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O Racionalismo de Descartes
Descartes assume que além das ideias adventícias e factícias, os homens possuem ideias
inatas, ideias que, nascidas connosco, são como que a marca do criador à sua imagem.
Para fundamentar o conhecimento, o filósofo deve adotar como falso tudo aquilo que
possa ser posto em dúvida, isto é, tudo aquilo em que não se pode comprovar a veracidade.
Os sentidos é um deles. Descartes não podia acreditar em nada que visse ou que ouvisse,
tendo sido tudo isso posto à prova porque os sentidos nos podem enganar. Um dos exemplos
usados por Descartes para demonstrar esta teoria é a da vara dentro de água: ao olharmos para
a vara, através da refração da água, ela parece torta, quando não o é.
DÚVIDA HIPERBÓLICA
1. Evidência: Segundo Descartes, é a regra que nos permite ter clareza e distinção dos
princípios inteligíveis. Por serem ideias simples, são a fonte de toda a construção teórica do
saber;
2. Análise: É o processo pelo qual decompomos as nossas representações imediatas em
representações mais simples a fim de organizar e ordenar os dados de forma a compreender
o objeto;
3. Síntese: Momento ao qual se chega depois da decomposição. Significa que o todo
desorganizado de uma representação é sintetizado numa ordenação das suas partes,
compondo-o num todo, agora, organizado;
4. Enumeração: Como há possibilidades de falhas, trata-se de uma verificação geral do
processo com a finalidade de garantir que foi feita correta e devidamente a análise do
objeto.
Descartes submete os dados dos sentidos (fonte de erro) ao jugo da razão humana (fonte
de verdade). Para entender melhor de que se trata, como para se entender o funcionamento
do método, Descartes considera as ideias ou representações humanas da seguinte forma:
Ideias Adventícias: São as representações oriundas dos sentidos. Nestas estão a fonte
de erro dos juízos, pois um juízo não é feito sobre coisas e sim sobre o modo como
compreendemos as coisas. Assim, os juízos que são baseados nestas ideias são fontes
de erro, pois dizem-nos como aparece a coisa e não o que ela é;
Ideias Factícias: Ficção é o nome para o que não existe. Significa dizer que a nossa
imaginação pode, a partir das ideias adventícias, formar seres que não têm nenhuma
correspondência com a realidade;
Ideias Inatas: São princípios simples por si mesmos e de índole matemática. Só é possível
representar o espírito por uma intuição, p.e., o círculo, a perfeição, etc. São a marca do
criador no nosso espírito e que nos permite conhecer os objetos particulares. São
deduzidas e demonstradas apenas racionalmente.