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Introdução
Foi realizado um estudo sobre edificações prediais altas, analisando os modelos
estruturais mais apropriados, cargas a serem consideradas em projeto e a segurança
destas estruturas. Além disso, abordou-se a evolução do desenvolvimento desses,
levando em conta métodos construtivos, materiais, sustentabilidade e utilização.
Metodologia
Percorrendo a História, de meados do século dezenove até hoje, discorreu-se
sobre o desenvolvimento dos prédios altos no Brasil e no Mundo. Dissertou-se sobre as
evoluções que foram necessárias, a utilização de elementos construtivos pré-fabricados
em aço, entre outros novos métodos de construção desenvolvidos para viabilizar a
construção de edifícios cada vez mais altos. Abordou-se sobre os seguintes
aspectos práticos: Circulação vertical e as estratégias e tempo de evacuação; Ar-
condicionado; Automação; Energia; Elevadores; Fachadas; Instalações de água e
esgoto.
Após compilar o conjunto de informações necessárias para ter entendimento dos
aspectos dos edifícios altos foi realizado um estudo de caso para cada um dos seguintes
edifícios: 1º e 2º - as duas torres gêmeas Petronas, Kuala Lumpur (Malásia), 452 m, 88
andares, 1997; 3º - Torre Sears, Chicago (EUA), 442 m, 110 andares; 4º - Torre Jin
Mao, Xangai (China) 421 m, 88 andares; 5º - World Trade Center I, Nova York (EUA)
417 m, 110 andares; 6º - World Trade Center II, Nova York (EUA) 415 m, 110 andares;
7º - Empire State Building, Nova York (EUA) 381 m, 102 andares; 8º - Central Plaza,
Hong Kong, 374 m, 72 andares; 9º - Banco da China, Hong Kong, 369 m, 70 andares;
10º - Emirates Towers One, UAE, 354 m. 54 andares; Dentre os dados casos, foi
realizado um estudo mais aprofundado da Willis Tower (antiga Sears Tower).
Os temas abordados nestes estudos de caso foram: 1.Ficha Técnica; 2.História da
Edificação; 3.Construção (sendo abordados Cronologia da Obra, Métodos Construtivos,
Fundações, Materiais Estruturais e Design); 4.Sustentabilidade; 5.Custo; 6.Utilização;
7.Ranking entre os mais altos edifícios do mundo.
Desse modo, foi possível analisar como os avanços tecnológicos - como a
invenção do elevador, a utilização do aço nas estruturas, o surgimento de novos
métodos construtivos - permitem com que, cada vez, mais sejam construídos edifícios
mais altos, com projetos mais rebuscados e exuberantes, desafiando limites previamente
impostos. Além do desenvolvimento de elementos – como lâmpadas led, sistemas de
automação, e sistemas de isolamento – que contribuem para a utilização destas
edificações prediais altas, tornando-os mais convenientes, confortáveis e cada vez mais
autossustentáveis.
fy fu E G
Material Utilização
(MPa) (MPa) (MPa) (MPa)
Aço ASTM 572 Vigas e travamentos
345 450 210.000 80.800
Grau 50
Aço ASTM 588
Pilares 345 485 210.000 80.800
Grau 60
Tabela 1 – Materiais utilizados no Willis Tower
O perfil I foi utilizado para vigas com 0,99m e pilares com 1,07m de
profundidade. Os perfis das colunas variam de W 609 x 102 mm na base até W 305 x
19.1 mm no topo. Os perfis das vigas variam de W 406 x 69.9 mm até W 254 x 25.4
mm. Um total de 76000 toneladas de aço estrutural foram usados: A588, A572 e A36
Para os pilares, os perfis utilizados foram: do nível do chão – 0m ao andar 50 –
200,558m e até o Andar 66 - 266,3952m o perfil utilizado é o W610X101. Já do 66 até
o andar 90 - 361,4928m e até o andar 108- 442,2648m o perfil utilizado é o W310X21.
Para as vigas, os perfis utilizados foram: do nível do chão – 0m ao andar 66 –
200,558m o perfil utilizado é o W 410 x 67,0. Já do 66 até o andar 108- 442,2648m o
perfil utilizado é o W 250 x 25,3.
Análise dinâmica
Uma vez que o programa Ftool Interactive-Graphics Program for Structural
Analysis (FTOOL) possui restrições quanto à modelagem de estruturas extremamente
esbeltas, foi realizado a analise estrutural de um dos núcleos da Wills Tower de base
22,86 x 22,86m, todavia, com altura de 90,00 m no intuito de obter as respostas da
estrutura quanto a: 1. Modelos estruturais mais eficientes para aço e concreto; 2. O
efeito do peso próprio (cargas permanentes e variáveis); 3. A ação do vento; 4.
Distribuição de esforços; 5. Efeito combinado do vento e peso próprio.. A estrutura é
composta por vigas W 410 x 67,0 e pilares W610X101.
Onde
Mendis et al. (2007) apresentam também em seu estudo a Tabela 2 com os
coeficientes calculados para uma velocidade de 50m/s. Nesta tabela, percebe-se que
todos os coeficientes usados para determinar a velocidade do vento variam conforme a
rugosidade do terreno. Portanto, é necessário definir em que categoria o terreno se
enquadra, para então determinar a pressão exercida pelo vento.
Categoria do Z0 u* Zg
Terreno (m) (m/s) (m)
1 0.002 1.204 2006
2 0.02 1.385 2308
3 0.2 1.626 2710
4 2 1.963 3272
Tabela 2 - Coeficientes para as diversas características do terreno (Mendis et al.,
2007)
Cenario 1
Z0 0,002 m
Zg 2006 m
u* 1,204 m/s
80
60
z (m)
40
20
0
35 33 31 VZ (m/s)29 27 25
Gráfico 1 - Distribuição do vento na fachada do edifício
z (m) (m/s)
15 26,9
30 28,4
45 30,17
60 31
75 32
90 33
Tabela 4 – Variação da velocidade média com a altura
Para a análise estática dos ventos, não se deve adotar as pressões de pico, uma
vez que estas ocorrem raramente, e não podem ser aproximadas por uma carga estática.
No entanto, também não se deve adotar somente a velocidade média, pois se estará
depreciando a intensidade do carregamento. Para isso, são adotados coeficientes
multiplicados à pressão principal. Estes coeficientes simulam tanto o efeito de rajada
quanto o efeito da superfície.
Na análise estática, a velocidade de projeto é usada para calcular as pressões
atuantes na estrutura, através da equação:
2
Módulo (m/s) qz (kN/m ) q (kN/m)
1 26,9 0,443573 10,14
2 28,4 0,494421 11,30
3 30,17 0,55797 12,75
4 31 0,589093 13,47
5 32 0,627712 14,35
6 33 0,667557 15,26
Tabela 5 – Variação da pressão e carregamento com a altura
Reações de apoio
Apoio Rx (kN) Ry (kN) M (kNm)
1 -236,6 -2131,5 1533,3
2 191,9 110,5 1499,7
3 -189,1 4,9 1485,4
4 -189,1 -12,8 1485,3
5 -191,7 -119,7 1498,4
6 -160,7 2148,6 1343,6
Tabela 6 – Reações de apoio devido ao carregamento de vento
Deslocamentos nodais
Nódulo δ x (m) δ y (m)
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 0 0
7 1,173 0,0176400
8 1,173 -0,0009143
9 1,172 -0,0000404
10 1,172 0,0001057
11 1,172 0,0009907
12 1,172 -0,0177800
13 2,376 0,0291700
14 2,375 -0,0003262
15 2,375 -0,0002877
16 2,375 0,0004116
17 2,374 0,0005224
18 2,374 -0,0294900
19 3,368 0,0357400
20 3,368 0,0009952
21 3,367 -0,000535
22 3,367 0,0007047
23 3,367 -0,0006173
24 3,367 -0,03629
25 4,118 0,03865
26 4,118 0,002576
27 4,117 -0,0007466
28 4,117 0,0009459
29 4,117 -0,00196
30 4,117 -0,03947
31 4,606 0,03921
32 4,605 0,004059
33 4,605 -0,0009307
34 4,605 0,00134
35 4,604 -0,003124
36 4,604 -0,04035
37 4,818 0,03875
38 4,818 0,005171
39 4,817 -0,001131
40 4,817 0,001278
41 4,817 -0,003729
42 4,817 -0,04034
Tabela 7 – Deslocamentos nodais ao carregamento de vento
Elementos em aço
A estrutura é composta por vigas W 410 x 67,0 e pilares W610X101.
Pela NBR 6120 o peso especifico aparente do Aço (γ) 78,5 kN/m2
Sendo:
= área especifica da W 410 x 67,0; 0,00863 m2.
γ= peso especifico aparente do Aço (78,5 kN/m2)
As lajes do edifício são de concreto armado 22,86 x 22,86m com perfil 5x25 cm. Para o
calculo do peso próprio da laje calculou-se as áreas de influência pela fórmula:
l 4,572 m
L 22,86 m
Área de influência 104,516 m^2
γconcreto 25 kN/m^3
Comp viga (L) 22,86 m
PP laje 114,3 kN/m
Ações combinadas
Obteve-se o carregamento distribuído nas vigas pela formula da NBR 8800.
Desse modo, o carregamento nas vigas pelo peso próprio é de 152,471 kN/m.
Reações de apoio
Apoio Rx (kN) Ry (kN) M (kNm)
1 7,6 2669,8 227,6
2 1,1 4624,6 -5,3
3 0,2 4904,8 -1,2
4 -0,2 4904,8 1,2
5 -1,1 4624,6 5,3
6 -7,6 2669,8 -227,6
Tabela 11 – Reações de apoio devido ao peso próprio
Figura 14 - Pórtico com carregamento do peso próprio - Fonte: FTOOL
Deslocamentos nodais
Nódulo δ x (m) δ y (m)
1 0 0
2 0 0
3 0 0
4 0 0
5 0 0
6 0 0
7 -0,0000681 -0,0192
8 -0,00005 -0,03251
9 -0,00002 -0,03483
10 -0,00002 -0,03483
11 0,00005 -0,03251
12 0,00007 -0,01921
13 -0,00003 -0,03559
14 -0,00002 -0,05918
15 -0,00001 -0,06389
16 0,00001 -0,06389
17 0,00002 -0,05918
18 0,00003 -0,03559
19 -0,00003 -0,04888
20 -0,00002 -0,08032
21 -0,00001 -0,08717
22 0,00001 -0,08717
23 0,00002 -0,08032
24 0,00003 -0,04888
25 -0,00002 -0,05890
26 -0,00001 -0,09610
27 0,00000 -0,01046
28 0,00000 -0,01046
29 0,00001 -0,09610
30 0,00002 -0,05890
31 -0,00004 -0,06552
32 -0,00003 -0,10670
33 -0,00001 -0,11630
34 0,00001 -0,11630
35 0,00003 -0,10670
36 0,00004 -0,06552
37 0,00023 -0,06864
38 0,00016 -0,11210
39 0,00005 -0,12220
40 -0,00005 -0,12220
41 -0,00016 -0,11210
42 -0,00023 -0,06864
Tabela 12 – Deslocamentos nodais ao carregamento de vento
Reações de apoio
Apoio Rx Ry M
(kN) (kN) (kNm)
1 -229 538.3 1760.8
2 -190,8 4735 1494,4
3 -189,3 4909,7 1484,3
4 -188,8 4892 1484,4
5 -192,8 4504,9 1503,7
6 -168,3 4818,3 1116
Deslocamentos nodais
Nodulo δ x (m) δ y (m)
1 0 0,0000000
2 0 0,0000000
3 0 0,0000000
4 0 0,0000000
5 0 0,0000000
6 0 0,0000000
7 1,173 -0,0015710
8 1,173 -0,0334200
9 1,172 -0,0348700
10 1,172 -0,0347200
11 1,172 -0,0315200
12 1,172 -0,0370000
13 2,376 -0,0064180
14 2,375 -0,0595100
15 2,375 -0,0641800
16 2,375 -0,0634800
17 2,374 -0,0586600
18 2,374 -0,0650900
19 3,368 -0,0793200
20 3,368 -0,0131300
21 3,367 -0,0877000
22 3,367 -0,0864600
23 3,367 -0,0809300
24 3,367 -0,0851700
25 4,118 -0,0202500
26 4,118 -0,0935200
27 4,117 -0,1054000
28 4,117 -0,1037000
29 4,117 -0,0980600
30 4,117 -0,0983600
31 4,606 -0,0263100
32 4,606 -0,1026000
33 4,605 -0,1172000
34 4,605 -0,1152000
35 4,605 -0,1059000
36 4,605 -0,1098000
37 4,818 -0,0298900
38 4,818 -0,1069000
39 4,817 -0,1233000
40 4,817 -0,1209000
41 4,817 -0,1158000
42 4,817 -0,1090000
Tabela 14 – Deslocamentos nodais ao carregamento de vento
Além disso, outra descoberta interessante foi que a soma das reações (Rx, Ry, e
Momento Fletor) obtidas no caso do vento atuando e no caso das cargas oriundas do
peso próprio (permanentes e variáveis) resulta nas reações da combinação desses dois
casos, ou seja, vento somado com as cargas oriundas do peso próprio.
Vento Carregamento (Q e G)
Apoio Rx (kN) Ry (kN) M Apoio Rx (kN) Ry M
(kNm) (kN) (kNm)
1 -236,6 -2131,5 1533,3 1 7,6 2669,8 227,6
2 191,9 110,5 1499,7 2 1,1 4624,6 -5,3
3 -189,1 4,9 1485,4 + 3 0,2 4904,8 -1,2
4 -189,1 -12,8 1485,3 4 -0,2 4904,8 1,2
5 -191,7 -119,7 1498,4 5 -1,1 4624,6 5,3
6 -160,7 2148,6 1343,6 6 -7,6 2669,8 -227,6
Vento + Carregamento (Q e G)
Apoio Rx (kN) Ry (kN) M
(kNm)
1 -229 538.3 1760.8
2 -190,8 4735 1494,4
= 3 -189,3 4909,7 1484,3
4 -188,8 4892 1484,4
5 -192,8 4504,9 1503,7
6 -168,3 4818,3 1116
Tabela 15 – Reações de apoio
Considerações finais
Este trabalho teve por objetivo fazer uma análise da evolução do desenvolvimento
de edifícios altos, levando em consideração os métodos construtivos, materiais,
sustentabilidade e utilização destes, e fazer uma análise dinâmica de cargas de peso
próprio, utilização e de vento atuando nesses edifícios.
Foi feita a análise dinâmica da Willis Tower, todavia, foi considerado um
edifício fictício baseado em um dos núcleos desse edifício, submetido a cargas
flutuantes de vento e peso próprio. Utilizou-se o programa Ftool para obter as respostas
numéricas da estrutura quanto a: 1.Modelos estruturais mais eficientes para aço e
concreto; 2.O efeito do peso próprio (cargas permanentes e variáveis); 3.A ação do
vento; 4.Distribuição de esforços; 5.Efeito combinado do vento e peso próprio. Foi
possível obter as reações de apoio (Rx, Ry e Momento) e deslocamentos nodais a partir
da configuração deformada, os diagramas de esforços normais, diagramas de esforços
cortantes e diagramas de momentos fletores.
A partir dos resultados obtidos na analise dinâmica, deslocamentos horizontais e
verticais, notou-se a necessidade a inclusão de amortecedores no intuito de combater os
esforços, principalmente provenientes do vento.Seria interessante a realização de
estudos futuros considerando o edifício com todos os seus módulos e altura total em um
software como o Robot Structural Analysis, software o qual suporta grandes estruturas.
A análise seria realizada no intuito de comparar os resultados obtidos de um software
que traz respostas lineares (em 2 dimensões), no caso Ftool Interactive-Graphics
Program for Structural Analysis, com os obtidos do Robot que traz em 3 dimensões.
Referências Bibliográficas
ADAMS, N. & SKIDMORE, O. & AMP; M. Skidmore, Owings & Merrill: SOM
desde 1936, Electa Arquitetura; Distribuído pela Phaidon Press, Milão; Londres, 2007,
página 252.