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GREIMAS, A. J. Os actantes os atores e as figuras. In: CHABROL. C.

Semiótica
narrativa e textual. São Paulo: Cultrix, 1997.

ESTRTURUAS NARRATIVAS

1. Os actantes os atores

“A reinterpretação linguística da dranatis personae a que nos propusemos a partir da


descrição proppiana do conto maravilhoso russo, procurou estabelecer, em primeiro
lugar, uma distinção entre os atuantes, que decorrem de uma sintaxe narrativa e os
atores reconhecíveis nos discursos particulares em que se encontram manifestados.”
(1997, p. 179)

Discursivo e narrativo: “dois níveis autônomos onde é possível situar a reflexão sobre a
narratividade.”

2. Estrutura atuacional atuacional

“A estrutura atuacional aparece cada vez mais como suscetível de explicar a


organização do imaginário humano, projeção tanto de universos coletivos como
individuais.” (1997, p. 180)

2.1. Disjunções sintagmáticas

“Se considerarmos a narrativa como um enunciado global, produzido e comunicado por


um sujeito narrador, este enunciado global poderá ser decomposto numa série de
enunciados narrativos concatenados (= as funções de Propp.)”

“Se atribuirmos ao verbo-predicado do enunciado e estatuto de função (no sentido


lógico de relação formal), será possível definir o enunciado como uma relação entre os
atuantes que o constituem.” (1997, p. 180)

 Duas espécies de enunciado narrativo: F( S  O) e F(Di  O Dii)

 Definir disjunções sintagmáticas:

2.2. Disjunções paradigmáticas

3. Papeis atuacionais

“Outras categorias entram em jogo para diversificar a estrutura atuacional, ao lado das
disjunções estruturais que descrevem a dramatização da narração e das disjunções
sintáticas que, enquanto projeções do fazer humano virtual, permitem dar a
representação de seu desenvolvimento.” (1997, p. 182)

3.1. Competências e desempenhos


“O conceito de desempenho (= performance?), que nos propusemos a introduzir na
terminologia narrativa para substituir as noções muito vagas de “prova” de “teste”, de
“tarefa difícil”, que o herói é levado a executar, e com a finalidade de dar uma defnição
simples do sujeito (ou do anti-sujeito) no seu estatuto de sujeito do fazer - este fazer
que se reduz a uma série canônica de enunciados narrativos -, remete naturalmente ao
conceito de competência.” (1997, p. 182)

“Nos propomos a definir a competência, no plano narrativo, como o querer e/ou saber-
fazer do sujeito, que pressupõe o fazer desempenhacional.” (1997), p. 182)

“se o sujeito competente é diferente do sujeito desempenhante,eles não constituem, por


isso, dois sujeitos diferentes; são apenas duas instâncias de um só e mesmo atuante.
Segundo a lógica motivante (post hoc, ergo propter hoc) o sujeito deve primeiramente
adquirir uma certa competência para tornar-se desempenhador; segundo a lógica das
pressuposições, o fazer desempenhador do sujeito implica, de início, uma competência
do fazer.” (1997, p. 183)

“O atuante só pode assumir, no programa narrativo dado, certo número de papeis


atuacionais. Esses papeis são definidos, por sua vez, pela posição do atuante no
encadeamento lógico da narração (sua definição sintática), e por seu investimento modal
(sua definição morfológica), tornando-se assim possível a regulamentação gramatical da
narratividade.” (1997, p. 183)

3.2. Veridicção

4. Estrutura atoral

“Para estar presente no discurso narrativo, a estrutura atuacional necessita da mediação


da tipologia dos papeis atuacionais que, definidos por sua vez por seus encargos modais
e suas respectivas posições sintagmáticas, podem sozinhos recobrir e dinamizar a
totalidade do discurso. Não é senão a seguir que podemos introduzir um novo processo,
o qual ele leva à manifestação discursiva da narratividade, processo culminante numa
superposição de duas estruturas, atuacional e atoral, e que proporciona o encaixe de
atuantes em atores.” (1997, p. 185)

“Os papeis atuacionais podem ser distribuídos de maneira conjunta ou disjunta entre
atores.” (1997, p. 186)

“Os papeis atuacionais que definem a competência do sujeito podem ser manifestados
seja pelo mesmo ator (o próprio sujeito sujeito), seja por atores disjuntos. Neste último
caso, o ator individualizado se denominará ora adjuvante ora oponente, no seu estatuto
auxiliar, e desde que esteja conforme à deixes positiva ou negativa.” (1997, p. 186)

ESTRUTURAS DISCURSIVAS

1. Como reconhecer os atores


2. Figuras e configurações
3. Papeis temáticos

“A conjunção de das instâncias – narrativa e discursiva – tem então como efeito o


investimento dos conteúdos nas formas gramaticais canônicas da narração e permite a
liberação de mensagens narrativas sensatas.” (1997, p. 191)

“Um papel temático se define desde logo, por uma dupla redução: a primeira é a
redução da configuração discursiva a um só percurso figurativo realizad ou realizável
no discurso. A segunda é a redução deste percurso a um agente competente que o
subsume cirtualmente. Toda figura encontrada no discurso, quando, em condições que
cumpre precisadas, se encontra unvestida de um papel temático, pode ser analisada e
descrita, para as necessidades da causa, seja como uma configuração de conjunto, seja
como um percurso figurativo encerrado no universo discursivo.” (1997, p. 193)

“A figura de pescador, manifestando-se no discurso sob a forma de um papel temático


(pensamos explicitamente em Dois Amigos de mupassant) parece-nos um bom exemplo
que permite, talvez, franquear o limite a separar, à primeira vista, as figuras d
dicionário, estabelecidas pelo uso e teoricamente codificáveis, das figuras em via de
constituição, que são, por exemplo, as personagens de romance. O pescador traz em si,
evidentemente, todas as possibilidades de seu fazer, tudo o que podemos esperar dele
em relação ao seu comportamento; sua colocação em isotopia discursiva faz dele um
papel temático utilizável pela narrativa. A personagem de romance, supondo-se que ela
seja introduzida, por exemplo, pela atribuição de um nome próprio que lhe é conferido,
constrói-se porgressivamente por notações figurativas consecutivas e difusas ao longo
do texto, e não desenvolve sua figura completa senão na última página, graças à
memorização operada pelo leitor.” (1997, p. 194)

A modalização sintática

A modalidade

“Se, conforme propusemos, se pode analisar esquematicamente a ordenação narrativa


como uma sequência de relações de estado, entre as quais se inscrevem as
transformações, estamos em condições de prever que a modalização poderá incidir tanto
sobre o fazer, que corresponde às transformações, como sobre o ser (definido pela
relação de estado). (1997, p. 97)

A modalização do fazer

Na nossa terminologia precedente, e colocando-nos do ponto de vista do sujeito do


fazer, introduzimos o conceito de performance (que corresponde ao fazer). Este termo,
permitindo “dar uma definição simples do sujeito no seu estatuto de sujeito do fazer
convoca naturalmente o de competência. Propomos definir a competência como o
querer e/ou poder e/ou saber-fazer do sujeito que pressupçoe o seu fazer
performancial.7yy

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