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Mesas: Proposta de Susana - para ser analisada.

Mesa 1 -
1. Nome: ​Giovana de Carvalho Castro
Título da pesquisa- Obás em riste: Estratégias de resistência de mulheres negras em Juiz de
Fora
Pesquisa/área: ​Mulheres negras e escrita da História
Objetivo investigar a contribuição de intelectuais negras brasileiras no rompimento com a
visão hegemônica acerca de mulheres na historiografia e como seu pensamento compõe um
quadro analítico que, mesmo não inserido sob o manto da decolonialidade, propõe diferentes
epistemologias suscitadoras de novas leituras sobre mulheres em diáspora.
2. Nome: ​Thiago Rodrigues Tavares
Pesquisa/área: ​História oral, memória e silenciamento
● Título da pesquisa: Cemitério do Peixe: história, memória e silenciamento​.
Pretendemos nesta comunicação, apresentar a história do Cemitério do Peixe, em Minas
Gerais, e da festa anual que ocorre no local. A partir da análise de documentos e da narrativa
dos frequentadores, vamos apontar para a importância da população negra na formação da
localidade e na realização do Jubileu em devoção às almas. Evidenciando também, as ações e
os discursos que provocam o silenciamento dessa população, no que tange ao processo
histórico do Cemitério do Peixe.
3. Nome​: Estela Maria Gonçalves de Souza
Título da pesquisa: Masculinidades negras e a perspectiva histórica: gênero, raça, classe e
intersseccionalidade
Pesquisa/área​: Masculinidades negras, História e interseccionalidades.
Os conflitos relativos à percepção da raça, como parte constituinte da identidade, são
instâncias presentes no cotidiano dos estudantes negros da Escola Estadual Duque de Caxias.
Os severos efeitos do racismo estrutural e institucional compõem os antagonismos no
reconhecimento de raça e classe por parte dos estudantes negros do gênero masculino. Desse
modo, ao perceber a dificuldade dos discentes em se identificarem com sua cor e o lugar
social ao qual pertencem, a articulação existente nas relações de sociabilidade, identidade,
História e interseccionalidade na construção da masculinidade negra dentro do espaço escolar,
se faz indispensável para análise.
4. Nome: ​Vânia Aparecida de Paula Silva
Pesquisa/área: ​Música, Indústria Cultural e Mercado Fonográfico
O pagode é um subgênero do samba, surgido no final da década de 1980, e em meados da
década seguinte, teve a explosão de inúmeros grupos e conjuntos ,tanto nas rádios quanto nos
programas de TV com grandes audiências . A discussão entre as diferenças dos termos samba
e pagode vão muito além de algo estético, melódico, e rítmico. Tendo como base as leituras e
discussões na sala de aula e o livro ​“Dicionário da História Social do Samba”​, de autoria do
sambista Nei Lopes e do historiador Luiz Antônio Simas, abordarei alguns conceitos e
denominações e como a questão da negritude está intrisecamente ligada à esse comparativo e
suas implicações dessa relação aos gêneros musicais e ao mercardo fonográfico.

Mesa 2 -
1. Nome: ​Maria Augusta Domingos Dias
Título da pesquisa: O papel do Judiciário no genocídio da juventude negra
Pesquisa/área: ​Sociologia Jurídica/ Direitos Humanos/Genocídio da juventude negra
Objetiva discutir a contribuição do judiciário no genocídio da juventude negra tendo em vista
que o racismo continua a ser um problema recorrente na contemporaneidade, principalmente
em razão de sua capacidade de mutação e adequação às novas realidades socioculturais. As
injustiças históricas afetam profundamente a vida de jovens negros que ainda tendem a
definhar na base da pirâmide social e o fato de promover esses jovens como os “inimigos” da
sociedade expressa como o desejo de tornar essa nação branca, tal como na época em que
viveu Nina Rodrigues não se desfez.
2. Nome​: Sarah de Melo Salles
Título:
Pesquisa/área​: Segurança Pública, neoliberalismo, periferia do capitalismo global,
dependência econômica.
A pesquisa busca desenvolver discussões acerca do neoliberalismo, seus desdobramentos e
impactos, almejando comprovar a correlação direta entre tal ideologia e Agenda de segurança
pública brasileira. O encarceramento em massa, intencionalmente seletivo, é mais um
tentáculo sustentador do neoliberalismo latino-americano, buscando manter e marginalizar a
população negra jovem, desempenhando um controle social a fim de criar e manter um
exército industrial de reserva e, consequentemente, o palco ideal para o desenvolvimento de
determinadas práticas econômicas.
3. Nome: ​Maria Fernanda Campos Goretti de Carvalho
Pesquisa/área: ​Mulheres, Direitos Humanos e Empresas
Busca-se analisar a temática de Direitos Humanos e Empresas através de uma perspectiva
feminista e decolonial, sendo a hipótese levantada a de maior suscetibilidade da mulher a ser
vítima de violações de direitos por parte das empresas transnacionais e pelo capitalismo
global – principalmente as mulheres negras, pertencentes a povos tradicionais e residentes no
que pode ser nominado como “sul global”.
4. Nome​: Priscilla Cotti Paredes Dias
Pesquisa/área​: Direitos sexuais, reprodutivos e colonialidades.
Este trabalho pretende refletir sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
problematizando os impactos causados pela colonização nos modos de agir, pensar e sentir. O
objetivo é debater estes direitos de maneira tangencial às questões de gênero, raça e classe,
visando alcançar a diversidade de realidades e demandas existentes relacionadas ao tema. Para
tanto, levantaremos as construções teóricas desenvolvidas pela literatura decolonial e
feminista latino-americana, na tentativa de criticar as concepções epistemológicas dominantes
e de romper com o paradigma eurocêntrico.

Mesa 3
1. Nome: ​Lauren Canuto Vianna de Almeida
Pesquisa/área: ​Direitos Humanos/ Sociologia Jurídica/ decolonialidade/ povos tradicionais/
projetos REDD
Investiga ​a possibilidade da concretização/coexistência dos direitos das comunidades tradicionais da
América Latina dentro da lógica estabelecida pelo projeto REDD (Redução das Emissões por
Desmatamento e Degradação) e intenções do “capitalismo sustentável” ou “economia verde”.
Analisa-se, ainda, questões de acesso à justiça e de direito ao território quando as marcas do
pensamento colonial, que rebaixou os povos tradicionais a nomenclatura de povos “incivilizados”,
povos “bárbaros”, questionando-se se mantem vivo como um projeto da modernidade até o presente.
Dessa maneira, o tema relaciona-se à disciplina de “Colonialidade, Raça e Gênero” à medida em que
busca compreender como esses conflitos se colocam na atualidade através das relações históricas e
sociais desde a colonização da América Latina, hipótese que se sustenta no trabalho.
2. Nome: ​Susana van der Ploeg
Título: Remessa do patrimônio genético nacional ou a expropriação da nossa
biodiversidade?
Pesquisa/área: ​Direito Ambiental, Patrimônio Genético, Remessa ao Exterior e Pensamento
Decolonial
Minha pesquisa busca investigar quais as características das remessas cadastradas ao exterior
de acordo com a Lei 13.123 de 2015, conhecida como Novo Marco Legal da Biodiversidade
e regula o acesso e a remessa do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional
Associado. As remessas do patrimônio genético nacional foram expressamente autorizadas
pelo estado e portanto, não podem ser caracterizadas como biopirataria, mas é preciso
compreender que a história da biopirataria de plantas nativas brasileiras demonstra que os
agentes são países “desenvolvidos”, situados no hemisfério norte, em que é perceptível a
assimetria de poder econômico e político em uma perspectiva global. Questiona-se se as
remessas cadastradas ao exterior e se as rotas de transferência de material biológico seguem a
mesma rota geográfica-espacial dos tempos coloniais e pode ser caracterizada como um
“neocolonialismo”. Neste sentido, adota-se como suporte teórico o pensamento decolonial,
em particular conceitos como colonialidade do poder, colonialidade do saber e colonialidade
do ser como mecanismos estratégicos de sujeição e dependência.
3.

Mesa 4
1. Nome: ​Flaviana Aparecida da Silva
Título: Diário de uma viagem ao Brasil: Maria Graham e o discurso colonial inglês
Pesquisa/área: ​Literatura feminina no XIX
Maria Dundas Graham nasceu na Inglaterra em 1785. Filha e esposa de oficiais da Marinha
Britânica foi uma viajante e escritora inglesa, e, entre sua vasta produção intelectual, produziu
obras de história, arte, contos infantis e literatura de viagem, como por exemplo, livros sobre a
Índia, Brasil e Chile. Em 1821, a viajante chegou ao Brasil na fragata Doris, e acompanhada
de seu marido Thomas Graham, conheceu Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. O presente
trabalho tem como objetivo analisar os relatos de Maria Graham relacionados à população
indígena no país através do livro “​Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada nesse país
durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823​”, e verificar em seus escritos a presença do
discurso colonial inglês e do eurocentrismo na América Latina.
2. Nome: ​Daniela Cristina Nalon
Título: Uma família devassada: os Correia do Vale e a estrutura inquisitorial
Pesquisa/área: ​História Moderna / Intolerância Religiosa
Objetivo investigar processos inquisitoriais de luso-brasileiros pertencentes a família Correia
do Vale, presos nos tribunais do Santo Ofício de Coimbra e Lisboa, respondendo pelo crime
de judaísmo. Apesar de conhecê-los sob a ótica da instituição julgadora, esses cristãos-novos
eram em sua maioria detentores de diploma de curso superior como medicina e direito, algo
fortemente combatido pelas políticas vigentes no período. Tinham direito a um promotor de
defesa, que era mais figurativo que atuante. E as sentenças eram elaboradas de acordo com a
colaboração e mostras de arrependimento dos réus.
3. Nome​: Louise Salles Schaeffer
Pesquisa/área​: Mulheres de letras, século XIX, emancipação, patriarcado.
Partindo de um estudo sobre a vida e trajetória de Madame de Staël (1766-1817), podemos
perceber que ela estava sempre rodeada e sempre dialogava com homens. Seus maiores
debates eram contra homens contemporâneos a ela. Portanto, a apresentação visa relacionar a
vida de Staël com os principais homens que estavam ao seu redor e que na maioria das vezes,
possuíam uma visibilidade e importância maior que ela própria: seu pai Jacques Necker, seu
marido o barão de Staël, seu amante Benjamim Constant e o imperador Napoleão. O debate
acerca dessas relações se dará a partir da discussão que a própria escritora fazia sobre a
condição da mulher e o “feminismo” que circulava na época. A discussão proposta, gira em
torno de uma tentativa de desconstruir fundamentos do patriarcado, na figura desses homens
que a circulavam, para a emancipação das mulheres enquanto sujeito. Uma hipótese de
mostrar Madame de Staël por ela mesma, e não por figuras masculinas, liberando o ser mulher
desse tipo de opressão.
4. Nome: ​Thayane Pilar Martins da Silva
Pesquisa/área: ​crítica feminista, publicidade, indústria da beleza
Resumo: ​Com o novo fôlego que o feminismo vem ganhando desde 2013, especialmente
entre mulheres mais jovens, observa-se uma tentativa de aproximação da publicidade com o
movimento e seus ideais. Na tentativa de conciliação, um conceito importante aos
movimentos de minorias foi bastante usado pelo discurso publicitário: empoderamento.
Nota-se que seu uso difere do significado original do termo que, proposto como uma
ferramenta de luta política, vem sendo utilizado como sinônimo de se embelezar. A pesquisa
deseja investigar, focando na publicidade de cosméticos, como a indústria da beleza se
aproxima do discurso feminista em suas propagandas para aliar ideais inicialmente opostos -
ditadura da beleza e liberdade das mulheres - dando a esse discurso novos sentidos e
significados para conciliar as demandas do movimento - especialmente suas críticas à lógica
dessa indústria - com os interesses do mercado. Pretendendo discutir também o contexto
cultural que possibilita tal apropriação e a ressignificação do termo, assim como debater os
possíveis efeitos destes, seus benefícios e suas problemáticas.
Título: O empoderamento estético: apropriação e ressignificação de discurso feminista em
campanhas publicitárias de beleza.

______________

1.
Nome: ​Giovana de Carvalho Castro
Pesquisa/área: ​Mulheres negras e escrita da História
Resumo: ​O pensamento decolonial tem sido apresentado como um novo caminho para
analisar o protagonismo feminino e suas interrelações com a história das mulheres bem como
reificado como chave inovadora para composição de narrativas que se afastem da perspectiva
eurocêntrica. Objetivo investigar a contribuição de intelectuais negras brasileiras no
rompimento com a visão hegemônica acerca de mulheres na historiografia e como seu
pensamento compõe um quadro analítico que, mesmo não inserido sob o manto da
decolonialidade, propõe diferentes epistemologias suscitadoras de novas leituras sobre
mulheres em diáspora.

2.
Nome: ​Maria Fernanda Campos Goretti de Carvalho
Pesquisa/área: ​Mulheres, Direitos Humanos e Empresas
Resumo: ​Busca-se analisar a temática de Direitos Humanos e Empresas através de uma
perspectiva feminista e decolonial, sendo a hipótese levantada a de maior suscetibilidade da
mulher a ser vítima de violações de direitos por parte das empresas transnacionais e pelo
capitalismo global – principalmente as mulheres negras, pertencentes a povos tradicionais e
residentes no que pode ser nominado como “sul global”. Partindo dessa premissa, objetiva-se
demonstrar a importância de estudos feministas e decoloniais para ressignificar o papel da
mulher na ordem mundial, demonstrando a necessidade de romper com estruturas capitalistas
coloniais e transnacionais para uma verdadeira libertação estrutural feminina.

3.
Nome: ​Flaviana Aparecida da Silva
Pesquisa/área: ​Literatura feminina no XIX
Resumo: ​Maria Dundas Graham nasceu na Inglaterra em 1785. Filha e esposa de oficiais da
Marinha Britânica foi uma viajante e escritora inglesa, e, entre sua vasta produção intelectual,
produziu obras de história, arte, contos infantis e literatura de viagem, como por exemplo,
livros sobre a Índia, Brasil e Chile. Em 1821, a viajante chegou ao Brasil na fragata Doris, e
acompanhada de seu marido Thomas Graham, conheceu Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro.
O presente trabalho tem como objetivo analisar os relatos de Maria Graham relacionados à
população indígena no país através do livro “​Diário de uma viagem ao Brasil e de uma estada
nesse país durante parte dos anos de 1821, 1822 e 1823”​ , e verificar em seus escritos a
presença do discurso colonial inglês e do eurocentrismo na América Latina.

4.
Nome: ​Thayane Pilar Martins da Silva
Pesquisa/área: ​crítica feminista, publicidade, indústria da beleza
Resumo: ​Com o novo fôlego que o feminismo vem ganhando desde 2013, especialmente
entre mulheres mais jovens, observa-se uma tentativa de aproximação da publicidade com o
movimento e seus ideais. Na tentativa de conciliação, um conceito importante aos
movimentos de minorias foi bastante usado pelo discurso publicitário: empoderamento.
Nota-se que seu uso difere do significado original do termo que, proposto como uma
ferramenta de luta política, vem sendo utilizado como sinônimo de se embelezar. A pesquisa
deseja investigar, focando na publicidade de cosméticos, como a indústria da beleza se
aproxima do discurso feminista em suas propagandas para aliar ideais inicialmente opostos -
ditadura da beleza e liberdade das mulheres - dando a esse discurso novos sentidos e
significados para conciliar as demandas do movimento - especialmente suas críticas à lógica
dessa indústria - com os interesses do mercado. Pretendendo discutir também o contexto
cultural que possibilita tal apropriação e a ressignificação do termo, assim como debater os
possíveis efeitos destes, seus benefícios e suas problemáticas.

5.
Nome: ​Vânia Aparecida de Paula Silva
Pesquisa/área: ​Música, Indústria Cultural e Mercado Fonográfico
Resumo: ​O pagode é um subgênero do samba, surgido no final da década de 1980, e em
meados da década seguinte, teve a explosão de inúmeros grupos e conjuntos ,tanto nas rádios
quanto nos programas de TV com grandes audiências . A discussão entre as diferenças dos
termos samba e pagode vão muito além de algo estético, melódico, e rítmico. Tendo como
base as leituras e discussões na sala de aula e o livro ​“Dicionário da História Social do
Samba”​, de autoria do sambista Nei Lopes e do historiador Luiz Antônio Simas, abordarei
alguns conceitos e denominações e como a questão da negritude está intrisecamente ligada à
esse comparativo e suas implicações dessa relação aos gêneros musicais e ao mercardo
fonográfico.

6.
Nome: ​Thiago Rodrigues Tavares
Pesquisa/área: ​História oral, memória e silenciamento
Resumo:​Cemitério do Peixe: história, memória e silenciamento

A partir das discussões ocorridas ao longo da disciplina Colonialidade, Raça e Gênero, no


segundo semestre de 2019, na UFJF, a qual buscou trazer as teorias decoloniais, por meio de
experiências e realidades de autores e autoras africanas, latino-americanas e asiáticas.
Pretendemos nesta comunicação, apresentar a história do Cemitério do Peixe, em Minas
Gerais, e da festa anual que ocorre no local. A partir da análise de documentos e da narrativa
dos frequentadores, vamos apontar para a importância da população negra na formação da
localidade e na realização do Jubileu em devoção às almas. Evidenciando também, as ações e
os discursos que provocam o silenciamento dessa população, no que tange ao processo
histórico do Cemitério do Peixe.
7.
Nome: ​Lauren Canuto Vianna de Almeida
Pesquisa/área: ​Direitos Humanos/ Sociologia Jurídica/ decolonialidade/ povos tradicionais/
projetos REDD
Resumo: ​A pesquisa que desenvolvo, no Mestrado em Direito e Inovação, busca investigar ​a
possibilidade da concretização/coexistência dos direitos das comunidades tradicionais da América
Latina dentro da lógica estabelecida pelo projeto REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e
Degradação) e intenções do “capitalismo sustentável” ou “economia verde”. Discute-se a condição, no
atual estágio do capitalismo transnacional, de garantir territórios aos povos tradicionais que rompem
com a produção da terra-mercadoria. Analisa-se, ainda, questões de acesso à justiça e de direito ao
território quando as marcas do pensamento colonial, que rebaixou os povos tradicionais a
nomenclatura de povos “incivilizados”, povos “bárbaros”, questionando-se se mantem vivo como um
projeto da modernidade até o presente. Dessa maneira, o tema relaciona-se à disciplina de
“Colonialidade, Raça e Gênero” à medida em que busca compreender como esses conflitos se colocam
na atualidade através das relações históricas e sociais desde a colonização da América Latina, hipótese
que se sustenta no trabalho.

8.
Nome: ​Daniela Cristina Nalon
Pesquisa/área: ​História Moderna / Intolerância Religiosa
Resumo: ​Objetivo investigar processos inquisitoriais de luso-brasileiros pertencentes a
família Correia do Vale, presos nos tribunais do Santo Ofício de Coimbra e Lisboa,
respondendo pelo crime de judaísmo. Apesar de conhecê-los sob a ótica da instituição
julgadora, esses cristãos-novos eram em sua maioria detentores de diploma de curso superior
como medicina e direito, algo fortemente combatido pelas políticas vigentes no período.
Tinham direito a um promotor de defesa, que era mais figurativo que atuante. E as sentenças
eram elaboradas de acordo com a colaboração e mostras de arrependimento dos réus.

9.
Nome: ​Maria Augusta Domingos Dias
Pesquisa/área: ​Sociologia Jurídica/ Direitos Humanos/Genocídio da juventude negra
Resumo: ​A pesquisa em desenvolvimento pelo Mestrado em Direito e Inovação, objetiva
discutir a contribuição do judiciário no genocídio da juventude negra tendo em vista que o
racismo continua a ser um problema recorrente na contemporaneidade, principalmente em
razão de sua capacidade de mutação e adequação às novas realidades socioculturais. As
injustiças históricas afetam profundamente a vida de jovens negros que ainda tendem a
definhar na base da pirâmide social e o fato de promover esses jovens como os “inimigos” da
sociedade expressa como o desejo de tornar essa nação branca, tal como na época em que
viveu Nina Rodrigues não se desfez. Sair do pacto branco significa se opor a uma longa lista
de privilégios raciais, econômicos e políticos que vêm sendo brancos no Brasil e as
condenações injustas ilustram como funciona o sistema de justiça.

10.
Nome​: Priscilla Cotti Paredes Dias
Pesquisa/área​: Direitos sexuais, reprodutivos e colonialidades
Resumo​: Este trabalho pretende refletir sobre os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres
problematizando os impactos causados pela colonização nos modos de agir, pensar e sentir. O
objetivo é debater estes direitos de maneira tangencial às questões de gênero, raça e classe,
visando alcançar a diversidade de realidades e demandas existentes relacionadas ao tema. Para
tanto, levantaremos as construções teóricas desenvolvidas pela literatura decolonial e
feminista latino-americana, na tentativa de criticar as concepções epistemológicas dominantes
e de romper com o paradigma eurocêntrico.

11.
Nome​: Louise Salles Schaeffer
Pesquisa/área​: Mulheres de letras, século XIX, emancipação, patriarcado.
Resumo​: Partindo de um estudo sobre a vida e trajetória de Madame de Staël (1766-1817),
podemos perceber que ela estava sempre rodeada e sempre dialogava com homens. Seus
maiores debates eram contra homens contemporâneos a ela. Portanto, a apresentação visa
relacionar a vida de Staël com os principais homens que estavam ao seu redor e que na
maioria das vezes, possuíam uma visibilidade e importância maior que ela própria: seu pai
Jacques Necker, seu marido o barão de Staël, seu amante Benjamim Constant e o imperador
Napoleão. O debate acerca dessas relações se dará a partir da discussão que a própria escritora
fazia sobre a condição da mulher e o “feminismo” que circulava na época. A discussão
proposta, gira em torno de uma tentativa de desconstruir fundamentos do patriarcado, na
figura desses homens que a circulavam, para a emancipação das mulheres enquanto sujeito.
Uma hipótese de mostrar Madame de Staël por ela mesma, e não por figuras masculinas,
liberando o ser mulher desse tipo de opressão.

12.
Nome: ​Susana van der Ploeg
Pesquisa/área: ​Direito Ambiental, Patrimônio Genético, Remessa ao Exterior e Pensamento
Decolonial
Resumo: ​Minha pesquisa busca investigar quais as características das remessas cadastradas
ao exterior de acordo com a Lei 13.123 de 2015, conhecida como Novo Marco Legal da
Biodiversidade e regula o acesso e a remessa do Patrimônio Genético e do Conhecimento
Tradicional Associado. As remessas do patrimônio genético nacional foram expressamente
autorizadas pelo estado e portanto, não podem ser caracterizadas como biopirataria, mas é
preciso compreender que a história da biopirataria de plantas nativas brasileiras demonstra
que os agentes são países “desenvolvidos”, situados no hemisfério norte, em que é perceptível
a assimetria de poder econômico e político em uma perspectiva global. Questiona-se se as
remessas cadastradas ao exterior e se as rotas de transferência de material biológico seguem a
mesma rota geográfica-espacial dos tempos coloniais e pode ser caracterizada como um
“neocolonialismo”. Neste sentido, adota-se como suporte teórico o pensamento decolonial,
em particular conceitos como colonialidade do poder, colonialidade do saber e colonialidade
do ser como mecanismos estratégicos de sujeição e dependência.

13.
Nome​: Estela Maria Gonçalves de Souza
Pesquisa/área​: Masculinidades negras, História e interseccionalidades.
Resumo​: Os conflitos relativos à percepção da raça, como parte constituinte da identidade,
são instâncias presentes no cotidiano dos estudantes negros da Escola Estadual Duque de
Caxias. Os severos efeitos do racismo estrutural e institucional compõem os antagonismos no
reconhecimento de raça e classe por parte dos estudantes negros do gênero masculino. Desse
modo, ao perceber a dificuldade dos discentes em se identificarem com sua cor e o lugar
social ao qual pertencem, a articulação existente nas relações de sociabilidade, identidade,
História e interseccionalidade na construção da masculinidade negra dentro do espaço escolar,
se faz indispensável para análise.

14.
Nome​: Sarah de Melo Salles
Pesquisa/área​: Segurança Pública, neoliberalismo, periferia do capitalismo global,
dependência econômica.
Resumo​: A pesquisa busca desenvolver discussões acerca do neoliberalismo, seus
desdobramentos e impactos, almejando comprovar a correlação direta entre tal ideologia e
Agenda de segurança pública brasileira. O encarceramento em massa, intencionalmente
seletivo, é mais um tentáculo sustentador do neoliberalismo latino-americano, buscando
manter e marginalizar a população negra jovem, desempenhando um controle social a fim de
criar e manter um exército industrial de reserva e, consequentemente, o palco ideal para o
desenvolvimento de determinadas práticas econômicas. Dessa forma, nesta pesquisa será
demonstrado como as políticas de segurança pública no Brasil, através de instituições que se
legitimam através de seu verniz democrático e republicano, se relacionam de forma direta
para a manutenção do Brasil como país periférico no capitalismo global. A posição periférica
do Brasil no capitalismo global é peça chave para compreender tais dinâmicas.

15.
Nome​: Márcia Valéria Bittar Serpa
Pesquisa/área​: Mulheres negras
Resumo​: “Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como ele é”.
De Carolina aos dias de hoje, mudanças e continuidades.
Carolina Maria de Jesus foi uma autora improvável, negra, catadora de papel e favelada, nas
horas vagas, registrava o cotidiano da favela em cadernos que encontrava no material que
recolhia. Um destes registros deu origem a seu primeiro livro, Quarto de Despejo - Diário de
uma Favelada, publicado em 1960. A obra virou best-seller, foi vendida em 40 países e
traduzida para 16 idiomas. Nasceu em 14 de março de 1914 em Sacramento, Minas Gerais,
em uma comunidade rural, filha de pais analfabetos. Travou uma luta contra adversidades
sociais e econômicas para aprender a ler e a escrever. Carolina de Jesus foi uma das primeiras
escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais impactantes escritoras do país. Dos
anos 60 até os dias de hoje, um cotidiano triste e cruel da vida na favela.

9H - 11H ABERTURA E MESA 1 


 
Giovana de Carvalho Castro - Obás em riste: Estratégias de resistência de mulheres negras em 
Juiz de Fora 
 
Thiago Rodrigues Tavares - Cemitério do Peixe: história, memória e silenciamento.  
 
Estela Maria Gonçalves de Souza - Masculinidades negras e a perspectiva histórica: gênero, raça, 
classe e interseccionalidade. 
 
Vânia Aparecida de Paula Silva -  
 
 
11H-12H30 MESA 2 
Maria Augusta Domingos Dias - ​ O papel do Judiciário no genocídio da juventude negra
 
Sarah de Melo Salles - 
 
Maria Fernanda Campos Goretti de Carvalho - 
 
Priscilla Cotti Paredes Dias - Mulheres, direitos e interseccionalidades: reflexões sobre os 
direitos sexuais e reprodutivos das mulheres brasileiras 
 
12H30-14H ALMOÇO 
 
14H - 15H MESA 3 
Lauren Canuto Vianna de Almeida - 
 
Susana van der Ploeg - Remessa do patrimônio genético nacional ou a expropriação da nossa 
biodiversidade? 
 
Márcia Valéria Bittar Serpa - “Ah, comigo o mundo vai modificar-se. Não gosto do mundo como 
ele é”. De Carolina aos dias de hoje, mudanças e continuidades. 
 
15H - 16H30 MESA 4 
 
Flaviana Aparecida da Silva - Diário de uma viagem ao Brasil: Maria Graham e o discurso 
colonial inglês 
 
Daniela Cristina Nalon - Uma família devassada: os Correia do Vale e a estrutura inquisitorial 
 
Louise Salles Schaeffer - Madame de Staël por ela mesma: uma tentativa de liberar o ser mulher 
diante das figuras masculinas do seu entorno. 
 
Thayane Pilar Martins da Silva - O empoderamento estético: apropriação e ressignificação de 
discurso feminista em campanhas publicitárias de beleza. 
 
 

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