelmente com agenesia ou impacção dos caninos inferiores.
e. menor de doze anos de idade com cronologia de erupção normal.

29. (CESPE/MA ODONTOLEGISTA – 2018) O método de Carrea para estimar a altura de um indivíduo
fundamenta-se no fato de que existe proporcionalidade entre os diâmetros dos dentes e a altura de
um indivíduo. Para tanto, mede-se o(a):
a. arco da circunferência da somatória do diâmetro mesiodistal dente a dente por vestibular dos
incisivos central, lateral e caninos unilaterais inferiores, resultando isso na possível altura mínima
do indivíduo.
b. corda do arco por palatino, medida da linha reta entre a mesial do incisivo central até a distal do
canino superior de mesmo lado, estimando-se a altura máxima.
c. arco da circunferência da somatória do diâmetro mesiodistal dente a dente por vestibular dos
incisivos central, lateral e caninos unilaterais inferiores, resultando isso na possível altura máxima
do indivíduo.
d. corda do arco por lingual, medida da linha reta entre a mesial do incisivo central até a distal do
canino inferior de mesmo lado, estimando-se a altura máxima.
e. arco da circunferência da somatória do diâmetro mesiodistal dente a dente por vestibular dos
incisivos central, lateral e caninos unilaterais superiores, resultando isso na possível altura máxima
do indivíduo.

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30. (CESPE/MA ODONTOLEGISTA – 2018) Em relação à análise das rugosidades palatinas, é correto
afirmar que:
a. a forma do arco dentário é examinada antes da análise das rugas palatinas, sendo reconhecido
como arco épsilon aquele que apresenta segmentos do arco dentário divergentes em todo o seu
perímetro.
b. a calcorrugoscopia consiste em delinear e individualizar as rugas a partir do modelo de gesso.
c. o perito pode utilizar a palatoscopia e a queiloscopia nesse processo, pois ambos têm as mesmas
vantagens.
d. esse é um método de identificação que pode ser utilizado para cadáveres em avançado processo de
decomposição.
e. alguns fatores de alterações das rugosidades palatinas, como a sucção digital em crianças, podem
ser detectados mediante esse exame; porém a perda de dentes não causa alterações.
31. (CESPE/MA MÉDICO LEGISTA – 2018) Com relação à identificação forense pela tecnologia do DNA
recombinante e à rastreabilidade de material probatório, assinale a opção correta.
a. O uso de locos de microssatélites ou short tandem repeats (STRs) em genética forense deve-se à
ausência de taxa de mutação, pois a presença de mutação acarretaria erros graves de interpretação
nos resultados de análise de amostras criminais por meio da tecnologia do DNA recombinante.
b. Cadeia de custódia é a documentação do histórico cronológico e da localização de uma evidência, e
permite a rastreabilidade das evidências utilizadas em processos judiciais a partir do registro de
quem teve acesso ou realizou o manuseio dessas evidências.
c. As regiões STR (short tandem repeat) geralmente apresentam bialelismo.
d. O Sistema CODIS, ou combined DNA index system (sistema combinado de índices de DNA), é
utilizado uniformemente no Brasil.
e. A análise do perfil genético de um homem pelo DNA demonstraria um pico no eletroferograma na
região correspondente à amelogenina.

32. (CESPE/MA MÉDICO LEGISTA – 2018) No cotidiano da perícia médico-legal, é comum que, no ato
de prisão, o indivíduo alegue menoridade para se beneficiar da inimputabilidade penal. Em geral,
indivíduos nessa situação não apresentam documentação, razão por que é comum levá-los ao
instituto médico-legal para avaliação da sua idade e da sua integridade física (exame de lesões
corporais). Nesse caso, a determinação da idade pode ser feita por meio de(a)
a. análise dos terceiros molares, cuja presença ocorre, em média, entre os dezoito e os vinte e oito
anos de idade.
b. análise do ponto complementar de ossificação na epífise inferior do fêmur, chamado de ponto de
Beclard ou Virchow, que aparece um mês antes do nascimento.
c. exame radiográfico específico que permite, por meio da análise da fusão do osso semilunar, avaliar
o estágio de desenvolvimento desse osso, que se completa, em média, aos dezoito anos de idade.
d. exame radiográfico específico que permite, por meio da análise da fusão da epífise radial,
estabelecer os limites mínimos entre os dezesseis e os dezenove anos de idade e o limite máximo
entre os dezenove e os vinte e um anos de idade.
e. análise dos segundos molares, cuja presença ocorre, em média, entre os treze e os quinze anos de
idade.

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33. (CESPE/MA MÉDICO LEGISTA – 2018) Sob o ponto de vista didático, a medicina legal está dividida
em medicina geral e medicina especial. A respeito da medicina legal especial, assinale a opção
correta.
a. A antropologia forense é o estudo da identidade e da identificação, seus métodos, processos e
técnicas.
b. A infortunística trata da análise racional da participação da vítima na eclosão e justificação das
infrações penais.
c. A tanatologia versa sobre os fenômenos volitivos, afetivos mentais, a periculosidade do alienado, as
socioneuropatias em face de problemas judiciários, a simulação e a dissimulação.
d. A vitimologia estuda os diferentes aspectos da gênese e da dinâmica dos crimes.
e. A asfixiologia forense é o estudo dos cáusticos e dos envenenamentos.

34. (CESPE/MA DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2018) Em determinada cidade interiorana, por volta
das dezesseis horas de um dia ensolarado, o corpo de uma mulher jovem foi encontrado por
populares, em área descoberta de um terreno baldio. O delegado de plantão foi comunicado do fato
e, ao dirigir-se ao local, a autoridade policial verificou que o corpo se encontrava em decúbito dorsal
e despido. A perícia de local, tendo realizado exame perinecroscópico, verificou que o corpo
apresentava temperatura de 27 ºC, além de rigidez completa de tronco e membros. Constataram-se
escoriações na face, fraturas dos elementos dentários anteriores, manchas roxas na região cervical
anterior e duas lesões profundas na região torácica anterior, abaixo da mama esquerda, medindo a
maior delas 4 cm × 1 cm. Havia tênue mancha de tonalidade avermelhada na face posterior do corpo,
que só não se evidenciava nas partes que estavam em contato com o solo. Nas adjacências das lesões
torácicas e no solo próximo ao corpo, havia pequena quantidade de sangue coagulado. No mesmo
terreno onde estava o corpo, foi encontrada uma faca de gume liso único. A lâmina, que estava suja
de sangue, tinha formato triangular e media 20 cm de comprimento e 4 cm de largura em sua base.
Exames laboratoriais realizados posteriormente atestaram que o sangue presente na faca pertencia à
vítima. Após a lavagem do corpo, foi possível detectar lesões torácicas, de acordo com as imagens
mostradas na figura a seguir.

A perícia dactiloscópica realizada no cadáver referido no texto 1A9AAA identificou a impressão digital de
um único dedo na faca encontrada no local do crime. A comparação dessa impressão digital com os dados

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do arquivo criminal revelou que ela coincidia com a do dedo indicador da mão direita de um homem
foragido da justiça que havia sido condenado pelo estupro seguido de morte de outras mulheres.

Com referência a essas considerações adicionais, assinale a opção correta.

a. A análise do perfil genético de espermatozoides detectados na secreção vaginal da vítima seria


opção mais confiável que a impressão digital para identificar o criminoso.
b. No caso considerado, a impressão digital de uma única polpa digital poderá ser considerada
suficiente para estabelecer a autoria do crime.
c. Se o referido homem tiver um irmão gêmeo univitelínico, as impressões digitais serão insuficientes
para diferenciá-los.
d. A impressão digital encontrada na faca deverá ser comparada com registros recentes do homem
em questão, uma vez que as linhas dactiloscópicas variam com o tempo.
e. O fato de ser comum encontrar indivíduos diferentes que possuam impressões digitais idênticas
justifica a impossibilidade de se estabelecer com segurança a autoria no caso em apreço.

35. (IESES/IGP-SC PAPILOSCOPISTA – 2017) Em relação à Representação Facial Humana-RFH, assinale


a opção INCORRETA:
a. É por meio da reconstituição facial humana que é possível se chegar à imagem de uma face
humana, em casos de cadáveres de identidade desconhecida.
b. A Representação Facial Humana está restrita ao Retrato Falado (do artístico ao informatizado), que
tem como finalidade diminuir o universo de suspeitos, a partir de uma reprodução das
características de uma face, baseada em descrição de uma vítima ou testemunha, utilizada como
um recurso adicional às investigações.
c. Exames prosopográficos têm como objetivo comparar a imagem de faces humanas para verificar a
similaridade entre elas.
d. Simulações de envelhecimento de faces e de disfarces são ferramentas utilizadas pelo Instituto de
Identificação de Santa Catarina no auxílio de investigações.

36. (IESES/IGP-SC PAPILOSCOPISTA – 2017) O croata-argentino naturalizado Juan Vucetich criou o


sistema de classificação de impressões digitais conhecido como Sistema Datiloscópico, que foi
adotado oficialmente no Brasil no início do século passado De acordo com os estudos de Vucetich, é
correto afirmar que:

I. O sistema de Vucetich tinha como trunfo a possibilidade de arquivamento de um grande número de


individuais datiloscópicas (fichas com impressões digitais dos 10 dedos), organizado de acordo com as
fórmulas oriundas da classificação e subclassificação das impressões digitais de um indivíduo.

II. Os tipos fundamentais da classificação do Sistema Datiloscópico de Vucetich são: 1-Arco, 2-Presilha, 3-
Turbilhão e 4-Verticilo.

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III. A partir da determinação dos sistemas de linhas limitados pelas linhas diretrizes, a classificação de uma
impressão digital (datilograma) no sistema de Vucetich leva em consideração: a existência ou ausência da
figura conhecida como “delta”, sua localização e a trajet ria das linhas no campo digital.

IV. Pontos característicos são caracteres individualizadores, também conhecidos como minúcias ou
particularidades morfol gicas, que encontramos em uma impressão digital. A “bifurcação” e a “ponta de
linha” são alguns e emplos de pontos característicos. conjunto desses pontos característicos NÃO é
levado em consideração em uma comparação entre duas impressões digitais.

A sequência correta é:

a. Apenas a assertiva II está incorreta.


b. Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.
c. As assertivas I, II, III e IV estão corretas.
d. Apenas as assertivas I e III estão corretas.

37. (IESES/IGP-RS PAPILOSCOPISTA – 2017) Em 1789, o francês Alphonse Bertillon criou o primeiro
método científico de identificação humana amplamente aceito. O sistema, conhecido como
antropométrico ou Bertillonage/ Bertiolagem em homenagem a seu criador, confiava em uma
combinação de medidas físicas coletadas por procedimentos cuidadosamente prescritos. Sobre este
sistema de identificação, é correto afirmar:

I. Além dos assinalamentos antropométrico (onze medidas), descritivo e dos sinais particulares, também
incluíam fotografias do identificado, de frente e de perfil.

II. Contribuíram para o abandono do uso do método: o aumento do número de fichas de identificação
arquivadas - que gerou problemas na classificação; sua aplicação somente em indivíduos adultos; as
medidas tomadas tinham forte componente pessoal, passíveis de erros, e dois indivíduos poderiam
apresentar valores antropométricos idênticos, dentro dos limites de precisão do sistema.

III. Baseava-se em três princípios: 1-fixidez do esqueleto humano adulto; 2-variação das dimensões do
esqueleto humano entre um indivíduo e outro; 3- facilidade e precisão na tomada de medidas ósseas.

IV. Apesar do sistema ter sido adotado na França, e posteriormente por outros países da Europa e do
mundo, nunca foi utilizado no Brasil.

V. Bertillon passou a adicionar as impressões digitais do identificado nas fichas sinaléticas. Porém,
representavam um mero elemento de identificação a mais, pois o sistema era baseado na antropometria.

A sequência correta é:

a. Apenas a assertiva V está incorreta.


b. Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
c. Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas.
d. Apenas as assertivas I, II, III e V estão corretas.

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38. (IESES/IGPS-SC PAPILOSCOPISTA – 2017) As impressões datiloscópicas são basicamente de três


tipos. Assinale a alternativa que melhor relaciona o tipo de impressão com um exemplo
corretamente:
a. A marca em relevo deixada pelo dedo sobre uma superfície moldável (p.ex. massa plástica) é uma
impressão moldada.
b. A marca de dedo sujo de tinta sobre uma superfície rígida, lisa e limpa é uma impressão latente.
c. A marca deixada pelo dedo sobre uma superfície suja de poeira, visível, é uma impressão do tipo
latente.
d. A marca não visível, deixada pelo dedo sobre uma superfície limpa, revelada após o uso de
substâncias apropriadas é uma impressão do tipo revelada.

39. (FCC/POLITEC-AP PERITO MÉDICO LEGISTA – 2017) Considere as características abaixo


encontradas nas ossadas.

I − Sexo

(1) Sexo masculino

(2) Sexo feminino

II − Características das ossadas

( ) Fronte mais inclinada para trás

( ) Articulação fronto-nasal angulosa

( ) Rebordos superorbitários cortantes

( ) Buraco obturador grande e oval

( ) Corpo do púbis quadrangular

A correta correlação entre as colunas I e II, de cima para baixo, é

a. 2-2-1-2-2.
b. 1-2-2-1-1.
c. 1-1-2-1-2.
d. 1-2-2-2-2.
e. 2-1-1-1-2.

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40. (CESPE/GO DELEGADO DE POLÍCIA – 2017) De acordo com Ottolenghi, um indivíduo de pele
branca ou trigueira, com íris azuis ou castanhas, cabelos lisos ou crespos, louros ou castanhos, com
perfil de face ortognata ou ligeiramente prognata e contorno anterior da cabeça ovoide é classificado
como
a. indiano.
b. australoide.
c. caucásico.
d. negroide.
e. mongólico.

41. (FUNCAB/PA DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL – 2016) No que se refere ao tema “identificação", os
ângulos de Jacquart, Cloquet e Curvier são verificados:
a. no tórax.
b. nas pernas.
c. nos braços.
d. na bacia.
e. no crânio.

42. (UEG/GO DELEGADO DE POLÍCIA – 2013) No local do crime, os peritos arrecadaram um desenho
digital que apresentava um delta à esquerda. Pelo sistema de Vucetich, este desenho é classificado
como
a. presilha interna
b. verticilo
c. presilha externa
d. arco

43. (UEG/GO DELEGADO DE POLÍCIA – 2013) Em Antropologia Forense, os ângulos faciais (Jacquart,
Cloquet e Curvier) são determinantes para:
a. altura
b. idade
c. sexo
d. raça

44. (FGV/MA DELEGADO DE POLÍCIA – 2012) O sistema dactiloscópico de Vucetich é um dos principais
métodos utilizados na identificação policial e judiciária. Numa individual dactiloscópica expressa pela
fórmula , verifica-se que a pessoa identificada apresenta:

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a. amputação do dedo polegar esquerdo.


b. amputação do dedo indicador direito.
c. amputação do dedo indicador esquerdo.
d. amputação do dedo polegar direito.
e. amputação do dedo mínimo esquerdo.

45. (FUNCAB/RJ DELEGADO DE POLÍCIA – 2012) A identificação de uma pessoa se define como um
conjunto de características que individualiza a pessoa, tornando-a diferente das demais. Sob esta
óptica, o exame de DNA, embora moderno e com alto grau de confiabilidade, não é suficiente para a
determinação da identidade, pois via de regra, essas análises são realizadas utilizando-se como
material de comparação amostras de familiares, sendo assim um método capaz de gerar o grau de
parentesco e, não a identidade propriamente dita, ou seja, pode determinar se um indivíduo é filho
de alguém, mas não qual dos filhos. Outras técnicas, científicas, ao contrário do exame de DNA,
podem, isoladamente, conferir a identidade a um cadáver, considerando a preexistência de
parâmetros de comparação. Entre essas técnicas, estão:
a. reconhecimento facial, arcada dentária e sobreposição de imagens.
b. reconhecimento facial, sinais particulares e sobreposição de imagens.
c. impressão dactiloscópica, sinais particulares e sobreposição de imagens.
d. impressão dactiloscópica, arcada dentária e sobreposição de imagens.
e. impressão dactiloscópica, arcada dentária e sinais particulares.

46. (CEFET/BA DELEGADO DE POLÍCIA – 2008) Assinale a alternativa correta.


a. Os exames periciais podem determinar a identidade do criminoso.
b. A identidade do criminoso só pode ser realizada pelas provas testemunhais.
c. “modus operandi”, ou seja, a maneira e a espécie como foi praticado o delito não tem
importância na investigação policial.
d. A testemunha é o elemento sobre o qual incide a ação criminosa.
e. A identidade de uma pessoa é determinada somente pelo exame de DNA.

47. (FUMARC/MG DELEGADO DE POLÍCIA – 2011) No esqueleto, a estimativa do sexo, faz-se pelas
características morfológicas observadas, após a puberdade. Os achados mais evidentes do dimorfsmo
sexual são observados no(a)
a. clavícula.
b. úmero.
c. fêmur.
d. pelve.

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48. (CEPERJ/RJ DELEGADO DE POLÍCIA – 2009) Durante operação policial na favela do Barbante, em
Campo Grande, foi encontrado um crânio humano incompleto que apresentava em análise
preliminar:

1. suturas cranianas bem visíveis;


2. fronte verticalizada;
3. glabela curva;
4. margens supra-orbitárias finas;
5. orifício em tronco de cone com o bisel voltado para a face externa do osso frontal;
6. processos mastóideos pouco volumosos;
7. ausência de crista na nuca;
8. côndilos occipitais curtos e largos.

Assinale a opção que aponta o diagnóstico pericial.

a. Mulher jovem com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.
b. Homem adulto com uma lesão de entrada de projétil de arma de fogo no osso frontal.
c. Mulher adulta com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.
d. Homem jovem com uma lesão de saída de projétil de arma de fogo no osso frontal.
e. Mulher idosa com uma lesão de entrada de projétil de arma de fogo no osso frontal.

49. (FUNCAB/RO DELEGADO DE POLÍCIA – 2009) Identidade médico-legal é o conjunto de


características apresentadas por um indivíduo que o torna único. Assinale a opção INCORRETA acerca
da identificação médico-legal.
a. O sistema de identificação dactiloscópica de Vucetich é um processo de grande valia e de
extraordinário efeito, porque apresenta os requisitos essenciais para um bom método: unicidade,
praticabilidade, imutabilidade e classificabilidade; só não apresenta o requisito de perenidade.
b. Identificação médico-legal pode ser realizada em um indivíduo vivo ou em cadáver, inteiro,
espostejado ou reduzido a ossos.
c. Na identificação médico-legal, são considerados os seguintes parâmetros: idade, sexo, raça,
estatura e peso, pois, partindo-se do geral, chega-se ao particular, ao indivíduo.
d. Características ocasionais, tais como a presença de tatuagens, calos de fraturas ósseas e próteses
dentárias, ósseas ou de outros tipos, não possuem valor para a antropologia forense.
e. Medidas de dimensões de ossos longos e comparações com tabelas podem dar ideia da estatura de
indivíduos quando vivos.

50. (CESPE/POLÍCIA CIENTÍFICA-PE MÉDICO LEGISTA – 2016) Com relação aos parâmetros ósseos que
permitem presumir o sexo de uma pessoa, assinale a opção correta.
a. A inclinação do fêmur em relação a uma linha vertical, quando apoiado pelos côndilos, é maior no
sexo masculino do que no feminino.
b. Se o ângulo infrapubiano do indivíduo for de 110º, ele será do sexo masculino.
c. A pelve masculina é horizontalmente mais extensa e verticalmente mais curta do que a feminina.

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d. A chanfradura isquiática ou grande incisura isquiática, no sexo feminino, usualmente forma um


ângulo de 60º.
e. No crânio feminino, observa-se acentuada inclinação da fronte, grande proeminência da glabela e
apófise mastoide volumosa.

GABARITO
1. B 26. C
2. D 27. C
3. E 28. D
4. E 29. C
5. D 30. B
6. B 31. B
7. D 32. B
8. A 33. A
9. E 34. B
10. B 35. B
11. A 36. D
12. A 37. D
13. A 38. A
14. C 39. C
15. E 40. C
16. E 41. E
17. E 42. C
18. E 43. D
19. A 44. B
20. B 45. D
21. E 46. A
22. C 47. D
23. E 48. A
24. C 49. D
25. C 50. D

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